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Essa lista surgiu com uma brincadeira que fiz no meu facebook. Diante de tantas
correntes estilo orkut de ser, lancei uma: “Comente Reaja ou Será Morto/a que eu te
dou uma ação prática para reeguermos nosso povo”. Surpreendentemente,
choveram comentários, e surgiu a idéia de compilar todas as ações, organizar por
áreas e disponibilizar.
O povo negro tem várias demandas, e cuidar de nós, por nós, é o que defende o
pan-africanismo de base comunitária. Em meio ao caos político e a nítida falência do
projeto de promoção da igualdade racial, o pan-africanismo nacionalista ressurge
com força, resgatando a importância da luta preta autônoma, sem cabresto, sem
financiamento, sem partido e sem transformar a militância num espaço de glamour
ou lucro pessoal. Vivemos um contexto de guerra racial, e nos organizar
autonomamente, e cuidar de nós mesmos é o primeiro passo pra emancipação. Não
é trabalho de "base". Não é levar luz às "massas". É trabalho pra reerguer um povo.
Por amor ao nosso povo.
Sempre articulados com outros grupos pretos autônomos (mesmo que seja o grupo de 1
pessoas só, hehehe) desenvolva atividades que, em última instância, visa unir o povo
negro. Nossa luta é grande. Precisamos: 1) nos reconhecer enquanto pretos; 2) conhecer
nossa história; 3) conhecer as atrocidades cometidas pelo inimigo; 4) nos organizar
politicamente 5) nos transformar num corpo forte e politicamente influente para, só assim,
ter condições de guiar nosso próprio destino. Centenas de grupos pretos autônomos e
interligados falando de poder negro, autonomia do povo negro, renascimento africano…
por quê não? Não (só) nos círculos universitários, mas nas quebradas, nos quilombos, nas
cadeias… EU ACREDITO!
Como dito, não acreditamos no estado brasileiro enquanto sanador das nossas
mazelas, uma vez que foi este estado um dos responsáveis pela nossa queda. Como
diz o mestre Hamilton Borges, não disputamos espaço nessa máquina de moer
corpos negros. Nós queremos um outro projeto de nação, uma outra coisa, mas o
primeiro passo é nas nossas comunidades. Se não temos o controle de nossas
próprias comunidades, como vamos falar em poder negro?
Bom, seguem as propostas então. Essas ações não são projetos. Militância não é projeto,
não tem começo, meio e fim. É luta pra vida INTEIRA! É reeguer de um povo, em todos os
aspectos, DESENVOLVENDO AÇÕES ALIADAS A UMA FORMAÇÃO POLÍTICA FORTE,
DE EMANCIPAÇÃO com base nos valores africanos que necessitamos resgatar.
Que possamos estar juntos e articulados, fazendo ações com, pelo, junto e para o
nosso povo, nos organizando, gerando educação, emprego, cultura para nós
mesmos. Criando nossos próprios espaços de formação. Nossos próprios fundos
de financiamento. Nossas próprias mídias. Chega de depender de quem nos quer
mortos. Se o estado financia não é revolucionário. É autonomia ou morte. Isso é
pan-africanismo.
CULTURA / ENTRETENIMENTO
37. Monte um cineminha preto comunitário;
38. Faça um teatrinho de boneco com as crianças de sua comunidade. Não os
abandone. Mantenha a periodicidade;
39. Organize passeios periódicos a museus com as crianças e adolescentes de
sua comunidade;
40. Faça um baile da terceira idade com temática afro;
41. Faça um baile black num asilo!
42. Organize um Kwanzaa na sua comunidade!
43. Organize aulas gratuitas de capoeira para crianças de sua comunidade;
44. Organize aulas de dança afro na sua comunidade;
45. Monte um maculelê na sua comunidade!
46. Fortaleça um grupo preto tradicional de sua cidade (jongo samba, entre
outros);
47. Monte uma rádio comunitária!
48. Promova um dia cultural na sua comunidade;
49. Leve as crianças de sua comunidade no cinema;
50. Leve os jovens de sua comunidade ao teatro;
51. Promova saraus comunitários temáticos com poetas e poetisas negros;
52. Faça oficina de poesias para adolescentes pretos;
53. Monte uma escolinha de futebol na sua quebrada;
54. Ensine as crianças de sua quebrada a fabricar instrumentos;
55. Promova oficinas de jogos que estimulem o raciocínio para crianças negras
(como o xadrez);
56. Resgate brincadeiras pretas antigas (como a umbigada) e ensine as crianças
pretas de sua comunidade a que nossa cultura não se perca;
57. Dê aulas de canto na sua quebrada;
58. Organize um passeio ecológico para crianças pretas;
59. Crie um grupo de teatro na sua comunidade;
60. Organize um curso gratuito de instrumentos para adolescentes pretos de sua
comunidade;
61. Organize um passeio ao zoológico para crianças pretas (muitas nunca
foram!);
ALIMENTAÇÃO
62. Organize uma horta comunitária no seu bairro;
63. Pelo menos em um dia da semana, com um grupo, mate a fome dos nossos
irmãos e irmãs que estão na rua;
64. Promova ações de estímulo à alimentação saudável para nossas crianças;
65. Elabore cafés da manhã comunitários mensais;
TERRITORIALIDADE
66. Faça um mutirão para recuperar algum espaço público de sua comunidade
(parquinho, por exemplo);
67. Faça um mutirão de limpeza na sua comunidade;
68. Reative a associação de moradores do seu bairro;
69. Ofereça apoio à creche comunitária do seu bairro;
70. Renomeie as ruas de sua comunidade para homenagear heróis e heroínas
negros;
71. Ajude na reorganização de um Clube Social Negro;
72. Organize um passeio a lugares históricos para os jovens pretos de sua
comunidade;
73. Faça um mutirão para melhorar a iluminação de sua comunidade;
74. Faça um acordo com a galera do grafite e pinte os muros das escolas pretas
de sua comunidade com referências pretas;
75. Mapeie os terreiros de sua cidade para ações conjuntas de combate ao
racismo religioso;
76. Promova na sua comunidade eventos de socialização em datas
comemorativas;
MEMÓRIA
94. Recolha histórias de idosos pretos do seu bairro;
95. Recolha a história de idosos pretos que estão em asilos;
96. Resgate a memória dos movimentos negros do seu território;
97. Recolha a história de uma comunidade quilombola;
SAÚDE
119. Faça ações de educação em saúde com as crianças de sua
comunidade (como escovar os dentes, entre outros);
120. Dê aulas de educação sexual aos adolescentes pretos de sua
comunidade;
121. Faça uma campanha contra o câncer de mama na sua comunidade;
122. Organize uma rede de hospedagem gratuita para famílias pretas que
precisam fazer tratamento de saúde fora da sua cidade;
123. Promova ações de autocuidado à pessoa;
124. Aprenda com uma mãe de santo a fazer três tipos de remédios
caseiros com ervas e ensine às famílias de sua comunidade;
125. Ofereça atividades de expressão corporal em sua comunidade;
126. Organize um grupo de apoio para pessoas pretas que querem se livrar
do cigarro;
127. Organize um grupo de combate ao alcoolismo nas comunidades
pretas;
128. Elabore ações periódicas de combate à hipertensão arterial no seu
bairro;
129. Elabore um grupo de caminhada para adultos negros hipertensos em
sua comunidade
130. Monte um comitê no seu bairro para fiscalizar a implementação da
política de saúde da população negra nos postos de saúde de seu bairro e
vizinhança;
131. Apoie a associação de pessoas com doença falciforme do seu estado;
132. Organize uma lista de médicos pretos em sua cidade;
133. Complemente a bolsa alimentação de alguma irmã que esteja fazendo
tratamento contra tuberculose (eles já recebem, mas é pouquinho. Um dos
motivos do abandono do tratamento é que o remédio dá muita fome, e muitos
não têm condição de continuar);
134. Apoie famílias de crianças com doença falciforme. As crianças
possuem muitas demandas.
135. Organize um transporte para que crianças pretas com deficiência
possam ir para centros de reabilitação sem interromper o tratamento;
136. Distribua lanche para acompanhantes de pacientes nos hospitais. Em
muitos lugares só o paciente tem direito, e nosso povo fica com fome;
137. Crie um grupo de mães negras para trocas de experiências sobre
gravidez, parto e puerpério;
138. Articule a criação de um banheiro comunitário para que nossa
irmandade em situação de rua tenham onde tomar um banho;
139. Visite nossos irmãos e irmãs que estão abandonados em hospitais
psiquiátricos. Eles têm muitas demandas. Sane algumas;
140. Acompanhe o calendário de vacinação das crianças de sua
comunidade;
http://espaco.afrocentricidade.org/140-acoes-praticas-pra-reerguermos-o-nosso-povo-
negro-274601594