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1. – Introdução
1.1 – Apresentação
O texto que será apresentado a seguir faz parte do conjunto de notas de aula da
disciplina SET - 5926 cujo título é “Introdução à Mecânica da Fratura”. Esta disciplina
é ofertada no curso de pós-graduação do Departamento de Engenharia de Estruturas da
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, SET/EESC/USP.
Nessas notas de aula serão introduzidos conceitos fundamentais para a compreensão dos
fenômenos tratados e explicados pela teoria da mecânica da fratura. O autor pretende
que essas notas de aula sejam periodicamente revisadas, objetivando torná-las cada vez
mais completas e de fácil entendimento. Assim, essas notas de aula não têm por
objetivo substituir livros clássicos da mecânica da fratura, mas sim complementá-los.
Dessa forma, sugere-se que os conhecimentos discutidos em sala de aula e apresentados
nessas notas sejam complementados nas referências fornecidas na ementa do curso e
citadas ao longo deste texto.
1.2 – Motivação
Capítulo 1 – Introdução___________________________________________________
SET 5926 - Introdução à Mecânica da Fratura 2
Capítulo 1 – Introdução___________________________________________________
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Dos 2500 navios “Liberty” produzidos para a II guerra mundial, 145 partiram-se
ao meio ainda nas docas e 700 apresentaram danos que impossibilitaram sua utilização.
Até o final de 1958, apenas nos EUA, 319 acidentes envolvendo a falha de embarcações
foram noticiados. Outros acidentes ocorreram também na Dinamarca, Suécia e Reino
Unido. Dos 28 navios que partiram-se ao meio no período de 1942-1965, apenas 6
foram construídos na Europa, Fig. (1.3).
Durante o procedimento de inspeção em uma aeronave comercial,
aproximadamente 35000 fissuras podem ser encontradas. Esse elevado número de
fissuras justifica o desenvolvimento de técnicas e métodos de análise estrutural mais
robustos e precisos para que procedimentos de inspeção e manutenção sejam
eficientemente efetuados.
A plataforma semi-submersa “Alexandre L. Kielland” falhou em 27 de Março de
1980 no mar do norte da Europa, sendo registradas 123 mortes. A causa da falha, após
perícia, foi atribuída à fratura devido à ação de fadiga em um de seus braços de apoio.
Diversas falhas estruturais foram observadas em tanques de armazenamento de
produtos nas repúblicas soviéticas durante a década de 70. Grande parte desses
acidentes ocorreu devido ao elevado gradiente de temperatura observado no sistema
tanque/produto, ambientais baixas e altas dos produtos armazenados. Normalmente, os
tanques eram utilizados para armazenamento de produtos químicos aplicados à
produção de fertilizantes. Além dos danos materiais causados pelo vazamento dos
produtos, geralmente ácidos, o dano ambiental resultante deve ser também enfatizado.
Na Fig. (1.4) é apresentado um tanque onde a falha estrutural descrita acima foi
observada.
É importante destacar que devido às melhorias na tecnologia dos materiais, nos
métodos de análise, compreensão dos problemas mecânicos e também aos coeficientes
de segurança, as falhas estruturais decorrentes da ação de fissuras foram reduzidas
sensivelmente. Porém, deve-se enfatizar que essas falhas ainda não são nulas!
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Figura 1.3 Falha devido ao crescimento de fissuras no navio Schenectady (Janeiro de 1943).
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Neste item serão discutidas, de forma sucinta, três grandes teorias que são
capazes de representar, com considerável precisão, o processo de falha estrutural: teoria
da plasticidade, mecânica do dano e mecânica da fratura.
A teoria da plasticidade tem sido largamente utilizada para a representação do
comportamento estrutural de materiais dúcteis, especialmente metais. Com base nessa
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válida, ou seja, a modelagem de fenômenos macro com tais teorias não são
consistentemente tratados, devido à hipótese de continuidade do meio não ser válida.
Defeitos de micro escala estão associados, por exemplo, a quebra da ligação
atômica entre os átomos que formam o material. Quando várias ligações atômicas
localmente concentradas são quebradas, ocorre o deslocamento de um conjunto regular
organizado de átomos, comumente denominado cristal. Quando um conjunto de cristais
começa a deslocar-se diferencialmente até a formação de uma fissura discreta, tem-se
caracterizado o domínio meso escala. O movimento dos cristais une as zonas de
fragilidade do material até a localização da degradação formar uma fissura. A partir do
surgimento de uma degradação mecânica discreta, a análise deve ser conduzida pela
mecânica da fratura. Porém, as zonas de fragilidade em micro e meso escalas podem ser
também simuladas via mecânica da fratura. Basta que estas descontinuidades atômicas e
dos cristais sejam analisadas de forma discreta. Assim, os efeitos em micro e meso
escalas podem ser mensurados e a união dos campos de fragilidade das ligações
atômicas e da ligação entre cristais podem ser mensuradas via análise de coalescência.
Devido à natureza complexa do fenômeno de fratura, o tratamento dos
problemas micro, meso e macro ainda não são efetuados assumindo-se hipóteses únicas.
Enquanto na abordagem em nível atômico o estudo da fratura ocorre usando-se os
conceitos da mecânica quântica, na modelagem dos problemas macro assumem-se as
hipóteses da mecânica dos sólidos e da termodinâmica clássica. Portanto, o campo de
pesquisas no domínio da mecânica da fratura é ainda muito amplo, principalmente no
desenvolvimento de hipóteses únicas que abranjam todos os níveis de análise e
simulação.
Em resumo:
Micro Escala: É a escala utilizada para o estudo dos mecanismos de deformação
e dano.
Meso Escala: É a escala na qual as equações constitutivas da análise mecânica
são escritas.
Macro Escala: É a escala da engenharia de estruturas.
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/NOPR
/PMETH,OFF,0
KEYW,PR_SET,1
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KEYW,PR_STRUC,1
KEYW,PR_THERM,0
KEYW,PR_FLUID,0
KEYW,PR_MULTI,0
/GO
!*
/COM,
/COM,Preferences for GUI filtering have been set to display:
/COM, Structural
!*
/PREP7
!*
ET,1,PLANE82
!*
!*
*ask,E,Modulo de Elasticidade,100
*ask,Ni,Coeficiente de Poisson,0.3
!*
!*
MPTEMP,,,,,,,,
MPTEMP,1,0
MPDATA,EX,1,,E
MPDATA,PRXY,1,,Ni
!*
!*
*ask,L,Largura da Chapa,4
*ask,H,Altura da Chapa,2
*ask,Dx,Diametro ao longo de X,0.5
*ask,Dy,Diametro ao longo de y,1.0
!*
!*
RECTNG,0,L,0,H,
CYL4,0,0,Dy/2
!*
!*
FLST,2,1,5,ORDE,1
FITEM,2,2
ARSCALE,P51X, , ,Dx/Dy,1,1, ,1,1
!*
!*
ASBA, 1, 2
!*
!*
ESIZE,(3.1415*Dy/45),
MSHKEY,0
CM,_Y,AREA
ASEL, , , , 3
CM,_Y1,AREA
CHKMSH,'AREA'
CMSEL,S,_Y
!*
AMESH,_Y1
!*
CMDELE,_Y
CMDELE,_Y1
CMDELE,_Y2
!*
/AUTO, 1
/REP
!*
FINISH
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/SOL
FLST,2,1,4,ORDE,1
FITEM,2,10
!*
/GO
DL,P51X, ,UX,
FLST,2,1,4,ORDE,1
FITEM,2,9
!*
/GO
DL,P51X, ,UY,
FLST,2,1,4,ORDE,1
FITEM,2,2
/GO
!*
!*
*ask,P,Valor da Pressao Aplicada,10
!*
!*
SFL,P51X,PRES,-P,
/STATUS,SOLU
SOLVE
FINISH
/POST1
!*
!*
/EFACET,1
PLNSOL, S,X, 0,1.0
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número de termos independentes do tensor constitutivo diminui para 36. Este número
pode ainda ser reduzido assumindo-se a validade do teorema de Maxwell, o qual
estabelece condições de conservação de energia. Assim, por meio deste teorema, o
trabalho de x sobre x causada por y é igual ao trabalho de y sobre y causado por
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Porém, o material pode apresentar simetria segundo três eixos ortogonais. Nessa
situação, tem-se os conhecidos materiais ortótropos, cujas constantes elásticas
independentes são 9. Finalmente, assumindo que o material é isótropo, ou seja,
apresenta comportamento mecânico igual ao longo de qualquer direção, é possível
descrever o tensor Dc somente através do módulo de elasticidade longitudinal, E, e do
coeficiente de Poisson, .
A lei de Hooke generalizada, para materiais isotrópicos, pode ser escrita de
forma concisa, indicialmente, conforme apresenta a Eq. (1.5).
E
ij (1 2 ) ij kk ij (1.5)
1
sendo: ij a função delta de Kroenecker e ij as deformações do corpo.
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Figura 1.10 Estados deformado e indeformado para corpo em regime de pequenas deformações.
Determinação dos deslocamentos e das deformações em modelos 2D.
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^
P
(1.10)
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^
onde é um escalar denominado valor principal e é o versor da normal particular
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4 2 4 4
0 (1.22)
x 4 x 2 y 2 y 4
4 2 2 0 (1.23)
AIRY, G.B. (1863). On the strains in the interior of beams, Phil. Trans. Royal Society,
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