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Uberaba
2018
Lucas Fernandes Valadares
Uberaba
2018
Lucas Fernandes Valadares
10/07/2018
Banca Examinadora:
_________________________________________
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Agradeço aos meus pais, Fátima e Fernando, que desde o começo do curso, me
incentivaram e me deram o apoio necessário para concluí-lo. Agradeço também pelo carinho
que, juntamente com meu irmão Antônio, sempre me deram.
A utilização de sistemas de ar condicionado tem-se tornado cada vez mais comum em diversos
ambientes visando o conforto térmico e condições ideais para o bom desempenho daqueles que
trabalham no local. Em ambientes hospitalares, manter condições de conforto e a qualidade do
ar é essencial para melhor recuperação dos pacientes e não proliferação de bactérias. O presente
trabalho teve por objetivo dimensionar um sistema de ar condicionado para a clínica médica e
clínica cirúrgica do Hospital de Clínicas da UFTM. No dimensionamento, foram utilizados
dados do monitoramento de clima em Uberaba recolhidos pelo período de um ano inteiro. As
cargas térmicas calculadas do sistema para 100%, 85% e 70% do tempo atendida a carga
térmica total necessária foi de, respectivamente, 374558,4; 252477,8 e 193229,5 Watts. Após
a implementação das melhorias sugeridas as cargas térmicas foram reduzidas para 211241,1;
139520,1 e 107178,0 Watts, respectivamente. Assim, as melhorias implicam numa redução
energética de, aproximadamente, 44% –13 mil e 12 mil kWh mensais para o sistema VRF e
Split, respectivamente. Além disso, elas acarretam numa significativa redução do número de
unidades externas, o que leva a uma simplificação do sistema e redução do custo de aquisição
(economia de 48% ou R$ 62.000,00 para o sistema VRF e 40% ou R$ 77.500,00 para o sistema
Split). Concluiu-se que as vantagens do sistema VRF é menor custo de aquisição e menor
número de unidades condensadoras, o que torna o sistema mais simples, evitar gastos de
manutenção em demasia. A única desvantagem do sistema VRF em relação ao sistema Split foi
o maior consumo energético (6225 kWh mensais). Portanto, recomenda-se a implementação
das devidas melhorias no Hospital das Clinicas da UFTM e a aquisição do sistema VRF.
The use of air conditioning systems has become increasingly common in several environments
aiming the thermal comfort and ideal conditions for the good performance of those who work
in the place. In hospital settings, maintaining comfort conditions and air quality is essential for
better patient recovery and non-proliferation of bacteria. The present work had the objective of
designing an air conditioning system for the medical clinic and surgical clinic of the Hospital
de Clínicas of UFTM. In the design, was used data from the climate monitoring in Uberaba
collected for the whole year period. The calculated thermal loads of the system for 100%, 85%
and 70% of the time served the total required thermal load was, respectively, 374558.4;
252477.8 and 193229.5 Watts. After the implementation of the suggested improvements the
thermal loads were reduced to 211241.1; 139520.1 and 107178.0 Watts, respectively. Thus, the
improvements imply an energy reduction of approximately 44% -13 thousand and 12 thousand
kWh per month for the VRF and Split systems, respectively. In addition, they lead to a
significant reduction in the number of external units, which leads to a simplification of the
system and reduction of the cost of acquisition (savings of 48% or R $ 62,000.00 for the VRF
system and 40% or R $ 77,500.00 for the Split system). It was concluded that the advantages
of the VRF system are lower cost of acquisition and smaller number of condensing units, which
makes the system simpler, avoid over-maintenance costs. The only disadvantage of the VRF
system in relation to the Split system was the higher energy consumption (6225 kWh per
month). Therefore, it is recommended to implement the necessary improvements in the Clinics
Hospital of UFTM and the acquisition of the VRF system.
Keywords: Air Conditioning Systems, Hospital, Thermal Load, Air Conditioning, VRF, Split
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Visão geral de um sistema simples de ar condicionado do tipo Split (Fonte: Manual
LG) ........................................................................................................................................... 14
Figura 2 – Sistema VRF com uma unidade condensadora e várias unidade evaporadoras.
(Fonte: Adaptado de Bhatia, 2014)........................................................................................... 15
Figura 7 – Distribuição de carga térmica ao longo do ano (fonte: do Autor, 2018) ............... 31
Figura 8 – Distribuição de carga para 100% do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ..... 32
Figura 9 – Distribuição de carga para 85% do tempo atendido (Fonte: do autor, 2018) ........ 33
Figura 10 – Distribuição de carga para 70% do tempo atendido (Fonte: do autor, 2018) ...... 33
Figura 12 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 100%
do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ............................................................................. 36
Figura 13 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 85%
do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ............................................................................. 37
Figura 14 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 70%
do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ............................................................................. 37
Figura 15 – Planta Baixa do 3º Andar do Bloco B do Hospital das Clínicas da UFTM ......... 45
LISTA DE TABELAS
Figura 1 - Visão geral de um sistema simples de ar condicionado do tipo Split (Fonte: Manual
LG) ........................................................................................................................................... 14
Figura 2 – Sistema VRF com uma unidade condensadora e várias unidade evaporadoras.
(Fonte: Adaptado de Bhatia, 2014)........................................................................................... 15
Figura 7 – Distribuição de carga térmica ao longo do ano (fonte: do Autor, 2018) ............... 31
Figura 8 – Distribuição de carga para 100% do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ..... 32
Figura 9 – Distribuição de carga para 85% do tempo atendido (Fonte: do autor, 2018) ........ 33
Figura 10 – Distribuição de carga para 70% do tempo atendido (Fonte: do autor, 2018) ...... 33
Figura 12 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 100%
do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ............................................................................. 36
Figura 13 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 85%
do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ............................................................................. 37
Figura 14 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 70%
do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018) ............................................................................. 37
Figura 15 – Planta Baixa do 3º Andar do Bloco B do Hospital das Clínicas da UFTM ......... 45
2 – Objetivos ............................................................................................................................ 11
3 – Revisão Bibliográfica........................................................................................................ 12
4 - Metodologia ...................................................................................................................... 19
5 - Resultados .......................................................................................................................... 30
6 – Conclusão .......................................................................................................................... 40
7 – REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 42
1 – Introdução
O corpo humano pode ser comparado à uma máquina térmica, que ao realizar um
determinado trabalho, libera calor – advindo de reações químicas internas e o trabalho mecânico
dos músculos – para o meio ambiente no intuito de haver uma manutenção da temperatura
corporal entre os estreitos limites de 36,1°C e 37,2°C. Esse processo, conhecido como
metabolismo, que apesar de ser um processo natural do organismo humano, representa um
esforço e gasto energético (fadiga termo-hidromética, resultante do trabalho excessivo do
aparelho termorregulador), caracterizando assim um dos principais responsáveis pelo
desconforto humano, queda de produtividade e potenciais erros em procedimentos que exigem
atenção. (FROTA et al., 2001)
A condição ideal de temperatura para o corpo humano, é aquela que proporciona a sensação
de conforto térmico a qual é caracterizada pela perda de calor produzida pelo metabolismo sem
recorrer a nenhum mecanismo de termo regulação tais como vasoconstrição, arrepio, tiritar,
termogênese, vasodilatação, transpiração e termólise. (FROTA et al., 2001). Esta é a condição
que visa ser atendida ao instalar um sistema de climatização.
Segundo a norma ABNT NBR 7564, alguns agentes infecciosos – tais como fungos,
bactérias e ácaros – podem permanecer indefinidamente em suspensão no ar, sendo que isso
pode ser evitado na utilização de sistemas de ar condicionados dotados de filtros finos de alta
eficiência capazes de reter 99,9% desses agentes infecciosos já que esses formam grumos e se
aglomeram com poeiras em colônias. Além disso, segundo a mesma norma, eliminar tais
microrganismos por meio radiação ultravioleta ou agentes químicos é uma solução pouco eficaz
e confiável. (ABNT, 2005) (AFONSO, 2004)
11
Afonso (2004) concluiu em seu estudo que se deve prezar por uma excelente qualidade de
ar em ambientes hospitalares de maneira a garantir uma constante renovação de ar e uma
limpeza cuidadosa dos componentes de climatização, principalmente as bandejas do sistema de
ar condicionado, uma vez que sistemas de ar condicionado podem abrigar vírus, fungos e
bactérias que podem sobreviver lá por longos períodos.
O presente trabalho se trata das enfermarias, uma área crítica do Hospital das Clínicas da
UFTM. É importante ressaltar que as salas de isolamento deverão possuir pressão negativa de
maneira a evitar que o ar dentro escape por frestas de portas e janelas, evitando a contaminação
do ar. Para isso, deve-se insuflar menor quantidade de ar no recinto em relação ao ambiente
vizinho, conforme explica a norma ABNT NBR 7564. (ABNT, 2005)
2 – Objetivos
Com base no objetivo central, o presente trabalho tem os seguintes objetivos específicos:
12
▪ Fazer o cálculo da carga térmica e do consumo de energia ao longo dos dias do ano
e também ao longo das horas do dia;
▪ Comparar os sistemas de ar condicionado VRF (variable refrigerant flow ou, em
português, fluxo variável de refrigerante) e Split de maneira a expor as vantagens de
desvantagens de cada um;
▪ Propor possíveis melhorias estruturais no prédio de maneira a reduzir a carga
térmica incidida sobre o sistema de ar condicionado;
3 – Revisão Bibliográfica
Ocorrerá trocas térmicas mediante duas situações, a primeira ocorre quando há uma
diferença de temperatura entre dois corpos, o corpo a maior temperatura tende a ceder calor
para o corpo em menor temperatura. A segunda situação ocorre na mudança de fase de uma
substância. (FROTA et al., 2001)
3.1.1. Condução
Segundo INCROPERA, et al. (2008), a condução pode ser vista como a energia que é
transferida de partículas com maior grau de agitação (mais energizadas) para partículas com
menor grau de agitação (menos energizada), que estão em contato entre si. Ou seja, a condução
de calor se dá no contato de duas superfícies em diferentes temperaturas ou em um mesmo
13
corpo com um gradiente de temperatura. Ocorrerá transferência de calor até que ocorra o
equilibro de temperatura entre as duas superfícies.
3.1.2. Convecção
Figura 1 - Visão geral de um sistema simples de ar condicionado do tipo Split (Fonte: Manual LG)
15
No Brasil, seu uso é ainda mais recente, no entanto, sua utilização tem se tornado cada
vez mais comum. No país, a empresa Dufrio já vendeu mais de 10 mil equipamentos VRF em
cinco anos, enquanto a DAIKIN já comercializou 20 mil dessas unidades em oito anos. (Dufri,
2017) (DAIKIN, 2017)
Esse tipo de sistema inclui vários evaporadores internos conectados a uma única (ou
poucas, conforme a demanda energética) unidade condensadora. Possuem, no entanto, a
desvantagem de não fornecerem ventilação, necessitando-se assim de um sistema separado para
ventilação. (GOETZLER, 2007) A Fig. 2 apresenta um esquema ilustrando desse sistema.
Figura 2 – Sistema VRF com uma unidade condensadora e várias unidade evaporadoras. (Fonte: Adaptado de
Bhatia, 2014)
16
Cada unidade interna pode apresentar diferentes capacidades e configurações uma vez
que, geralmente, cada uma é composta por um trocador de calor, um sensor de temperatura, um
ventilador e uma válvula de expansão eletrônica. (POZZA, 2011)
Os sistemas VRF são leves e modulares. Cada módulo (ou conjunto de dois) é um
circuito refrigerante independente e são controlados por uma unidade de controle em comum.
Os dutos, por serem necessários apenas para o sistema de ventilação, são menores do que os
dutos necessários em outros sistemas, como os chillers, por exemplo. (GOETZLER, 2007)
Outra vantagem dos sistemas VRF é sua eficiência energética. Não há praticamente
nenhuma perda nos dutos (geralmente estimadas entre 10% a 20% do fluxo de ar total em um
sistema canalizado). Para cada unidade condensadora há, geralmente, de dois a três
condensadores, sendo um deles com velocidade variável, permitindo uma ampla capacidade de
modulação e uma alta eficiência de carga parcial que se traduz em alta eficiência sazonal de
energia. Os compressores de ar condicionado são acionados por um motor cuja a velocidade de
rotação depende da frequência de alimentação. Os inversores de frequência estabilizam a
temperatura ajustando a operação do compressor de acordo com a carga de energia a ser
eliminada no momento, assim a flutuação significativa da temperatura do ambiente sofre menor
oscilação já que não há um liga e desliga do compressor, reduzindo também os níveis de ruído.
(GOETZLER, 2007)
É estimado que o elevado custo para a implementação representa uma das maiores
desvantagens desse tipo de sistema. Arnanrnath e Blatt (2008) estimam que o sistema VRF tem
o custo de implementação de 5% a 20% maiores do que sistemas de expansão indireta, no
entanto os custos reais são altamente dependentes do projeto e deve-se levar em conta também
os custos de operação e manutenção que podem influenciar fortemente na decisão de instalação
de um sistema ou outro. (GOETZLER, 2007) (AMARNATH et al., 2008)
Figura 3 – Variação da velocidade de rotação do compressor sem inversor de frequência. (Fonte: do autor, 2018)
Figura 4 – Controle de temperatura com ar condicionado com compressor sem inversor de frequência. (Fonte:
do autor, 2018)
18
Figura 5 – Variação da velocidade de rotação do compressor com inversor de frequência. (Fonte: do autor,
2018)
Figura 6 – Controle de temperatura com ar condicionado com compressor com inversor de frequência. (Fonte:
do autor, 2018)
4 - Metodologia
A carga térmica representa a taxa de energia que deve ser retirada ou adicionada a um
ambiente ou sistema no intuito de manter uma determinada temperatura – geralmente é expressa
em BTU/h ou kcal/h. A carga térmica é, portanto, o principal fator em um projeto de ar
condicionado. Nesse tipo de projeto, essa carga térmica se divide basicamente em carga térmica
devido a condução, a insolação, a pessoas, a iluminação, a equipamentos, a infiltração e
renovação de ar. Dessa maneira, foi utilizado o seguinte equacionamento: (MENEZES, 2015)
Onde:
Essa parcela de carga térmica é devido ao calor sensível transmitido do ambiente externo
para o ambiente interno pelas superfícies limitantes do recinto, tais como paredes, tetos, piso e
vidros. Para o cálculo da carga térmica de condução foi utilizado o coeficiente global de
transferência de calor, conforme a equação 4. (CREDER, 2004) (MENEZES, 2015)
𝛥𝑇
𝑄𝑐 = 𝑈. 𝐴. (𝑇𝑒 − 𝑇𝑖 ). 𝛥𝑇𝑟 (4)
𝑏
Onde:
Tabela 2 – Diferencial de temperatura usado nos projetos – ΔT – baseado na diferença de 9,4°C entre a temperatura
externa e o recinto condicionado. (Fonte: Creder, 2004)
Situação ΔT (°C)
1. Paredes exteriores 9,4
2. Vidros nas paredes exteriores 9,4
3. Vidros nas divisórias 5,5
4. Vitrines de lojas com grande carga de luz 16,6
5. Divisórias 5,5
6. Divisórias junto de cozinhas, lavanderias ou aquecedores 13,8
21
Essa parcela de carga térmica deriva-se ao calor sensível irradiado pelo sol. Para
superfícies opacas, tal parcela foi obtida pelo seguinte equacionamento: (MENEZES, 2015)
Tabela 6 – Acréscimo diferencial de temperatura devido à orientação e tipo de superfície. (Fonte: Creder, 2004)
Cor da Parede
Superfície
Escura Média Clara
Telhado 25 26,6 8,3
Parede (Leste ou Oeste) 16,6 11,1 5,5
Parede (Norte) 8,3 5,5 2,7
Parede (Sul) 0 0 0
𝐹𝑠 = 3,6. 𝑅 (7)
Onde:
Assim sendo, a carga, referente ao calor sensível liberado pelas pessoas presentes em
ambiente específico, é dividida em calor sensível e calor latente; e foram calculadas por meio
das equações 9 e 10: (MENEZES, 2015)
𝑄𝑝,𝑠 = 𝑁. 𝑞𝑠 (9)
𝑄𝑝,𝑙 = 𝑁. 𝑞𝑙 (10)
Onde:
Qp,s = Carga térmica sensível liberado pelas pessoas presentes no ambiente [W]
Qp,l = Carga térmica latente liberado pelas pessoas presentes no ambiente [W]
qs = Calor latente liberado por pessoa [W]
ql = Calor latente liberado por pessoa [W]
N = Número de pessoas
Tabela 7 – Calor cedido (W) ao ambiente segundo a atividade desenvolvida (Fonte: Frota & Schiffer, 2001)
Essa parcela da carga térmica representa a taxa de calor liberado pelas luminárias
presentes no recinto. Foi calculado de acordo com a equação 12: (MENEZES, 2015)
Onde:
filum = Fator de iluminação, (1,2 para lâmpadas fluorescente e 1,0 para incandescentes)
Nilum = Número de lâmpadas no recinto
Plamp = Potência da lâmpada [W]
Essa carga térmica representa a taxa de calor liberado pelos equipamentos elétricos
presentes no recinto. Pode ser calculado conforme Eq. 13: (MENEZES, 2015)
Onde:
Nilum = Número de equipamentos no recinto
Pequip = Potência do equipamento [W]
As potências dos equipamentos foram verificadas nos ambientes por GALLO (2017),
conforme a tabela 8. A tabela 9 especifica as características de cada recinto, a planta baixa do
Bloco C do Hospital das Clínicas, em anexo.
1 leito 5 leitos
8 de lâmpadas (40 watts) 12 lâmpadas (40 watts)
Isolamento 300 2 bombas de infusão Enfermaria 301 10 bombas de infusão
1 monitor cardíaco 5 monitores cardíacos
1 televisão 1 televisão
5 leitos 5 leitos
12 lâmpadas (40 watts) 12 lâmpadas (40 watts)
Enfermaria 302 10 bombas de infusão Enfermaria 303 10 bombas de infusão
5 monitores cardíacos 5 monitores cardíacos
1 televisão 1 televisão
5 leitos 6 leitos
6 lâmpadas (40 watts) 6 lâmpadas (40 watts)
Enfermaria 304 10 bombas de infusão Enfermaria 305 12 bombas de infusão
5 monitores cardíacos 6 monitores cardíacos
1 televisão 1 televisão
5 leitos 5 leitos
12 lâmpadas (40 watts) 12 lâmpadas (40 watts)
Enfermaria 306 10 bombas de infusão Enfermaria 307 10 bombas de infusão
5 monitores cardíacos 5 monitores cardíacos
1 televisão 1 televisão
2 pessoas 2 leitos (até 10 pessoas)
12 lâmpadas (40 watts) 4 lâmpadas (40 watts)
Posto de Sala de
2 computadores 4 bombas de infusão
Enfermagem 1 Procedimentos
1 geladeira 2 monitores cardíacos
20 a 25 pessoas 15 pessoas
12 lâmpadas (40 watts) Posto de 12 lâmpadas (40 watts)
Sala de
9 computadores Enfermagem 2 + 2 computadores
Prescrição
1 impressora Escrituação
5 leitos 5 leitos
12 lâmpadas (40 watts) 12 lâmpadas (40 watts)
Enfermaria 308 10 bombas de infusão Enfermaria 309 10 bombas de infusão
5 monitores cardíacos 5 monitores cardíacos
1 televisão 1 televisão
5 leitos 5 leitos
Enfermaria 310 Enfermaria 311
12 lâmpadas (40 watts) 12 lâmpadas (40 watts)
28
Essa é a parcela de carga referente à infiltração de ar externo por meio de frestas, portas
abertas, janelas abertas ou ainda para renovação de ar no ambiente.
O calor de infiltração é divido em duas parcelas, calor sensível e calor latente. Foi
estimado de acordo com as equações 14 e 15, respectivamente: (MENEZES, 2015)
Onde:
Onde:
5 - Resultados
Com base no procedimento descrito na metodologia, obteve-se o gráfico abaixo que
ilustra a distribuição de carga térmica de hora em hora, ao longo de um ano. Pela análise da
figura 7 é possível verificar que as maiores cargas térmicas (350.000 a 380.000 Watts, nas altas
do dia) ocorrem entre os meses de outubro e março, justamente na primavera e verão, estações
caracterizadas por dias mais quentes. A menores cargas térmicas (200.000 a 220.000 Watts, nas
31
altas do dia) aconteceram em julho, mês correspondente aos dias mais frios do inverno no
Brasil.
200000,0
100000,0
0,0
-250 750 1750 2750 3750 4750 5750 6750 7750 8750
-100000,0
-200000,0
n° da hora
Tendo calculados todas as cargas térmicas de hora em hora, também foi elaborada a
tabela 10 que informa qual deve ser a potência do sistema de refrigeração para que ele atenda a
carga térmica em determinada porcentagem do ano. Neste ponto observou-se que os resultados
então condizentes com o estudo anterior, referente ao mesmo ambiente, realizado por GALLO
(2017), que obteve uma carga de 390.083,33 W, valor superior a, aproximadamente, 4% da
carga térmica crítica do presente estudo.
Tabela 10 – Potência necessária para que o sistema de refrigeração atenda a determinado percentual de tempo no
ano (Fonte: do Autor)
Para cada uma das situações indicadas na tabela 10, montou-se um gráfico indica a
influência percentual de cada tipo de carga térmica na carga total do dia em questão. As figuras
8, 9 e 10 correspondem, respectivamente, as porcentagens de tempo de carga atendida de 100%,
85% e 70%. Pela análise dessas figuras, observou-se que o calor mais crítico, nos três casos, é
o calor de insolação que corresponde a um valor médio de 65% da carga térmica total. Muito
disso se deve ao fato de haver muita incidência de raios solares na cidade Uberaba. Contribuem
também o fato de o teto do hospital ser preto e as janelas não serem munidas de atenuadores de
raios solares.
100% DO TEMPO
11% 13%
4%
Calor de Condução
4%
Calor de Insolação
9% Calor de Pessoas
Calor de Iluminação
Calor de Equipamentos
Calor da Entrada de Ar
59%
Figura 8 – Distribuição de carga para 100% do tempo atendido (Fonte: do Autor, 2018)
No caso em que se busca atender a carga térmica em 100% do tempo, verifica-se que o
segundo tipo de calor mais elevado foi aquele referente à condução. Tal fato se deve porque,
diferentemente dos outros dois casos, esses dados são correspondentes a um horário (às 15:00,
horário de Brasília) muito ensolarado que acontece no meio do verão (28/12/2017). Para reduzir
a influência desse tipo calor seria necessário alterar a espessura e/ou o material das paredes e
teto do hospital, o que não é viável.
Nos outros dois casos, o segundo tipo calor mais representativo foi o referente à
presença de pessoas. Infelizmente, nesse caso, uma vez que o Hospital possui recursos limitado
e não pode alocar menos pessoas em um só quarto, não há muito o que ser feito.
33
Com base no exposto acima, fica claro que a questão chave para diminuir a carga térmica
incidente no hospital das clínicas é a adoção de medidas que reduza a influência da carga
térmica de insolação. Portanto, algumas recomendações são: (1) pintar o teto, que atualmente é
preto, de branco; (2) instalar películas reflexivas nas janelas e (3) instalar persianas e cortinas.
85% DO TEMPO
5% 4%
6%
5%
Calor de Condução
Calor de Insolação
12% Calor de Pessoas
Calor de Iluminação
Calor de Equipamentos
Calor da Entrada de Ar
68%
Figura 9 – Distribuição de carga para 85% do tempo atendido (Fonte: do autor, 2018)
70% DO TEMPO
3% 1%
8%
7%
Calor de Condução
Calor de Insolação
Calor de Pessoas
14%
Calor de Iluminação
Calor de Equipamentos
Figura 10 – Distribuição de carga para 70% do tempo atendido (Fonte: do autor, 2018)
34
Com base nas estimativas obtidas, foi feito um comparativo entre os dois tipos de
sistemas, ver tabela 12. Diante desse comparativo, observa-se que o custo de aquisição (o custo
de instalação pode ser superior) do sistema de ar condicionado do tipo VRF é inferior ao Split.
Outra vantagem no VRF é o significativo menor número de unidades condensadoras, 9 para o
VRF e 72 para o Split. Isso implica em uma menor complexidade para o sistema, o que reduz
a possibilidade de defeitos no sistema. Em contrapartida, o sistema Split apresentou uma melhor
eficiência energética, aproximadamente 20.000 kWh mensais a menos do que o VRF. Desse
modo devem ser ponderadas o custo benefício ao longo prazo mediante a escolha de cada um
desses sistemas. Devido a maior simplicidade e custo de aquisição, o sistema VRF é o mais
recomendado.
Tabela 11 – Comparativo dos Preços de Aquisição dos Equipamentos dos Sistemas de Ar Condicionado do Tipo
Split e VRF, ambos com inversor de frequência. (Fonte: do Autor)
Tabela 12 – Comparativo para seleção entre os sistemas VRF e Split aplicado ao Bloco C do Hospital das
Clínicas da UFTM. (Fonte: do autor)
Sistema de Ar
Sistema de Ar
Fator de Comparação Condicionado do tipo
Condicionado do tipo Split
VRF
Custo Estimado de Instalação R$ 135.000,00 R$ 180.000,00
Número de Unidades
9 72
Condensadoras
Consumo Energético Mensal [kWh] 291511,9 273470,4
Por fim, foram calculadas as cargas térmicas para o caso em que tenha sido aplicada as
recomendações de pintar o teto de branco; instalar películas reflexivas nas janelas, persianas e
cortinas. Desse modo, houve uma redução média de 65% para 35% da influência do calor de
insolação na carga térmica total, conforme as figuras 12, 13 e 14. Uma vez que a carga térmica
crítica foi reduzida em praticamente 160000 watts (conforme demonstra a tabela 13, que mostra
as novas cargas térmicas), fica claro que essa redução é verdadeiramente significativa. Portanto,
as recomendações não devem ser negligenciadas, mesmo que não seja feita a instalação do
sistema, a simples adoção dessas medidas aliviará significativamente a carga térmica no Bloco
B. A escala da coordenada da nova distribuição de carga, figura 11, mostra como a carga térmica
foi impactada.
150000,0
100000,0
50000,0
0,0
-250
-50000,0 750 1750 2750 3750 4750 5750 6750 7750 8750
-100000,0
-150000,0
n° da hora
Figura 11 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga térmica ao longo do ano (fonte:
do Autor, 2018)
100% DO TEMPO
20%
24%
Calor de Condução
Calor de Insolação
7% Calor de Pessoas
Calor de Iluminação
6% Calor de Equipamentos
Calor da Entrada de Ar
12% 31%
Figura 12 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 100% do tempo
atendido (Fonte: do Autor, 2018)
37
85% DO TEMPO
14% 17%
Calor de Condução
11% Calor de Insolação
Calor de Pessoas
Calor de Iluminação
17%
Figura 13 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 85% do tempo atendido
(Fonte: do Autor, 2018)
70% DO TEMPO
-6% 6%
13%
Calor de Condução
Calor de Insolação
Calor de Pessoas
11%
Calor de Iluminação
44%
Calor de Equipamentos
Calor da Entrada de Ar
20%
Figura 14 – Após a implementação das recomendações, nova distribuição de carga para 70% do tempo atendido
(Fonte: do Autor, 2018)
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Tabela 13 – Após a implementação das recomendações, nova potência necessária para que o sistema de
refrigeração atenda determinado percentual de tempo no ano. (Fonte: do Autor)
A tabela 14 faz uma comparação entre o número condensadores a ser utilizado após a
adoção das medidas recomendadas e conforme a adoção do Sistema Split ou VRF, bem como
os respectivos preços de aquisição e consumos energético mensal.
Após aplicação das melhorias, nota-se (conforme a tabela 15), uma grande vantagem na
escolha do sistema VRF, que é mais barato na aquisição, possui menor número de unidades
condensadoras – tornando o sistema mais simples e evitando falhas. A única desvantagem do
sistema VRF seria o maior consumo energético (6225 kWh mensais) do que o sistema Split.
Desse modo, a recomendação continua sendo a aquisição do sistema VRF.
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Tabela 14 – Após a implementação das recomendações, novo comparativo entre os sistemas VRF e Split, ambos
com inversor de frequência, aplicado ao Bloco C do Hospital das Clínicas da UFTM. (Fonte: do autor)
Tabela 15 – Após a implementação das recomendações, novo comparativo para seleção entre os sistemas VRF e
Split aplicado ao Bloco C do Hospital das Clínicas da UFTM. (Fonte: do autor)
6 – Conclusão
Desse modo obteve-se uma distribuição anual da carga térmica requerida pelo sistema
pela qual notou-se que a carga crítica do sistema foi de 374558,4 Watts e que o tipo de calor
que mais influenciava nessa carga total era o referente a insolação, em média, 65% da carga.
Além disso, observou-se que as maiores demandas energéticas ocorrem entre os meses de
outubro e março, justamente na primavera e verão, estações caracterizadas por dias mais
quentes. A menores cargas térmicas (200.000 a 220.000 Watts nas altas do dia) aconteceram
em julho, mês no qual o inverno alcança auge.
Por fim, feita a comparação entre os dois sistemas, foi observado que o sistema VRF
possui menor custo de aquisição e menor número de unidades condensadoras, o que torna o
sistema mais simples e evita defeitos que geram gastos de manutenção. A única desvantagem
do sistema VRF é o maior consumo energético, 6225 kWh mensais a mais do que o sistema
Split. Portanto, concluiu-se que a aquisição do sistema VRF representa a melhor escolha para
o Hospital das Clinicas da UFTM.
Vale ressaltar que o presente trabalho expande a possibilidade para trabalhos futuros
que podem abranger mais especificamente a parte estrutural da instalação do sistema, uma
estimativa de custo que abranga aquisição, instalação e manutenção dos sistemas. O estudo da
utilização de uma manta térmica na laje do hospital também seria bastante proveitoso.
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7 – REFERÊNCIAS
AMARNATH, A.; BLATT, M. Variable refrigerant flow: an emerging air conditioner and
heat pump technology. ACEEE Summer Study on Energy Efficiency in Buildings Conference.
Proceedings… Califórnia, EUA, 2008.
FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R.. Manual de Conforto Térmico. 5. ed. São Paulo: Studio
Nobel, 2001.
Figura 16 – Ampliação da primeira metade da planta baixa do 3º andar do bloco B do Hospital das Clínicas da UFTM
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Figura 17 – Ampliação da segunda metade da planta baixa do 3º andar do bloco B do Hospital das Clínicas da UFTM