Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Reactions to the linguistic turn: the rescue of the ontology or of the reality,
independent of the conscience and of the language
Abstract: The paper explicit an understanding on the epistemological turns and it locates
among them rescues, the realistic ontology as a movement that resists the linguistic turn. In
agreement with this movement, the existence of realities, objects or referring empiric,
independent of the conscience and of the language it is the necessary condition for the
production of the knowledge and for his manifestation in the speech form. Three
movements stand out in the picture of the reaction of the realistic ontology: a) the School
of Luckács; b) School of Prigogine and c) School of Maturana. The debate on the
epistemological turns is necessary to explain the confrontation among the currents of the
education research, some of them based in the relativism, in the pragmatism and in the
games of the language, found in the presuppositions of the linguistic turn.
Introdução
O objetivo da minha participação no debate sobre os giros epistemológicos é
apresentar uma das reações à denominada “virada linguística” ou “giro linguístico”. Situo
essas reações no campo da gnosiologia ou das teorias do conhecimento1. A mesma virada
linguística se originou na crítica a teoria clássica do conhecimento conhecida como,
“mentalismo” que afirmava que a representação dos objetos ou das coisas está na mente do
1
A teoria do conhecimento segundo Abbaggnano (2007: 215) como “toda e qualquer forma de
reflexão filosófico sobre o conhecimento, como quer que seja entendida ou praticada”. Interroga sobre os
problemas relativos às formas do conhecer.
sujeito e na crítica à lógica formal que como instrumento da razão regula as relações entre
pensamento e linguagem com base no princípio de que o discurso e a linguagem deverão
se referir a alguma realidade (objeto) ou referente empírico, seja se apresentando
imediatamente ou sujeito (empirismo) ou construído social e historicamente, independente
do sujeito, da sua percepção, da consciência e das palavras utilizadas para se referir a ele
(marxismo).
Nesta comunicação explicito, em primeiro lugar minha compreensão sobre os
“giros epistemológicos” e posteriormente aponto as contribuições da retomada da
ontologia, no quadro das diversas reações ao “giro linguístico” que deu origem essa
histórica e atual polêmica. Indico três formas da reação da “ontologia realista” que vêm se
destacando no contexto do atual debate. Essas formas se vinculam a alguns autores que,
dada sua importância, vem influenciando o pensamento contemporâneo: a) o filósofo
Georg Luckács; b) o Prêmio Nobel em Química Ilya Prigogine e c) e o biólogo Humberto
Maturana. Os três autores, embora de origens disciplinares e teóricas diferentes, têm em
comum a formação de movimentos ou escolas filosófico-científicas em defesa da ontologia
realista.
Entendo que, considerando a complexidade da temática sobre os “giros
epistemológicos” e seus desdobramentos no debate sobre os pós-modernismos esta
comunicação expressa apenas uma tentativa de mapeamento da localização nesse quadro
complexo das tendências, as correntes que tem como base, a defesa da ontologia realista.
Justifica-se esse mapeamento das reações ao “giro linguístico” na necessidade do
aprofundamento das controvérsias que recentemente se expandem no campo da pesquisa
em educação. Espero que estes apontamentos contribuam na tentativa de um maior
esclarecimentos sobre as tendências epistemológicas contemporâneas que influenciam a
produção do conhecimento nessa área.
1. Os giros epistemológicos
A problemática das “viradas epistemológicas” como melhor se conhece na língua
portuguesa se originou nas reações ao cientificismo ou ao discurso científico moderno, que
se fundamentam na filosofia analítica e que, aplicada ao campo das ciências sociais e à
educação, se conhece como positivismo2. Segundo a filosofia analítica o conhecimento de
2
Nesse sentido, o positivismo é uma aplicação dos princípios e metodologias da concepção analítica
de ciência desenvolvidas nas ciências naturais, particularmente na física e na matemática, às ciências
origem empírico consiste na representação do real (objeto) na mente do sujeito
(mentalismo). A expressão verbal dessa representação de forma rigorosa se faz através do
discurso objetivo que deverá também representar as operações mentais. A filosofia da
linguagem, cuidará do rigor e da adequação entre a palavra e o pensamento
(representação), considerando a tese semantica , segundo a qual os significados são entes
mentais (Cf. ABBAGNANO, 2007: 762).
A filosofia analítica se fundamenta no racionalismo e no empirismo modernos
(Descartes, Kant, Bacon e Hume) que, que por sua vez, tem como base histórica a lógica
formal de Aristóteles. De acordo com essa lógica, a palavra ou o discurso para serem
verdadeiros devem expressar fielmente ideias ou imagens que estão no intelecto ou mente
(mentalismo). Entretanto, essas ideias para serem verdadeiras precisam representar
claramente o real captado através da experiência empírica ou das percepções sensíveis. A
palavra (logos) para ser verdadeira deve-se adequar à ideia que está no intelecto e
expressar objetivamente o que nele está representado. E, de igual forma, a representação
mental deve estar adequada aos objetos (as coisas). “Adequatio intellectus res” é a
expressão latina que sintetiza esse entendimento3.
A reação contra essa lógica formal denominada de mentalista predominante na
filosofia da linguagem analítica (Carnap e Quine) é conhecida como virada ou “giro
linguístico”. Esse “giro linguístico” se caracteriza por reagir à filosofia mentalista e contra
a pretendida unidade ou correspondência entre a palavra e a coisa a qual se refere. Essa
unidade, de acordo com essa filosofia analítica, é garantida pela representação intelectual
(na mente) que se situa entre as coisas (res) e as palavras (logos).
O giro lingustico - linguistic turn – (Saussure, Barthes, Derridá, Deleuze, White e
Foucault) apresenta uma longa tradição e diversas interpretações, entretanto fundada numa
mesma matriz: a reação à filosofia analítica, à lógica formal, ao mentalismo e ao primado
das coisas sobre as palavras. O “giro linguistico” desloca a centralidade do objeto ou das
coisas representadas na mente (ponto de partida da lógica formal) para a linguagem e as
palavras. Nesse caso, as palavras (a linguagem e o discurso) tornam-se a referência (o
humanas e sociais na tentativa de oferecer condições de maior rigor científico: “Tratar os fenômenos sociais
como se fossem coisas”
3
Associa-se ao mentalismo, valores, concepções filosófico-científicas de homem e sociedade, de
cultura, de progresso que ganham um novo patamar com o projeto racionalista iluminista, que segundo
Hosbawm (2001) se afirmou na dupla revolução industrial e burguesa no século XVIII e que consolidou a
passagem da forma de organização social que prevaleceu no período medieval para uma outra forma de
organização moderna que se instaurou com o primado da razão, em contraposição a qualquer tipo de
mistificação.
centro ou ponto de partida) das coisas. Foucault sintetiza essa virada com a expressão “As
palavras e as coisas”4. Note-se bem, primeiro “as palavras”e em segundo lugar, “as
coisas”. A centralidade do conhecimento não está nas coisas, mas, no discurso que
elaboramos sobre essas coisas.
O giro linguístico (linguistic turn) se fundamenta em Wittgenstein que no seu
Tractatus que marca essa “virada” quando escreve que a “gramática da linguagem é a
essência do mundo”. Somente com esse passo se obriga aos pensamentos a “saírem da
mente”. Nesse caso, se os significados não são “nada que estejam na mente” só fica a
linguagem como meio intersubjetivo para sua encarnação.
Outros autores como Saussure, Barthes, Derridá, Deleuze e Foucault, vem
contribuindo para a ampliação das compreensões dessa crítica ao mentalismo e destacando
a prioridade que as palavras, a linguagem e o discurso ganham no campo das filosofias da
linguagem.
O “giro linguístico” tem destaque não apenas como uma nova filosofia da
linguagem, mas como metodologia e como abordagem epistemológica. A virada linguística
fundamenta grande parte das tendências denominadas de pós-modernas ou pós-
estruturalistas que inclui correntes, bastante expressivas no médio educacional como as
teorias pós-críticas e o neo-pragmáticas e, no campo da Educação Física, tais como o pós-
humanismo cibernético, a antropologia do ciborgue e o universo pós-orgânico5.
Sobre o surgimento da giro linguístico e a sua relação com o pós-modernismo
vários autores tecem suas hipóteses. Wood e Eagleton participantes da coletânea “Em
defesa da história: marxismo e pós-modernismo” (1999) situam a agenda pós-moderna no
contexto das muitas mortes da modernidade, na negação da história e no recuo das teorias,
do socialismo e do marxismo6. Wood situa o movimento intelectual dos pós-modernistas
como resultado da consciência formada na chamada idade de ouro do capitalismo (1947 e
1973), segundo a tipificação de Hosbawm, 1995). Esse movimento, embora reconheça as
4
Ver as teses defendidas por Foucault, particularmente na introdução.
5
A relação entre o “giro linguistico” e o pensamento pós-moderno encontra-se na primazia dada a
linguagem, e ao discurso como saída para a crise da racionalidade moderna fundada no mentalismo. Do
pensamento pós-moderno de Lyotard (1986), quatro características merecem ser discutidas: incredulidade
nas denominadas metanarrativas, crise da razão, jogos de linguagem para explicar as relações sociais, além
de uma análise anti-histórica das contradições da modernidade. Particularmente, pela primazia dos jogos de
linguagem, o pensamento pós-moderno apresenta a ideia de que todos os discursos são absolutamente
válidos para explicarem a realidade, independentemente do critério da verdade. Assim como as narrativas
científicas, quaisquer outros relatos particulares tornam-se explicações válidas porque se constituem em
lances apostados pelos seus jogadores.
6
Publicação organizada por Wood, E. M. e Foster, J. B, publicada em lingua inglesa em 1997 e traduzida
para o português em 1999.
contribuições de filósofos do final século XIX como Nietzsche, são os pensadores mais
recentes como Lacan, Lyotard, Foucault e Derrida que mais o influenciam,
especificamente na centralidade da linguagem como modeladora das relações sociais.
Os pós-modernistas interessam-se por linguagem, cultura e “discurso”. Para alguns, isso
parece significar, de forma bem literal, que os seres humanos e suas relações sociais são
constituídos de linguagem e nada mais, ou, no mínimo, que a linguagem é tudo o que
podemos conhecer do mundo e não temos acesso a qualquer outra realidade. Em sua versão
“desconstrucionista” extrema, o pós-modernismo fez mais que adotar as formas da teoria
linguística, segundo as quais nossos padrões de pensamento são limitados e modelados pela
estrutura subjacente da língua que falamos. ... A sociedade não é simplesmente semelhante
à língua. Ela é língua; e, uma vez que todos nós somos dela cativos, nenhum padrão externo
de verdade, nenhum referente externo para o conhecimento existe para nós, fora dos
“discursos” específicos em que vivemos. (WOOD, 1999: 11).
7
O autor que aponta as ironias do pós-modernismo (1999: 75) explicita ainda a ironia em torno do
novo fetiche da diferença quando o mesmo pensamento pós-moderno quer “apagar as distinções entre
imagem e realidade, verdade e ficção, história e fábula, ética e estética, cultura e economia, arte culta e arte
popular, esquerda e direita política”
(Crítica da Razão Dialética), numa “totalização diacrônica”. Entretanto, no desenrolar do
debate, a resposta de Levi-Strauss no Pensamento Salvagem foi mais contundente quando
anuncia que “o fim das ciências humanas não é construir o homem, e sim dissolvê-lo”. A
réplica marxista dada por Althusser não foi um repúdio e sim uma confirmação da proposta
estruturalista. Althusser nas obras, Ler O capital (1967) e Pour Marx (1985) incorpora ao
marxismo a crítica à história e ao humanismo proposta por Levy-Strauss e nessa
perspectiva, a complexa relação entre sujeito e estrutura, este ficou reduzido a “um mero
efeito das estruturas ideológicas”. Sartre tentou reagir com um segundo volume da “Crítica
da razão dialética”, mas abandonou o projeto. Essa desistência e o silêncio posterior
decidiu o destino da esquerda francesa e do marxismo. Na sequência dos conflitos do Maio
Francês (1968) vem a calmaria e o esfriamento do marxismo combativo. “Foi então que as
vozes de Lyortard, Derrida, Foucault, Baudrillard, Deleuze e Gatarri passaram a dominar
a vida intelectual francesa e decretaram a `morte do sujeito` e o `fim do social´” (p. 61)8.
As reações ao pós-modernismo e a volta do marxismo no pensamento francês
acontece durante a década de noventa começando pelos colóquios organizados por Jacques
Bidet e Jacques Texier9. No mesmo estudo Amadeo também aponta uma das mais
importantes reações a essa tendências conhecidas como pós-modernas a Escola de
Budapeste que apresentaremos no próximo item sobre a retomada da ontologia realista.
Habermas em publicação recente, A ética de discussão da verdade e a questão da
verdade (2004) que comenta seu livro “Verdade e Justificação” dedicado ao realismo após
a virada da pragmática linguística (2002) e questionado sobre as reações ao giro linguístico
e sobre seu pragmatismo responde que entende dois significados para o “giro linguístico”:
a) como uma inovação metodológica (Rorty); e, b) como uma alternativa ao paradigma
mentalista neste caso envolvendo problemas epistemológicos e ontológicos (significado
assumido pelo próprio Habermas, 2006: 65). Na perspectiva dessa segunda alternativa, a
mudança do paradigma mentalista para a filosofia linguística há tomado dois caminhos
distintos que focalizam a linguagem desde perspectivas opostas10. Tais caminhos se
identificam com os “giro linguístico” (Frede, Wittgenstein) como o “giro hermenêutico”
(Heidegger e Gadamer):
8
No mesmo estudo Amadeo (2006) também aponta uma da mais importantes reações a essas tendências
conhecidas como pós-modernas, a Escola de Budapeste que apresentaremos posteriormente.
9
O autor registra que o primeiro colóquio foi organizado em 1990 na Sorbone sob o título: Fim do
comunismo? Atualidade do marxismo?”
10
Para o paradigma mentalista o significado está na mente, já para a alternativa oferecida pela filosofia
linguística, o significado está na linguagem.
por um lado, os instrumentos da análise lógica (semântica formal) e por outro da
semântica orientada ao conteúdo (holística)... mas, ignoram os aspectos
pragmáticos do diálogo... lócus da racionalidade comunicativa” (...) e “tais
enfoques estão compromissados, de um modo ou outro com a prioridade da
semântica sobre a pragmática” (HABERMAS, 2006, p. 70).
11
As propostas do giro hermenêutico e o debate entre Habermas e Rorty são apresentados em outros artigos
deste mesmo Dossiê sobre os giros epistemológicos e a pós-modernidade, sob o títulos de “giro
hermenêutico” e “A virada pragmática e a educação: implicações do debate entre Richard Rorty e Jürgen
Habermas”.
12
Grüner (2006) fala de outros giros: “Os múltiplos ´giros´ (linguístico, semiótico, hermenêutico,
estético-cultural) produzidos ao longo do século XX, mas progressivamente protagonistas na teoria a
partir dos anos sessenta e setenta, sem nenhuma dúvida projetaram frente da cena uma série de questões
(a linguagem, a subjetividade, os `imaginários`, a ´textualidade´, os limites do ´logocentismo´, as ´novas´
formas de identidades étnica e sexual, mas tarde o ´culturalismo´, a ´pós-colonialidade´, e assim seguindo)
...que são problemáticas emergidas e visualizadas a partir daquelas transformações relativamente muito
2. A retomada da ontologia realista
No quadro das diversas reações ao “giro linguístico”, além do desafio assumido por
Habermas e Apel em defesa do realismo epistemológico, a concepção de verdade e a
inevitável interpenetração da linguagem e a realidade, outras vozes se levantam em defesa
da ontologia realista, tais como pensadores vinculados à Luckács e a Escola de Budapeste,
ao biólogo chileno Humberto Maturana e ao premio nobel química (1977) Ilya Prigogine.
Vozes que sucintamente apresentaremos a seguir.
Lukács na sua obra sobre a “Ontologia do ser social” retoma os fundamentos de
Marx para uma compreensão do mundo diferente tanto da ontologia especulativa, como a
neopositivista. O ser social constitui um nível de objetividade. O fato essencial desse ser
social é o trabalho, que supõe e fixa outros níveis de objetividade.
Segundo Lukács, não há como discutir a ontologia do ser social sem compreender a
ontologia geral, pois todo ser tem seu fundamento no ser inorgânico, haja vista que é a
partir deste e, com a sua manutenção, objetivando-se mudanças qualitativas, que se
desenvolveram o ser orgânico e o ser social. Mas, esse aspecto ainda não foi compreendido
corretamente. “Até hoje não tivemos uma história da ontologia” (LUKÁCS,1976, p. 7) e
essa carência não é fortuita, está diretamente ligada à confusão e à falta de clareza da
própria ontologia pré-marxiana.
2.2. Outra linha do “giro ontológico” é atribuída à escola de Prigogine que busca
superar os relativismos fundados na concepção subjetiva de tempo como duração
(matemática quântica de Borh) ou de tempo sem direção (Eistein). A inclusão do tempo
como realidade cosmológica (ontológica), além das nossas medidas (subjetivas), e a
integração do “devir” (tempo irreversível) ao “ser” caracteriza uma nova perspectiva da
ciência contemporânea e recoloca a ontologia como base da epistemologia (Prigogine e
Stengers, Entre el tiempo y la eternidad. Buenos Aires: Alianza, 1998). Também,
Stengers, integrante da escola de Prigogine debate na Invenção das ciências modernas (A
Invenção das ciências modernas. São Paulo: Ed 34, 2002) a tensão entre duas abordagens
das ciências, a da objetividade científica das ciências exatas e das crenças científicas dos
estudos culturais (pós-estrutralismo). A superação dessa tensão se dá através da
“ontologia”. A identidade da ciência está em discutir o quê é a realidade, o quê é o mundo
(ser ontológico). A base da ciência está no conhecimento dos fenômenos, como eles são, se
apresentam e se revelam e não nas formas como o homem representa ou atua sobre o
mundo. O conhecimento dos fenômenos (ciência) antecede a sua intervenção sobre eles
(técnica).
2.3. Uma terceira linha do “giro ontológico” e atribuída a Maturana (Ontologia da
realidade, Belo Horizonte: Ed UFMG, 1999) quando pretende provar através da
neurobiologia os problemas da percepção e se depara com uma “objetividade-entre-
parênteses” e com a necessidade de discutir: a ontologia da explicação como condição para
a constituição da observação, a ontologia da realidade, a ontologia da cognição e a
ontologia do social e da ética.
Como podemos perceber nessas três linhas de pensamento, O “giro linguístico”
vem gerando amplas e profundas reações, não apenas no âmbito das filosofias da
linguagem (hermenêutica de Gadamer e Pragmatismo dialógico de Habermas), mas,
também no âmbito das teorias do conhecimento fundadas no realismo (ontologia), dentre
elas, as apontadas nesta comunicação.
Conclusões
O debate epistemológico contemporâneo pode ser organizado com base nos
“giros”. Tal perspectiva permite centralizar a controvérsia sobre as formas do
conhecimento e do discurso científico-filosófico, reconhecendo a importância das
chamadas abordagens pós-modernas e as respostas que essas perspectivas vem gerando em
outras abordagens mais tradicionais como a hermenêutica, a pragmática e a dialética.
Como essa controvérsia vem se apresentando na pesquisa em Educação com os
desafios das teorias pós-estruturalistas, pós-criticas e neo-pragmatistas, é pertinente
aprofundar nessas polêmicas que ajudam a revelar os limites e as implicações das
diferentes perspectivas epistemológicas. Esperamos que este mapeamento contribua nos
esclarecimentos necessários quando está em jogo a qualidade da pesquisa em Educação e a
compreensão de sues pressupostos e desdobramentos ideológicos e políticos.
Referências
ADORNO, T. Resignação. In: _____. Sobre a indústria da cultura. Coimbra: Angelus.
ANDERSON, P. A crise da crise do marxismo: introdução a um debate contemporâneo.
São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
ANDERSON, P. As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
BHASKAR, R. A Realist Theory of Science. New York, London: Verso,
1997.(Tradução de Rodrigo Moerbeck, Revisão de Mário Duayer).
BHASKAR, R. Scientific realism and Human Emancipation. London: Verso, 1986.
(Tradução de Celso Tumolo, Revisão de Maria Célia Marcondes de Moraes e Mário
Duayer).
DERRIDA, J. El lenguaje y la instituciones filosóficas. Barcelona: Piados, 1995.
DERRIDA, J. Torres de Babel. Belo Horizonte: ed. UFMG 2002.
EAGLETON, T. De onde vem os pós-modernistas? In WOOD, Ellen M.; FOSTER, John.
B. Em Defesa da História: marxismo e pós-modernismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1999, p. 23-32.
EAGLETON, T. Depois da teoria. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
GADAMER. El giro hermenéutico. Madrid: Cátedra, 1995.
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1989.
HABERMAS, J. La ética del discurso y la cuestión de la verdad. Buenos Aires: Paidos,
2006.
HABERMAS, J. Pensamento pós-metafísico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990.
HABERMAS, J. Verdad e justificación. Madrid: Trotta, 2002.
HABERMAS, J. Verdade e justificação: ensaios filosóficos. São Paulo: Loyola, 2004.
HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções: Europa 1789 – 1848. 15. ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2001.
HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX. 2. ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.
LESSA, Sérgio. A ontologia de Lukács. Maceió: UFAL, 1996.
LUKÁCS, G. A autocrítica do marxismo. In: PINASSI, Maria O; LESSA, Sérgio (orgs.)
Lukács e a atualidade do marxismo. São Paulo: Boitempo, 2002.
LUKÁCS, G. Introdução a uma estética marxista, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1978.
LUKÁCS, G. Ontologia do ser social: os princípios ontológicos fundamentais de Marx.
São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas, 1979.
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Vol. I, Tomo 1. São Paulo: Nova
Cultural, 1983.
MATURANA. H. Ontologia da realidade. Belo Horizonte : Ed UFMG, 1997.
MÉSSÁROS, G. Filosofia, ideologia e ciência social. São Paulo: Ensaio, 1993.
MORAES, Maria Célia M Os “pós-ismos” e outras querelas ideológicas. Perspectiva,
Florianópolis, UFSC/CED, n. 24, p. 45-59, 1996.
MORAES, Maria Célia M. Comte e o Positivismo. In: HÜHNE, L. M. (Org.) Profetas da
Modernidade. Rio de Janeiro: UAPÊ/SEAF, 1995.
PRIGOGINE, I.; STENGERS, I. Entre el tiempo y la eternidad. Buenos Aires: Alianza,
1998.
STENGERS, I. A invenção das ciências modernas. São Paulo: Ed 34, 2002.
TERTULIAN, Nicolas. Georg Lukács e a reconstrução da ontologia na filosofia
contemporânea. In: Conferência Proferida no Programa de Pós-Graduação em
Educação da UFCE, 1996, Recife. Trabalho não publicado.
WOOD, Ellen M. O que é a agenda “pós-moderna”? In: WOOD, Ellen M.; FOSTER,
John. B. Em Defesa da História: marxismo e pós-modernismo. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 1999, p. 7-22.