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ROBERTO DAMATTA

 Trabalho de campo na antropologia social –

experimentação profunda – vivência longa e

profunda com outros modos de vida, com outros

valores, com outros sistemas de relações sociais;

 Observação participante.
 Tentar perceber no grupo estudado conjunto de

ações sociais como um sistema coerente

consigo mesmo.
 Descoberta da coerência interna torna a vida

suportável e digna para todos, dando sentido

ao trabalho de campo.
 O trabalho de campo consiste em uma

vivência longa com outros modos de

vida, outros valores e outros sistemas de

relações sociais.
 A Antropologia social toma como ponto de

partida a posição e o ponto de vista do outro.


 Segundo Malinovisk, este tipo de pesquisa transformou-se

no modelo mais profundo e dignificante

justamente por levar o estudioso a tomar contato direto com seus

pesquisados, obrigando-o a entrar num processo profundamente

relativizador de todo o conjunto de crenças e valores que lhe é

familiar.
 O trabalho do pesquisador não pode ser uma

mera reprodução dos fatos que acontecem com

o povo estudado.

Isso “fazia com que nós antropólogos parecêssemos

idiotas e os selvagens, ridículos


 O trabalho de campo de verdade, não permite que

façamos esta mera reprodução dos

acontecimentos, pois ele nos leva a perceber o

conjunto de ações sociais daquele povo como um

sistema, isto é, um conjunto coerente consigo

mesmo.
 “Ou seja, o papel da antropologia é produzir

interpretações das diferenças enquanto elas

formam sistemas integrados.”


 Segundo Malinóvisk, devemos mais do que

observar os nativos, transformar estas

observações em sabedoria. Isto é, mudar nossa

própria visão de mundo ao conhecer um

sistema diferente do nosso.


 “Nosso objetivo final ainda é enriquecer e aprofundar
nossa própria visão de mundo, compreender nossa
própria natureza e refiná-la intelectual e artisticamente.
Ao captar a visão essencial dos outros com reverência e
verdadeira compreensão que se deve mesmo aos
selvagens, estamos contribuindo para alargar nossa
própria visão.”
 “É a descoberta desta coerência interna que torna a

vida suportável e digna para todos, dando-lhe um

sentido pleno, que a experiência de trabalho de

campo sobretudo em outra sociedade permite

localizar, discernir e, com sorte, teorizar.”


 “Todo antropólogo realiza (ou tenta

realizar), portanto, o seu próprio “repensar a

antropologia”, postura que – como nos revelou

explicitamente Edmund Leach – é uma tarefa

absolutamente fundamental para o bom

desenvolvimento da disciplina.”
 A antropologia social é uma disciplina que vem

se modificando bastante ao longo do tempo e,

uma das causas desta mudança constante é o

fato de o trabalho de campo colocar sempre a

prova conceitos criados anteriormente.


 “Forçados pela orientação mais geral da disciplina –

a de se renovar – os antropólogos têm duvidado de

vários conceitos considerados básicos ao longo de

muitas gerações.”
 Todas estas transformações na antropologia
acabaram por permitir “uma nova via de
conhecimento do homem, caminho que pode
abandonar o questionamento historizante para
utilizar a noção de sistemas, de sincronia, de
funcionalidade, de estrutura, de inconsciente e
revelar as diferenças entre sistemas sociais como
formas específicas de combinações e de relações
que são mais ou menos explícitas em sociedades e
culturas segregadas pelo tempo e espaço.”.
 É mais evidente as diferenças entre as culturas quando
estas viveram em espaços e tempos diferentes . A
análise delas muitas vezes fazia com que atribuíssemos
as grandes diferenças entre elas ao tempo diferente, à
história.
 Por exemplo, podemos dizer que uma é mais atrasada
que a outra por não ter criado alguma tecnologia que
esta, num tempo mais recente, já criou.
 A Antropologia propõe que analisemos estas
sociedades não pelo viés do tempo, mas sim
como sistemas próprios, como estruturas
próprias, como organismos exclusivos e
incomparáveis a outros no sentido de que cada
uma tem sua própria lógica.
 A intenção não é resolver estas questões, mas mostrar
como a antropologia é plural.
 Plural devido à sua contradição mais fundamental. O
fato de ser uma e múltipla. Isto é, é UNA ao conceber
como seu princípio maior o respeito absoluto por todas
as formas de cultura. E MULTIPLA por permitir que
cada qual recrie e crie métodos, conceitos e concepções
novas para repensar a antropologia
 Este sentido múltiplo também se percebe na

forma como a Antropologia consegue unir o

pensamento dos selvagens, por exemplo, com o

pensamento moderno e democrático.


 Etnólogo - dupla tarefa: Transformar o exótico

em familiar e vice-versa, sendo que, de fato,

“o exótico nunca pode passar a ser familiar; e o

familiar nunca deixa de ser exótico.”


 Segundo Velho:

Nem sempre o que é familiar é conhecido; o

que não vemos e encontramos pode ser exótico

mas, até certo ponto, conhecido.


 Familiaridade: existem graus; não implica
automático conhecimento ou intimidade.
Quando se estica o sentido social de
familiaridade e suponho que conheço
tudo, pratico o senso comum.
 Apesar da Sociedade ser um sistema com um
mínimo de coerência, isso não significa que
exista ausência de conflitos/contradições.
 Visões diferenciadas: Uma “guerra” entre
grupos de uma sociedade- um sociólogo pode
achar que foi causada por fatores
econômicos/demográficos, enquanto os
membros daquela sociedade enxergam como
um ritual de vingança/limpeza da honra.
 Devemos ouvir as motivações e ideologias
daqueles que praticam o costume, a crença ou
ação para que possamos compreender o
sistema ideológico em estudo.

 Descoberta do lugar da divergência e do


conflito como uma categoria sociológica.
 Sociedade é um sistema que tem uma
“autorreferência”, um todo que só pode ser
adequadamente estudado em relação a si
mesmo – em todas as sociedades existem níveis
de acordo mais básicos que zonas de
divergência e zonas de exotismo menos
importantes do que suas áreas de familiaridade
 Estudo do etnólogo: Ponto de chegada (via
intelectual) – transformação do exótico em
familiar; ponto de partida (no caso de um ritual
brasileiro)- desligamento emocional, pois a
familiaridade foi obtida via coerção socializadora,
“do estômago para a cabeça” – mediação deve ser
feita pelas teorias antropológicas
„‟Só existe antropólogo quando há um nativo

transformado em informante. E só há dados

quando há um processo de empatia correndo

de lado a lado”
 É necessário admitir que o homem não se

enxerga sozinho, ele precisa do outro como seu

espelho e seu guia.


 “É, portanto, para chegar a esta postura (ou para
chegar próximo a ela) que o etnólogo empreende sua
viagem e realiza sua pesquisa de campo. Pois é ali
que ele pode vivenciar sem intermediários a
diversidade humana na sua essência e nos seus
dilemas, problemas e paradoxos. Em tudo, enfim,
que permitirá RELATIVIZAR-SE e assim ter a
esperança de transformar-se num homem
verdadeiramente humano.”

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