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DEFESA DO CONTRIBUINTE
ATENDIMENTO A FISCALIZAÇÃO E DEFESA DE AUTO DE
INFRAÇÃO
Paulo Henrique Teixeira é Contador, reside em Curitiba - PR. Auditor e Consultor Tributário
de várias empresas no Estado do Paraná e Santa Catarina, autor de várias obras, entre as
quais: Auditoria Tributária, Auditoria Contábil, Auditoria Gerencial, Controladoria
Empresarial, Auditoria Trabalhista, Blindagem Fiscal, Contabilidade Tributária, entre outras.
SUMÁRIO
FISCALIZAÇÃO NA EMPRESA
A Fiscalização
Definição, objetivo e conflitos
Estado de Direito
Fiscalização – regras CTN
Regras aplicáveis a todas as fiscalizações
Poder de Polícia
Regras Gerais do Direito Administrativo
Súmulas do STF
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 2
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 3
Considerações Iniciais
Modelo de Recurso Voluntário
Decisão do Conselho de Contribuintes
Recursos contra decisão do Conselho de Contribuintes
Efeitos da decisão da 2ª Instância (Conselho de Contribuintes)
Considerações sobre o Conselho de Contribuintes
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 5
Importante: o Ministério de Estado da Fazenda terá 180 (cento e oitenta) dias, a partir de
04.12.2008, para instalar o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, bem como elaborar
o seu regimento interno, enquanto não instalado, permanece a competência dos atuais
Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais será constituído por seções e pela Câmara
Superior de Recursos Fiscais. As seções serão especializadas por matéria e constituídas por
câmaras. As câmaras poderão ser divididas em turmas.
O Ministro de Estado da Fazenda poderá criar, nas seções, turmas especiais, de caráter
temporário, com competência para julgamento de processos que envolvam valores reduzidos
ou matéria recorrente ou de baixa complexidade, que poderão funcionar nas cidades onde
estão localizadas as Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 6
Na composição das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais, será respeitada a
paridade entre representantes da Fazenda Nacional e representantes dos contribuintes.
Os cargos de Presidente das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais serão ocupados
por conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que, em caso de empate, terão o voto de
qualidade, e os cargos de Vice-Presidente, por representantes dos contribuintes.
A Câmara Superior de Recursos Fiscais será constituída por turmas, compostas pelos
Presidentes e Vice-Presidentes das câmaras.
Caberá recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, no prazo de 15 (quinze) dias
da ciência do acórdão ao interessado:
Das decisões de Câmara, de turma de Câmara ou de turma especial que der provimento a
recurso de ofício, caberá recurso voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias, à Câmara Superior
de Recursos Fiscais.
3. SÚMULAS VINCULANTES
A Câmara Superior de Recursos Fiscais poderá, nos termos do regimento interno, após
reiteradas decisões sobre determinada matéria e com a prévia manifestação da Secretaria da
Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, editar enunciado de
súmula que, mediante aprovação de dois terços dos seus membros e do Ministro de Estado da
Fazenda, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos da administração tributária
federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 7
No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a
aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento
de inconstitucionalidade, exceto na existência de tratado, acordo internacional, lei ou ato
normativo:
a) que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo
Tribunal Federal;
Menciona o art. 48 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009, que a
prescrição dos créditos tributários, inclusive das contribuições sociais previstas nas alíneas
"a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/91 e as de outras entidades e
fundos (terceiros), pode ser reconhecida de ofício pela autoridade administrativa.
8. OUTRAS ALTERAÇÕES
Igualmente, foi revogado o parágrafo único do art. 15 do Decreto nº 70.235/72 que previa
reabertura do prazo de impugnação quando do agravamento da exigência pela decisão.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 8
DEFENDENDO-SE DO LEÃO -
ATENDIMENTO A FISCALIZAÇÃO E DEFESA DE AUTO DE INFRAÇÃO
FEDERAL
A impugnação ao auto de infração pode ser realizada pelo Contador ou outro profissional com
conhecimento do assunto, não é necessário um profissional do Direito, no entanto deve
conhecer o assunto. Esse é o objetivo desta obra apresentar formas de como se defender do
leão.
A maioria dos Contribuintes tem medo e horror a fiscalização, mesmo que levem em ordem
os procedimentos administrativos e contábeis da empresa, conforme determina a legislação
tributária. Nesta obra, estudaremos nações de como o Contribuinte ou Sujeito Passivo deve se
posicionar por ocasião de uma fiscalização federal, efetuar uma defesa e a sistemática do
processo administrativo/fiscal.
1. FISCALIZAÇÃO NA EMPRESA
A FISCALIZAÇÃO
As prerrogativas atribuídas à Fiscalização pela ordem jurídica têm por objetivo proporcionar
condições de eficácia em sua atuação, portanto, não são privilégios para utilizar como abuso
ou benevolência, mas para realizar os interesses públicos do Estado de Direito para que este
cumpra sua finalidade.
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apresentadas pelo sujeito passivo (por outro lado, se o fiscal não for coerente, facilmente a
questão será eliminada pelo julgamento administrativo).
É um dever por parte do fisco a investigação dos fatos jurídicos que envolvem a incidência, o
cálculo e o recolhimento dos tributos, objetivando coibir a prática de enriquecimentos
ilícitos, sonegações, infrações, crimes tributários e crimes penais. Portanto, esse poder de
investigação (mero exercício de uma competência) das atividades fiscais é limitado,
constituindo assim, na verdade uma autorização vinculada para exercer uma ação em nome de
um poder devidamente delimitado pelos princípios e normas da competência tributária,
pautada na Constituição Federal.
A maioria dos tributos no âmbito municipal, estadual ou federal é apurada pelo contribuinte,
sendo que a lei determina que pague o tributo segundo sua própria avaliação jurídica, cabendo
à autoridade fiscal conferir o pagamento, e, na hipótese de encontrar algum erro, exigir
recolhimento complementar com as sanções legais cabíveis, através de um lançamento
tributário.
Na busca da verdade material ou real, é procedimento legal que o fisco compareça in loco
para contagem de estoques, análise de documentos, verificação da segurança dos emissores de
controles, etc., porém, de uma forma legal, clara, organizada, controlada e autorizada
pela Delegacia competente, sem abusos e sem lesar a intimidade do contribuinte, caso
contrário, se o próprio órgão não se utilizar de meios para controlar a fiscalização é uma porta
escancarada para a corrupção.
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“Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições
legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos,
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais dos comerciantes, industriais ou
produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes
dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos
tributários decorrentes das operações a que se refiram.”
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 11
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 12
a) Poder de Polícia
“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº
31, de 28.12.1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder.”
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 13
- Princípio da Finalidade – aplicar a Lei exatamente para o atendimento aos fins nela
contidos.
- Princípio da Razoabilidade – exige que as decisões do administrador público sejam
sensatas e coerentes com o raciocínio do cidadão médio comum.
- Princípio da Proporcionalidade – exige o exercício da competência administrativa na
exata extensão e intensidade do interesse público demandado.
- Princípio da Motivação – o administrador público deve justificar os seus atos
( descrevendo a base legal de suas decisões).
- Princípio da Impessoalidade – o administrador público deve tratar todos os administrados
sem qualquer discriminação decorrentes de suas características pessoais.
- Princípio da Publicidade – O administrado tem direito ao acesso à informação sobre todos os
assuntos públicos.
- Princípio do Devido Processo Legal e da Ampla Defesa – Ao administrado cabe o direito
de ter suas reivindicações atendidas através do processo formal regular, com direito a
manifestação contraditória, e aos recursos atinentes ao procedimento.
- Princípio da Moralidade Administrativa – O relacionamento entre o cidadão e a
administração deve ser permeado por ética, lealdade e boa-fé.
- Princípio do Controle Judicial dos Atos Administrativos – os atos administrativos
subordinam-se às decisões judiciais exaradas pelos órgãos competentes do Poder Judiciário.
(Base legal Lei Federal 9.784/99)
c) Súmulas do STF
Súmula 70:
Sacha Calmon Navarro Coelho, afirma que “não pode o legislador... a título de sancionar
descumprimento de obrigação tributária principal ou acessória, impedir ou mesmo restringir
as atividades dos contribuintes, interditando estabelecimentos, negócios ou instrumentos de
trabalho. Tais atos só serão possíveis e legítimos, se exercidos com base no poder de polícia
da administração pública havendo motivo real para a interferência estatal e o poder seja
exercitado regularmente, sem excesso, abuso ou desvio, conforme o direito administrativo”
(Teoria e Prática das Multas Tributáveis, Editora Forense 1995)
Súmula 323:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 14
Súmula 439:
Súmula 547:
2.2 Em hipótese alguma o fisco deve ser atendido pelo sócio, diretor, administrador
Estes somente serão colocados a par da condução dos trabalhos, sendo que entrarão em cena
no momento da assinatura do auto de infração ou em uma negociação do parcelamento.
Sempre estarão, tomando as decisões, mas na figura da pessoa que estiver atendendo o fisco.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 15
No caso da pessoa física ou jurídica não possuir acesso a Internet poderá verificar a
autenticidade do Mandado comparecendo a uma unidade da Secretaria da Receita Federal ou
pelo número de telefone indicado no Mandado.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 16
I - Coordenador-Geral de Fiscalização;
VI - Corregedor-Geral;
Base: art. 6º, da Portaria RFB 3.014/2011 ( que revoga a Portaria 11.371/2007)
Conteúdo e abrangência
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O MPF-D indicará, ainda, a descrição sumária das verificações a serem realizadas, observado
o modelo constante do Anexo III a esta Portaria.
Base: art. 7º, da Portaria RFB 3.014/2011 ( que revoga a Portaria 11.371/2007)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 18
Dos Prazos
A prorrogação do prazo de que trata o artigo anterior poderá ser efetuada pela autoridade
outorgante, tantas vezes quantas necessárias, observado, em cada ato, o prazo máximo de
sessenta dias, para procedimentos de fiscalização, e de trinta dias, para procedimentos de
diligência.
A prorrogação poderá ser feita por intermédio de registro eletrônico efetuado pela respectiva
autoridade outorgante, cuja informação estará disponível na Internet. O AFRFB responsável
pelo procedimento fiscal fornecerá ao sujeito passivo, quando do primeiro ato de ofício
praticado junto ao mesmo após cada prorrogação, o Demonstrativo de Emissão e Prorrogação,
contendo o MPF emitido e as prorrogações efetuadas, reproduzido a partir das informações
apresentadas na Internet.
A prorrogação do prazo de que trata o art. 11 poderá ser efetuada pela autoridade emitente,
tantas vezes quantas necessárias, observado, em cada ato, os prazos fixados nos incisos I (120
dias) e II ( 60 dias ) do art. 11, conforme o caso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 19
Base: artigos 11, 12 e 13 da Portaria RFB 3.014/2011 ( que revoga a Portaria 11.371/2007)
O MPF se extingue:
II - pelo decurso dos prazos a que se referem os arts. 11( 120 dias) e 12 ( 60 dias)
A ciência do sujeito passivo de que trata o item I deverá ocorrer no prazo de validade do
MPF.
Art. 15. A hipótese de que trata o item II não implica nulidade dos atos praticados, podendo a
autoridade responsável pela expedição do Mandado extinto determinar a emissão de novo
MPF para a conclusão do procedimento fiscal.
Disposições Gerais
Cabe aos administradores da RFB assegurar o pleno e inviolável exercício das atribuições do
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela execução do procedimento
fiscal.
Outros Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, ainda que não constem do MPF,
poderão participar do procedimento fiscal e firmar termos, intimações ou atos assemelhados,
desde que em conjunto com o responsável por sua execução.
Base: artigos 16, 17 e 18 da Portaria RFB 3.014/2011 ( que revoga a Portaria 11.371/2007)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 20
- Se o fiscal der a entender que não aceita tal procedimento, e ameaçar em chamar a polícia:
O responsável deverá concordar com a idéia, pois é uma forma de salvaguardar a empresa, até
mesmo, para auxiliar a identificação do Fiscal. Se for um falso fiscal irá logo embora, se for
verdadeiro e sendo necessário a intervenção da polícia, ainda será uma forma de proteção à
empresa, pois a força policial não poderá adentrar na empresa sem mandado judicial, sob pena
dos policiais, individualmente, responderem a processos na incorporação;
- Houve contato com a repartição pública e esta confirmou a fiscalização, o nome do fiscal,
etc., então este poderá entrar na empresa, ser conduzido a uma sala própria (de reuniões, etc..)
e será atendido normalmente. O atendente se desculpará pelo ocorrido, mas reafirmando a
necessidade da checagem da identificação, como proteção (de forma educada, atende-o
cordialmente, etc.).
- Observação: toda a abordagem inicial deve ser na Portaria da empresa, não sendo permitido
o acesso do fiscal nas dependências da empresa. Os porteiros devem estar cientes disso, sob
pena de Advertência e suspensão do trabalho por descumprir norma ou regulamento interno,
bem como, manter na ponta da língua o funcionário responsável pelo atendimento da
fiscalização;
- Se o fiscal apresentar o MPF, não havendo nenhuma dúvida, pode-se, então, solicitar que
entre na empresa, porém se houver algum indício de irregularidade (borrões, erros) é
necessário entrar em contato com o órgão público expedidor para esclarecer dúvidas;
- No MPF consta a data de início da fiscalização, a qual não será no próprio dia, pesquisando
pela internet, mediante senha, a confirmação da fiscalização;
- Desde a abordagem inicial, até na condução dos trabalhos, o Fiscal tende a se portar de
forma psicologicamente “superior” ao contribuinte, no sentido que: eu sou a lei, a autoridade,
eu posso autuar, sou a força, sou o leão, quero atendimento especial, etc. Cabe à pessoa
designada pelo contribuinte, entender de forma normal e natural essa atitude, sem que exerça
sobre si qualquer influência ou domínio psicológico, e aos poucos demonstrar que o Fiscal é
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O art. 30, da Lei 9.784/99, determina que são inadmissíveis no processo administrativo as
provas obtidas por meios ilícitos.
O artigo 78, do CTN, no seu § único dispõe que “considera-se regular o exercício do poder de
polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.”
O Fiscal detém o poder de polícia e deve agir com discricionariedade, ou seja, tem liberdade
de decidir quais sãos os critérios de melhor solução para realizar a finalidade pública
(fiscalização), desde que previstos em lei e sem abuso ou desvio de poder. O poder de polícia
tem a faculdade de escolher qual o procedimento a ser adotado dentre os vários descritos na
Lei.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 22
O fato da fiscalização, na abordagem inicial à empresa, vier com força policial configura a
ação discricionária com abuso de poder, portanto ilegal, pois não há a possibilidade prévia de
embaraço ou desacato à autoridade sem que se tenha feito o primeiro contato com a
fiscalizada.
Atualmente, não há como o fisco justificar que fica engessado ao fiscalizar uma empresa, se
não agir na surdina. Tanto o fisco federal como o estadual sabem do volume das operações da
empresa mais do que os próprios sócios:
No artigo 265, do RIR/99, a empresa é obrigada a manter sua escrituração, com o registro de
seus negócios e atividades econômicas, em meio magnético ou assemelhado, à disposição da
Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos e sistemas durante o prazo de cinco
anos. O art. 72, da Medida Provisória 2158-35/2001, estabelece que todas as empresas, exceto
as do Simples, devem manter os arquivos magnéticos. Isto significa, que o fiscal solicita os
arquivos magnéticos da empresa e tem todas as informações negociais da empresa. Se a
empresa não apresentar os arquivos magnéticos, seu lucro será arbitrado, o que facilita o
trabalho da fiscalização.
A lei criou muitos atalhos e facilidades à fiscalização, como os acima citados e outro, que,
atualmente, se o fisco invadir uma empresa, sem mandado se segurança expedido pelo
judiciário, tratar mal o contribuinte, intimidá-lo está agindo intencionalmente com o objetivo
de abuso de poder e fraude. Ou a administração fazendária, principalmente a Federal, está
assinando o seu atestado de incapacidade de gerir a auditoria (fiscalização) nas empresas (toda
a Auditoria deve ser previamente planejada, elaborada, feito o programa de auditoria, sua
aplicação, etc. - é o que nos ensina o mestre A. Lopes de Sá, que vem nos ensinando desde
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 23
1969, no seu livro Curso de Auditoria). Supondo que haja sonegação, dificilmente o
empresário deixará os documentos que comprovem o ilícito na empresa, com certeza irá
eliminá-los, deixando apenas os comuns. Mesmo que flagre alguns documentos, na ocasião, o
imposto não poderá ser cobrado retroativamente, pois deve ser provada toda a base de cálculo
e não presumi-la. Enfim, a Fazenda deve utilizar da sua inteligência de fiscalização, da sua
força de tributação e favorecer os contribuintes que cumprem a lei, com o objetivo de
diminuir os impostos e coibir o crime da sonegação fiscal e o enriquecimento ilícito.
Todo e qualquer documento deve ser solicitado por escrito pelo Agente Fiscal, bem como
todos os documentos devem ser entregues mediante protocolo ao Fiscal.
Normalmente o fisco pede mais do que pode. Exemplo: No MPF consta que será fiscalizado o
ano de 2002, referente ao IRPJ e CSLL e tributação reflexa (PIS e Cofins). Não poderá o fisco
exigir documentação referente 2001 ou até mesmo solicitar documentação relativa ao IPI. Se
solicitar, por escrito, é uma prova de abuso de poder. Se o fizer, será informalmente, nesta
situação o atendente do fiscal, informará que por ORDENS DA EMPRESA, poderá fornecer
apenas os documentos solicitados por escrito.
Neste embate, ou é o fisco que conduz o jogo ou é o contribuinte, pois quanto mais provas e
formas de como autuar o contribuinte melhor, mesmo conduzindo ou produzindo provas
imorais, todo o cuidado é pouco.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 24
determinar a matéria tributável e conferir ou calcular o montante do tributo devido, bem como
o contribuinte deve manter a guarda e Livros Obrigatórios e dos documentos que lastreiam os
respectivos lançamentos.
Isto significa que o contribuinte está obrigado a exibir à autoridade fiscal SOMENTE os
LIVROS OBRIGATÓRIOS, constantes nas leis e regulamentos e respectivos documentos.
Por exemplo, uma empresa comercial optante pelo lucro real, pela legislação do Imposto de
Renda, é obrigada a fornecer O Livro Diário e Diários Auxiliares, Livro Razão, Registro de
Inventário, Livros de Entradas (compras), Lalur e Arquivos Magnéticos. Qualquer outro livro,
planilhas, controles internos que não constem na legislação e solicitados pela fiscalização em
tela são INDEVIDOS. Devem ser apresentados apenas os livros exigidos pelo Regulamento
do Imposto de Renda (no caso de fiscalização do Icms, os exigidos pelo Regulamento do
Icms).
Assim sendo, o fiscal não deve, não pode e não tem o direito de exigir fichas, planilhas de
controles internos e outros registros não exigidos por lei. Algumas vezes o fiscal até solicita,
extrapolando a sua competência, o Contador deve estar atento e polidamente informar que vai
verificar se a empresa possui ou não.
Nada impede que o Contador apresente livros ou planilhas não obrigatórios que façam prova a
favor da empresa.
O exposto é no sentido de que o Contribuinte não tem obrigação por lei e NÃO DEVE
apresentar outros livros, relatórios e controles que possam comprometer a empresa em uma
fiscalização (porque a fiscalização não tem o direito de exigi-los), pois se esses relatórios
comprometem a empresa serão anexados como prova no processo contra a empresa,
dificultando qualquer linha de defesa, os tributos levantados pelo fiscal devem ser
comprovados que são devidos e deixaram de ser recolhidos. Em resumo, se houver alguma
irregularidade na empresa, o fiscal é que deve investigar, descobrir, levantar as provas e
autuar a empresa e não a empresa se “entregar” e, também, que a fiscalização tem limites.
Para o efeito da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais
excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos,
papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos empresários e das sociedades, ou da obrigação
destes de exibi-los (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, art.
195; Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, art. 1.179).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 25
Nacional, art. 195, parágrafo único; Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, art. 32, § 11, com a
redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, art. 26).
Os originais dos livros e dos documentos retidos devem ser devolvidos, mediante recibo,
salvo se constituírem prova da prática de ilícito penal ou tributário, hipótese em que
permanecerão retidos, extraindo-se cópia para entrega ao interessado (cf§ 1º e 2º).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 26
de 1991, art. 11, § 3º, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art.
72).
Os atos a que se refere o § 2º poderão ser expedidos por autoridade designada pelo Secretário
da Receita Federal do Brasil (Lei nº 8.218, de 1991, art. 11, § 4º, com a redação dada pela
Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 72).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 27
Diferença entre documento público, documento privado e documentos que não fazem
prova
Públicos: instrumento público é o formado por oficial público no exercício de suas funções.
Particular: “Entende-se por instrumento particular o escrito que, emanado da parte, sem
intervenção do oficial público, respeitada certa forma, se destina a constituir, extinguir ou
modificar um ato jurídico” (De Plácido e Silva, 1975, pág. 817).
Isso significa que tais fatos não são devidamente provados, eles não existem e,
conseqüentemente, não existe verdade nas acusações. Se os fatos da causa são comprovados
por provas inidôneas, não há como formular uma convicção.
O fiscal solicitou relação de faturamento (a qual não é obrigatória mas pode ser
providenciada), porém a Contabilidade forneceu uma relação, assinada pelo Diretor da
empresa, onde constavam valores diferentes dos registrados contabilmente no Diário e no
Razão. A empresa foi autuada por omissão de receita.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 28
Os arts. 196 e 197, do CTN, determinam que as diligências da fiscalização sejam feitas e
documentadas por escrito, na forma de exibição de livros, documentos, mercadorias, bens, de
forma que o contribuinte entregue um documento mediante requisição por escrito.
A empresa não deve e não tem obrigação de entregar ao fisco qualquer documento que possa
comprometê-la, mesmo quando solicitado. O máximo que o fiscal pode fazer é glosar a
despesa e autuar a empresa. O raciocínio neste caso é o seguinte:
- se fornecer o documento que contém provas contra a empresa, esta será autuada da
mesma forma, só que uma diferença: a fiscalização anexa ao processo a prova concreta
contra a empresa comprovando o erro, fraude , etc, deixando praticamente a empresa
sem argumentos na defesa;
- ao autuar a empresa pela não apresentação da documentação e não tendo provas reais,
a empresa poderá se defender junto ao Delegado de Julgamento, ao Conselho de
Contribuintes e ainda à Câmara de Recursos Fiscais, anexando ao processo apenas as
provas que lhe aprouver, cabendo ao julgador a decisão.
- também, se houver alguma incorreção na empresa cabe ao fiscal investigar e localizar
tal situação ( e é mérito dele se achar), não cabe à empresa se auto-denunciar no processo
de fiscalização, ela tem todo o tempo para a denúncia espontânea até o início da
fiscalização;
- Exemplo: não é obrigatória a apresentação de extratos bancários à fiscalização. Caso
faça prova a favor da empresa deve ser apresentado. A fiscalização deve realizar o
trabalho em função dos documentos exigidos por lei.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 29
Também, vale lembrar, que existem as chamadas de presunções legais ( presunção prevista em
lei), nas quais cabe ao Contribuinte a prova em contrário. Exemplo de presunções legais,
conforme RIR/99:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 30
Antes de entregar qualquer documento deve ser feita uma análise detalhada do quê deve ser
disponibilizado à fiscalização. Antes mesmo da autuação é necessário estabelecer uma
estratégia de defesa, pois cada empresa sabe onde corre e onde não corre riscos (até porque a
legislação proporciona situações diferenciadas de interpretação), a própria lei define que o
empresário é aquele que assume o risco de sua atividade - lucro ou prejuízo.
Todo e qualquer prazo solicitado à fiscalização para a entrega dos documentos deve ser feito
por escrito. O fiscal não pode se recusar em conceder tal prazo, pois não pode exigir a entrega
de documentos ou outras obrigações com prazo insuficiente para o seu cumprimento. (artigo
5º e 170 da Constituição Federal de 1988), senão a empresa pode alegar cerceamento de
defesa.
Quanto a documentação, vale lembrar que o fiscal possui meios alternativos de verificar se a
empresa está contabilizando corretamente suas atividades. Através de correspondências às
demais pessoas jurídicas que a empresa negocia, solicita relação de faturamento, saldos em
determinadas datas, confirma notas fiscais de despesas, etc., além de informações constantes
na DIRF, DIMOB, DIPJ, CPMF, etc. Apesar de existir o sigilo bancário, direito
constitucional, e a empresa alegá-lo na defesa, pedindo nulidade do auto de infração, a
fiscalização solicita os extratos junto às Instituições Financeiras e muitas vezes obtém êxito.
Por exemplo, a falta de lançamento do faturamento, além de ser fraude, multa agravada
-150% (§ 2º, art. 44 da Lei nº 9.430/96, com alterações do art. 14 da Medida Provisória
351/2007), convalidada pela Lei nº 11.488/2007, o fiscal pode detectar facilmente.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 31
A administração fiscal, na maioria das vezes, parte do principio de que o cidadão ou pessoa
jurídica é culpado. Contrariando o princípio de que todos são inocentes até provar ao
contrário. Dessa forma, perpetuando atos de intimidação, abusos, levando funcionário de
empresa a crises nervosas, de choros incontidos, etc., um absurdo medieval. O abuso de poder
e os meios ilícitos de conseguir provas são reprováveis e devem ser veemente combatidos.
O contribuinte tem direito ao Tratamento Humano, não podendo receber torturas de ordem
moral.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 32
g) Exigir a entrega de documentos u outra obrigações com prazo insuficiente para o seu
cumprimento.
h) Exigir documentos, controles internos, relatórios, etc., não obrigados por lei.
j) O Fisco pode ter acesso apenas às instalações e informações referentes ao tributo sob
fiscalização. O fiscal foi à empresa, no horário do almoço, e levou as informações do servidor
da empresa para fiscalizar, e entre as informações havia dados de desenvolvimento de
produto. Esse tipo de ato deve ser denunciado por isso. Primeiro porque ele não tem o direito
de entrar na empresa quando quer, exceto em caso de denúncia para fazer o flagrante, depois
porque dados de desenvolvimento do produto são dados de sigilo profissional. Se houver
abuso de poder, o contribuinte pode dar voz de prisão ao fiscal e pedir a substituição dele para
evitar retaliação.
l) Documentos que embasem auto de infração não podem ser obtidos por meios abusivos. Os
fiscais ao se dirigir à sede ou domicílio do contribuinte não podem utilizar de meios
vexatórios para obter os documentos, conforme artigo 991 RIR/99:
“Art. 991. É assegurado ao sujeito passivo (CF, art. 5º, inciso XXXIV):
I – o direito de petição, em defesa de direitos ou contra a ilegalidade ou abuso de poder;
II – a obtenção de certidões, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal.”
O abuso de poder é considerado infração à lei, ilícito, tendo sido abusiva a apreensão de
documentos que instruírem a exigência, tal comportamento ilícito não é admissível como
prova, conforme art. 5º, LVI, da Constituição Federal.
O fiscal está sujeito a várias normas e regras na atividade de fiscalização, caso adote um
procedimento irregular na atividade, cabe constar tal procedimento da defesa administrativa,
mediante prova testemunhal que será levada a termo (escrita) e reivindicar anulação do auto
de infração devido à má conduta do fiscal.
O Artigo 145, da Constituição Federal de 1988, também dispõe sobre o poder e o dever do
Agente Fiscal:
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Em algumas situações, a fiscalização emite um questionário dos pontos que não foram
esclarecidos. Cabe a empresa mencionar sua versão sobre o assunto, no entanto não devem ser
dadas respostas que possam comprometer a empresa, no máximo respostas gerais ou
simplesmente não responder, não há uma obrigação legal. O Contador deve ficar atento. Eis
Acórdãos em que o uso do questionário foi utilizado como prova a favor do fisco:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 33
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 34
O contribuinte deve estar atento a alguns princípios básicos, como por exemplo, o direito de a
pessoa não falar para não se incriminar, senão perante o juiz para exercer o direito de defesa
(contraditório).
Em depoimentos, durante a ação fiscal, alguns fiscais ameaçam os depoentes com pena de
prisão de mentirem, quando em juízo no mesmo caso, os indivíduos serão dispensados do
compromisso de dizer a verdade. O mesmo ocorre nos questionários elaborados pela
fiscalização, nos quais o contribuinte não é obrigado a declarar algo que o comprometa, ou
simplesmente deixa em branco ou não tem nada a declarar. Isso significa que a ação fiscal tem
caráter processual e constitucional, constituindo-se em um meio de o indivíduo proteger-se
contra o arbítrio.
Dessa forma, o auto de infração que se constituir dentro de violações e abusos não poderá ser
subsistente e será nulo. Porém, de outro lado o Contribuinte não pode ser totalmente avesso às
intimações a prestar ao fisco, sob pena de ter contra si computado o agravamento de multas e
caracterizado a obstrução da Fiscalização, esta última dá legalidade a apreensão de
documentos pela fiscalização.
Portanto, o Contribuinte deve sim responder a fiscalização, mas medir todas as palavras a
serem mencionadas nos chamados questionários, explicando de forma geral ou até mesmo
omitindo uma ou outra informação, quando julgar necessário, protocolando a entrega do
documento junto ao Fiscal.
O art. 27, da Lei nº 9.784/99, determina que “o desatendimento da intimação não importa o
reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo Único: No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao
interessado.”
A empresa de forma alguma deve obstruir o trabalho da fiscalização, pelo contrário, precisa
estar sempre pronta e disposta a oferecer o melhor tratamento possível, no sentido de
esclarecer, ser prestativa, demonstrar cálculos (impossível que alguma coisa não esteja certa),
lógico sem expor as partes deficitárias da empresa.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 35
De acordo com o Código Tributário Nacional o fiscal tem o dever e o poder de constituir o
crédito tributário. Ao constituir o crédito, nem o Presidente da República e nem qualquer
autoridade executiva ou legislativo têm o poder de cancelá-lo, é uma prerrogativa pessoal,
somente os julgadores administrativos ou judiciais que podem anulá-lo, depois de cumprido
todo o rito processual.
Portanto, não é aconselhável irritar, maltratar, impedir a fiscalização, querendo ou não é uma
autoridade, e deve ser tratada com toda a polidez e cordialidade, mas não esquecer que é um
“jogo” e ele vai fazer o possível para ter o êxito pelo qual é o seu objetivo ( autuar a empresa).
O Contribuinte por sua vez, tem o dever de defender sua empresa, aplicando o conhecimento
da regra legal.
Lembrando que o Contribuinte deve responder às intimações da Receita, em prazo hábil, caso
o prazo seja insuficiente para a entrega de documentos ou livros, deve ser solicitado por
escrito ao Fiscal a prorrogação do prazo (constar o prazo), o qual deverá ser protocolado pelo
Agente.
¨Art. 33. A Secretaria da Receita Federal pode determinar regime especial para
cumprimento de obrigações, pelo sujeito passivo, nas seguintes hipóteses: Decreto
nº 3.724, de 10.1.2001.
I - embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de
exibição de livros e documentos em que se assente a escrituração das atividades
do sujeito passivo, bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens,
movimentação financeira, negócio ou atividade, próprios ou de terceiros, quando
intimado, e demais hipóteses que autorizam a requisição do auxílio da força pública,
nos termos do art. 200 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966;
II - resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao
estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde se
desenvolvam as atividades do sujeito passivo, ou se encontrem bens de sua posse
ou propriedade;
Haverá agravamento de multa de ofício – 112,5% a incidir sobre eventuais exigência, nos
casos de falta de colaboração ou embaraço à Fiscalização, conforme § 2º, art. 44 da Lei nº
9.430/96, com alterações do art. 14 da Medida Provisória 351/2007), convalidada pela Lei nº
11.488/2007.
A empresa deve entregar a documentação suficiente à Fiscalização (sem expor sua parte
deficitária), deixar as portas abertas para o Fiscal, com tratamento cordial, sempre
transparecendo a boa-fé e a cooperação da empresa. Explicar, que por ordens da
administração, deve entregar documentos quando solicitado por escrito e quando entregues
protocolados.
Para evitar que o fiscal tenha acesso a documentos sigilosos da empresa, esses devem ser
guardados em locais próprios, fora da empresa. A boa-fé da empresa e o pronto atendimento à
fiscalização (solicitando prazo quando necessário) tornará uma fiscalização sem tumultos e
mais compreensiva por parte do fiscal.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 36
A obrigação a que se refere o caput não abrange a prestação de informações quanto a fatos
sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo,
ofício, função, ministério, atividade ou profissão (Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário
Nacional, de 1966, art. 197, parágrafo único).
Os auditores fiscais têm direito ao acesso nas dependências da empresa fiscalizada e podem
proceder ao exame de livros e documentos de contabilidade do contribuinte e realizar
diligências e investigações necessárias para apurar a exatidão dos lançamentos, das
declarações, dos balanços e documentos apresentados, com propósito de verificar o
cumprimento das obrigações fiscais, conforme art. 911 do RIR/99.
Porém, como já mencionado, o exame se estende a documentos que estejam relacionados com
o exame, bem como disquetes e qualquer outro meio de gravação de informações.
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Tendo sido iniciada a ação fiscal com a apreensão de documentos, sem que tivesse sido
lavrado seu termo de início e fica o fiscal por mais de 120 (cento e vinte dias) dias, conforme
Portaria 3.007/2001, sem qualquer ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos,
mesmo sem ter devolvido os documentos, determina o encerramento da ação fiscal por força
do § 2º, do art. 7º, do Decreto 70.235/72. Porém o fiscal pratica atos em continuidade, esses
exames serão considerados reexames no mesmo exercício, sem a devida ordem escrita do
Superintendente, Delegado ou Inspetor da Receita, os quais não terão validade, conforme art.
906 RIR/99, por falta de autorização expressa.
A lei, no entanto, é clara, a extensão do exame é limitada a assuntos e documentos que tenham
relação direta ou indireta com o próprio exame.
É recomendado que o sujeito passivo não resista a uma ação da fiscalização, porém não
significa que deve ser entregue toda a documentação pedida pelo fiscal ou permitir abusos e
que os fiscais ultrapassem os limites permitidos por lei ao exame, cumprir o que está na lei.
Até porque a fiscalização tem poderes para prosseguir na execução de exame em caso de
resistência, tais como: promover a lacração de móveis, caixas, cofres ou depósitos, onde se
encontram arquivos e documentos (art. 916 RIR). No entanto, a lacração não se dá apenas por
ocorrer resistência, mas também quando as circunstâncias ou quantidade de documentos não
permitirem sua identificação e conferência no local ou no momento em que foram
encontrados.
Recebendo uma intimação de cobrança dos débitos da DCTF ou ciente de débitos pela
pesquisa de situação fiscal, o contribuinte deve, antes de procurar o Atendimento da SRF,
verificar se as DCTF foram corretamente preenchidas.
Se a intimação não for atendida no prazo estipulado, os débitos serão encaminhados para
inscrição em Dívida Ativa da União.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 38
Se a Intimação não foi atendida no prazo estipulado e os débitos foram enviados à PFN,
porém esses débitos já haviam sido pagos antes do envio à Dívida Ativa da União, o
Contribuinte deve preencher o Formulário de Pedido de Revisão de Débitos Enviados à PFN,
disponível na página da SRF, juntar os documentos comprobatórios e entregar à Unidade da
SRF de sua jurisdição.
Conseqüência deste erro: o débito ao qual foi vinculado o DARF transcrito de forma incorreta
será cobrado integralmente, pois a vinculação prestada na DCTF não foi confirmada. Quando
existe mais de um DARF vinculado ao débito, a cobrança do débito pode ser parcial, pois
podem existir vinculações confirmadas e outras não.
Deve ser colocado no campo "Valor Pago do Débito" da ficha "Pagamento", o valor do débito
que se quer liquidar. Quando não há intervenção do usuário, este campo é preenchido
automaticamente com o valor informado no campo "Valor do Principal" do Darf.
Assim, caso o Pagamento indevido ou a maior seja sido utilizado para quitar mais de um
débito, devem ser informados os dados deste pagamento e indicado manualmente no campo
"Valor Pago do Débito" o valor que se deseja liquidar do mesmo.
O valor do DARF pago a maior ou indevidamente pode ser vinculado a outro débito que se
deseja liquidar utilizando-se a ficha "Compensação Pagamento Indevido ou a Maior".
a.2) Para os casos de dois ou mais pagamentos serem utilizados para liquidar um único débito
Se na quitação do débito for utilizado mais de um DARF, todos deverão ser informados
individualmente. Ao informar na DCTF, os valores de dois ou mais DARF NÃO devem ser
somados como se um único pagamento tivesse sido realizado, mesmo que suas características
sejam as mesmas:
Conseqüência deste erro: o valor apurado do débito é cobrado integralmente, com vencimento
no último dia do mês subseqüente ao trimestre (característica de pagamento em quota única).
Poderão ser gerados acréscimos legais, caso os pagamentos sejam realizados de acordo com
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 39
Conseqüência deste erro: será cobrada multa e/ou juros, pois o vencimento constante na
intimação se refere ao período de apuração informado incorretamente pelo contribuinte.
Dicas para acertar sempre: na agenda tributária, a semana começa no domingo e termina no
sábado e o mês terá tantas semanas quanto o número de sábados dentro do mês. Assim, a
"semana" de ocorrência do fato gerador (PA) poderá englobar dias de outro mês. Exemplo:
Em julho de 2004, em termos de agenda tributária, há 5 "semanas", pois os dias 03, 10, 17, 24
e 31 são sábados e pertencem ao próprio mês. Assim, o PA da primeira semana de julho
compreendeu os fatos geradores ocorridos entre 27 de junho e 03 de julho de 2004.
Verifique o calendário de junho: esse mês teve 4 "semanas", sendo que a primeira englobou os
fatos geradores ocorridos entre 30 de maio e 05 de junho, e a última, os fatos geradores
ocorridos entre 20 e 26 de junho.
d) Outros casos:
O Darf relativo a pagamento indevido ou a maior aproveitado para quitar mais de um débito
deve ser informado todas as vezes em que for utilizado. Na hipótese de o contribuinte utilizar
mais de um Darf para a compensação de valor do Débito, esses devem ser informados de
forma individualizada nesta Ficha. Todos os Darf devem ser informados com as respectivas
informações de cada campo (Período de Apuração, Código da Receita, Data de Vencimento,
Valor do Principal, Multa e Juros).
O DARF deve estar dentro do prazo de 5 anos entre a data de arrecadação e a efetiva
compensação e ser do mesmo grupo de tributo.
No campo "Valor Compensado do Débito" deve-se informar o valor do débito que está sendo
compensado.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 40
Obs: No preenchimento da DCTF os pedidos impetrados até 1996 terão 10 dígitos; após 1996,
15 dígitos
O número do processo e o valor parcelado devem estar idênticos aos que constam da
documentação relativa ao pedido.
Verificar, na sua conta REFIS, se os débitos foram incluídos neste parcelamento. Caso
positivo, compareça à Unidade da SRF ou PFN (conforme o caso) de sua jurisdição.
Os débitos abrangidos pelo Paes serão incluídos automaticamente, não havendo necessidade
da presença dos contribuintes nas unidades da SRF.
a) Os valores informados na DACON, referente PIS e COFINS, devem “bater com os valores
informados na DCTF, os quais devem concordar com os valores informados mês a mês nas
fichas da DIPJ. Havendo divergência nessas informações, os Computadores da Receita
Federal estarão em alerta com esse contribuinte;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 41
D.O.U.: 03.03.2011
§ 3º - A apuração poderá ser feita por meio do exame da contabilidade da empresa conforme
disposto no inciso VI do art. 11 da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, conjugado com
os arts.190 e 193 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código Civil.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 42
Art. 2º - A apreensão pode ser determinada em Ordem de Serviço emitida pela chefia imediata
ou por ação imediata do Auditor- Fiscal do Trabalho e deve constar de Auto de Apreensão e
Guarda, conforme modelo previsto no Anexo I e de relatório circunstanciado, em que devem
ser descritos os motivos da apreensão e outras informações julgadas necessárias.
III - descrição dos objetos apreendidos, com indicação de suas características aparentes;
VIII - informação de que o autuado poderá solicitar, por escrito, cópias dos documentos
apreendidos, que serão fornecidos contra recibo.
§ 1º - O Auto de Apreensão e Guarda deve ser emitido em três vias, sendo a primeira via para
dar início ao processo administrativo previsto no art. 6º, a segunda via para ser entregue ao
autuado e a terceira via para controle do Auditor-Fiscal do Trabalho autuante.
Art. 4º - A primeira via do Auto de Apreensão e Guarda deve ser entregue pelo Auditor-Fiscal
do Trabalho à chefia imediata, juntamente com os materiais, livros, papéis, arquivos,
documentos e assemelhados apreendidos.
Art. 5º - Cabe à chefia imediata a responsabilidade pela guarda, proteção e conservação dos
materiais, livros, papéis, arquivos, documentos e assemelhados que lhe forem entregues,
devendo ser lavrado, na ocasião do recebimento, o Termo de Recebimento e Guarda previsto
no Anexo II desta Portaria.
Parágrafo único - O Termo de Recebimento e Guarda deve ser lavrado em três vias, sendo a
primeira para instrução do processo administrativo previsto no art. 6º, a segunda via para o
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 43
Art. 6º - O Auto de Apreensão e Guarda deve ser protocolizado para formação de processo
administrativo, em que devem ser juntados o Termo de Recebimento e Guarda e cópia de
todas as ocorrências referentes ao procedimento de apreensão, inclusive da ordem de serviço,
dos autos de infração e termos lavrados.
Art. 7º - A ação fiscal será reiniciada pelo Auditor-Fiscal do Trabalho autuante no prazo
máximo de trinta dias contados da data de lavratura do Auto de Apreensão, que pode ser
prorrogado por mais trinta dias, a critério da chefia imediata.
§ 1º - Quando houver lacre previsto no § 3º do art. 3º, a ação fiscal deve ser reiniciada no
prazo máximo de setenta e duas horas a partir da efetivação do lacre, cuja abertura será
efetuada pelo Auditor- Fiscal do Trabalho autuante, podendo dela participar o autuado, seu
representante legal ou preposto, devidamente identificados e munidos de mandato.
§ 2º - Para reinício da ação fiscal ou exame dos materiais, livros, papéis, arquivos,
documentos e assemelhados apreendidos, o Auditor-Fiscal do Trabalho deve solicitá-los à
chefia imediata, e recebê- los por meio de Termo de Recebimento e Guarda.
§ 1º - Caso entenda necessário para seu exame, o Auditor- Fiscal do Trabalho pode solicitar à
chefia imediata diligências, laudos técnicos e periciais, elaborados pelas autoridades
competentes, inclusive a degravação de arquivos magnéticos.
Art. 9º - Após o encerramento da ação fiscal, devem ser tomadas as seguintes providências
quanto aos materiais, livros, papéis, arquivos, documentos e assemelhados examinados:
I - havendo constatação de indícios de crime, cabe à chefia responsável pela sua guarda
encaminhá-los às autoridades competentes para as providências que julgarem necessárias, por
meio de ofício, cuja cópia deve ser anexada ao processo administrativo; e
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 44
ao autuado dos documentos que não foram encaminhados na forma § 2º do art. 8º ou do inciso
I deste artigo.
§ 1º - Para a devolução prevista no inciso II do caput, o autuado deve ser notificado via postal,
com anexação do Aviso de Recebimento - AR ao processo administrativo, para
comparecimento na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, na Gerência Regional
do Trabalho e Emprego ou na Agência Regional do Trabalho em que se encontram os
materiais, livros, papéis, arquivos, documentos e assemelhados apreendidos.
§ 2º - A devolução a que se refere no inciso II do caput deve ser efetuada por meio do Termo
de Devolução previsto no Anexo III, a ser assinado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, pela
chefia imediata e pelo autuado, seu representante legal ou preposto.
§ 4º - O processo administrativo deve ser arquivado após o encerramento da ação fiscal e dos
procedimentos previstos neste artigo.
Art. 11 - Os empregadores que utilizam sistemas eletrônicos de dados para registro dos fatos
relacionados ao cumprimento da legislação trabalhista e fazendária devem manter os
respectivos arquivos digitais e sistemas à disposição da fiscalização do trabalho nos prazos
previstos na legislação, observada a prescrição trintenária relativa ao Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço - FGTS.
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
TERMO DE DEVOLUÇÃO
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 45
Enfim, a ação fiscal deve ser efetuada dentro do mais estrito respeito às garantias individuais
e ao amplo direito de defesa ao contribuinte, dando-se início através de termo escrito e
lavrado por agente fiscal, chamado de Mandado de Procedimento Fiscal – MPF, e contendo o
objetivo e o propósito da ação desenvolvida para verificar a exatidão do recolhimento dos
impostos. O qual retira do contribuinte a espontaneidade de denunciar as irregularidades
existentes (denúncia espontânea), bem como o processo de Consulta torna-se ineficaz.
Ao contribuinte deve ser dada ciência precisa do objeto e propósito da ação contra si iniciada,
pois o contribuinte poderá retificar as declarações e renda e fazer a denúncia espontânea do
assunto que não é objeto da ação fiscal. Nesse sentido dispõe o Parecer CST nº 2.716/84: “O
Ato que determinar o início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do contribuinte
somente em relação ao tributo, ao período e à matéria nele expressamente inseridos”.
Por exemplo: O objeto da fiscalização é o Pis e a Cofins, o contribuinte poderá retificar sua
Declaração de Renda no tocante ao IRPJ e a CSLL e eventualmente outros tributos e efetuar a
Denúncia Espontânea. O nosso entendimento é o de que não caberá multa de mora (20%) por
denúncia espontânea, havendo apenas a incidência de juros de mora (SELIC) sobre o
principal, porém se for realizado parcelamento perante a Receita Federal, está exigirá o
principal + multas + juros.
O artigo 138 do CTN dispõe que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou
do depósito de importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do
tributo dependa de apuração.
Porém, o entendimento da Receita Federal é o de que exclui apenas a multa de ofício, sendo
devida a Multa de Mora, o art. 138 do CTN, é claro quando menciona que são devidos o
tributo e os juros de mora. Várias são as decisões do Conselho de Contribuintes sobre a
inexistência de multas, as quais estarem citando neste trabalho.
Lembrando, ainda, que o Contribuinte terá 20 dias, após a ciência do MPF para recolher os
tributos já declarados, conforme art. 47, da Lei 9.430/96, alterada pelo art. 70 da Lei 9.532/97.
Exemplo: tributos declarados na DCTF e não recolhidos. Caso não sido exercido esta opção,
caberá multa de ofício de 75%, sobre o valor principal do tributo declarado e não recolhido.
Esta é a interpretação da Receita Federal do art. 44, da Lei 9.430/96 – é um absurdo cobrar
multa de ofício sobre tributo declarado na DCTF e não recolhido, pois a Receita Federal pode
lançar os valores declarados na DCTF em Dívida Ativa, bem como o não pagamento por
incapacidade financeira do Contribuinte não pode ser apenada, pelo fato de não constituir ato
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 46
ilícito (exceto tributos retidos na fonte): é mais uma forma do ¨Leão¨ oprimir e coagir os
contribuintes a pagar pela força.
Outro fato importante sobre a ciência do objeto da fiscalização é a Súmula 439 do STF, a qual
esclarece que o poder de inspeção que os órgãos fiscalizadores possuem é restrito ao
propósito da investigação e não assume caráter de devassa.
Toda apreensão deve ser precedida de um termo que mostre os propósitos do exame e a
apreensão, acompanhada de um termo escrito com a discriminação detalhada documento por
documento, não importando que sejam centenas e centenas os documentos. O Fisco pode
apreender o que é indispensável e não apreender tudo, para ver o indispensável. Abusa do
poder de apreensão o fiscal que, para sua comodidade, apreende para ver, posteriormente, a
indispensabilidade de documento ou cousa.
A fiscalização deve fazer apenas um exame, a realização de outro exame sobre o mesmo
exercício pode ser feita somente mediante autorização por escrito do Superintendente da
Receita Federal, isto para evitar perseguições e corrupções. Deve existir controle rigoroso de
documentos apreendidos pelo fisco, o contribuinte deve estar junto para selecionar e conferir,
para evitar que algum agente do fisco coloque papéis não existente na ocasião e que
incriminarão a empresa.
Encerrada a ação fiscal, o Auditor efetua um relatório que se denomina “Relatório de Trabalho
Fiscal”. No qual descreverá todas as circunstâncias da ação fiscal, bem como a conclusão a
que se chegou com os trabalhos, onde lavrará um termo de encerramento de ação fiscal ou um
auto de lançamento ou auto de infração. Do auto de infração notificará o sujeito passivo para
que possa apresentar defesa (impugnação) no prazo de trinta dias. No momento em que o
sujeito passivo impugnar o auto de infração, estará instaurando o processo administrativo–
fiscal.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 47
direito, anexando provas com o objetivo de reverter a cobrança dos tributos. O processo de
defesa(impugnação) administrativa pode ser elaborado pelo Contador ou outro profissional,
não havendo a exigência de um profissional específico.
- Constituídas por turmas de julgamento - cada uma com cinco julgadores. A Portaria SRF
2.403/01 define o número de turmas de julgamento por delegacia e suas especializações por
matéria;
- Cada Turma de julgamento é dirigida por um presidente nomeado entre os seus integrantes;
- Em seus julgamentos, o julgador deve observar: a) disposição no art. 116, III, da Lei nº
8.112/90, referente às normas legais e regulamentares; b) o entendimento da SRF expresso
em atos tributários e aduaneiros ( O julgador de 1ª Instância é obrigado a observar os atos
normativos da Receita Federal, mesmo existindo no judiciário jurisprudência pacífica sobre o
assunto julgado, porém o Contribuinte não deve deixar de argumentá-los, pois serão
obrigatoriamente analisados, essas alegações serão importantes no Conselho de Contribuintes
que é autônomo neste sentido. A argumentação deve ser feita em 1ª Instância, devido ao fato
de que inovações não podem ser levantadas na 2ª Instância, só se argüidas na impugnação);
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 48
- O artigo 20 da Lei 9.784/99, determina que: pode ser argüida a suspeição de autoridade ou
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com
os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até terceiro grau. ( suspeição é
desconfiança, suspeita, dúvida);
-As sessões de julgamento serão fechadas, não se permitindo a participação de outras pessoas
que não sejam os próprios julgadores, sendo realizadas até três sessões de julgamento,
semanalmente, com duração de quadro horas cada;
- O art.13, da Lei 9.784/99, no seu inciso II, estabelece que não podem ser objeto de
delegação a decisão de recursos administrativos (só os julgadores podem julgar, qualquer
delegação de competência nessa hipótese, pode ser declarado nulo o ato).
- A constituição das turmas das Delegacias da Receita Federal de Julgamento (DRJ) e o seu
funcionamento, a partir de 17.03.2006, constam na PORTARIA Nº 58, DE 17/03/2006.
Anexo V – Portaria 259/01 e alterações pela Portaria SRF 3.022/01 – Regimento Interno da
SRF
1ª Brasília - DF
Campo Grande - MS
2ª Belém – PA
3ª Fortaleza – CE
4ª Recife – PE
5ª Salvador – BA
6ª Belo Horizonte –MG
Juiz de Fora – MG
7ª Rio de Janeiro I – RJ
Rio de Janeiro II – RJ I –
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 49
8ª São Paulo I – SP
São Paulo II – SP
Campinas – SP
Ribeirão Preto – SP
Transformar a Delegacia Especial de Assuntos Internacionais (Deain)
em São Paulo (SP) em Delegacia Especial de Maiores Contribuintes
(Demac) em São Paulo (SP). Portaria RFB nº 547, de 9 de abril de 2010
9ª Curitiba – Pr
Florianópolis – SC
10ª Porto Alegre – RS
Santa Maria - RS
Dessa forma, conforme art. 43 e 44 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei
11.941/2009, ficam transferidas para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, as
atribuições e competências do Primeiro, Segundo e Terceiro Conselhos de Contribuintes do
Ministério da Fazenda e da Câmara Superior de Recursos Fiscais, e suas respectivas câmaras
e turmas, observado o seguinte:
1. Três Seções, compostas por 4 (quatro) Câmaras cada, estas integradas por turmas ordinárias
e especiais.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 50
3. Pleno da CSRF.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No caso em que a decisão do Delegado (1ª Instância) for desfavorável ao contribuinte, este
tem 30 dias da data de ciência da decisão, para recorrer com petição a ser encaminhada ao
Conselho de Contribuintes (1º, 2º e 3º Conselhos, conforme competência da matéria), a
partir de 04.12.2008, alterado para Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O
Conselho de Contribuintes (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais*) profere a
chamada DECISÃO DE 2ª INSTÂNCIA.
*Alteração pelo art. 43 da MP 449/2008, convalidada com alterações pela Lei 11.941/2009
Se a decisão for contrária ao Contribuinte, poderá recorrer à 3ª INSTÂNCIA, desde que tenha
decisões contrárias sobre o mesmo assunto no próprio Conselho de Contribuintes (Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais*) e na 3º Instância ou que o Contribuinte teve êxito na
1ª INSTÂNCIA e perdeu no Conselho de Contribuintes.
O CARF – 2ª Instância é composto por três Seções, compostas por 4 (quatro) Câmaras cada,
estas integradas por turmas ordinárias e especiais, a saber:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 51
III - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar de antecipação do IRPJ;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 52
VII - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro e sobre Operações relativas a
Títulos e Valores Mobiliários (IOF);
XVII - trânsito aduaneiro e demais regimes aduaneiros especiais, e dos regimes aplicados em
áreas especiais, salvo a hipótese prevista no inciso XVII do art. 105 do Decreto-Lei nº 37, de
18 de novembro de 1966;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 53
XVIII - remessa postal internacional, salvo as hipóteses previstas nos incisos XV e XVI, do
art. 105, do Decreto-Lei nº 37, de 1966;
XX - bagagem; e
Cabe, ainda, à Terceira Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de
primeira instância relativos aos lançamentos decorrentes do descumprimento de normas
antidumping ou de medidas compensatórias.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 54
Cada turma ordinária ou especial é integrada por 6 (seis) conselheiros titulares, sendo 3 (três)
representantes da Fazenda Nacional e 3 (três) representantes dos contribuintes.
Cada Câmara contará com substituto de conselheiros, designado dentre os suplentes de ambas
representações, que não esteja no exercício de mandato pro tempore em turma especial.
Da Designação
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 55
As Turmas de que trata o caput deste artigo serão paritárias, compostas por 4
(quatro) membros, sendo 1 (um) conselheiro Presidente de Câmara, representante da
Fazenda, e 3 (três) conselheiros com mandato pro tempore, designados entre os
conselheiros suplentes.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 56
As Turmas Especiais a que se refere este artigo poderão funcionar nas cidades
onde estão localizadas as Superintendências da Receita Federal do Brasil.
3.3.1 CONSIDERAÇÕES
Esta é a instância final do Processo Administrativo Fiscal, sendo a decisão definitiva, não
cabendo mais recurso das partes.
Pleno da CSRF
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 57
o III - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar de antecipação do IRPJ;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 58
o VII - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro e sobre Operações relativas a
Títulos e Valores Mobiliários (IOF);
o XVII - trânsito aduaneiro e demais regimes aduaneiros especiais, e dos regimes aplicados em
áreas especiais, salvo a hipótese prevista no inciso XVII do art. 105 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de
novembro de 1966;
o XVIII - remessa postal internacional, salvo as hipóteses previstas nos incisos XV e XVI, do art.
105, do Decreto-Lei nº 37, de 1966;
o XX - bagagem; e
o Cabe, ainda, à Terceira Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de
primeira instância relativos aos lançamentos decorrentes do descumprimento de normas antidumping ou
de medidas compensatórias.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 59
Na hipótese de ausência de conselheiro titular do Pleno, bem como das turmas superiores,
será convocado para substituí-lo conselheiro da Câmara de origem do conselheiro ausente,
observada a representação paritária e a ordem de assento.
O art. 113 da Lei 11.196/2005, acrescentou o art. 26-A, ao Decreto nº 70.235, de 6 de março
de 1972, o qual dispõe que a Câmara Superior de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda
- CSRF poderá, por iniciativa de seus membros, dos Presidentes dos Conselhos de
Contribuintes, do Secretário da Receita Federal ou do Procurador-Geral da Fazenda Nacional,
aprovar proposta de súmula de suas decisões reiteradas e uniformes.
1. De acordo com a matéria que constitua o seu objeto, a súmula será apreciada
por uma das Turmas ou pelo Pleno da CSRF.
2. A súmula que obtiver 2/3 (dois terços) dos votos da Turma ou do Pleno será
submetida ao Ministro de Estado da Fazenda, após parecer favorável da Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional, ouvida a Receita Federal do Brasil.
3. Após a aprovação do Ministro de Estado da Fazenda e publicação no Diário
Oficial da União, a súmula terá efeito vinculante em relação à Administração
Tributária Federal e, no âmbito do processo administrativo, aos contribuintes.
4. A súmula poderá ser revista ou cancelada por propostas dos Presidentes e Vice-
Presidentes dos Conselhos de Contribuintes, do Procurador-Geral da Fazenda
Nacional ou do Secretário da Receita Federal, obedecidos os procedimentos previstos
para a sua edição.
5. Os procedimentos serão disciplinados nos regimentos internos dos Conselhos
de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 60
a) Legalidade
O processo deve ser instaurado com fundamento nos estritos ditames da lei, para assegurar a
sua adequada aplicação. A Lei nº 9.784/99 estabeleceu expressamente como dever da
Administração, estipulando a atuação conforme a lei e o Direito.
b) Razoabilidade e Proporcionalidade
Art. 2º, VI, Lei 9.784/99 - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 61
Pelo critério da razoabilidade, não poderá prosperar essa exigência, pois o IRPJ e CSLL foram
recolhidos integralmente nos exercício X2 e X3, exercícios nos quais a empresa tem
legalmente o direito de compensar todo o prejuízo. Sendo obrigado a recolher integralmente o
auto-infração estaria pagando em duplicidade os tributos sobre o prejuízo.
Razoável seria o Auditor Fiscal, considerar o pagamento nos anos seguintes. A autuação,
também, não pode ser desproporcional ao Patrimônio.
c) Moralidade
Art. 2º, IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé (Lei 9.784/99).
d) Boa – Fé
O contraditório relaciona-se com a igualdade das partes e traduz-se de duas formas: por um
lado, pela necessidade de informação da existência de todos os atos do processo, e , de outro
lado, pela possibilidade de reação aos atos desfavoráveis.
f) Segurança Jurídica
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 62
g) Eficiência
h) Imparcialidade
i) Informalidade
j) Verdade Material
A administração deve tomar decisões com base nos fatos reais. A administração tem o dever
de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria.
(Aproxima-se da verdade real, como no Direito Penal).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 63
O Auto de infração deve conter, necessariamente, fatos que suportam as suas conclusões e
imputações, narrando o fato e o caracterizando como infração. É um instrumento técnico, que
sem requisitos essenciais, é inepto e acarreta a nulidade do lançamento.
Uma vez impugnado, o crédito tributário não pode ser considerado definitivamente
constituído, já que é passível de alteração conforme art. 145 do CTN:
¨Art. 145 CTN – O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser
alterado em virtude de:
I – impugnação do sujeito passivo;
II – recurso de ofício;”
Quando não constituído definitivamente, não corre o prazo prescricional para cobrança do
tributo, conforme art. 174 do CTN.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 64
Eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase
litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta
julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade, como
preliminar.
Na hipótese acima, o prazo para impugnação é contado, para cada sujeito passivo, a partir da
data em que cada um deles tiver sido cientificado do lançamento.
Na hipótese de remessa da impugnação por via postal, será considerada como data de sua
apresentação a da respectiva postagem constante do aviso de recebimento, o qual deverá
trazer a indicação do destinatário da remessa e o número do protocolo do processo
correspondente. Neste caso, a unidade de preparo deverá juntar, por anexação ao processo
correspondente, o referido envelope.
A impugnação mencionará (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 16, com a redação dada pela Lei
nº 8.748, de 1993, art. 1º, e pela Lei nº 11.196, de 2005, art. 113):
II - a qualificação do impugnante;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 65
Considera-se não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos
requisitos previstos no inciso IV.
Considera-se motivo de força maior o fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou
impedir (Lei nº 10.406, de 2002, art. 393).
Os documentos apresentados após proferida a decisão deverão ser juntados, por anexação, aos
autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda
instância.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo
impugnante (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 17, com a redação dada pela Lei nº 9.532, de
1997, art. 67).
Do Julgamento -
No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a
aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 66
de inconstitucionalidade (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 26-A, com a redação dada pela Lei
nº 11.941, de 2009, art. 25).
O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato
normativo (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 26-A, § 6º, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009,
art. 25):
Nota:
O art. 113, da Lei 11.196/2005, que altera os artigos 2º, 9º e 23 do Decreto nº 70.235, determina que os atos e
termos processuais (auto de infração) poderão ser encaminhados de forma eletrônica ou apresentados em meio
magnético ou equivalente, conforme disciplinado em ato da administração tributária. Bem como a impugnação
poderá ser feita eletronicamente. Os referidos procedimentos foram normatizados pela Portaria SRF nº 259, de
13 de março de 2006.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 67
O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da falta, e conterá
obrigatoriamente:
I- a qualificação do autuado ( nome, endereço e CNPJ);
II- o local, a data e a hora da lavratura;
III- a descrição do fato; ( fato irregular de forma clara e inteligível, para que o
contribuinte possa exercer o seu direito de defesa)
IV- a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; ( correspondente ao fato
tido como irregular)
V- a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no
prazo de 30 (trinta) dias;
VI- a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número e
matrícula.
a) Qualificação do autuado:
Erro na identificação do sujeito passivo torna anulável o lançamento.
c) Nexo Causal
O Auditor deve estabelecer o nexo causal com o conteúdo do lançamento.
Fato Gerador – provas – nexo causal
O fiscal deve provar que houve o fato gerador e estabelecer nexo causal (ligação, vínculo)
com o conteúdo do lançamento.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 68
II – qualificação do impugnante;
-nome, endereço, outros dados;
Nota:
O art. 113, da Lei 11.196/2005, que altera os artigos 2º, 9º e 23 do Decreto nº 70.235, determina que os atos e
termos processuais (auto de infração) poderão ser encaminhados de forma eletrônica ou apresentados em meio
magnético ou equivalente, conforme disciplinado em ato da administração tributária. Bem como a impugnação
poderá ser feita eletronicamente. Os referidos procedimentos foram normatizados pela Portaria SRF nº 259, de
13 de março de 2006
BRASIL SUL TRANSPORTES LTDA - pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ
nº 64.340.341/0001-10 com sede á Rua Paranaguá, 712- CEP 82.410- 030, através de seu
representante legal, Paulo Teixeira, CPF 646.709.799-86, vem respeitosamente e com todo
acatamento devido à presença de Vossa Senhoria, para Expor, Esclarecer e ao final requer:
(qualificação do impugnante)
1. DOS FATOS
(descrição clara e específica e específica sobre todos os FATOS narrados no Auto de infração
ou Notificação)
I) A autuada é pessoa jurídica de direito privado que atua na área de transporte de mercadorias
que protocolou o termo e opção pela sistemática do Simples, desde 01/04/2001, desde então, a
partir da competência abril de 2001 recolheu os impostos rigorosamente em dia não possuindo
nenhuma falha e efetuamos a entrega das declarações do imposto de renda/Simples nos prazos
estipulados em lei.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 69
Ocorre que em 07/08/2003, através do Ato Declaratório nº 463.820, foi excluída do Simples
Federal, sendo em 26/set/2003 feito a Solicitação de Revisão da Exclusão do Simples, a qual
foi considerada improcedente no dia 20/out/2003, correspondência recebida em 11/nov./2003.
Não pode prosperar tal exigência, a qual é contraditória à Lei 9.317/96, e destituída de
qualquer embasamento legal, como verificaremos a seguir.
2. DE DIREITO
Nas preliminares pode-se alegar tudo o que precisa ser decidido antes de apreciar o mérito.
A preliminar não discute as razões da impugnação e sim as razões que podem modificar,
inclusive anular o lançamento efetuado. EXEMPLO: No Auto de Infração não constam o
dados necessários: data, dispositivo infringido, falta de descrição clara do motivo da
autuação, cerceamento de defesa, conduta irregular do fiscal, etc.
2.2 DO MÉRITO
(exposição dos fatos e dos fundamentos de Direito (jurídicos), pelo contribuinte, contra
a exigência fiscal)
II) Para que a empresa não tenha problemas futuros com o ramo de
agenciamento de cargas, a qual não é desenvolvida por esta empresa, em 12 de
novembro de 2003 arquivou sua primeira alteração contratual, alterando o seu
ramo para: CARGA E DESCARGA, COLETAS DE MERCADORIA,
DEPÓSITO DE MERCADORIA DE TERCEIROS, ATIVIDADES
RELACIONADAS À ORGANIZAÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS,
TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DE CARGAS EM GERAL, OFICINA
MECÂNICA, MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS EM GERAL E COMÉRCIO
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 70
3. DAS PROVAS
4. DO PEDIDO
N.TERMOS
P.DEFERIMENTO
Outros Anexos:
- Cópia do Termo de Opção do Simples (anexo 3- numerar documentos
em anexo)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 71
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 72
(Nome empresarial), com sede à rua (...), (Bairro), (Município), (UF), CEP nº 00000-
00, CNPJ nº 00.000000/00-0000, não se conformando com o Auto de Infração lavrado contra
si pela (citar a Unidade da SRF autuante), relativo ao (citar o tributo ou contribuição), do qual foi
notificado em 00/00/0000, vem, no prazo legal, por intermédio de seu representante
estabelecido em conformidade com a lei, amparada no que dispõe o art. 15 do Decreto nº
70.235, de 6 de março de 1972, IMPUGNAR o lançamento, pelos motivos de fato e de
direito que se seguem.
DOS FATOS
[Descrição dos motivos de fato (narrar o que aconteceu), de forma sucinta e clara,
ressaltando aqueles importantes para a solução do conflito.]
DO DIREITO
DA PRELIMINAR
[Na preliminar pode-se alegar tudo aquilo que precisa ser decidido antes da apreciação do
mérito, ou seja, qualquer informação, que sem discutir necessariamente as razões da Impugnação, possa anular
ou modificar o lançamento. (Exemplos: Questões formais que não tenham sido atendidas pelos Auditores-
Fiscais quando da lavratura do Auto de Infração ou durante o procedimento de fiscalização; decadência; erro
na identificação do sujeito passivo) .]
[Em face da ausência de competência do Julgador Administrativo para se manifestar a
respeito de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais e administrativos, a impugnante não
deve tratar desses temas visando, precipuamente, agilizar o julgamento.]
DO MÉRITO
[Descrição do direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas
que possuir (anexar à Impugnação cópia da documentação comprobatória das alegações, mencionando este
fato na parte final da contestação).
Por último, resumir pontualmente os principais tópicos da Impugnação, de preferência num
único parágrafo, conforme sugestão a seguir:]
Senhor julgador, são estes, em síntese, os pontos de discordância apontados
nesta Impugnação:
a)
b)
c)
DOCUMENTOS ANEXADOS (se for o caso)
Estão anexados a esta Impugnação os seguintes documentos: (citar todos os
documentos juntados à contestação, inclusive disquete contendo o arquivo eletrônico desta contestação)
DO PEDIDO
À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência (total ou
parcial), do lançamento, requer que seja acolhida a presente Impugnação.
(Município), (UF), 00 de (mês) de 200X.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 73
_____________________________________
(Nome do Representante ou procurador)
Tem os mesmos efeitos da impugnação ( suspender a decisão da Receita Federal que não
aceitou a Compensação), os prazos, o rito processual é o mesmo ( estabelecido pelo Decreto
70.235/72), somente o nome é diferente. Portanto, quando o fisco comunicar o Contribuinte
que não homologou a compensação de tributos, este deve apresentar a Manifestação de
Inconformidade no prazo de 30 dias. Somente alterou o nome de impugnação para
manifestação de inconformidade, o rito processual é o mesmo.
Base: § 9º, 10,e 11 do art. 74, da Lei 9.430/96, alterado pelo artigo 17 da Lei n° 10.833/2003)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 74
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 75
(Nome empresarial),com sede à rua (...), ( Bairro), (Município), (UF), CEP nº 00000-
00, CNPJ nº 00.000000/00-0000, não se conformando com o indeferimento do seu pleito (citar
o objeto do pedido), pela (citar a Unidade da SRF que negou o pedido), do qual tomou ciência em
00/00/0000, vem, no prazo legal, por intermédio de seu representante estabelecido em
conformidade com a lei, amparada no que dispõe o art. 203 do Regimento Interno da
Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria do Ministro da Fazenda nº 259, de 24 de
agosto de 2001, apresentar MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE ao indeferimeno
de seu pleito, pelos motivos de fato e de direito que se seguem.
DOS FATOS
[Descrição dos motivos de fato (narrar o que aconteceu), de forma sucinta e clara,
ressaltando aqueles importantes para a solução do conflito.]
DO DIREITO
DA PRELIMINAR
[Na preliminar pode-se alegar tudo aquilo que precisa ser decidido antes da apreciação do
mérito, ou seja, qualquer informação, que sem discutir necessariamente as razões da Manifestação de
Inconformidade, possa modificar a decisão da autoridade administrativa.
[Em face da ausência de competência do Julgador Administrativo para se manifestar a
respeito de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais e administrativos, a inconformada
deve evitar esses temas visando, precipuamente agilizar o julgamento.]
DO MÉRITO
[Descrição do direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas
que possuir (anexar à Manifestação de Inconformidade cópia da documentação comprobatória das alegações,
mencionando este fato na parte final da contestação).
Por último, resumir pontualmente os principais aspectos da Manifestação de Inconformidade,
de preferência num parágrafo apenas, conforme sugestão a seguir:]
Senhor julgador, são estes, em síntese, os pontos de discordância apontados
nesta Manifestação de Inconformidade:
a)
b)
c)
DOCUMENTOS ANEXADOS (se for o caso)
Estão anexados a esta Manifestação de Inconformidade os seguintes
documentos: (citar todos os documentos juntados à contestação, inclusive disquete contendo o arquivo
eletrônico desta contestação)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 76
DO PEDIDO
À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do
indeferimento de seu pleito, requer que seja acolhida a presente Manifestação de
Inconformidade.
(Município), (UF), 00 de (mês) de 200X.
_____________________________________
(Nome do Representante ou procurador)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 77
Concretizada a autuação, o fiscal deve fazer prova de ter entregue ao autuado os documentos
que sustentem a exigência fiscal porque é imprescindível que a autoridade faça a entrega ao
contribuinte dos elementos que lhe proporcionem adequada defesa. O direito de defesa é algo
tão importante que não se considera efetivada a notificação de lançamento por via postal
quando comprovadamente é entregue em endereço diverso do domicílio fiscal do
contribuinte. A garantia da contradição e do direito de defesa advém da Constituição Federal.
O Auto de infração deve conter, necessariamente, fatos que suportam as suas conclusões e
imputações, narrando o fato e o caracterizando como infração. É um instrumento técnico, que
sem requisitos essenciais, é inepto e acarreta a nulidade do lançamento.
A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou julgar a sua
legitimidade (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 61).
a1) A extinção do processo sem julgamento do mérito ocorre quando o julgador extingue o
auto de infração sem analisar o mérito, em decorrência de vício na emissão do auto, sendo que
deve ser requerido ao julgador NULIDADE do auto de infração, devido o fiscal não observar
o seguinte no art. 10 do Decreto 70.235/72:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 78
Exemplo: a empresa foi autuada por omissão de receita-IRPJ, no entanto o auto de infração
está incompleto: não consta a disposição legal infringida, (art. 10 Decreto 70.235/72). Nesta
situação o contribuinte vai requerer a extinção do processo por não cumprir os quesitos do art.
10 do Decreto 70.235/72, sem mencionar o mérito, que é a omissão de receita.
a2) Incompetência absoluta – quando o auto de infração for lavrado por servidor que não tem
competência para fiscalizar;
a3) Ocorre quando a empresa já foi autuada e sofre outra autuação sobre o mesmo tributo e
período;
a4) Ocorre quando a exigência tributária se reproduz em exigência idêntica a outra que já foi
julgada no mérito em outro processo administrativo ou judicial;
- O abuso de poder da fiscalização bem como obtenção dos documentos de forma ilícita,
também constituem nulidade do auto de infração
Quando ocorrerem as situações citadas acima, a empresa, na sua petição de defesa, deve
requerer a nulidade do auto de infração , desta forma, o julgador analisará preliminarmente se
o Auto de Infração é Nulo ou não. Se, no caso considerar a preliminar de nulidade, o julgador
não analisará o mérito da questão (o tributo em que se está discutindo), considerando
encerrado o julgamento e inexistente qualquer cobrança. Porém, se o julgador não aceitar a
preliminar de nulidade passa-se a analisar o mérito. É importante requerer a preliminar de
nulidade, por exemplo: pode ocorrer que a infração cometida pela empresa é irreversível e
incontestável, mas houve falha na elaboração do Auto-de-Infração e por esse motivo não
prospera a cobrança exigida pelo fiscal. Considerado nulo o auto de infração, a fiscalização
poderá voltar à empresa e refazer o auto, porém até que se passou o julgamento e a confecção
de um novo auto de infração, os tributos exigidos estão abrangidos pela decadência (o fisco
tem 05 anos para lançar o crédito tributário, passando esse período não é mais devido).
Importante:
Muito arriscado é argumentar na defesa administrativa somente a preliminar de nulidade, por
mais certeza que se tenha, o julgador poderá entender diferentemente e a empresa perde a
oportunidade de se defender administrativamente, havendo argumento de nulidade deve-se
também, argüir sobre o mérito.
ACÓRDÃOS - NULIDADE
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 79
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 80
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 81
ACÓRDÃO 201-77544
Órgão: 2º Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara
2º Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara / ACÓRDÃO 201-77544 em 16/03/2004
PROCESSUAL. NULIDADE DO LANÇAMENTO RELATIVO A CRÉDITO
INFORMADO VIA DCTF. Consoante entendimento consagrado nos tribunais superiores, a
apresentação de DCTF dispensa a constituição do crédito tributário via lançamento.
PROCESSUAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
EXECUÇÃO DO JULGADO. Estando reconhecidamente suspensa a exigibilidade do crédito
tributário, não pode a decisão determinar o prosseguimento na cobrança, ainda que o crédito
reclamado esteja informado em DCTF. Recurso voluntário provido e recurso de ofício
negado. Por unanimidade de votos: 1) deu-se provimento ao recurso voluntário; e II) negou-se
provimento ao recurso de ofício. Esteve presente ao julgamento o advogado da interessada,
Dr. Oscar Sant'anna de Freitas e Castro.
Publicado no DOU em: 28.07.2004
Relator: ROGÉRIO GUSTAVO DREYER
Recorrente: USINA DA BARRA S/A AÇÚCAR E ÁLCOOL
Observações:
Deve-se argüir a preliminar de nulidade do auto de infração, mesmo não sendo concedida, é
dever do julgador se pronunciar sobre todos os itens defendidos. O objetivo é ganhar tempo
no processo, pois se o julgador de 1ª Instância não se pronunciar, o defensor poderá
reivindicar ao julgador de 2ª Instância que o processo volte à 1º Instância para ser julgado
novamente, atentando-se a todos os itens da defesa.
Pode ser também que o julgador acate o pedido, anulando por inteiro ou parcialmente o auto
de infração.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 82
- A autuada aceita todos os fatos descritos no Auto de Infração, portanto não concordando
com as conseqüências jurídicas expostas na constituição do crédito;
- A autuada aceita todos os fatos e conseqüências, mas reclama outros fatos que impeçam,
modifiquem ou extingam a pretensão do fisco. Exemplo: o valor cobrado no auto de infração
já foi pago (fato extinto)
Na defesa do mérito deve-se argumentar todas as situações possíveis, e o julgador por sua vez
é obrigado a analisar e se pronunciar sobre cada argumento.
Por exemplo: em 2004, o fisco arbitrou o lucro da empresa, referente ao ano de 1998, pelo
fato de desconsiderar a contabilidade da empresa. A linha da defesa deve seguir o argumento:
E assim por diante, não é recomendável concentrar-se em apenas uma tese de defesa, caso o
julgador entenda diferente, existem outros argumentos e poderá aceitá-los, ou no mínimo
reduzir multa, juros, ou uma parte da cobrança.
ACÓRDÃO 203-09091
Órgão: 2º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara
2º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara / ACÓRDÃO 203-09091 em 12/08/2003
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - NORMAS GERAIS - PRECLUSÃO - Questão
não provocada a debate em primeira instância, quando se instaura a fase litigiosa do
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 83
5.3 PROVAS
Segundo João Monteiro, prova é: meio com que se estabelece a existência positiva ou
negativa do fato probando e como a própria certeza dessa existência.
No sentido objetivo: são meios destinados a fornecer ao juiz o conhecimento da verdade dos
fatos deduzidos em juízo, no sentido subjetivo prova: é aquela que se forma no espírito do
juiz, seu principal destinatário, quanto à verdade desses fatos. Prova, consiste então, na
convicção que as provas produzidas no processo geram no espírito do juiz quanto a existência
ou inexistência de fatos.
A prova tem como elementos: objeto, sujeito, destinatário, meios, forma e finalidade.
Objeto da prova é o elemento mais importante da sua composição. Este é caracterizado como
os fatos que dão origem a causa de pedir. Sem o objeto, ou seja, sem os fatos a serem
provados, o autor não tem motivos para ingressar com uma ação.
Os fatos se dividem em duas categorias: a) fatos que não dependem de prova; b) fatos que
dependem de prova.
O quarto e o quinto elementos são os meios e a forma, os quais aparecem juntos porque, de
acordo com os meios, a prova assumirá determinada forma. Moacyr Amaral Santos divide os
meios de prova como sendo:
a) Confissão, incluindo-se o depoimento da parte;
b) As testemunhas;
c) Os documentos;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 84
d) A perícia;
e) A inspeção judicial;
f) As presunções e os indícios.
A forma deve ser compreendida como a configuração que a prova adquire no processo. Pode
ser testemunhal (se o meio for confissão ou testemunha – como no processo administrativo
fiscal não é tomado depoimento de testemunhas, as confissões ou testemunhas devem fazer
uma declaração, por escrito, a qual acompanhará o processo); documental (se o meio for o
documento); e a material (se o meio for a perícia ou inspeção judicial).
Para se ter certeza de que o direito foi aplicado corretamente, deve ter a convicção da
existência ou da inexistência dos fatos alegados pelas partes. Caso haja dúvidas a respeito da
existência ou inexistência dos fatos, o direito não pode ser aplicado.
A prova surge para confirmar a veracidade e a existência dos fatos que nortearão o processo e
para assentar a convicção daquele que julga. Amaral Santos diz:
“A questão de fato se decide pelas provas. Por estas se chega à verdade, à certeza dessa
verdade, à convicção. O ponto de fato deve ser provado porque é na verdade resultante dessa
prova que a sentença, a ser proferida no processo, vai assentar-se para restaurar em suas
inteira e plenitude o direito ameaçado ou violado” (Santos, ob. Cit., p.6).
A finalidade da prova não é demonstrar a verdade dos fatos, e sim convencer o juiz. Tanto isso
é verdade que a convicção do juiz pode até assentar-se em provas que não demonstrem a
verdade dos fatos.
As provas, para proporcionar ao juiz proferir uma decisão, não podem deixar margem a
dúvidas. Devem ser inquestionáveis, caso a prova seja questionada ou completamente
inaceitável a força probante é afetada, pois o julgador leva cuidadosamente em conta cada
prova e sua respectiva força probante.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 85
Direta: quando o objeto (fato) e o destinatário (julgador) estão em relação direta, exemplo:
inspeção judicial onde o juiz vê o fato da prova sem intermédio de outrem, pode ser
testemunhal ou documental, nas quais o juiz encontra-se frente a frente com a prova (pessoa
ou documento), também chamada de prova histórica ou representativa;
Indireta: Entre o juiz e o fato probante encontram-se outros fatos, no qual através do
raciocínio e da lógica conclui a existência ou não do fato a ser provado. Exemplo: São os
indícios e as presunções.
Os recibos e as comunicações telefônicas são provas diretas, pois entre eles e o juiz não
interpõe nenhum fato. É claro que resta saber se tal fato é verdadeiro ou não.
Quando existe uma prova indireta ela ou é uma presunção ou um indício, pois existe sempre
um fato se interpondo entre o juiz e a verdade.
A lei criou as Presunções Legais Condicionadas: são as que a lei estabelece como verdade
até prova em contrário. O fato presumido é havido como verdadeiro salvo se a ele se opuser
prova em contrário.
c) Quanto a forma:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 86
d) Quanto ao efeito:
A prova pode ser plena (perfeita), ou semiplena (imperfeita). A prova plena existirá o
convencimento do juiz, e na prova semiplena não. A prova completa ou perfeita dá certeza
sobre o fato por provar, ao passo que a incompleta ou imperfeita apenas serve para que o juiz
considere o fato como provável ou verossímil (Devis Echandia).
e) Quanto à licitude
São lícitas ou ilícitas. As provas lícitas são as que estão incluídas entre as autorizadas por lei
ou o juiz as considere moral e juridicamente utilizáveis e que não violem alguma proibição
legal, expressa ou tácita. As provas ilícitas as que são expressa ou tacitamente proibidas por
lei ou atentam contra a moral e os bons costumes do respectivo meio social ou contra a
dignidade e liberdade da pessoa humana ou violam seus direitos fundamentais que a
constituição e a lei amparam.
Muitos documentos que não diziam respeito ao contribuinte autuado e que são apreendidos e
são usados contra ele. Outros documentos apreendidos e não especificados regularmente ( nos
Termos de Solicitação de Documentos foram usadas expressões como “ caixa de
documentos”). Contas bancárias obtidas sem autorização judicial, etc.
Públicos: instrumento público é o formado por oficial público no exercício de suas funções.
Particular: “Entende-se por instrumento particular o escrito que, emanado da parte, sem
intervenção do oficial público, respeitada certa forma, se destina a constituir, extinguir ou
modificar um ato jurídico” (De Plácido e Silva, 1975, pág. 817).
Isso significa que tais fatos não são devidamente provados, eles não existem e,
conseqüentemente, não existe verdade nas acusações. Se os fatos da causa são comprovados
por provas inidôneas, não há como formular uma convicção.
Do exposto, conclui-se que é inadmissível basear uma decisão em meras presunções, provas
que não dão convicção e obtidas de forma irregular.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 87
Não é o contribuinte que tem de provar contra as alegações do auto, cabe a ele contradizer o
auto, e este poder de contradizer não inverte o ônus da prova, porquanto todo o direito
civilizado só admite que um fato seja alegado mediante forte embasamento e fundamentação,
para constituir direito; não diferente é o auto de lançamento, onde o fiscal preparador deve
fazer a exigência com sólidas bases, não bastando a simples alegação e deixar que o
contribuinte prove o contrário, se puder. Isto seria violação ao devido processo legal.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 88
ACÓRDÃO Nº 107-06483
SESSÃO DE 05 DE DEZEMBRO DE 2001 - DOU DE 21.03.2002
Processo nº: 13805.012746/96-68
Recurso nº: 116480
Matéria: IRPJ - Ex.(s): 1988
Sessão de: 05 de dezembro de 2001
OMISSÃO DE RECEITAS - O lançamento requer prova segura da ocorrência do fato gerador
do tributo. Tratando-se de atividade plenamente vinculada (Código Tributário Nacional,
arts. 3º e 142), cumpre à fiscalização realizar as inspeções necessárias à obtenção dos
elementos de convicção e certeza indispensáveis à constituição do crédito tributário.
Havendo dúvida sobre a exatidão dos elementos em que se baseou o lançamento, a
exigência não pode prosperar, por força do disposto no art. 112 do CTN. O imposto, por
definição(CTN. art. 3º), não pode ser usado como sanção.
Por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso.
ACÓRDÃO 103-21.652
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara / ACÓRDÃO 103-21.652 em 18/06/2004
IRPJ E OUTROS - Ex(s):1995
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - ILICITUDE DO MEIO DE OBTENÇÃO DAS
PROVAS - Para ilegitimidade das provas colhidas em dependência domiciliar da empresa sem
ordem judicial, faz-se necessária a demonstração de oposição ao ingresso da fiscalização no
domicílio.
IRPJ - OMISSÃO DE RECEITAS - INDÍCIOS - A atividade administrativa de lançamento há
de se submeter ao princípio da reserva legal, o que faz com que as exigências tributárias
somente possam ser formalizadas com prova segura dos fatos que revelem o auferimento da
receita passível de tributação ou mediante a demonstração de que ocorreram os fatos
expressamente arrolados pela lei como presunção de omissão de receita.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA - Aplica-se aos lançamentos reflexos, no que couber, o decidido
em relação ao processo principal se não existirem razões para ensejar conclusão diversa.
Recurso provido. Por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso.
CÂNDIDO RODRIGUES NEUBER - Presidente
Publicado no DOU em: 30.07.2004
Relator: PAULO JACINTO DO NASCIMENTO
Recorrente: VEIBRAS S.A. - IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO LTDA.
ACÓRDÃO 108-07.792
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.792 em 12/05/2004
IRPJ e OUTROS - Ex.: 1999
IRPJ - REEXAME NECESSÁRIO -RECURSO DE OFÍCIO - O ato administrativo será
revisto de ofício se o motivo nele inscrito não existiu. Súmula 473 do STF.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 89
Cabe ao Contribuinte o ônus da prova (prova em contrário) nos casos em que a lei considera
a presunção como prova (presunções legais). Exemplo de presunções legais, conforme
RIR/99:
Nesses casos se o contribuinte não fazer prova em contrário, será considerado devedor
do tributo, apenas com base na presunção.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 90
a) Quando o fisco contesta o fato escriturado na Contabilidade o ônus é seu ( fisco). Nesse
sentido temos os seguintes artigos do RIR/99:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 91
Art. 923. “A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a
favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis,
segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
art. 9º, § 1º).”
Art. 924. Cabe à autoridade administrativa a prova da inveracidade dos fatos registrados com
observância do disposto no artigo anterior (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 2º).
Art. 925, do RIR/99 - O disposto no artigo anterior não se aplica aos casos em que a lei, por
disposição especial, atribua ao contribuinte o ônus da prova de fatos registrados na sua
escrituração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 3º).
O art. 37, da Lei nº 9.784/99, determina que: quando o interessado declarar que os fatos e
dados estão registrados em documentos existentes na própria administração responsável pelo
processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de
ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas provas.
A produção de provas fortes e irrefutáveis deve ser preparada pelo Contribuinte na ocasião da
realização do ato jurídico ( negociação: compra ou venda). A prova nada mais é do que um
documento hábil (aceito pelo fisco) que suporta o lançamento contábil. Muitas vezes, os
responsáveis pelas empresas apresentam documentos parcialmente hábeis, documentos
considerados não hábeis ( pedido, rascunho de compras, sem identificação) ou não
apresentam documentos. O Contador, por sua vez, cobra os devidos documentos, mas como a
empresa é dinâmica e já está envolvida em outras negociações não se preocupa com a
documentação anterior. Então o lançamento contábil é feito com base na cópia de cheque sem
a documentação comprobatória. O tempo passa, substitui-se o Contador, o Administrador ou
até mesmo os sócios, a falta do documento só vai ser observada quando solicitado pelo fiscal,
quase 05 anos após a data que deveria ser emitido.
A administração sai correndo atrás da documentação, inútil o fornecedor que vendeu fechou,
até mesmo não é mais fornecedor da empresa, não vai ter nenhuma vontade em procurar
documentos, ou ainda, não foi emitido o respectivo documento fiscal, naquela ocasião. São
fatos lamentáveis, mais que normalmente ocorrem em nossas empresas, é uma questão de
cultura, pois são os sócios que administram suas próprias empresas e acreditam que não é
necessário manter toda a documentação em ordem.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 92
b)Diferente é uma provisão de férias, na qual devem constar todos os funcionários que têm
direito a férias. Em empresas com 20, 100, 500, 1000 ou mais funcionários, não é possível
lançar na contabilidade individualmente a provisão por funcionários. A prova consiste, neste
caso, que os saldos contábeis estejam em conformidade com o total do relatório da provisão
de férias e encargos, o qual é fornecido pelo setor pessoal da empresa. No Relatório de
provisão de férias consta individualmente o nome de cada funcionário, a data de admissão, o
período aquisitivo de férias, o número de meses a que tem direito a férias, o terço
constitucional, bem como os encargos de FGTS ( 8,5%) e INSS ( em torno de 28,8%-
empresa, SAT, terceiros e aposentadoria especial), requisitos constantes no artigo 337 do
Decreto 3.000/99 ( RIR/99). Além disso, esse relatório é emitido pelo sistema do Setor de
Pessoal que possui cadastrado todos os funcionários da empresa ou pode ser confeccionado
em planilhas de acordo com a realidade da empresa, sendo despesa dedutível em função da
lei permitir.
Se a empresa, por ocasião do lançamento contábil, não foi efetuar a produção de provas,
mediante o relatório de provisão de férias individualizado por funcionários, a despesa será
glosada, devendo o valor ser adicionado ou lucro real. Fica difícil confeccionar essas provas
quando a empresa for autuada, pois já se passou muito tempo e o período de defesa é de
apenas 30 dias da data da ciência do auto de infração. A Contabilidade levada a sério, serve
como instrumento de filtro da documentação, bem como de prova no PAF.
c) Os impostos ainda que não pagos e ou a pagar são dedutíveis pelo período de competência.
(Parágrafo 2º, artigo 41 da Lei nº 8981/95 e Artigo 1º da Lei nº 9.316/96). Para isto, o
Contador deve elaborar demonstrativo, mês a mês, demonstrando a base de cálculo, a alíquota
e outros valores que servirão de suporte para o cálculo do imposto, bem como declará-lo na
DCTF. Se o fiscal não constatar subsídios necessários que comprovem o lançamento contábil,
a despesa poderá ser glosada.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 93
Período de Competência
O Art. 9º, da Resolução 750, de 29/12/93, do CFC, estabelece a seguinte definição de Período
de Competência: as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do
período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento.
O art. 177, da Lei 6.404/76 estabelece que a escrituração da companhia será mantida em
registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos
princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios
contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de
competência.
Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei nº 1.598,
de 1977, art. 6º).
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período
de apuração com observância das disposições das leis comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art.
37, § 1º).
§ 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de
determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele
excluídos, Vide PN 2/96, que impõe ao Fisco a observância do preceito serão, na
determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou
a ele adicionados, respectivamente, observado o disposto no parágrafo seguinte (Decreto-Lei
nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 4º).
-Art. 248. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional
(Capítulo V), dos resultados não operacionais (Capítulo VII), e das participações, e deverá ser
determinado com observância dos preceitos da lei comercial (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
art. 6º, § 1º, Lei nº 7.450, de 1985, art. 18, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 4º).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 94
-Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar o
lucro líquido mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do
balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração
de lucros ou prejuízos acumulados (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 7º, § 4º, e Lei nº 7.450,
de 1985, art. 18).
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com observância das disposições da Lei nº
6.404, de 1976 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI, Lei nº 7.450, de 1985, art.
18, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 5º).
-Art. 344, do RIR/99. Dispões que os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação
do lucro real, segundo o regime de competência (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41).
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja
suspensa, nos termos dos incisos II a IV do art. 151 da Lei nº 5.172, de 1966, haja ou não
depósito judicial (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41, § 1º).
-Art. 366. São admitidos, como despesas de propaganda, desde que diretamente relacionados
com a atividade explorada pela empresa e respeitado o regime de competência, observado,
ainda, o disposto no art. 249, parágrafo único, inciso VIII (Lei nº 4.506, de 1964, art. 54, e Lei
nº 7.450, de 1985, art. 54).
Provisão
Provisão é uma reserva de um valor para atender a despesas que se esperam. A provisão visa a
cobertura de um gasto já considerado certo ou de grande possibilidade de ocorrência.
Também é um fundo de proteção a riscos sobre perdas que se esperam ou que já ocorreram e
reduziram o valor do ativo, mas que, sendo reversíveis ou com probabilidade de redução.
(Dicionário de Contabilidade, 9ª Edição, Editora Atlas).
O Art. 13, da Lei 9.249/95, determina que para efeito de apuração do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções,
independentemente do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 95
O fisco não aceita a dedutibilidade das provisões por serem consideradas incertas, são gastos
prováveis, mas não podem ser corretamente mensurados na data do balanço, dependem de
eventos futuros, tais como: sua realização (venda), cotação do Dólar, da Bolsa de Valores e
etc.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 96
A exposição deste assunto tem como objetivo alertar os Contribuintes e seus Contadores de
que a produção de prova deve ser feita por ocasião da realização do negócio e da
contabilização, cabendo até uma indagação mental (tanto para o Contribuinte como para o
Contador): EM UMA FISCALIZAÇÃO, ESSE DOCUMENTO SERÁ ACEITO PELO
FISCO??? É UM DOCUMENTO SUFICIENTEMENTE HÁBIL OU É NECESSÁRIO UM
LAUDO E OUTROS DOCUMENTOS SUBSIDIÁRIOS QUE COMPROVEM A
TRANSAÇÃO??? QUAIS AS PROBABILIDADES DO JULGADOR ACEITAR O
DOCUMENTO??? Tomando todas as precauções possíveis, no momento adequado, não será
uma tarefa difícil de convencer o Fiscal ou o Julgador. São filtros que facilitarão a defesa do
contribuinte em autuações fiscais, pois produzir provas, após passado anos, em tempo curto
( 30 dias para a impugnação), tende a ser uma prova fraca e sem poder probatório suficiente
de convencimento dos julgadores, pelos fatos expostos, bem como, uma Contabilidade com
suporte documental, torna-se prova a favor da empresa, provando a boa-fé do contribuinte e
exigindo a prova em contrário do fisco.
ACÓRDÃO 108-07.816
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.816 em 13/05/2004
IRPJ e OUTROS/SIMPLES - Ex.: 1998 e 1999
PAF - APURAÇÃO CONTÁBIL - A ciência contábil é formada por uma estrutura única
composta de postulados e orientada por princípios. Sua produção deve ser a correta
apresentação do patrimônio, com apuração de suas mutações e análise das causas de suas
variações. A apuração contábil observará as três dimensões na qual está inserida e as quais
deve servir: comercial - a Lei 6404/1976; contábil - Resolução 750/1992 e fiscal, que implica
em chegar ao cálculo da renda, obedecendo a critérios constitucionais com fins tributários. A
regência da norma jurídica originária de registro contábil tem a sua natureza dupla: descrever
um fato econômico em linguagem contábil sob forma legal e um fato jurídico imposto legal e
prescritivamente. Feito o registro contábil, como determina a lei, torna-se norma jurídica
individual e concreta, observada por todos, inclusive a administração, fazendo prova a favor
do sujeito passivo. Caso contrário, faz prova contra.
Recurso negado. Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 97
A tendência atual é no sentido de dar ao julgador ampla liberdade para apreciação do valor e
da força da prova para formar sua convicção sobre a verdade dos fatos, conforme dispõe o art.
29, do Decreto 70.235/72:
“Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo
determinar as diligências que entender necessário”.
Para que a prova produzida tenha sucesso, deve-se analisar a destinação da mesma: para o
auditor e para o julgador.
São hábeis para comprovar a verdade dos fatos todos os meios de prova admitidos em direito
(Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, art. 332).
São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos (Lei nº
9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 30).
A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito
passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua
natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de
1977, art. 9º, § 1º).
Cabe à autoridade fiscal a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do
disposto no caput (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 2º).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 98
O disposto acima, quanto à escrituração, não se aplica aos casos em que a lei, por disposição
especial, atribua ao sujeito passivo o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 3º).
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao
órgão competente para a instrução e sem prejuízo do disposto no art. 29 (Lei nº 9.784, de
1999, art. 36).
Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes
na própria administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão
competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas
cópias (Lei nº 9.784, de 1999, art. 37).
5.3.7 Conclusão
a) Ao fiscal que emitiu o auto de infração cabe as provas que fundamentem a exigência
fiscal, sendo indispensável à comprovação da infração (por isso comentamos
anteriormente que não devem ser entregues documentos que comprometam a empresa) ;
b) Ao contribuinte cabe a prova dos fatos que comprovam a inexistência das exigências
contidas no auto de infração; Por exemplo: se o contribuinte alegar que pagou, parcelou o
tributo questionado, deverá apresentar no processo cópias das DARFS, comprovando o
pagamento.
c) Fatos que não dependem de prova:
- os fatos notórios de conhecimento de todos;
- aqueles afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária (por esta razão é
que afirmamos anteriormente que não devem ser respondidos questionários que
comprometam a empresa);
- os admitidos no processo como incontestáveis, irreversíveis;
- aqueles em que a lei afirma que apenas o indício é uma prova. Exemplo: o art. 281 do
RIR/99, estipula que é omissão de receita a existência de saldo credor de caixa, nesse caso
a fiscalização não precisa provar que a origem do dinheiro é de vendas não declaradas,
pois o próprio regulamento afirma isso.
d) A prova documental produzida pelo fisco deve fazer parte do auto de infração e a
produzida pelo contribuinte junto com a defesa (impugnação).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 99
e) Diligências e perícias devem ser requeridas pelo contribuinte na defesa (não sendo
permitido solicitar diligências ou perícias depois de ingressado com a defesa
administrativa), sendo necessário expor os motivos que justifiquem e com indicações de
quesitos.
f) Não cabe a produção de prova testemunhal ou depoimento pessoal (qualquer produção
de provas que envolvam depoimento de pessoas deve ser feita por escrito, em forma de
declaração e anexado ao processo de defesa).
i) Presunções: são as conseqüências que a Lei ou magistrado tira de um fato conhecido para
provar um fato desconhecido (Código Civil Francês).
- Presunções Legais
- Presunções comuns ou simples: precária, sacrifica a exceção (exemplo: 95% das presunções
são corretas e 5% são incorretas – os 5% pagam pelos 95%, por isso é precária e deve ser
provada).
Alguns acórdãos
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 100
recomenda um aprofundamento da ação fiscal, mas não é elemento que, por si só, justifique
o procedimento de exclusão de tais valores questionados da conta "Caixa", para eventual
determinação de saldo credor na conta.
Acordam os Membros da Câmara Superior de Recursos Fiscais, pelo voto de qualidade, dar
provimento ao recurso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 101
numerário, ainda que constante das declarações de ajuste anuais dos contratantes apresentadas
a destempo e após o início do procedimento de ofício, não constitui origem para eventuais
aplicações, uma vez contrato unilateral que se perfaz com a tradição de seu objeto.
PROVA - APLICAÇÕES FINANCEIRAS - Em face da tributação mensal do Imposto de
Renda, os rendimentos decorrentes de aplicações financeiras devem ser revestidos de
comprovação de seu efetivo recebimento no mês de referência.
Recurso negado.
Pelo voto de qualidade, NEGAR provimento ao recurso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 102
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 103
ACÓRDÃO Nº 106-13145
(SESSÃO DE 28.01.2003 - DOU DE 06.10.2003)
Processo nº: 13808001883/99-44
Recurso nº: 130719
Matéria: IRPF - Ex(s): 1996 a 1998
DOAÇÕES EM DINHEIRO RECEBIDAS DO EXTERIOR - Somente são considerados
como rendimentos isentos ou não tributáveis doações em dinheiro recebidas do exterior,
quando devidamente declaradas e comprovadas mediante documentação hábil idônea.
EMPRÉSTIMO NÃO COMPROVADO - MÚTUO - A alegação da existência de
empréstimos realizados com terceiros deve vir acompanhada de provas inequívocas da
efetiva transferência dos numerários emprestados, não bastando a simples apresentação do
contrato de mútuo e/ou a informação nas declarações de bens do credor e do devedor.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO - APURAÇÃO - SOBRAS DE
RECURSOS - No cálculo do acréscimo patrimonial, as sobras de recursos detectadas dentro
do ano calendário, devem ser automaticamente transpostas mês a mês, por intermédio do
"fluxo de caixa", até o mês de dezembro. No ano calendário subseqüente, somente poderão
ser utilizadas as sobras de recursos constantes na Declaração de Bens e Direitos e
devidamente comprovados.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO - TRIBUTAÇÃO - Não tendo o
contribuinte logrado comprovar integralmente a origem dos recursos capazes de justificar o
acréscimo patrimonial, através de rendimentos tributáveis, isentos ou tributáveis
exclusivamente na fonte, é de se manter o lançamento de ofício.
DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL INEXATA - MULTA ISOLADA - DUPLA
INCIDÊNCIA - A omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas deve ser punida
com multa isolada na forma prevista no art. 44, parágrafo 1º, inciso III, da Lei nº 9430, de
27.12.96, mas incorreta sua exigência quando conjunta com a penalidade por declaração
inexata. Dupla penalização para uma mesma base de incidência.
MULTA DE OFÍCIO - O não cumprimento da obrigação tributária, verificado em
procedimento fiscalizatório, acarreta a cobrança do imposto devido, com os acréscimos de
multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) sobre o valor deste.
JUROS MORATÓRIOS - TAXA SELIC - O crédito não integralmente pago no
vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta. O
percentual de juros a ser aplicado no cálculo do montante devido é o fixado no diploma
legal vigente à época do pagamento.
INCONSTITUCIONALIDADE - Não cabe à autoridade administrativa apreciar matéria
atinente à inconstitucionalidade de ato legal, ficando esta adstrita ao seu cumprimento, O
foro próprio para discutir sobre esta matéria é o Poder Judiciário. IRPF - ACRÉSCIMO
PATRIMONIAL A DESCOBERTO
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 104
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 105
Processo nº : 10735.001846/2001-15
Recurso nº : 130.385 - EX OFFICIO
Matéria : IRPJ e OUTROS - Anos: 1996 a 1999
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO - DESPESAS NÃO
COMPROVADAS E/OU INEXISTENTES - ADIÇÃO À BASE DE CÁLCULO -
CABIMENTO - A apropriação de despesas não comprovadas e/ou inexistentes afeta tanto a
base de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica quanto a da contribuição social sobre o
lucro, uma vez que ambas as bases têm como ponto de partida o lucro líquido do
período, indevidamente reduzido por valores fictícios.
CSL - COMISSÕES PAGAS A EMPRESA CONTROLADA DOMICILIADA NO
EXTERIOR (BAHAMAS) - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO
DOS SERVIÇOS DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL - Inadmissível que o serviço
possa restar comprovado pela mera existência do contrato feito entre controladora e
controlada, ou de anotações constantes das faturas emitidas pela controladora, sem que se
obtenha efetiva prova da prestação, mormente quando a controlada, pretensa prestadora
doserviço, é domiciliada no exterior.
IRPJ - CSL - PIS - COFINS - EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL - AVALIAÇÃO
ESPONTÂNEA - INEXISTÊNCIA - A valoração não obrigatória dos investimentos pelo
método da equivalência patrimonial, quando realizada, não pode equiparar-se a reavaliação
espontânea, dada a inerente neutralidade tributária de ambos os institutos,equivalência
patrimonial e reavaliação.
Recurso parcialmente provido.
Por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso de ofício, para
restabelecer a tributação sobre o item "glosa de despesas de comissões". Vencido
o Conselheiro Luiz Alberto Cava Maceira que negou provimento ao recurso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 106
A Constituição Federal, no seu art. 5º, inciso LV, assegura aos litigantes em processos
administrativos e judiciais o direito à ampla defesa com os meios de prova a ela inerentes,
facultando-se ao sujeito passivo, por conseguinte, direito ao requerimento de perícia que
entender necessária para esclarecimento dos fatos e aspectos técnicos levantados com a
autuação fiscal.
“Art. 5 – CF/88
......
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;”
Com respeito ao indeferimento do pedido de diligências ou perícia, este terá de ser por meio
de decisão devidamente fundamentada, caso contrário ocorrerá cerceamento do direito de
defesa. No art. 93, da CF/88, inciso IX, determina que as decisões serão sempre
fundamentadas sob pena de nulidade.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 107
Deferido o pedido de perícia. Deverá ser marcado prazo para sua realização, conforme
determina o art. 18, § 2º do citado Decreto. Marcado o prazo para a realização da diligência e,
verificando a autoridade preparadora a necessidade de dilação do mesmo para o cumprimento
da medida, poderá ser prorrogado.
O Contribuinte deve ter certos cuidados ao solicitar a Diligência ou Perícia, pois poderá ser
contra ou a seu favor:
a) A seu favor
Ocorre quando o fiscal constata pela Diligência ou Perícia que o crédito tributário exigido é
maior do que o efetivamente devido. Neste caso, o Auditor-fiscal responsável pela Diligência
ou Perícia pede à autoridade julgadora que reduza o seu valor em sua decisão.
b) Contra
Conforme art. 18, §3º, acima negritado, se o fiscal constatar que o crédito tributário exigido
foi a menor, emitirá um auto de infração complementar, agravando a exigência, o qual abre
prazo para apresentação de nova impugnação.
Por isso, o pedido de Perícia ou Diligência deve ser bem estudado, antes de reivindicado.
Como alternativa, o contribuinte pode se antepor apresentando um Laudo Pericial na própria
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 108
peça de impugnação fiscal (normalmente o que prejudica essa situação é o tempo hábil de
apenas 30 dias para efetuar a defesa).
A idéia de antecipar a Perícia, é mais vantajosa ao contribuinte, além de anexar uma prova de
alto valor probante, a Perícia Contábil, por exemplo, é feita por um profissional escolhido pela
empresa, sendo que quando solicitada na impuganção, se deferida, a Perícia Contábil sempre
será feito pelo Auditor-Fiscal, mesmo que a empresa indique outro profissional. Já, nos
demais casos de Perícia, se deferida, será o profissional indicado pela empresa que fará a
Perícia (engenheiro, médico, etc) cabendo à Receita Federal designar o seu perito
representante.
Quando for uma prova importante para a empresa é recomendável, também, trazer o Laudo
Técnico junto ao processo, assim, a empresa estará se precavendo de um eventual
indeferimento de Perícia.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 109
Do Perito Sr. Pedro da Silva, inscrito no CRC/Pr sob o n.º 5555/00, domiciliado na
Rua........................ em Curitiba.
Dos Quesitos - São os seguintes quesitos cuja análise é pretendida pelo contribuinte:
1 – No período de 1993 a 1994, como foi a situação da autuada / contribuinte? Houve lucro
líquido em todo o período? E nos demais anos sobre os quais versou a autuação fiscal (1995 a
1997), qual foi a situação?
2 – Nos períodos em que houve lucro líquido, o mesmo foi oferecido à tributação pelo IRPJ e
CSSL? Demonstrar numericamente.
3 – Nestes períodos em que foi verificada a ocorrência de lucro líquido, houve distribuição de
lucro aos sócios? Tendo havido tal distribuição, foi feita a retenção respectiva do IR?
4 – Diante de eventuais valores que não tenham sido oferecidos à tributação de IRPJ, IR Fonte
e CSSL, qual seria o montante (originário, com atualização monetária e juros de mora – 1%
am e SELIC) devido ao Fisco Federal pelo contribuinte?
...............................................................................
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 110
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 111
ACÓRDÃO 107-07621
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 7a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 7a. Câmara / ACÓRDÃO 107-07621 em 15/04/2004
IRPJ - Ex(s): 1996
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DILIGÊNCIA OU PERÍCIA. PEDIDO. FALTA
DOS PRESSUPOSTOS E DA MOTIVAÇÃO INCONTESTE. IMPOSSIBILIDADE. A mera
Inércia do contribuinte não pode ser suprida por diligência. O objeto da diligência ou perícia é
abrir possibilidades de esclarecer dúvidas ou omissões, não elucidar ou recompor escrituração
omissa ou produzir provas centrais em benefício das partes. As correções dessas imperfeições
se inserem no leque das ações indelegáveis dos atores do litígio. Por unanimidade de votos,
NEGAR provimento ao recurso.
Marcos Vinicius Neder de Lima - Presidente
Publicado no DOU em: 28.07.2004
Relator: Neicyr de Almeida
Recorrente: MULTICONSULTORIA S/C LTDA.
ACÓRDÃO 202-15360
Órgão: 2º Conselho de Contribuintes / 2a. Câmara
2º Conselho de Contribuintes / 2a. Câmara / ACÓRDÃO 202-15360 em 02/12/2003
NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. Não é nula a decisão que obedeceu aos ritos
contidos no Processo Administrativo Fiscal e que não ocasionou cerceamento do direito de
defesa, em virtude de denegação de pedido de perícia que o julgador entendeu dispicienda
para julgamento do mérito. Rejeitada a preliminar de nulidade.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA. DILIGÊNCIA. Poderá a autoridade
julgadora denegar pedido de diligência ou perícia quando entendê-las desnecessárias ao
julgamento do mérito.
Recurso negado. Pelo voto de qualidade, negou-se provimento ao recurso. Vencidos os
Conselheiros Eduardo da Rocha Schmidt, Gustavo Kelly Alencar, Raimar da Silva Aguiar e
Dalton Cesar Cordeiro de Miranda que não conheciam do recurso.
Publicado no DOU em: 20.07.2004
Relator: NAYRA BASTOS MANATTA
Recorrente: ASSOCIAÇÃO AMAZONENSE DE ENSINO E CULTURA - ASAMEC
ACÓRDÃO 108-07.818
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.818 em 13/05/2004
CSL - Ex.: 1996
IRPF - PERÍCIA - REQUISITOS - O pedido de perícia deve mencionar as diligências que o
Impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a
formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o
nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito (art. 16, IV, do Decreto nº 70.235,
de 06/03/72).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 112
Do Lançamento Complementar
I - em que seja aferível, a partir da descrição dos fatos e dos demais documentos
produzidos na ação fiscal, que o autuante, no momento da formalização da exigência:
O auto de infração ou a notificação de lançamento de que trata o caput terá o objetivo de:
Será concedido prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência
complementar, para a apresentação de impugnação apenas no concernente à matéria
modificada.
O auto de infração ou a notificação de lançamento de que trata o caput devem ser objeto do
mesmo processo em que for tratado o auto de infração ou a notificação de lançamento
complementados.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 113
5.6 REVELIA
Revelia
- Ausência do contraditório
- Não comparecimento do sujeito passivo ao processo
- Presunção absoluta de veracidade dos fatos alegados no lançamento
Conseqüências
- Dar início aos procedimentos de cobrança
- 30 dias para cobrança amigável no órgão preparador
- após, encaminhar à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em dívida ativa
a) Os fatos afirmados por uma parte e não impugnados (defendidos) pela parte contrária
presumem-se verdadeiros; (se não for impugnado o auto de infração será considerado
como devido)
b) No processo administrativo, cabe ao contribuinte a impugnação de TODOS os fatos
articulados no Auto de Infração. Deixando de impugnar algum fato, ele passa a ser
verdade para o julgador;
c) Se na constituição do crédito tributário, formalizada pelo auto de infração, faltar algum
elemento de prova indispensável à comprovação da irregularidade tributária, não ocorrerá
a presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo agente fiscal e decorrentes daquele
documento faltante;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 114
(Base art. 17 do Decreto 70.235/72 e art. 319 a 322 do Código de Processo Civil)
Revelia
- Ausência do contraditório
- Não comparecimento do sujeito passivo ao processo
- Presunção absoluta de veracidade dos fatos alegados no lançamento
Conseqüências
- O lançamento não impugnado pode ser revisto de ofício pela autoridade administrativa
- Compete aos delegados e inspetores da Receita Federal a revisão de ofício de que
tratam os artigos 145, III e 149 do CTN.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 115
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 116
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 117
ACÓRDÃO 107-07387
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 7a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 7a. Câmara / ACÓRDÃO 107-07387 em 16/10/2003
IRPJ E OUTROS - Ex(s): 1996
IRPJ/CSL - ERRO DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO - INSUBSISTÊNCIA
DO LANÇAMENTO. Reputa-se insubsistente o lançamento que nomeia como sujeito passivo
empresa extinta por incorporação, porquanto a incorporadora, na qualidade de sucessora, é
quem responde pelos tributos devidos pela incorporada, tendo em vista a sua extinção em data
anterior à lavratura do auto de infração. Por unanimidade de votos, DECLARAR insubsistente
o lançamento, por erro na identificação do sujeito passivo.
José Clóvis Alves - Presidente
Publicado no DOU em: 28.07.2004
Relator: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz
Recorrente: AUTOPEK INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
Porém deve ser lavrado um Auto de Infração ou notificação de lançamento para cada imposto,
contribuição ou penalidade (art. 9º, Decreto 70.235).
A Receita Federal deve encaminhar ao Ministério Público obrigatoriamente nos casos em que
forem apurados ou houver indícios de fatos que configurem crime.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 118
Através de recentes julgados do STF, a Receita Federal deve enviar ao Ministério Público a
representação fiscal para fins penais apenas após o julgamento final do processo.
l) Qualificação do Impugnante
O inciso II do art. 9º, da Lei 9.784/99 incluiu entre os legitimados para atuar no processo
administrativo, aqueles que, se terem iniciado o processo, têm direito ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada.
ACÓRDÃO 203-09192
Órgão: 2º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara
2º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara / ACÓRDÃO 203-09192 em 14/10/2003
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA
INSTÂNCIA. Constatada a omissão, por parte da Delegacia de Julgamento, da apreciação de
razão suscitada pelo impugnante, nula é a decisão exarada, devendo nova ser prolatada com a
devida intimação do contribuinte. Processo que se anula a partir da decisão recorrida,
inclusive. Por unanimidade de votos, anulou-se o processo a partir da decisão recorrida,
inclusive.
Publicado no DOU em: 28.07.2004
Relator: VALMAR FONSÊCA DE MENEZES
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 119
a) DEFINITIVO –
b) SUSPENSIVO - quando for interposto recurso pela parte vencida no prazo legal, onde o
órgão preparador fará a remessa para julgamento em 2ª Instância – Conselho de
Contribuintes. Este recurso suspende a exigibilidade do crédito tributário.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 120
Observação:
Sempre que a decisão de primeira instância contiver inexatidões materiais, devido a lapso
manifesto e os erros de escrita ou cálculos, este podem ser corrigidos, de ofício ou por
provocação do Sujeito Passivo, conforme art. 32, do Decreto 70.235/72. Cabendo ao Sujeito
Passivo requerimento ao Delegado Julgador para que seja efetuada a respectiva correção.
No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a
aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento
de inconstitucionalidade (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 26-A, com a redação dada pela Lei
nº 11.941, de 2009, art. 25).
O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato
normativo (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 26-A, § 6º, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009,
art. 25):
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 121
I - que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo
Tribunal Federal; ou
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 122
III - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
tenha sido contraída após o início do processo.
Na apreciação das provas, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo
determinar, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou de
perícias, observado o disposto nos arts. 35 e 36 (Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 29 e 18,
com a redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993, art. 1º).
Atribui-se eficácia aos laudos e aos pareceres técnicos sobre produtos, exarados em outros
processos administrativos fiscais e transladados mediante certidão de inteiro teor ou cópia fiel,
quando tratarem:
No acórdão em que for julgada questão preliminar, será também julgado o mérito, salvo
quando incompatíveis (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 28, com a redação dada pela Lei nº
8.748, de 1993, art. 1º).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 123
O órgão preparador dará ciência da decisão ao sujeito passivo, intimando-o, quando for o
caso, a cumpri-la no prazo de trinta dias, contados da data da ciência, facultada a apresentação
de recurso voluntário no mesmo prazo (Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 31 e 33).
I - de primeira instância, esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido
interposto;
II - de segunda instância, de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo
sem a sua interposição; ou
Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não
for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício.
A decisão definitiva contrária ao sujeito passivo será cumprida no prazo para cobrança
amigável fixado no art. 54, aplicando-se, no caso de descumprimento, o disposto no § 2º
(Decreto nº 70.235, de 1972, art. 43).
Se o valor depositado não for suficiente para cobrir o crédito tributário, será aplicado o
disposto no caput à cobrança do restante; se exceder o exigido, a autoridade competente
determinará o levantamento da quantia excedente, na forma da legislação específica (Decreto
nº 70.235, de 1972, art. 43, § 2º).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 124
As mercadorias ou outros bens referidos no caput, ainda que relativos a processos pendentes
de apreciação judicial, inclusive os que estiverem à disposição da Justiça como corpo de
delito, produto ou objeto de crime, salvo determinação em contrário, em cada caso, de
autoridade judiciária, serão destinadas conforme as normas aplicáveis (Decreto-Lei nº 1.455,
de 7 de abril de 1976, art. 30, com a redação dada pela Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de
2010).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 125
Não pode inovar na defesa, apresentar uma nova linha de defesa, serão discutidos os assuntos
relacionados com a impugnação inicial somados com os argumento do julgador da 1ª
Instância, por isso, salienta-se que todos os pontos de defesa devem ser argüidos na peça
inicial de defesa.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 126
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 127
(Nome empresarial), sediada à rua (...), (Bairro), (Município), (UF), CEP nº 00000-
00, CNPJ nº 00.000.000/0000-00, não se conformando com a decisão contida no Acórdão nº
(...), proferido em 00/00/0000, pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em (...), na
apreciação de sua Manifestação de Inconformidade contestando o indeferimento de seu pleito
de (citar o objeto do seu pedido), pela (citar a Unidade da SRF que negou o pedido), do qual tomou
ciência em 00/00/000, vem, no prazo legal, por intermédio de seu representante estabelecido
em conformidade com a lei, amparada no que dispõe o Regimento Interno dos Conselhos de
Contribuintes, aprovado pela Portaria MF nº 55, de 16 de março de 1998, RECORRER da
decisão de primeira instância supracitado, pelos motivos de fato e de direito que se seguem.
DOS FATOS
[Descrição dos motivos de fato (narrar o que aconteceu), de forma sucinta e clara,
ressaltando aqueles importantes para a solução do conflito.]
DO DIREITO
DA PRELIMINAR
[Na preliminar pode-se alegar tudo aquilo que precisa ser decidido antes da apreciação do
mérito, ou seja, qualquer informação, que sem discutir necessariamente as razões da defesa, possa modificar a
decisão da autoridade administrativa, especialmente se não tiver sido acatada na decisão de primeira
instância.]
[Em face da ausência de competência do Conselho de Contribuintes para se manifestar a
respeito de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de tratado, acordo internacional, lei ou ato
normativo em vigor, a recorrente deve evitar esses temas visando, precipuamente, agilizar o julgamento.]
DO MÉRITO
[Descrição do direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas
que possuir (anexar ao recurso cópia da documentação comprobatória das alegações, mencionando este fato na
parte final da contestação).
Por último, resumir pontualmente os principais aspectos do Recurso, de preferência num
parágrafo apenas, conforme sugestão a seguir:]
Senhores Conselheiros, são estes, em síntese, os pontos de discordância
apontados neste Recurso:
a)
b)
DOCUMENTOS ANEXADOS (se for o caso)
Estão anexados a este Recurso os seguintes documentos: (citar todos os
documentos juntados ao Recurso, inclusive disquete contendo o arquivo eletrônico desta contestação)
DO PEDIDO
À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência (parcial ou
total) da decisão de primeira instância, requer que seja dado provimento ao presente
Recurso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 128
_____________________________________
(Nome do Representante ou procurador)
(Nome empresarial), sediada à rua (...), (Bairro), (Município), (UF), CEP nº 00000-
00, CNPJ nº 00.000.000/0000-00, não se conformando com a decisão contida no Acórdão nº
(...), proferido em 00/00/0000, pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em (...), na
apreciação de sua Manifestação de Inconformidade contestando o indeferimento de seu pleito
de (citar o objeto do seu pedido), pela (citar a Unidade da SRF que negou o pedido), do qual tomou
ciência em 00/00/000, vem, no prazo legal, por intermédio de seu representante estabelecido
em conformidade com a lei, amparada no que dispõe o Regimento Interno dos Conselhos de
Contribuintes, aprovado pela Portaria MF nº 55, de 16 de março de 1998, RECORRER da
decisão de primeira instância supracitado, pelos motivos de fato e de direito que se seguem.
DOS FATOS
[Descrição dos motivos de fato (narrar o que aconteceu), de forma sucinta e clara,
ressaltando aqueles importantes para a solução do conflito.]
DO DIREITO
DA PRELIMINAR
[Na preliminar pode-se alegar tudo aquilo que precisa ser decidido antes da apreciação do
mérito, ou seja, qualquer informação, que sem discutir necessariamente as razões da defesa, possa modificar a
decisão da autoridade administrativa, especialmente se não tiver sido acatada na decisão de primeira
instância.]
[Em face da ausência de competência do Conselho de Contribuintes para se manifestar a
respeito de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de tratado, acordo internacional, lei ou ato
normativo em vigor, a recorrente deve evitar esses temas visando, precipuamente, agilizar o julgamento.]
DO MÉRITO
[Descrição do direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas
que possuir (anexar ao recurso cópia da documentação comprobatória das alegações, mencionando este fato na
parte final da contestação).
Por último, resumir pontualmente os principais aspectos do Recurso, de preferência num
parágrafo apenas, conforme sugestão a seguir:]
Senhores Conselheiros, são estes, em síntese, os pontos de discordância
apontados neste Recurso:
a)
b)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 129
DO PEDIDO
À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência (parcial ou
total) da decisão de primeira instância, requer que seja dado provimento ao presente
Recurso.
(Município), (UF), 00 de (mês) de 200X.
_____________________________________
(Nome do Representante ou procurador)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 130
Artigo 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto
contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado
outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF.
§ 2º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique
súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de
Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida
pela anulação da decisão de primeira instância.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 131
§ 7º O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos
indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido
divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas)
ementas.
§ 10. O acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada
pela CSRF, não servirá de paradigma, independentemente da reforma específica do
paradigma indicado.
c) AGRAVO de despacho que nega seguimento ao recurso especial, com petição dirigida
ao Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Prazo: 05 (cinco) dias, contados da
ciência do despacho que negou segmento.
(Base: art. 9º, 64, 65, 66 do Regimento Interno do CARF - Portaria MF 256/2009 de
22.06.2009)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 132
Não obtendo êxito, o débito será inscrito em dívida ativa e encaminhado para cobrança
judicial;
SUSPENSIVO – quando for interposto recurso pela parte vencida no prazo legal, onde o
órgão preparador fará a remessa ao Conselho Superior de Recursos Fiscais. Este recurso
continua mantendo suspensa a exigibilidade do crédito tributário.
No caso em que a decisão do Conselho de Contribuintes for unânime contra o fisco e não
constar jurisprudência favorável na Câmara Superior, sobre o mesmo assunto, o FISCO não
poderá recorrer à 3ª INSTÂNCIA, sendo o processo arquivado.
Nota: A Portaria SRF nº 1.170, de 05 de outubro de 2004 dispõe que os processos superiores
a R$ 10.000.000,00 deverão ser encaminhado para a Coordenação-Geral de Tributação para
controle, bem como o Parecer PGFN nº 1.087/2004 dispõe que existe, sim, a possibilidade
jurídica de as decisões do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, que lesarem o
patrimônio público, serem submetidas ao crivo do Poder Judiciário, pela Administração
Pública, quanto à sua legalidade, juridicidade, ou diante de erro de fato.
Para o Contribuinte recorrer à 3ª Instância deverá comprovar que há decisão a seu favor em
outros julgamentos no Conselho de Contribuintes ou na Câmara de Recursos Fiscais, ou ainda
se o Conselho de Contribuintes reformou decisão de 1ª Instância.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 133
O Art. 112, da Lei 11.196/2005 estabelece que o Ministro de Estado da Fazenda poderá criar,
nos Conselhos de Contribuintes do Ministério da Fazenda, Turmas Especiais, de caráter
temporário, com competência para julgamento de processos que envolvam valores reduzidos
ou matéria recorrente ou de baixa complexidade:
As Turmas de que trata o caput deste artigo serão paritárias, compostas por 4
(quatro) membros, sendo 1 (um) conselheiro Presidente de Câmara, representante da
Fazenda, e 3 (três) conselheiros com mandato pro tempore, designados entre os
conselheiros suplentes.
As Turmas Especiais a que se refere este artigo poderão funcionar nas cidades
onde estão localizadas as Superintendências da Receita Federal do Brasil.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 134
INCONSTITUCIONALIDADE
Não cabe pedir que o julgador administrativo declare a inconstitucionalidade de ato ainda não
julgado pelo STF.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 135
EXIGIBILDADE SUSPENSA
Mesmo estando suspensa a exigibilidade do tributo por ordem judicial ou outro motivo, a
Fazenda Nacional constitui o crédito tributário, através do Auto de Infração, senão constituído
o crédito tributário em 05 anos será considerado decaído. Cabe à empresa realizar a defesa
demonstrando que o tributo está sendo resolvido judicialmente. Caso não realizar a defesa, o
tributo será exigido e a empresa terá que, na seqüência, se defender judicialmente.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 136
Recurso provido.
MESMO OBJETO
Se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da
petição. (art.16 do Decreto 70.235/72, alterado pelo art. 113 da Lei 11.196/2005 de
22.11.2005)
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 137
Qualquer assunto argumentado na defesa deve ser analisado pelo julgador, tanto de 1ª ou de 2ª
Instância, sob pena de nulidade da decisão.
Caso ocorra que o julgador não analisou um determinado assunto, a empresa deverá fazer
constar no seu recurso à próxima Instância que o assunto não foi analisado, solicitando que a
decisão seja nula e revista.
Com isso, a empresa ganha tempo, pois até o processo entrar novamente na pauta de
julgamento, ser julgado e proferida nova decisão, alguns meses se passam.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 138
Para que o recurso da empresa seja conhecido (analisado) pela 3ª Instância é pré-requisito
comprovar que há decisões contrárias às decisões proferidas de 2ª Instância (em outras
Câmaras do próprio Conselho de Contribuintes provar que há decisões contrárias às tomadas
no julgamento que envolveu a empresa).
Não será acatado recurso depois de vencido o prazo para interposição de recursos, ou seja, se
o Contador perder o prazo estipulado para defesa, o tributo constante no auto de infração será
considerado como devido, existindo apenas a esfera judicial para recorrer.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 139
PERDA DO OBJETO
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 140
Parágrafo único. O valor da exoneração de que trata o caput deverá ser verificado por processo.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 141
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III
do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF
nº 259, de 24 de agosto de 2001, resolve:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 142
A Secretaria da Receita Federal (SRF) resolveu acatar a decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF), de 2003, que proíbe o início de um processo penal por crimes tributários antes que se
acabem os recursos administrativos. Os fiscais da Receita têm agora um procedimento que
devem adotar, definido pela Portaria nº 326, publicada no Diário Oficial da União da terça-
feira.
A portaria regulamenta a representação fiscal para fins penais pelos auditores fiscais da
Receita depois de lavrado o auto de infração. O regulamento diz, em seu artigo 3º, que uma
investigação ou ação por suposto crime tributário só poderá seguir adiante caso o contribuinte
não pague, não parcele ou não recorra à instância administrativa de uma autuação aplicada
pelo fiscal da Receita.
A representação será arquivada caso o contribuinte pague o que deve e suspensa se a opção
for pelo parcelamento ou pelo processo administrativo. "O suposto crime só vai parar no
Ministério Público Federal se o contribuinte for autuado e não fizer nada". O caso também é
arquivado se a última instância do processo administrativo - no caso o Conselho de
Contribuintes - definir que o imposto não é devido.
Mas essas regras valem apenas para crimes tributários, previstos na Lei nº 8.137. Por outro
lado, no art. 5º da Portaria nº 326, o fisco definiu uma lista de outros 25 crimes contra a
administração pública federal ou a Fazenda Nacional. Nestes casos, por não serem
considerados crimes tributários, não é possível um processo administrativo, e assim os fiscais
podem fazer uma representação fiscal para fins penais imediatamente após o auto de infração.
A portaria pode trazer um desconforto para contribuintes que não necessariamente agiram de
má-fé, como poderia acontecer no caso de o recolhimento do imposto ter sido feito com um
cheque sem fundos. Dentro da lista de outros crimes, não tributários, definidos pela Receita
no artigo 5º.
É um avanço que a Receita tenha acatado a decisão do Supremo, segundo o advogado, já que
hoje, na prática, os fiscais acabavam por comunicar o Ministério Público do suposto crime
antes que o processo administrativo terminasse.
A decisão do Supremo, tomada em 2003 pelo pleno, foi suscitada pela Procuradoria-Geral da
República em uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin). O Supremo definiu que tanto
os fiscais quanto o Ministério Público só poderiam oferecer denúncia depois de extinto o
processo administrativo. Assim, caso o conselho defina que não houve infração, não houve,
portanto, crime tributário, e tanto procuradores quanto fiscais não podem mais fazer qualquer
tipo de denúncia.
DOU de 29.3.2005
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 143
V - qualificação completa das pessoas que possam ser arroladas como testemunhas;
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 144
V - qualificação completa das pessoas que possam ser arroladas como testemunhas.
§ 5º Para efeito do disposto no inciso IV dos §§ 1º e 4º, serão arroladas as pessoas que:
I - tenham praticado ilícitos previstos no caput deste artigo, possam tê-los praticado,
ou que para eles tenham concorrido ou contribuído, mesmo que por intermédio de
pessoa jurídica;
III - ser arquivada, se a ação fiscal para apuração de dano ao Erário for julgada
improcedente.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 145
fiscal, ao órgão do Ministério Público Federal que for competente para promover a
ação penal, no prazo máximo de dez dias, contado da data em que:
I - o disposto no art. 15, caput e § 2º, II, da Lei nº 9.964, de 2000, que produz o efeito
de suspender a pretensão punitiva do Estado durante o período em que a pessoa
jurídica estiver incluída no Refis ou no parcelamento a ele alternativo, caso em que
deverá ser observado o disposto no § 2º, II, deste artigo, na remessa da representação;
ou
§ 7º Transitada em julgado a decisão sem que o crédito tenha sido extinto pelo
pagamento, ressalvadas as hipóteses de que tratam o art. 15, caput e § 2º, II, da Lei nº
9.964, de 2000, e o art. 9º da Lei nº 10.684, de 2003, as peças da decisão final, que
confirmam a existência do ilícito tributário caracterizador de crime, serão juntadas,
por cópia, à representação fiscal para fins penais, que será remetida, no prazo máximo
de dez dias, pelo Delegado ou Inspetor da Receita Federal, responsável pelo controle
do processo administrativo-fiscal, ao órgão do Ministério Público Federal que for
competente para promover a ação penal.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 146
VII - fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os
incisos IV, V e VI (art. 304 do Código Penal);
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 147
XII - solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no
exercício de função (art. 332 do Código Penal);
XIV - violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por
ordem de funcionário da Secretaria da Receita Federal, para identificar ou cerrar
qualquer objeto (art. 336 do Código Penal);
XVIII - fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito
policial, ou em juízo arbitral (art. 342 do Código Penal);
XIX - usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada
a intervir em processo judicial, policial ou administrativo (art. 344 do Código Penal);
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 148
II - deverá ser levada a registro em protocolo pelo servidor que a elaborar, no prazo
máximo de dez dias, contado da data em que identificar a situação caracterizadora de
ilícito penal;
III - será remetida pelo chefe da unidade da SRF do domicílio fiscal do sujeito
passivo, no prazo máximo de dez dias, contado da data de sua protocolização, ao
órgão do Ministério Público Federal que for competente para promover a ação penal.
DECADÊNCIA
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 149
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 150
fisco dispõe de prazo de 05 (cinco) anos, contados da ocorrência do fato gerador para
homologá-lo ou exigir seja complementado o pagamento antecipadamente efetuado, caso a
lei não tenha fixado prazo diferente e não se cuide da hipótese de sonegação, fraude ou
conluio (ex vi do disposto no parágrafo 4º do art. 150 do CTN). A ausência de recolhimento
do imposto não altera a natureza do lançamento, vez que o contribuinte continua sujeito aos
encargos decorrentes da obrigação inadimplida (atualização, multa, juros etc. a partir da data
do vencimento originalmente previsto, ressalvado o disposto no art. 106 do CTN).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 151
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 152
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 153
PRESCRIÇÃO
Lembre-se que:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 154
Decadência é o prazo no qual a Receita Federal tem para fazer o lançamento do crédito.
Exemplo: O IRPJ deve ser lançado 05 anos após o fato gerador, depois desse período a
Receita não pode mais exigi-lo (decaiu).
Prescrição é o prazo no qual a receita federal tem para cobrar o tributo já lançado.
Exemplo: IRPJ - o imposto que foi lançado até o 5º ano do fato gerador, tem mais 05 anos
para ser cobrado pela Receita Federal. Assim, o tributo lançado em DCTF ou por Auto de
Infração e não inscrito em Dívida Ativa (que não prescreve) passados 10 anos do seu fato
gerador não é mais devido (prescreveu). No mesmo sentido, a empresa pode recuperar
tributos pagos a maior no prazo de até 10 anos após a data do recolhimento do tributo pago a
maior.
MATÉRIA PRECLUSA
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 155
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 156
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 157
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 158
"Art. 33 –
Parágrafo 1º - No caso de provimento a recurso de ofício, o prazo para
interposição de recurso voluntário começará a fluir da ciência, pelo sujeito
passivo, da decisão proferida no julgamento do recurso de ofício.
Parágrafo 2º - Em qualquer caso, o recurso voluntário somente terá
seguimento se o recorrente arrolar bens e direitos de valor equivalente a 30%
(trinta por cento) da exigência fiscal definida na decisão, limitado o
arrolamento, sem prejuízo do seguimento do recurso, ao total do ativo
permanente se pessoa jurídica ou ao patrimônio se pessoa física.
Parágrafo 3º - O arrolamento de que trata o parágrafo 2º será realizado
preferencialmente sobre bens imóveis.
Parágrafo 4º - O Poder Executivo editará as normas regulamentares
necessárias à operacionalização do arrolamento previsto o parágrafo 2º."
Até então, para ser conhecido o recurso voluntário para o Conselho de Contribuintes a
empresa deveria depositar em dinheiro 30% do valor do Auto de Infração.
Com o advento do art. 32, Lei 10.522/2002, é necessário que a empresa apenas arrole bens
(dê em garantia) até 30% do valor da autuação em bens do Ativo Permanente ou limitado até
o total de bens do Ativo Permanente. Isso significa: mesmo que empresa não possua bens no
seu Ativo Permanente pode interpor recurso ao Conselho de Contribuintes sem o pagamento
da quantia em dinheiro.
Antes dessa Lei entrar em vigor, a esfera administrativa era abandonada logo após a decisão
de 1ª Instância, pois as empresas não dispunham de recursos para efetuar o pagamento em
dinheiro.
D.O.U.: 06.06.2007
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 159
Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para
seguimento do recurso voluntário.
O INSS continua ainda com a exigência do depósito em dinheiro de 30% para que o recurso
para 2ª Instância seja conhecido. Lamentável, pois diretamente há um cerceamento de defesa.
No entanto, os ventos jurisprudenciais estão tomando outras direções, como abaixo segue
decisão do Ministro Eros Grau do STF:
17/11/2006 - 16:56 - STF defere liminar que desobriga Telesp a fazer depósito prévio
perante o INSS
O ministro Eros Grau deferiu um pedido de liminar na Ação Cautelar (AC) 1449,
ajuizada pela Telesp (Telecomunicações de São Paulo S/A), para suspender os
efeitos da decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) que obrigava
a empresa a fazer um depósito prévio relativo a 30% do valor de R$ 180 milhões
como condição para recorrer administrativamente perante o Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS).
O ministro Eros Grau disse, ainda, que a Telesp foi intimada a efetuar o depósito
prévio recursal até o dia 17 de novembro. Caso não o fizesse, seria prejudicado o
direito alegado no recurso extraordinário. "Vislumbro, no caso, os elementos
necessários à concessão excepcionalíssima da medida liminar pleiteada". Os
requisitos para concessão de liminar incluem a possibilidade de julgamento
favorável da causa e ameaça de dano irreparável na demora da apreciação da causa.
Assim, o relator suspendeu os efeitos do acórdão do TRF-3 até o julgamento do
mérito do recurso extraordinário.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 160
Matéria: IRPJ
Recorrente: GO TRANSPORTES LTDA.
Recorrida/Interessado: 5ª TURMA/DRJ-PORTO ALEGRE/RS
Data da Sessão: 16/10/2003 00:00:00
Relator: Karem Jureidini Dias de Mello Peixoto
Decisão: Acórdão 108-07561
Resultado: DPPM – DAR PROVIMENTO PARCIAL POR MAIORIA
Por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar suscitada e, no
mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao
Texto da Decisão: recurso, para afastar o agravamento da multa de ofício. Vencido o
Conselheiro José Carlos Teixeira da Fonseca que negou
provimento ao recurso.
ARROLAMENTO – Na hipótese do contribuinte não possuir bens
ou direitos, a falta de arrolamento não deve causar prejuízo ao
recurso, nos termos do § 2º do artigo 33 do Decreto n. 70.235/76.
Preliminar rejeitada.
Recurso parcialmente provido.
PROVA EMPRESTADA
A prova emprestada é aquela formada por outra autoridade que não a autuadora.
O fisco deve produzir provas suficientes para a autuação, a prova produzida por terceiros é
apenas um indício, vem apenas a prova não a conclusão.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 161
Várias são as razões para efetuar o pagamento de uma autuação fiscal: participar de uma
licitação, benefícios aos participar de um Refis (parcelamento especial) estadual ou federal,
etc. Até mesmo, pode ser que não tenha sido julgada pelos órgãos competentes, a autuação
fiscal que está sendo utilizada como prova no processo em discussão.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 162
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 163
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 164
de determinada despesa para fins de apuração da base de cálculo da CSLL, não há como
exigi-la. Na matéria em que não há disposição específica quanto a CSLL, e tratando-se da
mesma matéria fática, aplica-se ao lançamento decorrente o decidido no principal. Recurso
parcialmente provido.
Por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso, para afastar da incidência
do IRPJ e da CSL a parcela de R$ ...... no ano de 1995.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 165
ACORDÃO Nº 108-04.054
SESSAO DE 18 DE MARCO DE 1997
PROCESSO Nº: 10980/007.119/91-63
RECORRENTE: MULLER INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MOVEIS LTDA.
RECORRIDA: DRJ EM CURITIBA (PR)
IRPJ - OMISSAO DE RECEITAS - DUPLICATAS EMITIDAS E CREDITADAS NA
CONTADE SOCIO:
A existência de duplicatas emitidas pela empresa, cobradas através de estabelecimento
bancário e creditadas em conta particular de sócio, caracteriza receita mantida a margem
da escrituração, se não comprovada que tiveram origem em notas fiscais contabilizadas.
OMISSÃO DE RECEITAS
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 166
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 167
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 168
ACÓRDÃO Nº 107-06483
SESSÃO DE 05 DE DEZEMBRO DE 2001 - DOU DE 21.03.2002
Processo nº: 13805.012746/96-68
Recurso nº: 116480
Matéria: IRPJ - Ex.(s): 1988
Sessão de: 05 de dezembro de 2001
OMISSÃO DE RECEITAS - O lançamento requer prova segura da ocorrência do fato gerador
do tributo. Tratando-se de atividade plenamente vinculada (Código Tributário Nacional,
arts. 3º e 142), cumpre à fiscalização realizar as inspeções necessárias à obtenção dos
elementos de convicção e certeza indispensáveis à constituição do crédito tributário.
Havendo dúvida sobre a exatidão dos elementos em que se baseou o lançamento, a
exigência não pode prosperar, por força do disposto no art. 112 do CTN. O imposto, por
definição(CTN. art. 3º), não pode ser usado como sanção.
POSTERGAÇÃO NO PAGAMENTO DE IMPOSTO - A majoração de custos em um
exercício implica na redução de custos no (s) período(s) seguintes, devendo o lançador dar o
tratamento de postergação no pagamento do imposto, consoante entendimento da
Administração Tributária e do Conselho de Contribuintes.
DESPESAS DE VIAGENS - As despesas de viagens com parentes dos dirigentes da empresa
são indedutíveis por desnecessárias às atividades da pessoa jurídica e a manutenção de sua
fonte produtora.
DECORRÊNCIA - PIS-DEDUÇÃO - Em se tratando de contribuição que tem por base o
imposto de renda da pessoa jurídica o seu lançamento deve ser ajustado ao decidido em
relação ao mencionado imposto.
JUROS DE MORA EQUIVALENTES À TRD - VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO
TRIBUTÁRIA - Os juros de mora equivalentes à Taxa Referencial Diária, por força do
disposto no art. 5º, incisos II e XXXVI da Constituição Federal, c/c os art. 101, 144 e 161 e
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 169
seu parágrafo 1º, do Código Tributário Nacional e o art. 1º e seu parágrafo 4º, do Decreto-
lei nº 4657, de 04.09.42 (Lei de Introdução ao Código Civil) somente têm lugar a partir do
advento do art. 3º, inciso I, da Medida Provisória nº 298, de 29.07.91 (D.O. de 30.07.91),
convertida na Lei nº 8218, de 29.08.91.
Por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de
cálculo do IRPJ a quantia de CZ$ ... (...) e, ajustar a exigência do PIS dedução ao decidido no
IRPJ.
ARBITRAMENTO DO LUCRO
Dificilmente prospera o auto de infração que arbitrou o lucro da empresa por desconsiderar a
contabilidade, por mais deficitária que esteja a Contabilidade (Livro Diário, Livro Razão) o
fisco provavelmente não conseguirá êxito com o arbitramento do lucro. Porém, se a empresa
não mantiver a escrita contábil solicitada será alvo do arbitramento. Por esse motivo deve-se
manter a Contabilidade em dia, pois faz prova a favor da empresa.
No caso em que a empresa não tenha a escrita contábil e esta é requisitada pela fiscalização,
deverá ser solicitado ao fiscal, por escrito e protocolado por este, um determinado prazo
para a regularização, porém se o fisco não aceitar e existindo o pedido protocolado com a
recusa, na defesa do auto de infração pode-se argüir o cerceamento de defesa, pedindo a
nulidade do auto. Agora se o fiscal concedeu o prazo, mãos à obra para deixar em dia a
contabilidade em tempo hábil, ainda pode-se pedir prorrogação do prazo, cabendo ao fiscal
aceitar ou não.
Não pode prevalecer lançamento tributário fundado no argumento de que a pessoa jurídica
não dispõe de escrituração contábil, fato esse inadequadamente capitulado como
recusa na apresentação dos livros de escrituração, se restar comprovado, nos autos, que a
contribuinte mantém escrita contábil e fiscal que a Fiscalização deixou de examinar.
CONTRIBUICAO SOCIAL - PROCEDIMENTO REFLEXO
A decisão, prolatada no processo instaurado contra a pessoa jurídica, da qual resulte
declarada a materialização ou insubsistência do suporte fatídico que também embasa a
relação jurídica referente à exigência materializada contra a mesma empresa, relativa à
Contribuição Social, aplica-se, por inteiro, aos denominados lançamentos decorrentes ou
reflexo.
Recurso conhecido e provido.
Acordam os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por
unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 170
RETROATIVIDADE BENIGNA
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 171
ACÓRDÃO 108-07.771
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.771 em 15/04/2004
IRPJ e OUTROS - Ex.: 1992 a 1994
RESERVA OCULTA - O Fisco deve reconhecer os efeitos da reserva oculta, nos períodos
seguintes ao do seu surgimento, quando a autuação abranger mais de um período de apuração.
PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA - A lei tributária que define infrações, ou lhe comina
penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida
quanto à capitulação legal do fato; à natureza ou extensão dos seus efeitos; à autoria,
imputabilidade, ou punibilidade aplicável, ou à sua graduação.
IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - Os créditos de natureza tributária, oriundos
de lançamentos relativos ao Imposto de Renda na Fonte sobre o Lucro Líquido, de que trata o
art. 35 da Lei nº 7.713/1988, em relação às sociedades limitadas, nos casos em que o contrato
social, na data do encerramento do período base da apuração, não preveja a disponibilidade
econômica ou jurídica imediata ao sócio quotista, do lucro apurado, que estejam pendentes de
julgamento, devem ser considerados, improcedentes, de acordo com o § 1º do artigo 1º da
Instrução Normativa SRF nº 063/1997.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - Em se tratando de bases de
cálculos originárias das infrações que motivaram o lançamento principal, aplicando-se o
princípio de que o acessório acompanha o principal, mutatis mutandis, deve ser observado
para o decorrente o que foi decidido para o lançamento do Imposto de Renda.
Recurso de ofício negado. Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de
ofício.
Dorival Padovan - Presidente
Publicado no DOU em: 19.07.2004
Relator: Karem Jureidini Dias de Mello Peixoto
Recorrente: DRJ - SALVADOR/BA
Interessado: UNIBEB - UNIÃO DE BEBIDAS LTDA.
DISPONIBILIDADE JURÍDICA
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 172
SUBVENÇÕES
LEASING
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 173
CONTABILIDADE
ACÓRDÃO 108-07.816
Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara
1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.816 em 13/05/2004
IRPJ e OUTROS/SIMPLES - Ex.: 1998 e 1999
PAF - APURAÇÃO CONTÁBIL - A ciência contábil é formada por uma estrutura única
composta de postulados e orientada por princípios. Sua produção deve ser a correta
apresentação do patrimônio, com apuração de suas mutações e análise das causas de suas
variações. A apuração contábil observará as três dimensões na qual está inserida e as quais
deve servir: comercial - a Lei 6404/1976; contábil - Resolução 750/1992 e fiscal, que implica
em chegar ao cálculo da renda, obedecendo a critérios constitucionais com fins tributários. A
regência da norma jurídica originária de registro contábil tem a sua natureza dupla: descrever
um fato econômico em linguagem contábil sob forma legal e um fato jurídico imposto legal e
prescritivamente. Feito o registro contábil, como determina a lei, torna-se norma jurídica
individual e concreta, observada por todos, inclusive a administração, fazendo prova a favor
do sujeito passivo. Caso contrário, faz prova contra.
Recurso negado. Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Dorival Padovan - Presidente
Publicado no DOU em: 20.07.2004
Relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro
Recorrente: URBAPI URBANIZADORA DO PIAUÍ LTDA.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 174
ACÓRDÃO Nº 10806692
SESSÃO DE 21 DE SETEMBRO DE 2001 - DOU DE 27.03.2002
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 175
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 176
ACÓRDÃO Nº 107-06894
(SESSÃO DE 04.12.2002 - DOU DE 24.04.2003)
Processo nº : 10580001350/2001-52
Recurso nº : 131277
Matéria : IRPJ - Ex(s): 1997 e 1998
COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS - LIMITES - LEI Nº 8981/95, arts. 42 e 58 -
Para determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, a
partir do exercício financeiro de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no
máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízos, como em razão da
compensação da base de cálculo negativa da contribuição social. Entretanto, sendo apurada
base positiva em qualquer dos períodos subsequentes, até a data da lavratura do auto de
infração, independentemente do seu valor, uma parcela dessa base diz respeito à redução
indevida anteriormente ocorrida, fato que caracteriza postergação do pagamento do
tributo, inviabilizando, assim, o lançamento de ofício ao qual não tenha sido dado esse
tratamento.
PENALIDADE. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO (ISOLADA). FALTA DE
RECOLHIMENTO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa
isolada em lançamento de ofício por falta de recolhimento de imposto por estimativa em
ajustes efetuados pela fiscalização após o encerramento do ano calendário, com glosa de
prejuízos compensados além do percentual permitido pela Lei nº 8891/95, arts. 42e 58 na
determinação do lucro real.
Recurso parcialmente provido.
Por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para afastar a mult aisolada.
DCTF
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 177
- Havendo apresentação espontânea da DCTF, não será formalizada exigência relativa aos
débitos declarados.
- Os tributos e contribuições declarados e não recolhidos deverão ser inscritos em dívida ativa.
- O débito indevidamente compensado em DCTF é confissão de dívida (art. 18, §1º, Lei
10.833/2003).
ACÓRDÃO 201-77544
Órgão: 2º Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara
2º Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara / ACÓRDÃO 201-77544 em 16/03/2004
PROCESSUAL. NULIDADE DO LANÇAMENTO RELATIVO A CRÉDITO
INFORMADO VIA DCTF. Consoante entendimento consagrado nos tribunais superiores, a
apresentação de DCTF dispensa a constituição do crédito tributário via lançamento.
PROCESSUAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
EXECUÇÃO DO JULGADO. Estando reconhecidamente suspensa a exigibilidade do crédito
tributário, não pode a decisão determinar o prosseguimento na cobrança, ainda que o crédito
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 178
SIGILO
Processo nº:11618.003970/2001-14
Recurso nº: 132.658
Matéria: IRPF - Ex(s): 1999
PRELIMINAR - NULIDADE DO LANÇAMENTO - SIGILO BANCÁRIO - Comprovado
que as requisições sobre movimentação financeira foram efetuadas após o início da
abertura de procedimento fiscal contra o contribuinte, não há que se falar em nulidade do
lançamento.
PRELIMINAR - CERCEAMENTO DE DEFESA - O indeferimento motivado de realização
de perícia não acarreta cerceamento do direito de defesa da parte.
NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA - Não padece de nulidade a decisão que, aprecia
as razões de defesa e fundamenta suas conclusões nos dispositivos legais pertinentes à
matéria.
PRELIMINAR - PEDIDO DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA - É de se indeferir a solicitação
de diligência que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16 do Decreto
nº 70235/72.
TRIBUTAÇÃO DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA -
PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS - Para os fatos geradores ocorridos a
partir de 01.01.97, a Lei nº 9430/96, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de
rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular,
regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem
dos recursos utilizados nessas operações.
ÔNUS DA PROVA - Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a
prova da origem dos recursos informados para acobertar seus dispêndios gerais e
aquisições de bens e direitos.
MULTA DE OFÍCIO - QUALIFICADA - Comprovado o intuito doloso do contribuinte, com
o propósito exclusivo de usufruir vantagem traduzida pelo não pagamento do imposto devido
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 179
na tributação da sua pessoa física, cabível a aplicação da multa qualificada, tipificada no art.
44, inciso II, da Lei nº 9430, de 1996.
MULTA DE OFÍCIO - EXASPERAÇÃO - FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO -
Aplica-se o agravamento da multa de ofício, nos termos da Lei nº 9430/96, art. 44,
parágrafo 2º, quando provado que o interessado não atendeu à intimação para prestar
esclarecimentos acerca da origem dos recursos empregados em depósitos mantidos junto à
instituição financeira.
Recurso negado.
Por unanimidade de votos, NÃO ACOLHER as preliminares de nulidade do lançamento,
de nulidade da decisão de primeira instância e de prova ilícita e a solicitação de perícia e, no
mérito, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 180
Recurso negado.
Por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso.
RETENÇÃO
DENÚNCIA ESPONTÂNEA
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 181
COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS
ACÓRDÃO 201-77508
Órgão: 2º Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara
2º Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara / ACÓRDÃO 201-77508 em 17/02/2004
PIS. COMPENSAÇÕES DE TRIBUTOS DA MESMA ESPÉCIE. À luz da legislação
vigente, é possível a compensação de tributos e contribuições da mesma espécie,
independente de requerimento à Secretaria da Receita Federal.
EFEITOS DA DECISÃO JUDICIAL. Havendo decisão judicial transitada em julgado que
determina a apuração dos créditos do PIS pagos sob a égide dos Decretos-Leis nºs 2.445 e
2.449, ambos de 1988, nos termos da LC nº 7/70, inclusive não reconhecendo a
semestralidade da base de cálculo, esta deve ser observada. Recurso negado. Por unanimidade
de votos, negou-se provimento ao recurso.
Publicado no DOU em: 28.07.2004
Relator: ADRIANA GOMES RÊGO GALVÃO
Recorrente: LANDESVATTER & CIA. LTDA.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 182
O que levou o STJ a tomar essa surpreendente iniciativa foi a edição da Lei
Complementar 118, em fevereiro deste ano. Embora ela tenha sido concebida para
adequar o Código Tributário Nacional à nova Lei de Falências, a Receita Federal
aproveitou a ocasião para, com mão de gato, introduzir um dispositivo que reduz de
dez para cinco anos o prazo para as empresas entrarem com pedido de compensação
ou recuperação de tributos pagos a mais e de impostos declarados ilegais pela
Justiça. Apesar de ser uma antiga aspiração do Fisco, ela sempre esbarrou na
resistência do próprio STJ.
Outra lei recentemente editada com a mesma estratégia e com a mesma finalidade
que deixou os 33 ministros do STJ irritados foi a Lei 11.051, que entrou em vigor no
penúltimo dia de 2004.
'Nada justifica que a sociedade seja apanhada de surpresa, que se coloque um artigo
numa lei de um assunto completamente diferente', declarou o ministro Franciulli
Neto. 'Na Lei 11.051/04, a exemplo do que aconteceu com a Lei Complementar
118/05 e com a Medida Provisória 232 (que foi baixada para atualizar a tabela de
descontos do Imposto de Renda das Pessoas Físicas e elevou em até 30% a base de
cálculo da carga tributária dos prestadores de serviço), estão usando a técnica de
surpreender a sociedade, colocando um inciso ou um parágrafo, seja lá o que for, no
meio de uma lei que trata de outro assunto.
A mim, parece-me que isso não é boa técnica legislativa e que estamos vivendo
realmente um surrealismo tributário.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 183
Com alterações da Medida Provisória 351/2007), convertida na Lei 11.488/ 2007, artigos 14
a 20, a partir de 22 de janeiro de 2007, as multas de lançamento de ofício passam a ser as
seguintes:
b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido
apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre
o lucro líquido, no ano-calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.
I - prestar esclarecimentos;
...................................................................................................... ” (NR)
..................................................................................................................
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 184
.......................................................................................................... ” (NR)
......................................................................................................................
................................................................................................................ ” (NR)
§ 2o A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual
previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996,
aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito
indevidamente compensado.
§ 4o Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente
compensado, quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do
inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 1996, aplicando-se o percentual
previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, duplicado na forma
de seu § 1o, quando for o caso.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 185
1o, quando for o caso, passará a ser de 225% (duzentos e vinte e cinco por cento) e
450% (quatrocentos e cinqüenta por cento), respectivamente.
A Receita aplica a multa agravada sem realizar a auditoria plena e o contribuinte tem que se
virar para provar que não agiu com dolo. Os primeiros casos de aplicação indiscriminada da
multa majorada estão chegando agora ao Conselho de Contribuintes, e a tendência é do
afastamento da penalidade quando não houver provas da intenção de fraudar.
A multa não pode ser aplicada sobre indícios ou provas circunstanciais, pois vale apenas
quando há evidente intuito de fraudar. Em virtude da gravidade da multa, a Receita deveria
estar certa da fraude antes de aplicá-la.
A Receita deve sempre majorar a multa caso se constate a fraude, mas ela deve ser diligente
"para não aplicar a multa arbitrariamente".
ACÓRDÃO 106-14.193
1º Conselho de Contribuintes / 6a. Câmara / ACÓRDÃO 106-14.193 em 16.09.2004
Publicado no DOU em: 11.02.2005
IRPF - Ex(s): 1999
LEGISLAÇÃO QUE AMPLIA OS MEIOS DE FISCALIZAÇÃO. INAPLICABILIDADE
DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE - Incabível falar-se em irretroatividade da lei que
amplia os meios de fiscalização, pois esse princípio atinge somente os aspectos materiais do
lançamento.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO -
Cabível o lançamento de ofício do imposto, quando a autoridade fiscal comprova que o
contribuinte deixou de oferecer a tributação os rendimentos relativos às comissões auferidas
nas negociações de café realizadas nos doze meses do ano - calendário de 1998.
MULTA DE OFÍCIO - Não comprovado que o contribuinte praticou as ações definidas nos
artigos 70, 71 e 72 da Lei nº 5.502/64 e art. 1º da Lei nº 4.729/65, reduz-se o percentual da
multa de ofício de 150% para 75%.
MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA - A infração a norma
tributária, caracterizada pelo não cumprimento da obrigação de pagar o imposto em
momentos distintos (mensal e anual), não pode ser duplamente penalizada. Inaplicável a
multa isolada concomitantemente com a multa de ofício.
Recorrente: CONTRIBUINTE
Recorrida: 2ª TURMA/DRJ - RIO DE JANEIRO/RJ II
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 186
a) No RIR/99
b) No Código Civil
“Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente*, por qualquer dos
prepostos** encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-fé,
os mesmos efeitos como se o fossem por aquele.
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos** são pessoalmente
responsáveis, perante os preponentes*, pelos atos culposos; e, perante terceiros,
solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.”
* empresários
** contabilistas
Art. 1.178. Os preponentes* são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos**, praticados
nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por
escrito.
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente
obrigarão o preponente** nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento
pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.
* empresários
** contabilistas
Os empresários são responsáveis pelos atos dos Contabilistas que exercem a profissão dentro
da empresa (quando a contabilidade é feita nas dependências da empresa) o Contabilista não
tem responsabilidades perante terceiros.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 187
Os empresários não são responsáveis pelos atos dos Contabilistas que exercem atividade fora
da empresa, somente nas situações que tenham ordenado por escrito ao Contabilista (Ex.:
comunicando por escrito que o Contabilista deve fazer ou não determinado lançamento).
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Se o contribuinte possuir débito, porém este débito estiver com a exigibilidade suspensa, ele
tem o direito à obtenção de Certidão Positiva com Efeitos Negativos (art.206).
CTN
Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível,
seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha
todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de
negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido
requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na
repartição.
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido
efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
Sonegação x Inadimplência
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 188
Sonegação
A sonegação fiscal tipifica-se como crime contra a ordem tributária ( Lei 8.137/90), pela
prática das seguintes atividades:
- Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
- Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
- Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
- Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
- Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documentos equivalentes,
relativa a venda de mercadorias ou prestação de serviço efetivamente realizada ou fornece-la
em desacordo com a legislação.
Inadimplência
Para não incidir multa de ofício de 75%, sobre débitos declarados e não recolhidos, o
Contribuinte tem 20 dias da data da ciência do MPF – Mandado de Procedimento Fiscal, para
recolher ou parcelar com multa de mora de 20%, conforme art. 47, da Lei 9.430/96, alterada
pelo art. 70 da Lei 9.532/97.
Responsabilidade Tributária
Tanto o recolhimento, quanto a penalidade pecuniária estão regulados no artigo 121 do CTN:
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo
ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de
disposição expressa de lei.
Nota:
1. DIRETO Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador.
2. INDIRETO Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa em lei.
Pelo artigo 128 do CTN é permitido que a lei atribua de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário (débito fiscal) á terceira pessoa,
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 189
É necessária a comprovação da participação do sócio na prática dos atos pelo pagamento dos
débitos tributários de gestão e administração para poder ser responsabilizado pelo seu
pagamento.
A presunção que a Fazenda tem, deve ser comprovada (comprovar o excesso de poderes ou
infração à lei).
Seria preciso analisar a causa da prática dos atos e não somente seus efeitos (tomou certas
atitudes em função de não ter outras alternativas, a empresa estava quebrando).
Infração à lei é facilmente identificada (leis comerciais - falsificação da escrita, leis tributárias
– sonegação). O excesso de poderes se verifica mediante desvios de verbas, aplicação
indevida, etc.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 190
Esse procedimento merece reparos, pois já viu que a responsabilidade destas pessoas somente
ocorrerá quando demonstrados inequivocadamente os elementos permissores desta atitude, ou
seja, o fato de os sócios haverem agido com excesso de poderes ou infração à lei, contrato
social ou estatutos.
Nos procedimentos judiciais de execução fiscal, os órgãos arrecadadores, sem trégua, incluem
os sócios ou administradores nas dívidas tributárias das pessoas jurídicas. Porém, não é devida
esta inclusão, pelo fato de responderem pessoalmente pelos débitos apenas se praticarem atos
com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Isto significa, se o
empresário ou administrador dirigir legalmente e honestamente seus negócios (os quais são
comprovados pela contabilidade da empresa) e, por circunstância da ocasião, do mercado, não
cumprir com suas obrigações tributárias e a empresa vier a fechar as portas, seus bens
particulares não respondem pela dívida tributária, em função do artigo 135, do CTN.
Isso importe dizer que somente quando houver INTENÇÃO do administrador ou sócio em
infringir a Lei é que realmente se caracterizará a possibilidade de ser exigido deste o
cumprimento da obrigação tributária. (Dr. Moacyr Toledo, da Oliveira Neves & Associados
(págs. 35 e 36 – Curso como atender à fiscalização)
Julgado do STJ
Acórdão
RESP 260524/RS; RECURSO ESPECIAL
Fonte
DJ – Data: -1/10/2001, pág. 00165
RDR –vol.: 0021 – pág.00314
RSTJ – vol.: 00153, pág. 00149
Relator
Min. Humberto Gomes de Barros (1096)
Ementa
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL, DIRETORES, NÃO APURAÇÃO DE ATO
ILÍCITO.
RESPONSABILIDADE INEXISTENTE.
I – Não se pode atribuir a responsabilidade substitutiva para sócios, diretores ou gerentes,
prevista no art. 135, III, do CTN, sem que seja antes apurada a prática de ato ou fato eivado de
excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.
II – Não ocorre a substituição tributária pela simples circunstância de a sociedade achar-se em
débito para com o fisco.
III – Não é responsável tributário pelas dívidas da sociedade o sócio-gerente que transferiu
regularmente suas cotas a terceiros, continuando, com estes, a empresa.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 191
IV – A responsabilidade tributária solidária prevista nos artigos 134 e 135, III, alcança o
sócio-gerente que liquidou irregularmente a sociedade limitada. O sócio-gerente responde por
ser gerente, não por ser sócio. Ele responde, não pela circunstância de a sociedade estar em
débito, mas por haver dissolvido, irregularmente a pessoa jurídica.
Data da Decisão
14/08/2001
Órgão Julgado
T1 – Primeira Turma
PLANEJAMENTO SOCIETÁRIO
a) Prévio
Para que não ocorra a alienação de bens fraudulenta, a empresa deve garantir com o seu
patrimônio a dívida existente até aquela data. Exemplo:
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 192
I - Conselho Pleno;
II - seis Câmaras;
III - secretaria-executiva:
serviço de logística; e
serviço de documentação e biblioteca.
I - Conselho Pleno;
II - três Câmaras;
III - secretaria-executiva:
serviço de logística; e
serviço de documentação e biblioteca.
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 193
Observada a composição paritária, poderão ser criadas pelo Ministro de Estado da Fazenda
Turmas Especiais, temporárias, com competência para julgamento de processos que envolvam
valores reduzidos ou matéria recorrente ou de baixa complexidade.
As Turmas Especiais são reguladas, no que couber, pelas disposições deste Regimento
aplicáveis às Câmaras dos Conselhos de Contribuintes.
As Turmas Especiais a que se refere este artigo poderão funcionar nas cidades-sede das
Superintendências da Receita Federal do Brasil.
Base: artigos 4º ,5º e 6º do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, aprovado pela
Portaria MF 147/2007
O 1º CC é composto pelas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª Câmaras de Julgamento.
a) IRPJ
b) CSLL
c) PIS, COFINS, IRPF (somente nas situações de autuação decorrente do IRPJ e CSSL.
Exemplo: autuação de IRPJ e CSSL que na mesma autuação é cobrado o Pis e Cofins e IRPF).
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 194
Compete também às Câmaras (às Primeira, Terceira, Quinta, Sétima e Oitava Câmaras)
julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância decorrente de
lançamento sobre a aplicação da legislação referente ao Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte
(Simples).
- IRPF
- IRRF
- Retificação de Declaração de Rendimentos
- Direitos de créditos
- isenção e imunidade
b) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e
valores mobiliários (IOF);
c) contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, quando suas exigências não estejam lastreadas,
no todo ou em parte, em fatos cuja apuração serviu para determinar a prática de infração à
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 195
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DEFESA DO CONTRIBUINTE 196
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