QUADRO SÍNTESE LOCKE- ROUSSEAU

LOCKE ROUSSEAU

Tendência filosófica: empirismo inglês Tendência Filosófica: inatismo

- Princípio: “Todas idéias derivam da - Princípio: O indivíduo nasce bom (“bom

sensação ou da reflexão”. selvagem”) e a sociedade o corrompe.

- Valorização da experiência e da
a) sensação: resultado da modificação espontaneidade
feita na mente por meio dos sentidos
- Valorização do “pensar por si mesmo”
b) reflexão: percepção que a alma tem
daquilo que nela ocorre. - Inversão da concepção pedagógica
magistrocêntrica: o professor deixa de ser
o centro do processo pedagógico e a
- Portanto: a reflexão se reduz apenas à criança passa a ser o novo centro.
experiência interna do resultado da
experiência externa produzida pela - Construção da figura de “Emílio” – para
sensação. não correr o risco de ser contaminado por
preconceitos, “Emílio” é educado por um
preceptor, à margem do contato pernicioso
- Enquanto Descartes enfatiza o papel do da sociedade.
sujeito no processo de conhecimento (a
razão), Locke enfatiza o papel do objeto - A educação de “Emílio” começa pelo
do conhecimento (sensações, desenvolvimento das sensações, dos
experiências, empiria). sentimentos, pois antes da “idade da
razão” (15 anos), existe uma “razão
sensitiva”.
- Para Locke, a alma (mente ) é como uma
“folha em branco” (tábula rasa, sem Diz Rousseau: “Viver é o que desejo
inscrições). O conhecimento só começa ensinar-lhe [a Emílio]. Quando sair das
após a experiência sensível (sensações, minhas mãos, ele não será magistrado,
experiência, empiria). soldado ou sacerdote, ele será antes de
tudo um homem.”
 QUADRO SÍNTESE
Referência.: Chauí, Marilena. Texto: “A razão: inata ou adquirida?”

INATISMO
- Afirma que nascemos trazendo em nossa
inteligência não só os princípios racionais,
mas também algumas idéias verdadeiras, que,
por isso, são idéias inatas.
EMPIRISMO
- Afirma que a razão, com seus princípios,
seus procedimentos e suas idéias, é adquirida
por nós por meio da experiência (empiria).
Antes da experiência, nossa razão é uma
“folha em branco” onde nada foi escrito, uma
“tábula rasa” onde nada foi gravado.

- Pensadores inatistas: - Pensador empirista:

- Sócrates e Platão – há uma essência - Locke – nossos conhecimentos começam

metafísica do “eu” que acessa a verdade por com a experiência dos sentidos, isto é, com as
meio da razão/reflexão. sensações. A experiência “escreve” e “grava”
em nosso espírito as idéias, e a razão irá
- Descartes – há 3 tipos de idéias: associá-las, combiná-las ou separá-las,
a) idéias que vêm de fora (adventícias) – formando todos os nossos pensamentos.
derivadas das sensações, percepções,
lembranças. Não são verdadeiras.

b) idéias que criamos em nossa fantasia e

imaginação (fictícias). Não são verdadeiras.

c) idéias verdadeiras (idéias inatas) – são

inteiramente racionais e só podem existir
porque já nascemos com elas. Para Descartes,
a razão é a luz inata que nos permite conhecer
a verdade. [Idéia do cogito cartesiano: “eu
pensante”, “eu racional” – fundamentado na
idéia inata “Penso, logo existo”]

Rousseau – há uma essência no indivíduo (o

“bom selvagem”) a qual deve ser cultivada
por meio da educação.
[Metáfora da planta selvagem tornando-se
uma flor saudável]
Problemas do inatismo Problemas do empirismo

a) Como afirmar que uma idéia é O ideal racional da objetividade busca afirmar
verdadeira, se a própria razão pode que uma verdade é uma verdade porque
questionar e mudar o conteúdo de corresponde à realidade das coisas. Ora, se,
uma idéia que era considerada para os empiristas, a observação da
universal e verdadeira? Exemplo: o “realidade” depende de nossas percepções,
conceito de justiça de Platão então, a ciência seria algo subjetiva? Como
modifica-se após a psicanálise de garantir objetividade científica, se as
Freud. percepções são subjetivas? Então, nesse caso,
para os empiristas, o conhecimento objetivo
b) Como afirmar que uma idéia é da realidade seria algo impossível de se
verdadeira se a própria razão pode alcançar?
provar que as idéias racionais
também podem ser falsas? Exemplo:
a física de Descartes é diferente da
física de Galileu)