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UBS – ESCOLA DE NEGÓCIOS

MBA INFORMAÇÕES ECONÔMICO-FINANCEIRAS E MERCADO DE CAPITAIS


PARA JORNALISTAS – TURMA 2017

JÚLIA LEWGOY MARTINI

A EVOLUÇÃO DAS INVESTIDORAS MULHERES NA BOLSA


DE VALORES BRASILEIRA E NO TESOURO DIRETO
ENTRE 2002 E 2017

Monografia apresentada como parte dos


requisitos para a conclusão da Pós
Graduação Lato Sensu – MBA Informações
Econômico-Financeiras e Mercado de
Capitais para Jornalistas, sob a orientação do
Prof. Marcos Piellusch

SÃO PAULO
MARÇO DE 2018
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RESUMO

Este trabalho buscou identificar a evolução de investidoras mulheres na bolsa de


valores brasileira e no Tesouro Direto no período de 2002 a 2017, desde que o
programa Tesouro Direto foi implementado pelo Tesouro Nacional e pela
BM&FBovespa, atual B3. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram coletados
dados do histórico de perfil por gênero dos investidores pessoas físicas da bolsa de
valores brasileira e do perfil dos investidores cadastrados por gênero do Balanço do
Tesouro Direto, uma publicação mensal do Tesouro Nacional. Na B3 e no Tesouro
Direto, também foram observadas as estratégias utilizadas pelas instituições para
atrair mais investidoras mulheres. A análise dos resultados demonstrou que, apesar
das instituições se mostrarem empenhados para promover a inclusão de investidoras
mulheres, suas estratégias foram insuficientes para promover a igualdade de gênero
nos investimentos pessoais. Faltam iniciativas de orientação financeira acessíveis e
claras para contribuir com a evolução das investidoras mulheres.

PALAVRAS-CHAVE: Bolsa de valores. Tesouro Direto. Igualdade de Gênero.


Investidoras. Mulheres.
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4
1.1 Problema da pesquisa....................................................................................... 4
1.2 Objetivo geral .................................................................................................... 5
1.3 Objetivos específicos......................................................................................... 5
1.4 Justificativa do estudo ....................................................................................... 5
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 7
2.1 O mercado financeiro e as mulheres ................................................................ 7
2.2 A bolsa de valores brasileira e as mulheres ...................................................... 9
2.3 O Tesouro Direto e as mulheres........................................................................14
3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................... 18
4 ANÁLISE DE RESULTADOS ......................................................................... 20
4.1 Evolução das investidoras mulheres na bolsa brasileira entre 2002 e 2017 ... 20
4.2 Evolução das investidoras mulheres no Tesouro Direto entre 2002 e 2017 ... 23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 28
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 29
4

1 INTRODUÇÃO

A educação financeira não é apenas uma mudança econômica, mas também


um processo que envolve valores morais, culturais, políticos, simbólicos e sociais, que
colabora para a transformação da sociedade (LEITE, 2008). Para o órgão de grande
prestígio internacional OCDE (2006), a conscientização financeira é importante não
apenas para investidores, mas, sobretudo, para as famílias, pois assegura a o bem-
estar pessoal e financeiro.
Porém, o mercado financeiro sempre foi socialmente associado à visão do
masculino, local de especuladores e investidores milionários, segundo Anselmo
(2013). Até pouco tempo atrás, os livros de autoajuda financeira direcionados ao
público feminino ainda ressaltavam temais mais relacionados aos aspectos
emocionais das mulheres, como relata Leite (2008).
Ao longo dos anos, com a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e sua
independência financeira, a bolsa de valores brasileira e o Tesouro Direto lançaram
algumas iniciativas para incentivar mulheres a investir. Entre elas, um programa da
bolsa de educação financeira para mulheres chamado “Mulheres em ação”, criado em
2003, e uma campanha do Tesouro Direto no Dia Internacional da Mulher, em 2017.
A bolsa de valores brasileira também assinou uma série de pactos internacionais de
responsabilidade social, que incluem a igualdade de gênero como meta.
No entanto, os programas têm limitações e ambiguidades, como observa
Anselmo (2013). Para a autora, mesmo sem intenção, em geral, o mercado financeiro
enfatiza estereótipos de gênero, como o de mulheres consumidoras ou que buscam
segurança para cuidar da família.

1.1 Problema da pesquisa

Estabelecidas a histórica distância entre as mulheres e o mercado financeiro e


a tentativa da bolsa e do Tesouro Direto de atrair mulheres investidoras, esta
monografia busca observar a evolução do número de investidoras mulheres na bolsa
de valores brasileira e no Tesouro Direto. O período analisado será entre 2002 e 2017,
5

desde que o programa Tesouro Direto foi implementado pelo Tesouro Nacional e pela
BM&FBovespa, atual B3.
O que se pretende investigar é se as estratégias utilizadas pela bolsa e pelo
Tesouro Direto para atrair investidoras mulheres geraram resultados. O número de
mulheres investidoras cresceu ao longo do tempo? Quanto e em que contexto?

1.2 Objetivo geral

Identificar a evolução de investidoras mulheres na bolsa de valores brasileira e


no Tesouro Direto no período de 2002 a 2017.

1.3 Objetivos específicos

- Revisar do ponto de vista teórico a relação entre o mercado financeiro e as


mulheres
- Revisar do ponto de vista teórico a história da bolsa de valores brasileira e do
Tesouro Direto e a sua relação com as mulheres
- Identificar a evolução das investidoras mulheres na Bolsa e no Tesouro Direto
entre 2002 e 2017
- Analisar se as estratégias da bolsa de valores brasileira e do Tesouro Direto
para incentivar a inclusão de investidoras mulheres trouxeram resultado

1.4 Justificativa do estudo

A opção por esse objeto de estudo deu-se devido ao contexto contemporâneo


de inclusão das mulheres no mercado de trabalho, à presença do tema da
desigualdade de gênero na imprensa e ao interesse de instituições nacionais e
internacionais para a necessidade de maior conscientização financeira da população.
A autora deste trabalho encara o mercado financeiro como uma construção
social. Assim, a bolsa de valores brasileira e o Tesouro Direto são espaços sociais em
que existem dominados e dominadores, conforme Anselmo (2013). Esses espaços
são historicamente construídos como “masculinos” e a inclusão das mulheres como
investidoras merece atenção para reduzir essa desigualdade.
6

A promoção da igualdade de gêneros poderia agregar US$ 28 trilhões ao


Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025, segundo o relatório Situação da
População Mundial 2017, lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas
(IGUALDADE, 2017). Esse é um tema econômico, mas que começou a ser explorado
recentemente pela economia.
7

2 REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo tem o objetivo de mostrar o conjunto de conceitos e contextos


utilizados para elaborar esta pesquisa. A exposição do referencial teórico está dividida
em três partes. Inicialmente, é discutido o panorama da relação das mulheres com o
mercado financeiro.
Em seguida, o tema tratado é a história da bolsa de valores brasileira e seus
mecanismos para atrair mais investidoras mulheres. Por fim, este trabalho aborda a
história do programa Tesouro Direto, que possibilitou a compra de títulos públicos por
pessoas físicas pela internet, e as suas estratégias para atrair investidoras mulheres.

2.1 O mercado financeiro e as mulheres

As diferenças entre homens e mulheres são, além de biológicas, uma


construção social e histórica. Conforme Louro (1999), as diferenças entre os gêneros
masculino e feminino integram o contexto de uma determinada cultura e, assim,
implicam o surgimento de desigualdades e hierarquias. Assim, são também políticas
e permeiam relações de poder.
Segundo Piscitelli (2009), o senso comum pressupõe que as mulheres são mais
dóceis e afetivas, como decorrência da maternidade, enquanto os homens são mais
dominadores e agressivos. Essa diferença é vista como natural, resultado da biologia,
não da cultura.
Essas diferenças que implicam hierarquias e permeiam relações de poder se
dão em diferentes contextos, inclusive no mercado financeiro. Esse ambiente foi
historicamente associado à visão do masculino, local de especuladores e investidores
milionários, segundo Anselmo (2013). Desde a infância, meninas são levadas a
acreditar que meninos são “naturalmente” melhores nas ciências exatas, conforme
Collini (2014). Na idade adulta, até as próprias mulheres, ao imaginar uma pessoa de
negócios, visualizam um homem de terno e gravata.
Conforme Nemy (2013), a primeira mulher a ocupar uma posição como
operadora na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), o principal mercado de valores
mobiliários do mundo, foi Muriel Siebert, em 1967. Durante seus primeiros 175 anos,
a NYSE só tinha operadores homens. Sibert foi negada nove vezes e, quando entrou,
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era a única mulher entre 1.365 colegas homens. Segundo Nemy (2013), Mickie, como
era conhecida, “cultivou a mesma atitude impetuosa que caracterizava os homens
mais bem-sucedidos de Wall Street” e, “para sua imensa raiva, ela permaneceu a
única mulher admitida entre os membros por quase uma década”.
Siebert também foi a primeira mulher a presidir uma empresa da NYSE, uma
corretora e seguradora, e doou milhões de dólares para ajudar mulheres a começar
seus negócios. Em 1992, ao receber uma homenagem da Bolsa, ela alertou que ainda
era muito cedo para as mulheres declararem a vitória na batalha pela igualdade em
Wall Street. “As mulheres estão entrando em Wall Street em grande número, mas
ainda não estão entrando nos cargos executivos. Ainda existe uma rede de velhos
garotos. Vocês só têm que continuar lutando”, disse, conforme Nemy (2013).
A primeira brasileira a investir foi a carioca Eufrásia Teixeira Leite, segundo
Ribeiro (2016). Entre 1890 e 1930, ela operava nas três principais bolsas de valores
do mundo: Londres, Paris e Nova Iorque, além da bolsa de valores brasileira, fundada
somente em 1917. Em Paris, na época, as mulheres só tinham permissão para ficar
no segundo andar do prédio da Bolsa e, para fechar um negócio, era necessária a
presença de um intermediário homem. Ribeiro (2016) destaca que “através dos
investimentos, Eufrásia se consolidou financeiramente em um período em que as
mulheres ainda não tinham permissão nem para votar”.
No Brasil, até 1962, as mulheres não podiam ter CPF, nem conta no banco,
como lembra Collini (2018). A pesquisadora destaca que, até hoje, a sociedade não
incentiva as mulheres a falar sobre dinheiro e a desigualdade de salários também se
reflete na distância entre as mulheres e os investimentos pessoais. Segundo Collini
(2018), as mulheres são mais conservadoras que os homens ao investir, mas esse
comportamento é reflexo da falta de confiança, não da biologia. Para a autora, o
mercado financeiro deveria se comunicar de uma forma mais inclusiva, sem reproduzir
estereótipos do feminino para atrair investidoras mulheres.
Para as indianas Kaur e Vohra (2016), embora as mulheres tenham progredido
muito em todas as esferas da vida, sua participação no mercado de investimentos
ainda é limitada por falta de conhecimento. Para as autoras, programas educativos
específicos para mulheres poderiam contribuir para aumentar sua confiança para
tomar decisões financeiras.
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2.2 A bolsa de valores brasileira e as mulheres

Atual bolsa de valores brasileira, a B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão oferece


serviços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing), registro de operações de
balcão e de financiamento de veículos e imóveis. A B3 é uma sociedade de capital
aberto, com sede em São Paulo. Atualmente, além de ser a única bolsa de valores,
mercadorias e futuros em operação no Brasil, também é a maior depositária de títulos
de renda fixa da América Latina e maior câmara de ativos privados do País (B3, 2018).
A Bolsa em São Paulo sofreu diversas transformações de nome ao longo de
sua história (ACERVO, 2018). A primeira foi a Bolsa Livre de São Paulo, fundada em
1890 por Emílio Rangel Pestana, no contexto da modernização da economia do país,
implantado pela República inaugurada no ano anterior. Porém, a primeira Bolsa de
São Paulo não sobreviveu à crise financeira no governo de Rui Barbosa e durou
apenas 14 meses.
Em 1895, o projeto continuou com a fundação da Bolsa de Fundos Públicos de
São Paulo, organizada por corretores nomeados pelo governo (ACERVO, 2018). A
Bolsa só deixou de ser subordinada à Secretaria da Fazenda em 1965, com o aumento
das negociações. Em 1967, recebeu o nome de Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa) e, em 2008, passou a se chamar BM&FBovespa, após a fusão com a Bolsa
de Mercadorias & Futuros (BM&F). A B3, como a Bolsa é chamada hoje, foi criada em
março de 2017, a partir da combinação de atividades da BM&FBOVESPA com a
CETIP, empresa prestadora de serviços financeiros no mercado de balcão
organizado.
Assim como outras bolsas de valores no mundo, a Bolsa brasileira foi
historicamente um ambiente masculino. Como nota Anselmo (2013), a criação de um
espaço para a educação financeira das mulheres na bolsa de valores brasileiras é
recente. O primeiro programa de popularização do mercado de capitais direcionado
ao público feminino foi o “Mulheres em ação”, criado em 2003.
O programa da Bovespa, sob comando de Raymundo Magliano Filho, integrava
um projeto maior de democratização e popularização do mercado de capitais,
chamado “Bovespa vai até você”, a partir de 2001. Como destaca Anselmo (2013),
nessa época, livros publicados pela Bolsa e matérias na imprensa contribuíam para
desmistificar a bolsa de valores como um lugar de ricos e especuladores. Uma delas,
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publicada no jornal The New York Times, mostrava o presidente da Bolsa de bermuda
e camisa polo, apresentado como “o revolucionário da Bolsa”.
Nesse contexto, o “Mulheres em ação” foi, sobretudo, um trabalho de educação
financeira, segundo Anselmo (2013). Consultores financeiros perceberam o interesse
do público feminino pelo mercado de ações.
Segundo Pilagallo (2004), para implementar o programa, a Bovespa
encomendou uma pesquisa à empresa Data Popular, que ouviu 1.500 pessoas para
traçar o que a mulher brasileira pensava sobre os investimentos. O trabalho concluiu
que o hábito de poupar e investir era valorizado por 62% das mulheres. No entanto, a
consultoria advertiu que investimentos de maior risco geravam insegurança. Assim,
havia a necessidade de criar um espaço exclusivo para mulheres aprenderem a
gerenciar seu dinheiro. “Parece haver uma falha de comunicação das instituições
financeiras com este público. Os bancos oferecem orientação, mas ela não basta ou
não é suficientemente clara e acessível”, dizia o relatório, segundo Pilagallo (2014).
O “Mulheres em ação” ocorreu ao mesmo tempo que a criação de outros
espaços fora da bolsa, como o “Espaço mulher” na Expo Money, em 2011, e a
publicação de livros de autoajuda financeira, como “Meninas normais vão ao shopping,
meninas iradas investem na Bolsa” e “Mulheres boazinhas não enriquecem”, como
observa Leite (2008). No entanto, o autor destaca que os livros englobavam,
massivamente, temas ligados aos aspectos emocionais da mulher, com pouca
orientação sobre dinheiro, efetivamente.
Para atingir as mulheres, a Bovespa criou um site que disponibilizava
ferramentas como um dicionário de finanças online, uma planilha de orçamento
pessoal e dicas de como investir na Bolsa, como descreve Anselmo (2013). Além do
site, o “Mulheres em ação” também englobava cursos e eventos de educação
financeira para mulheres para, além de ensinar sobre o mercado de ações, dar
orientações sobre como planejar o orçamento doméstico e se livrar das dívidas.
O site do programa “Mulheres em ação” não está mais disponível na internet.
Já o curso “Finanças pessoais: Mulheres em ação” ainda é oferecido pela B3
Educação (INSTITUTO, 2018). O curso tem duração de quatro horas e é realizado em
datas e cidades diferentes, com inscrições online. O programa de conteúdos inclui,
entre outros temas, a importância da educação financeira, elaboração de orçamento
pessoal e familiar, onde é possível investir e como comprar ações.
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Anselmo (2013) observa que, naquele ano, o curso tinha limitações e


ambiguidades, pois o material didático e o professor associavam as mulheres ao
consumo e a variações emocionais. Ou seja, mesmo um espaço exclusivo para
mulheres era construído com base em estereótipos do feminino. Para Anselmo (2013),
não é possível afirmar que o “Mulheres em ação” exerceu o papel de atrair as mulheres
para o mercado de ações.
Até março de 2018, quando esta monografia foi concluída, o curso “Finanças
pessoais: Mulheres em ação” estava previsto na lista de iniciativas da B3 para
promover a igualdade de gênero (B3, 2018). No entanto, não havia data marcada para
o curso acontecer, nem material didático disponível para consulta online.
Além do “Mulheres em Ação”, em 2004, a bolsa de valores brasileira assinou
uma série de pactos internacionais de responsabilidade social. A Bolsa brasileira foi a
primeira do mundo a aderir ao Pacto Global, criado pela ONU para mobilizar a
comunidade empresarial internacional para adotar práticas nas áreas de direitos
humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção
(BM&FBOVESPA, 2018). A B3 é reconhecida pelo Pacto Global como uma das dez
pioneiras do mundo pelo trabalho na promoção dos “objetivos do desenvolvimento
sustentável”. O quinto objetivo busca “alcançar a igualdade de gênero e empoderar
todas as mulheres e meninas” (BM&FBOVESPA, 2018).
Em 2012, a bolsa de valores brasileira também foi uma das cinco fundadoras
da Sustainable Stock Exchanges (SSE). A iniciativa se propõe, através do diálogo com
investidores, companhias e reguladores, a promover o investimento responsável de
longo prazo e trabalhar pela performance e divulgação de informações ambientais,
sociais e de governança corporativa junto às empresas listadas (BM&FBOVESPA,
2018).
Em 2017, a bolsa de valores brasileira participou pela primeira vez do “Ring the
Bell for Gender Equality”, evento promovido pela SSE no Dia Internacional da Mulher,
com apoio de instituições como o Pacto Global e a ONU Mulheres. Na ocasião, 43
bolsas de valores ao redor do mundo tocaram uma campainha simbolicamente, com
o objetivo de chamar a atenção para o papel que o setor privado pode desempenhar
na promoção da igualdade de gênero. O evento acontece anualmente desde 2015 e
está diretamente ligado ao quinto objetivo do Pacto Global: assegurar a igualdade de
gênero (BM&FBOVESPA, 2018).
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No mesmo dia, a Bolsa aderiu ao Women’s Empowerment Principles (WEPs),


iniciativa conjunta da ONU Mulheres e do Pacto Global, que auxilia o setor privado a
promover igualdade de gênero no ambiente de trabalho, no mercado e na comunidade
(BM&FBovespa, 2017). Foi a primeira bolsa de valores das Américas e a sexta bolsa
de valores do mundo a assinar o pacto.
Em seu discurso, o diretor presidente da BM&FBOVESPA na época, Edemir
Pinto, afirmou que a diversidade e igualdade de gênero formam uma agenda positiva
e estratégica que agrega valor aos negócios. “Seguiremos trabalhando forte por esta
agenda e estamos cientes de que ainda há muito a se fazer, mas temos certeza de
que caminhamos na direção correta”, disse (BM&FBOVESPA, 2017).
Única mulher membro do Conselho de Administração da B3, a diretora
executiva do Bradesco, Denise Pavarina, disse que a atitude individual da mulher
também seria fundamental e que as mulheres poderiam tirar proveito de algumas
características “femininas” para superar desafios no meio corporativo, como a
sensibilidade e o equilíbrio para negociar. Em sua fala, nota-se que ela ressaltou
atitudes individuais das mulheres relacionadas a aspectos emocionais, não atitudes
das instituições para promover a igualdade de gênero.
A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano,
fez um apelo às executivas para que sempre cuidem das mulheres operárias. “Nosso
olhar tem de ser voltado a esta mulher. Muitas delas saem às 5h da manhã de casa e
voltam às 22h”, disse (BM&FBOVESPA, 2017).
No Dia Internacional da Mulher em 2018, novamente a Bolsa participou do
evento “Ring the Bell for Gender Equality”, que dessa vez reuniu 64 bolsas do mundo.
O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, abriu o evento. “Queremos mobilizar essa
discussão, promover o debate, dar exemplos inspiradores e encorajar um número
cada vez maior de empresas listadas a adotar práticas que aumentem a igualdade de
gênero”, disse (B3, 2018). O presidente da B3 ressaltou a importância de promover a
igualdade de gênero nos conselhos de administração, mas não comentou sobre a
inclusão de investidoras mulheres.
Além do presidente, cinco mulheres discursaram no evento em 2018: Nadine
Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil; Denise Hills, presidente da Rede
Brasil do Pacto Global e superintendente de Sustentabilidade e Negócios Inclusivos
do Itaú; Denise Paravarina, membro do Conselho de Administração da B3 e diretora
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executiva do Bradesco; Ana Buchaim, diretora de RH da B3; e Regina Magalhães,


gerente sênior de Sustentabilidade e Inovação da Schneider Electric na América do
Sul.
"É um dia para reconhecer que avançamos no tema, mas que ainda temos o
desafio de mudar a mentalidade de um mercado que foi criado por homens e que
ainda permanece com a mentalidade masculina", disse Denise Hills, presidente Rede
Brasil do Pacto Global e superintendente de sustentabilidade e negócios inclusivos do
Itaú Unibanco (BIGARELLI, 2018). Ela também destacou que há um desejo das
mulheres de atuar de forma mais autônoma e efetiva em relação às finanças pessoais.
A bolsa de valores brasileiras também já promoveu eventos pontuais para
debater a inclusão de líderes mulheres no mercado de capitais. Entre eles, o “Encontro
de Liderança Feminina”, em 2016, que reuniu 100 líderes mulheres (BOLSA, 2016), e
o curso “Capacitação em Mercado de Capitais para Mulheres”, em 2017, que reuniu
conselheiras, executivas e empreendedoras de companhias de capital fechado (B3,
2017). No entanto, esta monografia não vai se aprofundar nesse campo, por se tratar
de uma pesquisa focada em investidoras pessoas físicas, não em lideranças
femininas.
A B3 também é uma das instituições fundadoras e mantenedoras da
Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF Brasil, 2018), que tem um
programa de educação financeira direcionado para mulheres do Bolsa Família, que
atende famílias de baixa renda. Em 2017, o programa atendeu cerca de 3.700 pessoas
de 15 municípios, segundo Brant (2018). Após o curso, as beneficiárias do Bolsa
Família conseguiram triplicar o valor médio poupado, de R$ 12,40 para R$ 37,10.
Em janeiro de 2018, cerca de 300 mil mulheres receberam um material para
melhorar a forma como lidam com o Bolsa Família, incluindo uma agenda para anotar
os gastos e envelopes para guardar os recibos, conforme Brant (2018). No entanto, a
iniciativa ainda é restrita a um número pequeno de mulheres, ao levar em conta que
o programa atende cerca de 44 milhões brasileiros, que representam cerca de 21%
da população, segundo Marchesini (2018).
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2.3 O Tesouro Direto e as mulheres

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional desenvolvido em


parceria com a B3, para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, por
meio da internet. Lançado em 2002, o programa surgiu com o objetivo de democratizar
o acesso aos títulos públicos, ao permitir aplicações a partir de 30 reais (BRASIL,
2018). Antes do Tesouro Direto, o investimento em títulos públicos por pessoas físicas
era possível somente indiretamente, por meio de fundos de renda fixa, que, por
cobrarem elevadas taxas de administração, reduziam a atratividade desse tipo de
investimento.
O Tesouro Direto contribuiu para a diversificação dos investimentos, ao
oferecer títulos com rentabilidade prefixada, indexada à variação da inflação ou
indexada à variação da taxa básica de juros, com diferentes prazos de vencimento e
fluxos de remuneração (BRASIL, 2018). Para investir no Tesouro Direto, basta ter CPF
e conta corrente em um agente de custódia, que pode ser um banco ou uma corretora.
Depois, é possível investir por meio do agente de custódia ou direto no site do Tesouro
Direto.
Uma vez adquiridos, os títulos públicos são registrados sob titularidade do
comprador na B3, o que reforça a segurança do programa, pois permite ao investidor
mudar de instituição financeira sem colocar em risco a sua aplicação (BRASIL, 2018).
A B3 cobra uma taxa de custódia de 0,3% ao ano, referente aos serviços de guarda
dos títulos e às informações e movimentações dos saltos. A instituição financeira
também cobra uma taxa, que varia de 0% a 2% ao ano. O Imposto de Renda cobrado
sobre as operações realizadas no Tesouro Direto é o mesmo que incide sobre as
operações de renda fixa.
Além de acessível ao pequeno investidor e de apresentar opções de
investimento que se encaixam em diversos objetivos financeiros, o Tesouro Direto
oferece liquidez diária e é considerado a aplicação de menor risco do mercado
brasileiro, pois é garantido pelo governo brasileiro (BRASIL, 2018). Proite (2009)
destaca que, em muitos países, o governo dá atenção especial aos pequenos
investidores como financiadores da dívida pública e é reconhecido como o único
tomador de crédito livre de risco de crédito.
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Segundo Proite (2009), para o governo, criar o Tesouro Direto foi importante
para aumentar a base e a heterogeneidade de investidores, que colaboram para dar
maior flexibilidade para gerenciar a dívida pública brasileira. Outro objetivo importante
é incentivar a formação de poupança de médio e longo prazo.
Para Proite (2009), a transparência é uma das principais características do
programa, porque o investidor sabe exatamente os papéis que adquire. O Tesouro
Direto tem um caráter democrático, por permitir o acesso fácil do pequeno investidor.
Apesar disso, assim como em outras aplicações financeiras, historicamente os
homens são a maioria dos investidores cadastrados no Tesouro Direto.
No entanto, Proite (2009) observa que, em dezembro de 2008, as mulheres
eram mais ativas que os homens, pois 54,2% delas já tinham efetuado ao menos uma
compra desde seu cadastro, enquanto somente 45,8% deles tinham adquirido títulos.
O autor sugere que os números indicavam a preferência das mulheres por
investimentos mais seguros, como os títulos públicos. Assim, seria possível que os
homens estivessem distribuindo mais seus recursos em renda variável.
Em 2017, por meio de posts na área de notícias do site do Tesouro Direto
chamada “Direto para você” e nas redes sociais do Tesouro Nacional, pela primeira
vez, o Tesouro Direto lançou campanhas para incentivar que mulheres investissem na
plataforma. As iniciativas, porém, ficaram restritas a duas datas comemorativas: Dia
Internacional da Mulher e Dia das Mães.
Na semana do Dia Internacional da Mulher em 2017, o Tesouro Direto lançou
uma campanha no site e nas redes sociais para atrair mulheres investidoras, com a
hashtag #semanadamulher. O programa publicou um post na área de notícias “Direto
para você” com o título “Segurança: um aspecto comum entre as mulheres e o
Tesouro Direto”. O texto dizia (BRASIL, 2017):

Nos dias de hoje, o ultrapassado estereótipo da mulher consumista tem sido


abandonado para dar lugar a um conceito mais realista sobre o papel do
feminino na sociedade, que envolve a quebra de paradigmas e busca pela
liberdade e igualdade de direitos. E, certamente, um dos pilares dessa luta é
a independência financeira que elas vêm conquistando cada vez mais. Nesse
sentido, ao cuidar de suas finanças, a mulher é normalmente cautelosa, tendo
sempre a segurança como fator primordial na hora de escolher onde investir
seu dinheiro. Além disso, elas também tendem a pensar mais no futuro, sendo
pacientes com relação ao tempo exigido para que o rendimento dê frutos.

E esse novo perfil da mulher é observado nas estatísticas do Tesouro Direto


(TD), uma das mais confiáveis fontes de investimento que existem hoje no
mercado. Atualmente, elas representam 26,3% dos investidores ativos. No
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início do programa, em 2002, este número era de apenas 7,76%. A cada ano,
mais investidoras percebem que nossos títulos são uma confiável alternativa
para seus investimentos, garantindo um futuro próspero para as suas
economias. E nós desejamos que este número continue aumentando!

Embora o número de mulheres investidoras no Tesouro Direto tenha crescido


nos últimos anos, ainda há muito espaço a ser conquistado pelo público
feminino. No mês de março, em homenagem ao Dia da Mulher, o Tesouro
Direto lançou uma campanha convidando o público feminino a conhecer e
investir no TD. A campanha já teve impacto positivo na participação feminina,
de forma que, em março cerca de 50 mil mulheres se cadastraram no
programa, o que correspondeu a 68,6% dos novos cadastros. No mês anterior
à campanha, a participação feminina foi de apenas 31,9% dos novos
cadastrados.

O Tesouro Direto deixa claro que há uma preocupação com o crescimento do


número de mulheres investidoras e que a campanha trouxe resultados. Nota-se, que
o texto reforça que as mulheres buscam a segurança que o Tesouro dá e não associa
o investimento a estereótipos como os cuidados com as compras ou com os filhos.
Nos cartões da campanha, o Tesouro diz: “Invista em você. Invista no Tesouro Direto”.
Em um deles, destaca que “só a mulher sabe o tamanho dos seus sonhos”. O
programa também divulgou um vídeo de um minuto em que a secretária do Tesouro
Nacional, Ana Paula Vescovi, destaca a segurança do Tesouro Direto.
Em entrevista à jornalista Mara Luquet na rádio CBN (2017), a secretária do
Tesouro Nacional disse que as mulheres são “excelentes investidoras”, por buscarem
segurança e independência financeira e por terem uma preocupação maior com o
futuro. “Não há razão para ter uma diferença tão grande entre a participação feminina
e masculina no caso de um investimento tão acessível como o Tesouro Direto”, disse
Ana Paula Vescovi. Ela também destacou que os títulos públicos podem ser atrativos
para diferentes perfis de mulheres, mais ligadas à família ou ao trabalho, mais
conservadoras ou arrojadas, com diferentes objetivos.
Ainda em 2017, no Dia das Mães, o Tesouro fez outra campanha no site e nas
redes sociais para estimular que mães se tornassem investidoras. “Mãe, sabe aqueles
momentos em que não há preocupação? O Tesouro Direto te ajuda a garantir mais
ocasiões assim”, diz um dos cartões, com a foto de uma mãe negra abraçando seu
bebê.
O post afirma que as mães, que já conciliam tarefas profissionais, pessoais e
familiares, também podem exercer um papel ativo no controle das finanças. “O perfil
da mulher brasileira, cada vez mais em busca da independência financeira, combina
17

com a segurança, autonomia e rentabilidade, tudo o que o Tesouro Direto entrega aos
seus investidores”, diz (BRASIL, 2017). O post também diz que o Tesouro Direto
fornece produtos alinhados às necessidades das mães e ajuda a realizar sonhos,
como uma viagem de férias com a família, a compra de uma casa ou de um carro e a
faculdade dos filhos.
As campanhas do Dia da Mulher e do Dia das Mães em 2017 foram as únicas
iniciativas do Tesouro Direto para incentivar a participação de investidoras mulheres
até a conclusão desta monografia, em março de 2018. No Dia Internacional da Mulher
de 2018, o Tesouro Direto não realizou nenhuma campanha.
18

3 MÉTODO DE PESQUISA

O método de pesquisa adotado neste trabalho classifica-se em relação aos


seus objetivos como descritivo, porque pretende demonstrar a evolução das
investidoras mulheres na bolsa de valores brasileira e no Tesouro Direto no período
de 2002 a 2017, desde que o programa Tesouro Direto foi implementado pelo Tesouro
Nacional e pela BM&FBovespa, atual B3. Segundo Andrade (2002) apud Beuren
(2003, p.81), “a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los,
analisá-los, classificá-los e interpretá-los”.
A técnica de levantamento de dados foi documental, a partir de duas bases
secundárias: o histórico mensal de perfil dos investidores pessoas físicas da B3, antiga
BM&FBovespa, e o Balanço do Tesouro Direto, uma publicação mensal do Tesouro
Nacional, que apresentam dados do perfil dos investidores por gênero com conta ativa
no período entre 2002 e 2017. Os dados coletados da bolsa e do Tesouro referem-se
sempre ao número total de investidores com conta ativa no mês de dezembro de cada
ano – ou seja, que além de cadastrados, possuem estoque de títulos.
A pesquisa optou por analisar os dados da Bolsa e do Tesouro Direto porque
são as únicas instituições grandes do mercado financeiro que divulgam publicamente
dados sobre o perfil dos investidores pessoas físicas por gênero. Tanto a Bolsa quanto
o Tesouro Direto divulgam o número de investidores com conta ativa por gênero, no
mês de dezembro de cada ano.
No Tesouro Direto, a amostra da pesquisa é composta pelo número de
investidores com conta ativa na plataforma, que podem investir em todos os títulos
públicos à venda no Tesouro Direto: prefixados, indexados à inflação e indexados à
Selic, com e sem pagamento de juros semestrais. Na B3, a amostra da pesquisa é
composta pelo número de investidores pessoas físicas com conta ativa na bolsa de
valores brasileira. É importante destacar que os dados da B3 incluem investidores que
possuem, além de ações, outros ativos de renda variável e de renda fixa passíveis de
negociação na Bovespa, inclusive títulos públicos. A B3 não divulga o histórico do
perfil dos investidores pessoas físicas por ativos.
Os investimentos de renda variável passíveis de negociação na B3 são: ações,
BDRs, CEPACs, ETFs, fundos imobiliários, futuros de S&P 500, futuros de Ibovespa,
futuros do Índice Brasil 50, futuros de FTSE/JSE. Os investimentos de renda fixa
19

passíveis de negociação na B3 são: Fundos de Investimento em Direitos Creditórios


(FIDCs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), Certificado de
Recebíveis Imobiliários (CRIs), debêntures, Letras Financeiras (LFs), títulos públicos
e títulos da dívida pública do Tesouro dos Estados Unidos.
A pesquisa apresenta o número bruto de investidoras mulheres com conta ativa
na Bolsa e no Tesouro Direto no mês de dezembro de cada ano e a proporção de
investidoras mulheres em relação ao total de investidores pessoas físicas, em
porcentagem. Além disso, o trabalho mostra a variação da proporção de mulheres
investidoras, em pontos percentuais, de um ano para o outro, entre 2002 e 2017,
desde que o Tesouro Direto foi criado.
Ano a ano, entre 2002 e 2017, desde que o Tesouro Direto foi criado, a
pesquisa também compara a proporção de mulheres investidoras na Bolsa e no
Tesouro Direto com a proporção de mulheres que chefiam lares brasileiros, segundo
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
O trabalho relaciona esses dados com as estratégias publicamente divulgadas
pela B3 e pelo Tesouro Direto para incentivar a inclusão de mulheres investidoras, já
descritas no referencial teórico. A pesquisa observa se as estratégias das instituições
causaram efeito sobre a evolução de investidoras mulheres. Para analisar as
estratégias da Bolsa e do Tesouro Direto para incentivar a inclusão de investidoras
mulheres, descritas no referencial teórico, a pesquisa investigou notícias divulgadas
nos sites da B3 e do Tesouro Direto e na imprensa.
20

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

O objetivo central deste trabalho é identificar a evolução das investidoras


mulheres na bolsa de valores brasileira e no Tesouro Direto entre 2002 a 2017. Para
isso, este capítulo apresenta abaixo o histórico do número de investidores por gênero
com conta ativa na B3, antiga BM&FBovespa, e no Tesouro Direto. A pesquisa
também mostra a variação da proporção de investidoras mulheres e compara a
proporção de investidoras mulheres com a de mulheres chefes de lares brasileiros,
segundo a Pnad, do IBGE.
Depois de apresentar os dados, a análise observa se as estratégias das
instituições causaram efeito sobre a evolução das investidoras mulheres. A
apresentação dos dados e a análise estão divididos em duas partes, referentes à
bolsa de valores brasileira e ao Tesouro Direto, respectivamente.

4.1 Evolução das mulheres investidoras na bolsa brasileira entre 2002 e 2017

A seguir, a pesquisa apresenta o número bruto de investidoras mulheres com


conta ativa na bolsa de valores brasileira no mês de dezembro entre 2002 e 2017 e a
proporção de investidoras mulheres em relação ao total de investidores pessoas
físicas, em porcentagem.

Tabela I – Evolução de mulheres com conta ativa na Bolsa entre 2002 e 2017
Ano Proporção de mulheres Mulheres com conta Total de investidores
com conta ativa ativa com conta ativa
2002 17,63% 15.030 85.249
2003 18,40% 15.725 85.478
2004 19,23% 22.480 116.914
2005 21,24% 32.963 155.183
2006 21,82% 47.917 219.634

2007 24,62% 112.386 456.577

2008 23,37% 125.385 536.483

2009 24,63% 136.062 552.364

2010 24,76% 151.271 610.915

2011 25,02% 145.915 583.202


21

2012 25,30% 148.564 587.165

2013 25,21% 148.549 589.276

2014 24,43% 137.794 564.116

2015 23,77% 132.427 557.109

2016 23,10% 130.265 564.024


2017 22,87% 141.738 619.625

Fonte: B3. Elaborada pela autora.

A seguir, a pesquisa mostra a variação da proporção de investidoras mulheres,


em pontos percentuais, de um ano para o outro, entre 2002 e 2017.

Tabela II – Variação ao ano da proporção de investidoras mulheres na Bolsa entre 2002 e 2017
Período Variação da proporção de investidoras mulheres
2002 a 2003 0,77 pontos percentuais
2003 a 2004 0,83 pontos percentuais
2004 a 2005 2,01 pontos percentuais
2005 a 2006 0,58 pontos percentuais
2006 a 2007 2,80 pontos percentuais

2007 a 2008 - 1,25 pontos percentuais

2008 a 2009 1,26 pontos percentuais

2009 a 2010 0,13 pontos percentuais

2010 a 2011 0,26 pontos percentuais

2011 a 2012 0,28 pontos percentuais

2012 a 2013 - 0,09 pontos percentuais

2013 a 2014 - 0,78 pontos percentuais

2014 a 2015 - 0,66 pontos percentuais

2015 a 2016 - 0,67 pontos percentuais

2016 a 2017 - 0,23 pontos percentuais

Fonte: B3. Elaborada pela autora.

Por último, o trabalho compara a proporção de investidoras mulheres na Bolsa


com a proporção de mulheres que chefiam lares brasileiros, segundo a Pnad, do
IBGE.
22

Tabela III – Comparação entre a proporção de investidoras mulheres na Bolsa e a proporção de


mulheres que chefiam lares brasileiros
Ano Investidoras mulheres na Bolsa Mulheres que chefiam lares
brasileiros
2002 17,63% 26,64%
2003 18,40% 28,80%
2004 19,23% 29,37%
2005 21,24% 30,55%
2006 21,82% 31,33%

2007 24,62% 32,92%

2008 23,37% 34,84%

2009 24,63% 35,09%

2010 24,76% Não disponível

2011 25,02% 37,45%

2012 25,30% Não disponível

2013 25,21% 38,85%

2014 24,43% 39,84%

2015 23,77% 40,51%

2016 23,10% Não disponível

2017 22,87% Não disponível

Fonte: B3 e IBGE. Elaborada pela autora.

Ao analisar os dados, percebe-se que as investidoras mulheres sempre foram


minoria entre o total de investidores pessoas físicas na bolsa de valores brasileira, no
período entre 2002 e 2017.
Ao observar o número bruto de investidoras mulheres com conta ativa na bolsa
de valores brasileira, nota-se uma tendência de crescimento da quantidade de
investidoras mulheres ao longo do tempo, acompanhando o aumento do total de
investidores pessoas físicas. Porém, o crescimento não foi constante. Houve períodos
de queda no número de investidoras mulheres, assim como no número total de
investidores pessoas físicas, entre 2010 e 2011 e entre 2013 e 2015. Além disso, entre
2015 e 2016, houve uma exceção: o número de investidoras mulheres caiu, enquanto
o número total de investidores subiu. No período total analisado, a Bolsa teve o maior
número de investidoras mulheres em 2010, quando atingiu 151.271 mulheres com
conta ativa.
23

Ao observar a proporção de investidoras mulheres em relação ao total de


investidores pessoas físicas, em porcentagem, nota-se que, até 2012, havia uma
importante tendência de crescimento na proporção de investidoras mulheres. Porém,
o crescimento não foi constante. Houve um período de queda na proporção de
investidoras mulheres entre 2007 e 2008.
A partir de 2012, a tendência de crescimento na proporção de investidoras
mulheres mudou. Entre 2012 e 2017, a proporção de investidoras mulheres caiu ano
a ano, de forma constante. Nesse período, a maior queda foi entre 2013 e 2014. No
período total analisado, a Bolsa teve a maior proporção de investidoras em 2012,
quando as mulheres eram 25,30% do total de investidores com conta ativa.
Ao comparar a proporção de investidoras mulheres na Bolsa com a proporção
de mulheres que chefiam lares brasileiros, segundo a Pnad, do IBGE, observa-se que
a proporção de investidoras mulheres sempre foi menor do que a proporção de chefes
de lares brasileiros mulheres entre 2012 e 2017. Além disso, nota-se que a proporção
de chefes de lares brasileiros mulheres cresceu de forma constante, diferente da
proporção de investidoras mulheres.
Ao relacionar esses dados com as estratégias da B3 para incentivar a inclusão
de investidoras mulheres, observa-se que o projeto de democratizar e popularizar a
Bolsa e o programa educacional “Mulheres em ação” podem ter contribuído para o
aumento de investidoras mulheres até 2012. No entanto, é precipitado afirmar que o
aumento é somente resultado do trabalho da instituição para atrair o público feminino,
pois, no período, também houve aumento de chefes de lares brasileiros mulheres.
A partir de 2012, constata-se que a participação da bolsa de valores brasileira
em diversos pactos internacionais para promover a igualdade de gênero trouxe pouco
resultado para a inclusão de investidoras mulheres, visto que a proporção de
investidoras caiu no mesmo período. Assim, verifica-se que, apesar da Bolsa se
mostrar empenhada para promover a igualdade de gênero, as estratégias da
instituição são insuficientes para incluir investidoras mulheres.

4.2 Evolução das mulheres investidoras no Tesouro Direto entre 2002 e 2017

A seguir, a pesquisa apresenta o número bruto de investidoras mulheres com


conta ativa no Tesouro Direto no mês de dezembro entre 2002 e 2017 e a proporção
24

de investidoras mulheres em relação ao total de investidores pessoas físicas, em


porcentagem.

Tabela IV – Evolução de mulheres com conta ativa no Tesouro Direto entre 2002 e 2017

Ano Proporção de mulheres Mulheres com conta Total de investidores


com conta ativa ativa com conta ativa
2002 13,51% 287 2.124
2003 16,59% 1.553 9.363.
2004 18,50% 2.587 13.985
2005 19,93% 3.619 18.161
2006 22,44% 4.867 21.688

2007 24,25% 5.862 24.173

2008 23,41% 7.776 33.216

2009 23,78% 8.886 37.367

2010 23,41% 11.496 49.107

2011 23,75% 18.273 76.941

2012 24,43% 22.057 90.287

2013 24,08 23.254 97.898

2014 23,16 29.888 129.049

2015 24,18 56.568 233.945

2016 26,49 106.436 401.799

2017 30,43 172.160 565.758

Fonte: Tesouro Nacional. Elaborada pela autora.

A seguir, a pesquisa mostra a variação da proporção de investidoras mulheres,


em pontos percentuais, de um ano para o outro, entre 2002 e 2017.

Tabela V – Variação ao ano da proporção de investidoras mulheres no Tesouro Direto entre


2002 e 2017
Período Variação da proporção de investidoras mulheres
2002 a 2003 3,08 pontos percentuais
2003 a 2004 1,94 ponto percentual
2004 a 2005 1,43 ponto percentual
2005 a 2006 2,51 pontos percentuais
2006 a 2007 1,21 ponto percentual
25

2007 a 2008 -0,84 ponto percentual

2008 a 2009 0,37 ponto percentual

2009 a 2010 -0,37 ponto percentual

2010 a 2011 0,34 ponto percentual

2011 a 2012 0,68 ponto percentual

2012 a 2013 -0,09 ponto percentual

2013 a 2014 -0,92 ponto percentual

2014 a 2015 1,02 ponto percentual

2015 a 2016 2,31 pontos percentuais

2016 a 2017 3,94 pontos percentuais

Fonte: Tesouro Nacional. Elaborada pela autora.

Por último, o trabalho compara a proporção de investidoras mulheres no


Tesouro Direto com a proporção de mulheres que chefiam lares brasileiros, segundo
Pnad, do IBGE.

Tabela VI – Comparação entre a proporção de investidoras mulheres no Tesouro Direto e a


proporção de mulheres que chefiam lares brasileiros
Ano Investidoras mulheres na Bolsa Mulheres que chefiam lares
brasileiros
2002 13,51% 26,64%
2003 16,59% 28,80%
2004 18,50% 29,37%
2005 19,93% 30,55%
2006 22,44% 31,33%

2007 24,25% 32,92%

2008 23,41% 34,84%

2009 23,78% 35,09%

2010 23,41% Não disponível

2011 23,75% 37,45%

2012 24,43% Não disponível

2013 24,08 38,85%

2014 23,16 39,84%

2015 24,18 40,51%

2016 26,49 Não disponível


26

2017 30,43 Não disponível

Fonte: Tesouro Nacional e IBGE. Elaborada pela autora.

Ao analisar os dados, percebe-se que, assim como na bolsa de valores


brasileira, as investidoras mulheres sempre foram minoria entre o total de investidores
pessoas físicas no Tesouro Direto, no período entre 2002 e 2017.
Ao observar o número bruto de investidoras mulheres com conta ativa no
Tesouro Direto, nota-se uma tendência de crescimento constante da quantidade de
investidoras mulheres ao longo do tempo, acompanhando o aumento constante do
total de investidores pessoas físicas, diferente da bolsa. No período total analisado, o
Tesouro Direto teve o maior número de investidoras mulheres em 2017, quando
atingiu 172.160 mulheres com conta ativa.
Ao observar a proporção de investidoras mulheres em relação ao total de
investidores pessoas físicas, em porcentagem, nota-se que há uma importante
tendência de crescimento na proporção de investidoras mulheres. Porém, o
crescimento não foi constante. Houve períodos de queda na proporção de investidoras
mulheres entre 2007 e 2008, 2009 e 2010, e 2012 a 2014. A maior queda foi a mais
recente, entre 2013 e 2014, mesmo período de maior queda de investidoras mulheres
na bolsa de valores. No período total analisado, o Tesouro Direto teve a maior
proporção de investidoras mulheres em 2017, quando as mulheres eram 30,43% do
total de investidores com conta ativa. No ano, a proporção de investidoras mulheres
no Tesouro Direto era 7,56 pontos percentuais maior que a proporção de investidoras
mulheres na Bolsa.
Ao comparar a proporção de mulheres investidoras no Tesouro Direto com a
proporção de mulheres que chefiam lares brasileiros, segundo a Pnad, do IBGE,
observa-se que a proporção de investidoras mulheres sempre foi menor do que a
proporção de chefes de lares brasileiros mulheres entre 2012 e 2017. Porém, a
proporção de investidoras mulheres cresceu de forma constante, assim como a
proporção de chefes de lares brasileiros mulheres.
Ao relacionar esses dados com as estratégias do Tesouro Direto para incentivar
a inclusão de investidoras mulheres, observa-se as campanhas do Dia da Mulher e do
Dia das Mães em 2017 podem ter contribuído para o aumento de investidoras
mulheres. No entanto, é precipitado afirmar que o aumento é somente resultado do
27

trabalho da instituição para atrair o público feminino, pois, o crescimento foi constante
desde 2002 e, no período total, também houve aumento de chefes de lares brasileiros
mulheres.
Verifica-se que, apesar do Tesouro Direto se mostrar empenhado para incluir
investidoras mulheres, as estratégias da instituição são insuficientes para promover a
igualdade de gênero entre os investidores.
28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo tinha como objetivo central identificar a evolução de investidoras


mulheres na bolsa de valores brasileira e no Tesouro Direto no período de 2002 a
2017, desde que o programa Tesouro Direto foi lançado pelo Tesouro Nacional. Essa
é uma forma de refletir sobre a igualdade de gênero no mercado financeiro e sobre o
que as instituições podem fazer para contribuir para a inclusão de investidoras
mulheres.
Para isso, a pesquisa revisou, do ponto de vista teórico, o distanciamento
histórico entre o mercado financeiro e as mulheres. Também revisou a história da
bolsa de valores brasileira e do Tesouro Direto e sua relação com as mulheres.
Após construir esse referencial, o estudo apresentou os dados da evolução de
investidoras mulheres com conta ativa no período entre 2002 e 2017, coletados do
histórico de perfil de investidores pessoas físicas da B3 e do Balanço do Tesouro
Direto. Também apresentou os dados da proporção chefes de lares brasileiros
mulheres, coletados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do
IBGE, em comparação a proporção de investidoras mulheres.
O estudo buscou analisar se as estratégias da bolsa de valores brasileira e do
Tesouro Direto contribuíram para a evolução de investidoras mulheres até 2017. Com
base no contexto explorado no referencial teórico, verificou-se que, apesar da bolsa
de valores brasileira e do Tesouro Direto se mostrarem empenhados para promover
a inclusão de investidoras mulheres, as estratégias das instituições foram insuficientes
para promover a igualdade de gênero nos investimentos pessoais. Faltam iniciativas
de orientação financeira acessíveis e claras para contribuir com a evolução de
investidoras mulheres.
Este trabalho optou pelo recorte da análise da inclusão de investidoras
mulheres para promover a igualdade de gênero no mercado financeiro, mas outros
recortes podem ser analisados, como a inclusão de mulheres nos conselhos de
administração das empresas com capital aberto na B3. Além disso, é possível analisar
a contribuição de outras instituições além da B3 e do Tesouro Direto para a inclusão
de mulheres no mercado financeiro.
29

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://www.acervobmfbovespa.com.br/History> Acesso em: março de 2018.

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B3 realiza 1ª edição do curso Capacitação em Abertura de Capital focada no público


feminino. Notícias da BM&FBovespa. São Paulo, 6 de abril de 2017. Disponível
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