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Júri:
Presidente
Prof.ª Doutora Maria Margarida Marques Rebelo Espanha
Vogais
Prof.ª Doutora Ana Sofia Pedrosa Gomes dos Santos
Prof.º Doutor Marco Paulo Maia Ferreira
ii
Agradecimentos
À Patrícia, que foi mais do que minha colega de estágio, que me permitiu falar
e me possibilitou ouvir, que me ensinou e me deixou ensinar, que riu comigo e me fez
rir, que me ajudou mesmo sem saber, que partilhou comigo os seus triunfos e brindou
comigo os meus, por tudo e por nada…
Aos meus amigos, não teria sido possível sem o apoio, confiança e
compreensão deles…
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Resumo
O presente relatório de estágio surge no âmbito do Mestrado em Reabilitação
Psicomotora, Ramo de Aprofundamento de Competências Profissionais, da Faculdade
de Motricidade Humana. Tem como objetivo apresentar as atividades de estágio
realizadas na Casa de Saúde da Idanha, na área da Saúde Mental, com adultos e
idosos.
Este relatório, para além do enquadramento teórico e caracterização da
instituição, apresenta dois estudos-caso, na área da saúde mental e envelhecimento,
mais concretamente demência e doença de Parkinson. Os estudos-caso contemplam
as avaliações iniciais e finais, os planos de intervenção psicomotora, exemplos de
planos de sessão e uma reflexão crítica sobre a intervenção. Nos dois casos foram
verificadas melhorias na funcionalidade psicomotora, validando-se o papel da
psicomotricidade no envelhecimento patológico, ao nível do abrandamento da
deterioração cognitiva, sensorial e motora associada ao envelhecimento.
No final do período de estágio foi possível alcançar os objetivos propostos no
início do estágio, valorizando-se todos os desafios e aprendizagens nas reflexões
críticas dos estudos-caso e na conclusão do relatório.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Abstract
This training report appears from Psychomotricity Master, Branch of
Advancement of Professional Competencies, of the Faculdade de Motricidade
Humana. The main purpose is to introduce the training activities that were developed in
Casa de Saúde da Idanha, in mental health department with adults and elderly.
This report, beyond theory and an institution characterization, presents two
case studies in mental health area and aging, especially Dementia and Parkinson’s
disease. The case studies include the initial and final evaluations, psychomotor
intervention plans, examples of session plans and a critical reflection about the
intervention period. In both cases it was possible to notice psychomotor’s skills
improvements, validating the importance of psychomotricity in pathological aging, in
terms of retarding cognitive, sensorial and motor deficits related to aging.
At the end of training period it was possible to achieve the initial objectives,
valuing all challenges and learning on case studies’ critical reflections and on the report
conclusion.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Índice
Introdução..................................................................................................................... 1
PARTE 1 - ENQUADRAMENTO TEÓRICO
1. Saúde Mental............................................................................................................ 3
1.1. Saúde Mental em Portugal ................................................................................. 4
1.2. Saúde Mental vs. Doença Mental ....................................................................... 4
2. Envelhecimento ........................................................................................................ 6
2.1. Envelhecimento Normal ..................................................................................... 6
2.1.1. Aspetos demográficos .................................................................................. 6
2.1.2. Alterações Sensoriais .................................................................................. 6
2.1.3. Alterações Cognitivas .................................................................................. 7
2.1.4. Alterações Psicomotoras ............................................................................. 9
2.1.5. Envelhecimento e Estimulação Cognitiva................................................... 10
2.1.6. Envelhecimento e sócio afetividade ........................................................... 11
2.2. Envelhecimento Patológico .............................................................................. 11
2.2.1. Demência................................................................................................... 13
2.2.2. Doença de Parkinson ................................................................................. 14
3. Psicomotricidade, Envelhecimento e Saúde Mental ................................................ 15
PARTE 2 - ATIVIDADES DE ESTÁGIO EM REABILITAÇÃO PSICOMOTORA NA
CASA DE SAÚDE DA IDANHA
1. Caracterização da Instituição .................................................................................. 22
1.1. Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus ............. 22
1.2. Casa de Saúde da Idanha ................................................................................ 23
1.2.1. Organograma ............................................................................................. 23
1.2.2. Serviços e Atendimento ............................................................................. 23
1.2.3. Unidades e Residências ............................................................................ 24
1.2.4. Projetos de Intervenção ............................................................................. 25
2. Caraterização da População da Casa de Saúde da Idanha .................................... 26
2.1. Esquizofrenia ................................................................................................... 26
2.2. Perturbação Bipolar .......................................................................................... 27
2.3. Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental (DID) ............................................. 27
2.4. Demência Mista................................................................................................ 28
2.5. Demência do tipo de Alzheimer ........................................................................ 28
3. Reabilitação Psicomotora na Casa de Saúde de Idanha ........................................ 29
3.1. Espaços e Horário de Estágio na CSI .............................................................. 29
3.2. Modelo de Avaliação e Observação Psicomotora ............................................. 31
4. Estudo-caso Individual ............................................................................................ 32
4.1. Enquadramento da Patologia ........................................................................... 32
4.2. História do Vida: Dados Relevantes ................................................................. 33
4.3. Relatório da Avaliação Inicial............................................................................ 33
4.4. Perfil Psicomotor .............................................................................................. 36
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Índice de Tabelas
Índice de Tabelas
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Introdução
O presente relatório surge como resultado da escolha do Ramo de
Aprofundamento de Competências Profissionais (RACP), inserido no 2º ano do
Mestrado em Reabilitação Psicomotora, organizado pela Faculdade de Motricidade
Humana, pertencente à Universidade Técnica de Lisboa.
O RACP (Martins, Simões e Brandão, 2012-2013) tem como objetivos gerais 1)
Estimular o domínio do conhecimento aprofundado no âmbito da Reabilitação
Psicomotora (dirigida às Pessoas com situações de Deficiência, Perturbações e
Desordens/distúrbios), nas suas vertentes científicas e metodológica, promovendo
uma competência reflexiva multidisciplinar; 2) Desenvolver a capacidade de
planeamento, gestão e coordenação de serviços e/ou programas de Reabilitação
Psicomotora, nos diferentes contextos e domínios de Intervenção; e 3) Desenvolver a
capacidade para prestar um contributo inovador na conceção e implementação de
novos conhecimentos e novas práticas, bem como no desenvolvimento de novas
perspetivas profissionais e políticas, visando o desenvolvimento do enquadramento
profissional e científico da área. Para além destes tem ainda um objetivo específico,
nomeadamente proporcionar aprendizagem e treino especificamente direcionados
para o exercício da atividade profissional e facilitar a inserção do mestrando no
mercado de trabalho, através do ganho de competências no domínio da Intervenção
pedagógico-terapêutica (psicomotora); da Relação com outros profissionais; e da
Relação com a comunidade.
O estágio teve lugar na Casa de Saúde da Idanha (CSI), instituição de
solidariedade social, integrada nos projetos das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado
Coração de Jesus (IHSCJ). A CSI preza a prestação de cuidados diferenciados, para
adultos, na área da saúde mental e psiquiatria, sendo por isso a população abrangida
durante o estágio diagnosticada com Dificuldades Intelectuais e Desenvolvimentais,
Quadros Demenciais e Perturbações Psiquiátricas.
O seguinte relatório irá, de uma forma resumida, retratar o trabalho
desenvolvido ao longo do estágio, estando dividido em três partes, designadamente
enquadramento teórico, onde serão abordados os temas saúde mental, o
envelhecimento, e a relação de ambos com a psicomotricidade; as atividades de
estágio na casa de saúde da Idanha, onde se tratará da caracterização da instituição,
caracterização da população atendida, reabilitação psicomotora na casa de saúde da
Idanha, estudo-caso individual, estudo-caso de grupo e os outros casos
acompanhados; e as outras atividades complementares de formação. No final, é
apresentada uma conclusão de todo o processo de estágio.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
1. Saúde Mental
É importante que se compreenda o termo “saúde”, pois é nele que se encontra
a base para qualquer tipo de abordagem ao indivíduo. Assim, a World Health
Organization (WHO) define saúde como o balanço que existe entre o indivíduo, como
pessoa singular, as outras pessoas da comunidade e o ambiente (WHO, 2004). De
uma forma mais específica, saúde é “a state of complete physical, mental and social
well-being and not merely the absence of disease or infirmity” (WHO, 1948, p.1).
Quartilho (2010) defende que a saúde mental está diretamente relacionada
com a qualidade de vida, uma vez que não é possível separá-la da saúde física, assim
como não é possível separar o corpo da mente. Deste modo, e recorrendo à
Organização anteriormente citada, pode dizer-se que o termo doença mental engloba
uma série de problemas abrangendo um espetro de sintomas. Da mesma fonte se
retira que, apesar do espetro ser muito alargado, existem aspetos presentes em todas
as perturbações que a doença mental engloba, nomeadamente os pensamentos
desorganizados e emoções, comportamentos e relações com terceiros desadequados.
Na sequência destas ideias, Ivbijaro e Funk (2008) referem que a WHO criou
um modelo de otimização dos serviços no âmbito da saúde mental, destacando a
qualidade de vida e a sua preservação. Os mesmos autores defendem que o princípio
pelo qual se rege este modelo é que nenhum serviço pode, individualmente, preencher
todas as necessidades de saúde mental da população. Este modelo assume que as
pessoas com perturbações mentais precisam de estar envolvidas na própria
recuperação, ainda que em níveis diferenciados, e surge em forma de pirâmide, que
segue em baixo:
Figura 1: A pirâmide de otimização de serviços para a saúde mental (Ivbijaro e Funk, 2008)
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
em detrimento de indivíduos com mais poder económico, sendo algumas das causas
apontadas a insegurança, falta de confiança, risco de violência e doenças físicas
(Patel & Kleinman, 2003, cit. por WHO, 2004). Para além da classe socioeconómica
também fatores individuais, experiências vividas, interação social, valores culturais e
estrutura social são aspetos determinantes à preservação da saúde mental (WHO,
2004).
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
surge o Guia para a Defesa dos Direitos em Saúde Mental, desenvolvido pela
Coordenação Nacional para a Saúde Mental (CNSM) (2009).
A defesa dos direitos em saúde mental tem vindo a ser desenvolvida ao longo
últimos anos, especialmente em toda a Europa, com vista a eliminar fontes de
discriminação para com estas pessoas (CNSM, 2009).
De acordo com a CNSM (2009), às pessoas diagnosticadas com um problema
de saúde mental é-lhes retirado o direito de opinião e o acesso às oportunidades ou
escolhas disponíveis à restante população. Deste modo, a defesa da saúde mental
tem como principais objetivos apoiar as pessoas a: expressar os seus pontos de vista
e preocupações; aceder à informação e aos serviços; defender e promover os seus
direitos e responsabilidades; explorar opções e fazer escolhas (CNSM, 2009).
Neste guia, é defendida a ideia de que as pessoas com problemas ao nível da
saúde mental poderão estar constantemente na presença de um defensor legal (que
irá salvaguardar os seus direitos e deveres ao longo do dia) mas que os amigos,
familiares e profissionais de saúde poderão sempre desempenhar esse papel sem
qualquer impedimento legal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) (1991, cit. por CNSM, 2009),
estabeleceu princípios para a proteção das pessoas com doença mental e para a
melhoria dos cuidados de saúde mental, designadamente: Direito aos melhores
cuidados de saúde mental disponíveis, integrados no sistema de saúde e apoio social;
Direito a ser tratado com humanidade e respeito pela dignidade inerente à pessoa
humana; Direito à proteção da exploração económica, sexual ou outra, de abusos
físicos ou tratamentos degradantes; Direito à não discriminação com base na doença
mental, ou seja, exclusão ou preferência que prejudique a igualdade do exercício dos
direitos; Direito ao exercício dos direitos civis, políticos, económicos sociais e culturais
reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos; Direito a recorrer a um
tribunal independente contra decisões referentes à sua capacidade ou incapacidade;
Direito à proteção dos seus interesses, através de um representante legal, quando
tenha sido declarado legalmente incapaz de gerir os seus assuntos pessoais; Direito a
viver e trabalhar, tanto quanto possível, na comunidade.
Direito ao reforço da autonomia – todos os tratamentos devem visar o aumento
das capacidades do doente; Direito à reabilitação, integração social e profissional e
participação na comunidade; Direito a ser tratado em serviços localizados na sua
comunidade de residência, e da forma menos restritiva possível; Direito ao
consentimento informado obtido livremente e à recusa dos tratamentos; Direito à
proteção da sua dignidade nos serviços onde é tratado, o que inclui a informação
sobre o tratamento e sobre direitos, privacidade, higiene, comunicação com o exterior,
confidencialidade, visitas, alimentação e instalações adequadas, atividades
ocupacionais; Direito à não discriminação em matérias legais, isto é, a não ser privado
dos seus direitos legais e civis, a não ser quando a sua incapacidade para os exercer
seja declarada por um perito, através de um processo legal; Direito a ser protegido de
tratamentos cruéis ou degradantes, ou de experiências médicas ou científicas
realizadas sem o seu consentimento informado.
A saúde mental assume uma importância cada vez maior na sociedade atual,
uma vez que condiciona em grande escala a qualidade de vida dos indivíduos. A atual
conjuntura económica e o stress associado às dificuldades sentidas no dia-a-dia são
dois fatores de risco que podem despoletar um aumento generalizado das patologias
do foro psiquiátrico, não só na população portuguesa mas também nos restantes
países. É importante criarem-se soluções que permitam colmatar os problemas
mencionados, ou criar estratégias de combate à tendência de crescimento da
percentagem de pessoas com doença mental, quer através de modelos de autoajuda
quer através da procura de técnicos especializados.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
2. Envelhecimento
De acordo com Fonseca (2001), na etapa final da vida, o ser humano caminha
para uma “desmaturidade” declinativa, onde se vão destruindo as aquisições mais
recentes. Pode-se, por isso, afirmar que a evolução caminha, portanto, para a
involução, i.e., a sequência dos fatores do desenvolvimento será invertida na
população idosa.
Numa perspetiva global urge salientar a existência de dois tipos de
envelhecimento, designadamente o envelhecimento primário, ou normal, e o
envelhecimento secundário, ou patológico (Fechine & Trompieri, 2012). É com base
nestes dois conceitos que se irá organizar os conteúdos deste capítulo.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Como foi possível compreender, a cognição é uma área bastante afetada com
o processo de envelhecimento, quer através de mudanças anatómicas cerebrais quer
devido a modificações funcionais. É importante que o indivíduo idoso procure manter-
se ativo a fim de condicionar a perda de défices ou limitar a sua implicação na
qualidade de vida.
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A terceira idade é uma fase da vida que acarreta limitações de ordem física e
psicológica ao ser humano, dificultando o desempenho de ações e tarefas do dia-a-
dia. Dependendo das circunstâncias ambientais e de como as pessoas reagem a
essas limitações, pode ocorrer, ou não, um isolamento social devido a sentimento de
vergonha que afeta diretamente a qualidade de vida do idoso (Costa, Miguel &
Pimenta, 2007).
De acordo com Costa et al. (2007), com o avançar da idade é clara a falta de
inserção do idoso no meio social, traduzindo-se numa incapacidade ou dificuldade em
percecionar a sua importância na sociedade, bem como na desvalorização de ações
ou atividades que o satisfaçam. Assim, de acordo com o mesmo autor, com o
isolamento social surge a falta de afeto, falta de reconhecimento, ausência de
realização pessoal e de perspetivas.
Uma das formas apontadas para reverter essa situação é a realização de
atividades em que o idoso conviva com outras pessoas, dando-lhe oportunidade de,
não apenas conhecer outros indivíduos, mas também de se redescobrir, tendo
igualmente a oportunidade de vencer desafios, motivando-se (Costa et al., 2007).
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2.2.1. Demência
Segundo APA (2000), Linden, Colletle e Juillerat (2001), Fonseca et al. (2008)
e Guerra (2012) a demência é caracterizada por uma deterioração ao nível da
memória, afetando algumas funções cognitivas, e que compromete a qualidade de
vida e desempenho das funções executivas e de vida diária dos indivíduos. Para além
das dificuldades ao nível da memória, para se estar diante de um caso de demência é
fundamental que se associe, pelo menos, um dos sintomas de afasia, apraxia, agnosia
ou disfunção nas funções executivas (APA, 2000; Guerra, 2012).
A afasia está relacionada com a incapacidade em atribuir nomes a objetos ou
pessoas, tornando o discurso pouco coerente devido ao conteúdo vago, podendo
atingir, nos casos mais avançados de demência, um quadro de mutismo ou ecolalia; a
apraxia prende-se com a incapacidade de realizar uma ação motora, apesar de o
indivíduo se encontrar fisicamente habilitado e de compreender a solicitação; a
agnosia vai ao encontro da falta de capacidade para identificar objetos, apesar de
poder manter as funções sensoriais intactas, chegando, nos casos mais avançados da
doença, a não reconhecer a própria casa ou os familiares; e a disfunção nas funções
executivas relaciona-se com a dificuldade no planeamento e execução das atividades,
acabando por comprometer em grande escala a qualidade de vida do indivíduo (APA,
2000).
Em termos etiológicos, um quadro demencial pode ser resultado de uma
predisposição ao nível da condição médica do indivíduo, pelo uso de substâncias por
tempo prolongado, ou por ambos os motivos (APA, 2000). A demência pode ser de
três tipos distintos, designadamente progressiva, estática ou regressiva, sendo que
esta última ocorre em casos de surgimento por défice de vitaminas ou por exposição a
um tratamento por um determinado período de tempo (APA, 2000). A demência do tipo
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1. Caracterização da Instituição
1.1. Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus
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1.2.1. Organograma
A Casa de Saúde da Idanha (CSI) foi fundada em 1894 por São Bento Menni e
é intitulada com sendo o primeiro centro assistencial da congregação das IHSCJ em
Portugal (OHR, 2005 e IHSCJ/CSI, s/d). Assim sendo respeita os mesmos modelos e
princípios mencionados para as IHSCJ.
A CSI é um estabelecimento de saúde que tem como principais áreas de
intervenção a saúde mental e psiquiatria, abrangendo sete valências, designadamente
Psiquiatria (unidades de internamento e unidades residenciais), Psicogeriatria
(unidades de internamento), Deficiência Mental (Irá utilizar-se a denominação Dificuldade
Intelectual e Desenvolvimental – DID para substituir Deficiência Mental) (unidades de internamento
prolongado e unidades residenciais), Cuidados Continuados Integrados (unidade de
cuidados paliativos e unidade de média duração e reabilitação), Ambulatório
(consultas de diversas especialidades médicas e terapêuticas e apoio domiciliário em
cuidados paliativos), Área de Dia e Reabilitação Profissional (POLISERCOOP -
Cooperativa de Solidariedade Social na área de lavandaria e apoio domiciliário)
(IHSCJ/CSI, s/d).
Para além destas valências, a Casa de Saúde da Idanha proporciona também
diversas atividades a realizar no exterior da instituição, tais como os jogos tradicionais
(um dia/ano), campos de férias (10 dias/ano), fim de semana hospitaleiro (3 dias/ano),
experiência missão hospitaleira (entre 10 a 15 dias/ano), retiro hospitaleiro (3 dias/ano)
e acompanhamento pessoal (IHSCJ/CSI, s/d).
Orienta-se pelos princípios estipulados pela Doutrina Social da Igreja, tentando
sempre ajustar o modo de intervenção na comunidade de acordo com as
necessidades que vão surgindo ao longo dos tempos, bem como com a dimensão
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
física, psíquica e espiritual da pessoa (IHSCJ/CSI, s/d). Deste modo tem como
objetivos gerais a prestação de cuidados de saúde de qualidade aos utentes e família;
proporcionar um ambiente seguro e confortável, incentivando a autonomia; promover a
investigação em saúde mental e psiquiatria; e desenvolver as atividades de ensino pré
e pós graduado em diferentes áreas de saúde (IHSCJ/CSI, s/d).
Para salvaguardar o atingir dos objetivos propostos, bem como dos valores
estabelecidos, a CSI conta com uma equipa multidisciplinar que conta com 16
médicos, 97 enfermeiros, quatro psicólogos, quatro assistentes sociais, um
psicomotricista, quatro terapeutas ocupacionais, três fisioterapeutas, um higienista
oral, dois animadores sociais, dois monitores e diversos auxiliares de apoio geral e
pessoal administrativo (IHSCJ/CSI, s/d). Esta equipa multidisciplinar está responsável
pelos serviços técnico-assistenciais e pelos serviços sócio-terapêuticos (IHSCJ/CSI,
s/d). Os serviços técnico-assistenciais englobam os serviços médicos, tais como
psiquiatria, neurologia, clínica geral, ginecologia, otorrinolaringologista, estomatologia
e higiene oral; serviços de enfermagem, de psicologia, serviço social, de nutrição, de
Terapia Ocupacional, de Medicina Física e Reabilitação/ Terapia da Fala, Serviço de
Psicomotricidade e Atividade física adaptada (IHSCJ/CSI, s/d). Por outro lado os
serviços sócio terapêuticos dizem respeito ao serviço pastoral de saúde, voluntariado,
receção e acolhimento, serviços de apoio geral, animação, ateliês de atividades
produtivas e criativas, sala de estimulação sensorial snoezelen e tanque terapêutico
(IHSCJ/CSI, s/d).
Esta casa tem uma lotação máxima de 525 camas repartidas em 17 unidades
de internamento, quatro residências internas de apoio máximo ou moderado e quatro
residências na comunidade de apoio moderado (IHSCJ/CSI, s/d). De acordo com as
informações fornecidas pela Dra. Ana Morais, pela Dra. Filipa Santos e pelo Plano de
Gestão da CSI, as unidades e residências da CSI organizam-se de acordo com a
seguinte discriminação:
Unidades 1 e 2: são unidades mistas de curto internamento na ala da
psiquiatria e têm lotação de 30 e 12 utentes, respetivamente (CSI, 2012) que
abrangem perturbações psicóticas, perturbações do humor e perturbação da
ansiedade;
Unidades 3, 4 e 5: são de longo internamento na ala de psiquiatria e
exclusivamente femininas, com uma lotação máxima de 29 utentes nas duas
primeiras e 30 na última (CSI, 2012), acolhendo diagnósticos de
esquizofrenia e depressões profundas;
Unidade 6: é uma unidade feminina na ala da Dificuldade Intelectual e
Desenvolvimental (DID) com lotação de 27 utentes (CSI, 2012) com
necessidade de apoios pervasivos;
Unidades 7, 8, 9, 10, 11 e 12: são unidades de psicogeriatria, no entanto
apenas a 8 e a 10 são mistas, sendo as restantes exclusivamente femininas,
com uma lotação máxima que varia entre os 24 e os 29 utentes (CSI, 2012);
Unidade 13: tem uma lotação de 21 utentes e destina-se à reabilitação de
Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC’s) (CSI, 2012);
Unidade 14: é mista e está na ala de gerontopsiquiatria e reabilitação
cognitiva, acolhendo no máximo 24 utentes numa duração de internamento
que irá no máximo até aos três meses (CSI, 2012);
Unidades 15 e 16: estão na ala da DID e têm capacidade para 40 e 22
utentes do género feminino, respetivamente (CSI, 2012);
Unidade 17: que está destinada aos cuidados paliativos e que tem
capacidade para albergar, no máximo, dez utentes com doenças terminais
(CSI, 2012).
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2.1. Esquizofrenia
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De acordo com APA (2000), a perturbação bipolar tipo I faz parte das
perturbações do Humor e é caracterizada pela ocorrência de um ou mais Episódios
Maníacos ou Episódios Mistos.
A consequência com maior prevalência nesta perturbação é a ocorrência de
suicídio, que abrange cerca de 10 a 15% das pessoas com esta patologia. À
semelhança desta, existem também algumas perturbações mentais associadas, como
é o caso da anorexia nervosa, fobia social, défice de atenção e até consumo de
substâncias (APA, 2000).
Existe uma grande influência que, segundo o APA (2000), constrói a ideia de
que esta é uma perturbação com uma forte evidência genética. De acordo com a fonte
mencionada, os parentes biológicos em primeiro grau de indivíduos com perturbação
bipolar do tipo I têm elevados índices da mesma perturbação, assim como da
perturbação depressiva de major e perturbação bipolar tipo II.
A perturbação bipolar tipo II também pertence às perturbações do Humor. A
sua característica principal é um curso clínico marcado pela ocorrência de um ou mais
Episódios Depressivos Major acompanhados por um Episódio Hipomaníaco (APA,
2000).
Os sintomas desta perturbação causam sofrimento ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional em áreas importantes de vida, para que tal possa
ser diagnosticado. Além disso, uma das ocorrências mais frequentes é o
esquecimento do que foi vivido durante os períodos hipomaníacos. (APA, 2000)
Entre os dois tipos de perturbação é similar a percentagem atribuída ao suicídio
e aos transtornos mentais associados, no entanto existe a indicação (APA, 2000) que
o tipo II é mais comum em mulheres, correndo mesmo o risco de estas o
desenvolverem no período pós-parto.
O mesmo manual de diagnóstico afirma que existe uma componente genética
bastante significativa nestes casos, sendo que os parentes biológicos em primeiro
grau dos indivíduos com perturbação bipolar tipo II têm índices elevados de
perturbação do tipo II, do tipo I e perturbação depressiva de major.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
4. Estudo-caso Individual
Idade: 83 anos
Diagnóstico: Quadro Demencial com co-
Utente: A.S.
-morbilidade com Doença de Parkinson
Unidade Maria Josefa (U14)
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
A avaliação inicial foi feita em duas sessões, tendo sido feita a paragem na
primeira pausa, uma vez que estava na hora do lanche.
No início da avaliação, em ambas as sessões, a utente A.S. encontrava-se com
um humor eutímico. Tendo sido questionada sobre a data atual a utente referiu não
saber em ambas as sessões.
Na área do “equilíbrio estático” a utente realizou as tarefas de pés juntos, ponta
dos dois pés e sobre um pé com sucesso. No que se refere à tarefa de equilíbrio na
ponta de um só pé revelou dificuldades, designadamente desequilíbrios constantes.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
cabelo, palma da mão, cotovelo, pescoço, orelha, nuca, barriga e pálpebra, mas não o
tornozelo e a coxa. No exercício realizado ao contrário, i.e., na nomeação após
sinalização, a utente teve êxito em todas as regiões (barriga, braço, joelho, cabelo,
polegar, boca, calcanhar, costas, dentes e sobrancelha). Relativamente à imitação de
posições, a utente teve dificuldades na imitação de uma posição, em quatro
realizadas, sendo que na imitação sem modelo foi capaz de realizar todas elas.
Na área da “vigilância”, a utente não conseguiu agarrar no cubo ao sinal,
demonstrando apenas intenção de o agarrar quando a paragem terminava, quatro ou
cinco números após o indicado previamente. Na identificação das cores e formas, a
utente foi capaz de referir corretamente a cor e forma das três primeiras imagens
(circulo roxo, retângulo verde e quadrado amarelo) mas nem a cor ou forma da última
apresentada (triângulo vermelho).
A “memória percetiva” revelou-se como uma área em que a utente apresenta
dificuldades ao nível da evocação de cores bem como na evocação livre de posições.
No entanto, na evocação com pistas a utente recordou-se de uma posição que havia
sido feita anteriormente, pelo que já não se passou ao reconhecimento.
No “domínio espacial”, a A.S. não conseguiu dizer, sem ajuda, a instituição
onde estava, nem onde esta se encontrava geograficamente, porém, com o auxílio de
pistas, a utente deu as duas respostas corretas, ainda que acompanhadas de bastante
hesitação. Na orientação não apresentou qualquer problema uma vez que a utente
respondeu corretamente às questões colocadas referentes aos objetos que se
encontravam em cima e em baixo de um móvel, bem como à sua frente e atrás de si.
Na divisão de linhas, a utente teve sucesso na divisão da de 10cm em duas, mas não
na de 15cm em três. As sequências de deslocamentos foram complicadas,
verificando-se apenas o sucesso em uma de quatro tarefas. Relativamente à
orientação dos objetos, a utente foi capaz de indicar qual se situava à direita do objeto
número um, mas incapaz de referir se o objeto número um estava à direita ou à
esquerda do número dois. Na orientação dos deslocamentos a utente foi incapaz de
indicar o caminho para a casa de banho ou para o refeitório da sua unidade.
Na área de “memória verbal” a evocação imediata das três palavras ocorreu
sem anotações especiais, não tendo sido necessário realizar-se a evocação após
repetição. Quanto aos momentos do dia, a utente não respeitou uma sequência lógica,
ignorando aspetos fundamentais do dia-tipo, como refeições ou higiene pessoal. Na
evocação diferida a A.S. não conseguiu realizar uma evocação livre, porém na
evocação com pistas foi capaz de se lembrar de duas das três palavras, não tendo
sido por isso necessário passar-se à fase do reconhecimento.
Na área da “perceção” a utente reconheceu e cantou a canção dos “parabéns a
você”. Quanto à reprodução das estruturas rítmicas a utente foi capaz de realizar
apenas duas das quatro sequências apresentadas. A estereognosia decorreu sem
problemas na identificação da colher e do material com que é feita, no entanto a bola
foi reconhecida como bola mas referiu ter a forma de quadrados. A identificação de
imagens decorreu sem necessidade de anotações especiais. Relativamente à leitura
do texto, e tendo em atenção que este demorou um pouco mais do que o tempo
previsto, registaram-se duas anomalias.
Na área do “domínio temporal” verificou-se que a utente tem apenas
consciência do dia e mês em que nasceu, não se recordando do ano. A data do dia
não foi referida pois a utente não se lembrava nem do dia da semana, do dia do mês,
do mês ou mesmo do ano. A utente foi capaz de ver as horas no relógio corretamente.
Foi também capaz de nomear, seguindo a sequência lógica, os dias da semana e os
meses do ano, bem como qual o dia antes de segunda-feira e o més após Março. Na
sequência de eventos a utente não realizou uma sequência lógica nem explicou a
razão da sua escolha, limitando-se a descrever as imagens isoladamente.
Na área da “comunicação”, a utente apresentou uma linguagem coerente e
adequada, bem como uma boa compreensão das instruções e uma expressão gestual
adequada, tendo sido incapaz, no entanto, de revelar um rosto expressivo. A utente
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Áreas de
Objetivos Gerais Objetivos Específicos Atividades Estratégias Recursos
Intervenção
PSICOMOTRICIDADE
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
COGNIÇÃO E LINGUAGEM
(4) Potenciar a (todas as supra
(4a) Desenvolver a capacidade de - Reforço verbal da
capacidade de atenção; mencionadas)
atenção seletiva; instrução (todos os supra
Atenção/ +
- Atividades cognitivas mencionados)
Concentração (5) Potenciar a Redução de
(5a) Promover a concentração para a de focalização da
capacidade de estímulos
tarefa. atenção
concentração. distráteis
- Atividades cognitivas
(e.g. reconhecimento de
(6a) Melhorar a memória visual, tátil e estímulos táteis sem o (todas as supra (todos os supra
Memória (6) Estimular a memória. auditiva; auxílio visual) mencionadas) mencionados)
(6b) Melhorar a evocação de memória - Atividades de
verbal. repetição de tarefas a
consolidar
SOCIO-AFETIVIDADE
(7a) Promover a integração em
- Atividades de
atividades de dinâmica de grupo;
(7) Potenciar a diminuição simulação
Isolamento social
do isolamento social. - Atividades de
(7b) Potenciar competências para as
representação
relações com pares.
(todas as supra (todos os supra
mencionadas) mencionados)
(8a) Promover a capacidade de
identificação das atividades mais
(8) Promover a
Identificação de significativas; - Listas de interesses
identificação de
interesses - Reflexões críticas
interesses.
(8b) Potenciar a elaboração de uma lista
de atividades ocupacionais de interesse
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Orientação - Promover a
É realizada uma conversa inicial onde é perguntado à Quadro de
para a orientação Verbalização 2’
utente qual a data, o dia da semana e o estado do tempo. velcro com
realidade temporal. Descoberta Guiada
peças
- Manutenção do
A utente circula livremente pela sala, transportando uma
Ativação geral conhecimento da Verbalização
bola ouriço, alternando a parte do corpo em que o Bola Ouriço 10’
noção do corpo; Descoberta Guiada
transporta (conforme for pedido).
- Promover o
equilíbrio dinâmico
- Potenciar
A utente será levada à sala de snoezelen e será realizada momentos de
uma sessão de relaxação e exploração do sentido tátil. relaxação;
Relaxação Verbalização Materiais de
Serão realizadas tarefas de reconhecimento tátil e de - Manutenção do 30’
Ajuda física Snoezelen
exploração de diferentes texturas e temperaturas. sentido tátil;
- Promover a
verbalização de
sensações.
Retorno à Serão realizadas massagens com creme nas mãos da - Promover a noção
Verbalização
utente, valorizando diferentes pressões e formas de do corpo; - 5’
calma Ajuda física
massajar. - Promoção da
relaxação
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
fracas o progresso das mesmas era já esperado devido à idade da utente e ao tempo
que se verifica o quadro demencial, estando já presente um trabalho de manutenção
das capacidades ao invés da estimulação ou capacitação das mesmas.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
5. Estudo-caso Grupo
O grupo de idosos, pertence na totalidade à Unidade Maria Josefa, era um
grupo volátil, i.e., sem utentes fixos por um período superior a três meses. Em cada
reunião semanal eram integrados no grupo novos casos que entravam, desde que
reunissem competências para o trabalho em dinâmica de grupo. Deste modo, foi
apenas, de uma forma formal, a realização da avaliação inicial, sendo que as altas
eram dadas, por diversas vezes, no dia em que informavam as técnicas, não existindo
por isso condições para a criação de um espaço e ambiente formal de avaliação.
Assim, a avaliação final foi elaborada informalmente, no entanto, relata o progresso
realizado por cada um dos utentes.
O Plano de Intervenção Psicomotora foi realizado tendo em conta o que seria
expectável de um grupo com uma média etária acima dos 65 anos e com um
comprometimento cognitivo, focalizando-se o trabalho numa estimulação geral de
âmbito psicomotor.
O grupo é composto por dez utentes, sendo apenas um do género masculino
(U10), com idades compreendidas entre os 70 e os 95 anos, com uma idade média de
80,4 anos. Outros cinco idosos fizeram parte do grupo mas não serão abordados uma
vez que estiveram inseridos no grupo durante um período de tempo bastante reduzido,
não tendo existido possibilidade de se realizar uma intervenção adequada.
Relativamente aos diagnósticos dos idosos do grupo destacam-se quadros
demenciais sem especificação, demências associadas a doença de Parkinson,
demência do tipo de Alzheimer e défices cognitivos de etiologias distintas.
Os utentes encontram-se identificados numericamente de um a dez, sendo que
poderão ser encontradas mais informações sobre cada um deles em anexo 2.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Foi realizada a avaliação aos utentes (Ux) utilizando o Exame Geronto-Psicomotor (EGP). Contudo, como este instrumento ainda
se encontra em validação para a população portuguesa, os resultados abaixo serão apresentados segundo uma análise qualitativa. Uma
vez que os relatórios de avaliação são extensos, e o grupo abrange um elevado número de utentes, os resultados serão sucintamente
apresentados num formato de gráfico a fim de facilitar a consulta dos mesmos.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Áreas de
Objetivos Gerais Objetivos Específicos Atividades Estratégias Recursos
Intervenção
PSICOMOTRICIDADE
Percurso com diferentes
(1a) Desenvolver o equilíbrio dinâmico na marcha
(1) Promover o formas e ritmos de
Equilíbrio Dinâmico acelerada e na corrida;
equilíbrio dinâmico. deslocação;
(1b) Potenciar várias formas de deslocação.
Verbalização;
Motricidade Fina Moldagem plasticina;
(2a) Desenvolver a pega por oponência polegar- Demonstração;
dos membros (2) Potenciar a Atividades de colagem;
indicador;
superiores e motricidade fina. Percursos de pegadas;
inferiores (2b) Promover a coordenação óculo-pedal. Pontapear ao alvo. Descoberta
Guiada
Material de
(3) Potenciar a Ginásio;
praxia fina Reforço
(3a) Manter a capacidade de escrita e desenho; Cópia de figuras; Positivo;
Praxia Fina Material de
(4) Promover a Atividades de contorno; Snoezelen;
(4a) Potenciar/ Manter a capacidade de mimar. Feedback;
capacidade Jogos de mímica.
simbólica Material
Análise de
elaborado
(5a) Potenciar a orientação espacial; Tarefas;
para os
(5) Promover a (5b) Desenvolver a orientação temporal; Ajuda Física. objetivos.
Estruturação Realização de mapas;
estruturação (5c) Promover a capacidade de representação Orientação para a
Espácio-Temporal
espácio-temporal. topográfica. realidade;
Atividades cognitivas.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
COGNIÇÃO E LINGUAGEM
Atividades cognitivas;
(6a) Melhorar a memória percetiva visual, Atividades de
(6) Estimular a auditiva, gustativa e tátil; (todos supra (todas supra
Memória repetição;
memória. mencionados) mencionadas)
(6b) Melhorar evocações de memória verbal. Momentos de
evocação.
SOCIO-AFETIVIDADE
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
51
A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
5.4.1. Utente 1
52
A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
5.4.2. Utente 2
5.4.3. Utente 3
53
A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
5.4.4. Utente 4
5.4.5. Utente 5
54
A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
dependente de terceiros para a realização das atividades de vida diária e até mesmo
para a deambulação, feita somente com um cadeirão.
Deste modo a utente foi retirada do grupo de intervenção por não apresentar
quaisquer benefícios em termos individuais e por não permitir a estabilização do
restante grupo.
5.4.6. Utente 6
5.4.7. Utente 7
55
A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
5.4.8. Utente 8
5.4.9. Utente 9
56
A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
5.4.10. Utente 10
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
deste modo o isolamento social que já se fazia sentir em bastantes utentes. Eram
então incentivados os momentos de trabalho a par e o reforço da instrução dado por
utentes, o que de modo geral pareceu agradar aos intervenientes. Foi interessante
perceber que, apesar de não se recordarem dos nomes dos colegas de grupo, era
bastante frequente perguntarem uns pelos outros quando alguém se encontrava
ausente, o que revelava a criação de alguns laços afetivos.
Uma das maiores dificuldades neste estudo-caso foi o número de utentes que
constituíam o grupo, bem como a sua heterogeneidade e a volatilidade no que toca
aos processos de admissão e alta. Tendo como principal preocupação o bem-estar e a
harmonia na relação entre as necessidades dos utentes e as sessões planeadas, foi
bastante complicado conciliar todos os fatores referidos.
O plano de intervenção psicomotora foi elaborado a pensar na globalidade de
sintomas que se esperava encontrar tendo em conta a idade e diagnósticos
apresentados, no entanto a verdade é que havia utentes que em tudo saíam do
panorama inicialmente previsto, quer pelas capacidades demonstradas acima das do
restante grupo, quer pela situação contrária. Nestes casos, adotou-se uma postura de
individualização do plano de sessão, i.e., ter o mesmo plano para todos os
intervenientes no grupo, no entanto diferenciar níveis de complexidade na realização
das tarefas, e.g., aprofundar questões com uns utentes que não são tão debatidas
com outros, ou atribuição de funções com responsabilidade, como explicar atividades
aos colegas ou auxiliar na arrumação e seleção do material.
Outra das dificuldades prendeu-se com a desvantagem numérica no que toca à
manutenção da atenção, i.e., tornou-se por vezes complicado desdobrar duas técnicas
por cinco ou seis utentes, cada um deles com necessidades diferentes e que
requeriam abordagens relacionais, por vezes totalmente opostas. Perante este
cenário, as técnicas assumiam três ou quatro utentes como “seus”, ficando
responsáveis por lhes prestar assistência, não invalidando o auxílio entre técnicas ou
entre utentes ao longo da sessão.
Em termos organizacionais funcionou bastante bem a divisão das sessões
semanais entre psicomotricidade e estimulação sensorial pois permitiu aos utentes
explorarem a área das sensações, muito pouco explorada noutras situações, que
possivelmente não seria tão trabalhada caso não tivessem esta sessão pré-
estabelecida. Além disso, foi interessante constatar que os utentes tiravam bastante
prazer destas sessões por contemplar atividades pouco conhecidas e vividas. As
sessões de psicomotricidade, apesar de serem feitas com os mesmos utentes das
sessões de estimulação sensorial, focavam-se mais num trabalho em grupo, por ser
mais produtivo para os utentes e por ser mais vantajoso no que toca à execução das
atividades.
Relativamente à componente pessoal foi bastante enriquecedor na medida em
que houve necessidade de explorar áreas de abordagem totalmente diferentes de
utente para utente, e porque foi importante, na perspetiva de crescimento profissional
e pessoal, ter de lidar com o grupo de tal forma numeroso e heterogéneo. Foi
interessante perceber como por vezes se torna difícil conciliar uma sessão com tantas
pessoas e permanecer concentrado nos cuidados a ter com cada uma delas,
permanecendo a regulação da própria atividade com intencionalidade terapêutica.
O grupo do meio aquático é composto por três utentes do género feminino com
39, 49 e 55 anos, todas com diagnóstico de DID. A intervenção começou no início de
Novembro e terminou em meados de Maio (seis meses) e decorreu no tanque
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
terapêutico, semanalmente e com uma duração de uma hora dentro de água, existindo
também o acompanhamento e trabalho das AVD’s na preparação nos balneários.
Foi realizada uma avaliação inicial às utentes, individualmente, utilizando itens
da Bateria Psicomotora. As áreas fracas observadas enquadram-se em três áreas, a
psicomotora; a cognição e linguagem; e sócio afetividade, sendo observável em
tarefas de equilíbrio, praxias, noção do corpo, atenção/ concentração, linguagem
expressiva, isolamento social e identificação de interesses. O Plano de Intervenção
Psicomotora (anexo 3) assentou igualmente nas áreas fortes manifestadas pelas
utentes, nomeadamente tonicidade, estruturação espácio-temporal, linguagem
recetiva, afetividade e humor.
A intervenção incidiu sobre as áreas referidas através de atividades de caráter
lúdico que iam ao encontro dos principais interesses das utentes, justificando-se deste
modo a presença de pelo menos uma atividade com bola por sessão. Todas as
semanas eram trabalhadas as competências necessárias à propulsão em meio
aquático, tais como a respiração, diferentes formas de locomoção e progressão em
decúbito dorsal e em decúbito ventral.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
3. Jogos Tradicionais
Os jogos tradicionais realizaram-se na clínica psiquiátrica de São José, em
Lisboa, a 21 de Novembro de 2012, e tiveram uma duração das 10h às 18h. Nesta
edição dos jogos participaram as casas de saúde da Idanha, de Braga, da Luz,
Assomar, Guarda e Condeixa. Realizaram-se dois jogos na parte da manhã e dois da
parte da tarde: jogo da malha, jogo das argolas, jogo dos balões e copos e jogo das
castanhas. No final havia ainda um jogo surpresa onde participaram colaboradores e
utentes.
Todos os jogos tinham como participantes os utentes, dois por jogo,
acompanhados por técnicos (estagiárias) que com eles tinham treinado na sua
instituição.
63
A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
6. Carta de Identidade
A carta de identidade da instituição foi apresentada pela enfermeira-chefe e
pela terapeuta ocupacional da unidade Maria Josefa, a 10 de Dezembro de 2012.
Esta apresentação foi dirigida a todos os colaboradores da unidade, no entanto
teve um impacto especial nos estagiários, uma vez que, se falou, pela primeira vez,
dos valores pelos quais a CSI se rege, bem como os pilares onde assenta. Esta
comunicação permitiu um melhor conhecimento do local de estágio, bem como uma
integração mais harmoniosa nas rotinas da instituição.
No final realizou-se um pequeno exercício onde cada grupo teria de criar um
exemplo da prática profissional onde se inserissem alguns valores da instituição,
justificando a sua ação.
8. Terapia de Validação
A formação relativa à terapia de validação foi apresentada pela estagiária de
enfermagem, na unidade Maria Josefa, a 17 de Dezembro de 2012.
Foi uma apresentação muito interessante pois abordou um tema que era
apenas conhecido pelos enfermeiros e que, na realidade, é realizado por todos os
técnicos, diariamente, na conversa com os utentes. Foi muito importante a escolha da
temática uma vez que a terapia de validação acaba por ser um ponto crucial no
estabelecimento de comunicação com os utentes desta unidade, fornecendo assim
aos colaboradores mais estratégias e formas de estabelecer esta relação.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
Conclusão
A importância de se refletir no final de um período de estágio é indiscutível,
sendo-o também quando esse mesmo estágio assumiu um papel preponderante na
formação pessoal e profissional do estagiário. A capacidade de refletir sobre os
desafios e aprendizagens é possível após um período de maturação e
consciencialização sobre o que foi mais significativo e relevante para o
desenvolvimento do “eu”.
O envelhecimento é um processo que merece ser estudado e analisado numa
perspetiva holística, valorizando as alterações que o processo implica e compreender
a forma como compromete o funcionamento individual e a qualidade de vida. O
envelhecimento também deve ser olhado numa perspetiva mais minuciosa, verificando
as modificações específicas de cada área/ órgão/ estrutura no processo de
retrogénese do desenvolvimento. Apesar de ser um tema que atrai cada vez mais
estudiosos e cientistas, não existem muitas referências que destaquem uma
abordagem preventivo-terapêutica. A única exceção são alguns problemas de
atividade física como atenuante dos défices decorrentes do envelhecimento. São, por
isso, de difícil acesso referências bibliográficas que destaquem a importância da
psicomotricidade no envelhecimento, i.e., valorizando a psicomotricidade como terapia
fundamental nesta faixa etária.
No início deste relatório foram estipulados objetivos a cumprir durante o
período de estágio, nomeadamente estimular o domínio do conhecimento aprofundado
no âmbito da Reabilitação Psicomotora, nas suas vertentes científicas e
metodológicas; desenvolver a capacidade de planeamento, gestão e coordenação de
serviços e/ou programas de Reabilitação Psicomotora, nos diferentes contextos e
domínios de Intervenção; e desenvolver a capacidade para prestar um contributo
inovador na conceção e implementação de novos conhecimentos e novas práticas,
bem como no desenvolvimento de novas perspetivas profissionais e políticas.
Considero que todos os objetivos foram cumpridos, através da avaliação, planeamento
e dinamizações de sessões individuais e em grupo nas áreas da saúde mental,
envelhecimento patológico e dificuldades intelectuais e desenvolvimentais; bem como
através da inserção e participação dos estagiários nas dinâmicas organizadas pela
CSI e pela comunidade hospitaleira; apresentações dos casos clínicos individuais; e
participação em todas as reuniões de equipas multidisciplinares.
As reuniões de equipa foram um dos pontos-chave deste estágio, uma vez que
permitiu compreender a importância prática de um tema, muitas vezes debatido
teoricamente. Estes encontros entre profissionais permitia reunir o maior número de
informação sobre um indivíduo, analisá-lo holisticamente e criar um plano de
intervenção que melhor se adaptasse às suas necessidades, procedendo-se ao
encaminhamento para as diferentes áreas de intervenção. Foi bastante interessante
compreender que, apesar do nosso papel enquanto estagiárias, foi-nos sempre dada
uma voz ativa na discussão dos diversos casos, bem como o emitir de opinião sobre o
tipo de intervenção a proporcionar.
Sobre este último ponto, há a referir a excelente integração das estagiárias por
parte de todos os técnicos da instituição, sempre dispostos para esclarecer questões
ou auxiliar nas atividades/ procedimentos do dia-a-dia; e por parte da comunidade
hospitaleira, através da participação das estagiárias em todas as atividades realizadas
com utentes na comunidade e em todas as reflexões realizadas por técnicos ou irmãs
da Casa de Saúde da Idanha. As reflexões em que participámos foram de extrema
importância, não só na aquisição de conhecimentos mas também na
consciencialização do que eram os valores e atitudes pelos quais o local de estágio se
regia, permitindo-nos assim adaptar a nossa intervenção e maneira de estar, de
acordo com os princípios defendidos.
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A Psicomotricidade na Envelhecimento Patológico
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Anexos
Índice de Anexos
Utente n.º 1
Idade: 87 anos
Diagnóstico: Quadro Demencial com
Utente n.º 1: A.A. comorbilidade com Doença de Parkinson
(Género Feminino) Data Internamento: 11/12/2012
Data Alta: 22/02/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente A.A. é natural de Cascais, tem 87 anos, é casada e tem três filhos.
Foi diagnosticada com demência de Parkinson há 20 anos, após um Acidente Vascular
Cerebral (AVC) que teve uma réplica há quatro anos.
É uma utente analfabeta, com degradação das funções cognitivas, desorientada no
tempo e espaço e com elevado risco de queda.
A sua síndrome demencial é acompanhada por atividade delirante de conteúdo
persecutório e alucinações visuais. Tem um índice de Barthel avaliado em 25, o que sugere
que é uma utente severamente dependente de terceiros. Foi internada para controlo
sintomático e estimulação cognitiva.
É uma utente com uma linguagem expressiva pouco clara e com dificuldades notórias
na articulação das palavras, não sendo, no entanto, uma barreira à sua participação nas
atividades. Apresenta-se, na maioria das vezes, com um humor eutímico, revelando um estado
mais sonolento nas atividades realizadas na parte da manhã. Gosta muito de atividades
expressivas e plásticas e demonstra uma motivação constante para a realização das tarefas
propostas ao longo das sessões.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Equilíbrio estático, Equilíbrio dinâmico, Mobilização articular passiva,
Motricidade fina dos membros inferiores, Noção do corpo.
Áreas Fracas: Mobilização articular ativa, Motricidade fina dos membros superiores,
Praxias, Memória percetiva, Domínio temporal, Perceção
Utente n.º 2
Idade: 84 anos
Diagnóstico: Demência do tipo de Alzheimer
Utente n.º 2: A.B.
Data Internamento: 10/12/2012
(Género Feminino)
Data Alta: 07/02/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente A.B. é natural de Lisboa, 84 anos, é viúva e tem dois filhos.
Não tem antecedentes pessoais ou familiares.
Tem como diagnóstico demência de Alzheimer, verificando-se já uma deterioração da
memória com agravamento progressivo. Está desorientada no tempo e espaço, associada a
uma confusão mental, no entanto sem alterações do comportamento.
O seu índice de Barthel está avaliado em 95 (ligeiramente dependente) verificando-se
que a A.B. só não é independente nos cuidados de higiene.
É uma utente que nem sempre está disposta para a realização das atividades
propostas, revelando constantemente queixas físicas. Na maioria das vezes apresenta um
humor deprimido, verificando-se que este por vezes se altera para eutímico no decorrer da
sessão.
A utente A.B., apesar de comunicar muito bem, não se verificando quaisquer
condicionantes, não consegue demonstrar preferências por umas atividades em detrimento de
outras, assim como na identificação das suas dificuldades.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Equilíbrio estático, Equilíbrio dinâmico, Mobilização articular, Motricidade
fina dos membros inferiores, Noção do corpo, Comunicação.
Áreas Fracas: Motricidade fina dos membros superiores, Praxias, Memória percetiva,
Memória verbal, Perceção, Domínio temporal, Domínio espacial.
Utente n.º 3
Idade: 80 anos
Diagnóstico: Quadro de dificuldades
cognitivas e desorientação espacial e
Utente n.º 3: B.T. temporal
(Género Feminino)
Data Internamento: 27/11/2012
Data Alta: 13/03/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente B.T. é natural de Lamego, 80 anos, é casada e tem oito filhos. Para além de
um quadro de dificuldades cognitivas, desorientação espacial e temporal, insónias e sintomas
comportamentais com agitação noturna, a utente tem também um problema de saúde física
que é a diabetes.
Conta com já três internamentos, os primeiros em 2010 por exaustão do cuidador e o
presente em Outubro de 2012 para controlo de sintomatologia.
De acordo com o processo clínico tem um índice e Barthel situado nos 90 pontos que
se traduz numa dependência ligeira, verificando-se, mais discriminadamente, uma
incontinência ocasional no controlo intestinal e com necessidade de ajuda no processo de
vestir.
A utente B.T. retira prazer das atividades em que participa, no entanto mostra sempre
alguma resistência, de início, em acompanhar as terapeutas até ao local da sessão, revelando
não ter disposição ou sentir-se mal disposta. No seguimento destas queixas foi explicado às
técnicas que esta é uma utente com tendências para a hipocondria e que vai sempre
apresentar a resistência supramencionada, pelo que o melhor a fazer será mesmo a
insistência.
Apesar deste aspeto é uma utente bem-disposta durante a sessão, com espírito de
iniciativa, propondo diversas fazes variantes da atividade a ser realizada, e.g., na ativação
geral dá exemplos de mobilizações articulares e explica aos seus companheiros de grupo
quando estes não estão a fazer da maneira como ela acha correto.
Verificam-se alguns pensamentos persecutórios em relação aos seus bens pessoais,
no entanto nada que afete a interação que estabelece com as técnicas, que é positiva e bem-
sucedida. Procura sempre saber como se encontram as terapeutas e quando a próxima vez
que irá participar no grupo, demonstrando assim o prazer, já mencionado, que retira de cada
uma das duas sessões por semana em que participa.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Mobilização articular passiva, Motricidade fina dos membros inferiores,
Comunicação, Vigilância.
Áreas Fracas: Equilíbrio estático, Mobilização articular ativa, Praxias, Noção do Corpo,
Memória verbal, Memória percetiva.
Utente n.º 4
Idade: 74 anos
Diagnóstico: Quadro Demencial com
Utente n.º 4: C.M. comorbilidade com Doença de Parkinson
(Género Feminino) Data Internamento: 14/11/2012
Data Alta: 24/12/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente CM é natural de Ferreira do Zêzere, 74 anos, é casada e tem dois filhos.
Surge no internamento com diagnósticos de doença de Parkinson; episódio depressivo
major; perturbação distímica (há 25 anos); Híper Tensão Arterial (HTA); artroses na coluna
vertebral, anca e membros inferiores. Tem como antecedentes pessoais a doença depressiva
de longa duração com sintomatologia psicótica com agravamento nos últimos quatro anos
devido ao falecimento do irmão.
Aquando da sua entrada no internamento apresentava um índice de Barthel avaliado
em 55 e um mês depois evoluiu para os 90, revelando apenas uma dependência ligeira
traduzida na necessidade de ajuda nos cuidados de higiene.
O motivo de internamento está relacionado com as duas recentes tentativas de suicídio
por inalação de gás.
A utente CM, apesar de se mostrar reticente em aderir à intervenção, parece retirar
proveito das atividades propostas. Tem algumas dificuldades na integração numa dinâmica de
grupo uma vez que existe alguma dificuldade em aceitar as dificuldades dos seus colegas ou
em esperar que estes façam a sua parte da atividade, revelando alguma impaciência.
É uma utente que valoriza bastante as dores físicas, servindo-se desse facto para
tentar impor limitações à sua participação na sessão. Em termos de socialização estabeleceu
uma relação de proximidade com a utente BT que nem sempre é positiva, uma vez que tende a
fazer somente as atividades propostas para a BT.
Em termos comunicativos é uma utente com uma excelente linguagem recetiva e
expressiva, não sendo necessária a repetição da instrução ou utilização de uma linguagem
excessivamente simples. Tem uma noção muito clara do problema de saúde que tem, o que
não ajuda à melhoria do humor depressivo que a caracteriza.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Equilíbrio dinâmico, Mobilizações passivas, Noção do corpo, Domínio
espacial, Comunicação, Vigilância.
Áreas Fracas: Mobilizações ativas, Memória verbal, Memória percetiva.
Utente n.º 5
Idade: 83 anos
Diagnóstico: Demência Senil
Utente n.º 5: E.A.
Data Internamento: 27/11/2012
(Género Feminino)
Data Alta: 14/01/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente E.A. é natural de Castelo Branco, 83 anos, é viúva e tem duas filhas.
Foi diagnosticada, em 2011, com uma demência senil com comorbilidade de atrofia
central cortical difusa de predominância temporal-insular. Desde o início do ano de 2012
verifica-se o aparecimento de delírios persecutórios, falsos reconhecimentos e alucinações
visuais. Regista-se um aumento progressivo de dependência nas AVD’s, na dificuldade na
marcha e no comprometimento da memória recente. O motivo do internamento é
essencialmente controlo de sintomas e alívio do cuidador.
A utente E.A. que, à entrada no grupo, tinha um discurso caracterizado por verborreia a
respeito do catolicismo, manifestando alguma dificuldade na focalização de outros assuntos
que não fossem ao encontro desse tema. No entanto não tem dificuldades na verbalização,
verificando-se somente limitações na linguagem recetiva, havendo constantemente
necessidade de clarificar as instruções. Em termos de socialização é uma utente que não
estabelece relações com os restantes elementos do grupo, não se revelando, no entanto,
dificuldades de interação com as técnicas. É cooperante ao longo de toda a sessão, porém
exige supervisão constante para que a tarefa seja concluída.
É uma utente que se encontra em cadeira de rodas, verificando-se várias limitações em
termos motores, não só nos membros inferiores como no superior direito. Está desorientada no
tempo e espaço com a consequência de irreversibilidade por TOR.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Mobilização articular passiva, Noção do corpo, Comunicação, Vigilância.
Áreas Fracas: Equilíbrio estático, Equilíbrio dinâmico, Motricidade fina dos membros
superiores, Praxias, Memória verbal, Memória percetiva, Domínio temporal.
Utente n.º 6
Idade: 95 anos
Diagnóstico: Défice Cognitivo Progressivo
Utente n.º 6: L.P. por doença depressiva
(Género Feminino) Data Internamento: 04/12/2012
Data Alta: 14/01/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente LP é natural do Alentejo, tem 95 anos, é viúva e tem duas filhas (uma faleceu
há quatro anos). Trabalhou, ao longo de toda a vida, como costureira. Está diagnosticada com
uma doença depressiva com défice cognitivo progressivo, tendo como antecedentes pessoais
HTA e Colesterol muito elevado. Esta doença é acompanhada por alucinações auditivas (com
surgimento há um ano) e com atividade delirante persecutória.
Está orientada, com humor eutímico, é calma e comunicativa. É independente nas
AVD’s, necessitando só de uma breve ajuda nos cuidados de higiene. Está internada na
sequência de tentativa de suicídio e para controlo de sintomas. É uma utente com uma
excelente comunicação expressiva, revelando sempre uma boa capacidade de socialização
com os outros. Encontra-se sempre colaborante para a realização as atividades propostas e
pronta para ajudar os restantes elementos do grupo. Apesar do seu diagnóstico ainda não
demonstra sinais de deterioração cognitiva, verificando-se ser a utente com muitas
capacidades ao nível da memória.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Equilíbrio Dinâmico, Noção do corpo, Mobilização articular passiva,
Domínio espacial, Domínio temporal, Memória verbal, Comunicação, Vigilância.
Áreas Fracas: Motricidade fina dos membros superiores, Perceção, Memória percetiva.
Utente n.º 7
Idade: 73 anos
Diagnóstico: Demência do Tipo de
Utente n.º 7: L.V. Alzheimer
(Género Feminino) Data Internamento: 05/02/2013
Data Alta: 16/05/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente L.V. é natural de Lisboa, 73 anos, é casada (marido internado há oito anos em
consequência de um AVC) e tem dois filhos. Vive sozinha com o apoio de uma empregada.
Como antecedentes pessoais registam-se uma fratura no colo do fémur direito com
necessidade de substituição por prótese, e demência de alzheimer. Não está orientada no
tempo, mas está no espaço. Apresenta humor eutímico, um discurso fluente mas pouco
coerente, verificando-se alterações da memória recente, associado igualmente a uma fuga de
ideias.
Necessita de ajuda para a realização das AVD’s.
É uma utente com boa capacidade comunicativa, não se registando na sessão
qualquer tipo de discurso pouco coerente. Demonstra simpatia com os restantes elementos do
grupo bem como as técnicas, não tendo receios de verbalizar qualquer opinião ou solicitar a
repetição da instrução.
Apesar do seu quadro demencial é uma utente ainda com algumas capacidades de
memória verificando-se situações atípicas, e.g., no final da sessão não se lembrar de algumas
coisas feitas no início, no entanto recordar-se da sessão da semana anterior. A utente L.V. é
colaborante em todas as atividades propostas, mostrando-se também disponível no auxílio aos
seus colegas.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Noção do corpo, Mobilizações articulares, Praxias, Comunicação,
Vigilância, Perceção.
Áreas Fracas: Equilíbrio estático, Equilíbrio dinâmico, Memória verbal, Memória
percetiva.
Utente n.º 8
Idade: 84 anos
Diagnóstico: Alterações Mnésicas e
Utente n.º 8: M.F. Desorientação espacial e temporal
(Género Feminino) Data Internamento: 15/01/2013
Data Alta: 28/02/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente M.F. é natural de Lisboa, 84 anos, é viúva e tem dois filhos. Como
antecedentes pessoais surge a hipertensão arterial, glaucoma e fratura do colo do fémur direito
com substituição por prótese.
É uma utente que era totalmente dependente até um mês antes de ser internada, no
entanto verifica-se a presença de um quadro de alterações mnésicas há cerca de quatro anos.
Atualmente está desorientada no tempo e espaço, necessitando de ajuda para a realização das
AVD’s. O seu índice de Barthel assume um valor de 75 (ligeiramente dependente), verificando-
se a dependência apenas no banho e higiene corporal, sendo independente no controlo
intestinal, vesical, subir escadas, transferência cadeira-cama e deambulação. Nas restantes
áreas necessita de alguma ajuda para a realização das suas tarefas.
A utente M.F. tem um humor eutímico, mostrando muito recetiva a novas atividades.
Tem uma excelente linguagem expressiva e recetiva, verbalizando qualquer opinião ou dúvida.
Participa ativamente em todas as tarefas e prontifica-se a auxiliar qualquer colega que esteja
com mais dificuldades. Não teve qualquer problema de adaptação a uma dinâmica de grupo,
demonstrando um bom relacionamento tanto com os seus colegas como com as técnicas.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Equilíbrio dinâmico, Motricidade fina dos membros superiores, Noção do
corpo, Perceção, Comunicação.
Áreas Fracas: Praxias, Memória verbal, Memória percetiva, Domínio temporal.
Utente n.º 9
Idade: 74 anos
Diagnóstico: Flutuações do estado de
Utente n.º 9: M.R. consciência com progressivo défice cognitivo
(Género Feminino) Data Internamento: 15/01/2013
Data Alta: 22/02/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
A utente M.R. é natural de Proença-a-Nova, 74 anos, é viúva e tem uma filha. Durante
a sua vida sempre trabalhou em casa, tem o terceiro ano de escolaridade e tem especial prazer
por atividades de leitura, costura e pintura. Como antecedentes pessoais surge a doença
reumática hipotiroidismo e prótese total da anca bilateral.
É uma utente que viva sozinha até 2011, quando sofreu um acidente de viação, tendo
sofrido um traumatismo crânio-encefálico. Ao longo do internamento no hospital São José foi
diagnosticada com uma síndrome endopiramidal e uma síndrome amnésica pós traumatismo.
À data do internamento vinha com o diagnóstico de flutuações do estado de
consciência com progressivo défice cognitivo, encontrando-se desorientada no tempo e com
uma ansiedade generalizada. A utente M.R. está sempre com muita motivação para colaborar
em todas as atividades propostas, não demonstrando aborrecimento ou frustração mesmo
quando não consegue realizar a atividade autonomamente. Está sempre muito predisposta
para ajudar os seus colegas na concretização das suas tarefas, bem como em auxiliar as
técnicas na preparação do material e arrumação do espaço. Em termos comunicativos não se
encontra qualquer deterioração, verbalizando qualquer sentimento ou ideia de forma bastante
clara e direcionada.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Equilíbrio estático, Equilíbrio dinâmico, Mobilizações articulares,
Motricidade fina dos membros inferiores, Noção do corpo, Perceção, Comunicação, Vigilância.
Áreas Fracas: Motricidade fina dos membros superiores, Memória verbal, Memória
percetiva.
Utente n.º 10
Idade: 70 anos
Diagnóstico: Quadro Demencial
Utente n.º 10: R.M.
Data Internamento: 04/12/2012
(Género Masculino)
Data Alta: 04/01/2013
Unidade Maria Josefa (U14)
História do Utente
O utente R.M. é natural de Tavira, 70 anos, é casado, sem filhos. Está diagnosticado
com uma síndrome demencial, há um ano (2011), com comorbilidades de HTA, broncopatia e
apneia do sono. Apenas em 2012 se verificaram os primeiros sintomas de agitação motora.
Tem como antecedentes familiares a demência da mãe e os problemas psiquiátricos não
especificados da irmã.
Não está orientado no espaço ou tempo, apresentando um humor estável e um
discurso lentificado. Revela-se vigilante e consciente. Em termos de tecnologias de apoio o
utente usa óculos e prótese auditiva. Tem um índice de Barthel avaliado em 60 (dependência
ligeira), no entanto é dependente em todas as AVD’s devido a problemas como a agnosia,
apraxia e afasia. Foi internado para alívio do cuidador e controlo de sintomas.
O utente R.M. demonstra sinais de afetividade, no entanto tem acentuadas dificuldades
na linguagem expressiva e recetiva, o que impõe limitações à relação que estabelece com os
restantes membros do grupo e com as técnicas.
Para além das dificuldades na linguagem verbal são notórias também dificuldades ao
nível da expressão facial e gestual, impossibilitando, por vezes, compreender as necessidades
imediatas do utente. É um utente com humor ansioso e com uma impulsividade que consegue
ser controlada no contexto da sessão. Adere com muita facilidade às atividades de âmbito
maioritariamente motor, exibindo mais dificuldades na execução da componente cognitiva
associada.
Perfil Psicomotor
Áreas Fortes: Equilíbrio dinâmico, Mobilizações articulares.
Áreas Fracas: Motricidade fina dos membros superiores, Praxias, Domínio temporal,
Memória percetiva, Comunicação, Noção do Corpo, Perceção.
Anexo 3: Plano de Intervenção Psicomotora – DID – Meio Aquático
Áreas de
Objetivos Gerais Objetivos Específicos Atividades Estratégias Recursos
Intervenção
PSICOMOTRICIDADE
(1a) Potenciar o equilíbrio estático
vertical e horizontal;
(1) Promover o equilíbrio Verbalização;
estático. (2a) Promover o equilíbrio dinâmico Jogos de Estátuas; Material de
vertical em diferentes formas de Percursos c/ desníveis; Demonstração; Ginásio;
Equilíbrio (2) Promover o equilíbrio locomoção; Percursos c/ diferentes
dinâmico. formas de deslocação. Reforço Material de
(2b) Promover o equilíbrio dinâmico Positivo; Piscina;
vertical em diferentes alturas.
Feedback; Material
(3a) Potenciar a coordenação elaborado para
(3) Promover a praxia óculo-manual; Jogo de atira ao alvo;
Praxia Criação de regras. Análise de os objetivos.
global. Tarefas;
(3b) Promover a criação de
objetivos/ estratégias.
Ajuda Física.
(4a) Potenciar a dissociação dos Deslocações
segmentos corporais; horizontais;
Noção do (4) Promover a noção do
Corpo corpo. (4b) Potenciar o reconhecimento Recolha de objetos;
direita-esquerda. Tarefas de solicitações.
COGNIÇÃO E LINGUAGEM
Atenção/ (5) Potenciar a (5a) Desenvolver a capacidade de Reforço verbal; (todas as supra (todos os supra
Concentração capacidade de atenção; atenção a estímulos isolados; Atividades de mencionadas) mencionados)
focalização da atenção; +
(6) Potenciar a (6a) Promover a direcionalidade da Jogos cognitivos. Redução de
capacidade de concentração para a tarefa. estímulos
concentração. distráteis
Linguagem (7) Estimular a Momentos de evocação; (todas as supra (todos os supra
(7a) Melhorar a capacidade de
expressiva linguagem expressiva. Jogo simbólico. mencionadas) mencionados)
comunicação verbal;
(7b) Melhorar a evocação de
memória verbal.
SOCIO AFETIVIDADE
(todas as supra (todos os supra
(8a) Promover a integração em mencionadas) mencionados)
Atividades de
(8) Potenciar a atividades de dinâmica de grupo;
Isolamento simulação;
diminuição do isolamento
social Atividades de
social. (8b) Potenciar competências para
representação.
as relações com pares.
(9) Promover a
Identificação (9a) Promover a capacidade de
identificação de Reflexões críticas.
de interesses identificação das atividades mais
interesses.
significativas.
Anexo 4: Plano de Intervenção Psicomotora – Utente O.M.
Áreas de
Objetivos Gerais Objetivos Específicos Atividades Estratégias Recursos
Intervenção
PSICOMOTRICIDADE
(1a) Potenciar o equilíbrio estático na
no apoio unipedal;
Equilíbrio (1) Promover o Jogos de Estátuas; Verbalização;
Estático equilíbrio estático. Percursos c/ desníveis;
(1b) Promover o equilíbrio estático Material de
Mobilizações.
em diferentes alturas. Demonstração; Ginásio;
(2a) Promover a capacidade de Labirintos em papel; Reforço Material de
(2) Potenciar a praxia moldagem; Cópia de figuras; Positivo; Snoezelen;
fina;
(2b) Potenciar a capacidade de Moldagem plasticina;
Praxia
desenho; Atividades de contorno; Feedback; Material
(3) Promover a praxia
Atividades de âmbito elaborado para
global. (3a) Potenciar a capacidade de não-verbal Análise de os objetivos.
mímica; Tarefas;
Realização de mapas;
Ajuda Física.
(4a) Potenciar a orientação espacial; Deslocações a
Estruturação (4) Promover a diferentes áreas;
(4b) Promover a orientação temporal;
Espácio- estruturação espácio- Orientação para a
Temporal temporal. (4c) Criar com a utente uma rotina realidade;
terapêutica. Auxílio visual;
Atividades cognitivas.
COGNIÇÃO E LINGUAGEM
(5) Potenciar a (todas as supra (todos os supra
capacidade de (5a) Desenvolver a capacidade de mencionadas) mencionados)
Reforço verbal;
atenção; atenção a estímulos isolados; +
Atenção/ Atividades de
Redução de
Concentração focalização da atenção;
(6) Potenciar a (6a) Promover a direcionalidade da estímulos
Jogos cognitivos.
capacidade de concentração para a tarefa. distráteis
concentração.
(todas as supra (todos os supra
(7a) Melhorar a memória visual, tátil mencionadas) mencionados)
(7) Estimular a e auditiva; Atividades de repetição;
Memória
memória. Momentos de evocação.
(7b) Manutenção da evocação de
memória.
SOCIO-AFETIVIDADE
(todas as supra (todos os supra
(8a) Promover a integração em mencionadas) mencionados)
Atividades de
(8) Potenciar a atividades de dinâmica de grupo;
Isolamento simulação;
diminuição do
social Atividades de
isolamento social. (8b) Manutenção de competências
representação.
para as relações com pares.
(9a) Promover a capacidade de
identificação das atividades mais
(9) Promover a significativas;
Identificação Listas de interesses;
identificação de
de interesses Reflexões críticas.
interesses. (9b) Potenciar a elaboração de uma
lista de atividades ocupacionais de
interesse.
Anexo 5: Plano de Intervenção Psicomotora – Utente O.S.
Áreas de
Objetivos Gerais Objetivos Específicos Atividades Estratégias Recursos
Intervenção
PSICOMOTRICIDADE
(1a) Potenciar o equilíbrio estático
em apoio unipedal e na ponta dos
Equilíbrio (1) Promover o pés; Jogos de Estátuas; Verbalização;
Estático equilíbrio estático. Percursos c/ desníveis;
(1b) Promover o equilíbrio estático Mobilizações. Demonstração;
em diferentes alturas.
Reforço
(2a) Promover a capacidade de Labirintos em papel; Positivo;
(2) Potenciar a praxia moldagem; Cópia de figuras; Material de
fina;
(2b) Potenciar a capacidade de Moldagem plasticina; Feedback; Ginásio;
Praxia
desenho; Atividades de contorno;
(3) Promover a praxia
Atividades de âmbito Análise de Material de
global. (3a) Potenciar a capacidade de não-verbal Tarefas; Snoezelen;
mímica;
Ajuda Física. Material
Realização de mapas; elaborado para
(4a) Potenciar a orientação espacial; Deslocações a os objetivos.
Estruturação (4) Promover a diferentes áreas;
(4b) Promover a orientação temporal;
Espácio- estruturação espácio- Orientação para a
Temporal temporal. (4c) Criar com a utente uma rotina realidade;
terapêutica. Auxílio visual;
Atividades cognitivas.
COGNIÇÃO E LINGUAGEM
(5) Potenciar a
(todas as supra
capacidade de (5a) Desenvolver a capacidade de
Reforço verbal; mencionadas)
atenção; atenção a estímulos isolados; (todos os supra
Atenção/ Atividades de +
mencionados)
Concentração focalização da atenção; Redução de
(6) Potenciar a (6a) Promover a direcionalidade da
Jogos cognitivos. estímulos
capacidade de concentração para a tarefa.
distráteis
concentração.
(7a) Melhorar a memória visual, tátil
(todas as supra (todos os supra
(7) Estimular a e auditiva; Atividades de repetição;
Memória mencionadas) mencionados)
memória. Momentos de evocação.
(7b) Manutenção da evocação de
memória recente.
SOCIO-AFETIVIDADE
(8a) Promover a integração em
Atividades de
(8) Potenciar a atividades de dinâmica de grupo;
Isolamento simulação;
diminuição do
social Atividades de
isolamento social. (8b) Manutenção de competências
representação
para as relações com pares.
(todas as supra (todos os supra
(9a) Promover a capacidade de mencionadas) mencionados)
identificação das atividades mais
(9) Promover a significativas;
Identificação de Listas de interesses;
identificação de
interesses Reflexões críticas;
interesses. (9b) Potenciar a elaboração de uma
lista de atividades ocupacionais de
interesse
Anexo 6: Plano de Intervenção Psicomotora – Utente L.V.
PSICOMOTRICIDADE
(1) Promover o (1a) Potenciar o equilíbrio estático na
equilíbrio no apoio unipedal;
estático. Jogos de Estátuas;
Equilíbrio Verbalização;
(2) Promover o (2a) Promover o equilíbrio dinâmico Percursos c/ desníveis;
equilíbrio no salto a pés juntos e salto em Mobilizações.
dinâmico apoio unipedal. Demonstração;