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Mais de quatro milhões de jovens brasileiros estão endividados, foi o que mostrou uma pesquisa
realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), e da Confederação Nacional dos
Dirigentes Lojistas (CNDL), apesar do número ter recuado 21,96% em janeiro de 2018 em relação
com o ano anterior esse número representa cerca de 20% de toda a população de 18 a 24 anos no
Brasil (Diário Regional Online).
Segundo SPC Brasil (2018), as dividas com instituições financeiras representam 45% do total de
pendências desses jovens seguidos por 30% do comercio. A facilidade na obtenção de crédito faz com
que essas pessoas agreguem o limite do cartão de credito e do cheque especial ao seu orçamento
tornando um vício social (REIS; MATSUMOTO; BARRETO, 2013). Diversos bancos que tem
uma linha de crédito especifica para universitários as chamadas “contas universitárias”, com o objetivo Commented [MA2]: Quem disse?
de conquistar esses clientes os bancos fornecem, limite de crédito pré-aprovado, limite de crédito no
cheque especial, cartão de crédito, entre outros benefícios que vão até de bolsa de estudos em
universidades estrangeiras (VIEIRA et. al. 2014). Commented [MA3]: Não utilize espaçamento após
paragrafo / esse tipo de paragrafo exige um espaço entre os
Para Work; Jonkmann e Blin-Pike ( )os jovens de 18 a 25 anos são mais predispostos a assumir riscos paragrafos
maiores e apresentar menor estabilidade financeira o que pode explicar maior propensão ao risco de
má gestão do cartão de crédito e o maior nível de endividamento. Para Vieira et al. (2014), os jovens
são atraídos pela necessidade do consumo excessivo, onde muitos jovens que não se planejam
financeiramente contraem dívidas, comprometendo parte significativa de suas rendas, na qual pessoas
que associam o status de felicidade como ato de adquirir bens e serviços.
Diversas pesquisas buscam associar o endividamento e a propensão ao endividamento com variáveis
demográficas, socioeconômicas e psicológicas. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do
Comercio (CNC), mostrou um crescimento de 0,6% de famílias endividadas em 2017 passando a
60,8% no total, sendo que 76,7% dessas famílias afirmam possuir pagamentos atrasados no cartão de
crédito (EBC, 2018).
Com o foco em descrever o perfil financeiro, o conhecimento sobre educação financeira, acesso ao
crédito e endividaemtno dos estudantes de Administração da Gacudade de ci~encias Gerênciais de
Manhaçu – FAGIC, ferreira et al. (2015), identificou que os estudantes possuem conhecimento
financeiro, que a maioria não se encontra endividada, que planejam suas contas, mas possue dívidas
que em sua maior parte com o cartão de crédito. Santos e Souza (2014), buscou analisar a relação entre
materialismo, consumo excessivo e propensão ao endividamento nos jovens, foi constatado que o
materialismo e o consumo excessivo influenciam no endividamento, porém não pode determinar qual
a principal causa do endividamento.
O endividamento pode ser resultado do alto grau de materialismo, falta de planejamento fiananceiro,
gestão orçamentaria deficiente ou outros fatores ( REIS; 2013). Diante deste exposto, surge a seguinte
questão de pesquisa. Qual a propensão ao endividamento por estudantes universitários?
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Para responder a essa questão buscou-se neste estudo identificar os fatores determinantes que
levam a propensão ao endividamento dos discentes do curso de Graduação em Ciências
Contábeis da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis, Engenharia de Produção e
Serviço Social da Universidade Federal de Uberlândia, (FACES-UFU). Para responder o
objetivo proposto faz necessário caracterizar o perfil dos discentes do curso de Ciências
Contábeis da FACES-UFU, identificar se estão propensos ao endividamento.
Este trabalho e relevante pois os resultados aqui apresentados poderão contribuir para
discussões acadêmicas, para elaboração de atividades específicas para alunos vulneráveis ao
endividamento além de fornecer subsídios que dará respaldo à coordenação do curso no sentido
de fomentar práticas extra curriculares que incentivem o maior equilíbrio das finanças pessoais.
Commented [MA4]:
2.2 Endividamento
Pessoas que veem o dinheiro como poder e status social tendem a manter um nível de consumo
de bens elevados que em casos extremos pode levar, ao processo de endividamento (AVELAR,
2014), os indivíduos com maior percepção de risco tendem a menores níveis de endividamento,
pois sua aversão impedira a realização de gastos não planejados (FLORES, 2012). Uma das
causas do aumento de endividamento é a maior facilidade do crédito, o uso do cartão de crédito
faz com que pessoas comprem mais do que aquelas que pagam a vista (LUCENA; MARINHO,
2013).
O conceito de endividamento é definido como ato de contrair dívidas, ou seja, é saldo devedor
de um indivíduo, resultado da capitalização de recursos de terceiros (FLORES, VIEIRA,
CORONEL, 2013; REIS, MATSUMOTO, BARRETO, 2013). O aumento da oferta de crédito
junto com o incentivo do consumo, amplia o nível de compra dos brasileiros, gerando
consequências negativas como endividamento e inadimplência (FLORES, CAMPARA,
VIEIRA, 2015)
Pesquisa realizada por Santos, Souza (2014) com alunos de graduação que afirmaram possuir
dividas, o maior percentual das dívidas aconteceu pelo uso do cartão de crédito. Em um estudo
realizado nas capitais brasileiras pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostra que em fevereiro de 2018 de
cada dez pessoas que faziam compra, seis aproveitaram o crédito para realizar suas compras, e
66% utilizaram o cartão de crédito, como meio para parcelamento de suas compras. (SPC
Brasil, 2018).
De acordo com Flores, Vieira, Coronel (2013) do total das pessoas que admitem possuir algum
tipo de dívida a maior parcela corresponde ao cartão de crédito, isso se comprova também pelo
resultado da pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC) em abril de 2018, onde mostra que o cartão de crédito é o maior tipo de divida
de 76,1% das pessoas que se dizem endividadas ( CNC,2018).
Avelar (2014) realizou um estudo onde teve por objetivo identificar a existência de relação
entre valores do dinheiro e a propensão ao endividamento em estudantes. Sua amostra foi
constituída por estudantes de áreas de conhecimento pertencentes a linha de estudos sociais da
universidade Federal do Maranhão na cidade de São Luiz totalizando 360 discentes, foi
utilizada escala de atitude de endividamento proposto por Moura (2005), Disney e Ganthergood
(2011) e Flores (2012). Os resultados da pesquisa mostram que os estudantes possuem um nível
médio de propensão ao endividamento e que a maioria tem grande preocupação com os gastos
domésticos e que não foram encontrados correlação significativa entre propensão ao
endividamento e valores do dinheiro.
Flores (2012) realizou um estudo survey com 1046 habitantes da cidade de santa Maria no rio
Grande do Sul onde buscou ralação entre a propensão ao endividamento e fatores
comportamentais. Os resultados da pesquisa mostraram que valores, materialismo, percepção e
comportamento de risco, estão relacionados ao endividamento, e que neste estudo a educação
financeira não influência na propensão ao endividamento, mas tem influência nos fatores
comportamentais como o materialismo, percepção e o comportamento de risco, pois pessoas
que dão um valor maior a bens matérias ao poder e status sociais, tendem a manter um alto
consumo como consequência elevada propensão ao endividamento.
Ribeiro (2009), buscou verificar a propensão ao endividamento e avaliar com fatores
comportamentais (materialismo, uso do cartão de crédito) e de perfil (gênero, idade e religião).
Foi realizado um survey com 168 estudantes de administração da Universidade Federal de Santa
Maria por meio de um questionário. Os resultados da pesquisa mostra que os estudantes de
baixo grau de materialismo comparando com a propensão ao endividamento o estudo mostrou
baixo grau de propensão ao endividamento, e que mulheres estão mais propensas ao consumo
que homens, e que dos estudantes entrevistados que possuem alguma forma de dívida, o
crediário foi apontado como o principal, desta forma os estudantes reconhecem que o consumo
exacerbado e o principal fator na propensão ao endividamento. Mas que de maneira geral os
jovens gastam menos do ganham e tem um controle sobre suas dívidas e baixa propensão ao
endividamento.
A partir destas pesquisas podemos verificar que existe associação de variáveis demográficas e
fatores comportamentais com a propensão ao endividamento, que estudantes tem baixa
propensão ao endividamento, e que a educação financeira não influenciou na propensão ao
endividamento, mas tem influência em fatores comportamentais como o materialismo.
os levantamentos são próprios para os casos em que o pesquisador deseja responder a questões
acerca da distribuição de uma variável ou das relações entre características de pessoas ou
grupos, da maneira como ocorrem em situações naturais”.
Como instrumento de coleta de dados será formulado questionário estruturado, composto por
(XX) questões, que abordam variáveis demográficas, fatores comportamentais. O questionário
foi dividido em duas partes. A primeira corresponde ao perfil dos respondentes, abordando
questões como idade, sexo, estado civil, renda, entre outros. A segunda seção com questões
sobre fatores comportamentais (propensão ao endividamento), sendo utilizada escala proposta
por Flores, (2012), resultando em (XX) questões.
Foram utilizados escala likert de 4 níveis para ambos os construtos. Os valores da escala likert
foram: 1= discordo totalmente; 2= discordo levemente; 3= concordo levemente; 4= concordo
totalmente. A escolha da escala com 4 níveis teve como objetivo evitar respostas neutras
(MELZ, L. J. et al, 2014).
Os questionários serão pré testados para validação. Abordagem dos graduandos será em sala de
aula e aplicado pelo pesquisador em um único dia. O total de respostas validas forma a amostra
final. Para análise dos dados utilizará o software Microsoft Office Excel 2016, aplicando -se a
estatística descritiva e testes de diferença de média. Os resultados serão discutidos e
apresentados nas seções Resultados e Considerações finais.
REFERÊNCIAS
CRÉDITO fácil levou 59% dos brasileiros à compra impulsiva, revela estudo do SPC Brasil e
CNDL. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, São Paulo, 15 maio 2018. Disponível
em: <https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas/pesquisa/4616 >. Acesso em 03 jun. 2018.
LUNARDI, C. Diferentes formas de ver o dinheiro: A ótica dos jovens que vem estudar
em Santa Maria. 2012. 83f. Dissertação (Dissertação de Mestrado) - Área de Concentração
em Estratégia e Competitividade, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.
SILVA, J. T. L.; SOUZA, D. A.; FAJAN, F. D.; Análise do endividamento e dos fatores que
influenciam o comportamento de alunos universitários. In: SEGeT Simpósio de Excelência e
Gestão e Tecnologia, 12., 2015, Resende. Anais...Rezende, 28-30 out. 2015, p. 1-15.