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SÃO PAULO
2017
Ana Luiza de Carvalho Pinto
Ana Paula Orsini Faria
Caroline Santos Sebrian
Nathalia de Cassia Fernandes
SÃO PAULO
2017
AGRADECIMENTO
Agradecemos primeiramente a Deus, que nos deu força e saúde para superar todas as
dificuldades durante esses anos.
A todos que nos apoiaram e incentivaram para chegarmos até aqui.
Aos nossos pais, irmãos e familiares pelo incentivo, apoio e amor incondicional, àqueles que
tanto esperavam, acreditaram e torceram pela nossa conquista.
Aos amigos pela paciência e união.
A nossa orientadora Isabel Cristina Bueno Palumbo, pelo suporte no pouco tempo que lhe
coube, pelas suas correções e incentivos.
A todos que participaram de nossa formação, etapa que não foi fácil, mas que superamos com
sucesso.
RESUMO
1. ABREVIATURAS .............................................................................................................. 8
3. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
4. OBJETIVOS...................................................................................................................... 13
5. METODOLOGIA ............................................................................................................. 14
8. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 29
O2: Oxigênio
8
2. ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
9
3. INTRODUÇÃO
Historicamente a Câmara Hiperbárica foi usada pela primeira vez em 1662, quando o
padre inglês Henshaw, que exercia a medicina, fato ocorrido no século XVII, frente a pouca
quantidade de médicos formados naquela época e a grande demanda da população. Ele
observou que as pessoas que viviam em regiões litorâneas geralmente registravam um melhor
resultado na recuperação das feridas crônicas e até mesmo em seu estado geral, do que aqueles
que viviam em regiões montanhosas. Intuitivamente concluiu que a melhora ocorria através da
mudança da pressão atmosférica existente entre as montanhas e o nível do mar, porém não dava
destaque ao oxigênio. Após a descoberta, ele criou uma câmara metálica chamada “domicilium”
que era uma bomba “forçadora” de ar (“compressor”) para dentro do silo, que oferecia sessões
de ar comprimido, surgindo então a atual medicina hiperbárica. (1)
No Brasil, somente em 1930, século XX, dois séculos após a descoberta do oxigênio
para fins terapêuticos, o professor Álvaro Ozório de Almeida foi o primeiro a instalar a Câmara
Hiperbárica e desenvolver o uso da oxigenoterapia hiperbárica no Brasil, realizando o
tratamento de doenças como gangrena gasosa e lepra lepromatosa. (3) Por outro lado, a Marinha
10
do Brasil utilizou a câmara hiperbárica para o tratamento de vítimas em acidentes de mergulho
que apresentaram doenças descompressivas e embolia traumática pelo ar. (2) A partir daí a
Medicina Hiperbárica Brasileira passou a desenvolver-se progressivamente, sendo que em 1957
deu início a regulamentação da OHB, que só foi aprovada em 1995 pelo Conselho Federal de
Medicina, sendo reconhecida no Brasil através da Resolução 1457/95 o que corresponde a
história da medicina hiperbárica no nosso país. (3)
11
risco; osteomielites refratárias ao tratamento convencional e anemia aguda, nos casos de
impossibilidade de transfusão sanguínea. (6)
12
4. OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO 1
4.2 OBJETIVO 2
13
5. METODOLOGIA
14
estudos que foram direcionados para realizar a discussão que abordaram a temática sobre a
Oxigenoterapia Hiperbárica como tratamento coadjuvante em lesões de difícil cicatrização.
15
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A epiderme, é camada mais externa da pele visível a olho nu, não possui vasos
sanguíneos, e é formada por um epitélio estratificado pavimentoso, com células escamosas
dispostas em várias camadas, constituída por células epiteliais (queratinócitos), estas células
são produzidas na camada mais inferior da epiderme (camada basal ou germinativa). Em sua
evolução em direção à superfície sofrem processo de queratinização ou corneificação, que dá
origem a queratina / córnea, uma resistente proteína responsável pela proteção e
impermeabilização da pele. (9)
A renovação celular constante da epiderme faz com que as células da camada córnea
sejam gradativamente eliminadas e substituídas por outras, processo que acontece de forma
contínua. É na epiderme que encontramos os melanócitos, que produzem a melanina, pigmento
que dá cor à pele. Nessa primeira camada estão também as células de Langherans, responsáveis
pela defesa imunológica. (9)
16
formadas por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida.
Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e pés. (9)
Mas, mesmo com toda esta proteção, a pele é permeável e pode sofrer danos,
ocasionando interrupção da continuidade do tecido corpóreo, gerando a lesão de pele, que pode
ser causada por algum tipo de trauma, em maior ou menor extensão, sendo ele físico, químico,
mecânico ou desencadeado por uma afecção clínica que aciona as frentes de defesa do
organismo para o contra-ataque. (8)
As lesões de pele podem ser classificadas quanto à causa, conteúdo microbiano, tipo de
cicatrização, grau de abertura e tempo de duração. (10)
Quanto a causa, as feridas podem ser por cirurgias, produzidas por um instrumento
cortante, limpas, com bordas ajustáveis e passíveis de reconstrução, provocadas
intencionalmente mediante incisão (quando não há perda de tecido e as bordas são geralmente
fechadas por sutura), ou mediante excisão (quando há remoção de uma área de pele, por
exemplo área doadora de enxerto), punção (quando resulta de procedimentos terapêuticos
diagnósticos, por exemplo, cateterismo cardíaco, punção de subclávia, biópsia, entre outros).
(10)
17
As lesões causadas por trauma são aquelas, que são provocadas acidentalmente por:
Agentes mecânicos (contensão, perfuração ou corte); Agente químicos (iodo, cosméticos, ácido
sulfúrico, etc.); Agente físicos (frio, calor, radiação).
Sendo que após essa fase inicia se a fase proliferativa constituída por quatro etapas
fundamentais: epitelização, angiogênese, formação de tecido de granulação e deposição de
colágeno. Esta fase tem início ao redor do 4º dia após a lesão e se estende aproximadamente até
o término da segunda semana. A epitelização ocorre precocemente. Se a membrana basal estiver
18
intacta, as células epiteliais migram em direção superior, e as camadas normais da epiderme
são restauradas em três dias. Se a membrana basal for lesada, as células epiteliais das bordas da
ferida começam a proliferar na tentativa de restabelecer a barreira protetora. A angiogênese é
estimulada pelo fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), e é caracterizada pela migração de
células endoteliais e formação de capilares, essencial para a cicatrização adequada. (11)
O leito de uma lesão e o tipo de tecido presente, são geralmente indicativos da fase da
cicatrização, bem como evolução e eficácia do tratamento quando já instituído. Tecido viável é
o tecido formado no processo de cicatrização, com objetivo de reconstituição da área lesada,
apresentando tecido vermelho vivo (tecido de granulação) característico de tecido conjuntivo
altamente vascularizado. Enquanto o tecido inviável é aquele que está desvitalizado, geralmente
composto por necrose ou esfacelo, relacionado aos diferentes níveis de morte tecidual. (8)
Os principais tecidos que podem ser encontrados no leito das lesões são: Necrose
(geralmente de coloração enegrecida e que pode ter consistência dura, sendo considerada
necrose seca/ escara, ou mole, considerada úmida); Esfacelo (tecido necrosado de consistência
delgada, de coloração amarela ou acastanhada, podendo estar aderida ao leito e margens da
ferida ou frouxamente ligada ao leito); Granulação: (tecido avermelhado umedecido e firme,
19
indicativo de boa evolução do processo cicatricial); Epitelização (tecido de cor rosada,
indicativo de encerramento da ferida, geralmente surge a partir das margens); Hipergranulação
(excesso de tecido de granulação, que se forma para além do nível do leito da ferida, gerando
tensão nos bordos. Impede a migração das células epiteliais basais e consequentemente a
cicatrização). (8)
A avaliação da ferida, depende de diversos fatores que devem ser considerados para que
o processo de cicatrização seja eficaz. A idade avançada interfere do funcionamento de todos
os sistemas fisiológicos e corporais, com a pele não é diferente, há uma diminuição progressiva
da quantidade de colágeno, diminuindo a elasticidade, se tornando um fator de risco para o
surgimento de lesões. (10)
20
como a dos componentes do sistema imune do corpo. Essas condições afetam a capacidade do
organismo de transportar células de defesa e antibióticos, dificultando o processo de
cicatrização. Um dos fatores que ocasiona a falta de vascularização são as doenças crônicas
como diabetes mellitus, que reduz a resposta inflamatória aumenta o risco de infecção, a
insuficiência renal que interfere na manutenção da pressão arterial, no equilíbrio
hidroeletrolítico e no processo de coagulação, causando a falta de vascularização tissular
retardando o processo de reparação tecidual. (13)
O tabagismo causa deficiência de vitaminas pois o fumo age como inibidor do apetite,
levando ao risco de desnutrição, também ocorre a deficiência das vitaminas B1, B6, B12,
vitamina C, e de minerais pelo consumo de substâncias tóxicas. Além desses, estão relacionados
ao tabagismo a redução de hemoglobina funcional, levando a disfunção pulmonar reduzindo o
aporte de oxigênio para as células dificultando a cura da ferida. Portanto o tabagismo oferece
riscos a cicatrização. (14)
Diante do que foi descrito a cima sobre a fisiologia da pele, classificação de feridas e
fatores que interferem na cicatrização, correlacionaremos o uso de Oxigenoterapia Hiperbárica
com sua ação terapêutica sobre a cicatrização de lesões.
21
7. OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA
O objetivo principal da OHB é fornecer o maior aporte de oxigênio possível aos tecidos
que estão submetidos à hipóxia em algumas situações patológicas, gerando um estado de
hiperóxia no indivíduo. Este gás em excesso no organismo além de saturar completamente a
hemoglobina (a via mais importante de transporte de oxigênio), será também direcionado aos
tecidos dissolvido no plasma que, nas condições ambientais de ventilação espontânea ao nível
do mar, não possui relevância quanto ao fornecimento de oxigênio às células, porém nas
condições hiperbárica passa a se constituir em um meio de oferta de grande importância. (15)
22
aumento da neovascularização pela estimulação dos macrófagos e dos fibroblastos (liberação
de fatores de crescimento e aumento da síntese de matriz colágena). Há também atuação nas
infecções exercendo papel bactericida e/ou bacteriostático conveniente por fomentar a
produção de especiais reativas de oxigênio o que otimiza a função das células fagocitárias –
especialmente os neutrófilos – combaterem diretamente às bactérias anaeróbias, bloquear a
produção de algumas toxinas bacterianas e agir de forma sinérgica com alguns antibióticos
melhorando o seu papel. (15)
7.1 INDICAÇÕES
A utilização da OHB é reservada para Lesões em áreas nobres: face, mãos, pés, períneo,
genitália, mamas; Lesões refratárias; recidivas frequentes; Recuperação de tecidos em
sofrimento; Condições clínicas em que seja o único tratamento; Lesões graves e/ou complexas;
Falha de resposta aos tratamentos habituais; Lesões com necessidade de desbridamento
cirúrgico; Piora rápida com risco de óbito. (16)
23
7.1.1 FIGURA 1 - PROTOCOLO DA SBMH – INDICAÇÕES DE OHB CONFORME
RESOLUÇÃO CFM 1457/95.
Fígura 1 (17)
24
7.1.2 FIGURA 2 - CLASSIFICAÇÃO DE GRAVIDADE DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO - ESCALA “USP” DE GRAVIDADE - AVALIAÇÃO PARA
TRATAMENTO COM OHB.
Fígura 2 (17)
25
7.2 CONTRAINDICAÇÕES
A OHB não é indicada como tratamento para lesões com resposta satisfatória ao
tratamento habitual (17) e apresenta como contraindicações absolutas o uso das seguintes drogas:
doxorrubicin, dissulfiram, cis-platinum. A gravidez também se apresenta como contraindicação
absoluta. Contraindicações Relativas citamos as infecções das vias aéreas superiores, DPOC
com retenção de CO2, hipertermia, história de pneumotórax espontâneo e as infecções virais
na fase aguda. (17)
Deverá ser evitado o contato com graxa, óleo, gordura ou álcool antes das sessões, uso de
celulares, relógios, equipamentos elétricos em geral, tais como equipamentos sonoros,
isqueiros, fósforos, cigarros e afins (cachimbo, charutos, cigarrilhas etc). (18)
Curativos: curativos à base de Povidine Tópico ou Degermante não deverão ser usados no
período mínimo de 6-8 horas antes do horário da sessão; aqueles à base de gaze vaselinada ou
furacinada, óleos minerais ou vegetais (e/ou outros produtos similares) não são permitidos e
deverão ser removidos antes da sessão. (18)
Os efeitos colaterais da OHB são os seguintes: Toxicidade pulmonar: tosse seca, dor
retrosternal, hemoptóicos e edema pulmonar; hemorragia em vias aéreas superiores. Os efeitos
adversos pulmonares aparecem com pouca frequência na prática clínica, pois estão ligados a
exposição prolongadas ao ambiente hiperóxido. Toxicidade neurológica: parestesias e
convulsão (1:10.000 tratamentos); Desconforto e barotrauma auditivos; Desconforto em seios
da face, alterações visuais transitórias e excitabilidade. (5)
26
7.4 ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NA OHB.
O Enfermeiro (a) deverá ter formação na área de Medicina Hiperbárica em algum dos
cursos reconhecidos ou oferecidos pela SBMH, sendo responsável pela seleção e treinamento
da equipe de enfermagem, sendo que todo profissional que exerce função na câmara hiperbárica
deverá estar sob supervisão direta do enfermeiro, que tem como atribuições no serviço de OHB:
responder tecnicamente pela equipe de enfermagem, conforme leis vigentes; elaborar escalas
de serviço e dimensionamento do quadro de enfermagem (COFEN 293/2004); participar nas
avaliações dos pacientes; elaborar Manual de Normas e Rotinas da enfermagem; supervisionar
o serviço da equipe de enfermagem; verificar anualmente junto ao COREN a regularização dos
profissionais de enfermagem, elaborar instrumento para implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE); realizar treinamentos periódicos da equipe de enfermagem;
realizar avaliação de desempenho da equipe com periodicidade semestral ou anual; medir e
registrar os indicadores de qualidade do serviço; liderar e coordenar as atividades da equipe de
enfermagem; prestar atendimento aos pacientes e acompanhantes; e outras atividades
assistências , gerenciais e educação permanente pertinentes a profissão. (20)
Diante do que foi apresentado, entende-se que a equipe de enfermagem pode atuar no
tratamento de Câmara de Oxigenoterapia Hiperbárica desde que suas ações sejam respaldadas
27
e registradas através da elaboração do processo de enfermagem, previsto na Resolução COFEN
358/2009. (20)
28
8. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo temos como objetivo apresentar 9 artigos em ordem retrospectiva que
abordam trabalhos realizados com Câmara Hiperbárica utilizada como tratamento coadjuvante
para Síndrome de Fournier, Doença vascular periférica, Lesões em extremidades de Membros
Inferiores, Úlceras Venosas, Pés Diabéticos, Lesões traumáticas e Queimaduras e o papel do
enfermeiro no tratamento de OHB.
8.1 ESTUDO 1
Obteve como resultado que a oxigenoterapia hiperbárica tem como efeito no processo
cicatricial a correção da hipóxia tecidual, normatização da atividade leucocitária, intensificação
da atividade fibroblástica, estimulação da formação de novos vasos em lesões hipoxias,
normatização das concentrações de oxigênio nos ossos, ação de sinérgia com os antibióticos,
modificação do ambiente bioquímico das bactérias, potencialização de alguns antibióticos, ação
bactericida e bacteriostática, diminuição da concentração de radicais livres e vasoconstrição
com ação antiedematogênica especifica. (21)
Dessa forma, a autora também observou em sua revisão da literatura que a associação
do tratamento tópico e convencional de feridas juntamente com o emprego da oxigenoterapia
hiperbárica auxilia na intensificação das etapas do processo cicatricial, assim, reduzindo o
tempo de cicatrização das lesões tissulares. (21)
8.2 ESTUDO 2
29
hiperbárica multiplace (câmera capaz de tratar vários pacientes ao mesmo tempo) de última
geração, com capacidade de até 10 pacientes por sessão. A amostra do estudo foi constituída
por todos os pacientes com feridas que foram submetidos à terapia hiperbárica no período de
janeiro a dezembro de 2012. A coleta de dados foi realizada por meio de consulta aos
prontuários arquivados no serviço de prontuários da instituição, no período de janeiro a
novembro de 2013. (22)
No estudo foram analisados 200 prontuários dos pacientes com feridas que realizaram
tratamento com OHB no período considerado para o estudo. Os resultados foram apresentados,
em tabelas de distribuição de frequências de variáveis da pessoa, clínicas, tipo de ferida, além
de associação entre indicação para OHB, número de sessões realizadas e cicatrização/redução
da ferida ao final do tratamento. Observa-se maiores frequências para: faixa etária de 50 a 92
anos (média de 54, mediana de 57 e desvio-padrão de 18), do sexo masculino, procedentes da
Capital e não tabagistas. Considerando a profissão, verifica-se maior frequência para as
ocupações mal especificadas, na qual estão incluídos “inativos” e “desempregados”, e quanto
às doenças associadas o diabetes mellitus e as cardiovasculares apresentaram maior frequência.
Dentre os pacientes com feridas com indicação de OHB, verificou-se que as mais frequentes
foram: úlcera venosa (21%) e lesão traumática (21%), seguidas por pé diabético (17%). O
número de sessões variou de 04 a 90 (média de 29,7, mediana de 30 e desvio-padrão de 14,6).
Uma maior frequência de pacientes com feridas crônicas (88) realizaram um menor número de
sessões e tiveram suas feridas cicatrizadas ou reduzidas (119) quando comparados com aqueles
que apresentavam feridas agudas. Quanto à cicatrização ou redução da ferida ao final do
tratamento, observou-se diferença estatística significante. (22)
30
recomendação da literatura, segundo a qual o recomendado para o tratamento de feridas
crônicas é de 30 a 40 sessões de tratamento, em 2,4 Atmosferas de oxigênio, durante 90 minutos
por sessão, com um limite máximo de até 60 sessões para feridas que respondem lentamente.
(22)
Estes resultados fornecem informações relevantes quanto aos principais tipos de feridas
com indicação para OHB e demostram que esta terapia pode ser um adjuvante importante para
tratamento convencional de pacientes com feridas crônicas, auxiliando os enfermeiros a prestar
uma assistência de melhor qualidade. Consideraram também que a razão usual para um paciente
com uma ferida complexa ser encaminhado para a OHB é porque todas as outras terapias
falharam após quatro a cinco semanas. O enfermeiro deve considerar a opção de OHB em casos
de feridas hipóxicas (devido a isquemia) que demonstram reversibilidade em condições
oferecidas pela terapia. (22)
8.3 ESTUDO 3
O artigo publicado em 2014, “Análise dos custos de pacientes internados na Santa Casa
Misericórdia de Campo Grande, tratados com e sem auxílio de oxigenoterapia hiperbárica”,
apresenta um estudo realizado com o objetivo de comparar os dois grupos de pacientes
queimados com e sem tratamento coadjuvante com Oxigenoterapia Hiperbárica, assim como,
realizar uma análise dos custos dos mesmos. (23)
31
Concluíram que no serviço, o grupo de pacientes com queimaduras moderadas e graves
tratados com auxílio da Oxigenoterapia Hiperbárica teve um menor número de procedimentos
cirúrgicos, como enxertos e desbridamento, e menor tempo de internação. E que a OHB também
restaura os níveis diminuídos de ADP, reduz os níveis elevados de lactatos e das fosforilases,
mantém a integridade da microcirculação e fornece os substratos essenciais para manter a
vitalidade dos tecidos vizinhos à área queimada, bloqueando a progressão da lesão. Esses
efeitos reduzem a necessidade de enxertos, o tempo de hospitalização, o índice de infecção, a
mortalidade levando a uma economia importante dos gastos hospitalares. (23)
8.4 ESTUDO 4
32
No presente estudo, identificou-se que os usuários tinham a úlcera venosa por longos
períodos de tempo. As recomendações para o tratamento tópico de úlcera venosa embasado em
evidências destacam que o cuidado requer, além da terapia tópica, a realização de tratamento
básico da hipertensão venosa, utilizando o repouso e a terapia compressiva, cuja falta de
controle contribui para as altas taxas de recorrência. (24)
Porém, sua eficácia parece maior quando a OHB é usada como terapia coadjuvante no
tratamento das feridas de difícil cicatrização, notavelmente naquelas que se apresentam
cronicamente hipóxicas como, por exemplo, as feridas de extremidades inferiores em diabéticos
que podem levar a amputações, e as úlceras isquêmicas que demonstram resposta positiva ao
estímulo de aumento da pressão de O2. (24)
O estudo também afirma que, a literatura evidencia que em algumas situações a OHB
contribui efetivamente no tratamento das feridas crônicas, ao reduzir o tempo no processo de
reparação, impedir amputações, aumentar a vitalidade de enxertos e retalhos comprometidos,
diminuir o custo da doença e aumentar a qualidade de vida dos pacientes. (24)
Por fim, os resultados encontrados neste estudo demonstraram que, apesar do uso da
OHB em conjunto com a terapia tópica, grande parte dos pacientes não apresentou cicatrização
das feridas e continuou em acompanhamento pela equipe, após as sessões de OHB. Em
33
contrapartida, os pacientes que não realizaram a OHB, mas que também tiveram seguimento
pela equipe do SAD e utilizaram as terapias disponibilizadas de acordo com o protocolo da
SMS–RP, apresentaram maior frequência de cicatrização. Portanto, sabe-se que a terapia com
OHB tem um elevado custo e que deve ser utilizada como co-adjuvante, de maneira que
desfechos positivos sejam obtidos. Assim, torna-se necessária a realização de outros estudos
prospectivos, randomizados e de intervenções para a proposição de protocolos de condutas que
considerem a realidade dos serviços de saúde no país. (24)
8.5 ESTUDO 5
34
8.6 ESTUDO 6
Por ocasião da coleta dos dados não foram encontradas informações relativas ao grau
de instrução e à renda salarial em alguns dos prontuários analisados, prejudicando a
apresentação dos dados do estudo. O grau de instrução pode facilitar ou dificultar o
entendimento e o tratamento, assim como a renda salarial pode influenciar direta ou
indiretamente a evolução do tratamento pela OHB, pois, por sua característica adjuvante, requer
cuidados complementares por meio de curativos para as lesões, com soluções, pomadas, cremes
específicos, muitas vezes de alto custo. É fundamental a preparação e o aprimoramento da
equipe de enfermagem para esse tipo de cuidado, tendo em vista contribuir para a melhoria da
assistência de enfermagem a pessoas que necessitem desse tipo de terapia, independentemente
da instituição prestadora do serviço, pois auxilia no direcionamento e adequação das
ações/intervenções, especialmente em melhores resultados. (26)
35
8.7 ESTUDO 7
8.8 ESTUDO 8
36
No estudo, todos os pacientes submetidos à OHB tinham o propósito de realizar o
número mínimo de sessões de câmara hiperbárica, ou seja, dez sessões, com o acréscimo de
mais sessões a critério do médico assistente. Os pacientes só não realizavam a OHB caso
houvesse algum comprometimento hemodinâmico. Dos 600 pacientes que utilizaram a
oxigenoterapia hiperbárica, 71% (425 pacientes) eram do sexo masculino. A cirurgia plástica
foi a especialidade que mais solicitou OHB associada ao tratamento convencional de seus
pacientes (71% do total de pacientes), sendo destes a maioria devido à lesão por queimadura
(82%). O intervalo de idade de maior prevalência foi dos 31 aos 60 anos. A média do número
de sessões de hiperbárica, dentre os pacientes com queimadura, foi entre 6 e 10 (66,19% do
total de queimados). (28)
Ainda assim, o uso da OHB deve ser reservado àqueles casos nos quais algum benefício
possa ser efetivamente esperado; além disso, não deve ser encarado como um modo de
substituir algum ou todos os cuidados que a boa técnica do tratamento de queimaduras
preconiza. Alguns conceitos já estão estabelecidos como: Os tecidos normais e com oxigenação
adequada não ficarão “mais normais” com OHB; A OHB não promove reversão de lesões
definitivas (necrose, degeneração); A OHB pode e deve ser associada aos tratamentos
convencionais; Os tratamentos convencionais aplicados em associação com OHB necessitarão
sofrer modificações em quantidade e intensidade. (28)
37
8.9 ESTUDO 9
38
9. CONCLUSÃO E DISCUSSÃO
Dos 9 estudo incluídos (21) - (29) em 5 estão descritos que a terapia hiperbárica age no leito
da lesão como tratamento coadjuvante pois, para eficácia do tratamento é necessário a utilização
de outras terapias em conjunto com a OHB. Os estudos também nos revelam e evidenciam que
em lesões onde o índice de infecção é elevado o tratamento convencional é potencializado com
o uso da Oxigenoterapia Hiperbárica.
Segundo o estudo publicado em 2017 (21), onde buscou-se uma revisão de trabalhos entre
os anos de 1985 a 2010 em bases de dados científicas, concluiu-se que o uso da OHB é
intensificado com o uso dos tratamentos convencionais, favorecendo dessa forma o processo
de cicatrização. O autor afirma que a associação do tratamento tópico e convencional de feridas
juntamente com o emprego da oxigenoterapia hiperbárica auxilia na intensificação das etapas
do processo cicatricial, assim, reduzindo o tempo de cicatrização das lesões tissulares. (21)
O que coincide com o resultado encontrado por outro autor em um estudo (23) publicado
em 2014 onde conclui que no serviço, em que realizou uma coleta de dados de 200 prontuários
como todos pacientes com feridas que foram submetidos à terapia hiperbárica no período de
janeiro a dezembro de 2012, os tipos de feridas mais frequentes foram: úlcera venosa (21%) e
lesão traumática (21%), seguidas por pé diabético (17%). O grupo de pacientes com
queimaduras moderadas e graves tratados com auxílio da Oxigenoterapia Hiperbárica teve um
menor número de procedimentos cirúrgicos, como enxertos e desbridamento, e menor tempo
de internação. (23)
39
Outro artigo (22) publicado em 2016, realizado entre os anos de 2012 e 2013 afirma que
a maior frequência dos pacientes com feridas crônicas submetidos à OHB conseguiu a
cicatrização de suas feridas, com diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo
que apresentava feridas agudas e demostram que esta terapia pode ser um adjuvante importante
para tratamento convencional de pacientes com feridas crônicas (22). Conclui também que estes
pacientes, geralmente buscam a oxigenoterapia hiperbárica quando todas as outras terapias
falharam, porém que a maior frequência dos pacientes com feridas crônicas submetidos à OHB
conseguiram a cicatrização de suas feridas. (22)
Foram realizados outros dois estudos (27), (28) no ano de 2012, onde ambos concordam
com a utilização da OHB como terapia coadjuvante. O primeiro realizou a formulação de uma
pergunta: “Em relação às pessoas adultas e idosas com feridas das extremidades inferiores,
quais os benefícios na cicatrização da aplicação da OHB?” e a partir daí concluiu que a OHB é
um elemento importante para a cicatrização da ferida complexa, quando usada como terapia
adjuvante aos tratamentos habituais, acelerando este processo. E que as recomendações para o
seu uso passam pela sua utilização sempre como terapia complementar aos tratamentos
tradicionais, e que a preparação do leito da ferida, e o desbridamento devem ser a primeira linha
de atuação. (27)
Enquanto, o outro estudo realizado no Mato Grosso do Sul (28), no mesmo ano, concluiu
que quando bem indicada, a terapia com a OHB gera benefícios e que quando a OHB não é
utilizada em fases iniciais do tratamento das queimaduras, poderá haver indicação para seu
emprego mais tardio em pacientes que estejam evoluindo desfavoravelmente. A cirurgia
plástica foi a especialidade que mais solicitou OHB associada ao tratamento convencional de
seus pacientes (71% do total de pacientes), sendo destes a maioria devido à lesão por
queimadura (82%). O intervalo de idade de maior prevalência foi dos 31 aos 60 anos. A média
do número de sessões de hiperbárica, dentre os pacientes com queimadura, foi entre 6 e 10
(66,19% do total de queimados). Nesses casos, a indicação mais frequente é para tratamento de
infecções secundárias, tanto de áreas queimadas quanto de áreas doadoras, ou já enxertadas. O
efeito desejado é o controle da infecção e a restauração tecidual, como se obtém em infecções
de outra natureza. (28)
40
objetivo de diminuir as taxas de morbi-mortalidade, visto que nesta patologia não existe um
tratamento padrão-ouro. Onde observa-se empiricamente uma melhora expressiva à utilização
da oxigenoterapia hiperbárica como terapêutica na Síndrome de Fournier e afirmam que deve
ser considerada como uma medida adjuvante ao tratamento clássico (25). Esse resultado dá-se
pela capacidade terapêutica que a OHB tem de diminuir o índice de infecção na lesão tecidual.
Afirmam também que, grande parte dos estudos demonstram uma menor taxa de mortalidade
quando a OHB é utilizada e novos trabalhos são necessários para comprovar esta real eficácia
deste método. (25)
Portanto os artigos anteriores (21) - (23), (25), (27)- (28) comprovam que o tratamento utilizando
OHB não deve ser encarado como um modo de substituir os outros cuidados e deve sempre ser
associado aos tratamentos convencionais como desbridamento da lesão tecidual e curativos
diários. E nos mostra que tem grande eficácia em lesões altamente infectadas e de difícil
cicatrização.
41
O que coincide com uma tese de doutorado (29) que revela que cuidar expressivo e do
ambiente na terapia hiperbárica são de autonomia da enfermagem enquanto que os demais
perpassam por cuidados multiprofissionais. Assim, a intervenção do cuidar e dos cuidados na
terapia resulta na adaptação dos pacientes ao ambiente, contribuindo na dimensão da cura. (29)
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