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O Oriente na Psicologia: Uma aproximação conceitual entre Psicologia

Junguiana e a gnose de Samael Aun Weor

João Victor Guimarães Maciel, César Rey Xavier (Orientador), e-mail:


jvguimas@gmail.com, reyxavier@gmail.com.
Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO, Departamento de Psicologia.
Irati, Paraná.

Palavras-chave:
Psicologia analítica, gnose, epistemologia.

Resumo:
O objetivo do presente trabalho é realizar uma aproximação conceitual entre o
pensamento junguiano da psicologia e a doutrina gnóstica e espiritualista de Samael
Aun Weor. Primeiramente, estabelecemos uma discussão a respeito da provável
influência dos saberes orientais no pensamento filosófico ocidental, dado que a
gnose é uma vertente universalista que mescla o orientalismo e o cristianismo.
Verificamos que em alguns pensadores de fato há uma influência direta, em outros
nada mais que uma semelhança conceitual. Dentre os motivos que dificultou
historicamente essa permuta entre os saberes de ambos hemisférios, podemos citar
a língua e seu caráter ontológico. Por fim, realizamos a aproximação entre os
autores supracitados, verificando convergências em alguns pontos e
distanciamentos em outros. Em alguns conceitos como o de individuação em Jung e
o despertar da consciência em Weor, temos uma nítida proximidade. Ambos
utilizam-se da palavra “ego”, porém verificou-se que não dizem a respeito da mesma
estrutura da psique, havendo então uma divergência. Outro ponto onde há
aproximações e distanciamentos é no conceito de sombra, para Jung, e eu
pluralizado para Weor.

Introdução:
A história da ciência no ocidente foi profundamente marcada pelas correntes
de pensamento empirista, racionalista, materialista e, mais tarde, a positivista. A
psicologia, com seu surgimento em fins do século XIX, não ficou livre de tais
influências. O mecanicismo foi o espírito de época que aglutinava tais correntes,
tendo deixado sua marca na psicologia, entendendo-se com esta avanços e
limitações (SCHULTZ & SCHULTZ, 2002).

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Contudo, o século XX assistiu a expansão dos saberes orientais em nosso
cotidiano, fosse oferecendo terapêuticas alternativas, fosse possibilitando o acesso à
uma epistemologia diferente. É inegável a marca dessa sabedoria em nosso
cotidiano. Deste cenário despontam as figuras de Jung e Weor influenciados que
foram por estes saberes milenares, ocasionando um possível preenchimento dessa
limitação deixada pelo racionalismo científico.
Através de viagens ao oriente, Jung foi pego de assalto pela sabedoria ali
presente, aprofundando então seus conhecimentos. Sendo assim, um ator muito
importante no diálogo entre os dois hemisférios (HALL; NORDBY, 2004). Já o
colombiano Samael Aun Weor, pseudônimo de Victor Manuel Gómez, ao fundar a
nova vertente da gnose chamada Movimento Gnóstico Cristão Universal, foi
influenciado profundamente pelo misticismo ocultista e pelas ideias do armênio
George Ivanovich Gurdjieff (CAMPOS, 2015).

Materiais e métodos
A metodologia deste estudo é qualitativa e bibliográfica, compreendendo a
coleta de dados da teoria analítica da psicologia (Jung), da gnose contemporânea
(Weor) e do pensamento de alguns filósofos ocidentais pertinentes à discussão.
Buscou-se focalizar a investigação nos conceitos e ideias dos dois autores que
circunscrevem as noções de personalidade e consciência. Portanto, a referida
metodologia nos possibilita uma abrangência maior na captação dos fenômenos,
trabalhando com toda esfera dos significados, das crenças e valores que possam ser
refletidos nestas produções (GIL, 2008).

Resultados e Discussão
Verifica-se a influência orientalista na filosofia de Arthur Schopenhauer,
estudante profundo do Budismo e do Hinduísmo, encontrando ali seu ideal ético
(PAINE, 2007). É possível entender tal proximidade quando o filósofo alemão
salienta a ausência de vontade como um dos estados mais elevados do humano,
fazendo um paralelo com o conceito de Nirvana do Budismo (RODRIGUEZ, 2005).
Há também a marca do toque oriental no pensamento de Friedrich W.
Nietzsche, particularmente no que concerne à sabedoria budista. Em sua obra “O
Anticristo” (2009), Nietzsche tece comentários de conteúdo amigável à religião
oriental, considerando-a como “uma religião para homens tardios, para raças
bondosas, suaves, que se tornaram superespirituais, que sentem dor com muita
facilidade (ainda falta muito até que a Europa esteja madura para ele)” (p. 41).
Com respeito aos dois pensadores que integram o cerne desta pesquisa,
Jung e Weor, verificou-se que ambos encaram o conceito de “ego” como figura
protagonista, porém com diferentes mecanismos psíquicos envolvidos. Através do

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texto ​The Archetypes and the collective unconscious ​(1969), podemos apontar que o
psiquiatra alemão entende o ego como ponto essencial para que o sujeito possa
compreender adequadamente a lógica de funcionamento de seu psiquismo . Já o
esotérico colombiano, em sua obra ​A Grande Rebelião (​ 2011), o compreende como
um obstáculo que o distancia de sua verdadeira identidade . Sobre o conceito
junguiano de “individuação”, é possível enxergar uma convergência com Weor,
quando Jung (1969) dá ênfase sobre os elementos necessários para o caminho da
individuação e Weor (2011) nos diz sobre os requisitos necessários para o processo
que ele intitula como “despertar da consciência”. Jung, em seu texto ​Psicologia y
simbolica del arquetipo (1992), assim como Weor em ​Tratado de Psicologia
Revolucionária ​(1998), enfatizam que tal processo de despertar acontece junto da
vivência de certos conflitos psíquicos . Temos ainda, proximidade conceitual quando
Jung (1969) fala sobre o arquétipo de sombra e Weor (2011) sobre o eu pluralizado
e uma didática parecida para lidar com este mecanismo psíquico, que hora se
aproximam, hora que afastam. Analisando a obra ​Sim há inferno Sim, há Diabo, Sim,
há Carma ​(1992) de Weor e se apropriando dos dizeres da profunda estudiosa da
psicologia de Jung, Marie-Louise von Franz, em seu texto ​O Processo de
Individuação ​(2008), podemos apontar que a aproximação se dá quando ambos
autores propõem a auto observação crítica como método para conscientizar-se
desses elementos desconhecidos pelo sujeito. O distanciamento está quando Jung
concede ao próprio indivíduo uma liberdade ao lidar com a emergência psíquica
desses elementos, e Weor, opta por sua eliminação.

Considerações Finais
Concluímos que o montante das pesquisas científicas que tem por objetivo
investigar influências ou permutas entre a sabedoria oriental e a filosofia ocidental
ainda é escasso. O encontro conceitual Jung-Weor é um tipo de aproximação que
ilustra adequadamente a riqueza de ideias e analogias que podemos estabelecer
entre os pensamentos ocidental e oriental.

Agradecimentos
Agradecimentos à todos e todas que se envolveram no processo desta
pesquisa.

Referências

Campos, M. L.. O uso de Representações Sociais e do conceito de Imaginário na


História do Esoterismo: a Gnose de Samael Aun Weor. In: Simpósio Sudeste:
Gênero e religião: Violência, fundamentalismos e política, 2., 2015.

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Gil, A C. ​Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. ​São Paulo: Atlas, 2008.
Hall, C. S. e Nordby, V. J. ​Introdução à psicologia Jungiana​. Tradução de Heloysa de
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Jung, C. G. ​Psicologia y simbolica del arquetipo​. Tradução de Miguel Murmis.
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Jung, C. G. ​The Archetypes and the collective unconscious​. Tradução de R. F. C.
Hull. Princeton: Bollingen Foundation, 1969.
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Zwick. Porto Alegre: L&PM, 2009.
Paine, S. R. Filosofia e o Fato Obstinado da Religião: O Oriente Reorienta o
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Weor, S. A. ​Sim há inferno Sim, há Diabo, Sim, há Carma​. São Paulo: Movimento
Gnóstico Cristão Universal do Brasil na Nova Ordem, 1992.
Weor, S. A. ​Tratado de Psicologia Revolucionária.​ São Paulo: Movimento Gnóstico
Cristão Universal do Brasil na Nova Ordem, 1998.

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