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Daniel B. LeGoff, PhD


Terapia Baseada em
LEGO® e Autismo:
Como e Por que Funciona

A terapia baseada em LEGO foi criada em Honolulu no final


dos anos 90, principalmente pelos participantes: crianças e
adolescentes com autismo e transtorno de Asperger. Na época,
havia muito menos literatura baseada em pesquisas sobre o
tratamento de condições autistas, e menos ainda sobre
intervenções voltadas especificamente para o desenvolvimento
social.

Parecia haver uma lacuna crucial na literatura: remediação


bem-sucedida e de longo prazo de motivação social e ajuste
social. Os principais déficits nas condições autistas são a falta de
desenvolvimento de conexões sócio-emocionais (ou seja,
distanciamento) e a aclimatação sociocultural.

Por mais que estivesse claro que isso era principalmente


uma deficiência social, as intervenções eram focadas
principalmente em questões comportamentais. Sem ajudar os
profissionais a abordar os problemas subjacentes ao
desenvolvimento social, as manifestações comportamentais de
estar social e culturalmente fora de sincronia continuariam.

LeGoff (2017), escreveu recentemente sobre o


desenvolvimento da terapia baseada em LEGO como uma
abordagem prática centrada na criança, não baseada em
nenhuma teoria. Os primeiros participantes pareciam encontrar
um terreno comum para conexão e comunicação com base no
brinquedo LEGO®.

Como um dos primeiros participantes da Terapia baseada


em LEGO disse sobre outro menino que ele conheceu na sala de
espera do Dr. LeGoff: “Dr. Dan, esse menino é do meu planeta”.
Ambos eram meninos jovens com condições autistas que
raramente demonstravam interesse em pares, então os pais
foram muito encorajados a considerar que poderia
haver alguma base para a conexão social
através de seu interesse comum em LEGO®.
Uma vez que os pais concordaram em ter seus filhos
trabalhando em pequenos grupos usando LEGO® como uma
atividade, ficou claro que havia uma necessidade de seguir da
motivação social (o interesse em se conectar com outros com
interesses semelhantes), para a mudança social.

Um elemento-chave nesse processo foi criar alguma


interdependência. Isso foi conseguido através da criação de
funções separadas, mas integrais, no processo de construção
LEGO®: um construtor, um fornecedor de peças e um
engenheiro.

Todos eram necessários para completar as tarefas de


construção de conjuntos LEGO®. Essa interdependência
suscitou múltiplas oportunidades de comunicação verbal e não
verbal, assim como atenção conjunta e um senso de realização
conjunta (LeGoff, 2004).
Depois de alguns anos de crianças com autismo participando
desses grupos, ficou claro que eles gostavam da atividade, e
tanto pais quanto educadores perceberam ganhos positivos em
habilidades sociais e de comunicação, mas não havia dados
objetivos para apoiar o modelo.

Posteriormente, dados observacionais foram coletados


durante o intervalo e na hora do almoço na escola, por
observadores independentes, e as principais medidas de
desenvolvimento social foram registradas: contato social auto-
iniciado, duração da interação social com os pares e a
frequência de comportamentos autistas/ repetitivos
potencialmente estigmatizantes.

Os resultados foram encorajadores: todas as três medidas


mostraram melhora significativa em 12 semanas e melhora
sustentada em 24 semanas (LeGoff, 2004).

Após essa publicação inicial dos primeiros resultados, outros


pesquisadores ainda estavam céticos sobre a generalização dos
ganhos no funcionamento social. Dados adicionais foram
posteriormente coletados ao longo de um período de três anos,
usando as Escalas de Comportamento Adaptativo de Vineland e
as Escalas de Avaliação de Autismo de Gilliam, para um grande
número de participantes. Comparando os resultados usando a
terapia baseada em LEGO e outras estratégias de boas práticas
que não usavam LEGO®, a abordagem baseada em LEGO ainda
era superior para resultados de longo prazo (LeGoff & Sherman,
2006).

Antes da publicação deste segundo estudo de resultados,


Simon Baron Cohen, da Universidade de Cambridge, solicitou a
um de seus alunos de pós-graduação que focasse seu trabalho de
tese de doutorado na terapia baseada em LEGO. A Dra. Gina
Owens (agora, Gina Gomez de la Cuesta) completou com sucesso
um estudo controlado randomizado envolvendo a terapia
baseada em LEGO e o Programa de Uso Social da Linguagem
(SULP), usando alunos de graduação em Cambridge como
terapeutas primários. Seus resultados foram positivos e muito
semelhantes aos estudos de LeGoff (2004) e LeGoff & Sherman
(2006), e foram publicados em 2008 (Owens, Granader,
Humphreys & Baron Cohen, 2008).
Após a publicação do estudo de Owens et al (2008), e depois
dos dois livros sobre a Terapia Baseada em LEGO, (LeGoff, Krauss
& Allen, 2010; LeGoff, Krauss & Allen, 2012), tem havido uma
crescente interesse internacional na abordagem baseada em
LEGO para melhorar o desenvolvimento social em crianças com
condições autistas, assim como em outras populações:
ansiedade/ afastamento social, mutismo seletivo, TDAH,
transtornos de adaptação, depressão.

O modelo progrediu desde a abordagem inicial da tríade -


construtor, fornecedor de peças, engenheiro - para incorporar
estruturas mais complexas e desafiadoras tanto em relação às
atividades baseadas em LEGO quanto à organização dos papéis
sociais dentro dos grupos. Como descrito no manual da Terapia
Baseada em LEGO (LeGoff, Gomez, Krauss & Baron Cohen, 2014),
as atividades dentro do modelo de terapia do “Clube LEGO”
incluíam criações em estilo livre altamente complexas e então a
produção de animação stop-motion1 baseada em LEGO. Tanto o
processo de criação em estilo livre quanto a evolução disso para
a criação de filmes stop-motion exigiram papéis adicionais,
incluindo roteiristas, animadores, dubladores e cineastas. Este
advento estendeu a aplicabilidade do modelo a crianças muito
mais velhas e mais cognitivamente avançadas e levou à
popularidade internacional do modelo.

A terapia baseada em LEGO para o desenvolvimento social


está sendo usada atualmente em 40 países, e há pelo menos
cinco projetos de pesquisa em andamento internacionalmente.
Os elementos-chave para o sucesso deste modelo podem ser
resumidos em:

 Capitalizar um interesse comum para criar um senso


de identificação e realização conjunta;
 Atribuir papéis específicos (que podem ser
revezados durante a sessão de grupo), de modo que
fique claro que todos os membros contribuíram
para a atividade conjunta;
1
Stop-motion: Técnica quadro-a-quadro utilizada em filmes de animação
 Enfatizar a comunicação e interação frequentes
durante toda a sessão;
 Manter terapeutas / profissionais à distância da
atividade, focados na interação social e na
comunicação, não na atividade em si;
 Permitir a participação dos membros da família
através de conexões com outras famílias, na área de
espera e fora dela, mas manter o “Clube LEGO”
apenas para membros;
 Obter feedback e / ou dados de outros provedores,
membros da família e educadores, para garantir a
generalização do desenvolvimento social e da
comunicação;
 Enfatizar a identificação com os pares e os
benefícios da realização conjunta;
 A inclusão de pares em desenvolvimento típico
pode ser útil, mas deve ser cuidadosamente
monitorada para garantir que os pares neurotípicos
não estejam tendo um impacto negativo por
comparação social ou “exibicionismo” de suas
competências.
O ponto principal sobre a Terapia Baseada em LEGO é que
ela pode ter um impacto clinicamente significativo no
desenvolvimento social com um nível mínimo de intervenção e
em um curto período de tempo (12 a 24 semanas), e que esses
ganhos parecem ser generalizados e sustentados em todos os
ambientes e ao longo do tempo.

Isso é incomum para uma abordagem de tratamento


baseada em grupo que requer apenas 90 minutos por semana
para implementação. Os grupos em si podem ser
implementados/ supervisionados por indivíduos com
treinamento relativamente mínimo (graduação), em oposição à
exigência de profissionais altamente treinados.

Dado um grupo de crianças ou adolescentes com autismo


ou outras deficiências de desenvolvimento social, e uma sala
cheia de LEGO®, a terapia acontece por si só, e os facilitadores
precisam basicamente estruturá-la, e então "ficar fora do
caminho".
REFERÊNCIAS:

LeGoff, D.B. (2004). Use of LEGO® as a therapeutic medium for improving social
competence. Journal of Autism and Developmental Disorders, 34, 557 - 571.

LeGoff, D.B. (2017). How LEGO-Based Therapy Works: Landing on My Planet. Jessica
Kingsle Publishing, London, UK.

LeGoff, D.B., Gomez, G., Krauss, G.W. and Baron-Cohen, S. (2014). LEGO® Therapy: How
to build social competence for children with autism and related conditions. Jessica-Kingsley
Publishing, London, UK.

LeGoff, D.B., Krauss, G.W. & Allen, S. (2010). LEGO® play therapy for children with autistic
disorders. In, A.A. Drewes & C.E. Schaefer (Eds), School-Based Play Therapy,
Second Edition. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.

LeGoff, D.B., Krauss, G.W. & Allen, S.L. (2011). Innovative uses of LEGO® materials for
improving social competence in children and adolescents. In, L. Gallo-Lopez, and L. Rubin,
(Eds.), Play-Based Interventions for Children and Adolescents on the Autism Spectrum. New
York: Routledge Publishing.

LeGoff, D.B. & Sherman, M. (2006). Long-term outcome of social skills intervention based on
interactive LEGO® play. Autism, 10 (4), 1 - 31.

Owens, G., Granader, Y., Humphreys, A., & Baron Cohen, S. (2008). LEGO Therapy and
the Social Use of Language Programme: An Evaluation of Two Social Skills Interventions for
Children with High Functioning Autism and Asperger Syndrome. Journal of Autism and
Developmental Disorders, 38, 1944 – 1957.

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