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2 Revista Joias & Design - Setembro 2014

editorial

Um novo tempo Rene Carlos Cruz Rodrigues


Diretor - Editor Chefe

Amanda Borges Rodrigues


Diretora - Editora
Todos vivemos momentos de novos tempos; alguns bons e outros ruins.
Marcia Pompei
Para nós o “novo tempo”, depois da mudança para Bragança Paulista, nos Colaboradora
trouxe tristezas e alegrias. A tristeza veio da perda de um ente querido que
nos abalou muito e as alegrias vieram do número de leitores que cresce a Liviane Pires
cada dia mostrando que estamos trilhando o caminho certo. Colaboradora
Você deve ter estranhado o atraso da revista no mês de novembro. Tive-
Projeto Gráfico
mos problemas - mudança, nova estrutura, novos projetos e problemas pes- Equipe Editora Leon
soais. Pensamos em juntar as edições de novembro e dezembro para diminuir
o atraso, mas achamos que isso interromperia o projeto da revista mensal. A Revista “Joias & Design” não se res-
Publicar uma revista mensal com conteúdo técnico não é fácil. Mas, esse ponsabiliza por eventuais mudanças
é nosso compromisso. Continuaremos nesse caminho. na programação de pauta, bem como
pelas opiniões emitidas por colabora-
Pois bem, amigo leitor! Nossa decisão foi de, mesmo atrasada, manter a dores, colunistas emitidas em suas
revista com edições mensais. Estamos trabalhando muito para que a edição edições.
de fevereiro esteja no ar ainda no mês de fevereiro. O conteúdo publicado em anúncios
Temos certeza que juntos continuaremos a publicar uma revista de quali- é de total responsabilidade do anun-
dade e voltada para os interesses de quem cria e produz joias. ciante.

Se você tem alguma crítica, suges-


tão ou elogio, escreva para o email:

As novidades
editor@editoraleon.com.br.
Sua opinião é muito importante para
nós.

do novo tempo Se você é designer e quer ver seu


trabalho divulgado na revista escreva
para: editor@editoraleon.com.br
Uma revista técnica depende muito de seu conteúdo e da maneira com
que o leitor aproveita esse conteúdo. Nossas edições têm mostrado que em
termos de conteúdo estamos no caminho certo. No entanto, também perce-
bemos que muitas coisas precisam ser melhoradas - anúncios, site interativo,
novos produtos e maior participação do leitor. É isso! Estamos trabalhando
Anúncios
para, passo a passo, conseguir alcançar essas metas. A Editora Leon está abrindo
Sabemos que sua participação é de extrema importância e contamos espaço para anunciantes. Preços
com ela. de anúncios assim como informa-
ções sobre a revista serão divul-
gados no site da Editora Leon.
Fiquem com Deus! Até a próxima! Caso você queira anunciar na re-
vista escreva para o email:
anuncio@editoraleon.com.br.

Editora Leon
Rua Fortaleza n.244/2 - Recanto
Elizabeth - Bragança Paulista -
SP - CEP 12903-374
Telefone (11)2473-3187

Rene Carlos Cruz Rodrigues


Editor chefe

2 Revista Joias & Design - Novembro 2014


biojoia
Amanda Rodrigues

Capim dourado
o “ouro” da biojoia

Seu brilho é como o do ouro, o preço nem tanto. Em Tocantins, não é


tão díficil de encontrar quanto seu “amigo valioso”, mas sua raridade o torna
protegido por leis brasileiras que asseguram sua continuidade na natureza.
O fato é que o capim dourado caiu na admiração dos
brasileiros e estrangeiros.
www.goldengrass.co.uk

O capim dourado (Syngonanthus lizadas principalmente para fabricar brae e do Governo Brasileiro, o Capim
nitens) é uma espécie de “sempre utensílios domésticos como cestas, dourado ganhou o mundo com a utili-
viva”. Ganhou este nome por ter uma vasos e cumbucas. A primeira vez zação da técnica em joias e adornos
cor semelhante à do ouro. Ele só é en- que apareceu ao público geral foi em pessoais. A comunidade local come-
contrado nas planícies e cerrados da 1993, na 1ª edição da FECOARTE çou a criar joias e vendê-las através
região do Jalapão, em Tocantins, nor- (Feira de Folclore, Comidas típicas e da internet. Os turistas que visitavam
deste do Brasil. É uma planta selva- Artesanato do Estado do Tocantins), a região foram se apaixonando pelas
gem, nativa desta região, que cresce realizada em Palmas-TO. peças e divulgando em todos os can-
sem o uso de adubos ou pesticidas. Através do incentivo da primeira- tos do mundo.
-dama do estado, Eleusa Miranda O lado ruim dessa história é que
Costa, os artesãos deram início à isso atraiu colhedores de outras regi-
uma história de evolução e cresci- ões, que começaram a “contrabande-
mento sustentável da região, pois ar” as plantas, em períodos de coleta
desenvolveram novas peças e apri- inapropriados, prejudicando a popu-
moraram o artesanato - que logo foi lação local e a própria sobrevivência
reconhecido pelo público geral e pe- da espécie.
Foto: Agência Tocantinense de Notícias las autoridades locais. Para acabar com esse problema,
Essa planta ganhou mais vida Em 2007, através do apoio do Se- o Governo Brasileiro criou diversas
com as técnicas de artesanato que
foram criadas pelos indígenas da re-
gião e passadas de geração em gera-
ção e, repassadas aos ex-escravos,
nos quilombos.
Nesta época, as técnicas eram uti-

www.piejan.com.br
www.hak.com.br

3 Revista Joias & Design - Novembro 2014


leis que, desde 2007, regulamentam a
forma e a época da colheita, que só
pode ocorrer de 20 de setembro a 20
de novembro. O capim “in natura” foi
proibido de ser retirado da região e,
além disso, somente artesãos cadas-
trados e da comunidade podem fazer
a colheita.
Essas leis permitem que somente
peças prontas de artesanato sejam
comercializadas, garantindo a susten-
tabilidade social e econômica do local.

www.goldengrass.co.uk

Designer Meire Bonadio

A “costura” do capim dourado, Alguns designers de joias traba-


como é chamada a técnica de arte- lham em conjunto com esses arte-
sanato dessa planta, é feita com o fio sãos aplicando materiais mais no-
de seda do buriti, retirada das folhas bres, como o próprio ouro e pedras,
jovens dessa palmeira, também pre- agregando maior valor às peças.
ciosa, natural do Tocantins. O fio de
seda é desfiado e tratado para ser
usado como linha.
Esse processo de costura exi-
ge muita paciência, atenção e cui-
dado.

A utilização
do capim dourado
O capim dourado é uma planta
forte, durável e flexível, por isso sua
manipulação e adaptação ao proces-
so de criação de joias e bijuterias foi
mais fácil e com uma grande gama de
oportunidades de utilização e desen-
volvimento de design das peças.
Após a colheita, os galhos já ma-
duros devem secar à sombra e, aí
sim, podem ser manipulados.
Mesmo sendo flexível, o capim é
frágil e se quebra com facilidade du-
rante o manuseio. O artesão que o
manipula deve ter cuidado para que
sempre haja uma harmonia entre a
linha de seda do buriti e do capim, Mesmo após colhido e manipula-
tornando a peça visualmente propor- do, o capim dourado não perde a cor
cional, como qualquer outro tipo de e brilho. Conforme dissemos, é um
artesanato. material leve, o que torna brincos e
A utilização de fios coloridos, mi- colares muito confortáveis na hora
çangas e sementes incrementam e do uso. Deve-se evitar a utilização
adicionam cor às peças. Materiais im- durante o sono, atividades esportivas
portados da China como linhas dou- ou banho, para manter a durabilidade
www.goldengrass.co.uk radas também são muito utilizados. e beleza da joia.

4 Revista Joias & Design - Novembro 2014


Escola de joalheria
Atelier Márcia Pompei
O Atelier Márcia Pompei
desde 1997 conta com professores
altamente qualificados e uma série
de cursos para atender quem busca
conhecimentos no ramo de joalheria
Cursos ministrados
Joalheria - Curso básico
Joalheria - Curso intemediário
Joalheria Clássica (Tradicional)
Um dia na semana é
Joalheria Contemporânea
reservado para o “Atelier
Criação em bancada
Livre”, período em que o
Lapidação de Gemas
aluno utiliza as ferramen-
Forja
tas, instalações e equi-
Casamento de metais
pamentos do Atelier para
Design de Joias - Curso básico
adiantar seus exercícios
Design de Joias - Curso avançado
ou produzir novas peças,
Design de Joias - 3D Rhinoceros
por conta própria, sem a
Modelagem em cera
presença de professor.
Fundição por cera perdida
Uma pequena taxa é co-
Molde de borracha e Injeção de cera para fundição
brada, por hora de Atelier
Esmaltação em Joalheria - Básico e Avançado
Livre.
Inlay de pedras
Titânio na joalheria
Cravação - Curso básico
Cravação - Curso avançado
Tear em joalheria
Alumínio Anodizado na joalheria
Acrílico na joalheria
Laca Japonesa
Gemologia
Montagem de Colar de Pérolas
Colar articulado com fio metálico
Coleções de joias - A criação
Formação de preços em joalheria
Informações para o vendedor de joias

www.joia-e-arte.com.br
Tel: 11 5181-7968
São Paulo-SP-Brasil
atelier@joia-e-arte.com.br
destaque

A forma orgânica
de Silina Pandelidou

A designer grega Silina Pandelidou deixa claro em suas peças o amor pelas
formas orgânicas. Segundo blogueiros americanos, Silina consegue transmitir,
por exemplo, a vontade de estar em uma praia, em algumas de suas peças.

Num post de Ann Martin da All Silina usa papel em suas joias e
Things Paper, ela diz que Silina co- diz que ele a atrai pela versatilidade.
meça por fazer um pequeno esboço Segundo ela, a fibra do papel forma Silina diz que ela admira as manifes-
daquilo que está vagando em sua um ambiente onde ela pode brincar tações da natureza. Elas a impres-
mente. Ás vezes são conchas ou flo- com as cores da natureza como uma sionam. Ela as observa com cuidado,
res. Todo seu trabalho se baseia em espécie de tela, onde ela pode narrar em fragmentos, que mais tarde tenta
formas orgânicas inspiradas na natu- suas histórias. transmití-los com suas mãos.
reza. Silina estudou design gráfico e As joias de Silina são muito vendidas
Ás vezes ela permite que o metal encadernação em Sevilha. Aprendeu na Grécia e em toda a Europa. Suas
escolha o caminho da criação. a trabalhar com metal em Florença joias tem história.
e começou a criar e produzir joias.
Segundo ela, a união do metal e do
papel permite que ela conte suas his-
tórias na forma de objetos pequenos
e preciosos.
Ela corta o papel e o adere ao
metal. Pinta-o e veda a pintura com
verniz para que a peça fique imper-
meável.
Segundo ela, as linhas encon-
tradas na natureza mostram bele-
za, perfeição e harmonia e são elas
sua maior fonte de inspiração, pois
as linhas retas são atéias, isto é,
Deus nunca desenha com linhas re-
tas.

Brincos produzidos em prata e papel

6 Revista Joias & Design - Novembro 2014


capa

Rene Rodrigues

www.everyjewel.com

A resina na produção de joias


um recurso contemporâneo de criação e produção
Quem vive antenado com a joalheria contemporânea está sempre pensando em novos materiais,
principalmente aqueles que tenham versatilidade, sejam fáceis de encontrar e fáceis de usar; requisitos que não é
para qualquer material. Mas, alguns materiais atendem esses requisitos e vão além. A resina é um desses materiais
que tem como limite de criação e produção apenas a imaginação e criatividade do designer que a usa, pois com ela é
possível fazer qualquer coisa em que se possa pensar. Ela é uma grande aliada da joalheria contemporânea.

A resina é um produto muito ver- rias como no complemento de partes percebido. Ela é muito utilizada na in-
sátil que pode ser combinado com de uma joia. dústria em geral e no artesanato.
muitos materiais como: metais, ma- Muita gente acredita que a resina Depois de curada apresenta um
deira, plásticos, vidro, entre outros. é um produto específico para pro- aspecto vitrificado ou plastificado,
É muito fácil e simples de usar. É dução de bijuterias. Todavia, neste dependendo da técnica que foi usada
encontrada facilmente no mercado. artigo, você verá que ela pode fa- em sua aplicação e preparo, além do
Não necessita de equipamentos para zer composição com metais nobres tipo de resina usado.
aplicação e permite a transformação como é o caso do ouro e da prata e, Existem dois grandes grupos de
do líquido viscoso (resina) em qual- pode também, compor lindas peças resinas: as naturais e as sintéticas
quer tipo de objeto sólido. Seu aspec- com madeira e outros materiais. (artificiais).
to final pode ser manipulado de muitas Assim, posso dizer que a resina é As naturais são secreções externas
formas: ela pode ficar transparente, um produto contemporâneo e muito do metabolismos dos vegetais. Algu-
opaca, colorida, translúcida, etc, e em versátil - que pode ser usado na cria- mas árvores, por exemplo, produzem
qualquer forma tridimensional. ção e produção de joias com resulta- resina quando recebem um corte na-
Numa aplicação de resina pode- dos profissionais. tural ou artificial. Essas secreções
mos incluir (literalmente embutir) dife- são formadas por produtos orgânicos
rentes tipos de materiais e objetos na como óleos e ácidos. Quando expos-
peça que estamos produzindo. As resinas tas ao exterior (fora do organismo do
Com toda essa versatilidade a re- vegetal) podem se manter líquidas ou
sina tem sido muito empregada na jo- Provavelmente você já se deparou endurecer por ação de temperatura,
alheria, tanto na produção de bijute- com uma aplicação de resina sem ter evaporação do óleo, etc. São empre-
gadas na indústria de lacas, adesivos,
na indústria de papel e na medicina.
As resinas sintéticas são produtos
orgânicos derivados do petróleo com
inúmeras aplicações industriais e ar-
tesanais. Existem vários tipos de re-
sinas para diferentes aplicações. Elas
são bi-componentes, isto é, a resina
e mais um catalisador que, depois de
Anéis reproduzidos em forma de silicone com misturados, provocam a polimeriza-
www.etsy.com - Luddite Made inclusões. ção (endurecimento) da resina.

7 Revista Joias&Design - Novembro 2014


Antes de entrar no passo a passo da aplicação das resinas, acho importante mostrar à você algumas imagens de
como ela é usada na joalheria.
Os resultados são sempre atraentes porque a resina combina com a maioria dos materiais usados na joalheria.
Ouro, prata, alumínio, madeira e pedra, são alguns deles.
Além de fazer belas composições com outros materiais, a resina permite a exploração de cores - um recurso indis-
pensável na joalheria contemporânea.
Conhecendo as possibilidades e a facilidade de emprego das resinas, arrisco dizer que seu uso está apenas no
começo. Há muito o que se explorar com esse material.

www.isharya.com

www.okajewelry.com
The Purple Baloon

O pingente da The Purple Baloon foi estru-


turado em prata. As partes coloridas foram
preenchidas com resina.

L. Sue Azabo combinando prata com resina

www.isharya.com

www.isharya.com
Britta Boeckmann combina resina com madei-
ra australiana.
Pulseira Emporio Armani

Silver Chamber www.isharya.com Vania Ruiz

8 Revista Joias&Design - Novembro 2014


www.amazon.com.uk
www.unusualengagementringsreview.com

www.teemtry.com

Observe e conclua os resulta-


dos de aplicação das resinas. Pense
também no que ainda pode ser feito.
Com o uso e experimentos, você po-
derá descobrir muitas maneiras de
www.polyvor.com www.fashionsev.com usar esse incrível material.

Neste artigo abordarei apenas Antes de conhecer as caracterís-


dois tipos de resinas sintéticas: a re- ticas específicas de cada uma delas
sina epóxi e a de poliéster devido às vamos para o lado prático do em-
suas características, que a meu ver prego das resinas. Vamos começar
se adaptam melhor às necessidades fazendo coisas bem básicas com as
das joias e bijuterias. Entretanto, exis- resinas para, depois, entender me-
tem muitos outros tipos, também em- lhor suas possibilidades e maneiras
pregadas na joalheria. de sua incrível aplicação.

Caso você decida usar resina em suas peças, pesquise na Internet. Existe
um grande número de fabricantes oferecendo características diferentes em
seus produtos. É muito fácil encontrar fornecedores de resinas e borracha de
silicone (usada para produzir moldes). Muitos tutoriais apresentam a resina
como um produto simples. No entanto, seu emprego pode apresentar resulta-
dos sofisticados se você souber usá-la. www.everyjewel.com

Tipos de aplicação de resina


A resina é muito usada para a re- e, após o tempo de cura, endurece ser aplicada sobre áreas vazadas em
produção de peças por meio de mol- e reproduz com fidelidade a imagem peças de metal. São muitas as ma-
de de silicone. Neste caso a resina, contida na cavidade do molde . neiras que a resina pode ser aplica-
depois de preparada, é derramada Ela pode ser aplicada com um da. Nas imagens anteriores, mostrei
num molde de borracha de silicone pincel sobre vários materiais. Pode várias dessas aplicações da resina.

Aplicando resina em peça de metal


Para entender melhor como a usaremos como exemplo de aplica- um formato bem simplificado.
resina funciona, segue um exemplo ção de resina. Na sequência, apresento um pas-
bem simples de aplicação. Meu objetivo, neste exemplo, é so-a-passo que mostra o preparo e
Veja nas imagens abaixo o pin- mostrar à você a forma bem básica a aplicação da resina no pingente da
gente em prata bem simples, que de aplicação da resina, por isso usei figura ao lado.

9 Revista Joias&Design - Novembro 2014


A ideia é preencher a cavidade do Os produtos, como resinas e bor-
pingente com resina colorida, de ma- racha de silicone líquida, são comer-
neira que a cor combine com a prata cializados com boletins técnicos que
e que também apresente uma certa orientam o uso do produto.
transparência. ATENÇÃO - Sempre use luvas
No decorrer deste artigo, você po- e óculos de proteção em local bem
derá avaliar melhor as características ventilado. Eles são produtos químicos
da sua peça e escolher o fabricante tóxicos. Mantenha-os longe do alcan-
que atenda melhor suas necessidades. ce de crianças.

Produtos para o preparo da resina

1 3
2
5
4 Peça de resina produzida em forma de silicone.
Na resina foi usada carga para deixá-la branca.

Pode-se usar vários materiais


8 9 como carga, vidro moído, glitter e pó
de madeira, mas é importante testar
7 os materiais antes de partir para um

6 processo de produção, pois alguns


materiais, ou a quantidade deles, po-
dem impedir a cura completa e corre-
ta da peça acabada.

Na imagem acima você vê os pode-se usar um vasilhame de plás-


produtos básicos para o preparo da tico ou vidro. É aconselhável utilizar
resina de poliéster: 1 - resina, 2 - ca- produtos descartáveis. Isso elimina
talisador, 3 - diluente, 4 - pigmento, o processo de limpeza. Entretanto,
5 - copos plásticos para mistura, 6 - caso use um pote de vidro, a limpeza
balança de precisão, 7 - pingente a deve ser feita com solvente especial
ser resinado, 8 - palitos para mistura para a resina. Esse produto também
e 9 - colher de plástico para mistura. é vendido pelo fabricante da resina. By My Crap
As resinas são fornecidas total- Existe ainda um produto chamado
Na imagem acima pode-se ver a pulseira e a
mente transparentes. “carga”, usado para eliminar a trans- forma de borracha de silicone usada para pro-
Cada fabricante tem sua fórmula parência. Calcita, talco industrial, duzir a pulseira.
de composição da resina, por isso é dolomita, quartzo, gesso, são alguns
imprescindível seguir as orientações tipos de carga usadas nas resinas de
do seu fornecedor no que diz respeito poliéster. É sempre importante seguir
às quantidades exatas dos produtos. a orientação do fabricante no que diz
Normalmente, eles são fornecidos respeito a quantidade de carga que
com boletins técnicos detalhados. pode ser usada no preparo da resina,
Todavia, como mostrarei neste arti- pois quantidades exageradas podem
go, é importante saber qual a função impedir a cura (endurecimento).
de cada produto e os resultados que Quando usamos carga do tipo cal-
eles proporcionarão durante o pro- cita na resina, o resultado será uma
cesso. Assim, você poderá alterar as peça branca sem transparência como
www.polyvore.com
quantidades dos produtos conforme a que podemos ver na imagem aci-
suas necessidades. ma. Existem muitos recursos para pli- Nesta imagem pode-se ver o uso de resina com
Para misturar os componentes car carga na resina. carga (parte branca) combinada com madeira.

10 Revista Joias&Design - Novembro 2014


Preparando a resina
1
4 - Caso necessário, acrescenta-se
o material de carga. Depois desta
1 - O primeiro passo para o preparo etapa é importante misturar bem os
de resina consiste em despejar a ingredientes.
quantidade adequada de resina no
copo, colocado sobre a balança. 5 - Ainda usando a balança, para con-
Caso a resina tenha sido fornecida trolar a quantidade de produtos no
em embalagem com abertura peque- preparo da resina, colocamos a quan-
na pode-se despejá-la em recipiente tidade indicada para o catalisador.
intermediário, isto é, colocá-la em um
copinho separado para, dali, tirar a
quantidade que será pesada.
5 2 - Logo em seguida, repita a ope-
ração em outra área do pingente, de

1 maneira que a resina possa escorrer


acomodando-se na cavidade. Você
pode voltar com o palito no copinho
onde a resina foi preparada.

2 - Em seguida, acrescenta-se o Aplicando a resina


corante na quantidade indicada
pelo fabricante. Antes de continuar Um aspecto importante na apli-
o preparo, aconselho misturar bem cação da resina é o nivelamento da
3 - Seguindo o mesmo critério dos
o corante com a resina para depois peça. Quando aplicamos resina ela
passos anteriores, vá preenchendo
prosseguir. escorre e, se não houver nivelamen-
os espaços do pingente.
to, um lado pode apresentar maior es-

2 pessura do que o outro.


3

3 - Caso necessário, a resina tam- Durante o processo de preenchi-


bém pode ser diluída. Essa diluição No mercado encontra-se níveis mento é importante ter atenção com
somente deve ser feita com produto bem simples, que podem ser usados o nivelamento da peça.
indicado pelo fabricante da resina. para o nivelamento da peça. Para fa-
cilitar, você pode colocá-la sobre uma Sempre que for trabalhar com re-

3 base de vidro ou madeira e calçar


essa base para conseguir nivelar.
sina proteja os olhos com óculos e as
mãos com luvas de borracha. Traba-
lhe em lugar ventilado, se possível
1 - Depois da resina preparada, com ventilador para eliminar os gases
deixe-a descansar por alguns minu- emitidos pela resina. Essa não preci-
tos. Usando um palito de madeira, sa ser uma preocupação exagerada.
despeje a resina na cavidade do pin- Muitas pessoas trabalham com ar-
gente. Mantenha uma certa distân- tesanato de resinas. Todavia, por se
cia na altura do palito. Isso diminui tratar de produto químico, que emite
a quantidade de bolhas. Aplique de gases, é importante a preocupação
pequenas em pequenas quantidades. com a segurança de quem os usa.

11 Revista Joias&Design - Novembro 2014


Pingente com imagem de fundo

Ainda usando o mesmo pingente, é possível aplicar uma imagem de fundo 4 - O preparo e aplicação da resina
e depois cobrí-la com resina. Esse é um recurso muito usado para produção segue os mesmos critérios que vimos
de bijuterias. A imagem pode ser em papel, plástico, foto, etc. anteriormente.
Esse recurso permite a produção
de uma grande variedade de pingen-
1 - A imagem é recortada no tamanho 2 - Usando cola branca, a imagem é tes, brincos, pulseiras, etc.
exato da cavidade do pingente. colada no fundo da cavidade. A resina pode ter cor ou não.
É importante que a imagem seja
1 2 protegida por um adesivo transpa-
rente quando se pretende usar uma
imagem impressa, pois as tintas de
impressão podem ser diluídas pelos
produtos químicos contidos na resi-
na. Quando não se tem a opção de
aplicar adesivo sobre a imagem, tam-
bém é possível aplicar sobre ela uma
camada de cola branca (essa usada
na escola). A cola forma uma cama-
da protetora sobre a imagem que se
tornará resistente aos produtos quí-
3 - Usando um palito de madeira a imagem é ajus- micos da resina.
tada pressionando-a em todas as áreas. Esta técnica pode ser aplicada a
qualquer tipo e formato de pingente.

www.bebetsy.com

Na imagem acima vemos que o pingente da esquer-


da não tem borda. Veremos esse recurso mais adiante.
Está técnica pode ser usada tanto com resina
epóxi quanto com resina de poliéster. Em qualquer
um dos casos é importante seguir as instruções do
fornecedor da resina.

www.sarahbober.com

Em casos mais delicados a resina pode ser aplicada com


seringa. É importante que a seringa seja limpa com solvente
logo após a aplicação. Converse com seu fornecedor para
saber se a resina não ataca o plástico da seringa. Os pro-
dutos de alguns tipos de resina podem atacar alguns tipos goneaussiequilting.blogspot.com.br
de plásticos.

12 Revista Joias&Design - Novembro 2014


Várias partes em resina
Um outro recurso interessante é a possibilidade de aplicação de várias
partes de resina numa mesma peça. Assim, peças mais complexas, com fio
quadrado, redondo e outros também podem receber resinas nas suas diferen-
tes cavidades.

Neste caso, as peças são produ-


zidas pelo processo convencional de
joalheria: cortadas, soldadas, lima-
das e polidas para depois receber a
aplicação da resina.
Os resultados podem ser sofisti-
cados dependendo da técnica e cria-
tividade do designer.

www.etsy.com/pt/shop/ivywoodrose

O trabalho de Ivy Solomon da Ivy


Woodrose, nas três fotos ao lado di-
reito, mostra o cuidado e criatividade
que podem ser aplicados na joalhe-
ria com resina. São peças em prata
Brincos da AJ Design
e resina.

Peças com fio e sem fundo


Outro recurso que pode ser usado com a resina é a peça feita com fios quadrados, redondos, etc, mas sem fundo.
Neste caso a peça já soldada, limada e polida deve ser presa sobre um material bem plano. Novamente o nivelamento
da peça é de grande importância para que a resina seja bem distribuída.

1 2 3

Área de aplicação da resina

Na figura 1, temos a imagem de Na figura 2 você vê apenas o A resina deve se acomodar de for-
um pingente de prata com aplicação pingente sem a aplicação da resina. ma correta nas cavidades do pingen-
de resina em duas áreas de cores di- Neste caso as partes foram soldadas, te. Para isso ela deve ser fixada numa
ferentes. limadas e polidas e a resina será apli- placa de vidro. Podemos usar uma
Neste caso, o pingente não tem cada com o material de prata já aca- cola de tato permanente e aplicá-la
fundo e a cor da resina será vista dos bado. Todavia, poderíamos fazer o com pincel nas áreas que ficarão em
dois lados. Para que o acabamento acabamento da prata posteriormente. contato com o vidro. Essa cola pode
da resina apresente o mesmo resul- A resina de poliéster aceita polimento ser encontrada facilmente. Pesquise
tados dos dois lados será necessário por meio de politriz, o mesmo recur- na Internet pelo nome “cola perma-
usar alguns recursos que analisare- so que é usado para polir metais. nente”. Ela é facilmente eliminada de-
mos a seguir. pois da aplicação da resina.

13 Revista Joias&Design - Novembro 2014


4 5 6

A resina de poliéster tem gran- Após a aplicação do desmoldante, O mesmo procedimento é feito
de poder de fixação ao vidro, por fazemos a preparação da resina. Ela para as outras áreas onde será apli-
isso será necessário aplicar um pode ter cor com transparência ou cada a resina. Como você viu na pá-
desmoldante nas áreas onde será com aparência opaca. Na aparência gina anterior, no trabalho da Ivy So-
aplicada a resina. Como desmoldante opaca podemos usar as cargas como lomon, é possível aplicar a resina em
podemos usar vaselina líquida aplica- eu disse anteriormente. Neste caso é muitas áreas diferentes e separadas
da com pincel. uma escolha pessoal. entre si.

Aplicando resina em material sem borda


É possível também aplicar resina sobre materiais sem bordas. Na
imagem ao lado temos uma imagem fotográfica num papel grosso. Ela
pode ser resinada como mostrarei no passo-a-passo abaixo. Essa téc-
nica pode ser aplicada em qualquer material que a resina não ataque.
Impressões com inkjet não devem ser usadas.

1 2 3

Na figura 1, temos a imagem em Na figura 2, podemos ver o deta- Na figura 3, podemos ver a resina
papel fotográfico sobre uma placa de lhe do material impresso sobre a pla- depois de aplicada e curada sobre a
“LEGO”. Esse é um recurso para evi- ca de “LEGO”. As saliências (pinos) imagem fotográfica. Se o seu impres-
tar que a resina transborde pelas late- da placa de “LEGO” permitem que so é com inkjet, você pode usar o re-
rais, caso ela esteja em total contato a resina pare nos limites do material curso de cobrí-lo com adesivo trans-
com a superfície. impresso. parente para, depois, resiná-lo.

4 5
flexível dependendo do tipo de traba-
lho que você pretende fazer. Pode-se
usar ainda resina de poliéster, resi-
na epóxi e resina PU. Antes de usar
qualquer uma delas, é importante
consultar seu fornecedor para saber
mais sobre as características da resi-
na que você escolherá e saber, tam-
bém, sobre as características de pre-
O material a ser resinado também paro, tempos de descanso, cura, etc.
pode ser acomodado sobre dois pali- Esta técnica permite, ainda, que
tos de sorvete ou outro material que você aplique um nova camada de re-
ofereça suporte. É importante sem- sina sobre a resina já curada. Esse
pre observar o nível do material sobre O processo de resinagem (figura recurso proporciona efeitos criativos.
a mesa de trabalho, para que a resina 5) é o mesmo que vimos anteriormen- Sempre teste esses recursos em
não escorra pelas laterais do material te usando o palito de sorvete como quantidade pequenas. Você verá o
que será resinado. aplicador. A resina pode ser rígida ou que é possível se fazer com resina.

14 Revista Joias&Design - Novembro 2014


Moldes com borracha de silicone
No mercado de joalheria, quando se fala em borracha de silicone, a primeira coisa em que pensamos é na borra-
cha usada para fazer moldes para fundição da cera e no processo de fundição por cera perdida. Aquela vulcanizada
a quente, que é fornecida em chapas flexíveis e maleáveis. Entretanto, a mesma borracha também é fornecida em
estado líquido que, ao invés de ser curada por vulcanização (curada a quente), é curada a frio, por meio de catalisação
(cura a frio), num processo mais simples e rápido sem dependência de equipamentos.

A borracha de silicone líquida co- Molde de silicone com vul-


nhecida como RTV (Room Tempera-
ture Vulcanizing) é um líquido muito canização (cura a quente).
viscoso que, após ser misturado ao
O molde de silicone com cura a
catalisador, cura por meio de reação
quente é obtido por meio de borra-
química na temperatura ambiente
cha de silicone em chapas flexíveis
transformando-se em borracha.
e macias, que quando colocadas na
Na joalheria, a borracha de silico-
fôrma (figura ao lado) toma parte da
ne líquida pode ser usada na produ-
forma do original. Depois de vulcani-
ção de moldes para injeção de cera
zada em máquina especial, por meio
ou, ainda, na produção de peças em
de alta temperatura, a borracha toma
resina.
a forma final da peça com todos seus
A borracha de silicone líquida é
detalhes.
comercializada em várias cores, que www.brookestonejewelry.com
apenas definem as características da
borracha, pois existem varias formu- Molde de silicone com
lações disponíveis.
Para quem vai utilizar borracha cura a frio.
de silicone líquida na joalheria, a cor
www.ecvv.com/
pouco importa. O que se deve avaliar O molde de silicone com cura a
nas características da borracha, de- frio é obtido por meio de borracha
pois de curada, é a dureza, resistên- de silicone líquida despejada sobre
cia ao rasgo e a flexibilidade. a peça a ser moldada. A cura, neste
Com a borracha de silicone líquida processo, não depende de equipa-
você poderá fazer moldes para usar mentos e apresenta excelentes resul-
as resinas de poliéster e epóxi ou, tados. Permite a obtenção de moldes
ainda, usá-las na produção de mol- precisos, de alta resistência e boa
des para fundição por cera perdida. flexibilidade.

By My Crap
Mold Muse Mold Muse

Na imagem acima você vê a pul- Nas duas imagens acima você vê É possível produzir um único mol-
seira vermelha e a fôrma, de borracha os camafeus produzidos em resina de para pequenas tiragens ou, ainda,
de silicone, usada para produzí-la. e o molde de borracha de silicone produzir um molde com várias ca-
Qualquer tipo de peça tridimensio- usado para produzí-los. Neste caso, vidades da mesma imagem para o
nal pode ser reproduzida em resina é possível usar corante e carga na caso de grandes tiragens. Qualquer
usando a borracha de silicone como resina para que o camafeu tenha a peça pode ser reproduzida em resina
molde. aparência de pedra esculpida. usando molde de silicone.

15 Revista Joias&Design - Novembro 2014


O molde de silicone

Existem diversas maneira de se fazer um molde de silicone. No passo-a-passo a seguir, mostramos o tutorial da
Amy mostrando como fazer um molde com borracha de silicone.
Amy De Anda - The Sweets Lab - www.etsy.com/pt/shop/sweetslab

1 2 3

Usando massa de modelar, tipo Use outros dois roletes mais finos Em seguida, coloque sobre a
plastilina, faça uma bola e depois como guia para determinar a espes- massa a peça a ser reproduzida e a
amasse com um rolete como mostra a sura da massa. Ela servirá de apoio pressione bem.
figura 1. para a peça que será reproduzida.

4 5 6

A peça deve estar bem presa. En- Utilize um copinho de plástico que A parte de cima do copinho será
tretanto não deve afundar muito na servirá de reservatório para o silicone cortada. A figura 6 mostra a altura
massa de modelar. líquido. aproximada do corte.

7 8 9

A figura 7 mostra as partes do Na figura 8, você vê o copinho posi- O copinho também é pressiona-
copinho separadas. cionado sobre a peça. do para ficar bem firme.

10 11 12

Para definir o volume de borracha Despeja-se o arroz pela parte su- O arroz é acomodado com os dedos
de silicone pode-se usar arroz. perior do copinho. para ocupar bem o espaço vazio.

16 Revista Joias&Design - Novembro 2014


13 14 15

Com um palito define-se o quanto É importante que o volume de ar- Retira-se o copinho para avaliar o
o volume ultrapassa a peça a ser re- roz ultrapasse pelo menos 1,5 cm do volume que devemos usar de borra-
produzida. final da peça a ser reproduzida. cha de silicone.

16 17 18

O arroz é despejado num novo Observa-se a quantidade de arroz Seguindo as orientações do fabri-
copinho. e faz-se uma marcação no copinho. cante da borracha de silicone, faz-se
Essa marcação define o volume a mistura do silicone com o catalisa-
aproximado. dor.

19 20 21

O catalisador deve ser bem mistu- A mistura deve descansar segun-


rado com o silicone para que o endu- do orientação do fabricante e, depois,
recimento seja homogêneo. derramada no copinho sobre a peça
a ser reproduzida.

22 23
Derramando o silicone aos pou-
cos, forma-se um fio bem fino. Quanto
maior for a distância do derramamen-
to menor será a quantidade de bolhas.

Observação: O preparo da borracha de silicone deve seguir sempre a orientação do fabricante, pois existem muitas
fórmulas diferentes desse produto e cada uma segue um padrão de preparo.
Preparar a borracha de silicone é um processo muito simples. Entretanto, quando preparada com o catalisador
(endurecedor) a sobra também endurecerá.
Quando a peça a ser reproduzida possuir muitos detalhes pode-se usar borracha de silicone mais flexível, o que
permite a melhor reprodução de detalhes. No entanto, quanto mais macia for a borracha maior possibilidade terá de
rasgar. Muitas pessoas utilizam a borracha de dureza média que tem mais resistência e também reproduz os detalhes
menores.
O reservatório para despejar a borracha, como vimos o copinho no tutorial da Amy, pode ser feito de papelão, ma-
deira, plástico, etc. É importante que se use um material onde a borracha não tenha aderência definitiva, pois neste
caso as laterais do molde ficam prejudicadas.

17 Revista Joias&Design - Novembro 2014


24 25 26

Depois de aguardar o tempo cor- A retirada é feita com cuidado O copinho plástico também é re-
reto de cura, o copinho que contém para preservar a integridade dos de- tirado com cuidado para preservar o
o molde é retirado da massa plástica. talhes do molde. molde.

27 28 29

Na imagem 27 podemos ver a A peça modelo também é retirada Aqui, vemos o molde pronto, que
peça modelo usada para fazer o mol- com cuidado para a preservação dos poderá gerar centenas ou milhares
de. detalhes do molde. de cópias do mesmo objeto usado
como modelo.

Medalhão Persa www.williansheshire.com

Moshiko Art Jewelry

www.artclayscotland.com
Pulseira transparente com inclusões, um
www.isharyacom recurso das resinas.

A grande vantagem do uso da resina na joalheria é que você pode usá-


-la em seu ateliê, sem a necessidade de equipamentos. Pode reproduzir
www.jinfudabutton.en.made-in-china.com seus próprios moldes ou comprá-los prontos. Pode reproduzir pequenas
Um único molde pode gerar varia- e grandes quantidades. Você não precisa de muito espaço. Até mesmo
ções no produto. Uma possibilidade é sobre a bancada de joalheiro é possível trabalhar com a resina, apenas o
a variação de cor. lugar deve ser ventilado e você deve usar óculos e luvas.

18 Revista Joias&Design - Novembro 2014


mercado
Amanda Rodrigues

Joia Infantil
é uma boa perspectiva de negócio?

O designer de joias iniciante e, até mesmo os mais experientes,


precisam definir um público-alvo para suas criações. Em questões de
mercado, definir esse público é traçar uma linha de trabalho e um planeja-
mento específico para criar, produzir e vender sua peças. Nada impede que
o designer trabalhe com diversos segmentos, mas sempre é necessário
pensar nos lucros. Nesta matéria você verá o que pesquisamos e o que o
Irene Hoofs
mercado reflete em termos de joias infantis.
Bloesem Kids

O mercado infantil tem crescido dos dos seus filhos. Hoje, os pequeni-
no Brasil ao longo dos últimos anos, nos escolhem inclusive os adereços
mais especifica- e joias. A transformação do consumo
mente o de brin- de moda e acessórios pelas crianças
quedos, cresce está ligada ao aumento da renda mé-
em média 14% dia do brasileiro, principalmente das
ao ano, segundo classes C e D. Não menos importante,
a “Revista Admi- a mudança de configuração da família
nistradores” publi- brasileira, que diminuiu a quantidade
thejewelryvine.com
cada pelo portal de filhos, o que possibilita o aumento
administradores.com. Na joalheria da renda disponível para gastar com
esse aumento não é diferente e vem cada criança. Marcela Agra, autora da
impulsionado pelas campanhas midi- matéria da Revista Administradores
áticas de marcas e personagens de afirma que mercados de luxo como Irene Hoofs
Bloesem Kids
desenhos e filmes infantis. o de joias para crianças ou produtos
Além disso, já foi o tempo em que artesanais perso-
os pais escolhiam roupas e brinque- nalizados são a Cabe aos pais, neste caso, equili-
bola da vez e só brar o alto consumo dos pequenos e
tendem a crescer. torná-lo saudável e consciente.
O consumismo é Psicologia à parte, voltemos para
uma realidade que o nosso foco. O fato é que por to-
passamos para thejewelryvine.com das essas razões o mercado de joia
nossos filhos até infantil está crescendo e devemos
de forma incons- aproveitar e ficar na crista da onda.
ciente, mas que eles aprendem com Dar ao mercado o que ele deseja e,
facilidade, tornando o desejo de com- com isso, alavancar os negócios.
prar e estar no mundo da moda im- E o mercado infantil de joias tem
portante e valorizado. diversos segmentos, além das “mo-
De qualquer forma, a realidade é dinhas”, os batizados e cerimônias
que as crianças se identificam emo- religiosas para os bebês sempre
cionalmente com esses produtos. alavancam a venda de joias, pois
Qual garotinha não quer parecer com são produtos que
a mamãe? Vestir as mesmas roupas, duram por toda a
as mesmas joias e sapatos? vida e vão sempre
Sem contar os produtos que re- conter o sentimen-
theginghamgrasshopper.com
presentam personagens famosos. to do momento.

19 Revista Joias & Design - Novembro 2014


Orianne Collins
thejewelryvine.com
Orianne Collins
As joias mais tradicionais para es- E quem pensa que o público-alvo
ses eventos são facilmente encontra- são só as meninas está enganado. contrapartida, o nível máximo libera-
das, porém há uma escassez no mer- Os garotos também aderiram à moda do é de 0,05% para níquel, e 0% para
cado de joias de peças criadas para a e usam colares, pulseiras e até brin- chumbo. A lei foi revisada e hoje é
própria criança, com motivos lúdicos cos, com desenhos de skate, bola de considerada a taxa de migração dos
e que a criança se identifique emo- futebol e personagens famosos. elementos, calculada de acordo com
cionalmente. Está claro que, hoje em tempo de uso e outros parâmetros
dia, o perfil da criança mudou, eles adotados. De qualquer forma, esses
têm personalidade e gostam de ex- níveis servem como referência para
pressá-la através das roupas e ade- assegurar a segurança dos peque-
reços. Há uns anos atrás, eu ouvia nos. O material mais recomendado
muito aquela frase “criança não tem é o ouro maciço, por ter menor risco
querer”. Isso caiu por terra, a crian- de infecção ou reação alérgica. O aço
çada desse milênio sabe muito bem o inoxidável também pode ser uma boa
que quer e como quer. opção.
Este é um nicho de mercado que O design recomendado, no caso
vem sendo preenchido aos poucos. dos brincos de recém-nascidos, deve
Diversas ideias vem se consolidan- theginghamgrasshopper.com priorizar os de tamanho pequeno e
do como as joias feitas a partir dos arredondados, para que fiquem bem
desenhos, da caligrafia e com peças No mercado joalheiro, em torno de coladinhos na orelha.
que podem ser manipuladas como 95% das empresas são de pequeno Outro cuidado a ser considerado
brinquedos. Aí é que entra a criati- porte e buscar um diferencial é fator é o de alertar os pais quanto ao peri-
vidade do designer para entrar com fundamental de sucesso e de desta- go dos bebês engolirem as pequenas
inovação e pioneirismo no mundo das que em um setor que movimentou R$ joias, de só usá-las na presença dos
crianças, algo que traga divertimento, 7,5 bilhões em 2012, segundo a últi- pais e retirá-las quando o bebê ador-
com cores e histórias. ma estimativa disponível do Instituto mecer.
Brasileiro de Gemas e Metais Precio- O designer de joias infantis deve
sos (IBGM). sempre cuidar para que as bordas
das peças sejam arredondadas e
Cuidados na leves. É interessante, no caso das
produção de joias pulseiras, que o designer desenhe
de forma que possam ser ajustadas,
infantis para um melhor aproveitamento do
uso conforme a criança cresce.
E para quem quer explorar esse De um modo geral, é preciso sem-
mercado, deve-se ter cuidado com a pre ter em mente que todo cuidado é
utilização de níquel na pouco quando se trata de crianças.
liga ou banho, esse ma-
terial é altamente aler-
gênico e o consumidor
kidzcandesign.com deve sempre ser alerta-
do. No caso do chumbo,
esse material não deve
ser utilizado. No Bra-
sil, não há legislação
específica para regular
a quantidade permiti-
da de tais elementos.
Na União Europeia, em
20 Revista Joias & Design - Novembro 2014
Silvia Heiden
gemas

Amanda Rodrigues

Safira crystalsrocksandgems.com

a pureza da natureza e símbolo da honestidade

A safira era conhecida na antiguidade, pelos egípcios, como “a pedra


das estrelas”. Eles acreditavam que a safira estimulava a honestidade, a
verdade e a justiça. Independente das suas propriedades e “poderes”, a
cor e a pureza dessa pedra, tão cobiçada e apreciada quanto o diamante,
despertam o desejo e o interesse dos amantes das joias.

O nome safira é derivado do termo safira estar relacionado à essa cor, a


grego sappheiros que significa “a coi- pedra preciosa que conhecemos tem kay.com
sa mais bela” e do latim saphirus que uma grande variedade de cores, devi-
significa “azul”. do à presença de “impurezas metáli-
Era muito utilizada por reis, rai- cas” em sua composição. A safira (azul) é muito utilizada,
nhas e grandes homens da Igreja. A safira pode ser confundida com na joalheria, em anéis de noivado e
Cravadas em anéis, tiaras e coroas, outras pedras. Em algumas das pe- em peças com designer diferenciado,
representavam o alto grau social das ças utilizadas na antiguidade foram principalmente por sua cor intensa
pessoas que as possuíam. Ainda cravadas gemas como lápis-lazuli ou e luminosa. Entretanto, nos últimos
hoje, a Corte Inglesa exibe suas pe- topázio, achando que era safira. Só anos, a popularidade das safiras colo-
ças excepcionais cravadas com essa por volta de 1800 que descobriu-se ridas, principalmente a amarela, vem
pedra preciosa. que a safira pertencia ao grupo dos crescendo. A possibilidade de substi-
A safira pertence ao grupo mine- coríndons. tuir o diamante, raro e caro, foi “abra-
ral coríndon com qualidades gemoló- De acordo com a presença de al- çada” por inúmeras celebridades. E,
gicas. É composto, basicamente, de guns elementos, as safiras podem se como não podia deixar de ser, caiu no
óxido de alumínio, com a fórmula quí- apresentar em diversas cores como: gosto do povo.
mica Al²O³. No estado natural, esse amarela (com baixo teor de ferro), Nós, da Revista Joias & Design te-
composto químico é incolor. No caso verde (pela presença de titânio), rosa, mos que concordar, são lindas! E ain-
da safira, a cor azul característica se roxa, marrom, laranja (com a presen- da com grande potencial de vendas!
deve à presença de titânio e ferro em ça de ferro e cromo)
sua composição. Apesar do nome e a safira Padparads- Foto: Robert Weldon
cha, alaranjada ten- www.gia.edu
dendo para o rosa sal-
mão (com a presença
de ferro e cromo).
Quando denomi-
nada safira (sem ad-
jetivo) se refere sem-
pre à azul. No caso
das outras cores seu
nome leva sempre a
cor como complemen-
to, também são co-
nhecidas como fancy.
O coríndon verme-
lho se refere ao rubi,
gggems.com sempre.

21 Revista Joias & Design - Novembro 2014


Características Safira branca ou leucossafira
gemológicas As safiras brancas são, na verdade, incolores. Não tem a presença de ele-
As safiras tem um elevado grau mentos que podem alterar a cor. Atualmente, são muito utilizadas na joalheria,
de dureza o que, consequentemente, por serem uma ótima opção de substituição do diamante em anéis de noivado.
aumenta o seu valor e a dificuldade Só perdem no brilho. São mais baratas que as amarelas, rosas e azuis e com
da lapidação. Dureza - 9 Mohs. Den- ótima durabilidade. Apesar de serem raras, a demanda não é tão alta, o que
sidade relativa - 4,0. Fratura - con- dá maior acessibilidade no preço.
coide. Transparência - pode variar
de transparente a opaco e apresenta
brilho (lustre) vítreo a sub-adaman-
tino translúcido. A safira apresenta
um hábito piramidal cristalizando em
bipirâmides hexagonais com estria-
ções transversais nas suas faces.
Sua composição principal é de óxi-
do de alumínio e traços de outros ele-
mentos como cobalto, ferro, titânio e
doamore.com
cromo, que dão as cores à gema. Além
das cores já citadas ainda podem ser gggems.com
encontradas em cinza e preta.
Safira amarela
As safiras amarelas estão em cres-
cente popularidade e demanda. São Safira rosa
ótimas na substituição de diamantes,
como as brancas. Entretanto, sua cor A cor dessa safira é devido à baixa
especial dá um toque alegre e jovial. quantidade de cromo. Se a quantida-
A cor se dá devido à presença de um de for grande a cor seria vermelho e,
baixo teor de ferro no coríndon. então, um rubi. Essa linha que divide
Há quem diga que esta gema esti- a safira rosa do rubi é sempre atesta-
mula a energia criativa e traz prospe- da por testes gemológicos e análise
ridade. Ativa o intelecto e a ação. da quantidade da presença de cromo.
A cor rosa também está com alta
bijouxxjewels.com
demanda no mercado. Elas foram en-
contradas recentemente, mais ou me-
nos 15 anos, na ilha de Madagascar,
As melhores safiras são da Ca- tornando-se mais abundante. Antes
xemira, na Índia, mas essas minas disso, só eram encontradas na Bir-
estão esgotadas. De lá, vinham as mânia e Sri Lanka.
azuis, tão procuradas. Na Tailândia, Se apresentam desde o rosa cla-
em Chanthaburi, as safiras vão do sjewelers.com ro, intenso, até o rosa chiclete. Este
azul escuro até o verde água. Safiras último muito procurado na joalheria.
australianas não são de alta qualida-
de, apresentam uma cor azul-água, e
às vezes negra. No Sri Lanka (região
de Ratnapura), há uma pedra azul
clara com uma pitada de roxo. São
encontradas, também, safiras colori-
das e a safira Padparadscha, alaran-
jada tendendo para o rosa salmão. thenaturalsapphirecompany.com
As mais belas pedras têm preços thenaturalsapphirecompany.com
elevados, encontradas no Sri Lanka,
Vietnã e Tanzânia. Os principais pa-
íses produtores são a Birmânia, Tai-
lândia, Sri Lanka, Austrália e Mada-
gascar. É rara no Brasil, existindo no
Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina
e Minas Gerais. O maior centro de la-
pidação é a Índia. sjewelers.com

22 Revista Joias & Design - Novembro 2014 sjewelers.com


Safira violeta Safira verde
ou roxa A cor verde das safiras é rara. É possível de encontrá-las quando as azuis
As cores violeta e roxo geralmen- e amarelas se encontram na mesma mina. A demanda dessa cor é pequena,
te são confundidas mas, na verdade, portanto, os preços não são altos, até porque esmeraldas e turmalinas são
são tonalidades diferentes de uma mais fáceis de encontrar. As safiras verdes tem um tom mais escuro ou bem
mesma cor. O roxo é uma mistura de claros, porém com brilho intenso. Não raro, podem ser vistos traços de amare-
vermelho com azul e o violeta é do lo e azul, sob ampliação e, algumas vezes, até a olho nu.
roxo com branco. Essas cores são ra-
ras. Não raramente são confundidas
com a ametista. As safiras violetas
tem uma característica singular, pois
podem mostrar mudanças na cor sob
diferentes tipos de iluminação.

akdesignsonline.com

planetarygems.com
thejewelersguild.com

thenaturalsapphirecompany.com
Safira Padparadscha
thenaturalsapphirecompany.com
Safira cinza e preta Padparadscha são safiras pouco
conhecidas do grande público, mas
A safira preta é extraída em gran- muito apreciadas por gemologistas,
de quantidade, a pedra é quase opa- colecionadores e conhecedores do
ca. São baratas ramo. Esse nome veio do termo
e consideradas Sangalês que significa “flor de ló-
de baixa qua- tus”. A sua característica de cor é
lidade. Pode, definida como um rosa alaranjado que pende para
perfeitamente, o salmão. Apesar de laboratórios renomados como
AGTA e GIA divergirem sobre a certificação destas
safiras, a maior parte delas tem esse tom e advém do Sri Lanka e, sob contro-
vérsias, de Madagascar. São muito raras e caras, a “queridinha” das safiras.
macys.com

substituir o
ônix. Ás vezes
Safira
podem ser de
A safira é a pedra azul mais pre- natural, sem
tom cinza bem
ciosa e valiosa. Ela se destaca dentre evidência de
escuro.
gemselect.com as outras por sua cor e brilho inigualá- tratamento
veis. Quando denominamos somente térmico. Re-
crislu.com
“safira” estamos centemente
Safira laranja nos referindo foi encontrada no Sri Lanka a maior sa-
sempre à de fira do mundo com 42Kg. A empresa,
Safiras laranjas também são raras, cor azul. Uma Guruge Gems, proprietária da pedra
porém como sua cor não é das mais das mais famo- dividiu-a em vários pedaços e lapidou
populares, seu preço também não sas é a “Logan a gema de que você vê na figura, ela
acompanhou. Ainda no caso delas, Sapphire”, com vale incríveis 800 milhões de dólares.
o laranja que se compõe da mistura uma cor azul Essa cor sempre foi a preferida de ho-
de cro- profunda e cla- mens da Igreja, reis e rainhas, pois é
mo e fer- reza excepcio- carregada de significados espirituais
ro não é nal, especial- e de prosperidade.
dos mais mente para uma pedra de
bonitos e seu tamanho. Ela foi exa- gurugegems.com
agradá- minada pelo Instituto Ge-
veis de se mológico da América, em
ver. 1997, que a considerou
gemselect.com
uma safira natural de cor
23 Revista Joias & Design - Novembro 2014
langantiques.com

O que é asterismo As gemas


sintéticas,
forno com tem-
peratura próxima
produzidas a 1.300 ºC.
Na gemologia, asterismo é a pro- em laborató- Já o proces-
priedade de alguns minerais (p.ex., rio, tem como so hidrotermal,
a safira, a esmeralda, a granada) de matéria prima envolve várias
apresentarem, por efeito da reflexão as gemas na- técnicas de cris-
ou da refração da luz, a imagem de turais pulve- talização de
uma estrela, na safira causado por rizadas, que substâncias em
inclusões de passam por soluções aquo-
agulha do mine- um processo sas submetidas
ral rutilo. Quan- de fundição e à altas tempera-
do a presença recristalização, de forma que suas pro- turas e pressões de vapor.
desse mineral priedades são muito semelhantes às Outros processos como o Czo-
é pequena se naturais e, em alguns casos, idênticas. chralski e Float-zone também são uti-
dá um aspecto Essa síntese só pode ser identificada lizados. Muitas safiras sintéticas são
sedoso, quando por microscópios gemológicos. produzidas para aplicações indus-
é maior provo- Por passar por processos rigo- triais, comerciais e tecnológicas.
ca o asterismo. rosos e caros, as gemas sintéticas Para identificar a origem natural
wholesalegemstones.org Há alguns es- também tem valor alto, porém mais ou sintética da gema, é imprescindí-
tudiosos que acessíveis vel o exame das inclusões à lupa e ao
defendem que o rutilo não provoca o compara- microscópio. Algumas outras carac-
asterismo e, sim, a presença de ca- das às na- terísticas como natureza e conteúdo
nais ocos cruzados seguindo três di- turais. de seus elementos-traços podem for-
reções. Os necer indícios dessa origem, entre-
As safiras que apresentam esse métodos tanto, não são diagnósticas.
efeito são chamadas de safira estrela mais utili- As safiras naturais costumam apre-
ou astéricas e seu valor depende não zados na sentar inclusões minerais e líquidas,
só do quilate da pedra, mas também síntese bem como zoneamento retilíneo de cor.
de sua cor e da visibilidade e intensi- de safiras
dade do asterismo. sintéticas
Recentemente, esse fenômeno são: o pri-
está sendo provocado em safiras meiro que
sintéticas o que diminuiu considera- é o de
velmente o valor das pedras naturais fusão à
que o apresentam. gemologyproject.com
chama ou
Para que o efeito de estrela seja processo de Verneuil, criado em 1902
perfeito, a gema deve ser lapidada pelo francês Auguste Verneuil, até
em forma de cabochão ou esfera. Em hoje continua sendo o mais utilizado
alguns casos a estrela parece se mo- e um dos mais baratos. Neste proces-
ver ao girar- so utiliza-se o pó de óxido de alumí-
mos a gema. nio, que é colocado em um aparelho,
As estrelas após a colocação, é injetado oxigê-
podem ser nio empurrando a mistura para baixo
de 4, 6 ou 12 tradeindia.com
para que encontre com o hidrogênio
pontas.
injetado na parte inferior do aparelho.
Foto: Robert Wel-
don, Gems and
Isso provoca uma combustão com
uma chama que atinge 2000°C. O pó
Tratamentos
Jewels LLC/Ben- de óxido de alumínio sofre fusão for- Tratamento térmico - é utilizado
jamin Zucker ma gotas, que vão caindo num supor- para intensificar a cor natural da gema
te, se resfriam e cristalizam em co- ou até modificá-la, a safira pode ficar
Safira sintética ríndon. Ao incluir neste processo sais tanto mais clara quanto mais escura.
de crômio, titânio, ferro, etc. obtém-se Também é usado para melhorar a
As safiras sintéticas, como outras safiras, safiras coloridas e rubis. clareza da pedra. São utilizadas al-
gemas, não são artificiais. Essa con- Já o processo de fluxo baseia-se tas temperaturas que vão de 1.500
fusão pode ser provocada por inexpe- em dissolver a alumina (no caso das a 1.800ºC, em fornos elétricos com
riência ou traduções errôneas. As ge- safiras e rubis) em um composto fun- aplicação de oxigênio ou não. A cor
mas artificiais não tem nenhum tipo dido que atua como solvente. Essa final é permanente e muito estável,
de traço ou origem da gema natural, mistura é colocada em um cadinho desde que a pedra não seja exposta
ou seja, ela não existe na natureza. de platina e, após, é colocado em um novamente à altas temperaturas.

24 Revista Joias & Design - Novembro 2014


Avaliação
Como nas outras gemas coradas,
a avaliação das safiras é baseada na
saturação e intensidade da cor, trans-
parência, lapidação e o tamanho. Os
mesmos 4C´s do diamante que já fa-
lamos na edição nº 4 da revista.

COR/COLOR - As safiras pos-


sapphirerings.org
suem uma ampla gama de cores e
cada cor tem suas próprias variações
de qualidade. Em geral, quanto mais excelente brilho apesar de eventuais
intensa a cor e menor a quantidade inclusões.
jewelry.ha.com
zonas de distração (inclusões), mais Semitransparentes - visualização
valiosa é a gema. Para as safiras ligeiramente turva ou borrada através
Esse tratamento é considerado o
azuis a avaliação da cor é mais im- da pedra.
mais natural e aceitável pela GIA e ou-
portante para determinar seu valor. Translúcido - visualização difícil
tros laboratórios de certificação, pois
As mais valorizadas são azuis avelu- através da safira. A luz é um pouco
não há adição de nenhum componen-
dadas para azul violeta (chamado de difusa.
te. Esse processo “termina” a reação
violetish blue), em meio a tons escu- Semi-translúcida ou semi-opaca
química das impurezas minerais que
ros médios. A saturação deve ser tão - uma pequena fração da luz passa
ocorrem naturalmente dentro da pedra.
forte quanto possível, sem escurecer através da pedra.
Difusão - esse processo consiste
a cor e comprometer o brilho. Opaca - quase nenhuma luz pas-
em introduzir impurezas na gema por
A graduação da cor das safiras é sa através da pedra.
difusão de óxidos a altas temperatu-
dividida em As safiras azuis tendem a ter mais
ras (em torno
três catego- inclusões que a maioria das safiras
de 1.900 ºC).
rias quan- coloridas. O termo “inclusão” é utili-
A gema é co-
tificáveis: zado para definir características en-
locada em um
intensidade contradas dentro de uma gema e são,
cadinho, mistu-
(saturação), frequentemente, usados para indicar
rada à óxido de
matiz (cor) que a pedra é de origem natural. As
titânio ou outro
e tom (cla- inclusões, geralmente, diminuem o
agente colo-
ro/escuro) valor da gema, principalmente se
rante em pó e
especifica- elas ameaçarem a durabilidade. Elas
aquecida à alta
das pela podem se apresentar de diversas for-
temperatura. A
GIA. Ter- mas como cristais (inclusões sólidas
atmosfera e o
mos como como pequenos grãos), seda (fibras
tempo são vari-
“azul”, “azul finas de rutilo) esta, apesar de ser
áveis. O resul- myjewelrysource.com
ligeiramen- uma imperfeição é a preferida pois,
tado é uma fina
te esverdeado”, “azul muito ligeira- algumas vezes proporciona um as-
camada muito colorida de cor estável.
mente esverdeado” são usados ​​para pecto aveludado à gema, aumentan-
Clareamento - é o uso de produ-
descrever as tendências de cores. do seu valor, rachaduras, impressões
tos químicos para clarear a gema ou
A nomenclatura de gradação de cor digitais (inclusões que tem o aspecto
para remover cores indesejáveis.
também especifica seis níveis de sa- de impressões digitais), entre outras.
Outros tratamentos como: preen-
chimento das cavidades, aquecimen- turação que variam de “acinzentado”
to seguido de resfriamento e tingidura, para “moderadamente forte” para
também são utilizados, porém muitos “cores vivas” e, nove níveis de tom, revoni.co.uk
são temporários e inaceitáveis. variando de “muito muito leve” para
“muito muito escuro”.

TRANSPARÊNCIA/CLARITY - O
grau de visibilidade através de uma
safira é conhecido como transpa-
rência, que varia de transparente a
opaca, sendo a transparente a ideal,
conforme classificadas abaixo:
Transparente - visualização cla-
ra e distinta de objetos através da
sapphiregb.com
pedra. Estes safiras geralmente tem

25 Revista Joias & Design - Novembro 2014


CARAT/PESO - o efeito do quilate CORTE/CUT - Com-
sobre o valor de uma safira varia pela parável aos diamantes, os
cor. As safiras amarelas são relati- melhores cortes ou lapida-
vamente abundantes em tamanhos ções de safiras oferecem
acima de cinco quilates, porém cinco uma relação maior de pro-
quilates de safiras Padparadscha são fundidade/largura.
extremamente difíceis de encontrar. As pedras mais pro-
Safiras azuis, rosa, laranja ou Padpa- fundas parecem menores,
radscha que excedam quinze quilates mas mostram mais cor do
são especialmente valiosas. Como as que se fossem cortadas
safiras tem uma alta densidade, uma em proporções normais.
safira de um quilate parece menor Elas também preservam o
que um diamante do mesmo peso. peso e, consequentemen-
A safira azul do centro do anel te, o valor da gema. Quan-
abaixo tem 18.79 carats. do o corte é raso parecem
de cor mais clara do que
Chanel
os profundos. Safiras de
qualidade têm boa simetria
quando vistas de perfil - refletindo a luz de forma uniforme. Como a forma ori-
ginal do cristal é em forma de pirâmide hexagonal, o corte profundo proporcio-
na melhor obtenção da cor e proporções. Os cortes são orientados de acordo
com o zoneamento de cores (cores diferentes em determinadas áreas), com o
pleocroísmo (diferentes cores em diferentes direções) e a claridade da gema.
A safira estrela é sempre cortada em cabochão, para exibir o asterismo. A
maioria das safiras são lapidadas em formato oval, esmeralda, corte redondo e
cortes de almofada. Nas lapidações mistas, o pavilhão é lapidado em degraus
paralelos e a parte superior é do tipo brilhante, como no corte esmeralda, que
Vagabonde Bleue Ring © 2011 Fabergé Ltd
permitem um melhor aproveitamento da gema. Atualmente, na Tailândia, Índia
ou Sri Lanka a grande maioria das safiras apresentam lapidações mistas.
Na figura abaixo você pode ver os tipos mais comuns de cortes de safiras.

Cuidados
Devido à sua dureza, a safira atrás da pedra, onde pode juntar
não requer muitos cuidados e pode poeira. Como a maioria das pedras
ser limpa com ape- preciosas, evite
nas água morna e realizar trabalho
sabão, também pode pesado ou entrar
ser utilizada uma por- em contato com
ção de amônia para produtos quí-
raredelights.com seis partes de água. micos, pois isto
Use uma escova de pode danificá-la.
dente para esfregar eragem.com

26 Revista Joias & Design - Novembro 2014


metais

MárciaPompei

Além dos metais nobres


o alumínio anodizado

Estamos acostumados a associar joia à ouro, platina e, até mesmo, à prata.


Estão tão arraigados entre si, que fica difícil aceitar outros metais na joia.
O fato é que, cada vez mais, outros metais e materiais têm sido
vistos nesse charmoso universo - como a madeira, o acrílico, a borracha,
as sementes e fibras vegetais, a resina, o murano e muito mais.
Bracelete alumínio anodizado Hoje, falaremos sobre o alumínio anodizado.
Maura Dias

O caminho que a joia tem trilhado, Agora, a nobreza vai além do material, to forma micro casulos sobre a su-
de alguns anos para cá, possibilitou a ela está no design, no estilo, na inova- perfície metálica - eles lembram uma
aceitação de materiais considerados ção, na arte. colmeia.
“primos pobres” do ouro e das pedras No final dos anos 90, vimos surgir
preciosas. Esse caminho é fruto da em países da Europa, a joia feita com
própria história da humanidade, refle- um metal arrojado: o alumínio. Herói
xo de ques- de nossos tempos
tões sócio- onde a consciência
-econômicas. ecológica, a susten-
A joia tabilidade e outras
tem sofrido “ideias verdes” se
mudanças fortalecem e pesam,
cada vez mais, na Casulos sobre a superfície do alumínio
necessárias
para manter cabeça do consumi-
seu status, dor. No Alumínio usado pela indústria
anteriormente O alumínio é um esses casulos são preenchidos com
dependente metal infinitamente uma substância incolor e, posterior-
apenas dos reciclável, ele mini- mente, selados, fechados, para que
materiais no- Brincos miza o impacto das fiquem protegidos. Esse tratamento
bres utiliza- alumínio anodizado atividades econô- evita que o metal sofra a corrosão. É
Maura Dias
dos na sua micas no meio am- como se fosse aplicada uma cober-
produção. biente. Como se não tura impermeabilizante sobre o metal.
Hoje, esses fosse o bastante ele
materiais nobres não são suficientes. oferece outras vantagens:
- Baixo Custo
- Baixo Peso (possibilita a confec-
ção de peças grandes que não pe-
sem durante o uso)
- É um metal resistente à corrosão
- Quando anodizado oferece inúme-
ras possibilidades de cores e efeitos.
Ao contrário do que muita gente
pensa, o alumínio oxida sim. O fato é
Bracelete alumínio anodizado e pérolas que esse metal recebe um tratamento Anéis em prata, alumínio anodizado e pérolas
Juliana Landmann denominado selagem. Este tratamen- Hideca Nomoto e Daniella Calle

27 Revista Joias & Design - Novembro 2014


Enquanto a prata escurece durante
a corrosão, o alumínio desprende um
pó branco muito fino. A selagem evita
a formação desse pó branco e man-
tém o metal em bom estado. Por isso
as pessoas pensam que o alumínio
não oxida.
Experimente usar uma palha de
aço sobre uma esquadria de alumínio
Anel alumínio anodizado, prata e coral e veja o resultado disso depois de al-
Mari Vieira gum tempo. Uma fina camada branca
porosa se forma sobre o metal soltan-
do-se aos poucos. Quando ocorre a abrasão com a palha de aço a
selagem é retirada da superfície, deixando o metal exposto e sujeito à Pingente em prata e alumínio anodizado
Hideca Nomoto
corrosão.

Nem todas as ligas do metal podem ser usadas, as mais indicadas são a 1100 H14 (em chapas) e a 6063 TS (em
tubos), isso porque, outras ligas não oferecem bons resultados na anodização.
Não existe mistério na anodização do alumínio. No lugar de uma substância incolor usamos cor. Depois da cor, a
selagem. Então o alumínio fica “colorido”.

Entre os anos 2007


a 2009, o Atelier Márcia
Pompei em parceria
com a designer de joias
Maura Dias, trouxe
para o Brasil a técnica
da anodização do alu-
mínio em joalheria.
Casulos selados
Casulos preenchidos com corante

As possibilidades são infinitas. Para anodizar o alumínio utiliza- tanque. Antes de seguir para a ano-
Além do uso de corantes líquidos po- mos um banho químico associado à dização, a peça deve estar pratica-
demos usá-los em pasta, criando for- corrente elétrica, no tanque de ano- mente pronta, serrada, limada, lixada
mas com traços e pinceladas. dização. Quando mergulhado no e polida, além de muito limpa e livre
O silk-screen pode acrescentar tanque, os casulos se formam e vão de gorduras. Após a anodização, co-
desenhos pré-definidos, logotipos, crescendo. Quando muito “baixos” a loração e selagem não é aconselhá-
textos e muito mais. quantidade de corante será peque- vel trabalhar o metal. Essa camada é
na, oferecendo frágil e pode se
cores pálidas. trincar ou que-
Quando muito brar.
“alto” pode se Diversos
tornar frágil. joalheiros des-
Há um limi- cobriram e se
te quanto à es- identificaram
pessura dessa com o alumí-
camada, em nio anodizado.
joalheria utili- O resultado do
zamos 12 mí- seu trabalho
crons, o que são peças ar-
é conseguido rojadas, inova-
com a exposi- doras e belas.
ção por 30 a
45 minutos no Gargantilha em prata e alumínio anodizado Márcia Pompei
Maura Dias
Atelier Márcia Pompei
www.joia-e-arte.com.br – atelier@joia-e-arte.com.br
www.joalherianatela.com.br – joalherianatela@gmail.com
Alumínio com silk-screen tel.: 55 11 5181-7968 – WhatsApp 55 11 96246-2226

28 Revista Joias & Design - Novembro 2014


Quer saber mais sobre como
desenhar e produzir joias?

Em breve novidades quentíssimas!


24
www.editoraleon.com.br
Revista Joias & Design - Junho 2014

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