Jornal Corporativo

Brasil Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2018 Edição fechada às 21hs

Informação que gera negócios

Ano IX N° 3015 R$ 2,00 jornalcorporativo.com @jcorporativo /jcorporativo

C
APARELHOS
DE GLICOSE

A PENHORABILIDADE DO D Anvisa proíbe venda

de 17 medidores
UNESP EXPULSA 27
ESTUDANTES POR FRAUDE

C
IMÓVEL DE FIADOR de glicose usados por NO SISTEMA DE COTAS
DE CONTRATO DE LOCAÇÃO diabéticos
Página 2 Página 5 Página 4

TAMBÉM É CULPA DA MARISA?

Reprodução da interne

LULA SE
TORNA RÉU
POR LAVAGEM
DE DINHEIRO
EM CASO
LIGADO
À GUINÉ
EQUATORIAL

Página 3

Reprodução da Internet

INTERNACIONAL JUSTIÇA LEVA EM CONTA CONDIÇÃO FINANCEIRA

DOS PAIS PARA FIXAR PENSÃO ALIMENTÍCIA
CIÊNCIA COMPROVA INVERDADE, MAS
PARLAMENTO ALEMÃO APROVA Há discussões e má interpretação até os dias atuais Página 3

UMA TERCEIRA OPÇÃO DE GÊNERO

APÓS TRÊS ANOS, FAMÍLIAS APONTAM INTENÇÃO
Para eles se mão for homem e não escolher ser DE VOLTAR A CONSUMIR
mulher serão classificados como vários Página 6
Estão interessados em adquirir bens duráveis Página 4

BRASIL
Reprodução da Internet
CIÊNCIA PELO

AGU É CONTRA PEDIDO DE RAQUEL

MUND
DODGE PARA DESTINAR MULTA DE VULCÃO EM ERUPÇÃO
DELAÇÃO PREMIADA PARA EDUCAÇÃO
Erupção do Kilauea foi a
Órgão responsável pela defesa do Executivo argumenta maior do vulcão
que dinheiro deve ser revertido para o Tesouro Página 5 nos últimos 200 anos
Página 6
2 artigo SEGUNDA -FEIRA 17 DE DEZEMBRO DE 2018 Jornal Corporativo

arti�o

redacao@jornalcorporativo.com ou Rua Alcindo Guanabara, 25 – 6º andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ CEP: 20031-130
As mensagens enviadas para o CARTAS DO LEITOR devem conter nome e cidade. Em razão de espaço e clareza, o JORNAL CORPORATIVO reserva-se o direito de editar as cartas e e-mails recebidos.

A PENHORABILIDADE DO IMÓVEL DE FIADOR

DE CONTRATO DE LOCAÇÃO
Sylvio Capanema, Membro do Conselho Editorial e Desembargador aposentado do TJERJ
Parte III

O mais surpreendente é que o Plenário do no caso de inadimplemento.

Supremo Tribunal Federal, no julgamento do E isto confere segurança jurídica ao contrato
RE no 407.688, da relatoria do ministro Cézar e ao mercado.
Peluso, afirmou ser legítima a penhora de bem Temos sempre sustentado que o contrato
de família pertencente ao fiador de contrato de de locação do imóvel urbano se reveste de
locação. No mesmo sentido seguem os Recur- especialidades, que os distinguem dos de-
sos Extraordinários no 477.953, relator ministro mais, justificando a adoção de regras próprias
Eros Grau, no 493.738, relatora ministra Carmem e diferenciadas, o que não colide com o prin-
Lúcia, 591.568, relator ministro Gilmar Mendes, cípio da isonomia.
no 598.036, relator ministro Celso de Mello, no Por outro lado, a garantia de moradia digna
419.161, relator ministro Joaquim Barbosa e no é dever do Estado e não do cidadão, que paga
607.505, relator ministro Ricardo Lewandowski. pesados impostos para viabilizá-la.
Por outro lado, constou do voto vencedor que A decisão confirma o risco de se julgar
a impenhorabilidade do bem de família de fia- sem o perfeito conhecimento da equação
dor de locação comercial favorece a livre ini- econômica dos contratos e das realidades
ciativa e o empreendedorismo, ao viabilizar a dos mercados.
celebração de contratos de locação empresa- Ao tomar conhecimento da decisão ficou-nos
rial em termos mais favoráveis. o doloroso receio de que venha ela a quebrar
Muito ao revés, estamos certos que o resulta- a estabilidade do mercado locatício, garantida
do será diametralmente oposto, levando os lo- pela Lei no 8.245/91, que alcançou verdadeiro
cadores a recusar a garantia da fiança, passan- milagre de longevidade, de 27 anos de proveito-
do a exigir outras modalidades, bem mais one- sos resultados, apesar das brutais transforma-
rosas para os pretendentes à locação, tais como Em que pese o elevado respeito ções sofridas pela economia brasileira.
o seguro, o título de capitalização ou a cessão devido aos eminentes ministros, Para encerrar estes primeiros e rápidos co-
fiduciária de cotas de fundos de investimentos. mentários, baseados apenas no Informativo do
É conhecido o velho ditado popular, segundo ousamos divergir do entendimen- STF, entendemos que a decisão traz inseguran-
o qual quem não quer ter aborrecimentos com to que, a nosso aviso, voltará a ça jurídica ao mercado, que, pela sua relevante
a fiança, não lhe aponha o nome. densidade social e econômica, precisa de re-
O fiador que assume, voluntariamente, a ga- causar turbulências no já gras estáveis e equilibradas, que incentivem a
rantia, obrigando-se a pagar a obrigação, se o construção de novas unidades, aumentando
devedor não o fizer, tem a exata consciência de
pacificado mercado locatício a oferta de imóveis para locação e, por via de
que está alocando o seu patrimônio ao credor, consequência, reduzam os aluguéis.

#R��a��o  D��ta���
Reprodução da Internet

fb.com/jcorporativo

Metade da recuperação emergencial

do Museu Nacional já foi realizada
Passados 100 dias do in-
cêndio que destruiu, no dia
2 de setembro, o Museu
Nacional, na Quinta da Boa
Vista, na zona norte do Rio
de Janeiro, a primeira par-
te das obras emergenciais
no prédio histórico chegou
a 51%. Segundo o diretor
do museu, Alexandre Kel-
ner, já foram recuperadas
dos escombros 1.500 peças
e conjuntos, mesmo antes
da etapa de salvamento ter
sido iniciada.
Em outubro, o museu
informou que conseguiu
recuperar fragmentos do
crânio de Luzia, mais antigo
fóssil brasileiro. O balanço
dos trabalhos foi apresenta-
ABIGRAF CRIA GRUPO PARA REORGANIZAR CADEIA PRODUTIVA DO LIVRO
do na Quinta da Boa Vista.
No evento, foram expostas
peças recuperadas do in- O grupo editorial da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) criou na última sexta-feira(14) um grupo de trabalho
cêndio que fazem parte das para auxiliar na reorganização da cadeia produtiva do livro. O objetivo é minimizar os reflexos da crise gerada pelas grandes
coleções de Pompéia, do livrarias no setor gráfico. Com a criação do grupo de trabalho, a Abigraf sinaliza ao mercado a disposição dos empresários
Egito e do México, de ar- em colaborar. As medidas propostas vão do reajuste de preços até a exigência de que as editoras ofereçam garantias de
queologia e de minerais. pagamento para novas impressões.

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4 economia SEGUNDA -FEIRA 17 DE DEZEMBRO DE 2018 Jornal Corporativo
Jornal Corporativo SEGUNDA - FEIRA 17 DE DEZEMBRO DE 2018 brasil 5

E VAI PARA ONDE?

AGU É CONTRA PEDIDO DE RAQUEL DODGE PARA DESTINAR

MULTA DE DELAÇÃO PREMIADA PARA EDUCAÇÃO
Órgão responsável pela defesa do Executivo argumenta que dinheiro deve ser revertido para o Tesouro Nacional
Reprodução da Internet

D
inheiro o Brasil
tem. Depois de fe-
char o cerco con-
tra a corrupção, fechar as
torneiras do desperdício e
cobrar ressarcimento aos
ladrões do país, as receitas
que sempre pertenceram ao
trabaçhador brasileiro apa-
recerão.
Mas como reaplicar os
recursos se tudo no Brasil,
quando se trata de retorno
de impopstos anda muito
mal?
Bloquenado uma aplica-
ção a Advocacia-Geral da
União (AGU) opinou con-
tra pedido feito ao Supre-
mo Tribunal Federal (STF)
pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) para desti-
nar mais de R$ 90 milhões
recuperados com delações
premiadas ao Ministério da
Educação para investimento
em projetos educacionais.
A questão será decidida
pelo relator da Lava Jato no
STF, ministro Luiz Edson
Fachin.
A Procuradoria reconheceu que a União é a vítima e deve recebera a destinação dos valores
Pedido foi feito
há um mês
O pedido foi feito pela
procuradora-geral da Repú-
blica, Raquel Dodge no mês
passado. A chefe do Minis-
tério Público argumentou
que investir em programas
da educação básica leva as
crianças a desenvolverem
valores éticos e morais.
Em documento apresen-
tado na última quinta-feira
(13) ao Supremo, a AGU
considera que a lei estipula
Decisão será
tomada pelo mi-
nistro Luiz Edson
Fachin, relator da
Lava Jato
que o dinheiro recuperado
por meio das delações pre-
miadas deve ser revertido ao
órgão lesado e, portanto, o
dinheiro deve ir para o Te-
souro Nacional.
Para a AGU, a própria Pro-
curadoria reconheceu que a
União é a vítima e não existe
nenhuma previsão legal para
destinação de valores para
órgãos específicos, como
o Ministério da Educação.
Segundo o órgão, ao serem
encaminhados ao Tesouro,
os recursos serão destinados
para despesas públicas pre-
vistas na lei orçamentária.
“Em razão da inexistência
de norma jurídica que pre-
veja alocação predefinida
dos recursos recuperados
em decorrência de acordos
de colaboração premiada,
estes devem ser considera-
dos como ingresso de re-
ceitas, as quais deverão ser
incorporadas ao orçamento
único da União”, ponderou
a AGU no parecer.

ACORDO INCENTIVOS ESCÂNDALO

Suspensão de tarifas a OMC mantém parte da Cúpula da Renault mantém

veículos e peças americanos condenação ao Brasil Carlos Ghosn no cargo
A China confirmou a suspen- Em decisão divulgada, a O conselho administrativo
são de tarifas aos automó- Organização Mundial do da Renault ratificou Carlos
veis e peças de substituição Comércio (OMC) manteve Ghosn, preso no Japão por
fabricados nos EUA a partir parte das condenações ao ocultar parte de sua renda,
do dia 1º de janeiro, uma me- Brasil por programas de como presidente da multi-
dida que faz parte do acordo subsídios à indústria, mas nacional. Ghosn permanece
de trégua à guerra comer- aliviou algumas punições da como presidente e diretor-
cial fechado há poucos dias decisão anterior. A decisão -geral, como havia sido anun-
pelos presidentes Trump e Xi é resultado de uma apelação ciado em 20 de novembro,
Jinping. A queda temporária do Brasil, que foi condena- explicou o principal fabri-
para 15% - atualmente são do em 2017 pela OMC em cante de automóveis francês,
40% - dos impostos que a ação movida pela União que “não está em posição de
China cobra no setor dos EUA Europeia e pelo Japão. decidir” sobre as acusações.

Reprodução da internet

bolsonaro diz que ! DIREITOS DO CONSUMIDOR

revisará todos os ANVISA PROÍBE VENDA DE 17 MEDIDORES

contratos de patrocínio DE GLICOSE USADOS POR DIABÉTICOS

O registro de 17 modelos de medidores de glico-

e publicidade da Caixa se (glicosímetros) foram cancelados pela Agência

Nacinal de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a
agência, os aparelhos —usados para monitoramen-
to de glicemia de pacientes com diabetes — não
atendem ao padrão internacional determinado pela
ISO 15197:2013.
Bolsonaro diz que revisará todos os
contratos de patrocínio e publicidade Entre os medidores e as tiras com registros sus-
pensos estão com a venda proibida estão produtos
da Caixa de Abbott, Bayer, HDI, Injex, Johnson & Johnson, Ni-
pro, Roche e VR Medical.

Em maio deste ano, a agência havia determinado

O presidente eleito Jair Bolsonaro afir-
mou na noite desta quinta-feira (13) que
revisará todos os contratos de patrocínio e
publicidade da Caixa Econômica Federal.
Em sua conta pessoal no Twitter, Bol-
sonaro classificou de “absurdo” os valores
dos contratos que, segundo ele, chegaram
a R$ 2,5 bilhões em 2018.
O presidente eleito disse ainda que,
quando assumir, também irá rever todos
os contratos do Banco Nacional de Desen-
volvimento Econômico e Social (BNDES),
do Banco do Brasil, da Secretaria Especial
de Comunicação da Presidência da Repú- Venezuelanos em Roraima pediram
blica, entre outras empresas.
que as empresas apresentassem os relatórios de
desempenho dos medidores de glicose no prazo de
“Tomamos conhecimento de que a Cai- 180 dias. Diante do resultudo do acompanhamento,
NÚMEROS xa gastou cerca de R$ 2,5 bilhões em pu- a Anvisa cancelou o registro dos produtos que não
blicidade e patrocínio neste último ano. apresentaram as informações ou que não demons-
Um absurdo! Assim como já estamos fa- traram atender aos requisitos estabelecidos
zendo em diversos setores, iremos rever
R$ 265,2 MI todos esses contratos, bem como os do
BNDES, Banco do Brasil, SECOM e ou-
Liberados em novembro tros”, afirmou Bolsonaro no Twitter.
para garantir atendimento aos
venezuelanos A CEF afirmou, por meio de nota, que o
orçamento do banco projetado para ações
de publicidade, patrocínio e comunicação
96.094 neste ano foi de R$ 685 milhões, e que
até novembro foram utilizados R$ 500,8
milhões. A Caixa informou, ainda, que as
ações de comunicação do banco vem sen-
regularização migratória do reduzidas desde 2016.
6 internacional SEGUNDA -FEIRA 17 DE DEZEMBRO DE 2018 Jornal Corporativo

EXISTE APENAS HOMEM E MULHER

Último jornal

PARLAMENTO ALEMÃO APROVA venezuelano

contrário à Maduro
publica última
UMA TERCEIRA OPÇÃO DE GÊNERO edição impressa
O jornal venezuelano El
Se não for homem nem mulher a opção de gênero para a Justiça são vários Nacional, um crítico pesado
do governo do governista
Partido Socialista, publicou
na sexta-feira(14) sua últi-

S
egundo as demais
nações, o que a ci-
ência comprova
inexistência, a Justiça ten-
ta inventar. Desta vez foi
o Parlamento alemão que
aprovou uma terceira opção
de gênero para documentos
oficiais de pessoas que não
se identificam nem com o
gênero masculino nem com
o feminino e que possam ter
nascido com uma anatomia
sexual atípica.
Se não for homem nem
mulher, então são vários?
O governo alemão votou em
agosto para introduzir a ter-
ceira categoria como “vários”,
ao lado de masculino e femi-
nino, em certidões de nasci-
mento e outros documentos.
Ambas as câmaras do Par-
lamento aprovaram a nova
lei, com Casa superior, o Bun-
desrat, dando o seu apoio na
última sexta-feira (14).
Militantes das causas
Reprodução da Internet ma edição impressa após
LGBT dizem que a medida anos lutando contra a pres-
não é suficiente e pedem no- são do governo e uma eco-
nomia em colapso.
vas leis para facilitar os trâ-
mites de mudança oficial de O jornal, que está fazen-
gênero para pessoas que não do sua transição para um
se identificam com o gênero formato digital, tem tido
que nasceram. cada vez mais dificuldades
para conseguir tinta para
A introdução da nova cate- impressão devido a contro-
goria acontece após a Corte les de câmbio que tornam
Constitucional Federal pe- as importações pratica-
dir aos parlamentares para mente impossíveis, além
aprovarem legislação para de dever uma série de pa-
gamentos em um processo
introduzir uma terceira ca-
de difamação contra o nú-
tegoria ou dispensar a ne- mero dois do Partido So-
cessidade de gênero de uma cialista, Diosdado Cabello.
vez por todas em documen-
tos oficiais. “Eu quero pensar que
isso é uma pausa”, disse a
A decisão seguiu um re- editora-chefe do jornal, Pa-
curso à corte trazido por um tricia Spadaro, em uma en-
adulto “intersexual” que dizia trevista coletiva na redação
que tribunais e autoridades vazia do jornal.
estatais não deveriam mais
O El Nacional disse que irá
forçar essas pessoas a esco-
retomar sua edição impres-
lherem entre serem identifi- sa “quando o país voltar a
cadas pelos gêneros masculi- ser uma democracia”.
no ou feminino.

PARLAMENTARES DA NICARÁGUA IMPEDEM OPERAÇÃO DE ONGS CRÍTICAS A PRESIDENTE

Parlamentares da Nicarágua bloquearam na
quinta-feira as operações de cinco organizações
não governamentais que fizeram críticas ao pre-
sidente Daniel Ortega, após terem impedido ou-
tras cinco ONGs anteriormente, inclusive um
grupo de direitos humanos proeminente.
Organizações internacionais de direitos hu-
manos disseram que a medida é uma retaliação
contra os grupos por ressaltarem violações de di-
reitos humanos cometidas durante oito meses de
protestos antigoverno.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos
disse que tal decisão demonstrou o desprezo que
Ortega e sua vice-presidente, Rosario Murillo,
têm pelos direitos humanos em seu país.
“Seus esforços para assediar, ameaçar e re-
primir a mídia independente não conseguirão
esconder a opressão sistemática do povo nicara-
guense”, disse o porta-voz do departamento, Ro-
bert Palladino, em um comunicado, acrescentan-
do que Washington responsabilizará os respon-
sáveis pelos abusos na Nicarágua.

Os protestos deixaram ao menos 322 mortos
e mais de 500 presos, de acordo com o Centro
Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) —
uma das entidades que o Congresso, controlado
por aliados de Ortega, privou de seu status legal.
Sem status legal, as organizações não podem ter
contas bancárias, receber fundos ou desenvolver
projetos. O Ministério do Interior supervisiona o
registro de ONGs e pode pedir ao Congresso para
cancelar seu status legal.

CIÊNCIA PELO ERUPÇÃO DO KILAUEA FOI A MAIOR DO VULCÃO

MUND
NOS ÚLTIMOS 200 ANOS

Na primeira metade deste ano, uma crate-
ra na parte leste do vulcão Kilauea entrou em
colapso. A região, então uma atração turística
graças ao vulcão, teve centenas de casas en-
golidas pela lava, em um fluxo contínuo que
durou cerca de cinco meses, com um prejuízo
estimado em US$ 800 milhões.
Tanto estrago não foi pra menos, já que, se-
gundo um estudo recém publicado na revista
Science, a erupção foi a maior em pelo menos
200 anos naquele que já era considerado um
dos vulcões mais ativos do mundo.
Antes deste evento, o Kilauea tinha sido bas-
tante consistente por mais de 30 anos. No en-
tanto, cientistas observam que, em meados de
março, o chão em torno de Pu’u ‘Ō’ō, como se
chama a cratera, colapsou e começou a se de-
formar - provavelmente a partir do acúmulo de
magma.
A pressão continuou a aumentar e, por fim, o
lago de lava em Pu’u ‘Ō’ō transbordou. Todo o
sistema de encanamento do vulcão foi afetado.
Em 30 de abril, dados indicavam que mudan-
ças rápidas estavam ocorrendo no sistema de
magma e, em 3 de maio, a primeira das 24 fissu-
ras eruptivas foi aberta. No total, ocorreram 62
eventos de colapso entre maio e agosto.
Uma semana após o magma começar a jorrar,
fissuras se abriram, levando a uma rachadura
que se estendia por mais de seis quilômetros.
No início de maio, um terremoto de magnitude
6,9 causou um deslizamento, e a lava começou
a entrar em erupção a uma taxa de 100 metros
cúbicos por segundo. A lava cobriu uma área de
35 quilômetros quadrados.
Pesquisadores disseram que a erupção for-
neceu uma visão sem precedentes do siste-
ma vulcânico de Kilauea - e eles ainda estão
aprendendo com os dados produzidos a partir
dele. Isso é extremamente importante, já que
em outubro, a Avaliação Nacional de Ameaças
Vulcânicas do Serviço Geológico dos Estados
Unidos listou o Kilauea como o vulcão mais pe-
rigoso do país.
Pete Rowley, vulcanologista da Universidade
de Hull, no Reino Unido, que não esteve envol-
vido no estudo, disse à revista Newsweek que
as descobertas foram altamente valiosas para
o monitoramento do Kilauea: “Ter medições de
alta resolução de deformação antes, durante e
depois da erupção é excepcional, e nos ajudará
a entender como o magma se comporta melhor
em ambientes rasos - no sistema de encana-
mento do Kilauea em particular”.

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