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1. Propostas de interpretação
Apontamos três linhas interpretativas das relações Igreja/Estado na época
moderna: a fragmentação eclesial; a interpenetração dos dois poderes; a conflitualidade
entre indivíduos e grupos, mais do que entre instituições.
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Este esquema sintetiza sobretudo José Pedro PAIVA, A Igreja e o Poder, in HRP, II, 135-185; José Pedro
PAIVA, Igreja e Estado: Época Moderna, in DHRP, II, 393-401.
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o Outras medidas:
Exame prévio das cartas dos prelados para Roma.
Tentativa de redução do número de eclesiásticos seculares e
regulares.
Emissão de dispensas matrimoniais pelo patriarca de Lisboa e
pelo arcebispo de Évora em casos reservados ao papa.
Incentivo a que os clérigos descontentes com as decisões dos
tribunais eclesiásticos recorressem à justiça do rei (direito de
apelo).
Instituição da Real Mesa Censória (1768) subtraindo da esfera
religiosa a censura de livros.
Reorganização da Inquisição, submetida a maior controlo estatal.
Criação dum sistema de ensino estatal que fugisse ao controlo
eclesiástico.
A reaproximação entre a Coroa portuguesa e a Santa Sé só se deu no pontificado
de Clemente XIV (1769-1774). Em 1770 foi nomeado um núncio para Lisboa (Inocêncio
Conti) e foi promulgado um decreto régio que reatava as relações diplomáticas. Tinha
assim início uma nova fase de relacionamento na governação pombalina, caracterizada
por vários elementos:
- Uma atitude favorável de Roma relativamente a Portugal:
o Supressão da Companhia de Jesus pelo breve Dominus ac Redemptor de
1773.
o Concessão ao rei D. José da Rosa de Ouro (1770).
o Cartas papais congratulatórias com a ação pombalina.
o Manifestações de desagravo, como a que realizou o núncio Conti (1770)
para compensar o comportamento do seu antecessor relativamente ao
casamento de D. Maria.
- Afirmação da soberania da Coroa. De todas as medidas anteriormente tomadas
por Pombal apenas as dispensas matrimoniais reservadas ao papa regressaram
à concessão pontifícia.
- Limitação dos poderes dos núncios, a quem estavam vedadas as visitas às
catedrais, a intromissão no funcionamento dos cabidos, o julgamento de causas
em primeira instância, a interferência na administração económica dos
mosteiros sem o consentimento régio.
Após a morte de D. José (1750-1777) e a queda de Pombal deu-se a viradeira, um
processo de reação que se expressou nalgumas medidas pontuais e emblemáticas de
reabilitação de figuras e doutrinas que tinham sido objeto da ação pombalina:
- Foram afastados temporária ou definitivamente várias figuras próximas de
Pombal, como Frei Manuel do Cenáculo (Bispo de Beja), Francisco de Almeida e
Mendonça (primo de Pombal e embaixador em Roma) e a maioria dos seus
ministros e secretários de Estado.
- Foram recompensados muitos dos perseguidos, como é visível na promoção de
certos lazaristas e oratorianos e no envio duma avultada quantia pela rainha
para Roma para socorro dos jesuítas expulsos.
- Foram celebradas algumas concordatas com Roma no início do reinado de D.
Maria, que significavam alguma recuperação do poder eclesiástico em Portugal,
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