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2018

ESCRITURÁRIO

Conhecimentos Bancários
Prof. Edgar Abreu
Conhecimentos Bancários

Professor Edgar Abreu

www.acasadoconcurseiro.com.br
Edital 2018

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS: Aulas: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Mo-


netário Nacional. Banco Central do Brasil. Bancos Múltiplos. Bancos Comerciais. Caixas Econô-
micas. Bancos de Câmbio. BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Bancos de Desenvolvimento. Bancos de Investimento. Cooperativas de Crédito. Bancos Comer-
ciais Cooperativos. Administradoras de Consórcios. Corretoras de Câmbio. Sociedade Corretora
de Títulos e Valores Mobiliários. Sociedade Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. Com-
panhias Hipotecárias. Agências de Fomento. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investi-
mento. Sociedades de Arrendamento Mercantil. Sociedades de Crédito Imobiliário. Sociedades
de Crédito ao Microempreendedor. Associações de Poupança e Empréstimo. Instituições de
Pagamento. Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito. COPOM – Comitê de Política
Monetária. Comissão de Valores Mobiliários. Bolsas de Valores. Bolsas de Mercadorias e de
Futuros. Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). Central de Liquidação Financeira e
de Custódia de Títulos (CETIP). Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Letras de
câmbio. Cobrança e pagamento de títulos e carnês. Cadernetas de poupança. Cartões de Crédi-
to. Títulos de Capitalização. Planos de aposentadoria e pensão privados. Seguros, Previdência
Complementar e Capitalização. Mercado de câmbio: Operações básicas. Operações com deri-
vativos: características básicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de opções,
do mercado futuro e das operações de swap. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas.
Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/1998 e suas alterações,
Circular Bacen nº 3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen nº3.542/2012. COAF –
Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

BANCA: FCC
CARGO: Escriturário

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Sumário

CARTA AO FUTURO ESCRITURÁRIO DO BANRISUL........................................................09


AULA 1: SFN – AUTORIDADES MONETÁRIAS................................................................13
1.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL............................................ 13
1.2 ÓRGÃOS NORMATIVOS........................................................................................ 22
1.2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN)......................................................... 22
1.3 SUPERVISORES DO SFN......................................................................................... 26
1.3.1 Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen)...................................................... 26
1.3.1.1Comitê De Política Monetária (Copom) .................................................. 31
1.3.2 Comissão De Valores Mobiliários (CVM)..................................................... 33
AULA 2: SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – DEMAIS INSTITUIÇÕES.............................37
2.1 SUBSISTEMA RECURSAL....................................................................................... 37
2.1.1 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CRSFN................ 37
2.2 AGENTES ESPECIAIS.............................................................................................. 40
2.2.1 Caixa Econômica Federal (CEF)................................................................... 41
2.2.2 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)............ 43
2.3 INSTITUIÇÕES MONETÁRIAS................................................................................. 45
2.3.1 Bancos Comerciais (BC)............................................................................... 47
2.3.2 Bancos Múltiplos (BM)................................................................................ 48
2.3.3 Cooperativas De Crédito (CC)...................................................................... 49
2.3.4 Bancos Cooperativos (BCoop)..................................................................... 52
2.4 BANCOS NÃO MONETÁRIOS................................................................................. 54
2.4.1 Bancos De Desenvolvimento (BD)............................................................... 54
2.4.2 Bancos De Investimento (BI)....................................................................... 56
2.4.3 Bancos de Câmbio (BC)............................................................................... 58
AULA 3: DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS..............................................................59
3.1 SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO (SBPE).............................. 59
3.1.2 Sociedade De Crédito Imobiliário (SCI)....................................................... 60
3.1.3 Associação de Poupanças e Empréstimos (APE)......................................... 61
3.2 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (SDTVM)....... 62

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3.2.1 Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e
Distribuidoras De Títulos e Valores Mobiliários (DTVM)...................................... 62
3.2.2 O Agente Autônomo De Investimento (AAI)............................................... 64
3.2.3 Bolsas de Valores e Mercado de Balcão Organizados................................. 65
3.4 DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS................................................................... 67
3.4.1 Companhia Hipotecária (CH)...................................................................... 67
3.4.2. Sociedade de Crédito Financiamento e Investimento (SCFI) - Financeiras.... 68
3.4.3 Sociedade de Arrendamento Mercantil (SAM)........................................... 69
3.4.4 Administradoras de Consórcio.................................................................... 70
3.4.5 Administradoras de Cartão de Crédito e Instituições de Pagamento.......... 71
3.4.6 Agencia de Fomento................................................................................... 74
3.4.7 Sociedade de Crédito do Microempreendedor........................................... 75
3.4.8 Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic...................................... 75
3.4.9 B3 (antiga CETIP)......................................................................................... 76
QUESTÕES FCC – AULAS 1, 2 E 3................................................................................. 79
AULA 4: PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS............................................................93
4.1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 93
4.2 DEPÓSITO À VISTA................................................................................................ 95
4.3 DEPÓSITO A PRAZO (CDB E RDB).......................................................................... 95
4.4 POUPANÇA........................................................................................................... 96
4.5 LETRA DE CÂMBIO................................................................................................ 97
4.6 CARTÕES DE CRÉDITO........................................................................................... 98
4.6.1 Cartão de Crédito Básico (CMN 3.919 DE 25/11/2010).............................. 99
QUESTÕES FCC – AULA 4............................................................................................ 101
AULA 5: MERCADO DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA.........................................................105
5.1 SEGUROS.............................................................................................................. 105
5.1.1 Resseguradores........................................................................................... 106
5.1.2 Corretoras de seguros................................................................................. 106
5.2 TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO................................................................................. 107
5.3 PREVIDÊNCIA PRIVADA......................................................................................... 108
5.3.1 Taxas de Administração............................................................................... 108
5.3.2 Taxas de Carregamento............................................................................... 108
5.3.3 Portabilidade............................................................................................... 109
5.3.4 Transferências entre planos........................................................................ 109

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5.3.5 Resgates...................................................................................................... 109
5.3.6 Regimes de tributação................................................................................ 109
5.3.7 Plano Gerador De Benefícios Livres (PGBL)................................................. 110
5.3.8 Vida Gerador De Benefícios Livres (VGBL).................................................. 111
QUESTÕES FCC – AULA 5............................................................................................ 113
AULA 6: DERIVATIVOS..................................................................................................115
1.1 INTRODUÇÃO A DERIVATIVOS.............................................................................. 115
1.2 MERCADO A TERMO............................................................................................. 116
1.3 MERCADO DE OPÇÕES......................................................................................... 117
1.4 MERCADO FUTURO.............................................................................................. 123
1.5 SWAP.................................................................................................................... 125
1.6 RESUMO DERIVATIVOS......................................................................................... 126
QUESTÕES FCC – AULA 6............................................................................................ 127
AULA 7: PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO.....................131
7.1 O QUE É LAVAGEM DE DINHEIRO......................................................................... 131
7.2 PENA..................................................................................................................... 131
7.3 PRINCIPAIS OPERAÇÕES QUE SÃO INDÍCIOS DE CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO....132
7.4 FASES DA LAVAGEM DO DINHEIRO....................................................................... 132
7.4.1 Identificação dos Clientes........................................................................... 134
7.5 COMUNICAÇÃO AO COAF..................................................................................... 134
7.6 COAF – CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS........................ 134
7.7 ATUAÇÃO DO BACEN NA PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM DE DINHEIRO.... 137
7.8 CONVENÇÃO DE VIENA........................................................................................ 137
QUESTÕES FCC – AULA 7............................................................................................ 139
AULA 8: MERCADO DE CÂMBIO...................................................................................141
8.1 POLÍTICA CAMBIAL............................................................................................... 141
8.1.1 Reservas Internacionais.............................................................................. 141
8.1.2 Balanço De Pagamentos.............................................................................. 142
8.2 MERCADO DE CÂMBIO......................................................................................... 143
8.2.1 Taxa De Câmbio........................................................................................... 143
8.2.1 Valoriação E Desvalorização Cambial.......................................................... 144
8.3 INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A ATUAREM NO MERCADO DE CÂMBIO................ 144

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8.4 OPERAÇÕES DE CÂMBIO...................................................................................... 146
8.4.1 Registro No SISBACEN................................................................................. 146
8.4.2 Valor Efetivo Total (VET).............................................................................. 146
8.4.3 Liquidação De Contrato............................................................................... 146
8.4.4 Cambio Manual........................................................................................... 147
8.4.5 Mercado Primário X Mercado Secundário.................................................. 147
8.4.6 ACC x ACE.................................................................................................... 147
8.5 ALTERAÇÃO LIMITE CONTRATO DE CÂMBIO – CONFLITO DE LEGISLAÇÃO........... 147
QUESTÕES FCC – AULAS 8.......................................................................................... 149
AULA 9: SIMULADO FCC...............................................................................................153

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Carta ao Futuro Escriturário do Banrisul

Olá futuro escriturário do Banrisul. É um prazer enorme te ajudar nessa caminhada rumo ao
seu novo emprego. Para mim é uma honra, se considerar que o Banrisul foi o primeiro e único
concurso da minha vida... primeiro amor a gente nunca esquece.
Graças ao Banrisul eu consegui realizar meu sonho de dar aula e ajudar outras pessoas a
também alcançarem seus objetivos. Tem sido assim em diversos concursos, no Banrisul não
será diferente.
Me orgulho em dizer que no último concurso, dos 100 primeiros colocados, 77 assistiram às
minhas aulas. Parece incrível, não? Então... minha meta agora é maior... quero as 200 vagas...
passando por mim diretamente (aluno) ou indiretamente, quem estudou apenas pela apostila
porque não tinha condição financeira de comprar curso. Será que conseguimos atingir essa
meta ousada juntos? Vai depender muito de você. A minha parte eu vou fazer, te dando todas
as questões de conhecimentos bancários em minhas aulas.
Como o conteúdo é muito extenso, vou dividir as aulas com o professor e amigo pessoal, Sirlo.
Tenho certeza que vocês vão amar as aulas dele. Escolhi com muito carinho um profissional que
além ser servidor da CEF, leciona há vários anos para concurso público e hoje é uma referencia
nacional. No concurso do BNB desse ano, a maioria dos aprovados foram seus alunos, e no
Banrisul não será diferente.
Agora vou apresentar a você os conteúdos que vou lecionar. Também coloquei a data que a
aula vai acontecer em nossa turma presencial. Se você quer saber quando estará disponível
em seu EAD é simples, basta somar 4 dias. Esse é o prazo máximo. Em geral conseguimos
disponibilizar antes disso!

Aula Data Conteúdo


Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário
Aula 1 19/12 Nacional. Banco Central do Brasil. COPOM – Comitê de Política
Monetária. Comissão de Valores Mobiliários.
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Bancos
Múltiplos. Bancos Comerciais. Caixas Econômicas. Bancos de Câmbio.
Aula 2 21/12 BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Bancos de Desenvolvimento. Bancos de Investimento. Cooperativas
de Crédito. Bancos Comerciais Cooperativos.

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Aula Data Conteúdo
Administradoras de Consórcios. Corretoras de Câmbio. Sociedade
Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. Sociedade Distribuidora
de Títulos e Valores Mobiliários. Companhias Hipotecárias. Agências
de Fomento. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento.
Sociedades de Arrendamento Mercantil. Sociedades de Crédito
Aula 3 27/12 Imobiliário. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor.
Associações de Poupança e Empréstimo. Instituições de Pagamento.
Sociedades Administradoras de Cartões de Crédito. Bolsas de Valores.
Bolsas de Mercadorias e de Futuros. Sistema Especial de Liquidação
e Custódia (SELIC). Central de Liquidação Financeira e de Custódia de
Títulos (CETIP).
Depósitos à vista. Depósitos a prazo (CDB e RDB). Letras de câmbio,
Aula 4 29/12 (manhã)
Cadernetas de poupança e Cartões de Crédito.
Títulos de Capitalização. Planos de aposentadoria e pensão privados.
Aula 5 29/12 (tarde)
Seguros, Previdência Complementar e Capitalização.
Operações com derivativos: características básicas do funcionamento
Aula 6 21/01 do mercado a termo, do mercado de opções, do mercado futuro e
das operações de swap.
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e
combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/1998 e suas
Aula 7 22/01 alterações, Circular Bacen nº 3.461/2009 e suas alterações e Carta-
Circular Bacen nº3.542/2012. COAF – Conselho de Controle de
Atividades Financeiras.
Aula 8 26/01 (manhã) Mercado de câmbio: Operações básicas.
Aula 9 26/01 (tarde) Simulado.

Os demais conteúdos serão ministrados pelo professor Sirlo e estarão disponíveis na apostila
dele. Vou colocar abaixo quais são os conteúdos para te ajudar em sua organização.
Produtos e serviços financeiros: Cobrança e pagamento de títulos e carnês. Transferências
bancárias automáticas. Arrecadação de tributos e tarifas públicas. Internet banking. CCB –
Cédula de Crédito Bancário. Hot money. Contas garantidas. Crédito rotativo. Descontos de
títulos. Financiamento de capital de giro. Vendor finance/compror finance. Leasing (tipos,
funcionamento, bens). Financiamento de capital fixo. Crédito direto ao consumidor. Crédito
rural. Financiamento à importação e à exportação. Repasses de recursos do BNDES. Fomento
Mercantil (factoring).

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Mercado de capitais: Ações – características e direitos. Debêntures. Notas Promissórias
Comerciais (“comercial papers”). Diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas.
Operações de distribuição de valores mobiliários de renda variável e de títulos de dívida
(“underwriting”). Funcionamento do mercado à vista de ações. Mercado de balcão. Fundos de
Investimento. Conceitos e operações de “corporate finance”.
Garantias no Sistema Financeiro Nacional: Aval Fiança. Penhor mercantil. Alienação fiduciária.
Hipoteca. Fianças bancárias. Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Autorregulação Bancária.
Sobre a quantidade de questões, eu espero 14 questões da minha parte e 6 questões da parte
do professor Sirlo.
Além das aulas de conteúdo, iremos trabalhar muitas questões de concurso, questões da FCC
e criadas por mim, já que a FCC tem muito tempo que não realiza concurso de banco (desde
2013) e muita coisa mudou, logo, precisamos de questões novas. Isso pode deixar comigo e a
banca FPE (Fundação Pai Ed).
Bom, antes de começarmos o nosso conteúdo, preciso dizer que todo o conteúdo que poderá
ser cobrado na prova, obrigatoriamente tem que ser vigente até a data da publicação do
edital, ou seja, todas as mudanças após não são válidas. Isso é bem importante, visto que já
foram anunciadas várias mudanças em ministérios do novo governo (Jair Bolsonaro), mas nada
disso poderá ser cobrado, já que entrará em vigor após a publicação do edital.
Item 13.4: Legislação com entrada em vigor após a data de publicação deste Edital, bem como
alterações em dispositivos de lei e atos normativos a ele posteriores, não serão objeto de
avaliação nas provas do Concurso Público.
Agora sim, desejo bons estudos para todos nós e espero que assim que sair o resultado você
me mande um e-mail ou poste uma foto no Instagram ou Facebook me marcando, deixo abaixo
meus contatos:
•• Instagram: @prof.edgarabreu
•• Facebook: @edgar.abreu
•• e-mail: edgarabreu@edgarabreu.com.br
Foi Lindo!

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Aula 01

SFN – AUTORIDADES MONETÁRIAS

1.1 Introdução ao Sistema Financeiro Nacional

Em algum momento de sua vida você já solicitou ou tomou dinheiro emprestado a um amigo
ou parente? Caso tenha participado de uma operação financeira bilateral, espero que tenha
tido sucesso quanto aos compromissos assumidos. Em geral, não é o que acontece.
Se operações financeiras com pessoas conhecidas já são complexas, imagine fazer um negócio
financeiro com quem você nunca viu. Quais são as garantias? E os riscos assumidos? Em um
cenário no qual as transações no mercado financeiro ocorressem de forma direta entre agentes
superavitários e deficitários1, quantos negócios teríamos? Como as pessoas e as empresas se
capitalizariam? Certamente a liquidez seria mínima.
Por esse motivo se faz necessária a criação de um Sistema Financeiro, ou seja, um conjunto de
órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações necessárias à circulação da moeda e
do crédito na economia. O Sistema Financeiro tem o importante papel de fazer a intermediação
de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários de recursos, tendo
como resultado um crescimento da atividade produtiva. Sua estabilidade é fundamental para a
própria segurança das relações entre os agentes econômicos.

1 Superavitário: quem possui dinheiro sobrando e está disposto a poupar. Deficitário: quem tem déficit financeiro e
busca recursos junto ao mercado.

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15 fatos históricos sobre a evolução do Sistema Financeiro Nacional
Família Real chega ao Brasil e criam-se, então, condições para intermediação financeira
1808
com a constituição dos bancos comerciais.
1808 Criada a primeira instituição financeira do país: Banco do Brasil.
1836 É estabelecido o primeiro banco comercial privado do país: Banco do Ceará.
Ocorre a primeira fusão bancária no país: Banco do Brasil e Banco Comercial do Rio de
1853
Janeiro.
Fundação da Caixa Econômica da Corte (atual Caixa Econômica Federal) por meio do
1861
decreto nº 2.723, assinado por Dom Pedro II.
Chegada dos primeiros bancos estrangeiros: London & Brazilian Bank e The Brazilian and
1863
Portuguese Bank.
É criada a Inspetoria Geral dos Bancos com o objetivo de ampliar o nível de segurança da
1920
intermediação financeira no país.
1942 A Caixa de Mobilização e Fiscalização Bancária substitui a Inspetoria Geral dos Bancos.
Criação do BNDE (Atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES)
1952
através da lei nº 1.628.
1964 Criação do CMN e do Bacen através da lei nº 4.595.
1965 Reformulação do Mercado de Capitais através da lei nº 4.728.
1976 Criação da CVM, que passa a regulamentar e fiscalizar o Mercado de Capitais.

1995 É autorizada a criação do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) através da resolução nº 2.197.

Criação do Plano Real através da lei nº 9.069 – essencial para a estabilidade econômica
1995 observada no país nos anos seguintes. A referida lei também dá novas responsabilidades
para CMN e Bacen em relação ao controle da moeda.
Integração da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com a Bolsa de Mercadorias e
2008 Futuros (BM&F), criando a BM&FBovespa, única bolsa de valores mobiliários do Brasil
atualmente.

Futuro escriturário: No seu concurso do Banrisul não será cobrado dados históricos,
apenas coloquei aqui para te situar melhor e ajudar na compreensão do SFN.

Estrutura do Sistema Financeiro


Uma primeira divisão do Sistema Financeiro Nacional é feita de acordo com o ramo de
atividades, as quais podemos classificar em três mercados distintos e complementares:

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Banrisul (Escriturário) – Conhecimentos Bancários – Prof. Edgar Abreu

Entenda melhor cada um dos mercados:

MERCADO FINANCEIRO
Divisão Objetivos / Características
Garantir a liquidez da economia. O Banco Central é o principal executor
Mercado De Moeda desse mercado, no qual atua através da Política Monetária para realizar
(Monetário) o controle de oferta de moeda e das taxas de juros de empréstimos de
curto prazo.
No qual ocorre a intermediação de recursos de médio e longo prazo
Mercado de Crédito entre os agentes superavitários (ofertantes de recursos) e os deficitários
(tomadores de recursos).

Troca de moeda estrangeira por moeda nacional (real) ou o inverso. Todas


Mercado de Câmbio
as transações de comércio exterior do país passam por esse mercado.

Meio de captação de recursos para agentes deficitários através da


oferta de valores mobiliários (ações, debêntures e notas promissórias,
Mercado de Capitais
entre outros). É uma forma de o investidor acessar diretamente os
emissores desses valores mobiliários.

Transferência de risco de um agente (segurado) para uma instituição


Mercado de Seguros e (seguradora) através do pagamento de prêmio (custo do seguro).
Resseguro Mercado essencial para o gerenciamento de riscos de indivíduos e
empresas.

Acumulação de recursos para garantir uma aposentadoria complementar


Mercado de Previdência
ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Disponível para qualquer
Aberta
participante que possua interesse.

Garantir ao participante a oportunidade de acumular recursos e também


Mercado de Capitalização
de concorrer a sorteios periódicos de valores em dinheiro.

Mercado de Previdência Acumulação de recursos para garantir uma aposentadoria complementar


ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Porém, disponível apenas
Complementar Fechada
para um grupo restrito de participantes (funcionários de uma mesma
(Fundos de Pensão) empresa, por exemplo).

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O Mercado Financeiro possui três órgãos normativos (Conselhos), que são os responsáveis por
fixar as diretrizes de cada mercado. A seguir, o Conselho responsável por cada divisão:

Futuro escriturário: No edital não consta CNSP e nem CNPC, apenas citei com objetivo
de contextualizar o mercado financeiro. Além disso, apesar do CNSP não ser objeto de
prova, os produtos sobre responsabilidade dele, seguros, previdência e capitalização,
serão abordados e cobrados na prova.

Ainda dentro do mercado de normatização, encontram-se os órgãos supervisores, que, além


da supervisão, também executam a função normativa – sempre de acordo com as diretrizes
traçadas por cada conselho.

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Note que o mercado de capitais possui dois supervisores (supervisão compartilhada): o Banco
Central e também a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Essa supervisão compartilhada
justifica-se pelo fato de que a primeira lei que regulamentou o mercado de capitais, a lei
federal no 4.728, de 1965, em seu artigo primeiro, atribuiu ao Banco Central do Brasil a tarefa
de fiscalização desse mercado.
Mesmo com a criação da CVM, a fiscalização do mercado de capitais não foi transferida
em sua totalidade, ficando ainda partes relacionadas ao mercado de títulos públicos sob a
responsabilidade do Banco Central do Brasil, como deixa claro o § 1º do artigo 3º da Lei nº
6.385/76:
“Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscalização do mercado financeiro e de capitais continuará
a ser exercida, nos termos da legislação em vigor, pelo Banco Central do Brasil.”
Por esse motivo é correto afirmar que a fiscalização desse mercado é compartilhada entre o
BCB e a CVM.
As regulamentações dos órgãos supervisores são dadas através de circulares e cartas circulares
(Banco Central e Susep) ou Instruções Normativas (CVM e Superintendência Nacional de
Previdência Complementar – Previc). A legislação ditada por essas entidades deve sempre
seguir orientações de seus respectivos conselhos.
Quando exercem suas funções de fiscalização, os supervisores possuem autonomia para punir
as instituições que não agirem em conformidade com a lei. Como em qualquer julgamento,
cabe à instituição punida a faculdade de recorrer à penalidade aplicada. Para isso, faz-se
necessária a existência de um órgão recursal, que são eles:

Esses três órgãos recursais são responsáveis por julgar os recursos interpostos, oriundos de
penalidades administrativas aplicadas pelos supervisores do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Essas são as segmentações de mercado, porém, podemos classificar as instituições que fazem
parte do Sistema Financeiro Nacional em três subsistemas: Normativo, Recursal e Operacional,
conforme organograma 5, a seguir:

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Alguns autores dividem o SFN em apenas dois subsistemas (normativo e operacional), porém,
os órgãos recursais que fazem parte do Sistema Financeiro, não se classificam nem como
instituições normativas nem como operacionais, por isso, faz-se necessária a criação de um
terceiro subsistema, o qual vamos chamar de subsistema recursal.
Assim, o Sistema Financeiro Nacional passa a ser dividido em três subsistemas, que juntos se
assemelham aos três poderes de um governo.

O subsistema normativo é composto por órgãos normativos e também supervisores. Cada


órgão normativo possui uma ou duas, no caso do CMN, entidades supervisoras, conforme
disposto a seguir.

O subsistema operacional é constituído pelas instituições dedicadas à execução das atividades


finalísticas do SFN, notadamente as instituições financeiras e os demais intermediários
financeiros, a elas equiparadas.

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A definição de instituição financeira é dada pela Lei Federal nº 4.595/64, em seu artigo 17.
“Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em
vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade
principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a
custódia de valor de propriedade de terceiros.”

No mesmo artigo, em seu parágrafo único, é possível termos a identificação de “equiparação à


instituição financeira”:
“Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às
instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das
atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.”

Além disso, a lei federal nº 492, de junho de 1986, que trata de crimes contra o sistema
financeiro, altera e atualiza a equiparação de instituição financeira em seu artigo primeiro,
parágrafo único, contemplando também a pessoa jurídica:
“Equipara-se à instituição financeira:
I – a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio,
capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;
II – a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste
artigo, ainda que de forma eventual.”

Algumas instituições financeiras, além de pertencerem ao subsistema operacional, também


executam atividades normativas. Por esse motivo, são conhecidos como agentes especiais. Os
agentes especiais são: o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social.
São eles (BB, CEF e BNDES) os três pilares que auxiliam o governo na implementação das
políticas econômicas voltadas para o agronegócio (BB), habitação e financiamento de longo
prazo (CEF) e investimento (BNDES).
Alguns autores classificam também o Banco da Amazonas e o Banco do Nordeste (BNB) como
agentes especiais, porém, apesar de serem responsáveis pela execução das políticas públicas
do governo, não podemos equipará-los aos agentes especiais, aqui definidos, devido à
restrição geográfica imposta pela área de atuação, uma vez que os dois são responsáveis por
executar políticas públicas regionais e não de âmbito nacional, como os demais.
As Instituições Monetárias são as que possuem a capacidade de criar moeda escritural através
da captação de depósito à vista. Somente essas instituições podem manter contas correntes
movimentáveis por cheques. Não é correto chamá-las de Instituições Bancárias, considerando
que a captação de depósito à vista também é permitida às cooperativas de crédito e à Caixa
Econômica Federal (CEF), que não são bancos. Além do mais, os Bancos de Investimento,
Desenvolvimento, Múltiplo (sem a carteira comercial) e de Câmbio, apesar de serem bancos,
não podem captar através de depósito à vista, portanto não criam moeda, sendo caracterizados
como instituições não monetárias.
Outro erro de divisão do sistema financeiro é a criação de subconjuntos do tipo “bancário”,
“não bancário”, “auxiliares do sistema financeiro nacional” etc.

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Ora, se definirmos um conjunto com o nome de “instituições bancárias”, logo, todas as


instituições que não fizerem parte desse conjunto devem ser intituladas como “não bancárias”.
Esse é o princípio lógico da negação de uma proposição simples em lógica matemática.
Portanto, não monetárias são todas as instituições financeiras que não são bancárias.
No modelo proposto vamos criar apenas o conjunto com as instituições monetárias, aquelas
que possuem capacidade de criar moeda escritural, ficando subentendido que todas as
demais instituições são classificadas como não monetárias (sem a capacidade de criar moeda
escritural).
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) é composto pelas instituições
financeiras que captam, entre outros meios, através de cadernetas de poupança e possuem
destinação básica desses recursos para financiamentos habitacionais, bem como as operações
de financiamento efetuadas no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O SBPE
é composto por: Banco Múltiplo com carteira de Crédito Imobiliário, Sociedades de Crédito
Imobiliário, Associações de Poupança e Empréstimo e Caixa Econômica Federal. Notem que as
Companhias Hipotecárias, apesar de concederem crédito para habitação, não fazem parte do
SBPE, sendo assim, não têm autorização para captação por meio de caderneta de poupança.
O Sistema de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários é composto por instituições que
sofrem fiscalização compartilhada (BCB e CVM). De forma resumida, a autorização para o seu
funcionamento e também atuação no mercado de câmbio é fornecida pelo BCB, enquanto a
autorização das suas atividades, valores mobiliários, é concedida pela CVM.
Em geral, todos os órgãos e instituições citados no organograma do SFN estão vinculados ao
Ministério da Fazenda, sendo as exceções:

Ministério
1. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Social (BNDES)
1. Sociedades de Fomento Mercantil (Factoring)
Sem vínculo a ministério
2. Sociedades Securitizadoras de Recebíveis

Com a alteração de status do Ministério da Previdência Social para Secretaria da Previdência


Social em 2016, essa pasta ficou vinculada ao Ministério da Fazenda. Sendo assim, os órgãos a
seguir ficaram, de forma indireta, vinculados também ao Ministério da Fazenda:
1. Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
2. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
3. Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC)
4. Entidade Fechada de Previdência Complementar

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1.2 Órgãos Normativos

O conselho monetário nacional é um órgão normativo do sistema financeiro nacional, que são
órgãos responsáveis por determinar regras e diretrizes gerais para o bom funcionamento do
SFN. Os três órgãos normativos que compõem o Sistema Financeiro Nacional são:
1. Conselho Monetário Nacional (CMN)
2. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
3. Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
No nosso edital do Banrisul, somente o CMN foi cobrado, logo não iremos estudar o CNSP e o
CNPC ok?

1.2.1 Conselho Monetário Nacional (CMN)


O Conselho Monetário Nacional (CMN), é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional,
criado em 1964 pela lei federal nº 4.595 – mas a sua instituição se deu apenas em 31 de março
de 1965, já que a lei que o cria só entrava em vigor 60 dias após a publicação –, substituindo a
autoridade monetária da época, que era a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc)
com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito.
Em sua primeira formação, o CMN era composto pelo Ministro da Fazenda (presidente
do Conselho), pelo Presidente do Banco do Brasil, o Presidente do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico (BNDE2) e mais seis membros nomeados pelo Presidente da
República. Desde sua criação, sofreu por algumas mudanças em sua composição, ficando como
a atual, ditada pela lei nº 9.069/95 (Plano Real), que limita a quantidade de membros a apenas
três, sendo eles o Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente, Ministro de
Estado do Planejamento e Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do Brasil.
Sua atual composição é:

Composição CMN
1 Ministro da Fazenda (Presidente)
2. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
3. Presidente do Banco Central

Seus membros se reúnem, ordinariamente, uma vez por mês para deliberar sobre assuntos
relacionados com as competências do CMN. Em casos extraordinários pode acontecer mais
de um encontro por mês. Para as suas reuniões, o CMN conta com auxílio das comissões
consultivas, que têm como finalidade auxiliar o Conselho em suas decisões, criadas a partir do
artigo 7º da lei federal nº 4.595/64. A sua atual e correta composição foi definida no artigo 11º
da lei federal nº 9.069:

2 Na época (1945) o BNDE não tinha em seu nome nem em suas atividades o cunho “social”, passando a se chamar
BNDES somente em 1982.

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O CMN é obrigado a realizar audiência das Comissões Consultivas no trato das matérias
atinentes às finalidades específicas das referidas Comissões, ressalvados os casos em que se
impuser sigilo.
Junto ao CMN também funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), que
foi criada pelo art. 9º da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, e tem como coordenador o
Presidente do Banco Central do Brasil.
A Comoc funciona como órgão de assessoramento técnico para o CMN na formulação da
política da moeda e do crédito do país. Apesar de prestar assessoria técnica, a Comoc não
pode ser considerada uma comissão consultiva, já que suas competências são bem mais
abrangentes, destacando-se pelo fato de ser a responsável em propor regulamentação
e também em se manifestar previamente sobre as matérias tratadas de competência do
Conselho Monetário Nacional.
O CMN reúne-se, ordinariamente, uma vez por mês e, extraordinariamente, por convocação
do seu presidente. Participam das suas reuniões, além dos conselheiros, membros da Comoc,
diretores de Administração e Fiscalização do Banco Central do Brasil e representantes das
Comissões Consultivas quando convocados pelo Presidente do CMN (Ministro da Fazenda),
porém somente os três conselheiros possuem direito a voto.
Em todas as reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no Diário Oficial da União
(DOU), no qual também devem ser publicadas as matérias aprovadas que são regulamentadas
por meio de Resoluções, normativos de caráter público, que também podem ser consultados
na página de normativos do Banco Central do Brasil3.

3 Ver Link 1 na seção Links interessantes e QR codes.

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Os objetivos do CMN estão definidos no artigo 3º da lei nº 4.595. São eles:
“I – Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia nacional e seu processo de desenvolvimento.”

Os meios de pagamento são uma espécie de termômetro da economia, que serve de auxílio
para o Banco Central do Brasil (BCB) executar sua política monetária. O objetivo do CMN em
adaptar esses meios de pagamento justifica-se também pelo fato de ele ser responsável pela
coordenação da política monetária, definida pelo 7º objetivo (ver mais adiante).
“II – Regular o valor interno da moeda para tanto, prevenindo ou corrigindo
os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as
depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos
conjunturais.”

O valor interno da moeda é importante, pois está relacionado diretamente ao preço dos
produtos e serviços, ao poder de compra da moeda e, consequentemente, à inflação. Para
atingir esse objetivo, uma das competências do CMN é a de determinar a meta de inflação a
ser considerada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na decisão da taxa de juros Selic
Meta. (artigo 1º do Decreto 3.088 de 1999).
“III – Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de
pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em
moeda estrangeira.”

O comércio internacional é altamente influenciado pelo valor da moeda local. Nada adianta um
país ter controle da inflação e não ser competitivo no comércio exterior. Para manter-se com
uma balança de pagamento equilibrada, é necessário controle e intervenções das autoridades
monetárias. Para cumprir tal objetivo, o CMN pode, entre outras medidas, outorgar ao Banco
Central do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio
no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação.
(Inciso XVIII do artigo 4º da lei nº 4.595/64).
“IV – Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer
públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões
do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia
nacional.”

Como maior autoridade monetária do país, cabe ao CMN a responsabilidade de orientar as


instituições financeiras quanto a suas aplicações de recursos. As Sociedades Seguradoras, por
exemplo, que são regulamentadas e fiscalizadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados
(CNSP) e pela Superintendência Nacional de Seguros Privados (Susep), devem seguir orientações
do CMN quanto à aplicação de recursos. Vale ressaltar que as Sociedades Seguradoras, mesmo
não sendo Instituições Financeiras, são equiparadas como tal, de acordo com o artigo 1º da lei
federal nº 7.492, de 1986.
“V – Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de
mobilização de recursos.”

Um dos exemplos da atuação do CMN para atingimento desse objetivo foi a criação do
DPGE (Depósito a Prazo com Garantia Especial), em 2009, pela resolução nº 3.692 (revogada
posteriormente após a estabilidade da economia). Esse novo instrumento de captação foi uma

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alternativa para bancos de menor porte em meio à crise internacional de liquidez, que, no Brasil,
atingiu principalmente as instituições financeiras de pequeno e médio porte. O DPGE conta
com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de 20 milhões atualmente. A
criação dessa nova ferramenta de captação também atendeu a mais um objetivo do conselho,
que é o de:
“VI – Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.”

A liquidez e solvência das instituições financeiras estão diretamente ligadas com a liquidez da
economia, porém, a responsabilidade de zelar pela liquidez da economia é do Banco Central
do Brasil, e não do CMN.
“VII – Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida pública, interna e externa.”

O Conselho deve coordenar as políticas, sendo o Banco Central do Brasil o responsável pela
execução das mesmas.
Já as competências do CMN estão redigidas no artigo 4º da lei que o cria (nº 4.595/64). Entre
elas, as principais são:
1. Autorizar as emissões de papel-moeda.
2. Fixar as diretrizes e normas da política cambial.
3. Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as
suas formas.
4. Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das Instituições Financeiras.
5. Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos e comissões, e qualquer outra
forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os
prestados pelo Banco Central.
6. Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão
emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas.
7. Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições
financeiras.
É importante salientar que, apesar de o Inciso XIV desse mesmo artigo afirmar que compete
ao CMN a tarefa de determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total dos
depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, é responsabilidade do BCB
determinar tais percentuais, como fica claro no artigo 10, Inciso III:
“Compete privativamente ao Banco Central do Brasil determinar o
recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até
sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras.”

O depósito compulsório é um dos instrumentos de política monetária, e a sua execução, que é


atribuição do BCB, depende essencialmente da alteração da alíquota de recolhimento.

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1.3 Supervisores do SFN

As entidades supervisoras trabalham para que os cidadãos e os integrantes do sistema


financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Suas competências são as de
regulamentar o mercado de acordo com as diretrizes traçadas pelos respectivos órgãos
normativos, supervisionar, fiscalizar e punir os agentes que agirem às margens da legislação.
Os quatro órgãos supervisores que compõem o Sistema Financeiro Nacional são:
1. Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN)
2. Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
3. Superintendência de Seguros Privados (Susep)
4. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
Abaixo, novamente ilustramos o mercado de atuação de cada órgão supervisor:

Futuro escriturário: Importante salientar que o nosso edital do Banrisul constam


apenas BACEN e CVM, ou seja, SUSEP e Previc não serão abordados.

1.3.1 Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen)


O Banco Central do Brasil, criado pela lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é uma autarquia4
federal vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro em Brasília-DF e atuação em todo
o território nacional, embora suas representações estejam restritas às capitais dos Estados do
Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará
e Pará.

4 Autarquia: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa
e financeira descentralizada.

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O BCB é o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e, segundo


o artigo 2º do seu regimento interno (Portaria nº 84.287, de 27 de fevereiro 2015), as suas
finalidades são:
•• Formulação, execução, acompanhamento e controle das políticas monetária, cambial, de
crédito e de relações financeiras com o exterior.
•• Fazer a gestão do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e dos serviços do meio circulante.
•• Organizar, disciplinar e fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de
Consórcio.

Políticas econômicas:
•• Conselho Monetário Nacional (CMN): responsável por coordenar.
•• Banco Central do Brasil (BCB): responsável por formular, executar, acompanhar e controlar.

O que é: Possui Meta


Conjunto de medidas adotadas pelo Bacen, vi- Sim.
sando adequar os meios de pagamento disponí-
Política veis às necessidades da economia do país, bem A Meta de inflação é definida
Monetária como controlar a quantidade de dinheiro em pelo CMN. Atualmente é
circulação no mercado e que permite definir as de 4,5% ao ano com 2% de
taxas de juros. intervalo de tolerância

Tem como objetivo ampliar a oferta e o acesso


Política Creditícia Não
da população ao crédito.
É o conjunto de ações governamentais dire-
tamente relacionadas ao comportamento do
mercado de câmbio, inclusive no que se refere
Política Cambial à estabilidade relativa das taxas de câmbio e ao Não
equilíbrio no balanço de pagamentos. Tem como
objetivo o aperfeiçoamento permanente do re-
gime de câmbio flutuante.
Política Conjunto de ações governamentais com o
Financeira com objetivo de buscar maior equilíbrio nas relações Não
o exterior de comércio com os parceiros do exterior.

Além de fiscalizar o SFN, o BCB é responsável também por fiscalizar o mercado de capitais
junto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mesmo com a instituição da CVM por
meio da lei federal nº 6.385/76, parte do mercado de capitais, que envolve basicamente os
títulos públicos federais, estaduais e municipais, continuam sob a supervisão do BCB, conforme
já constava na lei federal nº 4.728/65. (lei nº 6.385, artigo 3º, parágrafo 1º).
Seus objetivos são os de:
•• Manter as reservas internacionais em nível adequado;
•• Estimular a formação de poupança;
•• Zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro;
•• Zelar pela adequada liquidez da economia.

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OBS: cuidado para não confundir com o objetivo do Conselho Monetário Nacional,
que é de “zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras”)

Para cumprir com as suas responsabilidades e atingir seus objetivos, o BCB conta com uma
diretoria colegiada5, que é composta por até nove membros – um dos quais o presidente
–, todos nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros de ilibada reputação e
notória capacidade em assuntos econômico-financeiros. Após a nomeação, os nomes devem
ser aprovados também pelo Senado Federal. Desde o final de 2004, o presidente do Bacen
ganhou status de Ministro de Estado, dado pela lei federal nº 11.036.
As atuais diretorias do Banco Central estão representadas no quadro a seguir:

DIRETORIA   DIRETOR
1 Presidência
2 Diretor de Administração (Dirad)
3 Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos (Direx)
4 Diretor de Fiscalização (Difis)
5 Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural (Diorf)
6 Diretor de Política Econômica (Dipec)
7 Diretor de Política Monetária (Dipom)
8 Diretor de Regulação (Dinor)
9 Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania (Direc)

As decisões da Diretoria Colegiada serão tomadas por maioria de votos, cabendo ao presidente,
ou a seu substituto, o voto de qualidade. A diretoria reúne-se, ordinariamente, uma vez por
semana. Nesse encontro devem estar presentes, no mínimo, o presidente, ou seu substituto, e
metade do número de diretores.
Além das reuniões periódicas, os diretores do BCB reúnem-se também para estabelecer
as diretrizes da política monetária e para definir a taxa de juros. Essas atividades são de
responsabilidades do Comitê de Política Monetária (Copom), que foi instituído em 20 de junho
de 1996 e é formado pelos diretores do Banco Central.

5 Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as decisões são tomadas em grupo, com o
aproveitamento de experiências diferenciadas.

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O BCB, na implementação das resoluções aprovadas pelo CMN, edita os seguintes documentos:

DOCUMENTO O QUE É
Ato normativo que tem por finalidade divulgar deliberação da Diretoria
CIRCULAR
Colegiada do Banco Central.
Ato normativo que tem a finalidade de divulgar instrução, procedimento ou
CARTA CIRCULAR
esclarecimento a respeito do conteúdo de documentos normativos.
Documento administrativo de âmbito externo, que tem por finalidade divulgar
COMUNICADO deliberação ou informação relacionada à área de atuação do Banco Central do
Brasil.

Comentário sobre a Diretoria do Bacen:


Nas campanhas eleitorais para Presidente da República, em 2014, o tema “diretoria
do BCB” foi motivo de muito debate (ver reportagem ao final desse assunto). Alguns
candidatos defendiam a chamada “autonomia do BCB” e outros eram contra. Essa
suposta autonomia, defendida por alguns, hoje não existe pelo fato dos diretores da
instituição não terem mandato fixo, com prazo estipulado – logo os mesmos podem
estar sujeitos a intervenções políticas nas suas decisões, já que a estabilidade do cargo
não está definida em seu regimento interno, ao contrário do que acontece com a
Comissão de Valores Mobiliários, que tem em sua lei federal de criação, nº 6.385, de
1.976, no artigo 6º, primeiro parágrafo, a definição de prazo de cinco anos para cada
dirigente.
Quem defende a autonomia do BCB afirma que é necessária menor intervenção política
para garantir a estabilidade financeira e a confiança do mercado. Já os opositores
afirmam que dar autonomia ao Banco Central é submeter a economia a intervenções,
lobby e possível “controle” por parte dos bancos privados .

Dentre suas atribuições do BCB estão:


1. Emitir papel-moeda e moeda metálica;
2. Executar os serviços do meio circulante;
3. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
4. Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
5. Exercer o controle de crédito;
6. Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições
financeiras;
7. Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar
o fluxo de capitais estrangeiros no país;

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8. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias.
Também compete ao BCB determinar o recolhimento de até 100% do total dos depósitos
à vista e de até 60% de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma
de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida
Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, conforme Inciso III do artigo 10
da lei nº 4.595/64;
9. Autorizar o funcionamento das instituições financeiras, exceto quando essa for uma
instituição estrangeira. Nesse caso, a autorização é dada através de decreto do Poder
Executivo, conforme artigo 18 da lei nº 4.595/64;
10. Exercer a fiscalização das instituições financeiras. São Instituições Fiscalizadas pelo BCB:6

Base Legal Instituições Fiscalizáveis


1. Bancos: Comerciais, de Investimento, de Câmbio, Múltiplos e de De-
senvolvimento.
2. Caixa Econômica Federal.
3. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
4. Sociedades: corretora de câmbio e de crédito, financiamento e inves-
timento.
Lei federal nº 4.595/64 5. Companhias hipotecárias.
6. Agências de turismo e meios de hospedagem autorizados pelo BCB a
operar no mercado de câmbio.
7. Empresas brasileiras que administram cartões de crédito de uso inter-
nacional.
8. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – nas transferências
internacionais de recursos vinculadas a vales postais internacionais.
Lei nº 4.380/64 9. Sociedades de crédito imobiliário.
Lei nº 4.728/65 10. Sociedades Corretoras e Distribuidoras de títulos e valores mobiliários.6
Decreto-lei nº 70/66 11. Associações de Poupança e Empréstimo.
Lei nº 5.764/71 e
12. Cooperativas de crédito.
LC nº 130/09
Lei nº 6.099/74 13. Sociedades de Arrendamento Mercantil.
Lei nº 11.795/08 14. Administradoras de Consórcios.
15. Escritórios de representação de instituições financeiras sediadas no
Lei nº 9.613/98
exterior (acerca da prevenção e combate à lavagem de dinheiro).
Lei nº 10.194/01 16. Sociedades de crédito ao microempreendedor.
Medida provisória nº
17. Agências de fomento.
2.192-70
Lei nº 6.385/76 18. Empresas de auditoria contábil e auditores contábeis independentes.
Lei 12.865/13 19. Instituições de pagamento e de arranjos de pagamentos.

6 As SCTVM e as DTVM sobre supervisão compartilhada, haja vista que o BCB fiscaliza as operações com títulos de
renda fixa e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) as transações com títulos e valores mobiliários.

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As sociedades de fomento comercial (factoring) não são fiscalizadas pelo BCB, sendo suas
atividades meramente comerciais.
Note que as atribuições do BCB, em geral, têm caráter de supervisão, o que fica claro pelos
verbos destacados em negrito. Porém, como exceção, algumas atividades do BCB têm caráter
normativo no sentido mais amplo, como os de:
•• Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis e de
transferência de recursos. Nesse caso, fica o Banco do Brasil como responsável pela
execução do serviço de compensação.
•• Regulamentar e fiscalizar o mercado de câmbio – mercado esse que compreende as
operações de compra e de venda de moeda estrangeira, as operações em moeda nacional
entre residentes, domiciliados ou com sede no país e residentes, domiciliados ou com sede
no exterior e as operações com ouro-instrumento cambial, realizadas por intermédio das
instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central, diretamente
ou por meio de seus correspondentes.
Segundo a Constituição Federal, artigo 164 em seu parágrafo primeiro, “é vedado ao banco
central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer
órgão ou entidade que não seja instituição financeira”.
Desde a publicação da Lei Federal de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101, de 04/05/2000), o BCB
não emite mais títulos da dívida pública (vedado pelo artigo 34), ficando o Tesouro Nacional o
único órgão autorizado a emitir títulos para atender a política fiscal. O Banco Central utiliza os
títulos do Tesouro Nacional para realizar política monetária por meio de operações de compra
e venda no mercado secundário.
A atuação do BCB no mercado primário de títulos públicos se dá somente quando a emissão
dos títulos tiver com objetivo o refinanciamento da dívida pública. Nesse caso, a compra de
títulos se caracteriza como um alongamento do prazo das dívidas e não como um financiamento
ao tesouro.
Importante ressaltar que, no mercado primário , o valor de venda dos títulos públicos será
repassado para o cofre do governo, motivo pelo qual o BCB não pode atuar nesse segmento,
exceto no caso citado anteriormente. Já no mercado secundário, no qual o BCB atua livremente,
a negociação é de um título já existente e anteriormente adquirido por um investidor, ou seja,
o valor de venda irá para esse investidor e não para o governo.

1.3.1.1 Comitê De Política Monetária (Copom)


O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo
de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a meta da taxa básica de juros,
que no Brasil é a Taxa Over-Selic, ou Taxa Selic.
O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do BCB: o presidente e os
diretores. Após a publicação do decreto federal nº 3.088, em 21 de junho de 1999, o Copom
passou a ter a sistemática de metas para a inflação como diretriz de política monetária. Desde
então, as decisões do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação
definidas pelo Conselho Monetário Nacional.

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Se, em determinado ano, a inflação (medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA)
ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, o Presidente do BCB deve encaminhar carta aberta
ao Ministro da Fazenda explicando as razões do não cumprimento da meta, bem como as
medidas necessárias para trazer a inflação de volta à trajetória predefinida e o tempo esperado
para que essas medidas surtam efeito.
Abaixo, o quadro demonstra como foi em cada ano o comportamento da inflação com relação
à meta da taxa de juros:

As reuniões ordinárias7 acontecem oito vezes ao ano, aproximadamente a cada seis semanas,
e são realizadas em dois dias. A primeira sessão começa na tarde de terça-feira, quando os
chefes de departamento fazem suas apresentações técnicas sobre a conjuntura econômica
e financeira. A reunião é concluída, normalmente, ao fim da tarde do dia seguinte (quarta-
feira), no qual participam apenas os membros do Comitê e os diretores de Política Monetária
e Política Econômica, além do chefe do Depep, sem direito a voto. Após análise das projeções
atualizadas para a inflação, os diretores de Política Monetária e de Política Econômica
apresentam alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem recomendações acerca da
política monetária.
Em seguida, os demais membros do Copom fazem suas ponderações e apresentam eventuais
propostas. Ao final, procede-se a votação das propostas, buscando, sempre que possível,
o consenso. A decisão – a meta para a Taxa Selic e o viés, se houver – é imediatamente
divulgada à imprensa, ao mesmo tempo em que é expedido comunicado através do Sistema de
Informações do Banco Central (SisBacen). O Presidente tem direito ao voto decisório em caso
de empate na decisão da política monetária.
7 Desde sua criação, o Copom reuniu-se apenas três vezes de forma extraordinária.

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As atas em português das reuniões do Copom devem ser divulgadas no prazo de até seis dias
úteis após a data de sua realização, o que normalmente acontece às 8h30 da quinta-feira da
semana posterior a cada reunião.
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o
documento “Relatório de Inflação”, que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e
financeira do país, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.

1.3.2 Comissão De Valores Mobiliários (CVM)


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de dezembro de 1976 pela lei nº 6.385
para fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Até o ano de 1976, o
Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BCB) eram responsáveis por
disciplinar e fiscalizar, respectivamente, o mercado de capitais, como consta na lei federal nº
4.728, de 14 de julho de 1965.
A criação da CVM, mais de dez anos depois, foi justificada pelo crescimento do mercado, o
que acabou sobrecarregando o BCB na função de fiscalizador. O modelo adotado pelo Brasil,
de segregar o mercado de moeda e crédito (BCB) do mercado de capitais (CVM) é comum
em diversas economias, entre elas a dos Estados Unidos, que possui o Federal Reserve System
(FED) e a Securities Exchange Commission (SEC), que exercem, respectivamente, as funções de
autoridades monetárias nos mercados de crédito e de valores mobiliários.
Atualmente o mercado de capitais (mercado que envolve a negociação de títulos e valores
mobiliários) é fiscalizado pela CVM e pelo BCB de forma compartilhada, sendo que a maioria
dos títulos negociados nesse mercado são de responsabilidade da CVM, enquanto os títulos
da dívida pública federal, estadual ou municipal e os títulos cambiais são de responsabilidade
das instituições financeiras, exceto as debêntures. Importante salientar que as captações feitas
por entes governamentais ou por instituições financeiras são de responsabilidades do BCB,
conforme consta no parágrafo primeiro do inciso VI, artigo 3º da lei federal nº 6.385.
São valores mobiliários de responsabilidades da CVM:
Principais títulos e valores mobiliários:

O que é?
Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas.
É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os
Ação acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações possuídas.
O acionista torna-se sócio da empresa e, portanto, não existe risco de crédito nesse
investimento, já que não se trata de um empréstimo.
Título de renda fixa de médio e longo prazo (a partir de 360 dias) emitidos por
Sociedades Anônimas. Representa um direito de crédito que o investidor possui
 Debêntures
contra a empresa emissora. O investidor faz um empréstimo para a empresa. Cada
debênture é uma fração da dívida de quem a emitiu.
Título de renda fixa de curto prazo (até 360 dias) emitidos por Sociedades Anônimas.
Notas A finalidade de emissão por parte da empresa é a de sanar necessidades de capital
Promissórias de giro ou fluxo de caixa. Trata-se de um empréstimo do investidor diretamente
para a empresa.

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O que é?
É a fração do Patrimônio Líquido de um fundo de investimentos, que é um serviço
Cotas de
de gestão de recursos. Vários cotistas se reúnem e centralizam os seus recursos
Fundos de
para ter vantagens no momento da aplicação e/ou para reduzir custos e riscos. A
Investimentos
cota representa a participação de cada um dos cotistas desse fundo.
É uma denominação genérica para operações que têm por referência um ativo
qualquer, chamado de “ativo base” ou “ativo subjacente” (que em geral é negociado
 Derivativos
no mercado à vista). Principais exemplos de derivativos: Opções, Mercado Futuro,
Mercado a Termo e Swap.
 É um instrumento que dá ao seu titular (dono da opção), um direito futuro sobre
ações ou contratos futuros, mas não uma obrigação. Ao mesmo tempo, dá ao
 Opções seu lançador (vendedor da opção) uma obrigação futura, caso o titular exerça o
seu direito. Existem opções de compra (direito de comprar determinado ativo) e
opções de venda (direito de vender determinado ativo).
 É o compromisso de compra e venda de um determinado bem em uma data futura
Mercado a
por um preço fixado na data atual, que não irá variar até a data da efetiva entrega
Termo
desse bem.
Pode ser entendido como uma evolução do mercado a termo. Nesse mercado, os
participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um ativo
Mercado
por um preço estipulado previamente para liquidação futura. Não necessariamente
Futuro
irá ocorrer a liquidação física (entrega do bem em si). As características que o fazem
uma evolução do mercado a termo são: contratos padronizados e ajuste diário.

Contrato entre dois agentes, no qual se realiza a troca de fluxos de caixas futuros
ou troca de rentabilidade futura. Existe, portanto, duas pontas na operação (uma
Swap
que se passa a receber e outra que será cedida), que são vistas como ponta ativa
e passiva, respectivamente.

Diferentemente do BCB, a CVM possui uma autonomia em seu poder fiscalizador, desde a
publicação da medida provisória nº 8 (convertida na lei nº 10.411, de 26.02.02) pela qual a
CVM passou a ser uma “entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério
da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e
estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária”, como consta no
artigo 5º da lei de sua criação.
Importante salientarmos que, mesmo com uma ausência de subordinação hierárquica, as
decisões tomadas pela CVM devem obedecer diretrizes traçadas pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN), conforme consta no artigo 3º da lei nº 6.385.
Essa autonomia que a CVM possui dá aos seus cinco diretores, um presidente mais 4 diretores
executivos nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal, mais
conforto na tomada de decisões, já que seus mandatos são fixados em cinco anos, sendo
vedada a recondução. No BCB, esse assunto foi motivo para grandes discussões políticas, como
relatamos ao tratar sobre o assunto anteriormente.

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Apesar de contar com regionais nas cidades de São Paulo (SP) e de Brasília (DF), é no Rio
de Janeiro (RJ) onde se encontra sua sede – local de onde são tomadas suas decisões
(instruções CVM), fruto das reuniões que acontecem semanalmente, de forma ordinária, ou
extraordinariamente, quando convocada pelo ocupante do cargo de presidente, atualmente
tendo o senhor Leonardo Pereira como responsável pela função.
Seus objetivos estão definidos no artigo 3º da lei nº 6.385/64 e são eles:
I. Estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
Comentário: não confunda formação de poupança com “caderneta de poupança”. O objetivo
da CVM é de canalizar investimento para o mercado de valores mobiliários. Formar poupança
refere-se ao ato de poupar e não a modalidade de investimento denominada “caderneta de
poupanças”.
II. Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e
estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas
sob controle de capitais privados nacionais;
III. Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão;
Comentário: Atualmente, no Brasil, temos apenas uma única bolsa de valores, a BM&FBovespa.
IV. Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:
a) Emissões irregulares de valores mobiliários;
b) Atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de
administradores de carteira de valores mobiliários;
c) O uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.
Comentário: Para proteger os titulares, a CVM fiscaliza todas emissões de valores mobiliários.
Conforme Instrução CVM nº 400/04, em seu artigo 2º, temos:
“Toda oferta pública de distribuição de valores mobiliários nos mercados
primário e secundário, no território brasileiro, dirigida a pessoas naturais,
jurídicas, fundo ou universalidade de direitos, residentes, domiciliados
ou constituídos no Brasil, deverá ser submetida previamente a registro na
Comissão de Valores Mobiliários – CVM.”

V. Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições


artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
Comentário: Como o inciso deixa claro, o objetivo da CVM é evitar fraudes, sendo que a
mesma não tem competência para determinar o ressarcimento de eventuais prejuízos sofridos
pelos investidores em decorrência da ação ou omissão de agentes do mercado. Também é
importante salientar que o mercado de capitais não conta com cobertura ou proteção do
Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
VI. Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e
as companhias que os tenham emitido, a observância de práticas comerciais equitativas
no mercado de valores mobiliários e de condições de utilização de crédito fixadas pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN).

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Para conseguir atingir os seus objetivos, a CVM possui diversas competências, sendo as
principais atividades:
I. Disciplinar, fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento.
Comentário: Os fundos de investimento, que até o final de 2015 eram regulamentados pela
instrução CVM nº 409/04, tiveram sua legislação alterada e atualizada com a publicação da
instrução CVM nº 555/14.
II. Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes,
administradores de carteiras de valores mobiliários, agentes autônomos, entre outros;
III. Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes, consultores e analistas
de valores mobiliários;
IV. Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não equitativas de
administradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de
valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei.

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Aula 02

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – DEMAIS INSTITUIÇÕES

2.1 Subsistema Recursal

A atividade punitiva no âmbito da regulação do sistema financeiro nacional deve ser


compreendida como instrumento de sinalização das condutas consideradas inadmissíveis aos
agentes e instituições envolvidos.
De maneira geral, no início, cabia sempre ao órgão normativo (CMN, CNSP e antigo o CGPC) a
tarefa de julgar esses recursos, porém, essa atividade, além de sobrecarregar as instituições,
ainda não dava ao punido ampla defesa, uma vez que os conselhos normativos eram compostos
apenas por entes nomeados pelo poder público. Com a evolução do Sistema Financeiro
Nacional, foram criados órgãos específicos para executar a apreciação e o julgamento desses
recursos, os chamados órgãos recursais, que são eles:
1. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN).
2. Instituiu o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência
Privada Aberta e de Capitalização (CRSNSP).
3. Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC).
No quadro a seguir é demonstrado o mercado de atuação e o respectivo órgão recursal:

Futuro escriturário: A notícia boa é que apenas o CRSFN consta em nosso editais,
demais órgãos recursais não foram cobrados!

2.1.1 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CRSFN


Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, órgão colegiado judicante de segundo
grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, criado pelo decreto nº 91.152, de 15
de março de 1985, tem por finalidade examinar e julgar, em segundo e último grau recursal
na esfera administrativa, as decisões proferidas em processos administrativos sancionadores
pelos seguintes órgãos:

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Como já foi anteriormente citado, os principais motivos para a criação do CRSFN foram: 1) a
sobrecarga de tarefas do CMN; e 2) a necessidade de representantes de entidades de classe
participarem do processo de recurso. Essas informações podem ser confirmadas com o trecho
do discurso de instalação do Conselho realizado pelo então Ministro Francisco Dornelles:
“Com a criação desse órgão fica o conselho monetário nacional aliviado
dessa atribuição podendo se dedicar com mais presteza às suas tarefas
precípuas de fixar as diretrizes de política econômica. Por outro lado, o órgão
técnico paritário, congregando representantes do próprio mercado e do
poder público regulador, será certamente o fórum adequado para a solução,
a nível administrativo, de conflitos e litígios de interesse do mercado, podendo
assim auxiliar na tarefa que, de outra forma, desaguaria necessariamente no
poder judiciário.”

O CRSFN é atualmente constituído por 16 conselheiros, sendo oito membros (quatro titulares e
respectivos suplentes) indicados pelo governo e oito (quatro titulares e respectivos suplentes)
indicados por entidades representativas do setor privado. Os seguintes órgãos do setor público,
dispostos na tabela abaixo, possuem assento no CRSFN:

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Atualmente, as quatro classes de entidades que compõem o CRSFN, cada uma com um
representante, são:
1. Abrasca – Associação Brasileira das Companhias Abertas
2. Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
3. Ancord – Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores
Mobiliários, Câmbio e Mercadorias
4. Febraban – Federação Brasileira das Associações de Bancos
Atuam junto ao CRSFN três procuradores da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN)
com a finalidade de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, de modo que opinam
sobre recursos, comparecem às sessões de julgamento e reuniões técnicas, bem como
assessoram juridicamente a presidência do Conselho.
De acordo com o seu regimento interno, cabe ao CRSFN julgar:

Órgão responsável por


Matérias
julgamento em primeiro grau
Suspensão ou cassação de funcionamento das Sociedades de
Crédito Imobiliário (SCI).
Punições impostas pelo Bacen às instituições financeiras, seus
diretores, membros de conselhos administrativos, fiscais e
semelhantes, e gerentes.

Relativas a penalidades por infrações à legislação cambial, de


capitais estrangeiros e de crédito rural e industrial.

Banco Central do Brasil (BCB) Relativas a penalidades por infração à legislação de consórcios.

Referentes à desclassificação e à descaracterização de


operações de crédito rural e industrial, e a impedimentos
referentes ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
(Proagro)

Relacionadas à retificação de informações, aplicação de multas


e custos financeiros associados a recolhimento compulsório,
encaixe obrigatório e direcionamento obrigatório de recursos.

Fraudes que apliquem às empresas comerciais exportadoras,


tais como: na exportação ou na tentativa de exportação de
Secretaria do Comércio Exterior mercadorias de saída proibida do território nacional e nos casos
(SECEX) e Secretaria da Receita em que o exportador deixar de efetuar as vendas contratadas
Federal (SRF) no exterior, sem justificativa, ou fizer entrega ao comprador
estrangeiro de mercadorias em desacordo com as obrigações
contratuais assumidas.

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Órgão responsável por
Matérias
julgamento em primeiro grau
Infrações relativas a normas da lei de sociedades por ações,
Comissão de Valores Mobiliários das suas resoluções (instruções CVM), bem como de outras
(CVM) normas legais cujo cumprimento lhe incumba fiscalização da
CVM.

Conselho de Controle ao Combate


de Lavagem de Dinheiro (Coaf)
Crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores.
e demais autoridades
administrativas competentes

2.2 Agentes Especiais

Recebem o nome de agentes especiais as instituições que, mesmo fazendo parte do subsistema
operacional (intermediação), também cumprem funções normativas. Normalmente estas
atividades são relacionadas a implementação das políticas econômicas do governo federal.
O governo possui três grandes pilares (instituições financeiras), que auxiliam na execução das
suas principais políticas. São elas:

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Existem outras instituições financeiras federais que também auxiliam o governo na execução
de políticas públicas, como o Banco do Amazonas e o Banco do Nordeste, porém, essas
instituições têm área de atuação restrita, não atuando em todo o território nacional – por esse
motivo, não vamos equipará-las às instituições acima citadas.

Futuro escriturário: Para o nosso concurso só será cobrado o BNDES e a CEF, pois
Banco do Brasil não consta no edital.

2.2.1 Caixa Econômica Federal (CEF)


No dia 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro
II assinou o Decreto nº 2.723, que fun-
dou a Caixa Econômica da Corte.
Junto com a criação da Caixa também
veio a modalidade de investimento mais
conhecida e antiga do mercado financei-
ro, as cadernetas de poupança, que fo- Primeiro logo da Caixa. Utilizado entre 1.861 a 1.889.
ram instituídas pelo artigo 1º do decreto
Fonte: http://www.caixa.gov.br/
assinado por Dom Pedro II, que dizia em
sua redação original:
“A Caixa Econômica estabelecida na Cidade do Rio de Janeiro, em virtude do
art. 2º, §§ 1º e 14 a 16 da Lei nº 1.083 de 22 de Agosto de 1860, tem por fim
receber a juro de 6%, as pequenas economias das classes menos abastadas,
e de assegurar, sob garantia do Governo Imperial, a fiel restituição do que
pertencer a cada contribuinte, quando este o reclamar na fórma do art. 7º
deste Regulamento.”

Note que, desde sua criação, a caderneta de poupança já contava com juros de 6% ao ano e
com garantia do governo federal.
Nessa época, a finalidade da caderneta de poupança e da Caixa Econômica era captar os
recursos e economias da população mais necessitada. Inclusive era permitido aos escravos
que tinham algum provento, chamados na época de “escravos de ganho”, guardar as suas
economias na Caixa Econômica, na poupança, e essas economias, muitas vezes, serviam para
comprar a própria carta de alforria.

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Com esse propósito, a Caixa foi crescendo e ganhando novas atividades, tornando-se, hoje, uma
das maiores empresas do governo federal. Importante destacar que, embora a Caixa exerças
atividades similares às oferecidas pelos bancos, legalmente ela não pode ser enquadrada como
tal, sendo que é uma empresa pública federal. A própria Caixa se intitula ser mais do que um
banco, haja vista que a mesma exerce diversas funções de cunho social que são de interesse do
governo federal.
O fato de ser responsável pela implementação das políticas sociais do governo federal faz da
Caixa um agente especial. Entre os programas sociais administrados por ela, destacam-se:

PROGRAMA O QUE É?
É um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em
situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o país, que tem como
objetivos: combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional,
Bolsa Família
combater a pobreza e outras formas de privação das famílias, promover o
acesso à rede de serviços públicos, em especial, saúde, educação, segurança
alimentar e assistência social.
Minha Casa É uma iniciativa do governo federal que oferece condições atrativas para o
Minha Vida financiamento de moradias para famílias de baixa renda.
Um dos mais importantes direitos dos trabalhadores brasileiros, o benefício
Seguro-desemprego oferece auxílio em dinheiro por um período determinado. Ele é pago em três
a cinco parcelas de forma contínua ou alternada.
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da
FIES Educação (MEC) que financia a graduação, em instituições particulares, de
estudantes que não possuem condições de arcar com os custos.
É um programa que procura ampliar o acesso da população aos medicamentos
considerados essenciais ao tratamento de doenças com maior ocorrência no
Farmácia Popular
Brasil, e é realizado por meio de transferência de recursos do Ministério da
Saúde aos estabelecimentos farmacêuticos credenciados.
O programa do Governo Federal, em parceria com o Ministério dos Esportes,
tem o objetivo de formar uma geração de atletas com potencial de representar
Bolsa Atleta o Brasil. A estratégia é simples: garantir a manutenção pessoal mínima dos
atletas para que eles tenham as condições necessárias para se dedicar ao
esporte.

No ano de 2015, a Caixa registrou um lucro de R$ 7,2 bilhões, um valor 0,9% superior ao obtido
no ano de 2014. Ainda apresentou um retorno sobre o patrimônio líquido médio de 11,40%
nos 12 meses anteriores à divulgação do resultado da empresa.
Para ser um empregado Caixa, é necessário prestar um concurso público, conforme determina a
Constituição Federal e o Estatuto da Caixa. No último concurso em 2014, o certame contou com
uma prova objetiva teve 120 itens, sendo 50 de conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos
específicos. Em conhecimentos básicos foram 14 de língua portuguesa, com peso dois, e 36
sobre matemática, raciocínio lógico, atualidades, ética e legislação específica, com peso um.
Conhecimentos específicos (conhecimentos bancários) contou com peso dois. Os candidatos
também foram submetidos a uma prova discursiva de conhecimentos específicos, com peso
um.

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2.2.2 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)


Criado em 20 de junho de 1952 pela lei federal nº 1.628, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDE) foi criado como uma autarquia federal que tinha como objetivo ser o órgão
formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico.
Uma importante transformação no BNDE ocorreu em 1971, quando ele se tornou uma empresa
pública federal. A mudança possibilitou maior flexibilidade na contratação de pessoal, maior
liberdade nas operações de captação e aplicação de recursos e menor interferência política.
Somente no início dos anos 1980, que foi marcado pela integração das preocupações sociais
à política de desenvolvimento, ocorreu a mudança que se refletiu na atuação e no nome do
banco, que, em 1982, passou a se chamar Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
Por ser uma empresa de controle do governo federal, o BNDES não pode ser considerado
como banco de desenvolvimento.
Sua estrutura está dividida em:

Sendo:
•• BNDES: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma empresa pública
federal (100% das ações pertencem à União) dedicada ao financiamento com longo prazo
de pagamento. É o acionista único das demais empresas do Sistema BNDES.
•• BNDESPAR: Subsidiária do BNDES dedicada ao fomento por meio de investimentos em
valores mobiliários. O capital social subscrito da BNDESPAR está representado por uma
única ação, nominativa, sem valor nominal, de propriedade do BNDES.
•• Finame: Subsidiária do BNDES dedicada ao financiamento da produção e comercialização
de máquinas e equipamentos. O capital social subscrito da Finame está representado por
589.580.236 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, de propriedade integral do
BNDES.
Seu estatuto atual foi aprovado pelo decreto federal nº 4.418, de 11 de outubro de 2002, no
qual o vincula junto ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e não
ao Ministério da Fazenda como as demais instituições pertencentes ao sistema financeiro
nacional.

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Sua sede e foro fica em Brasília, Distrito Federal, e atuação em todo o território nacional,
podendo instalar e manter, no país e no exterior, escritórios, representações ou agências.
Por meio de sua subsidiária BNDESPAR, o BNDES pode captar através de emissões públicas de
debêntures e contribuir para o desenvolvimento do mercado local de capitais.
Somente em 2014, o BNDES em-
prestou mais de 187 bilhões de re-
ais. Esses recursos, quando são re-
embolsáveis, são remunerados pela
Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP),
que geralmente é bem mais baixa
do que qualquer outra taxa ofereci-
da pelas demais instituições finan-
ceiras. Mas para quem todo esse
dinheiro foi emprestado? Quais fo-
ram as empresas beneficiadas?
O fato de o BNDES ser uma Institui-
ção Financeira o obriga a observar a
Fonte: Site do BNDES
disciplina do sigilo bancário, dispos-
ta pela lei complementar 105/2001.
O respeito à disciplina do sigilo bancário impõe ao BNDES uma obrigação legal, que é, inclusive,
supervisionada por outras instituições do Estado brasileiro, tal como o Banco Central do Brasil
(Bacen). Além disso, a não observância estrita da lei, no que toca ao dever de sigilo, sujeita o
BNDES e seus agentes a sanções de natureza civil, administrativa e penal.
Segundo seu presidente, Luciano Coutinho (publicado no jornal folha de são Paulo em
07/06/2015):
“BNDES Sigilo é imposição de lei complementar válida para todo sistema financeiro. Não cabe
à instituição decidir se fornece ou não informações sensíveis de seus clientes privados, tais
como, avaliação de risco de crédito, situação financeira, estratégia comercial e de negócios.”
Porém é sabido que os recursos captados pelo BNDES são de origem pública (como pode
ser observado na figura a seguir), ou seja, dos contribuintes. Muito tem-se discutido sobre a
quebra do sigilo dessas operações, haja vista que existe uma lei de acesso à informação (nº
12.527/2011). Além disso, o poder legislativo tentou exigir essa quebra de sigilo mediante a
aprovação da medida provisória nº 661, de 2014, que em sua redação original, no artigo 3º,
dizia:
“Não poderá ser alegado sigilo ou definidas como secretas as operações
de apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), ou de suas subsidiárias, qualquer que seja o beneficiário ou
interessado, direta ou indiretamente, incluindo nações estrangeiras.”

Porém, ao aprovar a medida provisória, convertendo-a na lei federal nº 13.126/15, a presidenta


da república, Dilma Roussef, vetou esse trecho, permanecendo, então, a obrigatoriedade de
sigilo e ferindo o artigo 37 da Constituição federal, que estabelece o princípio da publicidade.
As fontes de recursos para financiamentos concedidos pelo BNDES têm como origem:

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Gráfico elaborado com base em informações relativas a junho de 2015 (site do BNDES)

2.3 Instituições Monetárias

As instituições que captam através de depósito à vista (conta corrente), são consideradas
instituições monetárias, pois possuem a capacidade de criar moedas escriturais por meio do
efeito multiplicado de crédito ou devido ao fornecimento de talão de cheque a seus clientes.
A moeda bancária ou moeda escritural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos ou
em outras instituições creditícios, normalmente movimentados por intermédio de cheques,
que representam um instrumento de circulação da moeda bancária.
Entenda melhor como os bancos que captam depósito à vista possuem a capacidade de criar
moeda:

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As instituições financeiras que estão autorizadas a captar através de depósito à vista, portanto,
têm capacidade de criar moeda escritural. São elas:
•• Bancos Comerciais
•• Bancos Múltiplos com carteira comercial
•• Caixa Econômica Federal (já abordado no capítulo 5)
•• Cooperativas de Crédito
•• Bancos Cooperativos
Todas as demais instituições financeiras diferentes das listadas como monetárias, independente
de qual a sua área de atuação, devem ser classificadas como não monetárias, haja vista que
não captam depósito à vista e, logo, não possuem a capacidade de criar moeda escritural.

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Caixa Econômica Federal (CEF)


Já falamos sobre ela anteriormente!

2.3.1 Bancos Comerciais (BC)


Esta instituição financeira tem como objetivo fornecer crédito de curto e médio prazos para
pessoas físicas, comércio, indústria e empresas prestadoras de serviços. Devem ser constituídas
sob a forma de sociedades anônimas e podem ser tanto públicas como privadas.
Em sua denominação deve constar a expressão “banco”, sendo vedada a utilização do termo
“central”, que é de exclusividade do Banco Central do Brasil (BCB).
Suas principais operações passivas são:

Depósitos à vista: conta corrente


Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito
Bancário (RDC)
Letra Financeira (LF)
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
Recursos de Instituições financeiras oficiais
Recursos externos

Suas principais operações ativas são:

Operações de crédito em geral, de curto e médio prazo


Abertura de crédito simples em conta corrente: cheques especiais

Operações de crédito rural

Os recursos captados em contato corrente (depósito à vista) possuem exigibilidade de que a


instituição financeira mantenha aplicado, no mínimo, em operações de crédito rural, o valor
correspondente a 34% (trinta e quatro por cento). Para cumprimento dessa exigência, devem
ser consideradas as deduções previstas em leis, assim como as isenções conforme consta no
Manual de Crédito Rural (MCR), disponível no site do Banco Central do Brasil (BCB).
Suas principais operações acessórias são:

Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


Cobrança bancária

Cobrança de tarifas

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A maioria dos bancos em operação no país são comerciais, mas, como também possuem outras
carteiras, são classificados como bancos múltiplos, porém, existem alguns bancos operando
no país que são apenas bancos comerciais.

2.3.2 Bancos Múltiplos (BM)


Criados com o objetivo de racionalizar a administração, os bancos múltiplos funcionam como
uma espécie de holding1 de instituições financeiras, porém, não é qualquer tipo de instituição
financeira que pode fazer parte de um banco múltiplo. Segundo a resolução CMN nº 2.099, as
carteiras que podem compor essas instituições são as de:

As operações realizadas por banco múltiplo estão sujeitas às mesmas normas legais e
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras, logo,
para entender melhor o que cada carteira faz, basta consultar cada uma das instituições
financeiras nos demais capítulos desse livro. Sendo assim, as suas operações passivas, ativas e
acessórias dependem de quais são as carteiras que o constituem.
Para constituir um banco múltiplo será necessário ser composto por, no mínimo, duas das
carteiras listadas, sendo que uma delas, obrigatoriamente, deverá ser a carteira de banco
comercial ou a de banco de investimento.
Não é possível constituir um banco múltiplo com todas as carteiras listadas. O motivo deve-
se ao fato de algumas carteiras serem obrigatoriamente públicas, enquanto outras são
obrigatoriamente privadas, conforme tabela:

1 Holding é um tipo de empresa que detém a posse majoritária de ações de outras empresas, geralmente denominadas
subsidiárias, centralizando o controle sobre elas. De modo geral, a holding não produz bens e serviços, destinando-
se apenas ao controle de suas subsidiárias.

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Assim, se uma instituição financeira possuir a carteira de banco de desenvolvimento, não


poderá oferecer a carteira de investimento e nem constituir uma financeira, e vice-versa.
De maneira geral, assim como os bancos comerciais, os bancos múltiplos são instituições
financeiras que podem ser privadas ou públicas, sendo organizados, obrigatoriamente, sob a
forma de sociedade anônima (SA).

Futuro escriturário: Nem todo o banco Múltiplo é considerado Instituição Monetária.


Somente os bancos que possuem carteira do banco comercial.

2.3.3 Cooperativas De Crédito (CC)


A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada por uma associação autônoma
de pessoas unidas voluntariamente, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil,
sem fins lucrativos, constituída para prestar serviços a seus associados.
O objetivo da constituição de uma cooperativa de crédito é prestar serviços financeiros de
modo mais simples e vantajoso aos seus associados. Os cooperados são, ao mesmo tempo,
donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos
e serviços. Nas cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços
disponíveis nos bancos, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito,
empréstimos e financiamentos. Os associados têm poder igual de voto, independentemente
da sua cota de participação no capital social da cooperativa. O cooperativismo não visa lucros
e os direitos e deveres de todos são iguais, sendo a adesão livre e voluntária.
Entendendo melhor a diferença entre um banco comercial com capital aberto (ações em
negociação na bolsa) e uma cooperativa de crédito de livre admissão do ponto de vista dos
aplicadores (operação passiva da instituição financeira):
É como se a cooperativa de crédito fizesse uma espécie de “venda casada” para o investidor,
porém, com uma cota a custo zero. Assim, é de se esperar que, um mesmo capital aplicado a
uma mesma taxa de juros e prazo em uma cooperativa de crédito e também em um banco,
o investidor tenha maior retorno na cooperativa, já que, além desses juros sobre o capital
investido (que será igual nas duas instituições), o investidor, aplicando na cooperativa de
crédito, poderá receber, também, parte do lucro distribuído (dividendos).

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Já no ponto de vista do tomador de crédito, ou seja, das operações ativas das instituições
financeiras, temos:

Note que a formação da taxa de juros dos


bancos possui um componente a mais do
que no caso das cooperativas de crédito,
que é o “lucro”.

Como as cooperativas de crédito não


têm fins lucrativos, e o lucro aferido
nas operações é distribuído entre os
seus associados – entre eles e o próprio
tomador de crédito –, logo existe uma
tendência de que a taxa de juros dos
empréstimos realizados nas cooperativas
sejam menores do que nos bancos.

É importante salientar que, assim como partilha das sobras, o cooperado está sujeito a
participar do rateio de eventuais perdas – em ambos os casos na proporção dos serviços
usufruídos.

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As sociedades cooperativas são classificadas em:

Também são admitidos como associados das cooperativas de crédito, em caráter excepcional,
pessoas jurídicas, desde que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades
econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Entretanto, conforme
determina o artigo 4º, parágrafo único, da lei complementar nº 130, de 2009, não são
admitidos no quadro social da sociedade cooperativa de crédito entes públicos, tais como: a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como suas respectivas autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes.
Suas principais operações passivas são (exclusivamente dos seus associados):

Depósitos à vista: conta corrente


Depósitos a prazo: Recibo de Depósito Cooperativo (RDC).
As cooperativas podem captar através de depósito a prazo, porém, sem emissão
de certificado.
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
Repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras, inclusive por
meio de depósitos interfinanceiros.
Recursos oriundos de fundos oficiais.

Suas principais operações ativas são (exclusivamente dos seus associados):

Operações de crédito em geral.


Operações de crédito rural

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Suas principais operações acessórias são:

Cobrança, custódia e serviços de recebimento e pagamento por conta de


terceiros a pessoas físicas e entidades de qualquer natureza, inclusive as
pertencentes aos poderes públicos das esferas federal, estadual e municipal
e suas respectivas autarquias e empresas.
Colocação de produtos e serviços oferecidos por bancos cooperativos,
inclusive os relativos a operações de câmbio, bem como por demais
entidades controladas por instituições integrantes do sistema cooperativo
a que pertença, em nome e por conta da entidade contratante, observada
a regulamentação específica.
Distribuição de cotas de fundos de investimento administrados por
instituições autorizadas, observada a regulamentação aplicável editada
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

2.3.4 Bancos Cooperativos (BCoop)


Um banco cooperativo é uma espécie de banco comercial, com diferença em sua constituição,
que tem como acionistas controladores as cooperativas centrais de crédito, as quais devem
deter no mínimo 51% das ações com direito a voto.
Caso esse banco agregue outras carteiras, tais como de investimento e crédito imobiliário,
entre outras, poderá se tornar um banco múltiplo com carteira comercial.
Em sua denominação, obrigatoriamente, deverá conter a expressão “banco cooperativo”.
O banco cooperativo oferece produtos e serviços financeiros às cooperativas, ampliando e
criando novas possibilidades de negócios e gestão centralizada dos recursos financeiros do
sistema.

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As operações passivas, ativas e acessórias dos bancos cooperativos dependem de quais são as
carteiras que o compõe.

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2.4 Bancos Não Monetários

2.4.1 Bancos De Desenvolvimento (BD)


Os bancos de desenvolvimento são instituições públicas que surgiram na década de 1940, no
esforço de reconstrução pós-guerras mundiais. Desde então, essas instituições vêm cumprindo
papel relevante para o desenvolvimento socioeconômico dos países e regiões onde atuam,
conforme os diferentes estágios em que se encontram, em cenários tanto de estabilidade
quanto de crise.
Segundo a resolução CMN nº 394, de 1976, em seu artigo 1º, os bancos de desenvolvimento,
apesar de serem obrigatoriamente públicos, não podem pertencer ao governo federal. Por
esse motivo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é caracterizado
como uma agência de fomento e não banco de desenvolvimento.
Seu objetivo é o de proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários
ao financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem promover o
desenvolvimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde tenham
sede, cabendo-lhes apoiar, prioritariamente, o setor privado.
Desde 2008, os bancos de desenvolvimento podem prestar assistência a programas e
projetos desenvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação, desde que seja em caráter
excepcional e que o empreendimento vise benefícios de interesse comum.
Todas as instituições devem ser constituídas sob a forma de uma sociedade anônima,
devendo adotar em sua denominação, de forma obrigatória e privativa, a expressão “banco de
desenvolvimento”, seguida do nome do Estado em que tenham sede.

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Suas principais operações passivas são:

Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de


Depósito Bancário (RDC)
Letra Financeira (LF)
Operações de crédito, assim entendidas as provenientes de empréstimos
e financiamentos obtidos no país ou no exterior, na forma da legislação e
regulamentação vigentes
Operações de crédito ou contribuições do setor público federal, estadual ou
municipal
Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, bem como endosso de títulos
hipotecários previstos em lei para o crédito rural
Outras modalidades de captação, desde que autorizadas pelo Banco Central
do Brasil

Devido ao fato de os bancos de desenvolvimento terem como principal meio de captação os


recursos públicos, é proibido a eles a realização de operações de redesconto – empréstimos
junto ao Banco Central do Brasil (BCB) –, conforme determina o artigo 15 da resolução CMN nº
394.
Suas operações ativas são:

Empréstimos e financiamentos
Investimentos

Arrendamento mercantil

Outras modalidades mediante prévia autorização do Banco Central

As operações de arrendamento mercantil devem ser contratadas com o próprio vendedor


dos bens ou com pessoas jurídicas a ele vinculadas e realizadas com recursos provenientes de
instituições públicas federais de desenvolvimento.
Podem se beneficiar de créditos concedidos pelo banco de desenvolvimento:
•• Pessoas físicas residentes e domiciliadas no país, desde que os recursos concedidos sejam
vinculados à execução de projeto aprovado pelo banco e/ou à realização de capital social,
ou à aquisição do controle acionário de empresas cujas atividades tenham importância
para a economia estadual ou regional;
•• Pessoas jurídicas de direito privado sediadas no país;
•• Pessoas jurídicas de direito público ou entidade direta ou indiretamente por elas
controladas.

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Suas principais operações acessórias são:

Os bancos de desenvolvimento podem operar no mercado de câmbio


(compra e venda de moeda estrangeira) de forma restrita, realizado
somente as operações autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BCB)

Outros Serviços

2.4.2 Bancos De Investimento (BI)


Os bancos de investimento são instituições financeiras de natureza privada, especializadas em
operações de participação societária de caráter temporário, bem como no financiamento da
atividade produtiva para suprimento de capital fixo ou de giro, mediante a administração de
recursos de terceiros.
Seu surgimento se deu com a promulgação de uma lei nos Estados Unidos depois da crise de
1929, que impôs uma distinção entre os bancos de investimentos e os comerciais ou varejistas
para proteger os depósitos dos correntistas. (conceito de chineses wall)
Essas instituições devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo conter
em sua denominação a expressão “banco de investimento”.
Como o banco de investimento é uma instituição financeira e atua no mercado de valores
mobiliários, logo sua supervisão é exercida de forma compartilhada pelo Banco Central do
Brasil (BCB) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme exemplo ilustrado na
figura a seguir:

Os bancos de investimento podem manter contas, sem juros e não movimentáveis por
cheque, relativas a recursos de terceiros (como as contas não são movimentadas por cheques,
logo não se cria moeda escritural). Essas contas, que não são contas correntes, têm como
objetivo o recebimento de recursos destinados à aplicação em títulos e valores mobiliários,
assim como em outros ativos financeiros e/ou modalidades operacionais disponíveis nos
mercados financeiro e de capitais. Tais recursostambém poderão ser vinculados à execução de
suas operações ativas ou relacionadas com a prestação de serviços.

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Suas principais operações passivas são:

Depósitos a prazo (com ou sem a emissão de certificados): Certificado de


Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDC)
Recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários
Repasse de recursos oficiais
Depósitos interfinanceiros
Outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil

Suas principais operações ativas são:

Financiamento de capital fixo e de giro

As operações acessórias são as principais atividades dos bancos de investimentos, uma vez
que eles são os principais prestadores de serviços no mercado de valores mobiliários.
Entre as atividades prestadas, destacam-se:

Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


Operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em mercados
de balcão organizados, por conta própria e de terceiros
Administrar fundos e clubes de investimento
Praticar operações de compra e venda – por conta própria ou
de terceiros – de metais preciosos no mercado físico, e de
quaisquer títulos e valores mobiliários nos mercados financeiros
e de capitais.
Outros Serviços Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e
conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de
consultoria, participação societária e/ou concessão de financiamentos ou
empréstimos.

Conforme a Circular BCB 2.998, é também facultada aos bancos de investimento a prestação
de serviços relacionados à administração de empresa cujo objeto social esteja diretamente
vinculado a operações praticadas no âmbito do mercado financeiro, abrangendo o exercício de
atividades necessárias ao seu funcionamento, inclusive escrituração, administração de ativos
e passivos e custódia. Na hipótese de a referida prestação de serviços envolver a gestão de
recursos da empresa ou de seus investidores, deve ser observada a regulamentação relativa à
administração de recursos de terceiros.

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2.4.3 Bancos de Câmbio (BC)
São instituições financeiras autorizadas a realizar operações de câmbio, bem como operações
de crédito vinculadas a essas operações, sem nenhuma restrição.
Podem receber recursos através de depósito em conta, porém, não podem ser remuneradas
nem movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico. Os recursos devem ser destinados
exclusivamente para realizar as operações fins do banco.
Segundo a resolução nº 3.426/2006, do CMN, são operações que podem ser realizadas por um
banco de câmbio:
I – Compra e Venda de Moeda Estrangeira;
II – Transferências de Recursos do e Para o Exterior;
III – Financiamento de Importação e Exportação;
IV – Adiantamento Sobre Contrato de Câmbio;
V – Outras Operações, Inclusive de Prestação de Serviços, Previstas na Legislação de Câmbio;
VI – Atuar, por conta própria, em bolsas de mercadorias e futuros e em mercado de balcão, em
operações vinculadas a moedas estrangeiras ou vinculadas a operações de câmbio.
Além de recursos próprios, os BC podem captar recursos através de:

Repasses de outros bancos


Depósitos interbancários
Recursos do exterior

Principais operações ativas:

Financiamento para Importação e Exportação


Adiantamento sobre Contrato de Câmbio

A principal atividade de um Banco de Câmbio é a prestação de serviço, mais detalhada no


quadro abaixo:

Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)

Transferências de recursos do e para o exterior

Serviços

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Aula 03

DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

3.1 Sistema Brasileiro de Poupança E Empréstimo (SBPE)

Segundo a resolução CMN nº 1.980, de 30 de abril de 1.993, o Sistema Brasileiro de Poupança e


Empréstimo (SBPE) é integrado por:

As instituições financeiras que integram o SBPE possuem a capacidade de captar através de


depósitos de poupança. Estas instituições são obrigadas a destinar os recursos captados
conforme descrito:
No mínimo 65% dos recursos captados
devem ser destinados a operações de
financiamento imobiliário, com risco de
multa para o descumprimento dessa
exigibilidade. Além disso, esse montante
deve ser dividido da seguinte forma:
1. 80% (oitenta por cento), no mínimo, do
percentual acima, em operações de fi-
nanciamento habitacional no âmbito do
Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
2. 20% em operações de financiamento
imobiliário contratadas a taxas de mer-
cado.
As companhias hipotecárias, apesar de fazerem parte do Sistema Financeiro de Habitação
(SFH), não são integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), já que as
mesmas não possuem autorização para captarem através de cadernetas de poupança.
As instituições integrantes do SBPE podem captar depósitos de poupança rural, desde que
possuam autorização do Banco Central do Brasil para operar em crédito rural e comuniquem
ao Deban o início da captação de depósitos de poupança rural.

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PRINCIPAL
INSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO OBESERVAÇÃO
CAPTAÇÃO (PASSIVA)
Poupadores são
Associação de
Sociedade Civil sem associados e, assim,
Poupança e Poupança e LCI
fins lucrativos recebem dividendos.
Empréstimo (APE)
Faz parte do SBPE.
É considerado um
Poupança, LCI, FGTS e
Caixa Econômica Empresa pública agente especial do
repasses do governo
Federal (CEF) federal governo federal. Faz
federal
parte do SBPE.
É uma das carteiras
Sociedade de Crédito que pode compor um
Sociedade Anônima Poupança e LCI
Imobiliário (SCI) banco múltiplo. Faz
parte do SBPE.
Não podem captar
Companhias através de poupança.
Sociedade Anônima LCI e debêntures
Hipotecárias Não fazem parte do
SBPE.

Quadro-resumo com as principais diferenças entre as instituições que compõem o SFH

Caixa Econômica Federal (CEF)


Já falamos sobre ela no capítulo anterior.

Bancos Múltiplos com Carteira de Crédito Imobiliário


Também já falamos sobre bancos múltiplos anteriormente.

3.1.2 Sociedade De Crédito Imobiliário (SCI)


A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é constituída na forma de sociedade anônima e
é supervisionada pelo Banco Central. Deve constar em sua denominação social a expressão
“crédito imobiliário”.
O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito
para compra ou construção de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas
incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção.
Suas principais operações passivas são:

Cadernetas de Poupança
Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
Letra Financeira (LF)
Depósitos interfinanceiros
Empréstimos e financiamentos contraídos no exterior

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Já as suas principais operações ativas são:

Empréstimos e financiamentos direcionados ao mercado imobiliário,


inclusive ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

Atualmente, somente as SCIs integrantesde bancos múltiplos que captam depósito junto ao
público. As SCIs constituídas isoladamente, desde a década de 1980, não captam mais junto
público e atuam somente na condição de repassadoras.
O motivo dessa mudança foi o fato de que o mercado imobiliário e financeiro brasileiro
passava por dificuldades em meados de 1985 e as Sociedades de Crédito Imobiliário (SCIs)
independentes estavam também nesse cenário conturbado. O Conselho Monetário Nacional
(CMN) interveio no mercado através do voto nº 239 de 05 de junho de 1985, que abriu a
possibilidade para que essas SCIs repassassem suas dívidas para o FGDLI (Fundo de Garantia
dos Depósitos e Letras Imobiliárias), que foi extinto e substituído pelo Fundo Garantidor de
Crédito (FGC). 
As SCIs que aderiram a esse programa de ajuda ficaram impedidas de captar recursos junto ao
público para evitar que tivessem suas dívidas aumentadas, diminuindo, assim, a chance de não
honrarem com seus compromissos junto aos investidores – o que traria ainda mais incerteza
para o mercado.  Essas SCIs independentes sofreram liquidação extrajudicial e passaram a
operar somente como “repassadoras” de operações no mercado imobiliário, e assim estão até
hoje. 

3.1.3 Associação de Poupanças e Empréstimos (APE)


A Associação de Poupança e Empréstimo (APE) é uma instituição criada para facilitar aos
associados a aquisição da casa própria e captar, incentivar e disseminar a poupança. Os
depositantes tornam-se associados da instituição.
As APEs atuam no mercado financeiro oferecendo dois produtos básicos a seus associados:

A APE atua no mercado imobiliário com a mesma proposta com que as cooperativas de crédito
estão inseridas no mercado de crédito bancário.

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São constituídas sob a forma de sociedade civil, em que todos os poupadores são proprietários
da associação. O depositante adquire vínculo societário, e a remuneração da poupança
funciona como dividendos adquiridos pelo vínculo societário.
Suas principais operações passivas são (exclusivamente dos seus associados):

Cadernetas de Poupança
Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
Depósitos interfinanceiros
Empréstimos e financiamentos contraídos no exterior

No site do Bacen (http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/assoc_poup_emp.asp) consta


que as APEs podem captar através da emissão de Letras Financeiras, o que configura uma
contradição em relação à resolução CMN nº 4.123, de 23 de agosto de 2012, que não prevê
esse meio de captação para esse tipo de instituição.
Suas principais operações ativas são (exclusivamente dos seus associados):

Empréstimos e financiamentos direcionadas ao mercado imobiliário, inclusive ao


Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

3.2 Sistema De Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários (SDTVM)

3.2.1 Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM)


e Distribuidoras De Títulos e Valores Mobiliários (DTVM)
As corretoras e distribuidoras tinham funções distintas até 2009, pois somente as corretoras
podiam operar em bolsas de valores. As distribuidoras precisavam de uma corretora para
operar nas bolsas, tendo, portanto, uma área mais restrita de operação.
Com a decisão conjunta CVM e Bacen nº 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar
diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsas de
valores, eliminou-se a principal diferença entre as duas instituições financeiras.

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Abaixo, a íntegra da decisão conjunta:


DECISÃO-CONJUNTA Nº 17

BANCO CENTRAL DO BRASIL               COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Autoriza as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários a operar


diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de
bolsa de valores.

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil e o Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários, com base no art. 2º, inciso
XV, do Regulamento anexo à Resolução nº 1.120, de 4 de abril de 1986, com a redação dada pela Resolução nº 1.653, de 26 de
outubro de 1989,

D E C I D I R A M:

Art. 1º As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários ficam autorizadas a operar diretamente nos ambientes e
sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores.

Art. 2º Esta decisão-conjunta entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de Março de 2009.

    Alexandre Antonio Tombini      Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana

Presidente, substituto do Banco Central do Brasil        Presidente da Comissão de Valores Mobiliários

A principal atividade dessas instituições é a de execução de ordens de compra e venda de


ativos para seus clientes. Um investidor não opera diretamente na bolsa de valores, mas sim
através de um intermediário (corretora/distribuidora), que cobra taxa por essa prestação de
serviço.
Além da execução da ordem (operacional), as corretoras e distribuidoras normalmente contam
com equipes de analistas para auxiliar os investidores na escolha do melhor produto de
investimento de acordo com o perfil, prazo e necessidade do cliente/investidor.
Outras atividades das distribuidoras e corretoras:
1) Comprar e vender títulos e valores mobiliários por contra própria e de terceiros;
2) Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por contra própria e de terceiros;
3) Intermediar a oferta pública e distribuir títulos e valores mobiliários no mercado;
4) Operar em bolsas de valores;
5) Administrar carteiras e custodiar títulos e valores mobiliários;
6) Subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado;
7) Exercer funções de agente fiduciário;
8) Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
9) Intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras operações
no mercado de câmbio;

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10) Praticar operações de compra e venda de metais preciosos no mercado físico, por conta
própria e de terceiros;
11) Realizar operações de compromissadas;
12) Praticar operações de conta margem;
13) Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica em operações e
atividades nos mercados financeiro e de capitais.1

IMPORTANTE:
Nas operações de câmbio, as corretoras e distribuidoras têm limites diferenciados
para operação, conforme circular do Bacen nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013, com
trecho reproduzido abaixo:
“Art. 34. Os agentes do mercado de câmbio podem realizar as
seguintes operações:
III – sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários,
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e
sociedades corretoras de câmbio:
1
a) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta
de até US$ 100.000,00 (cem mil dólares dos Estados Unidos)
ou o seu equivalente em outras moedas; e
b) operações para liquidação pronta no mercado interbancário,
arbitragens no País e, por meio de banco autorizado a operar
no mercado de câmbio, arbitragem com o exterior;”

Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade
limitada.
Sofrem supervisão compartilhada do Bacen e CVM.

3.2.2 O Agente Autônomo De Investimento (AAI)

Futuro escriturário: O assunto AAI não consta no edital, porém resolvi abordar pois
no fundo não deixa de ser uma forma como atuam as corretoras de títulos e valores
mobiliários.

Para ter acesso a um número maior de investidores/clientes, as corretoras e distribuidoras


contratam os Agentes Autônomos, que são pessoas físicas ou jurídicas sem vínculo
empregatício com a CTVM/DTVM, mas que atuam como afiliados ou representantes da
corretora/distribuidora.

1 Liquidação Pronta é o tipo de operação de câmbio que deve ser liquidada em até dois dias úteis.

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A função básica do AAI é distribuir os produtos e serviços das CTVM e DTVM. Com isso, essas
instituições conseguem ter acesso a clientes de diversas regiões do país, sem ter a necessidade
de ter uma sede em cada região (como acontece com um banco, por exemplo, que precisa de
uma agência em cada local que deseja ter participação de mercado).

3.2.3 Bolsas de Valores e Mercado de Balcão Organizados


Uma Bolsa de Valores é peça fundamental para o bom funcionamento do Mercado de Capitais,
que é o mercado em que as empresas acessam diretamente os investidores para captar
recursos. As companhias precisam de recursos para investir em seus projetos e, por outro lado,
os investidores necessitam de remuneração para valores financeiros que estão disponíveis.
A bolsa de valores é, portanto, o local adequado para que os investidores transacionem
recursos para a compra de títulos (valores mobiliários). Trata-se de uma instituição que
faz parte do Sistema de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários, no qual as Sociedades
Corretoras têm acesso para repassar as ordens de seus clientes.
São associações privadas civis que têm o objetivo de efetuar o registro, a compensação, a
liquidação física e financeira das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico.
Entretanto, desde 28 de janeiro de 2000, com a resolução nº 2690 do Bacen, as bolsas de
valores puderam passar a visar lucro e a ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas
(S.A).
Sofrem fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém, possuem status
de autorreguladoras, já que são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao
funcionamento dos mercados que administra e à atuação dos intermediários que a acessam.
Ainda segundo a resolução nº 2690/2000, são objetivos das bolsas de valores:
I – Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos
e/ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado
pela própria bolsa, sociedades membros e pelas autoridades competentes;
II – Dotar, permanentemente, o referido local ou sistema de todos os meios necessários à
pronta e eficiente realização e visibilidade das operações;
III – Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao
mercado de títulos e/ou valores mobiliários;
IV – Criar mecanismos regulamentares e operacionais que possibilitem o atendimento, pelas
sociedades membros, de quaisquer ordens de compra e venda dos investidores, sem prejuízo
de igual competência da Comissão de Valores Mobiliários, que poderá, inclusive, estabelecer
limites mínimos considerados razoáveis em relação ao valor monetário das referidas ordens;
V – Efetuar registro das operações;
VI – Preservar elevados padrões éticos de negociação, estabelecendo, para esse fim, normas de
comportamento para as sociedades membros e para as companhias abertas e demais emissores
de títulos e/ou valores mobiliários, fiscalizando sua observância e aplicando penalidades, no
limite de sua competência, aos infratores;
VII – Divulgar as operações realizadas, com rapidez, amplitude e detalhes;

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VIII – Conceder, à sociedade membro, crédito para assistência de liquidez, com vistas a
resolver situação transitória, até o limite do valor de seus títulos patrimoniais ou de outros
ativos especificados no estatuto social mediante apresentação de garantias subsidiárias
adequadas, observado o que a respeito dispuser a legislação aplicável; e
IX – Exercer outras atividades expressamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Importante ressaltar que o investidor não opera diretamente na bolsa de valores, pois precisa
de uma corretora de valores para acessar à bolsa, conforme figura abaixo:

Já o mercado de balcão organizado é um mercado de títulos (valores mobiliários) no qual


não há um local físico definido para a realização das transações. É chamado de mercado
organizado quando conta com um sistema eletrônico de negociação de títulos e valores
mobiliários (sistema interligado de terminais entre instituições, por exemplo). Nesse tipo de
mercado, as ordens de compra e venda são fechadas de forma eletrônica.
Trata-se de um ambiente administrado por instituições autorreguladoras, que são autorizadas
a funcionar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sofrem fiscalização por parte dessa
autarquia.
O mercado de balcão organizado é considerado uma “porta de entrada” para empresas que
possuam um porte médio, já que, normalmente, na bolsa de valores estão as companhias
maiores.
Uma diferença importante entre mercado de balcão e bolsa de valores é que no mercado
de balcão não existe o fundo de garantia para ressarcir o investidor em caso de prejuízos
decorrentes de erros de ordens por parte dos operadores, entrega de valores mobiliários
erroneamente, liquidação extrajudicial da corretora, entre outros. Esse fundo de garantia é
administrado pela própria bolsa de valores.

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3.4 Demais Instituições Financeiras

3.4.1 Companhia Hipotecária (CH)


As Companhias Hipotecárias são instituições financeiras, supervisionadas pelo Banco Central
do Brasil, que devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A) e devem conter
no seu nome a expressão “companhia hipotecária”.
A constituição e o funcionamento de uma CH dependem de autorização do Bacen.
Seu objetivo é a concessão de financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais,
garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária e repasses de recursos relacionados a
programas imobiliários. Também podem administrar fundo de investimento imobiliário,
porém, nesse caso, com autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Quando da sua criação, em 1994, as Companhias Hipotecárias não faziam parte do Sistema
Financeiro da Habitação (SFH)*. Porém em 2009, com a lei nº 11.977, que instituiu o Programa
Minha Casa Minha Vida, passaram a fazer parte desse sistema.
Principais operações passivas:

Letras e Cédulas Hipotecárias


Debêntures
Empréstimos e financiamentos no país e exterior

Importante: as Companhias Hipotecárias NÃO podem captar através de poupança. Isso


acontece porque ela não faz parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Principal operação ativa:

Financiamento destinado à comercialização de imóveis residenciais


ou comerciais
Financiamento destinado à produção ou reforma de imóveis
residenciais ou comerciais

*O SFH foi criado pela lei nº 4.380/64 e tem como característica a regulamentação das
condições de financiamento imobiliário, por exemplo, taxa de juros, quota, prazos. O governo
federal pode intervir em qualquer um dos aspectos do financiamento. Nesse sistema estão
incluídas as operações contratadas com recursos do SBPE e do FGTS, inclusive o PMCMV
(Programa Minha Casa, Minha Vida). As operações com recursos do FGTS observam, ainda,
regulamentação própria.

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3.4.2. Sociedade de Crédito Financiamento e Investimento (SCFI) –
Financeiras
As sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFI), conhecidas como “financeiras”,
são instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento para aquisição de bens,
serviços e capital de giro.
Suas principais operações ativas são:

Empréstimos e financiamento de bens e serviços a pessoas físicas ou jurídicas


Financiamento de capital de giro a pessoas jurídicas

Empréstimos consignados

Já suas operações passivas são:

Letras de Câmbio (LC)


Depósito a prazo sem emissão de certificado, ou seja, somente com Recibo
de Depósito Bancário (RDC)
Letra Financeira (LF)
Recursos de instituições financeiras oficiais

Saiba a diferença entre empréstimo e financiamento


Empréstimo Financiamento
Assim como o empréstimo bancário, o
É um contrato entre o cliente e a instituição financiamento também é um contrato entre
financeira, pelo qual o primeiro recebe uma o cliente e a instituição financeira, mas com
quantia que deverá ser devolvida ao banco destinação específica dos recursos tomados,
em prazo determinado, acrescida dos juros como, por exemplo, a aquisição de veículo ou de
acertados. Os recursos obtidos no empréstimo bem imóvel. Geralmente o financiamento possui
não têm destinação específica. algum tipo de garantia, como, por exemplo,
alienação fiduciária ou hipoteca.
O dinheiro recebido está vinculado à aquisição de
O dinheiro recebido não tem destinação
determinado bem ou serviço como, por exemplo,
obrigatória.
a aquisição de um veículo ou equipamento.

Em geral, os empréstimos oferecidos por essas instituições financeiras são do tipo pulverizado,
ou seja, muitas operações de valores relativamente pequenos para uma grande quantidade de
clientes.

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Algumas financeiras são ligadas a bancos ou a um conglomerado financeiro, mas muitas não
estão ligadas e operam como braço financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso,
por exemplo, de algumas lojas de departamento e montadoras de veículos que possuem
suas próprias financeiras, concentrando suas operações no financiamento de seus próprios
produtos.
Quando essas instituições pertencem ou são controladas por grandes conglomerados,
geralmente utilizam uma marca diferente da utilizada pelo banco. O fato se justifica pelo
público-alvo dessas instituições, que em geral são os clientes que não são atendidos pelo banco,
ou devido à disponibilidade (quando o crédito é ofertado na própria loja de eletrodoméstico ou
revenda de carro, por exemplo) ou por restrições cadastrais dos clientes (clientes que possuem
nome incluso em lista de restrições como SPC ou Serasa). As financeiras são conhecidas
também por cobrarem juros mais elevados em relação aos praticados pelo Bancos Comerciais.

Tipo de Financeira Exemplo(s)


Crefisa: Grupo empresarial também controlador
Independentes: quando atuam sem nenhuma da Faculdade das Américas (FAM), Toscana
vinculação com outras instituições financeiras. Telemarketing, City Táxi Aéreo, entre outras
empresas.
Aymoré Crédito: controlada pelo Santander.
Ligadas a conglomerados financeiros.
BV Financeira: controlada pelo Banco do Brasil.
Pernambucanas Financiadora: controlada pelo
Ligadas a grandes estabelecimentos comerciais. mesmo grupo responsável pelas lojas de varejo
Pernambucanas.
BMW Financeira: ligada à indústria automotiva
Ligadas a grandes grupos industriais.
BMW.

Essas instituições devem ser exclusivamente privadas e constituídas sob a forma de sociedade
anônima, cuja denominação social deve constar a expressão “crédito, financiamento e
investimento”. A autorização para seu funcionamento, assim como a sua supervisão, é exercida
pelo Banco Central do Brasil (BCB).

3.4.3 Sociedade de Arrendamento Mercantil (SAM)


Suas operações se assemelham a uma locação de um bem – operação essa que chamamos de
“arrendamento mercantil” ou “leasing”.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, cuja denominação deve conter
a expressão “arrendamento mercantil”. Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central
do Brasil e realizem operações com características de um financiamento, as sociedades de
arrecadamento mercantil não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades
equiparadas a instituições financeiras, conforme artigo 1º da lei federal nº 7.492 de 1986.

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Como funciona uma operação de leasing:

O que pode ser arrendado?


Tipos de leasing Financeiro e Operacional
Arrendador Sociedade de Arrendamento Mercantil
Arrendatário (quem
Pessoa Física ou Jurídica
contrata)
Pessoa jurídica: móveis ou imóveis
Tipo de Bens
Pessoa Física: apenas bens imóveis
Origem dos bens Nacional ou importados
Ao final do contrato, o arrendatário tem as opções de efetivar a aquisição do bem arrendado ou
devolvê-lo.

Para conseguir realizar a operação de leasing, a Sociedade de Arrendamento Mercantil


necessita comprar o bem, o que deve ser feito através de recursos próprios ou por meio do seu
instrumento de captação, carazterizando-se como uma operação passiva:2

Colocação de debêntures2 de emissão pública ou particular e de notas


promissórias destinadas à oferta pública
Empréstimos contraídos no exterior

Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclusive


de repasses de recursos externos

3.4.4 Administradoras de Consórcio


O consórcio é um modelo em que se forma um grupo para aquisição de bens móveis ou imóveis
e serviços na forma de autofinanciamento. Na prática, os consorciados (participantes desse
grupo) depositam em uma espécie de “fundo” gerido pela Administradora de Consórcio.

2 Debêntures é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus
detentores o direito de crédito contra a companhia emissora.

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A Administradora de Consórcio é uma pessoa jurídica que presta serviço e tem como seu objeto
social principal a administração de grupo de consórcio, e pode ser constituída sob a forma de
sociedade limitada ou sociedade anônima.
As administradoras de consórcio estão sob normatização, autorização e supervisão do
Banco Central do Brasil, para o qual devem enviar, periodicamente, informações contábeis
e não contábeis sobre as operações realizadas. Além disso, as questões relativas a consórcio
estão sujeitas ao Código de Defesa do Consumidor (CDC), cabendo aos órgãos pertencentes
ao Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (Procon, por exemplo) fazer a mediação de
questões entre clientes e administradoras de consórcio.
A remuneração da administradora se dá através da taxa de administração, que é um percentual
do bem ou serviço que serve de referência para o consórcio. A adesão do consorciado ao plano
se dá através da assinatura do contrato de participação.
Existem duas formas possíveis de o consorciado ser contemplado para adquirir o seu bem ou
serviço: sorteio ou lance.
Os bens e direitos adquiridos pela administradora em nome do grupo de consórcio, inclusive
os decorrentes de garantia, bem como seus rendimentos, não se comunicam com o seu
patrimônio, considerando que:
I – não integram o ativo da administradora; 
II – não respondem direta ou indiretamente por qualquer obrigação da administradora; 
III – não compõem o elenco de bens e direitos da administradora, para efeito de liquidação
judicial ou extrajudicial; 
IV – não podem ser dados em garantia de débito da administradora. 

As Administradoras de Consórcio não realizam intermediação financeira.


Apenas realizam gestão de recursos de terceiros e o seu ganho está na taxa de
administração que os consorciados pagam.

3.4.5 Administradoras de Cartão de Crédito e Instituições de Pagamento


As administradoras de cartão de crédito são as instituições que emitem o cartão de crédito.
Importante ressaltar que não se pode confundir a administradora do cartão (emissora) com
a bandeira do cartão de crédito. A bandeira (Visa, Mastercard, American Express, Diners,
Elo, entre outros) é a responsável pela comunicação da transação para a administradora. Já
as administradoras são as responsáveis pela oferta do cartão de crédito junto ao cliente. As
maiores administradoras no nosso país são os grandes bancos.
Quando a administradora do cartão de crédito for uma instituição financeira, ela sofrerá
fiscalização do Bacen. Quando a emissora não for uma instituição financeira, essa operação
não terá fiscalização da autarquia.

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Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado
No básico, pode-se apenas realizar pagamentos de bens e serviços nos estabelecimentos
credenciados. Já o cartão diferenciado, pode, além de pagamentos, estar associado a
programas de benefícios, como, por exemplo, pontos por utilização, milhas aéreas, seguros e
atendimento diferenciado no exterior.
A remuneração das administradoras se dá a partir de um percentual do valor das compras
realizadas no cartão de crédito, que deve ser pago pelo estabelecimento comercial onde
ocorreu a compra e também com as taxas abaixo, que podem ser cobradas do usuário:
1) Anuidade
2) Emissão de segunda via de cartão
3) Saque em espécie no cartão de crédito
4) Pagamento de contas através do cartão de crédito
5) Pedido de avaliação emergencial de crédito
Ainda pode ser citada a receita financeira, que ocorre quando o usuário decide parcelar ou
pagar um valor inferior ao total da fatura do cartão de crédito. Quando isso ocorre, as taxas
cobradas do usuário são muito altas e essa receita fica com a administradora do cartão. Em
janeiro de 2016, a taxa ao ano para esse tipo de operação chegou a incríveis 431%.

As administradoras de Cartão de Crédito e também as Instituições de


Pagamentos não realizam operações ativas de captação. A receita advém das
taxas cobradas e também das operações financeiras, quando realizadas.

Instituição de Pagamento
Instituições de pagamento, segundo definição do Banco Central, são: “Pessoas Jurídicas não
financeiras que executam os serviços de pagamento no âmbito do arranjo de pagamentos e
que são responsáveis pelo relacionamento com os usuários finais do serviço de pagamento”.
Para um melhor entendimento, a definição de Arranjo de Pagamentos, também segundo o
Banco Central, diz que:
“Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que
disciplina a prestação de determinado serviço de pagamento ao público.
Já o serviço de pagamento disciplinado no âmbito do arranjo é o conjunto
de atividades que pode envolver aporte e saque de recursos, emissão de
instrumento de pagamento, gestão de uma conta que sirva para realizar
pagamento, credenciamento para aceitação de um instrumento de
pagamento, remessa de fundos, dentre outras listadas no inciso III do art. 6º
da Lei 12.865, de 9 de outubro de 2013.

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São exemplos de arranjos de pagamento os procedimentos utilizados para


realizar compras com cartões de crédito, débito e pré-pago, seja em moeda
nacional ou em moeda estrangeira. Os serviços de transferência e remessas
de recursos também são arranjos de pagamentos.”

A lei nº 12.865, de 2013, sobre os arranjos de pagamentos e instituições de pagamento, fez-


se necessária por conta do advento da tecnologia, que mudou e vem mudando a forma de
se realizar pagamentos e transferências de recursos. Não se tinha, até 2013, uma legislação
clara sobre o assunto, e muitas empresas começaram a explorar o mercado de pagamentos,
aproveitando o crescimento das compras on-line, principalmente.
Para entender melhor a operação de uma instituição de pagamento, imagine que exista uma
microempresa que venda produtos pela internet. Certamente seria um custo alto desenvolver
uma plataforma de pagamento da própria empresa. Por esse motivo é que se contrata uma
“instituição de pagamento”, para, dentro do site dessa microempresa, realizar a solução de
pagamento pela internet. O fluxo de compra e repasse se dá dessa forma:

A lei nº 12.865, em seu artigo 12, fala claramente sobre o espaço de tempo em que os recursos
ficam na instituição de pagamento:
Art. 12. Os recursos mantidos em contas de pagamento: 
I – constituem patrimônio separado, que não se confunde com o da instituição de pagamento; 
II – não respondem direta ou indiretamente por nenhuma obrigação da instituição de
pagamento nem podem ser objeto de arresto, sequestro, busca e apreensão ou qualquer
outro ato de constrição judicial em função de débitos de responsabilidade da instituição de
pagamento; 
III – não compõem o ativo da instituição de pagamento, para efeito de falência ou liquidação
judicial ou extrajudicial; e 
IV – não podem ser dados em garantia de débitos assumidos pela instituição de pagamento. 

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Por fim, com o objetivo de garantir a inovação, a diversificação, o funcionamento seguro e
eficiente do mercado e, tendo em conta o menor potencial de risco ao normal funcionamento
das transações de pagamentos de varejo, não estão sujeitos à regulamentação os arranjos
que apresentarem números inferiores a:
a) R$ 500 milhões de valor total das transações, acumulado nos últimos doze meses; ou
b) 25 milhões de transações, acumuladas nos últimos doze meses.

3.4.6 Agencia de Fomento


Agência de fomento é a instituição com o objetivo principal de financiar capital fixo e de giro
para empreendimentos previstos em programas de desenvolvimento, na unidade da Federação
onde estiver sediada.
As agências de fomento integram o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) na condição de
órgãos vinculados auxiliares
A agência fomento deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima de capital fechado.
Cada estado e o Distrito Federal podem constituir uma única agência, que ficará sob o controle
do ente federativo onde tenha sede.
A expressão Agência de Fomento, acrescida da indicação da Unidade da Federação
controladora, deve constar obrigatoriamente da denominação social da instituição. A
supervisão de suas atividades é feita pelo Banco Central.

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A agência de fomento pode inclusive abrir linhas de crédito para municípios de seu
estado, voltadas para projetos de interesse da população. Excepcionalmente, quando o
empreendimento visar benefícios de interesse comum, as agências de fomento podem prestar
assistência a programas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação.
Entre os potenciais beneficiários do financiamento (operações ativas) estão projetos de
infraestrutura, profissionais liberais e micro e pequenas empresas. Indústria, comércio,
agronegócio, turismo e informática são exemplos de áreas que podem ser fomentadas.

Futuro escriturário: As Agencias de Fomentos podem realizar operações de câmbio


e de arrendamento mercantil depende, desde que possuam prévia autorização do
Banco Central do Brasil.

3.4.7 Sociedade de Crédito do Microempreendedor


A sociedade de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte (SCMEPP) é
a instituição criada para ampliar o acesso ao crédito por parte dos microempreendedores
(pessoas naturais) e empresas de pequeno porte (pessoas jurídicas).
Essas instituições são impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos do público, bem
como emitir títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta públicas. Por outro
lado, podem atuar como correspondentes no país.
As SCMEPPs devem ser instituídas sob a forma de companhia fechada ou de sociedade
limitada, devendo constar a expressão “Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à
Empresa de Pequeno Porte” na denominação social. São supervisionadas pelo Banco Central.

3.4.8 Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic


É um sistema informatizado, no qual estão centralizados os títulos emitidos pelo Tesouro
Nacional que compõem a dívida pública federal interna. Nesse sentido, o Selic processa a
emissão, o resgate e o pagamento de juros periódicos desses títulos, assim como a sua custódia.
A administração desse sistema é realizada pelo Bacen em parceria com a Anbima (Associação
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Os títulos – 100% escriturais (emitidos somente de forma eletrônica) – são registrados e
liquidados em tempo real através da Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR). A liquidação
financeira ocorre através do STR, ao qual o Selic é interligado.
Também por seu intermédio é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de
redesconto com títulos públicos, decorrentes da condução da política monetária realizada
pelo Bacen.
Esse sistema é gerido pelo Banco Central do Brasil (Bacen) e também operado por essa
autarquia em parceria com a Anbima. Seu horário de funcionamento é das 6h30min às
18h30min – mesmo horário de funcionamento do STR –, somente em dias úteis.

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Participantes do Selic: Bacen, Tesouro Nacional, Bancos, Caixas Econômicas, Distribuidoras e
Corretoras de Valores Mobiliários e outras instituições que o Bacen autorizar.
Os participantes do sistema são divididos em “liquidantes” ou “não liquidantes”, conforme
descrição a seguir:

Como o sistema liquida as suas operações de forma on-line (LBTR), faz-se necessário que o
título esteja disponível na conta de custódia do vendedor e que o recurso esteja também
disponível por parte do comprador. Caso o título não esteja disponível na conta de custódia do
vendedor, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos – limitado
até as 18h30min.
Quando existir o título, esse é bloqueado e, então, a operação é encaminhada para o STR
para que ocorra a liquidação da ponta financeira. Se não houver saldo disponível na conta do
comprador, a operação é rejeitada pelo STR e posteriormente pelo Selic.
Além dos títulos públicos federais, são de responsabilidade do Selic custodiar títulos públicos
municipais e estaduais, desde que a emissão desses tenha se dado antes de janeiro de 1992.
Após essa data, a responsabilidade da custódia é da Cetip S.A.

3.4.9 B3 (antiga CETIP)

Futuro escriturário: O edital consta como CETIP, porém a instituição não existe mais.
Atualmente suas funções são realizadas pela câmara de liquidação B3.

A B3 surgiu sob o formato atual após a fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de
São Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos
(CETIP), aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (CADE) em 22 de março de 2017.
A imagem a seguir ilustra bem a diferença do Cetip (consta no edital) para a B3. Hoje a Cetip é
um subsistema da B3.

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B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com


atuação em ambiente de bolsa e de balcão. Sociedade de capital aberto – cujas ações (B3SA3)
são negociadas no Novo Mercado –, a Companhia integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e
Itag, entre outros. Reúne ainda tradição de inovação em produtos e tecnologia e é uma das
maiores em valor de mercado, com posição global de destaque no setor de bolsas.
As atividades incluem criação e administração de sistemas de negociação, compensação,
liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos
de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro
e de commodities. Quase a totalidade de títulos privados são liquidados e custodiados na B3,
que também opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações
realizadas em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro
Por meio de sua unidade de financiamento de veículos e imóveis, a Companhia oferece
produtos e serviços que suportam o processo de análise e aprovação de crédito em todo o
território nacional, tornando o processo de financiamento mais ágil e seguro.

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Questões

QUESTÕES FCC – MÓDULOS 1, 2 E 3

1. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2013) d) Receita Federal do Brasil e Comissão de


Valores Mobiliários.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e) Secretarias Estaduais da Fazenda e Mi-
controla e fiscaliza o seguinte produto do nistério da Fazenda.
mercado de valores mobiliários:
a) Certificado de Depósito a Prazo. 4. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)
b) Título de Capitalização. A Superintendência Nacional de Previdên-
c) Letra de Câmbio. cia Complementar (PREVIc):
d) Título de Emissão do Tesouro Nacional.
e) Fundo de Investimento. a) Fiscaliza as atividades dos fundos de
pensão.
2. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2013) b) Supervisiona as atividades das entida-
des de previdência privada aberta.
O Sistema Financeiro Nacional tem como c) Determina regras sobre aposentadoria
entidades supervisoras: dos trabalhadores.
a) Receita Federal do Brasil e Ressegura- d) Executa a arrecadação das contribui-
dores. ções previdenciárias.
b) Comissão de Valores Mobiliários e Bol- e) É uma autarquia vinculada ao Ministé-
sas de Mercadorias e Futuros. rio do Trabalho e Emprego.
c) Banco Central do Brasil e Superinten-
dência de Seguros Privados. 5. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)
d) Banco do Brasil e Banco Nacional de Para atuar no Sistema Financeiro Nacional
Desenvolvimento Econômico e Social. os bancos estrangeiros dependem de:
e) FEBRABAN e Superintendência Nacio-
nal de Previdência Complementar. a) Depósito prévio de garantias em dinhei-
ro ou representado por títulos púbicos.
3. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011) b) Decreto do Poder Executivo.
c) Autorização autônoma do Banco Cen-
O Sistema Financeiro Nacional é integrado tral do Brasil.
por: d) Decisão do Ministro da Fazenda.
a) Ministérios da Fazenda e do Planeja- e) Formalização de tratado tributário en-
mento, Orçamento e Gestão. tre os países.
b) Secretaria do Tesouro Nacional e Con-
selho Monetário Nacional.
c) Órgãos Normativos, Entidades Supervi-
soras e Operadores.

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6. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011) a) Da Federação Brasileira de Bancos.
b) Do Fundo Garantidor de Crédito.
As agências de fomento: c) Da Comissão de Valores Mobiliários.
a) Atuam em âmbito nacional. d) Do Ministério da Fazenda.
b) Contratam depósitos interfinanceiros. e) Do Conselho Monetário Nacional.
c) Desenvolvem atividades operacionais
como os bancos múltiplos. 10. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)
d) Financiam projetos nos estados onde O Comitê de Política Monetária (COPOM):
tenham sede.
e) Dispõem de instrumentos de captação a) Divulga semanalmente a taxa de juros
de recursos a prazo junto ao público. de curto prazo verificada no mercado
financeiro.
7. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011) b) Tem como objetivo cumprir as metas
para a inflação definidas pela Presidên-
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cia da República.
tem atribuição de: c) É composto pelos membros da Direto-
a) Efetuar o controle dos capitais estran- ria Colegiada do Banco Central do Bra-
geiros. sil.
b) Fiscalizar a auditoria de companhias fe- d) Tem suas decisões homologadas pelo
chadas. Ministro da Fazenda.
c) Estabelecer condições para a posse em e) Discute e determina a atuação do Ban-
quaisquer cargos de administração de co Central do Brasil no mercado de
instituições financeiras. câmbio.
d) Orientar as aplicações fora do país dos
recursos das instituições financeiras. 11. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)
e) Conceder registro para negociação em As sociedades de crédito, financiamento e
bolsa e no mercado de balcão. investimento:
8. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011) a) Captam recursos por meio de aceite e
colocação de letras de câmbio.
O Banco Central do Brasil tem como atribui- b) Participam da distribuição de títulos e
ção: valores mobiliários.
a) Receber os recolhimentos compulsó- c) São especializadas na administração de
rios dos bancos. recursos de terceiros.
b) Garantir a liquidez dos títulos de emis- d) Desenvolvem operações de financia-
são do Tesouro Nacional. mento da atividade produtiva para su-
c) Acompanhar as transações em bolsas primento de capital fixo.
de valores. e) São instituições financeiras públicas ou
d) Assegurar o resgate dos contratos de privadas.
previdência privada.
e) Fiscalizar os repasses de recursos pelo 12. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)
BNDES. As sociedades de fomento mercantil (facto-
ring) desenvolvem suas atividades:
9. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)
a) Sob fiscalização do Banco Central do
A função de zelar pela liquidez e solvência Brasil.
das instituições financeiras autorizadas a b) Prestando serviços e adquirindo che-
funcionar no País é: ques de pessoas físicas e jurídicas.

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c) Adquirindo créditos de empresas pro-


venientes de suas vendas mercantis re-
alizadas a prazo.
d) Financiando seu cliente por meio de
contrato com taxa de juros pós-fixada.
e) Com recursos próprios e de terceiros
captados por meio de depósitos interfi-
nanceiros.

13. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)


O Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social (BNDES), que oferece apoio
por meio de financiamentos a projetos de
investimentos, aquisição de equipamentos
e exportação de bens e serviços, é:
a) Banco múltiplo.
b) Empresa pública federal.
c) Companhia de capital aberto.
d) Entidade de direito privado.
e) Subsidiária do Banco do Brasil.

14. (BANCO DO BRASIL – FCC – 2011)


As Entidades Abertas de Previdência Com-
plementar caracterizam-se por:
a) Terem como órgão responsável a Supe-
rintendência Nacional de Previdência
Complementar – PREVIC.
b) Não permitirem a portabilidade da pro-
visão matemática de benefícios a con-
ceder.
c) Proporcionarem planos com benefício
de renda por sobrevivência, renda por
invalidez, pensão por morte, pecúlio
por morte e pecúlio por invalidez.
d) Aceitarem contratação de planos pre-
videnciários exclusivamente de forma
individual.
e) Oferecerem planos destinados apenas
a funcionários de uma empresa ou gru-
po de empresas.

Gabarito: 1. E 2. C 3. C 4. A 5. B 6. D 7. E 8. A 9. E 10. C 11. A 12. C 13. B 14. C

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GABARITO COMENTADO

1. GABARITO: E
A CVM controla e fiscaliza valores mobiliários, ou seja, fundos de investimento, ações, debên-
tures e notas promissórias, entre outros.
Na questão, percebe-se que:
A – Errada. O Certificado de Depósito a Prazo (CDB ou RDb) são fiscalizados e controlados pelo
Banco Central (Bacen).
B – Errada. O Título de Capitalização é controlado pela Superintendência de Seguros Privados
(Susep).
C – Errada. A Letra de Câmbio, que é um meio de captação das Financeiras, é fiscalizada pelo
Bacen.
D – Errada. Título de Emissão do Tesouro Nacional é controlado pelo Bacen.
E – Verdadeira. Fundo de Investimento é fiscalizado e controlado pela CVM, seguindo a Instru-
ção CVM Nº. 555, que é a “Bíblia” do fundo de investimento.

2. GABARITO: C
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui quatro entidades supervisoras, que são: Banco
Central do Brasil (Bacen), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Segu-
ros Privados (Susep) e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
Portanto, a alternativa C é a correta, pois indica o Bacen e a Susep como entidades superviso-
ras do SFN.

3. GABARITO: C
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por órgãos normativos (Conselho Monetário
Nacional – CMN, Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP, Conselho Nacional de Previ-
dência Complementar - CNPc), entidades supervisoras (Banco Central do Brasil – Bacen, Co-
missão de Valores Mobiliários – CVM, Superintendência de Seguros Privados – Susep, Superin-
tendência Nacional de Previdência Complementar - Previc) e entidades operadoras (Bancos e
Empresas de maneira em geral).

4. GABARITO: A
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) fiscaliza as atividades dos
fundos de pensão ou as atividades das entidades de previdência complementar fechada. Já as
atividades das entidades de previdência privada aberta são fiscalizadas pela Superintendência
de Seguros Privados (Susep). A curiosidade é que, antes de 2009, a Secretaria de Previdência
Complementar (SPc), era quem fiscalizava os fundos de pensão e as entidades de previdência
complementar fechada. Depois de 2009, a Previc assumiu essa função da SPC.

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5. GABARITO: B
De acordo com a Lei Nº 4.595/1964, que cria o Sistema Financeiro Nacional (SFN), quando
tratar-se de bancos estrangeiros a autorização será dada por Decreto do Poder Executivo. Por
sua vez, a autorização será dada pelo Banco Central do Brasil (Bacen) quando for um banco
nacional.

6. GABARITO: D
Avaliando as alternativas sobre as agências de fomento, tem-se:
A – Errada. Atuam apenas em âmbito estadual. Desse modo, cada estado pode ter somente
uma agência de fomento.
B – Errada. Não podem captar através de Certificado de Depósito Bancário (CDb), de Letras
de Câmbio, de Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Podem apenas receber doações e
subsídios do Governo, receber recursos repassados do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), ou dos bancos regionais de desenvolvimento ou dos governos
estaduais.
C – Errada. Não desenvolvem as atividades operacionais como os bancos múltiplos.
D – Verdadeira. Pode haver apenas uma agência de fomento por estado, sendo que seu objeti-
vo é desenvolver o estado a que pertence.
E – Errada. Não possui instrumentos de captação, como mencionado na letra B.

7. GABARITO: E
Tratando de CVM, deve-se lembrar do mais importante, ou seja, dos valores mobiliários. Esses
valores mobiliários são representados pelas ações, debêntures, commercial papers, fundos de
investimentos, bolsa de valores, entre outros.
Desse modo, verifica-se as alternativas da questão:
A – Errada. O controle dos capitais estrangeiros é feito pelo Banco Central do Brasil (Bacen).
B – Errada. A CVM fiscaliza a auditoria de companhias abertas e não das companhias fechadas.
C – Errada. Quando falar em instituições financeiras, o responsável é o Bacen.
D – Errada. A orientação das aplicações fora do país dos recursos das instituições financeiras é
papel do Bacen.
E – Verdadeira. A CVM é quem concede registro para negociação em bolsa de valores e no mer-
cado de balcão.

8. GABARITO: A
Com base nas atribuições do Bacen, analisam-se as alternativas:
A – Verdadeira. O Bacen é quem recebe os recolhimentos compulsórios dos bancos.

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B – Errada. O Bacen não dá garantia de liquidez dos títulos de emissão do Tesouro Nacional.
Quem faz a liquidação desses títulos é o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic),
mas não dá garantia de liquidez também. Cuidado para não confundir risco de liquidez (falta de
compradores para o título) com risco de liquidação (efetivação e registro da operação, que é
o papel do Selic). Quando se compra um título não há garantia de venda, a não ser no caso de
operação compromissada.
C – Errada. O Bacen nunca se envolve com a bolsa de valores. Esse é o papel da Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
D – Errada. No caso de previdência aberta, o resgate é assegurado pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep). No caso de previdência fechada, é assegurado pela Superintendên-
cia Nacional de Previdência Complementar (Previc).
E – Errada. A fiscalização dos repasses de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) é feita pelo Governo Federal.

9. GABARITO: E
Funções ligadas às instituições financeiras estão relacionadas com o Conselho Monetário Nacio-
nal (CMN) ou com o Banco Central do Brasil (Bacen). A função de zelar pela liquidez e solvência
das instituições financeiras autorizadas a funcionar no Brasil é do CMN. Cuidado para não confun-
dir, pois a função de zelar pela liquidez da economia como um todo é tarefa do BACEN.

10. GABARITO: C
Analisando as afirmações sobre o COPOM, obtem-se:
A – Errada. O COPOM faz no mínimo 8 reuniões por ano com intervalos de aproximadamente
45 dias. E nessas reuniões que o mesmo define a taxa de juros (Taxa Selic)
B – Errada. O COPOM tem como objetivo cumprir as metas para a inflação. Vale ressaltar que,
as metas de inflação não são definidas pela Presidência da República, mas pelo Conselho Mo-
netário Nacional (CMN).
C – Verdadeira. O COPOM é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central
do Brasil (Bacen).
D – Errada. As decisões do COPOM são homologadas pelo Bacen e não pelo Ministro da Fazen-
da.
E – Errada. O COPOM não discute e nem determina a atuação do Bacen no mercado de câmbio.
Sua especialidade é a política monetária e não a política cambial.

11. GABARITO: A
Também conhecidas como financeiras, apreende-se que as alternativas sobre as sociedades de
crédito, financiamento e investimento são:
A – Verdadeira. O principal meio de captação das financeiras é por meio de letras de câmbio.
Além disso, a financeira é a única instituição financeira que capta com letras de câmbio. Acres-
centa-se ainda que, também podem captar através do Recibo de Depósito Bancário (RDb).

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B – Errada. Valores mobiliários não são relacionados com as financeiras. Valores mobiliários
são distribuídos pelas Corretoras de Valores e Títulos Mobiliários, Distribuidoras de Valores e
Títulos Mobiliários, Bancos de Investimento, Bancos Múltiplo, desde que tenham a carteira de
investimento, e a Caixa Econômica Federal, através da Caixa Econômica Federal Investimento.
C – Errada. Como os recursos de terceiros são basicamente os fundos de investimento, as ins-
tituições financeiras que trabalhavam nessa área, são: Corretoras de Valores e Títulos Mobiliá-
rios, Distribuidoras de Valores e Títulos Mobiliários, Bancos de Investimento, Bancos Múltiplo,
desde que tenham a carteira de investimento, e a Caixa Econômica Federal, através da Caixa
Econômica Federal Investimento. Portanto, os recursos de terceiros não são administrados pe-
las financeiras.
D – Errada. Uma financeira até pode desenvolver operações de financiamento da atividade
produtiva para suprimento de capital fixo. Todavia, seu objetivo principal é o financiamento de
bens e serviços de maneira geral.
E – Errada. Uma financeira deve ser obrigatoriamente uma instituição financeira privada.

12. GABARITO: C
Percebe-se, dentre as afirmativas sobre as sociedades de fomento mercantil, que:
A – Errada. As sociedades de fomento mercantil não são instituições financeiras e, portanto,
não são fiscalizadas por ninguém.
B – Errada. Não podem adquirir cheques de pessoas físicas, pois isso denomina-se como crime
de agiotagem, que é ilegal. Podem apenas comprar cheques de pessoas jurídicas.
C – Verdadeira. A factoring pode adquirir créditos de empresas provenientes de suas vendas
mercantis realizadas a prazo.
D – Errada. Não fazem empréstimos. Apenas compram direitos creditórios.
E – Errada. Não é uma instituição financeira e, por isso, não pode desenvolver suas atividades
com recursos próprios e de terceiros captados por meio de depósitos interfinanceiros.

13. GABARITO: B
Apesar de ter no seu próprio nome “Banco de Desenvolvimento”, O BNDES é uma empresa
pública federal e possui capital fechado.

14. GABARITO: C
De acordo com as afirmações, tem-se:
A – Errada. As Entidades Abertas de Previdência Complementar têm como órgão responsável a
Superintendência de Seguros Privados (Susep). A Previc é responsável pelas entidades de pre-
vidência fechada, chamadas de fundo de pensão.
B – Errada. Permitem a portabilidade da provisão matemática de benefícios a conceder. Por
exemplo, pode-se migrar um Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que é um tipo de previ-
dência aberta, de um banco para o outro, sem necessidade de resgatar o plano vigente.

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C – Verdadeira. Esses são os benefícios proporcionados pela previdência aberta. A renda por
sobrevivência caracteriza-se por uma renda vitalícia depois da aposentadoria em determinada
data, que perdurará enquanto a pessoa estiver viva. A renda por invalidez ocorre quando a
pessoa fica inválida e então passa a receber uma renda. A renda por morte garante ao benefici-
ário uma renda após a morte da pessoa protegida pelo seguro. Pecúlio por morte é um seguro
recebido pelo beneficiário após a morte da pessoa que estava segurada. E pecúlio por invalidez
é um seguro recebido quando a pessoa segurada fica inválida.
D – Errada. Os planos podem ser individuais ou coletivos
E – Errada. A previdência fechada é quem oferece planos destinados apenas a funcionários de
uma empresa ou grupo de empresas.

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Questões

QUESTÕES EXTRAS

1. (2017 – FCC – DPE-RS – Analista – Economia) b) a garantia de liquidez dos títulos de


emissão do Tesouro Nacional.
Compete ao Conselho Monetário Nacional c) a fixação da taxa básica de juros.
a) receber os recolhimentos compulsórios d) o controle das operações no mercado
das instituições financeiras. interfinanceiro.
b) realizar operações de redesconto e e) o recolhimento compulsório sobre de-
empréstimos à instituições financeiras pósitos a prazo em moeda estrangeira.
bancárias.
c) exercer o controle do crédito sob todas 4. (2012 – FCC – BANESE – Técnico Bancário)
as suas formas. É função do Conselho Monetário Nacional.
d) regular a constituição, o funcionamento e a) aprovar dotações orçamentárias para
a fiscalização de instituições financeiras. bancos estaduais.
e) exercer a fiscalização das instituições b) coordenar a política da dívida pública
financeiras e aplicar as penalidades pre- interna e externa.
vistas. c) exercer a fiscalização das instituições fi-
nanceiras.
2. (2016 – FCC – PGE-MT – Analista – Economista) d) determinar metas para a Receita Fede-
Ao Conselho Monetário Nacional compete ral do Brasil.
uma série de atribuições, EXCETO e) emitir papel-moeda.

a) delimitar o capital mínimo das institui- 5. (2015 – FCC – MANAUSPREV – Analista


ções financeiras privadas. Previdenciário – Economia)
b) emitir moeda-papel e moeda metálica. Integram o Conselho Monetário Nacional −
c) fixar as diretrizes e normas da política CMN:
cambial.
d) disciplinar o crédito e as operações cre- a) o Secretário de Política Econômica do
ditícias. Ministério da Fazenda, o Ministro do
e) regulamentar, fixando limites, prazos Planejamento, Orçamento e Gestão, o
e outras condições, as operações de re- Presidente do Banco Central do Brasil,
desconto. o Presidente da Caixa Econômica Fede-
ral (Presidente) e o Presidente do Ban-
3. (Ano – 2012 – FCC – BANESE – Técnico Ban- co do Brasil.
cário) b) o Ministro-Chefe da Casa Civil, o Minis-
tro do Planejamento, Orçamento e Ges-
O Banco Central do Brasil adota como ins- tão (Presidente), o Presidente do Banco
trumento de política monetária Central do Brasil e o Presidente do Ban-
co do Brasil.
a) a meta para taxa mensal de inflação.

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c) o Ministro da Integração Nacional, o 7. (2013 – FCC – MPE-AM – Agente Técnico –
Ministro do Planejamento, Orçamento Economia)
e Gestão e o Presidente do Banco do
Brasil (Presidente). Com respeito às Sociedades de Capital Aber-
d) o Ministro da Fazenda (Presidente), o to e suas relações com a Comissão de Valo-
Ministro do Planejamento, Orçamento res Mobiliários (CVM), é correto afirmar:
e Gestão e o Presidente do Banco Cen- a) Assegurar que as companhias emisso-
tral do Brasil. ras de valores mobiliários tenham as in-
e) o Ministro da Fazenda, o Presidente do formações sobre os valores mobiliários
Banco Central do Brasil e o Presidente por elas negociados, protegidas em re-
do Banco do Brasil (Presidente). lação ao acesso de pessoas não qualifi-
cadas, é atribuição da CVM.
6. (2015 – FCC – MANAUSPREV – Previdenciá- b) A CVM possui o poder normativo para
rio – Economia) regular a atuação das Sociedades de Ca-
O Banco Central do Brasil pital Aberto em matéria de emissão de
valores mobiliários; mas não dispõe do
a) controla a inflação por meio de uma po- poder punitivo para penalizar o descum-
lítica fiscal rigorosa, garantindo o equi- primento das normas por ela baixadas.
líbrio das contas do governo e manten- c) Quando a CVM apurar irregularidades
do o endividamento público dentro de na emissão de valores mobiliários por
limites sustentáveis. parte de sociedades abertas, as quais
b) representa a autoridade monetária do apresentem indícios de ilícito penal,
país e é independente do poder exe- deve denunciar a ocorrência ao Minis-
cutivo federal, devendo prestar contas tério Público.
apenas ao poder legislativo federal. d) A CVM exige que todas as sociedades
c) tem como uma das principais tarefas de abertas divulguem periodicamente
política econômica garantir uma taxa suas projeções de resultados anuais,
de câmbio real que atenda aos interes- sem, contudo, ser-lhes exigido divulgar
ses de exportadores, para a manuten- os critérios adotados para elaborá-las.
ção de uma balança comercial positiva. e) A CVM faculta aos administradores de
d) segue, conforme o programa de estabi- sociedades abertas a divulgação de in-
lização macroeconômica, em sua políti- formações ao mercado, ainda que estas
ca monetária atual, o regime de metas possam ser relevantes na tomada de
de produto interno bruto nominal, de decisão quanto à aquisição ou não de
forma a evitar as taxas de sacrifício de valores mobiliários da companhia.
um maior desemprego, mesmo que ao
custo de maior inflação. 8. (2014 – FCC – METRÔ-SP – Analista Desen-
e) tem por principais funções a emissão volvimento Gestão Júnior – Economia)
de papel-moeda, o controle do crédito
bancário, a regulação do risco sistêmi- Alguns dos principais objetivos da Comissão
co do sistema financeiro nacional, cus- de Valores Mobiliários são:
to diante das reservas internacionais, I – Estimular a aplicação de poupança no
ofertante de empréstimos de última mercado acionário.
instância ao sistema bancário, bem
como o banco oficial das contas do go- II – Assegurar o funcionamento eficiente e
verno federal e gestor e executor da regular das bolsas de valores e instituições
política monetária. auxiliares.

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III – Fiscalizar a emissão, o registro, a distri- 11. (2010 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário)
buição e a negociação de títulos emitidos pe-
las sociedades anônimas de capital aberto. Compete à Comissão de Valores Mobiliários
– CVM disciplinar as seguintes matérias:
IV – Fiscalizar o mercado interbancário de
câmbio e das operações com certificados I – registro de companhias abertas.
de depósito interfinanceiro. II – execução da política monetária.
É correto o que consta APENAS em III – registro e fiscalização de fundos de in-
a) I e II. vestimento.
b) I e IV. IV – registro de distribuições de valores mo-
c) II e III. biliários.
d) II, III e IV.
e) I, II e III. V – custódia de títulos públicos.

9. (2013 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário) Está correto o que se afirma APENAS em

O Comitê de Política Monetária (COPOM), a) II, III e V.


instituído pelo Banco Central do Brasil em b) III, IV e V.
1996 e composto por membros daquela c) I, II e III.
instituição, toma decisões d) I, II e IV.
e) I, III e IV.
a) sobre a Taxa de Juros de Longo Prazo
(TJLP). 12. (2016 – FCC – AL-MS – AL-MS – Economis-
b) a respeito dos depósitos compulsórios ta)
dos bancos comerciais.
c) de acordo com a maioria dos participan- Em 1988, o sistema financeiro no Brasil so-
tes nas reuniões periódicas de dois dias. freu significativa mudança no modelo de
d) a serem ratificadas pelo Ministro da Fa- segmentação e organização, ao ser criada a
zenda. figura
e) conforme os votos da Diretoria Colegia- a) do banco comercial.
da. b) do banco de câmbio.
c) do banco múltiplo.
10. (2011 – FCC – TCE-PR – Analista de Contro- d) das instituições de pagamento.
le – Econômica) e) da cooperativa de crédito de livre adesão.
A questão refere-se a Microeconomia e
Macroeconomia. 13. (2016 – FCC – Prefeitura de Teresina – PI
Técnico de Nível Superior – Analista de Or-
NÃO constitui uma função típica do Banco çamento e Finanças Públicas)
Central de um país:
A respeito dos chamados intermediários fi-
a) depositário das reservas internacionais nanceiros, é INCORRETO afirmar:
do país.
b) banqueiro dos bancos comerciais. a) o Banco Central, por ser caracteriza-
c) supridor de crédito subsidiado para pe- do como “banco dos bancos”, atua da
quenas e médias empresas. mesma forma que os demais interme-
d) emissor de papel-moeda. diários financeiros.
e) banqueiro do Tesouro Nacional. b) sua função de intermediação financeira
é a de fazer a ponte entre poupadores e
tomadores de recursos.

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c) a diferenciação entre os vários instru- e) crédito imobiliário.
mentos financeiros está calcada em ca-
racterísticas variáveis de risco, liquidez, 16. (2012 – FCC – BANESE – Técnico Bancário)
rentabilidade e emitente.
d) a diferença básica entre um intermedi- São títulos custodiados no Sistema Especial
ário financeiro bancário e um interme- de Liquidação e Custódia (SELIc):
diário financeiro não-bancário consiste I – Letras do Tesouro Nacional.
em que estes não captam recursos por
meio de depósitos à vista. II – Letras Hipotecárias.
e) bancos de investimentos, as chamadas
III – Letras Financeiras do Tesouro.
financeiras (sociedades de crédito, fi-
nanciamento e investimento) e as firmas IV – Letras de Câmbio.
de leasing (sociedades de arrendamento
mercantil) são exemplos de intermediá- Está correto o que se afirma APENAS em:
rios financeiros não-bancários. a) II e III.
b) I, III e IV.
14. (2013 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário c) I e III.
– 2013) d) I e II.
A Cetip S.A. – Mercados Organizados é uma e) II e IV.
câmara utilizada pelos participantes do
mercado financeiro e de capitais para o re- 17. (2011 – FCC – Banco do Brasil – Banco do
gistro eletrônico da colocação, o depósito e Brasil – Escriturário)
a liquidação financeira de diversos ativos, A CETIP S.A. Balcão Organizado de Ativos e
dentre os quais estão os Derivativos
a) Bônus de Subscrição e as Notas do Te- a) registra operações de ações realizadas
souro Nacional. no mercado de bolsa.
b) Certificados de Depósito Bancário e as b) efetua a custódia escritural de títulos
Letras Financeiras do Tesouro. privados de renda fixa.
c) Certificados de Recebíveis do Agrone- c) é contraparte nas operações do mer-
gócio e as Debêntures. cado primário dos títulos que mantém
d) Commercial Papers e os Brazilian Depo- registro.
sitary Receipts. d) é a câmara de compensação e liquida-
e) Títulos da Dívida Agrária e os Contratos ção de todos os títulos do Tesouro Na-
a Termo de Ações. cional.
e) atua separadamente do Sistema de Pa-
15. (2010 – FCC – Banco do Brasil – Banco do gamentos Brasileiro – SPB.
Brasil – Escriturário)
De acordo com as normas do Conselho 18. (2010 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário)
Monetário Nacional – CMN, os bancos A CETIP S.A. tem por finalidade
múltiplos devem ser constituídos com, no
mínimo, duas carteiras, sendo uma delas a) assegurar que as operações somente
obrigatoriamente de sejam finalizadas caso os títulos este-
jam efetivamente disponíveis na posi-
a) câmbio. ção do vendedor e os recursos relativos
b) arrendamento mercantil. a seu pagamento disponibilizados inte-
c) investimento. gralmente pelo comprador.
d) crédito, financiamento e investimento.

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b) dispensar a supervisão e normatização


da Comissão de Valores Mobiliários
para os casos de administração de car-
teiras e custódia de valores mobiliários.
c) garantir a liquidação financeira de tran-
sações de títulos privados entre institui-
ções bancárias no Mercado de Balcão.
d) operar como substituta no caso de in-
terrupção das operações diárias do Sis-
tema de Pagamentos Brasileiro – SPB.
e) atuar internacionalmente, em tempo
real, tendo como participantes bancos,
corretoras, distribuidoras, fundos de
investimento, seguradoras e fundos de
pensão.

Gabarito: 1. D 2. B 3. C 4. B 5. D 6. E 7. C 8. E 9. E 10. C 11. E 12. C 13. A 14. C 15. C 16. C 17. B 
18. A

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Aula 04

PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS

4.1 Introdução

Abaixo temos alguns exemplos de produtos e serviços oferecidos pelos principais bancos.
O objetivo é distinguir operações passivas (geram uma dívida para a instituição financeira),
operações ativas (geram futuras receitas para a instituição) e prestação de serviços.

Obs.: Note que o cartão de crédito é um tipo de serviço oferecido pelos bancos, mas que pode
se tornar um crédito rotativo. Depende se o cliente está ou não efetuando o pagamento total
de sua fatura.

Futuro escriturário: Dos assuntos acima cobrado, eu irei lecionar os pintados em de


amarelo. Demais assuntos serão explicados pelo professor Sirlo. Também é importante
ressaltar que o edital do Banrisul contempla outros produtos e serviços financeiros
que não constam na tabela acima, mas que também serão explicados, ou por mim na
aula 5 ou pelo professor Sirlo.

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PRODUTOS DE CAPTAÇÃO (PASSIVO BANCÁRIO)
As operações passivas bancárias são os meios que a instituição financeira tem de captar
recursos próprio junto ao público.
As principais contas de depósito:
•• Depósito à vista: Conta Corrente
•• Depósito a Prazo: CDB e RDB
•• Poupança
O edital do Banrisul também cobra o assunto Letra de Câmbio, que é uma captação exclusiva
das Sociedades de Créditos, Financiamentos e Investimento (Finaceiras).

1. Conta Salário: é uma conta aberta por iniciativa e solicitação do empregador para
efetuar o pagamento de salários aos seus empregados. Essa conta não admite outro tipo
de depósito além daqueles realizados pela fonte pagadora e não é movimentável por
cheques. Pode ser utilizada também para o pagamento de proventos, soldos, vencimentos,
aposentadorias, pensões e similares.
2. Conta de depósito à vista: é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o dinheiro do
depositante fica à sua disposição para ser sacado a qualquer momento. Popularmente
conhecida como conta corrente.
3. Conta de depósito a prazo: é o tipo de conta onde o seu dinheiro só pode ser sacado depois
de um prazo fixado por ocasião do depósito. Exemplo são os CDB’s e RDB’s.
4. Conta de poupança: criada para estimular a economia popular e permite a aplicação de
pequenos valores que passam a gerar rendimentos mensalmente. Investidor pode sacar
recurso a qualquer momento, porém com risco de perda de rentabilidade, caso não observe
as datas de aniversário.

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4.2 Depósito À Vista

A conta de depósito à vista: é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o dinheiro do
depositante fica à sua disposição para ser sacado a qualquer momento.
É a principal atividade dos bancos comerciais. Também conhecida como captação a custo
ZERO. É o produto básico da relação cliente x banco. Em função dos custos envolvidos na
manutenção das contas, os bancos podem exigir dos clientes saldo médio ou cobrar tarifa de
manutenção.
Exemplo de Formas de Movimentação: Depósitos (dinheiro ou cheque); Cheques;
Transferências Bancárias; Cartões magnéticos; Ordens de Pagamento; DOC’s e TED’s; Débitos
Programados.
→ Tipos de conta:
a) Individual: um único titular;
b) Conjunta: mais de um titular.
•• Simples ou não solidária: necessidade da assinatura de todos os titulares;
•• Solidária: necessidade da assinatura de apenas um dos titulares.
Atenção: desde 01/10/2004, é proibida a abertura e movimentação de conta corrente conjunta
em nome de pessoas jurídicas.
IMPORTANTE: Podem captar depósito à vista somente as INSTITUIÇÕES MONETÁRIAS: Bancos
Comerciais, Bancos Cooperativos, Cooperativas de Crédito, Bancos Múltiplo com Carteira
Comercial e a Caixa Econômica Federal.

4.3 Depósito A Prazo (CDB E RDB)

O CDB É um título privado de renda fixa para a captação de recursos de investidores pessoas
físicas ou jurídicas, por parte dos bancos. O CDB pode ser emitido por todos os bancos, exceto
os bancos de câmbio.
Já o RDB além de ser emitido por bancos, também pode ser utilizado como meio de captação
das cooperativas de crédito e as financeiras (SCFI).

Tipo de Rentabilidades
•• Pré-Fixada: Um título é prefixado quando o valor dos rendimentos é conhecido no início da
operação;
•• Pós Fixada: Um título é pós-fixado quando o valor dos juros somente é conhecido no
momento do resgate.
Quando o depósito for remunerado por uma taxa pós fixada, dependendo de qual seja o
indexador será necessário ser observado um prazo mínimo para resgate, ou seja,

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Prazos mínimos e indexadores:
•• 1 dia: CDB’s pré-fixados ou com taxa flutuante (taxa DI e taxa Selic)
•• 1 mês: indexados a TR ou TJLP
•• 2 meses: indexado a TBF.
•• 1 ano: indexado a índice de preços (IGPM e IPCA).
Liquidez:
O CDB pode ser negociado no mercado secundário. O CDB também pode ser resgatado antes
do prazo final caso o banco emissor concorde em resgatá-lo. No caso de resgate antes do prazo
final, devem ser respeitados os prazos mínimos.
Garantia: Coberto pelo FGC até o limite de R$ 250.000,00
Os CDB’s não podem ser indexados à variação cambial. Para atrelar à rentabilidade de um
CDB a variação cambial é necessário fazer um swap.

DIFERENÇA ENTRE CDB E RDB

4.4 Poupança

Possui total liquidez, porém com perda de rentabilidade. Remunera sobre o menor saldo do
período.
Rentabilidade: Em maio de 2012 a caderneta de poupança teve uma alteração na rentabilidade
paga aos investidores. Com objetivo de evitar a migração de recursos investidos em títulos
públicos para poupança (efeito observado com queda da taxa de juros) o governo limitou o
ganho das cadernetas de poupança a 70% da taxa de juros, ficando assim:

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Periodicidade de pagamento dos juros:


•• Pessoa Física e PJ Imunes: Mensal (0,5% ao mês)
•• Pessoa Jurídica: Trimestral (1,5% ao trimestre)
Dadas de depósito: Aplicações realizadas nos dias 29, 30 e 31 de cada mês, terão como data de
aniversário o dia 01 do mês subsequente.
Podem captar através de poupança somente as Instituições Financeiras que fazem parte do
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)
1. Caixa Econômica Federal – CEF.
2. Sociedade de Crédito Imobiliário – SCI.
3. Associações de Poupança e Empréstimos – APE.
4. Bancos Múltiplos com carteira de SCI.
OBS: As Companhias Hipotecárias não podem captar através de Poupança.
Garantias: Aplicações em cadernetas de poupança estão cobertas pelo Fundo Garantidor de
Crédito – FGC até o limite vigente que atualmente é de R$ 250.000,00. Poupanças da CEF são
100% cobertas pelo governo federal.
De maneira geral as cadernetas de poupança não permitem a cobrança de tarifas, porém
algumas operações realizadas em uma conta poupança PODEM gerar cobrança de tarifa, tais
como: Mais de 2 saques mensais, fornecimento de cartão magnético adicional, entre outras.
A manutenção da conta é SEMPRE ISENTA.

4.5 Letra de Câmbio

A palavra “Câmbio” refere-se a possibilidade de “trocar” a nota e não ao comércio internacional.


A letra de câmbio é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo e é criada através de um ato
chamado de saque.
IMPORTANTE: A Letra de Câmbio não possui NADA em comum com o câmbio, moeda
estrangeira.

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CONCEITO: É uma ordem dada por escrito a uma pessoa para que se pague a um beneficiário
ou à sua ordem determinada quantia em dinheiro.
REMUNERAÇÃO:
•• Pré-Fixada
•• Pós-Fixada
As letras de câmbios são emitidas exclusivamente por Sociedades de crédito, financiamento e
investimento (financeiras) e também estão cobertas pelo FGC.

4.6 Cartões De Crédito

As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão


sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco
Central do Brasil, nos termos dos artigos 4º e 10 da Lei 4.595, de 1964. Todavia, nos casos em
que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição financeira, não se
aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
O Banco Central somente regula os cartões emitidos por lojas, conhecidos como “private label”
no que se refere ao eventual financiamento concedido por uma instituição financeira ao cliente
para pagamento da fatura.
O dono do cartão recebe mensalmente a fatura, pelo correio ou por meio eletrônico, para
conferir e pagar as compras efetuadas. É possível optar pelo pagamento total, pelo valor
mínimo ou por algum valor intermediário.
IMPORTANTE (CIRCULAR 3.512 NOV/2010): O valor mínimo da fatura de cartão de crédito a
ser pago mensalmente não pode ser inferior ao correspondente à aplicação, sobre o saldo total
da fatura, dos seguintes percentuais:
I. 15%, a partir de 1º de junho de 2011;
Caso haja alteração desse percentual pela instituição emissora do cartão o cliente deverá ser
comunicado, com, no mínimo, 30 dias de antecedência
Comentário: O maior ganho das instituições financeiras e das administradoras de cartão de
crédito se dá no momento em que o cliente opta em não pagar o total de sua fatura no mês
correspondente, parcelando assim a sua dívida a uma taxa de juros geralmente elevada.
Os bancos só podem cobrar cinco tarifas referentes à prestação de serviços de cartão de
crédito:
1. Anuidade.
2. emissão de segunda via do cartão.
3. tarifa para uso na função saque.
4. tarifa para uso do cartão no pagamento de contas.
5. tarifa no pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.

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O contrato de cartão de crédito pode ser cancelado a qualquer momento. No entanto, é


importante salientar que o cancelamento do contrato de cartão de crédito não quita ou
extingue dívidas pendentes. Assim, deve ser buscado entendimento com o emissor do cartão
sobre a melhor forma de liquidação da dívida.
Desde 3 de abril de 2017, com a entrada em vigor da Resolução CMN 4.549, o saldo devedor da
fatura de cartão de crédito, quando não pago integralmente até o vencimento, somente pode
ser mantido em crédito rotativo até o vencimento da fatura subsequente (em geral, 30 dias).
A instituição financeira pode fazer um parcelamento automático do saldo do crédito rotativo,
desde que prevista em contrato, nesse caso, as condições do financiamento devem ser
melhores do que as do crédito rotativo. Além disso, a instituição deve prestar informações
claras e precisas na fatura entregue mensalmente ao cliente para fins de entendimento da
sistemática.
O cliente pode solicitar o cancelamento das cláusulas contratuais sobre parcelamentos
automáticos.

4.6.1 Cartão De Crédito Básico (CMN 3.919 DE 25/11/2010)


É o cartão de crédito exclusivo para o pagamento de compras, contas ou serviços. O preço da
anuidade para sua utilização deve ser o menor preço cobrado pela emissora entre todos os
cartões por ela oferecidos.
Modalidades: Nacional e Internacional
Não pode ser associado a programas de benefícios e/ou recompensas.

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Questões

1. (2006 – FCC – BACEN – FCC – Analista do c) de pessoas jurídicas com fins lucrativos
Banco Central) sofrem tributação de 22,5% sobre o
rendimento nominal.
A escrituração contábil e a elaboração de d) são permitidas apenas para contribuin-
Demonstrativos Financeiros de Instituições tes maiores de idade.
Financeiras devem observar os princípios e) são vedadas para pessoas jurídicas imu-
fundamentais da contabilidade. Com base nes à tributação ou sem fins lucrativos.
nestes princípios, o reconhecimento da
despesa de juros de um CDB emitido (depó- 4. (2011 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário)
sito a prazo) deve se dar
Os depósitos de poupança constituem ope-
a) somente no vencimento do CDB. rações passivas de
b) somente no momento da emissão do
CDB. a) bancos de desenvolvimento.
c) somente no momento do vencimento b) cooperativas centrais de crédito.
do CDB. c) bancos de investimento.
d) parte na emissão do CDB e parte no d) sociedades de crédito, financiamento e
vencimento, de acordo com o nível de investimento.
conservadorismo da administração do e) sociedades de crédito imobiliário.
banco.
e) ao longo da duração do CDB, sendo 5. (2010 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário)
apropriado período a período.
Os depósitos a prazo feitos pelo cliente em
2. (2011 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário) bancos comerciais e representados por RDB

A instituição financeira que pode ser acei- a) são aplicações financeiras isentas de
tante de letra de câmbio é risco de crédito.
b) oferecem liquidez diária após carência
a) a empresa de arrendamento mercantil. de 30 dias.
b) a corretora de valores mobiliários. c) são títulos de crédito.
c) a sociedade de crédito, financiamento d) são recibos inegociáveis e intransferí-
e investi- mento. veis.
d) o banco de câmbio. e) contam com garantia do Fundo Garanti-
e) o banco comercial cooperativo. dor de Crédito – FGC até R$ 20.000,00.

3. (2011 – FCC – Banco do Brasil) 6. (2006 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário


– 001 – DF)
As aplicações em cadernetas de poupança
No caso de investimentos feitos por pes-
a) não contam com proteção adicional do soas físicas em cadernetas de poupança é
Fundo Garantidor de Crédito (FGc). correto afirmar que seus rendimentos são
b) realizadas nos dias 29, 30 e 31 de cada creditados
mês terão como data de aniversário o
último dia útil do mês seguinte.

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a) trimestralmente, conforme a data de 9. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
aniversário da aplicação, e são isentos – 001 – DF)
de tributação.
b) a cada 30 dias, estando sujeitos ao re- Sobre cartões de crédito, analise:
colhimento de Imposto de Renda à alí- I – Permitem compatibilizar as necessida-
quota de 20%. des de consumo dos titulares às suas dis-
c) mensalmente, conforme a data de ani- ponibilidades de caixa, à medida em que a
versário da aplicação, e são isentos de data de vencimento da fatura coincida com
tributação. o crédito dos seus salários.
d) mensalmente, conforme a data de ani-
versário da aplicação, estando sujeitos II – Oferecem aos titulares a possibilidade
ao recolhimento de Imposto de Renda de parcelar o pagamento de suas compras,
à alíquota de 20%. concedendo-lhes um limite de crédito rota-
e) trimestralmente, conforme a data de tivo.
aniversário da aplicação, estando su-
III – Podem proporcionar benefícios adicio-
jeitos ao recolhimento de Imposto de
nais aos titulares, à medida em que reali-
Renda à alíquota de 20%.
zem parcerias com empresas reconhecidas
no mercado (cartões cobranded).
7. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
– 001 – DF) É correto o que consta em
Dentre as modalidades de investimento a) I, apenas.
abaixo, aquela que permite a dedução dos b) II, apenas.
valores investidos na Declaração de Ajuste c) III, apenas.
Anual do Imposto de Renda, até o limite de d) II e III, apenas.
12% da renda bruta do contribuinte, é e) I, II e III.
a) o CDB.
10. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
b) o VGBL.
– 003 – SP)
c) o Fundo de Investimento Referenciado DI.
d) a Caderneta de Poupança. Um investidor que, no dia 1º de março de
e) o PGBL. 2006, tenha feito uma aplicação em CDB
pós-fixado, com vencimento em 180 dias,
8. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário terá seus rendimentos sujeitos à alíquota
– 001 – DF) de Imposto de Renda de
Um cliente tem interesse em aplicar recur- a) 22,5%
sos por 30 dias em CDB e quer que a sua b) 20,0%
rentabilidade acompanhe a evolução diária c) 17,5%
da taxa de juros. Nesse caso, o indexador d) 15,0%
mais indicado para a operação é e) 10,0%
a) a TBF.
b) uma taxa pré-fixada.
c) o IGP-M.
d) o CDI.
e) o IPCA.

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11. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário


– 003 – SP)
Com relação à Caderneta de Poupança, é
correto afirmar:
a) Não há incidência de Imposto de Renda
na Fonte sobre os rendimentos auferi-
dos por investidores Pessoa Física.
b) Os recursos passam a render a partir do
dia 1º do mês seguinte à data do depó-
sito.
c) Os rendimentos são creditados a cada
30 dias.
d) Trata-se de um investimento garantido
em sua totalidade pelo governo.
e) Trata-se de um investimento disponível
apenas para pessoas físicas.

Gabarito: 1. E 2.C 3. C 4. E 5. D 6. C 7. E 8. D 9. E 10. A 11. A

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Aula 05

MERCADO DE SEGUROS E PREVIDÊNCIA

5.1 Seguros

Para fazer um seguro, cliente deverá procurar um corretor de seguros e não uma seguradora.
Isso mesmo, primeira lição é a de que é proibido comercialização de seguros sem a presença
o de um corretor, que nada mais é do que um intermediador da operação, como um corretor
de imóveis. Já que comecei a comprar com o corretor de imóveis, mais uma semelhança. Para
ser corretor de imóveis o profissional precisa ter um certificado chamado “CRECI”. O corretor
de seguros também precisa ser certificado, nesse caso o seu registro deve ser feito junto a
FUNSEG.
Nos grandes bancos, como o Banco do Nordeste onde você irá trabalhar, o analista bancário
exerce a função de corretor de seguros, oferecendo os produtos da seguradora do banco ou
parceira, para os seus clientes.
Antes de fazer o seguro é necessário o cliente preencher a proposta de seguro. Documento
esse que é encaminhado para seguradora no qual irá decidir se quer ou não fazer o seguro.
Isso mesmo, seguradora pode recusar-se de segurar sua vida ou seu bem. Se ela aceitar, ai
sim é emitida a apólice, documento que constam as informações do seguro, toda apólice é
registrada na susep.
Quando fazemos um seguro, o valor que pagamos para seguradora, seja mensalmente ou em
parcela única, chama-se prêmio! Não confunda com o valor que se recebe em caso de sinistro
que se chama indenização.
Por falar em sinistro, é importante você saber que só recebe esse definição quando o risco está
coberto na apólice. Assim podemos afirmar que sempre que houver sinistro em um seguro, a
seguradora é obrigada a indenizar o segurado.
Em um seguro de vida, podemos ou não eleger os beneficiários. Quando não elegemos são os
herdeiros legais quem tem direito a indenização. Se você eleger um familiar como beneficiário
poderá alterar no futuro, sim, essa mudança na apólice se chama endosso. Em alguns casos
pode gerar custos, como exemplo, imagine que você tenha feito um seguro de um veículo no
valor de R$ 20.000,00, com vigência de 1 ano e depois de 3 meses vcê troca de carro, para um
no valor de R$ 50.000,00. Provavelmente nesse caso a seguradora irá pedir um prêmio extra
para cobrir a diferença de risco provocada por esse endosso.
Por falar em seguro de veículos, já ouviu falar de franquia? Então, nos seguros de carros
geralmente as seguradoras exigem franquias, que nada mais é que a parte do prejuízo que fica
de responsabilidade do segurado em caso de sinistro.

www.acasadoconcurseiro.com.br 105
Tem uma coisa que é bem óbvia mas nem todo mundo sabe. Sabia que é proibido a realização
de mais de um seguro cobrindo o mesmo objeto ou interesse, salvo nos casos de seguros
de pessoas? Isso mesmo, mas é fácil de entender. Imagina que você tenha um carro e faça
5 seguros do mesmo em seguradoras diferente. Se alguém furtar seu bem você receberia 5
carros novos, seria demais né? Isso mesmo, demais! Por esse motivo é proibido, você poderá
contratar somente um seguro por bem!
Infelizmente as operações de seguro são tributadas. IOF incide sobre quase todas as operações
de seguro, a grande exceção fica por conta das operações de Seguro Rural, que gozam de
isenção tributária irrestrita, de quaisquer impostos ou tributos federais.

5.1.1 Resseguradores
Resseguradores – Entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que têm
por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão. O Instituto de
Resseguros do Brasil (IRB) é empresa resseguradora vinculada ao Ministério da Fazenda
Resseguro: operação de transferência de riscos de uma cedente para um ressegurador.
Retrocessão: operação de transferência de riscos de resseguro de resseguradores para
resseguradores ou de resseguradores para sociedades seguradoras locais.

Classificação dos Resseguradores:


•• Ressegurador local: ressegurador sediado no País constituído sob a forma de sociedade
anônima, tendo por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão.
•• Ressegurador admitido: ressegurador sediado no exterior, com escritório de representação
no País, que, atendendo às exigências previstas na legislação das atividade de resseguro
e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal junto a SUSEP para realizar operações de
resseguro e retrocessão.
•• Ressegurador eventual: empresa resseguradora estrangeira sediada no exterior sem
escritório de representação no País que, atendendo às exigências previstas na legislação
das atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal junto a SUSEP
para realizar operações de resseguro e retrocessão.

5.1.2 Corretoras de seguros


•• Corretagem: intermediação entre o adquirente do seguro e o tomador do capital.
•• Comissão: remuneração pela corretagem.
•• Características do(a) Corretor(a):
1. pode ser pessoa física ou jurídica;
2. só pode operar se tiver autorização da SUSEP;
3. não pode ter vínculo, nem dependência econômica com o segurado (pessoa física ou
jurídica), ou com a sociedade seguradora, seus sócios e diretores.

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O corretor de seguros responderá civilmente perante os segurados e as Sociedades


Seguradoras pelos prejuízos que causar, por omissão, imperícia ou negligência no exercício da
profissão.
O corretor de seguros estará sujeito às penalidades seguintes:
a) multa;
b) suspensão temporária do exercício da profissão;
c) cancelamento do registro.
Comentário: Não é possível fazer um seguro sem a intermediação de um corretor ou uma
corretora de seguros.

5.2 Títulos de Capitalização

As capitalizações é uma misto de investimento (tipo poupança) atrelada a um jogo. Lembra da


tele-sena? Então... Sim era u investimento, pois a mesma possibilitava o resgate após um ano.
Resgatava-se a metade do valor “investido” com correções!
Silvio Santos não esperava um ano atoa. Esse é o prazo mínimo para resgate de um título de
capitalização. Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os pagamentos são obrigatoriamente
fixos. Já nos títulos com vigência superior, é facultada a atualização dos pagamentos, a cada
período de 12 meses, por aplicação de um índice oficial estabelecido no próprio título.
Infelizmente muitos profissionais ao oferecer capitalização para os seus clientes, afirmam que
a mesma é igual poupança, o que não é verdade, nem de perto, os rendimentos mínimos
estabelecidos por lei, são de 0,35% ao mês (Circular SUSEP 459), em geral as cadernetas de
poupança rede mais do que isso, além do mais as capitalizações possuem carência (de um a
dois anos, varia conforme a modalidade do plano) para resgate e em geral um deságio sobre o
valor aplicado quando não respeitado prazos mínimos estipulados no plano planos contratados
nas modalidades Popular e Incentivo não possuem exigência mínima de rentabilidade.
Os títulos são estruturados, quanto a sua forma de pagamento, em PM, PP e PU.
•• PM = É um título que prevê um pagamento a cada mês de vigência do título.
•• PP = É um título em que não há correspondência entre o número de pagamentos e o
número de meses de vigência do título.
•• PU = É um título em que o pagamento é único (realizado uma única vez), tendo sua vigência
estipulada na proposta.
Assim como no seguro, o valor que o cliente “paga” (investe) é chamado de prêmio. O Prêmio
é dividido em:
•• Provisão para sorteio
•• Taxa de Carregamento
•• Provisão matemática
Em caso de resgate antecipado o investidor irá receber um percentual de sua provisão
matemática.

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5.3 Previdência Privada

Previdência Social é aquela referente ao benefício pago pelo INSS aos trabalhadores. Ela
funciona como um seguro controlado pelo governo, garantindo que o trabalhador continue a
receber uma renda quando se aposentar, mas que também não fique desamparado em caso
de gravidez, acidente ou doença.
Previdência Privada, como o próprio nome sugere, é uma opção do indivíduo. Também
chamada de Previdência Complementar, ela estabelece a formação de uma reserva a ser
usada tanto para complementar a renda recebida pelo INSS, quanto para realizar um projeto
de vida, como o pagamento da faculdade dos filhos ou investir em um negócio próprio.

5.3.1 Taxas de Administração


Refere-se às despesas com a gestão financeira do fundo, contratada a uma empresa
especializada. A cobrança ocorre durante toda a fase de contribuição e incide sobre o capital
total, incluindo o rendimento. Esse custo é regulamentado pelo Banco Central e pela Comissão
de Valores Mobiliários (quando o fundo tiver aplicações em renda variável).
O percentual da taxa tem que ser aprovado pela Susep e constar do contrato. Nos planos VGBL
e PGBL, o custo varia de 0,5% a 4% ao ano, em geral sendo cobrada diariamente.
É cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimento exclusivo, criado
para o seu plano, e pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado.
Os que têm fundos com investimentos em ações, por serem mais complexos, normalmente
têm taxas um pouco maiores do que aqueles que investem apenas em renda fixa.

5.3.2 Taxas de Carregamento


Corresponde às despesas administrativas das instituições financeiras com pessoal, emissão de
documentos e lucro. É cobrada logo na entrada do plano e a cada depósito ou contribuição que
você faz. Isso quer dizer que, se esse custo for de 5%, a cada R$ 100,00 investidos só R$ 95,00
vão ser creditados efetivamente no seu plano. Em outras palavras, quanto maior o percentual,
menor a fatia da contribuição ou depósito feita por você que vai “engordar” o seu capital.
As instituições financeiras têm liberdade de cobrar taxas de até 10% nos planos VGBL e PGBL,
com aprovação da Susep, mas a concorrência forte impede a imposição desse limite.
Ela serve para cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança
dessa taxa não ultrapassa 5% sobre o valor de cada contribuição que você fizer. No mercado há
três formas de taxa de carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:
1. Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do valor
do aporte e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto
maior o montante acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada.
2. Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates. É decrescente em
função do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior
o tempo de permanência, menor será a taxa.

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3. Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano), quanto na
saída (na ocorrência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem produtos
que extinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam esse
percentual ao saldo investido: quanto maior o volume aplicado, menor a taxa. Nos dois
casos, não deixe de pesquisar antes de escolher seu plano de previdência.

5.3.3 Portabilidade
É a transferência, parcial ou total, do saldo acumulado entre fundos do plano contrato, ou
para outros planos, outra seguradora ou Entidade Aberta de Previdência Complementar –
EAPC, durante o período de acumulação, por vontade do titular.

5.3.4 Transferências entre planos


Não é permitido mudar de modalidade, ou seja, de um VGBL para um PGBL e vice-versa. Se
quiser fazê-lo, o investidor deverá resgatar seus recursos e aplicar tudo de novo no outro plano,
o que implicará cobrança de IR sobre o dinheiro retirado, conforme regime tributário escolhido
e vigente à época do resgate.

5.3.5 Resgates
Uma das formas de sair do plano, ou seja, de utilizar a reserva acumulada, pode ser o resgate
total, caso o cliente não queira passar a receber uma renda mensal. Para essa opção, há duas
formas disponíveis de resgate:
•• Resgate programado: são definidas datas certas para a retirada do dinheiro. Os recursos
que continuarem no plano permanecerão rendendo.
•• Resgate total: é a alternativa mais barata para o usuário, mas não é indicada para quem
não tem experiência em gerir seu patrimônio. Afinal, se o dinheiro ficar parado, deixará de
render.
Importante: No caso de resgate total ou de parte dos recursos antes da data de saída
estipulada, é preciso ficar atento às regras de carência para resgate.

5.3.6 Regimes de tributação

REGIME DE TRIBUTAÇÃO REGRESSIVO


É facultada aos participantes que ingressarem a partir de 1º de janeiro de 2005 em planos de
benefícios de caráter previdenciário, estruturados nas modalidades de contribuição definida
ou contribuição variável, das entidades de previdência complementar e das sociedades
seguradoras, a opção por regime de tributação no qual os valores pagos aos próprios
participantes ou aos assistidos, a título de benefícios ou resgates de valores acumulados,
sujeitam-se à incidência de imposto de renda na fonte às seguintes alíquotas:

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Período de aportes Alíquota de IR
Até 2 anos 35%
de 2 a 4 anos 30%

de 4 a 6 anos 25%
de 6 a 8 anos 20%
de 8 a 10 anos 15%
Mais de 10 anos 10%

REGIME DE TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVO


Do mesmo modo que o anterior: é sobre os lucros, no caso do VGBL, e sobre o valor total
acumulado, no caso do PGBL.
Porém, segue a tabela progressiva do Imposto de Renda:

Base de cálculo anual em r$ Base de Cálculo Mensal (R$) Alíquota (%)


Até 22.847,76 Até 1.903,98 0
De 22.847,88 até 33.919,80 De 1.903,99 a 2.826,65 7,5
De 33.919,92 até 45.012,60 De 2.826,66 a 3.751,05 15
De 45.012,72 até 55.976,16 De 3.751,06 a 4.664,68 22,5
Acima de 55.976,16 Acima de 4.664,68 27,5

Ao escolher entre a tributação regressiva você não pode alterar mais o tipo de tributação.
Pode-se dizer que o regime de tributação regressiva é indicado para quem planeja poupar em
plano de previdência por mais tempo, ou seja, cultivando a visão do longo prazo. Afinal, quanto
maior o período em que o dinheiro ficar aplicado no plano, menor a alíquota do Imposto de
Renda.
Já a opção pela tabela progressiva é mais indicada em duas situações:
1. Se o investidor tem a intenção de sair do fundo em um prazo mais curto;
2. Se o investidor estiver poupando com o objetivo de receber uma renda mensal que fique
na faixa de isenção do IR ou próxima a essa, cuja alíquota não ultrapasse os 7,5%.

5.3.7 Plano Gerador De Benefícios Livres (PGBL)


O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais vantajoso para aqueles que fazem a
declaração do imposto de rend’a pelo formulário completo. É uma aplicação em que incide
risco, já que não há garantia de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim,
em caso de ganho, ele é repassado integralmente ao participante.

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O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez, ou transfor-
mado em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Im-
posto de Renda e tem taxa de carregamento. É comercializado por seguradoras. Com o PGBL,
o dinheiro é colocado em um fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa
especializada na gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central.

5.3.8 Vida Gerador De Benefícios Livres (VGBL)


O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é aconselhável para aqueles que não têm
renda tributável, já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o
pagamento de IR sobre o ganho de capital.
Nesse tipo de produto, também não existe uma garantia de rentabilidade mínima, ainda que
todo o rendimento seja repassado ao integrante. O primeiro resgate pode ser feito em prazo
que varia de dois meses a dois anos. A partir do segundo ano, também pode ser feita a cada
dois meses. Possui taxa de carregamento.

PGBL X VGBL

PGBL VGBL
Permite abater da base de cálculo do
IR os aportes realizados anualmente ao Não permite abater do IR os aportes ao
Dedução de IR
plano até um limite máximo de 12%(*) plano.
da renda bruta tributável do investidor.
Essa dedução não significa que os
aportes feitos na Previdência são O IR incidirá apenas sobre os
Incidência de IR isentos de IR. Haverá incidência do IR rendimentos do plano e não sobre o
sobre o valor total do resgate ou da total acumulado.
renda recebida quando eles ocorrerem.
Indicado para quem usa a declaração
Indicado para as pessoas que optam simplificada ou é isento ou para quem
Perfil Investidor pela declaração completa do Imposto já investe em um PGBL, mas quer
de Renda. investir mais de 12% de sua renda
bruta em previdência privada.

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Questões

1. (FCC – 2012 – BANESE – Técnico Bancário) c) garantir o pagamento de uma indeniza-


ção ao segurado e aos seus beneficiá-
Do sistema de previdência complementar rios.
brasileiro fazem parte as entidades fecha- d) atuar com especialização em, no máxi-
das de previdência privada que são. mo, três ramos de seguros.
a) fundos de pensão para funcionários de e) representação legal do segurado junto
uma empresa ou grupo de empresas. à seguradora.
b) garantidoras dos planos de Vida Gera-
dor de Benefício Livre (VGBL). 4. (FCC – 2011 – Banco do Brasil – Escriturário
c) exclusivas para trabalhadores de em- – Ed. 02)
presas de capital nacional. Os títulos de capitalização são
d) planos estruturados como Fundo Gera-
dor de Benefício Livre (PGBL). a) estruturados com prazo de vigência
e) vinculadas ao Ministério do Trabalho e igual ou superior a 6 meses.
Emprego. b) comercializados por instituições finan-
ceiras autorizadas pelo Banco Central
2. (FCC – 2013 – Banco do Brasil – Escriturário) do Brasil.
c) disponíveis, normalmente, em planos
Produto que, após um período de acumu- com pagamentos mensais e sucessivos
lação de recursos, proporciona aos investi- ou pagamento único.
dores uma renda mensal – que poderá ser d) resgatados em base sempre superior ao
vitalícia ou por período determinado – ou capital constituído por aplicações idên-
um pagamento único, é o ticas em títulos públicos.
a) CDB – Certificado de Depósito Bancá- e) regidos por condições gerais disponibi-
rio. lizadas após a contratação.
b) FIDC – Fundo de Investimento em Direi-
tos Creditórios. 5. (FCC – 2011 – Banco do Brasil – Escriturário
c) Ourocap – Banco do Brasil. – Ed. 02)
d) BB Consórcio de Serviços. Os planos de previdência da modalidade
e) PGBL – Plano Gerador de Benefício Li- Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) são
vre. regulamentados
3. (FCC – 2011 – Banco do Brasil – Escriturário a) pela Comissão de Valores Mobiliários.
– Ed. 03) b) pelo Banco Central do Brasil.
c) pelo Conselho Monetário Nacional.
Uma das responsabilidades, dentre outras, d) pela Superintendência de Seguros Pri-
de corretoras de seguros é: vados.
a) agenciamento da venda de seguros vin- e) pela Caixa Econômica Federal.
culado a uma seguradora
b) respeitar o capital mínimo estabelecido
pela Superintendência de Seguros Pri-
vados.

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6. (FCC – 2011 – Banco do Brasil – Escriturário) 8. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
– 003 – SP)
Sobre operações de resseguro e retroces-
são realizadas no País, a legislação brasileira O I , em uma apólice de seguro, normal-
em vigor prevê mente corresponde a uma parcela do valor
do bem segurado e garante o recebimento
a) a possibilidade de contratação de Res- de uma indenização que permita a reposi-
segurador Eventual sediado em paraí- ção integral desse bem, em caso de II . Pre-
sos fiscais. enchem correta e respectivamente as lacu-
b) a possibilidade de contratação por nas I e II acima:
meio de Ressegurador Local, Admitido
ou Eventual. a) prêmio; sinistro
c) que o Ressegurador Local seja controla- b) sinistro; prêmio
do por instituição financeira. c) risco; prêmio
d) que sejam contratadas exclusivamente d) sinistro; risco
por intermédio do IRB-Brasil Re (antigo e) prêmio; risco
Instituto de Resseguros do Brasil).
e) a dispensa, às companhias seguradoras 9. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
nacionais, de repassar risco, ou parte – 003 – SP)
dele, a um ressegurador.
Os resgates de recursos investidos em ......
7. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário podem sofrer a incidência de Imposto de
– 001 – DF) Renda segundo a Tabela Progressiva para
Pessoas Físicas ou de acordo com alíquotas
Uma pessoa gosta de participar de sorteios, regressivas, conforme o prazo da aplicação.
mas ao mesmo tempo sente a necessidade Preenche corretamente a lacuna acima:
de começar a economizar um pouco de di-
nheiro, uma vez que dentro de alguns anos a) CDB
pretende aposentar-se. Dentre as opções b) PGBL
abaixo, o produto que melhor atende às ne- c) Fundos de Investimento
cessidades e expectativas dessa pessoa é d) Ações
e) Caderneta de Poupança
a) o CDB.
b) a Caderneta de Poupança.
c) o Fundo de Renda Fixa.
d) o Título de Capitalização.
e) a Letra Hipotecária.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. C 5. D 6. B 7. D 8. A 9. B

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Aula 06

DERIVATIVOS

1.1 Introdução a Derivativos

O que são os derivativos? Ativos financeiros cujos valores e características de negociação


estão amarrados aos ativos que lhes servem de referência. A palavra derivativo vem do fato
que o preço do ativo é derivado de outro ativo. Ex.: Opção de Petrobrás, o preço desta opção
é derivado do ativo “ação da Petrobrás”.
Como surgiu: Da necessidade do produtor rural garantir um preço mínimo para sua safra.
Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, isto é,
previamente especificados (quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação
do ativo-objeto sobre os quais se efetuam as negociações), em mercados organizados, com o
fim de proporcionar, aos agentes econômicos, oportunidades para a realização de operações
que viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de ativos e de variáveis
macroeconômicas.

Tipos de contratos de derivativos:


1 Derivativos agropecuários: têm como ativo-objeto commodities agrícolas, como café, boi,
milho, soja e outros.
2 Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em alguma taxa ou índice
financeiro, como taxa de juro, taxa de inflação, taxa de câmbio, índice de ações e outros.
3 Derivativos de energia e climáticos: têm como objeto de negociação energia elétrica, gás
natural, créditos de carbono e outros.

Tipos de Derivativos:
1 Mercado de Opções
2 Mercado Futuro
3 Mercado a Termo
4 Mercado de Swap

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Participantes:
1 Hedger: opera nesse mercado buscando proteção contra oscilações de preços dos ativos.
Possui o determinado bem ou ativo financeiro.
2 Especulador: assumem o risco da operação com o objetivo de auferir ganhos com a
oscilação dos preços. Entra e sai rapidamente no mercado fazendo “apostas”
3 Arbitrador: obtém vantagens financeiras em função de distorções nos preços do ativo nos
mercados diferentes. Monitora todos os mercados em busca de distorções a fim de lucrar
sem correr riscos.
Os três agentes são de suma importância para o mercado, pois são eles os responsáveis por
garantir liquidez e evitar distorções.

1.2 Mercado a Termo

É aquele em que as partes assumem compromisso de compra e venda de quantidade e


qualidade determinadas de um ativo dito real (mercadoria). O preço a termo, que é fixado na
abertura do negócio, é formado pelo preço à vista mais uma taxa de juros, que varia conforme
o prazo da transação.
As partes compradora e vendedora ficam vinculadas uma à outra até a liquidação do contrato,
ou seja:
1. comprador do termo: leva o contrato até o final do prazo contratado, paga pelo ativo
objeto do contrato e quer recebê-lo;
2. vendedor: quer levar o contrato até o final, quer entregar o ativo objeto e receber o
correspondente pagamento.
O prazo do contrato é preestabelecido.. Os prazos permitidos para negociação a termo são
de no mínimo 16 e no máximo 999 dias corridos. Comumente são negociados contratos com
prazos de 30, 60, 90, 120 ou até 180 dias.

FORMAS DE LIQUIDAÇÃO
1. Por decurso de prazo;
2. Antes do decurso: os compradores podem solicitar o encerramento antes do decurso, mas
isso não alterará o valor do preço.
LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA: Caso o comprador queira, poderá solicitar ao vendedor a
liquidação do contrato antecipadamente, implicando no pagamento do preço estipulado pelo
prazo em que o contrato ficou em aberto. Caso o vendedor aceite, o contrato é encerrado e a
posição desfeita. A liquidação antecipada poderá ser solicitada até o 3º dia útil anterior à data
de vencimento do termo.

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DIREITOS E PROVENTOS: Os direitos e proventos distribuídos às ações-objeto do contrato a


termo pertencem ao comprador e serão recebidos, juntamente com as ações objeto, na data
de liquidação ou segundo normas específicas da BM&FBovespa – Câmara de Ações.
Os direitos a recebimento de dividendo, bonificação em dinheiro ou qualquer outro provento
em dinheiro e à subscrição de valores mobiliários não alterarão o respectivo preço do contrato.
Contudo, o vendedor repassará o valor equivalente ao provento devido em dinheiro, na data
da efetiva distribuição.

GARANTIAS:
São exigidas de ambos os participantes:
1. Vendedor: Cobertura, que é o depósito da totalidade dos títulos objeto da operação;
2. Comprador: Margem, que é o depósito de numerário e/ou ativos autorizados, em um
valor estabelecido pela Bovespa e BM&FBovespa – Câmara de Ações. A liquidação de uma
operação a termo, no vencimento do contrato ou antecipadamente, se assim o comprador
o desejar, implica a entrega dos títulos pelo vendedor e o pagamento do preço estipulado
no contrato pelo comprador.
IMPORTANTE: Os contratos NÃO são padronizados

1.3 Mercado de Opções

O QUE É UM MERCADO DE OPÇÕES?


Mercado em que são negociados direitos de compra (call) ou venda (put) de um lote de ações,
com preços e prazos de exercício preestabelecidos.

COMO CHAMAM OS INVESTIDORES DE OPÇÕES?


1. Lançador: Aquele que vende uma opção, assumindo a obrigação de, se o titular exercer,
vender ou comprar o lote de ações – objeto a que se refere.
2. Titular de opção: Aquele que tem o direito de exercer ou negociar uma opção.
Para comprar uma opção, é necessário um pagamento de um prêmio, que é o preço de
negociação, por ação-objeto, de uma opção de compra ou venda pago pelo comprador de uma
opção. O prêmio é uma fração do do preço do ativo-objeto da opção.

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COMO FUNCIONA UMA NEGOCIAÇÃO COM OPÇÕES?

EXEMPLO DE UMA OPÇÃO


1. Cotação da AÇÃO na bolsa de valores:

1.1 Símbolo: PETR4 é o símbolo das ações do tipo Preferencial da Petrobrás.


1.2 Preço: 21,55 é o valor de uma ação, lembrando que em geral as ações são negociadas
em lote padrão de 100 ações.
1.3 Oscilação: é o quanto a ação oscilou de um dia para o outro.
2. Cotação de uma opção de compra (call)

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2.1 Entendendo melhor Código PETRB222


•• PETR: 4 iniciais da ação, nesse caso ação da Petrobrás (PETR4).
•• B: vencimento da opção e tipo de opção. B representa uma opção de compra com
vencimento em fevereiro.
•• 222: Valor de exercício, conhecido também como strike. Nesse caso é de 22,20.
•• 1,65: Valor do prêmio por ação.
Nesse exemplo, o comprador da opção (titular) irá pagar R$ 1.650,00, para ter o direito de
comprar 1.000 ações da Petrobrás, pelo valor de R$ 22,20 até o dia 18 de fevereiro de 2019.
A diferença entre o valor à vista da ação e o preço de exercício da opção de compra (se a opção
for de venda, a ordem é alterada), chamamos de valor intrínseco. Nesse exemplo, como a ação
está cotada a 21,55 e o preço de exercício da opção é de 22,20, logo o valor intrínseco dessa
opção é de 0,65 (22,2 – 21,5)
Já o valor extrínseco é a diferença entre o valor intrínseco da opção e o valor cobrado como
prêmio. Nesse exemplo é de 1,65 – 0,65 = 1,00.
Vencimento das opções: As opções vencem sempre na terceira segunda feira do mês ou no
dia útil seguinte quando esse cair em um feriado. Cada código deve carregar uma letra que
representa o mês de vencimento da opção e também o tipo de opção (compra ou venda).

Vencimento Compra (Call) Venda (Put)


Janeiro A M
Fevereiro B N
Março C O
Abril D P
Maio E Q
Junho F R
Julho G S
Agosto H T
Setembro I U
Outubro J V
Novembro K W
Dezembro L X

Formas de exercer o direito de opção:


•• Americana: durante a vigência do contrato, a qualquer momento;
•• Europeia: apenas na data de vencimento do contrato de opções.

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A relação do preço do ativo com o preço da opção determina se a opção é dita como In-The-
Money (dentro do dinheiro); At-The-Money (no dinheiro), ou Out-of-The-Money (fora do
dinheiro).
1. Opção de Compra (call) In-The-Money (ITM): Preço do ativo subjacente é superior ao
preço de exercício da opção.
2. Opção de Compra (call) Out-of-The-Money (OTM): Preço do ativo adjacente é inferior ao
preço de exercício da opção.
3. Opção de Venda (put) In-The-Money (ITM): Preço do ativo adjacente é inferior ao preço de
exercício da opção.
4. Opção de Venda (put) Out-of-The-Money (OTM): Preço do ativo adjacente é superior ao
preço de exercício da opção.
5. Opção de Compra (call) ou Opção de Venda (put) At-The-Money (ATM): Preço do ativo
subjacente é igual ao preço de exercício da opção.
IMPORTANTE: Se uma ação-objeto, durante o período de vigência da opção, distribuir
dividendos, juros sobre o capital próprio ou qualquer outro provento em dinheiro, o valor
líquido recebido será deduzido do preço de exercício da série, a partir do primeiro dia de
negociação ex-direito. Exemplo: se o preço de exercício é de $ 200,00, e ocorre a distribuição
de juros sobre o capital próprio no montante líquido de $ 20,00, o preço de exercício será
ajustado para $ 180,00.

GARANTIAS
Para o titular de Opções: O titular no Mercado de Opções está isento de prestar garantias, pois
o risco máximo que pode correr é ele não exercer sua posição e perder o prêmio pago.
Para o Lançador de Opções: Somente das posições lançadoras é exigida a prestação de
garantias, e a finalidade da garantia é assegurar o cumprimento da obrigação assumida.
•• Lançador Coberto: Deposita os títulos relativos a Opção.
•• Lançador Descoberto: Deposita margem em dinheiro ou os mesmos ativos aceitos no
mercado a termo, conforme cálculo efetuado pela Clearing. A margem depositada é o
resultado da soma dos seguintes componentes: margem de prêmio (prêmio de fechamento
do dia) e margem de risco (maior prejuízo potencial projetado para o dia seguinte).

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GRÁFICOS DE UMA OPÇÃO:

LONG CALL = Compra de uma Call (Opção de Compra)

SHORT CALL = Venda de uma Call (Opção de Compra)

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LONG PUT = Compra de uma Put (Opção de Venda)

SHORT PUT = Venda de uma Put (Opção de Venda)

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Vantagens de investir em opções


1. Possibilidade de se alavancar sem utilizar muito dinheiro;
2. Possibilidade de fazer uma proteção aos seus investimentos em ações;
3. Possibilidade de ganhos altos;
4. Possibilidade de investir em ações sem gastar muito dinheiro;
5. Possibilidade de encerramento da posição com qualquer participante em qualquer
momento.

Desvantagens de investir em opções


1. As opções de ações não são garantidas pelo fundo garantidor de crédito;
2. As opções tem um alto grau de risco;
3. Capacidade de perder todo o dinheiro investido e até mais do que isso;
4. As opções são para quem entende muito do mercado, podendo trazer sérios riscos àqueles
que não sabem ou não estão familiarizados com as opções;
5. Operar vendido em opções requer garantias por parte das corretoras;
6. Baixa liquidez em algumas opções de ações.

1.4 Mercado Futuro

O mercado futuro pode ser entendido como uma evolução do mercado a termo. Nele, os
participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um ativo por um
preço estipulado para a liquidação em data futura.
A definição é semelhante, tendo como principal diferença a liquidação de seus compromissos.
Enquanto no mercado a termo os desembolsos ocorrem somente no vencimento do contrato,
no mercado futuro os compromissos são ajustados diariamente.
Todos os dias são verificadas as alterações de preços dos contratos para apuração das perdas
de um lado e dos ganhos do outro, realizando-se a liquidação das diferenças do dia. Além disso,
os contratos futuros são negociados somente em bolsas.
Principais vantagens do Mercado Futuro
1. Padronização acentuada;
2. Elevada liquidez;
3. Negociação transparente em bolsa mediante pregão;
4. Possibilidade de encerramento da posição com qualquer participante em qualquer
momento, graças ao ajuste diário do valor dos contratos;

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5. Utilização do mecanismo das margens depositadas em garantia e do ajuste diário para
evitar a acumulação de perdas.

As desvantagens operacionais do mercado futuro são:


1. Exigir elevada movimentação financeira devido aos ajustes diários (instabilidade no fluxo
de caixa);
2. Custo mais elevado do que os contratos a termo;
3. Necessitar de depósito de garantias.
Exemplo Contratos de commodities: Açúcar Cristal, Boi Gordo, Café Arábica, Etanol Anidro,
Etanol Hidratado, Milho, Ouro, Petróleo, Soja.
Exemplo Contratos de Juros e Moedas: Cupom Cambial, Cupom de IPCA, Taxa DI, Taxa Selic,
IPCA.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MERCADO FUTURO:


1. Os contratos são PADRONIZADOS (quantidade, peso, vencimento, local de entrega). Por
isso, são menos flexíveis que os contratos no mercado a termo;
2. Ajustes diários: agregam maior garantia às operações;
3. Exige uma “Margem de Garantia”;
4. Negociação em Bolsa de Valores;
5. Possibilidade de liquidação antes do prazo de vencimento;
6. Risco da Contraparte é da BOLSA DE VALORES;
7. AJUSTE DIÁRIO.

EXEMPLO DE AJUSTE DIÁRIO


•• Preço de ajuste de hoje 3,55
•• Preço de ajuste de ontem 3,75
•• Diferença – 0,20
1. Investidores “comprados” pagam 0,20 por unidade de contrato
2. Investidores “vendidos” recebem 0,20 por unidade de contrato
Exemplo: Contrato de venda de 100 sacas de milho a R$ 50,00 cada, no dia 19/11/17 com
liquidação prevista em 19/11/18. Investimento de R$ 5.000,00.
Comprador paga R$ 5.000 + R$ 1.000,00 Ajustes Feitos em D + 1

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MERCADO A TERMO X MERCADO FUTURO

1.5 SWAP

Swap significa troca. Em finanças, operações de swap envolvem a troca de posições quanto ao
risco e principalmente quanto a rentabilidade entre os investidores. O contrato de Swap pode
ter como objeto moedas, índices financeiros, commodities, indexadores, etc. Os contratos são
negociados em balcão e não são padronizados, não havendo a possibilidade de transferência a
outro participante nem antecipação do vencimento.
Os contratos de swap são negociados em ambiente de balcão organizado. Estas operações
realizam a troca de fluxo de caixa, tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois
indexadores. Dessa forma, o agente assume as duas posições – comprada em um indexador e
vendida em outro.
O retorno do participante ocorre quando o indexador em que assumiu a posição comprada
(vendida) for superior ao retorno da posição vendida (comprada).

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Principais características:
1. Os contratos de Swap são registrados na CETIP.
2. Os contratos de swap são liquidados em D + 1.
3. A melhor data para renovar um contrato de Swap, para que o investidor não fique nenhum
dia desprotegido é um dia antes do seu vencimento (D – 1).

Vantagens
1. Possibilidade de fazer Hedge contra a variação do Dólar ou Contra o CDI;
2. Possibilidade de especular contra a alta do dólar.

Desvantagens
1. Ajustes diários ou periódicos;
2. Margem de garantia;
3. Imposto de Renda;
4. Investimento de alto risco

1.6 Resumo Derivativos

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Questões

1. (FCC – 2017 – ARTESP – Especialista em Re- 3. (FCC – 2016 – ELETROBRAS-ELETROSUL –


gulação de Transporte I – Economia) Ciências Econômicas)
Em uma situação onde um ativo está de- No mercado de derivativos, é correto afir-
nominado em taxa prefixada e se queira mar que
transformar o rendimento para pós-fixado,
equivalente ao rendimento dos depósitos a) o lançador de uma opção de venda tem
interfinanceiros (DI), deve-se utilizar uma a obrigação de vender o ativo-objeto,
posição se o titular exercer o seu direito.
b) o titular tem a obrigação de vender o
a) tomada em contratos futuros de DI. ativo-objeto, em uma put.
b) vendida em opções cambiais. c) o lançador tem a obrigação de comprar
c) comprada em Preço Unitário (PU), no o ativo-objeto, em uma opção de com-
âmbito dos contratos futuros de DI. pra, se o titular exercer seu direito.
d) de swap com posição ativa prefixada e d) em uma call, o titular tem o direito de
posição passiva pós-fixada. comprar ou não o ativo-objeto.
e) em contrato a termo de moedas. e) em uma opção de venda, o titular tem a
obrigação de comprar o ativo-objeto.
2. (FCC – 2016 – ELETROBRAS-ELETROSUL –
Ciências Econômicas) 4. (FCC – 2006 – BACEN – Analista do Banco
Central – Área 4 – Prova 2)
Uma empresa exerce atividades internacionais,
com o que assume, constantemente, obriga- Os instrumentos de derivativos devem ser
ções em moeda estrangeira. Para se proteger classificados na categoria de hedge de risco
do risco cambial, essa empresa poderá: de mercado quando a razão desta operação
for apenas de
I – Vender opções de compra de moeda es-
trangeira. a) maximizar os ganhos com a especula-
ção financeira.
II – Comprar contratos futuros de moeda b) minimizar as perdas em relação às va-
estrangeira. riações do valor de mercado do item
III – Comprar opções de venda de moeda objeto de hedge.
estrangeira. c) maximizar os ganhos em relação às va-
riações do valor de mercado do item
Está correto o que se afirma em objeto de hedge.
d) compensar total ou parcialmente as
a) I, II, e III.
variações do valor de mercado do item
b) II, apenas.
objeto de hedge.
c) I e II, apenas.
e) diversificar a carteira do banco e com
d) III, apenas.
isso minimizar o risco esperado.
e) I, apenas.

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5. (FCC – 2011 – Banco do Brasil – Escriturário) e) um acordo entre as partes, por meio do
qual, em uma data definida, uma de-
Para o lançador, quando uma opção de las adquire o direito de entregar certa
compra é exercida, representa quantidade de determinado produto e,
a) o direito de compra. caso esse direito seja exercido, a outra
b) o compromisso de compra. se compromete a pagar um preço pre-
c) a obrigação de venda. determinado.
d) o direito de venda.
e) a possibilidade de repactuação com o 8. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
titular. – 001 – DF)

6. (FCC – 2010 – Banco do Brasil – Escriturário) A operação de arbitragem de câmbio tem


como objetivo
Os contratos negociados nos mercados fu-
turos são caracterizados a) buscar vantagens em função de dife-
renças de preços nos diversos merca-
a) pela dispensa da prestação de garantias dos.
pelas partes. b) uniformizar as diferentes taxas de câm-
b) pelas diferenças de preços ajustadas no bio entre os diversos países.
vencimento. c) comprar moeda estrangeira para finan-
c) pelas diferenças de preços ajustadas ciar operações de importação de mer-
diariamente. cadorias.
d) pelas cláusulas redigidas de acordo com d) vender moeda estrangeira para assegu-
a conveniência das partes. rar a liquidez das exportações.
e) pela padronização quando as partes e) comprar moeda no mercado cujo preço
são instituições financeiras. está alto e vender a mesma moeda no
mercado cujo preço está baixo.
7. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
– 001 – DF) 9. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário
O contrato a termo é – 001 – DF)
a) um acordo entre as partes, por meio do No que diz respeito aos derivativos denomi-
qual elas se obrigam a trocar, em data nados opções, é correto afirmar que
certa, fluxos de caixa futuros atrelados
a indicadores econômicos predefinidos. a) o lançador de uma call e o titular de
b) um acordo entre as partes, por meio do uma put assumem os mesmos compro-
qual, em uma data definida, uma delas missos em relação às suas contrapar-
se obriga a entregar certa quantidade tes.
de determinado produto e a outra se b) tanto opções européias quanto opções
compromete a pagar um preço previa- americanas só podem ser exercidas em
mente acordado entre as partes. uma data predeterminada.
c) uma aplicação financeira de renda fixa, c) preço de exercício é o valor pago pelo
destinada a grandes investidores, pes- comprador de uma opção de venda
soa física ou jurídica, ambos com inte- para obter o direito de comprar o ativo
resses no mercado agrícola. objeto da opção.
d) um acordo entre as partes, por meio do d) a expressão call, no mercado, refere-se
qual elas adquirem o direito de trocar, a uma opção de venda, e a expressão
em data certa, fluxos de caixa futuros put refere-se a uma opção de compra.
atrelados a indicadores econômicos
predefinidos.

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e) prêmio é o valor recebido pelo vende-


dor da opção como contrapartida à sua
exposição ao risco.

10. (FCC – 2006 – Banco do Brasil – Escriturário


– 003 – SP)
Um produtor agrícola que vende sua produ-
ção no mercado interno e deseja se prote-
ger de eventuais I de preço no período de
safra poderá celebrar um contrato a termo
em que se compromete a II certa quanti-
dade do produto a preço predeterminado.
Preenchem correta e respectivamente as la-
cunas I e II acima:
a) quedas; comprar
b) elevações; comprar
c) elevações; vender
d) oscilações; comprar
e) quedas; vender

Gabarito: 1. A 2. B 3. D 4. D 5. C 6. C 7. B 8. A 9. E 10. E

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Aula 07

PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO

7.1 O que é Lavagem de Dinheiro

Lavagem de dinheiro é o processo pelo qual o criminoso transforma, recursos obtidos através
de atividades ilegais, em ativos com uma origem aparentemente legal.
Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se
por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de sua
origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias
movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização
do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado
no ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo".
Há mais de 20 anos percebeu-se a necessidade da adoção de um esforço internacional conjunto
para combater a lavagem de dinheiro, envolvendo não só os Governos dos diversos países, mas
também o setor privado, especialmente o sistema financeiro. Mais recentemente, os atentados
terroristas em diversas partes do mundo revigoraram a necessidade desse esforço global com o
objetivo de buscar a eliminação das fontes de financiamento ao terrorismo.
Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem teoricamente
essas três etapas independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente.

7.2 Pena
•• Reclusão de três a dez anos e multa
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito,
movimenta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
A multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não superior:
a) ao dobro do valor da operação;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da
operação;
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

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IMPORTANTE:
A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime
aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos,
se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades,
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua
autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. A pena será
aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos na lei forem cometidos de
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

7.3 Principais Operações Que São Indícios de Crimes de Lavagem de Dinheiro

I. aumentos substanciais no volume de depósitos de qualquer pessoa física ou jurídica, sem


causa aparente, em especial se tais depósitos são posteriormente transferidos, dentro de
curto período de tempo, a destino anteriormente não relacionado com o cliente.
II. troca de grandes quantidades de notas de pequeno valor por notas de grande valor.
III. proposta de troca de grandes quantias em moeda nacional por moeda estrangeira e vice-
versa.
IV. compras de cheques de viagem e cheques administrativos, ordens de pagamento ou outros
instrumentos em grande quantidade – isoladamente ou em conjunto -, independentemente
dos valores envolvidos, sem evidencias de propósito claro.
V. movimentação de recursos em praças localizadas em fronteiras.
VI. movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a
ocupação profissional e a capacidade financeira presumida do cliente.
VII. numerosas contas com vistas ao acolhimento de depósitos em nome de um mesmo cliente,
cujos valores, somados, resultem em quantia significativa.
VIII. abertura de conta em agencia bancaria localizada em estação de passageiros – aeroporto,
rodoviária ou porto – internacional ou pontos de atração turística, salvo se por proprietário,
sócio ou empregado de empresa regularmente instalada nesses locais.
IX. utilização de cartão de credito em valor não compatível com a capacidade financeira do
usuário.

7.4 Fases da Lavagem do Dinheiro

1. Colocação – a primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema econômico.


Objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países
com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal.

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A colocação se efetua por meio de:


•• depósitos,
•• compra de instrumentos negociáveis
•• compra de bens
Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas
sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como:
•• fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro.
•• utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em
espécie.
2. Ocultação – a segunda etapa do processo
consiste em dificultar o rastreamento contábil
dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a
cadeia de evidências ante a possibilidade da
realização de investigações sobre a origem do
dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-
lo de forma eletrônica, transferindo os ativos
para contas anônimas – preferencialmente, em
países amparados por lei de sigilo bancário – ou
realizando depósitos em contas "fantasmas".
3. Integração – nesta última etapa, os ativos
são incorporados formalmente ao sistema
econômico. As organizações criminosas buscam
investir em empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais sociedades
prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil
legitimar o dinheiro ilegal.

Alguns exemplos:

FASE Exemplo
1. Comprar uma propriedade rural com dinheiro do crime.
Colocação 2. Ir em uma casa de câmbio e fazer remessa de recursos ilícitos para
uma conta no exterior.
1. Enviar recursos proveniente de crimes para paraísos fiscais.
Ocultação (estratificação) 2. Fazer câmbio de notas oriundas de um crime, por moeda de outro
país.
1. Comprar hotéis, restaurantes, negócio, com dinheiro oriundo de
contas no exterior sem procedências.
Integração
2. Compra de bens com doações originárias de contas fantasmas,
empresas de “fachadas” e etc.

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7.4.1 Identificação dos Clientes
A lei sobre crimes de “lavagem” de dinheiro, exige que as instituições financeiras entre outros:
•• identifiquem seus clientes mantendo cadastro atualizado; inclusive dos proprietários e
representantes das empresas clientes;
•• mantenham registro das transações em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em
dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de
instruções por esta expedidas;
•• atendam no prazo fixado pelo órgão judicial competente, as requisições formuladas pelo
COAF, que se processarão em segredo de justiça.
Arquivem por cinco anos os cadastros e os registros das transações.

7.5 Comunicação ao COAF

De acordo com a Circular 2852/98, Carta-Circular 2826/98 e a complementação da Carta-


Circular 3098/03, as instituições financeiras deverão comunicar ao Banco Central:
•• as operações suspeitas envolvendo moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
mobiliários, metais ou qualquer outro ativo passível de ser convertido em dinheiro de valor
acima de R$ 10.000,00;
•• as operações suspeitas que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo,
em um mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto, o
valor de R$ 10.000,00;
•• depósito em espécie, retirada em espécie ou pedido de provisionamento para saque, de
valor igual ou superior a R$100.000,00, independentemente de serem suspeitas ou não.
Toda a operação realizada por uma instituição financeira acima de R$ 10 mil deve ficar registrada
no banco. A operação que for igual ou acima de R$ 10 mil e SUSPEITA deve ser reportada ao
COAF, através do SISCOAF.

7.6 COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras

Órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro. O COAF está vinculado ao Ministério da


Fazenda e tem como finalidade disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar
e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da
competência de outros órgãos e entidades.
Porém, para que as atividades do COAF sejam bem-sucedidas, é importante que, todas
as instituições visadas, no que diz respeito à lavagem de dinheiro, proveniente do crime,
mantenham em registro, todas as informações de relevância sobre seus clientes e suas
operações.
Além dos bancos, devem combater a lavagem de dinheiro empresas e instituições que
trabalham com a comercialização de joias, metais preciosos e obras de arte.

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Reguladores
Conheça os setores obrigados e os respectivos órgãos reguladores.

Regulador Setor
Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a
Banco Central do Brasil – BCB
funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Demais pessoas sujeitas à regulação da CVM.
Entidades administradoras de mercados organizados.
Pessoas que tenham, em caráter permanente ou eventual,
Comissão de
como atividade principal ou acessória, cumulativamente
Valores Mobiliários – CVM
ou não, a custódia, emissão, distribuição, liquidação, ne-
gociação, intermediação, consultoria ou administração de
títulos ou valores mobiliários e a auditoria independente
no âmbito do mercado de valores mobiliários.
Pessoas físicas e jurídicas que exerçam atividades de
Conselho Federal de Corretores de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis, em
Imóveis – Cofeci caráter permanente ou eventual, de forma principal ou
acessória.
Comércio de jóias, pedras e metais preciosos.
Bens de Luxo e Alto Valor.
Fomento comercial (factoring), securitizadora (não regula-
da pela CVM).
Conselho de Controle de Atividades Serviços de assessoria, consultoria, auditoria, aconselha-
Financeiras – Coaf mento ou assistência, exceto contadores, economistas e
corretores imobiliários (não submetidas à regulação de ór-
gão próprio regulador).
Pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, inter-
mediação, comercialização, agenciamento ou negociação
de direitos de transferência de atletas ou artistas.
Conselho Federal Profissionais e Organizações Contábeis, quando no exercício
de Contabilidade – CFC de suas funções.
Conselho Federal Pessoas físicas e jurídicas prestadoras de serviços de
de Economia – Cofecon economia e finanças.
Departamento de Registro
Juntas Comerciais.
Empresarial e Integração – Drei
Polícia Federal Empresas de Transporte e guarda de valores.
Instituto do Patrimônio Histórico e Pessoas físicas ou jurídicas que comercializem Antiguidades
Artístico Nacional – Iphan e/ou Obras de Arte de Qualquer Natureza.
Secretaria de Acompanhamento Loterias e Promoções Comerciais mediante sorteio ou
Fiscal, Energia e Loteria – Sefel métodos assemelhados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 135
Regulador Setor
Sociedades seguradoras e de capitalização, resseguradores
Superintendência de
locais e admitidos, entidades abertas de previdência com-
Seguros Privados – Susep
plementar.
Superintendência Nacional de
Entidades fechadas de previdência complementar.
Previdência Complementar – Previc

As competências do Coaf estão definidas nos artigos 14 e 15 da referida lei, quais sejam:
1. Receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas;
2. Comunicar às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis
nas situações em que o Conselho concluir pela existência, ou fundados indícios, de crimes
de “lavagem”, ocultação de bens, direitos e valores, ou de qualquer outro ilícito;
3. Coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem
ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e
valores;
4. Disciplinar e aplicar penas administrativas.

Plenário do COAF
O plenário é composto:
•• pelo presidente do Coaf, nomeado
pelo presidente da República por
indicação do ministro da Fazenda e
que exerce a presidência do plená-
rio.
•• por 11 conselheiros, designados em
ato do ministro da Fazenda.
Órgãos: Agência Brasileira de Inte-
ligência (Abin), Banco Central do
Brasil (BCB), Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), Ministério da
Transparência e Controladoria-Geral
da União (CGU), Departamento de
Polícia Federal (DPF), Ministério da
Justiça (MJ), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Procuradoria-Geral da Fazenda Na-
cional (PGFN), Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), Superintendência de Seguros
Privados (Susep) e Ministério da Fazenda.

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7.7 Atuação do Bacen na Prevenção e Combate a Lavagem de Dinheiro

O Banco Central (BC) trabalha para que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) não seja utilizado
para fins ilícitos. Um dos focos principais nesse sentido é a prevenção à lavagem de dinheiro e
ao financiamento do terrorismo (PLD/FT).
O papel do Banco Central é regulamentar, monitorar e fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional
(SFN) de modo a exigir que instituições financeiras bancárias e não bancárias implementem
procedimentos e controles de PLD/FT. Sempre que necessário, o BC também comunica indícios
de crimes previstos na Lei nº 9.613/1998, ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf), ao Ministério Público e, quando pertinente, aos demais órgãos envolvidos na prevenção
e no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo como à Secretaria da
Receita Federal.

7.8 Convenção de Viena


Convenção contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV da
Constituição, e considerando que a Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e
Substâncias Psicotrópicas, foi concluída em Viena, a 20 de dezembro de 1988;
Considerando que a referida Convenção foi aprovada pelo Congresso Nacional, pelo Decreto
Legislativo nº 162, de 14 de junho de 1991;

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Questões

1. (2012 – FCC – BANESE – Técnico Bancário) 3. (2011 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário
– Ed. 03)
A legislação sobre os crimes de lavagem de
dinheiro e ocultação de bens, direitos e va- Os profissionais e as instituições financei-
lores dispõe que. ras têm de estar cientes que operações que
possam constituir-se em sérios indícios dos
a) os crimes permitem liberdade provisória. crimes previstos na lei de lavagem de di-
b) os crimes não são afiançáveis. nheiro
c) o banco pode fornecer talão de cheque
ao depositante enquanto são verifica- a) dependem de verificação prévia pelo
das as informações da ficha proposta. Conselho de Controle de Atividades Fi-
d) crimes contra o sistema financeiro na- nanceiras (COAF).
cional não são antecedentes. b) precisam ser caracterizadas como ilícito
e) não são abrangidas as transações no tributário pela Receita Federal do Brasil.
mercado à vista de ações. c) não incluem as transações no mercado
à vista de ações.
2. (2013 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário d) devem ser comunicadas no prazo de 24
– 2013) horas às autoridades competentes.
e) devem ser comunicadas antecipada-
O COAF – Conselho de Controle de Ativida- mente ao cliente.
des Financeiras compõe a estrutura legal
brasileira para lidar com o problema da la-
vagem de dinheiro e tem como missão 4. (2011 – FCC – Banco do Brasil – Banco do
Brasil – Escriturário)
a) autorizar, em conjunto com os bancos,
o ingresso de recursos internacionais Depósitos bancários, em espécie ou em che-
por meio de contratos de câmbio. ques de viagem, de valores individuais não
b) julgar se é de origem lícita a incorpora- significativos, realizados de maneira que
ção na economia, de modo transitório o total de cada depósito não seja elevado,
ou permanente, de recursos, bens e va- mas que no conjunto se torne significativo,
lores. podem configurar indício de ocorrência de
c) identificar e apontar para a Secretaria
da Receita Federal do Brasil os casos de a) crime contra a administração privada.
ilícito fiscal envolvendo lavagem de di- b) fraude cambial.
nheiro. c) fraude contábil.
d) prevenir a utilização dos setores econô- d) crime de lavagem de dinheiro.
micos para lavagem de dinheiro e finan- e) fraude fiscal.
ciamento do terrorismo.
e) discriminar as atividades principal ou
acessória de pessoas físicas e jurídicas
sujeitas às obrigações previstas em lei.

Gabarito: 1. B 2. D 3. D 4. D

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Aula 08

MERCADO DE CÂMBIO

É o mercado onde ocorre a negociação de moedas estrangeiras entre as instituições ou pessoas


interessadas em movimentar essas moedas.

8.1 Política Cambial

A política cambial é o conjunto de medidas que define o regime de taxas de câmbio – flutuante,
fixo, administrado – e regulamenta as operações de câmbio. Dessa forma, a política cambial
define as relações financeiras entre o país e o resto do mundo, a forma de atuação no mercado
de câmbio, as regras para movimentação internacional de capitais e de moeda e a gestão das
reservas internacionais.
Quando um país adota o regime de câmbio fixo,
a taxa é definida pelo Banco Central deste país.
Já no regime de taxas flutuantes, a taxa é defi-
nida pelo mercado (procura e oferta de moeda
estrangeiras)
O Brasil adota um regime de Política Cambial
Flutuante SUJA sem Banda Cambial.
Em um regime de taxa flutuante o BACEN pode
intervir no mercado comprando e vendendo
moeda estrangeira com o objetivo de minimizar
as oscilações do mercado, desde que a flutua-
ção seja do tipo SUJA.
Na flutuação do tipo limpa, também conhecida
com regime de taxas perfeitamente flutuante,
o BACEN não intervém no mercado, permane-
cendo inalterado as reservas internacionais.
O Banco Central executa a política cambial definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Para tanto, regulamenta o mercado de câmbio e autoriza as instituições que nele operam.
Também compete ao Banco Central fiscalizar o referido mercado, podendo punir dirigentes e
instituições mediante multas, suspensões e outras sanções previstas em Lei.

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Além disso, o Banco Central pode atuar diretamente no mercado, comprando e vendendo
moeda estrangeira de forma ocasional e limitada, com o objetivo de conter movimentos
desordenados da taxa de câmbio

8.1.1 Reservas Internacionais


As reservas internacionais são os ativos do Brasil em moeda estrangeira e funcionam como
uma espécie de seguro para o país fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques de
natureza externa , tais como crises cambiais e interrupções nos fluxos de capital para o país.
No caso do Brasil, que adota o regime de câmbio flutu-
ante, esse colchão de segurança ajuda a manter a fun-
cionalidade do mercado de câmbio de forma a atenuar
oscilações bruscas da moeda local – o real – perante o
dólar, dando maior previsibilidade e segurança para os
agentes do mercado.
Essas reservas, administradas pelo Banco Central, são
compostas principalmente por títulos, depósitos em
moedas (dólar, euro, libra esterlina, iene, dólar cana-
dense e dólar australiano), direitos especiais de saque
junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), depó-
sitos no Banco de Compensações Internacionais (BIS),
ouro, entre outros ativos.
A alocação das reservas internacionais é feita de acordo com o tripé segurança, liquidez e
rentabilidade, nessa ordem, sendo a política de investimentos definida pela Diretoria Colegiada
do Banco Central.

8.1.2 Balanço De Pagamentos


É o registro das transações de um país com o resto do mundo. No Brasil, os valores são
expressos em dólares americanos, mesmo quando são efetuados com outros países que não os
EUA. Duas grandes contas formam o balanço de pagamentos de um país:
a) Conta Corrente:
•• engloba os registros de três outras contas: a balança comercial, a conta de serviços e
rendas e as transferências unilaterais.
Balança comercial: Registra o comércio de bens, na forma de exportações e importações.
Quando as exportações são maiores que as importações temos um superávit na Balança
Comercial. Um déficit ocorre quando as importações são maiores que as exportações.
Conta de Serviços e Rendas: inclui os pagamentos/recebimentos relacionados com o comércio
de bens, como fretes e seguros, as receitas/despesas com viagens internacionais, o aluguel
de equipamentos, os serviços governamentais, a exportação e importação de serviços e o
pagamento/recebimento de juros e de lucros e dividendos.

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Transferências Unilaterais: contabilizam o saldo líquido das remessas de recursos ou doações


feitos entre residentes no Brasil e residentes em outros países.
b) Conta de Capitais: registra o saldo líquido entre as compras de ativos estrangeiros por
residentes no Brasil e a venda de ativos brasileiros a estrangeiros.

8.2 Mercado de Câmbio

Incluem-se no mercado de câmbio brasileiro as operações relativas aos recebimentos,


pagamentos e transferências do e para o exterior mediante a utilização de cartões de uso
internacional e de empresas facilitadoras de pagamentos internacionais, bem como as
operações referentes às transferências financeiras postais internacionais, inclusive mediante
vales postais e reembolsos postais internacionais.
O BACEN é responsável por regulamentar e fiscalizar o Mercado de Câmbio.

8.2.1 Taxa de Câmbio


Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos)
da moeda nacional. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados
Unidos, fazendo com que a cotação comumente utilizada seja a dessa moeda. Dessa forma,
quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio é 4,00, significa que um dólar dos Estados
Unidos custa R$ 4,00. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à
outra. As cotações apresentam taxas para a compra e para a venda da moeda, as quais são
referenciadas do ponto de vista do agente autorizado a operar no mercado de câmbio pelo
Banco Central.
PTAX é a taxa que expressa à média das taxas de câmbio praticada no mercado interbancário.
Divulgada pelo BACEN.
TODAS as operações devem ter registro OBRIGATÓRIO no SISBACEN pelas instituições
autorizadas por ele a atuar.

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8.2.1 Valoriação e Desvalorização Cambial

8.3 Instituições Autorizadas a Atuarem no Mercado de Câmbio

1. TODAS AS OPERAÇÕES SEM RESTRIÇÕES:


•• Bancos Comerciais
•• Bancos de Investimento
•• Bancos Múltiplos
•• Bancos de Câmbio
•• Caixa Econômica Federal

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2. SOMENTE OPERAÇÕES ESPECÍFICAS AUTORIZADAS PELO BANCO CENTRAL:


•• Bancos de desenvolvimento
•• Agências de fomento
•• Sociedades de crédito, financiamento e investimento – Financeira

3. LIMITADOS AO VALOR DE U$ 100 MIL EM OPERAÇÕES DE CÂMBIO RELATIVO A


EXPORTAÇÃO OU IMPORTAÇÃO:
•• Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários – STVM
•• Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários – SDTVM
•• Sociedades corretoras de câmbio

4. INSTITUIÇÕES QUE PODEM OPERAR MEDIANTE CONVÊNCIO COM INSTITUIÇÃO


AUTORIZADA.
•• Pessoas jurídicas em geral para negociar a realização de transferências unilaterais (por
exemplo: manutenção de residentes; doações; aposentadorias e pensões; indenizações e
multas; e patrimônio);
•• Pessoas jurídicas cadastradas no Ministério do Turismo como prestadores de serviços
turísticos remunerados, para realização de operações de compra e de venda de moeda
estrangeira em espécie, cheques ou cheques de viagem;
•• Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil, não autorizadas a operar no mercado de câmbio, para realização de transferências
unilaterais e compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheques ou cheques de
viagem.
•• Lotéricas através de convênio realizado com a CEF.
A realização desses convênios não depende de autorização do Banco Central. A responsabi-
lidade pelas operações de câmbio perante o Banco Central é das instituições autorizadas e
o valor de cada operação de câmbio está limitado a US$ 3 mil ou seu equivalente em outras
moedas.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT também é autorizada pelo Banco Central
a realizar operações com vales postais internacionais, emissivos e receptivos, destinadas a
atender compromissos relacionados a operações específicas definidas pelo Banco Central,
observando o limite de U$ 50 mil para recebimento de exportações e importações.
Para que os Correios e as lotéricas possam operar com câmbio, terão de fazer contratos com
as instituições financeiras, acrescentou ele. A autoridade monetária informou ainda que os
clientes terão de levar um documento, no qual conste o CPF, e preencher um formulário para a
aquisição dos dólares. Ao fim do processo, receberão um recibo da operação.

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8.4 Operações de Câmbio

8.4.1 Registro no SISBACEN


As operações até US$ 3 mil relativas a viagens internacionais e a transferências unilaterais
podem ser informadas ao Banco Central até o dia 10 do mês posterior a sua realização.
Também dispõem da prerrogativa de serem informadas apenas mensalmente ao Banco Central
as operações realizadas pelos Correios e aquelas relativas a cartões de crédito.
A Instituição Financeira que realizar a operação de câmbio fica dispensada a guarda de cópia
dos documentos de identificação do cliente nas operações de câmbio especificadas, bem como
facultada o uso de máquinas dispensadoras de cédulas. (CMN 4.113)
Nas operações de compra ou de venda de moeda estrangeira de até US$ 3 mil, ou seu
equivalente em outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a utilização do contrato de
câmbio, mas o agente do mercado de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a operação
no Sisbacen.

8.4.2 Valor Efetivo Total (VET)


As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a operar no mercado de
câmbio devem, previamente à realização de operação de câmbio de liquidação pronta de até
US$ 100.000,00 (cem mil dólares dos Estados Unidos), ou seu equivalente em outras moedas,
com cliente ou usuário, informar o valor total da operação, expresso em reais, por unidade de
moeda estrangeira.
Valor Efetivo Total (VET): É calculado considerando a taxa de câmbio, os tributos incidentes e as
tarifas eventualmente cobradas.

8.4.3 Liquidação dos Contratos


A liquidação de contrato de câmbio ocorre quando da entrega de ambas as moedas, nacional e
estrangeira, objeto da contratação ou de títulos que as representem.
•• Liquidação pronta – Em até D + 2: A liquidação pronta é obrigatória nos seguintes casos:
a) operações de câmbio simplificado de exportação ou de importação;
b) compras ou vendas de moeda estrangeira em espécie ou em cheques de viagem;
c) compra ou venda de ouro – instrumento cambial
•• Liquidação Futura: A operação de câmbio (compra ou venda) para liquidação futura
é a operação a ser liquidada em prazo superior a dois dias úteis e conforme limites
estabelecidos pela regulamentação cambial

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8.4.4 Cambio Manual


Na operação de compra e venda de moeda estrangeira, o contravalor em moeda nacional
deve ser levado a crédito de conta de depósito titulada pelo vendedor ou entregue por meio
de cheque, emitido pelo agente autorizado a operar no mercado de câmbio, nominativo ao
vendedor da moeda estrangeira, cruzado e não endossável.
A compra ou a venda de moeda estrangeira cujo contravalor em moeda nacional não ultrapasse
R$10.000,00 (dez mil reais) por cliente, poderá ser paga em espécie. (Câmbio Manual)

8.4.5 Mercado Primário X Mercado Secundário


PRIMÁRIO: A operação de mercado primário implica entrada ou saída efetiva de moeda
estrangeira do País. Esse é o caso das operações realizadas com exportadores, importadores,
viajantes, etc.
SECUNDÁRIO: Também denominado mercado interbancário, a moeda estrangeira é negociada
entre as instituições integrantes do sistema financeiro e simplesmente migra do ativo de uma
instituição autorizada a operar no mercado de câmbio para o de outra, igualmente autorizada.

8.4.6 ACC x ACE


O ACC (adiantamento sobre contrato de câmbio) é uma antecipação parcial ou total da
moeda nacional relativa ao preço da moeda estrangeira vendida ao banco autorizado a operar
no mercado de câmbio, pelo exportador, para entrega futura, feita antes do embarque da
mercadoria ou da prestação do serviço.
O ACE (adiantamento sobre cambiais entregues) é o mesmo adiantamento, quando concedido
após o embarque da mercadoria ou a prestação do serviço.

8.5 Alteração Limite Contrato De Câmbio – Conflito de Legislação


Mensagem envida por mim:
EXTERNA – SISCAP em 06/10/2015 08:49
---------- Os dados abaixo foram preenchidos pelo cidadão via internet
Instituição:
Mensagem: Prezados...
Em 21 de Julho de 2015 o governo federal alterou a Lei 4131/62 aumentando o limite das
operações de câmbio que não exige confecção de contrato de 3k dólares para 10k dólares,
através da Lei Federal 13.017.
Essa alteração não deveria alterar a legislação de câmbio como CMN 3.568 e Circular 3.691
além de informações no site como as que constam no FAQ de câmbio?
http://www.bcb.gov.br/?MERCCAMFAQ
Atenciosamente

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Resposta do BACEN
Prezado(a) Senhor(a) EDGAR GOMES DE ABREU:
Nossa área técnica responsável pelo assunto questionado encaminhou a seguinte resposta:
"Gentileza esclarecer ao consulente que desde a entrada em vigor da Lei nº 13.017, em 22 de
julho de 2014, está dispensada a utilização do contrato de câmbio para as operações de câmbio
de valor igual ou inferior a dez mil dólares dos Estados Unidos, ou o seu equivalente em outras
moedas. Ressalta-se que referida lei alterou somente o limite de valor para referida dispensa,
sendo que referida Lei não alterou outras regras presentes na regulamentação cambial que
estão conectadas ao valor de três mil dólares dos Estados Unidos, ou o seu equivalente em
outras moedas."
Atenciosamente,

Departamento de Atendimento Institucional (Deati)


Divisão de Atendimento ao Cidadão (Diate)
Tel: 145
www.bcb.gov.br/?FALECONOSCO

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Questões

1. (2017 – FCC – DPE-RS – Analista – Economia) 3. (2016 – FCC – ELETROBRAS-ELETROSUL –


Ciências Econômicas)
Na presença de uma crise interna com dete-
rioração fiscal, Uma decorrência do movimento de globa-
lização financeira foi a ampliação dos im-
a) o regime de câmbio flutuante pode ace- pactos das turbulências internacionais em
lerar os benefícios das rendas geradas economias abertas. Uma forma de se atuar
com as exportações. com um escudo de proteção para amorte-
b) o câmbio fixo contribuirá para a norma- cer esses impactos é aplicando o regime de
lização do cenário, já que a crise fiscal câmbio
não se comunica com os pressupostos
desse regime cambial. a) flutuante, que permitirá ao Banco Cen-
c) a inexistência de reservas cambiais sina- tral maior liberdade para atuar na políti-
liza a conveniência de se adotar o regi- ca monetária.
me de câmbio fixo. b) fixo, que não demanda intervenções do
d) as exportações devem ser coibidas, já Banco Central.
que estas causarão desequilíbrios mo- c) flutuante, eis que o Banco Central é
netários internos. obrigado a intervir quando houver ex-
e) políticas contracionistas produzem ime- cesso de demanda por moeda estran-
diata contribuição para a volta ao cres- geira.
cimento. d) fixo, eis que, com isso, os efeitos da taxa
de câmbio ocorrerão fundamentalmen-
te na balança comercial, sem afetar as
2. (2016 – FCC – PGE-MT – Analista – Econo- movimentações financeiras internacio-
mista) nais.
No domínio dos regimes cambiais, e) fixo, porém com banda rígida, com in-
tervenções do Banco Central.
a) o regime de câmbio flutuante ocorre
entre bandas estabelecidas pelo Banco
Central. 4. (2015 – FCC – MANAUSPREV – Analista Pre-
b) o regime de câmbio fixo resulta no ajus- videnciário – Economia)
tamento da taxa de câmbio pelas forças Sobre os diferentes regimes de taxa de câm-
de mercado. bio, é correto afirmar que
c) uma insuficiência de oferta de divisas
é resolvida pela ação do Banco Central, a) a experiência histórica com regime de
no regime de câmbio flutuante puro. câmbio fixo, nos países em desenvol-
d) o enfrentamento de crises é facilitado vimento, revela ser esse regime o que
com o câmbio fixo, mesmo sem reser- garante a maior estabilidade das contas
vas cambiais. externas, pois prescinde das estruturas
e) o regime de câmbio flutuante não re- de importações e exportações dos pa-
quer a intervenção do Banco Central. íses, pois é garantido que o mercado
internacional financeiro garante plena
liquidez em todos os momentos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 149
b) uma taxa de câmbio flexível implica um b) fixa o valor da taxa de câmbio para esse
ajustamento do balanço de pagamentos contrato.
por meio da elevação da taxa de juros, c) pode ser feita antes do embarque da
uma vez que a taxa de câmbio apenas mercadoria para o exterior, mas somen-
pode variar para baixo. te de forma parcial.
c) em um regime de taxa de câmbio flexí- d) deve ser feita obrigatoriamente antes
vel é possível ter metas de taxa real de do embarque da mercadoria para o ex-
câmbio, pois pode-se sempre ajustar a terior, de forma a possibilitar ao expor-
taxa nominal de câmbio para atingir-se tador obter financiamento com base no
um nível real do câmbio. contrato.
d) um regime de câmbio fixo torna a polí- e) equivale a uma compra e venda mer-
tica monetária de uma país emissor de cantil efetuada entre o banco e a em-
moeda não conversível mais eficaz, pois presa exportadora.
permite à autoridade monetária preve-
nir qualquer ataque especulativo contra
a moeda, independentemente do nível 7. (2006 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário
de suas reservas internacionais de divi- – 003 – SP)
sas estrangeiras. A empresa Exporta Tudo acaba de fechar
e) uma taxa de câmbio ajustável (com flu- mais um contrato de exportação, mas pre-
tuação suja) significa que a autoridade cisa de um financiamento para comprar as
monetária pode intervir no mercado de matérias-primas e produzir os bens negocia-
câmbio para impor limites à flutuação dos. A operação por meio da qual o banco
da taxa de câmbio. No Brasil, o Banco poderá viabilizar esse financiamento para a
Central costuma intervir no mercado Exporta Tudo recebe a denominação de
de contratos futuros de câmbio com os
chamados swaps cambiais a) Assunção de Dívida.
b) Adiantamento sobre Contratos de Câm-
bio (ACC).
5. (2011 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário c) Swap.
– Ed. 02) d) Hedge sem Caixa.
No mercado de câmbio, estão autorizados a e) Debêntures.
operar como agente
a) as associações de poupança e emprésti- 8. (2006 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário
mo. – 003 – SP)
b) as cooperativas de crédito. Em relação ao mercado de câmbio, é corre-
c) as empresas de arrendamento mercan- to afirmar que
til.
d) as agências de fomento. a) o ingresso ou saída de capitais estran-
e) os bancos múltiplos. geiros no país não influencia o valor da
taxa de câmbio.
b) é condição necessária, para que a po-
6. (2006 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário lítica de câmbio flexível praticada pelo
– 001 – DF) Banco Central tenha credibilidade, que
A contratação do câmbio de exportação o país tenha um elevado volume de re-
servas internacionais.
a) deve ser feita obrigatoriamente após o c) o Banco Central do Brasil não intervém
embarque da mercadoria para o exte- no mercado de câmbio, deixando que a
rior. cotação do dólar flutue livremente.

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Banrisul (Escriturário) – Conhecimentos Bancários – Prof. Edgar Abreu

d) a taxa de câmbio, no Brasil, é definida


como o preço da divisa estrangeira ex-
pressa em moeda nacional.
e) os importadores são ofertantes nesse
mercado.

9. (2006 – FCC – Banco do Brasil – Escriturário


– 003 – SP)
O contrato de câmbio
a) é um ato unilateral e não oneroso.
b) tem por objetivo a compra ou a venda
de moeda estrangeira.
c) implica a entrega de moeda estrangeira
ao exportador.
d) não tem prazo limite para sua liquida-
ção.
e) implica a concessão de bonificações ao
importador.

Gabarito: 1. A 2. E 3. A 4. E 5. E 6. B 7. B 8. D 9. B

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Aula 09

SIMULADO FPE – FUNDAÇÃO PAI ED

Estou preparando um simulado muito F***, com questões inéditas, atualizadas e com foco
parecido ao cobrado nas questões da FCC. Iremos corrigir o simulado na nossa aula 9, dia 26/01,
no curso presencial (dia 29/01 no EAD).
A previsão de publicação desse simulado é no dia 21/01. Para não perder nenhuma novidade,
sugiro que você se inscreva no canal do youtube da Casa do Concurseiro e nos acompanhe no
Instagram:
•• Prof. Edgar Abreu: @prof.edgarabreu
•• A Casa do Concurseiro: @acasadoconcurseiro

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