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Palavras 11

2.º Teste - 11.º ano novembro / dezembro

Grupo I (100 pontos)


Educação Literária

A (80 pontos)

Lê o texto.
CENA IV
Telmo, só.

TELMO ― Virou-se-me a alma toda com isto: não sou já o mesmo homem. Tinha um
pressentimento do que havia de acontecer… parecia-me que não podia deixar
de suceder… e cuidei que o desejava enquanto não veio. Veio, e fiquei mais
aterrado, mais confuso que ninguém! Meu honrado amo, o filho do meu nobre
senhor, está vivo… o filho que eu criei nestes braços… vou saber novas certas
dele ― no fim de vinte anos de o julgarem perdido; e eu, eu que sempre esperei,
que sempre suspirei pela sua vinda… — era um milagre que eu esperava sem o
crer! — eu agora tremo… É que o amor desta outra filha, desta última filha, é
maior, e venceu…venceu… apagou o outro. Perdoai-me, Deus, se é pecado. Mas que
pecado há de haver com aquele anjo? Se ela me viverá, se escapará desta crise
terrível! Meu Deus, meu Deus! (Ajoelha.) Levai o velho que já não presta para nada.
Levai-o por quem sois! (Aparece o romeiro à porta da esquerda e vem lentamente
aproximando-se de Telmo, que não dá por ele.) Contentai-vos com este pobre
sacrifício da minha vida, Senhor, e não me tomeis dos braços o inocentinho que
eu criei para Vós, Senhor, para vós… mas ainda não, não mo leveis ainda! Já
padeceu muito, já traspassaram bastantes dores aquela alma: esperai-lhe com a
morte algum tempo!...

CENA V
Telmo e Romeiro.

ROMEIRO ― Que não oiça Deus o teu rogo!

TELMO (Sobressaltado.)
― Que voz! Ah! é o romeiro. Que me não oiça Deus! Porquê?

ROMEIRO ― Não pedias tu pelo teu desgraçado amo, pelo filho que criaste?

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Palavras 11

TELMO (À parte.)
― Já não sei pedir senão pela outra. (Alto.) E que pedisse por ele, ou por outrem,
porque me não há de ouvir Deus, se lhe peço a vida de um inocente?

ROMEIRO ― E quem te disse que ele o era?

TELMO ― Esta voz… esta voz! Romeiro, quem és tu?

ROMEIRO (Tirando o chapéu e alevantando o cabelo dos olhos.)


― Ninguém, Telmo, ninguém: se nem já tu me conheces!

TELMO (Deitando-se-lhe as mãos para lhas beijar.)


― Meu amo! meu senhor!... sois vós? Sois, sois. D. João de Portugal, oh!, sois
vós, senhor?
Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, organização e notas de Ana M. Coutinho e Castro, (ato III), Porto: Areal
Editores, 2004, pp. 140-143.

1. Identifica os sentimentos de Telmo expressos no monólogo da cena IV.


2. Explicita a reação do Romeiro às palavras finais de Telmo nesta cena.
3. Infere o significado da fala proferida “à parte” por Telmo na cena V.
4. Indica as funções das indicações cénicas dadas ao longo do texto.

B (20 pontos)

5. Escreve uma exposição (130 a 170 palavras) sobre a importância do cómico como
expressão da crítica e fator de moralização social na obra vicentina que estudaste. O
esquema que se segue pode apoiar-te na tua planificação. Deves estruturar o teu texto
com introdução, desenvolvimento e conclusão devidamente delimitados.

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Palavras 11

Cómico

Moralização
Crítica social
social

Denúncia de
Denúncia de Denúncia de Correção de
inversão de
injustiças corrupção atitudes
valores

Grupo II (50 pontos)

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.


Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.

Leitura | Gramática

Star Wars VII: O Despertar da Força


Chewbacca precisa de amigos

O cinema começou por ser um espetáculo de feira. As pessoas espreitavam por


óculos ou binóculos e deixavam-se surpreender pela ilusão do movimento, como se fosse
magia. A elevação da tecnologia a expressão artística, como antes acontecera com a
fotografia abriu novas hipóteses, libertando-o da sua génese popular. A Guerra das
5 Estrelas, apesar de todas as suas reciclagens, é o que de mais próximo existe com o
intuito fundador do cinema: um enorme e surpreendente espetáculo de entretenimento,
megalómano nos meios e efeitos, com o objetivo assumido de gerar grandes lucros
comerciais. De resto, a lógica da indústria americana nunca foi outra: os filmes são vistos
como empreendimentos de investidores com o objetivo de criar riqueza. Mas atenção que
10 tal não impediu Hollywood de gerar John Ford Nicholas Ray ou Alfred Hitchcock. Arte e
comércio não são necessariamente incompatíveis, mas caso haja a necessidade de
escolher entre arte e dinheiro, Hollywood opta claramente pelo segundo.
Passa-se que o cineasta George Lucas criou, em 1977, uma start up de sucesso
improvável. Acreditou que o êxito popular não partia da reciclagem fácil de modelos
15 preexistentes, mas na criação de todo um universo e de uma linguagem cinematográfica
que desse prioridade aos efeitos visuais. Muitos duvidavam do sucesso da fórmula, mas
acompanhando-a de uma inteligente estratégia de marketing e merchandising, também
inovadora para a época, Lucas criou um novo paradigma para o cinema. A partir daí foi só

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Palavras 11

saber como explorar o filão: entenda-se que a eficácia desta exploração do filão esta
20 também dependente da capacidade artística e tecnológica. (…)
Este sétimo episódio é o grande reconciliador de gerações, fórmula perfeita para,
novamente, bater recordes de audiência. Está tudo lá: Chewbacca R2 – D2, C- 3PO, Han
Solo, Princesa Leia, e uma porta para Luke Skywalker. Mas também há um novo Dart
Vader, inevitavelmente mais fraco que o seu antecessor, mas que faz dessa fraqueza uma
25 fonte de enriquecimento dramático da personagem; um mau do lado do bom; um piloto
com atributos humanos; e uma super-heroína que aprende a ter poderes. Há também a
importação de elementos de outros filmes e séries de televisão e uma constante
recapitulação da matéria dada, para ter a certeza de que ninguém fica fora do contexto.
(…)
30 Star Wars é o que há de mais próximo do espetáculo de feira onde o cinema
começou por habitar. É bom se entretém. E se entretém é bom.

Manuel Halpern, Jornal de Letras, 23 de dezembro a 5 de janeiro, 2015, p. 21.

Leitura | Gramática

1. O texto apresenta características específicas do género


(A) apreciação crítica.
(B) discurso político.
(C) texto de opinião.
(D) artigo de divulgação científica.

2. A expressão Star Wars está destacada em itálico


(A) de forma intencional para realçar palavras importantes no texto.
(B) de forma aleatória.
(C) para assinalar um empréstimo.
(D) para distinguir o título do filme.

3. Na expressão “megalómano nos meios e efeitos” (l. 7), a palavra “megalómano”


está associada à ideia de
(A) rigor.
(B) originalidade.
(C) exuberância.
(D) atualidade.

4. O título do texto
(A) é uma frase retirada do filme.
(B) é metafórico.
(C) é retirado de um livro antigo.
(D) está usado em sentido literal.

5. Na frase “De resto, a lógica da indústria americana nunca foi outra: os filmes são
vistos como empreendimentos de investidores com o objetivo de criar riqueza.” (ll.
8-9) a utilização da vírgula e dos dois pontos serve, respetivamente,

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Palavras 11

(A) para introduzir uma explicação e uma citação.


(B) para delimitar um conector e introduzir uma explicação.
(C) para delimitar duas enumerações.
(D) para introduzir uma citação e delimitar uma explicação.

6. O texto apresenta
(A) várias marcas de terceira pessoa nas formas verbais, nos pronomes e nos
determinantes.
(B) caráter persuasivo, informação seletiva e dimensão ética e social.
(C) caráter demonstrativo, concisão e objetividade.
(D) título, subtítulo, notas de rodapé, epígrafe e bibliografia.

7. A repetição da palavra “feira”, no início e no fim do texto, contribui para a


(A) coesão gramatical referencial.
(B) coerência do texto.
(C) coesão gramatical temporal.
(D) coesão gramatical frásica.

8. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões sublinhadas na


frase: “a lógica da indústria americana nunca foi outra” (l. 8).
9. Classifica a seguinte oração: “que aprende a ter poderes” (l. 26).
10. Na frase: “Acreditou que o êxito popular não partia da reciclagem fácil de modelos
preexistentes, mas na criação de todo um universo e de uma linguagem
cinematográfica que desse prioridade aos efeitos visuais.” (ll. 14-16), indica a
função sintática do pronome relativo.

Grupo III (50 pontos)


Escrita

A obsessão com a imagem e a veneração de tudo o que vem do estrangeiro são vícios
muito presentes na sociedade atual.
Tendo em conta esta afirmação, apresenta, num texto bem estruturado, de 200 a 300
palavras, uma exposição sobre a imitação acrítica do estrangeiro, na sociedade portuguesa dos
nossos dias. Ilustra a tua exposição com exemplos esclarecedores.

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