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FACULADADE ALFREDO NASSER

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO


CURSO DE PEDAGOGIA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR COMO


ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA TRANSFORMAÇÃO DA
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Ana Paula de Oliveira Rocha

APARECIDA DE GOIÂNIA
2010
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ANA PAULA DE OLIVEIRA ROCHA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR COMO


ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA TRANSFORMAÇÃO DA
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Monografia apresentada ao Instituto Superior de
Educação da Faculdade Alfredo Nasser, sob
orientação do professor Me. Milton Luis Pereira,
como parte dos requisitos para a conclusão do
curso de Pedagogia.

APARECIDA DE GOIÂNIA
2010
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FOLHA DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DO TRABALHO

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR COMO


ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA TRANSFORMAÇÃO DA
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Aparecida de Goiânia ___ de dezembro de 2010.

EXAMINADORES

Orientador - Prof.(a) Me. Milton Luis Pereira - Nota: ___ / 70

Primeiro examinador - Prof.(a) Ms. ----- - Nota:___ / 70

Segundo examinador - Prof.(a) ----- - Nota:___ / 70

Média parcial - Avaliação da produção do Trabalho: ___ / 70


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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado força e saúde, todos os colegas de faculdade que
muito contribuíram para construção desse trabalho e do curso de Pedagogia, pois foi
com eles que tive trocas de informação nessa caminhada. Agradeço ainda a minha
amiga e colega Miriam Ramos por sempre ter mostrado apoio e motivação no
decorrer do curso. E também aos meus professores e em destaque ao meu
orientador Milton Luis por me proporcionar a oportunidade de conhecer melhor os
fundamentos de Educação Ambiental e ter me auxiliado na conclusão do meu curso.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 07

CAPÍTULO I – HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL .............................. 09


1.1 Conferência de Estocolmo ................................................................ 09
1.2 Conferência de Tbilisi ....................................................................... 11
1.3 Congresso Internacional de Moscou ................................................. 14
1.4 Conferência Rio 92 ........................................................................... 16
1.5 Congresso Internacional sobre meio ambiente e sociedade:
Educação e Conscientização para Sustentabilidade .............................. 18
1.6 Programa Nacional de Educação AmbientaL ................................... 20

CAPÍTULO II - CONCEITO DE MEIO AMBIENTE .............................................. 23

CAPÍTULO III - OBJETIVO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................ 30


3.1 Degradação ambiental ...................................................................... 31

CAPÍTULO IV - MEIO AMBIENTE NO CONTEXTO ESCOLAR ......................... 37

CONSIDERAÇOES FINAIS ................................................................................. 44

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 45
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INTRODUÇÃO

Como se sabe, são vários os desafios encontrados quando se procura


direcionar as atividades humanas para a melhoria das condições de vida no planeta
terra. Um desses desafios é relativo à mudança de atitudes quando se trata da
interação com os elementos da natureza. Ter plena consciência quanto ao uso e
ocupação do meio natural se torna indispensável quando se busca equilíbrio entre o
homem e o meio em que está inserido. Para tanto, percebe-se que a questão da
informação sobre a problemática do meio ambiente precisa se adequar e passar por
melhorias necessárias. É necessário que as informações visem despertar no homem
a reflexão que resultem em mudança de atitudes dos adultos e ensino desses novos
valores para as crianças na escola.
O objetivo dos textos desenvolvidos é mostrar fundamentos da educação
ambiental e seus instrumentos na preservação e recuperação do meio ambiente.
Está fundamentado na necessidade de se buscar meios que possam fazer com que
o homem examine a si próprio, seus objetivos e valores. Pois, o ponto essencial da
questão é a promoção da qualidade de vida. Dessa forma, a dissertação está
organizada da seguinte forma:
O primeiro capítulo traz no seu conceito a trajetória da história da educação
ambiental e seus fundamentos para a educação na perspectiva de construção de
vida sadia. Engloba alguns movimentos ambientalistas como: Conferência de
Estocolmo, Congresso Internacional de Moscou, Conferência Rio 92 e Conferência
de Tessalônica. Tais movimentos ambientalistas como será apresentado, foram
realizados com o intuito de chamar a atenção das autoridades e da sociedade para a
problemática do meio ambiente. Pois, considerando o fato do ser humano ser parte
integrante da natureza, não pode ser pensado separado de suas ações, ambições e
necessidades. Dessa forma, o histórico traz reflexões necessárias e indispensáveis
ao homem. Isso porque as principais fontes de poluição estão nas atividades
econômicas, sobretudo no crescimento urbano desordenado e nas indústrias.
No segundo capítulo está exposto o conceito de meio ambiente, bem como as
transformações feitas pelo homem a esse meio. De forma reflexiva busca discutir a
questão de ser o homem o principal responsável pela destruição de muitos recursos
e pela extinção de inúmeras espécies de animais e vegetais. Ainda no seu contexto,
apresenta a proposta que garante ao homem condições necessárias e fundamentais
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de sobrevivência. Dessa forma, está pautado na necessidade de desenvolvimento


de consciência crítica de um mundo melhor o qual possa garantir um futuro
sustentável.
O terceiro capítulo, objetiva fazer exposição do objetivo da educação
ambiental no contexto escolar. Está fundamentado na necessidade de mudanças de
atitudes, sendo que tais mudanças possam ser concretizadas através da educação
ambiental. O capítulo traz ainda concepções para a educação ambiental, ou seja,
que as escolas busquem promover momentos que resultem em reflexões críticas as
quais possam levar a transformação objetivando a qualidade de vida para todos os
seres vivos e com isso assegurar sustentabilidade.
O quarto capítulo apresentará a educação ambiental na escola. Pois sendo a
escola um espaço de múltiplas convivências e culturas distintas, podem condicionar
ao homem a participar da promoção de melhoria de qualidade de vida. Além disso, a
educação ambiental permite ao mesmo pensar nos diversos problemas causados
por suas ações, de modo a construir uma postura cidadã e formar sujeitos mais
comprometidos com seu espaço, com sua vida, com seus limites dentro do planeta
terra.
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CAPÍTULO I

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No capítulo que se segue, será discutida a importância da educação


ambiental para a qualidade de vida. Para tanto, está fundamentado em algumas
conferências e regulamentos.
Segundo a assistente social Pelicioni (2005), a questão ambiental têm sido
um dos assuntos mais discutidos. Isso ocorre porque é um tema que está
diretamente ligado a qualidade de vida. Nesse sentido, o capítulo traz discussões
necessárias e indispensáveis para garantia de um ambiente sadio. Para tanto, traz
ainda conceitos que objetiva a estimulação do raciocínio, espírito crítico voltado à
conservação do meio ambiente. Assim, para elaboração do histórico que sé segue,
foram consultados os seguintes autores: Assistente social Maria Cecília Focesi
Pelicioni, Marcos Reigota, Arlindo Philippi Jr., Tadeu Fabrício Malheiros e Attilio
Brunacci, Lei n° 9.795/99.

1.1 Conferência de Estocolmo

O texto que se segue, traz fundamentos necessários a apreensão de ações


contribuintes e indispensáveis para um meio ambiente sadio. Traz reflexões
baseadas nas propostas apresentadas em Estocolmo e também em fontes de
autores conforme segue.
Conforme a assistente social Pelicioni (2005), a Conferência de Estocolmo foi
a primeira que abordou as questões políticas, sociais e econômicas do meio
ambiente de forma global. O acontecimento foi a mais influente na evolução de
programas voltados a assuntos que se refere ao movimento ambientalista.
Para a autora citada acima, a crise ambiental tem sido um processo que
atinge toda a humanidade, sendo provenientes de ações que estão em desacordos
com a idéia de um ambiente saudável. Percebe-se que o próprio homem tem
adotado práticas de ações que atrapalha na manutenção de um ambiente sadio e de
oportunidades para todos. Tais práticas se referem a desmatação, queimadas,
poluição, entre outros. Diante dessa realidade, a partir da Conferência de Estocolmo,
vários países tomaram iniciativas visando à melhoria do meio ambiente. Assim, na
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conferência aqui tratada foi apresentada como proposta a criação de políticas


públicas voltadas para recuperação da saúde ambiental.
A Conferência citada levou vários países a importantes iniciativas. Como por
exemplo, o Brasil que criou em 1973 a Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(SEMA), que objetivava ter um controle da poluição e do uso dos recursos naturais.
Surgiu também o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), o qual
seria responsável de promover a troca de informações e experiências relacionadas à
educação ambiental entre as nações membros, além de capacitar pessoas,
desenvolver programas e da assistência aos estados membros. Dessa maneira,
surgiram vários outros programas voltados à conscientização e mobilização de
indivíduos para a questão da problemática do meio ambiente.
Vale ressaltar ainda, que em Estocolmo foi abordado também sobre a
importância da participação de cada um para construção de um ambiente saudável.
Portanto, esse modelo de ambiente saudável só será atingido a partir do momento
que o homem perceber a gravidade e adotar uma postura de respeito à natureza.
Em concordância com a idéia, Reigota (1999, p.28) ressalta que:

Considerando que todas as intervenções ecologistas exigem participação


de todos (cientistas, artistas, anônimos, cidadãos e cidadãs), é necessário
que elas possibilitem entre os diferentes conhecimentos e representações
de tempo, que não imobilizem ações e estimulem mudanças concretas no
presente cotidiano.

O trabalho com o meio ambiente requer como principal elemento à


participação social, Pois é através dessa que o homem pode adquirir novas
experiências e técnicas que auxiliará na recuperação do planeta. Para tanto, faz-se
necessário que todo cidadão tenha plena consciência da importância da
preservação do meio ambiente. Pois, sabe-se que o homem sempre procurou na
natureza os elementos mais resistentes e interessantes para o seu consumo. Dessa
forma, há a necessidade de uma interação equilibrada entre o homem e a natureza,
sendo que ambos os lados possam se favorecer e garantir a continuidade de vida.
A formação de atitudes também foi assunto abordado na Conferência de
Estocolmo, pois a solução dos problemas ambientais está centrada na
responsabilidade de cada um. Foi discutida também a adoção de atitudes positivas
que poderão auxiliar na erradicação de diversos problemas sociais provenientes da
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crise ambiental, como por exemplo: a pobreza, a fome, analfabetismo e falta de


moradia.
De acordo com Pelicioni (2005), é nesse contexto que se torna necessária à
formação de valores centrados na promoção de um meio ambiente sadio. É
importante salientar ainda que a participação permite e auxilia na superação da
pobreza, na desaparição do analfabetismo e na geração de oportunidades. Assim,
nota-se para que o objetivo citado seja alcançado, é indispensável que haja
cidadãos comprometidos na construção de uma sociedade igualitária que
corresponda os interesses da população e também que vise à melhoria do meio
ambiente.
Dessa maneira, percebe-se que as propostas de Estocolmo citadas acima
são, portanto processos que requer compromisso e responsabilidade de todo
cidadão. Assim, a participação se torna um processo indispensável e isso foi
também tema discutido em outros congressos, ou seja, na Conferencia de Tbilisi
também foi feito levantamento do assunto aqui tratado.

1.2 Conferência de Tbilisi

O texto aqui presente, objetiva discutir a problemática ambiental com base


nas propostas apresentadas na Conferência de Tbilisi. Está fundamentado nas
discussões da assistente social Pelicioni.
Ainda de acordo com Pelicioni (2005), a Conferência de Tbilisi, foi um evento
intergovernamental promovido no ano de 1977, na Geórgia, ex-União Soviética. A
conferência tinha o intuito de despertar nos governos o interesse de se
institucionalizar nas escolas a adoção da educação ambiental em todos os níveis de
ensino. Tal proposta foi criada devido ao fato de ser através da educação que o
homem poderá adotar conhecimentos necessários para atuar de forma crítica no
combate a crise do meio ambiente.
Para Pelicione (2005), com o intuito de atingir por parte da população uma
consciência global a respeito do problema discutido, propôs as autoridades
educacionais a adotarem práticas de ensino que incluam em seu plano de aula
conteúdos que aborde o estado crítico pelo qual a natureza tem sofrido ao longo dos
tempos. Assim, através dessa prática estará dando ênfase para o educando adquirir
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condições favoráveis que possibilite pensar soluções adequadas à erradicação do


problema ambiental. Com base no tratado assunto, Reigota (1999, p.79) afirma que:

A tendência da educação ambiental escolar é tornar-se não só uma prática


educativa, ou seja, uma disciplina a mais no currículo, mas sim consolidar-
se como uma filosofia de educação presente em todas as disciplinas
existentes e possibilitar uma concepção mais ampla do papel da escola no
contexto ecológico local e planetário contemporâneo.

A educação ambiental, conforme mostra no parágrafo acima deve ser vista


como uma prática filosófica, ou seja, uma prática que seja destinada a despertar no
educando uma reflexão crítica a respeito do problema aqui tratado. Pois, a reflexão,
a compreensão do problema é o primeiro enfoque que irá auxiliar na busca de
soluções cabíveis ao problema ambiental do planeta. Para tanto, cabe a instituição
escolar assumir seu papel e adotar práticas que permita ao aluno pensar e
questionar sobre ações que tem adotado. Tais medidas irão nortear no aprendizado
do educando e incentivá-los a terem atitudes que favoreça na recuperação da crise
ambiental.
A Conferência de Tbilisi, também se pautou em insistir no valor e na
necessidade da cooperação de todo mundo, sendo local, nacional e internacional a
fim de prevenir problemas ambientais e erradicar os já existentes. Pois à medida que
a população urbana cresce, aumenta também as atividades que suprem as
necessidades do homem. Em decorrência disto, muitas espécies e plantas e animais
estão escassos. Assim, Por causa de tal situação é importante que cada um coopere
e pratique ações que favoreça a recuperação do meio ambiente.
A fim de possibilitar uma ação transformadora, na Conferência de Tbilisi foi
proposto ainda a importâncias das escolas ressaltarem a complexidade dos
problemas ambientais. Pois, torna-se necessário que o educando compreenda o
problema, suas causas e efeitos. No entanto, para que se possa compreender a
gravidade desses problemas e vir a desenvolver valores e atitudes de respeito ao
meio ambiente, é necessário que se saibam por que querem defender, quais
melhorias poderão obter e quais as qualidades desse ambiente.
Para Reigota, outro fator que deve ser levado em consideração é a
importância de ajudar os alunos a descobrirem os sintomas e as causas reais dos
problemas ambientais. Pois, O que mais mobiliza tanto as crianças quanto os
adultos a respeitar e conservar o meio ambiente são o conhecimento das
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características das qualidades da natureza, como por exemplo: rios limpos sem
poluição, florestas com diversas espécies de plantas e animais, ar puro sem
presença de poluentes, entre outros. Dessa forma, nota-se que a partir do momento
que o homem percebe-se como sendo o principal responsável pela degradação do
meio ambiente, poderá mudar sua concepção e promover ações de respeito a
natureza.
Esses princípios citados acima servirão ainda para orientar o homem a melhor
utilizar os recursos da natureza. Assim está explícito para Philippi Jr. (2005, p. 07):

A sociedade capitalista Urbano-Industrial e seu atual modelo de


desenvolvimento econômico e tecnológico têm causado crescente impacto
sobre o ambiente, e a percepção desse fenômeno vem ocorrendo de
maneiras diferentes por ricos e por pobres.

A sociedade contemporânea usa dos recursos na natureza como algo


inesgotável. Transforma cada vez mais o meio ambiente e esgotam-se seus
recursos naturais. Tal transformação pode ser notada através de: asfaltamento de
ruas, desmatamento de áreas verdes para construção de prédios e edifícios,
abundante consumo de água e energia, poluição atmosférica, etc. Em função de tais
atitudes, as áreas verdes estão escassas o que tem contribuído para a elevação da
temperatura do planeta causando assim o aquecimento global.
Diante do quadro exposto acima, em Tbilisi foi proposta ainda a necessidade
de a população encontrar novas formas de integração com a natureza. Além disso,
conscientizar-se da maneira correta de se integrar com a natureza sem, no entanto
prejudicá-la, ou seja, promover uma globalização que não esteja em desacordo com
a natureza.
Dessa forma, as recomendações da Conferência de Tbilisi tratam da
finalidade de levar o indivíduo perceber suas responsabilidades e necessidades de
ações imediatas para solução do problema. Já que ainda á possível deparar com
certas resistências por parte do homem quando o assunto se diz respeito à
preservação do meio ambiente. Assim, diante de tal realidade foi promovido em
1987 o Congresso Internacional de Moscou.
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1.3 Congresso Internacional de Moscou

Em agosto de 1987, foi realizado em Moscou um encontro internacional


visando discutir a problemática do meio ambiente. Conforme ressalta a assistente
social Pelicioni (2005), o congresso pautou-se nas discussões referentes às
dificuldades encontradas pelos países ao tratar das questões do meio ambiente.
Essas barreiras encontram–se presentes principalmente na área econômica. Pois,
com a intenção de se aumentar status financeiro e buscar conhecimento global, a
sociedade adota hábitos que contradizem com um meio ambiente saudável.
Ainda conforme Pelicioni (2005), o desmatamento e as atividades
agropecuárias são alguns dos principais fatores contribuintes para degradação da
natureza. O uso e ocupação dos solos associam diretamente as principais causas
dos processos de desequilíbrios ambientais, já que para uso desses é necessário
derrubar árvores e diversas plantas. Dessa forma, percebe-se que as alterações
provocadas por construções de barragens, rodovias e ferrovias e por atividades de
mineração, constituem-se em atividades de grande impacto ao meio ambiente.
De acordo com Pelicioni (2005), em Moscou, foi enfatizada ainda a
necessidade de aumento de informações. Pois, para o trabalho com o meio
ambiente é extremamente importante que toda população tenha consciência do
estado crítico o qual a natureza se encontra, bem como as causas e conseqüências
que poderá acarretar a toda a humanidade. Assim, Reigota (1999, p.138), um dos
brasileiros presentes no congresso relata que:

O principal e fundamental objetivo é fazer por meio do processo


pedagógico, com que as pessoas possam obter uma melhor e mais
abrangente compreensão do problema (geralmente complexo, como é o
caso das questões ambientais) e que possibilite uma ação em busca de
alternativas e soluções.

Em concordância com a proposta sugerida na Conferência de Moscou,


Reigota ressalta no trecho acima a necessidade do fortalecimento do sistema
educacional. Para que tal objetivo seja atingido, faz-se necessário a criação e
elaboração de materiais didáticos que trata especificamente de assuntos que esteja
relacionado ao meio ambiente. Torna-se importante que os conteúdos visem instigar
questionamentos sobre a relação do homem com a alteridade da natureza, com a
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sociedade em que se vive. Pois, são as ações humanas que poderá garantir a
continuidade da vida e a possibilidade de existência digna na terra.
Conforme Pelicioni (2005), A educação ambiental tem se tornado urgente. Por
isso, na Conferência tratada também foi apresentada como proposta a reformulação
dos currículos escolares. Tal proposta foi formulada, devido ao fato das questões
relacionadas ao meio ambiente ser um assunto que passa por desafios intensos
para estar presente nas escolas. Cabe ressaltar aqui, que muitas das vezes
encontram-se resistências de indivíduos e grupos que não se dispõe a participar na
promoção de um ambiente saudável. Nesse contexto, Reigota (1999, p. 139),
declara “Temos como cidadãos e profissionais, a responsabilidade de buscar formas
pertinentes de ação diante desses desafios”. Dessa forma, com base nessa
realidade, cabe aos profissionais da educação perceber qual a melhor forma que irá
auxiliar na promoção de momentos que fará o educando refletir e obter postura
correta frente à crise ambiental.
Portanto, conforme Pelicioni (2005), trata-se ainda de uma proposta voltada
para análise, discussão e busca de intervenções cidadãs para o alcance de
soluções. Pois, se a educação ambiental for trabalhada continuamente como é feita
com as disciplinas de física, química, biologia, etc., sem dúvida terá sucesso e
avanço significante na aquisição de hábitos que favoreça um relacionamento
saudável com a natureza.
Para assistente social Pelicioni (2005), o congresso levantou discussões
voltadas para capacitação de profissionais para atuar na área. A recomendação foi
proposta com intenção de haver mediação de conhecimentos entre educadores e
educandos. Pois, tal prática torna-se necessária devido ao fato de auxiliar no
compartilhamento de saberes que resulta em aprendizados indispensáveis para a
melhoria da qualidade de vida sobre a terra.
A autora citada acima enfatiza que torna-se necessários a elaboração de
programas que e projetos voltados para o treinamento de especialistas que compõe
a área da educação ambiental. Agindo assim estará dando ênfase à expansão de
conhecimentos que poderá ser repassado a toda a comunidade. Pois, diante do
panorama de degradação ambiental a qual o mundo se presencia, espera-se que
através da educação os educadores possam atuar na formação de cidadãos
conscientes de seus direitos e deveres, em um processo de desenvolvimento
sustentável. Agindo assim, o mesmo estará atuando como agente de transformação,
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à medida que auxilia o educando a se posicionar sobre a erradicação do conflito


entre o progresso e a conservação ambiental. Dessa forma, cabe ressaltar aqui a
Conferencia Rio 92, que também abordou questões relacionadas ao tema.

1.4 Conferência Rio 92

O texto conforme segue está pautado na compreensão, reflexão e ações


necessárias para continuidade de vida com qualidade. Para tanto, apresenta
fundamentos necessários ao homem para que possam se posicionar como seres
críticos diante da problemática do meio ambiente.
De acordo com a assistente social Pelicioni (2005), em 1992, foi promovido no
Rio de Janeiro a Primeira Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento a qual ficou conhecida por Rio 92. O evento reuniu participantes
de 172 países para debater propostas relacionadas à importância da população
compreender e ter consciência de atividades corretas no sentido de melhorar o meio
ambiente.
Conforme Pelicioni (2005), o grande desafio dos educadores ambientais no
século XXI têm sido modificar o antigo conceito de desenvolvimento de progresso,
isto é, fazer com que o homem perceba que a qualidade de vida depende dos
recursos naturais existentes. Nesse sentido, é necessário que o homem reflita sobre
o impacto que cada um tem causado no meio ambiente. É extremamente urgente
que pense ainda nos recursos que utiliza como utiliza e qual é o destino do lixo que
tem produzido. Só assim será possível pensar em formas pertinentes de se usar os
recursos naturais e então poder amenizar o impacto da espécie humana sobre o
ambiente terrestre além de garantir um local habitável para as gerações futuras.
De acordo com Pelicioni (2005), diante dos impasses de comprometimento de
qualidade de vida, na Conferência Rio 92, foi explicitado como sendo de extrema
urgência a reorientação da educação ambiental a fim de atuar de modo a garantir o
desenvolvimento sustentável. Pois, através da educação o homem poderá construir
novos conceitos de desenvolvimento. Considerando o fato de a crise ambiental e
também parte dos problemas sociais decorrerem do paradigma resultante do modelo
científico contemporâneo, propôs que tal modelo seja repensado. Pois, nos últimos
tempos o desenvolvimento da sociedade industrial e também com o explosivo
aumento da população humana, os recursos naturais estão se esgotando. Além do
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mais, os resíduos produzidos pela atividade humana acumulam-se no ambiente


degradando-o seriamente. Dessa forma, percebe-se que tais práticas colocam o
planeta terra sob sérias ameaças. Diante dessa realidade, é importante salientar o
que os autores Philippi Jr. e Malheiros (2005, p. 65) ressaltam:

Torna-se essencial, nesse sentido, compreender o papel dos processos de


modificação ambiental e de consumo de recursos naturais. Um padrão de
consumo pode ser definido pela qualidade e quantidade de utilização de
recursos naturais para produção de bens de consumo e atendimento a
demanda da sociedade para alimentação, moradia, transporte, lazer e
outros. O padrão de produção é a forma de exploração e transformação dos
recursos naturais para atendimento às necessidades humanas.

Nesse sentido, de acordo com os autores citados acima o que se observa é a


necessidade dos padrões de consumo serem revistos. A população deve atentar-se
para o modelo de desenvolvimento que tem adotado e a partir de então pensar
formas adequadas de crescimento, sem, no entanto causar atos que resultem na
extinção de espécies. É preciso então planejar, e criar situações de atenda as
necessidades dos seres humanos mantendo o equilíbrio ecológico.
Para Philippi Jr. (2005), a manutenção do meio ambiente é a única forma de
garantia de um ambiente saudável. Assim, convêm ressaltar a necessidade do
homem executar suas atividades econômicas baseadas na capacidade da natureza.
Pois, à medida que retira recursos do meio ambiente causa danos a esse e também
a sociedade. Os efeitos do mal uso desses recursos podem afetar a população de
diversas formas, por exemplo: aumentos da temperatura global, redução da camada
de ozônio, poluição, esgotamento de recursos naturais, etc. Em geral, tais
problemas são decorrentes do atual modelo de desenvolvimento citado na
Conferência.
De acordo com Pelicioni (2005), a ampliação da consciência pública foi
também assunto abordado no Rio 92. Para a construção e manutenção de um
ambiente saudável, que ofereça qualidade a todos, é extremamente urgente que o
homem tenha uma visão global do assunto. Pois, quando se tem conhecimento e
considera este, poderá adotar valores e ações que resulte em um ambiente
equilibrado. Dessa forma, considerando que a participação é elemento essencial
para o combate à crise ambiental, faz-se necessário a criação de sistemas de
informações voltadas a ampliar o conhecimento da sociedade, para que assim
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possam produzir ações enriquecedoras que auxiliará na erradicação do problema


tratado.
Para Pelicioni (2005), outro aspecto a ser considerado é a necessidade de
mudança de comportamento por parte da humanidade. Pois, as atividades humanas
atualmente estão pautadas em um modelo que contradizem com um ambiente
saudável, ou seja, a sociedade moderna tem como base um alto consumo de
recursos os quais têm contribuído para ameaça ao esgotamento de tais elementos.
Sendo assim, e ainda em consonância com Pelicioni (2005), faz-se necessário que o
homem tenha consciência dos seus limites. Pois, a natureza pode até suportar a
atividade exploradora do mesmo, desde que não se ultrapassem determinados
limites. Nesse sentido, a espécie humana pode até viver em equilíbrio com a
natureza, conciliando o uso e a exploração dos recursos com os níveis naturais de
oferta. Porém, o que se vê ainda é um aumento significante dos problemas da
humanidade. Muitos ainda não se deram conta da gravidade e da extensão dos
danos causados a natureza. Assim sendo, torna-se necessário à ampliação da
consciência pública para tais desastres. E para melhor consolidar o conteúdo, cabe
explicitar a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação
e Conscientização para Sustentabilidade, conforme se segue.

1.5 Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e


Conscientização para Sustentabilidade

O vocábulo sustentabilidade de acordo com o filósofo Brunacci (2005), quer


dizer aquilo que sustenta e satisfaz as necessidades do homem sem comprometer
as gerações futuras. O termo está vinculado à qualidade de vida humana dentro da
capacidade oferecida pela natureza. Se refere ainda ao respeito, as limitações dos
recursos sendo os renováveis ou não renováveis.
A conferência aqui tratada foi um evento promovido em dezembro de 1997,
em Tessalônica na Grécia. Ainda em concordância com a geógrafa Pelicioni (2005),
a Conferencia voltou-se especialmente para a questão da educação ambiental
vinculada a sustentabilidade. Chamou a atenção para questões relativas à
manutenção do meio ambiente e preservação do mesmo. Portanto, trata-se da
precisão da população desenvolver e praticar um desenvolvimento harmonioso com
a natureza, ao invés de centrar na apropriação dos recursos desprezando as
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qualidades negativas resultantes da produção e consumo. Assim está explicito para


Brunacci e Philippi Jr. (2005, p. 278):

Cabe ainda salientar que esse enunciado abrange todos os elementos


constitutivos do meio ambiente como fatores integrantes da vida com
qualidade, dando a entender que a garantia da sustentabilidade do presente
traz subjacente a garantia da sustentabilidade das gerações futuras; não faz
diferença temporal entre o presente e o futuro. Afinal o futuro se baseia no
presente. Se este se pautar no verdadeiro desenvolvimento, aquele
necessariamente será o seu desdobramento.

A continuidade da vida com qualidade está vinculada ao uso racional dos


recursos oferecidos pela natureza. Portanto, para que a tal condição aconteça, faz-
se necessário uma significante melhoria na forma de apropriação da natureza.
Percebe-se que por meio do incentivo a reflexão, poderá obter como resultado
cidadãos conscientes de sua participação na conservação ambiental.
Para Brunacci (2005), cabe, portanto, que a educação ambiental vise chamar
a atenção da sociedade para a problemática e a partir de então estabelecer
condições de sustentabilidade no espaço. É importante que o homem tenha
consciência da importância da conservação do ambiente para sustentação da
qualidade de vida. Através de tal conhecimento, o mesmo poderá pensar o meio
como um bem comum a todos os habitantes do planeta terra. Além do mais, poderá
desenvolver interações com o ambiente, tendo consciência de sua responsabilidade
em mantê-lo como um patrimônio que seja apropriado à digna existência humana.
Dessa forma, uma vez criada à consciência de pertencer ao meio e de contribuir
para sua conservação, a sociedade por vários caminhos poderá cobrar e exigir das
autoridades a criação de programas voltados à manutenção do meio ambiente.
Segundo os autores citados acima, na ausência do desenvolvimento
sustentável, vários setores da sociedade ficam comprometidos, por exemplo: afeta a
pobreza, a saúde, segurança alimentar, falta de moradia, etc. Diante desse quadro,
a sociedade hoje mais do que antes deve apropriar-se da idéia de que a
sustentabilidade do planeta depende da confluência das ações das comunidades
local e planetária. Pois, caso não se consiga essa sustentabilidade, todas as nações
estarão comprometidas.
Cabe ressaltar ainda que a Conferência aqui citada de acordo com Pelicioni
(2005), também demonstrou atenção às questões referentes à falta de avaliação das
ações executadas pelo homem. Pois, atualmente as práticas humanas quanto à
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utilização dos recursos naturais é marcada pela degradação permanente e


crescente do meio ambiente. Essas são ações que tem contribuído para o alcance
de níveis quase insustentáveis a sobrevivência da várias espécies atingindo assim a
qualidade de vida da humanidade.
Segundo Brunacci (2005), os danos sofridos pela população podem ser
notados em níveis locais e planetários. Como o caso do aquecimento global que
afeta todas as regiões do mundo. Desastres provenientes de tal aquecimento podem
ser vistos através de demasiadas enxurradas, chuvas intensas, fortes ventanias,
temperatura elevada, entre outros. Assim sendo, cabe salientar que a reversão do
atual quadro só será possível através da união, de esforços individuais e coletivos. A
responsabilidade compartilhada entre empresas, governos e sociedade é o rumo
correto para a sustentabilidade, que requer a adoção de novas práticas simples e
economicamente viáveis.
Dessa forma, ainda em consonância com Brunacci (2005), cabe a cada órgão
social conscientizar de sua responsabilidade e saber criar meios que tornarão as
pessoas mais críticas diante da ameaça que se encontra o planeta terra. Faz-se
necessário ao homem compreender os significados dos problemas aqui tratados, a
fim de ajudarem em sua preservação e na utilização sustentável de seus recursos.
Postura como essas, está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a
ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida, propiciando a interação
efetiva dos indivíduos com a natureza.

1.6 Política Nacional de educação ambiental

De acordo com Pelicioni (2005), a educação ambiental é o principal


instrumento que permite ao indivíduo dispor de conhecimentos necessários a
melhoria do meio ambiente. Além do mais, abre espaços para que o homem adquira
novos valores e habilidades para atuar como um ser que pense de forma crítica
diante da problemática do meio ambiente. O texto que se segue está fundamentado
na Lei 9.795/99, a qual propõe que a educação ambiental possa ser promovida em
todos os níveis de ensino, ou seja, da educação básica ao ensino superior. Trata
ainda de questões relacionadas ao engajamento da sociedade na conservação,
recuperação e melhoria do ambiente.
20

Para Brunacci (2005), há a necessidade de equilíbrio entre homem e


natureza, por isso, o ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso
sancionou em Brasília-DF a Lei n° 9.795, em 27 de abril de 1999. A Lei trata
especificamente de assuntos relacionados à melhoria do meio ambiente. E para que
seja atingido esse objetivo coloca como sendo necessária a participação de toda
sociedade tanto coletiva como individual. Dessa forma, está escrito na Lei n. 9.795,
Brasil (1999, art. 1):

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais os


indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente, bem
de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade.

Nesse sentido, como mostra acima a educação ambiental visa à formação de


atitudes pautadas em desenvolver a sensibilidade da população com o intuito de a
mesma ter conhecimento de que o fato da existência da vida na terra depende dos
recursos naturais. Portanto, a construção de conceitos como estes, só serão
atingidos através da educação ambiental, pois, é ela quem possibilita as pessoas
incorporarem novas maneiras de pensar e agir.
Para discutir o que a Lei 9.795/99 propõe com a realidade contemporânea,
pode-se usar como exemplo caos do aquecimento global, que é o aumento da
temperatura do planeta causada pelo uso de produtos químicos como combustíveis
fósseis, e outros processos que levam a acumulação de gases na atmosfera. Essas
são, portanto, ações que a Lei chama a atenção para construção de novos conceitos
de ações por parte da população. Pois, problemas como estes têm atingido a
sociedade em escalas mundiais.
Para Pelicioni (2005), algumas importantes mudanças ambientais têm sido
observadas e foi ligada aos efeitos a saúde humana, economia e meio ambiente. O
aquecimento global devido ao aumento da temperatura mundial faz com que
espécies diversas saem de seu habitat por causa de mudanças nas condições do
meio em que vive. É diante de situações como essas que se aconselham o
envolvimento da população para atuar de forma a ajudar a definir os problemas e
suas soluções.
A implementação da Lei n° 9.795/99, em seu artigo 2°, também se volta à
discussão para defesa da importância da educação ambiental fazer parte de todos
21

os níveis de ensino. Considerando tal proposta, nota-se que através dessa


educação o educando poderá assimilar e compreender novos significados que
servirá como ferramenta útil para erradicação dos problemas ambientais causados
pela ação do homem. Portanto, para que se consiga o objetivo citado é necessário
além de tudo desenvolver esforços que resulte na mudança de postura. Mudanças
de comportamento tornam-se necessária por parte de todos não só do educando,
mas de todos que faz parte da sociedade humana.
A Lei aqui tratada também recomenda que a educação ambiental deva ser
dar em caráter formal e não formal. Engloba as instituições educativas, meios de
comunicação de massas, empresas, etc. Por exemplo, em programas de televisão, a
Lei propõe que incluam em sua programação conteúdos que esteja pautado na
melhoria do meio ambiente. Assim, o homem poderá se familiarizar com o assunto e
através de então dedicar a promover atos de erradicação da problemática.
Todavia, ainda com base na Lei citada acima, caberá também as empresas
contribuir para recuperação da natureza. Nesse caso, poderá apropriar-se melhor
dos equipamentos fazendo se necessárias melhorias e adaptações que contribua
para resolver o problema do planeta terra. Além do mais, poderá também rever suas
práticas como: reduzir a quantidade de gases lançados na atmosfera, adquirir
práticas de reciclar, e controlar fontes de poluição diversas. Medidas como essas,
poderão contribuir de forma significativa na erradicação de impactos ambientais.
Dessa forma, de acordo com Lei citada acima nota-se que a responsabilidade
pela conservação ambiental é de todos os agentes de todos os setores, sendo
industrial ou não. Dessa forma, reconhece que cada vez torna mais urgente
empenho de todos de forma ativa para atuar de modo a vencer os desafios pela
perspectiva da sustentabilidade.
22

CAPÍTULO II

CONCEITO DE MEIO AMBIENTE

O presente texto propõe reflexões necessárias à educação ambiental. Traz


concepções relevantes e indispensáveis para a construção da vida com qualidade.
Para construção de tal reflexão, foram consultadas as seguintes fontes e autores:
arquiteto Carlos Malzyner, sociólogo Cássio Silveira, engenheiro agrônomo Victor
Jun Arai, biólogo Mucci, socióloga Günther, Parâmetros Curriculares Nacionais -
PCNs sobre meio ambiente, CONAMA, Lei 6.938/81, Lei dos Resíduos Sólidos
12.305/10. Dessa forma no texto que se segue encontram-se explícitos conceitos
importantes para a compreensão de meio ambiente bem como suas transformações
feitas pelo homem.
Os autores Malzyner, Silveira e Arai (2005, p. 567) afirma que: “O conceito de
meio ambiente abrange a totalidade dos componentes físicos, biológicos, sociais e
econômicos que cercam o ser humano”. Diante de tal conceito, percebe-se que tal
ambiente tem sido utilizado para indicar o espaço o qual todo e qualquer ser vivo se
desenvolve e se transforma. O homem modifica e altera esse espaço à medida que
se sente necessitado a algo que corresponda o seu bem estar. Isso mostra, a
realidade pela qual toda humanidade vive, pois, como se pode notar vários são as
agressões que a natureza tem sofrido pelas atividades humanas.
De acordo com o biólogo Mucci (2005), em todo processo de sobrevivência
na terra o homem tem alterando e modificado o meio em que vive com o intuito de
trazer para si bem estar e riquezas, e para isso sempre extraíram da natureza os
elementos necessários a sua adaptação. Em decorrência de tais modificações, o
mesmo tem causado agressões de diversas formas ao meio ambiente, como por
exemplo, a desmatação e exploração de áreas e reservas ecológicas. Com isso, é
possível notar que a questão ambiental muitas das vezes é vista como um meio de
aquisição de riquezas e parece interessante apenas quando é usada para algum fim
lucrativo.
Para Mucci (2005), a questão ambiental a cada dia tem se tornado mais
urgente para a sociedade, pois dela depende a continuidade da vida dos seres
humanos na terra. Apesar de estar ciente da gravidade o mesmo continua não
valorizando o meio ambiente e assim desfaz de uma natureza rica deixando para as
23

gerações futuras apenas um ambiente fragmentado com carência de recursos de


sobrevivência.
De acordo com Mucci (2005), com a constatação da interferência do homem
no meio ambiente, o tema polêmico vem sendo discutido em seminários e eventos
no mundo inteiro que busca fazer com que o homem reflita e pense em formas de
melhoria e proteção da vida no planeta, pois, não é só a criminalidade, as guerras
que ameaçam a vida, mas também a forma como se trata a natureza. Nesse sentido,
torna-se necessário que toda humanidade promova suas ações de forma a visar um
meio ambiente sustentável e digno de sobrevivência. Com isso, é possível afirmar
que tal proposta vem sendo até discutida em diversos regulamentos e referencial,
como por exemplo, os PCNs.
De acordo com os PCNs sobre meio ambiente (1997), desenvolvimento
sustentável seria o desenvolvimento que satisfaça as necessidades presente sem,
no entanto comprometer os das próximas gerações e para que isso aconteça é
necessário que o homem tenha em mente a necessidade de preservação sabendo
que nem sempre desenvolvimento significa crescimento, pois, maioria dos recursos
da natureza não são irrenováveis assim como o petróleo que ameaça escassez e
outros que podem esgotar à medida que a sociedade a explora.
Ainda em consonância com Mucci (2005), com a globalização, a tecnologia
evoluiu rapidamente e a cada dia que se passa se torna mais sofisticada. A
exploração dos recursos naturais passou a ser de forma intensa e atualmente
percebe-se que em locais onde havia florestas há tempos atrás hoje moram milhões
de famílias, que consome cada vez mais e com isso agrava também o problema do
lixo que são gerados milhões de toneladas por dia em decorrência disso, milhares de
espécies vegetais e animal estão em extinção e em desequilíbrio. Dessa maneira,
apesar de a sociedade ter um modelo de crescimento econômico intenso, não
impede o crescimento da miséria e da fome e algumas das conseqüências dessas
ações são notadas através do esgotamento do solo, contaminação da água e a
crescente violência nos centros urbanos.
Para o biólogo Mucci (2005), em decorrência da intensa extração dos
recursos naturais percebe-se que tem surgido diverso tipo de doenças, dentre as
quais podemos citar: leptospirose, cólera, doenças diarréicas, hepatite, etc. Além
disso, surgiram também problemas respiratórios que se da em decorrência da
variação constate do clima e pelas fumaças tóxicas liberadas pelas empresas e
24

queimadas incontroláveis das matas que a cada dia tem aumentado. Portanto,
muitas das vezes a própria sociedade não admite que seja reflexos de seus próprios
atos indevidos e, além disso, não se preocupa em buscar meios que visem amenizar
ou mesmo combater o referido problema. Com isso, nota-se que a tal realidade de
meio ambiente degradado começa a incomodar e interferir na forma de vida do ser
humano, pois esses fenômenos aparecem em diversos setores da sociedade sendo,
notada através da falta de água potável, energia, alimentação, moradia, etc. e
maioria das vezes a parte menos favorecida são as pessoas com baixa renda, pois
são eles que convivem diretamente com esses problemas ambientais.
Para Mucci, a forma como os recursos naturais tem sido utilizados, não
condizem com o modelo de desenvolvimento sustentável, para tanto, os Parâmetros
Curriculares Nacionais PCNs sobre meio ambiente (1997, p.38). Ӄ fundamental a
sociedade impor regras ao crescimento, a exploração e a distribuição dos recursos
de modo a garantir as condições de vida no planeta”. Diante dessa concepção cabe
ao homem refazer sua postura e dotar-se de técnicas adequadas que resultem em
um equilíbrio entre a capacidade que a natureza oferece e as necessidades de uso
pela sociedade.
De acordo com Mucci (2005), o meio ambiente de todo modo tem se tornado
uma prioridade, pois, em resposta as ações do homem têm-se atualmente uma
natureza devasta que se comparamos alguns anos atrás com a realidade que se
vive hoje, é possível perceber a diferença presente em vários aspectos da
sociedade, por exemplo, na lavoura que devido ao uso constante de agrotóxicos a
qualidade dos alimentos já não se apresenta igual devido aos solos contaminados
terem se tornados inférteis, as chuvas têm se tornadas ácidas matando assim
diversas plantas e também destroem materiais utilizados em construções e até no
clima, pois em regiões onde eram consideradas frias se apresentam mais quente.
Dessa forma, em função do aumento da temperatura a cada ano percebe-se que
têm crescido de forma significante os derretimentos das geleiras o qual tem
prejudicado a forma de vida dos seres marinhos levando assim diversas espécies a
extinção.
Para Mucci (2005), o aquecimento do planeta é resultado de várias atividades
executado pelo homem sendo que uma delas é causada pela desmatação de
grandes áreas florestais. Isso ocorre devido ao crescimento dos centros urbanos e
também de expansão de áreas de plantações. Todos esses fatores têm acelerado o
25

problema do aquecimento global e ao esgotamento de recursos da natureza. Para


Mucci (2005, p. 28):

A urbanização (criação de cidades) é sem duvida a intervenção humana que


maior impacta o meio natural. Nos ecossistemas que não sofreram
alterações pelo ser humano existe uma perfeita troca de energia entre todos
os seus componentes sejam eles vivos ou não. Já nas cidades há uma total
alteração de equilíbrio, que se inicia pela remoção da cobertura vegetal,
alterando a dinâmica das populações e organismos.

Para se construir uma cidade de acordo com o autor mencionado acima, o


homem utiliza recursos que são retirados diretamente da natureza. Em decorrência
do uso exagerado desses elementos, acaba por causar desequilíbrios que afeta as
pessoas, os alimentos e o meio em que se vive. Nas grandes capitais, a qualidade
de vida das pessoas esta comprometida devido ao fato de não se ter harmonia com
a natureza e sendo que em muitas delas é quase impossível encontrar uma árvore,
um jardim ou qualquer outro elemento natural contribuinte para o ar saudável.
Diante de tal realidade de degradação e ainda de acordo com o biólogo Mucci
(2005), toda sociedade, toda cultura, cria inventa e institui uma determinada idéia
sob o espaço natural, ou seja, usa-se do meio ambiente para erguer suas relações
sociais e suas produções. Cabe enfatizar aqui o importante papel desempenhado
pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Através da Lei 6.938, de 31
de agosto de 1981, visa fiscalizar o uso dos recursos ambientais de modo a garantir
um desenvolvimento sustentável e sua melhoria. Isso se faz necessário devido ao
homem necessitar de uma política de fiscalização de suas ações para que não
ultrapasse dos seus limites. Além disso, através da Lei poderá o mesmo refletir suas
ações e impor regras quanto ao uso e ocupação do meio ambiente.
Assim, quanto à forma de se utilizar os recursos, o CONAMA atribui critérios
para o exercício e ocupação do homem na natureza. Considerando a necessidade
de integração do homem ao meio em que vive na tomada de decisão para
instalações que correspondam ao seu consumo a Lei nº 6.9338, Brasil (1981, art. 1)
anexo II estabelece que:

[...] estabelece condições, restrições e medidas de controle ambiental que


deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para
localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades
hostilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetivas ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental.
26

As medidas de controle ambiental regulamentadas pela Lei discutida acima


visam contribuir para o processo de qualidade de vida no planeta terra. Assim, o que
se espera da sociedade é, portanto a reflexão sob as formas pelas quais tem
utilizado os recursos naturais. Tal reflexão torna-se necessário para que o homem
possa compreender seu limite quanto ao ato de exploração.
De acordo com Mucci (2005), ao considerar o fato de que a humanidade para
sobreviver necessita de certa forma construir e consumir. Cabe ressaltar aqui que o
regulamento contido na Lei citada acima, objetiva despertar a população para que
esteja atenta e policie suas ações. De modo que suas atividades estejam em
equilíbrio com a natureza.
Conforme Mucci (2005), para que haja tal equilíbrio, deverá o homem ter clara
consciência de suas ações executadas. Pois, a partir do momento que entende e
questione os seus atos poderá atribuir mais sentida a vida e assim adquirir uma
postura de respeito mútuo com os recursos naturais. Partindo de tal discussão,
percebe-se que se torna urgente novas concepções que possibilitem a sociedade
criar novos conceitos de estilos de vida. Tais conceitos referem-se à necessidade de
compreensão sobre o que consumir e para que consumir.
Outro ponto importante a ser considerado é que em concordância com a Lei
6.938/81, existe também a Lei dos Resíduos Sólidos. Enquanto o CONAMA
estabelece critérios quanto ao uso dos recursos da natureza, a Lei dos Resíduos
Sólidos destina se a disciplinar o manejo do lixo. Isso mostra que, caso não haja
uma atenção com o assunto aqui discutido, poderá comprometer a qualidade de vida
na terra. Para isso, é essencial que o homem se atente quanto à prática de
consumir, ou seja, consumir apenas o essencial para sua sobrevivência e sem
ultrapassar o limite da natureza. Agindo dessa forma, estará dando ênfase para
manutenção de um ambiente sadio.
E importante ressaltar aqui, e ainda de acordo com o biólogo Mucci (2005),
um dos grandes problemas da urbanização tem sido o problema do lixo. Isso mostra
que um dos grandes desafios enfrentados pelos governos é o gerenciamento de
grandes quantidades de resíduos sólidos.
Diante da necessidade de equilíbrio ambiental, Luís Inácio Lula da Silva
sancionou a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, através da Lei n° 12.305, de 2
de agosto de 2010. Tal Lei tem por objetivo incentivar a reciclagem do lixo e criação
27

de aterros sanitários. Tais medidas fazem-se necessário devido ser o lixo um fator
contribuinte para a degradação do meio ambiente.
Ainda de acordo com o biólogo Mucci (2005), resíduos sólidos é todo e
qualquer tipo de lixo produzido pelo homem sendo eles: lixos domiciliares,
hospitalares ou de serviço de saúde, feiras, mercados e também os particulares
(shopping e indústrias). Cabe, portanto que no interior das relações sociais esteja
embutida uma compreensão da natureza como ambiente saudável. Isso se torna
urgente para que a sociedade compreenda que a promoção de tal ambiente só se
estabelecera através da responsabilidade compartilhada entre todos os integrantes,
empresas, pessoas e governos. Diante dessa realidade a Lei nº 12.305, Brasil
(2010, art. 1, inc. § 1º) citada estabelece que:

Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de


direito público ou privado, responsáveis direta ou indiretamente, pela
geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à
gestão integrada ou o gerenciamento de resíduos sólidos.

A lei de n° 12.305/10 conforme descrita acima se destina especificamente à


fiscalização das ações realizadas pela sociedade quanto ao destino do lixo
produzido. Pois, para o controle da poluição, fazem-se necessárias medidas
preventivas que evitem danos posteriores. Essas medidas, propostas pela lei visam
controlar e reduzir os impactos causados pelos resíduos sólidos além de dar ênfase
aos bens necessários à manutenção de vida e da saúde humana.
De acordo com a lei aqui tratada, as disposições inadequadas de resíduos
sólidos podem causar crescentes contaminações de áreas provocando assim graves
riscos à população. Pois, dependendo da maneira como são depositados os lixos,
poderá acarretar em condições favoráveis para o desenvolvimento de vários insetos,
moscas, ratos, baratas, etc. Além disso, há também os problemas ambientais
causados, por exemplo, pelos produtos que levam mais tempo para decompor, como
o plástico, metal e vidro. Todas essas atividades são, portanto causadoras de
alterações inadequadas para continuidade de vida com qualidade.
Com base na lei descrita acima percebe-se que a questão dos resíduos
sólidos poderá ser adotada pela educação ambiental de modo a promover uma
reflexão a população. Tal reflexão está pautada na compreensão de que todos têm
28

diretos a cumprir quanto ao destino do lixo. Agindo assim, estará dando ênfase a
proposta da Lei 12.305/10.
Sendo assim, cabe ressaltar ainda a importância atribuída ao tratamento dos
resíduos sólidos pela engenheira civil e socióloga Günther, (2005, p.207):

O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos compreende diversas


etapas: acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final.
Todas elas possuem interfaces significativas com o meio ambiente. Assim,
seu gerenciamento adequado é importante para minimizar riscos de
poluição ambiental e impactos sanitários, que resultem em deterioração da
qualidade de vida da população local.

O trecho citado acima, a autora explica o porquê de a população se


conscientizar para participação efetiva quanto ao gerenciamento do lixo. Certas
práticas são indispensáveis para erradicar fatores prejudiciais à vida saudável.
Assim, poderá, portanto o homem contribuir de diversas formas, por exemplo,
separar o lixo, fazer a coleta seletiva e ainda adotar a prática da reciclagem. Pois,
tais ações são determinantes na qualidade de vida de todos.
29

CAPÍTULO III

OBJETIVO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Nesse capítulo, tem se o propósito de expor alguns aspectos necessários


para a formação do sujeito crítico diante da problemática do problema ambiental.
Para tanto, foi feito pesquisas as seguintes fontes: engenheiro civil Arlindo Philippi
Jr., Marcos Reigota, José Luiz Negrão Mucci, Constituição brasileira, Parâmetros
Curriculares Nacionais-PCNs e Programa Nacional de Educação Ambiental-proNEA.
De acordo com o engenheiro civil Philippi Jr. (2005), o principal objetivo da
educação ambiental é preparar os cidadãos para que possam refletir sobre a
posição a qual tem ocupado. E a partir de então poder pensar em ações
transformadoras que contribuam para a qualidade de vida. Objetiva ainda que o
homem possa formular e adquirir novos valores a fim de contribuir para a
manutenção de vida sadia.
Para melhor consolidar o conteúdo aqui discutido, cabe enfatizar, portanto a
Constituição brasileira (1988, art. 225, inciso V):

Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso


comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se a poder
público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.

Conforme exposto na Lei acima, todo ser humano tem o direito de viver em
um ambiente o qual possa se sentir seguro e tendo qualidade de vida. Porém, para
tal lei seja efetivada é necessário que cada cidadão possa ter consciência de certas
atividades realizadas, já que o direito de vida saudável passa a ser de todos, tanto
das presentes quanto das futuras gerações. Diante de tal enfoque, e com base no
artigo aqui discutido, cabe ao educador ensinar de modo a visar por parte do
educando um posicionamento mais consciente e responsável a fim de minimizar ou
até mesmo erradicar problemas ambientais, em face de sua relevância para a
qualidade de vida no planeta. Para tanto, fazem-se necessárias certas atitudes
como: reduzir o uso de veículos particulares, diminuir o uso do consumo de energia
elétrica, se atentar para o ato de consumir, etc. Essas são, portanto medidas de
grande relevância.
30

Ainda de acordo com Philippi Jr. (2005), ensinar e aprender atitudes requer
um posicionamento claro e consciente a respeito do que se ensinar para chamar a
atenção para a problemática. Assim, ao considerar o que propõe o art. 225 da
Constituição brasileira, vale ressaltar que há outros referenciais que também tem
demonstrado atenção à questão ambiental. Portanto, cabe expor aqui o que diz os
Parâmetros Curriculares Nacionais-PCNs. Tal parâmetro constitui em um referencial
teórico para a educação brasileira sua função é contribuir e auxiliar os professores
em pesquisas e recomendação para atuação em uma pratica pedagógica constituída
de pesquisas e ações enriquecedoras voltadas para o aprendizado do aluno.
Compõe-se de proposta que visa à transformação da realidade educacional de
modo a resolver problemas que afetam a qualidade de ensino. Entretanto, poderá o
educador apropriar de sua proposta para que assim possa promover ensino que
auxilie e resulte na construção de saberes necessários para vida de cada educando.
Dessa forma, os PCNs propõem uma interação entre homem e natureza a fim de
resolver problemas como: degradação e desequilíbrios.

3.1 Degradação ambiental

Os Parâmetros Curriculares Nacionais referentes ao meio ambiente (1997,


p.37) expõe que: “Degradação ambiental consiste em alterações e desequilíbrios
provocados no meio ambiente que prejudicam os seres vivos ou impedem os
processos vitais ali existentes antes dessas alterações”. Diante de tal conceito é
possível perceber que as maiores causas de degradação são causadas por diversas
atividades humanas, por exemplo, construções, desmatamento, poluição, etc. De
acordo com biólogo Mucci (2005), Tais atividades geram erosões nos solos e
contaminação de áreas. Assim, causa ao meio ambiente danos irreversíveis, além
de comprometer a qualidade de vida no planeta. Isso implica, portanto, a
necessidade de educação que foca na mudança de valores individuais e coletivos,
que devem ser expressos em ações transformadoras da sociedade através da
educação do homem. Dessa forma, para que o art. 225 da Constituição seja
cumprido poderá o professor através dos PCNs ensinar de modo a promover
conhecimentos, habilidades e essencialmente atitudes com valores éticos e de
justiça social.
31

De acordo com o especialista em política e gestão ambiental Philippi Jr.


(2005), o intuito da educação ambiental é preparar o indivíduo para atuar de forma
crítica a solucionar problemas para saber conhecer seus direitos e deveres a fim de
promover um equilíbrio entre homem e natureza. Portanto, para que tal equilíbrio
seja promovido, é necessário que todos os setores sociais possam se envolver em
programas, projetos e atividades promovidas em prol da qualidade de vida. Através
da educação ambiental o homem poderá dispor de inteligência e capacidade de
refletir sobre o meio com o objetivo de transformá-lo, por meio do trabalho e das
ações. Pois, a participação do homem como sujeito na sociedade se faz à medida
que é educado a fim de conscientizar-se e assumir sua responsabilidade de ser
humano. Por conseguinte, o homem é objeto e sujeito da educação, ou seja, essa
permitirá ao mesmo conhecer os seus direitos e deveres a serem cumpridos na
sociedade.
Ainda em consonância com Philippi Jr. (2005), a educação ambiental
possibilita por parte do homem a exerção de autonomia, possibilidade de controle
individual e coletivo, além da noção de responsabilidade e compromisso. Assim,
cabe enfatizar aqui que a educação possibilita ao homem dominar conhecimentos
necessários para atuar de forma ativa e participativa no combate à problemática do
meio ambiente. Para melhor consolidar o conteúdo, vale ressaltar os PCNs sobre
meio ambiente (1999, p.47), está definido que:

O trabalho de educação ambiental deve ser desenvolvido a fim de ajudar os


alunos a construírem uma consciência global das questões relativas ao
meio para que possam assumir posições afinadas com os valores
referentes à sua proteção e melhoria. Para isso é importante que possam
atribuir significado aquilo que aprendem sobre a questão ambiental.

Conforme mostra acima, a proposta dos PCNs sobre meio ambiente,


preocupa-se em despertar no homem uma consciência global que seria a
necessidade de estimular no educando a capacidade de perceber a problemática e a
partir de então criar soluções cabíveis. Cabe, portanto, enfatizar aqui o regulamento
proNEA (2005), assim como as propostas dos PCNs, o regulamento também se
vincula a defesa do equilíbrio entre o ser humano e o meio ambiente com vista a
construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e
progresso com qualidade de vida para todos. Para tanto, está pautado na
necessidade de o homem saber pensar e criar situações de erradicação dos
32

problemas ambientais. Para tanto, torna-se necessário que os educadores fiquem


atentos e promovam momentos que façam o educando refletir sobre a situação
ambiental do planeta. Essas são habilidades que podem auxiliar os mesmos na
formação de uma consciência ambientalmente correta no sentido de contribuir para
a qualidade do meio ambiente. Para isso, poderá fazer passeios, promover debates,
feira de ciência, entre outros.
O militante ecologista Marcos Reigota (1999), em sua obra “A Floresta e a
Escola” faz colocação que condizem com propostas cabíveis à reflexão ambiental.
Nesse sentido, declara que o principal objetivo da educação ambiental é fazer com
que o homem compreenda claramente o problema do meio ambiente. O ator
defende a idéia de que o conhecimento é o principal elemento a ser considerado na
educação ambiental. Pois, contribui para percepção da responsabilidade na
sociedade. Através dessa educação, poderá ainda conscientizar-se de que suas
ações no cotidiano influenciam na qualidade de vida no planeta. Pode-se firmar que
é de fundamental importância que a sociedade compreenda o problema e a partir de
então executem ação transformadora. Pois, a população vive em um meio
artificialmente modificado, que exerce forte influencia na saúde e no seu bem estar.
Por isso, torna-se considerável que os mesmos saibam que a qualidade de vida
muito tem a vê com a consciência, os valores e atitudes diante dos problemas
ambientais os quais se presencia na modernidade.
Dessa forma, ainda de acordo com Reigota (1999), torna-se necessário que
todos os membros da sociedade possam ter uma consciência ambiental. Sendo que
tal consciência seja por parte das empresas e também de toda população. Isso
mostra que torna se urgente que todos se posicionem de forma a garantir uma
qualidade de vida.
Levando em consideração a reflexão feita por Reigota (1999), acima cabe
enfatizar o que propõe o Programa Nacional de Meio Ambiente-proNEA (2005). O
regulamento visa contribuir para o alcance de uma cultura de respeito à natureza, ou
seja, o objetivo principal seria promover um trabalho voltado à proteção,
recuperação e melhoria ambiental. Dessa maneira, acredita ser através da educação
que se pode alcançar esse equilíbrio almejado.
A criação do Programa Nacional de Educação ambiental através do legislador
defende a proposta de se institucionalizar nas escolas uma gestão da política
nacional de educação ambiental. Para tanto, defende a importância de a educação
33

ambiental compor todos os níveis de ensino, ou seja, da educação básica ao ensino


superior. Propõe a capacitação de pessoas para a participação ativa do meio
ambiente. Então, deverá o educador através dessa proposta pensar em formas
pertinentes que possa permitir ao aluno desenvolver uma visão crítica sobre o meio
ambiente e a partir de então aprender práticas de ações voltadas para a qualidade
de vida. É importante também mostrar para o educando quais as conseqüências
pode-se ter caso não mude seus hábitos e costumes. Como por exemplo, o
derretimento das geleiras, extinção de animais e plantas, falta de água potável, etc.
Todos esses problemas têm causado preocupação no mundo contemporâneo.
Então, cabe ao educador ficar atento na sua prática pedagógica, ou seja, abordar a
temática com seus alunos.
Conforme Reigota (1999), diante dos desafios os quais a sociedade enfrenta,
como, por exemplo, falta de alimentação, moradia e saneamento básico, cabem aos
profissionais da educação promover momentos que possam fazer o aluno refletir
acerca de certas atividades. É importante que tal reflexão possa contribuir para a
promoção da cidadania através do envolvimento, do conhecimento e da integração
com a sociedade. Para tanto, o educador poderá basear-se em metodologias que
possa favorecer ao aluno no sentido de promover ações que possa permitir rumos
para uma nova realidade sustentável. Há vários métodos que podem ser usados
pelo educador para transmitir a educação ambiental. Sendo que o mais adequado é
que cada professor estabeleça o seu e que este corresponda às necessidades e a
realidade de cada educando.
De acordo com regulamento proNEA (2005), para a promoção da educação
ambiental é necessário considerar alguns itens como: capacitação de gestores e
educadores, desenvolvimentos de ações educativas, desenvolvimento de
instrumentos e metodologias. Propõem que a educação ambiental vise o exercício
da cidadania de modo a capacitar educadores para exercer a função de mediar
conhecimento com o educando, ou seja, promover interação que esteja pautada na
busca de qualidade de vida. Nesse contexto, o educador devera partir das condições
básicas, ou seja, promover momentos reflexivos acerca das características da
sociedade local, regional, nacional e planetária. Pois, ao levar em consideração a
realidade em que se vive o aluno, poderá encontrar melhor possibilidade de atuação
educativa que resultará em respostas e alternativas aos complexos problemas
ambientais. Dessa forma, cabe ao educador promover momentos que possa fazer o
34

aluno refletir acerca dos problemas ambientais de modo a sensibilizá-los e torná-los


sensíveis aos mesmos. Contudo, é importante que o aluno possa estar ciente que a
problemática ambiental pode afetar a todos, ou seja, o desmatamento de florestas, a
poluição das águas, as armas nucleares, o desaparecimento de espécies, etc. são,
portanto, questões contribuintes para a má qualidade de vida.
Dessa forma, ainda de acordo com proNEA, torna-se necessário que a
educação ambiental possa abranger toda sociedade, sendo na escola, na zona rural
e a todos que compõe a comunidade. Pois, é necessário que toda a comunidade
receba orientações para que assim possam ter melhor compreensão do problema
ambiental e a partir de então pensar formas de solucioná-los. Pois, ao considerar o
fato do homem ser o principal responsável pelas alterações ambientais, cabe a esse
promover ações que resulte em melhoria e através dessa possa adquirir novas
experiências que resultarão na ampliação da consciência sobre as questões
relativas ao meio ambiente e então adote atitudes e valores voltados à proteção do
mesmo.
Conforme o regulamento citado acima, o trabalho com meio ambiente requer
devida atenção e participação de todos já que toda população sofre com os
problemas provenientes do desequilíbrio ambiental. O problema maior do
desequilibro é que acabar interferindo nas mais diversas formas de vida e de
recursos naturais do planeta terra. E para continuidade de vida com qualidade,
torna-se necessário considerar todos os elementos naturais existentes como:
plantas, animais, água, ar limpo, etc. Pois, todas as espécies contribuem para
sustentação da vida na terra.
Dessa maneira, de acordo com o regulamento proNEA (2005), as ações
humanas tem sido um fator determinante para a qualidade de vida. E o como se
pode notar o homem provocam queimadas, desmata, altera de diversas formas o
meio em que se vive. Atividades como essas têm contribuído para a poluição
mundial, pois, é através dessas ações que o mesmo destrói leito de rios e
mananciais. Assim, em decorrência do mencionado, percebe-se que em vários
lugares do mundo há escassez de água, ou seja, a população muitas das vezes se
depara com o problema até de doenças por não ter o hábito de consumir água
potável. O ar também tem alterado devido à temperatura elevada da terra, por isso
há problemas respiratórios, alergias, entre outros que são causados por calor
intenso. Então nota-se que conceitos e práticas devem ser revistos pela população.
35

O qual todos possam estar cientes que a qualidade de vida depende do


comportamento de cada um que compõe o planeta terra.
36

CAPÍTULO IV

EDUCAÇAÕ AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR

O texto que se segue, tem como objetivo de forma reflexiva tratar da


educação ambiental no seu aspecto pedagógico dentro do âmbito escolar. O mesmo
está fundamentado na obra da assistente social Pelicioni, psicóloga Magozo e
ambientalista Reigota.
Conforme mostra Magozo (2005, p. 421) “A educação ambiental abarca
múltiplas dimensões em sua concepção teórica, prática e no diálogo constante entre
teoria e prática”. Isso mostra que a educação ambiental abre espaços para novas
concepções. Além disso, transforma e permite ao educando refletir de forma crítica
de modo a criar situações necessárias para qualidade de vida. Cabe discutir aqui
que a ação educativa deve pautar-se no diálogo mútuo, na compreensão,
compartilhamento de idéias e pensamentos. Tais itens permitem que através da
prática pedagógica possa haver interação entre educando e educador. Pois, a partir
do momento que há esse engajamento, a aprendizagem passa a ter mais sentido.
Além de propiciar condições necessárias para construção de novos conceitos.
Ainda em concordância com autora mencionada anteriormente, são grandes
os desafios a enfrentar quando se procura direcionar as ações para a melhoria da
qualidade de vida no mundo. Um deles é relativo à mudança de atitudes na
interação com o patrimônio básico para a vida humana. Nesse sentido, é necessário
que o educador a partir de tal realidade se aproprie de seus saberes, com o sentido
de promover ações transformadoras e construtoras de conhecimentos. Essa prática
objetiva por parte do educando o entendimento de que é preciso mudar suas
relações com o meio ambiente que o cerca. No entanto o que se percebe é que nem
sempre as escolas brasileiras dão ênfase à problemática do meio ambiente.
De acordo com Pelicioni (2005), o grande desafio da escola é promover
momentos que podem propiciar ao educando uma clara concepção da compreensão
da realidade. Pois, nem sempre o educando consegue se interessar por assuntos
relacionados à problemática. Quando determinada instituição escolar consegue
promover com seus alunos momentos interativos estará criando condições
relevantes para transformação e melhoria de vida, além de chamar a atenção dos
37

mesmos para participação. Diante de tal concepção Pelicioni (2005, p. 831) ressalta
que:

A escola é um espaço de ensino-aprendizagem, convivência e crescimento


importante, no qual se adquire valores vitais fundamentais. É o lugar ideal
para desenvolver programas de promoção e educação ambiental, de amplo
alcance e repercussão, já que exerce uma grande influência sobre as
crianças e adolescentes nas etapas formativas mais importantes de sua
vida.

A autora mencionada acima expõe de forma clara e objetiva o papel da escola


para com o processo ensino-aprendizagem. Isso mostra que sendo a escola a
principal mediadora de conhecimento, cabe a ela promover e divulgar alternativas
que possam resultar na qualidade de vida. Pois, a partir do momento que a mesma
usa-se do seu potencial e promove discussões pautadas na formação de valores,
estará favorecendo maiores condições de vida saudável. Além disso, cria condições
que podem melhorar a interação homem e natureza. Pois, para promoção de um
mundo sustentável, essa relação do homem com o meio deve ser norteada por
valores que motivam progressivamente as potencialidades dos cidadãos.
Ainda de acordo com Pelicioni (2005), para promoção de um ambiente
saudável, faz-se necessário que a escola através de intervenções pedagógicas
possa discutir com o educando a questão do seu papel na sociedade. No entanto,
para que tal aprendizagem seja fluente deve haver a participação de todos, alunos,
família e comunidade escolar. Mas, para discussão e defensão de um ambiente
saudável devem-se rever algumas ações. Tais ações se referem a que: na escola
têm coleta de lixo, água potável, ambiente seguro, etc. Isso se torna necessário,
pois, pode permitir ao educando aprender não só na teoria, sendo necessária
também à prática.
Outro ponto importante a ser considerado e ainda de acordo com Pelicioni
(2005), é que a escola exerce forte influência ao educando. Na fase escolar, a
criança adota certos hábitos para o resto da vida. Isso mostra a importância de
elaboração de novos planos de ensino que no seu âmbito englobe questões
relativas à qualidade de vida. Nesse sentido, agindo dessa forma, a escola estará
dando condições para o desenvolvimento de idéias que possam contribuir para
construção de um mundo melhor. Isso porque é na escola que o educando descobre
habilidades e aprende a importância de certos valores como: respeitar o próximo,
38

boas maneiras, entre outros. Dessa forma, cabe ao educador ensinar de modo a
contribuir para a formação de princípios voltados a conservação do patrimônio
ambiental. Diante de tal enfoque cabe mencionar aqui o que enfatiza Reigota (1999,
p. 123):

O desafio do processo pedagógico é fazer com que as várias leituras e


interpretações de um problema ambiental possibilite a instauração de uma
troca dialógica, com o objetivo de se chegar a um consenso mínimo sobre
tal problema. Consenso esse que permite as pessoas se aglutinarem em
buscas de alternativas e possibilidades de soluções do problema.

Tal definição leva a refletir sobre a importância de o educador através do


processo pedagógico promover discussão que leve a compreensão do problema por
parte do educando. Para tanto, torna-se necessário que tal compreensão esteja
acompanhada de alternativas que vise na melhoria do meio. E para isso, o
educando precisa ter clara consciência de que o objetivo de promoção de vida
saudável depende de sua participação. Essa participação deve estar pautada na
compreensão de que certas ações realizadas podem causar danos ao meio
ambiente e também a saúde humana. Diante de tal concepção, cabe enfatizar a
importância de o educador estimular a participação de todos, ou seja, poderá
promover debates que visem orientar sobre como e porque cuidar do ambiente. Para
isso, podem-se usar exemplos como: jogar lixo no lugar correto, não deixar água
parada, apagar a luz quando sair, não deixar a torneira aberta, etc. Todos esses
itens são atividades determinantes de um ambiente sustentável.
De acordo com Pelicioni (2005), é importante ainda que o educador promova
passeios ambientais. Sendo que os passeios possam englobar ambientes saudáveis
e também degradados. Tais passeios podem permitir que o educando compare e
reflita sobre o ambiente. Poderá, portanto recorrer às construções de edifícios e
também os córregos e rios poluídos. E alternativas que vise comparações com este
seria visitas a parques e reservas ecológicas com animais e plantas diversas. Esses
são, portanto momentos que podem resultar em possibilidades para o aluno
comparar e refletir sobre as ações que tem adotado. Além disso, agindo assim o
educador estará abrindo espaço para que o educando vivencie de modo diferente a
problemática, além de aprofundar em debates democráticos de diferentes idéias em
busca de consenso. Assim para Pelicioni (2005, p. 835):
39

A função da escola na sociedade contemporânea, além do desenvolvimento


pessoal dos alunos, é prepará-los para a vida em comum, ou seja, para a
sua socialização e trabalho tornando-os aptos a compreender a dinâmica da
sociedade e conseguir desenvolver mecanismos efetivos de participação.

Segundo a autora citada acima, a função da escola é preparar o aluno para


atuação na vida em sociedade, ou seja, é instigar ao educando o desejo de
aquisição de novas habilidades. E o que se discute aqui é que a escola deve
preocupar-se com o fato de que homem está educando para as próximas gerações
e quais são os valores que os mesmos têm apreendido. Essas reflexões permitem
compreender que para um futuro de vida melhor é necessário educar o homem hoje
e não preocupar apenas com preservar a natureza. É claro que uma coisa está
ligada à outra, mas é fundamental que o homem possa perceber que gestos como
consumir e poluir atrapalha a qualidade de vida.
Ainda em concordância com Pelicioni (2005), é necessário também
considerar o fato da capacitação de professores. Isso mostra que, para a promoção
da educação ambiental com qualidade, o educador deverá estar capacitado de
modo a transpor de forma clara para o educando os problemas ambientais bem
como suas causas. Pois, para discussões fundamentadas o mesmo deverá estar
munido de informações e propostas relevantes as quais poderão auxiliar na
erradicação de certos problemas ambientais. O professor como sendo um mestre do
saber, poderá ainda discutir com os alunos pequenas ações que possam ajudar a
erradicar problemas, por exemplo, correto manejo de lixo, reflorestamento, entre
outros. Isso ajuda o educando aprender ações corretas frente à problemática.
Nesse sentido, em consonância com a autora aqui discutida, cabe enfatizar
que a partir do momento que a escola abre espaço para discutir e debater assuntos
relacionados à educação ambiental estará condicionando trocas de novas
experiências. Isso mostra que, através de tais vivências entre diferentes grupos e
cultura que o educando poderá achar novos rumos e refletir sobre a cultura, as
crenças e reconhecimentos em que se baseiam os comportamentos. Porque, o que
se discute aqui, é que a educação ambiental deve ser transformadora, instigadora
no sentido de permitir o homem pensar e promover ações condizentes com uma
sociedade sustentável.
Para discutir a visão da autora, sobre a escola promotora da saúde ambiental,
é necessário enfatizar também a atuação do educador para a promoção de um
40

ambiente saudável. Tal atuação se diz respeito ao fato do cuidado que deve se ter
na hora de selecionar conteúdos. Pois, faz-se necessário que os conteúdos devem
estar focados e relacionados na problemática local, regional e também global. É
nesse sentido que a educação ambiental constitui em importantes ferramentas para
mudanças de conceitos. Além disso, podem estimular reflexão aos educandos para
que compreendam o seu papel na sociedade como cidadãos. Isso mostra a
importância da participação de todos. Desse modo Pelicioni (2005, p. 832) enfatiza
que:

As técnicas preferidas para atingir os objetivos da escola saudável, são as


participativas e envolvem as discussões em grupos, o estudo de caso e
projetos de trabalho comunitário, entre outros, que vão além do âmbito da
sala de aula e que implicam necessariamente a integração da escola com
os serviços do meio ambiente.

Isso mostra que para se alcançar o objetivo da sustentabilidade, a informação


sobre a temática deve ultrapassar os limites da escola. Pois, é através da
participação, discussão e envolvimento de toda sociedade que poderá reverter
certas situações as quais tem causado a má qualidade de vida. Nesse sentido,
percebe-se que é de fundamental importância que os educadores através da
educação ambiental enfatizem com a comunidade momentos reflexivos. Tais
momentos devem estimular o debate da problemática aqui discutida a fim de
proporcionar obtenção de conceitos contribuintes para uma vida com qualidade.
Para tanto, poderá ainda o educador incentivá-los de modo a se sentir estimulados a
executar ações concretas e que condizem com um meio ambiente sustentável.
Dessa forma, o homem poderá perceber e se conscientizar que são suas ações que
determina a qualidade de vida humana.
Para Pelicioni (2005), a proposta de educação participativa permite desvendar
elementos necessários para atuação e integração com os elementos da natureza. A
partir de tal concepção é possível perceber que quando o educando participa de
forma ativa na busca de melhoria de qualidade de vida, absorve melhor o conteúdo.
Tudo isso mostra que o educador deve sempre ser criativo quanto ao
desenvolvimento de metodologia. É necessário que tais metodologias possam
pautar-se no exercício da prática. Pois, certas ações permitem ao educando
visualizar possibilidades de resolução de problemas.
41

Ainda de acordo com Pelicioni(2005), percebe-se que para promoção da


educação ambiental, é preciso haver um equilíbrio entre teoria e prática, ou seja, as
escolas devem adotar modelos de ensino que enfatize o pensar e o fazer. Isso
implica a necessidade de reavaliar certas estratégias de ensino. Pois, para que o
ensino resulte em aprendizagens significativas deve haver integração entre teoria e
prática. Diante de tal concepção, pode-se entender que certas atividades
curriculares só têm sentido se englobar explicações que corresponda à necessidade
do educando quanto à aquisição de conceitos necessários para a promoção da
sustentabilidade. Dessa forma, torna-se relevante que o educador mostre os
problemas e as causas de degradação, a fim de permitir o educando pensar formas
pertinentes de soluções cabíveis.
O currículo de ensino conforme Pelicioni (2005), deve incluir a problemática
do meio ambiente no seu contexto amplo. Por exemplo, ao enfatizar com o
educando problemas relacionados ao lixo, é importante fazê-los refletir de modo a
promover a conscientização para o consumismo desnecessário. Além disso, poderá
o educador discutir com os mesmos a importância da coleta seletiva do lixo, bem
como não jogar nas ruas e nos rios. E por fim, poderá também promover debates
que mostre as conseqüências agravantes causadoras pela ação humana. Agindo de
tal forma, criará condições que podem capacitar o homem para promover uma vida
com qualidade.
É importante enfatizar aqui o que diz Reigota (1999, p.108):

Em contrapartida, parece-me extremamente importante que as questões


ambientais passem a fazer parte do cotidiano e do processo de formação
das classes operária e popular, não apenas para preservar a natureza, mas
sim para que todos se conscientizem da importância do meio ambiente
saudável na sua particularidade e amplitude, considerando que todo
cidadão tem o direito de viver e trabalhar em condições ambientalmente
dignas. E que esse direito é uma questão política de interesse coletivo e
universalmente reconhecido.

O ambientalista Reigota expressa acima de forma clara que o respeito pelos


recursos da natureza deve estar incluso no contexto de vida populacional. Para
responder a essa expectativa, o educador poderá promover a educação ambiental
de modo a permitir o educando adquirir conceitos e posturas necessários à
preservação do meio ambiente. Para isso, poderá apoiar-se em metodologias que
aborde as complexas relações do homem com a natureza, ou seja, fazer com que os
42

mesmos percebam e reflita sobre como está sendo tal relação e como poderá se
posicionar diante da problemática.
De acordo com Reigota (1999), cabe salientar que para o alcance do objetivo
de meio ambiente saudável, toda sociedade deve ter clara consciência de suas
ações executadas. Nesse sentido, as escolas promotoras de educação ambiental
devem frisar na possibilidade de educar pessoas capacitadas para agir e
desenvolver ações transformadoras. Para tanto, torna-se importante que as
atividades realizadas pelo homem estejam fundamentadas e direcionadas a
qualidade de vida.
Nesse contexto, no que se refere à prática, vale retomar aqui o pensamento
de Pelicioni (2005). Como sendo através da educação ambiental que o homem pode
aprimoras suas ações, cabe a escola através de tal concepção elaborar estratégias
de ensino que resultem na reflexão crítica por parte do educando. Tal reflexão deve
pautar-se no desenvolvimento sustentável, o qual todos possam participar. Para
isso, poderá o mesmo partir da realidade local de cada educando. Pois, várias são
as formas de ensinar que podem propiciar ao aluno bases concretas para a melhoria
do meio ambiente.
E para Pelicioni (2005), várias são as estratégias de ensino que podem ser
incluídas no plano de aula. Para tanto, poderá o educador promover debates que
instiguem no educando a reflexão e participação ativa para vida com qualidade.
Esses são, portanto, meios necessários que podem contribuir para a formação de
valores de cada um. Dessa forma, poderá ainda o educador a partir da prática
pedagógica promover discussão que permita ao aluno relatar sobre sua região,
característica do meio em que vive etc. Para tanto, se possível poderá mostra fotos
comparativas, ou seja, figuras que permitem visualizar fatos como: o que tem
mudado, e qual é a contribuição que tal situação apresenta ao meio ambiente.
Todas essas são, portanto momentos estimulantes que poderá condicionar ao
educando expor seus modos de vida e processo de apropriação dos recursos
naturais. Pois, momentos como esses podem contribuir e possibilitar por parte do
aluno a construção de um novo olhar, de pensar, e agir na construção de vida com
qualidade. Vida que possa favorecer o equilíbrio entre homem e natureza.
43

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho com o meio ambiente requer a participação de todos que fazem


parte da sociedade. Nessa tarefa, cabe a cada homem cuidar de sua comunidade
local e as autoridades governamentais pensarem formas pertinentes de
desenvolvimento sem, portanto degradar o meio ambiente.
O essencial seria ainda o desenvolvimento de programas educativos que
possa levar informações as escolas, sociedade urbana e rural. Pois, através do
conhecimento as pessoas podem adquirir conceitos que condizem com um meio
ambiente sustentável.
Foi verificado nesse trabalho que, para que as Leis e regulamentos brasileiros
sejam efetivados e cumpridos, é necessário investimento. Sendo que tal
investimento se refere à capacitação de profissionais para atuar na área e também o
fortalecimento do sistema de ensino. Dessa forma, é necessário que as pessoas se
sintam motivadas e interessadas a participar de atividades voltadas para erradicação
de problemas ambientais.
Dessa forma, poderá as escolas através da educação ambiental ensinar com
finalidade de preparar cidadãos desde a educação infantil para aprender uma
postura de respeito à natureza. Pois, quando o homem desde cedo tem
conhecimento das questões ambientais, a possibilidade de obter respeito será
maior.
Por fim, percebe-se que o essencial seria também que os gestores escolares
assumissem o compromisso de transformar a escola em um exemplo de
sustentabilidade. Para isso, poderá aborda o uso responsável de recursos, no
consumo de energia, na manutenção dos equipamentos, na utilização dos materiais
com qualidade de vida e do ambiente na escola. Dessa forma, é necessário que o
homem possa perceber-se no mundo e possa lidar com as questões ambientais a
ponto de querer transformar o seu próprio modo de viver seu modo de interagir com
os recursos existentes.
Dessa forma, pode-se dizer que para que seja realmente efetivada a proposta
de vida sadia, deverá cada um fazer sua parte. Para tanto, poderá ao homem
repensar suas ações que tem adotado e refletir sobre práticas que correspondam à
qualidade de vida.
44

REFERÊNCIAS

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