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Capítulo 5

EXTENSÃO RURAL EMODERNIZAÇÃO DA


AGRICULTURA NO BRASIL: UMA PERSPECTIVA
[,
ci .
HISTÓRICA

., Am6f1io !.uiz dt Lim,,'
I ,

5.1 Introdução

Tudo começou em 1862, nos Estados Unidos, com o The Morri! Act
ou Laud-Grant College Act, que trmlsferiu às Universidades americanas a
responsabilidade de en sina r aos agricultores os resultados da pesquisa e das
artes mecânicas ou da agricultura mecanizada.
A revolução americana na tecnologia agrícola, nos anos de 1820 a
t 870, criou a demanda de cavalos grande s e fortes para tracionar os
equipamentos agrícolas, iniciando a era da agricultura mecanizada.
Para compreender o Sistema Land-Graut americano, é preciso rever
as atividades que lhe deram origem e suporte legal. a se gui r.
O The Justin Morril Land-Grant Act, de 1862, que, por meio de uma
lei do Congresso americano, deu a forma de doação de terras e de eOlTIO seria
o suporte aos estados que se di sp u sessem a criar instituições públicas para o
sistema de ensino informal e prático, atualmente sob as denominações de
extensão rural ou também extensão universitária, no caso das escolas ou
insti t uições de ensino agrícola.
O The Ratch Act, de 1887. que autorizou o suporte federal à pe squisa
agrícola nos estados e territórios para as estações experimentais componentes
do sistema universitário land- grant. O fundo Ratch passou a ser administrado
pelo CSREES (Cooperative StateResearch, Education and Exten sion Service),
do Departamento de Agricultura.
O The Justin Morril Land-Grant Act, de 1890, que i nstituiu o suporte
federal para as organizações que fizessem parte, do modelo lam[ gl<ln(.
começando nos estados do sul, e estimulou a pesquisa e a agriClll(ur,l com
tração animal.

* !\L5. Extensão Rura!, Professor do Departamenlo de Economia Rur"l!l !rV Vil;"'" Mn

92 91
Atrkullwra 1111 ViraM do Milbtio • Veollu•.r t Novol DtS<1jiol ______ __ ____

OThe Smilh·Lever Act, de 1914, de legislação federal, que promoveu


demonstrações de resultados e folhetos ao alcànce do produtOr. O trabalho
o suporte aos serviços de extensão do sistema land-grant college, estabeleceu
visava à escolha de semente de milho, ao plantio, ao espaçamento e colheita e
o Serviço Cooperativo de Extensão e o fundo Smith-Lever. também
também às culturas de arroz e feijão.
administrados pelo CSREES.
Na parte de pecuária, enfatizou-se a exploraçllo de sufnos tipo carne,
Neste capítulo, descrevem-se os aspectos do processo de difusão do ·
quando parece ter sido introduzida, no Brasil. a raça Duroc Jersey.
modelo americano de extensão rural para o Brasil. procutando caracterizar os
Foi" criada a primeira Exposição Agropecllária do interior do Estado.
interesses econôm.icos que garantinun esta difusão e çOmo se deu sua inserção
com vistas em educara homem para uma produção mais racional. Este trabalho
no aparelho estatal de polftica agrícola, buscando respostas às questões a seguir.
de extensão deu ao Dr. Hunnicutt destaque ·muito grande na área, sendo
Que papéis desempenharam a Escola Superior de Agricultura de
reconhecido pelo governo federal, que lhe outorgou a comen d a d a ordem do
Lavras(ESAL) e a Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa
Cruzeiro do Sul.
(ESAV) na instalação dos modelos CAR(Crédito e Assistência Rural)?
Segundo O liveira, a Escola Agrícola ..de .Lavras surgiu como
Qual fai a atuação das Fundações Rockfeller e Ford e dos organismos
estabeJ.ecimento
por elas criados, como American International Association for Economic and
iniciando-se com o curso médio e. a partir de 1919. com nova regulamentação
Social Development(AIA) e Escritório Técnico de Agricultura (ETA), no
do ensino agrooômico, passando a nfvel mais avançado, sendo oficializados
desenvolvimento da agricultura brasileira.
_ os cursos a partir de 1930.Trata-se de uma das escolas que compõem o .nstituto
Como se desenvolveu, no Brasil, O sistema ABCAR (ASSOCIAÇAO
Gamon, organização dos missionários evangélicos norte·americanos, que veio
BRASILEIRA DE CRÉDITO E ASSISTliNCIA RURAL) e qual ,u.
para o Brasil em 1869, fundando emCampinas, Estado de São Paulo. oColégio
contribuição para a modernização da agricultura brasileira.
Internacional. Mudou-se para Lavras em 1894, em virtude da epidemia de
Por que transferir pacotes tecnol6gicos de agricultura temperada para
febre amarela que passou em Campinas. passando a denominar-se Instituto
regiões tropicais, ou porque o modelo brasileiro de pesquisa, de extensão ruraJ
Evangélico.-
e de ensino agrícola teve trajet6rias tão comuns?
Interessante o trabalho desenvolvido na Escola de Lavras, em 1924,
Qual a l6gica dos ideais desenvolvimentistas e do produtivismo agrícola..
por Hunnicutl, que organizou o serviço de informação agrícola. O Serviço
quais seus benefícios e suas conseqüências?
de Propaganda Agrícola. ( ...) era patrocinado pelo Ministério da Agricultura!
Diretoria da Indústria Pastoril; pela Chamber ofCommerce for Brazil, Rio de
5.2 A Difusão do Modelo Extensionista Janeiro; e The AmericanChamberofCommerce for Brazil, São Paulo.Conta.va
ainda, o Serviço, com a cooperação das seguintes companhias: S.K.F. do Brasil,
Para analisar 8 difusão do modelo americano de extensão rural. no Brasil. S.L. Alen & Coo Planet k, Companhia Armeur, Brazilian Meat Co. Ltd. E a
é preciso desvendar O mito do pioneirismo, pois é complicado tratar da questão Continental Products COo Além de Boletins Técnicós'sobre criação de sufnos,
sob·essa forrila. em diferentes contextos da modernização da agricultura. A cultura do milho. soja e outros, distribufdos gratuitamente para todo o paIs, o
prática desse processo, apesar de ter sido modelada ü!lm enfoque sistêmico. Serviço encarregava-se de organizar a exibição de filmes educativos sol1re
modifica-se no tempo e no espaço. gerando situações e modelos próprios, sem agropecuária, obtidos junto ao 'Office of Motivous Pittures', 6rgão do
perder, entrelan·to. os principais pontos do seu discurso, quais sejam, a Ministério da Agricultura do Governo Norte-Americano.1
racionalidade, a produtividade, a perspectiva de neutralidade científica e o
Estado como provedor principal dós meios de produção (prática do fomento).
A experiência de Lavras, uma das primeiras atividades de extensão
L Oliveira, Luiz Carlos F�rn:ira de. A história da eXlenslkl rural univel$i(âtia no Brasil: um reparo e uma
rural no Brasil, realizada a partir de 1908, foi liderada pelo agrônomo Benjamim conclusão. Lavras. ESAL, 1987. ln: Coelho. F� Maria Gontijo. A produçlio cientifico IecnolÓjica
H. Hunnicutt, que. naquela época, procurou dar cursos e treinamentos aos paraagropecuária: da ESAV à UREMG, conteúdos e �ignificados. Viçosa. UFV; 1992. 243p. Te5e (MS)·
UFV.
agricultores, usando métodos de extensão, tais coIT:'o aulas, palestras, 'Ideml.
9'
95
Agricultura na Viroda do Milinio - YtlhoJ t Now/J [kJaflos --_�------ Allta"io Luiz dt Urna

o Prof. Benjamim H. Hunnicutt foi paraninfo da terceira turma de introdução da proposta é transcrita, a seguir. para maior jidelidade, visando
Engenharia Agronômica da ESAV, em Viçosa, em 1933, o que demonstra a contribuir para a memória exlensionista, por tratar·se de;:. uma raridade e por
estreita ligação entre as Escolas de Lavras e'de Viçosa. refletir a ideologia da época.
Quanto à criação da .Escola Superior d.e Agricultura e Veterinária e , Nos Estados Unidos, o serviço de extensão' .:extension service - foi e
?
Viçosa: verifica-se que o governo mineiro resolveu q�e a futura escola sena está sendo um fator de grande contribuição para a eficiência,dos colégios e
. .
estabelecida nos moldes dos Land-Grant Colleges, um sistema de escola ligado das estações experimentais de agricultura...
à agricultura, criado em 1862, a partir do Vale do Rio Mississipi, nos �stados Em 1901, quando se propagou no Estados do Sul o gorgulho do algodão
Unidos Em 1920 Arthur Bernardes, como Presidente do Estado, 'solIcitou . ao (bol! weevil) causando considerável transtorno entre os plantadores. O Dr.

embaix dor do B :asil em Washington, José Cochrane de Alencar, empenho na Seaman A. Knapp, do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, inicioü'
indicação de um nome de um especialista para a tarefa de implantar a Escola o estabelecimento de granjas de experimentação, visando demonstrar como
de Agricultura e Veterinária do Estado de.Minas Gerais. seria possível desenvolver nessa região a agricultura diversificada,
Após algumas indicações e convites não-aceitos, chegou-se ao nome estabelecendo, além do algodão, a cultura de outras safras. O incremento
de Pefer Henry Rolfs. Diretor do Fl6rida Agricultural College, da Universidade constante do gorgulho (bol! weevil) havia desanimado muitos plantadores do
da FI6rida.) . sul, de maneira que estavam prontos a aceitar as recomendações dos peritos
Inaugurada em agosto de 1926, a ESAV iniciou os cursos Fundamental e empenhados no combate a esta praga que ameaçava destruir a sua produção
Médio, em 1927, com 25 atunos. principal. Ê opinião dos ,especialistas empenhados neste trabalho que as
A Semana do Fazendeiro, uma experiência que se realiza desde 1929, demonstrações de práticas melhoradas devem ser rf!aiizadas pelos m�s'mos
na UFV, iniciou-se com a recepção aos fazendeiros de Ubá� que se hospedaram agricultores nas suas pr6prias fa2lCndas e sob condições nonuais.
na ESAV, t:;m visita formal. A partir dar, foi institucionalizada, sendo criada Em 1904, mediante a cooperação do Ministérià da Agricultura dos
pelo Prof. João Carlos BeHo Lisboa, Diretor da Escola; pelo médico Jacinto Estados Unidos, do Conselho Geralde Educação. várias entidades locais. foram
Soares de Souza Lima. de Ubá; e pelos alunos José Coelho da Silva e Joaquim nomeados os primeiros agentes distritais nos Estados do Sul. O grande diretor
Fernandes Braga. desse movimento. o Dr. Seaman A. Knapp, soube inspira.- 80S seus agentes e
Durante a segunda Semana do Fazendeiro, foram oferecidos 14 aos agricultores que com eles colaboravam uma profunda convicção da
cursoS, com três horas de duração, a 139 participantes. A Semana foi natureza altruística da empresa e imbuir neles'lealdade aos princípios e métodos
contemplada com diversas iniciativas 'oficiais, como o reconhecimento da inculcados nos seus ensinamentos. O código de instrução do Dr. Knapp colocou
Leopoldina Rai1way, que ofereceu 50% de desconto nas passagens de trem o trabalho de demonsiração em um plano mais elevado do que o da simples
para os inscritos na semana. Em 2 dejunho de 1965, o governo publicou, no tarefa de ensinar o agricultor a duplicar a sua colheita e aumentar a sua renda.
Diário Oficial da União, o Decreto 56.392, instituindo a Semana do Pazendeiro O plano visava proporcionar à população rural maior bem-estar, melhorando .
como evento a se,r realizado pelas escolas superiores de Ciências Agrárias. ;. . as condições sociais da vida nas comunidade rurais...
Foi no n Congresso de ex-alunos, realizado em 1940, . Até 1906, o trabalho de demonstração havia-se desenvolvido nos
GemIdo Corrêa. presidente da Associação de. ex-alunos da ESA V, apresentou Estados do Norte e do Oeste e o Detmrtamento de Administração. Agrícola
proposta de um serviço de extensão agrícola para a Zooa da Mata do Estado \
" (Qffice .o f Fann Management) do Ministério da . Agricultura também estava
de Minas Gerais. Professor do Departamento de Horticultura da ESAV, Geraldo , efetuando algum trabo.lho de dem.oDsltação.

COma já havia proposto, em 1937. juntamente com John Benjamin Griffing, \ de demonslrações em fazendas de particulares sob a direção do agente de
,
Diretor da ESAV, o serviço municipal de agricultura para Viçosa. Parte da. , ,.,. administração agricola,
I - , ' . ,
" Em Nova York e Pensylvania empreendeu-se um trabalho da mesma naturezà,
• 'UFV 70 MOS: a trajetória da Escola de Viço5!1 (Otg!llliudo por] Antônio Luiz de LitM et ai.; texto de " e, mais ou menos nesse tempo, certos Estados consignaram verbas para esse
�:
Eduardo l.An. Codho.-Viçosa: UFY.lmp. Un;v. • 1996. 112p.: iI. fim e várias agencias locais'auxiliaram a manutenção de agentes agrícolas.
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Agricufl/UiI na Vitllda da MiU,.io - Vdho: � NtA'(J1; DUQjI(J1; __________ __

o rápido des7nvolvimento do trabalho em vários Estados apressou a do grande Rio Mississippi onde a Agricultura era, e continua a ser a
aprovaç!o da Lei Smith-Lever (Smith Lever Act) no Congresso em 1914, que industria mais importante, ,onde nasceram, desenvolveram-se e hoje
dispõe o estabelecimento definitivo desse sistema em todos os estados em
reinam, ar Escola Superiores de agricultura typicmtlente americanas.j
cooperação com col�gios e universidades dotadas de terras ptlblicas, com os ,

,governos distritais e outras agências locais.,O fim destas instituição�, segundo


li lei, dar "Instruç!o e demonstrações práticas em agricultura e economia As citações dos professores Corrêa·e Rolfs representam a base dos
doméstica e pessoas que não assistem ou residem nos ditos colégios existentes .,
ensinamentos trazidos dos Estados Unidos. Preparavam, desta fOfma, o
nas diversas comunidades, transmitir a tais pessoas as informações relativas ambiente para receber o apoio das Fundações Rockéfefler e Ford, que, desde
aos referidos assuntos por meio de demonstrações de campo, publicações e de os anos 40, com a justificativa da explosão demográfica e da fome. iniciara!ll
outros modos. ações para melhorar o rendimento C as variedades das culturas, sobretudo os
Os fundos federais -para o trabalho cooperativo de extensão para o cereais, que constihiíram o pacote da Revolução Verde, expressão utilizada
ano de 1930, ascendem a 9.222.893 d6lares e os-fundos de fontes estaduais a por William Oaud, dirigente de uma agência de desenvolvimento imemacional.
-
15.606.038 d6lares perfazendo um total de 24.228.931.· em 1968, ao referir-se às produções de trigo no Paquistão e na índia.
O cooperative extension service contava, em 1914, com a força de O Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo, o
_

trabalho d e,l.620 extensionistas e, e m 1982. com a força de 16.733 CIMMYT, foi instalado no México em 1943. com suporte financeiro da
extensionistas. Fundação Rockef�ller. Em 1956, a Fundação Ford lançou programa na fndia.
O modelo Land-Grant College foi também muilo divulgado pelo Prof. Na década de 60, essas fundações trabalharam em conjunto para criar o Instituto
Peter Henry Rolfs, fundador da Escola Superior de Agricultura e Veterinária. Internacional de Pesquisa de Arroz (IRRI), nas Filipinas.
em Viçosa, Minas Gerais, o qual relata sobre estas escolas na n Conferência De 1962 a 1992, a Fundação Ford investiu U$ 77,422,662 em 34
Nacional de Educação realizada em Belo Horizonte, de 4 a 11 de novembro de . instituições brasileiras, a fim de prestigiar o capital humano e intelectual,
1928, a seguir: transferindo a cultura da metrópole para o Brasil.
A AIA iniciou-se na Venezuela, em. 1937, quando, numa reunião em
"Em um paizjovem e progressista, como a América do Norte, Guafra, na Creole Petroleum, subsidiária da Standard" Oil of New Jersey,
quasi todos os planos de ensino agr(cola têm sido experimentados, Rockefeller teve a idéia e a levou avante até sua criação, em julho de 1946,
com resultados tão variados qULlnto os planos. No leste, adoptaram tendo aplicado, em 22 anos, cerca de quatorze milhões e quinhentos mil dólares
dois typos de escolas Ellropeas, pois esta parte do pai, manteve em atividades no Brasil. a partir do Estado de São Paulo, em Santa Rita do
relações muito mais estreitas com pakes dO. Europa do ue as outras. q Passa Quatro e em São José do Rio Pardo, em convênio com a prefeitura e
Um dos planos, era que a Escola deveria Ser WtI centro para o ensino com a Nestlé.
'de sciencia pela sciencia, sem applicação algUma à agricultura; o Dos especialistas da AIAque prestaram serviços para a instalação do
outro typo era a do "jorney-nutJI ". isto é, do oporario diplomado. modelo extensionista no Brasil, destacam-se: 1) John Benjamin Griffing,
Nes/e typo de escola pretendia-se preencher as fileiras desfalcadas fonnado na Universidade de Iowa, USA. Trabalhou vários anos na China; foi
dos operários peritos, exclusivamente por outros que fossem Professor e Ex-Diretor da ESAV, em Viçosa (1936 a 1939); Diretor da AIA no
portadores dum /(tulo. As escolas baseadas neste último 'plano todas Brasil e membro da Junta Administrativa da ACAR; 2) William H. Alton,
têm sido abandonadas O li formado na Universidade de Dartmouth, USA;das.
reorgani foi OW
gerente de companhias
primeiro cypo produziu
muitos dos melhons scientislas, mas poucos agricultores. Foi no Vale petrolíferas em vários países desde 1947. e Consultor Adm.mistrativo de várias
subsidiárias Intemational Basic Economy Coo (mEC), no Brasil; 3) Walter

• Rep<t>duf40 de parle do rrabaIho do Prol. CieraJdo c.:.m!a, eitado na-illU'OdlJÇio do ClIfIíllllo. I'
�,
) Reprodu{.io de � do trab;olho do ProressccCeruldo �a. ci� !la introdutlo do capítulo,
9.
99
Agrir:utrurQ IIQ Virodo r1D Milhlio - Y.!llws � NQO'Os lhwfios _�
__________

Alt6Nlo
l
Lion Crawford, fonnado em Arkansas, US,A, trabalhou no Farm Security
o extension service e sua instaJaçlio no Brasil
Administration, de J934 a 1943; no Institute of Inter·American Affairs, no
Paraguai e no Haiti, de 1945 a 1947; e coordenou os trabalhos da AIA, n a
Venezuela, e depois veio para o Brasil, sendô o primeiro Diretor d a ACAR; 4) . A instituição de um serViço de extensão rural no Estado surge a partir
John J, Wilker, especiaJista em créQito e administração pela Western Kentucky
da �1 272, em 14 de novembro de 1948, publicada no Minas Gerais, órgão
ofiCIal dos poderes do Estado, criando a Universidáde Rural do Estado de
College, USA, em 1935; Professor, de 1935 a 1939, nos EUA, trabalhou no
Minas Gerais (UREMG), constituída dos seguintes estabelecimentos
. e ófiãos:
Serviço de Crédito Agrícola do Departamento de Agricultura dos USA. de
I - Escola Superior de Agricultura,
1939 a 1947; dirigiu o Serviço Administrativo Agrícola e Crédito, na Coréia,
2· Escola Superior de Veterinária.
de 1947 .. 1948; e foi Diretor em Exercício da ACAR;, 5) Henry W, Bagley ,
3 Escola Superior de Ciências Doméstic;s.

Diretor da AIA no Brasil e membro da Junta Administrativa da ACAR de
4 · Escola de ESpeCialização,
1951 a 1953; 61 Emesdne CoUa Hagen, Econom ista Dormstica peJa Ore on � 5 . Serviço de Experimentação e Pesqu_
State College, em 1946; Chefe do Departamento de Economia Doméstica da
6 Serviço de Extensão,

ACAR; 7) Virgínia G. Ortiz, Economü;;ta Doméstica pela Universidade de
Como fundador e presidente da AIA, organização filantrópica sem
New Mexico, 1.10S USA; funcionária da AlA; Chefiou o Departamento de
fins lucrativos, Nelson.A. Rockefeller, tamMm Coordenador dos Assuntos
Economia Doméstica da ACAR, de janeiro a julho de 1949,
lnteramericanos e Assistente do Secretário de Estado Americano, propôs aó
Alémdo pessoal especializado, as fundações,americanas financiaram
governo do Estado de Minas Gerais um programa semelbante ao que vinha
a criação e a modernização de centros geradores de rio�os insumos agrfcolas,
sendo executado nos Estados Unidos, pela Farm Security Administration,
centros experimentadores e centros difusores dessas tecnologias espalhados
Dessa forma, o governador Milton Soares Campos e o Diretor da AIA,
em vários continentes. patrocinando pesquisaS em comunicação para geração
Robert W. Hudgens, assinaram convênio, em 6 de dezembro de 1948. por três
de modelos e de manuais de comunicação mais eficientes na difusão dos
processos de adoção dos pacotes tecnol6gicos. Dessa forma, foram gerados ��
os, ��
ada parte investiu USS 225,000, com o objetivo principal de
.
mtenslflcar a produção agropecuána e cuidar do �l�Qramento das condições
pacotes tecnol6gicos e pacotes de m�todologia de comunicação para
econômicas e sociais da vida rural", dando início. portanto, à Associação de
instituições de pesquisa e de_ : ensino agrícola existente
Crédito e Assistência Rural (ACAR),
como p610s difusores.
A base inicial da ACAR foi o crédito rural supervisionado. descrito
A melhoria das sementes visaváà obtenção e à difusão de cultivares
no Segundo Relatório Anual, produzido eoi 1950, o qual se refere ao Fann
de alta produtividade e do domfnio, cada vez maior,' dos bancos de -
, Home Adrninistration praticado durante a depressão econômica americana,
gennoplasmas, sendo divulgada a idéia de que, para enfrentar a crise de
enfrentada por Roosevelt, quando assumiu o governo em 1932,
alimentos ocasionada pela superpopulação, seriam aumentadas a produtividade
. ACAR,
relatório anual da
e 'a produção .agrícola por meio do uso intensivo' de sementes híbridas, adubos,
produtos de comroJe às pragas e doenças das plantas e utilização-de m.1quinas
Agricultores pobres, ou da classe média, especialmente do sul dos
e equipamentos.
E.<;tados Unidos, necessitavam de auxflio, Com as terras pesadamente
Selares agro industriais, de maqu�naria agrr��ta, químicos e de
hipotecadas e probabilidades bastante problerndticas de pagamento
processamento tiveram que adaptai- suas estratégias de crescimento para
dos empréstimos, segundo o critério bancário tradicional. centenas
incorporar as oportunidades criadas pelas sementes híbridas, Trnta·se, portanto,
de milhares de agricultores viram·se às margens de compleJo desastre.6
de um conjunt9 .de_ ações que çontribuíram para aumentar a demanda de
petróleo. de uso de máquinas e de rertilizantes, muda�do o modo de produzir
do agricultor.
. �:;ndo Rc:llllÓl"io Anual da ACAR. Aisociaçlo de D6fito e An��_ci;a Rural. Belo HoriwDle. 19�.

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101
Agriculrurtl I\Q l-iradu do Uülnio • V�thos t! N{)YQl DuafioJ' ____________

Para esses riscos financeiros, a administração de Roosevelt criou uma um absurdo, andar o casal que não era casado, juntos. Eles achavam
7
organização especial - a Fann Security Administration - destinada a garantir j
que aquilo era cOfflunisnw. E até ho e aindafalmn que é comunismo.
os empréstimos aos agricultores cujas solicitações haviam sido recusadas pelas
organizações bancárias, de acordo com os prOcessos. nonnais. Antes de ser Naquela época, Milton Soares Campos governava Minas Gerais,
concedido o empréstimo, um agrônomo da administração local estudava o �
assessorado por Iosé de Magalhães into, Secretário das Finanças, e por André
problema com o agricultor e verificava qual o melhor emprego paca os fundos Renê Giannetti, na Secretaria da Agricultura, Viação e Obras Públícas,
concedidos; então, após a concessão do empréstimo, o agrôl.lomo continuava O Banco Mineiro de Produção, mais tarde Banco do Estado de" Minas
a fiscalizar a sua aplicação, a fim de assegurar que o dinheiro estava sendo Gerais, foi criado com dinheiro dos agriculto.tes.
usado segundo o plano traçado. era Banco Mineiro do Café. Os políticos fizeram com que se fundassem Q
No final da década de 40 e da Segunda Guerra Mundial, o mundo Instituto !ie Café de Minas Gerais e o Instituto do Café de São Paulo. Depois,
vivenciou momentos culminantes da guerra fria, sendo·dividido em dois grandes foi criado o Departamento Nacional do Café para valorizar a política do café,
pedaços: um do -comunismo "maldito" e o outro do capitaljsmo "salvador". e os dois institutos criados perderam a fmaJidade.
Poucos rádios a bateria transmitiam ao ineio rural notícias do Repórter Esso e O Banco Mineiro do Café transformou-se, mais tarde, em Banco
a novela do Jerônimo, o Herói do Sertão; geladeira somente a querosene e em Mineiro da Produção. que passou a financiar caf(e �a-de-- açúcar, na área
raríssimas localidades. comercial. O Banco Mineiro da Produção criou â cartéira agrícola, que
Nesta caricatura reforçada pela entrevista, em 1981, do primeiro representou mais um passo, apesar de não ser dado nenhum acesso d o pequeno
motorista da ACAR, sr. Elany Muniz de Carvalho, descrevem-se o contexto e produtor ao crédito rural.
a origem do Sistema Brasileiro de Extensão Rural: A assinatura do primeiro convênio'de crédito rural com assistência
técnica foi efetivada com a Caixa Económica do Eslado de Minas Gerais em
Quando eu comecei a trabalhar na ACAR n.M existia nada. Comecei 4 de outubro de 1949. para estabelecimento de um sistema de crédito. Neste
aqui, em 1948 quandofui levarMr. CrawforrJaopalácio para combinar mesmo ano, as principais atividades foram a organização do Escritório Cenlral
o sisuma. Daí, para frente ele continuou trabalhando, arranjou um da ACAR, em Belo Horizonte; a contratação de funcionários, a abertura dos
escrit6rio bem pequeno no ACAIACA e em JO de janeiro de 1949 é escrjtórios em Pedro Leopoldo, Santa Luzia. .Curvelo e UM; "e a elaboração
que começou o trabalho. Foi assinado o convênio elllre o Sr. Nelsoll dos planos agrícolas e domésticos, sendo aprovados 67 empréstimos de Crédito
Rockfeller e o governo e assim foi andando, foi ampliando. Assim, Rural Supervisionado, de um total de 457 solicitações recebidas. O Dr. Walter
vieram outros mais e ampliaram com mais lima sala no Acaiaca e Lion Crawford, técnico da AIA com eJtperiência no Farm Home Administration,

A
depois mudam.os para Álvares Cabral. Na · lvares Cabral ficamos veio administrar esse programa.

uns tempos, depois voltamos para a Rua da Bahia e sempre lufamos A ACAR instalou o Crédito �ural Supervisionado, utilizando·se do
muito. Muito serviço, muito trabalho, o povo não aceitava bem a Plano'de Administração da Propriedade elaborado porUIllíl equipe de extensão.
extensão, porque ninguém sabia o·que era. Não havia dia nem /loire, composta por um técnico (agrônomo ou técnico agrCcola) e por uma supervisora
k.:.
nem nada. O primeiro escritório foi aberto em Pedro Leopoldo, a (nonnalista ou economista doméstica), os quais se:résponsabilizavam pela
gente trabalhava muito. .o povo, quando chegávamos nas faz.endas; elaboração e pelo acompanhamento desse plano.
nos slrios diziam: Já vem os comunistas e corriam da gente. A equipe, por meio de visitas e"reuniões; passou a motivar os
Chamavam-nos de comullisias, porque andavamjuntos, o homem e a agricultores a adotarem as inovações tecnológicas e o crédito rural. O s
'!\- "
�. interessados eram selecionados na ACAR, nos Conselhos Consultivos e na
mullur; e naquela época não existia isso. Eles então achavam aquilo

• EPtrevisla ru.lizada por Maria do Canno Silva. em 1981; pane �se eolJeVista eocontra no trabalho: Ó
Serviço de ExICnslo Rw;o,! em Minu Gerais. Retrospectiva. Maria do Carmo SilVll e Antônio Luil: do::
'
Lima.

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AgriCt/(tv.rQ I\Q Virada do Mifinio - V�u..n r NUWJ$lkmfWs ____ ________

Caixa Econômica Estadual, para posterior elaboração e 'aprovação do Plano Gerais, em 1948. a partir da criação da ACAR (Associação de Crédito e
de Administração da Propriedade e do Lar, cujo financiamento era cedido Assistência RuraU, com o patrocínio da American Intemational Association
com base na capacidade financeira de cada mutuário. Após o processo for Economic and Social Development (AIA).
burocrátiCo. o plano era fiscalizado e supervisionado (visitas de assistência O treinamento de pessoal da UREMG. nos Estados Unidos, para
técnica)� a fim de constituir em ' modelo demonstrativo aos demais agricultores. melhorarntnto genético das plantas e treinamento de profissionais da extensão
Por isso, eram escolhidas propr·iedades ruràis estrategicamente localizadas, rural, constituiu missão comum da ACAR e da UREMG, ambas-vinculaç1as à
representativas da região e cujo� agricultores tivessem capacidade de liderança. Secretaria de Agricultura. A criação do Instituto -de Economia Ru �1 da i
O crédito era utilizado na compra de ferramentas. de filtros. de fossas UREMG, em 1960, financirido pela Fundação Ford;a criação do ETA -Projeto
e de outros equipamentos domésticos, assim como para fmanciar conslrução e 39, convênio finnado, em 1958. entre a Universidade Rural do Estado de Minas-·
reformas de benfeitorias e de instalações para a pecuária. compra de gado, Gerais (UREMO), por meio do Escritório Técnico de Agricultura (ETA), com
máquinas, adubos e sementes selecionadas. O cr&1ito rural supervisionado a Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural (ABCAR), Associação
cada de 60, acompanhado d
predominou at6 meados da dé' de Crédito e Assistência Rural (ACAR) e a Associação de Crédito e Assistência
Juvenil e Habitacional. ambos utilizados mais como atividade de laboratório e Rural do Espfrito Santo (ACARES) para criação do Centro de Ensino de
demonstrativa, visando:_ t) Despertar o interesse dos políticos, banqueiros e Extensão, localizado no_campus daU�MG.
liderança em geral para a importância do créditoTllral vinculado à assistência Inspirada. portanto, nos modelos ColJeges não foi difícil para a
técnica, como instrumento de política agrfcola; 2) Formar massa crítica UREMG participar de todo O processo de modernização da agricultura,
especialistas) em
(instituições, professores, técnicos e outros ' mediante a experimentação de novas variedades de plant,as. formação de
crédito rural; 3) Motivar O agricultor para o uso.dÇ> .crédito nuru e para a profissionais, lançamento de insumos modernos para a agricultura e realização
. inovação tecnológica de cursos para extensionistas. inclusive criação, nos cursos de Agronomia,
A partir de 1964, iniciou-se a substituição d o crédito rural das disciplinas de Extensão Rural, de Cr�di(o Rut;al, de Planejamento e de
supervisionado pelo crédito rural orientado para financiamento de culturas e Administração Rural e o mestrado em Extensão Rural, em 1967.
criações, passando a constar ,do programa de trabalho do sistema ABCAR. Como evento exógeno à cultura rural mineira, ,11m dos primeiros
Foram criados O Conselho M,onetário Nacional e o Banco Central do Brasil, e._ trabalhos da ACAR foi conscientizar as famflias das ·cidades a permitirem
em 1965. o Sistema Nacional de Crédito Rural institucionalizou o credito rurai que as moças selecionadas exercessem suas funções. Para isso, elas teriam de
orientado e ampliou a demanda do trabalho extensionista, que se concentrou viajar diariamente, num jipe, para a zona rural,juntocom o técnico, e s6 retomar
nas atividades de elaboração de projetas e de assistência ao crédito por produto à noite, o que cra inconcebível na época. .
agrfcola. A população rural tinha um modo de vida diferente do proposto pela
.
',
'

No Brasil. 'de 1965 a 1 rJ97, foram aplicados no crédito rural cerca de ACAR. o que difjcultava o trabalho de extensão, que era realizado por
332 bilhões de dólares; e, de 1970 a 1980, foram aplicados 264 bilhões. ou profissionais de agronomia e de economia doméstica que safam juntos p:u-a
seja, 80% do lotai do crédito, com a particularidade de que, nesse período, o trabalhar, num jipe, de manhã e s4 retom<1vam à noite. O jeep-williz. que não
'cúdito era subsidiado e havia a obrigatoriedade de. elaboração de projetas e se fabricava no Brasil, era importado dos Estados Unidos, por meio do convénio
de assistência t�cnica. com a AIA.
A Escola Superior de Agricultura de Lavras e 3: Escola Superior de. Eram poucos os escritórios, e os jipes eram trazi<Jos de três em l' rêS.
Agricultura e Veterinária. posteriormente Universidade Rural do Estado de até que: se iniciou sua fabricação no Brasil. Inicialmeme. s6 o chefe do escritório
Minas Gerais (UREMG), em Viçosa, aliadas à e;!tperÍência paulista da AlA e possuía veículo, e os demais técnicos usavam animais de sela, cavalo ou burro
da NESn.J�, em São Paulo, tiveram importância fundamental na formação de para irem ao carppo,.
ambiente favorável à expansão da política de crédito rural e do sistema ABCAR A vida era difícil; a comunicação complicada; o telefone, uma raridade.
(Associação Brasileira de Crédito e Assistçnda Rural), iniciado em Minas As estradas eram trilhas e a receptividade ao trabalho dos extensionistas, tanto
,
104 105
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Agriculturu na Virada do Mlllnio • V,lho l " N�IItJ$ lkJofiru -------�-- i ' ,·

na zona rural quanto na urbana, era preocupante. o período de 1949/63 abrigou a fase pioneira e o ingresso de novas
Havia grande resistência, por parte dos agricultores, ao trabalho de alianças de organismos internacionais com o Estado, para manutenção da
extensão, aliada li. dificuldade de estradas e de comunicação. Por isso, o ACAR. Abrigou, também, a criação da ABCAR, em 1956, para coordenação
profissional, aMm de ter de aprender a dirigir, tinha que saber andar a cavalo. dos sistemas ACAR já instalados em nove Estados brasileiros. A partir desta
Para introduurem novas técnicas. os -extens.ionistas tiveram que fase, foi instalado o Cr�dito Rural Orientado, com recursos do Banco
enfrentar a falta de produlos químicos. no momento-e nos locais exigidos. Por Interamericano de Desenvolvimenro (DIO) em convênio com _a/Caixa
n�
elt�mplo, os t�cnicos davam orientação, mas os agricultores o tinham como Econômica do Estado. O Banco do Brasil (1954) e outros agentes financeiros
obter produtos como vacinas contra afiosa, carraparicida toxafeno, adubos e efetivarnm convênios com o Sistema.
formicidas. No meio rural, não haviacasa comercial, razão porque os produtos De 1949 a 1979, a Caixa Econômica de Minas Gerais aprovou 193.775
eram distribuídos ou vendidos. a preços de �usto, no próprio escritório local contnltos, a -maioria com interveniência da ACAR.
da ACAR, até que se encontrasse algum comerciante disposto a trabalhar com O Serviço Social Rural, órgão federal encarregado do_desenvolvimento
o produto. . rural, assinou convênio, em novembro de 1958, com a Caixa, para alocar mais
A venda de insutnos aos agricultores, até então feita pela ACAR. por recursos para o trabalho com Cr&lito Rural Supervisionado; entretanto, a partir
órgãos estaduais de fomento ou pelas cooperativas, começou a ser feita pelas de 1963, iniciou-se a retirada gradativa do Crédito Rural Supervisionado,
casas comerciais', quando os técnicos constataram a adulteração de adubos substituindo-o pelo Crédito Rural Orientado.
com cinza. areia e terra. Eram poucos os locais de venda do adubo já formulado; Estruturalmente organizada em escritórios central, regional e locais, a
naquela época, vendiam-se os elementos químicos para serem misturados. A ACAR, cuja imagem era difundida e aceita nos diversos órgãos federais,
adulteração do adubo dificultou a adoção da adubação química. estaduais e municipais, recebeu colaboraçãC! desses órgãos e participação de
segmentos sociais como igreja, clubes de serviço e comércio,
5.3 A Consolidação do Sistema ARCAR Walter Lion Crawford foi aos EUA para dirigir a AIA, em decorrência
do sucesso obtido no Brasil, com seu trabalho na direção daACAR. Por duas
À medida que a Associação de Crédito e Assistência Rural (ACAR) vezes, ainda, a AlA enviou auditores e técnicos para avaliar o serviço; desta
instalavá os primeiros projetas de Cttdito Rural Su�isionado, suas ati"idade� fonna, foi ganhando força e excedeu as fronteiras do Estl;ldo. Foi assim que
de-aSsistência técnica e suas atividades de bem-estar social, a rejeição observada surgiu um núdeo de trabalho de extensão no Rio de Janeiro, em ltapenma. O
nas primeiras reuniões e nas visitas aós agricultores foi desaparecendo. Diretor do SIMA - Serviço de Informação do Minist6rio da Agricultura do
Desenvolveu�se amplo prognl.ma de treinamento de liderança rural e de Rio de Janeiro, ao constatar o sucesso da ACAR em. Minas, _instituiu um
.
instalação de projetos demonstrittivos de crédito rural. programadessa dimensão em ltaperuna. De I'aperuna. a extensão ruml chegou
A ACAR procurou criar imagem favorável aocrédito rural supervisionado. ao Nordeste, fundando-se a ANCAR (Associação Nordestina de Crédito e
dedicando a ele a maior parte de seu trabalho, deSde a assinatura do primeiro Assistência Rural 1954/55), com sede no Recife, a quàlprestava -atendimento
convênio com a Caixa EconOmica do Estado de Minas Gerais. em outubro de a Bahia, Pernambuco e demais estados nordestinos. E�ta'asSociação iniciou o
1949. sucessivas renovações em dezembro de 1951, novembro de 1955 e crédito agrícola orientado, com a criação do :Qanc9 dq Nordeste.
outubro de 1963 e da assinatura do convênio com o Banco do Brasil. em ] 954. A seguir, foi" a vez do Rio Grande do SuL que, com o apoio do
Esta nova modalidade de empréstimo pennitiu à ACAR estabelecer Intemational Institute of Cooperation Administration (IICA-Ponto IV) e do
testes e propri'edades nirais: demonstrativas, mas as necessidades de projeção Escritório Técnico Americano(ETA), criou a' ASCAR ,(Associação Sulina de
de sua imagem e de aumei'ito de abrangência eram obtidas pelas atividades de Crédito e Assistência Rural 1955), cujo setviço foi se expandindo até que,
assistência técnica a agricultores não mutuários e às atividades de bem-estar' com exceção de São Paulo" todos os estados brasileiros criaram seu sistema
social, por meio de técnicas, de ttabalhos com grupos, programas de rádio, ACAR.
cártas circulares e' trabalhos com líderes comunitários Oserviço de extensãO mineiro. em dez anos, treinou, aproximadamen-

106 107
IIIrklll,..rtz /UI 111,000 do MiU"j,, · �UtoJ I HUl/oJ Duqfi().l _________-'__

te, 2.500 técnicos que vieram do Uruguai, Argentina. C�lômbia, índia, entre equipes de planejamento em crédito rural. As filiadas da ABCAR, já instaladas
outros. O estágio na ACAR era feito no período de um a seis meses, havendo no Pais, foram procuradas pelo sistema bancário para viabilizar a aplicação
disputa de bolsa de estudos concedida pela OBA e pelo nCA. Da mesma forma de Crédito Rural com assistência técnica. Foi um período de expansão e de
que os técnicos estrangeiros vinham para Minas realizar estágios, os técnicos consolidação do sistema, visto que a ACAR, Minas' Gerais, naquela ocasião
da ACAR também eram convidados para cursos de treinamento em outros manteve convênios com 22 agentes financeiros.
paeses. ' . .
O agricultor que necessitasse de cr�dito teria de solicitá-lo ao Banco,
O Banco Mundial (BIRD) realizou, em 1962. pesquisa para Implantar e esle somente poderia empreslar o dinheiro median�e a' apresenlação de um
projetos de desenvolvimento em Minas Gerais, obten-do resullados favoráve.is. projeto do técnico. Por sua vez, a ACAR só elaborava o plano para bancos e
No Congresso Internacional de Crédito Rural, destinado a dirigentes de Crédito municípios em que fossem celebrados convênios. o que explica a expansão do
Rural, o BIRD colocou em exposição fotografias que mostravam o trabalho sis'tema ABCAR. a partir de 1964.
desenvolvido pela ACAR, -emMinas Gerais. O Diretor do e,IRO permaneceu A demanda de assistência técnica ao crédito provocou, também, a
15 dias em Minas Gerais, para conhecer o trabalho. criação de firmas particulares de planejamento, por causa da expansão da oferta
Participaram da fundação da ABCAR, em 1956. a AIA. o ETA. a de crédito rural com juros subsidiados, levando ao tUnlover do pessoal técnico
ACAR, a ASCAR, a ANCAR e a Confederação Rural Brasileira (CRB). Essas da ABCAR e ao aumento de exigência de contratações e treinamentos sempre
organizações deram os primeiros impulsos para criação da ABCAR. Porém, o freqüentes. Para atender a esta nova situação e oferecer treinamento aos
Presidente Juscelino Kubitschek não conseguiu apoio do Ministério da profissionais recém� contratados. foi criado, em Viçosa, em 1958. o Centro de
Agricultura, por causa da resistência passiva que esse órgão oferecia; entretanto, Ensino de Extensão, além de centros pioneiros em Pelotas. no Rio Grande do
com o tempo, o Ministério passou a apoiar o serviço de extensão, que ganhou Sul, em Recife e em outros Estados. do Brasil,
relevância a partir 1964. Nos anos de 1970 a 1980, intensificaram-se os treinamentos e as
Os recursos financeiros para manutenção da ACAR. até 1956. foram reuniões de lécnicos para modificar O pensamento exlensionisla,-pbis a nova
repassados, basicamente, pelo governo de Minas e pela AJA. Em 1956, ordem era modernizar a grande produção. visando atender ao grande produtor.
houve outras contribuições, além da AJA, por intermédio da ABCAR, A preocupação extensiónista, quando passou do crédito rural
provenientes de diversas fontes como Ministério da Agricultura, Ministério supervisionado para o orientado, isto é, do atendimento à família do pequeno
da Educação e Cultura'e Instituto Brasileiro do Café. produtor para a média e grande produção, era justifícada pela necessidade
urgente de modernizare de introduzir Ocrédito orientado, elemento considerado
ABCAR no Pedodo do uMilagre" Econômico mais dinâmico de política agrícola.
Houve nova moldagem de políticas. propostas nos Planos Nacionais
A ampliação do Crédito Rural em Minas OCorreu quando a Çai;r;.a
de Desenvolvimento do governo federal. O programa de Crédito Rural
Econômica do Estado firmou convênio como BancO Interamericano de
Supervisionado exigia do extensionísta q\le as propriedades fossem
De�envolvimento (BIO), em outubro de, 1962, no valor de US$ 6.400.000
classificadas de acordo com o programa extensionista para aquela área. A
dólares.
fallu1ia deveria estar preparada para seguir, rigotosamenle, as normas técnicas
Após os convênios do BID, dada a necessidade de se aproveitar o
e dedicar atenç�o ao aumento de produtividade, elevando "a eficiência da
sistema ÁBCAR já instalado; para aplicar os recursos e difundir tec-nologia,
empresa pelo emprego de adubação, sementes selecionadas. conservação do
iniciou-se _o franco crescimento da edensão rural.
solo, equipamentos, irrigação, entre outra atividades."
A criação do Sistema Nacional de Crédito Rural,"em 1965, e as cartas
A partir dos anos 70, foram necessárias açõcs de equipes especializadas
circulares e non,rulS do Banco Central do Brasil passaram a exigir e orientar
e dos escritórios locais específicos para atendimento aos grandes empresários.
projetas para que fossem efetuados os empréstimos. Daí, os bancos assinav�
como nos projetas de CONDEPE, nas regiões de pecuária de corte; nos projetas
convênios com empresas de assistência técnica ou criavam suas própnas
de Bovinocultur.i de Leite (PDPL), nos escritórios especiais do POLOCENT'RO

108
. .
109
,
Agricultura na Viroda do M/Unlo • V�lhul t Novos Dnafiol ____________

(Programa de Desenvolvimento do Cerrado), e no Projeto de Crédito Integrado comunidades, resistindo ao baque da perda de seu principal instrumento de
(PCI), Programa Corredores de Exponação, cuja meta era trabalhar "com os trabalho. o crédíto rural subsidiado.
empresários rurais inovadores" para introduzir "insumos modernos" e novas Órgãos como AIA, ETA, USAID, FAO, BIRD, promotores
culturas e criações em caráterempresarial. Dessa fonna, houve a passagem do internacionais do modelo extensionista, retiravam-se· do cenário; a AIA saiu
trabalho de crédito rural supervisionado para o crédito rural orientado que em 1969, pois seu objetivo de instalar toda a base· institucional e técnica de
privilegiou a granéle produção agrícola, os grandes pecuaristas e as regiões sustentação da Revoluç1io Verde j.t havia sido cumprido.
novas do cerrado. A decisão do Banco Central de retirar os subsídios ao crédito e
A EMBRATER Coi instalada, em 1975, sobre a baSe da ABCA R, para desvinculá-lo da assistência técnica, a partir dos anos 80, levou também ao
fonnular e executar a "Política de Assistência e Extensão Rural no País", e a fechamento das empresas privadas de assistência e à redução significativa na
sua ação visou "promover, estimular, coordenar, controlar e avaliar os . demanda do trabalho extensionista.
programas de Assistência Técnica e Extensão Run�.l:'. A partir daí, houve A década de 80, para a extensão rural. foi de readaptação, de coireção
substituição do sistemaACAR. instalado em todos os estados brasileiros, exceto de rumos e de mudanças nos seus planos de trabalho. Houve grandes obstáculos,
em São Paulo, pelo sistema EMATER. principalmente na formação de nova mentalidade, uma vez que as
O papel das atividades da extensão rural junto aos grandes produtores universidades, parceiras do modelo, continuavam fonnando profissionais com
rurais visava difundir a modernização agrícola por meio de pacotes tecnológicos o mesmo viés difusionista·.
via crédito rural subsidíado. a fim de aumentar a produtividade e a produção. No entanto, nos anos 90, as investidas de Téfonna do Estado e do
enquanto o 'trabalho com o pequeno produtor e com os trabalhadores rurais serviço público, em geral, passam a complicar a vida do sistema de extensão
visava, numa perspectiva dos projetos de organização rural, aumentar a rural, sobretudo com a extinção da EMBRATER.
produtividade do trabalhador. A Lei 4.504, de novembro de 1964, mais conhecida como Estatuto
da Terra, preconizava, em seu artigo 73, doze medidas de política agrícola,
A Extensão Rural sem Crédito Rural Subsidiado dentre as quais a assistência técnica, o credito rural e o ensino agrícola em
estabelecimentos para formação de profissionais, dando o arranco necessário
A extinção da obrigatoriedade de elaborar projetas e a retirada dos à grande expansão do Sistema Brasileiro de Extensão Rural.
subsídios ao crédito rural exigiram do sistema de extensão rural revisão de seu A decisão de criação do Sistema Nacional de Crédito Rural, em 5 de
. retomar a forma inicial do trabalho
modo de trabalhar. procurando, inclusive novembro de 1965, pormeio da Lei Federal 4.829; da EMBRAPA. para cuidar
com grupos e desenvolvimento de comunidade. O mo.mento era outro e o da pesquisa agricolanacionaJ; eda EMBRATER, em 1974, para difundir estas
extensionista também n30 havia recebido os mesmos treinamentos para a pesquisas, ambas coordenadas por uma Comissão Nacional de Pesquisa e
complicada missão de dinâmica de grupo. A populaÇão rural mudara para a Assistência Técnica (CONPATER), formou, portanto, um todo sistêmico, cc·m
cidade; a maneira de produzir já não era a mesma; e os tratares e seus vistas em organizar o Estado como provedor de todas as necessidades do
implementas substituíram os braços humanos, levados para a cidade pelos. pacote modernizante, quais sejam, crédito rural subsidiado, assistência técnica,
meios de comunicação e pelas indústrias. seguro agrícola, preços mínimos, armazenagem e pesquisa agrícola. entre
Algumas filiadas dos sistemas ABCAR(1956-1975), mais tarde outros.
EMBRATER( 1975-1989). desenvolveram-se a reboQue do crédito rural, com Entretanto, tudo vem sendo modificado depois da alta nos preços do
maior intensidade a partir dos anos 60. porem outras não deixaram de prestar petróleo e do endividamento externo, dando-se conta do esgotamento de um
assistência técnica aos grupos rurais nas pequenas cO:ffiunidades, com vist� modelo de modernização agrícola exc1udent� que foi instalado dependente do
na melhoria da alimentação, da saúde, da habitação, do vestuário e da educação. petr6leo, interesse maior de Rockefeller e de Ford, patrocinadores da expansão
Essas atividades permitiram que a extensão rural sobrevivesse, não perdendo dos ideais da Revolução Verde.
de vista sua experiência inicial do trabalho em desenvolvimento de

110 111
Asricul,ura 114 VIrada da Millllio • Vdhos e NoVOl fkJtlfiru ------
AIlIil/lio Luiz de Urrw.
'
Pode-se mencionar, como exemplo. o impacto produzido nas Quadr
- o S.l - Consumo aparente de fertUizante (1.000 ton.)
agroindústrias instaladas no Brasil. confonne Quadros,5 t. e 5.2. apre�ntadas
..

em 1978 pelo Diretorde Coordenação e Execução da_Polí�,ca de C tto Rural �


do Banco do Brasil, no Encontro Regional de Agropecuána da Reg1ao Centro­
Sul, realizado em Araxá. MG.

Quadro 5.1- Produção nacional de tratores -:_ 1960/1977

Fonl�: Boletins da AsrociilÇi1o Nacional dos Fabrlcante5 de·Veículos Automot()f'el. ANFAVEA

Fonte; 1950/58 - BNDE-DBI'T" Eq)NOMICO - MERCADO BRASn..EIRO DE FERTILIZANTES


- 1950170 (RJ-AG0I6!i); t9,9n2 - PROGRAMA NACIONAL DE FERTILIZANTES E CALCÁRIO
AGRÍCOLA (SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ADUBOS E COLAS NO ESTAoO DE SÁO PAULO):
1973n5- ANUÁRIO ESTATrSTICO 00 BRASIL- 197ó:

As mudanças de ABCAR para EMBRATER ou de ACAR pa�a


EMATER foram realizadas em meados de 70. como estratégia de marketing
institucional, com intensa produção de ma(erial de orientação, destacando-se
a troca de siglas e o desaparecimento do instrumento que marcou o discurso
extensionista, assim como do crédito e assistência rural (CAR) pela assistência
técnica e extensão rural (ATER).
A família rural. na fase pioneira, e a empresa ·rural ou o produto
agrícola, na fase do milagre são destaques do discwso em diferentes épocas.
• .

o qual buscava, na prática, melhorar a eficiência da organização, sempre com


112 113
Agricultura lItI Virada do MilênJo - VdM! r NOWJJ Dtsafi� _____ _______
A.nl""io Úllt. dr Uma

ura por As energias humanas e os bens materiais nos '6rgãos públicos precisam
a preocupação de aumentos' constantes na produtividad� da agricult
ser canalizados para um esforço conjunto em mutirões integrados de instituições
meio da ihovação tecnológica.
e de públicas e ONGs interessadas na qualidade de vida das com'unidades.
Os sistemas estaduais de aSsistência t6;nica. de extensão rural
dinâmica Fazer isto é, de certa forola, compreensível, na medida em que se propõe
pesquisa agrícola ainda procuram reorganizar-se para atender à nova
s, pelo humanizar a vida e o modo de viver do ser humano, enfim, trabalhar com
social, caracterizada pela velocidade e pela intensidade dás mudança
s, pelo esvaziam ento da funções horizontes definidos de papéis do estado, do mercado e da SQCiedaqe civil
desemprego, pela lib eralização de mercado
da sociedade organizada, reconhecendo que. de 1940 a 1990, promoveu-se a revolução verde
do ' estado e pelo surgimento de novas formas de organização
com menos recursos de comunicação, num modelo de desenvolvimento
civil.
estimulador de aumentos ilimitados de produtividade que acentuou 6s
problemas de fome e de desemprego
5.4 Conclusões
A Biorevolução e a velocidade das mudanças sociais, econômicas,
tecnológicas e de comunicação colocam a sociedade diante de novos desafios
O modelo extensionista brasileiro, adapta40 do The Cooperative
cujas conseqüências poderão ser mais dramáticas se não houver organização
Ex(ension Service, conseguiu ser um pioneiro canár de difusão dos ideais da
da sociedade civil para os enfrentamentos requeridos. Re<:ursos naturais como
Revolução Verde. Abriu fronteiras, treinou recursos humanos. divulgou
água, solo e insumos básicos como sementes não podem ser explorados
inovações e constituiu parcerias com escolas de agronomia. com rede bancária .
hvremenle ou concentrados nas mãos de poucos, sem as perspectivas dadas
e com a pesquisa. com vistas à modernização agrícola. As cidades cresceram,
pela necessidade de sustentabilidade, do bem-estarcóletivo e da cidadania.
o campo ficou vazio. instituiu-se uma nova base técnica, deixando. entretanto,
Não há lugar para formas laissez·faire de govem'ar, exige·sedos poderes
uma grande dívida social: o êxodo rural, as favelas. o desemprego. enfim, a
legislativo e executivo maior compromisso com a coletividade, proibindo
má qualidade de vida nas cidades.
aj das intemacionais que contribuam para .a ampliação da exclusão social,
Em J 940, 70% da população estavam no meio rural; em 1990, apenas �
. provocados pela falta de política agrícola mais hannônica
eVitando desperdíCIOS
26%, ou seja, em apenas 50 anos mudou-se a população de lugar.
e duradoura. Enfim, é preciso garantir um mínimo de soberania e de efetividade
Contudo, os ajustes na economia e a reforma administrativa dos
enlo do na gestão de políticas públicas.
governos Samey, em 1985 e Coltor, em 1990, iniciaram o esvaziam
&tado, levando à extinção de vários órgãos, inclusive da EMBRATER (Decreto
REFEMNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
0.97.455. de 15/01/89).
e nas
Outras mudanças estão sendo realizadas nas Universidades
dos
Escolas Superiores de Ciências Agrátiás, principalmente nos currículos COELHO. F.M.G. A Produção Científico-Tecnológica para Agropecuária :
cursos, mudanças na ação política do Estado (Federação, Estadual e da ESAV à UREMG, Conteúdos e Significados. Viçosa, UFV, 1992.
MU:'licípios) e na atuação da mfdia. com vistas em resólver os desafios da falta 243p. ilust. (Tese M.S.).
e
de moradia, de assistência à saúde, de escola, uso irracional do solo urbano DALRYMPLE, M. THE AlA STORY. American lnternationaJ for &onomic
agrícola, desperdícios de água e modos de produção mais condizen tes com a
and Social Development. New York, 1968. 278 p. ilust.
geração de empregos e com a·distribuição de renda. UMA, A. L Da ACAR à EMATER-MG: Análise Crítica da Dinâmica de
Fonnas associativas, grupos de compras e de vendas comunitários e um sistema de Extensão. Viçosa, UFV, Impr.Üniv:1985.89p.(Tese M.S.).
cooperativas precisam ser estimülados e organizados para enfrentar situações LIMA, A. L. Extensão Rural: Cinqüenta anos do sistema ACARlEMATER
que exigem parcerías mais duradouras pam viabilizar acesso a crédilOS, Revista de Economia Rural. Ano 9-abrJjun. 1998. N.2-DER _ Viçosa -
mecanização, construção de moradias."8cesso II escola" construção de estradas MG.(9-\3). .
vicinais� annazenamento e melhoria da eficiência de órgãos públicos, entre
outras necessidades.
11S
114
Agricull...... nu ViraM db Uilinio • Vtlhos t N_Dtsajiol ____________

Capítulo 6
SfLVA, A. F. A. O crédito rural como fator de fomento à agropecuária.
·Palestra pronunciada no Encontro Regional de Agropecuária da Região
Centro-SuJ, Araxá- MG. 1978.Banco do Brasil.66 p.
SILVA, M. C. e LIMA, A. L. O Serviço de Extensão Rural de Minas Gerais
(Retrospectiva). Viçosa, UFV, 1984. 176.39p... : .

SILVA. U. M. Extensão UniversItária: A lnteração do Conhecimento na SEGURO RURAL NO BRASIL: UMA AVALIAÇÃO
Semana do Fazendeiro - VFY. 1995.199p. ilust. (Tese M.S.).
'. WA:RNER, P. D. e CHRISTENSON, J. A. The Cooperative Extension
DO PROAGRO
Service. A NatioRaI Assesent.
sm The Itural Sodological Society. 1984.
Paula Marct/u dt Sou,p:
-, 'i.ihrary of Congress Catalog Card Number: 84-50486.

6.1 Introdução

Em decorrência das características de seu processo produtivo, a


agricuJtura necessita de mecanismos especiais para redução dos riscos e
incertezas a que está sujeita, pois, de um lado, se sua reação e ajustamento
frente às flutuações dos mercados se fazem com grande dificuldade, gerando
riscos econ6micos significativos, de outro, sua produção física é altamente
susceptível às variações climáticas e ambientais. Para amenizar esses
problemas, em que pese a importância das políticas de preços, que procuram
atenuar as incertezas acerca do valor do produto, os programas de: seguro são a
única alternativa para proteger o agricultor contra, as perdas provocadas por
condições climáticas" e ambientais desravordveis.
Portanto, como justificativa da necessidade e da importância de um
programa de seguro para o setor agrícola, deve-se reconhecer, de início, que os
riscos deste setor, conquanto possam ser diminufdos pela adoção de te<:nologias
adequadas, não podem, entretanto, ser eliminados. Por outro lado, em caso de
ocorrência de perdas, fruto de adversidades climálicas, as quedas nos resultados
financeiros dos agricultores transcendem, em importância, os prejuízos sofridos
por estes, pois afetam todas as demais atividades da economia que, de alguma
forma. estão relacionadas com a atividooe eminentemente agrícola. Finalmente,
a incerteza a respeito dos resultados da produção culmina nil. adoção de níveis
de investimentos inferiores aos que, potencialmente, poderiam ser adotados
(Occhiuzzi, 1998).
A favor do seguro, arguinenta�se. ainda, que sua provisão permite que
o ag'ricultor adote novas tecnologias ,de produção, saindo de sistemas
diversificados. frulo de sua aversão ao riscos, aderindo à maior especialização
e empregando mais insumos, uma vez que sua aversão ao risco foi neutralizada
por efeito do seguro - é o chamado efeito redução do,risco. Como corolário, a

. DoulOnUldo cm Ecotiomia RIIr.II, DcpaJ1:m>en(o de Economia RIIl1lII UFV. VIÇosa - MG.

116
117

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