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RESUMO
É no início da vida escolar que são encontradas, algumas vezes, barreiras que fazem com que a criança apresente
dificuldades no desenvolvimento intelectual e impedem de aprender o que o Professor transmite. Essas
dificuldades resultam em insucesso nos objetivos que o Professor busca diariamente em sua prática, gerando
assim, certo desgaste do profissional que muitas vezes trabalha com uma quantidade excessiva de alunos, o que
leva ao abandono sobre a causa a ser investigada. Nesse contexto, o presente artigo ressaltará a prática do
Psicopedagogo no ambiente institucional, que serve como um suporte tanto para Professor, que terá a orientação
cabível em sua prática diária, quanto para o aluno, que terá acompanhamento após uma investigação das causas a
qual ele sofre e o impede de avançar em sua aprendizagem. Destacará como o Educador deve agir, diante dessa
situação, ao informar o comportamento do aluno para familiares, adiantando supostos problemas. Salientará qual
a sua forma de trabalho, como abordar a causa e como este profissional pode influenciar no desenvolvimento do
educando, ajudando-o em sua aprendizagem e conquista de um futuro promissor, pois inicialmente abordará o
aluno e, através do diagnóstico, tratará a causa, a qual interfere nesse estágio escolar. O artigo relatará meios
preventivos na escola, de se evitar o fracasso do aluno, norteando professores e familiares a uma ação própria
para lidar com o problema.
Palavras-chave: Psicopedagogia; Professor; Aluno; Aprendizagem; Dificuldades.
ABSTRACT
It is the beginning of school life that we find in some cases, barriers which causes the child has difficulties in
intellectual development and prevents them from learning what the teacher conveys. These difficulties result in
failure in the goals that the teacher seeks daily in their practice, thus generating a certain wear professional who
often works with an excessive amount of students, which leads to the abandonment of the cause to be
investigated. In this context, this article will emphasize the practice of Professional Psychology in the
institutional environment, which serves as a support for both teacher who will have the appropriate guidance in
their daily practice, and for the student who will follow after an investigation of the causes which he suffers and
keeps you from moving forward in their learning. Highlight how the educator should act in this situation to
inform the student's behavior to family, adding supposed problems. Will point out, what is your way to work,
how to address the cause and how this can influence the professional development of the student, thus helping
them in their learning and achievement of a promising future because initially address the student through the
diagnosis and treat the question, which interferes with this school stage. The paper will report on the school
preventive means, to avoid failure of the student, guiding teachers and family to an appropriate action to deal
with the problem.
Keywords: Educational Psychology; Teacher; Student; Learning; Difficulties.
1 INTRODUÇÃO
A Psicopedagogia é a área de conhecimento que investiga os distúrbios de
aprendizagem que surgem em momentos da vida escolar do indivíduo. Analisa supostas
dificuldades e comportamento do aluno e busca causas e fatores que bloqueiam a
aprendizagem, com a finalidade de alcançar o diagnóstico, tratá-lo e, até mesmo, prevenir as
1
Graduanda do curso Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Alfredo Nasser. roberta25121@hotmail.com
2
Professora Dra. FacUnicamps. lindomarfreire@gmail.com
3
Professor M.Sc, orientador, Faculdade Alfredo Nasser. lizandropoletto@hotmail.com.
Com o passar dos tempos, a área da psicopedagogia vem se complementando cada vez
mais, englobou várias áreas de conhecimento e se apoia nessas diferentes ciências como a
psicanálise, a pedagogia, a neurologia e a psicologia. A psicopedagogia se dedica na
dificuldade humana que atrapalha a aprendizagem, busca diagnosticar e tratar as dificuldades
escolares, direcionados às crianças; é um importante suporte para o desenvolvimento das
mesmas e esta prática no Brasil tem resultados importantes, pelo fato de ser uns suportes para
crianças, jovens e até mesmo adultos, no desenvolvimento da aprendizagem.
No Brasil, por muito tempo, se explicou o problema de aprendizagem como produto de
fatores orgânicos (LEFÉVRE, 1968, 1975, 1981; GRÜNSPUN, 1990). Tinha-se ideia de que
o fracasso escolar surgia por fatores orgânicos, e durante muito tempo se acreditou nessa
causa, determinando assim a forma de tratamento para a questão de tais dificuldades. Em
1970, ficou claro que os motivos dados aos problemas de aprendizagem eram causados pela
Disfunção Cerebral Mínima (DCM).
3 PSICOPEDAGOGIA NA ESCOLA
No ambiente escolar, o professor é o principal incentivador do aluno. É nesse contato
diário que irão construir uma relação de afetividade e confiança, podendo trocar experiências
vividas, formar conceitos e descobrir formas de resolver situações.
Para Saltini (2002, p. 87-88)
A criança deseja ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a
vida da curiosidade e do aprendizado. O papel do professor é específico e
diferenciado do das crianças. Ele prepara e organiza o microuniverso onde as
crianças brincam e se interessam.
A postura deste profissional se manifesta na percepção e na sensibilidade aos
interesses das crianças que em cada idade diferem em seu pensamento e modo de
sentir o mundo.
Desse modo, a prática do professor, no ambiente escolar, inclui ações nas quais ele deve
atrair e conduzir a criança, para que possa surgir anseio às novas descobertas e experiências.
Essas ações transformadoras partem do trabalho do Educador com sua turma e contribuem
para o desempenho intelectual. Assim, o professor deve trabalhar de forma motivadora, para
levar seus alunos ao prazer no estudar, a buscar mais em si a capacidade para enfrentar
desafios intelectuais e até mesmo ser apoio para os que têm dificuldades no aprender ou no
relacionar com o outro.
A criança, ao participar da escola, estará aberta a receber todo e qualquer tipo de
informação, seja dos professores ou colegas. Essa forma de receber o novo ampliará sua
linguagem, seu relacionamento, a imagem de si, do outro e sua visão de mundo.
De acordo com Muller, (1987, p. 32), “mediante el aprendizaje, cada individuo se
incorpora a esse mundo com uma participación activa, al apropiarse de conocimientos y
técnicas, construyendo em su interioridad el universo de representaciones simbólicas”. Desse
modo, o indivíduo ao ser inserido na escola e permanecendo nela, constrói e estabelece uma
forma de aprendizagem, diferenciando-se do outro, tanto na leitura e na escrita como na forma
de participar e até mesmo em suas brincadeiras ou jogos, ou seja, é a partir dessa maneira
diferenciada de aprendizagem que o professor se organiza e o psicopedagogo se encaixa, pois,
o professor ao perceber alguma dificuldade em seu aluno irá fazer um relatório e repassar para
os coordenadores ou diretores e, assim, para o psicopedagogo, que irá abordar a criança e
trabalhará da melhor forma para buscar um bom desenvolvimento e resultados em sala de
aula. Diante disso, é importante que a família participe desse processo para a complementação
do trabalho a ser realizado, pois a família é também a base para construção do indivíduo.
Segundo Coll (1995, p. 251),
[…] a família, principalmente durante os anos escolares, deveria educar as crianças
em um ambiente democrático: “[...] são os estilos educativos democráticos, por sua
judiciosa combinação de controle, afeto, comunicação e exigências de maturidade,
os que propiciam um melhor desenvolvimento da criança”. Se a criança não tiver
uma base sólida na família, com uma educação democrática, afetuosa, crítica e
valores positivos, as características pessoais podem sofrer alterações radicais,
direcionando a mesma às boas ou más atitudes.
Pode-se ver essa fase da vida da criança como um ritual, em que ela não frequentará
somente o ambiente familiar, mas passará a frequentar também a escola, onde ela
amadurecerá nesse momento. É verdade que se deve respeitar tudo que foi construído em seu
lar, porém nessa nova fase deve haver uma intermediação entre escola e família, em que eles
irão acompanhá-lo dando continuação aos ensinamentos institucionais, ao agregar e reforçar o
que é aplicado na escola. Desse modo, a criança construirá uma relação de sintonia com esses
ambientes e, a partir daí, será observado que ela aprende em qualquer lugar, sendo assim
moldada.
O indivíduo aprenderá e descobrirá cada uma de suas dificuldades e facilidades nesse
momento, exigindo assim de educadores um apoio, caso necessário, procurando meios
facilitadores para ajudar esse aluno. Dessa maneira, com uma intervenção psicopedagógica,
poderá melhorar a capacidade do ser humano em desenvolver-se no processo de construção de
conhecimento, visto que visa identificar a complexidade inerente ao que produz o saber e o
não saber. Essa investigação é um processo de tempo indeterminado, que pode ser a longo ou
curto prazo, pois as crianças podem ou não apresentar sintomas evidentes, o que exige do
profissional expor o educando a exames, testes, orientação e investigação do histórico
familiar, entre outros fatores que ajudarão nesse trabalho.
Ao analisar a importância do papel desse profissional, implica-se à configuração de uma
identidade própria que seja capaz de reunir, habilidades, qualidades e competências de
atuação em determinada instituição escolar.
Na sala de aula é necessário que o educador esteja alerta para possíveis dificuldades dos
alunos, repassar certas observações para o psicopedagogo, juntamente com toda equipe
escolar, e investigar se realmente há alguma anomalia com a criança, ou seja, a partir do
momento em que a instituição faz um trabalho, o psicopedagogo trabalha com mais
autonomia, para identificar e até encaminhar o aluno para uma patologia específica. E nesse
caminho que fica visível a grande contribuição do trabalho psicopedagógico nas escolas,
principalmente nas fases iniciais, pois quanto mais cedo se identificam as dificuldades, mais
cedo pode-se abordar a criança e alertar a família para que se encontre a melhor forma de
tratamento. Algo que se pode citar é o fato de que o professor, por não saber conduzir uma
criança que esteja com dificuldades em seu desenvolvimento intelectual, pode correr o risco
de rotulá-lo ao abordar familiares, relatando a ação do indivíduo no cotidiano escolar.
De acordo com Saltini (2002, p. 70),
O professor (educador) obviamente precisa conhecer a criança. Mas deve conhecê-la
não apenas na sua estrutura biofisiológica e psicossocial, mas também na sua
interioridade afetiva, na sua necessidade de criatura que chora, ri, dorme, sobre e
busca compreender o mundo que a cerca, bem como o que ela faz ali na escola.
O professor é uma imagem importante na vida do aluno e será uma presença constante
por um longo caminho. Nesse período, conceitos serão formados, histórias serão construídas,
desafios surgirão e tudo será feito em conjunto; o aluno e o professor irão construir uma ponte
de ligação, onde farão trocas de experiências vividas. De fato, nesse tempo, dentro desse
ambiente do qual a criança passará uma grande parte da vida, o educador conhecerá o
educando de muitas formas, compreendendo assim seu estado.
No entanto, esse profissional da educação tem limites e em certas situações surgem
dificuldades para lidar com problemas em sala, já que sua atenção não é direcionada para um
único indivíduo, necessitando de um suporte para realizar sua função de ensinar.
Contudo, o professor tem um papel importante e fundamental na escola, que não é
somente o de ensinar, a transmissão de conhecimento, mas deve ir além disso, conhecer o
aluno; oferecer momentos, atividades de interação e trocas de experiências; promover o
desenvolvimento do estudante; induzi-lo a autonomia; e, preparar e organizar o universo onde
a criança permanece, despertando um sentimento de afetividade em seu interior, dado que o
aluno, ao perceber essa afeição, se sentirá mais seguro e encaminhará para um mundo de
possibilidades, direcionando-o para o sucesso escolar.
Cunha (2008, p. 51) diz que:
Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista da atenção do
aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe em lugares
que, muitas vezes, estão fechados às possibilidades acadêmicas. Considerando o
nível de dispersão, conflitos familiares e pessoais e até comportamentos agressivos
na escola hoje em dia, seria difícil encontrar algum outro mecanismo de auxilio ao
professor mais eficaz.
O professor deve ter uma imagem segura de si mesmo para ganhar confiança de seus
alunos, deixá-los perceber que esses momentos são agradáveis e que estar com eles é
prazeroso. Porém, o educador deve estar constantemente avaliando cada indivíduo nesse
processo de aprendizagem e interação com todos do ambiente escolar. É através dessa
interação com o outro, dessa afetividade e desse ambiente estimulador, que se percebe a
forma e estágios de desenvolvimento da criança, tanto intelectual como corporal. É o
momento em que se manifestam ações inesperadas e comportamentos inadequados, que são
rotineiros dentro da instituição, a qual exigirá investigações.
O professor e o psicopedagogo devem caminhar juntos nesse processo de
desenvolvimento intelectual, propondo esse espaço à criança, onde irão compartilhar ideias,
ações e caminhos a seguir; e, ao agirem em conjunto, facilitarão o trabalho um do outro
dentro da Instituição. É importante ressaltar que cada um tem seu papel neste ambiente, mas
ambas as profissões devem ser flexíveis ao tratar do ser humano, agindo assim de forma
intermediária.
Scoz (2002, p. 34) cita:
[...] A Psicopedagogia além de dominar a patologia e a etiologia dos problemas de
aprendizagem, aprofundou conhecimentos que lhe possibilitam uma contribuição
efetiva não só relacionada aos problemas de aprendizagem, mas, também, na
melhoria da qualidade do ensino oferecido nas escolas. [...] Dessa forma contribui
para a percepção global do fato educativo e para a compreensão satisfatória dos
objetivos da educação e da finalidade da escola, possibilitando, assim, uma ação
transformadora.
A criança ao ser inserida em um diferente grupo que não seja o da sua vivência familiar,
precisa de tempo e compreensão quando permanece em outro ambiente, pois tende a ter um
comportamento irregular e, assim, agir de várias formas, abrindo um caminho de dúvidas, em
professores que não estão preparados para a profissão, julgando-o assim de forma incorreta. É
evidente que todo ser humano, independente de sua faixa etária, necessita de tempo para se
adaptar, ou seja, esse processo de aquisição será cheio de acertos e erros, que acontecerão
durante um tempo e somente caso ocorra sua persistência em algum tipo de comportamento,
todos os profissionais que o acompanham, poderão, através de um relatório convincente,
investigar a situação com o profissional psicopedagogo. Porém, deve-se ter cautela e
prudência em relação ao comportamento da criança, principalmente, pois muitas delas agem
em respostas a um acontecimento, sendo assim ações passageiras que devem ser interferidas
através de diálogo e não abordadas como fatores prejudiciais ao próprio aluno.
A intervenção psicopedagógica focaliza o sujeito na sua relação com a
aprendizagem. A meta do psicopedagogo é ajudar aquele que, por diferentes razões,
não consegue aprender formal ou informalmente, para que consiga não apenas
interessar-se por aprender, mas adquirir ou desenvolver habilidades necessárias para
tanto [...]. (RUBINSTEIN, 2001, p. 25).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Toda criança deve ser preparada para um futuro promissor e que ela seja amparada por
todos que vivem em sua volta, oferecendo a ela bem-estar e proteção, ou seja, todos aqueles
que fazem parte da sua vida e seu cotidiano, sendo familiares, escola e sociedade como um
todo.
Os primeiros anos da vida de uma criança são marcados por grandes descobertas,
período em que entende, aos poucos, o mundo do qual faz parte, se socializa, aprende a lidar
consigo e com o outro, assimila situações problemas, tem contato com o concreto, faz
experimentações e dá início à formação de opiniões. É bem visível que é na instituição escolar
que toda essa manifestação é desenvolvida e melhor trabalhada, possibilitando assim a
conduta dos professores.
No início da fase escolar, familiares e profissionais da educação devem acompanhar, de
perto, todo desenvolvimento do aluno na escola, pois é nesse ambiente que é oferecido a ela
um processo intelectual ao qual ela desenvolverá suas habilidades.
A Psicopedagogia propõe um caminho de possibilidades para a criança que se encontra
em fase de aprendizagem, busca as características individuais, entra como investigadora e
pesquisadora das dificuldades humanas e procura entender a complexidade dos fatos que
comprometem o desenvolvimento intelectual da criança e seu comportamento. Essa área, na
realidade, é desafiadora, pois procura encontrar meios de recuperação do ser humano,
tornando-se assim um facilitador em sua aprendizagem, de forma afetiva, solidária e
respeitosa diante das dificuldades, de acordo com cada ritmo. Assim, atende a necessidade de
cada um e contribui para uma formação desejada.
REFERÊNCIAS
BAETA, A. Fracasso escolar: mito e realidade. Série Ideias. 6. ed. São Paulo: FDE, 1989.
LEFEVRE, A.B. Neurologia Infantil. São Paulo: Atheneu, 1968, 1975, 1981.
SCOZ, B.J.C.; MENDES, M.H. A Psicopedagogia no Brasil: Evolução Histórica. In: Boletim
da Associação Brasileira de Psicopedagogia, ano 6, n. 13, São Paulo, Junho, 2002.