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Superior Tribunal de Justiça

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.531.731 - SP (2011/0293725-7)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


AGRAVANTE : BANCO SANTOS S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : VÂNIO CESAR PICKLER AGUIAR - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : PAULO GUILHERME DE MENDONÇA LOPES E OUTRO(S) -
SP098709
AGRAVADO : PMG TRADING PARTICIPAÇÕES EIRELI
ADVOGADOS : VICENTE COELHO ARAÚJO E OUTRO(S) - DF013134
DIÓGENES MENDES GONÇALVES NETO E OUTRO(S) - SP139120
EMENTA
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA DE JUROS. ADIANTAMENTO
DE CONTRATO DE CÂMBIO - ACC. VENCIMENTO. PAGAMENTO
POSTERIOR. ATO DE RECONHECIMENTO DO DÉBITO.
PRESCRIÇÃO INTERROMPIDA. ART. 202, VI, DO CÓDIGO CIVIL.
PAGAMENTO POSTERIOR. NOVA INTERRUPÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA.
DECISÃO MANTIDA.
1. O pagamento parcial do débito, quando já iniciado o prazo prescricional,
configura ato interruptivo da prescrição, nos termos do art. 202, VI, do
Código Civil.
2. Uma vez interrompida a prescrição, novo pagamento, total ou parcial,
não enseja mais o efeito jurídico interruptivo, pois esse só pode ocorrer
uma vez, nos termos do caput do art. 202 do Código Civil.
3. A pretensão de cobrança autônoma dos juros prescreve em 3 anos,
nos termos do art. 206, § 3º, III, do Código Civil. Precedentes.
4. No caso, vencendo a obrigação em 18/ABR/2005, nessa data iniciou-se
o prazo trienal para cobrança dos juros, interrompendo-se a prescrição
com o pagamento parcial ocorrido em 13/JUL/2005. Efetuado novo
pagamento parcial em 15/FEV/2008, não houve o efeito interruptivo,
estando prescrita a pretensão, pois a causa foi judicializada somente em
9/DEZ/2008.
5. Agravo interno desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Quarta Turma do


Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas,
por unanimidade, negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente), Marco
Buzzi e Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª Região) votaram com o
Sr. Ministro Relator.

Documento: 1702231 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/05/2018 Página 1 de 4
Superior Tribunal de Justiça
Brasília (DF), 19 de abril de 2018(Data do Julgamento)

MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


Relator

Documento: 1702231 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/05/2018 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.531.731 - SP (2011/0293725-7)

AGRAVANTE : BANCO SANTOS S/A - MASSA FALIDA


REPR. POR : VÂNIO CESAR PICKLER AGUIAR - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : PAULO GUILHERME DE MENDONÇA LOPES E OUTRO(S) -
SP098709
AGRAVADO : PMG TRADING PARTICIPAÇÕES EIRELI
ADVOGADOS : VICENTE COELHO ARAÚJO E OUTRO(S) - DF013134
DIÓGENES MENDES GONÇALVES NETO E OUTRO(S) - SP139120

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO:


1. Cuida-se de agravo interno interposto por BANCO SANTOS S/A - MASSA
FALIDA contra decisão deste relator, que deu provimento ao recurso especial interposto pela
parte ora agravada, ante a prescrição integral da pretensão.

Inconformada, a agravante sustenta não ter ocorrido a prescrição, por se tratar


de cobrança de acessórios (juros), cujo prazo prescricional segue o principal, sendo, na
espécie de 5 anos, nos termos do art. 206, § 5º, I, do Código Civil.
Impugnação apresentada - fls. 1.376-1.385.
É o sucinto relatório.

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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.531.731 - SP (2011/0293725-7)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


AGRAVANTE : BANCO SANTOS S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : VÂNIO CESAR PICKLER AGUIAR - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : PAULO GUILHERME DE MENDONÇA LOPES E OUTRO(S) -
SP098709
AGRAVADO : PMG TRADING PARTICIPAÇÕES EIRELI
ADVOGADOS : VICENTE COELHO ARAÚJO E OUTRO(S) - DF013134
DIÓGENES MENDES GONÇALVES NETO E OUTRO(S) - SP139120
EMENTA
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA DE JUROS. ADIANTAMENTO
DE CONTRATO DE CÂMBIO - ACC. VENCIMENTO. PAGAMENTO
POSTERIOR. ATO DE RECONHECIMENTO DO DÉBITO.
PRESCRIÇÃO INTERROMPIDA. ART. 202, VI, DO CÓDIGO CIVIL.
PAGAMENTO POSTERIOR. NOVA INTERRUPÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA.
DECISÃO MANTIDA.
1. O pagamento parcial do débito, quando já iniciado o prazo prescricional,
configura ato interruptivo da prescrição, nos termos do art. 202, VI, do
Código Civil.
2. Uma vez interrompida a prescrição, novo pagamento, total ou parcial,
não enseja mais o efeito jurídico interruptivo, pois esse só pode ocorrer
uma vez, nos termos do caput do art. 202 do Código Civil.
3. A pretensão de cobrança autônoma dos juros prescreve em 3 anos,
nos termos do art. 206, § 3º, III, do Código Civil. Precedentes.
4. No caso, vencendo a obrigação em 18/ABR/2005, nessa data iniciou-se
o prazo trienal para cobrança dos juros, interrompendo-se a prescrição
com o pagamento parcial ocorrido em 13/JUL/2005. Efetuado novo
pagamento parcial em 15/FEV/2008, não houve o efeito interruptivo,
estando prescrita a pretensão, pois a causa foi judicializada somente em
9/DEZ/2008.
5. Agravo interno desprovido.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):


2. Quanto ao art. 202 do Código Civil, é indene de dúvidas que a interrupção,
por expressa determinação legal, somente poderá ocorrer uma vez, nas seis hipóteses
previstas nesse próprio dispositivo legal.
Entre essas hipóteses, tem-se o inciso VI, que prevê a interrupção "por
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qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo
devedor".
3. Acerca do que seria o "ato inequívoco", apto a gerar o efeito interruptivo,
esclarece Caio Mário da Silva Pereira (Instituições de Direito Civil, Vol I, 22ª ed., Editora
Forense, Rio de Janeiro, 2007, p. 701)
Esta modalidade interruptiva da prescrição abarca todo escrito do devedor,
seja uma carta, um pedido de tolerância ou favor, seja o pagamento
parcial da obrigação, ou de juros etc. Mas é preciso que se positive bem a
existência do ato do devedor, o qual não se pode presumir.

No mesmo sentido, confira-se a lição de Carlos Roberto Gonçalves (Direito


Civil brasileiro, Vol. I, 4ª. ed., São Paulo, Saraiva, 2007, p. 484):
Esta é a única hipótese em que a interrupção da prescrição ocorre sem a
manifestação volitiva do credor. Incluem-se, nesses atos de reconhecimento
da dívida, por exemplo, pagamentos parciais, pedidos de prorrogação do
prazo ou de parcelamento, pagamento de juros etc.

Também trazendo reflexão sobre o tema, aduz Flávio Tartuce (Direito Civil,
Vol. 1, 3ª ed., São Paulo, Editora Método, 2007, p. 425):
Diante desse comando legal, qualquer conduta do devedor que importe em
reconhecimento total ou parcial da existência da dívida gera a interrupção
da prescrição. Como exemplo de atos que têm esse condão, podemos citar
o pagamento de juros ou de cláusula penal, o envio de correspondência
reconhecendo a dívida, o seu pagamento parcial ou total, entre outros.
Essas condutas podem ocorrer no plano judicial ou extrajudicial, segundo
consta do próprio dispositivo.

4. Como se vê das citações doutrinárias, o pagamento parcial da dívida


constitui ato interruptivo do prazo prescricional, a teor do disposto no art. 202, VI, do Código
Civil.
5. Também no âmbito jurisprudencial, já assentou o STJ o entendimento de que
o pagamento parcial é causa interruptiva da prescrição, circunstância comum de ocorrer, por
exemplo, quando se trata de seguro obrigatório por acidente de trânsito. Confira-se:
AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SEGURO.
PRESCRIÇÃO. PRAZO INICIAL. PAGAMENTO. MARCO INTERRUPTIVO.
1. Alegação genérica de nulidade de julgamentos de aclaratórios, pois a
parte recorrente apenas argumentou que as questões postas nos
aclaratórios interpostos na origem não foram respondidas, sem indicar
o dispositivo violado e sem pontuar, de forma específica, quais seriam e
qual a sua relevância para solução da controvérsia.
Incidência da Súmula 284/STF.
2. O marco interruptivo da prescrição para pedido de
complementação de pagamento de indenização securitária dá-se
com o pagamento parcial da indenização securitária no âmbito
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administrativo, por importar inequívoco reconhecimento do direito.
3. Inviabilidade de ser alterado o marco interruptivo de prescrição
configurado nestes autos adotado pelo tribunal de origem, por
demandar incursão na seara fático-probatória. Incidência da súmula 7/STJ.
4. Agravo interno não provido.
(AgInt no AgInt no AREsp 864.307/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 22/11/2016, DJe 01/12/2016)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEGURO


FACULTATIVO. AÇÃO DE COBRANÇA. INVALIDEZ PERMANENTE.
PRESCRIÇÃO ANUAL. TERMO INICIAL. PAGAMENTO PARCIAL DA
INDENIZAÇÃO. CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇÃO. ACÓRDÃO
RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE
SUPERIOR. SÚMULA 83/STJ.
1. Nos termos do art. 202, VI, do Código Civil, é causa interruptiva da
prescrição "qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que
importe reconhecimento do direito pelo devedor". No caso dos
autos, esse ato se deu com o pagamento parcial da indenização
securitária.
2. Inviável o recurso especial se o acórdão recorrido se alinha com o
posicionamento sedimentado na jurisprudência do STJ, a teor do que
dispõe a Súmula 83 desta Corte Superior.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no Ag 1390443/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA
TURMA, julgado em 05/03/2015, DJe 17/03/2015)

6. No presente caso, o Tribunal de origem consignou expressamente as datas


dos eventos, o que permite seja aplicado o direito à espécie, por não se tratar de análise
fática, afastando-se a Súmula nº 7/STJ, nos termos do art. 257 do RISTJ e da Súmula nº
456/STF.
Confira-se o que consta no acórdão recorrido:
A segunda premissa é de que, a interrupção, nos termos do art. 202, inciso
VI, do mesmo código, ocorre somente uma vez, podendo se dar: 'por
qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor'.
Examinando-se os autos, constata-se que, sem discussão nesse ponto, a
presente ação trata de cobrança de juros e demais encargos relativos ao
ACC firmado entre as partes litigantes, ação esta que foi ajuizada em
09/12/2008, para o que se deva considerar que o vencimento do
contrato se deu em 18/04/05, sendo que, o principal foi pago em
duas oportunidades, quais sejam, 13/07/2005 e 15/02/2008.
Assim, estabelecidas as duas premissas expostas, temos que, em relação
ao montante adimplido em 13/07/2005, evidente a presença da prescrição
da pretensão neste ponto deduzida, uma vez que pago o principal, restaram
tão somente juros e encargos em aberto, sendo que o ajuizamento da
presente cobrança se deu apenas em 09/12/2008, em lapso superior a três
anos do vencimento, contrariando assim o disposto no artigo 206, § 3º, inc.
II, do Código Civil, como já destacado. - fls. 1.140.

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Conforme se vê, entendeu o Tribunal de origem por cindir os efeitos jurídicos
dos adimplementos, considerando, como termo inicial relativamente à cobrança dos juros, a
respectiva data de cada pagamento, em 13/JUL/2005 e em 15/FEV/2008.
7. Entretanto, essa conclusão deve ser afastada, pois o vencimento da
obrigação ocorreu, como visto, em 18/ABR/2005, tendo, nessa data, iniciado-se o prazo
prescricional, à luz da teoria da actio nata, adotada no ordenamento jurídico brasileiro, cujo
prazo, no presente caso, é de 3 anos, conforme art. 206, § 3º, III, do Código Civil, por se tratar
de cobrança de juros.
Ressalte-se que o prazo prescricional ao caso efetivamente é de 3 anos, e não
de 5, como alegado pelo agravante, por se tratar de cobrança autônoma de juros, nos termos
da jurisprudência desta Corte:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO BANCÁRIO. RECIBO DE DEPÓSITO
BANCÁRIO (RDB). ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FECHADA. AQUISIÇÃO COMPULSÓRIA. JANEIRO/1989. PLANO VERÃO.
CORREÇÃO MONETÁRIA. DIFERENÇAS. EXPURGO INFLACIONÁRIO.
JUROS REMUNERATÓRIOS. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. RESGATE.
TERMO FINAL.
1. Ação envolvendo a apuração de eventuais diferenças de correção
monetária de numerário compulsoriamente investido por entidade de
previdência complementar fechada na aquisição de Recibos de Depósitos
Bancários (RDBs) em virtude da implantação do Plano Verão.
2. O disposto no art. 178, § 10, III, do Código Civil de 1916 diz respeito à
prescrição de juros e outras verbas acessórias cobradas autonomamente, e
não conjuntamente com o principal e sobre ele incidentes.
3. A prescrição do direito ao recebimento de juros remuneratórios sobre
eventuais diferenças de correção monetária no resgate de RDBs, por não
constituir verba acessória cobrada autonomamente, segue o mesmo prazo
da pretensão principal. Prazo prescricional vintenário aplicável às ações
pessoais (art. 177 do CC/1916), tendo em vista que, na data da entrada em
vigor do Código Civil de 2002, já havia transcorrido mais da metade do
tempo estabelecido no Código Civil revogado.
4. A exemplo do que ocorre nas demandas envolvendo as cadernetas de
poupança, os juros remuneratórios somente incidem até o saque/resgate do
capital investido.
5. Nos depósitos a prazo fixo, impõe-se às instituições financeiras
captadoras a obrigação de pagar a remuneração prevista ao investidor ao
final do prazo contratado, de modo que, no dia do vencimento, o numerário
correspondente, devidamente corrigido até o dia anterior, já fica disponível
para resgate, não havendo como se exigir a recomposição monetária desse
dia específico.
6. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp 1166564/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 31/08/2017)

DIREITO ECONÔMICO. DIREITO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO DE INSTRUMENTO. CADERNETAS DE POUPANÇA. EXPURGOS
INFLACIONÁRIOS. SUSPENSÃO. DESCABIMENTO. CONTROVÉRSIA DO
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ESPECIAL DIVERSA DA REPERCUSSÃO GERAL. CORREÇÃO
MONETÁRIA. REPOSIÇÃO DO PODER AQUISITIVO DO CAPITAL.
PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. MULTA. CABIMENTO. ART. 557, § 2º, DO CPC.
1. O recorrente busca o reconhecimento não só de sua ilegitimidade
passiva para atuar no polo passivo da demanda mas também o da
prescrição da pretensão autoral, controvérsias essas que não se encontram
atingidas pela suspensão decorrente da repercussão geral assinalada nos
RREE 591.797/SP e 626.307/SP.
2. No pertinente à prescrição da pretensão autoral, o agravante
defende a tese de que, na espécie, incidiria o prazo quinquenal do
art. 178, § 10º, III, do CC de 1916, ao argumento de que a correção
monetária equipara-se a juros, o que a classifica como prestação
acessória.
3. A correção monetária destina-se a manter a equivalência do poder
aquisitivo que o capital tinha em determinada data pretérita e que se vê
reduzido em razão da inflação. Dessarte, a atualização monetária não
remunera, sua função é repor o valor da moeda que se viu corroído pela
inflação, a fim de que o capital de hoje seja economicamente igual
(entenda-se: a referência não concerne ao número representativo do saldo,
mas sim ao seu efetivo valor) ao capital de há trinta dias.
4. Logo, ao se falar de correção monetária fala-se do próprio capital, o qual,
de forma alguma, pode ser acessório de si mesmo.
Por isso que os debates trazidos ao Judiciário respeitam a questões
nomeadas 'expurgos inflacionários', 'correção monetária com base no IPC',
'atualização monetária com base na variação do BTN fiscal'.
5. 'A orientação de prescrição vintenária aplica-se às ações individuais
relativas a todos os Planos Econômicos em causa, visto que a natureza
jurídica do depósito e da pretensão indenizatória é neles, no essencial, a
mesma, valendo, pois, a regra 'ubi eadem ratio ibi eadem dispositio'. O
disposto no art. 178, § 10, III, do Código Civil revogado diz respeito à
prescrição de juros e outras verbas acessórias, cobradas autonomamente e
não conjuntamente com o principal e sobre ele incidentes. A parte
correspondente à correção monetária não creditada, objeto do litígio, visa,
apenas, a manter a integridade do capital, não se tratando de parcela
acessória, e os juros, incidentes sobre o principal não pago, no caso,
recebem idêntico tratamento.' (REsp 1.107.201/DF, Segunda Seção, Rel.
Ministro Sidnei Beneti, julgado pela sistemática do art. 543-C do CPC, DJe
6/5/2011)
6. Com referência ao consignado nesse repetitivo quanto ao juros ('e os
juros, incidentes sobre o principal não pago, no caso, recebem idêntico
tratamento'), registra-se, a título de obter dictum, em face da importância
que o tema exige, que os juros remuneratórios das cadernetas de
poupança, dado incidirem de forma capitalizada, integrando-se mês a mês
ao capital, têm desnaturada a presunção de sua natureza acessória,
cabendo também a eles o mesmo raciocínio conferido à correção monetária,
e portanto, igualmente submetidos ao prazo prescricional vintenário.
7. Agravo regimental não provido, com aplicação de multa.
(AgRg no Ag 1245775/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 10/04/2012) - grifei.

8. No presente caso, operou-se o pagamento de parte do valor devido em

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13/JUL/2005, o que, como já visto, trata-se de hipótese de interrupção do prazo prescricional,
a teor do art. 202, VI, do Código Civil, que já estava em vigor quando da realização do negócio
jurídico e do vencimento da obrigação.
A prática de eventuais atos posteriores à interrupção são juridicamente inócuos
para garantir a postergação do prazo prescricional, tendo em vista a expressa e insofismável
disposição constante no caput do art. 202 do Código Civil, no sentido que a interrupção só
pode ocorrer uma vez.
9. Por essa razão, tendo sido interrompida a prescrição com o pagamento
parcial do débito em 13/JUL/2005, por ato inequívoco, o prazo final para pleitear eventuais
valores faltantes extinguiu-se após 3 anos, em 13/JUL/2008, não podendo ser novamente
interrompida a prescrição com o pagamento efetuado em 15/FEV/2008.
Dessa forma, dando-se a judicialização da causa em 9/DEZ/2008, quase 5
meses após o transcurso do prazo, deve ser declarada prescrita a pretensão, na íntegra.
10. Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno, mantendo o provimento
do recurso especial.
É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA

AgInt no
Número Registro: 2011/0293725-7 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.531.731 / SP

Números Origem: 110063 200800232403 74063819 7406381900 991090471432 99109047143250000


99109047143250001

PAUTA: 19/04/2018 JULGADO: 19/04/2018

Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. HINDEMBURGO CHATEAUBRIAND PEREIRA DINIZ FILHO
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : PMG TRADING PARTICIPAÇÕES EIRELI
ADVOGADOS : VICENTE COELHO ARAÚJO E OUTRO(S) - DF013134
DIÓGENES MENDES GONÇALVES NETO E OUTRO(S) - SP139120
RECORRIDO : BANCO SANTOS S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : VÂNIO CESAR PICKLER AGUIAR - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : PAULO GUILHERME DE MENDONÇA LOPES E OUTRO(S) - SP098709

ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos - Contratos Bancários

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : BANCO SANTOS S/A - MASSA FALIDA
REPR. POR : VÂNIO CESAR PICKLER AGUIAR - ADMINISTRADOR
ADVOGADO : PAULO GUILHERME DE MENDONÇA LOPES E OUTRO(S) - SP098709
AGRAVADO : PMG TRADING PARTICIPAÇÕES EIRELI
ADVOGADOS : VICENTE COELHO ARAÚJO E OUTRO(S) - DF013134
DIÓGENES MENDES GONÇALVES NETO E OUTRO(S) - SP139120

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente), Marco
Buzzi e Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª Região) votaram com o Sr.
Ministro Relator.

Documento: 1702231 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 10/05/2018 Página 10 de 4

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