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Bacharel em Teologia
É com muita alegria que aceitamos dar início a esse novo projeto.
Mas a internet pode ser também um instrumento de bênçãos, uma opção a mais
de propagar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, visto que é uma
ferramenta que não obedece limites e fronteiras de espaço e distância.
Apostila 35
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Um com a teoria da relatividade. Essa dialética tem especial importância para a
teologia cristã, já que a partir dela podemos entender melhor a realidade de
Gênesis Um.
Em novembro de 1942, o poeta e crítico Ezra Pound afirmava que "o mistério
profundo da vida é descobrir porque os outros não compreendem aquilo que se
escreve e diz. A coisa parece simples e clara ao escritor, mas outros o tomam em
sentido diferente. E se gastam anos para saber porque e como" [Ezra Pound,
Lettere 1907-1958, Milão, Feltrinelli Editore, 1980, p. 7]. Logicamente, como autor
e crítico, Pound falava de hermenêutica em seu sentido laico, que não implica na
inesgotabilidade do texto sagrado. Produto não inspirado, esse texto, fruto da
inteligência e arte de um homem, pode ser percorrido por outro homem em sua
totalidade, arrancando do discurso poético os elementos lógicos que lhe deram
constituição, interpretando-o com tal maestria e clareza quanto poderia fazê-lo seu
próprio autor. Mas mesmo assim, como alerta Pound, isso pode transformar-se em
tarefa de anos.
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raciocínio bem dirigido. As conclusões a que se chega nada acrescentam ao
significado do texto, pois já estavam contidas ali desde sempre; embora para ele
sejam novas, uma vez que diferem do que está escrito, em si mesmas não o são,
porque estavam gravadas no subsolo do texto que se interpretou. Contudo, sendo
a Bíblia obra de um ser infinito, as interpretações jamais se esgotam. Cada novo
corte no texto aprofunda o seu sentido, mas é sempre possível avançar mais. Elas
se sucedem através do tempo, porém, por mais surpreendentes que pareçam, têm
a garantia de se situarem no mesmo campo inicial". [Renato Mezan, Freud: A
Trama dos Conceitos, SP, Perspectiva, 1982, p. 342].
Exatamente, por isso, parto do pressuposto de que a teologia judaica nos últimos
mil e novecentos anos apresenta uma hermenêutica bastante criativa do Gênesis
Um. Essa hermenêutica ou midrash não ficou restrita aos círculos rabínicos, mas
fez parte da tradição e da cultura do judaísmo através dos séculos. Escritores,
artistas e cientistas judeus utilizaram esses conhecimentos em seus campos de
trabalho. Einstein conhecia essas fontes, em parte desconhecidas para o mundo
cristão, mas ricas e cheias de significados para todo intelectual judeu. Por isso,
esta releitura da teoria do caos tem como roteiro a cosmogonia judaica e as idéias
centrais da teoria da relatividade.
Albert Einstein era judeu, acreditava em Deus criador, mas não aceitava o
conceito bíblico de Deus pessoal. Foi um sionista militante durante toda sua vida,
a ponto de em 1952 lhe ser oferecida a presidência de Israel. Não aceitou. Estava
casado com a física. "As equações são mais importantes para mim porque a
política é feita para o presente, ao passo que uma equação é algo para toda a
eternidade". [Stephen W. Hawking, Uma Breve História do Tempo, RJ, Rocco,
1988, pp. 240-241].
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surge a expressão tzimtzum. [Exod Raba ao Êx 25:10, Lev. Raba ao Lv 23:24;
Pessikta de Rab Kahana, Ed. Buber 20 a; Midrasch Schir Ha-Schidim, Ed. Griinhut
(1899), f. 15b, citado por Gershom Scholem, A Mística Judaica, SP, Perspectiva,
1972, p. 263].
"No princípio (Gênesis 1:1), a vontade do Rei começou a gravar signos na esfera
superior. Do recesso mais oculto, uma negra chama brotou do mistério do ein sof,
o Infinito, como um novelinho de massa informe, como que inserido no aro dessa
esfera, nem branca nem preta, nem vermelha nem verde, de nenhuma cor.
Somente depois de distender-se como um fio, produziu ela cores para luzir em si.
Do âmago da chama, jorrou uma fonte da qual brotaram cores e se espalharam
sobre tudo embaixo, oculto na ocultação mais misteriosa do ein sof. Mal rompeu
ela, inteiramente irreconhecível, seu círculo de éter, sob o impacto da irrupção, um
ponto oculto, superno fulgiu da irrupção final. Aquém desse ponto está excluído
todo conhecimento e por isso ele é chamado reschit, princípio, a primeira palavra
do Todo". [O Princípio, Sefer ha-Zohar (Livro do Esplendor), in J. Guinsburg, Do
Estudo e da Oração, SP, Perspectiva, 1968, p. 605]. Apesar de sua riqueza
teológica, não estaríamos longe da verdade ao classificar a doutrina da emanação
como um panenteísmo, que define o mundo material como o desdobramento de
Deus em diferentes níveis. E porque o mundo existe dentro de Deus, os
defensores do processio Dei ad extra consideram necessário descobrir o que há
de divino nos fenômenos do cotidiano.
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movimentos, o da retirada e o da concentração ficará mais fácil aproveitar os
estudos de Luria. O tzimtzum explica o recuo de Deus para permitir que surgisse o
vazio, o nada, e nele o universo finito. Como Deus é infinito, sem o tzimtzum não
haveria o nada no qual pudesse produzir a estrutura espaço/tempo de uma
criação separada. É interessante notar, que se por um lado a dialética da
autocontração e concentração divinas deu origem ao mundo material, o choque
entre o movimento restritivo e o transbordante amor de Deus criou também a
possibilidade do mal. Nesse sentido, a cosmogonia judaica, vê a criação em
primeiro lugar como consciente autolimitação e na seqüência como revelação e
julgamento. E como julgamento é entendida a imposição de limites, ele faz parte
da revelação, que se expressa pela primeira vez como criação de Deus. Em
outras palavras: se o mal é uma probabilidade que surge da dialética amor divino
e retração, o julgamento passa a ser inerente a tudo na criação, já que todas as
coisas estão determinadas enquanto limites.
A tradição do debate sobre a creatio ex nihilo é antiga no pensamento judaico. Na
verdade, podemos dizer que começa a ser realizada no segundo século. Por isso,
não é de estranhar que encontremos reflexões profundas sobre Gênesis Um nos
séculos posteriores. Assim, em um dos textos mais representativos do
pensamento caraíta, movimento medieval de retorno à letra da Escritura,
considerado por muitos um protestantismo judeu de coloração pietista, a
"Explanação dos Mandamentos", de Aha Nissi ben Noah de Bassorá, que ensinou
em Jerusalém na segunda metade do século IX, lemos:
"No primeiro dia, Deus criou sete coisas: o céu, a terra, as trevas, a luz, a água, o
abismo e o vento (Gn.1:1-12). Primeiro criou tohu e bohu (a solidão e o caos), dos
quais surgiu a terra (Gn.1:1-2). Criou as trevas: 'Ele formou a luz e criou as trevas'
(Isaías 45:6). Criou o vento, conforme a palavra: 'e criou o vento'. Criou a água,
pois com a criação da terra havia água. Criou o abismo, para que a água tivesse
uma profundidade e uma submersão. Criou a luz (Gn.1:3). Para a criação do
mundo foram necessárias quatro coisas: a ordem, o trabalho, a determinação e a
proclamação" [Nissi ben Noach, Explanação dos Mandamentos, in J. Guinsburg,
op. cit., p.309]. Nesse texto aparentemente tão simples, encontramos dois
conceitos muito importantes: tohu e bohu fazem parte da criação e para que haja
criação é necessário ordem.
Outro grande teólogo judeu, que fez oposição ao pensamento caraíta, foi Saadia
Gaon (892-942). Influenciado pela efervescente teologia do Islã e pelo
pensamento helenístico clássico, Gaon combateu a presença heterodoxa, de
tendência maniqueísta, os remanescentes de Filo e a crítica gnóstica. Seu texto
sobre a doutrina da creatio ex nihilo é de uma profunda beleza, apesar de
apresentar imperfeições normais ao conhecimento da época, como, por exemplo,
sua visão geocêntrica. Mas, de forma brilhante enfrenta opositores bem parecidos
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aos que encontramos hoje em dia.
Para sua defesa da criação ex-nihilo, Gaon trabalha com quatro argumentos, três
dos quais muito bem expostos: de finitude do universo, estrutura e acidentalidade.
"(...) continuou a afirmar que nosso Senhor, louvado e enaltecido seja, informou-
nos que todas as coisas foram criadas no tempo, e que Ele as criou do nada (...).
Ele nos comprovou essa verdade por meio de sinais e milagres, e nós a
aceitamos. Examino ainda mais nesta matéria com o intuito de saber se ela podia
ser comprovada por especulação como foi comprovada por profecia. Achei que
era este o caso por um certo número de razões, da quais, devido à brevidade,
selecionei as quatro seguintes: 1. A primeira prova baseia-se no caráter finito do
universo (...). 2. A segunda prova é derivada da união de partes e da composição
de segmentos. Vi que os corpos consistem de partes combinadas e de segmentos
ajustados entre si (...). 3. A terceira prova baseia-se na natureza dos acidentes.
Verifiquei que nenhum dos corpos são desprovidos de acidentes que os afetem
direta ou indiretamente. Animais, por exemplo, são gerados, crescem até que
alcançam sua maturidade, então, definham e se decompõem. Então eu disse a
mim mesmo: Será que a terra como um todo é livre destes acidentes? (...) 4. A
quarta prova baseia-se na natureza do tempo. Sei que o tempo é triplo: passado,
presente, futuro. Embora o presente seja menor do que qualquer instante, tomo o
instante como se toma um ponto e digo: Se um homem tentasse em seu
pensamento ascender deste ponto no tempo ao ponto mais elevado, ser-lhe-ia
impossível fazê-lo, porquanto o tempo é agora admitido como infinito e é
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impossível ao pensamento penetrar no ponto mais remoto daquilo que é infinito."
[Saadia Gaon, Quatro Argumentos para a Criação, idem, op. cit., pp. 317-320].
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E dois escritos antigos nos mostram que a doutrina da creatio ex nihilo tem suas
bases tanto no Tanach, como apócrifos intertestamentários. Lemos em Isaías:
"Assim diz Iahveh, teu redentor, aquele que te modelou desde o ventre materno.
Eu, Iahveh, é que fiz tudo, e sozinho estendi os céus e firmei a terra. Com efeito,
quem estava comigo?" (Is.44:24). E em II Macabeus 7:28: "Eu te suplico, meu
filho, contempla o céu e a terra e observa tudo o que neles existe. Reconhece que
não foi de coisas existentes que Deus os fez, e que também o gênero humano
surgiu da mesma forma". Esta, aliás, é a primeira afirmação explícita da criação ex
nihilo.
Desenvolvendo sua tese espaço-temporal, explica que toda a criação sofreu duas
produções diferentes, que precisam ser cuidadosamente separadas: "a primeira é
a do nada pela mão imediata do criador; a outra provém do seio das segundas
causas acionadas pelo administrador da natureza. A primeira produção é
instantânea e é ato divino proporcionado pela onipotência e eternidade de Deus; a
segunda [produção] implica que o ato divino seja adaptado às exigências da
natureza que Deus estabeleceu em cada coisa" [Idem, op. cit., p. 345]. A partir daí
sua cosmogonia é surpreendente. Explica que é Deus quem moveu circularmente
"a celeste matéria de todo o planetário vórtice", obrigando essa matéria que
formaria o Sol a colocar-se no lugar que lhe era destinado. Constatando que seja
qual for a velocidade que se queira atribuir ao movimento diário do Sol e de seu
vórtice, "isso não aconteceu num só dia e em só vinte e quatro horas". A formação
do Sol, assim como a produção dos planetas, afirma Moro, "comprova que
aqueles seis dias não foram de medida igual aos dias modernos, mas que foram
espaços de tempo de duração muito mais longa, ou seja, de uma duração
proporcional à atividade das causas segundas e à exigência dos efeitos
produzidos; espaços esses que foram chamados dias, conforme o costume
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freqüentemente usado nas Escrituras de exprimir com o nome de dias certos
espaços de tempo longos e indeterminados" [Idem, op. cit., p. 347]. É interessante
ver como a física do século vinte, principalmente aquela que sofreu influências
dessa mesma cosmogonia, traduziu para uma nova linguagem antigos conceitos.
E ao criticar a teoria do tempo absoluto, Einstein vai mostrar que à medida que o
deslocamento de um objeto se aproxima da velocidade da luz, sua massa
aumenta mais rapidamente, de forma que gasta mais energia para aumentar sua
velocidade. Por isso, muito possivelmente nunca possa atingir a velocidade da luz,
pois deixaria de ter massa intrínseca. O importante dessa teoria é ter modificado a
compreensão de tempo e de espaço. Antes, considerava-se que a velocidade da
luz era a distância que ela percorre, dividida pelo tempo que leva para fazer isso.
Agora, compreendemos que a velocidade pode ser a mesma, mas não a distância
percorrida. A partir da teoria da relatividade, o conceito de simultaneidade, ou seja,
da existência de um mesmo momento em dois lugares diferentes, deixou de ter
qualquer significado em termos de universo.
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O TEMPO ENQUANTO NÃO-DETERMINAÇÃO
Ora, o que Gênesis está mostrando é que o universo teve um início, que a criação
não é um mito. "Não há nenhum paralelo bíblico aos mitos pagãos que relatam a
morte de deuses mais velhos (ou poderes demoníacos) pelos mais jovens; não se
acham presentes nos tempos primevos quaisquer outros deuses. As batalhas de
Iahveh com monstros primevos, aos quais é feita ocasionalmente alusão poética,
não são lutas entre deuses pelo domínio do mundo. As batalhas de Iahveh com
Raabe, o dragão, Leviatã, no mar, a serpente veloz, etc., não são esclarecidas
pela referência ao mito da derrota de Tiamat por Marduc e sua subsequente
tomada do poder supremo". [Yehezkel Kaufmann, A Religião de Israel, São Paulo,
Perspectiva, 1989].
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"De forma semelhante, se o universo explodisse novamente, deveria haver um
outro estado de densidade infinita no futuro, o Big Crunch, que seria o fim do
tempo. Mesmo que o universo como um todo não entrasse novamente em
colapso, haveria singularidades em algumas regiões determinadas, que
explodiriam para formar buracos negros. Essas singularidades seriam o fim do
tempo para quem ali caísse. Na grande explosão e demais singularidades todas
as leis são inoperantes. Então, Deus ainda teria tido completa liberdade para
escolher o que aconteceu e como o universo começou". [Stephen Hawking, op.
cit., p. 236].
É interessante ver que uma das possibilidades que alguns físicos baralham, um
pouco a contragosto, é a de que Deus escolheu a configuração inicial do universo
por razões que não temos condições de compreender. Consideram que os
acontecimentos do surgimento do universo não se deram de forma arbitrária, mas
refletem um ordem comum. Hawking, como não é teólogo, opta por uma variável
que chama limitação caótica ou escolha ao acaso. Dentro desse ponto de vista, o
universo primordial surgiu como caos. Ora a segunda lei da termodinâmica mostra
que há essa tendência no universo, e que a ordem e o equilíbrio, ou seja, a vida,
que é a forma mais organizada da matéria, surge como oposição a este caos.
"Einstein uma vez formulou a pergunta: 'Que nível de escolha Deus teria tido ao
construir o universo?' Se a proposta do não limite for correta, ele não teve
qualquer liberdade para escolher as condições iniciais. Teria tido, ainda
naturalmente, a liberdade de escolher as leis a que o universo obedece. Isto,
entretanto, pode não ter sido um grau assim tão elevado de escolha. Pode ter sido
apenas uma, ou um pequeno número de teorias completas unificadas, tal como a
teoria do filamento heterótico, que são autoconsistentes e permitem a existência
de estruturas tão complexas quanto os seres humanos, que podem investigar as
leis do universo e fazer perguntas acerca da natureza de Deus". [Stephen
Hawking, op. cit., p. 237].
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"Toda variação de entropia no interior de um sistema termodinâmico pode ser
decomposta em dois tipos de contribuição: a entrada exterior de entropia, que
mede as trocas com o meio e cujo sinal depende da natureza dessas trocas, e a
produção de entropia, que mede os processos irreversíveis no interior do sistema.
É essa produção de entropia que o segundo princípio define como positiva ou
nula". [Ilya Prigogine e Isabelle Stengers, Entre o Tempo e a Eternidade, São
Paulo, Companhia das Letras, 1992, p. 53].
"(...) as leis científicas não distinguem entre as direções para frente e para trás do
tempo. Entretanto, há pelo menos três setas de tempo que distinguem o passado
do futuro, que são a seta termodinâmica, direção do tempo em que a desordem
aumenta; a seta psicológica, direção do tempo na qual se recorda o passado e
não o futuro; e a seta cosmológica, direção do tempo em que o universo se
expande mais do que se contrai. Demonstrei que a seta psicológica é
essencialmente a mesma que a termodinâmica, de modo que ambas sempre
apontam para a mesma direção. A proposta do não limite para o universo prevê a
existência de uma seta termodinâmica do tempo bem definida, porque o universo
deve começar num estado plano e ordenado. E a razão por que se observa esta
seta termodinâmica se adequar à cosmologia é que os seres inteligentes só
podem existir na fase de expansão". [Stephen Hawking, idem, op. cit., pp. 210,
211].
Coerente com sua visão de que Deus não joga dados com o universo, Einstein
dará um feroz combate às teses de acausalidade na mecânica quântica,
defendidas pelas escolas de Copenhagem e Gottingen. "Não posso suportar a
idéia de que um elétron exposto a um raio de luz possa, por sua própria e livre
iniciativa, escolher o momento e a direção segundo o qual deve saltar. Se isso for
verdade, preferia ser sapateiro ou até empregado de uma casa de jogos em vez
de ser físico". Citado por Franco Selleri, Paradoxos e realidade, Ensaios sobre os
Fundamentos da Microfísica, Lisboa, Fragmentos, 1990, p. 41. Em 1944, voltaria à
carga: "Nem sequer o grande sucesso inicial da teoria dos quanta consegue
convencer-me de que na base de tudo esteja o indeterminismo, embora saiba bem
que os colegas mais jovens considerem esta atitude como um efeito de esclerose.
Um dia saber-se-á qual destas duas atitudes instintivas terá sido a atitude correta".
[Ibidem, op. cit. p. 59].
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movimento nenhum desde que foi criada, permanece sempre unida a Vós,
ultrapassando por isso todas as volúveis vicissitudes do tempo. Porém, este caos,
esta terra invisível e informe não foi numerada entre os dias. Onde não há
nenhuma forma nem nenhuma ordem, nada vem e nada passa; e onde nada
passa, não pode haver dias nem sucessão de espaços de tempo" [Santo
Agostinho, Confissões, XII, 9, SP, Abril, 1973, pp. 264, 265].
O bispo de Hipona faz claramente uma separação, não somente neste texto, entre
os céus dos céus, uma dimensão além dos limites da ciência, e "o nosso céu e a
nossa terra" (universo), que segundo ele é terra. Para ele é totalmente
compreensível que essa terra fosse "invisível e informe", pois estava reduzida a
um abismo sem luz, exatamente porque não tinha forma. Diríamos hoje, não há
espaço-tempo. E, de maneira brilhante, tenta uma definição, apesar de alertar
para suas limitações: "um certo nada, que é e não é". Interessante, Nissi ben
Noach diria praticamente a mesma coisa.
"O conceito de tempo não tem significado antes do começo do universo. O que foi
apontado pela primeira vez por Agostinho, quando indagou: 'O que Deus fazia
antes de criar o universo?'"[Stephen Hawking, op. cit., p. 27].
3. Toda discussão que tente uma polaridade entre evolução teísta ou criação de
seis dias de vinte e quatro horas não procede. Isto porque o espaço-tempo entre
os seis dias não são iguais e porque não há evolução, uma teoria do progresso
aplicada à natureza. Há criação e expansão da massa, o que na Bíblia traduz-se
14
em criação e sustentação. "És tu, Iahveh, que és o único! Fizeste os céus, os céus
dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo o que ela contém, os mares e tudo
o que eles encerram. A tudo isso és tu que dás vida, e o exército dos céus diante
de ti se prostra". (Neemias 9.6).
Parte II
A CONFISSÃO POSITIVA E AS ENFERMIDADES
A seguinte declaração de Jesus deve causar algum incômodo aos filhos da
Confissão Positiva: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o
Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20).
Como é que Jesus fez tal declaração negativa? Ele desconhecia que as palavras
têm poder? Que o que falamos se transforma em realidade? Que confirmar
miséria é duvidar da providência divina? É dar brecha ao diabo? É claro que Jesus
desconhecia tal doutrina. A doutrina dEle era a da Verdade. Jesus sabia que nem
sempre o que é positivo é verdadeiro. Não procurava enganar a Si próprio. Se um
“positivista”, por algum motivo, for morar debaixo de uma ponte dirá: “Estou
morando numa linda mansão com piscina de água cristalina”.
Jesus disse que Pedro O negaria três vezes. Aconteceu exatamente como
afirmara, apesar da confissão positiva de Pedro (Lc 22.34, 57-60). Que coisa!
Como é que o Mestre fez essa confissão negativa? Falou negativo, deu negativo.
Em outra ocasião, Pedro disse a Jesus, em tom de branda repreensão, que de
modo nenhum Ele iria padecer em Jerusalém, nas mãos dos principais sacerdotes
e escribas. Ouviu uma dura repreensão: “Para trás de mim, Satanás, que me
serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas
só as que são dos homens” (Mt 16.22,23). Jesus disse que Pedro estava agindo
de modo semelhante ao diabo, querendo impedir Sua morte expiatória. Pedro já
deveria ter aprendido que o positivo para Jesus era sempre o verdadeiro, e não o
falso. Se ele disse que seria morto Jerusalém, é porque Ele seria morto em
Jerusalém.
15
A Bíblia nos ensina que nossas confissões positivas não podem contrariar a
verdade dos fatos. Se um crente está com um câncer nos intestinos, com
metástase no estômago e no fígado, não pode simplesmente afirmar que são
apenas sintomas ou artimanhas do diabo para que haja confissão negativa. E
quando o crente morre é porque morreu mesmo; não são sintomas da morte. Se o
apóstolo Paulo fosse um “positivista”, teria negado a existência de um espinho na
sua carne.
Teria dito: “Saia de cima de mim, Satanás. Você quer me enganar com seus
sintomas, mas você não me engana não. Ouviu bem, seu safado? Arrume tudo o
que é seu e esqueça meu endereço. O Senhor já levou as minhas dores e
enfermidades. Já fui completamente curado por Suas pisaduras”.
Não podemos confessar nossas doenças porque elas não existem, porque são
apenas sintomas colocados pelo diabo para nos enganar? O Apóstolo
desconhecia essa estratégia do inimigo. Não negou que estava doente quando
pregou pela primeira vez aos gálatas (Gl 4.13-14) e confessou a doença de
Trófimo e a freqüente enfermidade de Timóteo (2 Tm 4.20; 1 Tm 5.23).
Deus é bom, não castiga ninguém com doenças nem que seja para provar a fé de
seus filhos? Leiamos: 1) “E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou
quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? (Êx
4.11). 2) “E o Senhor feriu o rei, e ficou leproso até ao dia da sua morte” (2 Rs
16
15.5). 3) “A lepra lhe saiu na testa [de Uzias]... visto que o Senhor o ferira” (2 Cr
26.19,20). 4) “Miriã ficou leprosa como a neve” porque “a ira do Senhor se
acendeu” contra ela” (Nm 12.9-10). 5) Jó “era homem íntegro, reto e temente a
Deus e se desviava do mal”; foi chamado por Deus de “meu servo”, mas Deus
permitiu que a destruição viesse sobre ele: perdeu seus filhos e seus bens, e ficou
coberto de “úlceras malignas, desde a planta do pé ao alto da cabeça” (Jó
1.1,8,12; 2.5).
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Assim, podemos dizer que Deus foi sincero, e não positivo, quando disse ao
primeiro casal: “Porque no dia em que dela comeres certamente morrerás” (Gn
2.17). E quando disse à mulher: “Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua
conceição; com dor darás à luz filhos” (3.16). E quando disse a Adão: “Maldita é a
terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida” (v.17).
“Não ore mais por dinheiro... Exija tudo o que precisar. Deus quer que seus filhos
usem a melhor roupa, dirijam os melhores carros e tenham o melhor de tudo...
simplesmente exija o que você precisa” (Kenneth Hagin). O tema principal da
Confissão Positiva é dinheiro, sucesso, prosperidade para viver bem aqui e agora.
Muito pouco ou quase nada se fala em arrependimento e perdão, uma das
primeiras recomendações de Pedro, no início da Igreja (At 2.38).
18
[Confissão Positiva] como o que de fato são: falsos mestres que
estão desviando seus seguidores da verdadeira fé para o reino
das seitas” (Hank Hanegraaff, Cristianismo em Crise, p.393).
“Recuso-me a considerar o meu corpo, recuso-me a ser movido
pelo que vejo e pelo que sinto...Escolho ouvir sua Palavra, em
vez de dar crédito ao que meu corpo tenta dizer... Tenho visto
pessoas morrerem, mas eu continuo firme, dizendo: `Bendito
seja Deus, você não vai morrer! E de qualquer jeito morrem!´
Mas permaneço alegre porque resisti” (Kenneth Copeland). Aí
temos uma confissão negativa da Confissão Positiva. Ou seja: há
pessoas que adoecem e morrem, apesar da oração, apesar de
“por suas pisaduras fostes sarados”. Copeland não deveria
permanecer alegre ao ver os outros morrerem. Deveria se
recolher em arrependimento e reconhecer que acima de tudo
está a soberania de Deus, que não promete cura instantânea e
automática para todos os que passam à condição de filhos de
Deus (Jo 1.12).
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ordenando ao mal que saia do seu corpo. Você não precisa orar,
jejuar ou pedir a quem quer que seja para orar por você.
Segundo estas declarações [Is 53.4,5] você pode ter certeza
absoluta que Deus já o curou.
Você é o único responsável por sua cura. Você deve exigir o
cumprimento do seu direito imediatamente e, logicamente, ficar
curado” (R.R.Soares, “O Direito de Desfrutar Saúde”, pp.
6,7,8,10,17-19,23,31).
“Aquilo que você diz invariavelmente torna-se no que você será ou terá. Falar em
fracasso, comentar o quanto você sofre, confessar o que o mal está lhe fazendo, é
dar aos poderes das trevas o senhorio da sua vida. As suas palavras farão de
você um vencedor ou um derrotado. São as nossas palavras que nos darão
saúde, ou que nos manterão enfermos. Os sintomas não significam que você já
esteja doente. Quando você fala dos seus sofrimentos e dissabores... você faz
com que o inimigo tenha mais força e controle sobre a sua vida. Quem confessa
isso está semeando as piores sementes da destruição. Quando o diabo lhe trouxer
qualquer sintoma de doença ou de qualquer outra coisa, recuse receber e resista-
lhe usando a Palavra do Senhor. Assim, você não ficará enfermo. É impossível
alguém confessar fracassos e derrota e viver vitoriosamente. Não adianta ficar
orando, jejuando e pedindo ao Senhor que o vença [o diabo] por você”.
(R.R.Soares, A Sua Saúde Depende do que Você Fala, pp. 5,6,9,10,42,43).
20
a comparecerem aos templos daquela Igreja para os procedimentos legais com
vistas à substituição do seu anjo guardião. Mas voltemos ao que foi ensinado pelo
missionário, que tentou sintetizar em dois ou três livros a doutrina da teologia da
prosperidade.
Primeiro, deduz-se desse relato que crente adoece e poderá chegar a morrer em
conseqüência da doença. Paulo também declara que Timóteo sofria de freqüentes
enfermidades no estômago (1 Tm 5.23) e que ele mesmo orou três vezes ao
Senhor para que se livrasse de um espinho na carne, e o Senhor não o atendeu (2
Co 12.7-10).
21
enfermidade de Epafrodito e Timóteo fosse de origem maligna, embora o
apóstolo fosse dotado de discernimento para detectar tal investida (v.Atos
13.8-11; 16.16-17).
Sétimo, deduz-se que a vontade de Deus prevaleceu nas enfermidades
desses dois irmãos, pois Deus, “pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas
extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais levavam do seu corpo
aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos
saíam” (At 19.11-12). Apesar de tais poderes, não pôde curar seus
queridos companheiros. Entendemos portanto que tudo o que
pedirmos receberemos... se for da vontade de Deus.
Filipenses 2.24-17 talvez não tenha sido suficiente para convencer os
contradizentes (Tt 1.9). Vamos então obter mais subsídios no livro de Tiago,
escrito “para encorajar os crentes judeus que enfrentavam várias provações,
que punham sua fé à prova, para corrigir crenças errôneas a respeito da
natureza da fé salvífica”. Não há dúvida quanto aos destinatários do livro:
“Doze tribos da Dispersão” (Tg 5.1); “irmãos” (5.2,19; 2.1,5; 5.7,9,10,12).
Vejamos o que diz: “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém
contente? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do
Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará...
Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que
sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.13-16).
Deduz-se que:
22
um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado,
três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, de salteadores;
em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, na
cidade, no deserto, no mar, entre falsos irmãos; em trabalhos e
fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum,
muitas vezes, em frio e nudez” (2 Co 11.23-27).
23
enfermidades, é Isaías 53.4-5, como segue: “Verdadeiramente ele tomou sobre si
as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si... Mas ele foi ferido
pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades. O castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. A partir daí,
os arautos defendem que, ao sermos aceitos como filhos de Deus pela fé em
Jesus Cristo, estamos automaticamente livres de qualquer espécie de doença;
que a nossa conquista de saúde perfeita se deu na cruz; que não precisamos orar,
ter fé ou pedir que a vontade de Deus seja feita; que cabe a cada um se levantar e
tomar posse da bênção e exigir de Deus seus direitos, e, do diabo, que saia do
nosso corpo. Em síntese, é assim que a Confissão Positiva apresenta sua
doutrina. Benny Hinn tenta resumir a questão assim: “Se seu corpo pertence a
Deus, não pode pertencer às enfermidades”. Kenneth Copeland: “Depende de
você decidir se quer ou não viver sofrendo enfermidades”. Kenneth Hagin: “Faz
grande diferença aquilo que alguém pensa. Acredito que esse é o motivo pelo qual
muitas pessoas estão enfermas. O que faz um crente ser bem-sucedido é o
pensamento certo, a crença certa e a confissão certa”.
24
somente foi dada aos santos da Confissão, depois de dois mil anos? e) Tiago não
foi inspirado pelo Espírito Santo e portanto suas recomendações não servem para
os dias atuais?
Tais proposições nos levam a examinar com maior atenção Isaías 53.4-5. O
versículo quatro fala em “enfermidades” e “dores”. Os versículos 5 a 12 falam em
“transgressões”, “iniqüidades”, “expiação do pecado” “justificará a muitos e “levar
sobre si o pecado de muitos”. Então, o livramento proporcionado por Jesus
envolve os problemas físicos e espirituais, isto é, abrange enfermidades e
pecados, porém em tempos diferentes. Como veremos mais adiante, a profecia de
Isaías foi cumprida uma parte durante o ministério de Jesus (Mt 8.16-17) e outra
na Sua expiação (1 Pe 2.24). Se a morte expiatória de Cristo nos torna imune às
doenças, como propõem os “positivistas”, deveria também nos tornar imunes ao
pecado, pois os efeitos da expiação envolvem “transgressões”. “iniqüidades” e
“enfermidades” (Is 53.4-5). Se a proposta dos “positivistas” diz que estamos livres
das enfermidades, por que não encampa também o pecado? Seríamos então
seres perfeitos em todos os aspectos, iguais a Adão e Eva antes da queda. Não
sofreríamos sequer de dor de dente ou de unha cravada, e estaríamos isentos de
qualquer pecado. Mas não é assim.
25
sinusite, câncer nas vias respiratórias, tudo isso vai passar. Basta mandar o diabo
sair do corpo de vocês e proferir palavras de comando para que se cumpra o que
está dito na Palavra. Voltem tranqüilos; não procurem médicos nem tomem
remédios. Se alguém morrer, é porque já estava no tempo. Pelo menos morrem
positivamente”. Ademais, quando oram pela cura dos crentes estão “confessando”
a doença de cada um. Incoerência.
Dizem que Deus não deseja que seus filhos fiquem doentes. Este argumento é
mais ou menos semelhante ao usado pelo espiritismo com relação ao inferno. Ora,
Deus, sendo amor, bondade e misericórdia, também não deseja que nenhum se
perca ou cometa qualquer pecado. Porém, ele conhece as nossas fraquezas. Para
o pecado, temos o Espírito Santo que nos convence quando nos desviamos da
Palavra. Pelo arrependimento, recebemos o perdão e a nossa conciliação com
Deus se restabelece. Para a doença, Deus capacitou a Igreja com “dons de curar”
destinados à restauração da saúde (1 Co 12.9; cf. Mc 16.18). Deus estaria sendo
incoerente? Observadas as recomendações de Tiago 5.14-15, entende-se que os
dons de curar se destinam a curar também os crentes. Como pode? Os crentes
foram ou não foram curados há dois mil anos “pelas pisaduras” de Jesus?
Podemos entender como dons de curar sintomas? Improvável.
Mateus 8.17 é usado pela Confissão como prova de que nenhum vírus ou bactéria
ataca os crentes: “E chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e
ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam
enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele
tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças”.
Quando realizou essa cura e outras mais, Jesus ainda não havia passado pelo
Calvário. Ao realizá-las durante seu ministério, cumpriu-se a profecia messiânica
de Isaías 53. Foi necessário que assim procedesse para mostrar que Ele era
realmente o Messias esperado e profetizado; que se Ele tinha poder para curar,
também o tinha para perdoar. Caso semelhante ocorreu quando, no início de sua
missão, leu Isaías 61.1, e, ao final, disse: “Hoje, se cumpriu esta Escritura em
vossos ouvidos” (Lc 4.21). Ele veio para libertar os cativos, e libertou-os. A dois
discípulos de João Batista, que lhe perguntaram se ele era o Messias esperado,
Jesus respondeu: “Ide e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos
vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos
ressuscitam, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.1-5). O reino de Deus
chegou com demonstração de poder. Jesus explica: “Se eu expulso os demônios
pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus” (Mt
12.28).
26
nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos
viver para a justiça. E pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2.24). “Pelas suas
pisaduras fomos sarados”, de Isaías 53.5, recebe aqui o seu significado maior e o
seu cumprimento na morte expiatória. Não a cura automática das doenças, mas a
remissão de nossos pecados, que se verificou no Calvário, e não antes, visto que
Ele morreu por nossos pecados (1 Co 15.3; cf. Jo 1.29; 2 Co 5.21; 1 Pe 3.18).
Pedro não está afirmando que o sofrimento e morte de Jesus nos tornaram
imunes às doenças. Ele ressalta que “Cristo carregou os nossos pecados na cruz,
tornando-se nosso substituto, quando tomou sobre Si a penalidade dos nossos
pecados. O propósito de Sua morte vicária foi livrar-nos totalmente da culpa, poder
e influência do pecado. Cristo, pela sua morte, removeu nossa culpa e o castigo
dos nossos pecados e proveu um caminho, mediante o qual pudéssemos voltar a
Deus, conforme a sua justiça (Rm 3.14-26) e receber a graça de vier em retidão
diante dEle (Rm 6.2,3; 2 Co 5.15; Gl 2.20). Pedro usa a palavra “sarados” ao
referir´se à salvação e todos os seus benefícios” (Bíblia de Estudo Pentecostal).
A cura de enfermidades continua na Igreja. Para isso, Deus distribui dons de curar,
como já dito. A Igreja também pode proclamar o perdão dos pecados, desde que
haja sincero arrependimento (Mc 2.7; Jo 20.23; At 2.38; 1 Jo 1.9).
27
nossos pecados foram cancelados “por suas pisaduras”, no Calvário. Tal
interpretação é evidenciada em 1 Pedro 2.24.
Parte III
A DIVINDADE DE JESUS CRISTO
No espiritismo, Ele era um reformador da Judéia, com a missão de ensinar aos
homens uma elevada moral, a moral evangélico-cristã; foi a segunda revelação de
Deus (a primeira teria sido Moisés, e a terceira, o espiritismo); foi um médium de
primeira grandeza, um espírito iluminado. Para os testemunhas-de-Jeová, Ele é
um ser criado por Jeová, poderoso, mas não todo-poderoso. No budismo, Jesus
foi um grande Mestre. No mormonismo, Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo,
e viveu em poligamia: Marta e Maria, irmãs de Lázaro, teriam sido suas esposas.
No islamismo, um mensageiro de Deus, porém menor que Maomé. Na Nova Era,
Jesus não é Deus porque todos somos deuses; a Era de Peixes, de Jesus, está se
expirando, e um novo avatar surgirá para conduzir a humanidade à Era de
Aquários, que colocará o mundo em ordem e estabelecerá a paz.
Negar a divindade de Jesus é uma das características das seitas, mas "as portas
do inferno não prevalecerão" contra a Igreja de Cristo. Para nós, cristãos, Jesus
Cristo é Deus. A prova disso não é apenas a nossa fé. Contamos com a Bíblia
Sagrada, livro escrito por cerca de 40 escritores, divinamente inspirados;
contamos com o testemunho de apóstolos que caminharam com Jesus, ouviram
suas palavras e viram seus milagres, a exemplo de Pedro que declarou enfático:
"TU ÉS O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO" (Mateus 16.16). Temos as palavras
do próprio Jesus que afirmou: "EU E O PAI SOMOS UM" (João 10.30). Temos o
testemunho do profeta Isaías que, 700 anos de o Verbo habitar entre nós,
chamou-O de "Deus Forte" e "Pai da Eternidade" (Isaías 9.6). Contamos, também,
com o testemunho de milhões de vidas transformadas pelo poder que há no nome
de Jesus. Tratar-se-ia de apenas um espírito evoluído, um homem com poderes
mediúnicos como desejam os kardecistas? Se Jesus é apenas um espírito
iluminado, por que não "baixa" nas sessões espíritas? Se Jesus foi igual a Buda e
Maomé, onde estão seus ossos? Em lugar nenhum iremos encontrá-los porque
Jesus ressuscitou, e vive e reina para sempre. Aleluia! Vejamos o que dizem as
Escrituras sobre a divindade de Jesus.
28
CRISTO, O CRIADOR
§ "Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se
fez... estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu
(João 1.3, 10)). "Pois nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades, tudo foi criado por ele e para ele" (Colossenses 1.16). "...a nós
falou-nos [Deus] nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de
tudo, por quem fez o mundo (Hebreus 1.2).
CRISTO, O DEUS
§ "A virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão pelo nome de Emanuel,
que quer dizer: Deus conosco" (Mateus 1.23). "No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus... e o Verbo se fez carne e habitou entre
nós (João 1.1,14). Atenção: "O Verbo era Deus", e não "o Verbo era um deus",
como desejam os testemunhas-de-Jeová. "Eu e o Pai somos um" (João 10.30);
"Quem me vê, vê o Pai" (João 14.9). "O Pai está em mim, e eu nele" (João 10.38);
"Disse-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu" (João 20.28); "Deles são os patriarcas,
e deles descende Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito
eternamente. Amém". (Romanos 9.5). "Pois nele habita corporalmente toda a
plenitude da divindade (Colossenses 2.9). "Porque um filho nos nasceu...o seu
nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da
Paz" (Isaías 9.6). "Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1 João 5.20). Outras
referências: João 1.15,18,30; Colossenses 1.15; 2 Coríntios; 4.4; 5.19.
CRISTO, O ETERNO
CRISTO, O TODO-PODEROSO
§ "É-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mateus 28.18). "Eu sou o Alfa e o
Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o
Todo-poderoso" (Apocalipse 1.8). Outras referências: Efésios 1.20-23; João 21.17.
29
CRISTO, O SALVADOR
OS TÍTULOS DE JESUS
De forma direta ou indireta, pelo nome ou pelos títulos, o nosso Salvador permeia
toda a Bíblia, onde é apresentado, por exemplo, como Messias, Redentor,
Libertador, Perdoador de pecados, Juiz, Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Vejamos alguns dos títulos de Jesus distribuídos por vários livros:
30
Malaquias: Mensageiro da aliança, Sol da justiça.
Mateus: Filho amado, Filho de Davi, Filho de Deus, Filho do homem, Guia, Rei dos
judeus.
Marcos: Filho do Deus Bendito, Santo de Deus.
Lucas: Consolação de Israel, Filho do Altíssimo, Poderoso Salvador, Profeta,
Salvador, Sol nascente.
João: A Porta, a Ressurreição e a Vida, Bom Pastor, Cordeiro de Deus, Criador,
Deus Unigênito, Eu Sou, Luz do mundo, Luz Verdadeira, Verbo, Verdade, Vida,
Videira verdadeira.
Atos: Justo, Santo, Senhor de todos.
Romanos: Deus bendito, Libertador.
1 Coríntios: Adão, Nossa Páscoa, Rocha, Senhor da glória.
2 Coríntios: Imagem de Deus.
Efésios: Cabeça da Igreja.
1 Timóteo: Bem-aventurado e único Soberano, Mediador, Rei dos reis, Rei dos
séculos, Senhor dos senhores.
Tito: Salvador.
Hebreus: Apóstolo da nossa confissão, Herdeiro de todas as coisas, Autor e
Consumador da fé, Grande Sumo Sacerdote.
1 Pedro: Pastor e Bispo das almas, Príncipe dos pastores.
1 João: Advogado.
Apocalipse: Alfa e Ômega, Cordeiro, Leão da Tribo de Judá, O Primeiro e o Último,
Primogênito, Rei dos santos, Resplandecente estrela da manhã, Todo-poderoso.
A TRINDADE
31
§ "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28.19).
§ Na seguinte passagem Jesus mais uma vez revela sua divindade e reafirma a
existência da trindade em Deus: "E eis que sobre vós envio a promessa de meu
Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de
poder" (Lucas 24.49). A promessa diz respeito ao batismo no Espírito Santo,
plenamente cumprida em Atos 2.1-4. Vejam que a promessa é do Pai, mas quem
envia é o Senhor Jesus; envia do alto, do céu. Jesus confirma o que já houvera
dito: "Eu e o Pai somos um". Outra referência: Atos 2.32-33.
Parte IV
32
AS FALSAS PROFECIAS
das Testemunhas de Jeová (1914,1918,1920,1925 e 1975)
As declarações oficiais da Sociedade Torre de Vigia mencionadas neste trabalho
foram extraídas, com permissão dos autores, do livro `A Verdade sobre as
Testemunhas de Jeová´, de Cid de Farias Miranda e William do Vale Gadelha,
Editora gráfica LCR, 1a edição/2004). Os autores trabalharam por duas décadas
na Sociedade.
"Mas o profeta que presumir de falar em meu nome alguma palavra que eu não
lhe tenho mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, o tal profeta
será morto. Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e o que disse não
acontecer nem se realizar, essa palavra não procede do Senhor. Com soberba a
falou o tal profeta. Não tenham temor dele" (Dt 18.20-22).
"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que
entre vós profetizam; eles vos ensinam vaidades. Falam da visão do seu próprio
coração, não da boca do Senhor. Dizem continuamente aos que me desprezam: O
Senhor disse: Paz tereis. Não mandei esses profetas, todavia eles foram correndo;
não lhes falei, todavia profetizaram. Ouvi o que dizem esses profetas, profetizando
mentiras em meu nome. Até quando continuará isso no coração desses profetas
mentirosos, que profetizam o engano do seu próprio coração? O profeta que tem
um sonho conte o sonho, mas aquele que tem a minha palavra, fale a minha
palavra, com verdade. Portanto, eu sou contra esses profetas, diz o Senhor, que
furtam as minhas palavras. Deveras, sou contra os que profetizam sonhos
mentirosos, diz o Senhor. Eles os contam, e fazem errar o meu povo com as suas
mentiras e com as suas leviandades, mas eu não os enviei, nem lhes dei ordem.
Não trazem proveito nenhum a este povo, diz o Senhor" (Jr 23.1-32).
"Acautelai-vos, porém dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em
ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos conhecereis"
(Mt 7.15-16). Surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos (Mt 24.11).
33
Portanto, a Sociedade é o caminho.
"Por meio desta agência [da Sociedade], Jeová revela suas verdades, e faz com
que se cumpra o profetizar em escala intensificada e sem paralelo" (A Sentinela,
15.12.1964, pág. 749). Portanto, o corpo Governante é o único capaz de profetizar
com acerto.
"Tem Deus algum profeta para declarar as coisas futuras? Tem. São as
testemunhas cristãs de Jeová" (A Sentinela, 01.10.1972, página 58).
"A Bíblia não pode ser entendida sem se ter presente a organização visível de
Jeová" (A Sentinela, 01.06.1968). Isto é, a Sociedade detém a exclusividade no
que tange à interpretação das Escrituras. Logo, os seus seguidores são
declarados incapazes de raciocinar.
Para progredir na vida é necessário que "estejamos em contato com este canal [a
organização visível, a Sociedade]" (A Sentinela, 01.08.1982, página 27, parágrafo
4).
"É por meio deste instrumento [a Sociedade] designado pelo espírito que suas
diretrizes e sua estratégia são comunicadas a todos os seus "soldados" (A
Sentinela, 01.12.1982, página 19, parágrafo 10). Se para os TJs o Espírito Santo é
uma força ativa de Deus, como aqui está sendo tratado como uma Pessoa que
designa, orienta, manda? Incoerência. Se é guiada pelo Espírito Santo, por que as
34
profecias da Sociedade não se cumpriram?
"Lá no ano de 613 a.C., Jeová passou por cima do Sumo Sacerdote Seraías e do
segundo sacerdote Sofonias, no templo de Jerusalém, e designou Ezequiel, filho
de Buzi, um subsacerdote, para ser seu profeta na terra de Babilônia... O mesmo
se deu com as testemunhas ungidas e dedicadas de Jeová lá no ano de 1919 d.C.
Os fatos desde então provam que receberam sua ordenação, designação e
comissão para seu trabalho neste "tempo do fim" do próprio Jeová, mediante sua
organização celestial." (Livro "As Nações Terão de Saber Que Eu Sou Jeová",
publicado em 1973, página 63).
"Os fatos provam"? Onde está escrito? Mesmo com essa suposta unção especial
o Corpo Governante até agora não acertou uma só profecia; todas elas foram um
fiasco, como veremos mais adiante.
"Em vista desta forte evidência bíblica concernente aos Tempos dos Gentios,
consideramos como uma verdade estabelecida que o final definitivo dos reinos
deste mundo e o pleno estabelecimento do Reino de Deus estarão cumpridos em
fins de 1914 A.D." (The Time is at Hande (O Tempo Está Próximo, mencionado no
livro Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus, pg. 53, rodapé),
de 1889, pg. 99). Notem que a Sociedade, afirmando possuir informações
privilegiadas sobre o fim do mundo, declara que sua profecia é "uma verdade
estabelecida".
"Porém, a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o
Filho, mas unicamente o Pai; portanto vigiai, porque não sabeis a que hora há de
vir o vosso Senhor; por isso estai vós também apercebidos, porque o Filho do
homem há de vir à hora em que não penseis" (Mt 24.36,42,44). Na sua condição
humana Jesus não sabia, mas agora, ressurreto e glorificado, sabe todas as
coisas. O Corpo Governante se colocou em posição superior aos anjos.
35
Somente a ele Deus teria revelado o mês e o ano do estabelecimento definitivo do
Reino do Céu. Prossigamos: "E, com o fim de 1914 A.D., aquilo que Deus chama
de Babilônia e os homens chamam de Cristandade, terá passado, conforme já
demonstrado pela profecia" (Livro Thy Kingdom Come (Venha o Teu Reino,
mencionado no Proclamadores, pg 53, rodapé), de 1891, pg. 153).
"A data marcava apenas um ponto de partida quanto ao domínio do Reino" (Livro
´Proclamadores´, 1993, pg 135). Aqui começam a mudar a ênfase do discurso. Em
1894 afirmaram que 1914 era o final e não o início dos templos de aflições.
36
parte, os irmãos continuaram fiéis". Houve uma baixa considerável. Um grande
número de testemunhas ficaram decepcionadas e abandonaram a Sociedade.
Não abandonaram a verdade. Ao contrário, abandonaram a mentira e ficaram do
lado da verdade. O Corpo Governante, único responsável pelas falsas profecias,
faz de conta que não tem nada a ver com o assunto. No Anuário de 1981, página
45, sobre a França, referindo a uma testemunha chamada Emile Lanz, diz que
"ele viu 1914 chegar ao fim sem os cristãos serem arrebatados...para encontrar o
Senhor no ar, de acordo com o seu entendimento de 1 Tessalonicenses 4.17".
Ora, foi o Corpo Governante quem criou a falsa expectativa de 1914, enganando
um número incalculável de incautos, que, em vez de confiar no que diz a Bíblia,
confiaram na palavra de homens falíveis, enganadores, sem temor de Deus.
"Este período de tempo principiando 1.575 anos antes da era cristã, naturalmente
terminará no outono do ano de 1925. Desde que outras escrituras definitivamente
estabelecem o fato, de que Abrahão, Isaac e Jacó ressuscitarão e outros fiéis
antigos, e que estes seriam os primeiros favorecidos, podemos esperar em 1925 a
volta desses homens fiéis de Israel, ressurgindo da morte e completamente
restituído à perfeição humana,os quais serão visíveis e reais representantes da
nova ordem das cousas da terra. Uma vez restabelecido o Reino do Messias,
Jesus e sua igreja glorificada...estes ministrarão as bênçãos ao povo... Como
previamente temos demonstrado, o grande ciclo de júbilo deve principiar em 1925.
Nesta data a parte terrestre do Reino será reconhecida. Podemos seguramente
esperar que 1925 marcará a volta às condições de perfeição humana, de Abrahão,
Isaac, Jacó e os antigos profetas fiéis, especialmente esses mencionados pelo
Apóstolo no capítulo onze de Hebreus. Baseado nos argumentos até aqui
37
apresentados, isto é, que a ordem velha das coisas, o velho mundo está se
findando e desaparecendo, e que a nova ordem ou organização está se iniciando,
e que 1925 será a data marcada para ressurreição dos anciãos dignos e fiéis, e o
princípio da reconstrução, chega-se á conclusão razoável de que milhões dos que
vivem agora na terra, ainda estarão vivos no ano de 1925. Então, baseados nas
promessas encontradas nas palavras divinas, chegamos à positiva e indiscutível
conclusão de que, milhões que agora vivem jamais morrerão" (Milhões que Agora
vivem Jamais Morrerão (mencionado no livro Proclamadores, página 78), lançado
pela Sociedade em 1920, foi publicado no Brasil em 1923, fragmentos extraídos
das páginas 110, 111, 112, 122). Mais um fiasco. Alguém viu Abraão, Isaque, Jacó
e outros andando por aí?
"A data de 1925 é ainda mais distintamente indicada pelas Escrituras porque foi
fixada pela lei que Deus deu a Israel" (A Sentinela, 01.09.1922, pg 262). "1925
está definitivamente estabelecido pelas Escrituras, marcando o fim dos jubileus
típicos´(A Sentinela, 01.04.1923, pg. 106). Onde na Bíblia está fixada essa data?
Como pode uma meia dúzia de homens enganar tantos por tanto tempo e ainda
conseguir milhões de seguidores em todo o mundo? Uma coisa é certa: os mais
novos seguidores dessa seita não conhecem a história das falsas profecias, ou, as
conhecem mas têm medo de serem considerados apóstatas e perderem o
"amparo" da Sociedade. É possível que muitos fiquem em silêncio pelo temor de
enfrentar a tortura das "audiências judicativas", com seus métodos inquisitoriais.
"Devemos, portanto, aguardar para pouco depois de 1925 assistir o despertar de
Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque e Jacó, Melquisedeque, Jó, Moisés, Samuel,
Davi, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, João Batista, e outros mencionados no
capítulo de Hebreus" (The Way to Paradise (O Caminho Para o Paraíso), pg 224,
publicado pela Sociedade em 1924). Explicam Cid Miranda e William Gadelha que
esse livro, "apesar de pouco conhecido atualmente, é mencionado no Anuário de
1987, página 140).
"O povo de Deus teve de ajustar seu modo de pensar sobre 1925. Pensava-se
que então o restante dos seguidores ungidos de Cristo iria para o céu, e que os
fiéis homens da antiguidade, tais como Abraão, Davi e outros, seriam
38
ressuscitados como príncipes para assumir o governo da terra como parte do
reino de Deus. Veio e foi-se o ano de 1925. Os seguidores ungidos de Jesus ainda
estavam na terra como classe. Os homens fiéis da antiguidade não foram
ressuscitados. 1925 foi um ano triste para muitos irmãos. Alguns deles
tropeçaram; suas esperanças foram despedaçadas. Ao invés de isso [ressurreição
dos antigos] ser considerado uma probabilidade, leram que era uma certeza"
(Anuário das Testemunhas de Jeová de 1976, pg 146). Observem a tática de
eximir-se de qualquer responsabilidade pelo fiasco da profecia. As profecias de
1914 e 1925 foram apresentadas como certeza, e não como probabilidade. Agora
dizem que seus seguidores leram mal. Eles atropelam a Bíblia e se apresentam
como ungidos do Senhor. Vejam o que disse Jesus: "Não vos pertence saber os
tempos ou as épocas que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder" (At 1.7). Sem
nenhuma cerimônia nem receio de enfrentar o Justo Juiz nos tempos do fim, eles
declaram que as datas anunciadas foram estabelecidas por Deus.
"A profecia bíblica mostra que o Senhor devia aparecer pela segunda vez no ano
de 1874.
A profecia cumprida mostra além de dúvida que ele de fato apareceu em 1874. As
profecias cumpridas podem também ser chamadas de fatos físicos; e estes fatos
são incontestáveis. Todos os observadores sinceros estão familiarizados com
estes fatos, conforme estabelecidos nas Escrituras e explicados na interpretação
pelo servo especial do Senhor" (A Sentinela, em inglês, de 01.11.1922). Profecia
cumprida? Ninguém viu, ninguém sabe. E mais profecia sobre 1914: "A evidência
bíblica mostra que nos ano de 1914 E.C. o tempo de Deus chegou para Cristo
voltar e começar a dominar. Visto que a volta de Cristo é invisível..." (Livro Poderá
Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, 1983, pg. 147). Vejam que a Sociedade
agora garante que a profecia foi cumprida, mas que a vinda de Jesus foi invisível.
Se foi invisível, como souberam? Antes, a Sociedade afirmava que "o ano de 1878
assinala o tempo para a verdadeira tomada do poder [de Cristo] como Rei dos reis
pelo nosso presente, espiritual e invisível Senhor..." (Livro The Time is at Hand (O
Tempo Está Próximo), 1889, pg 129. Menos de um século depois essa data foi
alterada para 1914: "Isto significa que Jesus Cristo começou a dominar qual rei do
39
governo celestial de Deus em 1914" (Livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso
na Terra, 1983, pg 141). As Testemunhas de Jeová teimam em estabelecer uma
data para o início do reinado do Senhor Jesus. "O deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho
da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" (2 Co 4.4).
O Corpo Governante não pára de fixar datas. Continuam alimentando com falsas
esperanças e vãs expectativas milhões de seguidores. Essas datas fazem parte
da teologia do medo. Se o tempo está próximo, então se preparem, estejam
unidos a nós, a única organização confiável e ungida por Cristo. A Bíblia adverte
seriamente para não nos envolvermos com adivinhos: "Não deis ouvidos aos
vossos profetas, aos vossos adivinhos, aos vossos sonhos, aos vossos agoureiros
e aos vossos encantadores..." (Jr 27.9). Se nenhuma das profecias da Sociedade
foi cumprida; se nenhuma delas apóia-se na Bíblia Sagrada, é o caso de
perguntarmos se os membros que governam a Sociedade torre de Vigia são
profetas de Deus ou do diabo. Deixemos que Deus responda: "Quando o tal
profeta falar em nome do Senhor, e o que disse não acontecer nem se realizar,
essa palavra não procede do Senhor. Com soberba a falou o tal profeta. Não
tenham temor dele" (Dt 18.22).
40
"Segundo esta cronologia bíblica fidedigna, os seis mil anos desde a criação do
homem terminarão em 1975 e o sétimo período de mil anos da história humana
começará no outono (segundo hemisfério setentrional) do ano de 1975. Assim,
seis mil anos da existência do homem na terra acabarão em breve, sim, dentro
desta geração. Dentro de poucos anos em nossa própria geração atingiremos o
que Jeová Deus poderia considerar como o sétimo dia da existência do homem"
(Vida Eterna na Liberdade dos Filhos de Deus, publicado pelo Corpo Governante
em 1966, páginas 27-29).
Notem como esses adivinhos fazem especulações em torno de datas e com isso
alimentando seus fiéis seguidores. Nada de extraordinário aconteceu na década
de 70. E continuam:
"Em que ano, então, terminariam os primeiros 6.000 anos do dia de descanso de
Deus? No ano de 1975. Isso significa que dentro de relativamente poucos anos
testemunharemos o cumprimento das profecias restantes que têm que ver com o
"tempo do fim" (Despertai! De 22.04.1967, pg. 20, artigo com o título "Quanto
Tempo Ainda Levará?", e o subtítulo "Os 6.000 Anos Terminam em 1975"). "Em
vista do curto período de tempo que resta, desejamos fazer isso tão amiúde
quanto as circunstâncias o permitam. Apenas pensem, irmãos, restam menos de
noventa meses até que se completem os 6.000 anos da existência do homem na
terra" (Ministério do Reino, informativo interno da organização, de maio/1968, pg.
4). "Devemos presumir, à base deste estudo, que a batalha do Armagedom já terá
acabado até o outono de 1975 e que o reinado milenar de Cristo, há muito
aguardado, começará então? Possivelmente..." (A Sentinela, 15.02.1969, pg.115).
41
relação às datas anteriores de 1914, 1918, 1920 e 1925. Faltando 15 meses para
o início do trágico 1975, a sociedade informou:
"Pode ser que alguns daqueles que têm servido a Deus planejaram sua vida de
acordo com um conceito errôneo do que é que deveria acontecer em determinada
data ou em certo ano... Mas, eles desperceberam o ponto das advertências
bíblicas a respeito do fim deste sistema de coisas, pensando que a cronologia
bíblica revelasse uma data específica. Mas não é aconselhável que fixemos a
vista em certa data... Caso alguém tenha ficado desapontado...deve agora
concentrar-se em reajustar seu ponto de vista, por não ter sido a palavra de Deus
que falhou ou o enganou e lhe causou desapontamento, mas, sim, seu próprio
entendimento baseado em premissas erradas" (A Sentinela, 15.01.1977, pg. 56-
57).
42
Desculpas pelas falsas profecias:
"Por meio desta agência [da Sociedade], Jeová revela suas verdades, e faz com
que se cumpra o profetizar em escala intensificada e sem paralelo" (A Sentinela,
15.12.1964, pág. 749).
"Em vista desta forte evidência bíblica concernente aos Tempos dos Gentios,
consideramos como uma verdade estabelecida que o final definitivo dos reinos
deste mundo, e o pleno estabelecimento do Reino de Deus estarão cumpridos em
fins de 1914 A.D."
"Segundo esta cronologia bíblica fidedigna, os seis mil anos desde a criação do
homem terminarão em 1975".
Parte V
43
A "IGREJA"
Da unificação
1. NOME OFICIAL: Associação do Espírito Santo Para Unificação do
Cristianismo Mundial.
2. ADVERTÊNCIAS BÍBLICAS
3. HISTÓRIA
Fundador: Sun Myung Moon. Seu verdadeiro nome: Yong Myung Moon.
Nasceu em 06 de janeiro de 1920. Conhecido nos meios de comunicação
como "reverendo Moon";
Suas revelações extra-bíblicas;
"Deus" lhe apareceu em 1972.
3.2. No Brasil:
4. DOUTRINAS
44
Adão e Eva = Abel; Eva e Satanás = Caim
A queda exige redenção
b) Segundo Adão (Jesus)
45
O PD diz: "A Bíblia não é a própria verdade..."
4.7. Quem é Moon para os moonistas?
5. ATUAÇÃO TENTACULAR DA IU
Parte VI
A INQUISIÇÃO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Quem já leu o livro “Crise de Consciência”, de Raymond Franz, deve ter ficado
perplexo diante das graves revelações. O autor serviu por quase quarenta anos
à Sociedade Torre de Vigia (STV), nove anos dos quais como membro efetivo
do Corpo Governante, o cérebro do grupo. Suas denúncias são, portanto,
46
merecedoras da maior credibilidade. Ele fala com a autoridade de quem viu e
ouviu, e, além disso, apresenta fatos e documentos incontestáveis. Leiam o que
diz:
“Em fins de 1979, eu tinha chegado a minha encruzilhada pessoal. Tinha passado
quase quarenta anos como representante por tempo integral, servindo em cada
nível da estrutura organizacional. Os últimos quinze anos, eu os passei na sede
internacional e, desses, os nove finais como membro do Corpo Governante
mundial das Testemunhas de Jeová” (1)
Franz, por várias vezes, descreve a falta de misericórdia por parte do Corpo
Governante, e faz um paralelo entre os métodos da Inquisição romana e os
utilizados pela organização, excluindo, é claro, a tortura, prisão e morte na
fogueira:
As revelações contidas nesse livro de 514 páginas soam como uma advertência
aos milhões de membros da Sociedade, à qual Franz serviu por tantos anos. Pois,
como ele afirma, “a vasta maioria das Testemunhas de Jeová simplesmente não
tem consciência das realidades envolvendo a estrutura do poder. Pela minha
longa experiência entre elas, em muitos países, sei que, para uma grande
percentagem, a organização tem uma certa “aura”, como se houvesse uma
47
radiação luminosa em torno dela... os ensinos se revestem de uma qualidade
esotérica, tendo “esotérico” a ver com “aquilo que se destina aos especialmente
iniciados e que só eles podem entender. A maioria das Testemunhas supõe que as
sessões do Corpo Governante são conduzidas em alto nível, manifestando um
conhecimento bíblico e sabedoria espiritual fora do comum”. (2)
Mas não podia ser diferente. Os membros são bombardeados de modo incessante
com uma enxurrada de interpretações da Bíblia, e orientados a confiar cegamente
na “única organização na terra que compreende as coisas profundas de Deus”.
Por confiar cegamente, muitos ficaram desiludidos com as falsas profecias
que apontavam o fim de todas as coisas para a geração de 1914 (já passou e
nada aconteceu), depois para 1918, 1920, 1925 e 1975. A proibição de vacina,
do serviço alternativo e da transfusão de sangue, para ficarmos só nesses
exemplos, são ações que refletem o grau de autoritarismo desse organismo
religioso. Registra o autor que “milhares de Testemunhas, principalmente
jovens, passaram temporadas na prisão por se recusarem a aceitar
designações para executar diversas formas de serviço comunitário como
alternativa ao serviço militar”, opção válida em alguns países. Impossível
calcular os prejuízos morais e financeiros, traumas familiares e vidas perdidas.
Essas coisas continuam: “Relatório da Anistia Internacional declarou que, na
França, `mais de 500 objetores de consciência ao serviço militar, a vasta maioria
deles Testemunhas de Jeová estiveram presos durante o ano”.(3) Na Itália, 500
foram aprisionados por idêntico motivo. Tudo isso para servir a uma organização
religiosa, e não a Deus.
“Uma Testemunha de Jeová jamais pára para pensar que a maioria dessas
religiões [as demais que consideram falsas, principalmente as cristãs] nunca
matou em tempos de paz ou mesmo gerou óbitos desnecessários, como os que
foram causados pela proibição de vacinas (na década de 20) ou pela política
contraditória de frações do sangue que têm sido liberadas e proibidas ao longo da
história da organização das Testemunhas de Jeová; nem pela proibição de
transfusões de sangue, transplantes de órgãos (1968 a 1980), serviço civil
alternativo (até 1995), ou que muitas delas nunca mancharam sua história com
especulações proféticas que contrariavam textos como o de Deuteronômio 18.22,
Jeremias 23.21, Atos 1.7, etc.”(4)
48
de Satanás” passam a ser rejeitados até por seus familiares. Nenhuma
Testemunha pode ter qualquer tipo de contato com o desassociado. Discordar de
qualquer ensino da organização, ainda que arbitrário e antibíblico, é motivo
bastante para a excomunhão. Os suspeitos são “postos perante um pequeno
grupo de três ou cinco homens (uma “comissão judicativa”) em reuniões secretas”,
mas não podem testemunhar a discussão. Depois de lida a sentença
condenatória, nenhuma Testemunha pode falar com os desassociados, o que
elimina a possibilidade de as vítimas darem explicações a amigos e irmãos da
própria organização. Todos os processos estão arquivados no Departamento de
Serviço em Brooklyn e não podem ser destruídos. É bom mesmo que não sejam
destruídos. Como está acontecendo com a Inquisição do catolicismo, que aos
poucos abre segredos guardados a sete chaves, poderá, quem sabe, ocorrer com
essa organização.
Ruptura familiar
49
facilidade com que se desliga um interruptor de luz é também um produto da
doutrinação da organização, não algo normal nos sentimentos naturais da maioria
das pessoas”.(6) Ele está dizendo que o Corpo Governante é frio, calculista, sem
misericórdia, sem amor ao próximo, legalista e autoritário. À página 41 do mesmo
livro há um testemunho comovente de uma mãe, na Pensilvânia:
“Tenho filhos na organização que são casados e que, por ocasião de minha
dissociação, até me ofereciam para que eu viesse à casa deles para descansar...
Posteriormente, quando saiu a informação [em A Sentinela de 15.12.1981, que
apresentava instruções detalhadas quanto à associação com quem quer que
tivesse, até então, se dissociado], tendo sido evitada por eles desde então e não
querem mais falar comigo por telefone ou por qualquer outro meio. Tenho que
fazer alguma coisa quanto a isso, mas não sei o quê... Estive hospitalizada
durante este tempo devido a um esgotamento emocional e sofri uma crise
adicional, tudo dentro de um curto espaço de tempo... Não sei como vou suportar
a perda de meus filhos (e futuros netos). A perda é monumental”.
O mais cruel e desumano ato dessa organização é o que proíbe seus membros de
visitar pais, parentes e amigos, ainda que seja para cumprimentá-los, quando
estes se desligam da STV. Embora sintam em seus corações o desejo de chorar
com a família a morte de um ente querido, não podem.
50
Jesus afirmou que veio trazer divisão no meio familiar, mas essa divisão no
Cristianismo consiste em que a família nem sempre aceita a opção cristã de um
de seus membros. O novo cristão convertido, todavia, passa a amar mais ainda
pais e irmãos, agora que tem a mente de Cristo e o amor de Deus. O pai, da
parábola do filho pródigo, aguardava com ansiedade a volta do filho.
Jesus tomou a iniciativa de aproximar-se de Zaqueu, um cobrador de impostos
odiado por muita gente.
“Como na Inquisição”, diz Raymond Franz, “todos os direitos estavam nas mãos
dos inquisidores, os acusados não tinha nenhum. Os investigadores achavam que
tinham o direito de fazer qualquer pergunta e, ao mesmo tempo, de recusar-se a
responder às perguntas que lhes eram formuladas. Insistiam em manter seus
procedimentos judicativos em segredo, completamente longe da vista de qualquer
outra pessoa e, no entanto, reivindicavam o direito de investigar as conversas
particulares e as atividades daqueles a quem interrogavam... Eles procuraram
encurralá-lo [René Vázquez, um excomungado] em seus sentimentos mais
íntimos, em suas crenças pessoais”. Tal como acontecia nos tribunais da
Inquisição, as perguntas se sucediam para forçar uma contradição.
Conclui René: “Que razão justifica a maneira sutil e maliciosa com a qual as
perguntas foram feitas? As audiências foram realizadas como se tivessem o
objetivo de juntar informações que provassem a culpa, não o de ajudar a um irmão
`em erro´” .(7)
Os oitos pontos da “Confissão de Fé” , com base na qual a organização se livra
dos “apóstatas”, são todos antibíblicos. Vejam o relato de Franz, o mesmo que,
antes de conhecer a Verdade, ensinou e creu em tais ensinos. Onde está escrito
nas Bíblia: 1. Que Deus tem uma organização na terra, uma do tipo em questão?
2. Que a esperança celestial não está disponível a toda e qualquer pessoa que a
adote, que ela foi substituída por uma esperança terrena (desde 1935) e que as
palavras de Cristo com relação ao pão e vinho emblemáticos, “Fazei isto em
memória de mim”, não se aplicam a todas as pessoas que depositam fé em seu
sacrifício resgatador?
3. Que o “escravo fiel e discreto” é uma “classe” composta só de certos
cristãos,que não pode ser aplicado a indivíduos, e que esta opera através de um
Corpo Governante?
4. Que os cristãos estão divididos em duas classes, com uma relação diferente
com Deus e Cristo, com base num destino terreno ou celestial?
5. Que os 144.000 em Revelação devem ser entendidos como um número literal e
que a “grande multidão” não se refere, nem pode se referir, a pessoas que servem
nas cortes celestial de Deus?
6. Que os “últimos dias” começaram em 1914, e que quando o apóstolo Pedro (em
Atos 2:17) falou dos últimos dias como se aplicando de Pentecostes em diante,
não queria dizer os mesmos “últimos dias” que Paulo mencionou (em 2 Timóteo
3.1)?
51
7. Que o ano de 1914 foi o ano em que Cristo foi oficialmente entronizado pela
primeira vez como Rei sobre todas a terra e que essa data do calendário marca o
início de sua parousia?
8. Que quando a Bíblia diz em Hebreus 11.16 que homens tais como Abraão,
Isaque e Jacó estavam “procurando alcançar um lugar melhor, isto é, um
pertencente ao céu”, não há possibilidade alguma disto significar que eles teriam
vida celestial? (8)
Franz relata que a “vasta maioria das Testemunhas de Jeová não tem qualquer
acesso aos arquivos do passado”, nem de como funciona a estrutura central do
poder. “Ficam elas à mercê dos redatores”. (9) É verdade. Acontece também com
outras religiões. Às vezes a base desconhece até as doutrinas básicas ditadas
pela elite dominante. O prejuízo ainda é maior, no caso sob exame, porque a base
não pode usar da liberdade, que deve ter todo ser humano, de examinar as
Escrituras e expor seu pensamento livremente. Há, como diz Franz, um controle
das consciências.
Como discordar de homens que se dizem ungidos, canal de Deus, única
organização verdadeiramente divina? Ao discordar, pensam, estão discordando do
próprio Deus. O domínio se completa com a exigência de serviço gratuito e
permanente mediante apresentação regular de relatório das atividades diárias.
Vejam o lamento do homem que conheceu todas as etapas desse trabalho em prol
da Sociedade Torre de Vigia:
52
assim continuam na sociedade, pelos seguintes motivos: “medo de perder a
família e amigos em caso de desassociação; medo de ser destruído na Guerra do
Armagedom por se achar fora da “Arca de salvação”, a organização de Deus;
medo de não ser ressuscitado, caso venha a falecer fora da organização; medo de
“faltar chão” ou não haver vida fora da organização; medo de ver a boa reputação
destruída por meio de boatos maldosos; medo de perder o emprego ou tratos
comerciais importantes com Testemunhas de Jeová”. (11)
É próprio das seitas impor uma fidelidade extrema à organização, sem a qual,
dizem, o membro não herdará bênçãos divinas; próprio delas, também, o ensino
de que Deus somente atua sobre aqueles que estão sob sua proteção, que visitam
53
seus templos, que recebem a unção de seus ungidos.
“Até um ano atrás todos os objetivos de minha vida tinham apenas um foco: meu
serviço de corpo e alma à organização que achava ser de Deus. Mudar essa
conclusão em minha vida era o mesmo que morrer espiritualmente... Era um
sentimento de infinita dependência a um compromisso mental com o serviço que
aprendi a fazer como sendo somente para Deus... Ao menor sinal de mudanças
nessa maneira de pensar, ia logo ao desespero total e chegava a ter
pesadelos,pois achava que poderia estar me tornando uma mulher iníqua. Era
bem aí nesse terreno que jorravam mil sentimentos de culpa por estar diminuindo
o passo. Para mim, foi um grande alívio saber que posso estar lá na congregação,
`meio livre, meio presa´, no meu cantinho lá no salão. É tão bom agora sem todos
aqueles medos absurdos de reduzir minhas horas de campo ou recusar um
privilégio congregacional sem achar que estou desagradando a Deus... Mas você
entende minhas razões, não é?! Minha família, filhos, marido...! Morro de medo
que eles. venham a descobrir o que leio sobre a organização na Internet.
Suportaria (sem problemas) o desprezo da organização, mas não saberia o que
fazer sem o amor e amizade dos meus filhos e marido“.
54
Quem está “meio livre” não está totalmente liberta. Geme, ainda, sofre ainda
diante do jugo opressor. O caminho da salvação é para os fortes, valentes e
decididos. Os vacilantes ficam pela estrada. Melhor será perder muitos
amigos do que perder a vida eterna. Talvez ela já tenha lido: “Conhecereis a
Verdade e a Verdade vos libertará” (Jo 8.32). Com certeza, esta Verdade
ainda não incendiou seu coração. Talvez o tenha queimado pela metade.
“Se alguém vier a mim e não aborrecer [amar menos] a seu pai, e mãe, e
mulher, e filhos, e irmãos, e ainda também a sua própria vida, não pode ser
meu discípulo; e qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não
pode ser meu discípulo” (Lc 14.26-27).
A nossa lealdade e amor a Jesus devem estar acima de todos os demais vínculos,
inclusive os relacionados à nossa própria família.
Referências:
Parte VII
ASTROLOGIA:
Seu futuro está escrito nas estrelas?
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas
mãos. (Sl 19:1)
Introdução: A astrologia está entre nós. A astrologia está nos jornais e até a ex-
55
primeira dama dos Estados Unidos, Nancy Reagan, não negou que a astrologia
influenciou o governo do ex-presidente Ronald Reagan.
O jornal "O Estado de São Paulo, de 17/11/94, Caderno T, pág. 11", trazia a
seguinte chamada: "Heróis do Zodíaco dão ibope na Manchete". Outro exemplo
está nas escolas.
O zodíaco é uma zona imaginária nos céus que supostamente determina o futuro.
A astrologia estuda as " influências dos astros" na vida das pessoas estrelas. A
astronomia saiu da astrologia, enquanto que a astronomia estuda os astros.
Newton, Copérnico, Kepler - estes trouxeram o foco de ciência dentro da
astrologia, a qual mostrou que não era nada de ciência.
A astrologia é muito antiga. Ele vem de 3.500 a 4.000 anos atrás. Astecas, incas,
druídas (possivelmente), egípcios, babilônicos e caldeus a usaram. A Bíblia
menciona pessoas que praticavam e publicavam horóscopos.
II - ASTROLOGIA E IDOLATRIA
56
"No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1:1)
Haja luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi. E fez
Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar
menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos
céus para alumiar a terra (Gn 1:14-17).
Zodíaco, significa as doze divisões do céu: áries, touro, gêmeos, câncer, leão,
virgem, libra, escorpião, sagitário, capricórnio, aquário, peixes. Cada movimento
ou fenômeno celeste como o nascer e o pôr do sol, dentre outros, supostamente
eram atos desses deuses. Cria-se que todos os assuntos, tanto públicos como
particulares, eram controlados por esses deuses dos céus. Em consequência
disso, decisões militares como públicas só eram tomadas depois de se
convocarem os astrólogos, também conhecidos como magos ou caldeus para ler e
interpretar os agouros e dar o seu conselho.
Guarda-te não levantes os olhos para os céus, e vendo o sol, a luz e as estrelas, a
saber, todo o exército dos céus, não sejas seduzido a inclinar-te perante eles, e
dês cultos àqueles, coisas que o Senhor teu Deus repartiu a todos os povos
debaixo de todos os céus. (Dt 4:19)
Quando no meio de ti, em alguma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus,
se achar algum homem ou mulher que fizer mal aos olhos do Senhor teu Deus
transpassando o seu concerto, que for, e servir a outros deuses, e encurvar a eles,
ou ao sol, ou à lua, ou a todo o exército do céu; o que eu não ordenei, e te for
denunciado, e o ouvires; então bem o inquirirás; e eis que, sendo verdade, e certo
que se fez tal abominação em Israel. (Dt 17:2-4).
Embora as advertências divinas para que o povo de Israel não praticasse esse
tipo de idolatria, a história bíblica registra que Israel também se contaminou.
Falando contra Manassés lemos:
57
Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derribado; levantou
altares a Baalim, e fez bosques, e prostrou-se diante de todo o exército dos céus,
e os serviu... Edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os pátios da
casa do Senhor. (2 Cr 33:3-5).
a.) a astrologia protege; b.) traz sucesso; c.) orienta; d.) prediz o futuro; e.) ajuda
as pessoas a se encontrarem a si mesmas.
De modo geral, a astrologia vende esperança e, num país como o nosso, quando
as esperanças parecem acabar, as pessoas se voltam à astrologia na esperança
de que dias melhores estejam reservados no futuro, o que a astrologia poderia
antecipar.
Se uma pessoa tem que escolher entre um Deus onisciente e infalível como revela
a sua Palavra, e um homem falível, seria razoável escolher o homem e lugar de
Deus? É lógico que não!
58
"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia"(Sl 46:1)
"Sejam vosso costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque
ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei"(Hb 13:5)
...eis que estou convosco todos os dias, até `consumação dos séculos" (Mt 28:20)
"Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará" (Sl 37:5)
CONCLUSÃO
Parte VIII
A UNÇÃO DO RISO
I - INTRODUÇÃO
Em meio a tudo isto temos uma ala do movimento carismático (também chamado
de neo-pentecostal) que decidiu ter sua própria versão comercial do misticismo
59
oriental para não ficar atrás da conquista das massas. Este novo fenômeno
religioso se chama "O Avivamento do Riso", "A Unção do Riso", "A Bebedeira
Espiritual", "A Bênção de Isaque" e "A Bênção de Toronto".
Devem ser bem poucos os cristãos que no Brasil a esta altura ainda não ouviram
falar da "Experiência de Toronto". Até o programa Fantástico, da Rede Globo,
apresentou reportagem especial sobre a "Bênção de Toronto". Uma onda de
manifestações físicas, incluindo prostrações, estremeções e especialmente riso
tem assolado, e ainda assola, as igrejas em várias partes do mundo.
A. A expressão:
O nome "Benção de Toronto", ou "Unção do Riso", como prefiro chamá-la, tem
sido aplicado a estes fenômenos porque a mais importante erupção destas
manifestações ocorreu na Igreja Vineyard do Aeroporto de Toronto. Na verdade,
não há nada que seja novo nestes fenômenos.
B. Suas Raízes:
Rodney Howard-Browne, segundo todos os estudos que existem a respeito do
fenômeno, a figura mais respeitada atrás do controvertido fenômeno. Ele é
considerado o "barman de Deus".
C. Principais Promotores
Nos Estados Unidos a maioria dos pregadores da prosperidade como, por
exemplo: Oral e Richard Roberts, Pat Robertson, Paul Crouch, Kenneth Copeland,
Francis e Charles Hunter, Benny Hinn. Temos ainda na Inglaterra Colin Day (que
já esteve várias vezes no Brasil), Breed Flooker (que também já esteve no Brasil).
São muitos os pregadores no Brasil que foram influenciados por esta nova onda
ao ponto de hoje termos várias empresas de turismo fazendo vôos turísticos para
Toronto levando vários pastores brasileiros para visitar a Igreja Vineyard do
Aeroporto de Toronto.
60
Veja (I Co 14:29; I Ts 5:21; I Jo 4:1ss.)
É quase impossível que pessoas razoáveis e em sã juízo se deixem levar por este
fenômeno. Ainda que seja normal o fato de o ser humano rir ao ouvir algo
engraçado, pode ser considerado muitas vezes sintomas de demência a pessoa
fazer isso sem causa alguma; muito mas se isto acontece por um período de
tempo prolongado. Minha experiência ao visitar vários manicômios e hospitais
psiquiátricos, é que a maioria dos seus internos chegaram ali com estes sintomas.
VI - TORCENDO OS FATOS
61
Os defensores dos fenômenos atuais astutamente lembram aos seus leitores que
ocorreram fenômenos extraordinários nos avivamentos históricos. É verdade; no
entanto, o mais estranho é que nenhum historiador de religião ou erudito de
avivamento o tenha percebido em centenas de anos. Uma leitura atenta das
evidências mostra que esses eram significativamente diferentes.
A. América do Norte
O nome que estão procurando associar hoje, na tentativa de defender o que está
acontecendo, é Jonathan Edwards.
B. As Ilhas Britânicas
Um quadro similar emerge aqui, pois nos avivamentos todos os tipos de
fenômenos se manifestaram. Todavia, de novo, os líderes dos avivamentos
geralmente procuravam distinguir a obra de Deus da de Satanás, e desencorajar
ou proibir as manifestações que pareciam originar-se de Satanás.
O problema da unção do riso tem afetado não apenas o meio evangélico, mas
também a outros movimentos religiosos, como por exemplo: Hinduísmo,
Meditação Transcendental, seitas da Nova Era, além de técnicas de hipnose etc.
IX - REFUTAÇÃO BÍBLICA
A. Velho Testamento
62
X - O PERIGO DO ENGANO
A. A Necessidade de Discernimento
Há pelo menos meia dúzia de passagens no Novo Testamento que falam da
astúcia e das manhas do maligno. (II Co 11:13, 14 e Ef 6:11).
XI - DISCERNIMENTO E MENTE SÃ
O perigo não tem limite e legitima a pergunta: Uma vez que uma seita pode induzir
seus seguidores a praticarem o suicídio coletivo como aconteceu agora com 39
pessoas nos Estados Unidos, ou outras vezes induzir seus seguidores a entregar
grande quantia de dinheiro, a latir, a babar como um louco sem motivo algum, o
63
que acontecerá depois? Qual será a próxima experiência que nos oferecerão? Já
que têm sido removidos os limites de sã teologia e do sentido comum, a resposta
é: Qualquer coisa. Nós estamos a mercê disto e mil tipos distintos de gurus
carismáticos sem escrúpulos que têm acesso direto a consciência de seus
seguidores.
Jim Jones, em Guiana, Mangayonon Butog, nas Filipinas, Park Soon Ja, na Coréia
do Sul, David Koresh, em Texas, Luc Jouret, em Cantão de Friburgo e Marshall
Appelewhite, no Rancho Santa Fé sobreenfatizaram as experiências subjetivas,
anularam a razão seus respectivos adeptos e logo sobreveio a tragédia. Com o
movimento Avivamento do Riso as portas estão aberta a todo tipo de abuso.
Haverá no século XXI uma religião mundial única que imponha as experiências
subjetivas sobre a razão, a sã teologia e a verdade objetiva? Será substituído o
cristianismo por técnicas metafísicas da Nova Era para induzir a estados alterados
de consciência? Continuará enfatizando estranhas revelações em vez da Palavra
de Deus? Continuará a presente tendência a utilizar a religiosidade como simples
escalão para obter prazer através das experiências esotéricas? Seremos
perseguidos pelos poderosos impérios desses gurus ao negarmos a reconhecer
as tais experiências como divinas? A resposta a temos todos aqueles que ainda
têm raciocínio, famílias e valores cristãos que defender. Façamos algo para
impedi-lo. Promovamos ativamente o genuíno cristianismo, o estudo sério da
Bíblia e denunciemos claramente seus perigos e erros.
Parte IX
AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ DECLARAM
A divindade de Jesus
Além disso, dizem que o Filho de Deus é Senhor, Rei e Salvador.
Acrescentam ainda que Ele liberta, é adorado pelos anjos e
recebeu adoração durante Seu ministério terreno. Isto pode
parecer estranho, uma vez que as Testemunhas de Jeová juram
de pés juntos que não acreditam na divindade de Jesus.
64
Novo Mundo (TNM) em que muitos textos bíblicos foram
modificados para se ajustarem aos seus ensinos. Isto ficou
fartamente demonstrado em nosso estudo “Quem é Jesus para
as Testemunhas de Jeová”.
Jesus é Deus
65
até alegar que essa declaração em nada compromete suas
doutrinas, por tratar-se de uma opinião pessoal do apóstolo
Tomé. Se pensam assim, ficam em condição desconfortável, por
dois motivos. Primeiro, Jesus não refutou a declaração, da
mesma forma como não recusou ser adorado como Deus. Ao
contrário, Ele validou a crença do apóstolo: “Creste porque me
viste?” (v.29). Segundo, porque “toda a Escritura é divinamente
inspirada” (2 Tm 3.16).
Tudo indica não ter havido critérios bem definidos nessas traduções. Enquanto a
declaração de Tomé foi transcrita na íntegra, a do apóstolo João sofreu alteração.
Vejam: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra
era [um] deus” (Jo 1.1). Se os critérios fossem uniformes e justos, a TNM aceitaria
a palavra de João, e teria registrado:
“...e a Palavra [ou o Verbo] era Deus”. Outra incoerência foi registrar, como está na
Bíblia, “Conosco está Deus”, ao referir-se a Jesus (Mt 1.23), e em 1 João 5.20,
também se referindo a Ele: “Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna”.
Jesus, o Salvador
“Porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo [o] Senhor”
(TNM – Lc 2.11).
“Porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este homem certamente é o
salvador do mundo” (TNM – Jo 4.42).
“De fato, assim vos será ricamente suprida a entrada no reino de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo” (1 Pe 1.11).
66
“...até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo... o Rei dos que reinam e
Senhor dos que dominam” (1 Tm 6.14-15; v.1 Pe 1.11, acima).
“Estes batalharão contra o Cordeiro, mas, porque ele é Senhor dos senhores e Rei
dos reis, o Cordeiro os vencerá” (TNM – Revelação [Apocalipse] 17.14).
Existem dois reis num só reinado? O Rei Jeová-Deus e o Rei Jesus? Existem dois
salvadores dos homens?
Jesus, o Libertador
Parte X
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
INTRODUÇÃO
67
homem como outro qualquer, no máximo um grande médium, ou um espírito
puro. Para nós, evangélicos, Jesus é Senhor; Jesus é o Verbo que desceu de
Sua glória e habitou entre nós.
A Paz do Senhor
O AUTOR
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"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da
fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios"
(1 Timóteo 4.1).
"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos anunciamos, seja anátema" [amaldiçoado]
(Gálatas 1.8).
68
cristã, com apelos cristãos, mas na verdade nega as doutrinas do cristianismo.
Qual trepadeira enrosca-se o kardecismo na frondosa árvore do cristianismo, não
para lhe dar vida ou beleza, mas, suponho, para ter mais credibilidade e
sustentação. Os cristãos-evangélicos denunciamos e rejeitamos, porque falsos, os
afagos, aplausos e palavras doces originários de uma seita que se compraz, por
exemplo, em desonrar a imagem do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e
negar a autoridade e inspiração divina das Sagradas Escrituras, como veremos
mais adiante. Assim, o quadro do espiritismo apresenta uma moldura falsa.
A MOLDURA
"Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por
exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que
lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu
Espírito e da SUA MISSÃO DIVINA" (Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan
Kardec, cap. I, item 4).
"O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-
cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos: que
há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e
estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma perfeita moral,
enfim, QUE HÁ DE TRANSFORMAR A TERRA, TORNANDO-A MORADA DE
ESPÍRITOS SUPERIORES aos que hoje a habitam"(E.S.E., cap. I, item 9).
"O espiritismo não encerra uma moral diferente daquela de Jesus"(Livro dos
Espíritos, seção VIII, conclusão).
"O Espiritismo diz: Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução. NADA
ENSINA EM CONTRÁRIO AO QUE ENSINOU O CRISTO, mas desenvolve,
completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob
forma alegórica"(E.S.E., cap. I, item 7).
"Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos
resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão
verdadeiro, POIS QUE UM O MESMO É QUE OUTRO. O Espiritismo não institui
69
nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do
Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam"
(E.S.E., cap. XVII, item 4).
70
A ORIGEM DO HOMEM
A PALAVRA DO ESPIRITISMO:
"A espécie humana não começou por um só homem. Aquele a quem chamais
Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra" (Livro dos Espíritos, Allan
Kardec, resposta à pergunta número 50).
A PALAVRA DO CRISTIANISMO
71
terra; produziu os peixes e as aves, segundo suas espécies; produziu Deus os
animais domésticos, répteis e animais selvagens conforme a sua espécie.
Como vimos, depois de fazer a terra e os céus, Deus criou as matas, as árvores
frutíferas, os animais, e, enfim, o homem. O sopro de Deus no homem formado do
pó representa que a vida é um dom de Deus; que o homem foi criado para ser
moralmente semelhante a Deus, como expressão do seu amor e glória; para ter
permanente comunhão com Deus. Portanto, não tem respaldo das Sagradas
Escrituras a afirmação de que a alma humana encontrou morada primeiramente
em animais, e que o homem é conseqüência de uma seleção natural das
espécies. O Senhor Jesus legitima o livro de Gênesis, ao dizer: "Não leste que no
princípio o Criador os fez macho e fêmea"?
Como poderia a alma humana, nascida do sopro de Deus, haver se instalado no
macaco, criado antes do homem? Por que então afirmar que espiritismo e
cristianismo ensinam a mesma coisa? Proselitismo, engodo, mentira, hipocrisia ou
leviandade? Moisés teria escrito uma asneira? Mas como, se o espiritismo diz que
Moisés foi a Primeira Revelação de Deus? Se as revelações de Deus não sabem
o que afirmam ou mentem, a Terceira Revelação, o espiritismo, seria uma
exceção?
A BÍBLIA SAGRADA
A PALAVRA DO ESPIRITISMO:
"A Bíblia não pode ser considerada produto da inspiração divina. É de origem
puramente humana, semeada de ficções e alegorias, sob as quais o pensamento
filosófico se dissimula e desaparece o mais das vezes" (Cristianismo e Espiritismo,
de León Denis, p. 130, 5a, FEB).
"Do velho Testamento, já nos é recomendado somente o Decálogo, e do Novo
Testamento, apenas a moral de Jesus. Já consideramos de valor secundário, ou
72
revogado e sem valor, mais de 90% do texto da Bíblia"(FEB, O Reformador, p. 13,
janeiro/1953).
"Nem a Bíblia prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. O
espiritismo não é um ramo do cristianismo como as demais seitas cristãs. Não
assenta seus princípios nas Escrituras. Não rodopia junto à Bíblia. A nossa base é
o ensino dos espíritos, daí o nome espiritismo"(À Margem do Espiritismo, FEB, 3a
edição, 1981, p. 2l4).
"A Bíblia, evidentemente, encerra fatos que a razão, desenvolvida pela ciência,
não poderia hoje aceitar e outros que parecem estranhos e derivam de costumes
que já não são os nossos" (A Gênese, p. 87, opinião de "espíritos").
Os evangelistas S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João foram alvo de uma dura
crítica do codificador da doutrina espírita: "Eles possivelmente se enganaram
quanto ao sentido das palavras do Senhor, ou dado interpretação falsa aos seus
pensamentos..." (A Gênese, p. 386). Contudo, na tentativa de legitimar seu
espiritismo Kardec buscou a experiência cristã e as palavras dos evangelistas,
principalmente de Mateus, muito citado no livro O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Ademais, como vimos inicialmente, Kardec declarou que o espiritismo
é de tradição verdadeiramente cristã, e que no cristianismo estão todas as
verdades. Podemos levar a sério o que o espiritismo diz? O kardecismo seria
muito mais autêntico se se firmasse em seus próprios pés, na palavra e
experiência de seus "espíritos".
A PALAVRA DO CRISTIANISMO:
"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os
homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo"(2 Pedro 1.21). O
73
Senhor Jesus confirma a inspiração divina da Bíblia quando diz:
"Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito"(João
14.26).
Parte XI
COMO DERRUBAR VÁRIAS HERESIAS
De uma só Cajada
“Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Com esta afirmação de Jesus ao
ladrão crucificado podemos demolir pretensões de vários contradizentes. Vejamos.
Purgatório
Mortalidade da alma
74
cruz. Mataram o corpo, mas o espírito sobreviveu. Jesus nos ensinou uma
realidade espiritual através da parábola do rico e Lázaro (Lc 16.19-31). Ali está
dito que o corpo desce ao pó e o espírito segue seu destino. Ver meu artigo
“Reflexões sobre a Imortalidade da Alma”.
Ao afirmar a salvação do ladrão, Jesus tinha certeza de que alguém iria batizá-lo
dois mil anos depois? Como ele foi direto para o paraíso sem batismo? Ver meu
artigo “Batismo pelos Mortos” – debate.
Reencarnação
Maldição hereditária
Será que Jesus se esqueceu de que aquele homem crucificado a seu lado estava
cheio de maldições hereditárias que deveriam ser quebradas antes de sua subida
para o paraíso? E Estêvão? E Elias? Os apóstolos em suas primeiras pregações
teriam se esquecido desse detalhe tão importante? Nada disso. A pior maldição é
ser descrente. Os que não crêem já estão amaldiçoados e condenados (Jo 3.18).
Em Jesus, todos os vínculos satânicos, algemas, laços, pactos e maldições são
75
quebrados, pois “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
Ver meu artigo “Maldição Hereditária”.
“Deve reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso
tanto para admoestar na sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt
1.9).
Parte XII
COMO NASCE UMA HERESIA
Meus irmãos. Depois de sete dias em jejum e oração, tive uma visão. Jesus,
montado no jumentinho, entrava em Jerusalém e, ao passar por mim, disse: -
Filhinho, assim como este jumentinho está me carregando, ele carregará seus
problemas para bem longe. Diga a meu povo que uma vez por ano, durante uma
campanha de sete sábados, todos orem com uma réplica deste jumento nas
mãos. Os que fizerem esse sacrifício com fé, serão prósperos.
Conforme descrição dos jumentólogos, esse animal possui uma cruz no seu
dorso, indicativa de que carregará sua pobreza para bem longe. O jumento será o
seu "bode emissário". Leiam: "E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça
do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e
76
todas as suas transgressões, e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça
do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado. E assim
aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e deixará o
bode no deserto" (Lv 16.8,21,22). Portanto, a minha visão tem apoio bíblico. Mas é
preciso uma palavra de poder. Montem seus jumentos e, ao terminar a oração dos
pastores, determinem: Jumentinho de Jesus, eu te ordeno: leve a minha pobreza
para longe. Ao fim dos sete sábados, todos os que adquiriram a imagem do
eqüídeo receberão uma oração especial.
Parte XIII
COMO NASCE UMA HERESIA II
Barbunção -
Como não fizera nenhum preâmbulo, pois iniciei o artigo com a pregação do
suposto pregador, e levando em conta que somente nas duas últimas linhas disse
que se tratava de uma ilustração, compreende-se a perplexidade de alguns. Mais
de uma vez tive de dizer: Eu, heresiarca? Jamais.
77
pirâmides, cristais, símbolos, pulseiras, figas e penduricalhos diversos. Com
engenho e arte é possível conseguir uma razoável diversificação na produção de
novos amuletos.
Está escrito na Bíblia: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em
união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba
de Arão, e que desce à orla das suas vestes” (Salmo 133.1-2). Além disso, Deus
ordena que os homens não danifiquem “as extremidades da barba” (Lv 19.26).
Fazendo a vontade do Criador, os anciães de antigamente conservavam barbas
bem compridas. A queda de Adão e Eva levou os homens a serem desobedientes.
Por isso, se apresentam hoje de cara lisa, imberbes, sem nenhum temor a Deus.
Voltar à austeridade dos velhos tempos é um imperativo divino. Num sonho que
tive, um velhinho de barbas brancas como a neve se aproximou de mim e disse:
“Deixai crescer a barba, nem que seja apenas simbólica. Você é o meu
mensageiro. Entrego-lhe a responsabilidade de avivar a minha Igreja. Não temas,
eu estarei sempre com você”. Fiquei trêmulo e quase desmaio.
Daí porque, meus fiéis seguidores, vocês deverão doravante usar uma barba
simbólica. Uma barbicha ficará muito bem. O prazo para a formação da barbicha
será de trinta dias, ao fim dos quais vocês se apresentarão no templo para
receberem a unção da barba, a barbunção. Sete gotas de óleo ungido serão
derramadas sobre cada barbicha. A partir daí, a unção será renovada a cada trinta
dias. Como está dito no Salmo 133, a barbicha será símbolo de união entre os
irmãos.
Colocaremos cem mil broches à disposição das mulheres que nunca negaram sua
fé. Não será desta vez que negarão a Cristo. Esses símbolos podem ser
adquiridos pelo preço simbólico de cinqüenta reais. Os broches folheados a ouro
custarão de quinhentos a mil reais. Qualquer sacrifício é válido para ganharmos a
vida e a vida Eterna.
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Parte XIV
COMO NASCE UMA HERESIA III
O cristianismo explica que a miséria humana teve origem na queda do homem, em
razão de sua desobediência. Deus fez o homem perfeito. Quando Ele concluiu a
criação do homem, disse que era MUITO BOM. A desobediência do primeiro casal
levou a humanidade a passar por sofrimentos. E o maior defeito não é o físico; é o
espiritual.
Não raro somos desafiados a explicar a razão pela qual Deus, sendo bom, permite
o nascimento de crianças defeituosas. É mais ou menos a mesma coisa que
perguntar por que Deus, sendo bom, criou o mal. Deus criou o homem com
possibilidade de obedecer ou desobedecer. Isto é, com livre arbítrio. Deus não
quis criar um ser autômato, um fantoche totalmente dirigível. Se Deus é amor, se
Deus é bom, logo, Ele não criou o mal. Ao buscar a razão do sofrimento humano
em vidas passadas, a teoria da reencarnação apresenta uma explicação diferente
da do cristianismo.
79
paz, são um vôo no escuro. Ninguém sabe quando findará o ciclo morte-
nascimento. Tudo é incerto. Não há paz na incerteza. O cristianismo oferece uma
alternativa melhor, pois basta crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que morreu
e ressuscitou ao terceiro dia, que é Senhor e Salvador; basta crer, obedecer e
continuar na fé. Basta isto para ser salvo. O ladrão na cruz não precisou morrer
muitas mortes e viver muitas vidas. Crer foi o suficiente. Apesar do terrível
sofrimento da crucifixão, morreu na certeza da paz celestial. As pedradas que
sofreu Estevão, o mártir, não foram capazes de subtrair sua paz. Sei que tal
verdade soa como insanidade aos ouvidos de muitos, pois "a palavra da cruz é
loucura para os que perecem, mas para nós, que somos salvos, é o poder de
Deus" (1 Co 1.18).
O espiritismo acredita que Deus não "manda um filho seu para o inferno" porque
Ele é amor.
Realmente Ele não manda. Os homens maus, de corações duros, é que, no uso
de seu livre-arbítrio, caminham em direção ao inferno. Portanto, o sofrimento
passou a fazer parte da vida. O próprio Deus soberano assim o quis. Não
podemos ser materialistas a ponto de acharmos que os defeitos físicos são os que
nos causam maior sofrimento e prejuízos espirituais. Vejam o que disse Jesus: "É
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melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o seu corpo lançado
no inferno" (Mt 5.29). O que dizer da inveja, do ódio, da mentira, do orgulho, do
adultério, da idolatria? Perguntemos então por que Deus, em tudo perfeito e bom,
permite que os homens odeiem uns aos outros e consintam na prática do aborto,
em que crianças inocentes e sem defesa são assassinadas. Por que Deus permite
a existência de enfermidades como a AIDS e o câncer que têm dizimado milhões
de vidas? A teoria da reencarnação tem respostas para todos os casos? A
reencarnação é injusta na medida em que acredita que tudo nesta vida está
determinado. As decisões anteriores selaram nosso presente destino. Não há
nada que possamos fazer. Nessa situação, não há esperança. Nada há que fazer
para mudar essas condições. A reencarnação é fatalista. Nada se pode fazer por
uma pessoa que sofre, pois estaríamos retardando seus passos rumo à perfeição.
O cristianismo apresenta o perdão e a promessa de uma vida futura, não cheia de
incertezas, mas de plena paz. A salvação do ladrão na cruz é exemplo. "Hoje
estarás comigo no paraíso". A felicidade de saber que seguiremos para o céu em
nada se compara aos sofrimentos desta vida. Mais uma vez apresento o exemplo
de Estevão, o mártir. Ele estava sendo apedrejado, mas, revelando possuir paz no
coração, olhou para o céu e entregou seu espírito ao Senhor Jesus.
Pela essa teoria, os sofredores não sabem por que ou por quem estão sofrendo.
Sequer se lembram das vidas passadas. Estão condenados a sofrer infindas
encarnações, mas não sabem como, onde, quem, porque e quando. O inocente,
manso de coração, mesmo que não faça nenhum mal nesta vida, terá que sofrer
para ser melhor na próxima existência.
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A teoria da reencarnação não mostrou que funciona na prática. Apesar dos
avanços tecnológicos e das inúmeras encarnações ao longo de milhares de anos
a humanidade continua sofredora. A fome está aumentando. Ou fome não um
sofrimento muito maior do que um defeito físico? Não se nota expressiva melhoria
de ordem moral na raça humana. Os incontáveis ciclos morte-nascimento
deveriam ter produzido melhoria considerável, pois muitas vidas já estariam quase
atingindo a perfeição, ou sofrendo a última encarnação. Então seria o caso de não
existirem tantas guerras, epidemias e fome. Quando chegará a tão sonhada
perfeição da humanidade, conquistada por inúmeras encarnações? Leiam: "Qual o
objetivo da reencarnação?" Resposta: "Melhoramento progressivo da
Humanidade" (Ibidem, cap.IV, item 167). A tese de que a humanidade caminha
para a perfeição moral contraria as palavras de Jesus sobre a situação futura.
Vejam:
É bom lembrar que Jesus, segundo o espiritismo, é o Espírito Puro que veio com
missão divina, enviado por Deus para nos ensinar. Ora, ao falar em "princípio das
dores" (Mateus 24), Jesus nos revela que os problemas da humanidade, tais como
as dores de parto, serão intensificados na medida em que o fim se aproxima.
Quando o espiritismo diz que cada encarnação é um passo rumo à perfeição - e
só se pode entender isso como perfeição moral - está afirmando algo que destoa
do ensino do Mestre dos mestres. O ensino da perfeição de todas as almas indica
que a humanidade atingirá um considerável desenvolvimento moral. Quando? A
palavra de Jesus se apresenta na contramão de tal proposta. Ele assegurou que
as coisas vão piorar. "O princípio das dores", como nas dores de parto, significa
dores maiores e mais freqüentes com o passar do tempo. O cristianismo explica
que há um fim para o sofrimento da humanidade. No espiritismo não há um fim à
vista.
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O espiritismo argumenta que na reencarnação está a resposta para pessoas que
já nascem com dons especiais, tais como pintores, músicos, escritores, etc. Alega
que a razão disso é a experiência em vidas passadas. Leiam: "Qual a origem das
faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parece que têm
a intuição de certos conhecimentos, como línguas, cálculo, etc".
A reencarnação opera num mundo diferente. O viver na terra será sempre uma
punição. A esperança ensinada pelo espiritismo reside no fato de deixar este
mundo e seus ciclos de vida, morte e renascimento, embora, como vimos, esse
ciclo seja "quase infinito". Segundo essa tese, a salvação consiste em libertar-se
do corpo, como uma borboleta liberta-se do casulo. Após a última encarnação, o
espírito estaria livre. O corpo seria um trampolim para o aperfeiçoamento.
Deus não aprova isso. No cristianismo, a salvação é algo que se possui neste
mundo. A nossa salvação se dá em vida, ainda no corpo, apesar dos sofrimentos,
e se completa na morte. Nosso corpo está incluído na obra de redenção:
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"...também gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a saber, a
REDENÇÃO DO NOSSO CORPO" (Rm 8.23). O corpo, para o cristianismo, ao
contrário da crença espírita, não é um invólucro descartável e desprezível.
Quando Deus fez o homem o fez à sua imagem e semelhança.
"Mas eu vos digo que de toda palavra frívola que os homens proferirem hão de dar
conta no dia do juízo" (Mt 12.37). Onde está o dia de juízo na reencarnação, se
todos caminham inexoravelmente rumo à perfeição?
Parte XV
COMO NASCE UMA HERESIA IV
Sandalhaço e Dobradinha
Estive orando três dias e três noites no monte. Pedi a Deus que me mostrasse o
caminho para o avivamento de sua igreja. De repente, fui levado em espírito para
o céu. Lá estavam reunidos o Pai, o Filho e o Espírito. Não via rosto nenhum.
Eram três luzes que me ofuscavam e se fundiam numa só. Não ouvia três vozes,
mas uma só. Compreendia perfeitamente qual dos três estava falando comigo. A
comunicação era apenas mental.
84
dobradinha santa do dízimo”. Todos os anos, nos meses de fevereiro, junho e
novembro, meus irmãos deverão participar da dobradinha santa. Lembre-lhes que
colhe mais quem mais semeia”.
Nossos adversários irão dizer que isto é uma heresia. Não dêem ouvidos a tais
comentários. Sempre haverá os inimigos da fé, os falsos mestres a ensinar
heresias destruidoras.
Vocês viram que tudo que falamos aqui é bíblico. No período da campanha,
nossos pastores também estarão participando do sandalhaço. Só do sandalhaço.
Patê XVI
COMO NASCE UMA HERESIA V
O Machado da Prosperidade
A situação daqueles homens era desesperadora. O ferro do machado, com que
cortavam a madeira para a construção de uma habitação, caiu na água (2 Reis
6.5).
85
Talvez você esteja enfrentando o mesmo problema em sua vida. Sua vida
financeira está arruinada. Você está sem forças até para lutar. A sua única fonte de
renda, o emprego, foi perdida. Seu desespero é semelhante ao daqueles homens.
O seu machado caiu. A sua fé desapareceu.
Assim como Eliseu fez flutuar aquele machado, nós iremos fazer reaparecer a sua
fé. Você será restabelecido no seu emprego e sua vida espiritual e financeira será
reconstruída. Veja o relato da Bíblia: “Perguntou o homem de Deus [Eliseu]: Onde
caiu? Mostrando-lhe ele o lugar, Eliseu cortou um pau, lançou-o ali, e fez flutuar o
ferro” (v.6).
Iremos usar a mesma fé de Eliseu para fazer flutuar a sua prosperidade. Você
poderá achar que tudo foi de água abaixo, que não há mais condições de reaver
seus bens, seu emprego, sua paz. Agora, ouça o que você precisa fazer. No
próximo mês lançaremos a campanha do “Machado da Prosperidade”. Os que
dela não participarem perderão a bênção.
Talvez você esteja indagando: E a oferta? Pensou bem. Vocês já sabem como
funciona. A pergunta revela bom condicionamento. O sacrifício da oferta é
indispensável. Antes de acionar o botão da MFM, você depositará no lugar
indicado vinte moedas de R$1,00. Ao tilintarem as moedas na caixa, a bênção
sobe. Para atender a demanda, a MFM funcionará 24 horas, durante os trinta dias
da campanha. As máquinas serão instaladas nas dez maiores capitais do Brasil, e
possuem mecanismos que permitem a imediata contagem das santas ofertas. As
moedas são mecanicamente acondicionadas em sacos plásticos de até duzentas
unidades, lacrados com o símbolo de nossa congregação. Um carro-forte ficará à
disposição para, ao final do dia, transportar o numerário para um banco, onde será
feito o santo depósito da Casa do Tesouro.
86
Os machadinhos da prosperidade poderão ser entregues em domicílio. Para isso
ofereceremos três opções: reembolso postal, depósito prévio em conta a ser
anunciada e cheque pré/30 dias. Esta opção será válida somente para aquisição
superior a dez machadinhos.
Parte XVII
COMO NASCE UMA HERESIA VI
O Cinto da Verdade
Este é o produto que estava faltando em sua coleção de objetos ungidos. São eles
que nos transmitem bênçãos e com as bênçãos a prosperidade. São facilitadores
de nossa fé. São como os trilhos de uma ferrovia. Deslizando por eles a
locomotiva não sai da linha, segue rumo a um lugar seguro.
Fico feliz quando visito meus seguidores e vejo em suas casas esses facilitadores.
No alto da geladeira, o “jumentinho”. Lembram-se dele? Continua ali abençoando
o lar. Junto a ele, o “Machado da Prosperidade” flutua dentro de um copo dágua.
Olho para os pés do homem de Deus e vejo que ainda usa as “Sandálias de
Jesus”. No rosto, ainda curte uma barbicha bem aparada e ungida.
87
instrumentos de trabalho sejam renovados a cada dia. A batalha é constante. Não
lutamos contra pessoas humanas, mas contra o Maligno. A Bíblia recomenda o
uso de determinados apetrechos para que tenhamos vitória. Os que ficam de fora,
os que duvidam, os murmuradores não serão abençoados. Leiam:
“Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do
Diabo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade” (Ef.
6.10,14).
Ninguém pode negar que João Batista foi um homem abençoado. Não foi rico,
mas também naquele tempo ele não precisava de dinheiro. Para quê? Ele vivia
mesmo no deserto! Eis o relato bíblico: “As roupas de João eram feitas de pelos
de camelo, e ele usava um cinto de couro na cintura” (Mt 3.4). Usava o quê? Um
cinto de couro. Agora, nos tempos modernos, Deus orienta seu povo a usar o
“cinto da Verdade” para afastar o inimigo.
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Verdade”, o CV. O primeiro dia será o da unção. Os fiéis que fizerem e cumprirem
o voto, receberão o CV. Depois ficarão de pé e receberão uma oração especial.
Somente após a oração é que colocarão os cintos. Será um momento de grande
emoção e alegria. Os demais, que não quiseram fazer o voto, ficarão sentados e
envergonhados. Que Deus tenha misericórdia deles. Nos dias seguintes, todos os
participantes continuarão freqüentando o templo e usando o CV. Até o fim dos sete
dias os retardatários, os que se arrependeram de seus pecados e resolveram
participar, têm chance de fazer o voto e receber o CV. Vamos lá, a nossa
segurança está no cinto. Outro dia um irmão me perguntou: - A unção do cinto só
dura sete dias? Quanta ingenuidade! O objeto de fé se acaba, mas a unção é
duradoura. Outro dia ouvi uma crítica azeda. Diziam que “nossos objetos ungidos
funcionam como uma cenoura colocada à frente de um jumento: ele nunca
alcança a cenoura, mas continua andando rápido na esperança de alcançá-la”.
Quanta falta de fé nos propósitos divinos. Todos os nossos produtos são lançados
com embasamento bíblico. O melhor é que nossos seguidores não dão ouvidos a
vozes discordantes.
Informo que esse cinto nada tem a ver com o “Cinto da Castidade”, cujo
lançamento ainda está em estudo. Será uma grande revolução nos métodos de
combate à carnalidade.
Parte XVII
COMO NASCE UMA HERESIA VII
O Sacrifício do Voto e da Galinha
Antes de alguém pensar que se trata de plágio, declaro que a heresia do
“Sacrifício do Voto” é completamente diferente da que circula no mercado. O título
pode ser semelhante, mas os métodos são diferentes. Heresiarca que se preza
não copia as heresias de outro colega.
Sabia que o Senhor estava falando comigo. Então, ainda enlevado com aquela
voz, perguntei: - “Senhor, o sacrifício pode ser em dinheiro vivo ou em animais? E
o Senhor respondeu apenas com uma palavra: “PODE”. Fiquei mais feliz ainda. O
pensamento do Senhor ajustava-se ao meu pensamento. Fiquei tão contente que
entrei numa loja e comprei cinco ternos para bem me apresentar ungido diante do
povo de Deus.
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Desta vez, meus irmãos, vocês não terão em mãos qualquer objeto ungido. É
fantástico. Assim como Jesus se ofereceu para o sacrifício, vocês farão um “voto
de sacrifício” como gratidão ao Senhor, por tudo que Ele fez. Quem ficar de fora
desse sacrifício não será abençoado. Perderá a qualidade de filho de Deus, e
quando morrer sua alma ficará eternamente ardendo no inferno. Quem deseja
fazer o sacrifício do voto? Ótimo, vejo que todos aceitaram. Vamos agora às
instruções.
Estão lembrados de que o Senhor permitiu dois tipos de voto: um em dinheiro vivo
e um em animais. O Senhor deixou comigo a decisão de escolher quais animais
devem ser sacrificados e qual o montante do voto. Louvo a Deus pela confiança
depositada neste humilde servo. Outro dia, após apresentar esta heresia num de
nossos templos, um irmão me perguntou: - “Meu grande pastor, no mês passado
eu fiz um voto de duzentos reais para ser abençoado. Permita-me indagar qual a
validade daquela bênção”. Após saber que ele tinha oito anos de fé, respondi:
“Meu amado, as bênçãos são adicionadas às já existentes. A cada voto você
recebe uma bênção especial.
Pelos meus cálculos você já deve ter feito vinte e três votos. Pois bem, quando
uma nova bênção se junta à anterior, há um efeito multiplicador. Se nesses oito
anos você tivesse feito apenas um sacrifício, teria apenas uma bênçãozinha
medíocre, sem expressão, uma bênção que não lhe garantiria nem um prato de
comida. Ademais, se não houver constante sacrifício, a sua fé tende a perecer, e
“sem fé é impossível agradar a Deus”. Como você demonstrará a sua fé se você
não faz o sacrifício? Fé sem obras é morta. Sem voto você é um homem morto.
Como Deus vai encher seus bolsos de dinheiro se você rejeita a voz do meu
coração, isto é, do coração que recebeu a voz de Deus? Ou será que você não
gosta de prosperidade? Pessoal, quem aqui não gosta de dinheiro? Viu, ninguém
levantou a mão. Então, é dando que se recebe. Com Deus o negócio é mão dupla.
Mais uma alma rebelde se levantou contra Deus, e me disse: - “Meu grande
pastor, não tenha por mal as minhas ignorantes palavras, mas gostaria de
sua orientação. A Bíblia diz que “o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o
atender é melhor do que a gordura de carneiros”, conforme está em 1
Samuel 15.22”. “Diz também, amado pastor das nossas almas, que
“Sacrifício e oferta não quiseste...holocausto e expiação pelos pecados não
reclamaste...deleito-me em fazer a sua vontade”, como está em Salmos 40,
versos de 6 a 8”. “Entendo, amado pastor – continuou a alma rebelde – que
já somos salvos e abençoados pela fé no Senhor Jesus Cristo, e, assim,
constituídos filhos de Deus, e que nada que façamos poderá aumentar a
bênção adquirida pelo eficaz sacrifício do Senhor, na cruz. Já somos
propriedade dEle, pois fomos comprados com Seu sangue redentor”.
90
De vez em quando encontramos esses corações renitentes. São pessoas que em
lugar de ficarem atentas ao que seus pastores dizem ficam decorando passagens
bíblicas ou lendo coisas indevidas na internete. Respondi-lhe que participar do
“Voto de Sacrifício” é um sinal de obediência a Deus. Trazer uma galinha colocá-la
aos pés do altar, como veremos a seguir, é também um ato de obediência. Ou
querem duvidar de mim? Será que não recebi o mandamento de Deus?
Ou será que não sou um ungido de Deus? Todo o meu ser e meus pertences
pessoais são ungidos; minha gravata, meias, lenços, camisas, pijamas, lençóis de
cama, óculos, caneta até a minha dentadura é ungida.
Mandamos construir uma granja com cem galpões para o sacrifício das aves
ofertadas, numa área de dez mil metros quadrados. A comercialização desses
animais é uma realidade que se impõe. O lucro correspondente será totalmente
carreado para a bendita Casa do Tesouro.
91
galpões. Nosso objetivo é oferecer à população carne congelada de galinha “da
terra” e de frango a preços competitivos, em embalagens de até três quilos. A sua
oferta ajudará a população carente. Vejam quão elevados são nossos objetivos.
Nos primeiros anos, atenderemos apenas o mercado interno. Esse negócio será
“a galinha-dos-ovos-de-ouro” que dará grande impulso aos nossos projetos
evangelísticos. Na verdade, a galinha ofertada voltará à mesa do ofertante pelo
menor preço da praça. E mais, ao passar por nossos frigoríficos toda a produção
receberá uma unção especial, a “Unção do Alimento”. E o dinheiro do sacrifício do
voto? Será destinado também à abençoada Casa do Tesouro. Vamos todos unidos
ao voto do sacrifício e ao sacrifício da galinha.
Parte XVIII
COMO NASCE UMA HERESIA - VIII
Capim Santo
Tenho novidades para vocês. Outro dia, quando iniciava o meu
discurso num dos nossos templos, um irmão gritou: “Qual será o
preço do sacrifício”? Fiquei feliz e ao mesmo tempo triste. Feliz
pelo bom condicionamento em que estão as ovelhas do meu
aprisco. Triste fiquei pela ironia implícita. O importante é que
todos já estão conscientes de que os sacrifícios precisam ser
renovados. Sem sacrifício é impossível agradar a Deus. Como
agradaremos a Deus sem as obras do sacrifício? Ora, a fé sem
obras é morta.
92
Não fiquem ansiosos quanto ao valor do novo sacrifício. Vejo irmãos inquietos já
contando seus trocados. Nunca exigi sacrifício superior ao que vocês podem
suportar. Primeiro, informo que criei o “Livro de Registro de Heresias”, para evitar
plágio. Funciona como registro de patente. A partir de então minhas criações estão
patenteadas e só poderão ser copiadas com meu prévio consentimento. O “Termo
de Abertura” está assim redigido:
O “capim santo”, que, como o próprio nome indica, já é santo, fica mais
santo ainda quando ungido. Após a unção, adquire propriedades espirituais,
tornando-se assim um santo remédio espiritual. Instalamos uma verdadeira
indústria para sua manipulação e fabricação do chá, que será acondicionado em
garrafas de dois litros. A nossa plantação de 100 hectares do referido capim está
bem desenvolvida. Estimamos uma produção de um milhão de garrafas dentro
dos próximos 45 dias. O importante é que usaremos água fluidificada na
composição do chá. Alguns chamam de água benta. Além disso, estamos
fabricando a “Pasta da Concupiscência”, feita das cinzas do capim, destinada a
anular os efeitos nocivos dos desejos carnais. Usada sobre os olhos, nos lábios e
orelhas, refreia o desejo de ver, falar e ouvir coisas contrárias à vontade de Deus,
como, por exemplo, pornografias. A pasta será acondicionada em latinhas de 200
gramas. O início da distribuição dos novos produtos está previsto para o dia
quinze de agosto deste ano. O lançamento será em grande estilo. Defronte à
nossa sede será plantado um enorme pé de capim santo.
93
validade vencidos. Modo de usar: duas colheres de sopa ao deitar. A validade
desse novo produto é por tempo indeterminado. Terminado o estoque, a ovelha se
dirigirá a qualquer um dos nossos pontos de distribuição, cumprirá o voto do
sacrifício, como explicarei a seguir, e levará os dois litros de chá e o brinde da
pasta.
Parte XIX
COMO NASCE UMA HERESIA - IX
A Arca da Prosperidade
Sabemos que os amuletos do esoterismo ou do ocultismo não produzem qualquer
benefício espiritual. Os que tenho lançado, todavia, possuem um ingrediente que
os diferencia dos demais: a unção. Os amuletos do paganismo não são ungidos.
Os meus são diferentes porque passam necessariamente pelo ritual da unção com
óleo importado de Israel. Ora, “o justo viverá da fé”, diz a Bíblia. Portanto, sem fé
não há amuleto ungido que funcione.
Antes de apresentar meu novo produto, desejo informar que nos primeiros
dias da campanha do “sacrifício do voto e da galinha” recebi milhares de
aves. Trinta mil galinhas e frangos são sacrificados em minhas granjas,
diariamente. Desejo ajudar muitas pessoas pobres, isto é, vender o produto
pelo menor preço do mercado.
Mas agora preciso falar do meu mais novo lançamento: A “Arca da Prosperidade”.
A terra estava cheia de violência. Então, Deus mandou Noé construir uma grande
“arca de madeira de cipreste”, e lhe disse: “Eu trago o dilúvio sobre a terra, para
destruir tudo o que tem vida debaixo dos céus. Mas contigo estabelecerei a minha
aliança, e entrarás na arca tu e contigo os teus filhos, a tua mulher e as mulheres
94
de teus filhos”. Recomendou também que na arca fossem colocados os animais,
dois de cada espécie. Como sabemos, todos foram salvos do dilúvio que se
abateu sobre a terra (Gn 6,7,8 e 9).
Deus quer renovar o pacto com seu povo. A violência de nossos dias supera em
muito a dos tempos de Noé. É hora de aceitarmos a provisão de Deus. Vamos
todos entrar na Arca da Prosperidade. Este gesto simbólico produzirá benefícios
espirituais imensuráveis. Entrar na arca será uma prova de nossa fé. Naquele
tempo, as pessoas não deram atenção ao chamado de Deus. Hoje, os que
conhecem a verdade, estão prontos a aceitar o convite. Entrar na arca significa
afastar de vez as forças negativas. Deus contemplará cada um que tomar essa
decisão.
Mandei construir uma arca de madeira cipreste – a mesma usada por Noé - de
vinte metros de comprimento por quatro de largura, que será instalada no meio do
templo. As ovelhas entrarão na arca, percorrerão toda a sua extensão e sairão
pela porta dos fundos. No seu interior, encontrarão um grande gazofilácio, onde
serão depositadas as ofertas do sacrifício, e um depósito com água benzida, que
poderá ser bebida ou passada no rosto. Trata-se de uma bênção adicional. Para
permitir que a fila ande mais depressa, os familiares do ofertante não entrarão na
Arca. Mulher e filhos ficam de fora, em espírito de oração. Serão distribuídos
gratuitamente aos ofertantes um broche com a figura de uma arca. O Espírito
Santo me falou que esse sacrifício deve ser de cem reais. Maior sacrifício
experimentou Noé e seus familiares. Alguém me perguntou se os cem reais
podem ser dados diretamente aos pobres. Respondi que não, não e não. O
sacrifício válido é aquele depositado aos meus pés, aliás, aos pés do Senhor.
95
versículo bíblico que lhe dê sustentação. O resto
é marketing.
Parte XXI
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO
Em função da exposição de meus argumentos contradizendo doutrinas do
Espiritismo Cristão, especificamente quanto a Hebreus 9.27-28 (v. Dificuldades
do Espiritismo Kardecista - V), o espírita cristão Sr. Rogério André dos Santos,
apresentou seu ponto de vista, contrapondo-se à minha posição, como abaixo. Tal
debate, veiculado num grupo de discussão, é útil para conhecermos com maior
profundidade a doutrina do espiritismo.
AIRTON - É evidente que a morte anunciada (Hb 9.27) não abrange a parte
imaterial do homem (o espírito), que é imortal. O argumento de que o versículo se
refere ao corpo, que morre só uma vez, não encontra guarida numa mente sã. A
morte corporal foi instituída por Deus já no Jardim do Éden, após a queda do
primeiro casal: "Comerás o teu pão, até que tornes terra...porquanto és pó e em
pó te tornarás" (Gn 3.19). Desnecessário seria afirmar, 70 anos depois de Cristo,
que o corpo desce à sepultura. Isto é o óbvio. [Abaixo o assunto é melhor
explicado].
96
fraco (v.43). mortal (v.53) e natural (v.44). Depois da ressurreição: celestial,
incorruptível, poderoso, imortal, sobrenatural. Daí porque ele, Paulo, afirmar que
"carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus"(v.50). Daí porque se faz
necessária a transformação: "...os mortos ressuscitarão incorruptíveis"(v.52), o
"que é corruptível se revista de incorruptibilidade"(v.53). Até os vivos, no
arrebatamento, passarão por essa transformação (v.51,52; 1 Ts 4.17).
AIRTON - "Vindo, depois disso, o juízo" (Hb 9.27). Ora, o corpo sepultado não
será julgado, isoladamente. Deus não julga o pó; julga o homem. Daí o enunciado
referir-se ao homem.
ROGÉRIO - Não foi dito ali em cima que o espírito não fica impune ???
AIRTON - Quem diz que o espírito pode recusar ou adiar a prova é o espiritismo. A
Bíblia ensina que a condenação ocorrerá depois da ressurreição, isto é, da volta
97
do espírito ao seu corpo de origem, tal qual aconteceu com Jesus. Exemplo disso
foi dado logo após a morte de Jesus na cruz. Apenas uma amostra, porque
aqueles mortos que ressurgiram voltaram a morrer (Mt 27.52).
AIRTON - "Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez..." (Hb 9.28). Note-se a
similaridade de nossa morte única com a de Cristo, que, encarnado, viveu como
homem, e morreu uma vez somente.
ROGÉRIO - SE OFERECEU uma vez somente, seu sacrifício foi único e não sua
vida. Não deturpe, por favor.
AIRTON - Ofereceu-se significa que Ele morreu na cruz, morreu de morte morrida
(desculpem-me pela redundância). Não entendi nesse ponto a refutação. A idéia
ficou confusa. Como homem, Jesus ofereceu sua vida, seu corpo, isto é, Ele
morreu na cruz por nossos pecados, para que todo aquele que nEle crê não morra
em seus pecados, mas alcance a vida eterna (Jo 3.16). No E.S.E., Kardec não
quis examinar Jo 3.16. Do capítulo 3 ele examinou os versos de 1 a 12. Chegou
muito perto. Ademais, por que razão Jesus se ofereceu? Como o espiritismo vê
isso? Para que um Bom Espírito encarna, vive entre os homens, ensina uma
elevada moral aos homens (tudo segundo a ótica espírita) e deixa-se morrer numa
cruz? A Bíblia diz que morreu por nossos pecados. Mas onde entra o pecado no
espiritismo? Qual o benefício que os desencarnados de Kardec tirariam do
sacrifício de Jesus, se esses desencarnados, com Jesus ou sem Jesus, terão que
sofrer inúmeras provas, em sucessivas reencarnações para alcançarem a
perfeição?
AIRTON - Para o espiritismo, Jesus é um Bom Espírito que alcançou elevado grau
de perfeição, tendo reencarnado para ensinar aos homens uma elevada moral.
Em nenhum momento, todavia, Jesus falou de suas vidas passadas. Ele, o Filho,
a Segunda pessoa da Trindade, teve apenas uma vida corpórea, e essa vida Ele
ofereceu por nós (Jo 3.16).
ROGÉRIO - - Não falou, mas também não falou que encarnou uma vez só. Disse
sobre João Batista, que este era Elias.
AIRTON - Ora, se Rivail soube que fora uma reencarnação de Allan Kardec,
quanto mais Jesus não saberia. Ele poderia muito bem contar aos seus discípulos
todas as suas encarnações, desde o princípio. Seria útil para consolidar o
espiritismo, que, segundo a visão kardecista, seria o Consolador prometido. Não
desejo sair desfocar o assunto Hebreus 9.27-28. Mas, de passagem e porque o
assunto foi abordado: se Hyppolyte Léon Denizart Rivail soube que fora Allan
Kardec, numa vida passada, quanto mais não saberia João Batista se fora ou não
98
Elias. Mas, perguntado sobre isso, ele disse: Não sou.
ROGÉRIO - Sua volta não será em carne, nem mesmo em espírito - pois sempre
está conosco. Será com a aceitação do Evangelho em todo o mundo. Veja
detalhes em minha HP.
AIRTON - Se Ele não voltará em carne nem em Espírito, então não voltará. Se o
espiritismo cristão julga que Ele não voltará para uma missão determinada (para
arrebatar sua Igreja, para julgar, para reinar), então cabe ao espiritismo cristão
explicar as passagens bíblicas sobre Sua volta e dar a devida interpretação. Jesus
está conosco? Está em nosso meio como estão todos os espíritos, segundo a
visão espírita? Está conosco fazendo o quê? Mas Ele falou que iria e mandaria
outro Consolador, este sim ficaria conosco; e este Consolador prometido Kardec
interpretou como sendo o espiritismo, embora não se saiba onde ele foi buscar
essa absurda idéia.
ROGÉRIO - Então, entenda que Paulo só podia estar falando do CORPO, que
morre uma vez só, não se recompõe.
99
ROGÉRIO - Elias e Moisés eram espíritos que foram vistos materializados. Eram
espíritos, sumiram e tornaram a desaparecer. Os apóstolos estavam cheios de
sono, pois eram médiuns de efeitos físicos e cediam energia para o fenômeno.
Jesus também apareceu como espírito, pois entrou em lugares fechados, entre
outras coisas que a narrativa demonstra serem características de uma
materialização. E uma materialização que não era total quando Jesus surgiu a
Maria Madalena, pois não deixou que ela o tocasse. A materialização, o perispírito,
são coisas estudadas, coisas que sabemos que existe. Mas se alguns preferem
acreditar em mortos levantando dos túmulos com corpos de características
espetaculares.
AIRTON - Ali foram vistos Elias e Moisés. Deus chama os espíritos pelo nome. Os
espíritos, ao contrário do que afirma o kardecismo, só encarnam uma única vez, e
seus corpos descem ao pó uma única vez. (Hb 9.27). Daí serem conhecidos por
seus nomes originais. Do contrário, Moisés não seria Moisés, mas seria, por
exemplo, Pedro, João, Maria, Francisco, Josefa. Elias não seria Elias, mas seria
João Batista, Raimunda, Antonia, Godofredo. Por obra da vontade de Deus eles
apareceram ali da mesma forma como Deus nos verá na ressurreição. A afirmação
de que os apóstolos ali presentes eram "médiuns de efeitos físicos que cediam
energia para o fenômeno" parece-me estapafúrdia. Jesus, um Espírito bastante
elevado, a Segunda Revelação de Deus -segundo Kardec - ainda assim precisaria
da energia dos pobres mortais Pedro, Tiago e João? Se o rei Saul foi morto
porque freqüentou uma sessão espírita, Deus permitiria tal ocorrência? Vejam:
"Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade ao Senhor; não guardou a
palavra do Senhor, e até CONSULTOU UMA ADIVINHADORA"; e não buscou ao
Senhor. Pelo que Ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé" (1 Sm
27.7; 1 Cr 10.13-14). Jesus apareceu num corpo ressurreto, diferente do corpo
anterior; um corpo poderoso e glorioso, não mais sujeito à morte. É assim que
ensina a Bíblia e o cristianismo (1 Ts 4.16-17; 1 Co 15.42,43,44,51,52-54). O que
vale é o que a Palavra diz porque é a Verdade. A palavra do espiritismo cristão ou
kardecista baseia-se na palavra dos "desencarnados", nos quais, segundo Kardec,
não se pode confiar. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS é doutrina do
cristianismo, e Jesus foi o primeiro: "MAS DE FATO CRISTO RESSURGIU
DENTRE OS MORTOS, E FOI FEITO AS PRIMÍCIAS DOS QUE DORMEM" (1 Co
15.20). Desculpem-me pelo óbvio, mas ressurgir dentre os mortos é ressurgiu
dentre os mortos. E o corpo não ressurge sozinho. Ressurge com o seu espírito
original. Está escrito em bom português.
100
morrer (Mt 27.52).
ROGÉRIO -Voltaram a morrer ? Ué, mas para vc não se morre uma vez só ?
AIRTON - Esta é uma boa oportunidade para que as dúvidas sejam dirimidas. Há
dois tipos de ressurreição:
AIRTON - A Bíblia não fala em perispírito. [Jesus ressurreto disse aos apóstolos:
"Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois
um ESPÍRITO não tem carne nem ossos, como verdes que eu tenho].
101
ressuscitou realmente e disso as Escrituras dão testemunho. Ele próprio
afirmou mais de uma vez que ressuscitaria.
ROGÉRIO - Pelas obras e não pela crença de cada um, como Jesus mesmo
descreveu.
AIRTON - A Bíblia diz: "Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé - e
isto não vem de vós, é Dom de Deus - NÃO DAS OBRAS, para que ninguém
se glorie" (Ef 2.8-9).
ROGÉRIO - Paulo diz: "Não vem de obras, para que ninguém se GLORIE".
Sim, é necessário praticar o bem sem interesses, por amor e não por
102
vaidade, pois HUMILDADE é boa obra. Ao dizer que ninguém se salvaria
pelas obras da lei, Paulo estava querendo demonstrar que de nada adiantava
a escravidão as formulas e ordenações sem a fé. A lei, por si mesma, não
salva e não salvava ninguém, apenas prescrevia o que é certo e o que é
errado, o que se deve e o que não se deve fazer. A seu ver, estavam
justificados os gentios que cumpriam naturalmente a lei, sem que para isso
estivessem sujeitas a ela como os judeus (Romanos 2:12 e seguintes). Ele
advertia os cumpridores hipócritas dos preceitos biblicos. Alias, é
justamente isso o que ele faz em Romanos, 2:17-23:
"Mas se tu, que te dizes judeu e descansas na lei; que te glorias em Deus;
que conheces sua vontade; que discernes o melhor, segundo a lei e te jactas
de ser guia de cegos, luz aos que andam nas trevas, educador de ignorantes,
mestre de crianças, porque possuis na lei a expressão mesma da ciência e
da verdade... Pois bem, tu que instruis os outros, a ti mesmo não instruis!
Pregas: não roubar! E roubas! Proíbe o adultério e adulteras. Aborreces os
ídolos e saqueias os templos. Tu que te glorias na lei, transgredindo-a,
desonra a Deus".
AIRTON - "Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus PARA AS BOAS
OBRAS, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.8-10).
Nossas boas obras são decorrentes da nossa situação de justos.
ROGÉRIO - É mesmo ? Quer dizer que basta crer que Jesus é Deus para sair
fazendo boas obras? Então, porque isso não ocorre no mundo cristão, nem
entre os evangélicos que, me desculpem, são altamente intolerantes. Sei até
de pessoas que não conseguiram emprego porque não eram evangélicos e o
empregador preferir colocar uma pessoa com menos capacidade só porque
era evangélica; Por que só uns poucos, talvez os de espírito mais evoluído,
permanecem realmente regenerados? A maioria ostenta um cristianismo de
fachada, persistindo com os mesmos sentimentos íntimos de 'homem velho':
egoísmo, desamor, intolerância, racismo, ausência de empatia e de
fraternidade. Mesmo admitindo que os indivíduos se transformem, que
efeitos tem produzido o Evangelho nos grupos sociais que se intitulam
cristãos, tanto católicos como protestantes? Acaso o mundo foi
103
transformado, após quase dois mil anos de catequese? Reinam paz e
harmonia entre os povos cristãos? Foi implantado nos corações o ideal da
solidariedade humana? Ou continuam os homens a digladiar-se, não raro
trucidando os adversários em nome do próprio Cristo, como ocorreu nas
'Cruzadas', nos tribunais da 'Santa Inquisição', no massacre dos
camponeses alemães (com o apoio do próprio Lutero), na matança dos
huguenotes e nas lutas fratricidas dos nossos dias entre os cristãos
irlandeses? Observe-se que o próprio Jesus preveniu: 'Pelos frutos os
conhecereis'... (Mat 7:16)
AIRTON - Tudo isso soa como uma meia verdade. As obras, embora
necessárias, não salvam, se não acompanhadas na fé no Senhor e Salvador
Jesus. É preciso crer que Ele foi o Verbo que desceu do céu e tomou a forma
de homem; ressuscitou dos mortos e voltará para arrebatar a sua Igreja e
julgar os povos. O espiritismo faz obras, mas não para glória do Senhor
Jesus nem em decorrência da fé nEle. Reinará paz e harmonia com o
espiritismo? O mundo está conturbado e a culpa não é do cristianismo. É
dos homens que não dão ouvidos ao Seu evangelho.
ROGÉRIO - Espiritismo ensina a fazer o bem por amor ao próximo, algo que
nada mais é que uma obrigação, e não esperando recompensas de Jesus,
salvação, vida eterna. Isso virá depois, quando realmente merecermos,
quando formos perfeitos, mas estamos todos longe disso.
104
Jesus disse que o diabo só deseja matar, roubar e destruir (Jo 10.10). A
recompensa não virá depois "quando formos perfeitos". O resultado de
nossa vida com Cristo ou sem Cristo dar-se-á logo após a morte (Lc 16.19-
31, o Rico e Lázaro). Morremos uma vez somente, e após a morte segue-se o
juízo (Hb 9.27). Veja: "Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e
em teu coração creres que Deus O RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS,
serás salvo" (Rm 10.9). "Sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6).
105
ROGÉRIO - Paulo mesmo, ao dizer que o homem (carne) morre uma vez só, a
ressurreição não é material e sim espiritual.
106
AIRTON - Por esta e outras o espiritismo não pode ser considerado cristão,
porque não está afim com as doutrinas básicas do cristianismo. O Senhor
Jesus não é idolatrado. Ele é adorado porque Ele é Deus, e Deus deve ser
amado e adorado sobre todas as coisas. Assim diz a Palavra.
107
AIRTON - Pois não. No seu livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III,
item 4, Allan Kardec afirma existir vários mundos, classificados "segundo o
estado em que se acham e da destinação que trazem": mundos primitivos;
de expiação e provas (a Terra); de regeneração; MUNDOS DITOSOS, onde o
bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos. Nota: Excluímos os
argumentos e refutações sobre a passagem do Rico e Lázaro, porque
merece ser discutida à parte.
ROGÉRIO - O que é crer em Jesus pra você ? Para nós, é acolher no coração
os seus ensinos e passar a viver de acordo com os seus preceitos. E o que
foi, realmente, que Ele ensinou? Quais os preceitos que ministrou? Ensinou
a amar até mesmo nossos inimigos, a perdoar e esquecer as ofensas, a
extirpar do coração o egoísmo e o orgulho, a fazer aos outros o que
queremos que eles nos façam, a sempre retribuir o mal com o bem, a
socorrer os irmãos em suas necessidades sem visar a qualquer
recompensa, a compreender, servir, perdoar indefinidamente...
108
anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32 e
diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns
dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; 33 e
porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. 34
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos
de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo; 35 porque tive fome, e me destes
de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me
acolhestes; 36 estava nu, e me vestistes; adoeci, e me
visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. 37 Então os justos
lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos
de comer? ou com sede, e te demos de beber? 38 Quando te
vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? 39
Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? 40 E
responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o
fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos,
a mim o fizestes. 41 Então dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,
preparado para o Diabo e seus anjos; 42 porque tive fome, e não
me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43
era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me
vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. 44 Então
também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome,
ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e
não te servimos? 45 Ao que lhes responderá: Em verdade vos
digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais
pequeninos, deixastes de o fazer a mim. 46 E irão eles para o
castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. Está também
escrito que cada um receberá segundo suas obras.
109
Senhor Jesus para fazer justiça; b) a declaração de Sua
divindade. O espiritismo nega a divindade de Jesus, e nada
ensina sobre o Juízo Final, único, de uma só vez. Por que um
Bom Espírito, uma Segunda Revelação de Deus, ultrapassada,
vencida, substituída pelo espiritismo - tudo conforme o
pensamento esdrúxulo de Kardec - voltaria à Terra em glória,
para julgar? A Palavra diz que todo joelho se dobrará diante de
Jesus. Então, o que faz a diferença entre os bons espíritos, que
já se aperfeiçoaram, e esse Bom Espírito chamado Jesus, que
também passou por encarnações, como admite o espiritismo?
Por qual razão no verso 34 Jesus é chamado de Rei? No verso 41
Jesus declara que o fogo eterno foi preparado para o diabo e
seus anjos. Ora, para o espiritismo não existe fogo eterno, nem
diabo. Agora existem? As sucessivas reencarnações purificam os
desencarnados. Esse é o caminho da perfeição, conforme
pensam os espíritas. E como pode admitir o espiritismo que o
Rei voltará para julgar todo mundo de uma só vez e mandar uma
boa parte para o fogo eterno? Dificuldades à vista.
AIRTON - Foi o que afirmei. Seu sacrifício POR NÓS foi único. Corretíssimo.
Sua morte na qualidade de homem foi única. Mas faltou mais alguma coisa:
morreu por nós, "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a
vida eterna (Jo 3.16).
ROGÉRIO - Mas você colocou isso como prova de que só se vive uma vez.
Jesus viveu muitas vezes (na Terra, uma vez só), mas o sacrifício ocorreu
uma só vez. Nós, espíritas, entendemos que Jesus veio ao mundo para
ensinar aos homens a lição do amor (João 13:34) e que a sua morte, predita
por vários profetas, resultou da inadequação da Humanidade para assimilar
suas extraordinárias mensagens.
AIRTON - Quem diz que morremos apenas uma vez é a Bíblia (Hb 9.27).
Quanto a Jesus haver vivido muitas vidas, como diz, é crença espírita. Não
faz parte do ensino do cristianismo. Daí porque Kardec faltou com a verdade
110
quando disse que cristianismo e espiritismo ensinam a mesma coisa. "Sua
morte resultou na inadequação da Humanidade para assimilar suas
mensagens"? Difícil de entender. Ora, foi dito acima que ele morreu por nós!
E a Bíblia diz que a Sua morte e ressurreição fizeram e faz parte do plano
divino para redenção nossa. Ele veio, sofreu, morreu e ressuscitou para que
todo aquele que nEle crê, bem como na Sua morte e ressurreição, seja salvo,
a exemplo do ladrão na cruz, já mencionado. (Jo 3.16). Mais: Deus prova o
seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda
pecadores (Rm 5.8).
Parte XXII
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO II
Examinando o último debate, verifiquei que faltavam algumas respostas por parte
do espírita cristão. Atendendo ao meu pedido, o Sr. Rogério encaminhou os
argumentos que faltavam. (Pr Airton Evangelista da Costa)
111
condenados irão para o fogo eterno sem chance de purificação (v.41)
AIRTON - No verso 41 Jesus declara que o fogo eterno foi preparado para o diabo
e seus anjos. Ora, para o espiritismo não existe fogo eterno, nem diabo. Agora
existem? As sucessivas reencarnações purificam os desencarnados. Esse é o
caminho da perfeição, conforme pensam os espíritas. E como admite o espiritismo
a vinda do Rei vem julgar todo mundo de uma só vez e mandar uma boa parte
para o fogo eterno? Dificuldades à vista.
AIRTON - ?
AIRTON - ?
Parte XXIII
112
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO III
Espírito Santo, o Consolador
ROGÉRIO - Aquela ceia, positivamente, foi marcada pela tristeza. Nem bem ela
começara e o Mestre declarou ser a última vez que comeria com seus amigos, até
que estivesse cumprida a Sua missão. E mais: afirmou que dentre os presentes
um O haveria de trair. Muito perturbados, os presentes protestaram inocência,
reafirmando sua fidelidade ao Messias. Mas o traidor, por sua vez traído pela
consciência, não teve ânimo para ali permanecer, retirando-se. E ao sair ainda
ouviu de Jesus o pedido revelador da imensa tristeza que Lhe começava a toldar a
alma: - o que tens de fazer, faze-o logo. Com efeito, essa angústia foi tão grande
que provocaria, mais tarde, o famoso "suor de sangue", fenômeno este que a
medicina psicossomática denomina de hematidrose. Este é um fenômeno que
ocorre em estados de profunda angústia e que consiste numa grande
vasodilatação dos capilares, que se rompem ao nível das glândulas sudoríparas
fazendo com que o sangue aflore misturado ao suor. Uma prova a mais de que o
corpo de Jesus era de carne.
AIRTON - Nunca foi dito pelo cristianismo que o corpo de Jesus não era de carne
e osso. A Palavra diz que o "Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14).
ROGÉRIO - Saiu, pois, o Iscariotes, e já era noite (Jo 13,30). E a noite era de Lua
cheia, visto que a Páscoa se aproximava. O disco lunar, rebrilhando no céu claro,
deve ter feito com que aquele homem seguisse rente às paredes, tentando
esconder nas sombras o peso da culpa que levava. E no coração de todos ficou o
amargor da dúvida a aumentar o desconforto daquela noite fria. Estava-se em abril
e o inverno já acabara naquela região que praticamente só conhece duas
estações por ano. Mas embora o dia seguinte, sexta-feira, fosse de um calor
esbraseante (Em Há Dois Mil Anos Emmanuel faz pelo menos nove referências ao
calor daquele dia), a noite da última ceia foi fria, fato que João não deixou de
anotar (18,18). Aos discípulos o Mestre parecia mais enigmático ainda que de
costume, falando coisas cujo sentido não captavam de pronto. Tão logo Judas
saiu, Jesus fez um longo discurso, iniciando por dizer que para onde ia os
apóstolos não poderiam acompanhá-Lo. Inquieto, Pedro ainda arriscou uma
pergunta: - Senhor, para onde vais tu? Por que não te posso seguir agora? Eu
daria minha vida por ti! Pois bem. Foi nesse clima de frio, de medo e de incerteza
que em seu discurso de despedida Jesus afirmou: -Eu rogarei ao Pai e Ele vos
dará outro Consolador para que fique eternamente convosco.(Jo14,16) - Mas o
Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (Jo
14,26) E assim falando Jesus saiu dali com os onze restantes e atravessou o
ribeiro do Cedron, rumo ao Jardim da Oliveiras, enquanto o luar emoldurava de
prata aquele triste grupo. E o Mestre prosseguiu falando:
113
- Eu tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas vós não as podeis suportar
agora. Quando vier, porém, aquele Espírito de Verdade, ele vos ensinará todas as
verdades, porque ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido.
(Jo 16, 12.13) Dali a instantes Jesus estaria preso e no entardecer do dia seguinte
morreria a morte na cruz, castigo que Roma reservava aos réus de mais ínfima
classe. No amanhecer do domingo, contudo, o Senhor da Vida estaria de novo
entre seus discípulos.
Quarenta dias depois, elevar-se-ia no ar, desaparecendo.
AIRTON - Tá certo. Um pouco de poesia não faz mal: a gélida noite, a traição, o
disco lunar, sombras da noite. Ainda bem que não era mês de agosto, dia 13, à
meia noite, o sino não estava dando as doze badaladas, e não existiam fantasmas
rondando a cidade.
114
promessa não viria dezenove séculos depois. Ouça Jesus: "Pois João
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, NÃO
MUITO DEPOIS DESTES DIAS" (At 1.5). E mais: "Mas recebereis poder ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até nos confins da terra" (At
1.8). Ora, se os discípulos fossem esperar dezenove séculos, como iriam dar
testemunho de Jesus naqueles dias? O cristianismo iria esperar para nascer
nos braços do espiritismo? A promessa foi cumprida num tempo inferior a
50 dias, como detalhada em At 2.1-4, pois que "foram cheios do Espírito
Santo".
Tal assertiva é confirmada pelo insuspeito Pedro em seu primeiro discurso: "Estes
homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia.
Mas isto é O QUE FOI DITO PELO PROFETA JOEL: nos últimos dias, diz Deus,
do meu Espírito derramarei sobre toda a carne" (At 2.14-17,33). Inconsistente e
inconseqüente é, pois, a tese dos dezenove séculos.
ROGÉRIO - Sendo duas opiniões contraditórias, uma pelo menos deve estar
errada. Então qual será a certa? Examinemos com atenção o que Jesus disse
após a última ceia, em paralelo com os fenômenos ocorridos naquele dia de
Pentecostes e vejamos se têm razão católicos e protestantes. Dissera Jesus que o
Espírito de Verdade ensinaria todas as verdades e relembraria tudo que Ele,
Jesus, havia dito. Muito bem. Se o Consolador viria para ensinar todas as
verdades é porque Jesus não as havia ensinado na totalidade, coisa que Ele
próprio afirmou (Jo 16,12). Na data de Pentecostes houve alguma revelação
nova? Não. Ao menos a Bíblia não diz que houve.
115
fiéis sobre os quais desceu de forma sensível. Outros efeitos foram: o carisma de
falar outras línguas, a coragem de pregar abertamente e um conhecimento
extraordinário da doutrina cristã. Mas não foi nada disto que o Cristo prometeu. O
Consolador deveria vir para ensinar todas as verdades e não apenas para
aumentar a compreensão sobre as verdades já conhecidas. Viria também para
lembrar o que o Cristo dissera. Para isso seria preciso que o que Ele havia
ensinado estivesse esquecido ou adulterado. Mas fazia apenas 50 dias que
aquela promessa fora feita e não mais que dez dias que deixara os apóstolos, pela
ascensão. Por que, nesse caso, um emissário especial para recordar tudo aquilo
que era tão recente? Mas Jesus também dissera que tinha muitas coisas para
ensinar ainda, mas que não poderiam ser compreendidas ou suportadas então.
Como admitir que apenas 50 dias depois já essas coisas pudessem ser
ensinadas, entendidas ou suportadas? E que ensinos tão importantes seriam
esses que os Atos dos Apóstolos não revelam? O Cristo prometera verdades
novas e não coragem para divulgar as antigas, já ensinadas. E como é possível
que esses ensinos complementares o próprio Jesus não os tenha querido fazer a
seus discípulos, que não os poderiam suportar, para que, poucos dias após, os
mesmos discípulos os fizessem e para pessoas que nem ao menos haviam
conhecido os ensinos precedentes de Jesus? Se os ensinos de Jesus precederam
os do Consolador é porque o conhecimento daqueles era um pré-requisito para o
conhecimento destes. E se os apóstolos falavam línguas que não compreendiam,
esses ensinamentos complementares não só iam cair em ouvidos alheios a toda a
anterior mensagem cristã, como também os próprios mensageiros, isto é, os
discípulos, continuariam a ignorá-los, visto que desconheciam o que falavam. Não
é tudo muito incoerente?
116
salvadora, o "outro Consolador" demonstrou que "Deus não faz acepção de
pessoas, mas, em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe é
aceitável (At 10.34,35). Vê-se também a atuação esclarecedora do Espírito na
questão da circuncisão (At 10-15, Rm 2.28-29). Portanto, houve revelação
divina depois de Cristo, da parte do Espírito Santo, através dos apóstolos,
porque "toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar,
repreender, corrigir, e instruir em justiça" (2 Tm.3.16).
ROGÉRIO - Quando Allan Kardec recebeu a notícia da missão que lhe cabia, quis
saber qual o nome do Espírito sob cuja égide aqueles ensinos se dariam e obteve
a seguinte resposta: -Para ti chamar-me-ei A Verdade. Na época nem Kardec, nem
117
ninguém, parece ter percebido a enormidade desta revelação. Seria este o
Paráclito que Jesus ficara de enviar mais tarde? A ser assim esse "mais tarde"
teria demorado não aqueles absurdos 50 dias, mas dezenove séculos, pois só
então as pessoas, consideradas globalmente, estariam em condições de receber
os demais ensinamentos que Jesus não quis dar por ser muito cedo para que
fossem entendidos ou suportados. Se tais ensinos, que não puderam ser dados
pelo próprio Cristo, houvessem sido trazidos e aceitos apenas alguns dias depois,
isto faria de Jesus um
professor bem medíocre, incapaz de transmitir aquilo que daí a pouco seria
ensinado por outro, com sucesso. Não. Foram necessários 19 séculos, mesmo,
para que as pessoas pudessem assimilar verdades maiores. E ainda assim,
quantos de nós não as podemos suportar nem agora...E note-se: Jesus disse que
o Espírito de Verdade não falaria por si, mas sim que falaria de tudo o que ouvira
dizer (Jo 16,13). Esses ensinos, portanto, seriam o resultado não de uma opinião
pessoal, mas de um consenso. Ora, o Espiritismo se estriba exatamente sobre a
universalidade do ensino dos Espíritos e Kardec não se cansou de chamar a
atenção sobre isto. O Espiritismo não é fruto de uma ou de algumas opiniões
isoladas, quer de homens quer de Espíritos, e nisto está a maior garantia de sua
veracidade. Assim sendo, se para muitos o dia de Pentecostes foi o dia em que
Jesus mandou o Consolador que prometera, para os espíritas esse dia só
chegaria com a difusão do Espiritismo. O Espiritismo, sim, a par do consolo que
derrama, trouxe novas verdades que, sem contraditar nada do que o Cristo
ensinara, ampliou-Lhe os preceitos e restabeleceu as verdades mutiladas ao longo
dos séculos. Como a verdade deverá ir sendo revelada à medida em que formos
adquirindo condições de assimilá-la, é necessário que o Paráclito permaneça
conosco "para sempre", tal como dito por Jesus. O Espiritismo veio e aí está,
enquanto que o fenômeno de Pentecostes foi uma ocorrência isolada, não
obstante as conseqüências que teve na época. Vemos por esta forma que o
Espiritismo está absolutamente conforme a promessa de Jesus feita naquela noite
fria e triste da Palestina, quando a Lua rebrilhou nas gotas de sangue que uma
enorme angústia fez verter de Sua fronte atormentada pela perspectiva do suplício
que sofreria nas mãos dos que se julgavam detentores da verdade e
monopolizadores do bom-senso. Aos que assim não pensam, cabe provar o
contrário.
118
Escrituras. A estória é cativante, bem engendrada: a revelação, a palavra dos
desencarnados, os diversos mundos habitados, as operações mediúnicas, a
voz dos mortos... Tudo isso, associado ao esoterismo, desperta a
curiosidade dos incautos. Mas o que mais me chama a atenção é a forma
sutil com que Kardec e seus seguidores torcem o texto bíblico. Ora, a Bíblia
diz que a Palavra de Deus aumenta a nossa fé (Rm 10.17). Iríamos então
esperar dezenove séculos, pela revelação kardecista, pelo Dr. Fritz & Cia,
para conhecermos as verdades reveladas? Ora, "toda Escritura é
divinamente inspirada".
AIRTON - O que não vem ao caso. O que importa é sabermos que o Espírito
constitui uma Pessoa do Deus em trindade. A Bíblia aplica a essa Pessoa
diversos outros nomes: Espírito de Deus (Mt 3.16), Espírito (Mc 1.10),
espírito da Verdade (Jo 14.17), Consolador (Jo 15.26), Espírito da Profecia
(Ap 19.10), Espírito de Adoção (Rm 8.15), Glorioso Espírito de Deus (1 Pe
4.14), espírito de Vida (Rm 8.32), Espírito de Santidade (Rm 1.4), espírito de
Sabedoria, Espírito de Conselho, Espírito de Inteligência, Espírito de Poder
(Is 11.2), Espírito do Senhor (Is 61.1), Espírito do Filho (Gl 4.6), Espírito
Eterno (Hb 9.14), Espírito de Juízo (Is 4.4), Espírito de Graça (Zc 12.10).
ROGÉRIO - Ex: "E disseram a Paulo, sob a influência do Espirito, que não subisse
a Jerusalém" (Atos, 21:4) Em algumas traduções francesas, está: "Sob a
influência do Espirito Santo".
ROGÉRIO - "Aquele que pede, recebe, o que procura, acha; ao que bate, se
abrirá. Se, portanto, bem que sejais maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos;
com muito mais forte razão vosso Pai enviará, do céu, um BOM ESPIRITO
aqueles que lhe pedirem" (Lucas, cap. XI).
119
AIRTON - Lucas 11.13. A Palavra está se referindo aos salvos. O Pai dará o
Espírito, a plenitude do Espírito, o enchimento do Espírito àqueles que buscarem,
tal como aconteceu no Pentecostes. Nenhuma conotação há com o espiritismo
que viria dezenove séculos depois. Deus seria um mentiroso se somente
atendesse o pedido tanto tempo depois. Muito pelo contrário, Jesus disse que o
batizo no Espírito Santo seria breve (At 1.5). Inconsistente, portanto, a
interpretação segundo a qual o Espírito Bom ou Espírito Santo refere-se ao
espiritismo ou à sua doutrina. Fosse assim ninguém teria recebido o Espírito,
porque ninguém de sã consciência que eu saiba roga ao Pai tais ensinos. Tempos
depois do Pentecostes o Consolador continuou atuando (At 7.55, 8.15, 39; 10.44,
13.2).
AIRTON - Pois é, vemos o Espírito Bom ou Espírito Santo operando séculos antes
do advento do espiritismo.
120
inspirados pelo mesmo infalível Espírito Santo.
ROGÉRIO - "... Mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada"
(Mateus 12:31) Sobre esse versículo, assim diz Emmanuel, no livro O Consolador:
"A aquisição do conhecimento espiritual, com a perfeita noção de nossos deveres,
desperta em nosso íntimo a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago
de todas as criaturas. Nesse instante, descerra-se à nossa visão profunda o
santuário da luz de Deus, dentro de nós mesmos, consolidando e orientando as
nossas mais legítimas noções de responsabilidade na vida. Enquanto o homem se
desvia ou fraqueja, distante dessa iluminação, seu erro justifica-se, de alguma
sorte, pela ignorância ou pela cegueira. Todavia, a falta cometida com plena
consciência do dever, depois da bênção do conhecimento interior, guardada no
coração e no raciocínio, essa significa o "pecado contra o Espírito Santo", porque
a alma humana estará , então, contra si mesma, repudiando as suas divinas
possibilidades. É lógico que esses erros são os mais graves da vida, porque
consistem no desprezo dos homens pela expressão de Deus, que habita neles."
121
Então, haverá um dia em que todos serão julgados, o que também contraria o
kardecismo.
Parte XXIV
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO
Satanás e seus anjos
ROGÉRIO - Nossos irmãos católicos e evangélicos costumam dizer que os
espíritos que se comunicam no Espiritismo são todos demônios. Quando também
acusado de trabalhar para Satanás, Cristo disse: "Se Satanás esta dividido contra
si mesmo, como subsistirá o seu reino?" (Lucas 11:18).
AIRTON - Não disse que ele era satanista. Disse o que ele falou e o que ele falou
está totalmente contra o que Jesus afirmou: o inferno foi preparado para o diabo e
seus anjos.
AIRTON - Está clara a hermenêutica viciada. A parábola dos dois filhos (Mt 21.28-
122
32) é um desdobramento dos versículos anteriores alusivos a João. Quem fez a
vontade do Pai (v.31) foram os que se arrependeram (v.29). Os que não creram
nem se arrependeram não mereceram o Reino de Deus (v.32). As expressões
entram primeiro ou entram adiante não significam estarem em fila, um atrás do
outro, esperando entrar no céu. Nesse caso, arrependidos ou não arrependidos,
crentes ou não crentes seriam salvos, e a parábola não teria nenhuma razão de
ser. Significa, pelo contexto, que os que se arrependeram foram salvos. Ademais,
a parábola está consoante com a advertência do Senhor Jesus no início de Seu
ministério, com as pregações de João Batista e com a de Pedro (Mt 3.2; 4.17; Atos
3.19). Quanto a 1 Samuel 2.6 ( O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à
sepultura e faz tornar a subir dela ), se alguma Bíblia contém a palavra inferno,
devemos considerar como sinônimo de sepultura, Em todo o Novo Testamento,
INFERNO é lugar de castigo eterno (Mt 10.28; 23.33; 25.46). Se é eterno, os que
estiverem lá, de lá não podem mais sair. Deus é o dono da vida e da morte. É
assim que se deve compreender a passagem (Dt 32.39; 2 Rs 5.7).
AIRTON - O espiritismo cristão deve, sempre, orientar-se pelo que o Senhor Jesus
falou, para não ser acusado de falso. Retire-se o nome CRISTÃO, e o espiritismo
andará com seus próprios pés. Quanto à declaração de que com o espiritismo o
homem está livre dos temores do inferno, esse livramento só viria dezenove
séculos depois com o advento do espiritismo? Quem está em Cristo não teme o
inferno. O próprio Jesus disse: Vinde a mim todos os que estais cansados e
oprimidos e Eu vos aliviarei . O homem precisa ir a Jesus e não ao espiritismo.
Veja: Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e pela
súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de
Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará is vossos
corações e as vossas mentes em Cristo Jesus (Fp 4.6-7).
ROGÉRIO - Está em Cristo quem pratica o amor, como ele nos ensinou. Se
tivéssemos que aceitar que Jesus é Deus e Salvador...
AIRTON - Paraíso ocioso? Veja o que disse Jesus, a Segunda Revelação de Deus
,(segundo Kardec): Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também (Jo 5.17).
ROGÉRIO - Mas não me parece ser o que vcs acreditam. Para vcs, mortos,
espíritos bons estão no Paraíso aproveitando as delícias sexuais e não estão nem
aí para nós, permitindo que apenas os demônios venham nos enganar, dizendo
que são os mortos.
123
AIRTON - Os espíritos não praticam sexo. Deus dispõe de um número incalculável
de anjos. Os crentes podem descansar em paz, enquanto aguardam a
ressurreição (1 Ts 4.16-17).
AIRTON - O reino das trevas é saqueado todas as vezes que as almas são
resgatadas pelo poder do Evangelho, porque Jesus veio para destruir as obras do
diabo (Lc 4.18). Leia: O Senhor resgata a alma dos seus servos... Eu os remirei da
violência do inferno, e os resgatarei da morte (Os 13.14). Jesus deu a Sua vida em
resgate de muitos (Mt 20.28). Jesus, ao ouvir as palavras de Pedro (Mt 16.22),
persuadindo-O a livrar-se do Calvário, lembrou-se da tentação de Satanás (Mt
4.16.22). Pedro foi influenciado pelo diabo para dizer aquelas palavras. Daí a
veemente repreensão de Jesus. A Bíblia diz que quem comete pecado é do diabo,
se identifica como diabo. Por analogia, o mesmo ocorreu com Judas. Ao dizer: Um
de vós é um diabo (Jo 6.70) Jesus não estava declarando que Judas era Satanás
em pessoa. A própria Bíblia explica: E, após o bocado, entrou nele [em Judas]
Satanás (Jo 13.27). Então, Judas não era o diabo.
ROGÉRIO - Outra incoerência é que a Biblia também fala em anjos, mas onde
estão eles hoje, se até as boas manifestações são demoníacas ?? Procurei na
minha Biblia eletrônica por "anjo" no Novo Testamento. 178 ocorrências. Algumas
delas: "20 E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um [anjo] do
Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois
124
o que nela se gerou é do Espírito Santo;" (Matheus 1:20) "13 E, havendo eles se
retirado, eis que um [anjo] do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo:
Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te
fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. "(Matheus 2:13)
..........
Paulo afirmou: "Vos recebestes a lei por mistérios dos anjos" (Atos 7:53),
explicando ainda em Hebreus 2:2: "Por que a lei foi anunciada pelos anjos", e
confirmando na mesma epistola, 1:14: "Espíritos são administradores, enviados
para exercer o ministério".
Também em Hebreus, (1:7) Paulo afirma: "o que faz os seus anjos espíritos e os
seus ministros chamas de fogo". Está claro que os anjos são espíritos reveladores
das leis de Deus aos homens, como afirma o Espiritismo. Paulo vai ainda mais
longe, afirmando em Atos 7:30-31, que Deus falou a Moisés através de um anjo na
sarça ardente. Os anjos são, portanto, espíritos, ministros de Deus, que os faz
chama de fogo nas aparições mediúnicas. anjo da sarça ardente foram
mediúnicos.
Também com a minha Biblia eletrônica, procurei por "anjo" no Velho Testamento e
foram 111 ocorrências. Algumas delas:
"12 Então disse o [anjo]: Não estendas a mão sobre o mancebo, e não lhe faças
nada; porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho,
o teu único filho. " (Gen 22:12)
"1 Jacó também seguiu o seu caminho; e encontraram-no os [anjo]s de Deus."
(Gen. 32:1)
............
Mas será que hoje só os demônios podem se manifestar?? E por quê?? Onde diz
na Biblia que os anjos não podem vir para fortalecer a nossa fé, enquanto os
demônios tem toda a liberdade para nos tentar ?? Será que até os espíritos do
bem são demônios enganadores?? Ora, então onde estão os anjos?? Se não são
os espíritos dos homens que morreram na virtude, como diz o Espiritismo, por que
não aparecem para desmascarar os "falsos anjos do Espiritismo" ? E o que é a
obsessão?? Tem a mesma origem das boas manifestações ??
Se o demônio é tão esperto e enganador o quanto insistem nossos irmãos, a
ponto de se passarem por bons espíritos, será que não foram eles que
apareceram como anjos naquelas vezes em que a Biblia mostra ? Se são espertos
como eles dizem, então sempre foram. Então, um demônio pode ter aparecido a
Maria; um demônio pode ter passado a Moisés os Dez Mandamentos; um
demônio pode ter aparecido a Daniel...
125
atuam, a Bíblia fala que foram os anjos. A Bíblia não confunde. Quem confunde é
o espiritismo.
AIRTON - Creio que os anjos continuam operando. O diabo não opera BOAS
manifestações, porque é mentiroso, homicida, destruidor e ladrão (Jo 10.10).
Nunca fiz referência ao senhor Chico Xavier.
AIRTON - Kardec, para legitimar suas teses, inventou que o diabo não existe, os
anjos são demônios, os demônios são anjos, e assim por diante.
AIRTON - São tão maus que já estão condenados ao castigo eterno (Mt 25.41).
Quando Jesus fala o diabo e seus anjos , não está se referindo a um
desencarnado e seus anjos. Os desencarnados maus estão humildemente em
tormentos.
AIRTON - Disse Terra como sinônimo de Mundo. No caso de Jesus, Ele sempre
existiu, porque eterno, como Deus Filho (Jo 1.1,2,3,14,15).
AIRTON - Os anjos bons: a) são superiores aos homens (Hb 2.6-7). Logo, não
poderiam assumir uma vida corpórea, e passar a ser homem inferior;
126
ROGÉRIO - Somos ainda inferiores espiritualmente, sim.
AIRTON - b) habitam no céu (Mc 13.32; Gl 1.8). Logo, não precisariam assumir
vida terrena e sujeitar-se a sofrer muitas vidas para purificar-se.
AIRTON - Como vimos, nós não seremos anjos após nossa morte física. Se todos
os anjos são espíritos puros, porque Jesus, o Justo Juiz, afirmou que o inferno foi
preparado para o diabo e seus anjos? Por que haveria castigo eterno para essa
classe de anjos (anjos caídos), se, na intenção de Kardec, todos entrarão no
Reino de Deus?
AIRTON - Quem apareceu a Eva no Éden não foi um desencarnado, por óbvias
razões: não havia desencarnados. Não foi uma alma em estado simples e
ignorante (do estoque de Deus, como desejou Kardec; leia-se preexistência),
porque nesse estado não iria trabalhar com tanta astúcia e ousadia contra o
próprio Deus, a quem estaria submissa esperando a vez de encarnar. Não foi um
anjo, porque os anjos estão a serviço de Deus., e não contra Deus. Por exclusão,
chega-se à figura do diabo, o anjo que se rebelou (Ez 28.12-17, 2 Pe 2.4; Ap
12.9).
O anjo que apareceu a Moisés, foi o Anjo do Senhor, que é o próprio Senhor. Leia
na Bíblia eletrônica: Eu sou o Deus de teu pai... (Êx 3.4-6).
127
ao suicídio, colocam doenças nas pessoas. Jesus disse que os demônios
desejam matar, roubar e destruir. Agora, não só prece e bons pensamentos.
É necessário sujeitar-se a Deus em tudo, para não sofrer as influências
maléficas dos demônios, porque o salário do pecado é a morte (Tg 4.7).
ROGÉRIO - Dizem que Satanás não é um símbolo, pois tentou Jesus no deserto.
Dizem que ali Satanás também se fez de "anjo de luz" como nas manifestações no
Espiritismo. Será mesmo ? O que lemos é que "Satanás" tentou Jesus com
propostas arrojadas, materialistas, tentando afastar Cristo de sua missão, como "o
poder sobre todos os reinos da Terra em troca de sua submissão". O que tem de
elevado nisso? Mesmo considerando que um espírito imperfeito o tivesse tentado,
é um absurdo.É um símbolo ou uma interpolação. É um absurdo, principalmente
para os que acreditam que Jesus é Deus. Como disse Léon Denis: "Se Jesus era
Deus, poderia Satanás ignorá-lo ? E como teria a pretensão de exercer influência
sobre ele" ? Qual o Espírito das Trevas, por mais destemido que fosse, teria a
audácia de enfrentar o Cristo de Deus, para lhe fazer propostas de ordem
nitidamente humana? Os evangelistas narram que os espíritos trevosos se
sentiam espavoridos pela simples aproximação do Mestre, haja vista, para
ilustração, o célebre caso do possesso geraseno (Marcos 5:6-7). Ora, assim como
qualquer treva desaparece ao raiar do sol, qualquer espírito trevoso se afasta,
quando uma entidade sublimada, da categoria daquela a que pertence Jesus, se
apresenta.
ROGÉRIO - Não é isso. Ele estava cheio de ESPÍRITO, o que significa dom de
mediunidade. O texto mostra que Jesus estava em DESDOBRAMENTO, o que é
uma forma de mediunidade. Nem sempre o Espírito Santo é realmente Espírito
Santo na Bíblia, na maioria das vezes o termo Espírito está isolado.
128
AIRTON - Isto é a ótica do espiritismo, que vê mediunidade em tudo. Certamente,
os espíritas lêem Atos 7.55, sobre a morte de Estêvão, assim: Mas ele, cheio do
dom de mediunidade, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que
estava à direita de Deus . Sobre o Consolador, o assunto já foi minuciosamente
examinado/analisado em matéria anterior.
I Tim 4,1 fala que existem espíritos mentirosos, assim como João disse: Não
creiais em todos os espíritos, mas provai se os espíritos são de Deus" e o próprio
Paulo ensinou na 2.a Epistola aos Corintios a metodologia das reuniões
mediúnicas, para não haver enganos, falando no "dom de discernir os
ESPÍRITOS", "os ESPIRITOS dos profetas estão sujeitos aos profetas". Assim,
não foram contra as comunicações, mas, da mesma forma que Kardec em O Livro
dos Médiuns, ensinavam a reconhecer quais espíritos são dignos de crédito. Em O
Livro dos Espíritos está bem claro que os espíritos não esclarecidos "se mascaram
de todas as maneiras para melhor enganar", ou seja, a mesma advertência dos
apóstolos. \\ Espíritos trevosos levam mesmo a roubar, matar, destruir, se drogar,
beber. Quem prega o amor ao próximo está com Jesus, que disse "pelos frutos os
conhecereis". Evidente está que os espíritos que se manifestam são de diferentes
categorias, como são, aliás, as pessoas. O que causa a obsessão não é o mesmo
que ensina o BEM. Os que estão com os médiuns que se dedicam ao mal não são
os mesmos que se dedicam ao bem, até orando a Deus, pois Deus não engana. A
não ser que os demônios sejam muito, muito poderosos mesmo... Até mais do que
Deus.
129
desencarnados, porque a estes, bons ou maus, não se lhes é permitido
ensinar, orientar ou enviar mensagens.
ROGÉRIO - A parábola apenas diz que não acreditariam, não diz que a
comunicação é impossível!
ROGÉRIO - Vcs que alteram a Bíblia. Não os espíritas, que nem publicam Bíblia
130
alguma.
ROGÉRIO - Falso. João disse que devemos distinguir quais são os ESPÍRITOS
(no plural) que são de Deus.
AIRTON - Um exemplo desse dom está em Atos 16.16-18, em que Paulo não
aceitando os elogios de uma jovem possuída por um espírito de
adivinhação, falou não a ela mas ao demônio que estava nela: Em nome de
Jesus Cristo, te mando que saias dela . (Ver Marcos 16.17: Em meu nome,
expulsarão demônios ). POSSUIDA.
ROGÉRIO - Um espírito que dava lucro com adivinhações só poderia ser atrasado
mesmo, como o Espiritismo ensina bem.
131
pessoas a matar, roubar, etc. Onde??? Vá estudar a vida de Chico Xavier, Bezerra
de Menezes, Divaldo Franco e outros dedicados missionários espíritas. Já
disseram que Kardec se matou. Inventaram um neto pro Dr. Bezerra de Menezes.
Uma mulher crente veio na minha casa, onde só moram espíritas, com mentiras
sobre Kardec. Disse, entre outros absurdos, que Kardec inventou a Doutrina para
vingar sua mãe, que teria morrido em guerra religiosa. Foi aí que um espírito se
manifestou em minha irmã e disse verdades aquela mulher. Mentirosa ali era e
não o espírito, que para vc seria o diabo enganador. Essas coisas que me dão
certeza de que Espiritismo é a Verdade, do contrário não precisaria ser atacado de
forma tão baixa, com tanta mentira.
AIRTON - 3) Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-
vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus
anjos (Mt 25.41). Comentário: Aqui mais uma vez A Segunda Revelação de
Deus particulariza, nomeia e identifica o diabo dentre os demais seres
espirituais. Ao anunciar que o destino do diabo e dos demônios é o inferno,
Jesus não está se referindo a espíritos humanos, que também terão o
mesmo destino se não andarem nos caminhos do Senhor.
ROGÉRIO - Não está se referindo justamente a eles quando diz? E por que não
diz como Jesus julgará? Será questionado sobre a crença de cada um?
Questionará sobre a idéia que eles têm dele, se acreditam que ele é Deus? Não,
será pelo bem ou mal que fizemos em vida.
AIRTON - É preciso, sim, crer nEle. As obras não salvam. Somos salvos
PARA as boas obras, e não PELAS boas obras: Pois é pela graça que sois
salvos, por meio da fé e isto não vem de vós, é Dom de Deus não das obras,
para que ninguém se glorie, pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Ef
2.8-10). Ver também Jo 3.18; 6.40,47; 20.31; Lc 23.40-43.
132
imperfeições . Ademais, para os espíritos de Kardec não existe esse lugar
preparado para o diabo e seus anjos , como assegurou Jesus.
Parte XXVI
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO V
Em decorrência da matéria intitulada DIFICULDADES DO ESPIRITISMO
KARDECISTA VI, estabeleceu-se o debate abaixo transcrito, no grupo
defesadafe@groups, em que um espírita cristão defendeu a sua crença. Lembro
que a passagem bíblica que fala da visita do rei Saul a uma feiticeira tem
sido usada pelos espíritas como prova de que Deus permite a comunicação
entre mortos e vivos, com a intermediação de um canalizador ou médium.
133
princípios nas escrituras. Não rodopia junto à Bíblia. A nossa
base é o ensino dos espíritos, daí o nome espiritismo . (À
Margem do Espiritismo , FEB, 3a edição, 1981, p. 214). Logo,
chamar o espiritismo de cristão é uma tremenda incoerência. A
sua bíblia é o Livro dos Espíritos. Nota-se que para o espiritismo
a Bíblia é verdadeira nos casos em que os espíritas vislumbram
alguma chance de legitimar seus ensinos, como no caso sob
comento. Voltemos ao assunto Samuel. Os livros I e II Samuel
são de autoria desconhecida. Ainda que admitida a hipótese de
ter sido Samuel o autor do primeiro livro, o capítulo 28 não teria
sido por ele escrito, pois o profeta morrera bem antes. Estavam
presentes na casa da feiticeira: o rei Saul e alguns de seus
criados, e a feiticeira. Somente esses puderam relatar o que
realmente ali aconteceu. A comunicação via Saul fica descartada
porque lhe convinha, por n razões, guardar segredo disso. Por
outro lado, depreende-se do contexto que os servos que foram
com Saul eram os mais fiéis, mais achegados a ele, o que nos
leva a crer que mesmo depois da morte do rei eles guardaram
sigilo daquela visita sigilosa (v.7 a 10). Resta a feiticeira, que
tinha todo o interesse do mundo em divulgar a ocorrência para
ganhar prestígio. Mas Deus então permitiu que uma mentira
fosse incluída na Bíblia, que é a verdade? Sim, permitiu, como
permitiu o registro de tantos outros pecados e fraquezas do seu
povo. Permitiu, também, que fosse registrada com todas as
letras a causa da morte de Saul: Assim morreu Saul por causa da
sua infidelidade ao Senhor; não guardou a palavra do Senhor, e
até consultou uma adivinhadora, e não buscou ao Senhor, pelo
que Ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé . (1 Cr
10.13-14). Portanto, na Bíblia está o registro da proibição (Dt
18.9-12; Is 8.19), os exemplos da rebeldia, como vimos, e o
resultado da desobediência.
ROGÉRIO - Não estou com "apego à palavra". De fato, o que vale para
nós espíritas é o ensino moral de Jesus. Mas vcs, sim, dizem seguir a
Bíblia inteira, de capa a capa, mas quando aparece Bíblia, que "só tem
verdades", mentiu justamente aqui. Não é uma incoerência chamar de
cristão, não. Jesus não proibiu comunicação com mortos. Foi uma lei de
Moisés e vcs se apegam a ela. Nós seguimos a Jesus, seus ensinos.
Vcs ,também não seguem as leis de Moisés normalmente. Só fazem no
caso da proibição a comunicação com mortos. Em outras leis, vcs
analisam o contexto. Por exemplo, não saem por não aceitam, pois aí
134
analisam o contexto. No caso da proibição a comunicação com mortos,
mesma coisa...
ROGÉRIO - Se Moisés proibiu evocar os mortos, é que estes podiam vir, pois do
contrário inútil fora a proibição. Ora, se os mortos podiam vir naqueles tempos,
também o podem hoje; e se são Espíritos de mortos os que vêm, não são
exclusivamente demônios. Demais, Moisés de modo algum fala nesses últimos. É
duplo, portanto, o motivo pelo qual não se pode aceitar logicamente a autoridade
de Moisés na espécie, a saber: - primeiro, porque a sua lei não rege o
Cristianismo; e, segundo, porque é imprópria aos costumes da nossa época. Mas,
suponhamos que essa lei tem a plenitude da autoridade por alguns outorgada, e
ainda assim ela não poderá, como vimos, aplicar-se ao Espiritismo. É verdade que
a proibição de Moisés abrange a interrogação dos mortos, porém de modo
secundário, como acessória às práticas da feitiçaria.. O próprio vocábulo
interrogação, junto aos de adivinho e agoureiro, prova que entre os hebreus as
evocações eram um meio de adivinhar; entretanto, os espíritas só evocam mortos
para receber sábios conselhos e obter alivio em favor dos que sofrem, nunca para
conseguir revelações ilícitas. Certo, se os hebreus usassem das comunicações
como fazem os espíritas, longe de as proibir, Moisés acoroçoá-las-ia, porque o seu
povo só teria que lucrar. Vc fala aí em cima em proibição. Explique: a Bíblia
condena uma prática impossível??? Se a comunicação foi proibida, por que vc
conclui que ela não existe, que é coisa de diabo enganador?
135
AIRTON - Essa questão sempre é levantada pelos espíritas: Deus iria
proibir algo inexistente? A possibilidade da existência da comunicação
entre vivos e mortos é fator secundário diante da lei proibitiva. O que
importa é fazermos a vontade de Deus. E a Sua vontade é que os
homens se dirijam a Ele diretamente, e que não procurem médiuns. Ora,
se Deus proíbe a invocação dos espíritos via mediunidade é porque a
invocação dos espíritos, a possessão mediúnica e todos os expedientes
correlatos são prejudiciais aos homens. Se, de fato, os Bons Espíritos
fossem mensageiros de Deus, e o espiritismo a última revelação, como
disse Kardec, a Palavra em Isaías 8 seria mais ou menos assim:
Consultem os mortos em suas necessidades, porque Eu, o Senhor,
ministrarei bons fluídos através dos Bons Espíritos, meus mensageiros
celestiais . Aí a coisa mudaria de figura. Mas não. Isaías falou de
espíritos familiares e adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes
. Assim, os espíritos familiares de Kardec foram ridicularizados nessa
passagem. São esses os mensageiros de Deus? Algum espírita objetaria
dizendo que os bons médiuns só recebem bons espíritos, porém Kardec
dispara: É necessário distinguir as comunicações verdadeiramente
sérias das comunicações falsamente sérias, O QUE NEM SEMPRE É FÁCIL,
porque é graças à própria gravidade da linguagem que certos Espíritos
presunçosos ou pseudo-sábios tentam impor as idéias mais FALSAS e os
SISTEMAS MAIS ABSURDOS (Realce nosso - O Livro dos Médiuns, cap. X-
136). Ora, se a prática espírita fosse doutrina cristã, Deus não permitiria
essa balbúrdia, essa insegurança e incertezas. Vejam mais: A questão da
identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, MESMO ENTRE
OS ADEPTOS DO ESPIRITISMO. Porque os Espíritos de fato não trazem
nenhum documento de identificação e sabe-se com que facilidade
alguns deles tomam nomes emprestados (Realce nosso Kardec - L.M.
cap. XXIV-255). Estranha mesmo é a resposta à questão 231, ib, cap XXI:
O meio em que o médium se encontra exerce alguma influência sobre as
manifestações? Resposta: Todos os Espíritos que cercam o médium o
ajudam para o bem ou para o mal.
ROGÉRIO - Mas isso [ vejo um deus que sobre da terra ] só mostra a maneira
falha com que os médiuns daquele tempo viam a mediunidade, inclusive de forma
idólatra, tendo os espíritos como deuses . Esse foi um dos motivos da justa
proibição bíblica [Dt 18.9-12; Is 8.19]. O povo não tinha preparo moral que a
mediunidade exige. Eram idólatras. O texto bíblico fala em necromantes.
Necromancia é forma de magia negra em que se evocam espíritos para
adivinhações.
136
AIRTON - Ora, deduz-se pelas palavras acima que a feiticeira era uma
médium idólatra, mas que era médium. E que também era uma
necromante, porque evocava os espíritos para adivinhar. Tudo da mesma
forma como fazem hoje: evocam os espíritos para imitar caligrafias e
vozes, para falar do passado, do presente e do futuro. Ou seja, para
adivinhar. Médium, feiticeira, necromante, canalizador, cavalo, todos
invocam e recebem entidades espirituais. Embora haja alguma diferença
no ritual, há entre essas categorias algo comuníssimo, que é a invocação
e a possessão de entidades espirituais. Vejamos o Dic. Aurélio:
NECROMANCIA - Adivinhação pela invocação dos espíritos . MÉDIUM - O
intermediário entre os vivos e os mortos . CAVALO (12) Médium que
recebe um guia, nas manifestações da Umbanda . CANALIZADOR Termo
moderno do movimento Nova Era.Trata-se de um sinônimo de médium.
Designa a pessoa que em estado de transe entra em contato com um
espírito, um Mestre ascendido, uma consciência superior ou alguma
outra entidade, e então recebe e repete mensagens vindas do outro lado
do mundo físico (Russel Chandler, Compreendendo a Nova Era ). Logo,
os termos mudam com o tempo mas o sentido é o mesmo. Com fraude
ou sem fraude; com boas ou más intenções, com idolatria ou sem, tais
práticas são proibidas por Deus. Como reconheceu o Sr. Rogério, a
proibição da bíblia é justa (Dt 18.9-12; Is 8.19). E não poderia ser de
outra forma, pois parte de um Deus que sabe todas as coisas.
Rebatemos a afirmação de que a dita proibição deveu-se à atuação de
médiuns idólatras. Deus não menciona tal fato. Ele apenas proíbe; não
faz exceções. Se fosse assim, antes de consultarmos um cavalo teríamos
que conhecer o seu coração para sabermos se é idólatra ou não. Na
verdade, Deus proíbe qualquer tentativa de consulta aos mortos porque
Ele sabe que tal prática levará ao contato com demônios. Se os
desencarnados de Kardec fossem de fato mensageiros de Deus; se o
espiritismo fosse de fato a última revelação de Deus, essa atividade
estaria na Bíblia em forma de doutrina, com bastante clareza.
137
AIRTON - O assunto foi tratado acima.
ROGÉRIO - Pode-se considerar que não era Samuel. Isso pode até ser. Poderia
ser outro espírito, mas NUNCA um demônio. No mínimo, conforme a Bíblia, os
autores bíblicos não acreditavam nessa interferência do demônio nas
comunicações, tanto que a Bíblia proibiu as comunicações aos feiticeiros,
adivinhantes, etc., e diz que Samuel se comunicou. Poderia até ser um espírito
zombeteiro. Em uma reunião assim, isso ocorre.
138
estão sujeitos à má influência dos "maus" espíritos (zombadores, perversos,
enganadores, malfazejos, levianos, imitadores de caligrafias): "Aí se encontra, é
fora de dúvida, um dos maiores escolhos em que muitos funestamente esbarram,
mormente se são novatos no espiritismo" (E.S.E. cap.XXI,item11).
AIRTON - Prova-se, mais uma vez, que nas sessões espíritas ninguém sabe quem
desce ou quem sobe . Ou seja, ninguém sabe quem é quem. Pode ser um Doutor
Fritz, um Napoleão Bonaparte , Nero , Herodes ou Moisés. Chama-se Samuel,
vem um zombeteiro! Realmente as sessões espíritas são um terreno muito
perigoso, um campo minado. A frase acima estaria melhor assim: Os autores
bíblicos acreditavam na interferência de demônios, tanto que Deus proibiu essas
tentativas de comunicação com os mortos.
ROGÉRIO - Kardec fez a mesma advertência dos apóstolos. João, por exemplo,
disse: Não creiais em todos os espíritos, mas provai se os espíritos são de Deus".
Isso não é nenhuma PROIBIÇÂO,mas sim o uso do DISCERNIMENTO, que,
segundo Kardec, não é por outro meio além do bom senso.
AIRTON - 1 João 4.1-4 fala de falsos profetas com espírito do anticristo (contrários
aos ensinos de Jesus). que surgiriam. Não se refere a provar desencarnados
incorporados em médiuns. Aliás, como Kardec confidenciou, não há como se livrar
dos maus espíritos. O médium é um canal à mercê das entidades. Homens não
guiados pelo Espírito de Deus não confessam que Deus encarnou; não confessam
a divindade de Jesus, nem a Sua ressurreição corporal. Portanto, leia-se: toda
pessoa que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não tem o Espírito de
Deus. 2 João 7-11 complementa o texto acima. Aqui ele fala de enganadores que
saem pelo mundo , que não confessam que Jesus Cristo é Senhor, tal como faz o
espiritismo. Esses encarnam o espírito do anticristo. Todavia, essa orientação
serve, também, para desmascarar os demônios nas possessões mediúnicas.
Parte XXVII
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO VI
Saul e a Feiticeira (II)
AIRTON - A proibição da prática espírita/ocultista não está confinada à lei mosaica.
De forma direta ou indireta, ela é confirmada em 1 Samuel 15.23, 1 Crônicas
10.13-14, 2 Crônicas 33.6, Isaías 8.19-21, Lucas 16.30-31, Gálatas 5.20,
Apocalipse 9.20-21, 21.8.
139
20 Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se
arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios,
e aos ídolos de ouro, de prata, de 21 Também não se arrependeram dos seus
homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus
furtos. (Apocalipse 9:20-21)
Espiritismo? ONDE??? Feitiçarias?? Homicídio? PROSTITUIÇÂO?? Ora,
francamente!!! Explique isso...
8 Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos
homicidas, e aosadúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os
mentirosos, a sua parte seráno lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda
morte. (Apocalipse 21:8) Está mal!!.
23 Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a
iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te
rejeitou, a ti, para que não sejas rei. (I Samuel 15:23) Tá mesmo muito mal!
13 Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque
não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a
adivinhadora para a consultar,14 e não buscou ao Senhor; pelo que ele o matou, e
transferiu o reino a Davi, filho de Jessé. (I Crônicas 10:13-14)
ADIVINHADORA, é o que o texto diz. Referências ao Espiritismo onde? Não vi!
6 Além disso queimou seus filhos como sacrifício no vale do filho de Hinom; e
usou de·augúrios e de encantamentos, e dava-se a artes mágicas, e instituiu
adivinhos e 33:6) ONDE vc viu Espiritismo aí??
140
da parábola Cristo diz ser a comunicação impossível. Quando o rico pede
que um dos mortos vá relatar aos seus irmãos sobre os tormentos por que
ele passava, Abraão diz: "eles tem lá Moisés e os profetas, e se não lhes dão
crédito, muito menos creriam ainda que algum dos mortos fosse ter com
eles". De fato, não acreditariam, pois, é isso o que sempre vem ocorrendo
até hoje,. até quando espíritos se manifestam através de gravações. Temos o
livre-arbítrio. Se um sujeito é assassino, nenhum espírito vai se manifestar
para dizer que ele está errado. Mais tarde, sofrerá as conseqüências dos
próprios atos. Agora, tem um ensino nessa parábola que vcs preferem
ignorar. O pobre estava no "céu" por ter resistido aos problemas da vida
com humildade, sem se queixar, e não por ter aceitado que Jesus é Deus e
Salvador.
141
andam por aí fazendo o que devem e o que não devem. Veja: "Vêem os
espíritos tudo quanto fazemos? Resposta: "Podem ver, desde que estais
incessantemente por eles rodeados" (Questão 456, Livro dos Espíritos, cap
IX). Eles estão tão presentes - segundo admitem os espiritistas - que nas
sessões espíritas estão sempre prontos a possuir os médiuns. Diz Kardec
que quando sai um desencarnado bom caráter, um outro, mau caráter,
apressa-se a se apresentar. Por outro lado, onde estavam os Bons Espíritos
de Kardec que não acorreram a consolar o coitado? Pelo menos sabemos
que um Bom Espírito, o Lázaro, não pôde lhe dar atenção. Mas os demais,
quem sabe, poderiam dizer ao rico que o inferno que ele estava vivendo
seria passageiro. Breve ele estaria retornando à Terra, quem sabe até na
mesma família, e assim suas imperfeições seriam atenuadas. Ou talvez o
orientasse a dar um passeio por outros mundos. Mas nada disso seria
possível, porque o rico estava mesmo amarrado em seus tormentos, sem
nenhuma chance de sair. O único passeio permitido para quem está em
tormentos é com destino ao Lago de Fogo e Enxofre, no final dos tempos.
COMENTARIOS SOBR VIDA RICO E POBRE LAZARO.
Parte XXVIII
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO VII
Meu nome é Arnaldo Paiva, sou Espírita, e gostaria de antes de tudo, pedir
desculpas pelos erros gramaticais. Estive visitando esta página O Filho de
Davi/Estudos Bíblicos e lendo alguns artigos referentes à Doutrina Espírita
codificada por Allan Kardec, bem como a sua análise aos ensinamentos contidos
no Evangelho Segundo o Espiritismo os quais, segundo você mesmo diz, o deixou
perplexo e preocupado.
142
enroscar-se no cristianismo tal árvore trepadeira em busca de maior projeção e
sustentação.
PR AIRTON: É o senhor quem está afirmando que eu entendo assim, e falta com a
verdade. A essência do Cristianismo é o Senhor Jesus, que ressuscitou, vive e
reina para sempre, como Senhor dos senhores e Rei dos reis.
143
puramente pessoais, é vergonhoso os sites evangélicos (evangélicos?) com
algumas exceções, pois em vez de divulgar o evangelho do Cristo, ficam
combatendo as outras religiões e se colocando como os únicos certos, o mesmo
acontecendo dentro das suas igrejas com total desrespeito para com aqueles que
pensam diferente, como se fossem donos da verdade e que fazendo-se uma
simples análise de comportamento ao escreverem, demonstram estarem contrário
aos ensinamentos de Jesus, que nunca condenou ninguém por não pensar como
Ele.
PR AIRTON: Suas palavras até que não são grosseiras. O senhor está
fazendo justamente aquilo pelo qual me acusa: combater os que pensam
diferente. Eu penso diferente porque a Bíblia fala diferente A minha palavra
não é a minha palavra, mas a da Bíblia Sagrada. O ocultismo, a feitiçaria, o
satanismo, o budismo, as testemunhas-de-jeová pensam diferente, por isso
nós evangélicos combatemos essas seitas. O espiritismo ensina diferente e
por isso recebe nossa refutação. Veja: Toda Escritura é divinamente
inspirada e proveitosa para ensinar, para REPREENDER, para CORRIGIR,
para instruir em justiça, a fim de que todo o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente preparado para toda boa obra (1 Timóteo 3.16-17). E mais:
Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações. Estai sempre
preparados para RESPONDER com mansidão e temor a todo aquele que vos
pedir a razão da esperança que há em vós (1 Pedro 3.15)Devemos ter Jesus
como Senhor (aquele que manda, que preside, que ordena, que dirige, que
orienta, que salva, cura e liberta). Quem falou isso foi o apóstolo Pedro,
aquele que viu o sepulcro vazio e os lençóis que enrolaram Jesus. Aproveite
esta ocasião para aprender o seguinte, não de mim, mas da Palavra: somos
salvos PARA as boas obras; não somos salvos PELAS obras.Somos salvos
pela graça, mediante a fé (Efésios 2.8). O senhor citou a BÍBLIA, estou
mencionando a Bíblia. As boas obras são válidas quando glorificam o nome
do Senhor Jesus, quando resultado de nossa fé nEle. O que Jesus disse ao
ladrão moribundo na cruz foi uma pancada mortal no ensino espírita da
reencarnação e das obras. Aquele ladrão não fez boas obras nem antes,
durante sua vida, nem pôde fazer, obviamente, após sua morte. A única coisa
que ele fez foi arrepender-se de seus pecados, crer em Jesus e clamar por
misericórdia (Lucas 23.39-43). Por isso, obras isoladas não salvam. É
preciso confessar o nome de Jesus, como Senhor e Salvador, e crer que
Deus O ressuscitou dentre os mortos (Romanos 10.9). O ladrão foi direto
para o céu, sem passar por inúmeras vidas corpóreas para purificar-se.
Jesus morreu por ele; ele creu nisso; foi perdoado. A LBV faz boas obras,
mas pela palavra de seu mestre ensina que devemos amar a Satanás. O
inferno vai ficar cheio de ateus que fazem boas obras.
144
ESPÍRITA: O que o Cristo combateu com energia, e não com desamor, foi a
hipocrisia dos escribas e fariseus do seu tempo. Demais, disseminava os seus
ensinamentos e deixava que o indivíduo escolhesse por si mesmo se o seguiria ou
não, sem apontar se ele estava certo ou errado, porque ele mesmo disse: Eu não
vim para julgar . Eu diria até que se fossem realmente homens de Deus, (é assim
que auto-intitulam-se) não agiriam dessa maneira, e se estudassem
verdadeiramente o evangelho de Jesus, se conhecessem este código de moral
divina, veriam que esse comportamento não encontra nenhum respaldo nos
ensinamentos ali contidos.
PR AIRTON: Claro, no Seu ministério terreno Ele não veio julgar; veio trazer
as boas novas. Mas retornará para JULGAR, e o julgamento ensinado por
Jesus (Mateus 25.46) assemelha-se a um nocaute na doutrina
reencarnacionista, segundo a qual os desencarnados ficam por aí nascendo
e morrendo ilimitadas vezes até conseguirem a perfeiçãoJesus não ensinou
isso. Daí porque afirmamos que espiritismo é religião contrária ao
cristianismo. O espiritismo deve se colocar no seu devido lugar, como uma
religião ou doutrina inspirada pelos desencarnados .
ESPÍRITA: Tenho verificado que para dar valor ao que dizem, são inescrupulosos,
porque mentem, truncam frases para que tenham o sentido que desejam dar,
falam de coisas que não faz parte da Doutrina Espírita, por não compreenderem e
nem saberem das coisas relacionadas com a vida espiritual (a qual deviam
conhecer) dão interpretações errôneas aos conceitos espíritas, buscam na Bíblia
somente aquilo que dar um aparente apoio ao que dizem, ou seja, aquilo que lhes
é conveniente.
ESPÍRITA: Imaginemos o que será das pessoas que estão sendo orientadas por
indivíduos com esse comportamento. Isso sim, é preocupante, pois se você
145
condenou o que está contido no Evangelho Segundo o Espiritismo, você está
condenando os ensinamentos morais do Cristo, de uma vez que, se os
Espíritos selecionaram para interpretação aqueles ensinamentos, é por
constar os ensinamentos morais do Cristo que a humanidade está
precisando mais do que nunca, nessa fase de crise moral que estamos
vivendo, que exige essa reforma de cada um de nós, mas vocês
(evangélicos) não precisam se reformar moralmente, pois se salvam só pelo
fato de acreditarem no Cristo, e atenderem ao ritual do batismo, tornando os
seus ensinamentos inúteis.
ESPÍRITA: Por favor Pastor Airton, abra o evangelho de Jesus, (eu disse o
evangelho de Jesus) e mostre-me um lugar onde o Cristo diga: Ide, matai,
massacrai, persegui aqueles que não pensam como vós . Faça-me isso por favor.
146
profecias sobre Seu sofrimento, ministério, divindade, morte e ressurreição estão
no Antigo Testamento. Jesus fez referências ao livro de Jonas, ao livro de Isaías, e
mencionou o Pentateuco de Moisés. Logo, a divisão sugerida é indevida. Devo
lembrá-lo de que Kardec não descartou em seus comentários o livro Atos dos
Apóstolos, e as cartas paulinas aos romanos e aos coríntios (Evangelho Segundo
Espiritismo). Não se deve levar em conta apenas o que o Senhor Jesus disseOs
apóstolos, devidamente inspirados, deram continuidade aos seus ensinos.
ESPÍRITA: Agora se você buscar nas orientações dadas pelo Deus de Israel, o
Deus dos Exércitos do qual vocês são adeptos, com certeza você irá encontrar,
pois o mesmo chegou a mandar matar todos os seres viventes em cidades inteiras
e que deixasse só as virgens para os soldados se divertirem com elas. Eis ai a
diferença que você (s) não consegue entender, nós espíritas somos adeptos do
Cristo e não da Bíblia, sem com isso faltarmos com o respeito para com a mesma.
Vocês, são adeptos da Bíblia e usam o nome de Jesus para poder dar autoridade
ao que dizem, que nem sempre corresponde ao pensamento d Ele.
PR AIRTON: O senhor deve ser mais econômico no dissertar sobre a lei mosaica,
pois que poderia sofrer repreensão no meio da comunidade kardecista. Digo isto
porque Allan Kardec aprovou com louvor toda a lei de Moisés. Veja o que seu
mestre disse: Na lei mosaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada
no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável;
a outra APROPRIADA AOS COSTUMES E AO CARÁTER DO POVO, se modifica
com o tempo (Evangelho Segundo o Espiritismo Cap I-2); A moral que Moisés
ensinou era APROPRIADA ao estado de adiantamento em que se encontravam os
povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto ao
aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a
Deus de outro modo que não por meio de holocaustos... (E.S.E. cap I-9).
ESPÍRITA: Mas vocês não são justos o suficiente para reconhecer que os
ensinamentos ali contidos (Evangelho Segundo o Espiritismo) são de alta moral, e
não poderia deixar de ser, de uma vez que estão baseados nos ensinamentos de
Jesus. Meu amigo, opinião é um juízo que se formula sobre determinado assunto,
e que pode ser ou não verdadeiro. Tanto emitimos um juízo quando dizemos o
azul é uma cor , como quando dizemos o azul é a mais bela das cores .
PR AIRTON: Até agora o senhor não apresentou nada de substancial que tivesse
o respaldo da Bíblia. No meu estudo Espiritismo X Cristianismo, apresento uma
série de refutações a uma série de doutrinas espíritas, e toda a minha
argumentação é respaldada por preceitos bíblicos. O que o senhor deveria ter feito
seria rebater uma a uma as posições ali colocadas, não com afirmações
generalizadas como fez, mas com citações objetivas e fundamentadas na Palavra.
147
ESPÍRITA: A primeira exprime uma verdade, pois é aceita por todos. Já a
segunda, reflete uma opinião, de uma vez que não é compartilhada por todos, ou
seja, o azul não é a mais bela das cores para todas as pessoas, e isso deve ser
respeitado, eu não posso querer que todas as pessoas achem o azul a mais bela
das cores só porque eu acho que ela é. O mesmo acontece em relação à Bíblia,
você não pode querer que todas as pessoas tenham a Bíblia toda ela como a
palavra de Deus. Nós espíritas respeitamo-la, só não aceitamos que tudo o que ali
está escrito tenha sido ditado por Deus, e devemos ser respeitados por isso.
PR AIRTON: E por não respeitar a Bíblia como inspirada por Deus, é que
combatemos sem trégua o espiritismo. O cristianismo respeita a Bíblia como ela é;
o espiritismo, não; por isso o espiritismo e cristianismo não são a mesma coisa,
como desejou Kardec. A Verdade é Jesus (João 14.6), e Jesus ensinou a respeito
da salvação, do Juízo Final, do perdão, da necessidade de arrependimento e
tantas outras coisas que o espiritismo nega. Jesus disse: EU SOU O CAMINHO ,
logo, o caminho não é o espiritismo, nem os desencarnados de Kardec, nem a
reencarnação. A verdade é o que Ele falou; não é o que Kardec falou. Kardec
morreu e seus ossos estão num cemitério em Paris. Jesus morreu, mas ao
terceiro dia ressuscitou. O Seu sepulcro está vazio; Seus ossos não estão lá; Ele
próprio, testemunhando de Sua divindade que o espiritismo nega predisse a Sua
ressurreição. Isso faz a diferença.
Aquilo que é lógico só se elimina com princípios mais lógicos e mais convincentes.
E por outro lado, contra fatos não existem argumentos.
148
PR AIRTON: O senhor parte de uma premissa errada: que as religiões que mais
crescem são as verdadeiras, ou são aprovadas por Deus. O islamismo tem mais
de um bilhão de seguidores. Seria a religião verdadeira? Jesus pensa diferente.
Ele disse que muitos entrariam pela porta que conduz à perdição. Disse ainda:
muitos são chamados, mas poucos escolhidos (Mateus 22.14).O espiritismo
começou a solidificar-se no jardim do Éden, quando o diabo falou pela serpente a
Eva. Mas os dias dele está contado. Fala bem, os pseudo-evangélicos não são
evangélicos. Não importa saber o que a população brasileira acha, mas o que diz
a Palavra de Deus. A Bíblia é o padrão. Esqueceu-se de dizer que o espiritismo
apresenta um pseudo-evangelho. E quando um espírita se diz cristão, está
dizendo que é um pseudo-espírita, porque não está se conduzindo única e
exclusivamente pelo Livro dos Espíritos. Leia: O Livro dos Espíritos contém
especialmente a doutrina ou teoria do espiritismo que, num sentido geral, pertence
à escola espiritualista, da qual apresenta uma das fases. Eis por que traz, acima
de seu título, as palavras: Filosofia Espiritualista (Livro dos Espíritos, Allan Kardec,
Introdução I). Então, os espíritas não devem rodopiar em torno da Bíblia, a qual
não contém a doutrina ou teoria do espiritismo O senhor apenas fez afirmações
sem apresentar as evidências bíblicas. Autorizo a dar ampla divulgação ao
presente debate, se possível enviando-o a sites espíritas. Da mesma forma farei
eu, enviando-o a sites evangélicos.
Parte XXIX
CRISTIANISMO X ESPIRITISMO CRISTÃO - IX
(A missão e o sofrimento de Jesus)
AIRTON - Então, conforme a visão kardecista, foi dura a caminhada de Jesus até
chegar ao seu ponto máximo de perfeição, depois do seu estado primário de alma
"simples e ignorante". Até ser considerado um Espírito Puro, teria passado por
inúmeras vidas corpóreas. Foi, quem sabe, escravo de um senhor rude e cruel;
trabalhador braçal na construção de castelos reais; uma mulher desamparada ou
uma viúva pobre em algum lugar da África, ou um índio brasileiro contemporâneo
de Pedro Álvares Cabral. Vencidas essas provas indispensáveis ao seu
aperfeiçoamento - e já na condição de Espírito Puro - achou graça diante de Deus,
que o escolheu para uma missão divina da mais elevada importância.
ROGÉRIO - Ele só encarnou aqui uma vez. Já era Espírito Puro quando nosso
planeta foi criado e, inclusive, trabalhou na criação da Terra.
AIRTON - Então, Jesus não teria vindo para mais uma prova, eis que não havia
nele imperfeições a serem removidas, como bem disseram os desencarnados a
Kardec: "A autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua
MISSÃO DIVINA" (E.S.E., cap. I-4, Kardec, realce meu). A pureza de Jesus seria
de tal forma que Deus o escolhera dentre muitos outros Espíritos Puros, eis que
149
estaria Ele no ponto mais elevado da hierarquia espiritual, tudo segundo a visão
kardecista. Ora, depois de tanto sofrimento, ou melhor, depois de sofrer tantas
encarnações para aperfeiçoar-se, nada mais justo da parte de Deus do que
premiar esse Espírito, que em determinada etapa chamou-se Jesus, com a
sublime missão de dar início à "mais pura e mais sublime moral, da moral
evangélico-cristã" (E.S.E., cap. I-9).
AIRTON - Ora, Jesus teria passado por todos os estágios da escala espiritual até
chegar à plena perfeição. Inicialmente "alma simples e sem ciência", Ele teria
experimentado muitas lutas e vicissitudes em muitas vidas corpóreas, havendo
subido de degrau em degrau na hierarquia espiritual. Já no topo da escada,
recebe não mais uma prova, mas uma MISSÃO. Tal dissertação da vida espiritual
de Jesus está acorde com a afirmação de um espírita cristão. Quando lhe
perguntei se, no entender do kardecismo, Jesus teria sido um homem como outro
qualquer, que mediante muitas vidas corpóreas atingiu o mais alto grau de
perfeição, ele me respondeu afirmativamente: SIM.
150
devem eles passar por todas as vicissitudes da existência corpórea"; que "todos
são criados simples e ignorantes..."; que "os sofrimentos da vida são, por vezes,
conseqüência da imperfeição do Espírito" porque "QUANTO MENOS
IMPERFEIÇÕES, TANTO MENOS TORMENTOS" (realce meu - L.E.,quesitos 132
e 133). Disseram também que os Espíritos Puros, da primeira classe, já
"percorreram todos os degraus da escala e se despojaram de todas as impurezas
da matéria. Tendo atingido a soma de perfeição de que é suscetível a criatura,
NÃO TÊM MAIS QUE PASSAR POR PROVAS OU EXPIAÇÕES" (realce é meu -
L.E., quesito 113).
ROGÉRIO - Mas ele não passou por provas e expiações. Nem ficou atormentado,
pois estava muito desligado das coisas materiais.
ROGÉRIO - Mas ele não passou por provas. Veio em missão, deixando exemplo
com seu sacrifício.
AIRTON - A verdade é que Jesus não sofreu e não morreu crucificado para
"expungir" suas próprias imperfeições. Perfeito como era, não precisou de
sacrifícios para limpar Seu carma ou para elevar-se na escalada espiritual.
"Verdadeiramente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si; foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniqüidades"(Isaías 53.4-5). Ele veio para "salvar o seu povo dos seus pecados"
(Mateus 1.21). Ele é "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João
1.29), "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna"
(João 3.16). Ele "morreu por nossos pecados"; não morreu na cruz para seu
próprio progresso (1 Co 15.3). Ele "se deu a si mesmo por nossos pecados..."
(Gálatas 1.4). "Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por
nós... o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano...levando
ele mesmo seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro..." (1 Pedro 2.21-24).
151
Estabelecido está mais um conflito entre o Cristianismo e o Espiritismo Cristão. E
não citei a ressurreição corporal do Senhor Jesus, cujo corpo físico, se
encontrado, seria um troféu nas mãos dos espíritas e das demais seitas que
negam a Sua divindade. São dificuldades que eles próprios colocaram em seu
caminho ao tentar estabelecer uma estreita conexão entre cristãos e espíritas.
AIRTON - Onde está escrito nos Livros dos Espíritos, que "Cristo se
sacrificou para assegurar o cumprimento da grandiosa missão que o fez
descer a Terra"? A resposta se parece muito com João 1.14: "E o Verbo se
fez carne e habitou entre nós". Só parece, mas não é a mesma coisa. Deus
152
teria criado um só Espírito Puro ou muitos? A tese de que o sofrimento de
Jesus, um "Espírito Puro", fez parte de Sua missão aqui na Terra, não
encontra respaldo na própria doutrina espírita, sendo contrária às seguintes
questões:
a) À resposta do quesito 96 do Livro dos Espíritos -"Os Espíritos são de
diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que atingiram";
b) À resposta do quesito 97, do L.E.
- "Em primeira linha podem ser colocados os que atingiram a perfeição: os
Espíritos Puros";
c) À observação do quesito 100 - "A classificação dos Espíritos baseia-se no
seu grau de progresso, nas qualidades adquiridas e nas imperfeições de que
ainda não se despojaram';
d) À observação, questão 113, com referência aos Puros Espíritos:
"Percorreram todos os degraus da escala e se despojaram de todas as
impurezas da matéria. Tendo atingido a soma de perfeição de que é
suscetível a criatura, não têm mais que passar por provas ou expiações...";
e) À resposta ao quesito 115. Pergunta: "Entre os Espíritos uns foram
criados bons e outros maus? Resposta: "Deus criou TODOS os Espíritos
simples e ignorantes, isto é, sem ciência. A cada um deu uma missão,com o
fim de esclarecê-los e fazê-los chegar progressivamente à perfeição pelo
conhecimento da verdade e para os aproximar de si".
f) Ao contido no quesito 128 - Pergunta: "Os seres que chamamos anjos,
arcanjos e serafins formam uma categoria especial, de uma natureza
diferente dos outros Espíritos? Resposta: Não. São os puros Espíritos.
Encontram no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições".
g) Ao quesito 129, que afirma que os anjos percorrem todos os graus para
chegarem à perfeição;
h) Por fim, a sua resposta contradiz a sua própria afirmação, quando dias
atrás atendeu a uma questão por mim formulada, como segue: Desejoso de
continuar aprendendo, não para seguir, mas para embasar minha refutação,
pergunto a algum representante do kardecismo:
JESUS, no entendimento do kardecismo, foi de fato um homem como outro
qualquer, que mediante sucessivas vidas corpóreas atingiu o mais elevado
grau de perfeição possível, e, em conseqüência dessa condição, foi enviado
por Deus com a missão de ensinar aos homens uma elevada moral?
Resposta sua: SIM.
153
contido no Livro dos Espíritos, conforme os quesitos acima transcritos,
Jesus, como todos os Espíritos, subiu de degrau em degrau na escala de
classificação até chegar no ápice da plena perfeição. Salvo melhor juízo.
ROGÉRIO - Não, não devemos todos morrer numa cruz, até porque essa era uma
pena da época. Eu não disse que foi criado puro. Disse apenas que ele já era puro
quando nosso planeta foi criado e só encarnou aqui uma vez. Sua evolução foi em
OUTROS MUNDOS.
,
AIRTON - Estranho é ouvir de um kardecista a afirmação de que o Espírito Puro
Jesus passou por mais uma encarnação, a última, aqui na Terra, e que o seu
sofrimento foi para servir de exemplo. Vejo uma certa incoerência nisso, em razão
do que tenho lido dos livros de Kardec. Persisto em dizer que,do ponto de vista da
doutrina kardecista, Jesus não precisaria passar por mais uma vida corpórea num
"mundo de expiação e provas". Recordemos:
a) No quesito 113 do Livro dos Espíritos está escrito que os Espíritos Puros
percorreram todos os degraus e se despojaram de todas as impurezas da matéria;
não mais precisariam passar por provas ou reencarnações. Comentário - Jesus
estaria enquadrado nessa situação de plena pureza, como o senhor admite. Como
o fim da reencarnação é o aprimoramento do Espírito, e "quando este se houver
despojado de todas as impurezas não necessitará mais das provas da vida
corpórea" (quesitos 167, 168 e 196 do Livro dos Espíritos), considero o caso de
Jesus uma tremenda exceção na doutrina da reencarnação.
b) Como consta do capítulo III, item 4, do Evangelho Segundo o Espiritismo, de
Kardec, "a Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas..."; e no
item 5, tomei conhecimento de que "quando, em um mundo, os Espíritos alcançam
o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais
adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos".
Comentário - Com Jesus deu tudo errado. Ele aceitou as provas que lhe foram
apresentadas e, em "outros mundos" (como o senhor Rogério definiu) atingiu a
plenitude da perfeição. Logo, pelo raciocínio de Rivail, Jesus,no mínimo, deveria
continuar em mundos adiantados. Deus teria sido injusto com esse Puro Espírito?
Ora, segundo Kardec, ascender a mundos cada vez mais adiantados é uma
recompensa ao Espírito que vem há muito tempo dando duro. Por outro lado, seria
um castigo enviá-lo a um mundo mais atrasado (E.S.E., cap III-5). Então, Jesus
teria sido duramente castigado, porque teria descido muitos degraus na escala
espiritual. Onde estaria a justiça na reencarnação?
c) No item 15 do mesmo capítulo do E.S.E., Kardec diz que a Terra serve de lugar
de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus, e que as dificuldades por que aqui
passam redundam em progresso. Comentário - Por que Jesus, Puro Espírito,
retrocedeu a um mundo de provas? Jesus já havia alcançado o nível mais
elevado; puro, puríssimo, perfeito, de "excepcional natureza", como bem definiu
154
Kardec, não necessitaria retroceder. A doutrina kardecista da reencarnação ensina
o progredir sempre. O terrível sofrimento de Jesus teria sido tão somente para
"servir de exemplo"? Ora, o melhor exemplo seriam as suas provas anteriores em
"outros mundos". Bastava Ele contar como foi difícil sua caminhada; dizer que ele
não rejeitara nenhuma prova; falar dos mundos habitados por Ele; como foi a
primeira encarnação; quantas vezes Ele encarnou numa pessoa do sexo feminino
e se teve muitos filhos, etc. Agora, morrer numa cruz para dar exemplo não me
parece um argumento coerente ou convincente. Necessário se faz, portanto, que o
espiritismo cristão esclareça esses desencontros, dizendo-nos por que e para que
o Espírito Puro Jesus retrocedeu a um mundo de imperfeições; por que e para que
Ele sofreu. Em caso de Jesus ter sido uma exceção na doutrina da reencarnação,
seria válido informar onde, nos livros de Kardec, a exceção está prevista.
AIRTON - Bastava Ele contar [para que seu sacrifício servisse de exemplo] como
foi difícil a caminhada; falar dos mundos habitados por Ele; como foi a primeira
encarnação; quantas vezes Ele encarnou numa pessoa do sexo feminino e se
teve muitos filhos, etc. Agora, morrer numa cruz para dar exemplo não me parece
um argumento coerente ou convincente. Que o espiritismo cristão esclareça tais
desencontros, dizendo-nos por que e para que o Espírito Puro Jesus retrocedeu a
um mundo de imperfeições; por que e para que Ele sofreu. Em caso de Jesus ter
sido uma exceção na doutrina da reencarnação, seria válido informar onde, nos
livros de Kardec, a exceção está prevista.
ROGÉRIO - Não entendi. Acha que convenceria mais se ele falasse tais coisas, e
não como foi, demonstrando ser um Espírito Superior com suas curas e outros
"milagres" (que não acreditamos serem coisas contra as leis da natureza) e
morrendo pelo próximo em uma cruz???
AIRTON - Ora, se Seu sofrimento foi apenas para "dar o exemplo", como o senhor
disse, deveria então ter contado os outros sofrimentos, em "outros mundos",
também para servirem de exemplo. Ademais, Kardec admitiu essa possibilidade
quando disse que "os Espíritos bons gostam mesmo de descrever aqueles [outros
mundos] que habitam, a fim de oferecer ensinamentos para vos melhorar e vos
colocar no caminho que vos pode conduzir a eles". (O Livro dos Médiuns, cap.
XXVI, quesito 296). Jesus, porém, contrariando os "mensageiros de Deus", nada
revelou sobre suas antigas encarnações. Fica a impressão de que o Espiritismo
Cristão não sabe porque Jesus morreu na cruz. Como o senhor já admite que Ele
morreu pelo próximo, gostaria que desenvolvesse esse raciocínio. Sua morte seria
155
para "que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna"? Kardec
confirma? Primeiro, diz o Espiritismo Cristão que Jesus foi um homem como outro
qualquer, que precisou sofrer muitas encarnações para atingir a máxima perfeição.
Segundo, que Suas provas (reencarnações) ocorreram em outros mundos.
Terceiro, que Ele sofreu para servir de exemplo. Quarto, que Ele veio em missão e
só em missão encarnará outra vez. Ora, tudo isso é estranho ao Cristianismo. Por
tudo que se lê na Bíblia, Jesus não foi um homem comum (concepção, milagres,
isenção de pecados, ressurreição, etc); Jesus nunca revelou provas enfrentadas
em "outros mundos", como condição para ser puro; e o próprio Jesus revelou, e
outros escritores bíblicos confirmam, que a Sua morte vicária destinou-se à
REMISSÃO dos pecados. Vejamos: "Porque isto é o meu sangue, o sangue do
Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados" (Mt
26.28; Mc 14.24; Rm 3.24-26; 5.9; Ef 1.7; 1 Jo 1.7; Hb 9.15,28; Ap 1.5). Veja: "O
qual [Jesus] se deu a si mesmo por nós, para nos REMIR de toda iniqüidade e
purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras" (Tito 2.14).
As "Vozes do Céu", ao soprarem aos ouvidos de Kardec as instruções codificadas
no Livro dos Espíritos, ou se esqueceram ou não quiseram fazer qualquer alusão
ao sacrifício vicário de Jesus, assunto da maior importância para o Cristianismo.
Nos quesitos 167 e 168 do referido compêndio, os "mensageiros de Deus"
ensinaram que o fim da reencarnação é a expiação, com vistas ao progresso da
Humanidade; e disseram que o Espírito Puro não mais precisa de novas vidas
corpóreas. Eles, os "mensageiros", admitem a possibilidade de um Espírito
"reviver corporalmente num mundo inferior àquele onde já viveu" (como teria sido
o caso de Jesus) para cumprir uma missão: "Então aceitam com alegria as
TRIBULAÇÕES dessa existência que lhes fornece um MEIO DE PROGRESSO"
(Questão 178, do L.E.).
Logo, a encarnação aqui de Jesus, como MISSÃO, teria por objetivo seu próprio
progresso. Confirmando, no quesito 196 está escrito que os espíritos "melhoram
nessas provas", e que "só após várias encarnações e depurações sucessivas é
que, num tempo mais ou menos longo, e conforme seus esforços, eles alcançam o
fim para que tendem". Verifica-se, portanto, que a encarnação de Jesus é algo
difícil de ser explicado e deglutido pelos kardecistas. Mais difícil ainda é
continuarem afirmando - para não desmentirem Rivail - que Cristianismo e
Espiritismo ensinam a mesma coisa. Para evitar isso, não seria melhor deixarem
de lado a Bíblia e o Cristianismo e seguirem somente o contido no Livro dos
Espíritos, que "contém especialmente a doutrina ou teoria do espiritismo..."?
ROGÉRIO -Eu disse??? ["que o sofrimento de Jesus foi apenas para dar
exemplo?"]. Fazem, sim [ as "vozes do céu" fazem alusão ao sacrifício vicário de
Jesus]. Está claro para nós que o inocente não paga pelos erros dos outros. Jesus
com seus milagres, sua morte, etc, visava chamar atenção para seus
ensinamentos, que devemos praticar.
156
21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós,
deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas. (1 Pedro 2:21).
Exatamente isso: morreu deixando exemplo de amor ao próximo, com seu
sacrifício, e cada
verdadeiro cristão deve pegar sua cruz e seguir Jesus, amando ao próximo como
ele nos amou: 38 E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é
digno de mim.
39 Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim
achá-la-á.
40 Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele
que me enviou.
41 Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de
profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de
justo.
42 E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos,
na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua
recompensa. (Matheus 10:38:42)
AIRTON - Ademais, Kardec admitiu essa possibilidade quando disse que "os
Espíritos bons gostam mesmo de descrever aqueles [outros mundos] que habitam,
a fim de oferecer ensinamentos para vos melhorar e vos colocar no caminho que
vos pode conduzir a eles". (O Livro dos Médiuns, cap. XXVI, quesito 296). Jesus,
porém, contrariando os "mensageiros de Deus", nada revelou sobre suas antigas
encarnações.
AIRTON - Fica a impressão de que o Espiritismo Cristão não sabe porque Jesus
morreu na cruz. Como o senhor já admite que Ele morreu pelo próximo, gostaria
que desenvolvesse esse raciocínio. Sua morte seria para "que todo aquele que
nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna"? Kardec confirma? Primeiro, diz o
Espiritismo Cristão que Jesus foi um homem como outro qualquer, que precisou
sofrer muitas encarnações para atingir a máxima perfeição. Segundo, que Suas
provas (reencarnações) ocorreram em outros mundos. Terceiro, que Ele sofreu
para servir de exemplo. Quarto, que Ele veio em missão e só em missão
encarnará outra vez. Ora, tudo isso é estranho ao Cristianismo.
157
ROGÉRIO - Por que estranho? Quanto ao objetivo ser esse, pergunto: o que é
crer em Jesus ? Para nós, é acreditar nos preceitos que ele ministrou e colocá-los
em prática!
AIRTON - Por tudo que se lê na Bíblia, Jesus não foi um homem comum
(concepção, milagres, isenção de pecados, ressurreição, etc);
ROGÉRIO - Todos seus "milagres" são leis NATURAIS, tudo explicado pelo
Espiritismo.
ROGÉRIO - Fazem, sim. Está claro para nós que o inocente não paga pelos erros
dos outros. Jesus com seus milagres, sua morte, etc, visava chamar atenção para
seus ensinamentos, que devemos praticar.
158
ROGÉRIO - O NOSSO progresso, principalmente.
ROGÉRIO - Ensinam. O que Cristo não ensinou é que devemos crer que ele
morreu para nos salvar e que todo o bem que podemos fazer pelo próximo surgirá
como mágica.
AIRTON - Para evitar isso, não seria melhor deixarem de lado a Bíblia e o
Cristianismo e seguirem somente o contido no Livro dos Espíritos, que "contém
especialmente a doutrina ou teoria do espiritismo..."?
ROGÉRIO - Deus, nosso Criador (e não "primeiro Deus") não pára de criar. A Terra
não foi o primeiro planeta a ser criado e também não foi o último.
159
ROGÉRIO - Não respondi: Deus não pára de criar, a Terra não foi o primeiro e
nem o último mundo.
Referência ? Não posso agora no momento fazer uma citação exata, mas é o que
os espíritas acreditam.
AIRTON - Segunda questão: O senhor disse, embora sem citar a fonte da
informação, que o sofrimento de Jesus,inclusive sua morte, "foi em termos, pois
para o espírito puro, desligado da matéria, não há tanto sofrimento". E disse
também que Jesus "nem ficou atormentado, pois estava muito desligado das
coisas materiais". Pergunto: No seu entendimento, Jesus não sentiu dores: o Seu
sofrimento na cruz e no Getsêmani teria sido uma encenação?
ROGÉRIO - Não. Ele sofreu, mas menos do que uma pessoa comum sofreria.
AIRTON - Quinta questão: Com relação a 1 Pedro 2.21 ("Porque para isso fostes
chamados, porquanto, também Cristo padeceu por vós, deixando-vos o exemplo,
para que sigais as suas pisadas"),usado pelo senhor para justificar que Jesus
sofreu para dar exemplo, esclareço que um pouco mais à frente, no versículo 24,
Pedro diz que "Ele levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para
que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; pelas suas
pisaduras fostes sarados". Tais palavras confirmam o que o próprio Jesus afirmou,
conforme Mateus 26.28, dizendo da finalidade de Sua morte (para remissão de
pecados).
160
continuam a pecar do mesmo jeito. Ele não levou pecado algum. Mas se
vivenciarmos seus ensinamentos, seguindo seu exemplo, aí, sim, o pecado se
afastará do mundo.
AIRTON - Sexta questão: O senhor disse que o significado de crer em Jesus, "é
acreditar nos seus preceitos e colocá-los em prática". Eu confirmo suas palavras e
acrescento que é, também, adorá-lo como Senhor e Salvador, porque "No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus, e o Verbo
se fez carne, e habitou entre nós" (João 1.1, 14). "Este [Jesus] é o verdadeiro
Deus e a vida eterna" (1 Jo 5.20).
ROGÉRIO - Sobre esses versículos, já falei muitas outras vezes e quem quiser
pode conferir em minha Home Page o que penso sobre o assunto. MESMO que
Jesus fosse Deus, ele não dirá a um homem que só teve virtudes: "Você irá para o
INFERNO, o mesmo lugar de Hitler, Stalin e a"Fera da Penha", porque, mesmo só
praticando o bem e tendo apenas virtudes, esqueceu-se do fundamental: entrar
para uma igreja evangélica, se batizar e me aceitar como o Deus Salvador".
Parte XXX
DESABAFO DE UMA LEITORA
Contra a Teologia da Ganância
161
Após ler o artigo "Pobreza é coisa do diabo ou falta de fé?", uma leitora me
escreveu fazendo o seguinte comentário: "Louvado seja Deus porque nem todos
os pastores e líderes acreditam e ensinam a teologia da prosperidade. Como o
pastor Airton, sempre questionei e combati muito esse tipo de pregação. De uma
hora para outra isso virou febre dentro das igrejas e muitas almas desavisadas
foram iludidas. Ainda vejo a influência desse tipo de ensino nocivo e totalmente
contrário à Palavra de Deus e seus efeitos na vida das pessoas ao meu redor. Ao
invés de ficarem \"ricas\", ficaram mais pobres de tanto ofertar o que não tinham,
chegando ao cúmulo de desfazer-se de seus poucos bens em prol dessa ambição
descabida. E tudo isso se resume em uma só coisa. Falta de conhecimento da
Palavra de Deus. O povo de Deus de nossos dias tem se limitado a se alimentar
com a comida regrada e propositalmente selecionada e distorcida dos \"gurus da
teologia da prosperidade\", mesmo tendo a Bíblia (fonte de todo alimento
indispensável do cristão) em suas mãos. É de doer o coração presenciar essas
coisas, mas aquele que não se aplica ao conhecimento de Deus, sofre as mazelas
do mundo e os enganos de satanás, que tem matado a fé de muitas pessoas,
roubado muitos lares e destruído muitos servos de Deus".
Há muitos líderes que são contra esse tipo de extorsão, mas silenciam.
Parece que fizeram um pacto de silêncio em favor dessa crise teológica por
que passa a Igreja Evangélica. A Bíblia não recomenda tal posição. Mas há
um grupo que se conserva fiel à manutenção do Evangelho sem mistura, o
Evangelho do perdão, do arrependimento, do carregar a cruz.
162
não participa da campanha da fogueira. Tenho testemunha que viu e ouviu.
Um filho meu na fé, de Fortaleza, caiu nas malhas da teologia da
prosperidade. Já contribuiu muito e não vê a prosperidade chegar.
Desiludido, chegou à conclusão que cristianismo não é um cassino. Assim
mesmo ele foi convidado para dar entrevista testemunhando sua
prosperidade, mas recusou. A lei da probabilidade ajuda no engano. É
impossível que num grupo de 1.000 crentes, pelo menos vinte por cento não
experimentem algum tipo de melhoria em seus negócios, quer toquem em algum
lençol mágico, quer não. Se não fosse assim, o Brasil estaria falido. O mesmo
percentual poderá ser observado num grupo de mil ateus. Portanto, a leitora tem
razão no seu desabafo. Tudo isso está sendo registrado na memória das gentes.
Um dia alguém escreverá um livro-denúncia relatando muitos casos semelhantes.
Parte XXXI
DESVENDANDO OS SEGREDOS DO CANDOMBLÉ
I - Introdução
O enorme crescimento das religiões mediúnicas no Brasil, nos últimos anos, tráz á
reflexão uma série de temas que não podem passar despercebidos. O
Candomblé, em especial, tem atraído a atenção de uma variada gama de
estudiosos, para não mencionar o fato de que começa a fazer novos adeptos,
cada vez mais, nas camadas mais letradas - onde sempre se localizou o
preconceito.
163
das contas tudo é espiritismo, e provem da mesma fonte: o diabo).
Era muito cruel o tratamento imposto aos escravos desde o momento da partida
da África e durante a viagem nos navios chamados "tumbeiros", que podia se
estender a cerca de dois meses. Os maus tratos continuariam depois, para a
maioria deles até a morte. Edson Carneiro informa que o tráfico trouxe escravos
de três regiões: da Guiné Portuguesa, do Golfo da Guiné (Costa da Mina) e de
Angola, chegando até Moçambique. Os africanos chegaram divididos em dois
grupos principais: sudaneses (os de Guiné e da Costa da Mina) e os bantos
(Angola e Moçambique). Os da Costa da Mina desembarcavam na Bahia,
enquanto que os demais eram levados para São Luís do Maranhão, Bahia, Recife
e Rio de Janeiro, de onde se espalhavam para outras regiões do Brasil, como
litoral do Pará, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo.
164
absolutamente diferentes.
Quanto à origem dos orixás, uma das lendas mais populares diz que Obatalá (o
céu) uniu-se a Odudua (a terra), e desta união nasceram Aganju (a rocha) e
Iemanjá (as águas). Iemanjá casou-se com seu irmão Aganju, de quem teve um
filho, chamado Orungã. Orungã apaixonou-se loucamente pela mãe, procurando
sempre uma oportunidade para possuí-la, até que um dia, aproveitando-se da
ausência do pai, violentou-a. Iemanjá pôs-se a fugir, perseguida pôr Orungã. Na
fuga Iemanjá caiu de costas, e ao pedir socorro a Obatalá, seu corpo começou a
dilatar-se grandemente, até que de seus seis começaram a jorrar dois rios que
formaram um lago, e quando o seu ventre se rompeu, saíram a maioria dos
orixás . Pôr isto Iemanjá é chamada "a mãe dos orixás".
3. Os Orixás e o Sincretismo
165
orixás nos cultos afros encontrará no Catolicismo um santo "correspondente " - por
exemplo:
Exu - diabo
Iemanjá - Nossa Senhora
Ogum - São Jorge
Iansã - Santa Bárbara
Iemanjá - Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Imaculada Conceição
Oxóssi - São Sebastião
Oxalá - Jesus Cristo - Senhor do Bonfim
Omulú - São Lázaro
Ossain - São Benedito
Oxumaré - São Bartolomeu
Xango - São Jerônimo
4. As Outras Entidades
a.) Nos cultos afros. Ao analisarmos os cultos afros, uma das primeiras coisas que
observamos é a impossibilidade de se fazer uma avaliação objetiva sobre a
origem dos orixás. Existem muitas lendas que tentam explicar o surgimento dos
deuses do panteão africano, e estas histórias variam de um terreiro para o outro e
até de um pai-de-santo para o outro. Não há possibilidade de se fazer uma
verificação científica ou arqueológica; não há uma fonte autoritativa que leve a
concluir se os fatos aconteceram mesmo ou se trata-se somente de mitologia,
sendo difícil uma avaliação histórica dos eventos relatados.
166
2. O Relacionamento com Deus
Não pode ser esquecido também que os filhos-de-santo, uma vez comprometidos
com os orixás, vão viver em constante medo de suas represálias ou punições.
Note um trecho de uma entrevista no livro de Reginaldo Prandi:
"Mãe Juju - O próprio santo, ou a mãe-de-santo : Olha você não venha mais aqui,
não venha fazer isto aqui que está errado, quando você estiver bêbado, ou
quando você estiver bebendo, não venha mais dar santo aqui, não venha
desrespeitar a casa".
"O Pesquisador - Como é a punição do orixá? Será que eu poderia resumir assim:
doença, morte, perda de emprego, perder a família, ficar sem nada de repente e
sem motivo aparente, enlouquecer, dar tudo errado, a própria casa-de-santo
desabar, isto é, todo mundo ir embora...?
"Todos - Isso"
Além do constante medo de punições em que vive o devoto do orixá, ele deve
ainda submeter-se a rituais e sacrifícios nada agradáveis a fim de satisfazer os
deuses.
167
nossas fraquezas (Hebreus 4:15). Este é, de maneira bem resumida, o perfil do
Deus da Bíblia - bem diferente dos orixás, que na maioria das vezes, são
vingativos e cruéis com seus "cavalos".
3. O Sacrifício Aceitável
b.) No cristianismo. Precisamos lembrar o que o apóstolo Paulo tem a dizer sobre
isto: "Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos
demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com demônios. Não
podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser
participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios"(I Coríntios 10:20_21).
Os sacrifícios de animais no Antigo Testamento apontavam para o sacrifício
perfeito e aceitável de Jesus Cristo na cruz. A Bíblia diz em Hebreus 10:4: "Porque
é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados. Somente
Jesus pode fazê-lo, pois ele é o "cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo"(João 1:29). "Sem derramamento de sangue não há remissão de
pecados"(Hebreus 9:22), e o "sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de
todo o pecado"(I João 1:7). Concluímos esta parte com Hebreus 10:12: "Mas este
(Jesus), havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado
para sempre à destra de Deus."
4. Encarando a Morte
a.) Nos cultos afros: Ao dialogar com os adeptos dos cultos-afros - principalmente
do Candomblé - alguém se cientifica de que os orixás têm medo da morte (quem
menos tem medo da morte é Iansã). Quando um filho ou filha-de -santo está
próximo da morte, seu orixá praticamente o abandona. Esta pessoa já não fica
mais possessa, pois seu orixá procura evitá-la.
168
vidas, e muito menos na hora de nossa morte. Glória a Deus!
a.) Nos cultos afros. Nestas religiões o assunto de vida após a morte não é bem
definido. Na Umbanda , devida à influência kardecista, é ensinada a
reencarnação. Já o Candomblé não oferece qualquer esperança depois da morte,
pois é uma religião para ser praticada somente em vida, segundo os seus
defensores. Outros pais-de-santos apresentam idéias confusas, tais como:
"quando morre, a pessoa vau para a mesa de Santo Agostinho"ou "vai para a
balança de São Miguel."
6. A Verdadeira Liberdade
a.) Nos cultos afros. Freqüentemente, as pessoas tem medo de deixar os cultos
afros para buscar uma alternativa. Foi-lhes dito que se abandonarem seus orixás
(ou outros "guias") e não cumprirem com suas obrigações, terão conseqüências
desastrosas em suas vidas.
b.) No cristianismo. Entretanto, isto não é verdade. Estas pessoas podem sair e
encontrar a liberdade e uma nova vida em Cristo, como é o caso de Helena
Brandão (Darlene Glória) e de muitos outros. A Bíblia diz que "Para isto o Filho de
Deus se manifestou; para desfazer as obras do Diabo ( João 3:8; veja ainda
Números 23:23; Lucas 10:19; João 8:32-36 e I João 4:4; 5:18).
VI - Conclusão
169
esse destino". Aos nove anos de idade teve o seu primeiro contato com o
Candomblé. Veio depois a iniciação, tornando-se mais tarde mãe-de-santo e
cartomante. Envolveu-se também com a Umbanda. Pôr muitos anos, viveu
experiências incríveis e até mesmo repugnantes impostas pelos guias. O encontro
com Cristo, a libertação, a paz e a alegria do Espírito Santo tornaram-se realidade
em sua vida quando passou a ouvir a Palavra de Deus no auditório da A.B.I. no
centro do RJ. Ainda bem que Nadir e Georgina não são as únicas,, pois são
inúmeros os casos de pessoas que passaram muito tempo escravizadas pelos
guias e orixás e hoje levam uma vida feliz com Jesus.
Parte XXXII
ESCRAVOS DAS SUPERSTIÇÕES
Dia 13, sexta-feira, agosto. Um gato preto poderá aparecer no telhado de sua
casa; a coruja branca poderá lançar seu grito de morte; os mortos poderão sair de
suas sepulturas e caminhar pelas ruas de sua cidade. É hora de consultar os
horóscopos, quebrar as maldições, ouvir os tarôs e, principalmente, não de casa.
Gato preto é agourento; usar uma figa produz bênçãos; passar por baixo de
escada traz maldição; usar determinada camisa, sapato ou meia, em determinada
ocasião, dá sorte; sapato virado ou camisa pelo avesso causa coisa ruim; entrar
com o pé direito em qualquer lugar, garante o sucesso; o uso de pirâmides produz
energia positiva; sair pela mesma porta que entrou consegue-se bons resultados;
cruzar os dedos e bater na madeira, isola o fracasso; passar por cima de pessoas
deitadas, causa morte; sexta-feira, dia 13, é dia de maldição para uns, e de
bênçãos para outros; uso de sal grosso afasta a malignidade; fitinha amarrada no
braço, dá sorte; reza de benzedeira cura quebranto de criança; consultar
diariamente o horóscopo ajuda a tomar atitudes corretas; consultar regularmente
os tarôs e as cartomantes garante o sucesso na vida; as velas iluminam as almas
que estão nas trevas; em casa defumada o diabo não entra; o canto da coruja
rasga mortalha é morte na certa.
"Não deis ouvidos aos vossos profetas, aos vossos adivinhos, aos vossos sonhos,
aos vossos agoureiros e aos vossos encantadores" (Jeremias 27.9).
170
"Quando vos disserem: Consultai os médiuns e os feiticeiros que chilreiam e
murmuram entre dentes, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus?
Acaso a favor dos vivos se consultarão os mortos?" (Isaías 8.19).
"Todo aquele que é nascido de Deus, não vive pecando; antes o guarda, Aquele
que nasceu de Deus, e o maligno não lhe toca" (1 João 5.18).
“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois que me ungiu para pregar a liberdade
aos cativos, restaurar a vista aos cegos [espirituais] e pôr em liberdade os
oprimidos” (Lucas 4.18-19).
“Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mateus 22.29).
Parte XXXIII
ESPIRITISMO CRISTÃO
(1) “Cristão [do gr. Christhos, messias] – Aquele que vive de conformidade com os
ensinamentos de Cristo. Não basta crer em Cristo para ser cristão; é necessário,
antes de tudo, executar os mandamentos deixados por Ele. Os melhores cristãos
são os que se parecem com Cristo. Foi em Antioquia que os seguidores de Cristo
passaram a ser conhecidos como cristãos - At 11.26” (Dicionário Teológico,
Claudionor C. de Andrade). (2) “Cristão [Do lat. Chrstianu] – Do, ou relativo ou
pertencente ao cristianismo. Que o professa. Aquele que professa o cristianismo,
que é sectário dele” (Dicionário Aurélio). “Cristão– Seguidor de Cristo - At 11.26”
(Dicionário da Bible Online).
171
Em síntese, ser cristão é crer que Jesus é o Filho de Deus, o Verbo que estava no
princípio com Deus e que era Deus, e que se fez homem e habitou entre nós (Jo
1.1,2,14; 3.18); é ser obediente aos Seus mandamentos (Jo 14.21); é ensinar o
Evangelho que Ele nos ensinou (Mt 28.19-20); é crer que a Bíblia registra com
fidelidade o Seu Evangelho (Jo 14.26); é crer que a Bíblia é a única regra de fé e
prática (Jo 17.17; Rm 10.17; 2 Tm 3.16-17).
A Divindade de Jesus
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. O
Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1.1,14). “Quem me vê a mim, vê o
Pai” (Jo 14.9; cf. Jo 8.19). “Eu e o Pai somos um. Sendo homem, te fazes Deus a
ti mesmo” (Jo 10.30-33). “Em verdade, em verdade eu vos digo: Antes que Abraão
existisse, Eu Sou” (Jo 8.58). “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo,
o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16; cf Mt 14.33; Lc 1.35; Jo 1.49). O título `O Filho de
Deus´, não recusado por Jesus, designa uma relação eterna entre o Filho e o Pai
na Deidade. O Verbo, isto é, o Filho, estava com Deus no princípio e era Deus.
“Ele é considerado `Filho´, não porque em certo tempo começou a derivar Seu ser
do Pai (em tal caso, Ele não poderia ser coeterno com o Pai), mas porque Ele é e
sempre foi a expressão do que o Pai é (cf. Jo 14.9). As palavras em Hebreus 1.3:
`O qual [Jesus], sendo o resplendor da sua glória [de Deus], e a expressa imagem
da sua pessoa [de Deus], são definições do que significa Filho de Deus” (Notes on
Galatians, de Hogg e Vine, pp.99,100, citado pelo Dicionário VINE).
“Esta passagem dos Evangelhos [Jo 1.1,14] é a única que, à primeira vista, parece
encerrar implicitamente uma idéia de identificação entre Deus e a pessoa de
Jesus. Não exprimem senão uma opinião pessoal [de João]. Jesus pode, pois,
estar encarregado de transmitir a palavra de Deus sem ser Deus” (Obras
Póstumas, Alan Kardec, 1993, 1a edição, p. 145 e 146).
172
tem direito à mesma honra que é prestada a Deus (Jo 5.23-24).
Qual a prova de que o que o apóstolo João escreveu foi apenas opinião pessoal?
Todos os quatro evangelistas deram opiniões pessoais, sem valor? Não. A Bíblia é
a palavra de Deus, e foi escrita sob inspiração divina (1 Jo 1.1-3). A sinceridade e
a verdade de suas palavras decorrem da condição testemunhas oculares. Não
emitiram apenas uma opinião pessoal. Eles acompanharam o Mestre em todo o
Seu ministério, do início da pregação do Evangelho até Sua ascensão. Pedro é
incisivo: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos
a sua majestade” (2 Pe 1.16). Os apóstolos não defenderam teses; falaram de
fatos reais por eles presenciados.
A Ressurreição de Jesus
“Mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galiléia” (Mt 26.32; Mc
14.28 = Jesus). “E o entregarão [o Filho do homem] aos gentios para que dele
escarneçam, e o açoitem, e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará” (Mt 20.19 =
Jesus). “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2.19 = Jesus).
“Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de que
lhes dissera isso” (Jo 2.22). “Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus
discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos
principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro
dia” (Mt 16.21). “Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e
vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus
discípulos que já ressuscitou dos mortos” (Mt 28.6-7). “Porque foi para isto que
morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos,
como dos vivos” (Rm 14.9). Vejam o que o Apóstolo diz: “E que foi sepultado, e
que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15.4); “Depois foi
visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos...por Tiago, por todos os apóstolos,
por mim” (vv.6,7,8). Em tom de repreensão, prossegue: “Ora, se se prega que
Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há
ressurreição de mortos? E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação,
e também vã a nossa fé...mas de fato Cristo ressuscitou entre os mortos e foi feito
primícias dos que dormem” (vv.12-20). O significado de ressuscitar: “Fazer voltar à
vida. Tornar a viver, após ter morrido” (Mini Dicionário Aurélio).
173
ressurreição.... Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais
judiciosamente, chama de reencarnação. A ressurreição dá idéia de voltar à vida o
corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível,
sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo
dispersos e absorvidos” (O Evangelho Segundo o Espiritismo (E.S.E.), Allan
Kardec, cap. IV, item 4).
As Aparições de Jesus
“Jesus disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua
mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27).
“As aparições de Jesus depois de sua morte são narradas por todos os
evangelistas com detalhes circunstanciados que não permitem duvidar da
realidade do fato. Aliás, elas se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas
propriedades do perispírito, e nada apresentam de anômalo... Reconhece-se nelas
[nas aparições] todos os caracteres de um ser fluídico. Aparece inopinadamente e
desaparece da mesma forma; é visto por uns e por outros sob aparência, que não
o fazem reconhecido, nem mesmo por seus discípulos. Sua linguagem não tem a
174
vivacidade de um ser corporal; tem o tom breve e sentencioso... Jesus mostrou-
se, pois, com seu corpo perispiritual, o que explica não ter sido visto por aqueles a
quem desejava mostrar-se; se estivesse em seu corpo carnal, teria sido visto por
todos, como quando era vivo” (A Gênese, Allan Kardec, 14a edição, 1985, cap XV-
61, p. 300/301).
“Depois de sua ressurreição, quando ele quis deixar a Terra, não morre; seu corpo
se eleva, se desvanece e desaparece sem deixar nenhum sinal, prova evidente de
que esse corpo era de outra natureza que não aquele que pereceu sobre a cruz;
de onde será forçoso concluir que se Jesus pôde morrer, é que tinha corpo carnal”
(Ibidem, p. 303-304).
Não ficou bem clara a posição de Allan Kardec a respeito do corpo carnal de
Jesus. Se o corpo ressurreto “era de outra natureza”, isto é, diferente do que foi
crucificado, é forçoso perguntarmos onde foi parar o corpo carnal. Ora, o próprio
autor da tese espírita declara que Jesus “tinha corpo carnal”. Eis suas explicações:
Após mostrar-se simpatizante da idéia segunda a qual Jesus nunca teve um corpo
carnal – “sem dúvida, um fato destes não é radicalmente impossível” - , o autor de
A Gênese conclui que “Jesus teve, pois, como todos, um corpo carnal e um corpo
fluídico, o que é confirmado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos
psíquicos que assinalaram sua vida” (Ibidem, cap XV-66, p. 304).
Analisemos:
O espiritismo afirma que Jesus não foi reconhecido e não foi visto em suas
aparições por tratar-se de um “ser fluídico”. O que diz o cristianismo:
175
carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Jesus não se declara
como um “ser fluídico”, um perispírito ou um fantasma. Jesus foi reconhecido por
Maria Madalena (Jo 20.16); reconhecido por Tomé: “Porque me viste, Tomé,
creste” (Jo 20.27-29); reconhecido por alguns discípulos junto ao mar de
Tiberíades: “E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu?
sabendo que era o Senhor” (Jo 21.12); e “foi visto, uma vez, por mais de
quinhentos irmãos...” (1 Co 15.6).
O espiritismo diz que a linguagem de Jesus, nas aparições, “não tem a vivacidade
de um ser corporal; tem o tom breve e sentencioso...”. O que diz o cristianismo:
O espiritismo diz que Jesus mostrou-se com o seu “corpo perispiritual”. O próprio
Jesus responde: “Espírito [ou perispírito] não tem carne nem ossos, como vedes
que eu tenho” (Lc 24.39).
O Corpo de Jesus
O que teria acontecido com o corpo carnal de Jesus? O espiritismo afirma que ele
tinha um corpo carnal e um corpo fluídico, como todos os homens têm. Entendo
que isto seja traduzido como corpo e espírito. O espírito, na Sua morte, foi
entregue ao Pai (Lc 23.46). O Seu corpo foi guardado no sepulcro (Lc 23.53). O
espiritismo não firma uma posição sobre o assunto. Apenas informa que o
“desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte foi objeto de numerosos
comentários”; que os evangelistas declaram que o corpo não foi encontrado no
sepulcro; que uns viram nisso um fato milagroso; outros supuseram uma remoção
clandestina (A Gênese, cap. XV-64, p. 302).
O cristianismo afirma que o corpo de Jesus foi muito bem guardado por soldados
fortemente armados, e a entrada do sepulcro foi fechada com uma pedra que
recebeu o selo imperial romano (Mt 27.64-66). Por se tratar de algo
completamente fora de cogitação, não prosperou a mentira dos judeus sobre o
furto do corpo (Mt 28.11-15). A resposta para o “desaparecimento” do corpo é
simples: (1) “Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que
convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos
sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21);
(2) O Filho do homem “ressuscitará ao terceiro dia” (Mt 20.19; Lc 9.22). A
176
ressurreição corporal de Jesus é a essência do cristianismo. Por fim, ouçamos o
apóstolo Paulo:
“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi; que Cristo foi
sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto
por Cefas e depois pelos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos...
Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre
vós que não há ressurreição de mortos. E, se não há ressurreição de mortos,
também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa
pregação, e também vã a nossa fé. Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as
primícias dos que dormem” (1 Co 15.3-20).
A Bíblia Sagrada
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17 = Jesus). “Eles [os
irmãos do rico que estava em tormentos] têm Moisés e os profetas; ouçam-nos”
(Lc 16.29 = Jesus). Jesus validou o Pentateuco e os Livros Proféticos. “Não
penseis que vim destruir a Lei ou os profetas; eu não vim destruir, mas cumprir;
nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mt 5.17,18).
“Toda a Escritura divinamente é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de
Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3.16-NVI).
Paulo está dizendo que a Bíblia é o padrão para nossa vida cristã, nossa bússola,
nossa regra de fé. “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”
(Mt 22.29 = Jesus). Para o cristão é fundamental conhecer a Bíblia. O Apóstolo
não deixa por menos: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que
não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm
2.15).
Allan Kardec está ensinando que os adeptos do espiritismo deverão ser chamados
“espíritas” ou “espiritistas”, e que a doutrina espírita está contida em O Livro dos
177
Espíritos, isto é, não está na Bíblia. Continua Kardec:
“Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral são
ininteligíveis, parecendo alguns até disparatados, por falta da chave que faculte se
lhes aprenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo... As
instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que
vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho” (E.S.E.
introdução, 90a edição, p. 27,28).
Jesus comissionou seus apóstolos como mestres, considerados por Ele capazes
de dar continuidade ao ensino do evangelho: “Ide...ensinando...e eis que estou
convosco” (Mt 28.19-20). Os apóstolos receberiam o auxílio sobrenatural do
Espírito Santo. “O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas”, vos guiará em
toda a verdade” (Jo 14.26, 16.13). Não a verdade científica ou filosófica, mas toda
a verdade de Cristo. Não confundamos Espírito Santo com espíritos
desencarnados. O ensino do evangelho puro começou a ser ensinado pelos
178
discípulos logo após a ascensão de Jesus (At 2.14). Portanto, não foi uma legião
de espíritos que surgiu em socorro aos discípulos para que melhor entendessem o
evangelho.
O Espírito Santo
“E rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre” (Jo 14.16). A palavra “outro”, traduzida do grego “allon”, significa “outro da
mesma espécie”; e “consolador”, do grego “parakletos”, tem o sentido de “alguém
chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar”. Jesus explica quem é o
Consolador: “Aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho
dito” (Jo 14.26). O Espírito Santo é o que nos convence do pecado, da justiça e do
juízo (Jo 16.8).
“Jesus promete outro Consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não
conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará
para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito... O
Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu
advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei: ensina
todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas... O
Espiritismo vem trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra... Assim, o
Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das
coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na
Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela
esperança” (E.S.E., cap. VI, itens 3 e 4, p. 134-135).
179
Espíritos foi publicado em 1857.
O Juízo Final
“Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb
9.27). Esta palavra é uma pedra no caminho da reencarnação porque contesta a
teoria de muitas mortes e muitos nascimentos e assegura que após a morte
segue-se o juízo. (2) “O Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em
castigo os ímpios para o Dia do Juízo” (2 Pe 2.9). (3) “Uma certa expectação
horrível de juízo” (Hb 10.27). (4) “Para a ressurreição da condenação” (Jo 5.29).
(5) “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de
dar conta no Dia do Juízo” (Mt 12.36 = Jesus). (6) “Porque todos devemos
comparecer ante o tribunal de Cristo” (2 Co 5.10) (7) “E os mortos foram julgados
pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12).
No final dos tempos, os ímpios ressuscitarão e serão condenados ao castigo
eterno (Jo 5.29; Ap 20.5). “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida [do
Cordeiro] foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15; 13.8). A salvação ocorre pela
graça, mediante a fé na Pessoa do Senhor Jesus Cristo (Ef 2.8-9, cf. Jo 3.18 e Rm
10.9).
O Juízo Final não significa extermínio da humanidade. Deus é Deus dos vivos. O
espiritismo não considera a verdade bíblica da ressurreição. Ora, como Jesus
disse, os salvos ressuscitarão para viverem eternamente com Deus (Jo 5.29).
Como vimos, ao ensinar que todos terão a mesma oportunidade de atingir a
180
perfeição, o espiritismo nega a realidade bíblica do Juízo Final. Vale lembrar as
palavras do Mestre, em oposição a tal ensino: “Apartai-vos de mim, malditos, para
o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
“Jesus anuncia seu segundo advento [a Sua volta], mas não diz que virá sobre a
terra com um corpo carnal, nem que o Consolador será personificado nele” (A
Gênese, cap. XVII-45, p.334). “Este quadro [Mt 24.15-22; 6-8; 11-14; 29-34; 37-38]
do fim dos tempos é evidentemente alegórico como a maior parte dos que Jesus
apresenta. As imagens que ele contém são, por sua energia, de molde a
impressionar as inteligências ainda subdesenvolvidas. O Filho do homem vindo
sobre as nuvens do céu, com grande majestade, rodeado de seus anjos e com o
ruído das trombetas, lhes parecia muito mais imponente que um ser investido
apenas de poder moral” (Ibidem, XVII-54, p. 338).
No entender de Kardec, Jesus foi a “segunda revelação de Deus” (E.S.E., cap I-6,
p. 59) e que veio em missão divina nos ensinar a elevada moral evangélica. Logo,
Suas palavras têm uma significativa importância para o espiritismo. Deveriam ter,
pois a Sua promessa de retornar é inconfundível. A Sua vinda e o conseqüente
“resgate” dos seus são promessas bastante claras: “Eu virei outra vez e vos
levarei para mim mesmo”. As vezes em que Jesus falou em parábolas foi para
transmitir através delas uma realidade espiritual, e não uma inverdade. O
arrebatamento da igreja, incompatível com a teoria da reencarnação, não é uma
palavra figurativa. Jesus levaria para Si pessoas que ainda não completaram o
ciclo de encarnações? Como ficariam na vinda de Jesus os espíritos ainda sujeitos
a novas vidas corpóreas para expungir suas impurezas? A verdade do cristianismo
é que os que morreram em Cristo estão salvos; não dependem de sacrifícios pós-
181
morte (Lc 16.22; cf. 1 Ts 4.16-17).
Jesus possui “apenas poder moral” e por isso teria criado um quadro majestoso,
imaginário e irreal de Seu retorno? Vamos ver se o Seu poder é assim limitado:
Ele andou sobre as águas; transformou água em vinho; curou leprosos, cegos e
paralíticos; perdoou pecados; multiplicou pães e peixes; expulsou demônios;
predisse sua própria ressurreição ao terceiro dia, e ainda afirmou que “todo o
poder me é dado no céu e na terra” (Mt 28.18).
Parte XXXIV
ESPIRITISMO GERAL
1. Introdução
O Brasil ainda faz questão de dizer-se católico. E muitos ainda julgam a maior
nação católica do mundo. Mas é incalculável o número de católicos que vão ao
terreiros de umbanda, candomblé, ao centros kardecistas, as advinhas (mãe
Dinah), aos médiuns (Chico Xavier) A proposito a revista Época (8/6/98) trouxe
uma matéria sobre Chico Xavier, o médium kardecista mais famoso do Brasil. Com
88 anos, Xavier, que já foi indicado duas vezes ao prêmio Nobel da Paz (1981 e
1982), continua a dar "consultas" espirituais. Celebridades do meio artístico, como
a apresentadora Xuxa, visitam o médium a fim de pedir uma bênção. O Brasil é
considerado o maior país espírita do mundo, com cerca de 5.500 centros espíritas
kardecistas espalhados pelo território nacional, sem contar com os terreiros de
umbanda, quimbanda e candomblé. Sem sombra de dúvidas a maior nação
espírita do mundo, com mais de 80 milhões de pessoas envolvidas diretamente ou
indiretamente com todas as práticas espíritas possíveis.
182
espiritual brasileira.
Os primeiros negros trazidos como escravos para o Brasil chegaram aqui por volta
de 1530. Vindos principalmente da Nigéria e do Sudão (países da África), os
sudaneses formavam o maior grupo cultural. Entre eles destacavam-se os gegês e
os nagôs. Ao chegarem no Brasil, eram imediatamente colocados à venda nos
mercados de escravos da Bahia e de Sergipe. Outro grande grupo de escravos
trazidos para cá era formado pêlos bantos, cujos componentes vinham de Angola,
de Moçambique e do Congo (também países da África). Chegando no Brasil, os
bantos eram vendidos principalmente nos mercados do Rio de Janeiro, Minas
Gerais e São Paulo. O candomblé originou-se dos bantos. A umbanda originou-se
dos sudaneses.
c) Fachada cristã.
Há muita gente enganada acerca da verdadeira natureza doe espiritismo. Os
183
espíritas, para atraírem os incautos, falam em nome de Cristo, e afirmam que
espiritismo e cristianismo ensinam a mesma coisa. Os espiritas usam a Bíblia,
falam do evangelho , fazem orações e alguns centros tem nome de igreja
espiritual.
e) Liberdade religiosa.
A proliferação das práticas espíritas é o preço que o Brasil tem de pagar pela
liberdade religiosa, cuja garantia é constitucional.
f) As promessas de cura.
Têm sido um dos grandes motivos de aproximação e adesão às práticas espiritas.
As chamadas terapias alternativas (homeopatia, Florais, cromoterapia, etc.) estão
atraindo multidões de doentes para espiritismo. Hoje o curanderismo espírita
continua sendo um dos mais poderosos chamarizes de novos adeptos.
g) Curiosidade.
Nós brasileiros, fomos dotados de uma natureza extremamente curiosa. O véu de
mistério que envolve o espiritismo sempre mexeu com essa curiosidade nata do
brasileiro. Impulsionados por essa força, muitos têm-se dirigido aos lugares onde o
espiritismo é praticado, e, na maioria das vezes, quando dão por si, já estão
acorrentados e profundamente envolvidos nessas praticas.
h) Propaganda espírita.
Hoje a mídia de um modo geral tem colaborado muito para a divulgação do
espiritismo no Brasil. A rede globo com suas novelas (Mandala, Renascer, Anjo de
mim...), seriados Você Decide. Livros de Paulo Coelho, Jorge Amado, Lauro
Trevizam, Lair Ribeiro, Shirley Maclaine e outros. Creio que a mídia é a maior
responsável pela expansão espírita hoje.
Estes são os principais fatores que têm levado o espiritismo a se expandir tanto no
Brasil.
184
A) Espiritismo Comum: Caracteriza-se pela utilização de práticas "sociais", sem os
elementos comuns às sessões mediunicas ou de terreiros. Algumas das sua
divisões são:
1 - Astrologia: "arte ou ciência" de predizer o futuro humano pôr meio dos astros.
Sua maior criação é o popularissimo horóscopo.
2 - Cartomancia: adivinhação pelas cartas de jogar.
3 - Quiromancia: adivinhação pelo estudo das linhas da mão
4 - Quiromancia: adivinhação por intermédio da água.
B) Baixo Espiritismo: Teve suas origens nas crenças trazidas da África pelos
escravos associados às crenças indígenas, católicas-romanas e kardecistas.
Caracteriza-se pelos rituais compostos de músicas e danças, uso de amuletos e
bebidas além de sacrifícios de animais. Segue algumas divisões:
185
5 - Movimento Cristão Gnóstico Universal: Movimento baseado no conhecimento
espiritual e filosófico que procura elevar o homem a divindade.
6 - Esoterismo: Doutrina ou atitude de espírito que frisa que o ensinamento da
verdade deve reservar-se aos iniciados, escolhidos por sua inteligência e valor
moral.
7 - Pró-Vida: Movimento responsável pela maior divulgação das idéias da Nova
Era no Brasil.
8 - Eubiose: Movimento baseado no conhecimento filosófico-religioso que também
procura elevar o homem a sua divindade.
Parte XXXV
EX-ANCIÃO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Revela segredos da organização
O autor trabalhou durante 20 anos para a Organização Torre de Vigia e chegou ao
cargo de "ancião". Desiludido, pediu desligamento. Veja a carta na íntegra: De: Cid
de Farias Miranda Para: Corpo de Anciãos da Congregação Sudeste Data e Local:
186
Fortaleza, 21 de outubro de 1998 "Quando me batizei em abril de 1979, recordo
ter ouvido muitas vezes irmãos dizerem que "os homens eram imperfeitos mas
que a organização era perfeita. Acreditei nisso e defendi esta organização na
minha medida de fé. Dois anos antes do meu batismo, porém, havia lido alguns
livros "apóstatas" e sempre os achava amargos e cheios de ódio. Não gostava e
nem gosto deles porque nunca tive dúvidas quanto às verdades bíblicas básicas
que eles negam tais como a alma que morre, que Deus não é uma Trindade, não
ir à guerra, etc..., embora outras religiões também creiam nestas verdades; os
Unitários não crêem na Trindade, os adventistas não vão à guerra, acreditam no
paraíso na terra, etc; os Cristadelfos não vão à guerra, não acreditam no inferno
de fogo, nem na Trindade, etc. (Veja A Sentinela, 15/01/63, pág. 57 aqui [no livro A
Verdade Sobre as Testemunhas de Jeová]. Várias religiões têm as nossas
mesmas crenças em coisas que estão claras na Bíblia, como o Resgate, a
Ressurreição de Cristo, o fim do sistema de coisas, etc. Os motivos que levam a
abandonar, não a Jeová Deus, mas a organização que se auto-glorifica e se auto-
recomenda como único canal aprovado por Ele, são:
01. Mateus 24.14 é um texto que várias professas religiões cristãs dizem estar
cumprindo ao atingirem e aumentarem, até mais do que nós, o seu número de
adeptos. A Sociedade faz esta pregação principalmente de "porta em porta", que é
uma modalidade, embora o texto de Atos 20.20 diga em grego (Kat´óikon) "em
vossos lares" e não "de casa em casa", pois Paulo diz: "não me refreei de vos
falar coisa alguma que fosse proveitosa, nem de vos ensinar publicamente e em
vossos lares". Este texto deixa claro que há um sentido distributivo e não
consecutivo, como se fosse "de porta em porta". Outrossim, ele dá claramente a
entender neste texto que primeiro pregava "publicamente" e depois visitava as
pessoas "em seus lares". Contudo, não quero aqui tirar o mérito de tal modalidade
nem acho que ela não possa existir. O problema é O QUE, além das "Boas Novas"
estamos levando; O QUE foi acrescentado ao longo de nossa história. Penso nas
centenas de milhares de irmãos que foram e têm sido prejudicados através do que
aprendem nas publicações da Sociedade Torre de vigia, ou a organização (termo
que inclusive parece soar muitas vezes como sinônimo de Jeová).
02. O não ao serviço alternativo (agora permitido), que levou a muitos serem
presos, torturados, etc e que ainda assim a Sociedade diz (por eles, é claro) que
"estão felizes porque agiram de acordo com suas consciências" mas que de fato
agiram conforme a "consciência da própria sociedade".
187
04. As datas que têm sido marcadas mudando as vidas de muitos e que por tantos
anos foram pregadas, divulgadas e fortemente incentivadas como certas.
07. O modo desamoroso em que muitos pioneiros especiais, até mesmo os que
professam ser ungidos (como conheço casos), são tratados quando não podem
mais servir, ficando sem aposentadoria, etc, e o duplo critério aos "ungidos do 3o
mundo e de 3a categoria" - quando os ungidos da sede em Brooklyn recebem
todos os cuidados necessários e amorosos, etc.
08. O ensinamento que nos faz realmente diferentes das outras religiões: 1914 - e
minha certeza de que em 1914 nada do que é dito cegamente com relação à
entronização de Cristo ocorreu, pois há registros de que Charles Taze Russel
havia lido escritores mais antigos nos quais baseou todos os seus cálculos
(principalmente na Grande pirâmide de Gizé a que ele visitou e estudou, pois ele
era um piramidólogo - Veja a foto do túmulo de Russel anexa).
09. Uma das coisas que mais me chocou foi saber que a Sociedade escondeu a
questão sobre os duplos critérios aplicados aos irmãos em Malauf e México,
questão esta que está muito bem documentada nas cartas da Sociedade em Crise
de Consciência, de Raymond Franz, ex-membro do Corpo Governante. Mentiras?
Se fosse assim, acredito que ele estaria preso, pois nos EUA difamar ou caluniar
alguém daria cadeia, com certeza. No entanto, a Sociedade nada poderá fazer se
encontramos suja "assinatura" nestas cartas e o livro se encontra publicado desde
1983 em inglês e em outras línguas.
10. A Sentinela 01/08/82, pág. 27: "A menos que estejamos em contato com este
canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não
importa o quanto leiamos a Bíblia". Compare esta afirmação com João 14.6: "Eu
sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". Isto me
leva a crer o que afirmo no final do ponto 1 sobre a autoridade do "Corpo
Governante" (termo sem base bíblica, sendo uma única reunião de anciãos
registrada am Atos 15.29) como professo instrumento legítimo usado por Jeová
Deus. 11. Passei muito tempo me fazendo estas perguntas:
188
a) Tem Deus uma "organização" na terra - uma do tipo aqui em questão - e que
usa um Corpo Governante para dirigi-la? Onde faz a Bíblia tais declarações?
b) Que a esperança celestial não está disponível a toda e qualquer pessoa que a
adote, que ela tem sido substituída por uma esperança terrena (desde 1935) e que
as palavras de Cristo com relação ao pão e o vinho emblemáticos, "Fazei isto em
memória de mim", não se aplicam a todas as pessoas que depositam fé em seu
sacrifício resgatador? Que textos bíblicos fazem tais declarações?
d) Que os cristãos estão divididos em duas classes, com uma relação diferente
com Deus e Cristo, com base num destino terreno ou celestial? Onde se diz isto?
f) Que os "últimos dias" começaram em 1914, e que quando o apóstolo Pedro (em
Atos 2.17) falou dos últimos dias como se aplicando de Pentecostes em diante,
não queria dizer os mesmos "últimos dias" que Paulo mencionou (2 Timóteo 3.1)?
Onde está escrito?
g) Que o ano civil de 1914 foi o ano em que Cristo foi oficialmente entronizado
pela primeira vez como Rei sobre toda a terra e que essa data do calendário
marca o início de sua parousia? Onde?
h) Que quando a Bíblia diz em Hebreus 11.16 que homens tais como Abraão,
Isaque e Jacó estavam "procurando alcançar um lugar melhor, isto é, um
pertencente ao céu", não há possibilidade alguma disto significar que eles teriam
vida celestial? Onde?
Assim, meus irmãos, nenhum único ensino da sociedade aí considerado pode ser
apoiado por qualquer declaração óbvia e direta das Escrituras. Cada um destes
exige por sua vez explicações complicadas, combinações complexas de textos e,
em alguns casos, o que se poderia considerar como uma ginástica mental, na
tentativa para apóia-lo. Mesmo assim, estes ensinos foram usados para julgar o
cristianismo das pessoas; foram apresentados como base para determinar se as
pessoas que têm devotado suas vidas no serviço a Deus são apóstatas!
189
Assim, reafirmando meu amor por todos os meus irmãos, vou orar para que todos
vocês façam seu próprio julgamento sobre o que aqui coloco sinceramente.
Continuo acreditando e jamais vou deixar de acreditar em tudo aquilo que a Bíblia
diz e não me considero um "apóstata". Mas por motivo de consciência, e convicto
de que, embora essa organização ensine muitas coisas boas e produza ainda
muitas pessoas honestas (compare com a revista Veja 14/10/98, pág. 34, anexo)
peço meu total desligamento e vínculo com a Sociedade Torre de Vigia e despeço-
me daqueles com os quais tenho convivido, não porque não mais desejo sua boa
associação, mas por saber que não mais me será permitido falar com os mesmos,
nem me associar livremente com todos. Atenciosamente, Cid de Farias Miranda.
Parte XXXVI
IGREJA E SEITA
O assunto não é novo porque, já nos primeiros dias da Igreja Cristã, facções,
partidos, dissensões e heresias pretendiam dominar a cena. É bastante ir a
1Coríntios 1, e ler o apelo, verdadeiro clamor, que faz Paulo, apóstolo, ao dizer:
"Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes
no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes sejais unidos no mesmo
pensamento e no mesmo parecer. Pois a respeito de vós, irmãos meus, fui
informado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com
isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou, Eu de Cefas;
ou, Eu de Cristo. Será que Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado por amor de
vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?"(versos 10-13).
"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande
desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus
próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às
fábulas" (2Tm 4.3,4),
e assim se introduzem nas vidas e mentes dos que lhe dão ouvidos e, por essa
razão, estão "sempre aprendendo, mas nunca podendo chegar ao pleno
conhecimento da verdade" (2Tm 3.7).
190
COMPREENDENDO CONCEITOS
COMO DISTINGUIR?
O precursor desses estudos foi Ernst Troeltsch, historiador e teólogo alemão que,
por volta de 1912, dividiu os grupos religiosos em duas largas avenidas. A um
grupo chamou "tipo igreja", a outro, "tipo seita". Convém salientar que são "tipos"
ideais e não rígidos, até porque grupos que, de acordo com a sociologia, teriam
começado como seitas, em outro momento tornam-se de "tipo igreja".
191
com a sociedade. Está mais para as camadas desfavorecidas ou
sem poder; sua liderança é em geral, leiga, e pontua-se,
geralmente, o misticismo e o ascetismo. Esta é uma abordagem
de lato sensu..
192
prática do Novo Testamento, e dos princípios da Reforma.
"Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém
lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão
escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta
profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que
estão descritas neste livro".
De que Cristo estão falando? Há muito Cristo que não corresponde ao do Novo
Testamento. É o caso do Jesus de certas seitas que nada tem com o Filho de
Deus. De que Espírito Santo estão falando? Muita coisa tem sido atribuída ao
Espírito Santo, e que não tem respaldo na Bíblia; tanta coisa procedente de
estados emocionais perturbados, ou peculiaridades de temperamento, de
indisposição orgânica, e de má formação doutrinária. O Espírito Santo de certos
grupos é exaltado acima do nome de Jesus, a respeito de quem diz o Novo
Testamento:
"Para que o nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus e na
terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus cristo é Senhor, para
Glória de Deus Pai" (Fp. 2. 10, 11; cf. 1Co 8.6; Ap 5.13).
193
De que salvação fala o púlpito de certos movimentos? Salvação pelo próprio
esforço? Pelo conhecimento (como pregam grupos neognósticos)? Salvação que
tem que ser sustentada pela guarda do sábado, senão se a perde?
Sem dúvida, o passado tem muitas lições a nos ensinar. Há nestes dias uma
situação muito semelhante àquela anterior ao grito de Reforma: a Bíblia está
sendo anunciada cada vez menos. Cresce a indiferença para com a sã doutrina.
A autoridade e seriedade dos pastores evangélicos vêm sendo contestadas,
duvidadas e rebaixadas, trazendo como triste conseqüência a falta de respeito
pelo santo e legítimo ministério. Se olharmos para 483 anos atrás, veremos os
líderes da Reforma olhando igualmente para a Igreja do primeiro século, o que os
desafiou a retornar ao ensino apostólico.
O apóstolo Paulo até disse: "Porque lhes dou testemunho de que têm zelo
por Deus, mas não com entendimento" (Rm 10.2). Muito movimento sectário
tem zelo por Deus, mas é falto de entendimento. Quanto a nós outros,
porém, "retenhamos, firmemente, a nossa confissão" (Hb 4.14b): a confissão
acerca de Jesus e seus ensinos, acerca do pecado como rebelião ativa
contra Deus, a doutrina da Igreja de Cristo, Igreja militante que não se
confunde com qualquer corpo terreno, movimento ou igreja local, mas é a
vitoriosa e gloriosa multidão de todos os fiéis de Jesus Cristo nos céus e os
que ainda estamos na terra.
194
E quanto a "Só a Escritura"? Adiciona livros para complementar a Bíblia? A
tradição? Outra fonte tida como profética?
Parte XXXVII
HERESIAS NEOPENTECOSTAIS
195
A impressão que se tem é que o evangelho, da forma que foi anunciado pelos
apóstolos nos primeiros tempos, já não serve para os dias atuais. Falar de
pecado, arrependimento, perdão e santidade se tornou antiquado, obsoleto,
repreensível. É preciso entreter os ouvintes, apresentar uma nova atração a cada
semana, tudo semelhante ao que vemos na sociedade consumista. Mas o que é
preciso mesmo, e com urgência, é botarmos a boca no trombone e denunciar o
que estão fazendo com o evangelho.
Mais incrível é o uso de urina para demarcar território. Essa você não vai acreditar.
Está no referido endereço. Em Curitiba, um grupo de irmãos, liderado pelo pastor
da igreja, entendeu que deveria demarcar seu território com urina, como fazem os
leões e lobos. Após beberem muita água para encher bem a bexiga, seguiram
para pontos estratégicos da cidade e passaram a URINAR. Quando li a notícia,
pensei que a palavra estivesse errada. Talvez fosse REUNIR. Mas era urinar
mesmo. Foram horas e horas urinando. O comboio de veículos parava em pontos
196
preestabelecidos, e, ali, a um sinal, um deles aliviava a bexiga. Ora, esse tipo de
lógica poderá levar irmãos a situações mais degradantes ainda. Degradantes,
patéticas e irracionais. Algum irmão desse grupo poderá descobrir que
determinada espécie animal demarca seu território com suas próprias fezes.
Certamente não atentaram para o contido no Art. 233 do Código Penal que trata
da prática de "ato obsceno em lugar público", e estipula a pena de detenção de
três meses a um ano, ou multa. A jurisprudência indica que a micção em lugar
público configura o crime previsto no referido Artigo, ainda que não haja intenção
de vulnerar o pudor público.
O Apóstolo Paulo confessa que "orou três vezes ao Senhor" para que o livrasse de
um espinho na carne. Mas o Senhor, em vez de atendê-lo, respondeu: "A minha
graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Reconhecendo a
vontade soberana de Deus, Paulo se conforma e continua com seu espinho. E
declara: "Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas", pelo que
"sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições,
nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte"
(2 Co 12.7-10). A orientação para esses casos, nos púlpitos festivos, é a seguinte:
"Exija de Deus seus direitos". Sofredores como o Apóstolo, o servo Jó e muitos
outros desconheciam esse caminho "legal" para exigir direitos assegurados.
197
posição inferior àquele a quem pede. É esse o verbo usado em João 14.13 - "E
tudo quanto pedirdes em meu nome..." - e 14.14 - "Se pedirdes alguma coisa em
meu nome, eu o farei". "Pedir", do grego erõtaõ, indica com mais freqüência que o
suplicante está em pé de igualdade ou familiaridade com a pessoa a quem ele
pede, como, por exemplo, um rei fazendo pedido a outro rei. "Sob este aspecto, é
significativo destacar que o Senhor Jesus NUNCA usou o verbo aiteõ na questão
de fazer um pedido ao Pai", por ter dignidade igual Àquele a quem pedia. (Jo
14.16; 17.9,15,20 - Fonte: Dic. VINE). Por essas e outras, há muita gente
confundindo alhos com bugalhos.
Repassa-se a idéia de que crente não deve chorar nem passar por qualquer tipo
de sofrimento. Crente deve ser próspero. A verdade, por muitos desconhecida, é
que a fidelidade a Deus não nos garante uma vida livre de dores, aflições e
sofrimento. Dizer que aos crentes e fiéis dizimistas está garantia uma vida de
flores, sem lágrimas, sem luta espiritual, sem aperto financeiro, é conversa para
boi dormir. Jesus disse que seus seguidores deveriam carregar sua própria cruz,
caminhar por um caminho apertado e passar por uma porta estreita "No mundo
tereis aflições; na verdade todos os que desejam viver piamente em Cristo
padecerão perseguições" (Jo 16.33; 2 Tm 3.12). Era da vontade de Deus que
Paulo pregasse o evangelho em Roma. Apesar de sua fidelidade a Deus, os
caminhos lhe foram difíceis. Enfrentou provações várias, naufrágio, tempestade,
prisões.
Não podemos fazer ouvidos moucos à zombaria e piadas em torno desse "outro
evangelho". As pessoas tendem a nivelar todas as Igrejas Evangélicas pelo que vê
na televisão, ou pelo que vê num ou outro culto. Eu pensaria da mesma forma se
não fosse evangélico. É preciso esclarecer a opinião pública sobre o que diz a
Bíblia a respeito de cada nova idéia extravagante. Que se façam ouvir as vozes e
o protesto dos líderes que defendem a pregação de um evangelho livre de
heresias e irracionalidade.
Sem conhecer a verdade bíblica se torna difícil detectar as heresias. Ouça este
conselho: não coma pela mão dos outros, mas examine você mesmo se o que o
seu pastor prega está de acordo com a Palavra. Se você não estiver devidamente
preparado para esse exame, consulte outros irmãos. 19.01.2004
Parte XXXVIII
"HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO" II
Os mortalistas se esforçam para superar os óbices advindos da declaração de
Jesus ao ladrão na cruz, conforme Lucas 23.43. Pelos menos indica interesse em
defender suas crenças. Afirmam eles que a parte imaterial do homem
sucumbe com o corpo na sepultura. A Bíblia diz que não sucumbe. E
198
Jesus disse que naquele mesmo dia de sexta-feira o ladrão, isto é, seu
espírito, estaria no paraíso. Quem subiu não foi o corpo, mas o espírito.
Logo, a alma, imortal, se separa do corpo e segue para o mundo invisível.
Morte de Cruz
Texto básico
Introdução - Para muitos, o texto exarado em Lc 23:43, é uma prova de que após
a morte, o morto continua vivo em algum lugar. Entretanto, quando buscamos na
Bíblia, na cultura daquela época e nas evidências textuais deparamos com uma
outra realidade acerca desse texto.
Nota: O condenado ao ser crucificado, morria por causa da cruz, isto é, “morte de
cruz”, Fp 2:8 e não “na cruz”. Portanto, a meta dessa lei não era matar e sim
deixar morrer na cruz. Contexto cultural - Um condenado a morte “de cruz”,
normalmente demorava dias para morrer na cruz. E, na época em Cristo morreu
“de cruz”, havia uma tradição entre os judeus que não permitia que o condenado
199
ficasse dependurado na cruz no dia de sábado, neste caso, quebravam lhe as
pernas e era descido do madeiro e ficava assim até o fim do sábado. Na descrição
do apóstolo João, ele fez questão de frisar essa cultura “dos judeus” em relação
esse costume, pois os fatos que ali estavam acontecendo ocorreram nos últimos
instante da “sexta”: “Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos
na cruz, visto que era véspera do sábado, pediram a Pilatos que se lhes
quebrassem as pernas, e fossem tirados”, Jo 19:31.
Evidência textual - “Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos
na cruz, visto que era véspera do sábado, rogaram a Pilatos que lhes quebrassem
as pernas e fossem tirados. Foram, pois, os soldados e, na verdade, quebraram
as pernas ao primeiro e ao outro que com ele (Cristo) foi crucificado. Mas, vindo a
Jesus e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas (porque já estava morto)”,
João 19:31-33.
A finalidade de quebrar as pernas dos condenados não era para mata-los, e sim
para tira-los da cruz, pois o sábado se aproximava. Para mata-los, bastava uma
lancetada no coração ou no fígado deles. O quebrar as pernas foi uma iniciativa
dos judeus (por causa da cultura deles) e não dos soldados romanos, eles haviam
pedido a Pilatos e ele atendeu, e mandou os soldados fazer o que os judeus
pediram, e quanto a Jesus, suas pernas só não foram quebradas “porque já
estava morto”, não havendo, portanto, necessidade de quebra-las para deixa-Lo
ao pé da cruz durante o sábado como aconteceu com os dois ladrões. Outro fato
que corrobora com esse estudo é o pasmo de Pilatos: “E Pilatos se admirou de
que (Cristo) já estivesse morto”, Mc 15:44. Talvez ele tenha até dito: “Já morreu?!!
Por que “Pilatos se admirou”? Por certo, Pilatos veterano em mandar pessoas
para cruz, já estava acostumado com as crucificações, e admirou se diante de um
fato inusitado: Era algo in-co-mum, alguém morrer no mesmo dia da crucificação!
Está é outra evidência textual que indica que os ladrões não morreram no mesmo
dia que Cristo. Portanto, a palavra “hoje” exarada no texto em lide (Lc 23:43) é tão
somente uma expressão idiomática, a qual perde força e significados noutra
língua. Portanto, a força da interpretação dos irmãos “imortalistas” está em cima
de uma base vulnerável. Expressões tais como: “Em verdade, em verdade te
digo”; “Em verdade te digo”; “Em verdade te digo hoje”; “Na verdade” e etc.,
tinham o mesmo sentido lingüístico para os judeus da época de Cristo. Portanto, a
ênfase que os imortalistas dão a palavra “hoje” no texto em lide, é fruto de um
anacronismo seguido de uma pseudo prova “encontrada” na transliteração do
texto. Além disto, para sustentarem o que a cultura dos judeus da época de Cristo
e as evidências textuais não sustentam, os tradutores inseriram até uma palavra
espúria (“que”) no texto para reforçar a idéia pretendida. E quanto a vírgula depois
da palavra “hoje” é fruto dos bem intencionados, porém equivocados, tradutores
que criam tal como os irmãos “imortalistas” crêem.. Foi somente no Séc. VIII é que
200
foram introduzidos nos manuscritos alguns sinais de pontuação e no Séc. IX
introduziram o ponto de interrogação e a vírgula. Portanto, a palavra “que” não foi
escrita por Lucas e nem a vírgula foi posta por ele.
“Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como
era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes
quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade,
quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado. Mas,
vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos
soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” (Versão
Trinitariana). Vejamos os comentários de diversos apologistas:
“Por ser a véspera do sábado, os líderes dos judeus desejam que os corpos sejam
removidos.
Para apressar a morte, era costume quebrar as pernas dos malfeitores. Isto foi
feito no caso dos dois ladrões, porém Jesus já estava morto. A decisão de não
quebrar as pernas de Cristo, tanto como o penetrar da lança no seu lado,
cumpriram profecias do Velho Testamento (Sl 34.20; Zc 12.10)” (O Novo Dicionário
da Bíblia, Vol. II, 1990, p. 1097).
201
“Quando era necessário apressar a morte do condenado, quebravam-lhe as
pernas. Assim fizeram aos dois ladrões que foram crucificados com Jesus, Jo
19.31-33” (Dicionário da Bíblia, John D. Davis, 21ª edição, Candeia/Juerp, p. 141).
“Perna (grego skelos), “a perna, do quadril para baixo”, é usado somente para se
referir à quebra das “pernas” dos malfeitores crucificados, para acelerar a morte
(Jo 19.31-33; prática habitual, não executado no caso de Jesus, em cumprimento
de Ex 12.46; Nm 9.12). A prática era conhecida como skelokopía (derivado de
koptõ), ou, em latim, crurifragium (formado de crus, “perna”, e frango, “quebrar”)”
(Dicionário VINE – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e
do Novo Testamento – W. E. Vine e outros, CPAD, 2002, 1a edição em português,
p. 871).
“Consentiu Pilatos em que suas pernas fossem quebradas; qual era a maneira dos
judeus para apressar em parte a morte, desde que, de acordo com sua lei, o corpo
deveria ser retirado da cruz antes da noite; e em parte isso pôde ser para saber se
a pessoa foi corretamente executada, [ou que de fato está morta] (Bíblia Online –
John Gill´s Expositor).
Como se vê, o “quebrar as pernas para apressar a morte” é raciocínio aceito por
muitos, exceto pelos aniquilacionistas. Eles vêem nessa sutileza a possibilidade
de darem sustentação bíblica à tese da mortalidade.
202
palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar:
“Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em
seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia
recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele
na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como
apoio o prego dos pés, inimaginável. A respiração se torna mais
ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a
palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar:
“Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em
seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia
recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele
na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como
apoio o prego dos pés, inimaginável! (Relato do médico francês
Dr. Barbet, professor-cirurgião).
Morte na Cruz
“Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado
com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens,
ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia,
dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de
Jerusalém e do sacro Templo, negando o tributo a César, tendo ainda o
atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe,
dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e que seja
vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos
ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente
com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas”.
203
também em alguém houver pecado, digno de morte, e haja de morrer, e o
pendurares num madeiro, o seu cadáver [o corpo morto] não permanecerá
no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia” (Dt 21.23). Ou seja:
morre na cruz e de lá sai direto para a sepultura. Não foram crucificados para
morrerem aos pés da cruz, mas na cruz.
A Questão do “Hoje”
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (João Ferreiras de
Almeida: revista e atualizada no Brasil; revista e corrigida, edição de 1995).
“Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no Paraíso” (Nova Versão Internacional,
International Bible Society).
“Eu lhe afirmo que hoje você estará comigo no paraíso” (A Bíblia na Linguagem de
Hoje, Soc. Bíblia do Brasil, 1988).
“Truly I say to you, Today you will be with me in Paradise” (Bible in Basic English.
Fonte: Online Bible).
“And he said unto him, Verily I say unto thee, To-day shalt thou be with me in
Paradise” (1901 – American Standar Version. Fonte: Online Bible).
“Entonces Jesús le dijo: De cierto te digo, que hoy estarás conmigo en el paraíso”
(1569 – Las Sagradas Escrituras. Fonte: Online Bible).
“And Jesus said unto him, Verily I say unto thee, To day shalt thou be with me in
paradise” (1789 Authorised Version. Fonte: Online Bible).
“I tell you in solemn truth," replied Jesus, "that this very day you shall be with me in
Paradise." (1912 – Weymonth New Testament. Fonte: Online Bible).
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (João Ferreira de
Almeida, Edição Corrigida Fiel – Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil).
204
Estarás comigo no Paraíso” (Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas, Editora Sociedade Torre de Vigia para
Bíblias e Tratados). A versão desse grupo não cristão, conhecido
por Testemunhas de Jeová, não é confiável, haja vista as muitas
alterações produzidas na “sua” versão, para acomodar suas
doutrinas (Leiam “Quem é Jesus para as Testemunhas de
Jeová”).
Sobre o assunto, eis parte dos comentários de John Gill´s Expositor, em CD-Bíblia
Online – Sociedade Bíblica do Brasil:
“Some would remove the stop, and place it after "today", and read the words thus,
"I say unto thee today"; as if Christ only signified the time when he said this, and
not when the thief should be with him in paradise; which, besides it being
senseless, and impertinent, and only contrived to serve an hypothesis, is not
agreeably to Christ's usual way of speaking, and contrary to all copies and
versions. This instance of grace stands on record, not to cherish sloth, indolence,
security and presumption, but to encourage faith and hope in sensible sinners, in
their last moments, and prevent despair”. Tradução: “Alguns removem a
pontuação, e colocam-na após o "hoje", e lêem as palavras assim: “Eu digo hoje",
como se Cristo estivesse declarando somente o tempo em que ele fez a
promessa, e não o tempo em que o ladrão subiria com ele para o paraíso. Além de
essa interpretação ser descabida e sem sentido algum, e inventada somente para
servir a uma hipótese, não é conforme a maneira usual do discurso de Cristo, e
contrária a todas as cópias e versões. Este exemplo da graça divina está
registrado não para estimular a indolência, segurança e presunção, mas para
incentivar a fé e a esperança em pecadores sensibilizados, em seus últimos
momentos, e para impedir o desespero”.
A pontuação e a conjunção
“Hoje (do grego Semeron): Em Lucas 23.43, “hoje” deve ser ligado à
declaração: “estarás comigo no Paraíso”; não há razão gramatical para a
205
insistência de que a ligação deva ser com a declaração “Em verdade te
digo”, nem tal idéia é feita necessária por exemplos da Septuaginta ou do
Novo Testamento; a ligação dada é a correta. A promessa que o Senhor
Jesus fez ao ladrão arrependido foi cumprida no mesmo dia; Jesus, quando
morreu, entregou o espírito ao Pai e foi imediatamente em espírito ao próprio
céu, o lugar da habitação de Deus. Para lá o apóstolo Paulo foi levado (2 Co
12.4), mencionado como o terceiro céu. A mesma região é mencionada em
Apocalipse 2.7” (Dicionário VINE – páginas 692 e 849).
Pilatos admirou-se
Estudos correlatos:
Parte XXXIX
“HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO"
Os exterminadores de almas (vejam os artigos “Reflexões sobre a Imortalidade da
Alma” e “Os Exterminadores de Almas”) ficam embaraçados quando sua tese é
contestada com base na palavra de Jesus ao ladrão arrependido. Não crêem que,
na morte, a alma se separa do corpo, isto é, que a alma é imortal.
206
“Ainda não subi para o Pai” – Contradição?”).
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (João Ferreiras de
Almeida: revista e atualizada no Brasil; revista e corrigida, edição de 1995).
“Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no Paraíso” (Nova Versão Internacional,
International Bible Society).
“Eu lhe afirmo que hoje você estará comigo no paraíso” (A Bíblia na Linguagem de
Hoje, Soc. Bíblia do Brasil, 1988).
“Truly I say to you, Today you will be with me in Paradise” (Bible in Basic English.
Fonte: Online Bible).
“And he said unto him, Verily I say unto thee, To-day shalt thou be with me in
Paradise” (1901 – American Standar Version. Fonte: Online Bible).
“Entonces Jesús le dijo: De cierto te digo, que hoy estarás conmigo en el paraíso”
(1569 – Las Sagradas Escrituras. Fonte: Online Bible).
207
“And Jesus said unto him, Verily I say unto thee, To day shalt thou be with me in
paradise” (1789 Authorised Version. Fonte: Online Bible).
“I tell you in solemn truth," replied Jesus, "that this very day you shall be with me in
Paradise." (1912 – Weymonth New Testament. Fonte: Online Bible)
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (João Ferreira de
Almeida, Edição Corrigida Fiel – Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil).
Vejam onde fomos encontrar um registro destoante, que atende à pretensão dos
exterminadores: “Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso” (Tradução
do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, Editora Sociedade Torre de Vigia para
Bíblias e Tratados). A versão desse grupo não cristão, conhecido por Testemunhas
de Jeová, não é confiável, haja vista as muitas alterações produzidas na “sua”
versão, para acomodar suas doutrinas (veja “Quem é Jesus para as Testemunhas
de Jeová”).
Sobre o assunto, vejamos parte dos comentários de John Gills Expositor, em CD-
Bíblia Online – Sociedade Bíblica do Brasil:
“Some would remove the stop, and place it after "today", and read the words thus,
"I say unto thee today"; as if Christ only signified the time when he said this, and
not when the thief should be with him in paradise; which, besides it being
senseless, and impertinent, and only contrived to serve an hypothesis, is not
agreeably to Christ's usual way of speaking, and contrary to all copies and
versions. This instance of grace stands on record, not to cherish sloth, indolence,
security and presumption, but to encourage faith and hope in sensible sinners, in
their last moments, and prevent despair”.
Tradução:
208
Conheçamos o que diz o Dicionário VINE: “Hoje (do grego Semeron): Em Lucas
23.43, “hoje” deve ser ligado à declaração: “estarás comigo no Paraíso”; não há
razão gramatical para a insistência de que a ligação deva ser com a declaração:
“Em verdade te digo”, nem tal idéia é feita necessária por exemplos da
Septuaginta ou do Novo Testamento; a ligação dada é a correta”.
Parte XXXX
MAÇONARIA
I - Introdução
A Maçonaria sempre fez grande alarde para engrossar suas fileiras. A fim de
alcançar seu objetivo com mais facilidade, usa de palavras grandiosas, esconde
sua verdadeira fisionomia e mostra ao público tão somente um rosto mascarado.
Toma aparências de sociedade literária, científica, filantrópica etc.
Os maçons que estão dentro das igrejas não querem admitir que ele seja
condenável pela Bíblia e por isso julgam poder ser maçom sem nenhum pecado.
Para lhes mostrar e demonstrar o seu erro há dois caminhos:
A Bíblia;
A Maçonaria em si mesma.
II - História da Maçonaria
209
IV - Ensinos religiosos
O uso da Bíblia
3. Jesus Cristo
Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem (Jo 1:1;14; Is. 7:14; Mt 1:21-23)
O próprio Jesus ensinou que devemos orar em seu nome (Jo 14:13,14)
A maçonaria se envergonha do nome de Jesus. Este nos mandou pregar o
Evangelho e todas as pessoas e disse que se alguém se envergonhar dele,
ele também se envergonhará de tal pessoa (Mt 28:19; Mc 16:15; Mt 10:32,33)
4. A Ceia Mística
210
Forma da sua realização:
Palavras proferidas : "Comei e dai de comer aos que tem fome" e "bebei e dai de
beber aos que tem sede".
4.1. Refutação: Mt 26:26-28; I Co 11:23-26.
6. O patrono
V. Conclusão:
Não é possível ser cristão e maçom ao mesmo tempo. Existem pelo menos três
razões pelas quais o cristão não deve tornar-se maçom, ou, em sendo, renunciar à
maçonaria:
1. Mordomia do tempo.
VI. Apêndice
1. O juramento
211
de caráter mundano (I Co 6:19-20)
Esse juramento estabelece uma sociedade/fraternidade indissolúvel de crentes
com fiéis (II Co 6:14-17)
Até mesmo no Antigo Testamento já se proibia a promessa de guardar segredos
que ainda se ignora (Lv 5:4)
2. Blasfêmia:
3. Os Landmarks
São considerados como as antigas leis que regem a Maçonaria universal, três
deles são fundamentais:
3.1. Refutação:
4. A Maçonaria e a Igreja
212
cumprimento de seus propósitos em relação ao seu povo. (Is 45:1-4; Jr 25:9;
27:6-8).
Parte XXXXI
“MINHA IGREJA É PIOR DO QUE TERREIRO DE MACUMBA"
O relato a seguir é continuação do artigo "O Boi do Sacrifício e o Sacrifício da
Oferta". Trata-se de testemunho verdadeiro de quem esteve lá, viu e ouviu. A
testemunha não autorizou a divulgação do seu nome nem do nome da igreja, da
qual já se desligou.
"Pastor, eu fiquei realmente estarrecida!! Passei ontem o dia todo lendo o material
que o senhor me mandou. Os cultos da Igreja ... é igualzinho ao que aquele ex-
pastor relatou. Chego á conclusão que aquele lugar nunca pertenceu a Deus”.
Depois ele disse. ("Eu Creio, diga graças a Deus bem forte pra Jesus"), e logo em
seguida disse ("Tá Ligado pessoal?") As pessoas bateram palmas e ele disse
Amém”.
“Depois disso ele cantou uma música, fez uma brincadeirinha para descontrair, e
logo em seguida perguntou para todos lá reunidos se alguém sabia quem era o
Dono do Ouro e da Prata, e todos responderam que era Deus. Ele concordou e
disse: - “Mas de prata já estamos cansados, queremos o Ouro”. E mandou os
obreiros pegar uns saquinhos amarelos e entregar às pessoas. Explicou que era
213
pra pegarmos todas as moedas que tivéssemos em casa, e rapar tudo(moedas de
troco, gavetas, etc..), colocar dentro do saquinho e levar depois pra Igreja;
disse que Deus nos abençoaria com o Ouro; então fez todo aquele "Ritual
que parece Teatro", cantou mais uma música, aí veio a oferta. Disse para as
pessoas ofertar com que podia, com R$100,00, R$50,00, R$10,00, R$5,00 ou
R$1,00, depois fez uma oração e se despediu de todos e encerrou a reunião”.
”Pastor, agora quanto à Fogueira Santa, eu achei que era apenas uma por
ano, mas pelo o que eu entendi, esta fogueira acontece duas ou três vezes
ao ano”.
“Para mim foi uma decepção muito grande. Eu estava com o meu coração
totalmente aberto e puro, e eles pisaram na bola, mas ainda bem que eu
enxerguei isso a tempo. Mas o que me dá dó mesmo, são aquelas pessoas
humildes sem nenhuma cultura e sem informação. E o pior é que se eu tentar abrir
os olhos delas, elas irão dizer que eu estou com o diabo no corpo”.
”Pastor, eu tenho uma conhecida que perdeu o filho dias atrás assassinado, e ela
participa das reuniões da Igreja, há anos. Ela é pobre, trabalha de dia pra
defender a janta da noite; o filho dela morreu no dia 28/12/04, e eu fui no velório
dele; o coitado não teve nem um enterro digno, ela disse que o único dinheiro que
ela tinha, era o da "Fogueira Santa" e que não iria tocar no dinheiro de jeito
nenhum. E o pior o Senhor não sabe, ela ligou para o pastor no dia do velório para
ele ir orar por todos os que estavam ali presentes, e ele foi. Agora vem a pergunta:
será que ele não pensou nem um pouquinho na situação que se encontrava
aquela mulher? Será que ele se lembrou dela no Domingo passado quando ela
subiu com o envelope no altar para entregar o sacrifício?”
”Olha Pr Airton, é muita falta de Jesus no coração; não é julgar. Todos nós somos
pecadores, mas estes pastores e esta Igreja passaram dos limites; é muita
maldade. Essa Igreja está pior do que qualquer terreiro de Macumba; eles usam o
nome de Deus, e são os próprios demônios. E que Deus me perdoe se eu estiver
sendo injusta".
Parte XXXXII
214
NOVA ERA: O VELHO CANTO DA SEREIA
Homero descreve em seu poema épico "Odisséia" o perigo que Ulisses enfrentou
ao navegar no Mar Egeu, no seu regresso a Ítaca, sua pátria, depois da batalha de
Tróia. Ninguém podia escapar com vida após ouvir o mavioso canto das sereias.
Elas exerciam um poder irresistível sobre seus ouvintes, que, inebriados, se
atiravam nas águas e nunca mais voltavam. Ulisses, herói da mitologia grega e
símbolo da capacidade humana de superar adversidades, resolveu conhecer esse
canto, sem contudo colocar em risco sua vida. Era homem conhecido por sua
valentia, prudência e esperteza. O ardil do cavalo de madeira garantiu-lhe a vitória
em Tróia. Estava disposto ao confronto. Então ordenou aos seus marujos que o
amarrassem ao mastro do seu navio para que pudesse ouvir o canto mortal. Os
marujos taparam os ouvidos com cera. Assim, o marido de Penélope e seus
companheiros atravessaram sem perigo aquele pedaço de mar, ouvindo o maldito
canto.
215
conhecimento da vontade de nosso Criador. É a Palavra que está na Bíblia
Sagrada. Para nós só existe um canto, o canto do Senhor nosso Deus.
Não somos guiados ou influenciados por outras vozes: "Mas de modo nenhum as
ovelhas seguirão o estranho; antes fugirão dele, porque não reconhece a voz do
estranho" (João 10.5). Conhecemos a voz do nosso Pastor e as suas diretrizes.
O apóstolo Paulo nos adverte: "Estou zeloso de vós, com zelo de Deus. Tenho-vos
preparado para vos apresentar como uma virgem pura ao marido, a saber, a
Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva, com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se
apartem da simplicidade que há em Cristo" (2 Coríntios 11.2-4). É uma advertência
à igreja em nossos dias, para que estejamos atentos
e preparados para o combate sem trégua contra os laços do inimigo, que vem
através desses ensinos malévolas.
O povo de Deus não baixa a guarda diante de heresias que oferecem o céu
aqui na terra e um mundo sem pecado e sem qualquer forma de castigo
eterno. Em Deuteronômio 11.26 está escrito "Vede, hoje eu ponho diante de
vós a bênção e a maldição. As bênçãos, se ouvirdes os mandamentos do
Senhor vosso Deus, que hoje vos mando. A maldição, se não ouvirdes os
mandamentos do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje
vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes". Esses
"outros deuses" são hoje representados pelas diversas seitas que se
apresentam como guardiãs da verdade absoluta. Em Efésio 4, verso 14, diz o
apóstolo: "Não sejais meninos inconstantes, levados ao redor por todo vento
de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro". E
conclui em Gálatas, cap. 1, verso 8: "Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo do
céu, vos anuncie outro evangelho, além do que já vos anunciamos, seja
amaldiçoado".
Sobre tudo aquilo que lhe for ensinado pergunte onde está escrito na Bíblia, que é
a nossa regra de fé e prática. Compare o ensino recebido com a Palavra de Deus.
Confronte, analise, medite. Não coma pelas mãos dos outros. Compare com a
Palavra o que diz o pastor, o papa, o espírita, seja lá quem for. Ainda que seja um
anjo com uma espada de fogo que lhe apareça em visão ou sonho, examine se o
que ele diz está conforme a Bíblia. Ainda que seja a profecia de um profeta,
afirmando que vem em nome do Senhor, compare a palavra desse profeta com a
profecia maior que é a Palavra de Deus.
216
Transformação Pessoal - Dar-se-á mediante uma experiência pessoal e mística. O
Movimento ensina os meios para obter resultados "positivos". O adepto precisa
assimilar a filosofia da Nova Era e aplicar com zelo suas diretrizes. Essa prática
inclui o uso dos símbolos e apetrechos (incensos, músicas, pirâmides, mantras,
cristais) e constante leitura da farta literatura produzida por seus bruxos. Os livros
de "auto-ajuda", que garantem grande lucratividade aos escritores e livrarias, são
um perigo constante. Através deles os leitores aprendem que podem desligar-se
completamente de Deus. Esta é verdadeiramente a palavra do Diabo, a mesma
que enganou Eva no Éden. Sabemos que a verdadeira transformação se dá pelo
"novo nascimento", tal como ensinou Jesus a Nicodemos. Um nascer de novo que
implica crer em Jesus Cristo e reconhecê-LO como o Filho de Deus, Senhor e
Salvador pessoal.
O Movimento Nova Era é o mais avançado e inteligente plano do Diabo para levar
almas com ele para o inferno. São múltiplos e variados os meios que usa para
propagar seus malditos ensinos. Além dos meios de comunicação de massa
(televisão, rádio, jornais, revistas, rede de computadores, filmes), usa também a
pintura, as esculturas, obras de arte, música e até perfumes especiais. São muitos
os apetrechos e símbolos que identificam seus usuários com o domínio das
trevas, através dos quais declaram sua opção pela rebeldia a Deus e seu apego
ao deus deste século.
217
O Diabo não quer ir sozinho para o inferno, já preparado para ele e seus anjos.
Vejam o que diz a Palavra: "Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês,
anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar" (1 Pedro
5.8). A Bíblia ensina como não ser envolvido nos seus laços: "Submetam-se a
Deus, resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês" (Tiago 4.7). Muitos não estão
querendo se submeter a ninguém, nem levar em conta essa séria advertência.
Querem ser donos de suas vidas. Desejam o caminho largo da não sujeição a
qualquer mandamento divino. Certa vez ouvi um entrevistado na televisão dizer
com a maior tranqüilidade do mundo: "Eu sou deus". Certamente estava com toda
a literatura do MNE na mente, coração e alma. Lembram-se do que o Diabo disse
a Eva? Se desobedecer, você "será igual a Deus, conhecendo o bem e o mal"
(Gênesis 3.6).
O Diabo jogou todas as fichas nesse bem arquitetado plano e tem conseguido
envolver muita gente. Tal como um camaleão, o plano muda seu aspecto de
acordo com o grau de conhecimento e posição social dos interessados. Tem uma
palavra científica para os cientistas; uma palavra de vida extraterrestre para os
ufólogos; uma palavra de apoio à reencarnação para os espíritas; uma palavra
fantasiosa para as crianças; uma erudita para os intelectuais. Como disse, todos
os meios de comunicação são usados; todas as áreas do pensamento humano
são alcançadas; todas as camadas sociais, crianças, jovens, homens e mulheres;
políticos, empresários, artistas. Os que trabalham em televisão são os mais
visados e requisitados pela capacidade e possibilidade de influenciar a massa.
Parte XXXXIII
NOVA ERA - III
Histórico - Embora esse sistema diabólico tenha sido iniciado na primeira sessão
espírita do planeta, quando o diabo, através da serpente, levou Adão e Eva ao
pecado da desobediência, entende-se que o Movimento Nova Era (MNE) teve
início em 1875 com a fundação da Sociedade Teosófica, em Nova York. A sua
fundadora, a russa Helena Petrovna Blavatsky, ensinava que todas as religiões
têm "verdades comuns", e que existem seres espirituais ou homens que evoluíram
acima dos demais, e por isso chamados de "mestres" ou "iluminados". Alice Bailey
218
(1880-1949), terceira presidenta da Sociedade, na qualidade de médium
espírita,transmitia mensagens psicografadas de uma entidade chamada Djawal
Khul. Essas mensagens, publicadas em vários livros, constituem o plano diabólico
do Movimento, e até hoje são observadas por seus fiéis seguidores. Entretanto, a
ideologia do MNE foi divulgada com maior repercussão a partir do livro "The
Aquarian Conspiracy" ("A Conspiração Aquariana"), de Marilyn Ferguson, editado
em 1980. Esse livro divulga o Plano Nova Era para a "Nova Ordem Mundial". Por
ordem secreta, esse plano só deveria vir a público a partir de 1975.
Refutação: A Bíblia diz "...quanto aos feiticeiros a sua parte será no lago que arde
com fogo e enxofre, que é a segunda morte" (Ap 21.8), e que devemos evitar os
bruxos (Dt 18.10-12). Filmes, livros, revistas e novelas da TV têm popularizado de
tal forma a figura do bruxo, que muitas crianças desejam ser uma bruxinha. Os
livros da coleção Harry Potter e o respectivo filme atraem milhões de crianças. A
coleção ensina como fazer bruxaria. Ser um bruxo é a onda do momento. O diabo
219
está atraindo nossas crianças através desses expedientes, e muitos pais, por
desconhecerem o real perigo, satisfazem a curiosidade de seus filhos.
Refutação: A Bíblia diz que Deus é um Ser pessoal, distinto da Criação, o Único
Criador e Redentor (Gn 1.1-31; Is 44.24; Lc 1.46-47). O Deus do Cristianismo é
transcendente e imanente, na medida em que se relaciona em caráter pessoal
com cada um de nós (Jo 3.16).
Final dos tempos - O MNE ensina que com a chegada da Era de Aquário todas as
calamidades do planeta terão fim. Nessa época surgirá o "Cristo" da Nova Era
para iniciar uma nova ordem mundial, uma era de paz e prosperidade.
Refutação: A Bíblia diz que Jesus é Senhor de todas as eras, porque Ele "é o
mesmo ontem, hoje, e eternamente" (Hb 13.8); diz que ninguém sabe quando se
dará o final do mundo (Mt 24.36); que este mundo passará por uma Grande
Tribulação (Mt 24.21); que paz verdadeira somente ocorrerá no reinado milenar de
Cristo (Ap 20.4); que a nossa paz e a nossa salvação estão em Cristo Jesus (Rm
10.9; Jo 14.27).
Homem - O homem possui energia cósmica capaz de fazer milagres. Nele habita
todo o bem e todo o mal do Universo. No MNE o homem é o centro
(antropocentrismo). Cristo não é uma qualidade exclusiva de Jesus, mas um
estado de consciência a dispor de qualquer um que queira evoluir. O homem
carrega dentro de si tudo o que precisa para a eternidade, bastando desenvolver
sua percepção cósmica pela meditação e outras práticas. Cada homem criará a
sua própria realidade.
Refutação: A Bíblia diz que somos pecadores; que temos uma natureza corrupta;
que precisamos nos reconciliar com Deus, mediante a fé no Senhor Jesus (Rm
5.12; 10.9; Ef 2.3). Exatamente o que disse a Eva, no Éden, o diabo continua
dizendo através do seu plano Nova Era: você é igual a Deus. Mas sabemos que o
homem é criatura e que Deus é Criador. Sabemos que a nossa salvação depende
de nossa fé e da graça de Deus (Ef 2.8).
220
Jesus - Jesus era uma figura histórica, e o Cristo é uma energia divina, que está
em todos nós. Enquanto no espiritismo Jesus foi a Segunda Revelação de Deus,
substituída pela Terceira e última, o próprio espiritismo, no MNE Ele "foi o Mestre
que implantou as bases da Nova Era". Jesus teria sido um mestre cósmico, o
avatar da Era de Peixes. O Jesus da Nova Era é um dos muitos mestres
iluminados, que receberam a natureza cristica. Jesus teria sido igual aos demais
salvadores, como por exemplo o quinto Buda dos budistas; o Iman Mahdi dos
muçulmanos; Krishna dos hindus. Portanto, dizem que o Cristo que voltará será o
próximo salvador da Nova Era, o Lord Maitreya ("Senhor" Maitreya), segundo
Benjamim Creme.
221
Reencarnação - Significa o retorno do espírito humano à vida corpórea na Terra,
com a finalidade de evoluir e aperfeiçoar-se. Todos alcançarão a purificação
através de muitas mortes e renascimentos, conforme também ensinam o budismo,
hinduísmo e espiritismo. A salvação na Nova Era não está em Jesus Cristo, mas
na própria iluminação espiritual humana.
Refutação: Jesus disse que Ele é a única Verdade e o único Caminho (João 14.6).
A Bíblia diz que o caminho que ao homem parece perfeito, "conduz à morte" (Pv
14.12).
Refutação: A Bíblia diz que a Igreja será arrebatada na segunda vinda de Cristo, e
com Ele se encontrará nos ares (1 Ts 4.16-17). Diz também que a morada final
dos crentes é no céu, não é em outros planetas: "...vos levarei para mim mesmo,
para que onde eu estiver, estejais vós também" (Jo 14.3). Até hoje os ufólogos não
conseguiram provar a existência de Discos Voadores (OVNI's) nem de vida em
222
outros planetas.
Visão planetária
- A Terra é a entidade mais importante, tem vida própria, é deusa e mãe ("mãe
terra"). Tudo é Deus.
Refutação: A Bíblia rejeita a crença panteísta (Deus é tudo, tudo é Deus) e ensina
que Deus é Criador e a Natureza é Criação dEle. Diz também que devemos
adorar somente a Deus e só a Ele servir (Mt 4.10). Nosso amor a Deus deve estar
acima de todas as coisas (Mt 22.37; Lc 14.26).
223
Fantasia e bruxaria - Uma onda de fantasia invadiu o mundo nos últimos 15 anos,
através de filmes, revistas, vídeos, jogos, livros, brinquedos, todos trazendo
mensagens ocultistas, tais como o poder da mente, os "mestres" iluminados,
cinturões mágicos, levitação de objetos, clarividência, comunicação com os
espíritos, feitiços, mágicos, espadas e amuletos mágicos; viagens a outros
mundos, etc. Uma enorme quantidade de produtos está no mercado esotérico
influenciando as pessoas, tais como cartas de tarô, incensos, pirâmides,
estatuetas, encantamentos, ervas medicinais, vitaminas esotéricas, cristais, etc.
Filmes - Como parte desse Plano, surgiram os filmes de ficção científica, tais
como o "E.T." (a estória de um extraterrestre que esteve entre nós, confirmando a
mensagem do espiritismo de que há vida em outros planetas), e "Star Wars"
("Guerra nas Estrelas"), de George Lucas, onde a "Força" é um campo de energia
gerado por coisas vivas. "A Última Tentação de Cristo" (The Last Temptation of
Christ), baseado no livro do escritor grego Nikos Kasantzákis, publicado em 1955,
apresenta um Cristo fictício, atormentado por desejos carnais. A última investida
vem através da coleção Harry Potter, e do respectivo filme, uma verdadeira escola
de bruxaria. Após a leitura da coleção, as crianças e adolescentes sentem forte
desejo de praticarem a bruxaria. A respeito de Harry Potter o escritor Jehiozadak
A. Pereira escreveu: "Uma grande e crucial questão nos atinge: ou tomamos uma
posição definitiva e partimos para alertar nossa gente numa ação rápida, ou
seremos engolidos por tudo o que provém do mal. Devemos utilizar todos os
recursos disponíveis para evitar que esta (e outras) literaturas cheguem aos
nossos filhos e crianças. Lembro ainda da nossa responsabilidade de ensinar
nossos filhos as verdadeiras histórias bíblicas e acerca da esperança redentora
que nos move em direção ao céu - Provérbios 22:6".
224
uma organização não governamental internacional junto às Nações Unidas. Desde
1970 tem status consultivo no Conselho Econômico e Social das Nações Unidas
(ECOSOC) E no Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF). Mantém
também relação de trabalho com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e está
associada ao Programa Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(UNEP)". A literatura dessa organização - a Fé Bahá'í - está publicada em 700
idiomas.
Consultados:
Russell Chandler, Compreendendo a Nova Era, tradução Pr João Marques
Bentes, Bompastor, 1993.
Marco André, Nova Era, Editora Betânia, 1992
John Ankerberg e John Weildon, Os Fatos Sobre o Movimento Nova Era,
Chamada da Meia Noite, 1988
Parte XXXXIV
NOVA ERA II
Símbolos
Os adeptos do Movimento Nova Era (MNE) utilizam uma parafernália de símbolos
com forte apelo místico-esotérico, a maioria provinda de crenças orientais, pelos
quais se identificam e são reconhecidos. Símbolo é "figura, emblema, imagem,
sinal; representação abreviada de um elemento, pessoa ou país" (Dic.Teológico,
de Claudionor C.de Andrade). Símbolo é "aquilo que tem valor evocativo, mágico
ou místico" (Dic.Aurélio, 4). Símbolo é figura ou ação que representa uma
realidade . Quando as pessoas aderem ao uso dos símbolos da Nova Era,
automaticamente concedem permissão a Satanás para dirigir e comandar suas
vidas, mesmo que o façam inocentemente, sem conhecerem as verdadeiras
implicações espirituais que isso fatalmente irá trazer-lhes é o que afirma Milton
S.Vieira, em Símbolos da Nova Era , 5a Edição. A verdade é que o uso desses
símbolos é incompatível com a vida cristã. Veja alguns exemplos da simbologia da
Nova Era:
Cruz Suástica - Representado por uma cruz com as extremidades voltadas para
trás. Emblema adotado pelo nazismo, figurou na bandeira da Alemanha na época
de Hitler, na Segunda Guerra Mundial. Também conhecida como cruz gamada.
Trata-se de um símbolo místico usado há mais de três mil anos.
225
Pé de Galinha - Cruz com os braços quebrados, representa a vitória de Satanás
sobre a cruz de Cristo. Utilizado nos rituais de magia negra.
Cruz de cabeça para baixo - Vulgariza a cruz de Cristo; usada por conjuntos de
rock e metaleiros.
226
Chifre de mau-olhado - Simbologia usada por diversos povos, e até por famílias
que se dizem cristãs. Tem o significado místico de afastar maus-olhados. É usado
no pescoço, como pendentes em pulseiras, na sala principal das casas, etc.
Representado por apenas um chifre.
Tridente - Espécie de garfo gigante com três pontas; representa a maneira como o
diabo segura e fere fortemente suas vítimas; muito usado em rituais de magia
negra. Simboliza uma aliança com o poder das trevas.
227
determinados programas televisivos ou em outros eventos: tô possuído , tô
possuído ; tô muito louco , ao mesmo tempo em que as pessoas balançam o
corpo de forma desengonçada como se estivessem tresloucadas ou possuídas.
Parte XXXXV
NOVA ERA
Estados Alterados da Consciência
228
tradicionais. Um guru da NE disse: O homem deve transformar-se pela mudança
de sua consciência para se encontrar com sua natureza divina. E para isso deverá
usar várias técnicas orientais e ocultistas e aplicá-las à mente, corpo e espírito ,
como forma de conhecerem o eu superior . Todavia, Deus fez o homem com uma
mente racional, para tomar decisões, para distinguir, investigar, analisar. O estado
alfa é o canal por onde os demônios despejam suas teorias. É o estado da inércia,
do entorpecimento. Por essa razão o MNE ensina o uso de drogas que conduzem
ao transe; daí a recomendação da Ioga; daí as músicas da New Age, os incensos,
as pinturas e outras formas e meios de entrar no clima de relaxamento total.
Nossa mente não deve ser corrompida e escravizada pelo diabo, mas deverá ser
guardada em Cristo Jesus (Filipenses 4.7), porque Ele escreveu suas leis em
nossa mente e em nosso coração (Hebreus 8.10). Se somos morada do Espírito,
não precisamos conhecer nenhum Mestre Ascendido ; se Cristo vive em nós, não
precisamos entrar em transe para receber mensagens de mestres do além; se
temos a Palavra, não precisamos alterar nossa mente para ouvir os mantras da
Nova Era. Temos o Senhor Jesus que é a Verdade, que nos salva, cura e liberta.
229
Parte XXXXVI
O BOI DO SACRIFÍCIO E O SACRIFÍCIO DA OFERTA
Recebi a seguinte consulta de uma recém-convertida: “Pastor Airton, estou com
uma dúvida muito grande. Gostaria de saber mais sobre a história de Gideão e os
midianitas. Pelo que eu entendi é que o Anjo do Senhor apareceu a Gideão e
pediu para que ele sacrificasse o segundo boi de seu pai e derrubasse o Altar de
Baal. E assim ele fez; e com os 300 homens destruiu os midianitas. Mas gostaria
de saber o seguinte: Por que a Igreja ...[ela pediu para não citar o nome da igreja
em que congrega] em época de sacrifício de Gideão, pede para fazermos
sacrifícios com dinheiro, propriedades, etc?
RESPOSTA
230
Você, com suas palavras, derrubou o raciocínio dos teólogos de sua igreja. Há
uma incoerência, como você reconhece, no ensino que você relata. Dizem que as
ovelhas recebem em dobro o que ofertam, mas que todos os anos as ovelhas
devem ofertar o que de maior valor conseguiram. Quando terão a tão sonhada
prosperidade material prometida? Toda a prosperidade vai para a igreja. Não se
vai à igreja para TER prosperidade. Isso é materialismo mesquinho. Igreja é lugar
de transformação de vidas. Aceita-se Jesus para SER nova criatura, receber o
“fruto do Espírito” (Gl 5.22) e crescer, isso sim, na “na graça e no conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
Quando as ovelhas param um pouquinho para raciocinar; quando elas não comem
tudo pelas mãos dos outros, mas procuram refletir, descobrem que tudo não passa
de uma estratégia sabiamente montada para arrecadar mais e mais.
Como os pastores são ovelhas diante do grande Pastor, e como tal devem,
também, dizimar e ofertar com a mesma fidelidade com que exigem do rebanho,
eles por sua vez devem estar sentindo na carne o que é dar quase tudo que
ganhou no ano anterior. Mas será que eles também são dizimistas e ofertantes?
Tenho minhas dúvidas.
231
Não é boa a doutrina que coloca sobre as ovelhas um jugo difícil
de suportar, como bem você está admitindo. Jesus disse: “Meu
jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.30). Em repreensão
aos escribas e fariseus, Ele observou: “Atam fardos pesados e
difíceis de suportar, e os põem nos ombros dos homens; eles,
porém, nem com o dedo querem movê-los” (Mt 23.4). Você, cara
leitora, já está sentindo o peso do fardo. [Se a leitora se diz
perdida no começo de sua fé, quanto mais perdida ficará dentro
de mais algum tempo]
Quanto à segunda parte de sua consulta, digo que o crente, para ser
abençoado, não necessita de participar dessa ou daquela campanha anual.
Os sacrifícios anuais fizeram parte do Antigo Testamento, como dito acima.
A nossa salvação está garantida pelo único e eficaz sacrifício de Cristo. Se
precisarmos de sacrifícios anuais, estaremos voltando ao tempo do Antigo
Testamento e já não somos salvos pela graça, mas pelas obras (Ef 2.8-9)
Começamos a ser abençoados a partir do momento em que aceitamos Jesus
como Senhor e Salvador e passamos à condição de filhos de Deus (Jo 1.12;
Rm 10.9). Muito mais abominável é exigir de um membro o pagamento para
participar de uma reunião anual, considerando-se que as ovelhas já
contribuem mensalmente com seus dízimos e ofertas.
232
por cento, já estão portanto dizimados. Se qualquer um desses bens for ofertado,
então a oferta será muito superior a dez por cento; será dízimo sobre dízimo.
Dízimo significa ficar com noventa por cento. Essa é a vontade de Deus. Parece
que este detalhe, no seu caso, não está sendo considerado.
Parte XXXXVII
O DIABO E A REENCARNAÇÃO
Não são poucos os que acreditam que a alma humana pode salvar-se a si mesma
mediante sucessivas reencarnações e prática de boas ações. Alan Kardec assim
define: "A reencarnação é a volta da alma à vida corpórea, mas em outro corpo
especialmente formado para ela e que nada tem de comum com o antigo." O
sanguinário Hitler, responsável pela morte de seis milhões de judeus, adoraria
conseguir uma nova oportunidade. Ele poderia reencarnar, praticar as mesmas
atrocidades, matar mais uns trinta milhoes de seres humanos, e, ainda assim, teria
oportunidade de atingir "mundos ditosos", de ser um espírito adiantado, um bom
espírito, um espírito puro, um santo. Só precisaria ter um pouco de paciência. Os
kardecistas se defendem: "Deus seria injusto se não desse mais uma
oportunidade aos seus filhos."
233
"O homem é, assim, constantemente, o árbitro de sua própria sorte; pertence-lhe
abreviar ou prolongar indefinidamente o seu suplício; a sua felicidade ou a sua
desgraça dependem da vontade que tenha de praticar o bem. Assim, o Espírito
culpado e infeliz pode sempre salvar-se a si mesmo: a lei de Deus estabelece
a condição em que se lhe torna possível fazê-lo." (O Evangelho Segundo o
Espiritismo, Allan Kardec, cap. XXVII, item 21). Aqui, o Espiritismo tenta
aproximar-se do Cristianismo quando fala em livre arbítrio e necessidade de
se fazer o bem. Só que no Cristianismo isso ocorre no âmbito de uma única
existência, e não de múltiplas vidas corpóreas como quer o kardecismo.
234
seja, um dia em que todos comparecerão diante do Senhor Jesus. Mas a Bíblia
afirma: "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado,
porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus" (João 3.18). São palavras de
Jesus. E as palavras do nosso Senhor devem ser acatadas pelos espíritas com
muito respeito. Convém lembrar que Allan Kardec afirmou que Cristo, "foi o
iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há
de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos." Logo, em razão de
suas superiores qualidades e sublime missão, não há como duvidar das palavras
de Jesus. Seguindo essa linha de raciocínio, arrependam-se os espíritas de seus
pecados, convertam-se ao Senhor Jesus, sejam recebidos como filhos de Deus, e
não mais ficarão atemorizados diante da perspectiva de ficarem a vagar no além.
NENHUMA CONDENAÇÃO HÁ
235
estoque de almas preexistentes no almoxarifado de Deus, como quer o
Espiritismo, umas para iniciarem vida corpórea, outras para reencarnarem. O
homem morre uma vez, apenas; depois disso, segue-se o juízo: se morreu sem
Cristo, terá a morte eterna, ou seja, a eterna separação de Deus; se morreu com
Cristo, terá a salvação, ou seja, a vida eterna, a eterna comunhão com Cristo. Mas
o Espiritismo diz que uma pessoa pode pagar o pato pelos erros de outrem.
"Somos salvos pela graça, mediante a fé; não somos salvos pelas obras,
para que ninguém se glorie (Efésios 2.8). Somos salvos para as boas obras;
não somos salvos pelas obras. A reencarnação anula a graça de Deus. Mas a
Palavra diz taxativamente: "Portanto, agora NENHUMA CONDENAÇÃO HÁ
para os que estão em Cristo Jesus..." (Romanos 8.1). Se estamos em Cristo,
se nele morremos, como iríamos na morte peregrinar de planeta em planeta
em busca de salvação?
Jesus disse ao ladrão ao seu lado na cruz: "Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Pela doutrina reencarnacionista
aquele ladrão teria que passar por muitas vidas até se purificar. Porém,
Jesus perdoou seus pecados e ele, arrependido e perdoado, pôde subir aos
céus. Jesus não falou assim: "Olha, meu caro! Você pecou muito, o seu
Carma está muito carregado e será preciso reencarnar pelo menos umas
trinta vezes. Depois disso, eu estarei esperando por você no Paraíso". Não
foi assim. Havendo sido perdoado totalmente, aquele homem encontrou a
vida eterna; não foi necessário passar por estágios. Jesus revelou de forma
inequívoca: "Se o Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres; (João
8.36). Ora, o espírito que precisa voltar à Terra para sofrer não está
verdadeiramente livre. Quando morremos, já estamos com nossas situações
definidas no mundo espiritual. Vejam o exemplo do rico e de Lázaro, como
foi dito pelos lábios de Jesus. O rico, porque era mau, foi para um lugar de
tormentos, sem condições de lá sair ao menos para abrir os olhos espirituais
de seus irmãos. Lázaro foi para um lugar de paz (Lucas 16.19-31).
236
Quem mais estaria interessado em desvirtuar a Palavra de Deus? Quem estaria
interessado em instituir uma prática de consulta aos mortos, em desobediência a
Deus? Quem estaria interessado em que os homens não acreditem em pecado,
inferno, céu, salvação pela graça, juízo final, demônios, ressurreição e perdão?
Somente o Diabo estaria muito interessado nisso. Aquele mesmo que disse a Eva
que ela poderia comer do fruto proibido, ou seja, poderia desobedecer ao Criador
e nenhum mal lhe aconteceria: "Porque Deus sabe que no dia em que comerdes
desse fruto, os vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e
o mal" (Gênesis 3.5). O Diabo não mudou sua tática. Cresce o número dos que,
embalados nos devaneios de Helena Blavatsky, acreditam no conselho do
Maligno, e repetem sem pestanejar: "Eu sou Deus". O Diabo está nessa estória
mal contada da reencarnação.
Podem crer
Parte XXXXVII
O ESPIRITISMO E OS ESPÍRITOS MALIGNOS
"O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos
homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais..." (O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, cap. XII, item 6). "Se houvesse
demônios, seriam obra de Deus. Deus, que é soberanamente justo e bom, não
pode ter criado seres predispostos ao mal por sua natureza e condenados por
toda a eternidade" (Livro dos Espíritos, Kardec, quesito 131).
A Palavra de Jesus
"E disse o diabo a Jesus: Tudo isto [os reinos do mundo] te darei se,
prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: "Vai-te, Satanás. Pois está
escrito: ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" (Mt 4.8-10).
237
"Meu caro Joaquim, não faças mais isto, ouviu? Na qualidade de Bom
Espírito eu te aconselho a reencarnar rapidamente e escolher uma prova
bem difícil, a fim de expungir suas culpas. Eu também já passei pela prova
da evolução. Agora vá em paz, medite sobre sua vida, e largue essa mania de
desejar ser adorado. Vá em paz e dê notícias minhas aos seus".
Observem que o diabo daria a Jesus "os reinos deste mundo" (Mt 4.8-9).
Algum espírito desencarnado, da "terceira ordem", teria sob seu domínio o
sistema mundial? É evidente que tal domínio se aplica realmente ao império
do mal sobre o qual reina o diabo, o deus deste século (2 Co 4.4). O diabo
não é dono da Terra, mas possui nela, temporariamente, o seu reino de
trevas, engano e sedução. Esse reino foi reconhecido pelo próprio Jesus:
"Se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como
subsistirá, pois, o seu reino?" (Mt 12.26).
"Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele. Ele foi
homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, pois não há verdade nele.
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é mentiroso e pai da
mentira" (Jo 8.44).
238
espírito inteligente, astuto, enganador e vil. Também não cabe o argumento de que
se trata de alegoria ou de parábola.
Jesus identifica o diabo como uma pessoa, capaz de desejar alguma coisa,
influenciar e dominar criaturas humanas, de exercer o comando sobre os que lhe
são submissos.
"Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: "Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41).
Ainda com referência a Mateus 25.41, como Jesus poderia chamar esses
desencarnados de "malditos", se concordasse que eles, no futuro, poderiam ser
espíritos puros? Ora, "maldito" diz-se daquele que foi amaldiçoado. Entende-se,
portanto, que Jesus estava falando de desencarnados sem nenhuma chance de
salvação. Leiam o que o próprio Jesus falou: "Quem nele não crê já está
condenado" (Jo 3.18). Como pôde Jesus preparar o inferno para o diabo, um
espírito humano com possibilidade de progredir rumo à perfeição?
239
Certo espírita assim interpretou o versículo em análise: O "apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos",
significa, simplesmente, o destino imposto compulsoriamente aos maus, de
serem remetidos às reencarnações expiatórias em mundos inferiores ao
nosso, até que a lição da humildade seja aprendida. O 'fogo' é eterno, isto é,
de duração indefinida, ou seja, dura até que seja o pago 'o último ceitil',
como nos ensina o mestre Aurélio, entre outras coisas, é um conceito de
'pessoa má', uma pessoa de 'mau gênio'.
Ora, segundo o mesmo mestre Aurélio, "eterno" significa "que não tem princípio
nem fim"; que dura para sempre; constante; incessante". Se o castigo é eterno,
não terá fim. Nas palavras de Jesus não vemos nenhuma chance para os
rebeldes, para o diabo e seus anjos. Conforme o Espiritismo, a reencarnação tem
por objetivo o "melhoramento progressivo da Humanidade", pois em "cada nova
existência o Espírito dá um passo na via do progresso" (Quesito 167, do L.E.). Ou
seja, todos os espíritos humanos estão sujeitos às reencarnações; todos passarão
por esse "inferno". Então, Jesus teria dito o óbvio? Jesus falou a respeito do Juízo
Final, um tempo determinado em que os rebeldes receberão o devido castigo.
A verdade é que Jesus apresentou uma situação em que uns são chamados de
"benditos de meu Pai", a serem recebidos no céu (Mt 25.34), e outros chamados
de "malditos", a serem lançados no inferno (Mt 25.41). Nessa passagem, Jesus
define duas classes de espíritos: de um lado, os espíritos humanos que na vida
terrena tiveram oportunidade, a única, de se arrependerem, serem obedientes e
tementes a Deus; do outro, os anjos decaídos liderados pelo diabo, o "maioral"
dos demônios.
"Os fariseus, ouvindo isto, diziam: Este {Jesus] não expulsa os demônios senão
por Belzebu, príncipe dos demônios. Jesus disse: "Todo o reino dividido contra si
mesmo acaba em ruína...; e, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si
mesmo; como subsistirá, pois o seu reino? E se eu expulso os demônios por
Belzebu, por quem os expulsaram então vossos adeptos? Mas, se eu expulso os
demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o Reino de Deus". (Mt
12.24-28).
240
Penetrando no túnel da teoria espírita, nada encontrei sobre a existência de um
líder entre os espíritos perversos. Ora, se o Espiritismo diz que "os demônios são
as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos
materiais", como então poderia omitir informação tão importante? Os "instrutores
espirituais" deveriam ter informado sobre esse "príncipe". Por que ocultaram essa
informação?
Jesus contrariou a tese espírita em outro ponto. Veja o quesito 126 do Livro dos
Espíritos. "Deus contempla os transviados com o mesmo olhar e os ama com o
mesmo amor. Eles são chamados maus porque faliram". Se correta essa palavra,
Jesus deveria ter tratado os demônios com misericórdia, mas não o fez. Jesus
chamou de "imundo" o espírito que estava naquele homem. Como admitir que
Jesus estava lidando com espíritos humanos com possibilidade de progredir até
chegar ao estado de pureza? Em outras situações semelhantes Jesus não
manteve qualquer diálogo fraternal com os demônios (Mc1.25; 5.8; 9.25; Lc
13.16).
Quem seria esse a ser derrotado na cruz? Uma alma rumo a novas encarnações,
necessitada de bons conselhos dos "Espíritos Puros"? Não. O apóstolo esclarece:
"Para isto o Filho de Deus se manifestou, para destruir as obras do diabo" (1 Jo
241
3.8). Paulo confirma: "Tendo despojado os principados e as potestades, os expôs
publicamente ao desprezo, e deles triunfou na cruz" (Cl 2.15; Hb 2.14). Outras
referências
"Sujeitai-vos, pois a Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7).
A Bíblia ensina como proceder para evitar as influências satânicas. O caminho é
submeter-se à vontade de Deus; crer que o nosso Salvador Jesus Cristo, o Filho
de Deus, veio em carne, morreu para remissão dos pecados e ressuscitou dos
mortos (Jo 3.16; Rm 10.9). Considerando que Deus proíbe a comunicação com os
mortos (Dt 18.10-12; 1 Cr 10.13-14;2 Cr 33.6; Is 8.19; Lc 16.19-31), qual será a
destinação dos que praticam o Espiritismo?
"Pois se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no
inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo...
assim sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o
dia do juízo, para serem castigados... (2 Pe 2.4,9).
Mais uma vez a Bíblia faz distinção entre demônios e espíritos desencarnados.
Acima, vimos a autorizada palavra de Jesus. Agora, a de Pedro. A questão 128 do
Livro dos Espíritos declara que anjos são os "puros Espíritos", não formam uma
categoria especial de seres criados por Deus, e que percorreram todos os graus
rumo à perfeição. Jesus teria sido, portanto, um anjo que passou por esse sistema
evolutivo. Essa teoria está em desacordo com o que ensina o Cristianismo. Diz
também o Livro dos Espíritos (quesito 131) que "não há demônios no sentido
ligado a este vocábulo; os partidários do demônio apóiam-se nas palavras do
Cristo. Não seremos nós que contestaremos a autoridade do seu ensino... Mas
estamos seguros do sentido por ele emprestado ao vocábulo demônio? Não se
sabe que a forma alegórica é um cunho distintivo de sua linguagem e que nem
242
tudo quanto encerra o Evangelho deve ser tomado ao pé da letra?" Não merece
crédito tal tese. Iríamos buscar apoio na palavra de quem? Não há como admitir
que Jesus falou alegoricamente ao referir-se a Satanás. Jesus definiu, apontou,
qualificou, distinguiu Satanás dos espíritos humanos.
A forma inamistosa com que Jesus sempre se dirigiu aos demônios conflita com a
posição kardecista. Na qualidade de "Espírito Puro", Jesus, se concordasse com o
ensino dos "espíritos", deveria ajudar os demônios a se aperfeiçoarem; deveria
saber que "todos os espíritos tornar-se-ão perfeitos"; deveria saber que "Deus
contempla os transviados com o mesmo olhar e os ama com o mesmo amor"
(Quesitos 113,116,126,127 do L.E.). Perdoem-me pela ênfase nesse ponto e pela
repetição. Todavia, a "Segunda Revelação de Deus" fez exatamente o contrário:
mandou que se calassem, chamou-os de imundo, ordenou que entrassem numa
manada de porcos, disse que o inferno os aguardava. E ainda, sem nenhuma
consideração, disse que o líder Satanás era mentiroso e pai da mentira. O pior é
que os demônios foram considerados imundos, isto é, sujos, porcos, impuros,
indecentes, obscenos, imorais.
O médium pode confiar no espírito que, através dele, escreve cartas, menciona
fatos do passado ou ensina alguma "verdade"? Quem responde é Allan Kardec, o
pai do Espiritismo. Vejam:
"Um meio às vezes usado com sucesso para assegurar a identidade, quando o
Espírito se torna suspeito, é o fazê-lo afirmar em nome de Deus todo poderoso
que é ele mesmo. Acontece muitas vezes que o usurpador recua diante do
sacrilégio. Mas há os que não são assim escrupulosos e juram por tudo o que se
quiser. Deve-se concluir disso que a recusa de um Espírito em afirmar a sua
243
identidade em nome de Deus é sempre uma prova de que usa de impostura, mas
que a afirmação nos dá apenas uma presunção e não uma prova da identidade"
(Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 259).
244
o Salvador do mundo? Crês que Jesus morreu na Cruz e derramou o seu sangue
para a remissão do pecado?´ O médium, em profundo transe, foi arremessado de
sua cadeira. Foi cair bem no meio da sala de estar e gemia como se estivesse
sentindo profunda dor. Os sons turbulentos sugeriam espíritos num carnaval de
confusão. Nunca mais fui a outra sessão. Eu havia provado os espíritos e achado
que não eram de Deus. O que eu havia pensado ser um grande poder de Deus
havia explodido como uma bolha de sabão. A partir dessa ocasião, comecei a
buscar a Palavra de Deus para encontrar a verdade" (Eu Falei com Espíritos, p. 24
e 25, Victor H. Ernest, citado por Davi Nunes dos Santos, em O Espiritismo e a
Bíblia, S. Paulo, 1978).
O espírito acima foi provado, tal como ensina a Bíblia: "Amados, não creais em
todo espírito [pessoa impelida ou inspirada por algum espírito], mas provai se os
espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no
mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que
Jesus Cristo veio em carne é de Deus. E todo espírito que não confessa que
Jesus Cristo veio em carne não é de Deus, mas este é o espírito do anticristo, do
qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo" (1 João 4.1-3). O
"espírito do anticristo" compara-se a Satanás, pois "se opõe e se levanta contra
tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, de sorte que se assentará, como
Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. A vinda desse iníquo é
segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios de mentira"
(2 Ts 2.4,9).
Extraímos dos quesitos 475 a 480 do Livro dos Espíritos a seguinte orientação
sobre a libertação de uma pessoa endemoninhada: "Havendo vontade firme, a
própria criatura poderá livrar-se dos maus Espíritos; um homem de bem
conseguirá ajudar a vítima, desde que invoque os bons Espíritos; as fórmulas de
exorcismo [libertação] não possuem influência alguma sobre os maus Espíritos;
"quando esses Espíritos vêem que alguém toma a coisa a sério, riem-se e se
obstinam [teimam em permanecer]. O quesito 478 assim diz: "O melhor meio de
libertar criaturas obsidiadas [possuídas por um espírito mau] é cansar-lhes a
paciência, não ligar importância às suas sugestões e mostrar-lhes que perdem
tempo. Então, ao verem que nada têm a fazer, afastam-se".
245
ocorreu em várias ocasiões, Jesus não procedeu dessa maneira, não esperou a
boa vontade dos "maus espíritos". Em nenhum momento Jesus tentou cansar a
paciência dos espíritos malignos. Contrariando o ensino kardecista, Jesus, além
de dar exemplo, nos ensinou como tratar os demônios e como expulsá-los (Mc
16.17). Os demônios são expulsos, e somente assim são expulsos, em nome de
Jesus, porque "debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12); porque Ele está "acima de todo
principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não
só neste século, mas também no vindouro" (Ef 1.21); porque "Deus o exaltou
soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome
de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra,
e toda língua confesse que Cristo Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp
2.9-11).
Como foi dito no início, o Espiritismo ensina que demônios são almas dos homens
perversos. Em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, está escrito que a serpente
convenceu Eva a desobedecer a Deus (Gn 3.1-6); Deus se dirige a uma entidade
espiritual, que no futuro será vencida (v.15); a Bíblia diz que a serpente é Satanás,
pois "foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e
Satanás, que engana a todo o mundo" (Ap 12.9); Jesus identificou o diabo como
mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44). Devemos então procurar entender quem era
esse espírito enganador que conversou com Eva. Um espírito humano,
desencarnado? Não, Adão e Eva foram os primeiros. Nenhum espírito havia
deixado seus corpos, porque a morte só veio depois da desobediência (Gn 3.19).
Era uma "alma simples e ignorante", perversa e rebelde, que aguardava o
momento de encarnar? Não. As almas, segundo o Espiritismo, foram criadas sem
maldade, porém simples e sem ciência. Então, quem se apresentou a Eva não era
uma alma desse tipo; o que Moisés escreveu foi apenas uma alegoria? Não. A
desobediência de Eva é confirmada em outros livros da Bíblia (Rm 5.12-21; 2 Co
11.3; 1 Tm 2.13-14; Ap 12.9). Ademais, Moisés, segundo o Espiritismo, foi a
primeira revelação da divindade, e veio com a missão de revelar Deus aos
hebreus e pagãos (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap I, itens 6 e 9). Então,
quem era o espírito imundo que enganou Eva? Satanás é seu nome. Um dos
argumentos apresentados pelo Espiritismo trata da impossibilidade de Deus, justo
e bom, ter criado "seres predispostos ao mal por sua natureza". Esse raciocínio é
uma faca de dois gumes para o kardecismo. Seguindo essa mesma tese,
perguntamos como surgiram os espíritos maus, perversos, falsários,
mistificadores, mentirosos e enganadores, cuja existência é reconhecida pelo
próprio Allan Kardec? O Espiritismo explica que foram criados sem maldade, mas
com livre arbítrio. A tese é muito parecida com a doutrina da origem do pecado
246
ensinada pelo Cristianismo.
A diferença está, dentre outras, na identificação desses espíritos maus.
Para o Espiritismo, são desencarnados, isto é, espíritos que encarnaram várias
vezes, não passaram pela prova a que se submeteram, faliram na missão,
optaram pelo mal.
A Bíblia diz que Lúcifer era um anjo perfeito, querubim da guarda, inteligente, mas
não imutável. Em sua autodeterminação e capacidade de escolher, rebelou-se
contra Deus e transformou-se em Satanás. Os anjos que o acompanharam nessa
rebelião se transformaram em demônios, espíritos imundos, espíritos maus ou
anjos decaídos. Vejamos as passagens bíblicas que falam da situação privilegiada
de Lúcifer no céu, e como ficou depois da queda.
"Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva...Tu dizias em teu coração:
subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e no monte
da congregação me assentarei...subirei acima das mais altas nuvens e serei
semelhante ao Altíssimo. Contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo
abismo" (Is 14.12-15).
"Houve peleja no céu. Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. Também
pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou
no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se
chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e
seus anjos foram lançados com ele". (Ap 12.7-9).
247
com a declaração de Jesus de que o inferno foi preparado para o diabo e seus
anjos (Mt 25.41). Em Lucas 10.18, Jesus, por sua eternidade, declara que viu
"Satanás caindo do céu como relâmpago". Esta declaração coaduna-se com a
expulsão do grande dragão, como relatado em Apocalipse. A afirmação de que
"Deus não poupou os anjos que pecaram", em 2 Pedro 2.4, confirmada em Judas
6, fortalece ainda mais a nossa convicção de que a verdade está com o
Cristianismo.
Parte XXXXVIII
O ESPIRITISMO E A REENCARNAÇÃO DE ELIAS
O espiritismo tem usado alguns textos bíblicos sobre João Batista e Elias, como
prova de que a reencarnação faz parte das doutrinas cristãs. Embora o tema já
por diversas vezes tenha sido abordado, em matérias diversas, julguei
conveniente tratá-lo separadamente.
(a) "Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível
do Senhor" (Ml 4.5).
(b) "E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que havia de vir" (Mt 11.14).
(c) "Os discípulos O interrogavam: Por que dizem, pois, os escribas que é
mister que Elias venha primeiro? Jesus lhe respondeu: Certamente Elias virá
primeiro, e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não
o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim, farão eles
também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que
lhes falara a respeito de João Batista". (Mt 17.10-13).
(d) "Pois [João Batista] será grande diante do Senhor...será cheio do Espírito
Santo, já desde o ventre de sua mãe; e converterá muitos dos filhos de Israel ao
Senhor seu Deus. Irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os
corações dos pais aos filhos..." (Lc 1.15-17).
248
Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra" (2 Tm 3.16-
17).
"Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão
existisse, eu sou" (Jo 8.58). Aqui Jesus falou de Sua eternidade, de Sua
existência que não teve começo nem terá fim, da Sua condição de Ser não
criado, mas Criador. Sua pré-existência absoluta significa igualdade com
Deus. Os judeus compreenderam tão bem essa declaração de eternidade,
que ficaram enfurecidos e tentaram apedrejar Jesus (Jo 8.59). A mesma
expressão lemos em Êxodo 3.14,15, Deus falando a Moisés de Sua
eternidade. Essas considerações introdutórias ao exame do caso Elias/João
Batista, por si, já criam dificuldades aos que rejeitam a divindade de Jesus.
O "Eu Sou", que existiu antes de Abraão, permeia toda a Escritura, faz parte
dela, participou da elaboração de cada doutrina, cada ensino, cada profecia.
Analisemos os textos:
Segundo - Quando Jesus falou "Elias já veio" (Mt 17.12) e "ele é o Elias que havia
de vir" (Mt 11.14), estava em suma dizendo que Elias não ressuscitara como todos
esperavam, mas que João Batista desempenhara o papel de precursor do
Messias, com a mesma coragem, virtude e espírito de Elias. Com estas palavras,
Jesus confirmava Lucas 1.17. Situação análoga vamos encontrar em 1 Reis 2.15,
assim: "O espírito de Elias repousa sobre Eliseu". Esta declaração foi proferida
pouco tempo depois de Elias ter sido arrebatado ao céu num redemoinho (v.11).
Pode-se interpretar de forma literal essa passagem? Não. Não se tratava de
reencarnação porque Eliseu já possuía o seu "desencarnado" nele encarnado, se
fosse o caso. Os dois viveram numa mesma época. Um não podia ser encarnação
do outro; não se trata de possessão mediúnica, ou seja, Eliseu não havia
incorporado o espírito de Elias, por óbvias e irrefutáveis razões.
249
Terceiro - Ainda em nossos dias usamos esse estilo de expressão: "Nunca mais
surgirá um Rui Barbosa". "O Ronaldinho é um verdadeiro Pelé". São termos
comparativos. [Se acreditais na vinda de um Elias], "e, se quiserdes dar crédito,
ele é o Elias que havia de vir" (Mt 11.14).
Por suas mensagens vibrantes e seu corajoso desempenho diante de situações
difíceis, Elias tornou-se símbolo dos profetas. Moisés, por exemplo, era símbolo
da Lei (Lc 16.31). As profecias sobre a vinda de Elias não se contradizem. Muito
pelo contrário. Vejam: Malaquias 4.5: "Eis que eu vos envio o profeta Elias,
antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterei o coração
dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não
venha e fira a terra com maldição". Lucas 1.15-17: "Porque será grande diante
do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo,
já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor,
seu Deus. E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o
coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de
preparar ao Senhor um povo bem disposto". Logo, as profecias da vinda de Elias
se cumpriram em João Batista. Portanto, Elias veio na pessoa de João Batista. É
esta a real interpretação de Mateus 11.14 e 17.10-13.
Quarto - O francês Hippolyte Leon Denizart Rivail soube ser ele a reencarnação
dum poeta celta chamado Allan Kardec. Ora, se a crença da reencarnação fosse
assim tão difundida e aceita; se Jesus fosse um médium; se vivessem os
apóstolos nesse clima de experiências espirituais, João Batista, como aconteceu
com Kardec, seria o primeiro a saber que ele não era ele mesmo. Mas vejam:
"Perguntaram-lhe [a João Batista]: Então quem és? És tu Elias? Ele disse: Não
sou. És tu o profeta? Não". E como insistissem para saber quem ele era,
respondeu com as palavras do profeta Isaías: "Eu sou a voz do que clama no
deserto. Endireitai o caminho do Senhor . Perguntaram-lhe.
Então por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João
respondeu: Eu batizo com água, mas no meio de vós está alguém que não
conheceis. Este é aquele que vem após mim, do qual eu não sou digno de
desatar as correias das sandálias" (Jo 1.21-27). João responde aos que
procuram apoio bíblico para a tese da reencarnação: EU NÃO SOU ELIAS. João
era bastante sincero e firme em suas declarações. Se ele realmente tivesse
dúvidas ou não soubesse, certamente responderia: EU NÃO SEI SE SOU ELIAS.
Ora, um profeta que anuncia a vinda de um Salvador até então desconhecido
("alguém que não conheceis"); que teve a humildade de sair de cena no momento
em que Jesus iniciou seu ministério (Jo 3.30); que conhecia a missão que lhe fora
confiada, a de preparar os corações para receber as Boas Novas (Is 40.3 ), um
profeta assim cheio do Espírito Santo (Lc 1.15); um profeta que recebeu
público reconhecimento de Jesus ("Dentre os que de mulher têm nascido,
250
não apareceu alguém maior do que João Batista...") (Mt 11.11) , um profeta
assim só poderia responder com absoluta convicção. Devemos crer nas suas
palavras, ou seja, que ele não era nem nunca foi Elias. Poderia parar por aqui,
mas vou prosseguir.
Em primeiro lugar, Allan Kardec reconheceu que Jesus veio em missão divina
ensinar uma elevada moral; declarou que Jesus foi a "Segunda Revelação de
Deus"; reconheceu que Jesus é um Espírito Puro; espíritas há que afirmam não
haver Jesus passado por sucessivas encarnações, como acontece com as demais
almas. A Sua evolução teria sido "em linha direta com Deus". Ora, um Espírito com
tais virtudes fala sempre a verdade.
Em segundo lugar, Jesus aprovou a Bíblia. Vejamos: Jesus leu a Bíblia (Lc
4.16-20; Is 61.1); Ele ensinou a Bíblia: "E começando por Moisés, e por todos
os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc
251
24.27); Ele disse que a Bíblia é a Palavra de Deus: "Invalidais, assim, a
Palavra de Deus pela vossa própria tradição..." (Mc 7.13); Ele cumpriu as
Escrituras: "...era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava
escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos" (Lc 18.31; 24.44); Jesus
afirmou que a Palavra de Deus é a verdade (Jo 17.17); declarou que Davi
falou pelo Espírito Santo (Mc 12.35,36); usou a Bíblia para derrotar o inimigo,
no deserto (Dt 6.13.16; 8.3; Mt 4.1-11); no exemplo de o "rico e Lázaro", disse
que a leitura da Bíblia é fundamental: "Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os
profetas; ouçam-nos" (Lc 16.29).
Parte XXXXIX
ESPIRITISMO E O SOFRIMENTO DE JESUS
O Espiritismo ensina que a encarnação é necessária aos Espíritos como
imposição de Deus "para fazê-los chegar à perfeição". Mas para isso, "devem eles
passar por todas as vicissitudes da existência corpórea". "Os sofrimentos da vida
são, por vezes, conseqüência da imperfeição do Espírito: quanto menos
imperfeições, tanto menos tormentos". (Questões 132 e 133 do Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec).
Esse caminhar por vidas corpóreas seria necessário porque "Deus criou todos os
Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem ciência. A cada um deu uma missão,
com o fim de esclarecê-los e fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição pelo
conhecimento da verdade e para aproximá-los de si. Os Espíritos adquirem esses
conhecimentos passando por provas que Deus lhes impõe" (Livro dos Espíritos,
questão 115).
252
perecíveis, vivem a vida eterna, que realizam no seio de Deus" (Livro dos
Espíritos, questão 113 - o realce é meu).
Conforme a visão kardecista, foi dura a caminhada de Jesus até chegar ao seu
ponto máximo de perfeição. Até ser considerado um Espírito Puro, teria passado
por inúmeras vidas corpóreas.
Foi, quem sabe, escravo de um senhor rude e cruel; trabalhador braçal na
construção de castelos reais; uma mulher desamparada ou uma viúva pobre em
algum lugar da África. Vencidas essas provas indispensáveis ao seu
aperfeiçoamento - e já na condição de Espírito Puro - achou graça diante de Deus,
que o escolheu para uma missão divina da mais elevada importância. Então,
Jesus não teria vindo para mais uma prova, eis que não havia nele imperfeições a
serem removidas, como bem disseram os desencarnados: "A autoridade lhe vinha
da natureza excepcional do seu Espírito e da sua MISSÃO DIVINA" (Ibidem, cap.
I-4, Kardec, realce meu). A pureza de Jesus seria de tal forma que Deus o
escolhera dentre muitos outros Espíritos Puros, eis que estaria Ele no ponto mais
elevado da hierarquia espiritual, tudo segundo a visão kardecista.
Refutação
253
O segundo tropeço é quanto às Boas Novas trazidas pelo Senhor Jesus que não
se resumiram a questões de ordem moral, como foi soprado pelos desencarnados.
O Senhor Jesus operou milagres sem conta; ressuscitou mortos, curou leprosos,
cegos, surdos e paralíticos; perdoou pecados; expulsou demônios; acalmou
tempestade; andou sobre o mar; multiplicou pães e peixes para alimentar milhares
de pessoas. Nenhum desses milagres pôde ou pode ser explicado pelo
cientificismo do kardecismo. "E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou em
aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças e rogavam-lhe que
os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste, e todos os que lhe tocavam
saravam" (Marcos 6.56). "Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e,
se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia
conter os livros que se escrevessem" (João 21.25).
Outra pedra de tropeço são os ensinos de Jesus sobre os assuntos a seguir, para
os quais o kardecismo tem ouvidos moucos ou apresenta interpretações
equivocadas:
Primeiro, ao dizer "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida, e ninguém vem ao Pai
senão por mim" (João 14.6), o Senhor Jesus coloca por terra a intenção do
Espiritismo de ser a "Terceira Revelação de Deus, não tendo a personificá-la
nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim
pelos Espíritos, que são as vozes do Céu" (E.S.E.,cap. I-6). O Cristianismo rejeita
os ensinos dos "Espíritos" e reconhece que "toda Escritura divinamente inspirada
é proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a
fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda
boa obra" (2 Timóteo 3.16-17).
O Ensino de Jesus
Segundo, Jesus ensinou que há dois tipos de homens: os salvos (Mateus 25.31-
34) e os perdidos (Mateus 7.13-14; 25.46). Este ensino nocauteia a afirmação
kardecista de que "todos os Espíritos tornar-se-ão perfeitos" (Quesito 116 do Livro
dos Espíritos).
254
encarnação é que o Espírito se torna feliz e puro (L.E.,questão 170). Com essas
afirmações, Kardec anulou a natureza do perdão de Cristo, e desprezou, também,
a eficácia do Seu sacrifício. Segundo esse raciocínio, o ladrão da cruz, perdoado
por Jesus, teria ido para o paraíso levando impureza e infelicidade (Lucas 23.43).
Quarto, Jesus ensinou que retornará não mais para trazer Boas Novas, mas para
JULGAR. Como resultado desse julgamento muitos irão para o "fogo eterno,
preparado para o diabo e seus anjos" (Mateus 25.31,32,41,46). Estas declarações
são um xeque-mate em algumas teses kardecistas. Ele afirma que voltará. O que
virá aqui fazer a "Segunda Revelação" já devidamente substituída pela "Terceira"?
Segundo, Ele diz que virá para julgar, e que esse julgamento dar-se-á em
determinado momento, esclarecendo que haverá um Juízo Final. Ora, tal ensino
não faz parte da literatura kardecista, onde se lê que "todos os Espíritos tendem à
perfeição e Deus lhes fornece os meios pelas provas da vida corpórea, mas na
sua justiça reserva-lhes, em novas existências, a tarefa de realizar aquilo que não
puderam fazer ou acabar numa primeira prova" (L.E., quesito 171). Se admitida a
tese defendida pelos "espíritos", o Senhor Jesus adiaria o Juízo para uma data
indefinida, e ficaria aguardando o momento em que todos alcançassem a
perfeição - o que os espíritas chamam de "uma nova chance". Se fosse assim,
não haveria necessidade de Juízo Final, porque com Jesus ou sem Jesus todos
caminhariam para um mundo ditoso. O Senhor Jesus também falou em "fogo
eterno", ou seja, em castigo eterno num lugar previamente preparado. Ora, o
kardecismo, como se sabe, não admite a existência de castigos eternos, pois a
justiça da reencarnação estaria no fato de que todos terão oportunidades iguais de
limpar suas imperfeições. Seguindo o raciocínio kardecista, quando o Senhor
Jesus retornar para julgamento muitos espíritos estarão no meio do caminho rumo
à perfeição, fazendo parte da classe dos "levianos", "perturbadores" e "impuros"
(L.E. quesitos 102-106). Como ficarão estes? Seriam salvos assim mesmo? Não
mais precisariam reencarnar para serem puros? Seria uma exceção à regra da
reencarnação? Ou admitem que o Senhor Jesus mentiu ao dizer que retornaria
(João 14.3)? Pode mentir Aquele que veio "ensinar aos homens uma elevada
moral", como afirmou Kardec? Além do mais o Senhor Jesus falou que o "fogo
eterno está preparado para o diabo e seus anjos".
255
perpetuamente nas camadas inferiores; todos eles tornar-se-ão perfeitos. Mudam
de classe embora devagar" (L.E., questão 116). Pelo visto o Senhor Jesus,
quando vier, vai ter que ficar esperando muito tempo. Quem está mentindo: Jesus
ou os "desencarnados"?
O Senhor Jesus declarou que tem poder sobre o pecado. "Jesus, vendo a fé
deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados". E pensaram
os escribas: "Quem pode perdoar pecados, senão Deus?" Então disse Jesus:
"Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar
pecados [disse ao paralítico]: A ti te digo, levanta-te toma o teu leito, e vai para tua
casa" (Marcos 2.5-12). Ficou claro que o Senhor Jesus pode perdoar e,
desculpem-me pelo óbvio, quem recebe o Seu perdão fica realmente perdoado.
Mas em qual etapa da tese reencarnacionista entraria a necessidade de perdão?
Para que serviria o perdão se a perfeição será alcançada de qualquer modo via
novas encarnações, mediante as provas de novas vidas aqui na terra? Com seus
pecados perdoados ou não aquele paralítico não iria ser aperfeiçoado? A
expressão "Espiritismo Cristão" não estaria portanto mal colocada?
O Sofrimento de Jesus
Ora, levando em conta a crença espírita, Jesus teria passado por todos os
estágios da escala espiritual até chegar à plena perfeição. Inicialmente "alma
simples e sem ciência", Ele teria experimentado muitas lutas e vicissitudes em
muitas vidas corpóreas, havendo subido de degrau em degrau na hierarquia
256
espiritual. Já no topo da escada, recebe não mais uma prova, mas uma MISSÃO.
Tal dissertação da vida espiritual de Jesus está acorde com a afirmação de um
espírita cristão. Quando lhe perguntei se, no entender do kardecismo, Jesus teria
sido um homem como outro qualquer, que mediante muitas vidas corpóreas
atingiu o mais alto grau de perfeição, ele me respondeu afirmativamente.
Os "espíritos" disseram a Kardec que "para chegar a essa perfeição devem eles
passar por todas as vicissitudes da existência corpórea"; que "todos são criados
simples e ignorantes..."; que "os sofrimentos da vida são, por vezes, conseqüência
da imperfeição do Espírito" porque "QUANTO MENOS IMPERFEIÇÕES, TANTO
MENOS TORMENTOS" (realce meu - L.E.,quesitos 132 e 133). Disseram também
que os Espíritos Puros, da primeira classe, já "percorreram todos os degraus da
escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo atingido a soma
de perfeição de que é suscetível a criatura, NÃO TÊM MAIS QUE PASSAR POR
PROVAS OU EXPIAÇÕES" (realce é meu - L.E., quesito 113).
Se correta essa tese, Jesus não mais precisaria passar por provas. Aliás, um certo
"Espírito", a quem Jesus chamou de Satanás, tentou interromper Seus sofrimentos
e até ofereceu-Lhe riquezas (Mateus 4.8-11).
A Verdade
A verdade é que Jesus não sofreu e não morreu crucificado para "expungir" suas
próprias imperfeições. Perfeito como era, não precisou de sacrifícios para limpar
Seu carma ou para elevar-se na escala espiritual. "Verdadeiramente, Ele tomou
sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; foi ferido pelas
nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades" (Isaías 53.4-5). Ele veio
para "salvar o seu povo dos seus pecados" (Mateus 1.21). Ele é "o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo" (João 1.29), "para que todo aquele que nEle
crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16). Ele "morreu por nossos
pecados"; não morreu na cruz para seu próprio progresso (1 Coríntios 15.3). Ele
"se deu a si mesmo por nossos pecados..." (Gálatas 1.4). "Porque para isto sois
chamados, pois também Cristo padeceu por nós... o qual não cometeu pecado,
nem na sua boca se achou engano...levando ele mesmo seu corpo os nossos
257
pecados sobre o madeiro..." (1 Pedro 2.21-24).
"...pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual
a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que Deus
também o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai"
(Filipenses 2.6-11).
CI
Parte CD
O ESPIRITISMO E O ESPÍRITO SANTO
Vejamos o que Allan Kardec disse sobre o Espírito Santo:
"Jesus promete outro Consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não
conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará
para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito... O
Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu
advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei: ensina
todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas... O
Espiritismo vem trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra... Assim, o
Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das
258
coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na
Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela
esperança" (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 3 e 4).
Allan Kardec foi infeliz na interpretação acima. O Consolador prometido não pode
ser uma religião ou um conjunto de práticas que inclui a comunicação com os
mortos. Não pode ser e não é uma instituição orientada por entidades espirituais
desconhecidas. O Consolador não são os espíritos do além. Se fosse, o Senhor
Jesus certamente diria: - "Enviarei os consoladores, aqueles que estarão sempre
convosco, ensinando todas as coisas através de canalizadores que receberão o
dom do Pai". Mas Jesus disse:
"E rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre" (Jo 14.16). A palavra "outro", traduzida do grego "allon", significa "outro
da mesma espécie"; e "consolador", do grego "parakletos", tem o sentido de
"alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar". Se o Consolador é o
Espiritismo, os cristãos do mundo inteiro ainda não receberam essa promessa.
Para recebê-la seria necessário aderirem ao Espiritismo, receberem os "passes"
mediúnicos e se aprofundarem na leitura do Livro dos Espíritos? Em nenhum
momento Jesus orientou seus seguidores para que buscassem instrução e
consolo junto aos mortos. Ao contrário, Ele ensinou o caminho das Escrituras:
Pelo menos, quanto a mim, o Espiritismo não está ao meu lado para me ajudar em
nada. O Senhor Jesus afirmou que quando Ele fosse, o Consolador viria (João
16.7). Teria Jesus atrasado o cumprimento de sua promessa por dezenove
séculos, considerando-se a época do surgimento do Espiritismo como o
conhecemos hoje? Jesus enviaria um espírito-guia para cada pessoa?
Vejamos mais: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em
meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito" (Jo 14.26). O artigo definido "o" define (desculpe-me pelo óbvio). Logo,
259
o Senhor Jesus, nessa passagem, diz que Espírito Santo e Consolador são a
mesma Pessoa. O Senhor Jesus define, nomeia, estabelece, distingue, identifica.
Nada nos leva a deduzir que o Consolador seja uma doutrina, um conjunto de
doutrinas, uma religião, um ou vários espíritos desencarnados, bons ou maus.
"Naqueles dias veio Jesus de Nazaré, na Galiléia, e foi batizado por João no
Jordão. Logo que saiu da água viu os céus abertos, e o Espírito que, como
pomba, descia sobre ele. Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho
amado em quem me comprazo" (Mc 1.9-11). Aí temos Jesus (o Filho), o Espírito (o
Espírito Santo) e a voz dos céus (o Pai). O Espiritismo por acaso teria descido
sobre Jesus? O Cristianismo ensina que o Espírito Santo guia, reprova, pensa,
fala, intercede, determina, capacita, vivifica, convence do pecado, nomeia e
comissiona ministros, e habita com os santos. Logo, o Espírito Santo não é o
Espiritismo, nem o Espiritismo é o nosso Consolador.
"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em
vós?" (1 Co 3.16). O Espiritismo não habita nos homens. Os crentes não são
templos do Espiritismo. Os "espíritos" possuem os corpos daqueles que a eles se
entregam e lhes obedecem. O Espírito da Verdade não incorpora em corpos. Os
"espíritos de verdade" do Espiritismo, estes sim, possuem os corpos de suas
montarias e comandam suas mentes.
Ademais, a Bíblia nos ensina que Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo
(Lc 1.35); foi ungido pelo Espírito Santo (At 10.38); guiado pelo Espírito Santo (Mt
4.1); foi cheio do Espírito Santo (Lc 4.1). Não se fala aqui em Bons Espíritos,
Espíritos Puros ou Espiritismo. Allan Kardec falou de algo que ele desconhecia,
porque o mundo não O conhece (Jo 14.17). Os espíritas não podem argüir a
insuficiência da Bíblia para a elucidação do caso, dizendo que nela não acreditam,
porque Allan Kardec usou-a para admitir que o Consolador prometido é o
260
Espiritismo. E no seu livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Kardec
comentou vários textos bíblicos. Logo, a Bíblia deve ser um livro levado muito a
sério pelos kardecistas.
O Consolador na Igreja
Quem orienta e consola a Igreja de Cristo não são os mortos. Vejam as seguintes
passagens: "Servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-
me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At 13.2).
"Passando pela frigia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito
Santo de anunciar a palavra na Ásia. Quando chegaram à Mísia, tentavam ir para
Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu" (At 16.6-7). Quem orienta a
Igreja de Cristo é o Espiritismo? É um conjunto de espíritos bons que falam
através dos canalizadores?
Espiritismo Cristão
As palavras de Jesus são a verdade. Nenhum espírita pode delas duvidar, porque
Kardec disse que Jesus foi a "Segunda Revelação de Deus", e que veio com a
missão divina de ensinar uma elevada moral aos homens, a moral evangélico-
cristã. O "outro Consolador", de que falou Jesus, encaminha os crentes ao
conhecimento das verdades bíblicas, e não às "verdades" espíritas. Vejamos o
que mais Jesus disse do Consolador:
261
e a leve ao arrependimento. A tentativa de comunicação com os mortos, praticada
pelo Espiritismo, é transgressão da lei de Deus: "Quando vos disserem: Consultai
os médiuns e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram entre dentes, respondei:
"Acaso não consultará um povo a seu Deus? Acaso, em favor dos vivos se
consultarão os mortos?" (Is 8.19). O Cristianismo ensina que em Cristo recebemos
perdão de nossos pecados e não precisaremos morrer várias vezes para atingir a
perfeição.
Ao ladrão na cruz, que se mostrou arrependido, Jesus disse: "Em verdade te digo
que hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23.43). Em contradição, a questão 999
do Livro dos Espíritos, que "contém especialmente a doutrina ou teoria do
Espiritismo", ensina: - "O arrependimento sincero durante a vida basta para
apagar as faltas e para encontrar graça perante Deus?" Resposta: - "O
arrependimento ajuda o Espírito a progredir, mas o passado deve ser expiado".
Questão 1002: "Que deve fazer aquele que, em artigo de morte, reconhece suas
faltas mas não tem tempo de as reparar? Bastará o arrependimento?" Resposta: -
"O arrependimento apressa a reabilitação, MAS NÃO ABSOLVE. Não tem à sua
frente o futuro, que jamais se lhe fecha?". Perguntamos: - O ladrão não foi
absolvido por Jesus? Ele teria que sofrer milhares de reencarnações, não obstante
estivesse morando com Jesus no paraíso? Então qual a diferença entre o ladrão
que não se arrependeu e o que se arrependeu? Vê-se que o perdão do
Espiritismo é diferente do perdão pregado por Jesus. Finalmente, o Espiritismo
não convence o mundo do ato divino da redenção e da vitória do Cristo ressurreto,
para derrota do príncipe deste mundo. No Espiritismo o futuro é incerto, "nunca se
fecha"; é um caminhar rumo a uma perfeição que nunca chega. Realmente, não
há absolvição para os espíritas, como bem disse Kardec.
CII
Parte CDI
O ESPIRITISMO E A RESSURREIÇÃO DE JESUS
Espiritismo kardecista e Espiritismo Cristão são a mesma coisa. Difícil mesmo é
encontrarmos, nesse sincretismo proposto, algo que possa conciliar Cristianismo e
262
Espiritismo.
Surpreende qualquer um o fato de não haver Allan Kardec feito qualquer menção
à ressurreição de Jesus, no seu livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Ora, a
ressurreição de Jesus é doutrina fundamental do Cristianismo. Se Ele não tivesse
ressurgido dos mortos, então não seria o Messias prometido, e suas palavras não
teriam nenhum sentido. Também no Livro dos Espíritos os "espíritos" nada dizem a
respeito desse assunto importantíssimo para a comunidade cristã.
"Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a
Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos
escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia" (Palavras do evangelista, Mt
16.21).
"E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem, e
crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará" (Palavras de Jesus, Mt 20.19).
"Derribai este templo, e em três dias o levantarei" (Jesus, Jo 2.19). "Quando, pois,
ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso"
(Evangelista, Jo 2.22).
"Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar
onde o Senhor jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já
ressuscitou dos mortos" (Evangelista, Mt 28.6-7).
263
Além desses registros, dentre outros, que comprovam a predição e o cumprimento
da ressurreição de Jesus, outras passagens mostram que Ele falou sobre uma
futura ressurreição: "Os que fizeram o bem sairão [dos sepulcros] para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação"
(Jo 5.28-29; 6.39-40, 44,54). A Ressurreição coletiva ensinada por Jesus é
detalhada por Paulo em 1 Tessalonicenses 4.16: "Os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro"(v.1Co 15.23); e em Apocalipse 20.4-5, 12-13, que
corroboram o ensino da ressurreição coletiva, no Juízo. Tais afirmações são
sintetizadas em Hebreus 9.27: "E, como aos homens está ordenado morrerem
uma vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma
vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos
que o esperam para a salvação".
b) Jesus nos ensinou na história do rico e Lázaro que os mortos não podem ajudar
264
os vivos (Lc 19.19-31). O "Jesus" de Kardec exorta mortos e vivos a uma mútua
ajuda.
c) O "Jesus" de Kardec conclama a todos para não mais ouvirem a voz dos
profetas e dos apóstolos, e sim a voz.
O Jesus bíblico, pela história de rico e Lázaro, ensina que devemos ouvir Moisés e
os profetas, ou seja, a Palavra (Lc 16.29). Já ressurreto, recomendou que o Seu
evangelho fosse pregado em todo o mundo (Mt 24.14).
f) O "Jesus" de Kardec disse que o caminho que conduz ao reino de Deus é "reto
e largo". O Jesus da Bíblia disse que "estreita é a porta e apertado o caminho que
conduz para a vida" (Mt 7.14). É evidente que o caminho indicado pelo Espiritismo
é largo, folgado, sem dificuldades: sem pecado, sem inferno, sem juízo final, sem
necessidade de perdão, todos atingirão a plenitude, o clímax, a perfeição,
mediante sucessivas reencarnações.
265
Ressurgir significa tornar a surgir. Não se pode empregar este termo com relação
aos espíritos humanos, que não morrem. Retornando ao mistério, os mortos em
Cristo ressuscitarão, porém num corpo transformado; um corpo glorioso,
poderoso, espiritual, adequado às regiões celestiais. O corpo será o mesmo que
desceu à terra, porém revestido de incorruptibilidade, de imortalidade. Daí haver
Paulo dito: "os mortos ressuscitarão incorruptíveis" (1 Co 15.52). São os mortos
que ressuscitarão, e não os espíritos. A ressurreição dos crentes será a grande
vitória sobre a morte. Assim como Cristo venceu a morte, nós, com Ele,
venceremos (1 Co 15.54; Hb 22.14).
266
O mais sensato, porque verdadeiro, é admitirmos que Jesus ressuscitou
corporalmente, apareceu a centenas de pessoas, e virá em glória, segunda vez,
para arrebatar a sua Igreja. Nesta ocasião, haverá uma ressurreição coletiva dos
santos, segundo a Escritura (1 Ts 4.16-17). No final dos tempos, após o Seu
reinado de mil anos, os ímpios também ressuscitarão, coletivamente, para
receberem a condenação eterna (Ap 20.5).
CIII
Parte CDII
O ESPIRITISMO KARDECISTA
Segundo a Bíblia Sagrada
O Espiritismo é a seita que mais cresce no Brasil e no Mundo e conta com cerca
de 20 milhões de adeptos só no Brasil.
267
REENCARNAÇÃO
Mateus 11,12-15 - usam este texto para dizer que João Batista era reencarnação
de Elias. João Batista não era Elias reencarnado pelas seguintes razões:
No monte da transfiguração (Mt 17,1-6), quem apareceu foi Elias e não João
Batista, como era de se esperar se João fosse a última encarnação de Elias.
Quando indagaram se ele era Elias, sua resposta foi: "Não" (Jo 1,19-23).
Para que João Batista fosse a reencarnação de Elias, este precisaria ter morrido
primeiro. E Elias nunca morreu, pois foi arrebatado vivo ao céu (2 Rs 2,11).
Entendemos que João Batista cumpriu funcional e profeticamente o ministério de
Elias.
João 3,1-12 - Eles afirmam que neste texto o próprio Jesus ensinou a
reencarnação ao falar do novo nascimento. O contexto de João 3,1-12 indica
claramente que Jesus estava se referindo a um nascimento espiritual e não físico
(v.6). O nascer "de novo", significa "do alto", "de cima", efetuado pelo próprio
Espírito Santo (Tt 3,5; 2 Co 5,17).
268
SALVAÇÃO PELAS BOAS OBRAS
CONCLUSÃO
Parte CIII
O MOVIMENTO CATÓLICO CARISMÁTICO
Examinado à luz da Bíblia
I - Introdução Origem E História Do Movimento
Seria correto dizer-se que o texto de Joel 2:28-29 (citado pôr Pedro em Atos 2:16-
18) tenha, pôr extensão, atingido os Católicos Romanos?
II - História
Podemos dizer que o Papa Joäo XXIII foi o precursor da Renovação Carismática.
O Concílio Vaticano II, foi o início desse movimento, manifestou-se a propósito
desse movimento: O Espírito está se movendo em sua igreja hoje, especialmente
desde o Concilio Vaticano II. Parece pôr acaso esperar-se maior freqüência dos
dons espirituais operando na Igreja? Antes do Concílio, orávamos todos os dias:
269
Renova tuas maravilhas em nossos dias, para que tenhamos um novo
Pentecostes.’ Esperávamos que o concílio fosse um acontecimento ‘pentecostal’,
um derramamento do Espírito Santo. E foi mesmo.’ Livro Católico Pentecostais
(pág.232)
Ressaltam os católicos que o seu movimento carismático não deve ser confundido
com o movimento carismáticos das igrejas evangélicas pentecostais: "... não
devemos confundir o movimento pentecostal católico com o pentecostalismo
denominacional." (Pág. 196)
III - Desenvolvimento
No outono de l966 reuniu-se na Universidade do Duquesne, na cidade de
Pittsburgh durante a Convenção Nacional dos Cursilhos, o movimento
desencadeado pelo Clero Católico, no sentido de dinamizar as práticas católicas.
O mentor espiritual foi Edward O.Connor, escritor dos livros - O Movimento
Pentecostal na Igreja Católica", e "Pentecoste e Catolicismo. Seus auxiliares neste
trabalho foram Steve Clark e Ralph Martin Keifer. (Pág. 15,17).
1 - Em nível internacional:
O Escritório Internacional da RCC (ICCRO) International Catholic Charismatic
Office funciona em Roma, Itália.
IV - Brasil
No Brasil, o movimento carismático teve inicio pôr volta de 1972, com o padre
jesuíta Harold J. Rahm e a cidade escolhida foi Campinas. A estratégia de se
começar o movimento carismático nessa cidade do Estado de São Paulo se
prende ao fato de lá se concentrarem muitos missionários evangélicos Norte
Americanos, oferecendo assim ameaça às tradições católicas campineiras. De
Campinas o movimento carismático se espalhou para todo o Brasil.
V - Objetivo
O objetivo desse movimento é o ECUMENISMO. E para que esse objetivo fosse
270
alcançado, teve-se em mente atingir de modo específico os evangélicos
pentecostais. E isto pôr duas razoes:
Moça bebendo bebida alcoólica, oferecendo cigarros"... Tudo numa cordial reunião
de oração! Isso porventura inspira? Ajuda a comunhão com Deus?
Ainda bem que o livro expõe que o movimento carismático católico nada tem a ver
com o movimento carismático evangélico, pois seria escândalo um crente ser
encontrado fumando, muito mais numa reunião em que se busca o batismo com o
Espírito Santo, estar sendo realizada com pessoas presentes oferecendo cigarros
aos demais. (Is. 6:3; Ap. 4:8; I Pd 1:16; Jo 16:8; Gl 5:22,23; II Tm 2:19).
2.) Antes do ofertório da Missa, Tom Bettler, um concluinte de Notre Dame, fez sua
profissão de fé e foi oficialmente recebido na Igreja Católica, tendo recebido sua
primeira comunhão. Uma razão maior do que todas para celebrarmos!". (pág. 71)
271
Santo entre os católicos não os convenceu de abandonarem sua igreja. "Ao
contrário renovou seu amor pela igreja e edificou sua vida na comunidade
católica" (pág. 73)
Quem recita o rosário em coro incorre na reprovação de Jesus (Mt 6:5). Aos
rezadores de rosário disse Jesus (Mt 15:7-9).
4.) "Somente pelo fato de ser vivificado pelo Espírito Santo é que a Igreja continua
a celebrar o mistério pascal d Cristo, em palavra e sacramento, fazendo presente
e eficiente em cada geração a plenitude da redenção"(pág. 159)
Missa é inteiramente inútil, diante do que está escrito em Hb 10:14. Não é sacrifico
272
porque Jesus ressuscitado não pode tornar a morrer (Rm 6:9; Hb 9:22,28). O
sacrifício de Cristo foi de uma vez para sempre (Hb9:212,24-28;10:10,12,14; Fp
2:8,9; At 2:33-36).
2 - Maria Advogada
A igreja católica apresenta Maria como medianeira da humanidade. Na Ave Maria
rezam: Santa Maria, mãe de Deus, rogai pôr nós, pecadores, agora e na hora da
nossa morte.
A teoria de que à Maria se preste um tipo de culto inferior que ao prestado a Deus
é inútil na prática, pois o adorador comum não tem capacidade de fazer distinção
de cultos, como também ele não sabe qual a distinção existe. Assim ela é
considerada como uma espécie de quarta pessoa da Trindade, embora os
católicos afirmem crer na Trindade.
273
sacramento da Penitência, que ambos usamos agora com muito mais resultado e
frutos do que nunca. " (pág. 114)
O rei Davi tendo pecado, dirigiu-se a Deus (Sl 51:1; I Jo 1:9) As Escrituras
falam de arrependimento para que haja perdão (Sl 32:5; Is 43:25; Mt 6:6-12;
Lc 7:48; Jo 8:11; At 8:22; 10:42,43; II Co 5:18-20).Jo 20.23 obs. Soprou sobre
os apóstolos o espírito Santo .
Onde o pecado é perdoado não pode mais haver pena a cumprir (Hb 10:17,18).
Parte CIV
POBREZA É COISA DO DIABO OU FALTA DE FÉ?
Pobre é aquele “que não tem o necessário à vida; sem dinheiro ou meios”
(Dicionário Aurélio). “Pobreza – A lei judaica era cuidadosa acerca dos pobres.
Eles tinham direito de apanhar aquém e além o que se deixava ficar no campo
depois da ceifa, ou depois da vindima, ou depois da colheita de azeitonas (Lv
19.9,10. Dt 24.19,21; Rt 2.2). No ano sabático eram os pobres autorizados a ter
parte nas novidades (Êx 23.11; Lv 25.6); e se eles tinham vendido alguma porção
da sua terra, ou tinham cedido a sua liberdade pessoal, tudo isso lhes devia ser
restaurado no ano do Jubileu (Lv 25.26 e seg.; Dt 15.12 e seg.). Além disso, eram
protegidos contra a usura (Lv 25.35, 37; Dt 15.7,8; 24.10 a 13); recebiam uma
porção de dízimos (Dt 26.12.13); e ainda sob outros pontos de vista tinha de ser
considerada a sua situação (Lv 19.13; Dt 16.11,14)” (Dic. Bíblico Universal –
Buckland).
A lei mosaica não considerava a pobreza uma falta de fé ou uma obra demoníaca.
274
Os israelitas amparavam os pobres: “Não fecharás a mão ao teu irmão pobre” (Dt
15.7). Notem que existiam pobres que, apesar dessa condição, eram chamados
de irmãos. Deus não garantiu que todos os justos seriam ricos, pelo contrário:
“Nunca deixará de haver pobres na terra. Portanto eu te ordeno: Livremente
abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na
terra” (Dt 15.11). Com base nessa palavra, os filhos da teologia da prosperidade
deveriam lançar uma campanha nacional em favor dos irmãos pobres, e destinar
parte do dízimo para esse fim, utilizando a mesma energia com que usam o Antigo
Testamento (Malaquias 3.10) para arrecadar dinheiro. O apóstolo Paulo deixou o
exemplo: “Pois pareceu bem a Macedônia e a Acaia fazer uma coleta para os
pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem,
como devedores que são para com eles” (Rm 15.26-27). Fala-se em ajuda e
não em falta de fé.
“Não somente a ansiedade é um pecado, mas também o ser pobre, quando Deus
promete a prosperidade” (Robert Tilton, citado por Hank Hanegraafff, “Cristianismo
em Crise”, p.200). Para Tilton, o pobre é um miserável pecador.
275
“Você quer prosperar? O dinheiro vai cair sobre você da esquerda, da direita e do
centro. Deus começará a fazê-lo prosperar, pois o dinheiro sempre se segue à
retidão... Diga comigo: Tudo que eu possa desejar já está em mim” (Benny Hinn,
citado por John Ankerberg). Os seguidores desses “heróis da fé” ficam sabendo
que a vida cristã é um mar de rosas. É só fazer o sacrifício pecuniário e dinheiro
vai chover do céu. Jesus disse que os que quisessem segui-lo deveriam carregar
sua cruz. Seria carregar uma cruz recheada de dinheiro?
Papas da prosperidade
Os arautos dessa doutrina ensinam que os cristãos devem ser ricos, buscar a
riqueza, exigir de Deus a riqueza. Em contraste, a Palavra aconselha:
“Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele; tendo,
276
porém, sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Os que querem ficar
ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e
nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao
dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram
da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.7-10).
Pedro não tinha “nem ouro nem prata” para dar ao mendigo,
mas tinha algo muito mais valioso, que era fé em Jesus Cristo, o
Nazareno (At 3.6). Se o modismo da confissão positiva existisse
no tempo de Paulo, ele seria considerado um fracassado na fé,
ou possuído pelo demônio da pobreza. Contrariando a teologia
da prosperidade e sem medo de ser chamado de incrédulo,
declarou que passou fome, sede, frio e nudez, situação em que
os crentes da prosperidade não querem nem ouvir falar (2 Co
11.27). Além disso teve a ousadia de dizer que sentia prazer nas
fraquezas e nas necessidades, “pois quando estou fraco, então
é que sou forte” (2 Co 12.10). Nos dias de hoje, se algum filho
da confissão positiva fizer declaração semelhante será
aconselhado a fazer uma série de sacrifícios pecuniários e a
submeter-se a uma sessão de libertação.
277
se não, estejamos contentes e conformados com o que temos, confiantes
em que Deus suprirá nossas necessidades (1 Tm 6.8; cf. Mt 6.25,31,34).
Pontos de contato
Esses mestres dizem possuir unção para dar e vender, mais para vender do que
para dar. Desejam igualar-se Àquele que disse: “Alguém me tocou; senti que de
mim saiu poder” (Lc 8.46).
A idéia é fixar na mente das ovelhas a necessidade de serem ricas, de ajuntarem
tesouros aqui na terra, como meio de serem felizes. A felicidade em Cristo,
todavia, não advém do ter, mas do ser.
Parte CV
O PURGATÓRIO E O SANGUE DE JESUS
Nenhuma doutrina ou tradição pode subsistir sem o respaldo da inerrante Palavra
de Deus. O discurso do Purgatório parece haver perdido nos últimos tempos seu
colorido, sua preferência no púlpito romano. Todavia, esse esdrúxulo ensino está
vigente, como veremos a seguir na palavra oficial do Vaticano:
* "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente
purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua
morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na
alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que
é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina
da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento.
Fazendo referência a certos textos da Escritura (1 Coríntios 3.15), a tradição da
Igreja fala de um fogo purificador. No que concerne a certas faltas leves, deve se
crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele
que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra
o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século
futuro (Mateus 12.32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem
278
ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro. Este
ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a
Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu] mandou oferecer esse
sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de
seu pecado" (2 Macabeus 12.46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a
memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício
eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de
Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de
penitência em favor dos defuntos: Levemo-lhes socorro e celebremos sua
memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai (Jó 1.5),
por que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes
levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em
oferecer nossas orações por eles" (Catecismo da Igreja Católica, pg. 290).
ANÁLISE DO DOGMA
279
de glória e de honra diante de Deus) por ocasião do tribunal de
Cristo (Romanos 14.10; 1 João 4.17; Hebreus 10.30b). Vejam: "A
obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará,
porque pelo fogo será descoberta" (1 Coríntios 3.13). A
expressão "todavia como pelo fogo" pode ser entendida como
escapando por um triz, escapando com perdas e danos, tal como
se escapa de uma casa pegando fogo. Note-se: "como pelo
fogo", ou seja: de forma semelhante a quem escapa do fogo. O
ministério vai abaixo porque não suportou o fogo da Palavra; a
obra se perde, não prospera, "mas o tal será salvo". Nada que
indique que iremos para o fogo.
* 2 Macabeu 12.46: "É logo um santo e saudável pensamento orar pelos mortos,
para que sejam livres dos seus pecados"((Bíblia, edição católico-romana, tradução
do padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1964). Macabeu e mais seis livros e
quatro acréscimos apócrifos (não genuíno, espúrio) foram aprovados em 18 de
abril de 1546 pela Igreja Romana, depois de acirrados debates, "para combater o
movimento da reforma Protestante", pois esses livros sem valor doutrinário davam
280
sustentação à idéia do Purgatório, da oração pelos mortos e da salvação mediante
obras. Macabeu, como os demais apócrifos, nunca foi citado por Jesus, nem por
qualquer livro canônico. Como diz Antonio Gilberto, "a aprovação dos apócrifos
pela Igreja Romana foi uma intromissão dos católicos em assuntos judaicos,
porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é dos judeus e não de
outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento estava completo e fixado há
muitos séculos". Noutras palavras, o livro de Macabeu não é considerado de
inspiração divina, não servindo, portanto, para o conhecimento da verdade e
crescimento espiritual. Ademais, os apócrifos foram escritos entre Malaquias e
Mateus, ou seja, entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, período em que
cessou a revelação de Deus.
* O dogma do Purgatório não explica com nitidez qual o objetivo das rezas em
favor das almas em estado de purificação. Ora, se houvesse Deus estabelecido
um período para purificação dos que cometeram "faltas "leves" (o que podemos
entender por "faltas leves? Quais?), antes de ingressarem no Céu, vale dizer que
esse estágio seria pra valer e deveria ser totalmente cumprido. Se não cumprido,
se não cumprida a etapa, não haveria expiação nem purificação. Se a intenção é
abreviar a permanência da alma no estágio ou amenizar seu sofrimento, a atitude,
embora com as melhores intenções, estaria contrariando os planos divinos e
dificultando, quem sabe, a rápida recuperação das almas ali confinadas.
Raciocínio idêntico se aplica à situação dos espíritos desencarnados que,
segundo ensino kardecista, necessitam viver outras vidas e morrer outras mortes
para obterem purificação. Assim, não se deveria amenizar ou suspender o
sofrimento desses espíritos porque estaríamos interrompendo o processo de sua
purificação.
* De outra parte, a intercessão dos vivos em favor das almas no Purgatório não
objetiva abrir-lhes as portas do céu, porque, como o próprio dogma define, a
salvação delas está garantida. Ora, se estão salvas, estão na paz do Senhor. Se a
passagem pelo fogo é indispensável, o Purgatório não é uma maldição, mas uma
bênção. O Purgatório seria a porta de entrada do céu, a sala de espera. O
Purgatório seria certeza de salvação! O dogma diz isso. Então, fica a pergunta: faz
alguma diferença rezar ou não rezar pelos entes queridos que padecem no
Purgatório? Com reza ou sem reza não irão para o céu? Com ou sem reza,
esmolas, penitências ou velas não estão salvos? Tem algum cabimento orarmos
por almas que já estão com passagem comprada para o céu? Os fiéis
economizariam milhões de dólares diariamente se as rezas do sétimo dia fossem
suspensas.
* A Igreja Romana diz: "No que concerne a certas faltas leves, deve se crer que
existe antes do juízo um fogo purificador". Perguntamos qual o juízo a que está
281
sujeito o salvo? Os salvos comparecerão ao tribunal de Cristo (Romanos 14.10),
após o arrebatamento da Sua Igreja, para avaliação/julgamento de nossas boas
obras (Efésios 6.8), atos (Marcos 4.22). "Todas as coisas estão nuas e patentes
aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas (Hebreus 4.13).
* "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus Cristo seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João
1.7). "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1.9). Se estivermos em Cristo,
na fé e na obediência, não sobram pecados "leves" para nos levar ao fogo do
Purgatório. O sangue de Jesus nos purifica de TODO pecado, de qualquer
pecado. TODOS os pecados ser-nos-ão perdoados.
* "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque
não crê no unigênito Filho de Deus" (Palavras de Jesus, João 3.18). Quem ama,
crê e obedece a Jesus não será condenado ao fogo purificador.
282
* "Em verdade vos digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Esta
foi a resposta que Jesus deu ao ladrão que se mostrou arrependido e clamou por
salvação. Ora, aquele ladrão com certeza carregava o peso de muitos pecados,
pecados leves e pesados. Se houvesse um estágio, como um terminal rodoviário
em que os passageiros ficassem a espera de prosseguir a viagem, a resposta de
Jesus talvez fosse diferente. A entrada daquele recém-convertido no céu estaria
condicionada a uma temporada no Purgatório. Não foi assim porque não há
condenação para os que morrem em Cristo Jesus.
* Jesus contou a história de um homem que era rico, e de outro, chamado Lázaro,
que era pobre. O homem rico morreu e foi para um lugar de tormentos. Lázaro,
pobre e temente a Deus, foi para o Seio de Abraão (Paraíso), e não para o
Purgatório. Se naquela época existisse o dogma do Purgatório, e por Lázaro seus
familiares tivessem rezado, seria o mesmo que chover no molhado. Por outro lado,
Abraão não esboçou qualquer possibilidade de mudar a situação do rico.
Indagado, Abraão disse que os irmãos do rico poderiam livrar-se do tormento se
dessem ouvidos a Moisés e aos Profetas, ou seja, se dessem crédito à Palavra de
Deus iriam para o Paraíso, viver na Paz do Senhor; iriam para o mesmo lugar
onde estava Lázaro. Não se fala em Purgatório (Lucas 16.20-31).
* "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com
Cristo, porque isto é ainda muito melhor" (Filipenses 1.23; 2 Coríntios 5.8). Paulo
foi um severo e cruel perseguidor de cristãos. Ao encontrar-se com ele, Jesus
perguntou: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" E adiante: "Eu sou Jesus, a
quem tu persegues" (Atos 9.1-8). Esse homem teria razões de sobra para
imaginar que, antes de estar com Cristo, passaria por um fogo purificador, e bota
fogo nisso. O apóstolo Paulo nem desconfiava que cinco séculos mais tarde a
Igreja Romana iniciaria o ensino do dogma do Purgatório!
283
ensinada por Jesus. Deus perdoaria, mas ficaríamos devendo? Não oramos a um
Deus surdo, mudo e paralítico. Oramos a Deus Todo-poderoso, que ouve, vê,
sente, ama, cura, perdoa e salva. E vejam o que Ele afirmou: "Se o meu povo, que
se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se
converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e PERDOAREI
OS SEUS PECADOS, e sararei a sua terra"(2 Crônicas 7.14).
* "Pois pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é Dom de
Deus" (Efésios 2.8) "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23). Dar-se-ia o
caso de Deus prometer vida eterna como um dom gratuito, mas depois exigir
alguma espécie de pagamento? Se temos a fé em Cristo, temos a graça e a
salvação. Junto viria o Purgatório? Ora, o sacrifício de Jesus foi exatamente para
levar consigo nossas dores, pecados e sofrimentos. A Sua morte expiatória nos
proporcionou vida eterna. Jesus nos prometeu "vida com abundância" (João
10.10), isto é, vida plena de paz; vida com certeza da salvação; uma vida que
anseia encontrar-se com Ele. Uma vida cheia de incertezas, de lembranças do
fogo purificador; uma vida que sabe da existência de um sofrimento no além, não
é uma vida abundante.
* "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres" (João 8.36).
Estaríamos livres apenas dos pecados maiores, mas não totalmente livres das
faltas leves? E por essas leves faltas iríamos para o fogo do Purgatório?
Verdadeiramente livres da escravidão do pecado, porém não livres das labaredas
purificadoras? É evidente que os salvos não sofrerão as penas do Purgatório.
Jesus sofreu esse "Purgatório" por nós; carregou sobre si as nossas dores, sofreu
nossos sofrimentos, "para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna" (João 3.16). O diabo adoraria ver um filho de Deus no fogo brando do
Purgatório!
* "Mas este [Jesus], havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está
assentado para sempre à destra de Deus" (Hebreus 10.12). O sacrifício de Jesus
foi único e suficiente para nos conceder graça, perdão, justificação e salvação.
Nada mais precisamos fazer. O pecado foi vencido no Calvário, e "em todas estas
coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Romanos
8.37).
284
do pecado, das quais a mais grave é a separação de Deus". E adiante declara: "O
Batismo não somente purifica todos os pecados, mas também faz do neófito uma
criatura nova..." Com relação às criancinhas fica difícil imaginar que já carreguem
pecados pessoais. Mas o que desejamos dizer é que, na doutrina do batismo, a
Igreja de Roma concorda que Deus perdoa TODOS os pecados, e as penas
resultantes. Já na doutrina do Purgatório os pecados não são totalmente
perdoados. Uma incongruência!
Como vimos, o dogma do Purgatório não encontra qualquer amparo nas Sagradas
Escrituras. Se Deus não criou o Purgatório, quem o inventou? Eis a resposta: "A
Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de
Florença e de Trento" (Igreja de Roma, Catecismo, pg. 290). Então, o lugar
chamado Purgatório foi invenção de homens. "SEMPRE SEJA DEUS
VERDADEIRO, E TODO HOMEM MENTIROSO" (Romanos 3.4). Ainda bem que
Jesus derramou seu sangue por nós, e o Seu sangue nos lava e purifica de todo
pecado.
Parte CVI
OS EXTERMINADORES DE ALMAS
Há certos grupos religiosos que ensinam o aniquilacionismo, doutrina que
desconsidera o castigo eterno reservado aos ímpios. Segundo eles, nenhum
espírito humano sofrerá eternamente, nem mesmo o diabo. Em suma, os justos,
pela ressurreição, alcançarão a vida eterna, e assim viverão eternamente com
Deus; e os injustos serão eliminados. Para estes, pena capital; para aqueles, vida
plena para todo o sempre.
285
extermínio. É um lugar de vergonha, desprezo, angústia, tristeza por que passarão
os que lá estiverem, pelos séculos dos séculos. A mesma expressão grega usada
em Apocalipse 20.10, “serão atormentados para eis tous aiõnas ton aiõnõn-todo o
sempre”, é usada em Hebreus 1.8, referindo-se à duração do trono de Deus,
eterno no sentido de interminável; em 1 Pedro 4.11, concernente à Sua glória e
domínio para sempre; em Apocalipse 1.8, sobre a eternidade do Cordeiro.
Acompanhem a seguinte seqüência de eventos e comprovem que a “segunda
morte” não é uma aniquilação, mas um estado eterno de separação de Deus:
Apocalipse 19.20 - A besta e o falso profeta são lançados vivos no lago de fogo.
Apocalipse 20.2 – Satanás é amarrado por mil anos.
Apocalipse 20.5 – Os outros mortos reviveram após os mil anos.
Apocalipse 20.7 – Satanás será solto da sua prisão.
Apocalipse 20.10 – O diabo foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a
besta e o falso profeta. De dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.
Apocalipse 20.15 – Serão lançados no lago de fogo todos os não inscritos no livro
da vida.
Observem que passados mil anos (Ap 19.20) a besta e o falso profeta ainda se
encontravam vivos no lago de fogo (Ap 20.10) e continuarão no mesmo eterno
estado de ruína, sendo atormentados dia e noite. Se a besta e o falso profeta não
foram exterminados no lago de fogo, também não o serão os ímpios ali lançados.
“De dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” quer dizer exatamente
o que diz, isto é, que o sofrimento não terá fim.
Terceiro, Jesus disse que não devemos temer os que matam o corpo e, depois,
não têm mais que fazer. Devemos temer, disse Ele, aquele que, depois de matar,
tem poder para lançar no inferno a alma e o corpo (Mt 10.28; Lc 12.4-5). Como
Autor da vida e da morte, Jesus está ensinando que os ímpios sofrerão
eternamente no inferno. Contrastando com os que matam o corpo e não podem
matar a alma, o Autor da vida e da morte não só pode matar o corpo [morte física],
mas tem poder para lançar no inferno alma e corpo. Ele não está afirmando que
lançará no inferno um corpo morto, mas um corpo ressuscitado. Tal ensino está de
acordo com Apocalipse 20.5: “Os outros mortos reviveram após os mil anos”, ou
“os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram”. Se o castigo
eterno significasse eliminação dos ímpios, qual a razão de ressuscitá-los, se já
estão eliminados na sepultura? Portanto, os ímpios ressuscitam para receberem a
punição divina do castigo eterno. Esse é um nó difícil de ser desatado pelos
exterminadores de almas.
Ora, os ímpios ressuscitarão não para morrer novamente, mas para receberem o
castigo da vergonha, do desprezo e do eterno afastamento de Deus. Vejam: “E
286
muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e
outros para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2). Os exterminadores querem a
pena de morte para os ímpios, na seguinte seqüência: Morte física e conseqüente
morte da alma; ressurreição dos ímpios; extermínio dos ímpios. Mas o texto
apresentado não aprova tal raciocínio. Os ímpios ressuscitarão “para vergonha e
desprezo eterno”, ou seja, estarão eternamente envergonhados e desprezados,
afastados de Deus. Jesus fala que os maus sofrerão a ressurreição “da
condenação” (Jo 5.28,29). O inferno é lugar de “tribulação e angústia” (Rm 2.9) e
de “pranto e ranger de dentes” (Mt 22.13; 25.30). Tais castigos só podem ocorrer
em corpos vivos, pois um corpo morto, eliminado, exterminado não sofre
tribulação e angústia, nem chora, nem range os dentes. Aliás, nada sofre porque a
morte é indolor.
Convenhamos, defunto não chora, não se angustia, não range dentes, não passa
por tribulação, não se atormenta, não sente vergonha ou desprezo. Logo, não
deve prevalecer a idéia de que os ímpios serão exterminados. Deus não
ressuscitará os ímpios para exterminá-los em seguida (Ap 20.5).
Agiria assim para que morram “conscientes” da punição? De maneira alguma. Não
há consciência na morte. A morte é o fim das angústias e tribulações. No
extermínio não há castigo eterno.
Além disso, a tese do extermínio dos ímpios é incompatível com a doutrina dos
diferentes graus de castigo, conforme ensina a Bíblia.
287
Os exterminadores dizem que a pena será uniforme para todos os ímpios, isto é, a
eliminação sumária será aplicada a todos, indistintamente. Mas a Bíblia nos
ensina que haverá diferentes graus de castigo. Leiam:
“Assim como haverá diferentes graus de glória no novo céu e na nova terra,
também haverá diferentes graus de sofrimento no inferno. Aqueles que estão
eternamente perdidos sofrerão diferentes graus de castigo, conforme os privilégios
e responsabilidades que aqui tiveram” (Notas Bíblia de Estudo Pentecostal).
Vejam os textos pertinentes:
“Virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele
não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis. E o servo que
soube da vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua
vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que não a soube, e fez coisas
dignas de açoites, com poucos açoites será castigado” (Lc 12.46-48).
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas,
sob pretexto de prolongadas orações. Por isso, SOFREREIS MAIS RIGOROSO
JUÍZO” (Mt 23.14). (Mc 12.40 diz: “...Estes receberão juízo muito mais severo”;
Lucas 20.47 diz “...Estes receberão maior condenação”).
“De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o
Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e
ultrajar o Espírito da graça?” (Hb 10.29).
288
iria juntar-se àquele ladrão, na glória. Iria fazer parte do grupo dos salvos que, em
paz, aguarda a ressurreição.
Parte CVIII
QUERO DEVOLVER MEU ANJO DA GUARDA
- Você de novo? O que deseja agora?
- Como lhe disse, troquei meu anjo da guarda.
- E agora? Tudo está dando certo?
- Que nada! Foram-se minhas economias.
- O anjo levou seu dinheiro?
- Não, pastor. Gastei com o voto de sacrifício e a compra de uma camiseta.
- E a vida como está?
- Nada melhorou. Meu namorado continua bebendo, meu patrão não me deu
aumento de salário.
Pra completar, fui atropelada e fraturei um braço.
- Mas essas coisas acontecem.
- Então pra que serve o anjo da guarda, se ele não guarda nada? Outro dia eu
estava muito gripada, com falta de ar e dor de cabeça. Aí gritei: -
Raimundinhoooooo. Anjo Raimuuunndinho onde estás? Ele me deu calado por
resposta. De que vale um anjo desse que nem conversa com a gente?
- E o nome dele é Raimundinho?
- O senhor não se lembra? É o mesmo nome do meu namorado.
- Qual o seu desejo agora?
- Quero que o senhor me aceite de volta pra sua igreja
- Mas não há nenhum problema.
- Há um problema, pastor. Quero devolver o anjo da guarda. Esse que me deram
deve ter sido despedido por algum pobre coitado. Aí veio parar na minha vida.
Pastor, eu tenho uma sugestão.
- Qual?
- Os anjos deveriam ser cadastrados pelas igrejas. Cada um teria seu currículo.
Aquele anjo que fez prosperar seus protegidos seria bem recebido. Os demais,
menos eficientes, ficariam sem emprego. Por exemplo, anjo de pastor próspero
todo mundo quer por qualquer preço.
- E por que você não volta lá para fazer a devolução do anjo?
- Eles não aceitam devolução. Não há prazo de garantia. E novamente teria que
fazer novos votos.
- Você deve esperar mais um pouco. Aguarde os resultados com paciência.
- Não, pastor. Com esse anjo eu não fico mais nem um dia. Eu quero é que ele
perca meu endereço.
- Mas na minha igreja não fazemos essa permuta. Os anjos são mensageiros de
Deus. São enviados para nos dar livramento em situações de emergência, se
Deus assim quiser. Ou são enviados para nos transmitir uma mensagem especial.
289
Você nunca deveria ter entrado nessa de trocar seu anjo. Não é bíblico.
- E como minha amiga tão logo trocou de anjo arrumou um emprego?
- É porque ela iria ser empregada de qualquer modo. Quer um conselho: Entregue
a sua vida ao Senhor, confie nEle e tudo Ele fará.
Parte CVIII
QUEM É JESUS PARA AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ?
O objetivo deste trabalho é examinar e comentar as divergências entre a Bíblia
Sagrada e a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM), versão
inglesa de 1984, editada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
(STV).
290
"Uma chocante falha de tradução. Obsoleta e incorreta. Nenhuma pessoa com
conhecimentos razoáveis iria traduzir João 1.1 para "O Verbo era um deus" (Dr.
J.R.Mantey).
"Um espantoso erro de tradução. Errôneo, pernicioso e criticável. Se as
Testemunhas de Jeová levam essa tradução a sério, elas são politeístas" (Dr.
Bruce M. Metzger, de Princeton (Professor de linguagem do Novo Testamento e
Literatura).
"Eu posso assegurar a vocês que a interpretação a qual as Testemunhas de
Jeová dão em João 1.1 não é aceita por nenhum honrado conhecedor de
Grego" (Dr. Charles L. Feinberg, de La Mirada, Califórnia).
Jo 1.14
Bíblia: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade".
TNM: "De modo que a Palavra se tornou carne e residiu entre nós, e
observamos a sua glória, uma glória tal como a de um filho unigênito
dum pai; e ele estava cheio de benignidade imerecida e de verdade".
João 20.28
Bíblia: "E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu".
TNM: "Em resposta, Tomé disse-lhe: ´Meu Senhor e meu Deus".
Aqui a STV cochilou e deixou passar essa inequívoca declaração da deidade
de Jesus. É possível que na próxima revisão façam a devida alteração.
Podemos entender, também, que o "lapso" deveu-se à clareza da afirmação,
impedindo traduzir de outra forma. "Deslizes" de tal ordem acontecem. Na
Tradução da versão inglesa de 1961, Hebreus 1.6 está da seguinte forma:
291
"Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, Ele diz: e
todos os anjos de Deus o adorem". Aqui a tradução está conforme a Bíblia.
Mas na Tradução de 1984 foi feita a correção para: "Mas, ao trazer
novamente o seu Primogênito à terra habitada, ele diz: E todos os anjos de
Deus lhe prestem homenagem". Esse revisor negligente deve ter sido
severamente repreendido. Ou será que há 40 anos as Testemunhas
adoravam Jesus?
Como dissemos, foram alterados todos versículos em que o Senhor Jesus recebe
e aceita adoração. Qual a razão? É simples. Jesus expulsou Satanás de sua
presença, declarando: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" (Mt
4.10). Ao aceitar adoração, Jesus se colocou em igualdade com o Pai.
Pressentindo o "perigo", a Tradução cuidou de mudar a expressão "adorou" para
"recebeu homenagem", como abaixo exemplificado:
Logo, quando Jesus disse que somente Deus é digno de adoração (Mt 4.10),
confirmando Deuteronômio 6.13 e 10.20, foi empregado o mesmo termo
proskuneõ que aparece nas situações em que Ele próprio foi adorado. A STV
comete outro lamentável equívoco ao traduzir do seguinte modo Mateus
4.10: "Vai-te Satanás. Pois está escrito: É a Jeová, teu Deus, que tens de
adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado". Ora, se o
emprego do verbo é o mesmo, por que não escrever que Deus é digno de
receber homenagens? As pessoas que adoraram Jesus demonstraram isso
não só com palavras, mas com gestos de adoração, prostrando-se aos seus
pés.
292
Até o diabo sabe que a prostração (ajoelhar-se, lançar-se de bruços ao chão,
curvar-se) é a evidência máxima, exterior, de um sentimento de adoração, interior.
"Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares" (Mt 4.9), foi a condição que
Satanás apresentou a Jesus. Mas é em Apocalipse que vamos encontrar com
maior nitidez essa verdade. O apóstolo João relata que "prostrei-me aos pés do
anjo que me mostrava essas coisas, para adorá-lo, e este me disse: Não faças
isso. Adora a Deus" (Ap 22.8-9). O anjo sabia que o simples gesto de ajoelhar-se
significava adoração. Simão Pedro e a mulher com fluxo de sangue se prostraram
aos pés de Jesus, num gesto de verdadeira adoração (Lc 5.8; 8.47). Portanto,
Jesus, embora havendo afirmado que somente Deus deve ser adorado, não
recusou nenhuma adoração a Ele dirigida. Assim procedeu porque se colocava no
mesmo nível de autoridade, poder e divindade do Pai. E mais, "ao nome de Jesus
se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra" (Fp 2.10).
Jesus, o Salvador
Tito 2.13
Bíblia: "Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do
grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo".
TNM: "Ao passo que aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do
grande Deus e [do] Salvador de nós, Cristo Jesus".
293
Salvador Jesus Cristo"; o pronome "nosso, vindo imediatamente com relação a
Deus, envolve a inclusão de que ambos os títulos se referem a Cristo, da mesma
maneira que no paralelo em 2 Pe 1.11, "nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo";
estas passagens são, portanto, um testemunho à Sua deidade (2 Pe 2.20; 3.2,18;,
1 Jo 4.14)" (Dicionário VINE, W.E.Vine, Merril F. Unger, William White Jr., tradução
Luís Aron de Macedo, CPAD, 1a edição, 2002).
Vejamos em alguns exemplos como a Tradução alterou a Bíblia para que Jesus
não se apresentasse como Salvador.
Lucas 2.11
Bíblia: "Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o
Senhor".
TNM: "Porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo [o]
Senhor".
João 4.42
Bíblia: "Porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este [Jesus] é
verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo".
TNM: "Porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este homem certamente
é o salvador do mundo".
294
1 Pedro 1.1
Bíblia: "...pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo".
TNM de 1961: "...pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo".
TNM de 1984: "...pela justiça de nosso Deus e [do] Salvador Jesus Cristo".
1 Pedro 1.11
Bíblia: "Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo".
TNM: "De fato, assim vos será ricamente suprida a entrada no reino de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo".
Houve situações em que a TNM não teve como escapar de registrar o que
realmente está escrito, ou seja, que Jesus é Senhor e Salvador, mais do que é
isso, é "o" Salvador (veja 2 Pe 2.20; 3.2,18; 1 Jo 4.14).
Ainda assim, tentaram, em 1 Pedro 1.1, como acima, repassar a idéia de que
Deus nada tem a ver com o Salvador Jesus Cristo. Mas o encarregado das
mudanças certamente se esqueceu de alterar versículo 11. Com relação à
expressão "nosso Deus e Salvador Jesus Cristo", o pronome "nosso", vindo
imediatamente com relação a Deus, envolve a inclusão de que ambos os títulos se
referem a Cristo, como já dito. Não foi por outro motivo que Jesus declarou: "Eu e
o Pai somos um" (Jo 10.30).
Como se vê, está claro nas traduções supra que a Sociedade admite que Jesus
Cristo é Salvador.
É o caso de perguntarmos se alguém fora Deus pode salvar. Seria Jesus um
Salvador menor? Um Salvador de segunda categoria, um salvadorzinho? A Bíblia
diz que quem salva é Deus: "O meu espírito se alegra em Deus meu Salvador" (Lc
1.47). E vimos um pouco acima que Jesus é Deus e Salvador.
Jesus, o Cristo-Deus
Atos 20.28
Bíblia: "Olhai por vós, e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o
seu próprio sangue" (v.1Co 10.32; 11.22; 15.9; Gl 1.13; 1 Tm 3.5).
TNM: "Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, entre o qual o espírito
santo vos designou superintendentes para pastorear a congregação de Deus, que
ele comprou com o sangue do seu próprio [Filho]".
Mateus 16.18
Bíblia: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja..."
TNM: "Sobre esta rocha constituirei a minha congregação".
295
Efésios 5.23
Bíblia: "Cristo é a cabeça da igreja, sendo Ele próprio o salvador do corpo". Ef
1.22-23: Ele foi constituído "cabeça da igreja, que é o seu corpo".
TNM: "Cristo é cabeça da congregação, sendo ele salvador [deste] corpo". Ef
1.23: "E o fez cabeça sobre todas as coisas para a congregação, a qual é o seu
corpo".
1 João 5.20
Bíblia: "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para
conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu
Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna".
TNM: "Mas, sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu capacidade intelectual
para podermos obter conhecimento do verdadeiro. E nós estamos em união com o
verdadeiro, por meio do seu Filho Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida
eterna".
296
da sua pessoa [de Deus], são definições do que significa ´Filho de Deus´.
Portanto, a deidade absoluta, e não a deidade em sentido secundário ou derivado,
é o que se quer dizer com o título" - extraído de Notes on Galantians, de Hogg e
Vine, pp. 99,100 (Dicionário VINE, p.658).
Jesus, o perdoador
Lucas 5.24
Bíblia: "Para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de
perdoar pecados, eu te digo: Levanta-te, toma a sua cama e vai para tua casa".
TNM: "A fim de que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para
perdoar pecados, eu te digo: Levanta-te, apanha a tua pequena cama e vai para
casa".
297
TNM: Êxodo 3.14: "Então disse Deus a Moisés: Mostrarei ser o que eu mostrar
ser". João 8.58-59: "Jesus disse-lhes: Digo-vos em toda a verdade; Antes de
Abraão vir à existência, eu tenho sido. Apanharam assim pedras pata lhe
atirarem...".
Na verdade, Jesus, em João 8.58, repete o mesmo nome usado por Deus. Trata-
se de uma declaração explícita de Sua divindade e conseqüente eternidade.
Quando Jesus nasceu, foi chamado Emmanuel, que significa "Deus conosco" (Mt
1.23). A Sociedade Torre de Vigia ficou em dificuldades para promover essas
alterações. Se os nomes ficassem exatamente iguais na Tradução, a divindade de
Jesus estaria confirmada. A saída foi mudar Êxodo 3.14 para "Mostrarei ser o que
eu mostrar ser", e João 8.58 para "Tenho sido".
"Eu sou: no original grego ego eimi. Note-se o contraste entre os verbos ginomai e
eimi, entre o ser criado e o eterno. Jesus se declara o eterno "EU SOU'. Sua vida
tem a característica divina de não ser sujeita ao tempo. Os judeus compreendem o
sentido da sua afirmação: pré-existência absoluta significa igualdade com Deus.
Isto para eles, é blasfêmia, de sorte que pegam em pedras para matá-LO, mas
Jesus se esconde e sai do meio deles" (Novo Comentário da Bíblia, vol. II, Vida,
1990).
Ao dizer "EU SOU", Jesus declarou a Sua deidade. O nosso Senhor atribui a Si o
nome incomunicável do Ser Divino (Is 43.10). A reação dos judeus, ao tentarem
cumprir a lei mosaica sobre blasfêmia (Lv 24.13-16), é uma prova de que eles
entenderam que Jesus reivindicava uma natureza absolutamente divina, igual a
Jeová do Antigo Testamento (v.Isaías 43.10). Essa reivindicação fica explícita
diante do fato de que Jesus não tentou dissuadir os judeus de suas convicções.
Só a STV não entende assim. A expressão ego eimi, do grego, não pode ser
traduzido com verbo auxiliar ("tenho sido").
298
Defesa da Fé, Ano 2, nº 12, maio/junho 1999).
João 10.30,31,33
Bíblia: "Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram outra vez em pedras para o
apedrejarem. Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia,
porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo".
TNM: "Eu e o Pai somos um. Mais uma vez, os judeus apanharam pedras para o
apedrejarem. Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por
blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus". Na versão
de 1967: "te fazes deus".
Embora a STV tenha alterado a Palavra para "um deus", a fim de inferiorizar a
Pessoa de Cristo, não pôde mudar o pensamento dos judeus, pois consideraram
que Jesus estava se igualando ao Pai. Logo, a tradução certa, pela lógica, é a que
está na Bíblia Sagrada: "Porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo".
Lembramos que a blasfêmia devia ser punida com o apedrejamento (Lv 24.16).
João 14.9
Bíblia: "Quem me vê a mim, vê o Pai".
TNM: "Quem me tem visto, tem visto [também] o Pai".
Jesus, o Criador
Colossenses 1.15-17
Bíblia: "O qual [Jesus] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a
criação; porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis...tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele".
TNM: "Ele [Jesus] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
porque mediante ele foram criadas todas as [outras] coisas nos céus e na terra...
Todas as [outras] coisas foram criadas por intermédio dele e para ele. Também,
ele é antes de todas as [outras] coisas vieram a existir por meio dele".
Ao alterar o texto para "todas as outras coisas foram criadas por intermédio dele e
para ele", a Sociedade deseja vender sua tese segundo a qual Jesus foi
inicialmente criado e, depois, como principal Agente de Deus, criou as outras
coisas. Que Deus pouco poderoso é esse que, em vez de Ele mesmo criar,
transfere a responsabilidade para uma criatura, um deus menor, um deus de
299
segunda categoria? Mas não é isso o que diz a Bíblia. Vejam: "No princípio, criou
Deus os céus e a terra. E disse Deus: Haja luz. E houve luz. Haja separação entre
águas e águas; produza a terra ervas; haja luminares; produza a terra alma
vivente conforme sua espécie; façamos o homem" (Gn 1; v.Is 42.5). A expressão
"façamos o homem" demonstra que não houve uma delegação de poderes. A
Trindade estava ali presente (Pai, Filho, Espírito). E quando a Bíblia diz que tudo
foi criado por Ele (v. 16), está colocando o Filho em igualdade com o Pai.
A TNM diz que Jesus considerava uma usurpação vindicar para si prerrogativas da
divindade. Ou seja, em nenhuma hipótese Jesus desejava ser igual a Deus, e até
considerava isso uma apropriação indevida. Todavia, o texto diz que Jesus,
embora sendo Deus, não se utilizou em seu ministério dos atributos da divindade.
Mas, apesar das interpolações, a TNM deixou escapar uma afirmação essencial.
300
O texto diz, e a TNM confirma, que Jesus "esvaziou-se a si mesmo". Esvaziou-se
de quê? Das prerrogativas da divindade. Reparem nessas duas expressões:
"forma de Deus" e "forma de escravo". A STV admite que "forma de escravo"
significa ser escravo, servo, homem. E "forma de Deus" não significaria ser Deus,
divino, eterno? A STV diz que não. Aí estamos diante de uma insuficiência de
massa cefálica, ou simplesmente de má fé. Vejamos o seguinte comentário:
"Morphe (gr) denota "a forma ou traço especial ou característico de uma pessoa
ou coisa. É usado com significado particular no Novo Testamento, somente acerca
de Cristo, em Fp 2.6,7, nas frases: "sendo em forma de Deus e "tomando a forma
de servo". Definição excelente da palavra é a que Gifford oferece: "O termo
morphe é, portanto, a natureza ou a essência, não no abstrato, mas como
subsistindo na verdade no indivíduo, e retido, contando que o indivíduo exista. [...].
Assim, na passagem diante de nós morphe theos é, de fato, a natureza divina e
inseparavelmente subsistente na Pessoa de Cristo... inclui toda a natureza e
essência da deidade, e é inseparável delas". O verdadeiro significado de morphe
na expressão ´forma de Deus´ é confirmada por seu reaparecimento na expressão
correspondente, ´forma de servo´. É universalmente aceito que as duas frases são
diretamente antitéticas, e que, portanto, a palavra ´forma´ tem de ter o mesmo
sentido em ambas" (Dicionário VINE, 1a edição/2002, pg. 664).
301
visto, a STV admite que Jesus é Senhor, Salvador, Perdoador e Rei, mas não
admite que Ele seja o Deus encarnado.
CIX
QUERO TROCAR O MEU ANJO DA GUARDA
Acho que não ouvi direito. Você deseja trocar o seu anjo da guarda? É isso
mesmo? - É sim, meu pastor.
- É que a minha melhor amiga trocou seu anjo e está se dando muito bem. Ela
estava num miserê sem fim. Nada dava certo na sua vida. Participou de tudo
quanto foi campanha, e nada.
- E agora?
- Agora tudo melhorou. Antes ela pensava que o seu problema era falta de fé ou
coisa do diabo. Finalmente descobriu a causa de sua aflição. Ela já arrumou um
emprego e melhorou da dor de cabeça.
- Sim, meu pastor. O meu anjo anda meio preguiçoso. Que Deus me perdoe, mas
ele não tem me guardado como devia. Outro dia levei uma topada e quase
rebento o pé; continuo no mesmo emprego, ganhando a miséria de um salário
mínimo; meu namorado ainda não se converteu; já fui assaltada três vezes, e
outras coisas têm acontecido comigo.
302
- Porque a obrigação dele é me livrar de todos os males, e ainda fazer prosperar a
minha vida. Se ele não cumpre suas obrigações, compete-me, como filha de
Deus, exigir a substituição.
- Quero que o senhor ore por mim e exija de Deus a mudança do meu anjo.
- Exigir?
- Sim, amado pastor. Deus prometeu atender a todos os meus pedidos. Está
escrito: “Tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebestes”. Pela fé, já tenho
novo anjo e posso cantar o hino da vitória!
- Mas os anjos são mensageiros de Deus, estão a serviço de Deus, e não está
bem claro na Bíblia que todos os crentes possuem um anjo de guarda.
- Pastor, ou o senhor muda meu anjo ou eu mudo de igreja. Outra coisa, eu quero
que o nome do meu novo anjo seja Raimundinho, o mesmo nome do meu
namorado.
- Minha querida ovelha, não posso fazer essa oração. Seria a heresia das
heresias.
- Pastor, eu pago o que for necessário. Minha amiga fez o sacrifício e hoje está
rindo com as paredes. Vale a pena.
- Que sacrifício?
- Ela não viu com os olhos carnais o seu novo anjo, mas o recebeu pela fé. E ela
está muito bem com o Fernandinho.
- Fernandinho?
- Pastor, prometo dedicar-me de corpo e alma ao meu novo anjo. Orar por ele,
conversar todos os dias com ele, fazer tudo de acordo com a sua vontade.
303
- Mas isso é angelolatria!
- Seja o que for, pastor, eu quero é estar bem com a vida. De que vale freqüentar
uma igreja se nem o nosso anjo nos protege? E mais: quero que esse novo anjo
não durma no ponto, como o que tenho agora. Exijo que ele esteja a meu serviço
vinte e quatro horas por dia. Se desta vez não conseguir o que quero, largo tudo e
volto pro mundo. Quero comer em bons restaurantes, vestir bem, ter carros
importados, ter saúde perfeita, morar numa mansão e me casar com um
empresário bem sucedido, loiro dos olhos azuis.
Parte CX
REENCARNAÇÃO E SOFRIMENTO
O cristianismo explica que a miséria humana teve origem na queda do homem,
em razão de sua desobediência. Deus fez o homem perfeito. Quando Ele concluiu
a criação do homem, disse que era MUITO BOM. A desobediência do primeiro
casal levou a humanidade a passar por sofrimentos. E o maior defeito não é o
físico; é o espiritual.
Não raro somos desafiados a explicar a razão pela qual Deus, sendo bom, permite
o nascimento de crianças defeituosas. É mais ou menos a mesma coisa que
perguntar por que Deus, sendo bom, criou o mal. Deus criou o homem com
possibilidade de obedecer ou desobedecer. Isto é, com livre arbítrio. Deus não
304
quis criar um ser autômato, um fantoche totalmente dirigível. Se Deus é amor, se
Deus é bom, logo, Ele não criou o mal. Ao buscar a razão do sofrimento humano
em vidas passadas, a teoria da reencarnação apresenta uma explicação diferente
da do cristianismo.
305
Sua folha corrida estava limpa. Como a teoria da reencarnação explica o
sofrimento do primeiro casal, se não em decorrência do pecado? Adão e Eva não
haviam passado pela experiência de vidas anteriores. Para aperfeiçoamento?
Não, não foi. Está mais do que claro que seus sofrimentos, estabelecidos por
Deus, não foram em decorrência de desvios em vidas anteriores. Sei que para os
evolucionistas estas considerações não fazem o menor sentido. A Bíblia diz que
pela ofensa de um homem (Adão) entrou o pecado no mundo. A pior lepra não é a
de cunho físico; é o pecado, isto é, a desobediência a Deus. Deus é BOM, mas
castiga e repreende. A prova está no que aconteceu com o primeiro casal.
O espiritismo acredita que Deus não "manda um filho seu para o inferno" porque
Ele é amor.
Realmente Ele não manda. Os homens maus, de corações duros, é que, no uso
de seu livre-arbítrio, caminham em direção ao inferno. Portanto, o sofrimento
passou a fazer parte da vida. O próprio Deus soberano assim o quis. Não
podemos ser materialistas a ponto de acharmos que os defeitos físicos são os que
nos causam maior sofrimento e prejuízos espirituais. Vejam o que disse Jesus: "É
melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o seu corpo lançado
no inferno" (Mt 5.29). O que dizer da inveja, do ódio, da mentira, do orgulho, do
adultério, da idolatria? Perguntemos então por que Deus, em tudo perfeito e bom,
permite que os homens odeiem uns aos outros e consintam na prática do aborto,
em que crianças inocentes e sem defesa são assassinadas. Por que Deus permite
a existência de enfermidades como a AIDS e o câncer que têm dizimado milhões
de vidas? A teoria da reencarnação tem respostas para todos os casos? A
reencarnação é injusta na medida em que acredita que tudo nesta vida está
determinado. As decisões anteriores selaram nosso presente destino. Não há
nada que possamos fazer. Nessa situação, não há esperança. Nada há que fazer
para mudar essas condições. A reencarnação é fatalista. Nada se pode fazer por
uma pessoa que sofre, pois estaríamos retardando seus passos rumo à perfeição.
O cristianismo apresenta o perdão e a promessa de uma vida futura, não cheia de
incertezas, mas de plena paz. A salvação do ladrão na cruz é exemplo. "Hoje
estarás comigo no paraíso". A felicidade de saber que seguiremos para o céu em
nada se compara aos sofrimentos desta vida. Mais uma vez apresento o exemplo
de Estevão, o mártir. Ele estava sendo apedrejado, mas, revelando possuir paz no
coração, olhou para o céu e entregou seu espírito ao Senhor Jesus.
306
Kardec, cap. IV, item 169).Portanto, de acordo com essa teoria ninguém sabe ao
certo se alcançará a tão sonhada perfeição.
Pela essa teoria, os sofredores não sabem por que ou por quem estão sofrendo.
Sequer se lembram das vidas passadas. Estão condenados a sofrer infindas
encarnações, mas não sabem como, onde, quem, porque e quando. O inocente,
manso de coração, mesmo que não faça nenhum mal nesta vida, terá que sofrer
para ser melhor na próxima existência.
É bom lembrar que Jesus, segundo o espiritismo, é o Espírito Puro que veio com
missão divina, enviado por Deus para nos ensinar. Ora, ao falar em "princípio das
dores" (Mateus 24), Jesus nos revela que os problemas da humanidade, tais como
as dores de parto, serão intensificados na medida em que o fim se aproxima.
Quando o espiritismo diz que cada encarnação é um passo rumo à perfeição - e
só se pode entender isso como perfeição moral - está afirmando algo que destoa
307
do ensino do Mestre dos mestres. O ensino da perfeição de todas as almas indica
que a humanidade atingirá um considerável desenvolvimento moral. Quando? A
palavra de Jesus se apresenta na contramão de tal proposta. Ele assegurou que
as coisas vão piorar. "O princípio das dores", como nas dores de parto, significa
dores maiores e mais freqüentes com o passar do tempo. O cristianismo explica
que há um fim para o sofrimento da humanidade. No espiritismo não há um fim à
vista.
308
cristianismo. Jesus disse que quem nele crê tem a salvação. Ao falar assim Jesus
se colocou como objeto de fé, igualando-se ao Pai. Somente Deus pode salvar. O
homem não salva a si mesmo. O ladrão tinha tudo para SOFRER milhares de
encarnações até atingir o estado de perfeição, mas pela fé e arrependimento foi ali
mesmo justificado e perdoado. O cristianismo ensina que não podemos alcançar a
salvação por nossos méritos, mas sim pela graça que nos é dada mediante a fé
em Jesus.
A reencarnação opera num mundo diferente. O viver na terra será sempre uma
punição. A esperança ensinada pelo espiritismo reside no fato de deixar este
mundo e seus ciclos de vida, morte e renascimento, embora, como vimos, esse
ciclo seja "quase infinito". Segundo essa tese, a salvação consiste em libertar-se
do corpo, como uma borboleta liberta-se do casulo. Após a última encarnação, o
espírito estaria livre. O corpo seria um trampolim para o aperfeiçoamento.
Deus não aprova isso. No cristianismo, a salvação é algo que se possui neste
mundo. A nossa salvação se dá em vida, ainda no corpo, apesar dos sofrimentos,
e se completa na morte. Nosso corpo está incluído na obra de redenção:
"...também gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a saber, a
REDENÇÃO DO NOSSO CORPO" (Rm 8.23). O corpo, para o cristianismo, ao
contrário da crença espírita, não é um invólucro descartável e desprezível.
Quando Deus fez o homem o fez à sua imagem e semelhança.
"Mas eu vos digo que de toda palavra frívola que os homens proferirem hão de dar
309
conta no dia do juízo" (Mt 12.37). Onde está o dia de juízo na reencarnação, se
todos caminham inexoravelmente rumo à perfeição?
Parte CXI
REENCARNAÇÃO E SOFRIMENTO
O cristianismo explica que a miséria humana teve origem na queda do homem, em
razão de sua desobediência. Deus fez o homem perfeito. Quando Ele concluiu a
criação do homem, disse que era MUITO BOM. A desobediência do primeiro casal
levou a humanidade a passar por sofrimentos. E o maior defeito não é o físico; é o
espiritual.
Não raro somos desafiados a explicar a razão pela qual Deus, sendo bom, permite
o nascimento de crianças defeituosas. É mais ou menos a mesma coisa que
perguntar por que Deus, sendo bom, criou o mal. Deus criou o homem com
possibilidade de obedecer ou desobedecer. Isto é, com livre arbítrio. Deus não
quis criar um ser autômato, um fantoche totalmente dirigível. Se Deus é amor, se
Deus é bom, logo, Ele não criou o mal. Ao buscar a razão do sofrimento humano
em vidas passadas, a teoria da reencarnação apresenta uma explicação diferente
da do cristianismo.
310
esteja no leito de morte, passando por muito sofrimento, a pessoa pode sentir
essa paz. As novas vidas corpóreas e novos sofrimentos, para garantir perfeição e
paz, são um vôo no escuro. Ninguém sabe quando findará o ciclo morte-
nascimento. Tudo é incerto. Não há paz na incerteza. O cristianismo oferece uma
alternativa melhor, pois basta crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que morreu
e ressuscitou ao terceiro dia, que é Senhor e Salvador; basta crer, obedecer e
continuar na fé. Basta isto para ser salvo. O ladrão na cruz não precisou morrer
muitas mortes e viver muitas vidas. Crer foi o suficiente. Apesar do terrível
sofrimento da crucifixão, morreu na certeza da paz celestial. As pedradas que
sofreu Estevão, o mártir, não foram capazes de subtrair sua paz. Sei que tal
verdade soa como insanidade aos ouvidos de muitos, pois "a palavra da cruz é
loucura para os que perecem, mas para nós, que somos salvos, é o poder de
Deus" (1 Co 1.18).
O espiritismo acredita que Deus não "manda um filho seu para o inferno" porque
Ele é amor.
Realmente Ele não manda. Os homens maus, de corações duros, é que, no uso
de seu livre-arbítrio, caminham em direção ao inferno. Portanto, o sofrimento
passou a fazer parte da vida. O próprio Deus soberano assim o quis. Não
311
podemos ser materialistas a ponto de acharmos que os defeitos físicos são os que
nos causam maior sofrimento e prejuízos espirituais. Vejam o que disse Jesus: "É
melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o seu corpo lançado
no inferno" (Mt 5.29). O que dizer da inveja, do ódio, da mentira, do orgulho, do
adultério, da idolatria? Perguntemos então por que Deus, em tudo perfeito e bom,
permite que os homens odeiem uns aos outros e consintam na prática do aborto,
em que crianças inocentes e sem defesa são assassinadas. Por que Deus permite
a existência de enfermidades como a AIDS e o câncer que têm dizimado milhões
de vidas? A teoria da reencarnação tem respostas para todos os casos? A
reencarnação é injusta na medida em que acredita que tudo nesta vida está
determinado. As decisões anteriores selaram nosso presente destino. Não há
nada que possamos fazer. Nessa situação, não há esperança. Nada há que fazer
para mudar essas condições. A reencarnação é fatalista. Nada se pode fazer por
uma pessoa que sofre, pois estaríamos retardando seus passos rumo à perfeição.
O cristianismo apresenta o perdão e a promessa de uma vida futura, não cheia de
incertezas, mas de plena paz. A salvação do ladrão na cruz é exemplo. "Hoje
estarás comigo no paraíso". A felicidade de saber que seguiremos para o céu em
nada se compara aos sofrimentos desta vida. Mais uma vez apresento o exemplo
de Estevão, o mártir. Ele estava sendo apedrejado, mas, revelando possuir paz no
coração, olhou para o céu e entregou seu espírito ao Senhor Jesus.
Pela essa teoria, os sofredores não sabem por que ou por quem estão sofrendo.
Sequer se lembram das vidas passadas. Estão condenados a sofrer infindas
encarnações, mas não sabem como, onde, quem, porque e quando. O inocente,
manso de coração, mesmo que não faça nenhum mal nesta vida, terá que sofrer
para ser melhor na próxima existência.
312
exemplo? Exemplo? Devemos todos ser crucificados por uma causa nobre? Não.
É bom lembrar que Jesus, segundo o espiritismo, é o Espírito Puro que veio com
missão divina, enviado por Deus para nos ensinar. Ora, ao falar em "princípio das
dores" (Mateus 24), Jesus nos revela que os problemas da humanidade, tais como
as dores de parto, serão intensificados na medida em que o fim se aproxima.
Quando o espiritismo diz que cada encarnação é um passo rumo à perfeição - e
só se pode entender isso como perfeição moral - está afirmando algo que destoa
do ensino do Mestre dos mestres. O ensino da perfeição de todas as almas indica
que a humanidade atingirá um considerável desenvolvimento moral. Quando? A
palavra de Jesus se apresenta na contramão de tal proposta. Ele assegurou que
as coisas vão piorar. "O princípio das dores", como nas dores de parto, significa
dores maiores e mais freqüentes com o passar do tempo. O cristianismo explica
que há um fim para o sofrimento da humanidade. No espiritismo não há um fim à
vista.
313
Assemelha-se ao esforço, que dura décadas, de encontrar o "elo perdido", o meio
termo entre homem e macaco.
A reencarnação opera num mundo diferente. O viver na terra será sempre uma
punição. A esperança ensinada pelo espiritismo reside no fato de deixar este
mundo e seus ciclos de vida, morte e renascimento, embora, como vimos, esse
ciclo seja "quase infinito". Segundo essa tese, a salvação consiste em libertar-se
do corpo, como uma borboleta liberta-se do casulo. Após a última encarnação, o
espírito estaria livre. O corpo seria um trampolim para o aperfeiçoamento.
Deus não aprova isso. No cristianismo, a salvação é algo que se possui neste
314
mundo. A nossa salvação se dá em vida, ainda no corpo, apesar dos sofrimentos,
e se completa na morte. Nosso corpo está incluído na obra de redenção:
"...também gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a saber, a
REDENÇÃO DO NOSSO CORPO" (Rm 8.23). O corpo, para o cristianismo, ao
contrário da crença espírita, não é um invólucro descartável e desprezível.
Quando Deus fez o homem o fez à sua imagem e semelhança.
"Mas eu vos digo que de toda palavra frívola que os homens proferirem hão de dar
conta no dia do juízo" (Mt 12.37). Onde está o dia de juízo na reencarnação, se
todos caminham inexoravelmente rumo à perfeição?
CXII
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Legalismo e Proibições
As ex-testemunhas Cid de Farias Miranda e William do Vale Gadelha, que
serviram à Sociedade Torre de Vigia (STV) por mais de vinte anos, declararam que
“quase todo aspecto da vida de uma Testemunha é controlado”. Outro, Raymond
Franz, que trabalhou por quase quarenta anos para esse grupo, onde, por nove
anos, foi membro do Corpo Governante, declara:
315
visão superficial da realidade que se acha nas páginas, uma pequena idéia de
exatamente quão extensas e complexas tinham se tornado as normas da
organização. E mesmo as páginas do Manual contam apenas uma parte da
história, pois elas trazem referências abundantes a artigos da Sentinela que se
prendem ainda mais a detalhes técnicos das normas elaboradas. A proliferação de
regulamentos e sub-regulamentos que se acham em suas páginas (algumas
“impostas” diretamente e outras de modo apenas sutil) só podem ser descritas
como talmúdicas. E a cada ano, novas regras são formuladas em resultado das
reuniões do Corpo Governante. Embora o manual revisado devesse chamar-se
Orientações Para Correspondência, todo aquele que ocupa a posição de ancião
congregacional, superintendente viajante ou membro de Comissão de Filial sabe
que o conteúdo do Manual não é mera orientação, mas tem força de lei.
Ele sabe que se não se apegar estritamente a estas normas e decisões ao tratar
dos assuntos, estará sujeito à disciplina. Estas normas são, de fato, tratadas com
o mesmo respeito que se teria às declarações diretas das Escrituras, lei divina. As
Testemunhas aprendem a encará-las assim. Já em A Sentinela de 15 de maio de
1944 (em inglês), via-se esta declaração: “Deve-se ter sempre em mente que a
organização de Deus de seu povo é Teocrática, não democrática. As leis de sua
organização vêm dele próprio, o grande Teocrata, Jeová, o Supremo. De modo
único, uma organização é regida do alto para baixo (o que significa do Deus
Altíssimo para baixo) e não de baixo para o alto (isto é, das pessoas das
congregações para o alto)”. (01)
Foram várias datas em que juravam ser a palavra de Deus. Não teriam errado
também com relação às vacinas proibidas em 1921 (A Sentinela, de 12.10.1921,
pg.122) e liberadas trinta e um anos depois, após reconhecerem, tardiamente, o
engano (A Sentinela, de 15.12.1952, pg. 764).
316
Vale considerar que continua em vigor a proibição de receber ou doar sangue, isto
é, proíbe-se o socorro humanitário a pessoas entre a vida e a morte. Como
aconteceu noutros casos, dentro de mais algum tempo a transfusão de sangue
poderá ser liberada, mas sem antes deixar um bom número de vítimas. Vejamos
algumas das proibições em vigor: (03)
O raciocínio é por demais ingênuo. Se evitarmos fazer tudo o que um ímpio faz,
então nem poderíamos viver. Exemplos: tomar banho na praia, viajar de avião,
comemorar bodas de prata, tomar sorvete, fazer exercícios físicos, etc. O
nascimento de João Batista foi motivo de festa e alegria (Lc 1.14). O homem é um
ser social. Cumprimentar alguém por ocasião de sua data natalícia diminui a
distância entre as pessoas e fortalece os laços fraternais. O tradicional "parabéns"
é uma demonstração de carinho e de amizade. É uma alegria saber que uma
pessoa venceu mais um ano de vida, principalmente se essa vida é de entrega
total a Jesus. Mais um ano de vida nunca deve ser motivo para lágrimas e
tristezas. Podemos dizer com o salmista que no ano que passou "grandes coisas
fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres" (Sl 126.3). A alegria pela
passagem de mais um ano decorre, também, da certeza de que a vinda do nosso
Salvador está mais próxima. O Apóstolo recomenda que nos regozijemos sempre,
e que "em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco" (1 Ts 5.16-17). Então, alegremo-nos pela passagem de mais uma data
natalícia e demos por isso graças a Deus porque Ele, autor da Vida, nos concedeu
mais um ano. A tragédia nas comemorações do aniversário de Faraó e Herodes
não é prenúncio de que a mesma coisa acontecerá conosco. Esses pagãos nada
fizeram para glorificar o nome de Deus. Ora, "quer comais quer bebais, ou façais
outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1 Co 10.31). O nascimento
de um filho, a lembrança do dia em que ele nasceu e tantos outros momentos
alegres da vida são para glória de Deus. Portanto, a proibição não tem respaldo
bíblico.
317
15.01.84, p.24).
Nota-se que não conceder certos privilégios (elogios, reconhecimento, ficha sem
restrições, etc) significa castigo. O verdadeiro cristão, para crescer na graça,
precisa de privilégios dentro da congregação? Ora, o privilégio de ser filho de
Deus supera qualquer condecoração terrena. Não somos salvos pela quantidade
de revistas que vendemos ou pelo número de visitas que fazemos. Certos
privilégios resultam em exaltação, egolatria, presunção e vaidade. Proibir o uso de
armas em qualquer circunstância decorre de mais um raciocínio ingênuo. Os
malfeitores fariam a festa numa cidade em que os habitantes fossem todos filiados
à STV, pois lá não haveria polícia armada. Qual a diferença entre um revólver e
uma faca? Ambas são armas que podem ser usadas para matar. Então, por que
somente proibir arma de fogo? Quando há vontade, até com as próprias mãos o
homem pode tirar a vida do seu semelhante. Sou favorável a que o cidadão
comum não ande armado. Mas o profissional militar, devidamente habilitado, pode
e deve portar a sua arma.
Não existe na Bíblia qualquer palavra contra o uso de barba. Há instruções sobre
tratamento de lepra na cabeça e na barba (Lv 13.29) e, no mesmo livro, uma
recomendação para não danificar as extremidades da barba (Lv 19.27); os servos
de Davi usavam barba (2 Sm 10.4). No meio evangélico há servos de Deus que
318
usam barba ou barbicha e isso em nada diminui seus méritos diante do Senhor.
Bater palmas – A STV proíbe que seus membros manifestem alegria com palmas
pela readmissão de um membro. Enquanto no céu há grande alegria por causa de
um pecador que se arrepende, nos templos da STV ninguém pode dizer que está
alegre (Lc 15.7). A Bíblia recomenda “aplaudi com as mãos, todos os povos” (Sl
47.1). As TJ ficam tristes pela readmissão de um membro? Vejam bem: pecador
que se arrepende e se volta para o Senhor Jesus, significa aceitar o senhorio de
Jesus, recebê-lo como Senhor. Isso deve ser motivo de alegria.
Falar com pessoas desassociadas – De modo algum uma TJ pode falar com
uma ex-TJ, exceto no caso de transações comerciais. Em se tratando de parentes
desassociados, devem reduzir o contato ao estritamente necessário (A Sentinela
01/04/83, p. 31; 15.04.80, p.32; 15.10.86, p. 31; 01.04.86, p. 30-3, etc). Medo de
que conheçam também a verdade? A proibição é inteiramente antibíblica. Jesus
falou publicamente com pecadores. Essa ridícula proibição é incentivo à ruptura
familiar, além de ser a negação do mandamento de Jesus, o de amar o próximo
como a si mesmo.
Jogar Buquê de Flores para Damas de Honra – “Visto que tal costume ocorre nos
casamentos do mundo e é simplesmente um costume tradicional do paganismo,
não seria considerada conduta santa, e deve ser eliminado dos casamentos
cristãos” (A Sentinela 01.04.65, p.223). Simplesmente ridícula essa proibição.
Deveriam proibir também, por coerência, o tradicional vestido de noiva, a entrada
319
da noiva com o pai, os bolos e refrigerantes da festa e demais cerimônias. Aliás, o
próprio casamento civil deveria ser proibido, pois o mundo assim procede.
Casamento cristão? Casamento cristão é aquele em que os nubentes crêem em
Jesus como Senhor e Salvador pessoal.
Namorar – A STV recomenda que o tempo gasto em namoricos deva ser usado
para desenvolver a “madureza emocional”. Portanto, marcar encontro para
namorar, sem o intuito de casar-se, é proibido (A Sentinela 01.04.72, p.209-211).
Também se trata de uma proibição ridícula. O casamento começa com o namoro.
Desobediência dos filhos aos pais – A STV ensina que “se os pais exigirem que
seus filhos cessem toda a associação com as Testemunhas de Jeová, os filhos
terão de decidir o que irão fazer, à base do que saber ser certo” (A Sentinela
01.06.74, p.251-2). Mais uma vez a STV se coloca a favor da ruptura familiar. Nos
lares em que se concede que os filhos recebam “estudo bíblico” da STV, pode
acontecer esse problema. O ensino é antibíblico: “Vós, filhos, sede obedientes a
vossos pais no Senhor, pois isto é justo” (Ef 6.1). A STV não obedece ao que está
escrito na sua Tradução do Novo Mundo: “Filhos, sede obedientes aos vossos
pais em união, com [o] Senhor, pois isto é justo”.
320
considerado fora da organização (A Sentinela 01.05.96, p. 19). (07).
“Ai de vós também, doutores da lei, que carregais os homens com cargas difíceis
de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais essas
cargas” (Lc 11.46).
321
Referências
01) Raymond Franz, “O Legalismo – Oponente da Liberdade Cristã”, citado por
Cid Miranda/William Gadelha, em “A Verdade Sobre as Testemunhas de Jeová”, à
pág. 399, 402 e 403).
02) Cid F. Miranda e William V.Gadelha, “A Verdade Sobre as Testemunhas de
Jeová”, p. 256.
03) Idem p. 388/399.
04) “Conhecimento Que conduz à Vida Eterna”, STV, 1995, p.123, citado em a
Bíblia Apologética – Números 1.52; 2.2-34).
05) Cid Miranda e William, “A Verdade..., p.389.
06) Idem, p. 391.
07) Idem, p. 397.
08) Raymond Franz, “Crise de Consciência”, p. 121-122.
Parte CXIII
LEVANDO A SÉRIO O SEGUIR A CRISTO
Leitura básica: Lucas 9.57-62
Aqui está Jesus se dirigindo para Jerusalém com os discípulos. Naturalmente,
precisavam eles passar pela Samaria, já que estavam na região norte da
Palestina. E por ali passando, agora se defronta o Mestre com três aspirantes a
segui-Lo. Nesses três homens, diferentes tipos de caráter a partir de suas
afirmações e reações; três naturezas tão diferentes como o óleo, a água e o vinho.
A história conta como Jesus lidou com cada um deles, e, dependendo do tipo de
resposta, que instrução/exortação dera. O amigo e irmão que está afastado de
uma igreja analise se por acaso se identifica com algum destes candidatos ou com
o modo como são descritos.
O PRIMEIRO CANDIDATO
O primeiro candidato está nos versos 57 e 58: "Quando iam pelo caminho, disse-
lhe um homem: Seguir-te-ei para onde quer que fores. Respondeu-lhe Jesus: As
raposas têm covis, e as aves do céu têm ninho mas o Filho do homem não tem
onde reclinar a cabeça".
322
oferece para seguir a Jesus com palavras decididas!
Que beleza de palavras!... "Seguir-te-ei para onde quer que fores", disse ele.
Palavras muito semelhantes vamos encontrar em outros lugares da Santa
Escritura, por exemplo, as proferidas por Pedro. Estão registradas em Lucas
22.33: "Senhor, estou pronto para ir contigo tanto para a prisão quanto para a
morte". Que palavra decidida... logo depois, porém, negou a Jesus.
"Seguir-te-ei para onde quer que fores", disse ele. Mas tudo indica que ele não
estava consciente das implicações do que estava decidindo. Talvez pensasse que
o caminho que Jesus trilhava levaria ao sucesso, ao poder. Não havia apóstolos
que também pensavam assim? A mãe de dois deles não foi a Jesus e pediu que
no Seu reino colocasse um dos filhos à direita e outro à esquerda? Primeiro-
ministro um, Ministro das Finanças o outro. Quem sabe esse escriba poderia ser
Ministro da Educação no reino de Deus? Mas Jesus sabia que assim não era: era
um caminho sem retorno, caminho que O levaria ao Getsêmani e ao Calvário
porque o Seu compromisso com a vontade do Pai e com a necessidade do ser
humano não era superficial.
Esse homem devia calcular a despesa. "Meu amigo, você precisa calcular quanto
custa me seguir". Ele disse: "As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos;
mas o Filho do homem - e essa é uma expressão messiânica - não tem onde
reclinar a cabeça". Ninguém deve dizer que foi induzido a seguir a Jesus sob
falsas promessas. As exigências de Jesus Cristo são as mais altas possíveis.
Seguir a Cristo é segui-Lo a Jerusalém; seguir a Jesus Cristo é acompanhá-Lo às
pedras do Calvário; seguir a Cristo é renunciar às alegrias do mundo; é
compartilhar o próprio compromisso de Jesus, a Sua missão, os Seus alvos, o Seu
sofrimento. É preciso seguir o Mestre de modo firme e sem ilusões. E o que Jesus
quer é dedicação total de acordo com o mencionado verso. O que Ele deseja é
capacidade de segui-Lo sem meias verdades e meias medidas, sem reservas e
sem poréns.
Jesus conhecia o íntimo daquele homem, e na Sua resposta, Ele talvez fizesse
referência ao incidente com os samaritanos, porque diz Lucas que quando estava
323
passando pela Samaria quis dormir numa cidade e não O receberam. Talvez
Jesus estivesse querendo dizer isso: "Olha, eu nem tenho onde dormir; passei por
sua terra e não me deixaram ficar lá, tive que seguir adiante". É aí que na palavra
de Jesus, dá-se o uso de uma parábola, a descrição do Seu ministério, onde a
falta de descanso é uma constante. Não esqueçamos isso: o crente em Jesus
Cristo não foi chamado para cruzar os braços, e talvez nem tenha onde
descansar. Teria ele levado a sério o seguir a Cristo realmente?
O SEGUNDO CANDIDATO
Observem que este segundo candidato foi diretamente convidado por Jesus
Cristo. Não foi como o primeiro que se ofereceu; esse Jesus olhou nos olhos e
chamou. No entanto, o homem Lhe pede licença para sepultar o pai. Ele quer
seguir, mas só depois de cumprir uma sagrada obrigação que era sepultar o pai.
Sabem qual era o problema? É que o pai nem estava doente?! "Sepultar o pai" é
uma expressão idiomática da língua aramaica: "Eu vou segui-Lo, mas
primeiramente eu não quero mais ter qualquer ligação com a minha casa; quando
meu pai falecer, eu sigo".
324
Que teria sucedido a este candidato após a palavra de Jesus? Levou a sério a
convocação?
O TERCEIRO CANDIDATO
Ele deve ter ficado chocado com essa situação, e resolveu contemporizar: quis
misturar o primeiro caso ("Senhor, eu vou seguir!") com o segundo ("Senhor, vou
sepultar meu pai!"). E disse assim: "Senhor, eu te seguirei; mas deixa-me primeiro
despedir-me dos que estão em minha casa. Jesus, porém, lhe respondeu:
Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus".
Creio que ele queria a opinião dos parentes, ou que os amigos dissessem alguma
coisa a respeito do projeto. Creio que ele queria voltar para casa para perguntar,
"Meu amigo, estou querendo seguir a Jesus, que é que você acha?" Mas as
despedidas em casa poderiam resultar numa despedida de Jesus para sempre.
Por essa razão, o Senhor mostrou que não se pode perder tempo quando se trata
de atender a um convite divino, mas é preciso fazê-lo com segurança. Apesar do
pedido até razoável daquele, ele ocultava alguma relutância, porque lembrando
dos que ficaram em casa, estava começando a vacilar no desejo de seguir.
Jesus entra, agora, com a figura do arado. Figura perfeitíssima: quem toma do
arado e olha para trás, corre o perigo de estragar o sulco aberto pela ferramenta,
e, assim, o trabalho que está sendo realizado se prejudica. Como nem todo
mundo já chegou a ver um arado, vamos ver uma figura de hoje: andar de
bicicleta. Já experimentou andar de bicicleta olhando para trás? Corre-se o perigo
de um desastre.
A exigência de Jesus Cristo vai além, até, dos antigos profetas (cf 1Rs 19.19-21).
O trabalho de Cristo é colocar as mãos firmes no arado para quebrar o solo duro
dos nossos próprios corações e dos semelhantes nossos.
Quem olha para trás prejudica esse serviço (v. 62). É preciso se dar inteiramente a
Ele trabalhando com retidão. Com o arado se faz assim. Há uma história contada
por todos os evangelistas que diz que um moço que nunca havia trabalhado com
um arado foi trabalhar numa fazenda. O fazendeiro lhe disse que ia trabalhar com
325
o arado, e deu-lhe as instruções. Olhe para um ponto, e vá com o arado para ele.
"Sabe fazer?" "Sei." À tarde, para surpresa do fazendeiro, estava tudo torto. "Eu
não lhe expliquei para olhar para um ponto e seguir para ele?" "Mas eu fiz isso!"
"E como está tudo torto? Qual foi o ponto que você escolheu?" "Aquela vaca lá
adiante". A vaca andava, o rapaz ia atrás. Não se pode deixar de ter a retidão
exigida pelo reino de Deus.
Lucas não diz o que aconteceu aos três homens. Percebemos, no entanto, que
Jesus não os rejeitou. Quanto ao primeiro candidato, Ele disse, "Você calcule o
custo, e depois me siga" (v. 58). Talvez ele tenha seguido, talvez não. Ao segundo,
Jesus disse especificamente: "Vai, e fala do reino de Deus" . (v. 60). Quanto ao
último, não diz o texto que renunciou, ou que Jesus mandou embora. Ele disse,
"Ninguém que pega no arado pode olhar pode olhar para trás; você tem que
seguir sempre" (v. 62). A Bíblia não diz igualmente o que aconteceu. Por essa
razão, porque o discipulado convida ao auto-compromisso: o auto-confiante é
alertado, como foi o primeiro; o super-cauteloso é estimulado como sucedeu com
o segundo; e o que quer ganhar tempo é chamado a ser sincero e honesto como
ocorreu com o terceiro.
CXIV
LEVANDO A SÉRIO A UNIDADE E A PLURALIDADE
O mundo em que vivemos não é tão singular como parece ser. Pelo contrário,
vivemos marcados pela pluralidade a cada passo, e nas coisas mais triviais. No
326
café da manhã: "Como pão, bolacha ou cuscuz?" Escolhemos, temos pluralidade.
"Não sei se tomo café com leite, café puro ou um suco de frutas?"
A Terra, por sua vez, envolve outros subsistemas. Temos continentes, que têm
países, que têm estados ou províncias, que têm municípios ou condados, que têm
cidades e vilas, que têm bairros, que têm ruas. As ruas têm vizinhanças, conjuntos
residenciais, loteamentos que têm casas, que têm famílias, que têm pessoas.
Cada pessoa tem sistemas dentro de si (digestivo, respiratório, reprodutivo, etc.),
que possuem vez têm órgãos, que têm células, que têm... e aí, vamos
desdobrando sistemas e subsistemas ad infinitum.
327
cada um de nós é formado por células que formam sistemas com outras células e,
deste modo, órgãos do corpo são formados. E formam-se os indivíduos, que
formam subsistemas familiares, vicinais ou comunitários (escolas, igrejas, etc.).
Não; nosso mundo não é simples, é, como estamos vendo, altamente pluralístico.
QUANTO À FÉ
"A terra era sem forma... e o Espírito ..." Observaram? Aqui já temos o Deus-Pai e
o Deus-Espirito Santo. E então vem uma declaração suprema: "E disse Deus...".
Deus usou a palavra. Mas não está em João que "A Palavra (O Verbo) se fez
carne"? Temos toda a Trindade trabalhando na criação.
Temos mais uma vez, a unidade da Trindade porque quando o Pai age, o Filho
age e o Espírito Santo age; quando o Filho age, o Pai age e o Espírito age;
quando o Espírito Santo trabalha, o fazem também o Pai e o Filho.
E nessa linha de cooperação irrestrita, Jesus Cristo orou como registrado em João
17 pelos Seus discípulos. Jesus ora pela unidade dos crentes. Não pela
pluralidade, não cada um pensando em si, não cada um querendo o interesse de
sua própria família, ou de seu grupo, ou de seus amigos.
Mas, como crentes em Jesus Cristo, precisamos ser coesos, olhar para o Senhor,
328
o nosso Senhor, Senhor do nosso coração, de nosso passado, que Ele limpou; de
nosso presente, porque Ele age e caminha conosco nas atuais circunstâncias; e
Senhor do nosso futuro, porque breve o dia vem quando Ele retornará. Maranata!
Vem Senhor Jesus!
Na Oração Sacerdotal (João 17), Jesus Cristo diz, "Eu lhes dei a glória que tu me
deste, para que sejam um, como nós somos um: Eu neles, e Tu em mim, para que
sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu me enviaste"
(vv. 22, 23). É a maneira que o mundo tem para saber que o Mestre veio para a
salvação do que crê, para dar qualidade de vida, que Ele chamou de "vida
abundante", veio para nos remir, para redimir. Precisamos olhar, portanto, com o
mesmo estilo de cooperação da Trindade.
O SER HUMANO
A Bíblia Sagrada ensina que o ser humano é uno. É um engano imaginar que o
ser humano tem um corpo, tem um espírito e tem uma mente. Na verdade, o ser
humano é uma alma vivente. 'Adam é o ser humano completo, total, é o ser
humano com nephesh, o ser humano com ruach, o ser humano com hay, o ser
humano vivo, espiritual, alma vivente. Apesar de falarmos helenicamente fazendo
essa separação: corpo, alma e espírito.
329
tumba fría me llevantaré com un cuerpo ya inmortal". Sim; da fria sepultura vamos
nos levantar com um corpo agora com o dom da imortalidade, pois somos unos,
ensina a Escritura.
E, com essa afirmação, todo o conceito de que cada ser humano é uma pessoa
una, única e indivisível, razão porque não aceitamos a pretensa doutrina de uma
reencarnação. Você não é você, segundo a reencarnação. Como alguém me
falou, "Descobri que era um monge na Idade Média, morava num mosteiro". Outro
disse, "Eu era nobre na corte do Rei Não-sei-quem das Quantas..." Porém,
ninguém quer ser ladrão de cavalos na "vida passada". A Bíblia não autoriza
ensinar qualquer traço dessas aberrações, mas diz que nós somos unos e assim o
seremos por toda a eternidade.
E esse barro tinha sais minerais. Quando alguém tem deficiência de sais minerais
tem que tomar um complexo de vitaminas e sais minerais, e cálcio, magnésio,
zinco. O ferro que temos no corpo dá para fazer um preguinho quase do tamanho
do polegar. O ouro, no entanto, é pouquinho, não dá para fazer coisa nenhuma.
Sem dúvida, somos uma unidade.
Fico maravilhado quando leio o que Jesus Cristo fez na vida de um homem na
região de Gadara (ou Gerasa). A história é encontrada em Marcos 5.1-20. Jesus
chegou à praia e os discípulos desceram com Ele do barco. Era tardinha, aquele
lusco-fusco da tarde, não era ainda noite, porém não mais era dia, o Sol já se
havia posto, e chegado as primeiras sombras da noite.
Então viram alguém correndo na praia, uma estranha e desgrenhada figura, suja,
maltratada e mal-cheirosa. Quando a criatura foi se aproximando, notaram que
não estava em si. E a pobre criatura exclamou: "QUE TENHO EU CONTIGO,
JESUS, FILHO DO DEUS ALTÍSSIMO???"
330
a ruim: "QUE TENHO EU CONTIGO, JESUS...?" Essa declaração não havia sido
do homem. Não fora ele quem o dissera.. A outra, a maravilhosa: "FILHO DO
DEUS ALTÍSSIMO" é autêntico reconhecimento.
E Jesus então faz uma obra extraordinária respondendo não aos demônios, mas
ao homem. "Que tenho eu contigo, Jesus...?" fora a pergunta. TUDO! JESUS TEM
TUDO A VER COM O PERTURBADO! Tudo! E expulsou os demônios. E a Bíblia
registra que o gadareno não morava com a família, não morava na cidade, mas
vivia no meio dos sepulcros, no cemitério. E, por esse motivo, vivia
permanentemente impuro. Pois, se quem tocasse um morto ficava impuro,
pela Lei de Moisés, impuro (cf. Nm 19.11ss), imagine-se quem vivia no
cemitério, considerado como local de habitação de demônios. E Jesus deu
libertação ao homem. E que acontece em seguida: foi visto "assentado,
vestido e em perfeito juízo" (cf. Mc 5.15). Teve um encontro com ele mesmo:
"Como é o teu nome?" "Legião!" Agora tem seu verdadeiro nome, está em perfeito
juízo. "Quero ir contigo, Jesus". "Não; você vai voltar para casa e contar o que
Deus fez na sua vida". Vivia no cemitério, agora vai ter vida social; dizia, "não
tenho contigo", Jesus diz "conta o que Deus fez na tua vida": um encontro com
Deus, um encontro com ele mesmo, um encontro com seu próximo. Sua vida ficou
toda ajustada. Ele que era "muitos", passou a ter vida una em Cristo Jesus. Isso é
shalom, integridade.
João Cabral de Melo Neto, nordestino, diplomata e poeta nos brindou com uma
sensível página intitulada "Tecendo a manhã", onde diz:
331
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
Ao surgirem os primeiros raios do Sol, canta um galo, diz o poeta. Outro galo ouve
o seu canto, pega-o, e como se fosse um fio, joga-o para outro galo, que o joga
para outro, e para outro, até que se forma um grande tecido, e por fim um grande
balão que subindo é o Sol da manhã.
Parte CXV
MORDOMIA CRISTÃ
Introdução:
Dentre vários textos bíblicos que servem para justificar a mordomia cristã, em
qualquer tempo da história, ressaltamos o Salmo 24.1-2 e o Salmo 50.11.
Estes versos deixam bem claro que Deus é dono e Senhor de todas as coisas
criadas, inclusive do ser humano, podendo exigir amor, fidelidade e devoção, que
devem ser manifestações sinceras do nosso agradecido coração diante do nosso
suserano.
332
nossa dívida no pecado, Colossenses 2.14, podendo, por esse ato geneoso
de amor, exgir de nos fidelidade e profundo senso de mordomia cristã.
333
II - Um teologia financeira:
O dinheiro foi inventado pelo homem como método racional de negociar. Cada
governo estampa moedas ou imprime cédulas, lhes dando um valor estipulado,
por meio das quais móveis e imóveis podem passar a pertencer a quem as possuir
em quantidade suficiente para adquiri-los.
Até aí nada de errado. Só que o dinheiro não é neutro. Pelo poder que ele
transfere ao seu possuidor e pelo mal decorrente que algumas das
aquisições que ele permite inspira, a Bíblia o define como um ídolo, um
senhor, um espírito. Enfim, o Texto Sagrado o define como um deus, Mateus
6.24.
Vale destacar os termos usados por Jesus para definir o relacionamento entre o
homem e as riquezas: Servir, amar e devoção.
334
É necessário lembrar, ao lermos Mateus 6.24, que o assunto em
consideração é dinheiro e não um personagem qualquer, a quem se deva
servir, amar ou dedicar devoção. É assustador pensar e admitir que os dois
senhores que requerem o nosso amor, a nossa lealdade e a nossa devoção
são justamente estes: Deus e o dinheiro.
Eis a razão por que o dinheiro exerce tamanho poder sobre a vida do ser humano.
Ele não é simplesmente um veículo de câmbio. É um deus que exige culto. É uma
entidade passível de ser amada.
Jesus de modo muito claro ensina que as pessoas que amam o dinheiro
aborrecem ao Senhor porque estes dois amores não combinam. São
antagônicos e não podem existir juntos no mesmo coração. Assim como
Jesus ensinou ser impossível beber do cálice do Senhor e do cálice dos
demônios, ou sentar à Mesa do Senhor e à mesa dos demônios, da mesma
forma é impossível servir a estes dois senhores: Deus e o dinheiro.
Conclusão:
Sabemos que existe, como assevera o autor da nossa lição, muita resistência não
apenas em relção aos dízimos e ofertas, mas em relação a mordomia como
doutrina bíblica por parte de muitos cristãos.
São irmãs que precisam ser alcançados pela graça misericordiosa de Cristo, a fim
de que aprendam na PalAvra de Deus como devem usar as suas vidas. Mordomia
cristã está relacionada a utilização da mente, do corpo, do tempo e dos recursos
materiais que o o Pai nos concede.
335
verdadeiramente cristã para a mordomia. Devemos ensinar aos nossos irmão que
é o próprio Deus que nos sustenta, não os bens adquiridos ou os recursos
materiais.
Somos sustentados por Deus e em gratideão ao Senhor por este amor provedor e
sustentador nos consagramos a ele com inteireza, 2 Coríntios 8.3-5. Os nossos
dízimos e ofertas devem ser apenas uma pequena expressão real e verdadeira de
que reconhecemos que nossas vidas e nossos bens pertencem ao Senhor
Amém.
Parte CXVI
Seita Opus Dei: Controle Da Mente e Disciplina Selvagem
Vejam na entrevista a seguir como uma seita terrível se esconde dentro de um
grupo religioso maior, de modo que pode ficar dezenas de anos sem ser
descoberta. A seita Opus Dei usa a tortura para impor sua férrea e selvagem
disciplina. Conheçam como os entrevistados pela Revista Época
conseguiram sair desse inferno. Num país sério, o caso seria entregue à
Polícia. Aliás, se confirmadas as denúncias, é um caso de polícia. Os
dirigentes da Opus Dei – que na verdade se trata de um poder poderoso no
seio da Igreja Católica – têm o dever de vir a público dar explicações. E os pais
têm o dever de investigar o que está acontecendo com seus filhos no interior da
Opus Dei. 12.11.05 http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT1062513-
1655-1,00.html Íntegra da entrevista com os ex-membros da Opus Dei Época - Por
que vocês escreveram o livro?
Jean Lauand - As pessoas costumam sair do Opus Dei massacradas, culpadas,
condenadas nessa e na outra vida e absolutamente isoladas porque os ex-
membros são tratados como mortos. Fotografias e registros são suprimidos dos
arquivos. Seu nome não pode ser citado. Depois de descobrir que fomos
manipulados por anos, saíamos culpados, com problemas psicológicos terríveis e
sozinhos. Criamos o site para que as pessoas pudessem se encontrar e trocar
experiências. Mas chegou um momento em que achamos que o site dava muito
trabalho e queríamos acabar com ele. Então o Dario (Fortes Ferreira) disse:
'Quero que meus filhos tenham informação sobre o Opus Dei. Não quero que eles
sejam enganados'. Recolhemos 150 depoimentos e gravamos mais de mil horas
de conversa. O livro levou seis meses para ficar pronto.
Época - Vocês três entraram para o Opus Dei antes dos 18 anos (Silva e Ferreira
com 15 e Lauand aos 16 anos). É uma estratégia aliciar adolescentes, por ser
uma fase da vida em que todos estão confusos com seus papéis, descolando-se
da família e buscando um grupo para se identificar?
336
Marcio Fernandes da Silva - Me lembrei de uma frase do fundador (Josemaría
Escrivá): “É bom que venham bem jovens às vocações”. O que está por trás é a
inexperiência da vida típica dessa fase. É muito mais fácil doutrinar uma
personalidade em formação. Lauand - Na década de 60, o Opus Dei era uma
presença real na USP, especialmente na Escola Politécnica. Hoje apenas três
professores pertencem à Obra e há pelo menos 20 ex-membros.. Estão aliciando
pessoas cada vez mais jovens, crianças nos clubinhos. Assim como os filhos dos
supernumerários (membros externos, que podem casar e devem ter o maior
número de filhos possível).
Época - Você conta que quando estava na Obra fazia aliciamento e não dizia que
era do Opus Dei…
Silva - Fazer proselitismo é uma das obrigações dos membros do Opus Dei. Você
é lembrado diversas vezes por semana de que precisa conseguir outras vocações
de numerários. Quando eu estava no Colégio Aplicação, da USP, eu convidava
meus amigos para participar dos clubes em competições de estudo, por exemplo.
Dizia que era apenas um centro cultural. Era essa a instrução do diretor, que dizia
o seguinte: “Só depois você conta que é do Opus Dei, para que primeiro a pessoa
conheça o centro e vá se envolvendo pouco a pouco”. Mais tarde eu convidava
para uma meditação do sacerdote. Introduzia a pessoa lentamente.
Lauand - Todos faziam, não só eu. Os numerários usam o cilício em casa. Duas
horas por dia. E as disciplinas, auto flagelação, uma vez por semana enquanto
dura uma oração, por exemplo, uma Salve Rainha. Chicote na nádega. Dá
algumas dezenas de chicotadas. E isso é visto como uma grande manifestação de
amor a Deus. Tem o sentido da penitência. Para um católico sadio a penitência
está na caridade. Ver Cristo no outro. Como para o Opus Dei a caridade não
existe, você troca pelo cilício.
337
Época - Ficaram com cicatrizes?
Lauand - O cilício deixa marcas. Dói como ferro penetrando na carne. Depois de
alguns anos a gente perde. A primeira coisa que eu fiz quando saí foi jogar fora.
Sliva - A gente usa na coxa, uma vez numa, outra na outra. Dá para ir variando.
Parece uma coleira de cachorro com ponta de ferro que penetra na carne. Você
faz uma pressão e amarra. Encaixa e faz pressão na perna. Usávamos durante o
dia, normalmente. Eu fazia depois do almoço, das 14 às 16h. É significativo
porque mostra o grau de controle mental que a instituição consegue sobre o
indivíduo.
Silva - Entramos muito jovens, o nosso mundo passa a ser aquele, todos os nosso
amigos estão lá. Somos proibidos de ler o que queremos, de ir ao teatro e ao
cinema, a TV é chaveada, o jornal já chega editado. Somos proibidos de ter
amizade com gente de fora, nosso contato com a família é restrito. Quando nos
impõem a vocação - porque ela não parte de nós, mas deles - dizem que não
devemos falar com nossos pais, que neste terreno os pais são os piores inimigos.
Somado a tudo isso, ficamos xx dias por ano em reclusão. Passamos a viver
numa realidade artificial.
338
Lauand - Todos os filósofos desde Descartes. Grandes nomes da literatura como
José Saramago, James Joyce, Umberto Eco, Sartre. Há níveis de restrição. Por
exemplo, O Alienista, de Machado de Assis, está no nível três. Havia numerários
que estavam na Obra há cinco anos e não tinham autorização para ler livros no
nível três. Para ver o ponto em que se chega, uma vez recebi um e-mail de uma
supernumerária. Ela queria que eu indicasse uma leitura crítica do Ensaio sobre a
cegueira, do Saramago. Dizia o seguinte: “Não li o Ensaio porque acredito que
sairia ferida com essa leitura. Gostaria, justamente, de ler uma crítica feita por um
católico de cultura geral inquestionável (penso que de conduta também!) e por
isso pensei no senhor”. Era professora universitária e não se atrevia a ler
Saramago.
Época - Tem esse lado do Opus Dei, que chama mais atenção, do cilício e do
celibato de leigos, que diz respeito à vida privada, mas há um outro, que é a
sua penetração nas instâncias de poder, que atingiria toda a sociedade. No
Brasil, estariam especialmente na Mídia e no Judiciário. Como funciona essa
estratégia?
Silva - O tipo de poder que o Opus Dei busca é o poder sobre o pensamento
do indivíduo 24 horas por dia. Como os membros são bem situados, é
através do poder sobre eles que conseguem influenciar as instituições. O
pensamento básico é: o mundo e a própria Igreja Católica estão
perdidos, mas nós temos a salvação porque recebemos a
mensagem de Deus de santificação de todas as realidades
terrenas. E isso justifica que a instituição passe por cima de qualquer
noção de ética. O fim, a salvação do mundo, que só nós temos, justifica
qualquer meio.
Lauand - Na Mídia há um gênio que é o Carlos Alberto Di Franco, pessoa de
uma simpatia e sedução incomparáveis e que há anos realiza o Curso Master
em Jornalismo da Universidade de Navarra, que é do Opus Dei. Ele faz parte
dos intocáveis que falamos no livro. Tem privilégio para mostrar uma
imagem pública bonita e interessante do Opus Dei. O numerário que dá aula
no Master, por exemplo, pode estar acompanhado todo o tempo por uma
339
bela jornalista, no carro dela, o que é proibido para qualquer outro
numerário.
Lauand - Poder em si. O Opus Dei usa a Igreja Católica e está fazendo muito
mal a ela. Os católicos não sabem disso, a Igreja parece que não sabe disso .
Vou dar um exemplo de como o Opus Dei age. Em 1980, João Paulo II, que recém
tinha se tornado Papa, veio ao Brasil. Naquele tempo o Opus Dei estava
interessado em coisas muito concretas: o estatuto de prelazia, que lhe dava
isenção, e a beatificação do fundador. Em 1980 a Obra estava em São Paulo e
mal e mal em Curitiba, Rio e Campinas. Só quatro cidades. Era inexpressiva.
Montou-se uma operação de guerra dizendo que o Papa estava abandonado e
sozinho, que no Brasil só havia bispos de esquerda e que era preciso demonstrar
que ele contava com o carinho dos fiéis do Opus Dei. E onde quer que o Papa
fosse, de Porto Alegre a Fortaleza, aparecia gente do Opus Dei com faixas onde
estava escrito “Univ, Univ, viva o Papa, Univ, totus tuus”. Univ é o nome de um
congresso, organizado pela ONG italiana Instituto per la Cooperazione
Universitaria (ICU), cujo objetivo é levar a Roma, todos os anos, por ocasião da
Semana Santa, jovens do Opus Dei de vários lugares do mundo. Como o slogan é
repetido à exaustão, o Papa, em qualquer lugar do mundo, reconhece Univ como
sendo Opus Dei. E “totus tuus” é o lema de João Paulo II e significa “todo teu”. Eu
comandei essa operação em Brasília. A ordem era sair na mídia a todo custo, 10
pessoas fazer o barulho de mil, e a mídia toda só deu aquilo que ninguém sabia o
que era. O Papa, que veio da Polônia e sofreu o diabo com os comunistas, veio ao
Brasil, onde havia uma Igreja comprometida com a Teologia da Libertação, e só
encontrava gente que dizia: “Santo Padre, sou do Opus Dei e estou rezando pelo
senhor”. Se conseguisse furar o bloqueio e dizer isso a ele valia muitos pontos.
Basta pegar as fotos e imagens de TV daquele tempo. Só dava Opus Dei.
Conseguiram o estatuto de prelazia.
Época - No livro, vocês contam uma história sobre um encontro entre russos do
340
Opus Dei e João Paulo II…
Lauand - O grande sonho de João Paulo II era ir a Rússia, mas nunca conseguiu.
Primeiro o governo comunista não deixava, depois a Igreja Ortodoxa. Mas na
Páscoa, em Roma, em um encontro com jovens do Opus Dei, encontrou 31
russos: um de verdade e 30 de Navarra. Cantaram em russo perfeito. No final um
dos russos foi beijar a mão do Papa e falou em russo com ele, dizendo em russo
que o amavam. O Papa se emocionou. Depois eles dão risada. É a grande jogada
de marketing.
Lauand - Em palavras do fundador: “os que perdem a sua vocação, a vocação não
se perde, se joga pela janela, são sempre traidores. Não conheço nenhum que
seja feliz. Em 15 dias estão um trapo. E mesmo aquelas coisas que aos
pobrezinhos dos homens dá algum prazer, para eles se tornam amargas como o
fel.” Assistir um jogo de futebol, beijar uma namorada, conversar com um amigo. O
cara sai com esse presentinho, que foi repetido a ele durante anos. Já deixou todo
o dinheiro lá. No meu caso, um pobre professor, um milhão de reais. É como no
filme em que o Morgan Freeman (Um Sonho de Liberdade) sai da prisão mas
precisa que o dono do supermercado lhe dê permissão para urinar. Sem licença,
ele não consegue urinar.
Silva - Eu faço uma analogia com aquela cena do Matrix, em que o Neo se liberta
daquela cúpula em que ele funcionava como uma pilha de energia. Como ele, eu
era apenas um instrumento da grande máquina de manipulação que é o Opus Dei.
Já liberto, ele está na nave mas está fraco, precisa refazer os músculos porque ele
nunca usou os músculos. Como ele, eu não estava pronto para viver fora daquela
bolha artificial. Busquei ajuda de psicólogos até me equilibrar e deixar aparecer o
Márcio verdadeiro. A instituição tinha destruído a minha personalidade. Sofri uma
programação para assumir a personalidade robótica da instituição. Isso é
claramente lavagem cerebral ou controle mental. Para mim teve o agravante que
foi minha primeira visão de mundo. Eu tinha 10 anos quando comecei a frequentar
o centro. Quando eu saí, foi como se eu tivesse nascido novamente. E, sim, saí
virgem..
Lauand - Ele vem um vez por mês fazer a dosagem geral, porque há muita gente
com transtornos mentais. Vem para isso. Se a pessoa começa a não ter paciência
de ouvir as palestras, 30 miligramas. E assim vai transformando as pessoas em
zumbis, ficam dóceis porque estão dopadas. No Brasil não há psiquiatra
341
numerário e eles não permitem se consultar com quem não seja da obra.
Silva - Há milhares de regrinhas. Não se pode ficar numa sala fechado com uma
mulher. Se tiver de ficar, tem de abrir a porta. Carona, nunca. O tratamento não
pode ser na forma diminutiva, tipo Ju para Juliana ou marcinha. Beijinho no rosto,
nem pensar. Se viajar de ônibus e sentar do lado de uma moça, tem de tentar
trocar de lugar. Sobretudo se a viagem for noturna. Lauand - A mulher tem
prescrições especiais por ser considerada mais vulnerável. Os homens podem
dormir em colchões normais, as mulheres têm de dormir em tábuas. Tem de
domar mais seus instintos perigosos. São proibidas de segurar crianças no colo.
Não podem assistir a casamentos. O fundador diz: “Aquele que puder ser sábio
não lhe perdoamos que não seja. Às mulheres, basta que sejam sensatas”.
CXVII
Opus Dei: Massacre da Personalidade
A professora Maria Amália faz uma análise crítica do livro “Opus Dei – Os
Bastidores”, de ex-membros da ordem, lançado recentemente. O livro contém
revelações que chocam as pessoas. A articulista diz que a Opus Dei é uma
“maquina de moer” almas, personalidades e vínculos familiares. Um dos objetivos
da seita é a tomada do poder, face ao grande volume de recursos disponíveis. A
conclusão, a minha conclusão, é que essa terrível organização pratica crime
contra famílias, contra adolescentes indefesos e, portanto, contra a sociedade.
Vale a pena conferir a matéria (Pastor Airton Costa).
342
as circunstâncias que levaram Sócrates a conversar com o grande sofista
Protágoras, conversa essa que é o assunto da obra. Poderíamos fazer uma
pequena peça de teatro. Imaginemos a cena: é madrugada, tudo está escuro, e
Sócrates é acordado por alguém que grita seu nome e bate à porta. Ao abrir,
depara-se com um jovem, Hipócrates, filho de Apolodoro. O adolescente, tomado
de grande excitação, agarra e sacode o filósofo, anunciando que Protágoras está
na cidade e que é necessário que Sócrates o apresente a ele. Mesmo que isso
custe uma fortuna, Hipócrates considera que precisa estudar com Protágoras. O
rapaz está tomado de grande urgência, mas ainda é muito cedo, e Sócrates não
deixaria passar a oportunidade de examinar uma questão tão interessante. A
conversa que se segue entre o filósofo bastante vivido e o jovem inexperiente é
muito esclarecedora:
“Sócrates: - E então, sabes a que espécie de perigo vais expor a tua alma? Se
tivesses de confiar teu corpo a alguém correndo o risco de que ele se tornasse
saudável ou doentio, longamente irias examinar se deverias confiá-lo, e te
aconselharias com amigos e com parentes, refletindo durante dias seguidos; sobre
o que porém consideras mais importante que o corpo, a alma, e de que depende
que tudo teu seja bem ou mal sucedido, se se torna bom ou mau, sobre isto não
consultaste teu pai nem teu irmão nem qualquer dos nossos amigos, se deves
confiar ou não a tua alma a esse recém-chegado estrangeiro; ao contrário,
ouvindo à noite que ele chegou e chegando aqui de madrugada, sobre isso não
fazes nenhum julgamento ou consulta, se deves ou não confiar-te a ele, como se
tivesses concluído o absoluto dever de freqüentar Protágoras, a quem não
conheces, como dizes, com quem nunca conversaste, a quem chamas de sofista,
mas o que é este sofista evidentemente ignoras, ao qual no entanto vais te
confiar.” Platão, Protágoras, 313 a-c [1] .
343
O Segredo:
344
como pedras depois de um sexo bem feito. Em um ambiente bem estruturado,
seja ele uma casa, seja um convento ou monastério, as tarefas diárias e a
satisfação pela realização delas podem colocar o sexo em segundo plano. Agora
vejamos: em um ambiente em que a pessoa, ao invés de se alegrar com as
realizações do dia, é obrigada a fazer um mea culpa por aquilo que não fez ou fez
mal feito, isso todo santo dia, que tipo de satisfação pode ter? Essa ênfase na
falha, na culpa, na imperfeição do indivíduo, que deve ser pública e humilhante,
como se o indivíduo, na reflexão íntima de seus atos, não fosse o juiz mais
rigoroso que existe no mundo, posto que ele pode esconder qualquer coisa dos
outros, mas não pode enganar a si mesmo, só pode deixar a pessoa muito infeliz.
Pela descrição feita no livro, não existe lugar para a alegria da vida no Opus Dei. E
haja água benta na cama (e cilício, e disciplinas, como se isso resolvesse o
problema que, afinal das contas, não é de pureza, é de satisfação pessoal).
Muito procurarão o livro para saber sobre o cilício e as disciplinas (e banhos frios,
dormir no chão, jejuns, etc.). De fato, neste ano de 2005 de Nosso Senhor, tais
temas certamente causarão escândalo aos honestos católicos comuns que andam
naturalmente nesse mundo de Deus. Mas se trata de assunto acessório, um mero
sintoma de uma doença muito mais grave: o fato de que a Obra acredita que o
homem não procurará o Bem a não ser que anule seu corpo. O corpo é visto como
intrinsecamente mau. Ela não ignora que somos compostos de corpo e alma, mas
deve lastimar. Como deve lastimar profundamente que as três grandes religiões
monoteístas (o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo) vetem terminantemente o
suicídio, que nos livraria de maneira radical desse corpo tão incômodo, e que
causa tantos problemas, como o da pureza. Como convencer pessoas razoáveis
de que devem abrir mão daquilo que é natural (no sentido de que pertence ao
mundo biológico): o prazer sexual e, conseqüentemente, o imenso, o
incomensurável prazer e orgulho de ver a face do filho que ficou escondido, mas
tão presente, dentro do corpo da mãe [3] ? Mortificando o corpo, reprimindo o
corpo, machucando o corpo, negando tudo o que é legítimo e natural que,
biologicamente, o corpo exija: conforto, comida, sono, sexo.
Mas tudo isso seria ineficaz sem a ajuda da mortificação da alma e esse sim,
deveria ser o grande motivo de escândalo. Pois é necessário quebrar a vontade,
destruir a consciência, passar uma borracha na alma e nela escrever uma nova
“verdade”, isto é, muitas grandes mentiras, entre elas a de que só é possível a
perfeição dentro da Obra, e uma extremamente danosa: a de que o homem não é
filho de seus pais, que eles são mero acidente, que o mais importante é o Opus
Dei.
345
Família biológica?
Isso traz à baila o problema da “família biológica”, que aqui chamarei de família
verdadeira, que é o que ela é. Quem teve a graça de ser aluno do Prof. Luiz Jean
Lauand aprendeu que, no mundo moderno, inventamos eufemismos para
esconder, camuflar, escamotear os nossos erros e enganar as nossas
consciências (por exemplo: o crime de evasão fiscal pode ser chamado de “caixa
dois”, ou “dinheiro não contabilizado”). O termo “família biológica”, no contexto do
Opus Dei, existe para escamotear a verdade segundo a qual só existe uma
família, aquela em que nascemos e para a qual a nossa lealdade deve ser dirigida
em primeiro lugar. Parafraseando Aristófanes: graças à velhice de meus pais eu fui
criada “como um filhotinho” e cheguei até aqui. Por isso eu não posso censurar
essa velhice, nem abandoná-la, agora que ela precisa de mim. Eu poderia não ter
nascido. O leitor já pensou nessa possibilidade? O leitor também poderia não ter
nascido. Ou nós dois poderíamos ter nascido e ter sido jogados em qualquer lugar,
numa lixeira, num canto de rua, na porta de desconhecidos. Mas não. Por vontade
livre de nossos pais, nascemos e fomos muito bem criados. E justamente porque
uma pessoa qualquer foi muitíssimo bem criada, ela se torna um alvo preferencial
para as más intenções do Opus Dei. E pela mesma razão é necessário massacrar
essa lealdade, um dos sentimentos mais puros que existe, pois, mesmo que
sejamos velhos caducos, nos braços de nossas mães seremos sempre crianças.
Em circunstâncias normais, a lealdade de qualquer pessoa estaria voltada para os
seus pais. Ao primeiro sinal, a pessoa correria para eles e para eles voltaria a sua
dedicação, as suas preocupações, o seu tempo e, principalmente, o seu dinheiro.
Ora, a Obra dedica parte da sua doutrinação à substituição da família verdadeira
por uma espécie de família sobrenatural que é ela mesma, como se todas as
criaturas de Deus já não fizessem parte naturalmente de uma família sobrenatural
(posto sermos todos filhos de Deus) e como se o batismo não nos introduzisse na
grande família sobrenatural que é a Igreja Católica. A destruição de algo tão puro,
profundo e íntimo, a família verdadeira, só pode gerar desajustes e doença
mental. O Opus Dei tenta destruir estruturas sem as quais nenhum ser humano
pode ser realmente feliz. Nem as ordens monásticas mais rígidas têm coragem de
atacar a família verdadeira de seus membros. É claro que ninguém, de sã
consciência, compararia instituições que têm séculos e, em alguns casos, mais de
um milênio de tradição e de respeito ao ser humano com um fenômeno
extremamente novo na história da Igreja como o Opus Dei, cujo plano não é a
glória de Deus mas, pelo que entendemos a partir da leitura do livro, a tomada do
poder.
346
malevolamente, esconde a sua grande mentira e escamoteia os seus erros
estruturais, jogando-os sobre os ombros de seus ex-membros. Se ele tem
dúvidas, se ele vê o descompasso entre o que é proposto e o que é feito, se ele
sai, é porque ele é um homem de pouca fé, porque ele não aproveitou os tesouros
que lhe foram oferecidos, porque ele é um traidor de Deus!
Depois de passar toda uma vida em um ambiente artificial, sofrem ainda por
serem jogados no mundo sem um amigo (todos os amigos pertencem à Obra e,
obedientemente voltam-lhe as costas [4] ), sem bens, sem um tostão furado e sem
saber organizar as coisas mais simples da vida: afinal, ele nunca pagou suas
contas, gerenciou seu salário, se preocupou em achar um lugar para viver, nunca
lavou suas roupas ou fez faxina. Mas o pior é, partindo da constatação de que ele
foi usado e abusado pelo Opus Dei, enfrentar o julgamento das pessoas comuns
que fazem parte do plano comum da vida, fora da seita: companheiros de
trabalho, membros da família, conhecidos “comuns” “Como você foi tão tolo?”
“Como permitiu que fizessem isso com você?” Ou ainda “esse é um idiota”. Quem
assim pensa não conhece o conceito de “modelo pedagógico” [5] e nada sabe
sobre a lavagem cerebral realizada nos membros de determinadas linhas político-
ideológicas ou, como é o caso, de determinadas seitas religiosas. Espantam-se
com a existência de terroristas suicidas, mas não refletem sobre o tipo de
doutrinação que foi feita para que no indivíduo fosse totalmente aniquilado o amor
à vida. Pois bem: o mesmo acontece dentro do Opus Dei, sem tirar nem por. O
indivíduo caiu numa armadilha da qual não pode ser livrar, pois Sócrates (seus
pais, seus amigos, pessoas experientes) foram afastados ou, sempre devido ao
segredo (tudo o que os que estão fora sabem é que “é uma coisa da Igreja,
religião é sempre bom”), não conseguem ver o mal que reside aí. Se o caso é ter
caído em uma armadilha, que tipo de discernimento pode ter uma criança de 14
ou 15 anos? Que tipo de experiência de vida ou que estofo teórico poderia ter para
evitar cair nessa esparrela? O que viu da vida, o que estudou e leu? Criminoso é
quem criou o sistema, mas vejam, ele está aí, canonizado. É um crime que se
comete contra crianças, e ainda mais grave porque se aproveita de tudo o que
existe de mais puro e santo no ser humano, o amor por Deus e pela Humanidade.
É a verdadeira flor da juventude que é colhida e esmagada, para no fim, secar em
amargura e descrença. E depois, quando adulto, por que não manda tudo às favas
e vai viver a sua vida em paz, não vai ser normal? Na verdade, a grande pergunta
é: como um homem dono de uma mente brilhante, pode viver tanto tempo nessa
abominação? Não existe culpa em qualquer membro do Opus Dei, pois quando o
membro já está adulto, a doutrinação já fez seus estragos sobre uma consciência
enfraquecida, afastada daqueles que têm um amor verdadeiro por ela que acredita
que as contradições do sistema são culpa sua, que as “tentações da carne” que
sofre são culpa sua, não uma simples vicissitude biológica, mas uma falha moral,
uma mente completamente aterrorizada com as chamas do inferno, pois
347
esqueceu, ou melhor, fizeram com que esquecesse, que Deus é um pai que ama
seus filhos. Reitero que isso é um crime continuado que vem sendo perpetrado
contra seres humanos, e que considero tão grave quanto o assassinato. Pois mata
o que existe de mais divino no ser humano, transforma homens e mulheres em
molambos, títeres, autômatos. É o assassinato da alma.
Afinal, no frigir dos ovos, qual é a diferença entre o Opus Dei e a TFP? Até onde
eu sei sobre as duas organizações (sim, eu sei o que os pesquisadores que agora
estão lendo esta resenha vão objetar sobre a quantidade e a qualidade dos dados
de que disponho) apenas o fato de que o Opus Dei não caiu na idolatria
deslavada, mas isso apenas pelo fato de que conseguiu canonizar o seu fundador.
Ambas apresentam as mesmas técnicas de captação de novos membros, atacam
a mesma faixa etária, usam métodos similares de massacre da personalidade do
ser humano e no final temos o mesmo tipo de “produto”: pessoas infelizes, sem
348
senso crítico, meras marionetes [8] . Isso sem falar no fato de que preconizam
uma vida religiosa bastante adequada para a ... Idade Média! De qualquer forma,
a possibilidade de idolatria está latente.
O futuro do Opus Dei? Deve ser nenhum. Deus possui a eternidade para esperar
a correção dos erros do mundo, mas os pobres seres humanos que lá estão não.
Deveria haver uma intervenção rápida e urgente, seguindo o modelo do cirurgião
que extirpa um câncer (pois é isso que o Opus Dei é: um câncer no corpo da
Igreja, em estado de metástase, pelo que pude entender). Suas casas deveriam
ser dissolvidas e seus membros mais perigosos encaminhados, sei lá para onde,
com recomendação de silêncio absoluto sobre essas coisas, para que não façam
estragos aonde chegarem (existe algum tipo de presídio de segurança máxima
para religiosos? Se não, deveria. Mas devem existir ordens monásticas, de
bondade e eficiência comprovadas, que caridosamente reduzam ao silêncio e ao
confinamento eternos esses verdadeiros criminosos). Pois existem vários tipos de
crimes sendo cometidos de maneira contínua e, embora todos eles sejam
menores do que o de ataque à integridade mental dos seres humanos, nem por
isso deixam de ser graves: aliciamento de incapazes, estelionato, fraude fiscal
(uma boa auditoria externa descobre). O livro deveria ser entregue ao Ministério
Público, pois, reclamar a quem? Ao bispo? Se o Opus Dei responde somente ao
Papa!
Muitos já tentaram descrever a alma humana. Porém creio que a mais bela
imagem da alma esteja em um texto pagão, o Fedro de Platão (246 e segs.).
Nesse diálogo, o autor apresenta a alma como um conjunto formado por um carro
puxado por dois cavalos alados e o seu condutor. Um cavalo é branco e o outro é
negro. A missão da alma é subir aos céus e aproximar-se o máximo possível do
séqüito dos deuses, um cortejo também formado por carros alados que
contemplam as Idéias verdadeiras, eternas e imutáveis. O problema da alma
humana é que o cavalo branco é dócil à rédea e à vontade do condutor e sua
349
tendência é subir, ao passo que o cavalo negro é rebelde e deseja descer e
permanecer na terra, longe da verdade. Poderíamos associar toda a história da
luta do ser humano por ser melhor a essa imagem da tarefa do cocheiro em
manter os dois cavalos no mesmo passo e na mesma direção segura.
Raciocinemos: a ênfase do Opus Dei em eliminar o cavalo negro, entendido como
o corpo e suas vicissitudes, bem como as fraquezas e os pequenos erros
humanos, só consegue quebrar as asas desse cavalo. Ao fazer isso, quebra
também as asas do cavalo branco, pelo simples esforço de ter que tentar realizar
sozinho o trabalho que deveria ser dos dois. Ou seja, a tentativa de realizar a
verdadeira obra de Deus sem aceitar que somos seres humanos e que, portanto,
devemos reconhecer a humanidade que existe em nós, sem desmerecê-la, sem
repudiá-la, sem lamentá-la, só pode ter como resultado almas de asas quebradas,
sem possibilidade de ascender, pobres sombras dos nobres cavalos alados que
deveriam ser. Não é possível ser bom, manter o cavalo negro em compasso
ajustado com o branco, quando todo dia os desvios do cavalo negro são
colocados em destaque. Quando se pede que o cavalo branco suba ao mesmo
tempo em que se puxa a rédea, brecando o movimento. E, principalmente, quando
se joga a culpa do fracasso no cavalo branco que, dócil como é próprio de sua
natureza, aceita sem questionar. O resultado só pode ser confusão, fracasso e
doença mental.
Conclusão:
Os autores desse livro podem ser vistos como homens de grande estatura. Eles
tiveram a coragem de denunciar um grande mal. Entretanto, sempre devemos ter
em conta que não se trata apenas de simples denúncia, mas também de uma
confissão. E não é fácil mostrar o rosto e confessar que se foi vítima de uma piada
muito amarga, que se deixou enganar por uma mentira imensamente maliciosa,
submeter-se ao julgamento de todos aqueles com quem se convive. Um professor
ensinou aos seus alunos, durante mais de vinte anos, que a virtude da
prudência não é característica de homens pequenos. O passar dos séculos
mudou o significado da palavra prudência. A verdadeira prudência, ensina o
professor, não é a atitude mesquinha e acovardada daquele que, diante de uma
situação qualquer, procura a saída que lhe cause menos dano, e sim a daquele
que, vendo a mesma situação, age no sentido de solucioná-la segundo o que deve
ser, mesmo que isso lhe cause prejuízos. Pois bem: o professor passou do ensino
à ação, e com muita prudência denunciou o mal, mesmo que corresse o risco de
ser julgado pelos leitores e por todos os seus conhecidos. A ele e aos seus
colegas de denúncia, eu digo que aqueles que não receberem o livro com respeito
serão apenas homens pequenos, incapazes de dar o devido valor à atitude de
renúncia das vaidades e que, portanto, seu julgamento não merece ser levado em
conta. O livro não é extenso, tem apenas 227 páginas, mas está destinado a
350
causar uma grande revolução. Pois, como já disse antes, o Opus Dei se alimenta
do segredo. Enquanto perdurar o segredo, conseguirá mais adeptos e continuará
a sua tarefa de se infiltrar na sociedade. Ao desvelar o segredo e anunciar a
verdade, o livro socraticamente abrirá os olhos de todos aqueles que, por falta de
conhecimento, acreditam que o Opus Dei “é coisa da Igreja, e tudo o que é da
Igreja é bom”. Pela primeira vez nos é dado ver, a nós, que “somos de fora”, o
Opus Dei. E a conclusão a que se chega é que o Opus Dei é mau porque o
resultado da sua ação é também mau. Afinal, diante de seus ex-adeptos, alguns
mergulhados no desequilíbrio mental, outros tentando se adaptar ao mundo e
viver de maneira normal, mas com fortes cicatrizes na alma, não se pode
contestar as palavras de Cristo: “Não há árvore boa que dê fruto mau, nem
árvore má que dê fruto bom; porque cada árvore é conhecida por seu
próprio fruto” (Lucas 6, 43-44).
[2] Gíria própria dos adeptos e que significa o momento em que a pessoa resolve
que dedicará a sua vida, na totalidade, à Obra.
[4] Também aqui o segredo faz os seus estragos. Quando uma pessoa muito
conhecida ou muito importante sai, e não é possível ocultar a sua ausência, pode
acontecer de ser divulgada uma mentira, do tipo “foi transferido” ou “está
atendendo em outro lugar”. Assim, um membro comum que, em um esforço
hercúleo, consiga se desligar do Opus Dei, tem negado o direito de saber que
existem outros de já seguiram o caminho. Fica-lhe a impressão de que ele está só,
é o único apóstata nesse universo. Sua companheira é a amargura de saber que
amizades de anos eram falsas, pois poucos têm coragem de ampará-lo.
351
se fosse um “molde” que fabrica pessoas exatamente iguais umas às outras,
programadas para pensar e agir de acordo com aquilo que nelas é incutido. É
bastante comum encontrá-lo em ideologias totalitárias.
[6] A hýbris talvez seja o único pecado que os gregos antigos reconheciam. É a
conjugação da hýbris (soberba) e da hamartía (erro de julgamento) do herói que
possibilitam o final desastroso nas tragédias gregas.
[7] Parece que logo, logo o Opus Dei terá um novo santo. O que aconteceu com
nossos bons e velhos santos tradicionais que, durante séculos, deram conta das
necessidades e dos problemas dos católicos comuns? Por outro lado, não desejo
discutir aqui a infalibilidade do Papa, pois acredito que ele mesmo já discutiu isso,
ao pedir perdão pelos erros passados da Igreja. E isso é mais um sinal do pecado
de soberba do Opus Dei: o Papa pode admitir que a Igreja errou, mas o Opus Dei
considera que não erra.
[8] Não me causou qualquer tipo de admiração o fato dos autores terem relatado
que em determinado colégio ligado, pelo menos ideologicamente, ao Opus Dei,
haja membros da extinta TFP. O parentesco entre as duas organizações parece
estar patente: ambas abusam psicologicamente de seus membros, odeiam a
instituição da família, têm pavor do feminino, recrutam crianças e têm uma visão
medieval da vida religiosa.
Parte CXVIII
A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a divindade de Jesus – V
A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (STV), órgão mentor das
Testemunhas de Jeová ensina que Jesus não tem igualdade com o Pai, e por
isso não deve ser adorado. Entretanto, a Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas (TNM), a Bíblia da organização, contém textos que
contradizem essa crença.
352
“E, ao tomar o rolo, as quatro criaturas viventes prostraram-se diante do
Cordeiro... O Cordeiro que foi morto [Jesus] é digno de receber o poder, e as
riquezas, e a sabedoria, e a força, e a honra, e a glória, e a bênção. E toda
criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e todas as
coisas neles, eu ouvi dizer: Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro seja a
bênção, e a honra, e a glória, e o poderio para todo o sempre. E as quatro
criaturas viventes diziam: Amém! E os anciãos prostraram-se e adoraram” (Ap
5.8b; 12, 13 e 14 - TNM).
No texto que vimos, preservado pela STV com pequenas mudanças, todas as
criaturas do universo, seres angelicais, seres viventes e anciãos proclamam a
glória do Cordeiro num cântico de adoração que é também dirigido ao Pai. “No
final de tudo, todos haverão de dobrar os joelhos (sinal de adoração) diante de
Jesus Cristo e confessar que Ele é Senhor pata glória de Deus Pai” (Fp 2.11). “A
adoração é prestada exclusivamente à divindade e, como Jesus é plenamente
Deus, Ele podia receber a adoração daqueles que tinham a mesma natureza
humana que Ele” (“O Ser de Deus”, Heber Carlos de Campos, Cultura Cristã,
1999, p. 149-150). A TNM registra: “A fim de que, no nome de Jesus, se dobre
todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão, e toda língua
reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai”
(Fp 2.11). Na Bíblia Sagrada está assim: “... e toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor”. Notem o cuidado da STV para não deixar registrado na
Tradução que Jesus é o único Senhor. Na TNM de 1967 deixaram escapar, e
registraram: “Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
353
Nessa passagem, o Pai revela a superioridade do Filho sobre os anjos. Fala
ordena aos anjos que O adorem, isto é, diz que o Filho é digno de adoração.
Enquanto os anjos cumprem seu serviço por meio do vento e do fogo, em
subserviência à vontade divina, “o Filho, por sua vez, é uma personalidade moral
livre, assentado pessoalmente no trono de Deus para sempre, com todo o direito”
(O Novo Comentário da Bíblia, vol II, p. 1351). Depois, se referindo ao Filho,
chama-O de Deus: “Ó Deus”. Continuando dando testemunho do Filho, e O
identificando como Aquele que está assentado à sua destra (v. Marcos 12.36), o
Pai diz que o Filho é Criador: fundou a terra e criou o céu.
“Em vista de Seu direito, na qualidade de Deus-Homem, Ele foi exaltado e ungido
como Aquele a Quem pertence a pré-eminência. Essas citações são tiradas de Sl
104.4 e 45.6,7. A sexta citação (vv 10-12) mostra que, em contraste com as coisas
criadas, o Filho é o Criador, o soberano, o Senhor imutável. As palavras de
Salmos 102.25-27, dirigidas a Jeová, são aplicadas a Jesus. Isso implica em que
Ele é Jeová” (Ibidem, p. 1351).
“Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, ele diz: E todos os
anjos de Deus lhe prestem homenagem” (v.6 – Lembrem-se de que na edição de
1967 constou: “E todos os anjos de Deus o adorem”). “Também, com referência
aos anjos, ele diz: E ele faz os seus anjos espíritos e os seus servidores públicos,
chama de fogo” (v. 7). “Mas, com referência ao Filho: Deus é o teu trono para todo
o sempre, e [o] cetro do teu reino é o cetro da retidão” (v. 8 – vejam que Jesus é
Rei eterno). “Amaste a justiça e odiaste o que é contra a lei. É por isso que Deus,
o teu Deus, te ungiu com óleo de exultação mais do que a teus associados (v.9).
“E: Tu, ó Senhor, lançaste no princípio os alicerces da própria terra, e os céus são
obras das tuas mãos” (v. 10). Analisemos.
Houve alteração do verso 10. “E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os
céus são obra de tuas mãos”. Alterado para: “E: Tu, ó Senhor, lançaste no
princípio os alicerces da própria terra, e os céus são obras das tuas mãos”.
Acredito ter havido aqui um lamentável engano. A STV jamais iria declarar que o
Filho é Criador de todas as coisas. Se houvesse algum critério de tradução,
“Senhor” (kurios), nesse caso, deveria ter sido traduzido por “Jeová”, como fora
feito em todas as demais citações. Ficaria Jeová falando para si próprio: “Tu, ó
354
Jeová...”. Jeová falou a respeito dos anjos e a respeito do Filho. Quem está com a
palavra é Jeová, que, a respeito de Jesus, diz: “Tu, ó Senhor”. E dá testemunho de
que o Filho é também Criador. Não é apenas um agente da criação. Por essa
questão prática e técnica não ousaram traduzir “Senhor” (kurios) por Jeová. A
emenda ficaria horrível.
Não podiam de modo algum substituir “Senhor” por “Jeová”. Dessa vez não deu. O
versículo 13 diz claramente que Jeová está se referindo a Jesus: “Mas, com
referência a qual dos anjos disse ele alguma vez: Senta-te à minha direita, até que
eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés?”. Trata-se de uma
repetição de Salmos 110.1 (cf. Mt 22.44). Que o Filho está assentado à direita do
Pai é dito em diversas passagens (Mt 26.64; Hb 1.3; 8.1; 12.2; 1 Pe 3.22). Por
essas razões, a gosto ou a contragosto, a Sociedade Torre de Vigia declarou que
o Filho é Senhor e Criador. Os anjos, as autoridades e as potências estão sujeitas
ao Senhor e Criador Jesus Cristo (1 Pe 3.22).
“Quem me tem visto, tem visto [também] o Pai” (Jo 14.9 – TNM).
“Porque tudo quanto ele [o Pai] faz, o Filho o faz igualmente” (Jo 5.19c).
Parte CXIX
A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a Divindade de Jesus – II
É paradoxal, mas é verdade. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas
(TNM) das Testemunhas de Jeová, uma versão especial da Bíblia, contém
versículos que atestam de forma inequívoca a divindade do Senhor Jesus Cristo e
do Espírito Santo. Vejamos:
355
Notem que a expressão “sou Filho de Deus” é equivalente a “Eu e o Pai somos
um” e a “o Pai está em mim e eu nele”. Vejam como o versículo 33 está na
Tradução do Novo Mundo:
“Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque
tu, embora sejas um homem, te fazes um deus”. A TNM confirma ser Jesus “o
Filho de Deus” (v. 36).
O Senhor Jesus não declarou ser um “um deus” menor que Jeová, um deus
dentre muitos deuses pagãos. Declarou ser IGUAL a Jeová, semelhante a Jeová.
Tão iguais e semelhantes que formam uma unidade. Ora, Jeová jamais formaria
uma unidade com um deus apequenado, sem os atributos próprios da divindade.
O Senhor Jesus declarou que possui os mesmos atributos do Pai: onisciência,
onipresença, onipotência, imutabilidade, eternidade.
“Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Não
crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos
digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as
obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por
causa das mesmas obras”. (Jo 14.8-11 – Bíblia Sagrada). Vejamos os mesmos
versículos na TNM:
“Filipe disse-lhe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso chega para nós. Jesus disse-
lhe: Tenho estado tanto tempo convosco e ainda não vieste a conhecer-me, Filipe?
Quem me tem visto, tem visto [também] o Pai. Como é que dizes: Mostra-nos o
Pai? Não acreditas que eu esteja em união com o Pai e que o Pai esteja em união
comigo? As coisas que vos digo não falo da minha própria iniciativa; mas o Pai,
que permanece em união comigo, está fazendo as suas obras. Acreditai-me que
estou em união com o Pai e que o Pai está em união comigo; senão, acreditai por
causa das próprias obras” (vv. 8-11).
As pequenas mudanças, tais como “em união com o Pai”, em vez de “estou no
Pai”, em nada altera a clareza do significado do texto. Embora a contragosto, a
TNM declara a divindade de Jesus ao registrar: “Eu e o Pai somos um” e “Quem
me tem visto, tem visto [também] o Pai”.
Parte CXX
A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a Divindade de Jesus – IV
356
Incoerência: A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM), um tipo
de Bíblia especialmente produzido pela Sociedade Torre de Vigia (STV), contém
textos que comprovam a divindade de Jesus, divindade que a própria Sociedade
rejeita.
Até 1986, quando entrou em vigor a nova Tradução, a STV admitia oficialmente
que Jesus era digno de adoração, isto é, que ele se igualava a Deus. Vejam:
“Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, ele diz: `E todos os
anjos de Deus o adorem´ (Hb 1.6 – TNM, 1967).
A STV não gostou dessa tradução. A divindade do Filho estava muito clara. Então,
na revisão de 1986 o texto foi alterado para:
“Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, ele diz: E todos os
anjos de Deus lhe prestem homenagem” (Hb 1.6 – TNM 1986).
É estranho o que está no versículo anterior, em que Satanás diz a Jesus: “Todas
357
estas coisas te darei, se te prostrares e me fizeres um ato de adoração” (Mt 4.9 –
TNM). O diabo podia ser adorado por Jesus, mas Jesus não pode ser adorado
nem pelos anjos nem pelos homens. Por que no versículo seguinte (10) proskineõ
não foi traduzido da mesma forma?
Certamente dirão que em Mateus 4.9 proskineõ está relacionado com o ato de
ajoelhar-se, gesto inequívoco de adoração, isto é, render culto à divindade.
Todavia, a STV não usou o mesmo critério quando houve prostração diante de
Jesus. Vejam:
“E, entrando na casa, acharam o menino [Jesus] com Maria sua mãe, e,
prostrando-se, o adoraram” (Mt 2.11). Na TNM está: “... e, prostrando-se,
prestaram-lhe homenagem”. Quer dizer, de joelhos ou não, segundo o ensino
equivocado da STV, as Testemunhas de Jeová estão proibidas de adorar o Senhor
e o Salvador Jesus Cristo. No máximo, podem prestar-lhe uma homenagem. Que
tipo de homenagem? Pelo menos cumprem a ordenança de Jesus de batizar em
nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, conforme Mateus 28.19?
Parte CXXI
A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a divindade de Jesus - I
É paradoxal, mas é verdade: A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas
(TNM) das Testemunhas de Jeová, uma versão especial da Bíblia, contém
versículos que atestam de forma inequívoca a divindade do Senhor Jesus Cristo e
do Espírito Santo.
As TJs negam que Jesus é o Verbo encarnado (Jo 1.1,2,14), e dizem que o
Espírito Santo é uma energia. Muitos versículos foram alterados para se
harmonizarem à crença do grupo, porém em alguns casos, pela clareza do texto,
não foi possível fazer qualquer mudança. A Tradução examinada é a revista em
1986, impressa nas oficinas gráficas da Sociedade Torre de Vigia. Vejamos.
TNM: “Tomé disse-lhe [a Jesus]: “Meu Senhor e meu Deus”. “Jesus disse-lhe:
Creste porque me viste? Felizes são os que não vêem, contudo, crêem” (Jo 20.28-
29).
Sempre que a palavra “Senhor” (grego kurios) se refere a Deus, a TNM traduz
358
como “Jeová”. Quando se refere a Jesus, não há alteração. Exemplos:
Referindo-se a Deus:
TNM: “Tens de amar a Jeová [ao Senhor, kurios] teu Deus...” (Mt 22.37).
TNM: “Não deves pôr Jeová [o Senhor, kurios], teu Deus, à prova” (Lc 3.12).
Referindo-se a Jesus:
TNM: “Tomé disse-lhe: Meu Senhor [kurios] e meu Deus” (Jo 20.28).
TNM: “No entanto, dentre eles havia alguns homens de Chipre e de Cirene, que
vieram a Antioquia e começaram a falar ao povo que falava grego, declarando as
boas novas do Senhor [kurios] Jesus. Além disso, a mão de Jeová [kurios] era
com eles; e grande número, tornando-se crentes, voltaram-se para o Senhor
[kurios]” (At 11.20-21).
Por coerência, deveriam assim traduzir João 20.28: “Meu Jeová e meu Deus”.
Repetindo, quando o tratamento é inerente a Jesus, kurios continua como Senhor.
Se referir-se a Deus, a tradução é Jeová.
Na Bíblia Sagrada, os versículos acima estão assim: “E havia entre eles alguns
homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos
gregos, anunciando o Senhor [kurios] Jesus. E a mão do Senhor [kurios] era com
eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor [kurios]”.
Nota-se a nítida intenção de substituir palavras para colocar o Senhor Jesus numa
posição inferior em relação a Jeová. Ora, Atos 11.20-21 diz que o Senhor Jesus foi
anunciado; que a mão do Senhor Jesus era com eles; que muitos se converteram
ao Senhor Jesus. De acordo com a doutrina da Trindade, do Deus Uno e Trino,
Jeová e Jesus são UM (Jo 10.30). Jesus é Senhor e Jeová é Senhor. Jesus é
Senhor e Deus, como bem testificou Tomé.
359
5). Na primeira parte, o “Senhor nosso” é Jesus Cristo. No versículo seguinte,
Jeová é o Senhor.
Vejamos como está na TNM: “... que se mostram falsos para com o nosso único
Dono e Senhor, Jesus Cristo” (v.4); “... que Jeová, embora salvasse um povo,
tirando-o da terra do Egito...” (v.5). Observem que a Tradução do Novo Mundo
confirma que Jesus Cristo é o nosso único Dono e Senhor, mas dizem que há
outro único Senhor, o Jeová Deus. Nesse caso, teríamos dois Senhores?
Parte CXXII
A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a divindade de Jesus – III
Paradoxal, porém verdadeiro: A Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas (TNM), uma versão da Bíblia especialmente usada pelas Testemunhas
de Jeová, prova a divindade de Jesus Cristo, negada pelo mesmo grupo religioso.
Vejamos:
Deus, o Salvador
“Eu sou Jeová, e além de mim não há salvador” (Is 43.11 – TNM). “E meu espírito
não pode deixar de estar cheio de alegria por Deus, meu Salvador” (Lc 1.47).
“Porque baseamos nossa esperança num Deus vivente, que é Salvador de toda
sorte de homens, especialmente dos fiéis” (1 Tm 4.10b). “Porque eu sou Jeová,
teu Deus, o Santo de Israel, teu Salvador” (Is 43.3a).
Jesus, o Salvador
“E começaram [os samaritanos] a dizer à mulher: Não é mais pela tua conversa
que cremos; porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este homem
[Jesus] certamente é o salvador do mundo” (Jo 4.42 – TNM).
“Porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo, [o] Senhor”
(Lc 2.11 – TNM). Na Bíblia: “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador,
que é Cristo, o Senhor”. Quando “Senhor” se refere a Deus, a Sociedade Torre de
Vigia (STV) traduz por “Jeová”: “Naquele tempo se principiou a invocar o nome de
Jeová” (Gn 4.26). Na Bíblia: “... a invocar o nome do Senhor”. Quando o Filho de
igual modo é chamado de “o Senhor”, a STV não altera.
360
“Quanto a nós, a nossa cidade existe nos céus, donde também aguardamos
ansiosamente um salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20 – TNM). Virão vários
salvadores do céu? Não. Virá “o Salvador”.
“Haja benignidade imerecida e paz da parte de Deus, [o] Pai, e de Cristo Jesus,
nosso Salvador” (Tt 1.4b - TNM). Bíblia: “... graça, misericórdia, e paz da parte de
Deus Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador”.
“... pela justiça de nosso Deus e [do] Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1). Bíblia: “...
pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. Para melhor se ajustar à
crença do grupo, e por coerência, a STV deveria ter dito: “...e dum salvador, Jesus
Cristo”. Uma alteração a mais, uma a menos...
“De fato, assim vos será ricamente suprida a entrada no reino eterno de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.11). Deveria ser: “dum Senhor e dum
salvador”.
Vejamos as diversas formas usadas pela STV para dizer que Jesus é o Senhor e
Salvador:
361
“[Do] Salvador de nós” (Tt 2.13)
“Um Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11: Na tradução de 1967, edição
brasileira).
“Pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, TNM, tradução
de 1967, válida até 1986).
A tradução em vigor até 1986 dizia que Cristo era “um Salvador”, mas que era “o
Senhor” (Lc 2.11). A STV mudou de idéia. Na atual tradução, a divindade dEle não
é alterada, mas o elemento “do” (contração da preposição “de” com o artigo “o”)
aparece entre colchetes (“[do]”). Outra vã tentativa de apagar da TNM qualquer
vestígio comprometedor está em 2 Pedro 1.1. Até 1986, a STV registrava: “Pela
justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. A partir de 1986, o versículo foi
alterado para: “Pela justiça do nosso Deus e [do] Salvador Jesus Cristo”.
As intervenções, que são muitas, não conseguiram mudar o que está claro na
Bíblia; Jesus é o Senhor, o Salvador, o Deus encarnado. O elemento grafado entre
colchetes – “[do] Salvador Jesus Cristo” - objetiva transmitir a idéia de que não
deve ser levado em consideração. E por que não foram excluídos? Porque, se
excluído, a divindade de Jesus estaria ainda mais expressa. Ficaria assim: “Pela
362
justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. Seria mais uma confirmação do
que foi dito por Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”.
A TNM registra com todas as letras que Cristo é “o salvador do mundo” (Jo 4.42),
“o Salvador de nós” (Tt 2.13) e “o Senhor” (Lc 2.11), com colchetes ou sem.
Poderíamos até fazer outras ilações com essas idas e vindas da STV.
O problema maior está no artigo definido “o”, que define, particulariza, intitula
Jesus como o único Senhor e único Salvador. Daí porque em alguns casos a STV
substitui o referido artigo pelo indefinido “um”. A tentativa de ajuste produziu, por
exemplo, um desastre até hilariante. Em Lucas 2.11, Jesus é “um salvador” e ao
mesmo tempo é “o Senhor”. Como pode uma pessoa ser indefinida e definida ao
mesmo tempo?
“Quem me tem visto, tem visto [também] o Pai” (Jo 14.9 – TNM).
“Porque tudo quanto ele [o Pai] faz, o Filho o faz igualmente” (Jo 5.19c). A STV, a
contragosto, registrou: “Porque as coisas que Este faz, estas o Filho faz também
da mesma maneira”. Logo, se o Pai salva, o Filho salva também. Não há dois
salvadores, um maior e outro menor. Se o Pai perdoa pecados, o Filho faz o
mesmo. Se o Pai é digno de adoração, honra e louvor, o Filho também o é. No
mistério da Santíssima Trindade, Deus é uma unidade composta de três pessoas
distintas e divinas: Pai, Filho e Espírito Santo. As três cooperam unidas e num
mesmo propósito.
Parte CXXIII
As Testemunhas de Jeová e o Espiritismo
Pode parecer algo inusitado, mas a matéria abaixo considera a real possibilidade
de A Sociedade Torre de Vigia ter ligações com o Espiritismo. Vejam:
363
Trevor Scott
Fonte: Observatório Watchtower
"Os que querem agradar a Jeová, portanto, destroem sua parafernália espírita,
como fizeram antigos cristãos em Éfeso." (Despertai!, 8 de Abril de 1986, p. 27)
"A Testemunha que veio estudar a Bíblia comigo aconselhou-me a destruir tudo
em meu poder que tivesse relação com o espiritismo." (A Sentinela, 1 de Setembro
de 1979, p. 28)
A última citação acima foi publicada pelas Testemunhas de Jeová em 1979. Outro
artigo publicado pelas Testemunhas de Jeová no mesmo ano, sob o subtítulo
"Resista às Forças Espirituais Iníquas", tinha a dizer o seguinte (a ênfase é
minha):
364
poder objectos associados com "comunicações espíritas"? Será que as
Testemunhas de Jeová "destroem sua parafernália espírita" como fazem aqueles
"que querem agradar a Jeová"? Será que as Testemunhas de Jeová imitam "os
que se tornaram seguidores de Cristo em Éfeso"? Será que elas agem "em
harmonia com o exemplo registrado em Atos 19:19"?
Tradução da carta:
Senhores:
Esta [carta] tem o propósito de acusar a recepção dos dois livros que nos
enviaram, O Novo Testamento traduzido por Johannes Greber, e o livro dele
Comunicação com o Mundo Espiritual de Deus.
Apreciamos que nos tenham enviado estes volumes. Já por alguns anos estamos
cientes [da existência] da tradução de Johannes Greber e ocasionalmente até a
citámos. Cópias da tradução, porém, têm sido difíceis de obter. Como temos
quatro bibliotecas nas nossas instalações da sede que são consultadas pelos
membros do nosso pessoal, incluindo os escritores das nossas revistas e livros,
inquirimos sobre a possibilidade de obter algumas cópias adicionais de O Novo
Testamento.
Sinceramente,
Ahn?
Que tal "não, obrigado"? Que tal "destruímos os vossos livros espíritas"? Que tal
"ide ler Deuteronómio 18:10-12"?
365
Depois de receber dois livros associados com "comunicações espíritas" da
Fundação de Johannes Greber, a resposta da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias
e Tratados (Testemunhas de Jeová) foi pedir mais cópias! Parece que a
Sociedade queria certificar-se de que todo o seu pessoal -- "incluindo os escritores
das [seus] revistas e livros" -- teria acesso ao livro espírita de Greber!
A Sociedade declarou na sua carta: "Já por alguns anos estamos cientes [da
existência] da tradução de Johannes Greber e ocasionalmente até a citámos". De
facto, durante muitos anos a Sociedade Torre de Vigia (Testemunhas de Jeová)
tinha usado a tradução espírita de Greber, mesmo sabendo que era uma tradução
espírita, para apoiar algumas traduções obscuras que se encontram na tradução
do Novo Testamento feita pelas Testemunhas de Jeová.2 Que a Sociedade Torre
de Vigia (Testemunhas de Jeová) sabia que Johannes Greber era um espírita e
que a tradução do Novo Testamento dele era 'diretamente relacionada com o
espiritismo', pode ver-se a partir das seguintes declarações, publicadas pela
Sociedade Torre de Vigia (Testemunhas de Jeová) em 1955 e 1956 (a ênfase é
minha):
366
Hipócritas! Sois como sepulcros caiados -- belos por fora mas cheios por dentro
com ossos de mortos e de toda sorte de impureza.4
--------------------------------------------------------------------------------
Notas
3 Cf. nota 2.
4 Mateus 23:27.
Parte CXXIV
As Testemunhas de Jeová E o Espiritismo – II
As doutrinas que as Testemunhas de Jeová recebem tiveram na sua origem
conceitos provindos do Espiritismo? O autor da matéria abaixo declara que o
espírita Johannes Greber teve participa especial na elaboração da TNM –
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, a “bíblia” da Sociedade.
Vejamos.
Fonte: http://www.logoshp.hpg.ig.com.br/TJespi.htm
Outra coisa grave que as TJ não falam é sobre uma pessoa aparentemente
desconhecida ao público brasileiro mas que teve grande influência na Tradução do
Novo Mundo: Johannes Greber. Guarde este nome. Quem foi ele?
367
Johannes Greber foi um padre na Alemanha, em 1920. Em 1923, ele foi
convidado para fazer orações com um membro da igreja. Greber descreve o
que aconteceu aqui:
"Os ensinos de Cristo não mais se encontravam na sua pureza e clareza originais
naqueles documentos que te mandei. No que é chamado de Novo Testamento,
vários parágrafos, às vezes vários capítulos, tem sido omitidos. O que vocês tem
são cópias mutiladas...mesmo as últimas cartas do apóstolo Paulo ás
comunidades cristãs tem sido destruídas. Nelas, ele explicou cuidadosamente
suas doutrinas. Mas as interpretações errôneas que vieram depois deformaram a
fé cristã." (Johannes Greber, "Comunicação com o Mundo dos Espíritos de Deus--
Suas Leis e Propósito.)
"Você está certo em perguntar quem eu sou, pois isto é o primeiro dever para
testar os espíritos e saber se vem de Deus...Asseguro-lhe diante de Deus que sou
um dos bons espíritos de Deus cujo nome não posso revelar...desde o início da
humanidade, os espíritos tem se comunicado com os homens..." (Johannes
Greber, "Comunicação com o Mundo dos Espíritos de Deus--Suas Leis e
Propósito.)
Estranho não? O espírito diz que não pode revelar seu nome e que desde do
começo da humanidade, os espíritos se comunicam com os homens. Puro
espiritismo. Depois, Greber deixou de ser padre, preso a sua supresa por estar
sendo "usado" pelos espíritos. Escreveu o livro "Comunicação com o Mundo dos
Espíritos de Deus--Suas Leis e Propósito, onde relata suas experiências com os
espíritos. Em 1933, escreveu uma tradução do Novo Testamento, ajudado pelos
"espíritos". Foi essa tradução que a Watchtower Society usou para fazer sua
tradução de versículos escolhidos da Tradução do Novo Mundo.
368
Greber e a Tradução do Novo Mundo
Greber disse que Jo.20.28, por exemplo, deveria ser "meu Senhor e Mestre" em
vez de "meu Senhor e meu Deus". Daí, ele resolveu fazer a tradução do NT
inteira, baseado nas comunicações com os espíritos. A própria Torre de Vigia, em
The Watchtower [A Sentinela] de 15/02/1956, condenou Greber denunciando-o
como espírita, contudo cita de suas obras como autoridade confiável em
publicações lançadas em 1962, 1975, 1976 e 1981!
Um dos grandes versículos que mais geram controvérsia sobre a TNM é Jo.1.1,
que Greber teve participação fundamental. A Torre de Vigia usa sua tradução para
este versículo:
"No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus e a Palavra era um deus"
(TNM)
Nós sabemos que em português, a TNM é a única bíblia que lê dessa forma.
Nenhuma outra fala que Jesus é "um deus" que não O DEUS único. Deve-se notar
que as TJ acreditam que o Espírito Santo dirige sua organização, mas Greber
falava de "espíritos" (plural), o que dá a entender o espiritismo. Verdade é que em
1983 a Watchtower condenou veementemente Greber chamando do espírita mas
mesmo assim continuou usando sua tradução.
O mais difícil é uma TJ acreditar que sua bíblia foi feita por Greber, que foi
inspirado por demônios. Assim, todas as doutrinas das TJ também são
demoníacas.
O que poucas TJ sabem é que sua própria organização admitiu ter em seus
primeiros tempos um tipo de "mediunidade" com Charles Taze Russel, o fundador
da seita e morto em 31 de outubro de 1916.
Quando ele morreu, seus seguidores ficaram perdidos. Eles perguntavam "quem
irá nos guiar agora?" Eles acreditavam que Russel, como Jesus, era o único canal
369
de comunicação com Deus. "O Senhor indicou que usaria um membro de sua
igreja como canal..." (Watchtower 1/3/1923). Assim, eles colocavam Russel no
mesmo patamar que Pedro e Paulo. Mas onde isto está na Bíblia?
Eles acreditavam que Russel estava com eles: "já que nosso pastor, agora em
glória, manifesta um grande interesse em nossa obra, Deus o permitiu agir com
influência sobre nós (Ap. 14.17)..." (Watchtower 1/11/1917)
"Apesar de nosso pastor ter passado o véu, ele está dirigindo todo nosso trabalho"
(Estudos, v.7, pg. 144). Eles explicam que Russel estava consciente após a morte,
apesar de contrariarem seus próprios ensinamentos que não há consciência
depois da morte. Durante muitos anos a Sociedade continuou usando a
"mediunidade" com Russel para suas doutrinas. Por isso eles mudam toda hora de
doutrinas.
Mas Dt. 18. 10-12 condena a consulta aos mortos. Agindo assim, a Sociedade
condena-se a si mesma.
Parte CXXV
Testemunhas de Jeová: O Verbo Era “um deus”?
Para melhor compreensão da entrevista abaixo, vejam a diferença entre a Bíblia
Sagrada e a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM), versão
utilizada pelo grupo religioso Testemunhas de Jeová. Com o intuito de negar a
divindade de Jesus, referido grupo modificou muitos versículos, como
exemplificado abaixo. Em alguns casos, por causa da clareza do texto, não foi
possível fazer mudanças. É o que se vê na série “A Bíblia das Testemunhas de
Jeová Revela a Divindade de Jesus”.
Bíblia Sagrada: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. Ele estava no princípio com Deus” (Jo 1.1-2).
TNM: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era
[um] deus” (Jo 1.1-2).
Entrevista do Dr. Walter Martin com o Dr. Julius R. Mantey sobre a TNM e Jo. 1.1
Dr. Julius R. Mantey foi o primeiro grande estudioso que estudou grego por mais
de 65 anos. Ele é bem conhecido por ter co-escrito A Manual Grammar of the
Greek New Testament, com o Dr. H.E. Dana. Seu livro é muito citado (às vezes
fora do contexto) pelas publicações TJ. A entrevista seguinte foi com o Dr. Martin e
370
o Dr. Mantey sobre a Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová.
DR. MARTIN: Em Jo 1:1, a Tradução do Novo Mundo (TNM) diz que "a Palavra
era um deus" referindo-se a Jesus Cristo. Como você responderia a isso?
DR. MARTIN: Há certo tempo você teve uma discussão com o pessoal da Torre de
Vigia sobre isto e lhes escreveu uma carta. Qual foi a resposta deles a sua carta?
DR. MANTEY: Bem, eu estava indignado porque eles tinham me citado errado em
defesa de sua tradução. Eu chamei sua atenção ao fato que todo o Novo
Testamento estava contra sua idéia. No Novo Testamento, Jesus é sempre
glorificado e engrandecido - mas elas O estavam denegrindo, transformando-o
num deus pagão.
DR. MARTIN: Eu não sei se você sabe, mas não há nenhum estudioso grego na
Watchtower Bible and Tract Society. Eu fiz tudo que pude para descobrir os nomes
do comitê de tradução da TNM, e a Torre de Vigia não me ajudou. Finalmente,
uma ex-TJ que conheceu os membros do comitê pessoalmente me falou quem
eles eram - os homens do comitê não sabiam ler o grego do Novo Testamento,
nem o hebraico; eles não tinham nenhum conhecimento de teologia sistemática -
exceto o que eles tinham aprendido da Torre de Vigia. Só um deles tinha feito
faculdade, saindo depois de um ano. Ele estudou muito rápido as línguas bíblicas
enquanto estava lá.
DR. MARTIN: Sim, ele lia o grego moderno, e eu o conheci quando eu visitei a
Torre de Vigia. Eu lhe pedi que lesse Jo. 1:1 no grego e então disse "como você
traduziria isto?" Ele disse: "Bem, 'a palavra era um deus'". Eu disse: "qual é o
assunto da oração?" Ele me olhou. Eu perguntei de novo: "qual é o assunto da
oração?" Ele não sabia. Esta foi a única pessoa na Torre de Vigia capaz de ler
grego e não sabia o assunto da oração em Jo. 1:1. E estas foram as pessoas que
escreveram a você dizendo que a opinião deles era tão boa quanto a sua.
371
DR. MANTEY: Certo.
DR. MARTIN: Muitas vezes vemos publicações das TJ que citam os estudiosos.
Eles os citam no contexto?
DR. MANTEY: Não. Eles usam esta tática para enganar as pessoas para que elas
pensem que os estudiosos concordam com as TJ. Dentre todos os professores de
grego, gramáticos, e comentaristas que eles citaram, só um (um unitário)
concordou que "a palavra era um deus".
DR. MARTIN: Você foi citado como dizendo que os tradutores do TNM são
"enganadores diabólicos".
DR. MANTEY: Sim. A tradução é enganosa, e eu acredito que é uma coisa terrível
para uma pessoa ser enganada e ser eternamente perdida porque alguém a
enganou, torcendo as Escrituras!
DR. MARTIN: O que você diria a uma TJ que estivesse procurando a verdade?
Parte CXXVI
A Bíblia das Testemunhas de Jeová Revela a Divindade de Jesus – VI
Incoerente, porém verdadeiro: A divindade de Jesus é negada pelo Grupo, mas a
Tradução do Novo Mundo (TNM) registra a igualdade do Filho com o Pai. Ou, em
outras palavras, que Jesus é Jeová encarnado. Vejam:
“Nenhum homem viu a Deus; o deus unigênito, que está [na posição] junto ao seio
do Pai, é quem o tem explicado” (Jo 1.18 – TNM).
Na Bíblia Sagrada, está assim: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho [em
algumas versões: “o Deus] unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou”.
372
“... e a Palavra era [um] deus” (Jo 1.1b – TNM). Por coerência, este versículo
deveria afirmar que “a Palavra era [o] deus”. A duas declarações (Jo 1.1 e 18)
fazem parte de um mesmo contexto. Afinal, o Filho é “um deus” ou “o deus”? Essa
forma dúbia de traduzir/interpretar é vista também em outras expressões. Jesus é
chamado de “O salvador do mundo”, em João 4.42, e de “Um Salvador”, em Lucas
2.11 (V. “A Bíblia das TJ Revela a Divindade de Jesus – III”). A confusão é geral.
Afinal, temos dois deuses e dois salvadores?
Se for “um deus”, o Pai teria criado muitos deuses, dentre os quais o Filho é um
deles. Se é “o deus”, estamos diante de uma criação especial e única, específica e
individualizada. Além dessa incoerência, há algo mais sério. A Sociedade Torre de
Vigia (STV) declara-se biteísta, isto é, crê na existência de dois deuses: o Pai e o
Filho, este “o deus” menor. Por que escrever um deus com inicial maiúscula e o
outro com minúscula? As duas expressões são traduções da palavra grega theos.
Não é uma forma honesta de negar a divindade do Filho.
A STV declara que o Filho, o “deus unigênito” é o único que tem “explicado” o Pai.
Contradiz o que Jesus disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9) e “Eu e o Pai
somos um” (Jo 10.30). Entre “revelar” e “explicar”, estas declarações estão mais
para revelar. É confusa essa idéia de que o Pai criou um deus menor para que
pudesse ser explicado (!?). A verdade é que no afã de distorcer versículos para
justificar suas doutrinas, a STV cai em muitas contradições. É como o caçador que
se precipita na própria armadilha.
O termo “Trindade” não se encontra na Bíblia, mas o conceito que ela expressa é
escriturístico. O Pai é reconhecido como Deus em grande número de passagens.
Exemplos: João 6.27 – “o Pai, Deus, o selou”; 1 Pe 1.2 – “presciência de Deus
Pai”. Jesus Cristo é reconhecido como Deus (Jo 1.1; 1.18; 20.28; Rm 9.5; Tt 2.13;
Hb 1.8; 1 Jo 5.20; Cl 2.9; Fp 2.6, dentre outros). O Espírito é reconhecido domo
Deus (At 5.3,4; 1 Co 3.16; 6.19; 12.4-6). Mas estamos mais interessados em
examinar o que a TNM diz a respeito da divindade de Jesus e do Espírito Santo.
Com isso, oferecemos aos seguidores da Sociedade a possibilidade de refletirem
sobre tais questões. Que não se esqueçam da advertência do Senhor Jesus:
“Portanto, eu vos disse: Morrereis nos vossos pecados. Pois, se não acreditardes
que sou eu [Eu sou] morrereis nos vossos pecados” (Jo 8.24 – TNM). A STV
alterou a passagem. Em vez de “EU SOU”, colocou “SOU EU”. Por acaso alguém
estava duvidando de que Jesus era Jesus? Na verdade, Jesus estava falando da
Sua igualdade com o Pai, da Sua eternidade. No mesmo capítulo, verso 58, Ele
diz: “Antes que Abraão existisse, eu sou”, traduzido na TNM por: “Antes de Abraão
vir à existência, eu tenho sido” (!?). Se as TJ não desejam ficar eternamente
373
separadas de Jeová, num lugar de tormentos, devem acreditar na eternidade do
Filho. Sobre o “Eu Sou”, leia “Quem é Jesus para as Testemunhas de Jeová”.
Parte CXXVII
Testemunhas de Jeová: Resposta Sobre a Divindade de Jesus – I
No dia 01.08.2006, recebi uma mensagem de Luiz Carlos, com a seguinte
observação: “Se você é um servo de Deus, verifique a sério, sério mesmo, e me
dê uma resposta sobre esse assunto”. Da mensagem constam vários tópicos,
todos negando a divindade de Jesus Cristo. Em cada artigo desta série, darei
resposta a uma das questões apresentadas pelo remetente.
“Embora Jesus nunca afirmasse ser Deus, a profecia de Isaías o identifica, como
374
governante designado de Jeová, pelos termos “Deus Poderoso” e “Príncipe da
Paz”. A profecia acrescenta: “Da abundância do domínio principesco e da paz não
haverá fim.” (Isaías 9:6, 7) Portanto, como “Príncipe” — o filho do Grande Rei,
Jeová — Jesus será o Governante do governo celestial do “Deus Todo-poderoso”.
— Êxodo 6:3”.
Não é verdade. Vamos ler o versículo completo: “Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu; e o domínio principesco virá a estar sobre o seu ombro. E
será chamado pelo nome de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai
Eterno, Príncipe da paz” (Is 9.6 – TNM).
“Um mero restante retornará, o restante de Jacó, ao Deus Poderoso” (Is 10.21 –
TNM). Estou usando apenas a Tradução do Novo Mundo. As TJ podem ler com os
próprios olhos o que está escrito na Tradução que dizem ser a expressão da
verdade. Vejam que o mesmo profeta dá idêntico título de “Deus Poderoso” ao Pai
375
e ao Filho. O profeta Isaías não acreditava na existência de dois Deuses
verdadeiros. Só há um Deus: O pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é
Deus. O Pai é Deus Poderoso; o Filho também é Deus Poderoso. Vejamos o que
outro profeta diz: “Aquele que usa de benevolência para com milhares e retribui o
erro dos pais no seio dos seus filhos após eles, o [verdadeiro] Deus, o Grande, o
Poderoso, cujo nome é Jeová dos exércitos” (Jr 32. 18). O próprio Jesus declarou-
se Todo-Poderoso: “Foi-me dada toda a autoridade [ou todo o poder] no céu e na
terra” (Mt 28.18 – TNM).
Isaías também chamou Jesus de “Pai Eterno” (TNM). “Essa expressão significa
Aquele que é eterno no Seu próprio ser e que, assim, pode conceder o dom da
vida eterna aos outros” (Novo Comentário da Bíblia).
Parte CXXVIII
A Bíblia das Testemunhas de Jeová: Revela a Divindade de Jesus – VII
Um dos mais inquestionáveis registros da divindade de Jesus está nos versículos
de João 10.30-39. Usaremos a Tradução do Novo Mundo (TNM), versão usada
pela Sociedade Torre de Vigia (STV):
Jesus não afirmou que Pai e Filho são UMA pessoa. Disse que são UM, um em
essência ou natureza. Em todo contexto neotestamentário, as pessoas da
Trindade são distintas. Eis o grande mistério do Deus Triúno: o Pai é Deus, o Filho
é Deus, o Espírito é Deus. Tal verdade está sobejamente revelada na Bíblia
Sagrada.
“A doutrina da Trindade não afirma que as três pessoas estão unidas numa
pessoa, ou três seres num só ser, ou três deuses num só (triteísmo); nem, por
outro lado, que Deus simplesmente se manifesta em três diferentes modos
(trindade modal, ou de manifestações); mas, ao invés disso, que há três eternas
distinções na substância de Deus. Cada uma das três pessoas possui uma única e
mesma natureza divina embora de maneira diferente. Há um Deus; Pai, Filho e
Espírito Santo são este Deus uno. Nenhum é Deus sem os outros; cada um, com
os outros é Deus” (Augustus H. Strong, Teologia Sistemática, Vol. I, Editora
Teológica, 2002, pp. 452/3).
376
“Mais uma vez, os judeus apanharam pedras para o apedrejarem. Jesus replicou-
lhes: Eu vos apresentei muitas obras excelentes da parte do Pai. Por qual destas
obras me apedrejais? Os judeus responderam-lhe: Nós te apedrejamos, não por
uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem
te fazes um deus” (vv. 31-33 – TNM – o grifo é meu). Na Bíblia Sagrada: “Porque,
sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”. ATNM tentou distorcer o texto, mas o
contexto fala mais alto.
Os judeus reconheceram que a declaração anterior – “Eu e o Pai somos um” – era
uma declaração de divindade. Daí porque reagiram de forma violenta. Se Jesus
estivesse se equiparando a um deus qualquer, não haveria blasfêmia em suas
palavras. Quando a Bíblia diz “Pai”, está se referindo a Deus, o Pai. Vejam: “Da
parte de Deus, nosso Pai” (Gl 1.3 –TNM); “Da parte de Deus, o Pai” (Ef. 6.23-
TNM). Portanto, a declaração de Jesus pode ser entendida assim: “Eu e o Deus
Pai somos um”, ou “o Deus Filho e o Deus Pai são um”.
No verso 36, Jesus não retrocede em sua afirmação. Ao contrário, informa que
sua declaração equivale a dizer “Sou Filho de Deus”: “Dizeis a mim, a quem o Pai
santificou e mandou ao mundo: Blasfemas, porque eu disse: Sou Filho de Deus?”
(v.36 – TNM). Mas uma vez os judeus ficaram bastante incomodados. Entenderam
que ser “Filho de Deus” colocava Jesus em igualdade com o Pai (v.39). Observem
mais o seguinte:
“Deveras, por esta razão, os judeus começaram ainda mais a procurar matá-lo [a
Jesus], porque não somente violava o sábado, mas também chamava a Deus de
seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18 - TNM). Observem que estou
usando somente a Tradução do Novo Mundo, versão da STV.
Jesus não contestou tal raciocínio. Ao contrário, reafirmou sua igualdade com o
Pai: “Porque as coisas que Este [o Pai] faz, estas o Filho faz também da mesma
maneira” (v.19c – TNM). Portanto, o Deus Filho faz tudo o que o Deus Pai faz
porque os dois, e também o Espírito Santo, possuem os mesmos atributos de
eternidade, imutabilidade, onisciência, onipresença e onipotência: “Assim como o
Pai levanta os mortos e os faz viver, assim também o Filho faz viver os que ele
quer” (5.21 – TNM).
Por isso, ninguém pode crer ou honrar apenas uma pessoa da Trindade:
“A fim de que todos os homens honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem
não honrar o Filho, não honra o Pai que o enviou” (5.23 – TNM).
377
publicações da Sociedade tal divindade seja negada. A visão dos TJ é direcionada
a determinados versículos, através dos quais, em causa própria, apresentam outro
evangelho. Minha intenção é desmoronar um por um esses pilares de areia e
mostrar aos seguidores da STV a verdade que não conhecem. Escrevam-me os
que desejarem mais informações. Suas identidades serão preservadas.
Artigos correlatos:
As TJ e a Divindade de Jesus
As TJ e o Espiritismo
Parte CXXIX
A Igreja Mórmon e a Poligamia
“A poligamia e o mormonismo jamais podem ser divorciados. A poligamia
não pode ser abandonada, pois é a principal pedra angular, o fundamento
básico do progresso eterno dos SUD [os membros da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias]. `Sem ela [a poligamia] o homem chegaria a
um ponto final´, declarou o presidente Joseph F.Smith, em seu elogio
fúnebre ao ancião William Clayton. O Sr. Clayton foi altamente elogiado por
378
ter sido, como escriba de Joseph Smith, o primeiro a escrever a revelação de
1843 do profeta acerca da poligamia” (01).
379
dispensação, as chaves para governar no mundo espiritual: um ser tão supremo
em sua esfera, condição e chamado quanto o é Deus nos céus” (03).
O Senhor Jesus da Bíblia foi destronado pelo “Jesus” dos mórmons. Não pode
ser o mesmo. Aquele que morreu por nossos pecados, em nosso lugar, não
é mais o Caminho (Jo 14.6). “Ninguém vem ao Pai senão por mim” deu lugar
a “ninguém vai ao céu senão pelo “profeta” dos SUD”. Por essa razão, a
palavra do “profeta” sobre poligamia tornou-se lei. Não acatá-la pode
significar a perda da salvação, pois é o “profeta” quem autoriza o ingresso no céu.
Nesse momento, elevo a minha voz e amarro as pretensões de Satanás e seus
demônios, de tentar denegrir a pessoa divina de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Referências:
380
03) N. B. Lundwall, “The Vision” [A Visão], pp. 59-60 [citando Brigham Young,
Journal of Discouses (Jornal de Sermões), vol. 7, p. 289).
04) Doctrine and Covenantes [Doutrina e Convênios], 132:4, 7, 37.
Parte CXXX
A Bíblia das Testemunhas de Jeová - Revela a Divindade de Jesus – VIII
Abreviaturas usadas neste artigo:
TJ – Testemunhas de Jeová
Tenho mostrado nessa série de artigos o quanto a STV tem sido incoerente em
seus ensinos. Apesar das muitas alterações realizadas, a TNM continua revelando
a divindade de Jesus. Como se sabe, a tripersonalidade de Deus é negada pela
referida sociedade religiosa. A incoerência ocorre porque os “tradutores” não
conseguiram distorcer todas as provas da divindade das três pessoas: O Pai, o
Filho e o Espírito Santo.
O Espírito é eterno:
“Quanto mais o sangue do Cristo, o qual, por intermédio dum espírito eterno, se
ofereceu a Deus sem mácula...” (Hb 9.14-TNM). Está dito pela STV que o Espírito
é eterno. A eternidade é um dos atributos da divindade. Ao substituir “do Espírito
eterno” (Bíblia Sagrada) por “dum espírito eterno” (TNM) a Sociedade cometeu um
equívoco de grande proporção. Enquanto a Bíblia aponta o Espírito como o único
da espécie, a STV, ao usar o artigo indefinido “um”, declara que Ele faz parte de
um grupo de espíritos eternos (?!). Jeová teria várias “forças ativas” operando? Ou
seria apenas uma “força ativa”?
O Espírito é onipresente:
“Para onde posso ir do teu espírito, e para onde posso fugir de tua face?” (Sl
139.7-TNM). O Espírito está presente no céu e na terra. A onipresença é um dos
381
atributos da divindade. Aqui a STV define o espírito como único. “Do teu espírito”.
Pelo que ensina a Sociedade, o versículo diz que ninguém pode fugir da “força
ativa de Deus”.
O Espírito é onisciente:
O Espírito é poderoso:
“Com o poder de sinais e portentos, com o poder de espírito santo...” (Rm 15.19-
TNM). Se “o Espírito é Jeová”, como está dito pela Sociedade, logo o Espírito é
Deus Todo-Poderoso. Aqui a STV já diz que o espírito é santo. A expressão “poder
de espírito santo” revela um poder especial que só o espírito possui.
O Espírito é Criador:
382
Isso nos leva a refletir o que está em Gênesis 1.2-TNM: “E a força ativa de Deus
movia-se por cima da superfície das águas”. Nessa passagem, a Sociedade
substituiu “o Espírito de Deus” por “a força ativa de Deus”. Mas não pôde dar
continuidade a essa substituição. Em muitas outras ocasiões, a TNM não usou a
mesma estratégia. Se houvesse alguma coerência, Jó 33.4 deveria ser: “A própria
força ativa de Deus me fez”. A STV, sem alternativa, largou a idéia inicial e passou
a chamar o Espírito de Espírito.
Resta saber que essa “força ativa” possui personalidade e age como pessoa, isto
é, fala, convence, guia, consola e tem sentimentos.
“No entanto, quando esse chegar, o espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade...” (Jo 16.13-TNM). Jesus revelou uma das atividades da pessoa do
Espírito Santo. Em 2 Coríntios 3.17, a STV declara que “Jeová é o Espírito”. Jesus
estaria afirmando que Jeová iria chegar? Seria uma força ativa que estaria por
chegar?! Só um ser pessoal pode falar a outro ser pessoal.
“Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, entre o qual o espírito santo
vos designou superintendente para pastorear a congregação [igreja] de Deus, que
ele comprou com o sangue do seu próprio [Filho]” (At 20.28-TNM).
A STV, com intuito de defender sua tese, faz tremenda confusão. O Espírito não é
mais uma força ativa. Adquire personalidade, define, estabelece; age como
pessoa; a Igreja é de Deus, mas o Espírito atua livremente. O sangue do Filho foi
usado por Deus para comprar a Igreja (?!). A STV faz malabarismos para defender
suas heresias. O resultado é a transformação da Tradução do Novo Mundo numa
colcha de retalhos, tantos são os remendos. As Testemunhas de Jeová - as
verdadeiras vítimas – não conhecem essas alterações na sua profundidade.
Também não conhecem a Bíblia. Conformam-se com os esclarecimentos da
liderança. Dão-se por satisfeitas. Não possuem plena liberdade de apresentar
qualquer tipo de discordância. Não podem discordar. Paira sobre elas o medo da
exclusão da Sociedade, a “detendora da verdade”, a sociedade dos únicos
383
ungidos. Estão amarradas por algemas invisíveis.
“De modo que o espírito disse a Filipe: Aproxima-te e junta-se a este carro...”
(At 8.29-TNM). “Enquanto ministravam publicamente a Jeová e jejuavam, o
espírito santo disse: Dentre todas as pessoas, separai-me Barnabé e Saulo
para a obra a que os chamei” (At 13.2-TNM). Por coerência, A TNM deveria
registrar: “A força ativa disse”. A STV classifica o Espírito como uma energia
impessoal em movimento. Pergunto: Energia fala? Se fala, é uma pessoa, da
mesma forma como Jeová fala e é uma pessoa.
O Espírito é Deus:
A Sociedade já revelou publicamente que o Espírito é Deus. Mas irei reforçar essa
confissão, com uso da própria TNM:
“Mas Pedro disse: Ananias, por que te afoitou Satanás a trapacear [mentir] o
espírito santo... trapaceaste [mentiste] não a homens, mas a Deus” (At 5.3, 4-
TNM). Se houvesse o mínimo de coerência, a TNM deveria registrar: “trapacear a
energia impessoal ou força ativa”. A TNM confirma que ao mentir ao Espírito era o
mesmo que mentir a Deus. A Sociedade confirma que o Filho é Deus Forte e Pai
Eterno (Is 9.6); disse que Deus é o Espírito; agora diz que o Espírito é Deus.
384
Na verdade, assim como o Filho e o Pai são um (Jo 10.30-TNM), o Espírito Santo
e Deus são um. Logo, Pai, Filho e Espírito são as três pessoas divinas; são um só
Deus que subsiste em três pessoas coexistentes.
Parte CXXXI
A Bíblia das Testemunhas de Jeová - Revela a Divindade de Jesus – X
O Filho de Deus
Abreviaturas:
TJ – Testemunhas de Jeová
STV – Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
TNM – Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (“Tradução” da Bíblia
usada pelo referido grupo religioso).
A profecia:
“E deve dar-lhe o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do
Altíssimo” (Lc 1.31-32-TNM). Temos os dois nomes: um revela a Sua natureza
humana; outro, Sua natureza divina. Jesus chama a Si próprio de “Filho do
homem” e “o Filho de Deus”.
O cumprimento:
Jesus confirma: “És tu, portanto, o Filho de Deus? Disse-lhes ele: Vós mesmos
dizeis que eu sou” (Lc 22.70-TNM). “Dizeis a mim, a quem o Pai santificou e
mandou ao mundo: Blasfemas, porque eu disse: Sou Filho de Deus?” (Jo 10.36-
TNM; cf.Jo 3.16-TNM).
385
Resta-nos definir o que seja ser “o Filho de Deus”. Significa dizer que Ele foi
criado por Deus? Se tivesse sido criado, seria mais “um” dentre os filhos do
Criador. Ao dizer “o Filho”, Ele se coloca numa condição ímpar com relação aos
demais. Coloca-se acima da Criação; à parte dela. Seria Jesus um anjo que tomou
a forma de homem? Não há um só versículo da Bíblia que dê validade a essa
idéia.
Jesus foi bem claro quando disse que somente Deus pode receber adoração: “É a
Jeová teu Deus que tens de adorar” (Mt 4.10-TNM). Todas as citações são
extraídas da Tradução do Novo Mundo, versão/tradução usada pelas
Testemunhas de Jeová, revisão de 1986. Apresentando-se como Deus, Jesus
aceitou diversas manifestações de adoração, sem contestá-las. Remeto a atenção
do leitor para o artigo IV, desta série, onde explico sobre a tradução tendenciosa
da STV. O verbo proskineõ (grego) foi traduzido como “adorar” somente nos casos
em que se referia a Jeová Deus. O mesmo verbo, ao referir-se a Jesus, é
traduzido como “prestar homenagem, reverenciar”. Mas o contexto opera contra a
STV, pois os o que O adoraram se lançavam aos seus pés, num gesto inequívoco
de adoração.
“A fim de que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honrar
o Filho, não honra o Pai que o enviou” (Jo 5.23-TNM). Jesus acabara de afirmar
que “as coisas que o Pai faz, “o Filho faz também da mesma maneira” (Jo 10.19-
TNM). Que espécie de criatura é essa que faz tudo o que Deus faz? Ressuscita
mortos, dá vida eterna, perdoa pecados, julga e salva? E não basta ter Jeová
isoladamente. O Pai teria criado um filho tão poderoso quanto Ele.
Quem não tiver o Filho, não terá Jeová. Leiam: “Quem tem o Filho, tem esta vida
[vida eterna], quem não tem o Filho de Deus, não tem esta vida” (1 Jo 5.12-TNM).
Isto é, quem não tem Jesus não será salvo. E a comunhão é com os dois: “Esta
parceria nossa é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1.3-TNM).
Ademais, é preciso confessar que ele é Senhor:
“Pois, se declarares publicamente essa palavra na tua própria boca, que Jesus é
Senhor, e no teu coração exerceres fé, que Deus o levantou dentre os mortos,
serás salvo” (Rm 10.9-TNM). Por coerência, deveria traduzir “declarares... que
Jesus é Jeová”, porquanto, sempre que “Senhor” (kurios) se refere a Deus, a TNM
traduz como Jeová. Já analisamos o assunto em outro artigo. Pergunto: As
Testemunhas de Jeová fazem ou fizeram essa declaração pública? Reconhecem
que o Filho é Senhor? Estão convictas de que a salvação de suas almas depende
386
da fé nEle?
Voltemos a Mateus 4.10. Está escrito que somente a Jeová devemos servir:
“Somente a ele que tens de prestar serviço sagrado” (TNM).
Os anjos serviram a Jesus (Mt 4.11-TNM). O apóstolo diz que “quem neste sentido
trabalhar como escravo [servo] de Cristo é aceitável a Deus e tem aprovação da
parte dos homens” (Rm 14.18-TNM). O apóstolo Paulo diz que devemos viver “...
como escravos de Cristo...” (Ef 6.6-TNM). As TJ trabalham como escravas de
Cristo?
Está escrito na TNM: “Mas, santificai o Cristo como Senhor nos vossos corações,
sempre prontos para fazer uma defesa perante todo aquele que reclamar de vós
uma razão para a esperança [que há] em vós...” (1 Pe 3.15-TNM). É o que estou
fazendo. Estou sendo fiel ao que diz a Tradução do Novo Mundo. Santifico a
Jesus Cristo em meu coração, tenho-o como Senhor, e estou pronto para
responder aos contradizentes. As TJ agem dessa forma?
Então vimos que o mandamento em Mateus 4.10 – adorar somente a Jeová e
somente a Ele servir – diz respeito ao Pai e ao Filho.
387
Volto à análise do título “o Filho de Deus”. Este título declara que o Filho foi criado
pelo Pai? Não. O Filho (Verbo, Palavra) que tomou a forma de homem é da
mesma substância ou essência do Pai. São muitas as razões apresentadas nesta
série de estudos, baseada na Bíblia, que levam a essa conclusão.
De início, lembro que a STV declara em sua versão que (a) o Filho é “Deus Forte”
e “Pai Eterno” (Is 6.9-TNM); (b) que Ele é o salvador do mundo: “Não é mais pela
tua conversa [a da samaritana] que cremos; porque nós mesmos temos ouvido e
sabemos que este homem certamente é o salvador do mundo” (Jo 4.42-TNM).
Jesus estava presente e ouviu essa declaração. Aceitou-a como verdadeira. Está
provado que Jesus não era lunático, mentiroso ou hipócrita; (c) “E não houve
salvador, exceto eu [Jeová]” (Oséias 13.4-TNM). Portanto, Jeová é o salvador e
Jesus é o salvador. Há dois salvadores? Não, apenas um, porque o Filho e o Pai
possuem a mesma natureza; são da mesma essência; os dois são UM (Jo 10.30-
TNM).
Vejamos as diversas formas usadas pela STV para dizer que Jesus é o Senhor e
Salvador (v. terceiro estudo desta série):
“Um Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11: Na tradução de 1967, edição
brasileira).
“Pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, TNM, tradução
388
de 1967, válida até 1986).
“És tu o Cristo, o Filho de Deus Bendito? Jesus disse então: Sou. Em vista disso,
o sumo sacerdote rasgou a sua roupa interior e disse: Que necessidade temos
ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia. O que vos é evidente? Todos o
condenaram a estar sujeito à morte” (Mc 14.61-64-TNM).
Jesus foi condenado não por haver declarado ser um filho de Deus, mas por
afirmar ser “o Filho de Deus”. Foi julgado e condenado pelo crime de blasfêmia, a
blasfêmia de que ele se fazia Deus a si mesmo, ao dizer que era o Filho de Deus,
e que Ele e o Pai eram da mesma natureza (Jo 10.30-TNM). O Sinédrio entendeu
muito bem: “Eu e o Pai somos um. Mais uma vez, os judeus apanharam pedras
para o apedrejarem. Jesus replicou-lhes: Eu vos apresentei muitas obras
excelentes da parte do meu Pai. Por qual destas obras me apedrejais? Os judeus
responderam-lhe: Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por
blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus [na Bíblia:
te fazes Deus a ti mesmo]” (Jo 10.31-33).
Jesus não recuou da Sua declaração de divindade. Embora sabendo que isso lhe
custaria a vida, não tentou dissuadir os juízes. Teve a grande oportunidade de
esclarecer e livrar-se da cruz. Poderia ter dito: “Estais enganados. Ser o Filho de
Deus não é o mesmo que ser igual a Deus. Declaro aqui e agora que sou apenas
um filho de Deus, criado pelo Pai. Escolham outro motivo para a minha
condenação”. Mas Ele não fez isso. Jesus sempre foi autêntico. Jamais pediu
desculpas; jamais retificou suas palavras; nunca voltou atrás. A Sua explicação foi:
“Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; se as faço, porém, mesmo
389
que não me acrediteis, acreditai nas obras, a fim de que saibais e continueis a
saber que o Pai está em união comigo e eu em união com o Pai”. Essas
explicações não foram suficientes, pois “tentaram novamente apoderar-se dele”
(Jo 10.37-39-TNM). Os escribas e fariseus de hoje continuam com pedras nas
mãos para apedrejar o Salvador.
“O Filho de Deus, em Sua relação eterna com o Pai, é denominado “Filho”, não
porque Ele em certo tempo começou a derivar Seu ser do Pai (em tal caso, Ele
não poderia ser coeterno com o Pai), mas porque Ele é e sempre foi a expressão
do que o Pai é (cf. Jo 14.9, `quem me vê a mim vê o Pai´). As palavras em Hb 1.3:
`O qual [Jesus], sendo o esplendor da sua floria [de Deus], e a expressa imagem
da sua pessoa [de Deus], são definições do que significa `Filho de Deus´.
Portanto, a deidade absoluta, e não a deidade em sentido secundário ou derivado,
é o que se quer dizer com o título” (Dicionário VINE, p. 658). A declaração: “Tu és
meu Filho, eu hoje te gerei”, em Salmos 2.7, diz respeito ao nascimento de Jesus
e não à Sua ressurreição ou criação.
Parte CXXXIII
Bíblia das Testemunhas de Jeová - Revela a Divindade de Jesus – IX
Abreviaturas:
TJ – Testemunhas de Jeová
STV – Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
TNM – Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas
Retorno a Isaías 9.6 para demonstrar com novos argumentos como a STV não
390
consegue fazer remendos sem deixar vestígios. O inimigo número um dos líderes
das TJ é o contexto. Podem mudar o enunciado de um versículo, colocar algumas
palavras com letras minúsculas, outras entre colchetes, mas alterar o contexto é
algo praticamente impossível. É aí onde os líderes se perdem. Não é muito repetir:
“Texto sem contexto é pretexto”.
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o domínio principesco virá
a estar sobre o seu ombro. E será chamado pelo nome de Maravilhoso
Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Is 9.6-TNM). As TJ
não negam que essa profecia se refere a Jesus Cristo. Em Isaías 7.14-TNM, está
escrito que o menino será chamado Emanuel.
Primeira incoerência: Em Isaías 9.6, a TNM diz que Jesus (o Filho, o Verbo ou a
Palavra) é “Deus Poderoso”. Em Mateus 1.23, diz que Ele é “Deus conosco”. Mas
em João 1.1 apresenta Jesus como um deus menos poderoso. Por meio de uma
estratégia abjeta, traduz “a Palavra era Deus” por “a Palavra era [um] deus”. Deus
teria criado um deus menor, porém Poderoso igual a Ele. Por que igual? Vejam:
A TNM registra que o Filho e o Pai são chamados e reconhecidos como “Deus
Poderoso” (Is 9.6; 10.21-TNM). Afinal, vale ou não vale o que está escrito na
Tradução do Novo Mundo? O Filho, Jesus Cristo, é ou não é Deus Poderoso?
Segunda incoerência: Em João 1.1, a TNM registra que Jesus, a Palavra, é “[um]
deus”, com inicial minúscula, com a intenção de negar que divindade da Palavra.
O remendo fica incompreensível. A Palavra, com maiúscula, que estava com
Deus, passa ser um deus menor. A TNM não explica a razão do artigo indefinido
“um” entre colchetes. Todavia, é dito em Isaías 9.6-TNM que Palavra é “Deus
Poderoso”.
391
poderoso, [um] filho do Pai Eterno Jeová, Príncipe da Paz”.
Mais incoerência:
“No fim destes dias nos falou por intermédio dum Filho a quem designou herdeiro
de todas as coisas e por meio de quem fez os sistemas de coisas. Ele é o reflexo
de [sua] glória e a representação exata do seu próprio ser e sustenta todas as
coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.2-3-TNM).
Jesus é indicado com artigo indefinido (“dum Filho”). Ele não é aqui o único da
espécie. É um dentre muitos. Com essa sutileza, repassam a idéia de que o Filho
é um deus dentre muitos outros deuses. Mas não são capazes de sustentar essa
tese por muito tempo. Vejam: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente” (Mt 16.16-
TNM). Neste caso, Jesus é definido como o único da espécie (“o Filho”). Outros
casos: “Tu és realmente o Filho de Deus” (Mt 14.33-TNM). “Este é o Filho de
Deus” (Jo 1.34-TNM). Se houvesse o mínimo de coerência, a palavra “Filho”
nestes versículos deveria ser antecedida do indefinido: “Um Filho”.
Ao afirmar que o Filho é a “representação exata de seu próprio ser [de Jeová]”, a
STV concorda com a declaração de Jesus: “Quem me tem visto, tem visto
[também] o Pai” (Jo 14.9-TNM). Mais colchetes para explicar as alterações.
Querem dizer que olhando para Jesus os apóstolos estariam vendo os dois, a
Jesus e ao Pai? Não é isso que diz o contexto. Jesus declara que é o Verbo
encarnado, Jeová que se fez carne. Por isso, Ele arremata: “Como é que dizes:
Mostra-me o Pai?” (TNM). Em outras palavras: “Não é necessário conhecer o Pai,
basta olhar para mim e você verá o Pai encarnado diante de seus olhos”. Hebreus
1.2-3-TNM, sob exame, diz que Ele é a representação exata de Jeová.
Deus teria criado um deus menor que se transformou no dono de tudo, com
poderes totais, absolutos, eternos e ilimitados; possui o nome que está acima de
todos os nomes, pois fora dEle não há salvação (At 4.12-TNM; 1 Jo 5.12-TNM);
Ele é Senhor dos mortos e dos vivos (Rm 14.9-TNM); diante dEle se dobra todo o
joelho, no céu ou na terra, vivos e mortos, “e toda língua reconheça abertamente
que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai” (Fp 2.10-11-TNM). Esse
“deus menor” é tão poderoso que somente podemos chegar a Jeová por meio
dEle (Jo 14.6-TNM). Um deus que ficou com os mesmos atributos e os mesmos
poderes do seu Criador. Assim, as Testemunhas de Jeová acreditam em dois
deuses. Confusão total, pois declaram – e é verdade – que existe só um Deus
verdadeiro. Não é melhor entenderem que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
UM, como tem sido provado nesta série de estudos?
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“Se não credes que EU SOU, morrereis em vossos pecados” (Jo 8.24). Jesus
usou o mesmo nome de Jeová, em Êxodo 3.14.
Parte CXXXIV
A Bíblia das Testemunhas de Jeová - Revela a Divindade de Jesus – XI
Abreviaturas
TJ – Testemunhas de Jeová
STV – Sociedade Torre de Vigia
TNM – Tradução do Novo Mundo Para as Escrituras Sagradas
Na pressa de não declarar que Jesus é Senhor, a STV cometeu grave erro,
proposital ou de sã consciência. Analisemos:
A profecia diz respeito a João Batista, que preparou o caminho para a missão de
Jesus. Vejam mais esclarecimentos:
“Eis que eu envio o meu mensageiro [meu anjo], que preparará o caminho diante
de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o
mensageiro da aliança a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o Senhor dos
Exércitos” (Ml 3.1-Bíblia).
Na TNM: “Eis que envio o meu mensageiro e ele terá de desobstruir o caminho
diante de mim. E repentinamente virá ao Seu templo o [verdadeiro] Senhor, a
quem procurais, e o mensageiro do pacto, em quem vos agradais. Eis que virá
certamente, disse Jeová dos exércitos” (Ml 3.1-TNM).
Em outras palavras, João Batista viria preparar o caminho daquele que faria uma
nova aliança no Seu sangue, o Senhor Jesus, “o mensageiro do pacto”. Malaquias
enfatiza a certeza da vinda do Messias. Antes disso, viria um mensageiro para
preparar-lhe o caminho. Jesus confirma: “Este [João Batista] é aquele a respeito
de quem se escreveu: Eis que eu mesmo envio o meu mensageiro diante da tua
face, o qual preparará o teu caminho adiante de ti” (Mt 11.10-TNM).
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A TNM registra que João veio preparar o “caminho de Jeová”. Ótimo, tendo em
vista que o Filho e o Pai são um (Jo 10.30-TNM). Onde está o erro, se o Verbo se
fez carne? Está em que a liderança das TJ não quer dizer exatamente isso,
embora tenha dito. Os revisores seguiram à risca a orientação de mudar a
expressão “SENHOR” para “JEOVÁ”. Mas foram atropelados pelo contexto, por
falta de cautela ou bom senso. João, falando sobre Jesus, disse: “O que vem atrás
de mim, não sendo eu nem digno de desatar o cordão de suas sandálias” (Jo
1.27-TNM). Quem se fez homem e usou sandálias foi o Filho; não foi Jeová, o Pai.
Mais evidências:
“No dia seguinte viu Jesus aproximar-se dele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo. Este é aquele a respeito de quem eu disse: Atrás de mim
vem um homem que avançou na minha frente, porque existiu antes de mim” (Jo
1.29-30-TNM). Ao dizer “atrás de mim vem um homem”, João Batista revela-se
como precursor do Messias.
“Mas, quanto a ti, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás de
antemão na frente de Jeová para APRONTAR OS SEUS CAMINHOS OS SEUS
CAMINHOS” (Lc 1.76-TNM – Grifo meu).
Com essas citações, a STV reconhece que Jesus é Jeová, mas ainda não teve
coragem de transmitir tal crença aos seus seguidores? Ou tal anomalia foi
resultado de um lamentável “erro” de revisão?
Como entender essa complicação? Em João 3.28, a Tradução do Novo Mundo diz
que João Batista preparou o caminho de Jesus. Em Lucas 1.76, declara que ele
preparou o caminho de Jeová.
Na verdade, quem tem razão é a palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, onde está
escrito: “E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, Porque hás de ir
ante a face do Senhor [Senhor Jesus], a preparar os seus caminhos”. O acréscimo
entre colchetes é de minha autoria.
A STV “trabalhou” com exagero esse texto, a fim de evitar a declaração de que
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Jesus é Senhor. Ora, em outras passagens não existiu tal cuidado. Observem:
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