Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 7 – A carta aos Efésios (II) – A paixão de um missionário
Efésios 3
1. A prisão e a paixão
O autor da carta aos Efésios, o
Apóstolo Paulo, encontrava-se preso
em Roma como conseqüência da ação
de judeus legalistas que queriam matá-
lo. Eles pretendiam com isso, impedi-lo
de pregar o Evangelho aos gentios.
Muitos judeus achavam que a salvação
era apenas para eles, povo eleito, não
admitindo que outros povos pudessem
ser salvos.
Quando Paulo menciona em sua carta
que ele estava preso não buscava com
isso a compaixão dos seus leitores. Ao
contrário da chamada Teologia da
Prosperidade, Paulo mostra que estava
preso por conta da paixão e
compromisso que tinha com o
Evangelho. Sua paixão era pregar aos
gentios. Sabemos que uma pessoa faz
bem feito aquilo que gosta de fazer.
Faz melhor ainda, quando é daquela percebida no Antigo, apesar
apaixonada pelo que faz. Isso explica
porque muitas pessoas exercem suas
profissões ou realizam certas
atividades de forma tão notável e
mesmo gratificante. Elas simplesmente
são apaixonadas pelo que fazem. Você
tem alguma coisa que o apaixona em
sua vida?
2. Jesus também veio para os
gentios
Paulo era apaixonado em evangelizar
gentios, assim como seu Mestre Jesus.
No episódio da multiplicação dos pães,
Jesus pregou e alimentou pessoas de
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Elaborado por Lincoln A. A. Oliveira
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várias raças. Há diversos episódios de
curas de gentios nas narrativas dos
Evangelhos. Os magos do oriente que
foram homenagear o menino Jesus,
eram gentios e na própria genealogia
de Jesus, há quatro mulheres gentias.
3. O Mistério
Nesse capítulo 3 de Efésios, Paulo fala
de um mistério que tem a ver com
Cristo e a igreja. Esse mistério é
desconhecido para os não crentes,
mas é supostamente conhecido pelos
crentes. Muito do que se revelou sobre
o Messias no Antigo Testamento foi
recebido como um mistério, dada a
incapacidade de se compreender com
inteireza o que estava sendo revelado.
A própria manifestação de Deus ao
longo da História ocorreu de forma
progressiva. No Novo Testamento,
Deus é percebido de forma diferente
de ser o mesmo Deus. No Novo
Testamento, por exemplo, Ele passa a
ser percebido como uma Pessoa que
se relaciona diretamente com pessoas,
ao contrário do Antigo Testamento,
onde nem todos se relacionavam com
Deus de forma pessoal. Isso era visto
como um “mistério” por aqueles que
ainda não haviam compreendido a
salvação em Cristo Jesus. Essa
verdade já havia sido revelada no
Antigo Testamento, mas, contudo,
ainda não havia sido completamente
entendida. O inesperado e último
estágio desse mistério seria judeus e
gentios reconciliados em Deus como
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novas criaturas e a formação da igreja.
Paulo argumenta que a salvação não
era uma possessão dos judeus. Eles
não haviam sido escolhidos para a
salvação, mas sim para ser um povo
pelo qual a salvação viria à terra
através do nascimento de um deles,
Jesus de Nazareth. A reconciliação dos
judeus e gentios em Cristo e Sua igreja
foi um mistério que ninguém no Antigo
Testamento conseguiu entender, talvez
nem mesmo os profetas. Os judeus da
época de Paulo reagiam radicalmente
e até mesmo com ódio contra Paulo e
sua mensagem, motivo da prisão do
Apóstolo.
4. O Cenário Hoje
A paixão pela qual Paulo foi preso era
a mensagem de que judeus e gentios
poderiam ser reconciliados e salvos por
Cristo. Ele esforçara-se em trazer os
gentios para a salvação em Cristo. Na
prática, pode-se dizer que a igreja hoje
cresce e sobrevive por conta desse
“ministério aos gentios”. Os crentes
atuais espalhados pelo mundo são
resultado desse ministério. Realizar
apenas um “ministério aos judeus”
hoje, seria equivalente a igreja limitar
sua atuação à cultura onde está
inserida. “Ministério aos gentios” é
sinônimo de multiministérios e missões
transculturais, motores fundamentais
no crescimento da igreja hoje. Igreja
que não tem esse tipo de ministério
como uma de suas prioridades básicas,
tende a definhar e fechar as suas
portas.
Convém assinalar que apenas
manifestar a intenção de desenvolver
“missões aos gentios” não será
suficiente. Para que isso se concretize,
será necessário implementar missões
de forma apaixonada, tanto pela
liderança da igreja quanto pelos
crentes envolvidos. Há diversas
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pressões contrárias à igreja realizar
“missões aos gentios”. Nesta
oportunidade, destacamos três:
i. Associação do Cristianismo
ao capitalismo. Isso leva
muitos lugares a fecharem
portas para a atuação de
missionários de certas
nacionalidades. Nesse aspecto,
o Brasil apresenta vantagem
marcante dada a sua história de
neutralidade no cenário
geopolítico.
ii. Tensão ricos x pobres -
representada hoje pela tensão
entre Cristianismo x Islamismo.
Aqui, encontramos culturas
radicais e fundamentalistas
estabelecendo barreiras quase
que intransponíveis para o
avanço do Evangelho.
iii. O mau testemunho dos
cristãos - não apenas do ponto
de vista Histórico mas em suas
ações e atitudes nos dias de
hoje, é uma outra pressão a ser
considerada. Se todos os que
se dizem cristãos fossem mais
comprometidos com o Mestre
Jesus, e tivessem suas vidas
dirigidas realmente pelo Espírito
Santo de Deus, o mundo
certamente seria diferente para
melhor, e mais almas estariam
dispostas a ouvir e vivenciar o
Evangelho de Cristo.
5. Conclusão
Queira Deus que cada pessoa que
tenha aceito Jesus como Salvador o
tenha feito também como Senhor de tal
forma que demonstre uma paixão e um
compromisso de seguir à vontade de
Deus em todas as áreas de sua vida
trazendo com isso, reflexos concretos
em suas ações e atitudes.
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