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LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999.

INTRODUÇÃO
A proteção a vítimas e testemunhas é algo de fundamental importância
para o desenvolvimento das investigações policiais, para a instrução
processual e para a diminuição da impunidade.

Também estabelece medidas efetivas para que a testemunha e a vítima


possam passar ilesas por toda a investigação, inclusive podendo mudar o nom e completo do próprio
protegido como de toda a sua família. Houve até mesmo a preocupação em proteger o participante do
crime investigado, tudo na intenção de preservar o que for importante para a descoberta da verdade
real, identificando os criminosos, recuperando o produto do crime e, principalmente, localizando uma
possível vítima que esteja com sua integridade física ameaçada, na maioria absoluta das vezes quando
se tratar de crimes permanentes.

BREVE HISTÓRICO

Em 1995 nasceu a idéia do Provita, quando o Gabinete de Assessoria Jurídica a Organizações Populares
(Gajop) , buscando contribuir com a redução dos altíssimos índices de impunidade em Pernambuco,
tendo por base sua experiência de assessoria jurídica em diversos casos concretos de envolvimento de
grupos de extermínio no Estado, apresentou ao governo pernambucano uma proposta para a criação do
“programa de apoio e proteção a vítimas, testemunhas e familiares de vítimas da violência”.

Em 1996, o Programa Nacional de Direitos Humanos estabeleceu como meta o apoio à criação em nível
estadual de programas de proteção a vítimas e testemunhas de crimes, que estivessem expostas a grave
e atual perigo em virtude de colaboração ou declarações prestadas em investigação ou processo
criminal. Em 1998, a então Secretaria de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça
(SEDH/MJ) e o Governo de Pernambuco assinaram um acordo para implantação do programa. Esse
ajuste apoiava a iniciativa inédita que acontecia naquele Estado sob a coordenação da organização não-
governamental Gabinete de Assessoria Jurídica a Organizações Populares (Gajop): o Provita.

Cada Estado que possui um programa de Proteção a Testemunhas instalado tem uma legislação
específica. O Provita surge então como uma esperança no controle da criminalidade, num quadro social
e político marcado pelo medo e pela banalização da violência.

A Lei 9.807/99

A Lei 9.807 de 13 de julho de 1999 possui 21 artigos distribuídos em três capítulos, o primeiro tratando
da proteção `a vítimas e testemunhas ameaçadas. A lei em escopo tem por finalidade estabelecer
normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a
testemunhas ameaçadas, instituir o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas
Ameaçadas e dispor sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente
prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.

A presente norma estabelece, trata dos seguintes assuntos:

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1) organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas


ameaçadas
2) institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas
3) dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado
efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal

As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou
expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão
prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências.

A Lei 9.807 (art. 1º) exclui o Município como ente federativo capaz de ajudar na realização da proteção
às vítimas e testemunhas. Nada mais lógico. Apesar da referência às guardas municipais no art. 144, § 8º
da CF), sua missão refere-se à proteção de bens, serviços e instalações do Município. Além do mais,
nem todos os Municípios mantêm guardas municipais estruturadas que poderiam auxiliar na execução
do programa protetivo. Nesses termos:

§ 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão celebrar convênios,


acordos, ajustes ou termos de parceria entre si ou com entidades não-
governamentais objetivando a realização dos programas.

Percebam que a Lei deu preferência à colaboração entre os entes federativos, mas não excluiu que haja
participação de entidades não-governamentais, até mesmo porque já existia, em alguns Estados, antes
da vigência da Lei 9.807, entidades não-governamentais mais adiantadas, com bom nível organizacional
para proteger as testemunhas de crimes.

Assim, a Lei, implicitamente, proibiu a existência de programas sem a participação do Poder Público,
mas, como não poderia ser diferente, vislumbrou a ajuda da comunidade na execução do programa.

A supervisão e a fiscalização dos convênios


A supervisão e a fiscalização dos convênios, acordos, ajustes e termos de parceria de interesse da União
ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a execução da política de direitos
humanos.

Cuidado com a pegadinha em prova:

A Fiscalização do Programa não será feita pelo Ministério Público,


como se poderia imaginar, pois se trata de atividade administrativa,
e não judicial, feita por contratos administrativos de destinação de
verbas, responsabilização por vigilância em determinados casos,
competência etc.
O Ministério Público já terá assegurada a participação em função de
ser obrigatória a participação de um membro seu em todos os
Conselhos Deliberativos (art. 4º).

Art. 4o Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja


composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e
de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e a defesa
dos direitos humanos.

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FUNDAMENTOS DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO ÀS VÍTIMAS E TESTEMUNHAS

De acordo com o artigo 2o, a proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão
em conta:
1) A gravidade da coação ou da ameaça à integridade física ou psicológica,
2) A dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais;
3) Importância para a produção da prova.

Como se verifica, tais CRITÉRIOS DETERMINARAM UMA INEXISTÊNCIA DE TAXAÇÃO DE CRIME. Nesse
sentido, exerceu muito bem o legislador a sua missão, vez que ao não estipular quais os crimes que
seriam necessários existir para que houvesse a proteção. Qualquer crime poderá dar ensejo à proteção.
Portanto, em provas, não tenha dúvidas:

Não precisaria dizer que os crimes de menor potencial ofensivo, e até mesmo os de médio potencial
ofensivo ficam, em princípio, de fora do programa.

Alguns conceitos importantes:

a) Situação de risco. A pessoa deve estar "coagida ou exposta a grave ameaça" (art. 1º, caput).
Obviamente não é necessário que a coação ou ameaça tenha já se tenham consumado, sendo bastante
a existência de elementos que demonstrem a probabilidade de que tal possa vir a ocorrer. A situação de
risco, entretanto, deve ser atual.

b) Relação de causalidade. A situação de risco em que se encontra a pessoa deve decorrer da


colaboração por ela prestada a procedimento criminal em que figura como vítima ou testemunha (art.
1º, caput). Assim, pessoas sob ameaça ou coação motivadas por quaisquer outros fatores não
comportam ingresso nos programas.

c) Personalidade e conduta compatíveis. As pessoas a serem incluídas nos programas devem ter
personalidade e conduta compatíveis com as restrições de comportamento a eles inerentes (art. 2º, §
2º), sob pena de por em risco as demais pessoas protegidas, as equipes técnicas e a rede de proteção
como um todo. Daí porque a decisão de ingresso só é tomada após a realização de uma entrevista
conduzida por uma equipe multidisciplinar, incluindo um psicólogo, e os protegidos podem ser excluídos
quando revelarem conduta incompatível (art. 10, II, "b").

d) Inexistência de limitações à liberdade. É necessário que a pessoa esteja no gozo de sua liberdade,
razão pela qual estão excluídos os "condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou
acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades" (art. 2º, § 2º), cidadãos que já se
encontram sob custódia do Estado.

e) Anuência do protegido. O ingresso no programas, as restrições de segurança e demais medidas por


eles adotadas terão sempre a ciência e concordância da pessoa a ser protegida, ou de seu representante
legal (art. 2º, § 3º), que serão expressas em Termo de Compromisso assinado no momento da inclusão.

A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e


dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, conforme o
especificamente necessário em cada caso.

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EXCLUÍDOS DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO


Estão excluídos da proteção:
1) os indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de
comportamento exigidas pelo programa
2) os condenados que estejam cumprindo pena
3) os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades.

OUTRO CUIDADO IMPORTANTE:


Embora não seja o Ministério Público responsável pela fiscalização do programa, diz o Art. 3o que Toda
admissão no programa ou exclusão dele será precedida de consulta ao Ministério Público e deverá ser
subseqüentemente comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.

Quais as autoridades que podem solicitar o ingresso no programa de proteção?


Art. 5o A solicitação poderá ser encaminhada:
I - pelo interessado;
II - por representante do Ministério Público;
III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal;
IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal;
V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos.

Em caso de urgência e levando em consideração a procedência, gravidade e a iminência da coação ou


ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada provisoriamente sob a custódia de órgão policial,
pelo órgão executor, no aguardo de decisão do conselho deliberativo, com comunicação imediata a seus
membros e ao Ministério Público.

Competências do Conselho Deliberativo


O Conselho Deliberativo é o órgão responsável pela inclusão, exclusão e execução das medidas de
proteção. Suas decisões devem ser tomadas por voto da maioria absoluta de seus integrantes. A Lei
prevê que na composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos
públicos e privados ligados à defesa dos direitos humanos.

Art. 6o O conselho deliberativo decidirá sobre:


I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;
II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.
Parágrafo único. As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta
de seus membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.

MEDIDAS A SEREM ADOTADAS


A preocupação com a integridade psicológica é essencial, uma vez que é esta a integridade que deve
estar estável para que a vítima ou testemunha diga ao juiz criminal tudo que sabe. O apoio psicológico
quando eficiente, dará ao depoente sendo ele vítima ou testemunha, um equilíbrio emocional
necessário à tarefa ao que o mesmo se propõe. Antes do ingresso no Programa, o ingresso terá um
atestado de suas condições psicológicas, de sua personalidade, se volúvel ou não, se sensível ou não,
dentre outros fatores psicológicos importantes.Quais os tipos de medidas que poderão ser adotadas no
Programa, com a finalidade de proteger a vítima ou a testemunha?

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Art. 7o Observadas as circunstâncias de cada caso:


I - segurança na residência, incluindo o controle de telecomunicações;
II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência, inclusive para fins de
trabalho ou para a prestação de depoimentos;
III - transferência de residência ou acomodação provisória em local compatível
com a proteção;
IV - preservação da identidade, imagem e dados pessoais;
V - ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias à subsistência
individual ou familiar, no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de
desenvolver trabalho regular ou de inexistência de qualquer fonte de renda;
VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem prejuízo dos
respectivos vencimentos ou vantagens, quando servidor público ou militar;
VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;
VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção concedida;
IX - apoio do órgão executor do programa para o cumprimento de obrigações
civis e administrativas que exijam o comparecimento pessoal.

ALTERAÇÃO DOS REGISTROS PÚBLICOS:


O caput do art. 9º permite , em casos excepcionais, e considerando a gravidade da coação ou ameaça,
que o Conselho Deliberativo requeira ao juiz competente para registros públicos, a alteração do nome
completo da pessoa protegida. Observe-se que a lei neste ponto esclarece que o requerimento deverá
ser feito ao juiz de registros públicos. Portanto, não será corriqueira a mudança do nome da pessoa
protegida, pois a Lei estabeleceu parâmetros rígidos para se suplantar, no objetivo de mudança do
nome completo. Nada mais justo uma vez que a mudança do nome completo de alguém pode
desorganizar todo o sistema cartorário, imobiliário, financeiro, de proteção de crédito e dos
consumidores, bancário e até nos órgãos públicos de segurança.

Art. 9o Em casos excepcionais e considerando as características e gravidade da


coação ou ameaça, poderá o conselho deliberativo encaminhar requerimento da
pessoa protegida ao juiz competente para registros públicos objetivando a
alteração de nome completo, estendendo-se tal medida às pessoas já indicadas
na lei (cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes que
tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha)

EXCLUSÃO DO PROGRAMA
Conforme já mencionado, o art. 2º, § 2º da Lei determina que estão excluídos da proteção os (1)
indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento
exigidas pelo programa, (2) os condenados que estejam cumprindo pena e (3) os indiciados ou acusados
sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades.

Como a pessoa que entra no programa é obrigada a se submeter às restrições óbvias e a um cuidado
especial por parte do programa (§ 4º do mesmo art. 2º) como, por exemplo, interceptação telefônica
consentida, segurança na residência, escolta, preservação da intimidade, imagem e dados pessoais,
inclusive com mudança do nome completos em casos excepcionais, transferência de residência e outros
(incisos do art. 7º), evidente que indivíduos que têm conduta incompatível com tais restrições não
poderão ser beneficiadas pelo programa.

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Assim, nos termos do Art. 10, a exclusão da pessoa protegida de programa de proteção a vítimas e a
testemunhas poderá ocorrer a qualquer tempo nas seguintes situações:
I - por solicitação do próprio interessado;
II - por decisão do conselho deliberativo, em conseqüência de:
a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;
b) b) conduta incompatível do protegido.

A personalidade da pessoa que quer ser protegida, muitas das vezes poderá ser óbice na efetivação do
Programa. Pessoas com inclinação à exposição às intempéries das ameaças, pode ser tornar um risco
para si próprias e para a própria rede de proteção. Pessoas que se sentem fortemente ligadas aos
antigos hábitos e amizades, que não conseguem se desvencilhar do antigo local de moradia, pode ser
um risco constante para si e para seus familiares protegidos pelo Programa.
Outra dificuldade são as pessoas com um nível financeiro elevado que não se adaptam ao padrão
econômico oferecido pelo Programa, nos mais das vezes são pessoas que teoricamente deixaram o
Programa após pouco tempo de inseridas no mesmo. È preciso pois que seja claramente exposto à
pessoa a real situação em que a mesma vai viver e as limitações financeiras pelo qual terá que passar.

DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES

Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo
primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o
processo criminal, desde que dessa colaboração tenha como resultado:
I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;
II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

Artigo 11 - A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de dois anos.

É preciso levar em consideração que a Lei não desejou a prorrogação do prazo, e mesmo que ainda
existam os motivos, somente em casos excepcionais é que deverá ser prorrogado.

RECENTE ALTERAÇÃO NA LEI


Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que
figure indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas
pelos programas de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)

Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação,
tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de
proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no
caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução
criminal.(Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)

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