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DECISÃO LIMINAR
Trata-se de Habeas Corpus liberatório com pedido liminar, impetrado pelos defensores
constituídos Alberto Zacharias Toron, Renato Marques Martins, Luisa Moraes Abreu Ferreira e
Alex Neder, regularmente inscritos na OAB/SP nº 65.371, OAB/SP nº 145.976, OAB/SP nº
296.639, OAB/GO nº 10.501, respectivamente, em favor de JOÃO TEIXEIRA DE FARIA,
qualificados nos autos, indicando o MM. Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de
Abadiânia – GO como Autoridade Coatora.
Extrai-se dos autos que, aos 13.12.2018, foi decretada a prisão preventiva do Paciente;
aos 18.12.2018, foram exibidas as armas de fogo e munições de uso permitido que foram
apreendidas em uma das residências do Paciente; aos 19.12.2018, foi instaurado inquérito
policial para apurar a suposta prática do delito de posse irregular de arma de fogo de uso
permitido.
Relatam que o Paciente está sofrendo constrangimento ilegal, uma vez que a decisão
que decretou a prisão preventiva carece de fundamentação e que “parece evidente que está se
tratando das acusações de abuso sexual, referente às quais já existe decisão de prisão, tratando-
se, aqui, de mal disfarçada reciclagem dos mesmos fundamentos que sustentam a prisão já
decretada contra o Paciente”.
Sustentam que o Paciente tem “77 (setenta e sete) anos de idade, portador de doença
coronária e vascular grave e recentemente operado de um câncer agressivo no estômago”.
Relatado.
Decido.
4. Ordem concedida.
Assim, ao que me parece, a decisão que decretou a prisão preventiva nos autos em
que se apura a prática do pretenso delito de posse irregular de arma de fogo de uso permitido é
genérica e, portanto, carece de fundamentação.
Nesse sentido, Aury Lopes Júnior (2013, p. 114) menciona que o argumento da prisão
preventiva sob a égide genérica do clamor público, para fim de restabelecer a credibilidade das
instituições é uma falácia, citando:
Constata-se que o Paciente é idoso, está extremamente debilitado por motivo de várias
doenças graves, tendo sido apresentada documentação inequívoca – ao menos por ora – e
suficiente, até mesmo por questões humanitárias, para, nos termos do artigo 318, II, do Código de
Processo Penal, razão pela qual entendo ser possível substituir a prisão preventiva pela
domiciliar, fixar fiança e impor medidas cautelares.
Ressalto que o Paciente deverá ser cientificado das condições impostas e advertido de
que o seu descumprimento poderá importar em revogação da liberdade assim obtida.
Recesso Forense