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Os autores são do Institut für Giessereitechnik GmbH, de Düsseldorf

(Alemanha). O artigo Einfluss von Gefügeabweichunge auf die


Werkstoffeingenschaften von Gussteilen aus Gusseisen mit
Kügelgraphit foi originalmente publicado na revista alemã
Giesserei n° 4, de 2006, pp. 26-46. Reprodução autorizada pelo
editor. Tradução de Themistocles Rodrigues Júnior,

A INFLUÊNCIA DOS DESVIOS DA MICROESTRUTURA SOBRE AS


PROPRIEDADES DO FERRO FUNDIDO NODULAR.

A obtenção de uma microestrutura ideal, conforme descrito na maior parte da literatura, é


bastante difícil na prática, deixando o fundidor na dúvida sobre o que realmente esperar das
propriedades do ferro fundindo nodular. Para ajudá-lo, este artigo apresenta um estudo no qual foram
ensaiados dois tipos de material (GJS-400 e GIS-700), com desvio em sua microestrutura.

O ferro fundido nodular (EM – GJS) é um material de construção atraente, considerando-


se as suas propriedades mecânicas e físicas. Em 2004, aproximadamente 1,43 milhão de
toneladas de peças fundidas neste material foi produzido somente na Alemanha [1].
As propriedades mecânicas estáticas, dinâmicas e cíclicas do ferro fundido nodular, as
quais são especificadas em normas, em diversas publicações e em bancos de dados, é a base para
o dimensionamento apropriado dos componentes fabricados com ele [2-5].
Estas informações se referem quase exclusivamente a amostras de ferro fundido nodular
com uma microestrutura ideal, ou seja, com conformação nodular da grafita e matriz
(ferrita/perlita) sem inclusões não-metálicas e defeitos de fundição. Entretanto, na prática, a
microestrutura dos componentes de ferro fundido nodular raramente apresenta este estado ideal.
Os efeitos dos desvios da microestrutura sobre as propriedades das peças fundidas neste
metal ainda não são totalmente conhecidos. A conseqüência disso são incertezas na avaliação,
ou seja, dúvidas sobre se os fundidos com estes desvios apresentam as propriedades exigidas e
podem ser utilizados.
Muitas vezes, na análise e no esclarecimento de defeitos existem dúvidas sobre o fato de
eles terem sido ou não provocados por desvios das microestruturas ou pela sobrecarga do
componente.
Deste modo, o objetivo do projeto no qual este artigo é baseado foi determinar os dados do
ferro fundido nodular, considerando-se os desvios da sua microestrutura. Neste sentido foram
procuradas as características que podem ocorrer na produção real de componentes fundidos
neste metal. No entanto, vale mencionar que a influência dos desvios da microestrutura não é
considerada ou não é conhecida na literatura normativa sobre o assunto.

Figura 1 – Tratamento do magnésio pelo processo


sandwich, para a produção de ferro fundido
nodular.
Características e motivos dos desvios da microestrutura.

No ferro fundido nodular produzido industrialmente, os desvios ou defeitos da


microestrutura podem ocorrer, por exemplo, em razão de uma alteração dos nódulos de grafita,
da sua degeneração na superfície da peça ou em forma de inclusões não-metálicas e de fases
duras na matriz metálica.
A ocorrência de desvios ou defeitos da microestrutura dos ferros fundidos nodulares nem
sempre pode ser completamente evitadas, já que as condições de fabricações são bastante
divergentes.
A figura 2 explica a influência de diferentes condições de fabricação sobre a
microestrutura e, deste modo, sobre as propriedades mecânicas do ferro fundido nodular. Os
materiais metálicos da carga (sucata, ferro-gusa, ligas de adição e agentes de inoculação), a
condução, o tratamento e a temperatura do banho fundido, por exemplo, exercem uma influência
significativa sobre a ocorrência de desvios da microestrutura [6-8].

Composição química normal Teor dos elementos de liga

Teor dos elementos residuais

Forma e espessura de
parede da peça fundida Material do molde Carga metálica Condução da
fusão, tratamento
Processo de do banho fundido.
moldagem

Condições de Condições da Composição


resfriamentos nucleação do banho química
fundido

Temperatura Tempo de
de vazamento vazamento
Microestrutura

Estabilidade Superfície Propriedades mecânicas tecnológicas


dimensional

Figura 2 – Influência das diferentes condições de fabricação sobre a microestrutura e as


propriedades das peças de fero fundido [9].

Na prática operacional, uma série de defeitos da microestrutura do ferro fundido nodular


prejudica as suas propriedades mecânicas. A tabela 1 apresenta um resumo dos desvios deste
tipo e as suas causas.
Tabela 1 – Tipo e razão dos desvios das microestruturas de ferro fundido nodular.

Desvio da microestrutura Motivo Referência


bibliográfica
Formação insuficiente de - Baixo teor residual de manganês no ferro [10 – 13]
nódulos (nodulariedade) fundido, por exemplo, <0,03%
- Inoculação insuficiente
- Teores de titânio e cério/mishmetal
- Carbono equivalente baixo
Grafita intercelular, - Tempo de solidificação longo [10, 12, 14-16,
também denominada - Elementos da ordem de traços e residuais (Ti, 18]
grafita intercelular Bi, Sb, Pb)
lamelar - Materiais de carga com alta pureza
O aumento dos teores de magnésio, antimônio e
arsênio também podem conduzir a formação de
lamelas, ao invés de nódulos.
- Baixos teores de antimônio podem promover a
formação d nódulos (atenção com a interação
com o sério)
Nódulos explodidos - Utilização de material de carga muito puro [10,12, 16, 17,
(figura 3) combinando com a adição de cério 19-21]
- Banho fundido com composição química
hipereutética (carbono equivalente > 4,3%)
- Teores muito altos magnésio residual no banho
de ferro fundido
- Tempo de solidificação longo
Flotação da grafita - Banho fundido com composição química [11, 12, 19, 2-
(acumulação primária dos hipereutética carbono equivalente > 4,3%) 24]
nódulos separados do - Longos tempos de resfriamento e de
banho fundido) solidificação
Grafita chunky (grafita - Longo tempo de solidificação [10, 15, 16,
intracelular finamente - Material de carga puro 22, 2, 26]
distribuída em partículas - Elementos da ordem de traços (Ce, Pb, Sb, As)
arredondadas) Teores de silício, níquel e cálcio mais altos
Grafia lamelar na - Tempos longos de resfriamento e de [22, 27-30]
periferia da peça fundida solidificação
(figura 4) - Material do molde rico em enxofre
Inclusões não-metálicas - Tempo de solidificação longo [10,12, 15, 27]
(carbonetos, - Condições de solidificação (nucleação)
carbonitretos, compostos - Pequenas quantidades de cromo, manganês,
de magnésio e oxigênio e vanádio, titânio, molibdênio, boro e nióbio
compostos de magnésio e - Teor muito alto de magnésio residual no metal
enxofre) fundido
- Baixo tempo de permanência do banho
Bandas d ferrita na - Logo tempo de resfriamento no estado sólido [28]
periferia da peça fundida - Atmosfera oxidante na superfície de limite do
material de moldagem/superfície fundida
Drosses (camada - Alto teor de magnésio residual no banho [22, 23, 31,
superficial e inclusões de - Forte turbulência no enchimento do molde 32]
drosses) - Baixa temperatura de vazamento
As figuras 3 e 4 mostram exemplos de nódulos de grafita explodidos e da presença de
grafita lamelar na borda do fundido, respectivamente. As imagens de outras degenerações da
microestrutura serão apresentadas no subtítulo “Resultados dos ensaios do ferro fundido
nodular”.

Figura 3 – Nódulos de grafita Figura 4 – Degeneração da grafita na


explodidos. zona periférica de um ferro fundido
nodular.

ENSAIOS E RESULTADOS.

A realização do ensaio.

Para a execução dos ensaios do ferro fundido nodular, foram produzidas amostras com
diferentes desvios da microestrutura. Elas deveriam apresentar volume suficiente para a
fabricação de diversas barras de teste, além de garantir uma solidificação o mais uniforme
possível.
A fundição simultânea de quatro corpos-de-prova retangulares em uma caixa de moldagem
resultou em um enchimento simétrico do molde e em uma solidificação uniforme (figura 5).

Figura 5 – Representação esquemática do sistema de alimentação


das amostras utilizadas nos testes.
Os banhos fundidos foram produzidos em um forno a indução sem núcleo de média
freqüência, com capacidade para 10 kg e revestimento refratário ácido. O metal fundido de base,
por sua vez, foi produzido com ferro-gusa de fundição e sucata d aço.
A temperatura de vazamento do forno chegou a 1520°C, enquanto a do ente 1400°C.
O tratamento com magnésio (Mg) foi realizado de acordo com o processo sandwich, com
1,4% da liga nodularizante de ferro-silício-magnésio. A quantidade da agente de inoculação
adicionado no jato de vazamento ficou em cerca de 0,3%.
Os moldes de fundição foram fabricados com um material de moldagem aglomerado com
resina fria (aglomerante de resina fenólica).
Dos blocos de amostra em forma de paralelepípedo, foram extraídos corpos-de-prova para
os seguintes testes:
 Ensaios de tração;
 Ensaios de tração e compressão alternantes;
 Ensaios de flexão alternantes de quatro pontos;
 Ensaios de fadiga por flexão rotativa;
 Pesquisa da mecânica de fratura;
 Ensaios metalográficos.

A tabela 2 resume as condições dos procedimentos de teste executados. Outras


informações a este respeito podem ser consultadas na referencia bibliográfica 34.

Tabela 2 - Condições de ensaio da microestrutura.

Processo de Observações
ensaio
Ensaio de tração e - Solicitação alternante (R = σmin. / σmax. = -1)
compressão - Máquina para ensaio de ressonância e 100 kN (Testronic, Fa.
alternantes Russenberger).
- Freqüência d ensaio: 158 Hz
- Critérios de interrupção: caída da freqüência alternante em 150 Hz
alternâncias de carga
- Análise conforme o processo horizontal e escalonado
Ensaio de flexão - Solicitação alternante (R = σmin. / σmax. = -1)
alternante de - Máquina para ensaio de ressonância e 100 kN (Testronic, Fa.
quatro pontos Russenberger).
- 29 kN, dispositivo de quatro pontos
- Freqüência de ensaio: 100 Hz
- Critério de interrupção: caída da freqüência em 90 Hz, com 10’alternâncias
de carga.
- Análise conforme o processo horizontal e escalonado
Ensaio de fadiga - Freqüência de ensaio: 50 Hz (300 rpm)
por flexão rotativa - Critério de interrupção: ruptura do corpo-de-prova na área de resistência à
fadiga, com tempo finito, e na área transiente após 10’ciclos de carga
- Análise conforme o processo horizontal e escalonado
Ensaio mecânico - Dispositivo de flexão de três pontos, conforme a ISSO 12135:2002(E)[33]
de ruptura - Iniciar o valor progressivo da deflexão Δa
- Registro de força, da deflexão, da demonstração do entalhe e da rigidez do
corpo-de-prova
- Derivação do parâmetro de ruptura mecânica (por exemplo, valor do início
da fissura Ji/l. e resistência ao alongamento de fissura Tj)
Análise - Microscópio de luz incidente com o pacote de programas a 4i da Fa. SIS
quantitativa da - Micrografia dos corpos-de-prova testados
microestrutura - Constantes da nodularidade n= 4 A/lm onde A= área e 1m = diâmetro de
Feret máx. das partículas, cujo fator de forma é maior que, com mais da
metade de todas as partículas com 0,62>n> 0,525
Resultados dos ensaios do ferro Fundido nodular.

Ferro fundido nodular de referência – Para comparar as características das ligas


ensaiadas e os desvios da microestrutura produzidos, diversos ferros fundidos nodulares sem
defeitos foram produzidos; são os chamados ferros fundidos nodulares de referência.
A seguir são listados os materiais deste tipo, que foram fabricados e utilizados nos testes
(tabela 3):

Tabela 3 – Composição química dos ferros fundidos nodulares de referência, sem desvios de
microestrutura.
Elementos químicos (% em peso) Grau de
Material C Si Mn P S Cu Mg saturação
Sc
Ferro fundido nodular 3,57 2,26 0,03 0,006 0.008 - 0.043 1,01
GJS-400, referência
TTF-400
Ferro fundido nodular 3,43 2,16 0,17 0,03 0,007 - 0.036 0,96
GJS-400, referência
EBF-400
Ferro fundido nodular 3,63 2,28 0,2 0,007 0,008 0,64 0,04 1,03
GJS-700, referência
EBF-700

 Ferro fundido nodular básico (GJS-400) com tratamento térmico de ferritização, que neste
artigo é chamado d ferro fundido nodular GJS-400 referência TTF-400.
 Ferro fundido nodular (GJS-400) no estado bruto de fundição, que aqui é denominado ferro
fundido nodular GJS-400, referência EBF-400.
 Ferro fundido nodular (GJS-700) no estado bruto de fundição, que chamaremos de ferro
fundido nodular GJS-700, referência TTF-700.

Na tabela 4 apresenta os valores característicos de ensaio de tração e os parâmetros


decisivos da microestrutura. O tratamento térmico do ferro fundido nodular de referência foi feto
com o objetivo de se obter um material comparável com os ferros fundidos nodulares com
grafita intercelular e com carbonetos de contorno de grão.
Os ferros fundidos nodulares GJS-400, referência EBF-400, e GJS-700, referência TTF-
700, foram submetido a um recozimento ferritizante (800°C, 4h/680°C, 7 k/h, devido ao alto
teor de perlita no estado bruto de fundição (entre 205 e 30%).
Os três materiais de referência foram submetidos aos ensaios de tração e compressão
alternantes (σTCA) e de fadiga por reflexão rotativa (σFFR).
No ferro fundido nodular GJS-400, referência EBF-400, também foram executados ensaios
de flexão alternantes de quatro pontos.
Tabela 4 – Parâmetros da microestrutura e propriedades mecânicas estáticas dos ferros fundidos
nodulares pesquisados.

Características da microestrutura Propriedade mecânica estática


Diâmetro Limite de Alongame
Contagem Resistência
Ensaio médio do Nodulari Ferrita/ escoamento nto à
de nódulos à tração Rm
-2 nódulo dade (%) perlita Rp0,2 ruptura A
(mm ) (N/mm²)
(mm) (N/mm²) (%)
FFN GJS-400,
54 56 76 97/3 385 251 28
referência TTF-400
FFN GJS-400,
referência EBF- 145 37 84 97/3 401 261 20
400
FFN GJS-700,
referência EBF- 75 41 93 6/94 678 402 3
700
FFN GJS-400 com
nodularidade 57 58 61 8/16 421 271 19
reduzida
FFN GJS-400 com
1% de grafita
intercelular e 101* 41* 85* 96/4 387 256 26
tratamento térmico
de ferritização
FFN GJS-400 com
1,2% de grafita
intercelular e 113* 40* 82* 96/4 398 275 22
tratamento térmico
de ferritização
FFN GJS-400 com
carbonetos de
contorno de grão e 59 55 89 87/13 401 252 25
tratamento térmico
de ferritização
FFN GJS-400 com
139 54 52 92/8 - - -
flotação de grafita
FFN GJS-400,
75 48 87 89/11 411 271 26
abaixo da flotação
FFN GJS-400 com
inclusões não- 63 56 80 79/21 444 282 19
metálicas
FFN GJS-700 com
1,3% de grafita 119* 33* 84* 0/100 50 408 3
intercelular
FFN GJS-700 com
3,6% de grafita 132* 34* 75* 0/100 516 396 1
intercelular
FFN 61 1 94 21/79 618 363 5
Biela sem
degeneração GJS-
700 com - - - 0/100 818 464 7,1
carbonetos de
contorno de grão
Biela com 7% de
- - - 0/100 600 14 1,9
grafita intercelular
Características da nodularidade: partículas com n>0,625, sendo metade delas tinha 0,625>n>0,525 e n = 4A/lm
(diâmetro de Feret máx. Im).
Grafita intercelular: partículas com alongamento F>0,6 (F = razão entre o diâmetro de Feret mín./máx.).
* Inclusive partículas de grafita degenerada.
As figuras 6 a 9 apresentam os resultados das curvas de Wöhler registradas nos ensaios de
tração e compressão alternantes e nos teste de flexão alternantes de quatro pontos.
Todos os valores da resistência às solicitações alternantes, mesmo aquele dos ensaios de
fadiga por flexão rotativa (sem a apresentação da curva de Wöhler), são indicados na tabela 5.

Figura 6 - Curvas Wöhler para o ferro fundido nodular GJs-400, referência TTF-400, com
resistência à tração e compressão alternantes (σTCA) de 171 N/mm² e probabilidade de ruptura 50%.

Figura 7 – Curvas de Wöhler para o ferro fundido nodular GJS-400, referência EBF-400, com
resistência à tração e compressão alternantes de 182 N/mm² e probabilidade de ruptura de 50%.
Figura 8 – Curvas de Wöhler para ferro fundido nodular GJS-400, referência EBF-400,
com resistência à flexão alternante de 256 N/mm² e probabilidade de ruptura de 50%.

Figura 9 – Curvas de Wöhler para ferro fundido nodular GJS-700, referência TTF-700,
com resistência à tração e compressão alternantes de 234 n/mm² e probabilidade de
ruptura de 50%.
Tabela 5 – Resultados referentes aos ensaios de resistência alternante e de ruptura mecânica.

Resistência
Resistência Resistência Resistência
à tração e Valor da
à fadiga por à flexão ao
compressão iniciação da
Ensaio flexão alternante progresso
alternantes fissura Ji/BL
rotativa σFFR σFA da trinca
σTCA (kJ/m²)
(N/m²) (N/mm²) (Tj)
(N/mm²)
FFN GJS-400,
171 184 - 21 94
referência TTF-400
FFN GJS-400,
182 207 - 8 54
referência EBF-400
FFN GJS-700,
234 50 - - -
referência EBF-700
FFN GJS-400, com
60% de 194 195 - 21 66
nodularidade
FFN GJS-400 com
1% de grafita
intercelular e 175 197 - 15 70
tratamento térmico
de ferritização
FFN GJS-400, com
1,2% de grafita
intercelular e 185 203 - 17 59
tratamento térmico
de ferritização
FFN GJS-400 com
carbonetos de
contorno de grão e 174 191 - 19 81
tratamento térmico
de ferritização
FFN GJS-400 com
- - 175 - -
flotação de grafita
FFN GJS-400,
183 - 193 9 62
abaixo da flotação
FFN GJS-400 com
inclusões não- - 221 - - -
metálicas
FFN GJS-700 com
1,3% de grafita 241 244 - - -
intercelular
FFN GJS-700 com
3,6% de grafita 249 - - - -
intercelular
FFN GJS-700 com
carbonetos de 219 226 - 17 11
contorno de grão
Ferro fundido nodular GJS-400 com baixa nodularidade – A microestrutura desejada
foi obtida com a adição reduzida da liga nodularizante de magnésio (75% da quantidade usual).
A tabela 6 apresenta a composição química do ferro fundido resultante.

Tabela 6 – Composição química do ferro FFNGJS-400, com nodularidade reduzido.

Elementos químicos (%) Grau de Saturação


C Si Mn P S Mg Sc
3,51 2,25 0,04 0,006 0,008 0,033 0,99

A figura 10 mostra a microestrutura alcançada, com 61% de nodularidade, em comparação


com 81% do material de refer6encia. Esta liga foi submetida a ensaios de tração e de
compressão alternantes (figura 11) e d fadiga por flexão rotativa.

Figura 10 – Microestrutura do ferro fundido nodular GJS-


400, referência EBF-400, com 61% de nodularidade (sem

Figura 11 – Curva de Wöhler para ferro fundido nodular GJS-400 com 60% de nodularidade,
resistência à tração e compressão alternantes de 194 N/mm² e probabilidade de ruptura de 50%
Ferro fundido nodular GJS-400 com grafita intercelular – Este tipo de degeneração da
grafita foi ajustado com a adição de antimônio (Sb) ao banho fundido. As diferentes proporções
de grafita intercelular foram produzidas com o acréscimo de quantidade distintas de antimônio,
conforme a tabela 7.

Tabela 7 – Composição química do FFN GLS-400 com grafita intercelular.

Quantidade de Elementos químicos Grau de


grafita intercelular C Si Mn P S Sb Mg saturação
(%) Sc
0,99 3,58 2,31 0,03 0,007 0,008 0,0069 0,054 1,01
1,12 3,62 2,37 0,044 0,007 0,009 0,0275 0,043 1,03

A figura 12 mostra a microestrutura não-atacada de um ferro fundido nodular com 1,12%


de grafita intercelular, cuja distribuição na microestrutura é feita de modo não homogêneo, na
forma de acumulações.

Figura 12 – Microestrutura do ferro fundido nodular GJS-


400, com 1,12% de grafita intercelular (não-atacada).

Com o antimônio exerce um efeito estabilizante sobre a perlita em ambos os ferros


fundidos nodulares, ela foi dissolvida por meio de um tratamento térmico ferritizante. A
percentagem de perlita após este procedimento ficou em cerca de 1%.
Ambos os ferros fundidos nodulares foram submetidos a ensaios de tração e compressão
alternantes e de fadiga por flexão rotativa. As figuras 13 e 14 mostram os resultados dos ensaios
de tração e compressão alternantes, enquanto a tabela apresenta todos os resultados obtidos.
Figura 13 – Curvas de Wöhler para ferro fundido nodular GJS-400 com 0,99% de
grafita intercelular, resistência à tração e compressão alternantes de 17 N/mm² e
probabilidade de ruptura de 50%.

Figura 14 – Curvas de Wöhler para o ferro fundido nodular GJS-400 com 1,12% de grafita
intercelular, resistência à tração e compressão alternantes de 185 N/mm² e probabilidade de
ruptura de 50%.
Ferro fundido nodular GJS-400 com carbonetos de contorno d grão – O ajuste da
microestrutura com carbonetos de contorno de grão foi feito com a adição de ferro-cromo e
ferro-boro. A composição química do ferro fundido resultante está na tabela 8.

Tabela 8 – Composição química do ferro fundido nodular GJS-400 com carbonetos de contorno
de grão.
Elementos químicos (%) Grau de
C Si Mn P S Cr B Mg Saturação Sc
3,56 2,18 0,052 0,007 0,007 0,12 0,0028 0,043 1,00

A microestrutura obtida apresentou aproximadamente 30% de perlita no estado bruto de


fundição, além de carbonetos de contorno de grão, em razão do efeito estabilizante dos
elementos cromo e boro sobre os carbonetos. Por este motivo, as amostras fundidas foram
submetidas a um tratamento térmico ferritizante.
A figura 15 mostra a microestrutura de uma das amostras rompidas no ensaio alternante.
As percentagens de perlita e de carbonetos alcançaram cerca de 13% e 1%, respectivamente.

Figura 15 – Microestrutura do ferro fundido nodular GJS-


400 com carbonetos de contorno de grão após o tratamento
térmico, atacada com ácido nítrico 3% (Nital).

A figura 16 apresenta os resultados do ensaio d tração e compressões alternantes, enquanto


os dados do teste de resistência à fadiga por flexão estão na tabela 5.
Figura 16 – Curvas de Wöhler do ferro fundido nodular GJS-400 tratado termicamente,
com carbonetos de contorno de grão, resistência à tração e compressão alternantes de
174 N/mm² e probabilidade de ruptura de 50%.
Ferro fundido nodular GJS-400 com flotação de grafita – Os corpos-de-prova com
flotação de grafita foram produzidos com base em um ferro fundido com elevado grau de
saturação. A tabela apresenta a composição química do ferro fundido.

Tabela 9 - Composição química do ferro fundido nodular GJS-400 com flotação de grafita.

Elementos químicos (%) Grau de


Estado
C Si Mn P S Mg saturação Sc
Análise do banho 3,84 2,45 0,076 0,008 0,008 0,039 1,10
fundido
Abaixo da flotação 3,55 - - - - - 1,02

Amostras planas para o ensaio de flexão alternante foram extraídas da área de flotação e
fora dela. A percentagem de grafita na camada de flotação alcançou cerca de 27%, enquanto que
abaixo dela ficou m proximadamente 12%.
No caso, a relação média entre a flotação e a espessura residual da amostra é de 5/6,5 mm
≈ 1:4. Os resultados do ensaio da resistência à flexão alternante são apresentado na tabela 5.

Ferro fundido nodular GJS-400 com inclusões não-metálicas – As inclusões não-


metálicas foram produzidas com um teor excessivo de magnésio. A tabela 10 mostra a
composição química do ferro nodular, ao passo que a figura 17 apresenta a micrografia da
microestrutura não-atacada, destacando as suas inclusões.

Tab. 10 – Composição química do ferro fundido nodular GJS-400 com inclusões não-metálicas.

Elementos químicos (%) Grau de


C Si Mn P S Mg Saturação Sc
3,67 2,31 0,075 0,008 0,006 0,093 1,04
Figura 17 – Microestrutura de ferro
fundido nodular GJS-400 com inclusões
A quantidade de perlita na microestrutura, no estado bruto de fundição, ficou em oro de
21%. Isso se deve ao efeito estabilizante do magnésio sobre ela. Os ensaios de fadiga por flexão
rotativa foram executados neste estado do material (tabela 5).

Ferro fundido nodular GJS-700 com grafita intercelular - Esta forma de grafita foi
produzida com a adição de antimônio no banho, conforme realizado no ferro fundido nodular
GJS-400. A tabela 11 apresenta a composição química do ferro fundido resultante.

Tabela 11 – Composição química do ferro fundido nodualar GJS-700 com grafita intercelular.

Quantidade de Elementos químicos (%) em peso Grau de


grafita C Si Mn P S Cu Sb Mg saturação Sc
1,25 3,64 2,24 0,29 0,008 0,007 0,62 0,0078 0,047 1,02
3,6 3,72 2,19 0,29 0,007 0,008 0,64 0,0335 0,049 0,05

O rendimento do antimônio foi bastante diferente, resultando no ajuste de quantidades


muito distintas de grafita intercelular (tabela 4). A figura 18 mostra a microestrutura de uma
amostra com cerca de 3,6% de grafita intercelular.

Figura 8 – Microestrutura de ferro fundido nodular GJS-700


com 3,6% de grafita intercelular (não-atacada).
Nas amostras produzidas com este material, foram feitos ensaios de tração e compressão
alternantes, assim como teste de fadiga por flexão rotativa. Os resultados estão nas figuras 19 e
20 e na tabela 5.

Figura 19 – Curvas de Wöhler para o ferro fundido nodular GJS-700 com 1,25% de
grafita intercelular, resistência à tração e compressão de 241 N/mm² e probabilidade
de ruptura de 50%.

Figura 20 – Curvas de Wöhler para o ferro fundido nodular GJS-700 com 3,6% de
grafita intercelular, resistência à tração e compressão alternantes de 249 N/mm² e
probabilidade de ruptura de 50%.
Ferro fundido nodular GJS-700 com carbonetos de contorno de grão – O ajuste da
microestrutura para obtenção de carbonetos de contorno de grão foi feito com a adição de ferro-
cromo e ferro-boro. A tabela 12 apresenta a composição química do ferro fundido.

Tabela 12 – Composição química do FFN GJS-700 com carbonetos de contorno de grão.

Elementos químicos (%) Grau de


C Si Mn P S Cu Cr B Mg saturação Sc
3,61 2,22 0,22 0,008 0,01 0,63 0,17 0,0041 0,044 1,01

A determinação do teor de carbonetos pela análise da imagem não foi possível, devido à
sua morfologia e ao teor de ferrita (21%). Os carbonetos estavam presentes na forma delgada
nos contornos de grão e nas áreas residuais do banho fundido (figura 21).
Neste material, foram realizados os ensaios de tração e compressão alternantes e os testes
de fadiga por flexão rotativa. Os resultados estão na figura 22 e na tabela 5.

Figura 21 – Microestrutura do ferro fundido nodular GJS-


700, com carbonetos de contorno de grão e ataque com
ácido nítrico 3% (Nital).
Figura 22 – Curvas de Wöhler para o ferro fundido nodular GJS-700 com carbonetos de
contorno de grão, resistência à tração e compressão alternantes de 219 N/mm² e
probabilidade de ruptura de 50%.

Estudo da mecânica de fratura do ferro fundido nodular GJS-400 – Pelo fato de se


tratar de um material ferrítico, as curvas de resistência às fissuras foram calculadas pela equação
1[3]. Os coeficientes α,  e γ da curva de resistência às fissuras J = f (Δa) são constantes.

γ
J = α +  . Δa (1)

Com base nas curvas de resistência às fissuras, foram determinados como parâmetros os
valores d Ji/BL (ponto de interseção entre a curva de resistência à fissura e a linha de iniciação).

J = 3,75 x Rm x Δa (2)

Os valores J0,2 foram determinados com um prolongamento estável da fissura de Δ = 0,2


mm.
Os valores de Ji/BL descrevem a iniciação física da fissura, embora só possam ser
considerados como parâmetros válidos e transferíveis para componentes após a medição da
largura da zona de estiramento (SZW), no microscópio eletrônico de varredura. Os valores de
Ji/ZW são determinados na potência da base, considerando-se a largura da zona de estiramento
como um alargamento estável da fissura Δ[33].
A resistência às fissuras pode ser descrita com o auxílio do módulo de Tearing (TJ).

TJ = J1 – J0,2 x E .
0,8 mm (1/2 (Rp0,2 + Rm))² (3)
Onde:
J 1: valor J, com um crescimento estável da fissura de 1 mm.
J 0,2: valor J com um crescimento estável da fissura de 0,2 mm.
E: módulo de elasticidade calculado conforme o método US.

A tabela 5 apresenta o parâmetro para a iniciação da fissura, assim como o módulo TJ, com
base nos valores médios de três ensaios individuais.
A figura 23 indica a curva de resistência do ferro fundido nodular GJS-400, referência EF
145, com 145 nódulos/mm², a 20°C.
A figura 24, por sua vez, mostra a média das curvas de resistência às fissuras de todas as
ligas. À temperatura ambiente, todas as ligas ensaiadas revelaram um comportamento dúctil da
resistência às fissuras.
No ferro fundido nodular GJS-400, referência EBF-400, com 75 nódulos/mm², os corpos-
de-prova foram retirados abaixo da camada de flotação das peças fundidas.

Figura 23 – Curva de resistência às fissuras do ferro fundido nodular GJS-400,


referência EBF-400, com 145 nódulos/mm², a 20°C (valor de três ensaios individuais)
Figura 24 – Curvas de resistência às fussores dos ferros fundidos nodulares GJS-400, a 20°C.

O ensaio dos componentes.

O efeito da degeneração da microestrutura sobre o comportamento do fundido foi estudado


com o auxilio de uma biela articulada de ferro fundido nodular (GLS-700), utilizada no motor de
um carro de passeio (figura 25).

Figura 25 – Biela de ferro fundido nodular GJS-700-3, para o teste de


componentes.

A degeneração da microestrutura foi feita com grafita intercelular, por meio da adição de
500 ppm de antimônio. A tabela 13 apresenta a composição química das bielas sem e com a
degeneração da grafita.
Tabela 13 – Composição química da biela pesquisada, sem e com grafita degenerada.

Elementos químicos (%) em peso Grau de


Estado
C Si Mn Cu P S Sb Mg saturação Sc
Sem 3,58 2,18 0,29 0,64 0,007 0,01 - 0,047 1,00
degeneração
Com 3,62 3,24 0,30 0,68 0,008 0,01 0,034 0,041 1,02
degeneração

A figura 26 mostra as microestruturas das bielas com degeneração da grafita, nos estados
não-atacado e atacado (posição A da micrografia). A proporção de grafita intercelular ficou em
aproximadamente 7%, o que significa que a maior parte da grafita estava na forma degenerada,
com uma percentagem total em torno de 12%.

Figura 26 – Microestrutura do ferro fundido nodular GJS-700 com grafita predominantemente


degenerada e não-atacada (A) e com cementita na matriz metálica, com ácido nítrico 3% (B).
Na matriz metálica, havia cerca de 10% de cementita (figura 26B). O antimônio favorece
não apenas a ocorrência da grafita intercelular, mas também da cementita.
As bielas articuladas sem degeneração da grafita apresentaram 100% das grafitas nas
formas VI e V, assim como perlitas totalmente sem cementita livre.
As bielas submetidas ao jateamento com areia foram testadas em uma máquina de
ressonância de 150 kN, usada no ensaio de um estágio sob cargas de tração e compressão
alternantes (freqüência de teste 146 Hz). O número máximo de ciclos de carga alcançou 2 x 106
alternâncias de carga.
Inicialmente, foi efetuado o teste das bielas sem antimônio, ou seja, sem a degeneração da
grafita. Até 4 kN, não foi observada mais nenhuma ruptura (as superfícies de ruptura das
amostras fraturadas são ilustrada na figura 25a). No caso da biela com seção transversal média
de 243 mm² (ao redor da posição A), isso corresponde uma tensão de 165 N/mm².
As bielas articuladas com antimônio, ou seja, com grafita intercelular ou com irregulares,
não apresentaram mais nenhuma ruptura até a carga de 35 kN.
As rupturas nestas bielas ocorreram principalmente na região do olhal menor (figura 25b).
Nesta posição, a seção transversal alcança aproximadamente 300 mm²,sendo possível partir de
uma tensão em torno de 117 N/mm², com uma carga de 35 kN. Deste modo, conclui-se que a
degeneração das microestruturas resultou em uma redução de cerca de 30% da resistência às
solicitações alternantes.
DISCUSSÕES.

Ferros fundidos nodulares básicos, sem desvios da microestrutura.

A comparação das resistências às solicitações alternantes dos dois ferros fundidos


nodulares JS-400 de refer6encia (tabela 5) mostra uma resistência levemente maior no caso da
liga no estado bruto de fundição, com resistência às solicitações alternantes de tração e
compressão de 182 N/mm² (referência EFB-400) e 171 N/mm² (referência TTF-400) e
resistência à fadiga por flexão rotativa de 207 N/mm² (EFB-400) e 184 N/mm² (TTF-400). O
motivo disso não apenas na resistência à tração levemente maior do ferro fundido nodular GJS-
400, referência EBF-400 (401 N/mm²), como também no seu maior número de nódulos de
grafita (145 nódulo/mm²). O ferro fundido nodular GJS-400, referência TTF-400, por sua vez,
apresentou resistência à tração de 385 N/mm² e 54 nódulos/mm² (tabela 4)
De acordo com a referência bibliográfica 35, quanto menor for o tamanho dos nódulos ou
maior o número de nódulos resultantes, maior é a resistência às solicitações alternantes do ferro
fundido nodular.
Segundo a norma DIN EM 1563[3], a resistência à fadiga por flexão rotativa de uma
amostra sem entalhes produzida com o ferro fundido nodular GJS-400-15 chega a 210 N/mm²,
enquanto no caso do GJS-400-18 ela alcança 195 N/mm². A resistência às solicitações
alternantes de tração e compressão do ferro fundido nodular GJS-400-15 é d 218 N/mm²,
conforme a referência bibliográfica 36.
O fato dos valores indicados na literatura (especialmente a resistência às solicitações
alternantes de tração e compressão) serem levemente maiores que os determinados dentro do
contexto deste estudo pode ser atribuídos aos diferentes estados da microestrutura das amostras
ensaiadas.
Ao contrário das solicitações alternantes, as características da mecânica de fratura do valor
da iniciação da fissura (Ji/BL) e da resistência contra a sua propagação (TJ) são mais baixas no
ferro fundido nodular GJS-400, referencia EBF-400 (Ji/BL = 8 kJ/m²), do que no de referência
TTF-400 (Ji/BL = 21 kJ/m²).
Esta relação também fica evidente nos diferentes níveis das curvas de resistência às
fissuras (figura 24). O motivo, novamente, é o tamanho e o número de nódulos de grafita.
De acordo com as referências bibliográficas 16 e 36, os valores característicos da mecânica
de fratura sofrem ma redução com o aumento dos nódulos de grafita, com o seu tamanho
decrescente e com a redução da distância entre as partículas de grafita.
Em contrapartida, a influência do número de nódulos e do seu tamanho sobre as
propriedades mecânicas cíclicas (resistência às solicitações alternantes) e estáticas da mecânica
de fratura do ferro fundido nodular GJS-400 é oposta.
Entretanto, este não é o único motivo para a diferença das características da mecânica de
fratura dos dois ferros fundidos nodulares GJS-400 de referência. A medição comparativa dos
valores característicos da mecânica de fratura das amostras no estado bruto de fundição, com
baixo número de nódulos 75 nódulos/mm² na região abaixo da zona de flotação), resultou e um
valor J um pouco maior do que 9 kJ/m² na temperatura ambiente.
A curva de resistência às fissuras ilustrada na figura 24 se encontra em um nível mais alo,
embora não alcance a posição da amostra submetida ao recozimento de ferritização.
A ductilidade claramente maior alcança pelo tratamento térmico (alongamento à ruptura de
28%, contra 20% aparentemente melhorou de modo significativo a resist6encia contra a
iniciação e propagação das fissuras, tendo uma influência maior do que o número de nódulos
de grafita. Esta tendência coincide com as informações sobre a tenacidade à ruptura (KIC)
apresentadas na referência bibliográfica 3, que indicam um valor KIC igual a 23 MPa.m½ e 30
MPa.m½ para os ferros fundidos nodulares GJS-400-15 e GJS-400-18, respectivamente.
A resistência às solicitações alternantes de tração e compressão (234 N/mm²) do fero
fundido nodular GJS-700, referência TTF-700 foi menor que a sua resistência à fadiga por
flexão rotativa (250 N/mm²). Isto coincide com as experiências apresentadas na referência
bibliográfica 37.
Esta literatura indica que a resistência às solicitações alternantes sob cargas de flexão
rotativa é aproximadamente 10% a 20% maior do que as cargas axiais de tração e compressão.
Neste último caso, toda a seção transversal é submetida à carga, enquanto a sua tensão máxima
age apenas sobre as áreas externas do material, com uma carga de flexão rotativa.
Desta forma, a probabilidade para o início das fissuras provocadas por falha microscópicas
ou por uma microestrutura não-homogênea (mesmo nos ferro fundido nodulares de referência) é
maior no caso de uma carga axial de tração e compressão, do que com uma carga de flexão
rotativa.
Adicionalmente, há uma redução da velocidade de propagação das fissuras, pois a tensão
na sua extremidade fica menor com o aumento da distância da superfície da amostra submetida à
flexão.

Nodularidade reduzida.

A diferença da resistência às solicitações alternante entre o ferro fundido nodular GJS-400


com 61% de nodularidade e i GJS-400 de referência EBF-400, com nodularidade maior (84%),
não é significativa (tabela 5). Este último material também tem uma resistência à fadiga pó
flexão rotativa levemente maior, o que pode atribuído ao maior número de nódulos e ao seu
diâmetro menor.
A resistência às solicitações alternantes de tração e compressão das amostras com
nodularidade menor, em contrapartida, foi maior que a do ferro fundido nodular GJS-400,
referência EBF-400.
A tendência mencionada na referência bibliográfica 35, de uma menor resistência à fadiga
por flexão rotativa o caso de uma nodularidade decrescente, não foi confirmada na faixa de
nodularidade entre 60% e 84%. O motivo seria que parte da grafita não nodular indicada na
literatura mencionada estava na forma da grafita III, enquanto a grafita não nodular das amostras
testadas era do tipo grafita V (figura 10).
Os valores característicos da mecânica de fratura do material com 61% de nodularidade
são claramente maiores que os do ferro fundido nodular GJS-400, referência EBF-400, com
84% de nodularidade (tabela 5). Neste caso, o número de nódulos de grafita e a distância entre
as partículas exercem um efeito claramente maior sobre as propriedades da mecânica de fratura
do que a nodularidade.

Grafita intercelular.

As resist6encias às solicitações alternantes dos dois ferros fundidos nodulares GJS-400,


com grafita intercelular, que foram submetidos ao tratamento térmico, não mostraram diferenças
significativas.
As amostras com 1,2% de grafita intercelular apresentaram resistências às solicitações
alternantes de tração e compressão de 185 N/mm², ou seja, um pouco maiores do que aquelas
com 1% (175 N/mm²). A resistência à fadiga por flexão rotativa de ambos foi de 203 N/mm² e
197 N/mm², respectivamente.
A comparação destes materiais com ferro fundido nodular GJS-400, referência TTF-400,
indica que as amostras de ferro fundido nodular com grafita intercelular apresentaram valores
um pouco maiores, uma vez que o material de referência TTF-400 mostrou resistência às
solicitações alternantes de tração e compressão de 171 N/mm² e resistência à fadiga por flexão
rotativa de 184 N/mm².
Este pequeno aumento da resistência às solicitações alternantes pode ser resultado do
maior número de partículas. Além disso, as amostras tratadas com antimônio apresentam
nódulos d grafita mais redondos (com exceção dos nódulos degenerados), o que resulto em uma
influência positiva sobre a resistência às solicitações alternantes.
Este resultado coincide com as informações da literatura 18, segundo a qual as adições de
antimônio favorecem a formação de nódulos de grafita. No caso apresentado, a formação de
nódulos também foi melhorada por este elemento. Entretanto, quando em excesso, ele também
provocou a degeneração das partículas de grafita.
O efeito da atividade superficial do antimônio sobre a formação da grafita também foi
confirmado no exame de raio X de energia dispersiva, combinando com a microscopia
eletrônica de varredura do antimônio nas interfaces da grafita intercelular [34].
Circunstâncias similares às do ferro fundido nodular GJS-400 podem ser encontradas no
GJS-700. O ferro fundido nodular com 1,3% de grafita intercelular apresentou valores
comparáveis aos do ferro fundido nodular GJS-700, referência TTF-700. Estes materiais
revelaram resistência às solicitações alternantes de tração e compressão de 241 N/mm² e 234
N/mm²; respectivamente, e resistência à fadiga por flexão rotativa 244 N/mm² e 250 N/mm².
Um fato surpreendente é que mesmo uma microestrutura com 3,6% de grafita intercelular
no GJS-700 não causou nenhuma deterioração da resistência às solicitações alternantes de tração
e compressão (249 N/mm²).
A ala proporção da grafita intercelular aparentemente não exerceu nenhum efeito sobre a
ocorrência ou a propagação das fissuras. Como fator de reforço, que neutraliza o efeito negativo
da degeneração da grafita, deve-se considerar também a proporção de antimônio dissolvido na
matriz.
A grafita intercelular somente provoca a deterioração da resistência às solicitações
alternantes no caso de teores de antimônio muito elevado. Isso ficou evidente nos ensaios
realizados em bielas articuladas de ferro fundido nodular GJS-700, com aproximadamente 7%
de grafita intercelular.
Neste caso, foi registrada uma redução e torno de 30% da resistência às solicitações
alternantes de tração e compressão, além da diminuição drástica de todas as propriedades
mecânicas estáticas do ensaio de tração. Outra causa prejudicial foi a presença de cementita na
microestrutura das amostras.
Os valores característicos da mecânica de fratura das ligas com grafita intercelular foram
claramente menores do que os do ferro fundido nodular GJS-400, com tratamento térmico e sem
grafita intercelular. Esta tendência causada pelas partículas intercelulares de grafita também é
reforçada pelo maior número de nódulos de grafita.

Carbonetos de contorno de grão.

Os carbonetos de contorno de grão do ferro fundido nodular GJS-400 (proporção  1%)


não exerceram nenhuma influência sobre a sua resist6encia às solicitações alternantes de tração
e compressão (174 N/mm²) e sobre a sua resist6encia à fadiga por flexão rotativa (191 N/mm²).
O comportamento à ruptura também sofreu influência em razão deste estado da
microestrutura, como fica evidente nos valores da mecânica de fratura e nas curvas de
resistência às fissuras da figura 24 (Ji/BL à temperatura ambiente = 19 kJ/m²).
A microestrutura do ferro fundido nodular GJS-700 com carbonetos de contorno de grão e
ferrita reduziu a resistência às solicitações (29 N/mm²), assim como a resistência à fadiga por
flexão rotativa (226 N/mm²). No ferro fundido nodular GJS-700, referência EBF-700, este
valores ficaram em 234 N/mm² e 20 N/mm², respectivamente.
Supondo-se que os carbonetos presentes na microestrutura exercem uma influência menor
sobre a resistência à tração e o limite de elasticidade do ferro fundido nodular, em comparação
com a ferrita, é possível avaliar a influência sobreposta da ferrita sobre a resistência às
solicitações alternantes, com base em informações da literatura.
A referência bibliográfica 16 indica a resistência às solicitações alternantes do ferro
fundido nodular GJS em função do limite de escoamento 0,2%, enquanto a literatura 37
menciona a resistência à fadiga por flexão rotativa em dependência da resistência à tração.
A redução da resistência às solicitações alternantes em função das propriedades mecânicas
mencionadas, a qual é influenciada principalmente pela ferrita, são estimada 4% ou 6%.
Quando são considerados apenas os resultados das operações realizadas, como por
exemplo, os do ensaio de fadiga por flexão rotativa, observam-se que o teor de ferrita (21%)
levou a uma redução a resistência fadiga por flexão rotativa de 250 N/mm² para 237 N/mm².

Flotação da grafita.

A flotação da grafita também influenciou a resistência às solicitações alternantes do ferro


fundido nodular.
Abaixo da camada de flotação com 75 nódulos/mm² e 1,5 mm de espessura, a resistência
às solicitações alternantes de flexão das amostras chatas de ferro fundido nodular GJS-400 com
8 mm de espessura foi reduzida de 193 N/mm² para 175 N/mm². Isso corresponde a uma
redução em torno de 10% com uma relação de flotação/espessura restante da amostra igual a
1,5/,5 (aproximadamente 1:4).

Inclusões não-metálica.

A resistência à fadiga por flexão rotativa do ferro fundido nodular GJS-400 com uma
percentagem elevada de inclusões não-metálica (aproximadamente 0,25%) chegou a 211
N/mm², alcançando o mesmo nível do ferro fundido nodular GJS-400, referência EBF-400 (207
N/mm²).
Isso pode ser atribuído ao fato do ferro fundido nodular de referência conter
aproximadamente 0,15% de inclusões não-metálicas e 21% de perlita, a qual aumenta a
resistência às solicitações alternantes, compensando a influência das inclusões não-metálicas.
Aproximadamente 20% de perlita levam a um aumento da resistência à fadiga por flexão
rotativa de cerca de 10 N/mm². Deste modo, não é possível considerar uma redução significativa
desta propriedade na presença de inclusões não-metálica, mesmo depois de dedução deste valor.

Conclusões.

No texto do projeto apresentado, foram produzidos corpos-de-prova retangulares em ferro


fundido nodular GJS-400-15 e GJS-700-2, com 65 mm de espessura. Eles apresentaram desvios
da sua microestrutura, como nodularidade reduzida, grafita intercelular, carbonetos de contorno
de grão, flotação de grafita e inclusões não-metálicas. Além disso, foram fabricados ferros
fundidos nodulares de referência, nos dois tipos mencionados.
De todo os corpos-de-prova foram extraídos para os ensaios de tração, de tração e
compressão alternantes, de fadiga por flexão rotativa e de flexão alternantes de quatro pontos.
Também foram feitos estudos da mecânica de fratura.
A comparação entre a resistência as solicitação alternante (carga de tração e compressão e
carga de flexão rotativa) dos corpos-de-prova de ferro fundido nodular de referencia e do GJS-
400, com desvio em sua microestrutura, revelou valores um pouco maiores para a amostra com
mais nódulos de grafita. Os valores da mecânica de fratura, por outro lado, apresentaram um
comportamento oposto.
O ferro fundido nodular GJS-700, foi o que demonstrou ter a maior resistência às
solicitações alternantes, conforme o esperado. O GJS-400 com 61% de nodularidade não
apresentou qualquer redução da resistência às solicitações alternantes, quando comparado com o
ferro fundido nodular de referência com 84% de nodularidade.
A comparação dos resultados dos estudos da mecânica de fratura do ferro fundido nodular
GJS-400 com 60% de nodularidade indica que quando mais elevada é a nodularidade, maior são
estes valores.
Os ensaios realizados também comprovaram que a grafita intercelular na microestrutura do
ferro fundido nodular não exerce nenhuma influência sobre a resistência às solicitações
alternantes. Isso vale para o GJS-700-2 com até 3,6% de grafita intercelular (carga de tração e
compressão).
Em contra partida, nos testes executados em bielas articuladas fabricada com ferro fundido
nodular GJS-70, com cerca de7% de grafita intercelular, foi registrada uma redução de 30% da
resistência às solicitações alternantes de tração e compressão.
Os valores da mecânica de fratura dos ferros fundidos nodulares com grafita intercelular
foram claramente menores do que aqueles dos ferros fundidos nodulares GJS-400 de referência.
Os carbonetos de contorno de grão das células dos dois tipos de ferro fundido nodulares
estudados (teores em torno de 1%), assim como as inclusões não-metálicas presentes no GJS-
400, não exerceram nenhuma influência significativa sobre a resistência às solicitações
alternantes.
Os carbonetos de contorno de grão do ferro fundido nodular GJS-400, ocasionaram uma
leve diminuição das propriedades da mecânica de fratura. A flotação da grafita influência a
resistência às solicitações alternantes do ferro fundido nodular, tendo-se constatado uma redução
de 10%.
No caso das propriedades da mecânica de fratura, o tratamento térmico e o tamanho dos
nódulos de grafita, assim como a distância entre eles, têm uma influência dominante sobre o
comportamento do material, em comparação com os desvios da microestrutura estudados neste
trabalho.

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35) AFS Transaction 86 (1978), S. 173-182.
36) Automobiltechnische Zeitschrift (1984), S. 325.
37) AFS Transactions 100 (1992) n° 44, S. 337-342.

Aranda Editora – Ano 18 - N° 185 – Maio 2008.

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