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Embrapa
Brasília, DF
2016
ISBN 978-85-7035-583-6
© Embrapa 2016
Daniel Terao
Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa
Meio Ambiente, Campinas, SP
Luadir Gasparotto
Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa
Amazônia Ocidental, Manaus, AM
Adriano Venturieri
Chefe-Geral da Embrapa Amazônia Oriental
Literatura recomendada – 81
Introdução
As plantas ornamentais tropicais estão sujeitas ao ataque de pragas e
doenças em rizomas, raízes, folhas, flores e inflorescências, as quais, além
de afetarem a qualidade das flores, limitam a produção, aumentando
também seu custo. Como exemplos de flores tropicais mais cultivadas,
citam-se bastão-do-imperador (Etlingera elatior) e helicônias (Heliconia
spp.), dentre outras.
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Antracnose
Hospedeiros
Angélica (Polianthes tuberosa); antúrio (Anthurium andraenun); bastão-
-do-imperador (Etlingera elatior); helicônia (Heliconia spp.); crisântemo
(Crysanthemum sp.); crista-de-galo (Celosia cristata).
Agente etiológico
Colletotrichum gloeosporioides.
Sintomas
Os sintomas da antracnose manifestam-se por meio de manchas de
cor pardacenta de tamanho variado, nos bordos das folhas ou próximo
às nervuras, e circundadas por halo clorótico, que podem coalescer
e queimar grandes extensões do limbo foliar. A doença também se
manifesta por meio de pequenas manchas arredondadas, isoladas, de
coloração marrom-escura, algumas vezes com halo clorótico, espalhadas
por toda a folha, inflorescência, flores e haste.
Medidas de controle
Utilização de sementes sadias, rotação de culturas, evitando cultivar
o mesmo hospedeiro em locais de alta incidência da doença, manejo
do solo para evitar alagamento ou falta de água e adubação orgânica
e mineral adequadas são medidas de controle cultural que evitam a
ocorrência ou auxiliam na redução da incidência da doença. Caldas
feitas com fungicidas à base de cobre, como a calda viçosa, podem ser
aplicadas semanalmente no período chuvoso ou quinzenalmente na
época mais seca, visando à redução de sintomas da doença.
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Calda viçosa
Utilização: a calda viçosa deve ser levemente alcalina (pH = 7,5 a 8,5)
e deve ser coada antes da sua utilização. A quantidade a ser aplicada
depende da altura da planta, em periodicidade entre 7 e 15 dias, variando
com a gravidade da incidência da doença.
A B
Fotos: R.L. Benchimol
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A B
A B C D
A B C
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Queima de Rhizoctonia
Hospedeiro
Bastão-do-imperador (Etlingera elatior); helicônia (Heliconia spp.); cravo-
-de-defunto (Tagetes sp.); sorriso-de-maria (Aster sp.).
Agente etiológico
Rhizoctonia solani (teleomorfo Thanatephorus cucumeris).
Sintomas
Aparecimento de manchas irregulares de coloração marrom nas folhas,
sépalas e caule, provocadas pelo inóculo do patógeno proveniente do
solo, dispersado por meio de respingos da água da chuva nas partes
mais baixas da planta. As manchas coalescem e os tecidos afetados
secam. Em casos de alta umidade, o micélio pardacento, ou teia micélica,
do fungo pode cobrir as porções infectadas dos tecidos. A queima de
Rhizoctonia foi também detectada em bastão-do-imperador; cravo-de-
defunto; Heliconia bihai cv. Lobster claw II e sorriso-de-maria.
Fotos: R.L. Benchimol
Cercosporiose
Hospedeiros
Roseira (Rosa sp.); zínia (Zinnia sp.).
Agente etiológico
Cercospora spp.
Sintomas
Os sintomas manifestam-se como manchas foliares arredondadas a
elípticas, de coloração marrom, com diâmetro variando entre 5 mm e
10 mm, delimitadas por bordo liso e envolvidas por áreas cloróticas
extensas. Com o progresso da doença, a necrose e o amarelecimento
estendem-se por todo o limbo, provocando a queda das folhas atacadas.
As lesões concentram-se nas folhas maduras, localizadas principalmente
no terço inferior da planta. No caso da roseira e da zínia, as perdas
econômicas causadas aos produtores foram muito significativas, pela
inviabilização quase total das flores para comercialização.
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Mancha de bipolaris
Hospedeiro
Helicônias (Heliconia spp.).
Agente etiológico
Bipolaris incurvata.
Sintomas
Os sintomas causados por B. incurvata iniciam-se com pequenas
pontuações nas folhas, que crescem em número e tamanho, podendo
destruir todo o tecido foliar. Em condições favoráveis ao fungo, após
duas semanas, surgem muitas manchas de 9,5 mm a 35 mm de diâmetro,
oval ou irregular e com um halo amarelado em torno da lesão. As lesões
possuem coloração marrom-clara com bordas mais escuras. O pecíolo, a
bainha e as brácteas florais são manchados também com uma coloração
marrom-púrpura. Flores e brácteas manchadas tornam-se inviáveis para
a comercialização. As infecções das folhas novas resultam em folhas
maduras deformadas e queimadas em aspecto. Em estágios avançados
da doença, as folhas tornam-se fragmentadas e marrons.
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Mancha de curvularia
Hospedeiro
Helicônia (Heliconia psittacorum, H. collinciana).
Agente etiológico
Curvularia lunata.
Sintomas
Manchas necróticas de formato irregular, medindo de 5 cm a 10 cm, com
coloração marrom-escura e aspecto de queima, formam-se inicialmente
nas bordas das folhas mais velhas, coalescendo e formando grandes
áreas necróticas com o avanço dos sintomas, culminando com a necrose
de extensas áreas do limbo ou da folha inteira.
A B
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Ferrugem
Hospedeiro
Antúrio (Anthurium andraenun); crisântemo (Chrysanthemum sp.); gerânio
(Pelargonium hortorum).
Agentes etiológicos
Puccinia sp., Coleosporium sp. e Uredo sp.
Sintomas
A ferrugem nas plantas ornamentais é provocada, em sua grande maioria,
pelos fungos dos gêneros Puccinia, Coleosporium e Uredo. É favorecida por
temperatura e umidade elevadas e sua disseminação ocorre pelo vento e
por respingos de água da chuva. Os sintomas de ferrugem apresentam-
-se como pústulas pulverulentas de cor amarelo-alaranjada ou marrom-
-avermelhada na face inferior da folha e como manchas amareladas e/
ou necróticas na face superior. Essa doença foi detectada em espécies de
antúrio, crisântemo, gerânio e helicônia, dentre outros hospedeiros.
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Oídio
Agente etiológico
Oidium sp. e Sphaerotheca pannosa.
Sintomas
Os sintomas iniciam-se com um crescimento esbranquiçado e
pulverulento, constituído das estruturas do patógeno, mais visíveis
na página superior das folhas, podendo tomar toda a extensão do
limbo foliar. Sob o micélio formado pelo fungo, podem ser observadas
pequenas manchas escurecidas que indicam a morte das células da
epiderme. Plantas severamente atacadas ficam menos vigorosas e são
afetadas na sua produção. A ocorrência de oídio (Oidium sp.) no Nordeste
Paraense, até o presente, foi observada somente em condições de casa-
-de-vegetação, atacando folhas de sorriso-de-maria, com incidência em
100% das plantas. Há registros dessa doença em roseira, provocada por
Sphaerotheca pannosa, causando danos severos em estufas, não tendo sido
registrada sua ocorrência na região.
Foto: R.L. Benchimol
Figura 18. Sintomas de oídio em folhas de Figura 19. Sintomas de oídio em folhas
sorriso-de-maria. de roseira.
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Podridão de rizomas
Hospedeiros
Helicônias (Heliconia spp.) e bastão-do-imperador (Etlingera elatior).
Agente etiológico
Rhizoctonia solani (teleomorfo Thanatephorus cucumeris).
Sintomas
A podridão de rizomas, causada por R. solani, ataca inúmeros hospedeiros,
dentre os quais destacam-se helicônias e bastão-do-imperador. Os principais
sintomas apresentados são podridões úmidas ou secas nos rizomas e raízes,
estendendo-se ao pseudocaule, amarelecimento, murcha e seca na parte
aérea da planta. O patógeno sobrevive em solos preferencialmente úmidos
e ácidos e é disseminado por meio da água de superfície e de implementos
e mudas contaminadas.
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Podridão de esclerócio
Hospedeiro
Angélica (Polianthes tuberosum); crisântemo (Chrisanthemum sp.).
Agente etiológico
Sclerotium rolfsii.
Sintomas
Os sintomas típicos dessa doença são a murcha das plantas, principalmente
nas horas mais quentes do dia, e a podridão de raízes, seguida de
escurecimento da região do coleto da planta e da formação de um micélio
branco cotonoso sobre as regiões atacadas, próximo à superfície do solo,
sobre o qual aparecem estruturas esféricas macroscópicas, com cerca de
2 mm de diâmetro, de cor inicialmente branca e depois marrom, que são
os escleródios, responsáveis pela sobrevivência do patógeno no solo por
longos períodos. Apesar de ser considerado patógeno de solo, S. rolfsii
foi registrado causando manchas e rasgadura em folhas de antúrio.
Foto: R.L. Benchimol
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Murcha vascular
Hospedeiro
Heliconia spp.
Agente etiológico
Fusarium oxysporum f. sp. cubense.
Sintomas
Necrose vascular e podridão de raízes, escurecimento interno no
pseudocaule e no rizoma e murcha, amarelecimento e seca das folhas.
Sigatoka-negra
Hospedeiros
Helicônia (Heliconia hirsuta, material silvestre – Heliconia psittacorum).
Agente etiológico
Mycosphaerella fijiensis.
Sintomas
Inicialmente, os sintomas na H. psittacorum são pontos cloróticos.
Posteriormente ocorre expansão dos pontos cloróticos, dando origem
a lesões ligeiramente arredondadas de coloração amarela na face
adaxial e creme na face abaxial. Nesse estádio, as lesões são mais
facilmente visualizadas, adquirindo coloração marrom-clara com bordas
proeminentes de coloração amarela na face abaxial e amarelo-clara na
face adaxial. Em seguida, na face abaxial, as lesões adquirem em toda
sua extensão a coloração marrom, com subsequente redução do halo
amarelo. Na mesma área correspondente, na face adaxial, forma-se
uma coloração amarela mais intensa. A partir desse estádio, as lesões
expandem radial e longitudinalmente, adquirindo a coloração marrom-
-escura na face abaxial e no centro e marrom-clara com halo proeminente
na face adaxial. Posteriormente, as lesões de coloração marrom-escura,
de formato ligeiramente elíptico, podem coalescer e o limbo torna-se
marrom na face abaxial e clorótico em toda a extensão da face adaxial
em razão da coalescência de lesões com halo amarelo proeminente.
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Controle
Evitar o plantio de helicônias próximo a bananais atacados pela sigatoka-
-negra, eliminar todas as helicônias silvestres que estejam próximas ou
no interior de plantios comerciais de helicônias. Foto: L. Gasparotto
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Crestamento bacteriano
Hospedeiro
Áster (Aster sp.).
Agente causal
Pseudomonas syringae pv. tabaci.
Sintomas
Lesões foliares de cor pardacenta, iniciando-se normalmente a partir
dos bordos foliares. Com a evolução da doença, essas lesões podem
coalescer, resultando em extensas áreas necrosadas.
Medidas de controle
Para o controle desse patógeno, podem ser adaptadas técnicas eficientes
contra outras fitobactérias, como a desinfestação periódica da tesoura
de poda ou de qualquer outra ferramenta, com solução aquosa de
hipoclorito de sódio (água sanitária 1:3) ou de compostos de amônia
quaternária a 0,1%, a utilização de mudas e/ou sementes provenientes
de plantas comprovadamente sadias, a eliminação e queima de plantas
contaminadas e o uso de variedades menos suscetíveis ou tolerantes.
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Galha da coroa
Hospedeiro
Rosa (Rosa spp.).
Agente causal
Rhizobium radiobacter (sin.: Agrobacterium tumefaciens).
Sintomas
O principal sintoma observado é a produção de galhas na coroa ou colo,
no sistema radicular e, em alguns casos, também na parte aérea das
plantas. Essas galhas têm o aspecto de couve-flor, com diâmetro variando
entre 0,5 cm e 4 cm, apresentando consistência tenra e coloração creme-
-clara ou rosada quando novas.
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Medidas de controle
Quanto ao controle, como Rhizobium radiobacter é patógeno de solo,
deve-se tomar cuidado especial com a água de irrigação, visto que ela
pode veicular a bactéria a longas distâncias. Por esse motivo, não é
recomendado o emprego de água que tenha passado por propriedades
sabidamente infectadas por R. radiobacter. Também, as ferramentas
utilizadas nas operações de poda e desbaste devem ser periodicamente
desinfestadas com solução aquosa de água sanitária a 10%, amônia
quaternária a 0,1% ou álcool 70%.
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Podridão-mole
Hospedeiro
Amarílis (Hippeastrum x hybridum).
Agente causal
Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum (sin.: Erwinia carotovora
subsp. carotovora); Dickeya sp. (sin.: Erwinia chrysanthemi, Pectobacterium
chrysanthemi).
Sintomas
Inicialmente, os sintomas são observados nas folhas como pequenas
áreas anasarcadas, escuras e brilhantes. As lesões vão aumentando de
tamanho, tornando-se pardacentas e provocando a podridão do limbo.
Essa podridão pode progredir e atingir as escamas internas e externas do
bulbo, causando sua decomposição parcial ou total e culminando com a
morte da planta afetada.
Medidas de controle
As medidas de controle são preventivas e envolvem basicamente o
cuidado com a quantidade e a qualidade da água de irrigação. Evitar a
irrigação por aspersão que, como já comentado, facilita a disseminação
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A B
Figura 26. Bulbo de amarílis (A) sadio e (B) com sintoma de podridão-mole.
Podridão
Hospedeiro
Gladíolo, palma-de-santa-rita (Gladiolus x hortulanus).
Agente causal
Burkholderia gladioli pv. gladioli (sin.: Pseudomonas gladioli pv. gladioli).
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Sintomas
Nas folhas, ocorrem lesões circulares e pardacentas, que podem se unir
formando manchas maiores. Essas lesões localizam-se, de preferência,
na base da folha.
Medidas de controle
As medidas de controle são preventivas. Os bulbos para plantio devem
ser pré-selecionados, eliminando-se os que apresentarem qualquer tipo
de lesões, especialmente nas escamas, plantando-se somente os sadios.
Deve-se evitar a irrigação por aspersão que facilita a disseminação
das bactérias e o desenvolvimento da doença, pelo acúmulo da água
na região do colo da planta. Deve-se também dar preferência, sempre
que possível, a um maior espaçamento entre plantas, que melhora a
aeração entre as plantas e evita a formação de microclima favorável ao
desenvolvimento da doença. Restos de plantas com sintomas devem ser
retirados e incinerados.
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Mancha bacteriana
Hospedeiro
Zínia (Zinnia elegans).
Agente causal
Xanthomonas campestris pv. zinniae.
Sintomas
Nas folhas, os sintomas caracterizam-se inicialmente por manchas
difusas, amareladas, de aspecto úmido, passando posteriormente à cor
castanha, salpicadas por pontos avermelhados. Essas manchas tendem
a ser mais ou menos angulares e podem ou não apresentar um halo
amarelado. Em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença
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Medidas de controle
A mais importante medida de controle é a exclusão, impedindo a entrada
da bactéria onde as plantas estão sendo cultivadas. Isto normalmente se
consegue pelo uso de material propagativo sadio e de boa qualidade e,
no caso de zínia, é de vital importância para a sanidade das sementes,
principal via de propagação da cultura.
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Crestamento bacteriano
Hospedeiro
Crista-de-galo (Celosia argentea).
Agente causal
Pseudomonas syringae pv. tabaci.
Sintomas
Nas folhas, ocorrem lesões irregulares, grosseiramente circulares e de
coloração pardo-clara, sem a presença de halo clorótico ao redor das
lesões. Outros sintomas observados são crestamento de bordo foliar e
morte de ponteiros.
Medidas de controle
O controle deve ser realizado de modo preventivo. Isto pode ser
conseguido pela adoção de boas práticas culturais, principalmente
pelo uso de material propagativo sadio e manejo da água de irrigação.
As plantas apresentando sintomas de manchas foliares devem ser
descartadas. Restos de plantas doentes também devem ser removidos
das estufas e queimados o mais rápido possível para evitar novas
contaminações. Por se tratar de bactéria de parte aérea, deve-se evitar
irrigação por aspersão, que facilita a disseminação do patógeno e a
contaminação de outras plantas sadias. Os trabalhadores devem ser
treinados para cuidar primeiramente dos locais onde se encontram as
plantas sadias e, após manipulação de plantas doentes, devem lavar suas
mãos e desinfestar as ferramentas. Manuseio de plantas úmidas também
deve ser evitado.
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Crestamento bacteriano
Hospedeiro
Crisântemo (Dendrathema × grandiflorum — sin.: Chrysanthemum ×
morifolium).
Agente causal
Pseudomonas marginalis.
Sintomas
Manchas escuras ao longo do bordo foliar. Em alguns casos, a bactéria
também pode colonizar as lesões ocasionadas pelo fungo agente causal
da ferrugem do crisântemo.
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Medidas de controle
O controle deve ser realizado de modo preventivo, principalmente pelo
uso de material propagativo sadio e água de irrigação de boa qualidade.
Algumas outras práticas devem ser observadas, como eliminação de
restos culturais e remoção e queima de plantas com sintomas, bem como
a limpeza e a desinfestação de ferramentas, bancadas, vasos, etc. Por se
tratar de bactéria de parte aérea, deve-se evitar irrigação por aspersão,
que facilita a sua disseminação.
Podridão-mole
Hospedeiro
Crisântemo (Dendrathema × grandiflorum — sin.: Chrysanthemum × morifolium).
Agente causal
Dickeya sp. (sin.: Erwinia chrysanthemi).
Sintomas
Os sintomas são caracterizados principalmente pelo escurecimento,
podridão-mole e murcha da haste, podendo, em casos severos, ocasionar
a morte ou o tombamento da planta infectada, em razão da desagregação
dos tecidos da região do colo.
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Medidas de controle
As medidas de controle são normalmente preventivas. Embora deva
ser utilizado material propagativo sadio, por se tratar de patógeno
oportunista, essa bactéria pode colonizar o hospedeiro quando houver
condições favoráveis para seu estabelecimento. Portanto, aeração da
cultura, limpeza e desinfestação de ferramentas, bancadas e vasos,
utilização de substrato isento do patógeno e de água de irrigação de boa
procedência são cuidados que devem ser observados.
Crestamento bacteriano
Hospedeiro
Crisântemo (Dendrathema × grandiflorum — sin.: Chrysanthemum × morifolium).
Agente causal
Pseudomonas cichorii.
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Sintomas
Os sintomas iniciam-se como pequenas manchas necróticas, de
formato irregular ou arredondado, de coloração parda, medindo 1 mm
a 2 mm de diâmetro. Essas lesões podem ser observadas tanto no limbo
como nas margens das folhas, geralmente nas folhas mais velhas. Em
condições de umidade elevada, essas manchas aumentam de tamanho
e podem coalescer, formando extensas áreas de tecido necrosado, com
coloração pardo-escura, quase preta. Quando a umidade relativa é
baixa, as manchas tornam-se escuras e zonadas, com centro levemente
deprimido, podendo aparecer um halo amarelado circundando as lesões.
Em infecções severas, as manchas também podem aparecer nas hastes,
podendo ocasionar o colapso do botão floral. Esse patógeno pode causar
impedimento à exportação de crisântemos.
Medidas de controle
Devem ser empregadas medidas culturais de controle, com o objetivo
de impedir a entrada, erradicar ou diminuir o potencial de inóculo da
bactéria. A medida mais eficiente de controle é o emprego de plantas
matrizes sadias.
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Galha bacteriana
Hospedeiro
Crisântemo (Dendrathema × grandiflorum — sin.: Chrysanthemum × morifolium).
Agente causal
Rhizobium radiobacter (sin. Agrobacterium tumefaciens).
Sintomas
Os sintomas induzidos por essa bactéria caracterizam-se pela formação
de galhas e tumores, principalmente na região do colo e no sistema
radicular, podendo ocorrer, em alguns casos, a presença de galhas na
parte aérea (pecíolo, limbo foliar e pontos de remoção de brotos laterais).
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Medidas de controle
As medidas de controle para R. radiobacter são de caráter preventivo.
Deve-se evitar o contato do patógeno com o hospedeiro. Uma das
medidas de extrema importância para a cultura do crisântemo é a
utilização de matrizes isentas da bactéria. Muitas vezes as estacas
não apresentam nenhum tipo de sintoma externo, mas podem estar
infectadas sistemicamente pela bactéria, servindo de fonte de inóculo.
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Manchas foliares
Hospedeiro
Crisântemo (Dendrathema × grandiflorum — sin.: Chrysanthemum × morifolium).
Agente causal
Pseudomonas syringae pv. não determinado.
Sintomas
Sintomas de manchas necróticas em folhas e hastes, semelhantes
aos ocasionados por Pseudomonas cichorii. Nas hastes, essas manchas
apresentam-se alongadas, de coloração escura. Nas folhas, são de
coloração parda, podendo coalescer e formar extensas áreas de tecido
necrosado.
Medidas de controle
As medidas de controle a serem adotadas visam impedir a entrada,
erradicar ou diminuir o potencial de inóculo da bactéria. Portanto, a
utilização de plantas matrizes sadias é de primordial importância.
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Agente causal
Ralstonia solanacearum, Filotipo IIA, sequevar 6.
Sintomas
Em plantas adultas, ocorre amarelecimento, que geralmente se inicia
pelas folhas centrais, progredindo para a murcha e seca da planta.
Observa-se escurecimento da parte central do pseudocaule e do rizoma,
os quais, cortados transversalmente, evidenciam exsudação bacteriana.
Na parte superior do pseudocaule não se observa escurecimento e
exsudação, o que também ocorre no caso de plantas em início de infecção.
Nas brotações, as folhas ainda enroladas apresentam deformação,
amarelecimento e necrose que impedem o desenvolvimento. Esses
sintomas podem ser seguidos de colapso e morte da planta.
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Medidas de controle
Antes da entrada da doença, o controle baseia-se no princípio de
exclusão, que inclui: plantio de rizomas ou mudas sadios e certificados,
previamente submetidos à quarentena; durante a divisão de rizomas,
descartar aqueles com qualquer tipo de escurecimento. Plantar em
solos com umidade, drenagem e fertilidade adequadas. Manter boas
condições de cultivo para evitar o estresse da planta. Evitar ou reduzir
ferimentos no rizoma e nas raízes. Controlar nematoides, caso haja
ocorrência no plantio. Evitar o plantio de helicônias próximo ou após o
plantio de bananeiras ornamentais ou comestíveis, que são hospedeiras
da R. solanacearum Filotipo IIA, sequevar 6. Erradicar hospedeiros
alternativos do patógeno.
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A B C
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Agente Etiológico
Cucumber mosaic virus (CMV), gênero Cucumovirus.
Medidas de Controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (afídeo).
A C
B Fotos: S. Viana.
Figura 36. Planta de alstroméria (A) sadia, (B) infectada por CMV e (C) detalhe de
folha com sintomas.
50
Agente etiológico
Tobacco streak virus (TSV), gênero Ilarvirus
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (tripes).
Foto: S. Viana
51
Agente etiológico
Hippestrum mosaic virus (HiMV), gênero Potyvirus
Medidas de controle
Eliminação de bulbos e plantas com sintomas; utilização de material
propagativo livre de vírus; controle do vetor (afídeo).
Figura 38. Planta de amarílis (A) sadia e (B) com sintomas de HiMV.
52
Agente etiológico
Dasheen mosaic virus (DsMV), gênero Potyvirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (afídeo).
A B
Figura 39. (A) Vista geral de plantas de antúrio sadias; (B) folha de antúrio infectada
por DsMV.
53
Agente etiológico
Tomato mosaic virus (ToMV), gênero Tobamovirus
Medidas de controle
Como é um vírus que se apresenta em altas concentrações nas células e é
bastante estável, deve-se realizar a desinfecção de instrumentos de poda,
vasos e solo; evitar contato de planta sadia com planta doente; eliminar
plantas com sintomas e utilizar material propagativo livre de vírus.
Agente etiológico
Chrysanthemum stem necrosis virus (CSNV) + Tomato spotted wilt virus
(TSWV), gênero Tospovirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (tripes).
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Fotos: (A) E.B. Rivas; (B) L.M.L. Duarte; (C) M.A.V. Alexandre
A C
Figura 40. (A) Planta de cinerária sadia, (B) planta com infecção mista causada por
CSNV e TSWV em estágio inicial da doença e (C) planta com infecção mista causada
por CSNV e TSWV em estágio final.
Agente etiológico
Dasheen mosaic virus (DsMV), gênero Potyvirus
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (afídeo).
55
A B
Agente etiológico
Chrysanthemum stem necrosis virus (CSNV), gênero Tospovirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (tripes).
56
A B
Agente etiológico
Chrysanthemum stem necrosis virus (CSNV) + Tomato chlorotic spot virus
(TCSV), gênero Tospovirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (tripes).
57
Foto: D. Almeida
Figura 43. Planta de gérbera com infecção mista causada por
CSNV e TCSV.
Agente etiológico
Bean yellow mosaic virus (BYMV), gênero Potyvirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (afídeo).
58
Agente etiológico
Espécie não identificada de Tospovirus
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (tripes).
59
Foto: D. Almeida
Figura 45. Planta de gloxínia infectada por espécie não
identificada de Tospovirus.
Agente etiológico
Pepper ringspot virus (PepRSV), gênero Tobravirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (nematoide).
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A B
Agente etiológico
Tomato spotted wilt virus (TSWV), Tospovirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (tripes).
61
A B
Fotos: S. Viana
Figura 47. (A) Planta de lisianto e (B) detalhe da folha com sintomas de infecção por
TSWV.
Agente etiológico
Espécie não identificada de Tospovirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre de vírus; controle do vetor (tripes).
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Agente etiológico
Cymbidium mosaic virus (CymMV), gênero Potexvirus.
Medidas de controle
Desinfecção de instrumentos de poda, vasos e solo; evitar contato de
planta sadia com planta doente; eliminação de plantas com sintomas e
utilização de material propagativo livre do vírus.
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Agente etiológico
Odontoglossum ringspot virus (ORSV), gênero Tobamovirus.
Medidas de controle
Desinfecção de instrumentos de poda; evitar contato de planta sadia
com planta doente; eliminação de plantas com sintomas e utilização de
material propagativo livre do vírus.
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Agente etiológico
Petunia vein-banding virus (PetVBV), gênero Tymovirus.
Medidas de controle
Desinfecção de instrumentos de poda; evitar contato de planta sadia
com planta doente; eliminação de plantas com sintomas; utilização de
material propagativo livre do vírus.
65
Mosaico da roseira
Hospedeiro
Rosa (Rosa sp.).
Agente etiológico
Prunus necrotic ringspot virus (PNRSV), gênero Ilarvirus.
Medidas de controle
Eliminação de plantas com sintomas; utilização de material propagativo
livre do vírus; termoterapia para eliminação de vírus em estacas e gemas
micropropagadas em meio de cultura.
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Uma das áreas que devem ser trabalhadas na Produção Integrada, além
de processos de gestão da propriedade, monitoramento da água, solo,
aplicação de insumos e agrotóxicos, questões ambientais e sociais, é o
manejo integrado de doenças.
68
69
Antracnose
No manejo de plantas atacadas por antracnose, pode-se utilizar adubação
foliar com biofertilizantes líquidos. Maior controle do fungo pode ser
conseguido por meio de uma nutrição adequada e pela aplicação de
produtos como urina de vaca (30 mL/20 L de água) e biofertilizante (0,5-
1,0 L/100 L de solução), em aplicações semanais ou quinzenais.
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Murcha bacteriana
Cerca de 100 espécies de bactérias causam doenças em plantas,
destacando-se os gêneros Pseudomonas, Ralstonia, Xanthomonas,
Agrobacterium, Strptomyces, Erwinia e Xylella. Até o momento, apenas a
Raça 2 de Ralstonia solanacearum foi observada em helicônias, no Estado
de Pernambuco. Essa bactéria possui uma elevada gama de hospedeiros
alternativos que podem prolongar sua sobrevivência no campo.
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Crisântemo
De origem asiática, o crisântemo é uma planta de estações bem
definidas, com estágios de desenvolvimento induzidos por fotoperíodo.
Desenvolve-se melhor em temperaturas amenas, mas é produzido em
todas as regiões do Brasil, sendo bastante susceptível a pragas e doenças.
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Gypsophila
A gypsophila é uma das principais flores de clima temperado, sendo
utilizada como flor secundária ou de enchimento em arranjos e buquê.
A gypsophila é uma cultura de clima seco e medianamente quente,
muito sensível a fungos de solo e ao Botrytis.
Tango
Nos últimos anos, a produção de tango, amplamente utilizado como
flor secundária, estendeu-se para além da região Sudeste. A principal
doença do tango é a ferrugem (Uromices transversalis) que se dissemina
rapidamente sob alta umidade relativa do ar. No período chuvoso, é
recomendável manter as plantas secas, com produção em estufa. Após
as pulverizações com defensivos, a planta não deve ser irrigada por um
período de dois dias.
Gérbera
A gérbera adapta-se bem em diferentes regiões do Brasil, sendo,
porém, necessário para a obtenção de alta produtividade, manter baixa
a luminosidade (até 30 mil lux) por meio de telas de sombreamento,
assim como evitar amplas variações térmicas. As plantas são atacadas
principalmente por Botrytis e míldio na parte aérea e Fusarium e
Pectobacterium nas raízes. O Botrytis pode causar prejuízos no cultivo e
na colheita, uma vez que o fungo esporula durante a comercialização.
A renovação permanente do ar no interior da estufa e de filtros de
ar nas câmaras-frias são medidas importantes para seu controle. O
uso do fungo Clonosthachys, predador do Botrytis, está sendo testado
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Gladíolo
Vulnerável como outras culturas propagadas por bulbos ou rizomas, o
gladíolo pode ser contaminado por Fusarium, esclerotínea e ferrugem
(Uromyces transversalis). O plantio de bulbos saudáveis, a correção do
pH do solo para 6,5 e a rotação de culturas contribuem para uma boa
produção e para a redução na aplicação de defensivos.
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A área livre de praga é definida como uma área onde uma praga específica
não ocorre, sendo esse fato demonstrado por evidência científica,
e na qual, de forma apropriada, essa condição está sendo mantida
oficialmente. Nas áreas onde for detectada a presença da praga, poderá
ser implantado o sistema de mitigação de risco (SMR), possibilitando
ao produtor a manutenção de sua atividade e comercialização do seu
produto nas Unidades da Federação. O SMR é a integração de diferentes
métodos de manejo de risco de pragas das quais pelo menos duas
atuam independentemente com efeito acumulativo, para atingir o nível
apropriado de segurança fitossanitária.
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