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Leandro Rangel - 98335

Recuperação​ - Interpretação dos §§ 9-12, capítulo I, Livro II dos “​Ensaios acerca do


entendimento humano​”.

9. Locke desafia o inatismo. Não é uma necessidade da alma que ela pense, é uma
possibilidade. Se fosse necessário à alma que pensasse, teríamos que admitir que antes
de qualquer pensamento não poderia haver aquilo que necessita de pensar para existir.
Portanto, as ideias não poderiam, sendo os objetos dos pensamentos, serem anteriores aos
mesmos. No máximo, concomitantes.

10. Às vezes, pensamos. Para Descartes, somos uma coisa pensante alojada em um
corpo material, tal qual o capitão no navio. Descartes chega a essa conclusão depois de
duvidar de tudo menos de que se ele duvidava de tudo, deveria existir para duvidar,
portanto enquanto duvidava estava certo de existir. Mas, quando não estamos mantendo a
dúvida cartesiana ativa em nossa mente, não é possível termos certeza de nossa existência
sem apelarmos para algo além de nossa experiência. Locke prefere pensar que temos uma
mente que percebemos como sendo capaz de pensar, mas que por vezes não pensa, pois
existem momentos em que não somos conscientes de nenhum pensamento durante esse
período, e manter a coerência de sua ideia de aquisição do conhecimento pela experiência,
do que utilizar uma petição de princípio quanto ao que está em questão, que a alma sempre
pensa ou teve alguma ideia de outra fonte que não a experiência.

11. Pensamento inconsciente não existe. Pensar é ter consciência, perceber as


operações das ideias pela alma. Portanto não faz sentido falar em um pensamento
inconsciente. Quando dormimos sem sonhar não somos afetados por nenhuma espécie de
pensamentos e, se pensássemos dormindo sem sabê-lo, seria como ter os pensamento de
outra pessoa totalmente alheia a nós mesmos. Seríamos, propriamente, duas pessoas.

12. Se um pensa e o outro não lembra, são dois. A continuidade de nossa percepção
é importante para a definição da personalidade, mais do que a permanência da base
material de onde opera. Caso houvesse pensamentos sem a consciência do eu desperto,
ainda assim haveria a consciência de um outro alguém, ou não seria o caso de haver
pensamento algum. Esse alguém seria outro e teríamos duas pessoas no mesmo corpo.
Também seria possível o caso de uma alma saída de seu corpo no período de sono sem
sonhos pensar em outro corpo que não o seu original, uma vez que o outro estivesse
também no mesmo estágio do sono.

No trecho que adaptei acima, Locke procura convencer o leitor de que a alma, a qual
já havia sido exposta como sendo inicialmente dada em branco para o homem, não
necessariamente deveria estar ativamente pensando o tempo todo de sua existência e que
acreditar que esse seja o caso é uma opinião que não se sustenta pela experiência. Além
disso, essa crença acarretaria uma série de inconvenientes tais como o caso da alma com
dois corpos e do corpo com duas pessoas.

A estratégia do filósofo é mostrar as dificuldades ocasionadas pelo pensamento


oposto ao seu, demonstrando que, segundo a concepção que ele defende de que as ideias
têm sua origem na experiência, não há necessidade de se supor nada além do percebido
para justificar a validade do conhecimento adquirido pelos sentidos e pela reflexão. Para
Locke o pensamento não era, como para Descartes, a essência da alma mas uma de suas
operações.

Locke me parece bastante convincente nesse trecho específico por apresentar


absurdos que decorrem da aceitação de ideias inatas e pensamento inconsciente. Os
contra-exemplos mostram através de uma espécie de experimentos mentais que é por uma
falta de exame mais demorado e quase por impulso que aceitamos a noção de ideias inatas
e de que a alma pensa essencialmente.

Acredito que através dos exemplos que apresenta e seguindo o raciocínio de que as
ideias são provenientes da experiência, Locke pode concluir que “nem sempre a alma
pensa”, baseado apenas em ideias válidas dentro do seu sistema.

A disputa é sobre se a alma sempre pensa, pois é de sua natureza pensar (Descartes), ou
se nem sempre a alma pensa, pois pensar é uma propriedade e não uma necessidade da
alma (Locke). Um esboço geral do argumento desenvolvido por Locke no trecho estudado
pode ser apresentado assim:

- Ter ideias e perceber são a mesma coisa.

- Ora, enquanto dormimos sem sonhar não estamos percebendo nada, portanto não
estamos tendo nenhuma ideia.

- Ainda assim, acreditamos ter uma alma enquanto dormimos.

- O fato de não termos consciência durante certos períodos de sono é uma evidência
empírica em favor da tese de que nem sempre a alma pensa.

- Portanto, é sensato afirmar aquilo que é perceptível: A alma é capaz de pensar, às


vezes.

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