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Colegas, eu estou nessa luta tb. Já postei esse email em outro tópico (tjmg).

Essa é a
experiência de um juiz que passou aqui há pouco tempo. Talvez possa ajudar...
_________
Como eu te falei pessoalmente eu não proponho método, fórmula mágica, esquema
motivacional, pirâmide, como emagrecer comendo, mestre em kung-fu em 10 dias,
essas coisas, muito pelo contrário, apenas a única experiência que sei sobre concursos,
qual seja, a minha. Isso mesmo, é só uma experiência e a forma como eu passei, nada
mais.
Quando eu estava na luta, emails assim sempre me fizeram bem. Não sei explicar, mas
parece que davam um norte.. Ou às vezes eram tão absurdos que me mostravam o que
não fazer… Variava um bocado. De qualquer forma, não custa nada sentar um pouco,
aproveitar que estou de férias e escrever sobre como foi.
A minha faculdade de direito foi ruim (ufsc). Não que o curso tenha sido, eu não
aproveitei em razão de trabalho. Na época pouco se falava em concurso na minha sala,
ninguém demonstrava que queria, de verdade, fazer magistratura ou Ministério Público,
talvez por vergonha, não sei, só posso dizer que não estudei nada na faculdade. A partir
do 8˚ período eu pouco ia à aula, nunca me importei com notas, fiz monografia final
sobre a palestina e israel!!
Quando me formei acabei trabalhando em um local que já trabalhava como estagiário.
Era iniciativa privada de verdade, assim, muito trabalho e pouca diversão. No final de
2003 resolvi que queria mesmo era carreira pública. Como eu não me achava na menor
condição de estudar para juiz ou promotor, acabei optando por um sonho de infância e
fui para a marinha do brasil. O concurso lá tem umas peculiaridades, mas não é tão
difícil como virar juiz ou promotor de justiça. Sentei, estudei e acabei passando. Entrei
na marinha e vi que apesar do amor que tinha pela casa e principalmente pelos amigos
que fiz não dava para mim. Em 2005 decidi que teria que tentar magistratura. Nunca
pensei nisso, de verdade. Na faculdade era algo tão distante que eu nunca sequer
imaginava que um dia poderia estar de toga.. mas então… No ano-novo de 2005 para
2006 eu fiz uma promessa para mim mesmo que iria estudar.
Para não ficar muito chato e principalmente para ler aos poucos, vou imitar o Sean Penn
aqui e usar os capítulos do “Into The Wild” para explicar o que fiz para passar.

INFÂNCIA

Na infância vc se descobre como pessoa. Nasce a sua identidade, a forma como vc vê o


mundo, como ele o vê, como vc se expressa etc. Tudo de forma pouco articulada,
considerando que o domínio da linguagem e a sua capacidade de transformar a
abastração que é o mundo em um discurso coerente ainda é bem limitada.
Em janeiro de 2006 eu não sabia bem o que fazer. Queria virar juiz, mas não sabia
como. Não estudei na faculdade, para a marinha foi um estudo bem direcionado, só
estudei para a prova da Marinha do Brasil, Quadro Técnico mesmo, nada mais… Ainda,
desde outubro de 2004 (quando foi a prova oral da marinha) eu não estudei mais nada.
Não tinha bibliografia, com exceção de uma sinopse da saraiva de penal de 2002, vigiar
e punir, o 3˚ volume do ovídio (tutelas de urgência) e alguns livros de penal militar. O
estudo para a marinha foi por apostilas, resumos impressos e lei seca. Janeiro foi assim,
só pensando como seria o futuro. Não via uma luz, nada nada… Cheguei a pegar uma
sinopse para não consegui ler. Foi quando decidi entrar em um curso preparatório. O
único disponível à época era para juiz federal, então eu fui na festa. Eu trabalhava todos
os dias, dava serviço várias sextas-feiras e ia para a aula no sábado. Não adiantou muito
não. O curso se arrastou. Confesso que algumas matérias eu até gostei, mas eu nunca fui
de aula, sempre preferi aprender sozinho, salvo um professor muito bom, muito mesmo.
Acabei abandonando o curso por cansaço e desmotivação mesmo. O que eu aprendi foi
convivendo com pessoas que já estavam na luta há anos, anos mesmo. Tinha gente com
5 ou até 7 anos de carreira de concurso. E o povo não desistia, ficava lá indo para a aula,
gastando o pouco que tinha, para tentar chegar lá. Com eles eu aprendi mais do que com
o curso em si. Com alguns eu confesso que não aprendi muito não. Tem concurseiro que
gosta de te jogar para baixo, te humilhar... Tente não dar ouvidos para essas pessoas
drepressivas não...
Em meados de fevereiro saiu um edital para a AGU. Eu fui lá e me inscrevi, mesmo
estando bem atrás de tudo e de todos. Mas essa foi uma característica que eu levei
sempre comigo: nunca tive medo de prova. Fazia mesmo. Gastava o que tinha para
fazer, ia de ônibus para outros estados, dividia quarto com outros concurseiros,
economizava o que podia mas não deixava de fazer provas. O papo de que se sei que
não vou passar para quê fazer nunca colou comigo. Isso é medo de não passar, algo
muito perigoso para quem faz concurso.. Ou o pior de tudo: vergonha dos demais,
vergonha de dizer que queria muito algo e não conseguiu. É preciso trabalhar bem isso
dentro de cada um. Eu pensava tb que meu nome não sairia e que fulano e ciclano
sabiam que eu estava fazendo a prova.. E daí!!?? Geralmente eles não passavam tb… E
mesmo se passassem vc compete com vc mesmo e pronto. mas se a questão realmente
for um orçamento muito reduzido, escolha algumas para fazer em locais de fácil acesso,
com SP e BSB, que dá para ir de excursão, ônibus etc.
A AGU não foi o desastre como estava escrito nas estrelas. Fiz uma boa prova. Entenda
que boa prova para mim não é gabaritar não, é ter um desempenho razoável para o
pouco tempo de estudo disponível. Ao invés de deprimir por não ter passado foi o que
me fez crescer e determinar ainda mais.

ADOLESCÊNCIA

O gabarito da AGU saiu numa terça-feira pela manhã. Quando eu vi o resultado pude
observar que com quase nenhum estudo, mas com muita determinação… Quase deu
certo… Naquele mesmo dia 7/3/2006, pela manhã, comprei os seguintes livros, sem
pensar, simplesmente comprei Di Pietro, coleção completa de direito civil do Carlos
Roberto Gonçalves (não sinopse, a coleção), os 3 volumes do Alexandre Câmara,
Alexandre de Moraes, Paulo Rangel de CPP, coleção completa do Rogério Greco e mais
outros livros. gastei uma fortuna, divido tudo em algumas prestações e não quis nem
saber.. Os livros chegaram no meio do expediente e ninguém entendeu nada. naquela
noite eu comecei, de verdade, a minha jornada. Descolei um papelão gigante e montei
um calendário, que ia daquele dia 7/3/2006 até 15/12/2007 (não foi adiante por falta de
espaço). Foi o start. O início, o nascimento, o começo de tudo mesmo. Foi ali que me
descobri enquanto pessoa naquela fase de vida, mesmo já tendo os meus bem vividos 30
anos. Vc na verdade está sempre se descobrindo… Basta permitir.
Essa primeira tentativa eu segui um caminho que acabei abandonando meses depois. Eu
comecei a resumir todos os livros que falei acima. Dedicava uma semana para cada um
e ia resumindo… Primeiro lia umas pgs por dia e depois digitava o resumo. Fiz isso
todos os dias, com exceção de sábado a tarde e domingos. Esse esquema logo cansou e
vi que não dava certo. Perto da copa eu imprimi tudo e passei a ler os resumos. Senti
que estava crescendo pouco, o aprendizado era difícil.. Nem sempre o resumo realmente
extrai tudo o que vc precisa saber. Ainda, tem o problema da atualização, que na nossa
área é bem comprometedor.
Eu detesto futebol. Sempre detestei. Assim, não tive problema de estudar perfeitamente
durante a copa. Não aconselho ninguém, ninguém a deixar de assistir 90 de
entretenimento de um evento que ocorre a cada 4 anos para estudar. Eu fiz porque não
gosto, só por isso. Tenho outras formas de diversão.
Passando a copa eu vi que lendo resumos não iria adiante não. Foi quando… Não sei
como (de verdade), adotei o método que acabei levando até o fim. Eu olhei para um dos
livros todo sublinhado e questionei: porque não estudar direto da fonte!!?? Porque
perder tempo resumindo se posso somente sublinhar o que é importante, colorir todo o
livro, grampear ementas, pequenos resumos de capítulos etc? era um universo de
possibilidades que se abria para mim. Depois descobri que muita gente faz isso, eu só
descobri naquela ocasião.
Assim, acabei tendo que adotar um livro de cada matéria para ser o meu “livro base”,
aquele que seria a compilação de tudo relacionado com a matéria. Como escolher o
livro é um assunto delicado. Tem muita gente que impõe certa bibliografia, dizendo que
se não for por ele vc não passa etc. Temo não concordar com essa postura. Livro bom é
livro não lido, mas entendido. Não adiante desfilar no cursinho com a literatura mais
especializada se ela não está servindo para vc. Ninguém aprende dormindo com livro
não, é preciso ler e principalmente, ENTENDER e conseguir, numa prova, demonstrar
que vc sabe o que leu. Por isso, não aconselho bibliografia, só digo o que eu usei, com
base no que disse anteriormente. Muitos vão achar que ela é ridícula (já me disseram),
mas foi o que deu certo para mim.
Administrativo: josé dos santos carvalho filho. Simples, fácil de entender e direcionado
para concurso. Mas pouco profundo em várias matérias. Eu sempre estudei com o site
do STJ aberto, bem como com o bom e velho guerreiro google. Assim, fui
complementando o livro e no final ele ficou bom. Tinha a di Pietro e o Celso Antônio
tb, mas não usava, só para consulta sobre posicionamento.
Penal: ele mesmo. Isso, o capez. Para muitos um livro de estudante de 1ª fase de
direito.. Eu nunca soube penal. Em 2006 eu não diferenciava concurso material de
formal. Sério, eu nunca admiti penal na minha cabeça, achava inútil porque eu não
trabalhava com isso e não pensava em concurso… Bem, a hora da verdade chegou e eu
precisava aprender. Eu comprei o Capez vol 1 e vol 4 para leis especiais. A parte
especial do Código Penal li no NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais
Comentadas. 3. ed. São Paulo: RT, 2008, p. comentado. Foi suficiente para mim,
considerando que ele aborda grande parte das questões controvertidas da parte especial.
Ainda, li muito sobre as teorias de direito do inimigo, imputabilidade objetiva etc, em
livretos ou no google mesmo. O suficiente para não ficar calado numa eventual oral ou
escrever algo em 2ª fase.
Processo Penal: o rangel foi bom. Introduziu bem uma matéria completamente estranha
para mim. Nunca tinha assistido uma audiência penal. Nunca tinha manipulado autos de
uma ação penal. Não sabia o que era alegação final, mal sabia o que seria uma denúncia
formalmente. Bem, o rangel ajudou muito, mas eu queria ir além.. Fui no PACELLI e
gostei demais da conta. Comecei a usá-lo juntamente com o Código de Processo Penal
do NUCCI comentado, sempre complementando com juris. O PACELLI é mais
aprofundado, vai um pouco além, te faz pensar traz uma visão constitucionalista da
matéria. Valeu a pena. De um tabu passou a ser uma das matérias mais fáceis e
consequentemente uma das preferidas (tudo que é fácil é melhor).
Constitucional: terrível matéria para se escolher bibliografia. Talvez a pior de todas. O
Alexandre de Moraes não vinga para concurso, é letra da CF explicada de outra forma.
Fui no Lenza e não melhorou muito. Mais voltado para concurso, mais esquematizado,
mas tb fraco em vários aspectos. Acabei ficando com ele pensando numa objetiva. Mas
depois resolvi comprar tudo que o barroso escreveu e daí a coisa foi aprofundando mais.
Aconselho a perder um pouco de tempo nessa matéria, leia bem e entenda controle de
constitucionalidade, interpretação constitucional e direitos fundamentais. Isso quase
sempre cai. Se não cair diretamente, cai indiretamente.
Tributário: não caía no TJMG, mas como eu estudava para tudo, li pelo Luciano Amaro
e pelo Hugo de Brito, este um pouco fraquinho… Depois acabei mesmo estudando pelo
Amaro e pelo Marcelo Alexandrino, aquele específico para concursos. Essa matéria não
é complexa em se tratando do nível de um concurso estadual.. MAs precisa estudar sim.
Processo civil: aqui me permita dar o único conselho: o didier seria uma boa opção. Ele
não esgota não, mas traz quase tudo, explica bem e principalmente, direciona para
provas. Como muitos compraram muitos acabaram falando dele, que seria plágio etc.
Mas se vc está no concurso o que faz diferença um plágio para vc? O importante é que o
livro é bom mesmo. Eu tinha o bom e velho HTJ ao lado para complementação e a
minha grande paixão: ovídio batista. Mas em resumo, estudava com o didier e com o
marinoni (manual do processo de conhecimento) como livros base.
Civil: O maior programa de todos. Aqui complica pela extensão da matéria. Eu não
consegui estudar nesse esquema pelo carlos roberto gonçalves (coleção). Descobri o
tartuce e nele fiquei, com exceção de sucessões que peguei o venosa (à época o tartuce
não tinha lançado ainda). O tartuce não é doutrina, pode tb ser fraco em alguns aspectos.
Mas como o programa é gigante, vc não vai conseguir estudar tudo muito bem não.
Empresarial: o ulhôa foi quase que opção obrigatória para mim, era um dos únicos que
eu conhecia mesmo. Mas ele é fraco, não esgota o tema e acaba por deixar a desejar em
muita coisa. Eu estudei títulos de crédito pelo Luiz Emidyo (algo assim, esqueci), um
livrão gigante só sobre título, mas vale a pena ler pelo menos a parte geral dele. Depois
foi o ulhôa mesmo, o própria na lei de falências comentada e umas apostilas de aulas
transcritas de um professor do rio (cláudio calo). o curso desse cara é excepcional e as
aulas excelentes, acho que ainda tenho e vou te mandar por email.
Após a escolha da bibliografia foi hora de começar com esse novo “método”. Ele é bem
simples na verdade, basicamente vc faz uma primeira leitura de todo o livro,
sublinhando, grifando mesmo, marcando da forma que vc quiser e que venha a te ajudar
melhor no futuro. Lembre-se que memória gráfica é um conceito importante para nós
concurseiros e uma cor pode fazer alguma diferença, mesmo que sutil. Eu tb marcava as
páginas com julgados quando achava interessante, quando o tema era de grande
divergência (alimentos após o divórcio, arrombamento de vidro para furta um rádio
qualifica o furto? e assim por diante). Imprimia de uma forma bem entendível e ao final
ainda fazia um mínimo resumo sobre o tema. Fiz isso centenas de vezes. Ainda, quando
via uma questão de concurso sobre o tema, marcava tb, imprimia em um pequeno frame
do word e grampeava no livro. os livros foram ficando bons e totalmente voltados para
concurso. Como eu tinha muita bibliografia, eu tb anotava o posicionamento de outros
autores sobre o tema, quando possível. Veja bem que esse método não é fácil. Demora
para caramba à beça um bocado demais da conta. A primeira leitura é difícil e vc terá
que perder algum tempo com isso. depois de alguns meses vc vai ver que valerá a pena.
Material é quase tudo nos estudos. O negócio não é só estudar, mas estudar de forma
correta e direcionada. Isso é estudo direcionado, focado.
Vc tb pode complementar esses livros com apostilas de transcrição de aulas. Eu vou te
mandar algumas, mas podem estar desatualizadas. São dicas de concursos, uma aula um
pouco mais relaxada, tranquila, muito legal, um momento mais relax, sem muito
compromisso.
AMADURECIMENTO

A partir dessas leituras eu vi que estava caminhando para o que poderia chamar de rota
segura. Comecei a ver que a compreensão da matéria já não era algo tão distante da
minha realidade. Como o foco era ser juiz e penal seria o meu calcanhar de aquiles,
acabei me inscrevendo num curso rápido de dosimetria. Esse curso foi fantástico, foram
2 meses, toda segunda-feira, ele passou prescrição e dosimetria, eu amei de verdade,
levei muito a sério, não faltei uma aula sequer, fazia todos os exercícios. Na primeira
aula eu não conseguia dosar a pena de um homicídio, depois já fazia qualquer coisa, 3, 4
agentes com 2 ou 3 crimes cada, sem problemas.
Então comecei a rodar o brasil pelas provas, fazia prova de todo o tipo o tempo inteiro.
Usava o meu salário de tenente da marinha para pagar as despesas. Muitos, mas muitos
mesmos falavam para não fazer, que eu estava despreparado etc. Mas eu não dava bola.
Um dia um maluco me falou na 2ª fase de tocantins: quando vc passar um ou no
máximo dois salários pagam tudo que vc gastou… É verdade, pagam mesmo. Não
pense em economizar em vc. Sonho não tem preço. Se é o que vc quer vá atrás e lute
por isso, não se preocupe com mais nada, é vc com vc mesmo.
A primeira prova foi horrível. Juiz federal do trf1, nem perto de passar.. A segunda foi
procurador federal. Na primeira fase fui muito bem, mas fiquei por décimos na segunda.
A minha rotina era estudo diário. Nunca me importei com tempo de estudo mas com
qualidade de estudo. 2 horas podem significar muito mais do que 4 ou 5 horas mal
estudadas. Quando estava cansado eu dormia. Quando estava de saco cheio dava uma
parada. Eu nunca estudava full time o tempo inteiro, isso simplesmente não é saudável,
não é bom para vc ou para ninguém. Começava e depois de 40 ou 50 minutos parava.
Sempre foi assim, mesmo quando eu via que ainda dava para ir adiante… Eu parava por
alguns minutos. Depois reiniciava os estudos com a mente tranquila.
Eu dividia as matérias em grupos, tipo A era penal e processo penal, B civil e processo
civil e assim por diante. Uma semana para cada grupo. Dividia os dias para cada matéria
dentro dos grupos. Fazia isso em razão do tempo reduzido que eu tinha para estudar e
principalmente dos meus três princípios de estudo:
1) LER A MESMA COISA VÁRIAS VEZES
2) REDUZIR O INTERVALO ENTRE A LEITURA DE UM PONTO E A SUA
RELEITURA
3) LER O MÁXIMO POSSÍVEL ANTES DA PROVA
O aprendizado passa por fases. No início vc entende, é um estudo de compreensão e
introdução. Depois vc passa a tentar realmente fixar o que aprendeu. para isso é
imprescindível que vc estude a mesma coisa mais de uma vez. Esqueça a lenda de que
lendo uma vez já é suficiente, Isso não é verdade. Vc precisa ler e reler a mesma coisa
para poder entender realmente o que está acontecendo. Só depois de algumas leituras é
que vc irá solidificar o suficiente para reproduzir o que sabe com perfeição perante uma
banca de concurso.
Eu segui o meu cronograma (o quadro que falei anteriormente) por meses… Sempre o
segui na verdade. Mas quando chegava uma prova objetiva eu parava tudo. 2 semanas
antes eu lia lei seca, informativos de jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça/Supremo Tribunal Federal, súmulas e fazia provas. Só isso e nada mais. Parava
com o cronograma mesmo, colocava “GT 1ª fase TJMG", gt era uma linguagem da
marinha (Grupo tarefa). Eu tinha uma relação das principais leis que caem em concurso
e só lia isso, sem parar. Repetia o CC 2x, o Código Penal 2x, CPC e assim por diante. o
mais importante é que eu lia as leis de empresarial, O que cai nessas provas é
basicamente lei seca e lendo isso vc já mata grande parte do problema. Nos códigos
voltados para a prova objetiva eu fazia o mesmo: estudava sublinhando, riscando,
colorindo o coitado do livro. Fazia esquemas e grampeava no código (eu lembro que o
quorum de votação da ltda eu só decorei assim). Eu tb imprimi todas as provas possíveis
de juiz estadual e fazia todas elas. COm isso comecei a me dar bem em primeira fase.
Não tem mistério, porque as provas são feitas para evitar recursos e a única forma de
possibilitar isso é fazendo provas com a letra da lei. Não existe forma mais estúpida.
Mas eu concordo com eles.. Se não fosse assim nenhum concurso encerraria, seriam
milhares de MS questionando tudo e todos.
Acho que já está bom agora. Mas foi isso. Depois veio a segunda fase do TJMG, que eu
mantive o esquema de estudo por grupos, mas fui intensificando… Veio a 2ª fase do
TJTO, que eu tb fiz isso. Mas nessa época me pegaram na marinha, um comandante lá
não gostou do meu avanço e tentou me quebrar. Comecei a estudar nas madrugadas e
não desanimei nem um pouco. Para a 2ª fase do tjto, que era sentença, eu fiz cerca de 47
sentença a mão!!!! Usando o mesmo modelo de prova da CESPE, mesmo papel
pautado, tudo igual, reproduzindo o dia da prova. Fiquei muito bem colocado para a
oral. Mas então o tjmg ficou doido e resolveu me passar…

o estudo para uma oral não muda. É a mesma coisa, só que o seu nível de estresse
aumenta exponencialmente. Vc fica meio taquicárdico o tempo inteiro, não dorme
muito bem, pensa nisso o dia todo, fica fazendo contas de que alguns não vão passar e
que isso pode acontecer com vc. Pense assim: vc chegou lá. eram 5.000 ou mais e vc
chegou… Vc sabe a matéria, agora é só manter a calma, comprar uma roupa adequada,
investir um pouco na oratória e pronto. Eu falei com alguns colegas que tinham passado
sobre a roupa. Para homem não tem mistério, é só evitar a gravata do mickey, rosa etc.
Terno preto, camisa branca, gravata sem muita cor e pronto. Mulher seria um pouco
mais delicado. Em SP elas brincam que tem meio que um uniforme, brinco bem
pequeno tipo pérola, terninho escuro, cabelo preso, algo assim. Cuidado ao abrir a boca,
fale com calma, mas firme. Evite o “eu acho”, “talvez”, “hummmm”… Vc será juiz.
Vai ter que decidir em audiência um bocado de coisa importante, tem que julgar
procedente ou improcedente a pretensão. Vc até pode julgar parcialmente, mas vai ter
que decidir. Na oral mostre que vc sabe o que é decidir, julgar, se posicionar. No TJMG
tem a entrevista, algo importantíssimo. Nós assinamos a posse numa mesa com mais de
200 anos de idade. MG não é um estado qualquer, é MG. é tradição, cultura, as pessoas
aqui ainda têm valores bem conservadores, tome cuidado com o que vc fala para eles na
entrevista. Não é para mentir, mas se vc acha que casar joão com pedro não tem
problema… Guarde para vc… Vitalicie e então homolgue o pedido deles… Mas não
fale isso na entrevista! Infelizmente vc tem que se manter um pouco dentro do padrão
para passar. Tb não vá defender a pena de morte para ateus, esqueça os extremos.

Família. converse com eles. O papel deles será fundamental nessa sua jornada. Eu tenho
poucos familiares, mas tinha uma namorada, que virou noiva e agora é esposa. Ela
esteve ao meu lado a cada momento, a cada minuto. Segurou a barra, deixou de sair a
noite, deixou de ir para a praia, para sempre estar ao meu lado e é para ela que eu dedico
toda a minha aprovação, somente para ela e mais ninguém. A família dela esteve sempre
comigo tb, me ajudaram o tempo inteiro. Tente passar para eles que o seu momento de
vida mudou. Que aquele almoço de domingo das 11 às 16h não será mais possível. Que
infelizmente vc não poderá visitar a sua tia no sábado, que hj à noite vc irá estudar e não
assistir novela com a sua mãe. o seu namorado, noivo, marido tb precisa entender que
vc irá mudar. Pode-se dizer que é uma TPM quase constante para mulher, vc fica
nervosa, tensa. O homem fica irritado, chateado, descrente… mas depois vc passa e a
sua vida muda da água para o vinho. Quando vc assina uma primeira sentença de
verdade vc vê que agora vc tem um emprego, que vc faz a diferença, que tem uma
posição social muito importante. Semana passada eu almocei na casa de um velhinho
que vive na porta do fórum. Para ele foi uma honra, mas para mim foi uma honra ainda
maior. As pessoas te reconhecem pelo cargo e vc precisa levar isso em consideração. No
interior é assim, o “Brasil de dentro” é diferente da capital, os valores são outros, vc
pode deixar a sua carteira aberta com dinheiro na mesa da padaria que vão lhe devolver
depois. Não ria não que vão sim, o povo é bom, trabalhador, tem *&¨%$ tb, mas é
exceção.

Acredite em vc. Acredite que será possível, que vc conseguirá e não importe o tempo.
lembra que eu falei do meu quadro? Bem, ele terminava em 15/12/2007. Eu montei esse
quadro em 2006, à época eu nem pensava em fazer tjmg quanto menos passar.. Bem, o
resultado do concurso saiu em 15/12/2007. parece que o quadro montado há mais de um
ano já estava preparado para terminar ali mesmo. Foi muito emocionante quando eu
realizei isso. Fiquei olhando para o quadro e fiquei pensando sobre tudo que aconteceu.

Não esqueça da sua qualidade de vida. Tenha tempo para vc, principalmente as
mulheres tendem a ficar muito depressivas se param de se cuidar etc. Eu corria quase
todos os dias, era uma forma de manter a sanidade física e mental. Eu costumava gravar
a minha própria voz para ouvir em .mp3, isso me ajudou muito nos engarrafamentos do
rj e nas corridas.
Bem, essa é a história. Vc tem o meu email e por favor, escreva sempre, sempre que vc
quiser. Qualquer dúvida, questão, qualquer coisa pode me ligar, mandar email que eu
sempre responderei.
Bons estudos!!

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