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Didática.

Cordeiro (2015) nos ensina que a palavra didática vem do verbo grego didasko,
que significa ensinar ou instruir.

Quando falamos em didática podemos estar nos referindo à uma disciplina


autônoma ou à parte de uma disciplina mais ampla (pedagogia).

Didática, desde Comenius, (1592-1670), conhecido como fundador da didática


moderna, “significa o tratamento dos preceitos científicos
que orientam a atividade educativa de modo a torná-la eficiente.
De maneira mais abreviada, 'a arte de transmitir conhecimentos; técnica de
ensinar'”(CORDEIRO, 2015, p.18).

Vamos ver o que nos fala Libâneo (2013):

“A Didática é o principal ramo de estudos da pedagogia. Ela investiga os


fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensino. A ela
cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino,
selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os
vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das
capacidades mentais dos alunos. A Didática está intimamente ligada à Teoria da
Educação e à Teoria da Organização
Escolar e, de modo muito especial, vincula-se à Teoria do Conhecimento e à Psicologia
da Educação.” (p. 25)

Mas não é só isso, veja:

“A Didática e as metodologias específicas das matérias de ensino


formam uma unidade, mantendo entre si relações recíprocas. A Didática trata da teoria
geral do ensino. As metodologias específicas, integrando o
campo da Didática, ocupam-se dos conteúdos e métodos próprios de cada matéria
na sua relação com fins educacionais.” (p. 25)

Perceba que, embora possamos ter uma visão geral sobre didática e sobre
metodologias e métodos de ensino, cada disciplina, assim como se ocupa de seus
conteúdos, deve se preocupar com as metodologias específicas e os métodos mais
apropriados para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem
daquele conteúdo.

Assim, temos que levar para a prova que:

“ A didática se caracteriza como mediação entre as bases


teórico-científicas da educação escolar e a prática docente. Ela opera
como que uma ponte entre 'o quê' e o 'como' do processo pedagógico escolar.”
(LIBÂNEO, 2013, p. 27)

Projeto Político-Pedagógico; Planejamento


e Plano Escolar/Ensino
desenvolvimento do projeto político pedagógico da
escola.

Primeiramente, é necessário que haja clareza quanto ao significado de projeto.

Projeto:

Os projetos são iniciativas únicas, formadas por um conjunto de etapas, que visam
o atingimento de um objetivo. Os projetos têm começo e fim determinados, podem
ser grandes, pequenos, simples ou complexos. O que os determina, de modo geral, é o
fato de serem temporários e gerarem produtos ou serviços únicos.

E o que seria, então, o projeto político-pedagógico?

Projeto Político-Pedagógico.

O projeto político-pedagógico (PPP) é um documento que demonstra a


intencionalidade e as estratégias da escola, os princípios que devem nortear a
prática educativa, pois, embora existam normas gerais para a educação, as unidades
escolares se diferenciam entre si, pois atendem a comunidades diferentes, tendo
públicos distintos, estruturas diferenciadas e uma concepção curricular própria. Por isso,
cada escola deve ter o seu projeto político-pedagógico, com identidade própria,
adequado a sua realidade.

Segundo Vagula (2014), o PPP é um documento no qual são registradas as ações e


projetos que uma comunidade escolar busca para seu ano letivo, com a ajuda política e
pedagógica de professores, da coordenação escolar, de alunos e familiares.
Por se tratar se um projeto, o PPP tem um prazo definido (normalmente 3 a 5
anos), mas que deve ser revisto anualmente, podendo ser revisto no decorrer do ano
letivo, caso ocorra alguma mudança significativa no contexto escolar ou, se por algum
outro motivo houver necessidade.

De acordo com o MEC (2014), temos a seguinte definição:

O Projeto Político-Pedagógico de uma escola é o instrumento teórico-


metodológico, definidor das relações da escola com a comunidade a quem vai atender,
explicita o que se vai fazer, porque se vai fazer, para que se vai fazer, para quem
se vai fazer e como se vai fazer. É nele que se estabelece a ponte entre a política
educacional do município e a população, por meio da definição dos princípios, dos
objetivos educacionais, do método de ação e das práticas que serão adotadas para
favorecer o processo de desenvolvimento e de aprendizagem das crianças e
adolescentes da comunidade. Seu desenvolvimento requer reflexão, organização de
ações e a participação de todos - professores, funcionários, pais e alunos, num processo
coletivo de construção. Sua sistematização nunca é definitiva, o que exige um
planejamento participativo, que se aperfeiçoa constantemente durante a caminhada.

O projeto político-pedagógico para ser eficiente e eficaz deve


proporcionar clareza para a escola se planejar, buscar meios, e reunir pessoas e
recursos úteis para o atingimento dos objetivos definidos no projeto. Deve conter, entre
outras questões: o público-alvo, dados sobre a aprendizagem, dados sobre reprovações,
relacionamento com as famílias, recursos disponíveis para a escola, diretrizes
pedagógicas e plano de ação. Por isso, é importante que o PPP seja construído com a
ajuda da comunidade e a partir de um levantamento de dados confiáveis sobre a
realidade da escola.

Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 dá


a base legal para a escola elaborar seu PPP, o qual deve ser elaborado com a
participação dos profissionais da educação e dos conselhos ou equivalentes, visto que o
projeto deve ser democrático, para atender aos anseios da comunidade escolar.

Vamos ver os artigos da LDB, que tratam mais diretamente do assunto:

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu


sistema de ensino, terão a incumbência de:

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;

II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;

III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;

IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;

VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração


da sociedade com a escola;

VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os
responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a
execução da proposta pedagógica da escola;

VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao


respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem
quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei.

Observe que, de acordo com o artigo 12, conhecido como o “artigo da escola”, a
Lei confere às escolas a responsabilidade pela elaboração e
execução de sua proposta pedagógica. Além disso, estabelece que incumbe
à escola informar os responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem
como sobre a execução de sua proposta pedagógica.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do


estabelecimento de ensino;

III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente


dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a


comunidade.
Já o artigo 13, conhecido como “artigo dos professores”, coloca como
incumbência dos professores, entre outras, a participação na elaboração da proposta
pedagógica do estabelecimento de ensino e a elaboração e cumprimento do plano de
trabalho, segundo a proposta pedagógica da unidade de ensino.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino


público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto


pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou


equivalentes.

Veja que o artigo 14, define como um dos princípios da gestão democrática a
participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico do
estabelecimento de ensino.

O PPP manifesta a cultura, valores, crenças e significados, indo além de


questões pedagógicas, envolve, também, temas financeiros e administrativos.
Deve ser entendido como um meio para o aprimoramento e o desenvolvimento
da unidade escolar em um sentido amplo.

Segue abaixo uma lista de itens que poderão compor um Projeto Político-
Pedagógico:

1. Caracterização sociopolítica da escola


2. Caracterização estrutural da escola
3. Caracterização funcional da escola
4. Caracterização da comunidade na qual a escola se encontra inserida
5. Caracterização da demanda
6. Caracterização das necessidades educacionais da demanda
7. Princípios
8. Objetivo geral
9. Objetivos específicos
10. Estratégias de ação:
• Políticas
• Administrativas
• Didático-pedagógicas
11. Metodologia de ensino

• Para construção de conhecimento

• Para formação de competências 12. Metas quantitativas e qualitativas

13. Avaliação
• Indicadores quantitativos

• Indicadores qualitativos

Atenção!

Um bom PPP deve conter metas de longo e médio prazos.

Sobre os indicadores.

Os indicadores devem nos informar onde estamos em relação às metas definidas,


ou seja, permitir a verificação do atingimento, ou não, das metas.

 O PPP estabelece princípios, objetivos educacionais, método de ação e de práticas;

 Explicita o que se vai fazer, porque se vai fazer, para que se vai fazer, para quem se
vai fazer e como se vai fazer.

 Deve ser construído de forma coletiva, pois se trata de um projeto democrático;

 Deve ser formalizado (documentado);

 Vai além das questões pedagógicas, tratando de temas administrativos e financeiros.

 É necessário que o PPP anteveja questões referentes a valores que a escola deseja
estabelecer, ao currículo e à organização, sendo que a teoria tem que considerar a prática.

 Deve ser pensado na forma de aferição das metas e, por isso, o estabelecimento de prazos
para o cumprimento das ações é fundamental.

 O PPP deve ir além do atendimento das metas impostas pelo governo e das necessidades
da comunidade, estabelecendo a escola como transformadora.

Planejamento e Plano Escolar e de Ensino.


Planejamento:

Ação de preparar um trabalho de forma sistemática que vise o alcance de


um objetivo. Ação ou efeito de elaborar um plano. O
planejamento pode abranger diversas áreas. É importante tarefa de gestão e
administração, pois relaciona-se à preparação, à organização e à estruturação da forma
de alcance de um objetivo.

Ensino:

“Ensinar” pode ser entendido como orientar, alumiar, instruir, preparar,


doutrinar, aconselhar, treinar, lecionar, etc. Assim, O ensino é a ação e o efeito
de ensinar (orientar, alumiar, etc.). Pode referir-se a um sistema ou método de
instruir.

Já o planejamento de ensino trata-se de um processo no qual há a decisão sobre a


atuação do professor no seu cotidiano de trabalho pedagógico, envolvendo conteúdo,
metodologias e as ações e situações que envolvam o professor e os alunos.
Tipos de planejamentos educacionais.

No âmbito escolar, existem vários tipos de planejamento. Vamos ver alguns deles:

Planejamento da escola ou planejamento escolar: é o planejamento global


da escola. Envolve questões pedagógicas, administrativas, recursos humanos e
financeiros, resultados educacionais esperados. Deve ser organizado a partir de um
processo de reflexão e de decisões sobre o contexto, a organização, o funcionamento da
escola e da sua proposta pedagógica visando o atingimento dos objetivos e metas
traçados para a instituição.

Atenção!

Embora o PPP e o Planejamento Escolar tenham características comuns, são planos


diferentes. O Planejamento Escolar é um plano de ações de curto prazo, normalmente
para um ano letivo. Já o PPP estabelece metas para um período maior, de médio e longo
prazos, normalmente para 3 a 5 anos.

Obs: existem autores que tratam o Planejamento da Escola (ou planejamento escolar) e
o PPP de forma muito similar, portanto, atenção na hora de responder qualquer questão

Um bom Planejamento Escolar evitará problemas futuros. Normalmente, para a


definição deste plano, as escolas estabelecem a Semana Pedagógica. Algumas questões
que devem ser discutidas com os gestores, coordenadores e todo o corpo docente são:
organização e administração da escola; normas gerais de funcionamento; atividades
coletivas; o calendário da escola; avaliações; conselhos de classe; o acompanhamento
de alunos e as ações com os pais; as metas da escola e como poderão ser atingidas;
projetos do ano anterior e novos projetos; o desenvolvimento de temas transversais; a
revisão do PPP.

Planejamento de ensino: refere-se à especificação do planejamento curricular,


às decisões sobre a atuação concreta dos educadores no cotidiano de seu trabalho
pedagógico. É um roteiro das unidades didáticas para um ano ou um semestre. Visa,
portanto, a racionalização das ações do professor e dos alunos no processo de
ensino e aprendizagem. Abarca ações e situações, e interações entre professor e alunos
e entre os próprios alunos. Expressa os conteúdos previstos, as expectativas de
aprendizagem e as propostas de avaliação para cada ano. É desenvolvido, basicamente,
a partir da ação do professor de cada disciplina, a quem compete estabelecer
conteúdos, objetivos, a forma de alcançá-los, avaliações. É mais específico e concreto
do que o plano da escola ou currículo, porque define e operacionaliza toda a ação
escolar existente no plano curricular da unidade escolar.

Planejamento de unidade: refere-se ao delineamento de assuntos da disciplina


que formam um todo e que, por isso, podem ser desenvolvidos em uma ou mais aulas.

Planejamento de aula: organização didática do processo de ensino para


cada classe, levando em consideração as defasagens e os conhecimentos prévios dos
educandos, para que todos os alunos da turma possam alcançar os objetivos de
aprendizagem traçados, contidos no plano de ensino. Assim, percebe-se que o
planejamento da aula deve ser elaborado considerando também o planejamento de
ensino e o planejamento de unidade. Normalmente o plano de aula é elaborado para um
dia. Porém, na maioria das vezes não é possível trabalhar toda uma unidade em uma só
aula, por isso, é importante que se preveja uma sequência articulada. E, como todo
planejamento, o plano de aula deve ser flexível, prevendo a possibilidade de imprevistos
e a necessidade de adaptações. É ainda mais específico e concreto do que o plano de
ensino, pois traz as ações em formato detalhado, para o dia-a-dia.

Atenção!

Planejamento é diferente de plano, embora muitas vezes sejam utilizados como


sinônimos. O planejamento, como vimos na abertura da aula, trata-se do ato de
planejar, enquanto o plano refere-se ao documento gerado, no qual consta o
planejamento construído. Dessa forma, todos os planejamentos citados acima
deverão gerar um plano, o qual, necessariamente, de acordo com as boas práticas, deve
ser formalizado (escrito, registrado). A seguir, veja mais detalhadamente a
especificação de plano.

Plano:

Documento que registra decisões do tipo: o que se vai fazer, como será feito,
quando, quem fará, com o quais recursos. Para um plano existir, é necessário que haja
uma decisão sobre os fins a serem atingidos (objetivos). Pode ser entendido com um
produto decorrente do planejamento. Trata-se de uma espécie de guia, não
devendo, no geral ser rígido e absoluto.

Os planos não devem ser rígidos mesmo, pois, é natural que ao longo do
processo de implementação de qualquer um deles perceba-se oportunidades de
melhorias para o que foi traçado, bem como ações que talvez já não se mostrem tão
adequadas por conta de uma mudança no contexto, por exemplo. No entanto, embora
devam ser flexíveis, quando construídos eles devem ser desenvolvidos o mais
próximo do que se deseja e se espera, condizentes com a realidade que será
praticada. Do contrário, não teria sentido planejar.

Etapas do planejamento de ensino.

Agora veremos as etapas do planejamento de ensino, também conhecido como


processo de planejamento de ensino ou do ciclo docente. Portanto, as fases (item 1, 2,
3 e 4) podem ser utilizadas para as preparações dos vários planos.

1) Reconhecimento da realidade.
Consiste em entender o ambiente no qual a escola está inserida, as características,
condições, problemas da realidade que vai atuar, ou seja, entender o contexto no
qual se insere a escola e seus educandos. Envolve o levantamento de quantos,
quais e como são meus profissionais, quem é meu público alvo (o aluno e a turma) e
conhecimento de todo o meio escolar e comunitário. O levantamento desses dados é
conhecido como sondagem. A análise dessas informações tem por finalidade realizar
um diagnóstico, pois os objetivos precisam ser definidos com base na realidade (pés
nos chão) para que sejam desafiadores, porém, alcançáveis.

2) Elaboração ou Preparação
A etapa de elaboração refere-se a preparação do plano. Envolve a determinação
dos objetivos, a seleção e a organização dos conteúdos e dos procedimentos de
ensino. Deve-se ainda levantar quais recursos (materiais, humanos, tecnológicos)
serão necessários para o desenvolvimento dos conteúdos e procedimentos definidos,
bem como será realizada a avaliação da aprendizagem. Tudo isso deverá resultar
em um plano documentado que expresse coerência, sequência dos conteúdos,
flexibilidade, precisão quanto ao que se deseja e objetividade. A documentação do plano
de forma adequada é fundamental, porque o plano de ensino é um instrumento de
trabalho que disciplina os esforços do professor e dos alunos também.

3) Desenvolvimento ou Execução
Nesta etapa serão colocadas em prática as ações definidas no plano de
ensino. Envolve, portanto atividades do professor e dos alunos. Como o plano de
ensino deve ser flexível, eventualmente, outros conteúdos e procedimentos poderão ser
desenvolvidos.

4) Aperfeiçoamento
O aperfeiçoamento envolve a verificação do alcance dos objetivos. Os
procedimentos de avaliação durante o processo de execução do plano já auxiliarão em
possíveis ajustes necessários para a consecução dos objetivos. No entanto, nesta fase
servirá de insumo para o desenho do próximo plano. Quando falamos de avaliação
para fins de aperfeiçoamento do planejamento, temos que considerar que a avaliação
toma um sentido mais amplo, indo além da avaliação de ensino-aprendizagem. A
avaliação feita nessa etapa tem por objetivo o replanejamento de um novo plano
e é feita ao término do plano em ação, visando retroalimentar o sistema de
planejamento. Veja, embora vá além, as avaliações de aprendizagem também
auxiliam nesta fase, porém, o professor não deve se basear somente nelas. Deve
analisar toda a fase de implementação, o que deu certo e o que não deu, podendo
colher feedbacks também de outros professores, dirigentes da escola, etc.
Para facilitar seu entendimento, vamos esquematizar as etapas do planejamento
de ensino:
Independentemente do número de fases, o importante é que todas as atividades
sejam feitas. Nesse sentido, cabe destacar a relevância da etapa de reconhecimento da
realidade (sondagem e diagnóstico) para a construção de um bom plano.

No mais, o que temos que considerar é que o planejamento de ensino é de


extrema importância para a prática pedagógica e para os bons resultados do
processo de ensino e aprendizagem, por isso, não pode ser menosprezado, feito de
qualquer maneira.

Abaixo, algumas características de um bom plano de ensino:

Atenção!

Algumas características de um bom plano de ensino.

Deve conter objetivos claros, conteúdos e métodos baseados no contexto em que a


escola e os alunos se inserem;

Deve estar orientado pelas políticas públicas;

Deve conter as exigências dos planos e programas oficiais;

Deve esclarecer as diretrizes do trabalho docente;

Deve considerar a necessidade dos alunos, o que já sabem e o que precisam


desenvolver, de acordo com seu nível cognitivo;
Deve facilitar a preparação das aulas;

Deve ser factível;

Precisa ser claro, objetivo e, em resumo, responder as seguintes questões:

Por quê? (justificativa);

Para que? (objetivos);

O que? (conteúdos)
Como? (metodologia, métodos, avaliação)

Com o que? (recursos)

Com base em que? (referências)


Quando? (tempo, quando implementar e desenvolver as ações)

A didática e as estratégias de ensino: os métodos


sob os enfoques teóricos e metodológicos.
Agora sim, vamos falar dos métodos. O conteúdo que você verá nesta parte da aula
foi construído a partir da visão de Libâneo sobre o assunto, sendo que recorreremos a
outras fontes quando considerarmos necessário trazer outros esclarecimentos. É
importante que você saiba que:

 metodologias, métodos e técnicas muitas vezes são usados como sinônimos


(atenção ao responder questões);

 “estratégias” é um nome genérico, para se referir às diversas formas e


abordagens de se trabalhar um tema; envolve, portanto, métodos e técnicas de ensino.

Então, diga logo, professor, o que são métodos de ensino?

De acordo com Libâneo (2013, p.164) “os métodos de ensino são


determinados pela relação objetivo-conteúdo e referem-se aos meios para alcançar
objetivos gerais e específicos do ensino, ou seja, ao 'como' do processo de ensino,
englobando as ações a serem
realizadas pelo professor e pelos alunos para atingir os objetivos e conteúdos”.

Ou seja: é o caminho que percorreremos para atingir determinado objetivo. São


meios, procedimentos, ações, passos, que devem ser assimilados a métodos de
reflexão, compreensão e transformação. Observe que essas ações envolvem o professor,
no sentido de preparar e conduzir, e os alunos, que por meio de um papel ativo,
aprenderão o conteúdo.

Cuidado!

Metodologia é diferente de método.

A palavra Metodologia deriva de “método”, que tem origem no Latim


“methodus” e cujo significado é “caminho para a realização de algo”.

Assim, o método é o processo para se atingir um fim. Já metodologia é o campo


em que se estuda os melhores métodos praticados em determinada área.

Libâneo nos fala que cada ramo do conhecimento tem seus métodos: métodos
matemáticos, pedagógicos, científicos, de transformação da realidade, de difusão
cultural, etc.
Todavia, embora haja essa diferença, muitas vezes essas palavras são
utilizadas como sinônimos, por isso, estamos aprofundando o estudo dos
métodos.

Já uma proposta metodológica, embora envolva métodos e técnicas, é mais do


que isso, pois deve visar a constituição de um espaço de interação e reflexão na
elaboração e aprofundamento de conhecimentos, em um permanente movimento que se
volta a práticas.

Antes de prosseguirmos.

“Os métodos de ensino são determinados pela relação objetivo-conteúdo E referem-se


aos meios para alcançar objetivos gerais e específicos do ensino, ou seja, ao
'como' do processo de ensino, englobando as ações a serem realizadas pelo
professor e pelos alunos para atingir os objetivos e conteúdos” (Libâneo,
2013).

Características dos métodos de ensino.

De acordo com Libâneo (2013), os métodos de ensino devem ter as seguintes


caraterísticas:

* orientação para objetivos;

* implicam uma sucessão planejada e sistematizada de ações do professor e dos alunos;

* requerem a utilização de meios.

Para Libâneo (2013, p. 164 e 165):

“ dizer que o professor 'tem método' é mais do que dizer que domina
procedimentos e técnicas de ensino, pois o método deve expressar, também uma
compreensão global do processo educativo na sociedade: os fins sociais e
pedagógicos do ensino, as exigências e desafios que a realidade social coloca, as
expectativas de formação dos alunos para que possam atuar na sociedade de forma
crítica e criadora, as implicações da origem de classe dos alunos no processo de
aprendizagem, a relevância social dos conteúdos de ensino, etc.”

* O professor utiliza métodos para dirigir e estimular o processo de ensino-


aprendizagem.

* Os alunos utilizam métodos para a assimilação de conhecimentos.

Perceba que, no método, há um caráter bilateral: a atividade do professor e a


do aluno, que atuam de forma recíproca.

A escolha dos métodos de ensino.

“A escolha e organização dos métodos deensino devem corresponder à


necessária unidade de objetivos-conteúdos-métodos e formas de organização
do ensino e às situações concretas das situações didáticas” (LIBÂNEO, 2013, p.
167).
Vamos ver, resumidamente, o que isso quer dizer:

O Os métodos devem atender aos objetivos imediatos da aula, ao mesmo tempo em que
se preocupam com os objetivos gerais da educação previstos nos planos de ensino.

O A escolha e organização dos métodos dependem dos conteúdos específicos e dos


métodos específicos de cada disciplina e dos métodos de sua assimilação. Dependem,
ainda, do domínio do professor quanto aos princípios e leis do processo de ensino
aplicáveis a todas as matérias, bem como do domínio dos conteúdos e métodos de cada
uma.

O Para a escolha dos métodos, é necessário que o professor conheça seus alunos, a
capacidade de assimilação dos conteúdos conforme a idade e nível de desenvolvimento
físico e mental e suas características socioculturais e individuais.

Os métodos de ensino devem ser escolhidos com base no conteúdo-objetivo, no


entanto, os métodos podem influir na seleção dos objetivos e conteúdos. Há,
portanto, uma relação de interdependência entre objetivo-conteúdo-método.

Exemplo (quando o método influencia no objetivo): Se, em uma aula de leitura,


decidirmos aplicar o método de leitura expressiva, teremos por objetivo o domínio, por
parte do aluno, de uma habilidade específica de leitura.

Atenção! O ensino deve:

* Ter caráter científico e sistemático;

* Ser compreensível e possível de ser assimilado;

* Assegurar a relação conhecimento-prática;

* Assentar-se na unidade ensino-aprendizagem;

* Garantir a solidez dos conhecimentos;

* Levar a vinculação trabalho coletivo – particularidades individuais.

Classificação dos métodos de ensino.


Há várias formas de classificar os métodos de ensino. Libâneo (2013) apresenta-
nos uma classificação baseada na relação existente entre ensino e aprendizagem, no
qual o eixo do processo de ensino é a relação cognoscitiva entre o aluno e a matéria.
Nesse sentido, teremos os métodos de ensino com aspecto externo (procedimentos e
forma de conduzir o processo de ensino, ou seja, as relações professor-aluno-matéria) e
os métodos de ensino com aspecto interno (funções ou passos didáticos de
assimilação ativa por parte do aluno). Vamos ver quais são esse métodos:

丗 Método de exposição pelo professor: o conteúdo (conhecimentos, habilidades,


tarefas) é apresentado pelo professor aos alunos que terão uma atividade receptiva,
porém, não necessariamente, passiva (o ideal é que não seja passiva).
Entre as formas de exposição, que podem ser conjugadas para deixar a aula mais rica,
temos as seguintes estratégias:

Exposição verbal – consiste em explicar sistematicamente o assunto, por ser algo


novo ou que os alunos saibam pouco a respeito. A exposição do professor pode, a partir
de um certo momento, ser conjugada com a exposição do aluno. É importante que o
professor busque estimular, motivar, despertar a curiosidade dos alunos sobre o que
está sendo apresentado.

Demonstração – consiste em explicar o conteúdo por meio de fenômenos que ocorrem


na realidade. Os processos podem ser apresentados por meio de slides ou, até mesmo,
de experimentos, como o de germinação de uma planta.

Ilustração – refere-se a apresentação gráfica de fatos e fenômenos reais. Pode ser


desenvolvida com o apoio de mapas, figuras, gráficos, infográficos, esquemas, etc. Faz-
se necessário considerar (e, ao mesmo tempo, é uma oportunidade de desenvolver) a
capacidade de observação e concentração dos alunos.

Exemplificação – Ocorre quando o professor mostra (exemplifica) a forma de se fazer


algo. Pode ser a leitura de sílabas e palavras para que os alunos repitam. Também
ocorre quando o professor apresenta uma técnica, um modo de fazer algo, como
consultar um dicionário ou se preparar para uma prova, de forma que os alunos possam
repetir as ações aprendidas por meio dos exemplos.

Gente, embora sofra muitas críticas, o método da exposição pode ser valioso se o
conteúdo da aula for significativo, vinculado a assuntos do interesse dos alunos, que
devem assumir uma atitude receptivo-ativa.

Assim, o professor tem que considerar que a exposição do conteúdo deve proporcionar
conhecimentos e habilidades que tornem a assimilação ativa do conteúdo mais fácil,
desenvolvendo capacidades para que o aluno se beneficie da exposição de modo
receptivo-ativo.

丗 Método do trabalho independente: refere-se “a tarefas dirigidas e


orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente
independente e criador”. Pressupõe que o aluno tenha
alguns conhecimentos prévios, compreensão da tarefa, para que possa desenvolver as
atividades sem a participação direta do professor. Esse método pode ser utilizado em
qualquer momento da aula ou de desenvolvimento da unidade didática, como tarefa
preparatória, de assimilação ou de elaboração pessoal. Vejamos essas tarefas:

2.a) tarefas preparatórias – são utilizadas para verificar as condições prévias dos
alunos. Os educandos respondem a questionários, fazem observações, colhem dados,
etc., para que depois os assuntos possam ser aprofundados.

2.b) tarefas de assimilação do conteúdo – consistem em atividades de


aprofundamento sobre o tema em estudo. Podem ser realizados estudo dirigido, solução
de problemas, pesquisas, leituras, desenhos, etc.

1.c) tarefas de elaboração pessoal – tratam-se de exercícios nos quais os alunos


trazem respostas para problemas vindas do próprio pensamento. O aluno pode ser
questionado ou pode simplesmente relatar o que viu, o que entendeu, o que pensa
sobre o tema.

Principais formas de aplicação do método do trabalho independente:

Estudo dirigido – envolve a realização de atividades para a reprodução de


conhecimentos e habilidades, seguindo-se a apresentação; e a proposição de questões
que os alunos possam solucionar. A investigação e solução de problemas contém os
seguintes elementos: colocação do problema, coleta de dados e informações,
identificação de possíveis soluções, e escolha de soluções viáveis.

Fichas didáticas – compreendem fichas numeradas nas quais são anotadas


percepções, exercícios, noções e uma de correções, utilizada pelos alunos para comparar
com suas respostas.

Pesquisa escolar – a pesquisa escolar deve partir de uma pergunta, para a qual o
educando trará uma solução. A pergunta deve ser bem formulada, os alunos devem ser
devidamente orientados quanto a fontes de consulta, ao formato de entrega da
pesquisa, etc.

Instrução programada - consiste em dividir o conteúdo a ser ensinado em módulos


devidamente encadeados. Nessa técnica, o aprendiz recebe uma instrução, para, logo
em seguida, ser questionado sobre ela, recebendo imediatamente um retorno. É
utilizada, basicamente, para a memorização de conceitos.

丗 Método de elaboração conjunta ou de conversação: ocorre pela interação ativa


entre professor e alunos, visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades e
atitudes, bem como a fixação de conhecimentos já adquiridos. Pode ser desenvolvida em
vários momentos da aula ou da unidade didática e também requer algumas condições
prévias, como a disponibilidade pelos alunos de algum conhecimento, o entendimento
dos objetivos a serem atingidos, etc. A maneira mais usual de aplicação desse método
são as aulas dialogadas.

Aulas dialogadas ou conversação didática - consiste em perguntar ao aluno e este


ao professor, formando um diálogo a respeito do assunto. É necessário que as perguntas
sejam bem formuladas, de modo a estimular reflexão, e que não haja repreensão de
alunos, para que estes não se vejam em uma situação desconfortável.

丗 Método de trabalho em grupo: em linhas gerais, consiste no estudo por meio da


distribuição de temas iguais ou diferentes a grupos fixos ou variáveis, que debaterão o
assunto e apresentarão à classe. A atividade deve ser precedida de exposição,
conversação introdutória ou trabalho individual. É interessante que os grupos sejam
compostos por alunos de diferentes rendimento escolar e que tenha um coordenador
indicado pelo professor (todos devem ter a oportunidade de, em algum momento, ser
coordenador).

Outras estratégias para aplicação do método de trabalho em grupo:

Debate – alunos são indicados para discutir perante a classe um tema polêmico, cada
um defendendo um ponto de vista;

Philips 66 – seis grupos de seis, cinco grupo de cinco, ou mesmo duplas, discutem
entre si um tema e, após, abre-se a discussão para toda a classe;
Tempestade mental (brainstorming) – a partir de um tema, os alunos devem dizer o
que lhes vier a mente. Não deve haver censura ou quaisquer julgamentos. As ideias são
anotadas no quadro ou em flip chart. Só após o levantamento é que as ideias são
analisadas, separando as que fazem sentido, para prosseguimento da aula.

Grupo de verbalização - grupo de observação (GV-GO) – forma-se um grupo (GV)


que irá discutir um tema enquanto o restante da turma observa (GO) e faz análises a
respeito do que está sendo dito. Depois (na mesma aula ou em outra), os grupos são
trocados.

Seminário – um aluno ou um grupo de alunos prepara um tema para apresentar à


classe. Pode-se dizer que se trata de uma modalidade de aula expositiva ou de uma
conversação realizada pelos educandos.

丗 Atividades especiais: são atividades que complementam os métodos vistos,


visando a assimilação ativa do conteúdo. Entre elas estão o estudo do meio, o jornal
escolar, a assembleia de alunos, o museu escolar, o teatro, a biblioteca escolar, etc.
Destas, Libâneo (2013) destaca o estudo do meio. Vamos vê-la em mais detalhes.

Estudo do meio – é um componente do processo de ensino pelo qual a matéria é


estudada sendo relacionada com fatos sociais. Portanto, refere-se a todos os
procedimentos que permitem o levantamento, a discussão e a compreensão de
problemas concretos.

É composto de três fases:

1ª) Planejamento – levantamento prévio do assunto feito pelo professor em conjunto


com os alunos. Além do estudo do conteúdo, questões devem ser levantadas e os meios
para solucioná-las (pode necessitar providências como solicitação de autorizações,
verificação da disponibilidade de meio de locomoção, etc.).

2ª) Execução – no local do estudo, os alunos observam tudo ao seu redor e tomam
notas. Naturalmente, as atividades desenvolvidas nesta etapa dependerão dos objetivos
do estudo. Podem envolver entrevistas, observações, contagens, levantamento de
dados, etc.

3ª) Exploração dos resultados e avaliação – consiste na elaboração de um relatório, uma


redação ou, apenas, a discussão do que conheceram, descobriram e aprenderam. O
professor pode aproveitar para sistematizar o conteúdo e os resultados podem servir
para avaliações, inclusive para a aplicação de provas escritas.

Meios de ensino.
São todos os meios e recursos materiais que professores e alunos utilizam para
condução do processo de ensino e aprendizagem. Exemplos: carteiras, projetor de
slides, quadro negro, computadores, etc.

Algumas disciplinas exigem meios mais específicos, como mapas, dicionários, globo
terrestre, gráficos, cartazes, etc.

Alguns autores incluem entre os meios de ensino o rádio, o cinema, a televisão, os


recursos naturais, os recursos da localidade (museu, biblioteca, etc.), as excursões, etc.
Atenção: relação dos meios com o ensino é indireta.

Antes de partirmos para as questões, vamos estudar um método bastante atual,


que tem sido citado nas provas: o trabalho pedagógico por meio de projetos, também
conhecido como método de projetos ou
metodologia de projetos.

Ih! Mas o que é projeto?

Projeto:

Conforme vimos logo no início da aula, os projetos são iniciativas únicas,


formadas por um conjunto de etapas, que visam o atingimento de um objetivo.
Os projetos têm começo e fim determinados, podem ser grandes, pequenos, simples ou
complexos. O que os determina, de modo geral, é o fato de serem temporários e
gerarem produtos ou serviços únicos.

Já quanto a metodologia ou a método, vimos que:

Metodologia pode ser entendida como estrutura, regulamento, ordem, ordenação,


lógica, sistema. Metodologia, de forma mais precisa,
é o campo de estudo dos métodos, sendo que método é o caminho para
a realização de algo, o passa a passo para o atingimento de um objetivo.

A Pedagogia de Projetos passou a ficar conhecida no Brasil a partir da divulgação


do movimento "Escola Nova", o qual ganhou força no país na década de 1930,
depois da divulgação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), e defendia a
universalização da escola gratuita, pública e laica. Esse movimento foi resultado de
pesquisas de educadores europeus famosos como Ferrière, Montessori, Claparède,
Decroly. Nos Estados Unidos, teve dois representantes de destaque, sendo estes John
Dewey (1859-1952) e, seu seguidor, William Kilpatrick (1871-1965), os quais
desenvolveram o "Método de Projetos". No Brasil, Anísio Teixeira e Lourenço
Filho foram os principais responsáveis pela propagação das propostas
pedagógicas dos norte americanos.

Os projetos buscam tornar a aprendizagem mais atrativa, sem imposições


autoritárias dos conteúdos, buscando a contextualização e a aproximação dos
assuntos à realidade do aluno. Assim, os conteúdos acabam deixando também de serem
neutros e abstratos, ganhando significações diversas, a partir das experiências dos
educandos.

Podemos entender que a metodologia do trabalho pedagógico através de


projetos temáticos usa a proposta de projetos para trabalhar os mais diversos
temas. Dessa forma, mesmo que um tema se repita de um ano para outro, cada
projeto será único, pois os envolvidos (educandos) serão outros, bem como seus
questionamentos e as soluções que trarão para as pesquisas. Vamos ver algumas
características da metodologia de projetos ou método de projetos:
Recurso para o desenvolvimento de várias competências e habilidades: Trata-se
de um recurso pedagógico útil para o desenvolvimento de diversas competências
cognitivas e habilidades. Oferece aos alunos a oportunidade de estudar uma ideia ou
construir um produto dotados de significado para quem o idealizou.

O projeto deve ser intencional: um projeto pressupõe um conjunto de atividades na


busca de um objetivo (resultado - que pode assumir diversas formas), o qual deve
refletir o objetivo inicial e
o trabalho realizado. O envolvimento dos educandos é fundamental, caracterizando-se
como “chave” para o trabalho de projetos.

A autenticidade é uma das principais características do projeto: o problema a ser


respondido deve, de alguma forma, estar no contexto sócio-cultural dos alunos, os quais
buscarão respostas pessoais e originais. Mas o problema a ser resolvido deve ser
relevante e com uma perspectiva real para os alunos, não cabendo uma simples
reprodução de conteúdos prontos.

Embora planejado, o projeto deve ser flexível: O trabalho por projetos não deve ser
improvisado, no entanto, a forma de conduzir o trabalho com projetos não pode ser
rígido, pois a situação de cada momento acaba orientando a fase seguinte do trabalho. É
importante, todavia, que haja planejamento sobre o que será feito a cada dia, visto a
necessidade que pode existir de um material específico, uma entrevista com alguém de
fora da escola, a utilização de um espaço diferenciado, etc.

O projeto deve estimular a autonomia e responsabilidade dos alunos: no geral,


os trabalhos de projetos são desenvolvidos em equipes, sendo a cooperação um fator
relevante. De toda forma, os alunos devem ser co-responsáveis pelas escolhas e pelo
trabalho desenvolvido ao longo do projeto.

Um projeto requer complexidade e respostas para problemas:


o objeto central do projeto trata-se de um problema, ou uma fonte geradora de
problemas, para o(s) qual(is) serão desenvolvidas atividades que buscarão a resolução.

Agora que já vimos as principais características dos trabalhos de projetos, vamos


ver as fases tradicionais, comumente divididas em três, do desenvolvimento de projetos
enquanto metodologia pedagógica. Cabe destacar que estas etapas não são estanques,
tratam-se de momentos, pois mais do que um método, o trabalho de projetos deve ser
visto como um meio para a construção do conhecimento de forma coletiva. Vamos
conhecer as três etapas:
Problematização: é ponto de partida, o momento gerador, detonador do projeto. Nesta
etapa, surge a questão ou as questões que serão desenvolvidas pelo grupo. Nesse
momento, os educandos devem expressar suas ideias, suas crenças, seus
conhecimentos sobre o problema. Dessa forma, as questões, além de significativas,
sempre que possível, tem que estar relacionadas a experiências prévias das crianças e o
seu desenvolvimento deve requerer uma solução, pois o projeto é mais que um simples
estudo de um tema, uma das suas principais características é, justamente, a resolução
de questões. A problematização é fundamental, pois dela depende todo o desenrolar do
projeto. É das hipóteses levantadas pelos alunos que a intervenção pedagógica precisa
partir e o tema, mesmo que tenha vindo do professor, precisa fazer com que os
educandos consigam problematizá-lo, para que eles se envolvam no assunto e
desenvolvam o projeto como se deles tivesse partido a ideia.

Desenvolvimento: trata-se de uma consequência natural da primeira etapa. É o


momento no qual as estratégias são criadas visando alcançar as respostas para as
questões definidas e hipóteses levantadas na fase anterior. A participação dos alunos no
planejamento e na execução das atividades é fundamental. Por isso,
é importante que as crianças se vejam em situações em que tenham que
confrontar seus pontos de vista e as hipóteses formuladas com novos
elementos vindos da Ciência. Podem ser desenvolvidas excursões,
cálculos, entrevistas, debates, pesquisas bibliográficas, pesquisas de
campo, etc., sendo o desenvolvimento dessas atividades, uma
oportunidade para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades das
crianças, sejam habilidades intelectuais, artísticas, psicomotoras, sociais
etc. Também é uma oportunidade para ressignificação do espaço de
ensino e aprendizagem que pode sair da escola e percorrer toda a
vizinhança. Destaca-se que é importante que registros sejam feitos pelos
alunos.

Síntese ou conclusão: é o fechamento do projeto, mas não se incia exatamente no


final deste, pois deve ser prevista e preparada ao de todo o projeto, desde o
planejamento. Como as ideias e convicções iniciais vão sendo superadas e outras mais
complexas vão surgindo, as avaliações feitas ao longo do projeto, no final das
atividades, auxiliam no acompanhamento, mudanças de percurso e, neste momento, do
fechamento, quando a conclusão deve ser realizada. Na síntese ou conclusão, os
conhecimentos adquiridos, os procedimentos utilizados, as atitudes incorporadas são
avaliadas, bem como, são verificadas e registradas se as questões levantadas foram
solucionadas e em que nível ficaram as respostas. Muitas vezes, observa-se a
necessidade de ir além e buscar soluções para novos questionamentos que surgiram.
Neste momento, dependendo do tipo do projeto, pode-se realizar exposições,
confeccionar painéis, realizar dramatizações, comemorações, inaugurações, etc.

A metodologia de trabalho por projetos pode ser dividida em três fases:


problematização, desenvolvimento e conclusão ou síntese.

Vamos refletir, agora, sobre algumas relações interessantes deste método com
assuntos já estudados:
Relação da metodologia de projetos com transversalidade e
interdisciplinaridade:

Mas o que é interdisciplinaridade e transversalidade?

“Interdisciplinaridade: refere-se à interdependência de disciplinas e pela


necessidade de comunicação entre estas. Por meio da interdisciplinaridade o
conhecimento deixa de ser setorizado para ser algo integrado. Como dito na norma,
também podemos entender que se refere à abordagem epistemológica dos objetos de
conhecimento.

Transversalidade: refere-se a temas que ultrapassam as disciplinas convencionais,


mas permeiam a concepção, os objetivos ou os conteúdos dessas disciplinas. Conforme
estabelece a LDB, pode ser entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-
pedagógico
em que temas e eixos temáticos são integrados às disciplinas e às áreas ditas
convencionais, de forma a estarem presentes em todas elas.”

Após as definições, podemos perceber que a metodologia de trabalho por projetos


temáticos relaciona-se com esses temas, uma vez que podem ser desenvolvidos
projetos que envolvam mais de uma disciplina, além disso, no desenrolar do tema
do projeto,
provavelmente, haverá a passagem do tema por várias outras disciplinas, indo,
algumas vezes, até mesmo além das disciplinas e áreas convencionais.

O Papel da Didática na formação do Professor:


saberes e competências.
Conforme vimos, embora possamos (e devamos) ter uma visão geral sobre
didática, cada disciplina tem as suas particularidades e pode melhor ser trabalhada por
meio de métodos específicos. Da mesma forma, é preciso que levemos em consideração
as características da turma e escola, como recursos disponíveis, ao escolhermos como
será conduzido determinado assunto, quais estratégias usaremos.

O conhecimento sobre a matéria que será trabalhada é fundamental para que o


professor possa escolher o melhor método, entre tantos disponíveis, afinal, conforme
aprendemos na aula 02, a escolha dos métodos depende dos objetivos e conteúdos,
bem como aqueles (métodos) influenciam na seleção desses.

Assim, torna-se essencial considerarmos que, independentemente da disciplina, a


didática é uma norteadora teórica e científica, indispensável à tarefa pedagógica
cotidiana.

Por isso, Libâneo nos ensina:

“a Didática descreve e explica os nexos, relações e ligações entre o ensino e a


aprendizagem; investiga os fatores co-determinantes desses processos; indica
princípios, condições e meios de direção do ensino, tendo em vista a aprendizagem, que
são comuns ao ensino das diferentes disciplinas de conteúdos específicos. Para isso
recorre às contribuições das ciências auxiliares da Educação e das próprias metodologias
específicas. É, pois, uma matéria de estudo que integra e articula conhecimentos
teóricos e práticos obtidos nas disciplinas de formação acadêmica, formação pedagógica
e formação técnico-prática,
provendo o que é comum, básico e indispensável para o ensino de todas as demais
disciplinas de conteúdo.”

Por isso.

“A formação profissional para o magistério requer, assim, uma


sólida formação teórico-prática. Muitas pessoas acreditam que o desempenho
satisfatório do professor na sala de aula depende de vocação natural ou somente da
experiência prática, descartando-se a teoria. É verdade que muitos professores
manifestam especial tendência e gosto pela profissão, assim como se sabe que mais
tempo de experiência ajuda no desempenho profissional. Entretanto, o domínio das
bases teórico-científicas e técnicas, e sua articulação com as exigências concretas do
ensino, permitem maior segurança profissional, de modo
que o docente ganhe base para pensar sua prática e aprimore sempre mais a
qualidade do seu trabalho.”

Importante!

“O processo de ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla, de


um lado, o professor ensina e aprende e, do outro, o estudante aprende e ensina.”
(FREIRE, 1996).

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