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FUNDAMENTOS DA
MÚSICA NA
EDUCAÇÃO /
ASPECTOS GERAIS
DO ENSINO E
APRENDIZADO
MUSICAL
NÚCLEO COMUM
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UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
METROPOLITANA DE
Créditos e Copyright
SANTOS
GIMENES, Marília Gabriela.
Fundamentos da Música na Educação. Marília
Gabriela Gimenes. Santos: Núcleo de
Educação a Distância da UNIMES, 2007. p.
(Material didático. Curso de Licenciatura em
Artes Visuais).
A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso
oriunda da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em
qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.
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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
PLANO DE ENSINO
SEMESTRE: 1º / 5º.
EMENTA
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Unidade I – A origem da música. Tratar a origem da Música e o que vem a ser
Música, das especificidades da Linguagem Musical por meio das abordagens dos
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métodos ativos de Educação Musical.
Unidade II – A música na escola. Ensino musical nas escolas, sua pratica, material
didático e avaliação, assim como a importância da educação musical inclusiva.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
(FERREIRA, Martins. Como Usar A Música Na Sala De Aula. São Paulo: Ed.
Contexto, 2001.)
REINATO, José Campos. Musica ao seu alcance vol I. São Paulo: Clube de
Autores, 2010. Disponível em:
https://play.google.com/store/books/details/Jos%C3%A9_Campos_Reinato_M%C3%
BAsica_Ao_Seu_Alcance_Vol_I?id=Qp5RBQAAQBAJ. Acesso em 08 ago. 2016.
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METODOLOGIA SANTOS
A disciplina esta dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio
de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e
atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de
textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas,
envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo
ensino/ aprendizagem.
AVALIAÇÃO
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Sumário
DE
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Aula 01_Como definir música ..................................................................................... 7
Aula 02_A Música e a Educação Musical ................................................................. 10
Aula 03_A Educação Musical: métodos ativos do século XX ................................... 13
Aula 04_Música e Diversidade Cultural .................................................................... 17
Aula 05_A música enquanto linguagem .................................................................... 20
Aula 06_Elementos da linguagem musical: atividades de execução vocal e
instrumental............................................................................................................... 25
Aula 07_Elementos da linguagem musical: atividades de criação vocal, instrumental
e a apreciação........................................................................................................... 30
Aula 08_Apreciação musical: escuta guiada; Criação: composição e improvisação 34
Aula 09_Por que ensinar música? ............................................................................ 38
Aula 10_Da obrigatoriedade das aulas música nas escolas de educação básica .... 41
Aula 11_História da música ou "histórias" da música? ............................................. 44
Aula 12_Propriedades do Som; Propriedades da Música ......................................... 48
Aula 13_Análise musical ........................................................................................... 53
Aula 14_A prática instrumental e a prática vocal na escola de educação básica ..... 56
Aula 15_Educação musical e educação inclusiva: uma parceria necessária ............ 60
Aula 16_Elaboração de material didático e avaliação em educação musical ........... 62
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Aula 01_Como definir música
Você tem 5 minutos para escutá-la e enquanto isso proponha uma definição para a
palavra Música. Abra um editor de texto em seu computador (ou anote em um
papel!) e, em 3 ou 4 linhas, escreva sua própria definição, sem consultar nenhuma
fonte. Guarde essa definição.
Tendo em mãos a sua definição de Música, liste cinco músicas que combinam com
o texto que você escreveu. Se possível, faça uma lista de observações de cada peça
que você sugeriu. Qualquer observação, neste momento, será válida. Procure
nomear pontos em comum, aspectos distintivos, relações entre elas, características
sonoras etc.
Agora compare: O que essas músicas têm em comum? Quem as escreveu? Quando
foram compostas? Quantas são somente instrumentais? Quantas são cantadas? Em
que língua elas são cantadas? São músicas tristes? Alegres? Para serem ouvidas a
qualquer momento ou em ocasiões específicas? Apresentam que tipo de
organização?
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A música é uma criação exclusiva do ser humano. Como processo cultural, está
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presente em todo e qualquer grupo. Todas as civilizações conhecidas ou
agrupamentos sociais produziram e possuem manifestações musicais próprias.
Assim, cada grupo humano define música de uma maneira muito própria: para um
grupo de músicos tradicionais chineses, por exemplo, a música é uma linguagem
que pode ser definida e interpretada de várias maneiras, em sintonia com o modo de
pensar e com os valores de cada época ou cultura em que foi produzida. Ela não
existe a priori, mas é gerada a cada momento, como resultado da interação entre o
músico, seu público e o ambiente onde está. Assim, ela também é perene, pois
existirá na mente e na lembrança.
Possíveis Definições
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Durante todo o período da história, várias definições de música foram apresentadas.
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Cada uma dessas definições refletia um momento histórico, a cultura dominante de
quem a escreveu, as possíveis variáveis das práticas que poderiam ser agrupadas
sob o conceito de música.
Música (do grego, a arte das musas) diz-se que ela é uma forma de arte
que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo ou
não, uma pré- organização ao longo do tempo. (FERREIRA, 1999)
Outros autores propõem definir música como a arte de produzir efeitos estéticos
através de fenômenos acústicos.
Agora, terminadas estas nossas leituras como você definiria música? Aquela
primeira definição que você escreveu no início da aula continua válida e
abrangente?
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Aula 02_A Música e a Educação Musical
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Podemos iniciar esta aula afirmando que prática artística da Música tem para a
sociedade brasileira, um alto valor, pois marca presença em todos seus momentos
sociais. A Música encontra seu lugar garantido nas festas, que são grandes
momentos de comunicação social (de prazer); nos rituais religiosos; nos brinquedos
infantis, na roda, no toque e no movimento de corpos com corpos/instrumentos; na
alegria de ser criança/jovem/adulto. Temos satisfação tanto em fazer quanto em
escutar Música juntos.
Para as cosmogonias persa e indiana, o Universo também foi criado por um som
inicial que, ao emergir do abismo, primeiro se fez luz. Pouco a pouco, parte dessa
luz se fez matéria, mas cada parte da matéria continuou conservando essa
substância sonora da qual foi criada. Os primeiros babilônios, afeitos aos desenhos
das estrelas, relacionaram o som com o cosmos por intermédio de uma concepção
matemática. Vinculavam as vibrações acústicas aos números e à astrologia. Os
gregos também aludiram à “música das esferas”, esses sons inaudíveis produzidos
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pelos movimentos dos corpos celestes que expressavam a harmonia matemática do
macrocosmos.
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Entre as civilizações totêmicas existiu a crença de que, cada um dos espíritos que
habitava o mundo possuía seu som específico, individual, próprio. O Totem ancestral
era dotado de uma vida acústica e respondia a um determinado som. À semelhança
do Totem, todos os seres, vivos ou mortos, também possuíam seu próprio som ao
qual respondiam. Esta é a razão de este som ser segredo dos feiticeiros, magos,
sacerdotes, xamãs, bruxos, pajés, curandeiros, mandingueiros, pois aquele dotado
com tal poder poderia manejar as forças que ameaçavam a segurança e a saúde do
homem.
A Música tem sido incluída nos diversos processos educacionais desde o começo da
História por vários motivos em diferentes épocas.
Um dos primeiros documentos a esse respeito nos remete à civilização egípcia. Uma
pintura datada de 2.500 a.C. testemunha que eram os sacerdotes egípcios os que
se ocupavam da Educação Musical. Na China, as mulheres aprendiam a tocar
instrumentos na Escola “Jardim das Flores de Pera” para o entretenimento dos
homens.
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Na antiga Grécia, em Esparta, qualquer mudança fundamental que se introduzisse
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na harmonia musical constituía uma revolução política para os ouvidos gregos, pois
modificava o espírito da Educação em que se assentava a vida da polis. A Educação
Musical fazia parte da formação estatal dos jovens até os 30 anos: no nível
elementar aulas de ginástica, música e letras (gramática) até os 20 anos de idade;
no nível secundário aulas de aritmética, geometria, astronomia e música, ou seja, o
estudo da proporção do monocórdio em relação aos corpos celestes.
Na Idade Média, a Música tinha seu lugar assegurado no Quadrívio, entre as Artes
Liberais, e era destacado seu aspecto matemático tão próximo da perfeição celestial
confirmado pela aritmética, geometria e astronomia. A Igreja Católica tratava de
moldar a forma e o uso da Música para evitar possíveis e perniciosas influências
sobre homens e mulheres. A Renascença tratou de recuperar as finalidades
artísticas da Música. Seu aprendizado se dava, nos internatos, de uma forma direta
entre mestres e aprendizes. A face da performance, da expressão, perseguida
anteriormente pela Igreja, ratifica-se na noção de secularidade, na preocupação com
a individualidade humana. Restaura-se o ideal grego da música como ciência e arte.
O período da Reforma exigiu a Música como elemento indispensável para a
formação das crianças que cantavam Hinos Religiosos para a devida salvação de
suas almas.
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Aula 03_A Educação Musical: métodos ativos do século XX
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Como código sonoro, como um dado de cultura ou como uma visão de mundo, a
Música tem uma linguagem própria e, apesar de diferente, influencia a própria
linguagem verbal. Para a sua realização, a Música requer o aprendizado de suas
especificidades. Já no século XVII, o tcheco Juan Aimós Komenski, em sua Didática
Magna de 1657, recomendava que as crianças devessem ser introduzidas na prática
da solmização, ou seja, a leitura do código musical e do canto, já que o
conhecimento deveria ser completo em qualquer idade.
Esse mesmo posicionamento foi defendido por Jean Jacques Rousseau (1712-1778)
o qual acrescentou que o aprendizado de melodias e canções deveriam se
corresponder à necessidade mental das crianças. Para Rousseau, a solmização
perdia seu valor enquanto tornava-se importante a produção de sons, o
desenvolvimento do ouvir, do senso rítmico e da criatividade em melodias simples.
Rousseau compôs inúmeras canções infantis e tratou de desenvolver um método
para a aprendizagem da Música. O método de Rousseau foi ampliado e
aperfeiçoado por Pierre Galin (1786-1820), matemático e músico francês, que o
denominou “Metoplaste” e prescindia da notação musical tradicional.
Durante todo esse período no Brasil, os músicos (mulatos e pobres, pois a profissão
de músico possibilitava, na época, ascensão e reconhecimento social) formavam-se
no contato direto com seus mestres já que as Escolas de Música não faziam, ainda,
parte de nossa realidade.
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Por outro lado, a dissolução do modelo tonal ampliou o conceito de som, surgiram o
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atonalismo e o serialismo. O acaso passou a intervir nas composições musicais com
componentes aleatórios e instrumentos eletrônicos, aceitando sons e ruídos como
eventos musicais.
Jaques Dalcroze (1865-1950), a finais do século XIX, com seu método ativo, colocou
os estudantes do Conservatório de Genève, Suíça, literalmente em movimento.
Partindo da observação do andar de seus alunos, percebeu que aqueles que não
possuíam um passo regular apresentavam dificuldades em suas execuções
musicais. Os problemas denominados por Dalcroze,“Arritmia Musical”, foram
considerados em três categorias:
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deveria ser praticada por todas as crianças, não só com os futuros músicos, pois
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esta poderia auxiliar o desenvolvimento mental e artístico, a harmonização do ser,
fazendo parte de uma Educação Integral.
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apoia sobre as canções. Contrário ao princípio do ritmo como primeiro elemento a
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ser trabalhado com a criança, Willems propunha partir da cultura auditiva para o
desenvolvimento do senso rítmico (WILLEMS, 1966).
Alguns outros métodos de Educação Musical, como o do alemão Carl Orff (1895-
1982), têm encontrado um pequeno espaço na escola brasileira. Apesar das suas
composições simples e possíveis de ser interpretadas por qualquer criança em um
trabalho inicial de musicalização, o instrumental previsto por Orff, xilofones de
madeira de diferentes tamanhos que, consequentemente, produzem distintas
sonoridades, dificultam a aplicação do método nas escolas regulares.
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Aula 04_Música e Diversidade Cultural
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Ao longo da História, tanto no Brasil como na Europa, a Música na Escola tem
enfatizado em determinados momentos a aprendizagem do canto; em outros,
enfatiza a aprendizagem do instrumento e o ensino da notação musical; em outros,
uma fruição espontânea da linguagem musical. Atualmente:
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De acordo com Koellreutter (1993) podemos destacar dois aspectos para a Música
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neste final de milênio. O primeiro seria a predominância e o desenvolvimento cada
vez maior da música denominada popular e da música funcional, ou seja, a música
a serviço de áreas extramusicais, como trilhas para teatro e cinema, jingles para o
comércio, musicoterapia para a medicina.
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Assim se encaixa o repertório de canções introdutórias das atividades escolares,
SANTOS
plenas de diminutivos para uma maior identificação com o mundo infantil, as
chamadas “musiquinhas de comando”, como por exemplo: “Quem vai chegando vai
ficando atrás, menino educado é assim que faz”.
Assim, forma-se a fila com as crianças, uma pegando no ombro da outra para não
se perderem, e, acima de tudo, para a escola não perder o controle dos corpos.
Estes momentos não possuem hora determinada para acontecer, perpassam toda a
atividade escolar e são, geralmente, transmitidos, oralmente. Estes fazeres atestam
a função de comando e manutenção da tradição da instituição escolar criada mais
para “disciplinar do que para educar”.
Tal função pode estar em perfeita sintonia com o contexto social maior, mas estas
atividades não podem ser consideradas dentro de um contexto de Arte/Educação
nem do Ensino de Arte. Este estado de coisas corresponde a uma concepção de
Educação que visa um adestramento em que está implícita uma determinada visão
de homem e teoria do conhecimento.
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Aula 05_A música enquanto linguagem
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De acordo com algumas definições presentes em dicionários, linguagem é:
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por exemplo, a Libras (Língua Brasileira de Sinais), é uma convecção, ou seja, os
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sinais são convencionais, frequentemente arbitrários e não têm necessariamente um
relacionamento visual ao seu referente. Portanto, com variações culturais de um
povo para outro.) e precisa ser percebido pelos órgãos dos sentidos, seu
entendimento estará diretamente vinculado aos agrupamentos que dela se utilizam.
a) No Brasil: Significa que está tudo certo. Com o dedão na horizontal, e agitando o
punho, serve também para pedir carona;
Também as palavras, mesmo aquelas que aparentam ter um significado muito claro
dentro de uma língua, podem nos surpreender. Não me refiro aqui exclusivamente
às palavras homônimas (quando duas ou mais palavras apresentam identidade de
sons (pronúncia) e de forma (grafia), mas de significados diferentes) ou parônimas
(quando duas ou mais palavras apresentam grafia e pronúncia parecidas, mas
significados diferentes), mas à possibilidade poética de que o significado das
palavras seja modificado de acordo com o desejo do escritor/autor/poeta.
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Veja por exemplo esta canção do Gilberto Gil:
SANTOS "Metáfora”
(Gilberto Gil)
O incabível
Como Gilberto Gil sabiamente nos faz perceber, o próprio significado das palavras
pode ser ‘manipulado’ pela utilização poética de seu significado.
Pode-se afirmar que a linguagem oral e escrita podem ser traduzidas, resguardando-
se certa especificidade de seu significado e utilização. Textos técnicos (desde que
exista o vocabulário na língua de destino) serão mais facilmente traduzidos que os
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textos poéticos, pois estes últimos dependem de uma intelecção cultural do
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significado dos conceitos propostos. Nosso conceito de mundo pode ser transmitido
a outros povos, talvez sem grandes perdas de conteúdo.
[...] Talvez por isso, fosse menos absurdo dizer que a linguagem musical
só exista mesmo concretizada através de ‘línguas’ particulares ou de
‘falas’ determinadas; e que essas manifestações podem até, em parte, ser
compreendidas, mas nunca vivenciadas em alguns de seus elementos de
base por aqueles que não pertençam à cultura que as gerou. (MORAES,
1983, p. 14 e 15)
Veja que a questão aqui não é a de podermos apreciar a criação musical de outros
povos, culturas e épocas. A questão que se apresenta é a de realmente
compreendermos o sentido das emoções e razões que foram responsáveis pela
origem de determinada produção musical. Ou, mesmo, de entendermos a
‘mensagem’ que se pretendeu transmitir por essa ou aquela música.
Com toda a certeza, toda produção musical pode ser apreciada por todo e qualquer
público. As mais distintas emoções, referências, imagens e lembranças poderão ser
suscitadas em cada ouvinte em particular. E essas, por sua vez, dependerão de todo
o universo cultural de cada um desses ouvintes, que, de acordo com suas próprias
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experiências e vivência, formará todo um conjunto próprio de significados para o que
escuta.
SANTOS
Do mesmo modo que com as palavras, também podermos nos apoderar de qualquer
produção artística. Podemos executar ou cantar músicas de outros povos, e mesmo
em outras línguas. Podemos fazer arranjos e transcrições de qualquer peça musical
para qualquer formação. Podemos usar uma música de que gostamos em situação
completamente distinta para a qual foi composta, fazendo com que apresente
significado diverso de seu significado original. E podemos fazer isso consciente ou
inconscientemente.
Não importa.
Não nos aprofundaremos agora no estudo dessa ciência, mas todos aqueles que
oferecem uma obra artística para apreciação pública, seja como autores ou como
intérpretes, em maior menor grau, levantarão essas questões.
Para que faço minha música? Para quem eu a apresento? O que eu quero do meu
“som”? Por que eu escuto essa música e ela me agrada?
Veremos que essas questões sempre estarão presentes em nosso dia a dia.
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Aula 06_Elementos da linguagem musical: atividades de execução vocal e
instrumental
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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais,
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Nessa classificação genérica que apresentamos, entendemos que, no caso da
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Música, execução e expressão não se separam. Desse modo, em toda e qualquer
atividade de execução, educadores e educandos estarão se expressando.
Atividades de Execução
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Os instrumentos musicais continuam fascinando crianças, adolescentes e jovens
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que se sentem atraídos para manipulá-los. Desse modo, os educadores podem
lançar-se à tarefa de elaborar um instrumento musical com seus educandos,
lembrando que, para a construção de um instrumento musical, é necessário:
Um vibrador - elemento que produz o som, pode ser um tubo, uma corda,
uma pele esticada, uma lâmina de madeira, papel;
Um excitador - elemento que produz a vibração - a palma da mão, os dedos,
o sopro, uma baqueta, um arco;
Um ressonador - caixa de ressonância cujo papel é amplificar, prolongar,
modificar o som
Palma grave: mãos em concha unindo quatro dedos e separando o polegar deles.
Palma estrela: dedos abertos bem separados, bater as mãos em toda sua
superfície buscando todos os pontos de contato. Também pode ser feito com as
mãos levemente côncavas.
Palma estalada: bater os quatro dedos (sem o polegar) de uma mão na palma da
outra mão relaxada, buscando um som estridente e estalado.
Palma costas de mão: bater levemente as costas de uma mão na palma da outra
mão relaxada buscando um som bem agudo.
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Palma pingo: bater com o indicador e dedo médio unidos de uma mão na palma da
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outra mão bem esticada buscando um som bem agudo.
Lábio: percutir os quatro dedos (sem o polegar) unidos e relaxados nos lábios em
forma de O, com eles voltados para dentro da boca produzindo um som de vácuo
usando a parte interna da boca como caixa acústica. Também é possível extrair um
som mais agudo deixando a boca relaxada e percutindo com as mãos da
mesma forma. Por meio de uma sutil variação da vogal O para E, o som pode ser
modulado variando sua afinação.
Ar na Boca: usar as mãos como um emissor de ar direcionado para a boca que, por
sua vez, vai funcionar como caixa acústica. Unir a palma das mãos com os dedos
unidos e os polegares dentro das mãos. Ao bater as palmas dessa forma, os
polegares criam uma resistência que projeta um pequeno jato de ar. Esse ponto de
emissão de ar deve ser direcionado para a boca em forma de um pequeno O.
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Dessa forma, educador e educandos se abrem para inusitadas atividades de
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execução que atingem os objetivos propostos pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais, além de potenciar a atividade de exploração e pesquisa de sonoridades.
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Aula 07_Elementos da linguagem musical: atividades de criação vocal,
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instrumental e a apreciação
Como foi possível perceber na aula anterior, educador e educandos podem lançar-
se a atividades de execução musical utilizando os recursos do próprio corpo. Da
mesma forma, também podem atrever-se com atividades criação e composição.
Atividades de Criação/Composição
Ecos: em formação de roda, uma pessoa produz uma pequena sequência de sons
(vocais e/ou corporais) como uma frase musical. Em seguida, todos os integrantes
da roda reproduzem juntos essa mesma frase tentando imitá-la em seus detalhes. A
pessoa seguinte na ordem da roda faz outra sequência de sons encadeados e todos
repetem a nova frase. Assim por diante todos vão tendo a chance de criar e de
reproduzir frases aumentando seu vocabulário na percussão corporal.
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Refrão/Improviso: escolhe-se, de antemão, algum ritmo ou sequência de sons para
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serem repetidos como refrão pelo grupo disposto em roda. O ritmo e/ou sequência
de sons é produzido por todos uma vez e, logo em seguida, uma pessoa entra na
roda e faz um pequeno solo. Esse solo pode ser inicialmente de tempo
indeterminado. Para organizar o exercício mais de acordo com os padrões da
linguagem musical, o solo deverá ter a mesma duração do refrão. Nesse caso,
sempre se alternam a execução do ritmo e/ou sequência de sons por todos e o solo
de um integrante, enquanto o resto do grupo silencia ou apenas marca a pulsação
do ritmo nos estalos de dedo ou na palma pingo. Esse exercício ajuda o grupo a se
escutar, tocar junto, sincronizar o ritmo e também explorar a criatividade individual
no processo de busca de cada solo.
Bellochio (2000) optou por esse estilo musical, dada a vivência dos educandos com
esse estilo fora do contexto escolar. Para o trabalho de composição, a autora partiu
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do pressuposto que uma das principais características do rap está relacionada com
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a oralidade, a voz, a poesia da rua. O processo de criação do rap foi realizado
coletivamente. Dentre os textos que emergiram, a autora destaca dois:
1. “No meu bairro tem / Futebol todo o dia / O meu bairro caiu / E eu
também caí”;
2. “Lá no meu bairro / Todo mundo é amigo / Mas tem uma galera / Que é
um perigo”.
A partir da letra do rap, realizou-se uma ambientação sonora, buscando sons que
poderiam estar presentes em cada estrofe, antecedendo a realização musical da
mesma, como:
A apreciação
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adotar atitudes de respeito face à variedade de manifestações musicais e refletir
SANTOS
sobre suas concepções estéticas.
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Aula
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08_Apreciação musical: escuta guiada; Criação: composição e
improvisação
SANTOS
Dentro da construção do processo de aprendizagem musical, a apreciação musical é
de fundamental importância, ao lado dos outros dois aspectos que devem ser
trabalhados em sala de aula: a performance e a criação musical.
Propriedades da música;
Pré-notação musical;
Análise musical;
História da música.
É nesse momento, também, que deve ocorrer a ampliação de repertório dos alunos
através da apresentação de estilos musicais variados, sempre buscando uma
escolha que contemple aspectos interessantes para despertar o interesse dos
alunos.
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repertório musical conhecido, apresentando ideias que poderão ser aproveitadas em
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atividades de interpretação, criação e improvisação.
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Considerando a gênese da obra musical, a composição deveria exercer o papel
SANTOS
mais importante na prática da educação musical, pois é o processo através da qual
toda música é gerada.
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E no artigo publicado por França (2002) e Swanwick (1999), percebemos qual o
resultado do que acontece na realização da proposta do processo de criação na sala
de aula de educação musical:
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Aula 09_Por que ensinar música?
Lendo uma declaração tão intensa do Maestro Júlio Medaglia, podemos nos
questionar sobre a importância da educação musical na formação geral do indivíduo
e para a sociedade. Então, por que ensinar música? É preciso refletir sobre essa
questão para encontrar um caminho a seguir na aula de música.
Música e arte
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pode ser julgada em termos de utilidade para determinado fim. A experiência
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estética é a experiência da presença tanto do objeto estético como o do sujeito que
o recebe.
Música e cérebro
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desenvolvimento musical e o desenvolvimento intelectual dos indivíduos e que o
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desenvolvimento musical está relacionado com outros processos de cognição, tais
como o desenvolvimento da memória, da imaginação, da comunicação verbal e
corporal.
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Aula 10_Da obrigatoriedade das aulas música nas escolas de educação básica
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A Lei de Diretrizes e Bases, no 9.394, que regulamenta o sistema educacional
brasileiro em seu capítulo II trata da educação básica, formada pela educação
infantil, ensino fundamental e ensino médio e em seu artigo 26 diz:
Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum,
a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por
uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
Parágrafo único. O ensino da música será ministrado por professores com formação
específica na área.
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Embora o Artigo 3º da lei nº 11.769 estabeleça que os sistemas de ensino teriam
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três anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos artigos 1 e 2 a
partir da data da publicação da lei em 18 de agosto de 2008, ou seja, entre outras
adequações que as próprias escolas deveriam providenciar, os profissionais
interessados em lecionar música na educação básica teriam três anos para buscar a
formação específica exigida pela lei, o artigo 2 recebeu o veto do então presidente
da República, Luís Inácio Lula da Silva. Leia o trecho seguinte, que explica as
razões do veto.
No tocante ao parágrafo único do art. 62, é necessário que se tenha muita clareza
sobre o que significa ‘formação específica na área’. Vale ressaltar que a música é
uma prática social e que no Brasil existem diversos profissionais atuantes nessa
área sem formação acadêmica ou oficial em música e que são reconhecidos
nacionalmente. Esses profissionais estariam impossibilitados de ministrar tal
conteúdo na maneira em que este dispositivo está proposto.
Com isso, o grande desafio que surge com a Lei 11.769 é a formação de
professores, ainda que não seja obrigatória. Segundo os dados do Censo da
Educação Superior, de 2009, existiam no Brasil 2.405 vagas presenciais e 1290
vagas em ensino a distância nos cursos de licenciatura em música. Em 2009, 745
alunos formaram-se professores de música no Brasil. Tendo formação acadêmica
em música ou não, a questão que fica é: qual deve ser o conteúdo das aulas de
música nas escolas de educação básica?
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O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos
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nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos,
ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer
a diversidade cultural do Brasil.
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Aula 11_História da música ou "histórias" da música?
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O processo de formação do ouvinte deve, sem dúvida, incluir a história da música.
Para isso é necessário que o educador musical tenha um conhecimento
aprofundado permitindo a elaboração de atividades que promovam esse contato.
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Nesse ponto, é possível perceber o interesse dos alunos em determinado estilo
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apresentado nas atividades realizadas e elaborar uma atividade em que o foco
principal seja trabalhar história da música. Mostrar os contrastes entre peças de
estilos diferentes e, a partir daí, apresentar características e curiosidades sobre a
época, o compositor da música, a instrumentação utilizada e outros aspectos como a
utilização da música a serviço de outras áreas: música religiosa, música para dança
ou a música como arte independente.
Material de apoio
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O “ABC da MPB”, de Jorge Fernando dos Santos (Editora Paulus), também é uma
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publicação voltada para o público infanto-juvenil, acompanhada de um CD, que pode
ser utilizada em sala de aula como apoio a atividades com foco em história da
música brasileira.
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Havendo disponibilidade técnica na escola pra exibição de vídeos, pode-se realizar a
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exibição de trechos de filmes, séries ou desenhos animados como ponto de partida
para atividades sobre história da música ou como encerramento de uma atividade
mais elaborada.
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Aula 12_Propriedades do Som; Propriedades da Música
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Voltando à reflexão sobre o que é música, a definição que aparece no dicionário
Aurélio: “A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) é
uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio
seguindo, ou não, uma pré- organização ao longo do tempo.”
Mas como perceber que a sequência de sons e silêncios que ouvimos é música?
Quais as características comuns a todas as músicas que ouvimos?
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Duração
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A duração é a propriedade do som que nos faz perceber sons ou silêncios curtos e
longos.
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Cachimbo é de barro bateu no jarro
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O jarro é de ouro bate no touro
Altura
A altura é a propriedade do som que nos faz perceber sons graves, médios e
agudos. Podemos começar o trabalho com altura vivenciando o movimento sonoro,
com a voz (flauta de êmbolo, trombone ou outro instrumento que faça glissandos
perfeitos) subindo, descendo ou mantendo o som e depois associá-lo ao movimento
corporal. Nunca esquecendo os exemplos do dia a dia: o zunido do pernilongo, a
ambulância, etc.
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Em seguida podemos trabalhar os sons por regiões contrastantes – muito grave e
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muito agudo – até aproximá-los para chegarmos às notas musicais.
Sabendo que o que podemos tratar como "propriedades da música" são também
propriedades físicas do som. Devemos lembrar que as notas musicais são
resultantes das vibrações do material que produz o som, ou seja, um processo
natural e o reconhecimento desses sons também podem acontecer de forma natural
mesmo para quem nunca estudou música.
Intensidade
Timbre
É a qualidade de um som que nos faz perceber qual é fonte que o está produzindo.
Ou seja, é a característica do som que distingue, por exemplo, um clarinete de um
saxofone. Algumas pessoas costumam associar a explicação de timbre a cor ou
sabor, uma vez que é necessário primeiro ver uma cor e saber seu nome ou
experimentar um alimento e saber qual é para poder reconhecê-lo numa próxima
vez. Da mesma forma acontece com o timbre. Precisamos conhecer um
instrumento, ouvir seu som para podermos reconhecer o seu timbre na próxima
escuta. Somos muito familiarizados com o timbre da voz. Fazemos reconhecimento
de timbre diariamente: sabemos quem está do outro lado da linha ao telefone ou
sem ver a pessoa porque reconhecemos o timbre de voz das pessoas com quem
convivemos.
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Exemplo fascinante das possibilidades de variação de timbre é o Bolero, de Maurice
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Ravel. Uma obra baseada em um tema que se repete dezoito vezes, sempre com
timbres diferentes.
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Aula 13_Análise musical
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Definição e origem
Podemos dizer que a análise musical é um processo que busca entender como a
peça analisada funciona através da identificação de elementos do discurso musical
buscando semelhanças e diferenças na própria obra, entre outras obras ou com um
modelo pré- estabelecido.
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Já o precursor da análise harmônica tradicional é Jean Philippe Rameau (1683-
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1764) que com seu Tratado de Harmonia (1722) influenciou vários teóricos
posteriores.
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Na prática da educação musical, a análise deve ser vista como o procedimento
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pedagógico que possibilita a localização das implicações funcionais de eventos
sonoros nas suas relações sintático-expressivas, contextualizando a construção
temporal do discurso no âmbito da experiência musical. Para o educador musical,
analisar deve ser interpretar funcionalmente, expressivamente e culturalmente
eventos sonoros ou discursos musicais, a partir da rede de relações internas e
externas que possibilitam a sua existência e a sua manifestação como forma de
conhecimento e expressão.
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Aula 14_A prática instrumental e a prática vocal na escola de educação básica
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Se a aula de educação musical não objetiva formar músicos profissionais –
instrumentistas, cantores, regentes ou compositores – e sim desenvolver a escuta
ativa, ou seja, promover a aproximação do aluno da linguagem musical para
despertar/aumentar o interesse pela música sem necessariamente introduzir
elementos técnicos e teóricos da música, deve-se pensar na necessidade,
importância ou objetivo da prática instrumental na escola de educação básica e,
principalmente, sobre a viabilidade dessa prática.
A prática instrumental sempre desperta o interesse dos alunos. Não é raro ouvir em
cursos de iniciação musical – em que nem sempre as atividades envolvem a prática
instrumental – ouvir a pergunta: “professor, hoje vamos tocar os instrumentos?”. A
performance musical, ou seja, produzir música é parte importante do processo de
aprendizagem musical juntamente com a apreciação, criação e improvisação. Mas
como proporcionar essa experiência aos alunos sem cair nos erros comuns que
acabam desviando o professor dos objetivos da educação musical: ensinar os
alunos por repetição/imitação na intenção de mostrar resultados ou ao contrário,
impor o aprendizado do código musical e da técnica instrumental, priorizando a
prática instrumental e relegando a segundo plano o desenvolvimento auditivo,
estético e crítico proporcionado por outras atividades?
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turmas menores, é possível utilizar técnicas e métodos do ensino coletivo de
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instrumentos, como afirma CRUVINEL (s.d.):
No Brasil, nomes como Alberto Jaffé (pioneiro no Ensino Coletivo de Cordas), José
Coelho de Almeida (pioneiro do Ensino Coletivo de Sopros), Pedro Cameron, Maria
de Lourdes Junqueira, Diana Santiago, Alda Oliveira, Cristina Tourinho, Joel
Barbosa, Maria Isabel Montandon, Abel Moraes, João Maurício Galindo, entre
outros, utilizam o ensino coletivo como metodologia eficiente na iniciação
instrumental.
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grupos instrumentais fora da sala de aula, como a formação de bandas de música
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popular, bandas marciais ou fanfarras, como encontramos em SANTOS (2008):
Durante trinta anos, o ensino de música na escola foi realizado através do canto
orfeônico com o projeto de Villa-Lobos que enfatizava a prática vocal como meio de
educação musical. Mas, mesmo a partir de 1961, quando o canto orfeônico foi
substituído pela aula de educação musical na escola, o canto continua
desempenhando um importante papel.
A prática vocal acontece na escola mesmo fora da aula de música. Desde o ensino
pré- escolar os professores trabalham canções infantis e canções folclóricas com os
alunos no cotidiano da escola. Comemorações do calendário escolar acabam
frequentemente servindo como motivo para que o professor proponha atividades em
que o canto desempenhe um papel principal nas apresentações.
Cantar pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento musical dos alunos,
utilizando canções infantis já conhecidas pelos alunos. A voz humana é o
“instrumento musical” mais acessível e é possível introduzir elementos da linguagem
musical através do canto. Além dos elementos musicais, a prática do canto em
grupo pode atuar como atividade intelectual, artística e de sociabilização.
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Podemos destacar as seguintes atividades que envolvem a prática vocal:
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Canto coral: canto em grupo a uma ou mais vozes;
Brinquedos cantados: melodias que envolvam movimentos específicos como
palmas, batidas do pé, jogos de copos, etc.
Improvisação vocal.
Cantar em grupo é uma prática que ocorre em diferentes culturas há séculos. Zoltan
Kodály propõe em seu método de musicalização, utilizado nas escolas da Hungria,
desde a segunda metade do século XX até hoje, a prática do canto coral como
principal meio de aprendizado da linguagem e vivência musical.
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Aula 15_Educação musical e educação inclusiva: uma parceria necessária
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A educação inclusiva é uma realidade no cenário da educação brasileira. A Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2007,
veio consolidar ainda mais o crescente fortalecimento desta orientação na educação
brasileira, na esteira da Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com
Deficiência, aprovada pela ONU em 2006 e ratificada pelo Brasil em 2008, sendo
equivalente a uma emenda constitucional. Desta forma, torna-se cada vez mais claro
e inequívoco o respeito da legislação brasileira a esse movimento educacional
mundial. Decorre daí que a educação dos alunos com deficiência fica claramente
estabelecida como uma tarefa da escola comum, que deve adequar-se à realidade
do seu alunado, buscando atender às suas necessidades específicas. Este é o
paradigma da Inclusão, conforme exposto por Aranha (2001), onde os contextos é
que devem adaptar-se a seu público, e não o contrário.
O professor de música, diante do aluno com deficiência, deve ter em mente que a
expressão de uma deficiência não é homogênea. Cada aluno é um indivíduo único,
que apresenta peculiaridades na forma em que se constitui e tendo a deficiência
como um de seus aspectos. Muitas vezes, a adaptação de um determinado
conteúdo não é necessária, e o que vai definir a necessidade e a extensão das
adaptações é o conhecimento das peculiaridades de cada aluno. Como comenta
Martins (apud LOURO, 2003), o professor deve despir-se de noções pré-concebidas
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e lançar-se ao trabalho de construir progressivamente a sua competência
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profissional no ensino voltado para as potencialidades dos seus alunos com
deficiência. As dificuldades muitas vezes decorrem da excessiva preocupação com a
prática em detrimento do trabalho da compreensão musical do aluno, uma
característica do ensino tradicional de música, ainda segundo Martins (apud
LOURO, 2003). Conforme conclui Louro (2003) “um portador de deficiência, mesmo
sem jamais vir a ser exímio instrumentista, pode beneficiar-se da aprendizagem
musical tanto quanto uma pessoa sem nenhuma deficiência aparente.” (LOURO,
2003, p.57).
A educação musical da pessoa com deficiência não deve ser confundida com
musicoterapia, que teria finalidades terapêuticas associadas às intervenções
clínicas, diferentes das finalidades pedagógicas da educação musical.
Assim, este é mais um campo aberto para o educador musical, com muitas
possibilidades inexploradas que aguardam serem mais bem trabalhadas na escola
inclusiva.
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Aula 16_Elaboração de material didático e avaliação em educação musical
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A reunião, elaboração e adequação de material didático tem enorme importância na
prática da educação musical em sala de aula.
Podemos listar alguns itens de material didático necessários para a aula de música,
voltados para os alunos:
Papéis de vários tipos, cores e tamanhos, incluindo papel com pauta musical;
Lápis comuns e lápis de cor;
Instrumentos:
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Imagens: instrumentos, compositores, notação musical;
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Objetos que podem ser usados para trabalhar com música e movimento:
bolinhas de tênis, fitas, elásticos, bambolês, bexigas.
Mas a parte mais importante do material didático a ser usado em sala de aula deve
ser aquela que envolve a produção de material pelo professor, exclusivamente para
as atividades planejadas por ele para suas turmas, adequado às necessidades dos
alunos. O professor deve procurar conhecer o máximo de obras que tratem ou que
apresentem sugestões de material didático, tarefa que pode ser feita também
através da internet em sites especializados.
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Tradicionalmente a avaliação é quantitativa: de forma objetiva a nota obtida
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corresponde à quantidade de conhecimento que o aluno demonstra no momento da
avaliação, o que não significa, necessariamente, um aprendizado efetivo e
duradouro. Mas essa abordagem, felizmente, vem sofrendo alterações na prática e
na legislação. Na Lei de Diretrizes e Bases de 1996 esse novo enfoque do processo
avaliativo já aparece:
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ensino fundamental reconheça os pontos relevantes de seu percurso de
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aprendizagem. Dentro de um roteiro flexível, o aluno poderá expressar suas ideias e,
posteriormente, comparar, reconhecer semelhanças e diferenças entre suas
observações e as dos colegas.
Quanto aos conteúdos trabalhados, a avaliação poderá ser feita por meio de
imagens, dramatizações ou composições musicais articuladas pelos alunos, assim
como por pequenos textos ou falas que eles abordem sobre os conteúdos
estudados. O professor deve observar se o aluno articula uma resposta pessoal com
base nos conteúdos estudados, que apresente coerência e correspondência com
sua possibilidade de aprender.
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