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especial
REVISTA SEGUROS
órgão de divulgação do mercado segurador
DE
ano 88 nº877 abril/ maio/ junho de 2011
O consumidor
do futuro
As oportunidades e
desafios que as mudanças
no perfil da sociedade
brasileira representam
para o mercado segurador
5 Entrevista - “O desafio
do seguro é qualificar a
ascensão das classes sociais”
35 Solvência II - Europa
consulta mercado sobre
as regras de capital
14 Transição Demográfica -
Mudanças alteram o
perfil demográfico
40 Vida e Previdência
Privada - O Brasil ainda
engatinha no seguro
individual
20 Consumidor do Futuro -
Sociedade deve adotar
novos hábitos de consumo
48 Seguros de Saúde - O
conhecimento é essencial
para a cura de doenças
26 Meio Ambiente -
Catástrofes atingem países
em desenvolvimento
52 Títulos de Capitalização -
Novas estratégias para
atender o consumidor
do futuro
30 Microsseguros e Seguros
Populares - Popularização
dos produtos depende da
54 Seguro Garantia -
Mercado tem como aportar
os megaprojetos
distribuição
34 Freakonomics - Grandes
problemas têm soluções
simples e objetivas
56 Encerramento - “Transição
demográfica é oportunidade
de crescimento”
Um estímulo à reflexão
e à imaginação
V
islumbrar o consumidor do futuro, na tentativa de conhecer suas necessidades e desejos
mais recônditos, para assim poder atender às demandas que possivelmente surgirão, é
um desafio e tanto. Mas o cidadão de amanhã não terá avanços sociais e econômicos, não
construirá uma escala de valores e nem conhecerá os meios que lhe darão acesso a bens de
consumo e à garantia de suas conquistas, se quem se propuser a atendê-lo em forma de produtos e
serviços não der os passos na direção certa. E como saber qual o melhor caminho?
Este é, na verdade, o grande desafio do mercado segurador – desafio este que perdeu parte da sua
dimensão quase abismal, nos dias 8 e 9 de junho, quando, reunidos em Brasília, lideranças do mercado e
executivos de seguradoras, entre outros profissionais do setor, deram vida à quinta Conferência de Segu-
ros, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização – Conseguro.
Fizeram parte da programação do evento temas estratégicos e apresentações ágeis e dinâmicas.
Os participantes saíram dali certamente com uma vontade ferrenha não só de encontrar respostas
para todas as indagações que povoavam suas cabeças, mas com o entendimento de que desafios
sempre haverá, mas podem ser mais facilmente superados, se enfrentados em conjunto – entre os
pares do próprio mercado e estes com o governo.
Cinco palavrinhas – ousadia, provocação, sinergia, otimismo e profissionalismo –, tendo como fio
condutor o desafio, são capazes de definir a 5ª Conseguro. Logo se entende por quê. A começar pela
ideia de levar a realização do evento para longe do eixo Rio-São Paulo, ancorando-a no centro das
decisões políticas do País. Afinal, o diálogo com o governo é essencial.
Depois, a escolha de questões instigantes, visando estimular a reflexão e a imaginação, e de pa-
lestrantes conceituados, que enriqueceram os debates dos 11 painéis e ampliaram os horizontes de
quem mantinha o olhar atento, quase magnetizado, no desenrolar das apresentações.
Sem falar no ‘Corredor do Futuro’, passagem obrigatória para os participantes, que se deparavam
com paredes transformadas em telas gigantes, onde eram projetadas imagens e informações sobre
o mercado, a economia e a sociedade brasileira. Matéria-prima para insights, que somente mais tarde
será possível conferir.
Os estandes das empresas/entidades patrocinadoras também contribuíram para o profissionalismo
que marcou a organização do evento. Esta edição especial traz uma mostra dos dois dias de debates ocor-
ridos na Capital da República. Boa leitura!
Responsável pela
“O desafio do seguro é
qualificar a ascensão
das classes sociais”
A
s mudanças que vêm ocorrendo no atenção para o papel que o mercado deve
Por
perfil da sociedade brasileira têm desempenhar diante do fato de a ascensão
VANIA
MEZZONATO provocado alterações também no de algumas classes sociais no Brasil estar
ambiente de negócios do mercado muito centrada no consumo e em dívidas.
de seguros. Um contingente maior de po- “O desafio agora é qualificar essa ascensão.
tenciais consumidores, o envelhecimento da Precisamos criar condições para que estas
população e as catástrofes naturais, cada vez famílias não retornem à pobreza no primei-
mais frequentes, representam grandes opor- ro solavanco, para que possam planejar o
tunidades, mas também riscos enormes que futuro, ter certeza que seus filhos poderão
precisam ser criteriosamente analisados. estudar e fazer uma pós-graduação. E são
A avaliação é do coordenador da 5ª tarefas do seguro assegurar estas conquistas
Conseguro, Pedro Bulcão, que chamou e qualificar essa ascensão.
Revista de Seguros – Qual será, na sua ava- população que demanda muito por serviços neste
liação, o perfil do consumidor do futuro e o que o segmento?
diferencia do consumidor de hoje? Não há problema sem solução – essa reali-
Pedro Bulcão – Está havendo uma grande dade nacional é muito mais uma oportunidade
mudança no perfil da sociedade brasileira. Há de negócio do que um problema de fato. Há
alguns anos, o Brasil era um País de ricos e de de se criar condições para que a inovação pos-
pobres, e agora tem uma classe média forte e sa acontecer. É preciso pensar num ambiente
em ritmo de crescimento. A diferença hoje é que de regulação, por exemplo, que incentive a ino-
há um mercado de consumo não mais de uma vação e a entrada de novas empresas, porque
minoria, mas de centena de milhões de pessoas. novas ideias surgem com empresas entrantes.
Antes, os negócios do seguro eram concentra- Não faz sentido pensar em concentração de
dos nas classes altas, porque mercado quando se precisa
as classes mais baixas não de dinâmica de novidades.
“
tinham capacidade de con- Quando se tem poucos
sumo. A mudança que está A construção players consolidado não há
em curso é que o mercado é lenta, o quadro incentivo econômico para
de consumo hoje é de 150 inovar.
milhões – e não mais de 30
vai sendo montado
milhões de pessoas. aos poucos, mas Como se deu a definição
o evento cumpriu do tema desta edição da
As palestras mostraram seu papel de ser Conseguro. Houve outros que
que houve mudanças na disputaram e ficaram de fora
estrutura demográfica, social
inspirador, visionário, da pauta de discussões?
e econômica do País. Qual provocador, O tema foi concebido
deverá ser o impacto dessas para estimular o pelo nosso presidente, Jor-
mudanças no ambiente de ge Hilário Gouvêa Vieira, e
negócios do mercado?
mercado a pensar já recebi dele a missão de
São mudanças de toda diferente e melhorar desenvolver o evento dentro
ordem – algumas muito po- seu ambiente de deste tema, que eu considero
“
sitivas e outras que represen- negócios absolutamente brilhante, no
tam riscos enormes, como o momento certo. Acho que
seguro saúde para os idosos, surgiu naturalmente.
em função do envelhecimen-
to da população. Em 1990, a Quais foram os desafios e
População Econômica Ativa (PEA) era de 58 mi- dificuldades na organização do evento?
lhões de pessoas e, em 2010, chegou a 100 mi- O mais difícil foi fazer caber em dois dias
lhões. Quase dobrou em 20 anos, um crescimen- tantos temas interessantes e deixar de fora tan-
to impressionante, que explica em grande parte tos outros que seriam também interessantes,
a pujança que temos vivido, além da migração mas infelizmente não conseguimos ampliar
de novas classes para mercado de consumo. O demais. Num momento de transformação como
impacto destas mudanças traz consequências esse, que traz tantas oportunidades e desafios
positivas e negativas, mas são oportunidades de para o mercado, poderíamos continuar discutin-
negócios e o mercado tem que aproveitar. do por mais três dias sem esgotar o assunto. A
construção é lenta, o quadro vai sendo montado
O Brasil está se tornando um país de idosos. aos poucos, mas o evento cumpriu seu papel
Como estruturar o seguro saúde para atender a esta de ser inspirador, visionário, provocador, para
“
A solução está na dinâ- classes sociais no Brasil está
mica do mercado: mais em- A tarefa do muito centrada no consumo
presas, mais ideias, mais pro- seguro não é e em dívidas. O desafio agora
jetos e mais negócios. É pre- é qualificar esta ascensão e
ciso fazer com que o seguro
pagar sinistro, mas esse papel vai ser desempe-
seja um bom negócio – as- simoferecer soluções nhado em muito pelo mer-
sim vamos ter novos colegas de transferência de cado de seguros. Precisamos
seguradores com propostas risco, num processo criar condições para que
inovadoras, eventualmente estas famílias não retornem à
atuando em nichos ou regi-
de mutualismo. O pobreza no primeiro solavan-
ões específicas. Dessa forma, seguro contribui co (e solavancos acontecem),
o seguro será compreendido muito ao orientar para que possam planejar
da melhor forma e fará parte o futuro, ter certeza que
do dia a dia das pessoas. A
empresas, governos seus filhos poderão estudar,
dinâmica do mercado é que e pessoas sobre fazer uma pós-graduação.
fará isso acontecer. como mitigar seus Essas tarefas são do seguro:
“
riscos assegurar estas conquistas e
Os microsseguros podem qualificar essa ascensão.
ser um caminho para se che-
gar aos rincões mais distantes? Em sua palestra, o repre-
No Brasil, em função de sentante da Swiss Re, Rolf Stei-
o país ser cada vez mais de classe média, não faz ner, informou que os governos do México e do Haiti
muito sentido achar que o microsseguro será a contrataram seguros para cobrir eventos climáticos.
solução ideal para este mercado. É muito mais Este modelo é apropriado ao Brasil?
importante tornar o seguro cada vez mais popu- Seria melhor para todos nós que o governo
lar, cumprindo um papel social na vida das pes- brasileiro também contasse com esta proteção.
soas. O microsseguro é importante, mas é uma A tarefa do seguro não é pagar sinistro, mas sim
discussão menor diante desta situação. oferecer soluções de transferência de risco, num
processo de mutualismo. O seguro contribui
O País passa por um momento econômico muito ao orientar empresas, governos e pessoas
muito favorável, com grandes eventos no calen- sobre como mitigar seus riscos. De um modo
dário dos próximos anos. Além do seguro garantia geral, iria ajudar muito se a ferramenta do seguro
para as grandes obras de infraestrutura, quais ou- fosse mais utilizada para isto. •
Meta é tornar
o seguro parte da
cultura nacional
O
Por
vania principal desafio que se impõe ao
mezzonato Brasil, neste cenário de mudanças e
transformações no ambiente socio-
econômico – em que as classes C e
D despontam como novo público consumidor –,
é o da mudança de comportamento para que a
mitigação de riscos passe a fazer parte da cultura
do brasileiro.
E o mercado deve fazer seu dever de casa,
mostrando a importância dos produtos do se-
guro para garantir a manutenção do patrimônio
conquistado e a melhoria da qualidade de vidas
das famílias. A avaliação foi feita pelo presiden-
te da CNseg, Jorge Hilário Gouvêa Vieira, na
solenidade de abertura da 5ª Conseguro, que
aconteceu em Brasília, nos dias 08 e 09 de junho,
reunindo mais de 500 participantes.
Uma das grandes preocupações do mercado,
na avaliação de Jorge Hilário, é ampliar o diálogo e
falar diretamente com esse público, para informá-
lo cada vez mais sobre os produtos do seguro.
Para ele, além de desafios, o novo momento traz
“Esta é uma
oportunidade
valiosa para
aproximar as
empresas da
sociedade civil,
fortalecer o diálogo
e intensificar
as práticas que
tornam o setor
estratégico para o
desenvolvimento
do Brasil”
Senador Dornelles
pública, uma vez que pode ser um importante crescimento do País e o Ministério da Previdên-
instrumento para garantir sustentabilidade às po- cia Social trabalha para aprovar o projeto de lei
líticas sociais para a ascensão socioeconômica das 19.992/07, que institui a previdência complemen-
camadas mais pobres da população”, afirmou. tar para o futuro servidor público”, informou.
Ao citar alguns dos temas que estarão em “A vida produtiva O presidente da ANS, Maurício Ceschin, que
discussão em Brasília, como as oportunidades dos nossos netos representou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
que virão com os investimentos de grandes obras afirmou que a população acima de 60 anos já repre-
de infraestrutura, o papel da indústria de seguro
será o dobro da senta 10% dos 62 milhões de usuários de seguros
diante dos impactos das catástrofes naturais, Jorge dos nossos pais. e planos de saúde e 25% dos custos do segmento.
Hilário foi categórico: “As seguradoras brasileiras O grande desafio “A vida produtiva dos nossos netos, que viverão 100
precisam superar entraves regulatórios para ganhar anos, será o dobro da dos nossos pais. O grande
será lidar com
competitividade no mercado mundial. Hoje, somos desafio será lidar com esse novo ser humano, que
o maior mercado da América Latina, mas podemos esse novo ser terá necessidades e desejos totalmente novos”.
avançar ainda mais, especialmente na condição de humano, que terá Ainda participaram da mesa de abertura o
pilar de sustentação do desenvolvimento do Brasil”. necessidades e deputado Saraiva Felipe (PMDB/MG); o superin-
Na pauta do evento, uma variedade de assun- tendente da Susep, Paulo dos Santos; os presiden-
desejos totalmente
”
tos para a reflexão coletiva, como as novas regras tes das quatro Federações, Jayme Brasil Garfinkel
de solvência; microsseguros; seguros populares; novos (FenSeg), Marco Antonio Rossi (FenaPrevi), Marcio
acesso da nova classe média ao seguro; os im- Serôa de Araújo Coriolano (FenaSaúde) e Ricardo
Maurício Ceschin
pactos das mudanças do perfil demográfico da José da Costa Flores (FenaCap); o vice-presidente
população brasileira; a correlação entre as obras de da Fenacor, Robert Bittar, representando o pre-
infraestrutura e o seguro garantia; o meio ambiente sidente Armando Vergílio dos Santos Junior; e o
e o seguro de catástrofes; além das perspectivas coordenador da 5ª Conseguro, Pedro Bulcão.
para os seguros de saúde, vida e previdência.
Mais
Setor autoridades
estratégico Estiveram também presentes à solenidade
O senador Francisco Dornelles (PP/RJ), que de abertura da quinta edição da Conferência
participou da abertura do evento, representando Brasileira de Seguros Gerais, Previdência Privada,
o Senado Federal, elogiou a iniciativa da CNseg Saúde Suplementar e Capitalização, que acon-
de promover um encontro que visa aprimorar o teceu no Centro de Convenções Brasil 21, em
“Para sustentar
relacionamento das seguradoras com o consu- Brasília, os deputados federais Hugo Napoleão
midor brasileiro. “Esta é uma oportunidade valio- (DEM/PI), Osmar Serragllio (PMDB/PR), Eduardo
sa para aproximar as empresas seguradoras da o crescimento Sciarra (DEM/PR), André Zacharow (PMDB/PR) e
sociedade civil, fortalecer o diálogo e intensificar Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP); o embaixador Paulo
a troca de boas ideias e práticas que fazem do
econômico do Tarso Flexa de Lima; o presidente do INSS, Mauro
mercado segurador brasileiro um setor estratégi- Brasil, é preciso Luciano Raushild; a procuradora-chefe da Susep,
co para o desenvolvimento do Brasil”, destacou. aumentar a Luciana Portal; e a secretária geral e executiva da
Representando o ministro da Previdência ANS, Luciana Silveira.
poupança interna,
Social, Garibaldi Alves Filho, o secretário de Políti- A 5ª Conseguro foi promovida pela CNseg,
cas de Previdência Complementar do Ministério, cuja formação é de com o apoio das suas associados: FenSeg (Fe-
Jaime Mariz de Faria Junior, afirmou que, para responsabilidade deração Nacional de Seguros Gerais), FenaPrevi
sustentar o crescimento econômico do Brasil, do mercado de (Federação Nacional de Previdência Privada e
é preciso aumentar a poupança interna, cuja
formação é de responsabilidade do mercado
seguros ” Vida), FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde
Suplementar) e FenaCap (Federação Nacional de
de seguros. “Temos a necessidade de lastrear o Jaime Mariz Capitalização).•
Transição demográfica
Solvência II
“Experiência e tendências na Europa”
Palestrantes: Michaela Koller, diretora executiva
do European Insurance and Reinsurance Federa-
tion – CEA
Coordenador: Renato Russo, vice-presidente da
SulAmérica e da FenaPrevi
Debatedores: Prof. Aloisio Araújo (FGV e IMPA),
Samuel Monteiro dos Santos Junior, vice-presidente
Bruno Pereira, Renato Russo, Michaela Koller, Samuel Monteiro do grupo Bradesco Seguros, e Bruno Pereira, da
e Aloisio de Araújo Leblon Euquities.
Títulos de Capitalização
“Sorteios e realizações: dos tempos dos mil réis à era
digital”
Palestrante: Prof. Roberto Macedo, economista, ex-
secretário de Política Econômica do Ministério da Fa-
zenda e ex-coordenador das atividades do Conselho
Nacional de Seguros Privados – CNSP
Coordenador: Natanael A. de Castro, diretor comercial
da BrasilCap Capitalização
Debatedor: Carlos Infante de Castro, presidente da Carlos Infante, Natanael de Castro e Roberto Macedo
SulAmérica Capitalização
Seguro garantia
“O sistema de garantias competitivas como processo
de controle da eficácia econômica”
Palestrante: Alexandre Malucelli, vice-presidente do
Grupo J. Malucelli, membro do Conselho Diretor da
CNseg e presidente da Panamerican Surety Associa-
tion – PASA
Coordenador: José Américo Peón de Sá, assessor de
Desenvolvimento Relacional da CNseg
Debatedor: Luis Claudio Barreto, vice-presidente Sure-
ty Bonds, Trade Credit e Risco Político da Odebrecht
Administradora e Corretora de Seguros Luis Claudio Barreto, José Américo Peón de Sá, Alexandre Malucelli e
José Frias de Sousa
Mudanças
alteram o perfil
demográfico
O
Brasil vive o melhor momento
Por
demográfico de sua história – e a
VANIA
MEZZONATO estrutura etária do País vai continu-
ar favorável até 2025. A afirmação
foi feita pelo demógrafo José Eustáquio Diniz
Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísti- está cada vez mais urbano e essa tendência é ir-
cas, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia reversível. Além disso, há cada vez mais mulheres
e Estatística), em sua palestra sobre “Transição que homens brasileiros, ao contrário do obser-
demográfica – o perfil demográfico da futura vado no mundo. As pessoas do sexo feminino
sociedade brasileira”, no primeiro dia de deba- vivem em média 7 anos mais no Brasil que as do
tes da 5ª Conseguro. sexo masculino.
O debate foi mediado por Paulo Miguel
Marracini, diretor da CNseg e presidente do População
Conselho de Administração da Allianz Seguros, e reduzida
contou com a participação do demógrafo Cássio Outro dado relevante é a inversão da taxa
Turra, do Centro de Desenvolvimento e Plane- de mortalidade e de natalidade, que levou à
jamento Regional, da Universidade Federal de redução da população. A taxa de fecundidade
Minas Gerais (UFMG). que era de 6 filhos por mulher até a década
As mudanças pelas quais o Brasil vem pas- de 60, hoje é de 2,1. E a longevidade da popu-
sando nas últimas décadas têm alterado subs- lação está em ritmo avançado – em 2040, as
tancialmente seu perfil demográfico. O País que pessoas com mais de 65 anos serão em núme-
era eminentemente rural até a década de 1960 ro superior às de zero a 14 anos. “O auge será
ALGUMAS
Impactos ainda são uma
CONCLUSÕES
➜ Se o crescimento
incógnita para o Brasil
econômico do País O ponto fundamental das mudanças que alguns países do mundo, mas as mudanças
se mantiver entre vêm ocorrendo no Brasil é a simultaneidade que provocam ainda são pouco conhecidas
4% e 5% ao ano, das transições – demográfica, epidemiológi- no Brasil, porque temos deficiência de dados
será possível manter ca (saúde), educação, mercado de trabalho e de medidores”, afirmou ele, sugerindo que
o pleno emprego da e familiar – e como elas afetam a família, o mercado de seguros ajude a compor estes
população, reduzir o mercado e o estado brasileiro. Segundo dados através da análise de seus subgrupos.
a pobreza e avançar o debatedor Cássio Turra, demógrafo do “O desconhecimento gera riscos novos”,
no crescimento da Centro de Desenvolvimento e Planejamento acrescentou.
classe média. Regional, da Universidade Federal de Minas As consequências do aumento da expec-
➜ O aumento do Gerais (UFMG), estas transições geram novas tativa de vida – principalmente das mulheres,
bem-estar e do oportunidades para o mercado de seguros e que é a maior desde 1840 e “ultrapassa todas
consumo e o novo dois tipos de mudança: de composição e de as apostas” – ainda é uma incógnita no Brasil,
lugar da mulher na comportamento. apesar de pontuada pela linearidade: aumenta
sociedade vão abrir Do ponto demográfico, se a natalidade uma média de três meses a cada ano. “Sabe-se
grandes oportuni- cai, o envelhecimento sobe e há impacto na muito pouco sobre o comportamento da lon-
dades de negócios. composição da população. “Os padrões que gevidade no País, que oscila de geração para
➜ O Brasil deve norteiam estas transições se repetem em geração. Quando se fumava muito se morria
aproveitar os pró- mais. A mortalidade
ximos 15 anos para Os últimos e os próximos 40 anos por nível de escolari-
enriquecer antes de Indicadores educação e trabalho 1970 2010 2050 dade, por exemplo, é
começar a enfren- Taxa de alfabetização (%) 60,0 92,7 99 desconhecida”, infor-
tar o processo de Anos médios de estudo ambos os sexos (anos) 2,4 7,5 13,0 mou Cássio Turra.
envelhecimento e Anos médios de estudo mulheres (anos) 2,3 7,7 14,0 Segundo ele,
se preparar para os População em Idade Ativa (milhões) 52,0 131,0 140,0 um desafio para o
desafios que virão, População Economicamente Ativa (milhões) 29,6 100,4 114,0 mercado segurador
de modo a se tornar PEA masculina (milhões) 23,4 56,0 60,0 é entender como as
um País mais justo, PEA feminina (milhões) 6,2 44,4 54,0 pessoas transferem
democrático e com Razão de dependência demográfica (%) 85 48 59 recursos para manter
mais inclusão social. Fonte: UN/ESA, IBGE, ENCE o nível de consumo
ao longo do ciclo
O crescimento da classe média no Brasil de vida. “No Brasil,
a transferência pú-
13
25 blica de recursos é
42 a principal fonte de
financiamento de
consumo dos idosos
47 – o que deixa pouca
43
21 margem para o mer-
49 cado privado atender
23 2003 2011 2025 aos mais velhos”.
Longevidade
coloca em risco a
aposentadoria pública
questões populacionais, o Brasil também
terá pela frente o grande desafio de prover
recursos para financiar o sistema de seguri-
O aumento da dade social, que hoje cobre 80% da popula-
expectativa de vida ção idosa. Entre os países da América Latina,
o Brasil é o que oferece a maior cobertura
pode comprometer a previdenciária para a população com mais
sustentação do sistema de 65 anos. Conforme dados do Ministério
da Previdência Social, mensalmente são pa-
de seguridade social gos 28 milhões de benefícios.
Fabio Pozzebom / Ag. Br
O
aumento da expectativa de
Por vida dos brasileiros seria uma
MÁRCIA ALVES
conquista social digna de co-
memoração não fosse o ritmo
acelerado dessa mudança demográfica.
Segundo projeções do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a população
idosa irá mais do que triplicar nas próximas
quatro décadas: passará de menos de 20
milhões, em 2010, para 65 milhões, em 2050,
passando a representar quase 50% dos habi-
tantes. Em contrapartida, o ritmo da taxa de
fecundidade está em desaceleração.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Demanda
Econômica Aplicada (Ipea ) revela que a po- por benefícios
pulação deverá decrescer depois de 2030. Para Ana Amélia, não se pode ignorar
Até lá, a tendência é de redução do contin- que a demanda por benefícios da seguridade
gente de jovens menores de 20 anos e de social tende a crescer no médio prazo e, na
aumento da população superenvelhecida, ausência de mudanças, a acentuar o desequilí-
fenômeno semelhante ao que ocorre em brio financeiro da Previdência Social. Hoje, 6,45
países desenvolvidos. indivíduos em atividade geram recursos para
A pesquisadora do IPEA, Ana Amélia cada beneficiário, em 2050 essa proporção
Camarano, uma autoridades no estudo de será de apenas 1,9. “O modelo tradicional de
Sociedade deve
adotar novos
hábitos de consumo
cional com base geográfica para os próximos
40 anos, estima-se que boa parte do contin-
O
consumidor do futuro tem um
Por enorme poder nas mãos: garantir Consumidor
DENISE BUENO
que o Brasil seja uma grande na- exigente
ção. É ele quem determinará mu- Incluindo dados do avanço da tecnologia
danças no pacto social com o governo e no – o número de celulares já ultrapassa o da po-
comportamento das empresas com a pulação –, os estudos remetem para um con-
sociedade. Para que ele exerça esse poder sumidor exigente, bem informado e que sabe
com sucesso, é preciso começar a mudar um o que quer. Ele compra menos por impulso e
hábito arraigado, e muito estimulado pelo mais economia, para realizar desejos como a
período inflacionário, de desfrutar hoje sem casa própria, lazer e educação. E vai pesquisar
pensar no amanhã. na internet antes de comprar. Se tiver dúvidas
Estamos falando de um grupo de consu- na escolha, vai priorizar as companhias que
midores formado praticamente pelos mais de mais investem em responsabilidade social.
190 milhões de habitantes do Brasil, dominado Mas para chegar a esse consumidor, o
pelo sexo feminino: 97,3 milhões de mulheres Brasil tem que transformar desafios em opor-
e 93,9 milhões de homens. Mais de 80% vivem tunidades. “A grande pergunta que os brasilei-
na área urbana, com forte tendência de con- ros devem fazer é se desta vez será diferente”,
sumo. Mais de 32 milhões de pessoas ingres- sugeriu o professor Eduardo Giannetti da Fon-
saram na classe C na última década e outras seca. Afinal, o Brasil tem algumas premissas
30 milhões deverão seguir o mesmo caminho que ajudam no resultado macroeconômico
nos próximos anos. de sucesso obtido nos últimos tempos. Uma
Projetando dados do crescimento popula- delas é que o mundo está em crise, o preço
Mídias sociais
democratizam
a comunicação
foi possível, em parte, graças às redes sociais.
A cada dia cresce o número de empresas
que usam o canal para conectar e interagir
Os consumidores passam com os seus clientes. Pesquisa global da
a ter voz e contribuem Regus (empresa líder mundial em soluções
de trabalho flexível) mostra que 52% das
para o aprimoramento corporações no mundo e 68% no Brasil
de produtos utilizam canais sociais, como o Twitter e Face-
book, para se relacionar com o seu público-
alvo. Em 2010, 49% das empresas brasileiras
U
ma marca não “fala” mais sozi- obtiveram bastante êxito por meio da sua
Por
nha. Se antes o domínio da in- atuação em redes sociais, um ano depois,
DENISE BUENO
formação significava ter poder, este índice cresceu 10%, atingindo a marca
hoje compartilhá-la é que faz de 59%.
toda a diferença. Quanto mais pessoas e
organizações dividem o conhecimento, Olhar
mais interagem com o mundo e mais re- diferente
levantes são as informações para a socie- Apesar de especialistas defenderem
dade. Nasce a era da comunicação demo- que o meio não é apropriado para venda
crática, em que os consumidores passam a e publicidade, um bom conteúdo compar-
ter voz e contribuem para o aprimoramen- tilhado pode fazer com que o consumidor
Pesquisa global to de produtos, serviços e, principalmente, tenha um olhar diferente sobre o produto.
da Regus mostra o atendimento das organizações. Boa parte das companhias entrevistadas
As pessoas passaram a dividir tudo o na pesquisa da Regus, no Brasil (87%) e no
que 52% das
que julgam relevante em suas vidas. Escre- mundo (74%), concorda que estratégias de
corporações no vem sobre os lugares que gostam mais, marketing sem a inclusão das redes sociais
mundo e 68% no quando são bem atendidas em um estabe- têm muito menos chances de sucesso.
Brasil utilizam lecimento, indicam leituras e sites interes- Afinal, ouvir um consumidor é a melhor
santes. Ao mesmo tempo em que comparti- maneira de saber se um produto é bom.
canais sociais, lham com seus seguidores ou amigos quais- Esta foi uma estratégia adotada por Steve
como o Twitter e quer experiências do seu dia a dia, também Jobs, que criou o Iphone exatamente como
Facebook, para reforçam deslizes de empresas. Quando não as pessoas pediram – o que tornou o smar-
gostam de um determinado produto, aler- tphone um objeto de desejo do mundo pela
se relacionar
tam seus colegas do mundo online sobre o facilidade de interação com o mundo.
com o seu que julgam bom ou ruim. As redes sociais evoluíram tanto que
público alvo. Essa democratização da comunicação deixaram de ser vistas como mais um recur-
divulgação
díveis. Não é para menos. O mundo “social”
já conta com mais de 2 bilhões de pessoas
– quase um em cada três habitantes do Pla-
neta. O circuito tecnológico da informação
atrai, a cada minuto, milhares de novas pes-
soas plugadas nas redes.
Mapeamento
do Ipea
No Brasil, já são cerca de 75 milhões
de internautas – em 2009, segundo o Ipea,
eram 63 milhões – e estima-se que um em
cada cinco acesse o Twitter. Tanto que o
País já ocupa o segundo lugar no ranking
de usuários no mundo, perdendo apenas
para os Estados Unidos, que respondem por
metade dos membros ativos do microblog.
A adesão é tanta que o Twitter desenvolveu
um site totalmente traduzido.
Atualmente, a rede social mais usada
no Brasil ainda é o Orkut, com mais de 32
milhões de usuários, mas sofre ameaça fre-
quente do Facebook, que conta com mais de
680 milhões de usuários globais. Em maio
de 2011, 19 milhões de brasileiros tinham
perfis neste canal. Esses números não param
de crescer.
Banda
larga
O número de acessos em banda larga segundos. As redes de 3G estão instaladas O Brasil já ocupa
no Brasil chegou a 42,1 milhões em maio em 1.523 municípios, que concentram 75,4% o segundo lugar
deste ano, expansão de 53,5% em relação ao da população brasileira, com 143,7 milhões
no ranking
mesmo mês de 2010, segundo a Associação de habitantes.
Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). As redes sem fio (Wi-Fi) devem superar de usuários
Os usuários do mundo digital são homens as cabeadas, em 2015, segundo estudo da do Twitter no
(22%), com ensino superior (41%), das classes Cisco (empresa que oferece soluções para mundo, atrás
A (59%) e B (33%), conforme mapeamento redes e comunicações), quando os aparelhos
do Ipea. utilizarão 37,2 exabytes de dados ao mês,
apenas dos
O crescimento das classes C e D tem contra 37 exabytes das conexões com fio. Estados Unidos,
sido importante, mas é preciso levar a inter- Atualmente, a rede Wi-Fi responde por 36% que respondem
net até a casa das pessoas. Nos últimos 12 de todo o tráfego e, em 2015, deve chegar
por metade dos
meses, 14,6 milhões de novos clientes pas- a 46,2%. Já as conexões cabeadas, que cor-
saram a ter acesso à internet rápida no Brasil respondem a 63% do total, recuarão para membros ativos
– em média um novo cliente a cada dois 46,1%, naquele ano. do microblog.
Em pauta,
a autorregulação
dos corretores
Armando afirmou que a categoria está
entre aquelas com maior grau de capilarida-
Resolução do CNSP de: são cerca de 70 mil corretores em todo o
País, que respondem por 85% da receita de
prevê que as entidades prêmios do mercado brasileiro. “A Susep não
funcionem como órgão tem condições estruturais para regular, fisca-
lizar e agir de maneira preventiva. E a falta de
auxiliar da Susep supervisão e de punição adequada afeta o
mercado como um todo”, alertou.
A criação das entidades autorregula-
A
autorregulação trará para os doras foi aprovada na lei que regulamen-
Por
corretores de seguros a opor- tou o fundo para riscos catastróficos do
JORGE CLAPP
tunidade de ganhar em credi- seguro rural, sancionada pelo ex-presiden-
bilidade, seriedade e confiança. te Lula, no ano passado. Em abril deste
A afirmação foi feita pelo presidente da ano, o Conselho Nacional de Seguros Pri-
Fenacor, Armando Vergílio dos Santos Ju- vados (CNSP) aprovou a Resolução 233/11,
nior, em discurso realizado na Conseguro. que dispõe sobre a forma de constituição
“A Susep não “Com as entidades autorreguladoras, ha- das entidades autorreguladoras. “Essa foi
tem condições verá condições de punir e afastar aqueles a maior conquista da categoria desde a
profissionais cuja atuação deixa as pessoas aprovação da Lei 4.594, que regulamentou
estruturais para sem proteção”, argumentou ele, que é a profissão do corretor”, comparou.
regular, fiscalizar deputado federal licenciado e secretário A resolução do CNSP prevê que as
e agir de maneira de Estado de Cidades em Goiás. entidades funcionem como órgão auxiliar
da Susep, com a incumbência de fiscali-
preventiva.
júlio fernandes/ ag. full time
Um espaço
Para chegar à área dos estandes e ao
plenário do evento, as pessoas passavam,
obrigatoriamente, por um túnel completa-
para provocar
mente escuro, com paredes, teto e piso de
plástico preto, decorado com espelhos e
slides exibidos alternadamente, chamado
“A
guerra de preços será uma pe da construção do mercado de 2036.
Por
VANIA
característica desta década. “Neste espaço disponibilizamos uma
MEZZONATO Você está pronto?” Mesclan- coletânea de dados sobre a evolução
do informações e frases pro- do mercado e de conceito de todos os
vocativas, como esta, além de dados sobre setores – muitos desconhecidos até en-
o desempenho do mercado de seguros tão – que pudessem cumprir esta tarefa
nos últimos anos, um espaço roubou a de estimular o mercado a inovar e se
atenção dos participantes da quinta edi- inspirar para enfrentar os novos desafios.
ção da Conseguro. Foi uma forma de contribuir para a inspi-
ração”, explicou.
fotos júlio fernandes/ ag. full time
Catástrofes
atingem países em
desenvolvimento
“Faltam
O ano de 2010 foi o terceiro sistemas e
maior em vítimas desde estatísticas do
1970, quando os estudos passado (no
Brasil). Esta é
foram iniciados
uma grande
falha e temos
A
s dez piores catástrofes naturais re-
Por que nos unir
gistradas ao longo do ano passado
VANIA para criar um
MEZZONATO ocorreram nos países em desenvolvi-
mento. Haiti, Rússia, China, Paquistão, modelo de
Chile, Indonésia, Peru, Argentina e Uganda lide- cálculos destes
raram o ranking das tragédias, que deixaram um
rastro de quase 300 mil mortos ou desapareci-
novos riscos ”
dos. A conta foi feita pelo representante da Swiss Rolf Steiner
Re Brasil, Rolf Steiner, autor da palestra “Meio
Ambiente e Seguros de Catástrofes”. Segundo
ele, o ano de 2010 foi o terceiro maior em termos
de vítimas desde 1970, quando as consequências
deste tipo de tragédia começaram a ser estuda-
O ano mais
das. Em 2009, foram menos de 15 mil vítimas. O ano de 2010 também foi marcado
Apenas 2% das catástrofes contabilizadas no pe- como o mais quente da história. O motivo
ríodo ocorreram por conta das ações do homem – os são as ações humanas e a emissão de gases
98% restantes foram motivadas pela natureza. “Quan- de efeito estufa. Em todo o mundo, foram
to mais ocorrem sinistros provocados por catástrofes, emitidas ao longo do ano passado 30,6 bi-
mais altos ficam os valores segurados”, comparou. lhões de toneladas de dióxido de carbono.
Segundo ele, os estudos não apontam aumento da Os dados foram apresentados pelo jornalis-
probabilidade de terremotos futuros, mas preveem ta Washington Novaes, que participou do
o aumento de eventos provocados por mudanças debate mediado pelo presidente da FenSeg
climáticas, enchentes, inundações etc.. e da Porto Seguro, Jayme Brasil Garfinkel.
quente da história
Segundo o jornalista, este volume de Na opinião do debatedor Bosco Francoy,
emissão de poluentes está próximo do limite presidente da Mapfre Re, as seguradoras não
tolerado pelo planeta e, se for ultrapassado, estarão preparadas para enfrentar os riscos pro-
pode tornar irreversível o aumento da tem- vocados pelas catástrofes naturais se não colocar
peratura, provocando derretimento de ge- o assunto na sua pauta de prioridades. “A mudan-
leiras e chuvas torrenciais. A ONU já alertou ças climáticas estão na 20ª posição no ranking
também sobre o processo de desertificação de preocupações das seguradoras”, informou.
do planeta, que atinge 2 hectares por mi- Segundo ele, os riscos catastróficos só serão mi-
nuto e representa ameaças à produção de tigados quando a cobertura do seguro for com-
alimentos, além de riscos de doenças. partilhada por governos e iniciativa privada.
Planeta não
sobreviverá ao
consumo desenfreado
estariam ocorrendo de forma consistente-
mente fora da série histórica”, analisa.
Por outro lado, ele concorda com a
Especialista em meio corrente majoritária dos cientistas que
ambiente relaciona atribui à humanidade parte da culpa pelos
desastres naturais associados à mudança
mudanças climáticas ao do clima. As chuvas intensas que provo-
consumismo e defende cam enchentes e deslizamentos de terra
em vários pontos do País teriam relação
novos hábitos para com a queima progressiva de petróleo,
salvar o planeta carvão e gás, a destruição das florestas,
a quantidade de lixo – especialmente de
matéria orgânica que se decompõe ao ar
N
ão é preciso retroceder muito livre e gera o gás estufa – e também com
Por no tempo para constatar que a ineficiência de alguns setores da indús-
MÁRCIA ALVES
as catástrofes naturais estão au- tria, que demandam muita energia. “Tudo
mentando. Os terríveis terremo- isso está dentro de um pacote civilizatório.
tos que assolaram o Haiti e, em seguida, Fazemos parte do problema e agora preci-
o Chile foram superados pelo terremoto samos fazer parte da solução”, diz.
seguido de tsunami que devastou parte
do Japão neste ano. É fato que os desas- Praga de
tres naturais estão aumentando, mas a gafanhotos
percepção das pessoas sobre a frequência A solução é frear o consumo, cujo efeito
e intensidade é influenciada pela mídia, para o planeta é comparável ao da praga
que também está mais ágil em registrar e de gafanhotos. “Em bom português: não dá
transmitir esses eventos. para todo cidadão ter um automóvel, comer
A avaliação é do jornalista especializado carne duas vezes ao dia, consumir um celular
em meio ambiente, André Trigueiro, defensor a cada seis meses, um iPad a cada oito me-
ferrenho da preservação da natureza e autor ses e ter um closet abarrotado de roupa. Es-
de livros sobre meio ambiente, que faz ques- tamos falando de um estilo de vida que, para
tão de separar o joio do trigo em relação não representar risco à nossa existência, de-
à ação humana na ocorrência de algumas termina novos hábitos de consumo”, opina
catástrofes naturais. “A Terra tem 4,5 bilhões Trigueiro. Considerando que o planeta é um
de anos e não estamos aqui há tanto tempo. só e que os recursos são finitos, o jornalista
Por isso, não acredito que esses fenômenos diz que o primeiro alvo dessa mudança de
Popularização dos
produtos depende
da distribuição
chinês é a de que o seguro faça o máximo pos-
sível pela população, para que o governo faça
o mínimo possível”, comentou Bester.
Especialista também Para que os microsseguros e os seguros
defende a criação de populares de fato atinjam a população de
baixa renda, o primeiro passo é a distribuição
produtos com coberturas e o baixo custo. “Entre as alternativas, uma
atrativas que atendam a possibilidade é o canal bancário, cuja comer-
cialização pode ser regulamentada pela Su-
população de baixa renda perintendência de Seguros Privados (Susep)”,
disse Bester, sugerindo também a venda em
funerárias.
Em comentário à exposição de Bester,
O
Brasil caminha para a regulação Murilo Chaim, coordenador-geral de Seguros
Por
do microsseguro, mas alguns e Previdência Complementar da Secretaria de
KARIN FUCHS
desafios ainda são entraves à sua Política e Econômica do Ministério da Fazenda
popularização. O primeiro deles – que participou do debate ao lado de Pedro
é a inclusão social sustentável. “O Brasil tem Bulcão, presidente da Sinaf Seguros, membro
programas que são modelos para o mundo, do Conselho Diretor da CNseg e coordena-
como o ‘Bolsa Família’ e o ‘Brasil Sem Miséria’. dor da 5ª Conseguro –, afirmou que os altos
Porém, pela baixa capacidade de poupança da custos de distribuição limitam o alcance dos
população de menor renda, esses programas produtos e o seu valor para os clientes. “A
correm o risco de gerar dependência”, alertou sinistralidade é reduzida, o que é um excelen-
Hennie Bester, do Centro de Regulação Finan- te indicador para a solvência, mas mostra que
ceira e Inclusão (Cenfri), uma instituição sul- os valores pagos aos segurados são baixos e
africana que colabora para a formulação de que a maior parte está sendo consumida pela
modelos de regulação financeira para a inclu- distribuição”, afirmou.
são social, em sua palestra “Microsseguros e
Seguros Populares”. Produto atrativo
Além da poupança, são primordiais a edu- Segundo Bester, para chegar a este pú-
cação e a disseminação do seguro para garantir blico, o produto deve ser genérico, como as
a inclusão sustentável. “Na China, por exemplo, coberturas de seguro desemprego, despesas
um projeto-piloto de microsseguros abrangeu funerárias, entre outras. “A minha sugestão é
120 milhões de pessoas. A visão do governo escolher duas coberturas e ressaltá-las quan-
DPVAT: um modelo
de sucesso
O diretor-presidente da Bradesco Segu- sobrevida e uma tranquilidade em termos de
ros e Previdência e também presidente da estabilidade familiar por algum tempo”.
FenaPrevi, Marco Antonio Rossi, mediador Rossi lembrou que a Seguradora Líder,
do debate, destacou o DPVAT como um mo- administradora do DPVAT, foi criada com a
delo de sucesso de seguro popular, pouco união de 70 seguradoras do mercado para
lembrado no Brasil. “Todos os anos, o DPVAT melhorar as condições de atendimento
paga cerca de R$ 2,6 bilhões em indenizações. nessa área. “Sem dúvida, é um case muito
Para muitos, o valor pode ser considerado positivo que muitas vezes não tem o devido
baixo. Porém, para as pessoas que recebem R$ valor quanto se observa o mercado de se-
13.500 de indenização podem significar uma guros como um todo”, finalizou.
A
nova classe média brasileira não só ram são os tradicionalmente excluídos, é um
Por
veio para ficar como já é a dominan- ponto fora da curva nos padrões de desen-
VANIA
MEZZONATO te do ponto de vista econômico. Um volvimento dos países do BRIC (Brasil, Rússia,
estudo feito pelo economista-chefe Índia e China)”, afirmou.
do Centro de Políticas Sociais da Fundação No período entre 2003 e 2011, de acor-
Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, intitulado do com a pesquisa da FGV divulgado no
“A Nova Classe Média Veio para Ficar?”, a classe final de junho, 39,6 milhões de brasileiros
emergente, batizada de classe C, concentrou entraram na classe C, enquanto 9,2 milhões
46,24% do poder de compra dos brasileiros, ingressaram nas classes A e B. Já a classe
em 2009, superando as classes A e B, que res- D perdeu 7,9 milhões de pessoas (redução
ponderam por 44,12% no mesmo período. de 24,03%) e a classe E perdeu 24,6 milhões
Baseado em dados das economias brasilei- (menos 54,18%). Com isso, segundo o estu-
ra e internacional, nos resultados de pesquisas do, a “nova classe média” brasileira passou,
domiciliares e de estudos específicos sobre nos últimos dois anos, de 50,45% da popula-
a situação do brasileiro ao longo das últimas ção para 55,05%, contabilizando mais de 100
décadas, o economista da FGV disse que, entre milhões de integrantes.
2001 e 2009, a taxa de crescimento dos mais
pobres no Brasil foi muito maior do que a dos Emprego
mais ricos, o que aumentou o padrão de vida formal
de mais da metade da população. Na avaliação de Marcelo Neri, o cresci-
mento robusto do emprego formal, duplica-
Padrão do desde 2004, caracteriza a ascensão desta
atípico nova classe média, cujo principal símbolo
“A renda dos pobres cresceu 540% a é a carteira de trabalho. Em 2010 foram ge-
mais do que a dos ricos. O crescimento rados 2.136.947 novos empregos formais,
Grandes problemas
têm soluções simples
e objetivas
por ano, dedicando-se a sua execução. Como
exemplo, ele citou uma experiência própria:
Os incentivos são durante 10 anos concentrou-se em uma ou
duas boas ideias, que resultaram na criação de
fundamentais para criar seus best-sellers ‘Freakonomics’ e ‘SuperFre-
um ambiente propício akonomics’. Para ele, os incentivos são funda-
mentais para se criar um ambiente propício às
às ideias promissoras ideias promissoras no plano econômico.
Steven Levitt, que se notabilizou por de-
P
safiar a “sabedoria convencional”, conquistou
ense em uma ideia mirabolante ca- a medalha Clark, prêmio dado a contribuições
Por
VAGNER paz de mudar o mundo. Em segui- econômicas relevantes a economistas ameri-
RICARDO da, reflita sobre outra mais básica. canos com menos de 40 anos. Uma de suas
Se precisar escolher em qual investir, conclusões mais provocantes foi relacionar o
aposte as fichas naquela ideia mais linear. “A aborto à queda da criminalidade nos Estados
solução para todos os nossos grandes pro- Unidos nos anos 90.
blemas tem uma resposta simples e objetiva”, Na quinta edição da Conseguro ele vol-
assegurou o economista Steven Levitt, autor tou ao tema. “Crianças indesejadas têm mais
da palestra “Freakonomics: o lado oculto e propensão a virar criminosos quando adultos”,
Steven Levitt inesperado de tudo que nos afeta”. disse ele, cuja tese causou comoção nos EUA,
Segundo o expositor, no mundo corpora- já que os cerca um milhão e meio de abortos
Uma das tivo é preciso desrespeitar as regras para pro- feitos nos Estados Unidos são praticados por
conclusões mais mover mudanças e conclamou todos os parti- mulheres pobres, adolescentes e solteiras.
provocantes cipantes a pensar em um ou duas boas ideias Coordenador da palestra, o 1º vice-pre-
sidente da CNseg Patrick Larragoiti (também
do economista
júlio fernandes/ ag. full time
Europa consulta
mercado sobre as
regras de capital
N
a Europa, a implementação da “Sol-
Por vência II” (regras de capital baseado
JORGE CLAPP
em risco para as seguradoras) está Seguros, Samuel Monteiro dos Santos Junior,
sendo feita com base em ampla que participou do debate, há muitas diferen-
consulta ao mercado e a partir de troca de infor- ças entre o modelo brasileiro e aqueles aplica-
mações entre órgãos reguladores e supervisores. dos na Europa e nos EUA. “Somente aqui há o
A informação foi dada pela diretora geral do vínculo das reservas técnicas. E é bom lembrar
Comitê Europeu de Seguros (CEA), Michaela que, em 25 anos, apenas cinco seguradoras
Koller, na palestra “Experiência e Tendências na brasileiras quebraram – e, na maioria dos ca-
Europa”. “Há consultas formais e informais, um sos, por causa dos donos das companhias”.
diálogo intenso e estudos de impactos, custos Samuel Monteiro afirmou ainda que o
e benefícios”, disse ela, que também é executiva mercado brasileiro não é contra as regras da
da Federação Europeia de Seguros e Resseguros. Solvência II, mas quer discutir o assunto com
Para Michaela, o grande desafio é ter as autoridades. “Cada país tem suas caracte-
calibragem adequada e um modelo mais rísticas e precisamos discutir as regras entre
ajustado para evitar excessos na exigência de nós”, destacou.
capital. “Se não acertamos a mão, corremos o Outro debatedor, o professor Aloisio de
risco de ver o capital migrar para os regimes Araújo, da Fundação Getúlio Vargas, alertou
menos exigentes”, afirmou, acrescentando que que é preciso não agir com “mão pesada”. “O
houve experiências negativas de regulação mais adequado é ter uma dosagem correta,
do capital, no passado, implementadas sem até porque uma fragilidade residual sempre
consultas e troca de informações. O resultado vai existir”. No mesmo painel, Bruno Pereira,
final foi o aumento dos preços pagos pelos da Leblon Equities, disse que é preciso buscar
consumidores. novas fontes de capital e garantir retorno para
Para o vice-presidente do grupo Bradesco os investimentos feitos.•
Modelo de regulação
penaliza empresas de
pequeno porte
Fazendo uma analogia com as corridas
de Fórmula-1, Daniel Goldberg disse que
uma equipe não pode ser punida pelos fis-
Companhias de grande cais da prova por trocar os pneus dos seus
porte tendem a ser menos carros mais rapidamente que os demais
competidores. “No caso do seguro, o mais
prejudicadas pelo importante é precificar os riscos corretamen-
modelo vigente te”, observou, acrescentando que uma pos-
tura equivocada pode até mesmo induzir o
mercado à ineficiência, prejudicando os con-
O
Por regulador não pode obrigar sumidores finais de produtos de seguros.
JORGE CLAPP todo mundo a usar um casaco O presidente do Banco Morgan Stanley
GG. O alerta foi feito pelo presi- entende que a avaliação regulatória do
dente do Banco Morgan Stanley mercado deveria ser feita não com base
Brasil, Daniel Goldberg, ao apresentar a no acompanhamento anual, mas embasa-
palestra “A Regulação pela Perspectiva do da em “séries de tempos” e salientou tam-
Consumidor”. No caso específico do mer- bém que um “bom remédio” é a regulação
cado de seguros, esse casaco ficou grande
“Diz um antigo demais e desconfortável para as pequenas
prudencial, pois, no seguro, o custo do
fracasso pode ser desproporcionalmente
ditado: o que seguradoras, que estão retendo até 50% a grande em comparação a outras ativida-
mais de capital, em média. des. “É preciso haver uma margem de se-
engorda o boi é
Segundo Goldberg, diante desse cená- gurança regulatória para proteger os con-
o olho do dono. rio, é possível até que haja uma progressiva sumidores dessas possíveis consequências
Contudo, no migração de fatias do mercado dessas desproporcionais”, assegurou.
caso do mercado pequenas companhias para as segurado-
ras maiores, que costumam trabalhar com Provisão de
de seguros, os os chamados multiprodutos e são menos informações
donos não estão penalizadas pelo modelo vigente no País. No mesmo painel, a coordenadora de
presentes para “Exigir demais não é regular bem, pois Estudos de Mercado de Regulação do Ipea
pode provocar a anomalia da concentra- (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Lu-
verem o boi
ção de negócios, o que levaria à falta de cia Helena Salgado, afirmou que há um novo
engordar ” concorrência”, acrescentou o palestrante, espaço para a regulação no mercado brasileiro.
Lucia Helena que foi secretário de Direito Econômico do “Os órgãos reguladores devem ajudar o indiví-
Salgado Ministério da Justiça. duo a tomar as suas decisões”, argumentou.
A debatedora citou o caso do merca- surgido nos anos 1990. “Atualmente, vários
do de seguros em que, muitas vezes, uma setores querem ter agências reguladoras
pessoa tem o poder de tomar, sozinha, as próprias”, acrescentou.
decisões que dizem respeito aos interesses Para Carneiro, há momentos apropria-
de várias outras, como os investimentos dos para se fazer reformas e consolidar as
em fundos. “Diz um antigo ditado: o que normas e outras em que não é preciso fazer
engorda o boi é o olho do dono. No caso nada. Ele citou o exemplo do Poder Judiciá-
do mercado de seguros, os donos não estão rio, que experimentou uma fase muito bem-
“Por vezes, é presentes para verem o boi engordar”, com-
parou, justificando sua defesa pela presença
sucedida com a implantação dos juizados
de pequenas causas. “Por vezes, é prudente
prudente mexer de um agente externo. E acrescentou: “A tentar mexer no sistema de regulação, pois
no sistema de informação é, de fato, um bem público, mas há espaço para aperfeiçoamentos a partir da
regulação, pois o custo é muito elevado”. interação entre órgãos reguladores e agen-
tes do mercado”.
há espaço para
Agências Nesse sentido, o especialista entende
aperfeiçoamentos reguladoras que é possível ter alguns representantes
a partir da O outro debatedor do painel, o coorde- do mercado no Conselho Nacional de
interação entre nador Regional de Antitruste do escritório Seguros Privados (CNSP), ainda que não
Veirano Advogados, João Geraldo Piquet tenham direito a voto, para que possam
órgãos Carneiro, observou que o setor de seguros ter oportunidade de conhecer a realidade
reguladores é o mais antigo mercado regulado por me- como expectadores. Para ele, não haveria
e agentes do canismos estatais. E lembrou que prevalece problema se também os consumidores
mercado ” no Brasil uma tendência de se adotar novas
formas de regulação, consequência do “en-
fossem representados no Conselho. “Isso,
sem dúvida alguma, traria alguns benefí-
Piquet Carneiro cantamento” com as agências reguladoras, cios importantes”, assinalou. •
Seguradoras não
podem pagar por
erros de bancos
As perdas financeiras
geradas pelas crises
mundiais foram
concentradas nos bancos
S
Por eguro é seguro e seguradora não é
DENISE BUENO banco – e ponto! Esse é o mantra
dos principais executivos da indús-
tria de seguros do mundo que se
reúnem, por meio da Geneva Association,
com os órgãos reguladores internacionais.
“Estamos A missão da entidade, que reúne mais
alertando os de 80 CEOs do mundo, é informar que as
seguradoras não podem ser penalizadas
reguladores com uma regulamentação mais rígida, pois
sobre os distintos as perdas financeiras geradas pelas crises
papéis que mundiais foram concentradas nos bancos.
O esforço neste ano está mais intenso tar um risco sistêmico – que são abordados
seguradoras porque há projetos para todos os lados. nesta discussão de uma forma que nem
e bancos Há os regionais (Solvência II, na Europa), os sempre reflete as diferenças específicas dos
desempenham globais (International Financial Reporting modelos de negócios de seguro e outros
na economia, Standards – IFRS) e uma infinidade de refor- prestadores de serviços financeiros, como
mas da Associação Internacional de Super- os bancos.
para preservar visores de Seguros (IAIS).
os interesses Segundo Nikolaus von Bomhard, presi- Perdas
sociais que elas dente do Conselho da Geneva Association pontuais
garantem ” e da Munich Re, maior resseguradora do
mundo, a maior discussão é se as segura-
Estudo da Geneva afirma que as perdas
atreladas ao mercado de seguros foram
Patrick Liedtke doras e resseguradoras poderão represen- pontuais em companhias que atuavam
O Brasil ainda
engatinha no
seguro individual
Robert Kerzner abriu o painel destacando
que o Brasil é uma das economias que mais cres-
cem no mundo e surpreende pela ascensão de
A indústria de seguros terá classes sociais e o número de pessoas que saíram
de se reinventar com novos da linha de pobreza. “São 128 milhões de pessoas
nas classes C e D. No entanto, apenas 30 milhões
produtos e alternativas de têm algum seguro de vida. No mundo, muitas se-
distribuição guradoras estão utilizando alternativas inovadoras
para acessar o público popular”, afirmou.
P
rodutos, preços, coberturas, distribuição Autônomos
Por
KARIN FUCHS
e impostos são alguns dos empecilhos associados
para que o mercado de seguros de vida Kerzner comentou que no Japão as pessoas
individuais cresça no País. De acordo compram seguros pelo celular e que nos EUA
com Nilton Molina, presidente do Conselho de aumentou consideravelmente a participação de
Administração da Mongeral Aegon Seguros e Pre- autônomos associados às seguradoras na comer-
vidência e vice-presidente da CNseg, o resultado cialização de seguros de vida. “No Brasil, 75% da
é uma baixa penetração do produto. “A participa- distribuição são pelo canal bancário, enquanto
ção dos seguros de vida individuais na Argentina nos Estados Unidos são 38%. À medida que um
é de 8,6% do mercado; no Chile, é de 20,5%; e, no país amadurece, é preciso mudar os produtos e a
Brasil, de apenas 1,9%. Na comparação, mais signi- distribuição. O mercado brasileiro deveria ser mais
ficativo ainda é o número de prêmios em relação agressivo ou buscar alternativas”, sugeriu.
ao PIB: 0,05% na Argentina e de 0,03% no Brasil”. Segundo ele, a indústria de seguros precisa
Esses números demonstram uma enorme rapidamente desenvolver alternativas de distri-
oportunidade para o mercado brasileiro, segun- buição, como, por exemplo, o telemarketing ou
do Nilton Molina, que coordenou a palestra “Se- canais virtuais. “No Brasil, o número de linhas
guros de Vida Individuais e Previdência Privada” celulares em operação ultrapassou a população
– ao lado dos debatedores Fábio Lins de Castro, – em abril, totalizavam 212,6 milhões de linhas
presidente executivo da Prudential do Brasil – e as gerações X e Y compram produtos pela
Seguros de Vida, e Eugenio Velasquez, diretor internet. Nos Estados Unidos, por exemplo, em
da Bradesco Vida e Previdência – proferida por 2006, 38% da população utilizavam a internet
Robert Kerzner, CEO e presidente da Limra, Loma para obter informações sobre seguros. Percentu-
e LL Global, Inc. al que cresceu para 52%, em 2009”.
P
esquisas realizadas em vários países da lias entram para o ciclo de endividamento.
Por
América Latina dão conta de que boa Trata-se de um esforço conjunto que
DENISE BUENO
parte da população tem pouca habili- envolve governo, escolas, famílias, empresas
dade para tomar decisões relacionadas e instituições financeiras. As parcerias público-
ao seu dinheiro. Há muitas pessoas saindo da privadas são consideradas essenciais para que
pobreza e procurando oportunidades. São mi- este objetivo seja conquistado. Embora seja
lhões de indivíduos que ascenderam na classe visto com um investimento caro, o retorno é
social e estão ávidas por consumir produtos e imensurável no longo prazo.
serviços que até então não tinham acesso.
Todos querem o consumo imediato, sem Ascensão
pensar muito no futuro – e com a melhor dis- social
Santa Marta: tribuição de renda, os desejos podem ser con- “O Brasil está mudando rapidamente
O projeto ‘Estou quistados com uma linha de crédito, paga em e a ascensão social é uma fantástica prova
muitas parcelas e sem entrada. O avanço do
Seguro’ mostrou
crédito deve alcançar 41% do Produto Interno
como algumas Bruto (PIB) na América Latina, em 2015, confor-
comunidades me expectativas do Santander. No Brasil, o cré-
do Rio de dito representou 46% do PIB no ano passado.
disso. Mas será preciso qualificar essa ascen- grandes aliadas na disseminação da educa-
são, gerando poupança, segurança, saúde e ção financeira. Afinal, compartilhar experiên-
bem-estar para essas famílias. Esse papel é cias otimizam tempo e recursos. No Brasil, é
da indústria de seguros”, analisou Pedro Bul-
cão, membro do Conselho Diretor da CNseg
ainda mais difícil quebrar as barreiras: além
do analfabetismo financeiro, há o elevado
“ O Brasil
está mudando
e presidente da Sinaf seguros. custo do acesso à internet.
A mulher, que geralmente cuida do No mercado de seguros, a preocupa-
rapidamente
controle dos gastos, monitorando os filhos e ção quanto à educação financeira dos con- e a ascensão
o marido, e as redes sociais são vistas como sumidores cresce. Em uma iniciativa pionei- social, vivida
ra, a CNseg e o IETS (Instituto de Estudos
por milhões de
CLAUDIA MARA
Nova marca
comemora os 60 anos
da CNseg
trico e estável que dá estrutura ao símbolo.
As cores foram mantidas, com alteração
O Prêmio Inovação, o apenas nas tonalidades para facilitar a sua
reprodução em processos gráficos”, afirmou
Informe Anual e o Balanço Solange Beatriz. A separação dos caracteres
Social de 2010 também CN do ‘seg’ no logotipo, explicou a diretora,
teve o objetivo de proporcionar mais ritmo à
foram lançados no evento leitura, que ficava quebrada com o agrupa-
O
palco das discussões da 5ª Conse-
Por
guro, em Brasília, foi também ce-
VANIA
MEZZONATO nário para o lançamento da nova
identidade visual da CNseg, apre-
sentada ao mercado pela diretora executiva
da Confederação, Solange Beatriz Palheiro
Mendes. A nova marca pontua a comemo-
ração dos 60 anos da CNseg – sucessora da
Fenaseg – e visa transmitir os conceitos de in-
tegração, dinamismo e evolução do mercado.
“A forma básica dos símbolos das quatro
Federações que compõem a CNseg foi de-
senvolvida a partir de um diagrama geomé-
“ A nova
júlio fernandes/ ag. full time
O
mundo mudou e cada vez mais cia de regulação?”, questionou, provocando
Por
vivenciando a era do consumidor. uma reflexão.
KARIN FUCHS
Prova disso foi a edição do Có-
digo de Defesa do Consumidor, Ônus
em 1990, e, cinco anos depois, a criação do da prova
Juizado Especial Cível, um recurso que tem O Código de Defesa do Consumidor, di-
levado o cidadão a reivindicar seus direitos. ferentemente do passado, inverteu o ônus da
“O Juizado Especial Cível é o único integrante prova, que hoje é do fornecedor. Por precau-
do Judiciário em que cresce o número de ção e respeito ao consumidor, afirmou Falcão,
“ Hoje, um em novos processos. Estamos vivendo a justiça do
consumidor”. A afirmação é do professor de
cabe aos fornecedores serem cada vez mais
claros com seus clientes. “Muitas reclamações
cada quatro Direito e ex-membro da Corregedoria Nacio- que chegam aos Procons poderiam ser evita-
brasileiros tem nal de Justiça Joaquim Falcão, em palestra na das, se as empresas prestassem mais informa-
ação na justiça. 5º Conseguro. ções aos seus consumidores. Consumidor que
Esse novo perfil do consumidor, mais compra de forma mais consciente cumpre o
Muito em breve exigente e mais atento aos seus direitos, seu papel”, conclui.
será um em cada muda também a estrutura de poder do De acordo com o Instituto de Pesquisa
três, já que renda século 21, cujo principal poder será do Judi- Econômica e Aplicada (Ipea), para cada 1 ano
ciário. “Hoje, um em cada quatro brasileiros a mais na escolaridade média da população
e escolaridade
de um estado, aumenta a demanda por ser-
refletem
gabriel heusi
”
na justiça
ção de um estado, aumenta a demanda por
serviços judiciários em 115 casos novos/100
Joaquim Falcão mil habitantes/ano. •
Espaços exibiram
vídeos e divulgaram
informações do setor
A
realização da Conse-
guro, evento bienal
O conhecimento
é essencial para a
cura de doenças
Ex-deputado americano
defende a necessidade de
se fomentar a pesquisa
sobre doenças mentais,
incluindo Alzheimer,
autismo e câncer
E
mpenhar esforços, tecnologia, recursos
Por
e conhecimento em prol do desenvol-
LENIR
CAMIMURA vimento e acesso à saúde são premissas
para atingir os desejos do consumidor
do futuro. Com este raciocínio, o palestrante do
painel “Seguros de Saúde para o Consumidor
do Futuro – O desafio do acesso à saúde”, o ex-
deputado americano Patrick Kennedy, descreveu causa de um câncer no cérebro, e outros paren-
a necessidade de se fomentar a pesquisa sobre tes desenvolveram doenças como Alzheimer,
doenças mentais, incluindo Alzheimer, autismo e demência e síndrome de Down.
câncer, entre outras. Patrick Kennedy também acredita que os ví-
Filho do ex-senador Ted Kennedy e sobri- cios são resultados de um problema cerebral, mas
nho do ex-presidente americano, John Kennedy, que podem ter cura. Enquanto estava no Congres-
Patrick cresceu sob os holofotes da política e da so americano, Kennedy defendeu a Saúde como
vida pública, o que o levou a se tornar um dos um direito civil. Agora, depois de 21 anos de carrei-
parlamentares mais jovens dos Estados Unidos, ra política, ele não concorreu à eleição, alegando
há 21 anos. No entanto, contou que enfrentou que sua prioridade é se tratar e buscar recursos
problemas sérios com o alcoolismo, depressão para investir em pesquisas sobre o funcionamento
e com um quadro de bipolaridade – e afirmou do cérebro. “O ideal é que a tecnologia e a informá-
que os problemas mentais fazem parte de sua tica sejam utilizadas como recursos para encontrar
genética. O pai dele, por exemplo, morreu por a cura para as doenças mentais”, disse.
Envelhecimento
causa aumento de
doenças crônicas
letais, como a Aids. Segundo o presidente da
Federação Nacional de Saúde Suplementar
A cada dia, descobertas (FenaSaúde), Márcio Coriolano, a Aids hoje
é uma doença absolutamente controlada e,
científicas criam vacinas e de letal, tornou-se uma doença crônica. “A
formas de controlar doenças, transição epidemiológica realmente é algo
impressionante. Antes muitas doenças eram
antes consideradas letais absolutamente letais, mas hoje as pessoas
podem se tratar e controlar seus riscos”.
Para ele, estas medidas fazem parte do
U
m dos resultados do aumento da desenvolvimento da sociedade, que busca
Por
longevidade da população brasi- melhores condições de existência. “Pode-
LENIR
CAMIMURA leira é a mudança no perfil epide- mos imaginar que, daqui para frente, outras
miológico. O avanço tecnológico, tantas doenças que hoje são letais podem
que fez com que as pessoas vivessem por deixar de matar. É possível que se descubra
mais tempo, também trouxe a solução para a cura do câncer, mas já existem tratamentos
muitas doenças infecto-contagiosas, redu- que trazem de volta à vida mesmo as pes-
zindo sua aparição. Em contrapartida, po-
rém, houve um aumento das doenças crôni-
“ O sistema cas, que estão diretamente relacionadas ao
privado, não é envelhecimento da população.
não pode ser Segundo dados do Ministério da Saúde,
doenças como isquemia do coração, cere-
considerado brovasculares, neoplasias (câncer), doenças
como do aparelho respiratório e diabetes figuram
concorrente do entre as dez primeiras causas de mortes no
SUS. (...) não há Brasil. O último levantamento produzido
pelo Ministério, para o estudo ‘Saúde Brasil
uma divisão 2009’, com dados de 2008, inclui ainda a
de trabalho. violência – tanto no trânsito como as agres-
Há, ao contrário, sões físicas – entre as “doenças” que mais
causam óbitos.
uma necessária
A cada dia, novas descobertas científicas
convergência ” desenvolvem vacinas e descobrem maneiras
de controlar doenças, antes consideradas
Marcio Coriolano
Novas estratégias
para atender o
consumidor do futuro
pitalização também devem se preparar para
uma demanda mais acelerada proveniente
Mercado deverá do Norte e do Centro-Oeste do País, tendo
O
mercado de capitalização deve Consumir e poupar
Por
continuar ganhando musculatura De qualquer forma, pensando no con-
VAGNER
RICARDO nos próximos anos, mas precisa sumidor do futuro, os estrategistas das em-
definir estratégias para atender presas de capitalização terão de enfrentar o
ao consumidor do futuro e, em consequência, recorrente conflito entre consumir e poupar,
manter o tônus muscular. A mensagem é do oferecendo aos clientes produtos inovadores,
economista Roberto Macedo, ex-secretário de novos canais de distribuição e um exército de
Política Econômica do Ministério da Fazenda, agentes mais bem qualificado.
ao apresentar palestra “Títulos de capitaliza- Nessa altura, ele espera que o mercado
ção – sorteio e realizações dos tempos dos mil tenha solucionado alguns problemas de co-
réis à era digital”. Ele destacou que o futuro da municação com os consumidores – e desta-
capitalização deve considerar a alteração no cou que dois pontos carecem de maior trans-
perfil do público, avanços tecnológicos e mu- parência. Um é a questão do valor nominal
danças no comportamento de compra. integral ou não resgatado. O outro se refere à
No caso do consumidor, disse ele, o mer- probabilidade de premiação, que precisa ser
cado deverá experimentar uma mudança mais bem explicada por meio de exemplos.
na faixa etária de seu público, com maior Por fim, ele assinalou a importância de a in-
presença de idosos e de mulheres. O público formação ser simplificada, tendo em vista que
deverá ter maior escolaridade, tendo em vista hoje há prospecto de títulos com até 12 pági-
a perspectiva de mais anos de estudo e, natu- nas de texto.
ralmente, melhor qualificação. O mercado de capitalização apresentou
Nos próximos anos, as empresas de ca- crescimento anual na casa de dois dígitos nos
Mercado tem
como aportar
os megaprojetos
terço de seus limites até o momento.
Em números, significa que há R$ 30 bi-
O setor de seguro lhões comprometidos de um total de R$ 90
A
mais importante pergunta envol- da por José Américo Peón de Sá, assessor da
Por
vendo o seguro garantia – e motivo Presidência da CNseg, com a participação de
VAGNER
RICARDO de rusgas entre governo e mercado Luis Claudio Barreto, da Odebrecht Adminis-
– acabou sendo respondida duran- tradora e Corretora de Seguros.
te a 5ª Conseguro. Afinal, as seguradoras têm
ou não capacidade para assumir os riscos dos Modalidades
megaprojetos de infraestrutura para as obras O dinamismo do mercado é evidente, to-
para a Copa do Mundo, Olimpíadas, Pré-sal e mando como base os números apresentados
PAC? A notícia é tranquilizadora: as segurado- por Alexandre Malucelli para comprovar que
ras estão sim capitalizadas e só utilizaram um o ramo vem ganhando corpo rapidamente
“Transição
demográfica é
oportunidade
de crescimento”
que o presidente Lula venceu as eleições, nós
ainda tivemos mais uma crise, com o câmbio
A quinta edição do a R$ 4,00. Mas depois do primeiro mandato do
presidente Lula, nós – eu, pelo menos –, tive-
Conseguro terminou em mos certeza absoluta de que não tem melhor
tom de otimismo e ânimo, país no mundo para se investir, para alcançar
o crescimento que vislumbramos no futuro,
trazidos por números do que o Brasil”.
apresentados por Eike Batista
Cenário positivo
O empresário ressaltou ainda o cenário
O
empresário, que começou a vida positivo de empregos e um índice de ex-
Por
Lenir vendendo seguros, ocupa hoje a portação de 11% do PIB e disse que, além da
Camimura 8ª posição no ranking dos homens estabilidade econômica, o País também está
mais ricos do Planeta, segundo vivendo o auge de sua formação social que,
a revista Forbes, e preside o Grupo EBX, que com grande parte da população em idade
desenvolve e administra negócios nos setores ativa, registra um alto potencial de desenvol-
de mineração, energia, logística, petróleo e vimento.
gás e indústria offshore. Em sua palestra, ele Segundo Eike Batista, há uma oportunidade
apontou o bom momento econômico vivido de crescimento no País, que combina o bom
pelo Brasil e seu potencial de exportação, momento econômico – um quadro bem dife-
tornando-o um local seguro de investimentos. rente do observado há duas décadas. “É preciso
Como estímulo ao empreendedorismo, aprender a pensar holisticamente, em 360º, para
Eike Batista apresentou suas empresas, sua ver onde estão as necessidades e superá-las. E
forma de atuação, os investimentos e o retor- o momento que estamos vivendo não poderia
no alcançado. Com uma vasta experiência no ser mais propício. É hora de buscar excelência,
exterior, o empresário ressaltou a capacidade tecnologia, superação e iniciativas que vão além
peculiar e espetacular do Brasil no cenário das tendências. O brasileiro não tem cultura do
de infraestrutura e de recursos naturais. “Dos risco ou das ações em longo prazo, mas é preci-
anos de 1980 a 2000, ninguém sabia se o Brasil so investir no futuro, buscando sempre o melhor
ia dar certo ou não. Acho que mesmo depois •
dos resultados”, concluiu.
Susep e ANS
debates contou com a coordenação
do jornalista George Vidor
avaliam o evento
fotos júlio fernandes/ ag. full time
A avaliação dos
presidentes das
Federações
O aumento da longevidade, destaque no evento, foi abor-
“Faço coro com os dado por um prisma empresarial positivo, com ênfase nos “Estamos
benefícios trazidos por uma maior parcela da população em atingindo o nível
demais: este evento
idade ativa. Esta posição foi comentada por todos os presiden-
superou todas tes das Federações que compõem a CNseg. Para eles, compar- da indústria,
as expectativas, tilhar as preocupações e vislumbrar soluções voltadas para a da mudança
em termos de sinergia entre os setores, garantiu o sucesso do encontro. de patamar de
excelência, temas e crescimento do
palestrantes. Houve “Foi uma injeção de ânimo e País. Observei
uma inovação, entusiasmo, desde a apresentação também um
mostrou este setor do perfil demográfico e as debate intenso
em perspectiva: oportunidades que nossa geração com os órgãos
não apenas as tem, nesse momento, para reguladores, que
realizações ou desenvolver o Brasil. O painel que eu coordenei, também estiveram
posicionamento foi mais sombrio, falando dos riscos catastróficos, presentes nos
que ele tem, mas acho que é importante para nós, seguradoras, debates e isso é
mas também os ter conhecido esta realidade. A densidade e a muito produtivo.
desafios que vêm qualidade do evento nos levaram ao sucesso ” Só poderemos
pela frente. Jayme Brasil Garfinkel (FenSeg) crescer se fizermos
Como bons este trabalho em
seguradores que conjunto com o
somos, nada “Sugiro que na próxima Conseguro governo. Canal,
melhor que possamos fazer um balanço do distribuição,
antecipar o futuro, quanto se conseguiu caminhar em regulação e as
para que direção ao que foi posto aqui. Além seguradoras – e
possamos disso, faço uma reflexão em relação isto foi conseguido
equacionar à logística: poderíamos agregar e capturar mais valor aqui, com muito
as questões se houvesse uma busca de sinergia entre as empresas, sucesso nestes
adequadamente ” em projetos comuns. Isto seria relevante, uma vez que dois dias ”
Marcio Coriolano construiríamos mais valor nos investimentos no Brasil ” Marco Antonio Rossi
(FenaPrevi)
(FenaSaúde) Ricardo José da Costa Flores (FenaCap)