Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Mesmo nesse texto de valor, podemos perceber que a autora não consegue
fugir, em pontos bem específicos, de formulações que já presenciamos de
longa data nos manuais escolares e revelam nossa perspectiva – ainda – mais
européia que africana. A observação e crítica de tais formulações são feitas
por Anderson Ribeiro Oliva no momento em que analisa a produção de
SCHMIDT. Vejamos “(…) o continente é retratado hora como um obstáculo a
ser superado para atingir o lucrativo mercado de especiarias do Oriente, ora
como uma fonte de riquezas naturais, – ouro, marfim – ou de oferta de mão de
obra – escravos”. Acreditamos que no caso da obra aqui resenhada tais
observações também podem ser adotadas guardadas as devidas proporções.
Acreditamos que África e Brasil africano merece ser lido, utilizado nas salas
de aula e também que os professores estão aptos para incorporar as críticas
acima tanto quanto fazer as suas próprias com o objetivo de melhor aproveitar
o material. Mesmo já se tendo decorrido dois anos da data de sua publicação,
podemos ter a certeza de que esse livro é uma contribuição literária importante
para um país que durante muito tempo tentou mascarar, ocultar ou esquecer
suas origens. Importância que foi reconhecida na versão de número 49 do
Prêmio Jabuti, em 2007, o de maior tradição no meio literário, quando a obra
aqui resenhada foi a primeira colocada na categoria Didático e Paradidático de
Ensino Fundamental ou Médio.