RECURSO EXTRAORDINÁRIO

- É possível a interposição de recurso extraordinário ao STF, uma vez que muitos

direitos trabalhistas são previstos no art. 7º da Constituição Federal.

- No processo do trabalho, o recurso de revista e os embargos são recursos

extraordinários que veiculam matéria constitucional.

O art. 102, III, CF prevê que cabe recurso extraordinário em matéria trabalhista, nas
causas decididas em única ou última instância, quando:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Decisão de única instância – Exemplo: a) decisão da SDI do TST em ação rescisória

ou mandado de segurança, b) decisão da SDC do TST de competência originária em
dissídio coletivo.

Decisão de última instância – Exemplo: a) decisão do Pleno ou órgão especial do TST

que julga inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público; b) de embargos da SDI;
c) decisão unânime em recurso ordinário em dissídio coletivo na SDC.

- As decisões possíveis de recurso extraordinário são as proferidas pelas Turmas, SDI

ou SDC, órgão especial ou Pleno do TST. Ao Pleno do TST cabe a declaração de
inconstitucionalidade ou não das leis.

- Súmula 281 do STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na

justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.

- Pode discutir direito material ou processual, desde que previsto na CF.

- Prazo: 15 dias (art. 1.003, CPC). Não se aplica o prazo geral de 08 dias, em razão de
previsão específica no CPC.

- Será apresentado perante o Presidente ou Vice do TST (art. 1.029, CPC).

- A petição deve ter a exposição dos fatos e do direito, a demonstração do recurso

interposto e as razões do pedido da reforma da decisão recorrida.

- Depósito recursal, com limite do valor da condenação, e a importância máxima de

R$ 19.026,32
- O recorrido é intimado para apresentar as contrarrazões em 15 dias. Após, os autos
são conclusos para admissão ou não do recurso, em 15 dias, em decisão
fundamentada.

- Efeito devolutivo, apenas (art. 1.030, § 2º, CPC).

- Não será admitido quando não tratada na decisão a questão suscitada (Súmula 282,
STF). Há necessidade de interpor embargos de declaração em primeiro lugar, se for o
caso (Súmula 356, STF).

- O recorrente deve demonstrar a repercussão geral, em preliminar (interesse de toda a

coletividade, e não individual), a ser aprovado por 2/3 dos membros do STF para
analisar o recurso. Considera-se questão relevante do ponto de vista econômico,
político, social ou jurídico.

- O pré-questionamento da matéria recorrida deve ter sido feito até o recurso de

revista, não podendo ser feito pela primeira vez no recurso extraordinário.

- A violação da CF deve ser direta e literal. Não pode alegar, por exemplo, violação
ao princípio da legalidade, com fundamento no art. 5º, II, CF, pois isso é violação
indireta e reflexa.

- Não enseja recurso extraordinário matéria de natureza processual trabalhista.

Exemplo: matéria de agravo de instrumento para destrancar recurso de revista.

- Denegado o recurso extraordinário, cabe agravo de instrumento, em 10 dias (art.

1.042 CPC). Não se aplica a regra geral de 08 dias, porque tem a previsão específica da
lei.

- Da decisão do relator que não admitir o agravo de instrumento, cabe agravo

regimental, no prazo de 05 dias.

- Da decisão do STF que julgar recurso extraordinário e divergir do julgamento de

outra turma ou do pleno, cabe embargos do TST, nos termos do Regimento Interno
do STF.

- O art. 893, §2º, CLT determina que a interposição de recurso ao STF não prejudica a
execução do julgado. Ou seja, o recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, mas
apenas devolutivo. Trata-se de execução provisória, porque não há trânsito em julgado.
O art. 502 do CPC determina que há coisa julgada material quando não se pode mais
discutir determinada matéria, que não mais está sujeita a recurso ordinário ou
extraordinário. Assim, deve-se fazer uma interpretação sistemática da CLT, pois o art.
899 da CLT diz que os recursos tem efeito devolutivo, podendo haver a execução
provisória até a penhora, sem importar em qualquer ato de alienação.