2.1 Temas: Serviço Social e a Comunicação como Instrumento para
Intervenção ?
2.2 Delimitação e formulação do Problema – (apresentação)
É sabido que o estudo sobre linguagem é bastante amplo no âmbito das Ciências Sociais. Contudo, esse ainda é um tema pouco explorado na literatura do Serviço Social – clássica ou contemporânea. A título de referência, usaremos aqui os conceitos trabalhados por Magalhães (2003). Para ela, segundo os lingüistas,
O homem se comunica através de signos, e estes são organizados
através de códigos e linguagens. Pelo processo socializador, ele desenvolve e amplia suas aptidões de comunicação, utilizando os modos e usos de fala que estão configurados no contexto sociocultural dos diferentes grupos sociais dos quais faz parte (MAGALHÃES: 2003; p. 22).
As transformações ocorridas no mundo contemporâneo e a
complexidade das relações sociais tornam-se significativos quando se tornam indicadores do aumento das questões sociais. Assim e com aumento da demanda e da procura do Serviço Social para a intervenção e resolução de conflitos, também aumentou a necessidade em atender a toda essa demanda com olhar voltado ao usuário e suas especificidades. A gama da diversidade de usuários e das questões sociais as serem enfrentadas requer uma abordagem que facilite o diálogo e o entendimento e garantia de direitos. A Comunicação como ferramenta na intervenção é uma ação alternativa com a finalidade abrir caminho frente à questão a ser combatida, para tanto é no dialogo primariamente que buscamos compreender, levantar hipóteses e propor soluções.
O que se reivindica, hoje, é que a pesquisa se afirme como uma
dimensão integrante do exercício profissional visto ser uma condição para se formular respostas capazes de impulsionar a formulação de propostas profissionais que tenham efetividade e permitam atribuir materialidade aos princípios ético-políticos norteadores do projeto profissional. Ora, para isso é necessário um cuidadoso conhecimento das situações ou fenômenos sociais que são objeto de trabalho do assistente social (IAMAMOTO: 2004; p. 56).
A linguagem é considerada o instrumento número um de todos
os profissionais, pois permite a interação entre os sujeitos falantes. Este instrumento é para o Serviço Social uma ferramenta sem precedentes, pois para a ação e intervenção deste profissional, IAMAMOTO (1995) afirma que “o Serviço Social, como uma das formas institucionalizadas de atuação nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, tem como recurso básico de trabalho a linguagem” (IAMAMOTO: 1995; p. 101). As formas de comunicação permitem estabelecer um espaço para o profissional Assistente Social e neste espaço se poderá construir técnicas e utilizar instrumentos que viabilizem a intervenção social. Nessa idéia, o instrumento é estratégia ou tática por meio da qual se realiza a ação; a técnica é a habilidade no uso do instrumento. O uso do instrumental pressupõe interações de comunicação, isto é, do uso de linguagens por parte do Assistente Social. Se a linguagem é um meio através do qual um determinado grupo social cria uma identidade social, não será diferente para uma profissão que tem a linguagem como o principal recurso de trabalho. O que queremos dizer é que o Assistente Social diz quem ele é, seja para a população atendida ou para quem com que estabelecer alguma relação, a partir das formas de comunicação e de interação que ele estabelece com esses sujeitos.
As relações sociais são estabelecidas entre os homens em
determinada sociedade, e delas decorrem o processo de reprodução dos meios de vida e de produção na sociedade. Então, as relações sociais produzidas pelos indivíduos de uma sociedade caracterizam relações de produção, capazes de sofrer alterações e transformações diante da modificação e do desenvolvimento dos meios materiais produzidos, constituindo o denominado processo capitalista de produção (IAMAMOTO; CARVALHO, 2004).
Assim, a definição do instrumental a ser utilizado na intervenção
profissional deve sempre levar em consideração o agente receptor da mensagem, ou seja, o destinatário da mesma. Assim, para além da linguagem que é própria da matéria de Serviço Social, isto é, aquela que é utilizada quando a “questão social” está sendo refletida e trabalhada, nunca nos esqueçamos que o Assistente Social é um profissional de nível superior. MAGALHÃES (2003) diz que com tal grau de escolaridade, “é de esperar que sigam a norma culta da língua [portuguesa] e não adentrem seus escritos [e falas] para uma linguagem coloquial ou do senso comum”. Nesse sentido, é primordial que o Assistente social saiba falar e escrever corretamente, bem como comunicar-se articuladamente. Isto é criar uma identidade social de um profissional competente, que articula teoria e prática, e que detém uma forma coerente de pensar e de expressar o pensamento. O Assistente Social adota como instrumento básico de trabalho a linguagem em suas mais variadas formas: escrita ou oral, simbólica ou gestual, sonora ou imagética, pois este instrumental está vinculado à sua formação teórico-metodológico, técnico-profissional e ético-político. Este profissional ciente de seus instrumentais se apropria e cria habilidades técnicas que permitem o desenvolvimento de ações junto à população e a sociedade, garantindo, assim, maior destreza frente ao combate as mais variadas expressões da questão social. Importa ressaltar que o assistente social atua no processo de reprodução das relações sociais, além de intervir na criação de condições favoráveis da reprodução da força de trabalho mediante a oferta dos serviços sociais, que em trabalho conjunto às organizações suprem as necessidades reais de sobrevivência da classe trabalhadora. Segundo Martinelli & Koumrouyan (1994):
...define-se por instrumental o conjunto articulado de instrumentos e
técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional. Nessa idéia, o instrumento é estratégia ou tática por meio da qual se realiza a ação; a técnica é a habilidade no uso do instrumento.
Assim a intervenção do profissional Assistente Social ocorre
ativamente na reprodução da própria vida social dos indivíduos, buscando definir estratégias no sentido de reforçar os interesses do usuário e da sociedade com a qual trabalha. Para uma atuação efetiva e de qualidade do trabalho dispensado por este profissional, é necessário o reconhecimento da questão social como objeto de intervenção, numa perspectiva de leitura crítica da realidade com a qual trabalha, identificando quais as condições materiais de vida dos indivíduos para que possam ser apresentadas respostas para o enfrentamento da questão social. As possibilidades de utilização dos instrumentos de trabalho são inesgotáveis, mas é na comunicação, na troca de informações, na capacidade de se aproximar do usuário através do diálogo que se poderá alcançar o entendimento, a compreensão da problemática a ser enfrentada. Para tanto, o profissional Assistente Social deve possuir sólida formação teórica e ter o compromisso ético no tratamento das questões que lhe forem apresentadas e na relação com os sujeitos envolvidos. 3. REFERENCIAL TEÓRICO
A historicidade do Serviço Social nos diz que foi no confronto
das relações entre o Estado/Governo/Sociedade e da divisão marginalizada do trabalho que surge a ação destes profissionais como fruto de um processo capitalista. Esse profissional se inscreve diretamente nas relações de trabalhos, de propriedade, de aquisição de bens e valores humanos enquanto direito basico necessarios à sobrevivencia. Na atualidade a área dos estudos sociais vêm se tornando um grande nincho de pesquisa e seus profissionais possuem um profundo e amplo referencial bibliográfico, buscando na teoria uma compreensão maior das particularidades da profissão do Assitente Social no Brasil do seculo 21. As transformações societárias, os conflitos entre as classes sociais, o posicionamento do Estado frente ao capitalismo e das políticas publicas que surgem neste enterim, formam o grande alvo motivador do Serviço Social. Nessa conjuntura a questão social se massifica num conjunto multifacetado das expressões das desigualdades sociais, num cenario em que a violação dos direitos humanos caminham lado a lado com a marginalização do ser social. Forma-se, assim, um terreno fértil para o trabalho e intervenção dos Assistentes Sociais que, diante dos desafios e das demandas a serem enfrentados, precisam estar munidos de conhecimento teórico e específico de sua profissão, para que com destreza profissional e estratégias em políticas públicas possam trabalhar com um olhar inovador sobre as novas expressões da questão social. Esta ação profissional possui aspectos teórico-metodológicos que normatizam eticamente o uso dos instrumentais do serviço social, buscando reconhecer e definir motodologicamente a questao social a ser enfrentada e quais instrumentais necessarios para essa intervenção. A fundamentação teórica e metodológica dos profissionais do serviço social possibilitam o desenvolvimento de métodos, técnicas e instrumentais a serem utilizados no exercício de sua função, onde profissional deve decidir qual o melhor instrumental e a melhor forma de aplicá-lo, em um posicionamento retido na práxis profissional. 4. RESULTADOS ESPERADOS
O presente estudo e pesquisa foram feitos partindo do principio
da legitimidade como profissional atuante e pesquisador na área social, tendo ainda como objetivo o de fornecer capacidades teorico-metodológico para ações do serviço social no enfrentamento das questões socias com o uso de instrumentais a partir da comunicação, seja oral ou escrita. Contudo esta pesquisa gerou reflexões, que ao ser constado, quão grande ainda é a deficiencia do profissional Assistente Social no uso da comunicação e suas nuances. Vereficou-se ainda a grande necessidade da profissionalização do Assistente Social, da importancia de mobilizar a categoria destes profissionais para o aperfeiçoamento no e do uso dos instrumentais do Serviço Social para que em campo de atuação e na própria ação de intervenção estejam munidos de pleno conhecimento teórico e metodológico das Politicas Públicas e Sociais, para , assim estudar e propor solucões às problemáticas sociais pertinentes a questão social a ser enfrentada.