Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
b) Essas normas são identificadas como tal de acordo com sua origem,
ou “pedigree”;
1 A CONCEPÇÃO DE DIREITO
Ronald Dworkin, ao iniciar o leitor em termos de positivismo, prefere
começar a expô-lo de acordo com o modelo de Austin, pelo qual “as regras de
uma comunidade são ordens de caráter geral apresentadas por seu soberano”
[1]. Em diante, apresenta as fraquezas de uma teoria tão simples, apesar de,
por isso, ser bela, ao descrever a versão positivista de Hart, em toda a sua
complexidade. Dworkin faz questão de reconhecer o peso de tal teoria e sua
importância inovadora ao distinguir normas de tipos lógicos diferentes,
confirmando o surgimento de um sistema mais bem elaborado, digno de ser
considerado um dos melhores aperfeiçoamentos do positivismo.
Apesar de todo o reconhecimento, Dworkin pretende nos mostrar que a
concepção positivista do direito é ainda muito limitada. O autor quer provar que
o direito vai muito além do conjunto de normas da consideração positivista,
possuindo toda uma conjuntura moral, ao contrário do que, segundo ele,
alegam os positivistas, sendo também composto por princípios, que não podem
estar separados da noção de norma jurídica.
Dworkin argues that according to Hart the ultimate rules that establish the
criteria of legal validity of a given system enable us to identify subordinate rules
only by their manner of creation or "pedigree," not by their content. That is why,
he argues, in Hart's conception principles are left out of the picture. In Hart's
view, the criteria of legal validity enforced in a given community derive from the
practices of officials, particularly judges, and, in a complementary fashion, from
the acquiescence of the rest of the population in the results of those
practices.[3]
Além disso, Hart admite, em sua obra, O Conceito de Direito que a
escolha do juiz é amiúde guiada pela consideração de que a regra que está
interpretando não pretende criar injustiças ou ofender princípios morais
existentes[4]. Esta afirmação pressupõe, então, que, mesmo que se pudesse
contestar, como Dworkin o fez, o caráter moral dado às regras, de acordo com
o sistema de Hart, no momento da sua criação, não seria pretensioso afirmar
que o filósofo britânico reconhece que tal caráter ser-lhes-ia conferido no
andamento de sua aplicação. Em suas palavras, “nenhum ‘positivista’ poderá
negar estes factos, nem que a estabilidade dos sistemas jurídicos depende em
parte de tais tipos de correspondência com a moral” [5].
Com tal argumento, o autor pretende apoiar, mais uma vez, a ideia de
que o sistema positivista é fraco por não admitir que os princípios jurídicos
sejam tratados da mesma forma que as regras jurídicas, já que a alternativa ao
caráter escasso e omisso das regras é justamente a utilização dos princípios.
Assim, não seria necessário agir discricionariamente, muito menos agir de
forma “injusta”, como Dworkin considera.
CONCLUSÃO
A conclusão que se tira de todo este desenvolvimento argumentativo,
desde o seu início, é óbvia: Ronald Dworkin foi extremamente infeliz em sua
leitura da teoria positivista hartiana. A inconsistência de suas críticas está
calcada em sua própria concepção e em seu entendimento do que significa
esse modelo.