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MICROENTIDAD

**

Carlos Nabais e Francisco Nabais

201
Prática Contabilistica
MICROENTIDADES

INDICE

Nota prévia
Capítulos
I. A atividade económica e a contabilidade
II. Património,Inventário e Balanço
III. Dinâmica empresarial
IV. Trabalho contabilístico
V. Sistema de Normalização Contabilistica
VI. Norma Contabilistica para Microentidades
VII. Código das contas para Microentidades
VIII. Estudo das contas em NCM
IX. Trabalho Fim de Exercício
X. Dossier fiscal

Anexos
Nota Prévia

O Sistema de Normalização Contabilística (SNC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º


158/2009, de 13 de Julho, entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2010, aplicando-
se à generalidade das empresas portuguesas. O novo normativo contabilístico,
baseado nas normas internacionais de contabilidade do IASB, começou por
diferenciar as pequenas entidades (PE) das demais entidades sujeitas à aplicação
integral das normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF), permitindo-lhes
a opção pela norma contabilística de relato financeiro para pequenas entidades
(NCRF-PE).
Este livro é o resultado de um regime alternativo ao SNC para as entidades que se
enquadrem no conceito de Microentidades estabelecidas pela lei nº 35/2010, de 2
de Setembro

O Decreto-Lei n.º 36-A/2011 (que transpõe uma directiva comunitária para o


enquadramento legal português) e que definiu as regras simplificadas de
contabilidade para as microentidades/microempresas e entidades sem fins
lucrativos, vem estabelecer, nos termos do art.3º, que as microentidades ficam
dispensadas da aplicação das normas contabilísticas previstas no Decreto –Lei nº
158/2009, de 13 de Julho,passando a adoptar a Normalização Contabilistica para
as Microentidades(NCM).

No seguimento da publicação do livro Prática Contabilistica de acordo com o


Sistema de Normalização Contabilística(SNC), justica-se a publicação deste manual
de casos práticos no âmbito da NCM, de modo ir ao encontro das necessidades dos
técnicos oficiais de contas,os revisores oficiais de contas, técnicos de contabilidade
e estudantes que executam as contabilidades das microentidades e dos estudantes
que estão a iniciar o estudo da Contabilidade.

Estamos recetivos a sugestões

Os autores

Carlos Nabais e Francisco Nabais


CAPITULO I-A atividade económica e a contabilidade
pag20 a 28

A atividade económica e a contabilidade


Sumário:

1.1 A empresa e o circuito económico


1.2 A Contabilidade cmo elemento de gestão
1.3 As divisões da contabilidade

CAPITULO II- Património,Inventário e Balanço


pag 30 a 38

Património,Inventário e Balanço
Sumário:

2.1 Noção e composição do património


2.2 Inventário
2.3 Noção de conta
2.4 Balanço

CAPITULO III- Dinâmica empresarial pag 44 a 52

Dinâmica empresarial
Sumário:

3.1 Fatos patrimoniais


3.2 Resultados
3.3 Demonstração dos resultados
CAPITULO IV- Trabalho contabilístico pag 80 a 94

Trabalho contabilístico

Sumário:

1.1 Planeamento contabilístico


1.2 Sistemas contabilísticos
1.3 Livros comercias:Diário e Razão
1.4 A Informatização da contabilidade ag 96 a 108

CAPITULO V- Sistema de Normalização Contabilística

Sumário:

4.1 Instrumentos contabilísticos em Portugal até 2010


4.2 Normalização Contabilistica- SNC
4.3 Normas Contabilisticas e de Relato Financeiro(NCRF)
4.4 Normas contabilísticas para pequenas empresas e para microentidades

A proliferação de distintos planos e projecto de planos de contabilidade levou, em


meados da década de 70, à dinamização do processo de normalização contabilística
português. Assim, há a realçar:

o A aprovação do 1º Plano Oficial de Contabilidade (P.O.C.), através do Decreto


Lei nº 47/77 de 7 de Fevereiro – POC-77.

o A criação da Comissão de Normalização Contabilística – CNC (pela Portaria nº


819/80, de 13 de Outubro), enquanto órgão destinado a assegurar o
funcionamento e aperfeiçoamento da normalização contabilística em Portugal.

Todavia, a adesão de Portugal à UE conduziu a alterações na normalização


contabilística, devido à transposição das 4ª e 7ª directivas comunitárias em matéria de
contabilidade.A 4ª Directiva foi transposta para o normativo português através do DL
n.º 410/89, de 21 de Novembro, que cria o Plano Oficial de Contabilidade (POC-89),
que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1990.A 7ª Directiva foi transposta para o
normativo português através do DL n.º 238/91, de 21 de Novembro, estabelecendo
normas de consolidação de contas.

Face à crescente importância do IASB no processo de harmonização internacional, a


CNC começou a melhorar as interpretações do POC-89, publicando as Directrizes
Contabilísticas (DC) (foram emitidas 29 DC entre 1992 a 2002) e Normas
Interpretativas ).

Na sequência do Regulamento n.º 1606/02, a CNC elaborou em 2003 um ―Projecto de


Linhas de Orientação de um Novo Modelo de Normalização Contabilística Nacional, no
qual propôs a aplicação do normativo do IASB (com as devidas adaptações) às
restantes empresas não abrangidas pelo regulamento.Tendo por base este Projecto, a
CNC aprovou em Julho de 2007 o novo “Sistema de Normalização Contabilística” (SNC),
aprovado governamentalmente pelo Decreto-Lei nº 158/2009, de 13 de Julho, que
revogou o POC e demais legislação complementar, e que entrou em vigor a partir de 1
de Janeiro de 2010.

4.1 Instrumentos contabilísticos em Portugal até 2010

A Normalização contabilistica pode ser entendida como um conjunto de acções


tendentes a criar uma organização contabilística uniforme que começam na
terminologia e conceituação e na concepção de um plano de contas, prosseguindo na
escolha dos esquemas e regras de contabilização uniformemente adoptados e
culminando na elaboração de modelos. O plano de contas é uma sistematização das
várias contas em classes e indica o seu conteúdo e os vários modelos a seguir com a
elaboração das demonstrações económicas e financeiras.A concepção e a elaboração
do plano de contas são fases do trabalho contabilístico e exigem um conhecimento
aprofundado da estrutura e funcionamento da empresa.Antes da Normalização
Contabilistica cada empresa seguia o plano que melhor se ajustava às suas
características, isto é, utilizava as contas, os documentos, os livros e outros elementos
essenciais à escrituração que possibilitassem uma boa organização contabilística.

Devido a vários factores e circunstâncias, sentiu-se a necessidade de uma


regulamentação geral de organização contabilística da empresa, de modo a que todos
« falassem» a mesma língua e obedecessem às mesmas leis. É adoptada então a
normalização contabilística, isto é, a uniformização dos métodos e processos
contabilísticos.O movimento de uniformização reflectiu-se nos vários países. Em 1937
surgiu o plano contabilístico alemão. Em 1942 publicou-se em França um plano
nacional, embora nunca chega-se a entrar em vigor. O primeiro plano francês surge
em 1947, com revisões posteriores.A experiência francesa foi muito importante para a
evolução da normalização em Portugal. O movimento de normalização contabilística
português iniciou-se em meados do século XX, através da publicação de legislação que
pretendia estabelecer regras de uniformização da Contabilidade das sociedades por
acções. Este movimento é reforçado pela reforma fiscal da década de 60. Com o
objectivo de assegurar o aperfeiçoamento e funcionamento da normalização nacional
é criada em 1977, a Comissão de Normalização Contabilística(CNC) com a
incumbência do estudo da normalização contabilística em Portugal.Em 1977,surge o
Plano Oficial de Contabilidade (POC),

Os instrumentos contabilísticos nacionais em vigor até ao inicio de 2010 eram:

1-Plano Oficial de Contabilidade

2-Directrizes Contabilísticas (DC) e as Directivas comunitárias:

Muitas das directrizes contabilísticas foram inspiradas nas Normas Internacionais de


Contabilidade (IAS), emitidas pelo IASC (International Accounting Standards
Committee), criado em 1973. Recentemente, as IAS (NIC) passaram a designar-se IFRS
(International Financial Reporting Standards) e o organismo emissor é agora designado
por IASB (International Accounting Standards Board).

4.2 Normalização Contabilistica- SNC

Ao longo dos anos tem-se assistido a uma maior e progressiva aceitação das normas
internacionais de contabilidade(NIC) emitidas pelo IASB as International Financial
Reporting Standards(IFRS). Este reconhecimento é particular ao nível da informação
financeira a apresentar por empresas cotadas em bolsas de valores. A partir do ano de
2005, as empresas cotadas em bolsa passaram a ser obrigadas a utilizar as normas
internacionais de contabilidade (NICs).

Objectivos:

 A necessidade da linguagem universal para a contabilidade implica que a


mensuração de activos e passivos seja efectuada pelos mesmos critérios;
 As normas de relato financeiro sejam as mesmas para que um investidor possa
avaliar uma empresa independentemente do seu enquadramento económico,
financeiro ou social.

É neste contexto,que em Março de 2007, que a Comissão de Normalização


Contabilistica disponibilizou no seu site(www.cnc.min-financas.pt),o projecto de Novo
Modelo de Normalização Contabilistica: Sistema de Normalização Contabilistica
(SNC).A aprovação do Sistema de Normalização Contabilístico (SNC) em Portugal visou
a adopção do modelo do IASB (International Accounting Standards Board) aprovado
pela União Europeia, mas garantindo a compatibilidade com as Directivas
Contabilísticas Comunitárias.
A 13 de Julho de 2009, o Decreto-Lei 158/2009 aprova o SNC e revoga o Plano
Oficial de Contabilidade, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47/77, de 7 de Fevereiro,
procedendo-se a uma aproximação dos padrões internacionais em matéria de
normalização contabilística, nomeadamente com as Normas internacionais de
contabilidade do International Accounting Standards Board (IASB). O SNC vem
substituir o Plano oficial de Contabilidade (POC), as Directrizes Contabilísticas e os
Decretos-Lei que se relacionam com a normalização contabilística em Portugal
(Decreto-Lei 238/91, Decreto-Lei 127/95, Decreto-Lei 44/99, Decreto-Lei 79/2003 e
Decreto-Lei 35/2005).

O Sistema de Normalização Contabilística Português surge como resposta nacional à


transposição do regulamento (CE) nº 1606/2002 que tem como objetivo assegurar o
funcionamento eficiente do mercado de capitais da União Europeia (UE) e do
mercado interno, através de um processo de harmonização da informação financeira
que mantenha assegurado um elevado grau de transparência e comparabilidade na
informação financeira prestada pelas diversas entidades.

4.3 Normas Contabilisticas e de Relato Financeiro(NCRF)


O SNC é um conjunto abrangente e integrado de normas de contabilidade e de relato
financeiro (NCRF) e de normas interpretativas (NI), desenvolvidos com base numa
determinada estrutura conceptual e que se caracteriza pela afinidade com a legislação
contabilística da União Europeia (UE), associada com as normas internacionais de
contabilidade – Internacional Acounting Standart (IAS) e com as International Financial
Reporting Standards (IFRS) mantendo-se, contudo, algumas características próprias. O
número de NCRF que integram o SNC assenta nas IAS/IFRS,emitidas pelo IASB e adoptadas
pela União Europeia.
As NCRF são as seguintes:

NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das Demonstrações IAS 1


Financeiras

NCRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa IAS 7

NCRF 3 - Adopção pela primeira vez das NCRF IFRS 1

NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas IAS 8


Estimativas Contabilísticas e Erros

NCRF 5 - Divulgações de Partes Relacionadas IAS 24

NCRF 6 - Activos Intangíveis IAS 38

NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis IAS 16


NCRF 8 - Activos não Correntes Detidos para Venda e IFRS 5
Unidades Operacionais Descontínuadas

NCRF 9 - Locações IAS 17

NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos IAS 23

NCRF 11 - Propriedades de Investimento IAS 40

NCRF 12 - Imparidade de Activos IAS 36

NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e IAS 28 e 31


Investimentos em Associadas

NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais IFRS 3

NCRF 15 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação IAS 27

NCRF 16 - Exploração e Avaliação de Recursos Minerais IFRS 6

NCRF 17 - Agricultura IAS 41

NCRF 18 - Inventários IAS 2

NCRF 19 - Contratos de Construção IAS 11

NCRF 20 - Rédito IAS 18

NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos IAS 37


Contingentes

NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do Governo e IAS 20


Divulgação de Apoios do Governo

NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio IAS 21

NCRF 24 - Acontecimentos Após a data do Balanço IAS 10

NCRF 25 - Impostos Sobre o Rendimento IAS 12

NCRF 26 - Matérias Ambientais

NCRF 27 - Instrumentos Financeiros IAS 32+39+7

NCRF 28 - Benefícios dos Empregados IAS 19


NCRF-PE- Pequenas entidades

Trata-se de um modelo baseado nas normas do IASB adoptadas na UE, garantindo a


compatibilidade com as Directivas Contabilísticas Comunitárias, sendo por isso criadas
Normas Contabilísticas de Relato Financeiro (NCRF). É um modelo no qual se atende às
diferentes necessidades de relato financeiro, pelo que foi criada uma norma destinada
a entidades de pequena dimensão (NCRF-PE), com necessidades de relato mais
reduzidas. Foi ainda criado um regime de Normalização contabilística para entidades
do Sector não lucrativo (aprovado pelo DL 36-A/2011), que faz parte integrante do
SNC. O normativo contabilístico português passará, de uma forma autónoma, a contar
com um regime especial simplificado de normas e informações contabilísticas
aplicáveis às microentidades (regime aprovado pelo DL 36-A/2011), que não é parte
integrante do SNC, ao contrário do regime ESNL, mas que recorre a conceitos e
procedimentos contabilísticos enunciados no SNC

Em resumo temos:

A NCRF-PE foi publicada através do Aviso n.º 15654/2009, de 7/9 e encontra-se


estruturada em capítulos, correspondendo cada um deles aos aspectos fundamentais
das matérias tratadas nas NCRF. A NCRF-PE apenas incorpora matérias de 15 das 28
NCRF.
Na NCRF-PE não existem matérias tratadas contabilisticamente de modo diferente do
que ocorre nas NCRF de base. As políticas e critérios de reconhecimento e mensuração
que são acolhidos são os mesmos das NCRF, embora redigidos com menor
desenvolvimento (a extensão do anexo foi reduzido). Deste modo, embora seja uma
“NCRF resumo” (que exclui certas matérias), não constitui, em si mesma, um
referencial contabilístico autónomo.
Em execução do disposto no n.º 2 do artº 2º do DL 158/2009, foi aprovado, através do
DL 36ª/2011, o Regime de Normalização Contabilística para Entidades do Sector Não
Lucrativo (ESNL), que é parte integrante do SNC. É aplicável a entidades cujo objecto
estatutário não vise a obtenção de lucros e que não possam distribuir aos seus
membros ou contribuintes qualquer ganho económico ou financeiro directo,
designadamente associações, pessoas colectivas públicas de tipo associativo,
fundações, clubes, federações e confederações

.
Este regime:
o É de aplicação obrigatória a partir do exercício que se inicie em ou após 1 de
Janeiro de 2012.
o Por opção, pode ser aplicado a partir do exercício que se inicie em ou após 1 de
Janeiro de 2011.

4.4 Normas contabilísticas para pequenas empresas e para


microentidades

No SNC previa-se uma norma contabilística para pequenas entidades(NCRF-PE) e que


estabelece os requisitos mínimos em termos de reconhecimento, mensuração,
apresentação e divulgação da informação financeira.Este regime incorpora 18 das 328
NCRF do SNC.Não contempla as NCRF 2,5,8,11 a 16 e 24.O SNC foi contestado por
muitos profissionais e organizações contabilísticas, que achavam que esse regime era
complexo para entidades de menores dimensões e exigências de relato financeiro, o
que conduziu à alteração do modelo NCRF-PE, através da lei nº 10/2010, de 23 de
Agosto e à necessidade de um normativo próprio para as microentidades.

Em 2 de Setembro de 2010, a lei nº35/2010 instituiu um regime normativo


simplificado aplicável às microentidades.Posteriormente foi publicado o Decreto Lei
nº36-A/2011, que aprovou o regime contabilístico para as microentidades e que segue
o que está estabelecido na lei nº35/2010. Este decreto determina que o Normativo
Contabilístico para as Microentidades(NCM) se aplica às entidades que à data do
balanço, não ultrapassam dois dos três limites seguintes:

• Total do balanço: 500.000 euros;


• Volume de negócios líquido: 500.000 euros;
• Número médio de empregados durante o exercício: 5

A Normalização Contabilística decorrente da aprovação do Sistema de Normalização


Contabilística( SNC), proporcionou o aparecimento de alguns regimes contabilísticos a
aplicar por diversas entidades. Em Portugal destacamos o SNC que integra o regime
geral, o regime geral, as pequenas entidades(PE) e o regime da Normalização
Contabilística para as Microentidades (NCM).Com este último regime concluiu-se o
ciclo normativo contabilístico em Portugal e que passou a ter quatro níveis
hierárquicos de aplicação.

As microentidades estão dispensadas da obrigação de apresentação quer da


demonstração de fluxos de caixa,quer da demonstração de alterações no capital
próprio.O anexo exigido pelo SNC é substituído pelo anexo para microentidades.

A Lei nº 35/2010, instituiu um regime normativo contabilístico simplificado para as


microentidades. Nesta lei define-se o conceito de microentidade,refere-se o âmbito e
os limites de aplicação e inclui uma norma de referente à opção pelas NCRF previstas
no Decreto Lei nº 158/2009. Trata-se de uma versão reduzida do SNC, adaptada às
necessidades das empresas de muito pequena dimensão.Há uma aplicação obrigatória
e uma vertente opcional dos normativos contabilísticos:

Em resumo temos:

 Entidades do regime geral do SNC: É de aplicação obrigatória as NCRF e é de


aplicação opcional as IAS/IFRS,se sujeitas a Certificação legal das contas
 Pequenas Entidades (NCRF-PE) : É de aplicação automática as NCRF e é de
aplicação opcional as NCRF-PE
 Microentidades : É de aplicação automática as NCM e é de aplicação opcional
as NCRF-PE ou NCRF-PE

No entanto, as ME podem optar pelas normas dos patamares superiores, previstas no


Decreto- Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho. Este regime de normalização opera de
forma autónoma, mas recorre a conceitos, definições e procedimentos contabilísticos
enunciados no SNC.

CAPITULO VI .Norma Contabilistica para Microentidades (NCM)


Sumário:

6.1 Ambito
6.2 Conceitos
6.3 Estrutura da Norma Contabilistica para Microentidades
6.4 Reconhecimento e mensuração
6.5 As demonstrações financeiras
6.6.Políticas contabilisticas
6.7.Comparação entre as NCM e os outros Normativos Contabilisticos

6.1.Âmbito

O conceito de microentidades está previsto na lei 35/2010 e no Decreto Lei nº 36-


A/2011.De acordo com esta legislação as microentidades são todas as empresas e
outras entidades que à data do balanço, não ultrapassam dois dos três limites
seguintes:

• Total do balanço: 500.000 euros;


• Volume de negócios líquido: 500.000 euros;
• Número médio de empregados durante o exercício: 5.

O volume de negócio líquido deverá ser entendido como o rédito,ou seja, o


rendimento proveniente das atividades ordinárias da entidade(Vendas mais prestações
de serviços).Os sócios gerentes com trabalho efetivo e com relações laborais de
subordinação estão incluídos no apuramento do número médio de empregados
durante o ano.
Exemplo 1
Assim, uma empresa com 3 empregados pode faturar 700 000 euros em 2012 e ter um
activo líquido de 420.000 euros para poder continuar a ser considerada uma microentidade.
Mas se ultrapassar dois dos três limites acima referidos durante dois exercícios seguidos (em
2013 e 2014), deixará de o ser. Se passar a ter 6 empregados por exemplo e mantiver os
valores anteriores deixa de ser microentidade.

Exemplo 2

Entidades Vendas e Outros Nº Médio de Total do Balanço


Prestações de Rendimentos empregados
serviços
Limites
Microentidades 500.000,00 € 5 500.000,00 €
NCRF-PE
3.000.000,00 € 50 1.500.000,00 €

MILA Regime
470.000,00 € 2.900.000,00 € 3 2.100.000,00 € geral
SOGG NCM
350.000,00 € 2.700.000,00 € 12 278.000,00 €
UHER NCRF-PE
1.800.000,00 € 1.500.000,00 € 35 980.000,00 €
KITER NCM
900.000,00 € 300.000,00 € 4 410.000,00 €

No termo empresas consideram-se as sociedades comerciais,os empresários que


exercem a sua atividade em nome individual e outras entidades que possuam, ou
devam possuir, a sua contabilidade organizada de acordo com a normalização
contabilística vigente e não estejam obrigadas a qualquer outro regime contabilístico
especifico.

A NCM aplica-se às seguintes entidades:

 Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais


 Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada(EIRL)
 Empresas individuais reguladas pelo código Comercial
 Cooperativas e empresas públicas
 Agrupamentos Complementares de Empresas(ACE)
 Outras entidades

A NCM aplica-se às entidades que, à data do balanço, não ultrapassem 2 dos três
limites e não apliquem as NCRF ou as NCRF-PE.

Esta norma deve ser aplicada pelas entidades que cumprem os requisitos definidos no
Decreto lei nº36-A de 9 de março de 2011.As microentidades, que estejam em
condições de utilizar a NCM, podem fazê-lo, contudo, se o desejarem, as
microentidades poderão optar pelo regime geral ou regime de pequenas empresas.As
microentidades ficam dispensadas do regime geral,exceto quando por determinação
legal de contas ou integrem o perímetro de consolidação de uma entidade que
apresente demonstrações financeiras consolidadas.Esta opção pelas NCRF ou NCRF-PE
é exercida na declaração periódica de rendimentos modelo 22,a que se refere a alínea
b) do n.º 1 do artigo 117.º do Código do IRC.
A dispensa da aplicação das normas contabilísticas previstas no Decreto Lei nº 158
cessa se nos dois exercícios consecutivos anteriores se ultrapassem dois dos três
limites referidos. Por outro lado se se verificar que nos dois exercícios consecutivos
anteriores não se ultrapassarem dois dos três limites, as entidades podem novamente
serem dispensadas.Para enquadramento contabilístico em 2012,importa saber esses
limites e qual foi o de de 2011,porque a normalização contabilística para
microentidades contempla a exigência de manutenção dos limites durante dois anos
consecutivos.
Refira-se que a NCM é de aplicação automática, o mesmo já não se pode dizer para o
regime das NCRF-PE.De acordo com o art.º 9º do Decreto Lei nº 158,a NCRF-PE é de
adoção facultativa. Como o enquadramento não é automático,as pequenas empresas
devem assinalar a opção pelas NCRF-PE se o desejarem.

A NCM estabelece um enquadramento que possibilite o reconhecimento,a


mensuração e a divulgação ds elementos a figurar nas demonstrações das
microentidades.

6.2.Conceitos
A NCM estabelece os conceitos,definições e procedimentos contabilísticos enunciados
no Sistema de Normalização Contabilistica(SNC) e está elaborada, sobretudo, de
acordo com a Estrutura Concetual constante do Aviso nº 15654 de 7 de Setembro de
2009(NCRF-PE)

Nesta norma destaca-se, entre outros, os seguintes termos:

 Activo
É um recurso controlado pela empresa de que se espera um influxo de
benefícios económicos futuros para a empresa, originado por eventos
passados.

 Activo corrente
É um ativo que
o Se espera que seja vendido ou consumido num ciclo operacional. É
importante considerar que há diferenças entre os ciclos operacionais
das empresas cvomercais e das empresas industriais ;
o Seja detido com a finalidade de ser negociado;
o Esteja associado a caixa ou equivalente de caixa;
o Se espera que seja realizada num período até 12 meses da data do
balanço;

Estes activos podem ser:

 Inventários (existências);
 Activos financeiros – dinheiro, acções, clientes, outras contas a receber
 Outros activos correntes, onde se incluem os acréscimos e diferimentos
Activo não corrente

São ativos que não satisfaçam a definição de ativo corrente. Podem ser:

 Investimentos financeiros
 Activos fixos tangíveis ;
 Activos fixos intangíveis ;
 Investimentos em curso

Activo financeiro
Este ativo pode subsistir sob a forma:

 Dinheiro;
 Um instrumento de capital próprio de uma outra entidade;
 Um direito contratual:
o De receber dinheiro ou outro activo financeiro de uma outra entidade;
o De trocar activos ou passivos financeiros de forma favorável para a entidade;
o Um contrato que possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio da
própria entidade.

Passivo

É uma obrigação presente da empresa de que se espera um exfluxo de recursos da


empresa, originado por eventos passados.Deve-se ter sempre presente a distinção
entre uma obrigação presente e um compromisso futuro.

Passivo corrente

Elementos patrimoniais que apresentam as seguintes características:

 Espera-se que seja liquidado num ciclo operacional;


 Detido com a finalidade de ser negociado;
 Deva ser liquidado num período até 12 meses da data do balanço;
 A entidade não tenha “um direito incondicional de diferir a liquidação do
passivo a mais de 12 meses de data de fim do balanço”.

Os passivos correntes podem ser:

 Fornecedores;
 Empréstimos a menos de 3 meses;
 Diferimentos
Passivos não correntes

Podem ser:

 Empréstimos concedidos de longo prazo;


 Provisões
 Outras contas a pagar

O Passivo é apresentado no Balanço por ordem de exigibilidade crescente.

Capital Próprio

Corresponde ao interesse residual, ou seja, Activos –Passivos.Há a destacar:

 os fundos contribuídos pelos seus accionistas;


 os resultados obtidos e não distribuídos, como resultados
transitados retidos;
 as reservas, que são igualmente parte dos resultados obtidos e não
distribuídos aos detentores do capital;
 Os resultados líquidos do exercício.

Componentes que possibilitam uma informação adequada à tomada de decisões ,


especialmente porque indicam a capacidade da entidade de distribuir ou aplicar o seu
Capital próprio, evidenciam restrições legais para a distribuição de dividendos e podem
ainda reflectir a diversidade de direitos em relação ao recebimento de dividendos ou
ao reembolso de capital próprio.

Gastos
São diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma
de exfluxos, decrescimento de activos, ou no incorrer de passivos que resultem em
diminuições do capital próprio.

À a considerar dois tipos de gastos ligados ou não à actividade da entidade de


relato:

 Os Gastos propriamente ditos que resultam de diminuições de activos ou


aumentos de passivos (ou mesmo uma combinação dos dois) durante um
período, como consequência da actividade principal da entidade. Neste caso
estão, por exemplo, os gastos registados nas contas 61.Custos das vendas,
62.Fornecimentos e Serviços externos,63.Gastos com o pessoal e
64.Amortizações e depreciações.
 As perdas representam outro tipo de gastos que originem diminuições no
Capital próprio. Por exemplo: alienações de activos não correntes,
acontecimentos fora das operações normais da entidade de relato, incêndios,
inundações.

Rendimentos

São aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de


influxos, aumentos de activos, ou diminuições de passivos que resultem em aumentos
no capital próprio. Estes não podem estar relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio.

Estes rendimentos podem ser provenientes do decurso de actividades correntes ou


ordinárias, ou de outras actividades tomando designações diferentes assim:
 Réditos – são os rendimentos que resultam de aumentos dos activos ou
diminuições de passivos (ou mesmo uma combinação dos dois), durante um
período, como consequência da actividade principal da entidade. Estão aqui
incluídos os rendimentos obtidos com vendas, honorários, dividendos, royalties
e rendas.
 Ganhos - representam os aumentos no património líquido, não sendo por isso
de natureza diferente do rédito, contudo inclui outros aumentos como por
exemplo os que provêm da alienação de activos não correntes.

Se estes ganhos já se encontram realizados, outros apesar de ainda não realizados são
igualmente integrantes dos rendimentos, nomeadamente os que provêm de
revalorização de títulos negociáveis e os que resultem de aumentos na quantia
escriturada de activos a longo prazo.

Ao longo do livro serão tratados outros termos, nomeadamente:

 Ativos intangível  Perda por imparidade


 Ativos fixos tangíveis  Remuneração
 Ativos monetários  Quantia escriturada
 Amortização  Lucro tributável
 Custos de empréstimos obtidos  Prejuízo fiscal
 Benefícios dos empregados  Subsídios do governo
 Inventários  Valor residual
 Imposto corrente  Vida económica
 Reconhecimento  Vida útil
 Mensuração  Valor realizável liquido
 Desreconhecimento  Políticas contabilísticas
 Locação financeira
6.3.Estrutura da Norma Contabilistica para Microentidades

A NCM é um modelo de normalização que recorre a conceitos,termos e


procedimentos contabilísticos enunciados no SNC, mas dando-lhes uma visão
simplificada e adaptada às microentidades.

A Norma Contabilistica para Microentidades assenta nos seguintes instrumentos:

 Bases para a apresentação das demonstrações financeiras- Anexo 1, Decreto


Lei nº 36-A de 9 de Março de 2011
 Modelos de demonstrações financeiras (Balanço,Demonstração dos
resultados e Anexo)- Portaria nº 104 de 14 de março de 2011
 Código das contas - Portaria nº 107 de 14 de março de 2011
 Norma contabilística para microentidades(NC-ME)- (Aviso n.º 6726-A/2011,
de 14 de Março)
 Normas interpretativas para microentidades(NI-ME)

A apresentação das demonstrações financeiras assenta em determinados requisitos


que permitam a sua comparação entre entidades e ao longo dos anos.É com base nas
demonstrações financeiras que o analista financeiro procede a uma análise
económica e financeira, nomeadamente:

 Análise da liquidez, da rendibilidade e do risco


 Capacidade e necessidade financeiras
 Posição e desempenho financeiro

As demonstrações financeiras, como fonte de informações credível,relevante e


fiável,exige que o ativo,passivo,capital próprio,os gastos,os rendimentos e os
resultados sejam reconhecidos,mensurados e divulgados em bases sólidas e de acordo
com os critérios e princípios contabilisticos definidos na NCM.

São as Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeiras (BADF) de finalidades


gerais que estabelecem os requisitos globais e que permitem assegurar a
comparabilidade, quer com as demonstrações financeiras de períodos anteriores da
empresa quer com as de outras empresas. Assim, ao preparar as suas demonstrações
financeiras, a empresa deve ter em conta os seguintes princípios essenciais:

• Continuidade;
• Regime de periodização económica;
• Consistência de apresentação;
• Materialidade e agregação;
• Compensação;
• Informação comparativa.
Vejamos alguns princípios contabilísticos:

O princípio da continuidade impõe a consideração de que uma entidade labora de


forma continuada, com duração ilimitada, não prevendo portanto a diminuição ou
cessação das suas operações.Na preparação de demonstrações financeiras deve-se
considerar a continuidade da entidade. Assumindo- ão tem nem a
intenção nem a necessidade de liquidar ou de reduzir drasticamente o nível das suas
operações; se existir tal intenção ou necessidade, as demonstrações financeiras podem
ter que ser preparadas segundo um regime diferente e, se assim for, o regime usado
deve ser divulgado
EXEMPLO 1:

A empresa Z tem equipamento básico registado pelo custo de aquisição de


100.000€ com depreciação acumulada de 75.000€. O valor de venda dos
equipamentos diminuído dos custos de alienação é de 3.000€. No decorrer de um
processo de sucessão complicado, a empresa foi dissolvida tendo entrado em
liquidação. A manutenção de um registo que pressupõe a utilização dos
equipamentos ou a aplicação do valor de venda? Tendo a empresa entrado em
liquidação o que importa é que as DF informem sobre a sua capacidade para
gerar fluxos de caixa de forma a cumprir com as suas obrigações. Assim, o
valor da venda de 3000€ é o mais correcto a ser registado.

 O princípio da consistência implica a manutenção das mesmas práticas


contabilísticas de um exercício económico para outro na apresentação ou
classificação das componentes nas demonstrações financeiras tendo em conta
as politicas contabilísticas contidas na NCM. A consistência de apresentação
impede que em cada um dos exercícios sejam aplicadas as práticas mais
vantajosas para as entidades, nomeadamente em termos fiscais.

 O princípio do acréscimo (periodização económica) obriga a que os


rendimentos obtidos e os gastos suportados por uma entidade sejam
registados no período a que respeitam, independentemente do período de
ocorrência do eventual recebimento ou pagamento.As componentes das
demonstrações financeiras devem ser reconhecidas como
ativos,passivos,capital próprio, rendimentos e gastos quando satisfaçam as
definições e os critérios de reconhecimento referidos na NCM.

EXEMPLO 1:

A empresa A pagou no ano N o seguro anual do edifício no valor de 1.200€ (o


período do seguro é de 1 Setembro de N a 1 de Setembro do ano N+1).
embora a quantia em caixa seja paga na totalidade no ano n (saída de 1000€), só
deve ser reconhecido gasto do ano N a parte proporcional a este ano (400€). O
restante deve ser diferido para o ano N+1 (800€).
EXEMPLO 2:

A empresa B recebeu em Dezembro do ano N a renda do armazém relativa ao mês


de Janeiro do ano N+1, no valor de 600€.
Resposta: embora a quantia de caixa seja recebida no ano N (entrada em caixa de
600€), o rédito originado nesta operação deve ser diferido para o ano seguinte
(réditos diferidos de 600€).

 O princípio da materialidade refere-se à necessidade de as demonstrações


financeiras deverem evidenciar devidamente todos os elementos relevantes,
tendo em conta designadamente os utilizadores da informação contabilística.
Os elementos patrimoniais,os gastos e os rendimentos devem ser apresentados
separadamente nas demonstrações financeiras.
 O princípio da compensação refere que os ativos,passivos, os rendimentos e
os gastos devem ser relatados separadamente, não devendo ser
compensados.Haverá compensação se tal for exigido ou permitido pela NCM.
 O principio da comparação refere que deve ser possível a informação
comparativa, em relação a períodos anteriores, de todos os valores relatados
nas demonstrações financeiras.

Os modelos de demonstrações financeiras para microentidades


(Balanço,Demonstração dos resultados e Anexo) foram publicados através da Portaria
nº 104 de 14 de março de 2011 e obedecem ao referido no anexo do Decreto lei nº 36-
A de 9 de Março de 2011.

O Código de contas para a microentidade, publicado na portaria nº107 de 14 de


Março de 2012 contem os seguintes pontos:

 O quadro síntese das contas


 O código das contas;
 Notas de enquadramento

Como já se referiu anteriormente,a NCM é de aplicação obrigatória para as


microentidades que não optem pelo SNC ou pelas NCRF-PE.As Normas Interpretativas
(NI) são criadas para esclarecimento e orientação sobre o conteúdo dos restantes
instrumentos integrantes da NCM, sempre que tal se justifique. Pelo que são
publicadas como Aviso no Diário da República, sendo de aplicação obrigatória a partir
da data de eficácia indicada em cada uma delas.Até agora ainda não foram publicadas.

6.4.Reconhecimento e mensuração
A NCM é um regime contabilístico mais simples e com menos exigências de
reconhecimentomensuração e divulgação, mesmo se comparado com o POC e a NCRF-
PE. A NCM tem como objectivo estabelecer os aspectos de reconhecimento,
mensuração e divulgação, tidos com oos requisitos contabilísticos aplicáveis às
microentidades tal como sãodefinidas pelo Decreto -Lei n.º 36 -A/2011, de 9 de Março.

O Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dos


resultados um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios de
reconhecimento descritos na presente norma e que deva ser reconhecido no balanço
ou na demonstração dos resultados. Por exemplo o reconhecimento de um ativo está
relacionado com o reconhecimento de um rendimento(venda de mercadorias) ou de
um passivo(aquisição de uma máquina a prazo).Se o reconhecimento do ativo não for
feito em bases sólidas comete-se um erro no reconhecimento de um rendimento ou
de um passivo.
Como é referido na NCM a falha do reconhecimento de tais itens não é rectificada
pela divulgação das políticas contabilísticas usadas nem por notas ou material
explicativo.

Como reconhecer os itens a integrar nas demonstrações financeiras?

 Um ativo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios


económicos futuros fluam para a entidade e o ativo tenha um custo ou um
valor que possa ser mensurado com fiabilidade.
 Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de
recursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma
obrigação presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser
mensurada com fiabilidade.
 Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha
surgido um aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um
aumento num ativo ou com uma diminuição de um passivo e que possa ser
quantificado com fiabilidade.
Isto significa, com efeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocorre
simultaneamente com o reconhecimento de aumentos em ativos ou com
diminuições em passivos (por exemplo, o aumento líquido em ativos
provenientes de uma venda de bens ou de serviços ou a diminuição em
passivos provenientes do perdão de uma dívida a pagar).
 Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados quando tenha
surgido uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com
uma diminuição num ativo ou com um aumento de um passivo e que possam
ser mensurados com fiabilidade.
O reconhecimento de gastos ocorre simultaneamente com o reconhecimento
de um aumento de passivos ou de uma diminuição de ativos (por exemplo, o
acréscimo de direitos dos empregados ou a depreciação de equipamento).

EXEMPLO 1

A venda de mercadorias a pronto por 3540,00 euros. Esta operação origina um


reconhecimento de um rendimento na conta 71-Vendas e um reconhecimento de
um aumento no ativo, valor a registar na conta 11.Caixa ou na conta 12.Depósitos à
ordem. Segundo o capitulo 12 da NCM, este ganho deve ser reconhecido como
rédito. Este deve ser mensurado pela quantia da contraprestação acordada e
levando em conta os descontos comerciais e de quantidade concedidos. O IVA é
excluído do rédito.

EXEMPLO 2

Compra a pronto de material de escritório por 320,00 euros. Esta operação


origina um reconhecimento de um gasto na conta 62- Fornecimento e serviços
externos e um reconhecimento de uma diminuição no ativo, valor a registar na
conta 11.Caixa ou na conta 12.Depósitos à ordem.

EXEMPLO 3

Uma entidade constituiu um depósito a prazo de 6 meses e no valor de


15000,00 euros à taxa de 3%.Data de vencimento em 31/03/2013. O rédito dos
juros deve ser reconhecido recorrendo ao parágrafo 12.8 da NCM que trata do
regime do acréscimo.
Juros (periodização económica) = 15000,00x3%x 3/12
=112,50 euros
A reconhecer um rendimento na conta 7911 e um aumento de um ativo na
conta 2721.

EXEMPLO 4

Uma entidade tem ações da EDP e no final de 2012 tem dividendos a receber
no montante de 12 500,60 euros. Esta operação relativa ao direito à
distribuição de dividendos, originaria um reconhecimento de um dividendo a
contabilizar 12500,60 euros na conta 792 e um reconhecimento de um
aumento de um ativo e a contabilizar na conta 278.

EXEMPLO 5

Um subsídio do Governo só deve ser reconhecido, quando haja certeza que a


entidade que vai beneficiar cumprirá as condições a ele associadas e que o
subsídio será recebido.

EXEMPLO 6

Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses inventários deve


ser reconhecida como um gasto do período em que o respectivo rédito seja
reconhecido. A quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o valor
realizável líquido e todas as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um
gasto do período em que o ajustamento ou perda ocorra. A quantia de qualquer
reversão do ajustamento de inventários, proveniente de um aumento no valor
realizável líquido, deve ser reconhecida como uma redução na quantia de inventários
reconhecida como um gasto no período em que a reversão ocorra.

O desreconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dos


resultados um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios de
desreconhecimento

Por exemplo o valor contabilístico de um elemento do ativo fixo tangível deve ser
desreconhecido quando for alienado ou quando se verificar a ausência de benefícios
económicos futuros com o seu uso ou alienação.
EXEMPLO 7

Uma máquina com valor atual de 12000,00 euros foi vendida por 12100,00 euros.
Deve ser reconhecido um ganho na conta 7871, no valor de 100,00 euros e um
desreconhecimento de 12000,00 euros na conta 43 e um reconhecimento de um
aumento de um valor ativo a registar na conta 11.Caixa ou na conta 12.Depósitos à
ordem(12 100,00 euros). Segundo o capitulo 12 da NCM, este ganho não deve ser
reconhecido como rédito.

Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os


elementos das Demonstrações Financeiras devem ser reconhecidos e inseridos no
balanço e demonstração dos resultados.Para que este processo se concretize é
necessário escolher a base ou critério de mensuração:
 Custo histórico: os activos são registados pela quantia de caixa, ou
equivalentes de caixa paga ou pelo justo valor da retribuição dada para os
adquirir no momento da sua aquisição. Os passivos são registados pela
quantia dos proventos recebidos em troca da obrigação, ou em algumas
circunstâncias (por exemplo impostos sobre o rendimento), pelas quantias
de caixa, ou de equivalentes de caixa, que se espera que venham a ser
pagas para satisfazer o passivo no decurso normal dos negócios.

 Custo corrente: Os activos são registados pela quantia de caixa ou


equivalentes de caixa que teria de ser paga se o mesmo ou um activo
equivalente fosse correntemente adquirido. Os passivos são registados
pela quantia não descontada de caixa, ou de equivalentes de caixa, que
seria necessária para liquidar correntemente a obrigação.
 Valor realizável (de liquidação):Os activos são registados pela quantia de
caixa, ou de equivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao
vender o activo numa alienação ordenada. Os passivos são escriturados
pelos seus valores de liquidação; isto é, as quantias não descontadas de
caixa ou equivalentes de caixa que se espera que sejam pagas para
satisfazer os passivos no decurso normal dos negócios.
 Valor presente:Os activos são escriturados pelo valor presente descontado
dos futuros influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere no
decurso normal dos negócios. Os passivos são escriturados pelo valor
presente descontado dos futuros exfluxos líquidos de caixa que se espera
que sejam necessários para liquidar os passivos no decurso normal dos
negócios.
 Justo valor:quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção
em que não exista relacionamento entre elas.
Nem todos os critérios anteriores são utilizados nas microentidades.

A NCM refere o modo como a entidade deve proceder a reconhecimento,mensuração


e desreconhecimento dos ativos e passivosfinanceiros,inventários, ativos fixos,
locações, benefícios ao empregados,rédito,provisões,subsídios governamentais e
provisões.
Voltaremos a este assunto no estudo das contas da NCM.

6.5.Demonstrações financeiras

Os modelos de demonstrações financeiras a elaborar pelas microentidades foram


publicados na Portaria nº 104/2011 de 14 de Março. O tipo de demonstrações
financeiras varia com o regime contabilístico a adotar como nse pode comprovar no
quadro seguinte:

Sistema geral NCRF- Pequenas entidade Microentidades

Um balanço; Um balanço reduzido; Um balanço reduzido;

Uma demonstração dos Uma demonstração dos Uma demonstração dos


resultados; resultados reduzida; resultados reduzida;

Uma demonstração das


alterações no capital
próprio;

Uma demonstração dos


fluxos de caixa;

Um anexo em que se Um anexo em que se


divulguem as bases de divulguem as bases de
Um anexo com 16 notas
preparação e políticas preparação e políticas
previamente estabelecidas
contabilísticas adoptadas e contabilísticas adoptadas
por portaria
outras divulgações exigidas e outras divulgações
pelas NCRF. exigidas pelas NCRF.

As demonstrações financeiras devem constituir uma verdeira fonte de informação


para os stakolders da empresa, pelo quando se elaboram devemos incluir entre outros
os seguintes elementos:
 O nome da entidade,a natureza jurídica e o NIPC
 A data
 A moeda utilizada
 O nível de arredondamento usado

Para que a informação, proporcionada nas demonstrações financeiras e disponibilizada


aos seus utilizadores, seja útil no processo de tomada de decisões, deve preencher um
conjunto de atributos ou de requisitos,

Analisando individualmente cada uma destas características qualitativas, podemos


defini-las da seguinte forma:
 Compreensibilidade: A informação deve ser rapidamente compreensível por
todos.
 Relevância: A informação para ser útil deve ser relevante para as decisões a
tomar, isto é, deve ser susceptível de influenciar ―as decisões económicas dos
utentes ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros
ou confirmar, ou corrigir, as suas avaliações passadas
 Materialidade: a informação é material se a sua omissão ou inexactidão
influenciarem as decisões económicas dos utentes tomadas na base das
demonstrações financeiras
 Fiabilidade: a informação é fiável quando estiver isenta de erros materiais e de
preconceitos
 Representação fidedigna:Para ser fiável a informação deve representar
fidedignamente as transações e outros acontecimentos
 Substância sobre a forma: as transacções e outros acontecimentos devem ser
contabilizados e apresentados de acordo com a substância e realidade económica
e não meramente com a sua forma legal
 Neutralidade: A informação para ser fiável deve ser neutra, ou seja, livre de
preconceitos
 Prudência: a inclusão de um grau de precaução no exercício dos juízos
necessários ao fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza, de
forma que os activos ou os rendimentos não sejam sobreavaliados e os passivos
ou os gastos não sejam subavaliados
 Plenitude: A informação deve ser completa atendendo aos limites dmaterialidade
e de custo
 Comparabilidade: A informação deve ser comparável no tempo, isto é, dentro da
mesma entidade e em diferentes períodos; e no espaço, ou seja, entre diferentes
entidades. Isto implica que a informação financeira seja efectuada de maneira
consistente19 em toda a entidade, ao longo do tempo nessa entidade e de
maneira consistente para diferentes entidades

Se a informação financeira possuir todas estas características, poderá cumprir com os


seus objectivos, transmitir uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira
da entidade, e ser útil na tomada de decisões por parte dos seus utilizadores. Contudo
à constrangimentos à informação relevante e fiável:

o Tempestividade: a demora no fornecimento da informação pode


implicar que a mesma perca relevância.

o Balanceamento entre custo e benefício: os benefícios resultantes


da informação devem ultrapassar o custo de a proporcionar.

o Balanceamento entre características qualitativas: deve


conseguir-se um equilíbrio entre características qualitativas de
forma a que a informação vá ao encontro dos seus objectivos

Complementando o Decreto-Lei nº 36-A/2011 que aprovou o novo regime de


Normalização contabilística para as microentidades (NCM), foram publicados em
Diário da República, em Portarias do Ministério das Finanças e da Administração
Pública, os correspondentes modelos de demonstrações financeiras e de códigos de
contas. A Portaria n.º 104/2011, de 14 de Março, aprovou os seguintes modelos de
demonstrações financeiras, as mesmas previstas no SNC para as pequenas entidades:

a) Balanço para microentidades;


b) Demonstração dos resultados por naturezas
para microentidades;
c) Anexo para microentidades.

Foram instituídos modelos ainda mais reduzidos aqueles previstos para as pequenas
entidades. Representam uma simplificação face aos modelos gerais e para as
pequenas entidades. Na realidade, apesar das microentidades ficarem dispensadas
de apresentar um anexo às demonstrações financeiras no formato previsto para as
entidades que optem pelo SNC, estas entidades ficarão sempre obrigadas à
preparação e apresentação de um anexo às demonstrações financeiras, no modelo
definido pela referida Portaria, que realmente será de aplicação muito mais
simplificada, sendo esse o objetivo desta regulamentação específica.
 Balanço

Rubricas Notas 31/12/N 31/12/N-1

ACTIVO
Activo Não Corrente
Activos fixos tangíveis
Activos intangíveis
Accionistas / sócios
Investimentos financeiros

Activo Corrente
Inventários
Clientes
Estado e outros entes públicos
Accionistas / sócios
Diferimentos
Outros ativos correntes
Caixa e depósitos bancários

Total do activo
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio:
Capital realizado
Acções (quotas) próprias
Outros Instrumentos de capital próprio
Reservas
Resultados transitados
Outras variações no capital próprio

Resultado líquido do período

Total do capital próprio

Passivo:
Passivo Não Corrente
Provisões
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar

Passivo Corrente
Fornecedores
Estado e outros entes públicos
Outras contas a pagar
Diferimentos
Outras contas correntes

Total do Passivo
Total do Capital Próprio e do Passivo

De acordo com o capitulo 4 da NCM, uma entidade deve apresentar ativos correntes e
não correntes, e passivos correntes e não correntes, como classificações separadas na
face do balanço.Os ativos e os passivos devem ser classificados de acordo com os
critérios referidos na NCM, como já foi referido anteriormente.
Nos ativos não correntes incluem-se os ativos tangíveis,intangíveis e financeiros de
natureza relacionada com o longo prazo e que ultrapassam o ciclo operacional da
empresa, cuja duração não ultrapassa um ano.Contudo pode acontecer que o ciclo
operacional ultrapasse um ano, nomeadamente em inventários(empresas de
construção) e dívidas comerciais a receber. O ciclo operacional nas empresas
industriais,inicia-se com a aquisição de matérias primas, prossegue com a fabricação e
venda dos produtos e prolonga-se até ao recebimento das dívidas dos clientes. Neste
caso, estes elementos patrimoniais são registados no Ativo corrente.

Os passivos correntes inclui, os passivos financeiros a liquidar nos próximos 12 meses


e outros que ultrapassem este prazo,como é o caso de dividas a fornecedores a pagar
em ano e meio.
Na elaboração do balanço a entidade segue as rubricas incluídas no modelo,mas pode
acrescentar outras nas linhas em branco, se se traduzir numa informação relevante
para analisar a situação financeira da empresa.
 Demonstração dos resultados

Rendimentos e Gastos Notas 31/12/N 31/12/N-1

Vendas e serviços prestados


Subsídios à exploração
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Imparidade de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos(EBITDA)

Gastos/reversões de depreciação e de amortização


Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) (EBIT)

Resultado antes de impostos(EBT)

Imposto sobre o rendimento do período

Resultado líquido do período

As componentes dos gastos e dos rendimentos a incluir na Demonstração de resultados devem


levar em conta a sua natureza.
 Anexo para microentidades

As informações a apresentar no Anexo são apresentadas de acordo com o modelo


publicado pela Portaria nº 104/2011, de 14 de Março.Deve-se assinalar no balanço e
na demonstração dos resultados as rubricas sujeitas a notas no Anexo.
Com o Anexo pretende-se facilitar a compreensão das informações que os dados
inseridos nas demonstrações nos fornece.

1 — Caracterização da entidade:
1.1 — Designação:
1.2 — Sede:
1.3 — Natureza da actividade:
1.4 — CAE (código e designação):
1.5 — Número médio de empregados durante o ano:

2 — Referencial contabilístico:
O referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras é o
instituído pelo Decreto –Lei n.º 36 -A/2011, de 9 de Março;

3 — Principais políticas contabilísticas:


— Bases de mensuração usadas na preparação das demonstrações financeiras;
— Outras políticas contabilísticas.

4 — Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros:

5 — Activos fixos tangíveis:


— Vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;
— Quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada no início e no fim do
período;
— Reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período que mostre as
adições, as alienações, os abates e as depreciações;
— Restrições de titularidade e activos fixos tangíveis que sejam dados como garantia
de passivos;
— Compromissos contratuais para aquisição de activos fixos tangíveis.

6 — Activos intangíveis:
— Divulgar se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis
ou as taxas de amortização usadas;
— Quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada no começo e fim do
período;
— Reconciliação da quantia escriturada no inicio e no fim do período que mostre as
adições, as alienações, os abates e as amortizações;
7 — Locações:
— Quantia escriturada líquida à data do balanço por cada categoria de activo em
locações financeiras;
— Descrição geral de acordos de locações financeiras e operacionais e informação
sobre: renda contingente a pagar, cláusulas de renovação, opções de compra e
eventuais restrições impostas.
8 — Inventários:
— Indicação do sistema de inventário e forma de custeio utilizados;
— A quantia de qualquer ajustamento de inventários reconhecida como um gasto do
período;
— A quantia de qualquer reversão de ajustamento que tenha sido reconhecida como
uma redução na quantia de inventários reconhecida como gasto do período;
— A quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia a passivos e
contingências.

9 — Rédito:
Divulgar:
a) Os métodos adoptados para determinar a fase de acabamento de transacções que
envolvam a prestação de serviços;
b) A quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida durante o período
incluindo o rédito proveniente de:
i) Venda de bens;
ii) Prestação de serviços;
iii) Juros;
iv) Royalties; e
v) Dividendos.
10 — Provisões:
Para cada classe de provisão, divulgar:
a) A quantia escriturada no começo e no fim do período;
b) As provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões
existentes;
c) As quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o período;
d) Quantias não usadas revertidas durante o período.

11 — Subsídios do Governo:
a) A natureza e extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demonstrações
financeiras;
b) Condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao subsídio do Governo; e
c) Quantia de qualquer reembolso de subsídio que tenha sido reconhecido como um
gasto.

12 — Impostos sobre o rendimento:


12.1 — Devem ser divulgados separadamente:
a) Gasto (rendimento) por impostos sobre o rendimento;
b) Quaisquer ajustamentos reconhecidos no período de impostos sobre o rendimento
de períodos anteriores.
13 — Ativos e passivos financeiros:
— Quando ativos financeiros tenham sido dados em garantia, penhor ou promessa de
penhor, divulgar:
a) A quantia escriturada de tais ativos financeiros; e
b) Os termos e condições relativos à garantia, penhor ou promessa de penhor.
— Para empréstimos contraídos reconhecidos à data do balanço, divulgar as
situações de incumprimento.
— Por cada natureza de activos financeiros em imparidade, divulgar:
a) A quantia da imparidade acumulada no começo e no fim do período;
b) As perdas por imparidade reconhecidas no período;
c) Quantias de quaisquer reversões de perdas por imparidade durante o período.
— Por cada natureza de activos financeiros, divulgar as quantias reconhecidas como
gastos no período por se terem tornado irrecuperáveis.

14 — Capital próprio:
— Forma como se realizou o capital social e seus aumentos ou reduções, apenas no
exercício em que tiveram lugar;
— Número e valor nominal das acções/quotas subscritas no capital, durante o
exercício;
— Explicitação e justificação dos movimentos ocorridos no exercício em cada uma das
rubricas de capitais próprios, constantes do balanço, para além das referidas
anteriormente.

15 — Divulgações exigidas por outros diplomas legais:


15.1 — ...
15.2 — ...
...
16 — Outras informações:
(Divulgações consideradas relevantes para melhor compreensão da posição financeira
e dos resultados.)

6.6.Políticas contabilisticas
As políticas contabilísticas são princípios, regras e práticas especificas a aplicar por
uma entidade na preparação das demonstrações financeiras, daí a necessidade, de
mencionar no Anexo, a identificação,a aplicação e a alteração das politicas
contabilísticas. Tal como se refere No ponto 6 da NCM, a política ou políticas
contabilísticas a aplicar a determinado item será a que decorrer do capítulo que
especificamente tratar da subjacente transação, outro acontecimento ou condição.
No caso de se verificar uma ausência de uma disposição da NCM que se aplique
especificamente a uma transação, outro acontecimento ou condição, o órgão de
gestão fará juízos de valor no desenvolvimento e aplicação de uma política
contabilística que resulte em informação que seja:
 Relevante para a tomada de decisões económicas por parte dos utentes;
 Fiável, de tal modo que as demonstrações financeiras:
o Representem com fidedignidade a posição financeira e o desempenho
o financeiro da entidade;
o Reflitam a substância económica de transações, outros acontecimentos
e condições e não meramente a forma legal;
o Sejam neutras, isto é, que estejam isentas de preconceitos;
o Sejam prudentes; e
o Sejam completas em todos os aspetos materiais.

No caso de haver necessidade de efetuar juízos de valor, os responsáveis da entidade


devem ponderar a aplicabilidade das seguintes fontes :
 Os requisitos e a orientação desta Norma que tratam de assuntos semelhantes
e relacionados;
 Os requisitos e as orientações das Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro do Sistema de Normalização Contabilística que tratam de assuntos
semelhantes e relacionados; e
 As definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração para
ativos, passivos, rendimentos e gastos constantes da Estrutura Conceptual
prevista no Decreto -Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho.

No exercício da sua atividade ,uma entidade deve selecionar e aplicar as políticas


consistentemente para transações semelhantes, outros acontecimentos e condições, a
menos que determinado capítulo da NCM especificamente exija ou permita a
categorização de itens para os quais possam ser apropriadas diferentes políticas. Se
um outro capítulo exigir ou permitir tal categorização, uma política contabilística deve
ser selecionada e aplicada consistentemente a cada categoria.

Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração:


 For exigida por uma Norma ou Interpretação; ou
 Resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem informação
fiável e mais relevante sobre os efeitos das transações, outros acontecimentos
ou condições, na posição financeira e no desempenho financeiro da entidade.

O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja uma alteração
à qual se aplique o ponto 6.7 da NCM, deve ser reconhecido prospectivamente
incluindo -o nos resultados do:
 Período de alteração, se a alteração afetar apenas esse período; ou
 Período de alteração e futuros períodos, se a alteração afetar ambas as
situações.
A alteração numa estimativa contabilística origina valores contabilísticos em ativos e
passivos diferentes, em resultado das incertezas que carateriza a conjuntura
económica e politica dos meios onde as entidades atuam.
Por sua vez os erros são normais em Contabilidade(omissões e declarações incorretas
nas demonstrações financeiras), contudo, tudo deve ser feito para os evitar. Uma
contabilidade bem executada proporciona uma boa análise económica e financeira da
entidade.
A correção de um erro material de um período anterior, segundo a NCM, é excluída
dos resultados do período em que o erro é detetado, sendo efetuada diretamente em
resultados transitados.

6.7.Comparação entre as NCM e os outros Normativos


Contabilisticos

Existem diferenças entre o NCM e o SNC.

As microentidades
 Seguem um regime, ainda mais simples e menos exigente que o regime das
pequenas entidades.
 ficam dispensadas da aplicação do SNC, excepto se estiverem sujeitas a
certificação legal de contas ou integrem perímetros de consolidação. No
entanto, não obstante esta dispensa, as microempresas podem sempre optar
pela aplicação do SNC (NCRF-PE ou Normas “Gerais”)
 estão dispensadas das demonstrações financeiras de fluxos de caixa e de
alterações de capital próprio. Em substituição, passa a existir um anexo
especial para microentidades.
 estão dispensadas de certificação de contas por um ROC, para efeitos de
dedução de prejuízos fiscais,desde que o valor desses prejuízos, nos dois
últimos exercícios, seja inferior a 150.000 euros. É possível a sua dedução no
3º ano, sem ser necessária a certificação de contas.

Nas microentidades
 Não está prevista a aplicação supletiva de outras normas, tais como o SNC ou
as Normais Internacionais de Contabilidade.
 No caso de ativos fixos tangíveis e intangíveis não permite a revalorização.
 Os custos dos empréstimos obtidos devem ser sempre reconhecidos como
gastos contrariando o que permite o SNC (serem acrescidos aos valores dos
ativos).
 Os ativos biológicos consumíveis e os produtos agrícolas são reconhecidos
como inventários e tratados como tal, pelo que não se aplica o justo valor.
 Os ativos biológicos de produção são tratados como ativos fixos tangíveis.
 Não está prevista a aplicação do custo amortizado no redito nem nas rubricas
de ativos e passivos financeiros.
 Só se apuram impostos correntes, não se aplicam impostos diferidos.
 Não se aplicam as imparidades de acordo com a NCRF12 do SNC, as normas
preveem as situações de aplicação de imparidades e a sua forma de
mensuração.
 Não se aplica o método de equivalência patrimonial nas participações.
 O regime NCM não permite a aplicação do justo valor, remetendo para o
custo histórico.
 os investimentos em imóveis são tratados como ativos fixos tangíveis, pelo
que não se aplicam os conceitos de propriedade de investimento

Algumas simplificações:

 Um quadro de contas simplificado. As microentidades não terão de adoptar o


plano de contas do SNC;
 Criação de normas contabilísticas simplificadas;
 Dispensa de entrega do anexo L do IVA da Informação Empresarial Simplificada –
elementos contabilísticos e fiscais;
 Dispensa de entrega do anexo M do IVA da Informação Empresarial Simplificada
– operações realizadas em espaço diferente da sede;
 Dispensa de entrega do anexo Q do Imposto do Selo da Informação Empresarial
Simplificada – elementos contabilísticos e fiscais.

As entidades consideradas como microentidades, nos termos do artigo 2º da


Lei 35/2010, ficarão dispensadas de entregar os anexos L, M e Q, ainda que
sejam sujeitos passivos de IVA que pratiquem operações sujeitas com direito à
dedução ou que sejam sujeitos passivos de imposto de selo, conforme previsto
no nº 2 do artigo 3º da Lei 35/2010. Apenas preenchem os anexos A,I e o R.
Os dois regimes derivados do SNC apresentam como é evidente,diferenças e
semelhanças na sua estrutura e nos conteúdos. A NCM é um regime especial
simplificado de normas contabilisticas aplicado às microentidades, onde se define
estas entidades,onde se referem os limites de aplicação e o regime de opção pelas
NCRF ou NCRF-PE. Em relação ao regime NCRF-PE, a NCM contém parágrafos menos
extensos e com menor pormenorização na sua explicação.

Na NCM, muitos dos temas que figuram no SNC ou na NCRF-PE( constituída por 18
capitulos e 2 apêndices), não são abordados, tais como:

 Demonstração de Fluxos de Caixa  Acontecimentos após a data do


 Propriedades de investimento balanço
 Imparidades de ativos  Agricultura
 Concentrações de atividades  Matérias ambientais
empresariais  Investimentos em associadas
 Ativos não correntes detidos para  Interessesem empreendimentos
venda conjuntos
 Investimentos em subsidiárias e  Contratos de construção
consolidação

A NCM é constituída por 18 capitulos que trata as diversas matérias contabilísticas


igualmente referidas na estrutura da NCRF, NCRF-PE e da IAS/IFRS, tal como se pode
comprovar no quadro seguinte:
NCM(capitulos) NCRF NCRF-PE
(Capitulos)

1. Objetivo 1
2. Âmbito e conceitos (parágrafos 2.1 e 2.2) 2(Parágrafos
21,22 e 23)
3. Considerações gerais sobre reconhecimento(parágrafos 3.1 a 3.6) 3(parágrafos
3.1 a 3.6)
4.Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras(parágrafos 3.1 a 3.6) NCRF1 4
5. Adoção pela primeira vez da NC -ME NCRF3 5
6.Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros NCRF4 6

7.Ativos fixos tangíveis NCRF7 7


8.Ativos intangíveis NCRF 6 8
9.Locações NCRF 9 9
10.Custos de empréstimos obtidos NCRF 10 10
11.Inventários NCRF 18 11
12.Rédito NCRF 20 12
13.Provisões NCRF 21 13
14.Contabilização dos subsídios do Governo NCRF 22 14
15.Os efeitos de alterações em taxas de câmbio NCRF 23 15
16.Impostos sobre o rendimento NCRF 25 16
17.Ativos e passivos financeiros NCRF 27 17
18.Benefícios dos empregados NCRF 28 18

O novo regime contabilístico aplicável às microentidades recorre a conceitos,


definições e procedimentos contabilísticos de aceitação generalizada em Portugal, tal
como enunciados no SNC. Tal metodologia permite uma fácil comunicabilidade
vertical sempre que alterações na dimensão das entidades visadas impliquem
diferentes exigências de relato financeiro ou as entidades exerçam a opção pela
aplicação das normas contabilísticas gerais, contidas no Decreto-Lei n.º 158/2009, de
13 de Julho, tal como previsto no artigo 5.º da Lei n.º 35/2010, de 2 de Setembro.
Capitulo VII.Código das contas para Microentidades
Sumário:

7.1 Quadro síntese de contas


7.2 Código de contas

7.1.Quadro síntese de contas

O Decreto -Lei n.º 36 -A/2011, de 9 de Março, aprovou o regime da normalização


contabilística para as microentidades, e a Portaria n.º 107/2011 de 14 de Março o
respetivo Código de Contas.
As contas assinaladas com * têm notas de enquadramento que visam facilitar a
interpretação e ligação do código de contas com a NCM e a criar bases sólidas para se
proceder a uma análise económica e financeira da entidade.

Este tema será tratado convenientemente aquando do estudo das contas em NCM.

7.2.Código de contas
Na elaboração do código de contas da NCM considerou-se como referência o código
de contas em SNC e procedeu-se a uma simplificação de modo a ser utilizado pelas
microentidades.

1 Meios financeiros líquidos (*)


11 Caixa
12 Depósitos à ordem
13 Outros depósitos bancários
14 Outros

2 Contas a receber e a pagar (*)


21 Clientes (*)
211 Clientes c/c
... ...
212 Clientes - Títulos a receber
... ...
218 Adiantamentos de clientes (*)
219 Perdas por imparidade acumuladas (*)
22 Fornecedores (*)
221 Fornecedores c/c

... ...
222 Fornecedores - Títulos a pagar
... ...
225 Facturas em recepção e conferência (*)
... ...
228 Adiantamentos a fornecedores (*)
229 Perdas por imparidade acumuladas (*)
23 Pessoal
231 Remunerações a pagar (*)
2311 Aos órgãos sociais
2312 Ao pessoal
232 Adiantamentos
2321 Aos órgãos sociais
2322 Ao pessoal
... ...
238 Outras operações
2381 Com os órgãos sociais
2382 Com o pessoal
239 Perdas por imparidade acumuladas (*)
24 Estado e outros entes públicos (*)
241 Imposto sobre o rendimento (*)
242 Retenção de impostos sobre rendimentos (*)
243 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) (*)
2431 IVA - Suportado
2432 IVA - Dedutível
2433 IVA - Liquidado
2434 IVA - Regularizações
2435 IVA - Apuramento
2436 IVA - A pagar
2437 IVA - A recuperar
2438 IVA - Reembolsos pedidos

2439 IVA - Liquidações oficiosas


244 Outros impostos
245 Contribuições para a segurança social
246 Tributos das autarquias locais
... ...
248 Outras tributações
25 Financiamentos obtidos
251 Instituições de crédito e sociedades financeiras
2511 Empréstimos bancários
2512 Descobertos bancários
2513 Locações financeiras
... ...
... ...
258 Outros financiadores
26 Accionistas/sócios
261 Accionistas c/ subscrição (*)
262 Quotas não liberadas (*)
263 Adiantamentos por conta de lucros
264 Resultados atribuídos
265 Lucros disponíveis
... ...
268 Outras operações
269 Perdas por imparidade acumuladas (*)
27 Outras contas a receber e a pagar
271 Fornecedores de investimentos (*)
2711 Fornecedores de investimentos - Contas gerais
2712 Facturas em recepção e conferência (*)
2713 Adiantamentos a fornecedores de investimentos (*)
272 Devedores e credores por acréscimos (*)
2721 Devedores por acréscimos de rendimentos

2722 Credores por acréscimos de gastos


... ... 27221-Outras contas a receber e a pagar-Credores por acréscimos de gastos -
Gratificações
276 Adiantamentos por conta de vendas (*)
... ...
278 Outros devedores e credores
279 Perdas por imparidade acumuladas (*)
28 Diferimentos (*)
281 Gastos a reconhecer
282 Rendimentos a reconhecer
29 Provisões (*)
291 Impostos
292 Garantias a clientes
293 Processos judiciais em curso
294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais
... ...
298 Outras provisões

3 Inventários (*)
31 Compras
311 Mercadorias
312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
... ...
317 Devoluções de compras
318 Descontos e abatimentos em compras
32 Mercadorias
... ...
325 Mercadorias em trânsito
326 Mercadorias em poder de terceiros
... ...
329 Perdas por imparidade acumuladas
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
331 Matérias-primas

332 Matérias subsidiárias


333 Embalagens
334 Materiais diversos
335 Matérias em trânsito
... ...
339 Perdas por imparidade acumuladas
34 Produtos acabados e intermédios
... ...
346 Produtos em poder de terceiros
... ...
349 Perdas por imparidade acumuladas
35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
351 Subprodutos
352 Desperdícios, resíduos e refugos
... ...
359 Perdas por imparidade acumuladas
36 Produtos e trabalhos em curso
... ...
38 Reclassificação e regularização de inventários
... ...
382 Mercadorias
383 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
384 Produtos acabados e intermédios
385 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
386 Produtos e trabalhos em curso
39 Adiantamentos por conta de compras (*)

4 Investimentos (*)
41 Investimentos financeiros (*)
... ...
414 Investimentos noutras empresas
4141 Participações de capital
4142 Empréstimos concedidos
... ...
419 Perdas por imparidade acumuladas (*)

43 Ativos fixos tangíveis


431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
435 Equipamento administrativo
436 Equipamentos biológicos (*)
437 Outros ativos fixos tangíveis
438 Depreciações acumuladas
... ...
44 Activos intangíveis
441 ...
442 Projectos de desenvolvimento (*)
443 Programas de computador
444 Propriedade industrial
... ...
446 Outros activos intangíveis
... ...
448 Amortizações acumuladas
... ...
45 Investimentos em curso
451 Investimentos financeiros em curso
... ...
453 Activos fixos tangíveis em curso
454 Activos intangíveis em curso
455 Adiantamentos por conta de investimentos (*)
... ...
5 Capital, reservas e resultados transitados (*)

51 Capital (*)
52 Acções (quotas) próprias (*)
521 Valor nominal
522 Descontos e prémios
... ...
53 Outros instrumentos de capital próprio (*)
... ...
54 Prémios de emissão
... ...
55 Reservas
551 Reservas legais
552 Outras reservas
... ...
56 Resultados transitados
... ...
58 Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis (*)
581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais
... ...
589 Outros
59 Outras variações no capital próprio
... ...
593 Subsídios (*)
594 Doações
... ...
599 Outras

6 Gastos (*)
61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
611 Mercadorias
612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

62 Fornecimentos e serviços externos


621 Subcontratos
622 Serviços especializados
623 Materiais
624 Energia e fluidos
625 Deslocações, estadas e transportes
626 Serviços diversos
63 Gastos com o pessoal
631 Remunerações dos órgãos sociais
632 Remunerações do pessoal

63209- Gastos com o pessoal – Benefícios não monetários

634 Indemnizações
635 Encargos sobre remunerações
636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais
637 Gastos de acção social
638 Outros gastos com o pessoal

64 Gastos de depreciação e de amortização


... ...
642 Activos fixos tangíveis
643 Activos intangíveis
65 Perdas por imparidade
651 Em dívidas a receber
6511 Clientes
6512 Outros devedores
652 Em inventários
653 Em investimentos financeiros
... ...
67 Provisões do período (*)
671 Impostos
672 Garantias a clientes
673 Processos judiciais em curso
674 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
... ...
678 Outras provisões
68 Outros gastos e perdas
681 Impostos
6811 Impostos directos
6812 Impostos indirectos
6813 Taxas
682 Descontos de pronto pagamento concedidos
683 Dívidas incobráveis (*)
684 Perdas em inventários (*)
6841 Sinistros
6842 Quebras
... ...
6848 Outras perdas
... ...
686 Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros (*)
6861 Cobertura de prejuízos
6862 Alienações
... ...
6868 Outros gastos e perdas

687 Gastos e perdas em investimentos não financeiros


6871 Alienações
6872 Sinistros
6873 Abates
... ...
6878 Outras gastos e perdas
688 Outros
6881 Correcções relativas a períodos anteriores
6882 Donativos
6883 Quotizações

6884 Ofertas e amostras de inventários


6885 Insuficiência da estimativa para impostos
... ...
6888 Outros não especificados
69 Gastos e perdas de financiamento
691 Juros suportados
6911 Juros de financiamentos obtidos
... ...
6918 Outros juros
692 Diferenças de câmbio desfavoráveis
6921 Relativas a financiamentos obtidos
... ...
6928 Outras
... ...
698 Outros gastos e perdas de financiamento
6981 Relativos a financiamentos obtidos
... ...
6988 Outros

7 Rendimentos (*)
71 Vendas (*)
711 Mercadorias
712 Produtos acabados e intermédios
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
... ...
716 IVA das vendas com imposto incluído
717 Devoluções de vendas
718 Descontos e abatimentos em vendas
72 Prestações de serviços (*)
721 Serviço A
722 Serviço B
... ...

725 Serviços secundários


726 IVA dos serviços com imposto incluído
... ...
728 Descontos e abatimentos
73 Variações nos inventários da produção (*)
731 Produtos acabados e intermédios
732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
733 Produtos e trabalhos em curso
74 Trabalhos para a própria entidade
741 Activos fixos tangíveis
742 Activos intangíveis
... ...
744 Activos por gastos diferidos
... ...
75 Subsídios à exploração (*)
751 Subsídios do Estado e outros entes públicos
752 Subsídios de outras entidades
76 Reversões
761 De depreciações e de amortizações
7612 Activos fixos tangíveis
7613 Activos intangíveis
762 De perdas por imparidade
7621 Em dívidas a receber
76211 Clientes
76212 Outros devedores
7622 Ajustamentos em inventários
7623 Em investimentos financeiros
... ...
763 De provisões
7631 Impostos

7632 Garantias a clientes


7633 Processos judiciais em curso
7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
... ...
7638 Outras provisões
... ...
78 Outros rendimentos e ganhos
781 Rendimentos suplementares
782 Descontos de pronto pagamento obtidos
783 Recuperação de dívidas a receber
784 Ganhos em inventários
7841 Sinistros
7842 Sobras
... ...
7848 Outros ganhos
786 Rendimentos e ganhos nos restantes activos financeiros
7861 Diferenças de câmbio favoráveis
7862 Alienações
... ...
7868 Outros rendimentos e ganhos
787 Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros
7871 Alienações
7872 Sinistros
... ...
7878 Outros rendimentos e ganhos
788 Outros (*)
7881 Correcções relativas a períodos anteriores
7882 Excesso da estimativa para impostos
7883 Imputação de subsídios para investimentos
... ...
7885 Restituição de impostos

... ...
7888 Outros não especificados

79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares


791 Juros obtidos
7911 De depósitos
... ...
7915 De financiamentos obtidos
... ...
7918 Outros
792 Dividendos obtidos
... ...
798 Outros rendimentos similares
... ...
8 Resultados
81 Resultado líquido do período
811 Resultado antes de impostos (*)
812 Imposto sobre o rendimento do período
8121 Imposto estimado para o período (*)
... ...
818 Resultado líquido
... ...
89 Dividendos antecipados
Capitulo VIII . Estudo das contas em NCM

Sumário:

8.1 Meios financeiros líquidos


o Caixa e Bancos
o Moeda estrangeira
o Exercicios
8.2Contas a receber e a pagar
o Clientes
o Fornecedores
o Pessoal
o Estado e Outros Entes Públicos
o Financiamentos obtidos
o Sócios
o Fornecedores de investimentos
o Diferimentos
o Provisões
o Exercicios
8.3Inventários
o Compras
o Custeio de saídas de armazém
o Produção própria
o Vendas de mercadorias
o Reclassificação e regularização de inventários
o Exercicios

8.4 Investimentos
o Investimentos financeiros
o Ativos fixos tangíveis
o Ativos fixos intangíveis
o Exercicios

8.5 Capital, reservas e resultados transitados


o Constituição de sociedades
o Aumento e redução de capital
o Aplicação de resultados
o Quotas próprias
o Prestações suplementares
o Subsídios e doações
o Exercicios
8.6 Gastos
o Exercicios
8.7Rendimentos
o Exercicios

8.8Resultados
o Exercicios

8.1 Meios financeiros líquidos


Esta classe destina -se a registar os meios financeiros líquidos que incluem quer o
dinheiro, quer os depósitos bancários, quer outras aplicações de tesouraria que
constituam meios financeiros líquidos.

Estes meios financeiros fazem parte dos ativos financeiros que incluiem as contas:

 11-Caixa
 12-Depósitos à ordem
 13-Outros depósitos bancários

Os ativos financeiros abrangem,ainda, a conta 21-Clientes e as outras contas a


receber.Uma entidade deve reconhecer um ativo financeiro apenas quando se torne
uma parte de disposições contratuais geradoras de direitos e obrigações( ponto 17.1
da NCM).

O ativo financeiro deve ser mensurado ao custo, entendido como a quantia nominal
dos direitos e obrigações contratuais envolvidos. Ativos financeiros relativos a contas
a receber e a participações de capital são mensurados ao custo de aquisição, sujeito a
correções subsequentes derivadas de eventuais imparidades.Por sua vez,uma
entidade deve desreconhecer um ativo financeiro (ou parte de um ativo financeiro)
apenas quando os direitos contratuais aos recebimentos resultantes do ativo
financeiro se realizam, expiram ou são transferidos para outra entidade.

É importante medir se um ativo financeiro está ou não com imparidade, pelo que a
entidade deve rever a sua quantia escriturada, bem como determinar a sua quantia
recuperável e reconhecer (ou reverter o reconhecimento de) a diferença como uma
perda por imparidade nas contas 219, 229, 239, 269 e 279 - Perdas por imparidade
acumuladas
11. Caixa

Esta conta inclui os meios de pagamento, tais como notas de banco e moedas
metálicas de curso legal, cheques e vales postais

A conta 11- Caixa constitui uma conta importante em qualquer empresa , sendo
movimentada com muita frequência. Ela é debitada pelo valor inicial e pela entrada
de meios líquidos de pagamento e, por outro lado , creditada por uma saída(
pagamento em meios líquidos em poder da empresa). Segundo o SNC, não serão
permitidas saídas de caixa não documentadas.

A conta 11 - Caixa apresenta saldo devedor ou nulo. Nunca apresenta saldo credor.

A conta 1.1-Caixa subdivide-se de acordo com as necessidades da empresa e


considerando as filiais, sucursais ou estabelecimentos que possui.

A conta 11- Caixa deve ser controlada com assiduidade,tendo em conta o facto de
estar associado ao dinheiro e de se movimentar com frequência.A empresa deve
instituir procedimentos de controlo interno de forma a reduzir o risco, como:

 Preenchimento da folha de caixa


 Criação de um fundo fixo de caixa
 Separação de funções, de forma que as tarefas de registo contabilístico e de
auditoria à caixa sejam executadas por pessoas diferentes.

A entidade deve controlar perodicamente os valores em caixa.Estes devem ser de


baixo montante e só deve incluir os valores considerados para esta conta.
Devemos ter em conta o seguinte:

 Os selos de correio e os selos fiscais não fazem parte da caixa.Se tiverem um


valor não materialmente relevante deve ser reconhecido como um gasto da
entidade.Se tiver um valor materialmente relevante ou não podemos registar
o seu montante na conta 281-Gastos a reconhecer.
 O vale de caixa que figure na conta 11 deve ser regularizado.O seu montante
deve ser reconhecido como divida do gerente para com a entidade e a
contabilizar na conta 2321.
 Os cheques disponíveis para depósito devem ser debitados na conta 118-
Cheques para depósitos.Após o depósito, dever-se-à creditar a conta 118 e
em contrapartida debita-se a conta 12.
 Se à data do relato a conta 12 apresentar saldo credor,devemos considerar
um descoberto bancário,isto é um financiamento obtido a reconhecer a
crédito na conta 2512 e em contrapartida debita-se a conta 12.Os juros
devem ser reconhecidos como gastos do período com base no pressuposto do
regime do acréscimo.
 A conta 13 deve reconhecer os depósitos bancários que não sejam
reconhecidos na conta 12, nomeadamente os depósitos a prazo,depósitos
com aviso prévio e certificados de depósito.
 A conta 14 compreende outras aplicações de tesouraria que não sejam caixa
ou depósitos bancários.São meios financeiros líquidos, nomeadamente a
aquisição de ações a deter a curto prazo.De acordo com o ponto 17.3 da
NCM, estes meios financeiros são mensurados ao preço sde custo.
 As transações em moeda estrangeira são tratadas no capitulo 15 da NCM.De
acordo com esta norma,as transações realizadas em moeda estrangeira,
devem ser inicialmente reconhecidas na moeda funcional da entidade,pela
aplicação ao montante da moeda estrangeira da taxa de câmbio à data da
operação.Posteriormente e de acordo com o ponto 15.3 da NCM,os valores
em moeda estrangeira devem ser mensurados recorrendo à taxa de câmbio
de fecho.As diferenças de câmbio devem ser reconhecidas nos resultados do
período em que ocorram.

12. Depósitos à ordem

Abrange os meios de pagamento existentes em contas à vista nas instituições de


crédito e que estão disponíveis. Esta conta é debitada pela extensão inicial inscrita
no Balanço e pelos aumentos, e creditada pelas diminuições.

Geralmente a conta e as subcontas de depósitos à ordem apresentam saldo devedor


ou nulo. As contas de depósitos à ordem com saldo credor (descobertos bancários)
são classificados, segundo o SNC, na conta 2512-Financiamentos obtidos -Instituições
de crédito e sociedades financeiras e apresentados no passivo do balanço

No Plano Oficial de Contabilidade não existia uma conta especifica para os


descobertos bancários. O saldo devedor da conta Depósitos à ordem figurava no
activo e o saldo credor no passivo.

A maioria das operações efectuadas com o Banco têm reflexo na conta Depósitos à
ordem. Destacam-se:

Movimentos a débito

 Depósito de numerário e de cheques


 Transferências interbancárias
 Juros creditados pelo banco
 Desconto e cobranças de letras
 Venda de títulos
 Transferências e depósitos efectuados por terceiros
 Empréstimos bancários
Movimentos a crédito

 Transferências interbancárias
 Pagamentos por cartões
 Aplicações financeiras
 Juros devedores
 Recâmbio de letras descontadas
 Despesas com serviços bancários
 Pagamento de ordenados
 Pagamento a fornecedores
 Pagamentos de fornecimentos e serviços externos
 Pagamento especial por conta, pagamentos por conta e pagamento do IRC
apurado no modelo 22

A conta 12 - Depósitos à ordem é uma conta colectiva , podendo ser desdobrada em


subcontas:

A divisão da conta colectiva em subcontas permite-nos saber o movimento com cada


um dos bancos, com quem a empresa tem relações financeiras.

Deste modo temos:

12- Depósitos à ordem ------------------------------------- Conta do 1º grau

121 - Depósitos à ordem - Banco do Norte Conta do 2º grau

1211- Porto----------------------Conta do 3ºgrau

1212- Braga--------------------- Conta do 3ºgrau

122 - Depósitos à ordem - Banco do Sul - Conta do 2º grau

1221- Porto ------------------------Conta do 3ºgrau

1222- Valongo ----------------------- Conta do 3ºgrau

As subcontas da conta colectiva 12- Depósitos à ordem constituem o Razão auxiliar


dos Depósitos à ordem.

Nas operações bancárias há que distinguir a data de movimento(data em que o


movimento é efectuado pelo banco) e a data valor(data a que a operação se
reporta).Estas datas são importantes para apurar os juros e para controlar o saldo da
conta depósitos à ordem.Com base nestas datas a empresa procede às
reconciliações bancárias.

As contas bancárias devem ser reconciliadas periodicamente, através da comparação


entre os extractos contabilísticos e os extractos bancários, listando-se todos os
movimentos pendentes e justificando-se os desfasamentos temporais. Mensalmente
devem ser reconciliadas todas as contas de Depósitos à ordem.

Como proceder?

Reconciliação bancária
(Em euros)

Saldo da Contabilidade (+) 200

Movimentos não contabilizados pela empresa

Levantamentos (-) 30

Depósitos (+) 20

Movimentos não contabilizados pela banco

Levantamentos (+) 60

Depósitos (-) 10

Saldo final 240

Passemos à Resposta de alguns exercicios:

Exercício 1
A empresa NAI,Lda cumpre os requisitos para ser considerada microentidades
segundo o artigo 2.º da Lei n.º 35/2010, de 2 de setembro. Em Maio de 2012 tem
participações em duas entidades, e está a aplicar o método da equivalência
patrimonial. Por outro lado possui no seu ativo propriedades de investimento.

Tendo em conta a situação referida, a empresa NAI pode aplicar o normativo das
microentidades(NCM)?

Resposta

A empresa NAI deve avaliar o enquadramento no normativo contabilístico , para o


período de 2012.Deve analisar se a não ultrapassa os limites previstos no artigo
2.º da Lei n.º 35/2010, de 2 de setembro, para ser considerada como microentidade.
Conforme previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 36-A/2011,
de 9 de março os limites a considerar deverão reportar-se às demonstrações
financeiras do exercício de 2011.

Dados a reter:

 Se a empresa ultrapassar 2 dos 3 limites referidos, não será classificada como


microentidade, sendo obrigada a aplicar o SNC.
 Se a empresa não ultrapassar 2 dos 3 limites referidos, será classificada como
microentidade e poderá aplicar a Norma Contabilística para Microentidades (NCM).
 A empresa NAI sendo microentidade, poderá sempre optar pela aplicação do SNC,
conforme previsto no artigo 5.º da Lei n.º 35/2010.

O ponto 2 da NCM refere que esta norma deve ser aplicada pelas entidades que
cumpram os requisitos sobre microentidades e não optem por aplicar as normas
contabilísticas previstas no Decreto -Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho. Esta Norma
acolhe os conceitos, definições e procedimentos contabilísticos de aceitação
generalizada em Portugal, tal como enunciados no Sistema de Normalização
Contabilística, tendo como base de referência a estrutura conceptual constante do
Aviso n.º 15652/2009.

Informações a retirar da NCM sobre a propriedade de investimento e participações


de capital:

 O parágrafo 17.3 da NCM estabelece que as participações de capital serão


mensuradas ao custo de aquisição, sujeito a correções subsequentes derivadas de
eventuais imparidades.
 Se a empresa estiver a aplicar a NCM, tendo investimentos financeiros referentes
a participações de capital noutras entidades, deverá mensurar esses ativos
financeiros ao custo menos perdas por imparidade. Está previsto na NCM um
tratamento específico para estas operações diferente do que é refetido pelo
método de equivalência patrimonial.
 O parágrafo 7.2 da NCM estabelece que os edifícios e terrenos detidos para
arrendamento ou valorização fora do âmbito da atividade corrente, sendo
propriedades de investimento, deverão ser classificados como ativos fixos
tangíveis.
 Se a entidade estiver a aplicar a NCM, tendo propriedades de investimento,
deverá classificar estes elementos patrimoniais como ativos fixos tangíveis. A
NCM prevê um tratamento contabilístico específico para estes elementos
patrimoniais

Em conclusão,se a empresa NAI , classificada como microentidade, quiser mensurar


as suas participações sociais pelo método de equivalência patrimonial e considerar
os seus imóveis para arrendamento ou valorização de capital como propriedades de
investimento deverá optar pela aplicação do SNC, nos termos do artigo 5.º da Lei n.º
35/2010,

Se a empresa optar pelo SNC,deverá assinalar a escolha no campo 423 do quadro 11


da Declaração Modelo 22.

Exercício 2
A empresa ISAC,Lda utiliza a politica de fundo fixo no pagamento de pequenas
despesas. Neste momento possui documentos comprovativo de despesas (Com IVA
incluído):
 Refeições: 356,60 euros
 Aquisição de tinteiros para impressoras: 157,44 euros
 Passagens Lisboa- Vigo: 175,80 euros

Identificar as despesas com exclusão do direito à dedução


Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Deslocações (refeições) 6251 356,6
Aquisição de tinteiros 6233 128
2432 29,44
Transporte 6252 175,80
111 689,84

IVA dos tinteiros: (157,44:1,23)x23%= 29,44 euros

Há direito à dedução do imposto pago na aquisição de tinteiros. Há exclusão do


direito à dedução, do imposto suportado nas outras despesas(artº.21 do CIVA). O
IVA das referidas despesas podem ser deduzidas se estiverem enquadradas no ponto
2 do artº.21

Artigo 21.º
Exclusões do direito à dedução

1 - Exclui-se, todavia, do direito à dedução o imposto contido nas seguintes despesas:

a) Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação, à utilização, à transformação e


reparação de viaturas de turismo, de barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos. É
considerado viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com inclusão do reboque, que, pelo seu
tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a
uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de
passageiros, não tenha mais de nove lugares, com inclusão do condutor;

b) Despesas respeitantes a combustíveis normalmente utilizáveis em viaturas automóveis, com exceção


das aquisições de gasóleo, de gases de petróleo liquefeitos (GPL), gás natural e biocombustíveis, cujo
imposto é dedutível na proporção de 50 %, a menos que se trate dos bens a seguir indicados, caso em
que o imposto relativo aos consumos de gasóleo, GPL, gás natural e biocombustíveis é totalmente
dedutível:

c) Despesas de transportes e viagens de negócios do sujeito passivo do imposto e do seu pessoal,


incluindo as portagens;

d) Despesas respeitantes a alojamento, alimentação, bebidas e tabacos e despesas de receção,


incluindo as relativas ao acolhimento de pessoas estranhas à empresa e as despesas relativas a
imóveis ou parte de imóveis e seu equipamento, destinados principalmente a tais recções;

e) Despesas de divertimento e de luxo, sendo consideradas como tal as que, pela sua natureza ou pelo
seu montante, não constituam despesas normais de exploração.
2 - Não se verifica, contudo, a exclusão do direito à dedução nos seguintes casos:

a) Despesas mencionadas na alínea a) do número anterior, quando respeitem a bens cuja venda ou
exploração constitua objeto de atividade do sujeito passivo, sem prejuízo do disposto na alínea b) do
mesmo número, relativamente a combustíveis que não sejam adquiridos para revenda;

b) Despesas relativas a fornecimento ao pessoal da empresa, pelo próprio sujeito passivo, de


alojamento, refeições, alimentação e bebidas, em cantinas, economatos, dormitórios e similares;

c) Despesas mencionadas nas alíneas a) a d) do número anterior, quando efectuadas por um sujeito
passivo do imposto agindo em nome próprio mas por conta de um terceiro, desde que a este sejam
debitadas com vista a obter o respetivo reembolso;

As despesas suportadas com refeições e viagens integradas nas despesas de


representação são sujeitas a tributação autónoma em IRC(Art.º do CIRC): São tributados
autonomamente à taxa de 10 % os encargos dedutíveis relativos a despesas de representação,
considerando-se como tal, nomeadamente, as despesas suportadas com recepções, refeições, viagens,
passeios e espectáculos oferecidos no País ou no estrangeiro a clientes ou fornecedores ou ainda a
quaisquer outras pessoas ou entidades. (Redacção da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro)

Exercício 3
Uma microentidades possuía um depósito a prazo a 6 meses no banco PAX,
no valor de 8000,00 euros. Taxa de juro de 2,5%. Vencimento em 31 de
Março de 2012.
Adquiriu, em 2012, 2000 ações da sociedade LUIZIN,SA, que estava cotada em
Bolsa. A aplicação financeira insere-se numa estratégia de venda a curto prazo.A
cotação das ações, na data de aquisição era de 2,30 euros.

1.Como reconhecer os juros a receber?


2.Como contabilizar a cotação de ações?

Resposta

1. Reconhecimento dos juros

Juro = 8000,00 x 2,5% x 0,5


=100,00 euros

Montante a ser creditado na conta à ordem em Março de 2012,parte do


montante dos juros é referente a 2011(3 meses), ou seja, 50,00 euros
Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

2011-Reconhecimento de 2721 7911 50,00


juros a receber
2012-Recebimentos de juros 12.1 100,00
2721 50,00
7911 50,00

Há a registar um rendimento de 50,00 euros em 2012.Valores a registar nas


demonstrações financeiras de acordo com o regime do acréscimo. Os
rendimentos são reconhecidos quando ocorrem e não quando são recebidos.

2. Aquisição de ações

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Aquisição de ações a curto 14 121 4 600,00


prazo

A conta 14 reconhece as aplicações de tesouraria que não sejam caixa ou depósitos


bancários. São meios financeiros líquidos que se enquadram no ponto 17 da NCM e
são mensurados ao custo: “17.3 — Uma entidade deve mensurar os seus ativos e passivos
financeiros ao custo, entendido como a quantia nominal dos direitos e obrigações contratuais
envolvidos. Ativos financeiros relativos a contas a receber e a participações de capital são
mensurados ao custo de aquisição, sujeito a correções subsequentes derivadas de eventuais
imparidades”.
Exercício 4
Uma entidade realizu durante o ano de 2012 o seguinte movimento cm ações
adquiridas em bolsa:

1.Compra de 3000 ações LUY, ao preço de 1,25 euros.Custos de transação:


35,50 euros;
2.Venda de 2000 ações LUY, ao preço de 1,35 euros.Custos de transação:
20,50 euros;
3.Compra de 6 000 ações PEN, ao preço de 0,92 euros.Custos de transação:
48,40 euros;
4. Cotação das ações no final de 2012: Ações LUY a 1,34 euros e as ações
PEN a 0,88 euros

Pretende-se a contabilização das operações

Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
1-Aquisição de ações LUY 14 121 3785,50
2-Venda de ações PEN 121 2 679,50
626 20,50
14 2520,00
7862 180,00
3-Aquisição de ações PEN 14 121 5568,40
4-Perdas de imparidade 653 149 288,40

De acordo com o ponto 17.1 da NCM a aquisição de ações considera-se ativos


financeiros e são mensuradas aos custos de aquisição ,incluindo os custos adicionais
de compra.
Venda de ações: 2000x1,35-20,50=2 679,50 euros
Custo das ações: 3785,50: 3000=1,26 euros
2000 x 1,26= 2 520,00 euros
Mais valia =(2700,00 – 2520,00)= 180,00 euros
Em Dezembro de 2012, as acções cuja cotação é superior ao preço de aquisição, são
mensuradas ao preço de custo e não se considera este ganho potencial.Nas ações
cuja cotação é inferior ao preço de aquisição temos que calcular o valor da
imparidade:
Ações LUY= 5568,40 – 0,88x6000
= 288,40 euros
Exercício 5
A empresa IMPORDESP, Lda realiza, habitualmente operações com o
exterior. Em 20/12/2012 adquiriu as seguintes moedas estrangeiras:

 44 500,00 BRL
 12 000,00 USD
 350 000,00 JPY

As taxas de câmbio (taxas de fecho apresentadas na ótica do banco) são:

NOTA:Trata-se de uma cotação ao certo, uma vez que a taxa de câmbio


respresenta o número de unidades de moeda estrangeira necessárias para
comprar uma unidade de moeda estrangeira.
Por exemplo: Euro/USD = 1,3192. Significa para comprar um euro são
necessários 1,3192 dólares
É o método utilizado na zona euro.
Seria uma cotação ao incerto, se a taxa de câmbio respresentásse o número
de unidades de moeda nacional necessárias para comprar uma unidade de
moeda nacional
Por exemplo: USD/Euro = 0,758. Significa para comprar um dólar são
necessários 0,758 euros
Método usado nos Estados Unidos\
Abreviaturas:
* JPY: JP(Japanese) e Y(Yen)
* GBP: GB(Great Britain) e P(Pound=libra)

O montante a registar contabilisticamente depende do modo como se


calcula a taxa de câmbio:
 Ao incerto: Montante = Quantia em moeda estrangeiraxtaxa de
câmbio
 Ao certo: Montante = Quantia em moeda estrangeira /taxa de câmbio

Em 20/12/2012 é uma taxa de venda e em 31/12/2012 é uma taxa de


compra
Durante o dia 20 e o dia 31 não utilizou esta moeda estrangeira.
Como contabilizar as diferenças cambiais?Calcular a margem comercial do
banco quando se utilizam dólares

Resposta

TC 20-12-2012 TC 31-12-2012 Diferenças

44.500,00 BRL 2,4779 17.958,76 € 2,4693 18.021,30 € 62,55 €

12.000,00 USD 1,3192 9.096,42 € 1,3086 9.170,11 € 73,68 €

350.000,00 JPY 107,81 3.246,45 € 106,92 3.273,48 € 27,02 €

30.301,63 € 30.464,88 € 163,25 €

Foi utilizada a taxa de câmbio de venda, porque a empresa comprou moeda estrangeira.
As taxas de câmbio estão na ótica do banco.

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Aquisição de moeda 11 121 30 301,63


estrangeira
Diferenças cambiais 121 7887 163,25
favoráveis
A 31 de Dezembro de 2012 a empresa tinha 44 500,00 BRL, 12000,00 USD e 350 000,00
JPY e se fosse vender, o banco estaria a comprar pelo que se utilizaria a taxa de
câmbio de compra.

É importante saber qual o tipo de operação a realizar, para aplicar ou a taxa de câmbio
de compra ou de venda, porque pode gerar, à data do relato, o reconhecimento de
diferenças cambiais.Estas resultam da liquidação de valores monetários a taxas
diferentes das que foram utilizadas inicialmente.As diferenças cambiais devem ser
reconhecidas nos resultados do período em que ocorrem. A NCM refere:”quando a
transação é liquidada num período contabilístico seguinte, a diferença cambial é
reconhecida em cada período até à data de liquidação.O seu montante é determinado
pela alteração nas txas de câmbio durante cada período.

A margem comercial do Banco(spread) é de (1,3192-1,3086)=0,0106.Em percentagem


seria:

0,0106
Spread = x100  Spread =0,8%
1,3192

A cotação ao incerto seria:

1
Compra =  Compra =0,758 euros
1,3192

Na compra de 1 dólar o banco paga 0,758 euros

1
Venda =  Venda =0,764 euros
1,3086

Na venda de 1 dólar o banco recebe 0,764 euros

Exercício 6
A empresa PERTY possuía em caixa, em 31 de Dezembro de 2012, 21 000 USD,
valorizados por 0,7123 cada(Cotação ao incerto). Possuía, igualmente, em
depósitos à ordem, 18 500 AUD, valorizados por 0,626 cada(cotação ao incerto).

Taxas de câmbio em 31 de Dezembro de 2012:

Compra(Bid)
Venda(Offer)
USD 0,7432 0,7932
AUD 0,614 0,6411
Proceder às diferenças cambiais

Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Diferenças cambiais 111 7861 648,90
favoráveis

Diferenças cambiais 6928 121 222,00


favoráveis

Diferenças de câmbio em 31 de Dezembro de 2012:

USD: 21000 x(0,7432 -0,7123)=648,90 euros

AUD: 18500 x(0,614 -0,626)= 222,00 euros

Exercício 7
A empresa Solimar, Lda efectuou durante o dia 13 de Janeiro do ano 2013 o
seguinte movimento com a Caixa

1- Compra de material de escritório( Factura nº 2345): 60 euros

2- Cobrança de créditos ao cliente P.Henriques ( 211.5) (Recibo Nº 18) : 20 euros

3- Pagamento ao fornecedor J.Santos (2213) (Recibo nº 25) : 100 euros

4- Levantamento bancário do Banco do Sul ( 12.4), (Cheque nº 34567): 60 euros

5- Compra de selos fiscais(Nota de lançamento nº 7) : 10 euros


6- Pagamento do seguro (Recibo nº 483): 50 euros

Saldo no início do dia 13: 150,00 euros

FOLHA DE CAIXA
(Em euros)

RECEBIMENTOS Conta a Valor PAGAMENTOS Conta a Valor


creditar debitar

Cobrança de créditos 211.005 20,00 Compra de material 6233 60,00


ao cliente P.Henriques de escritório( Factura
182 97
(Recibo nº 18) nº 2345)

Levantamento 12.1 60,00 Pagamento ao 22110003 100 ,00


bancário do Banco do fornecedor J.Santos
183 98
Sul (Cheque nº (Recibo nº 25)
34567):

Compra de selos 6812 10,00


fiscais(Nota de lanç.
100
nº 7)

101 Pagamento do seguro 6263 50,00


(Recibo nº 483):

RESUMO (Em euros)

RECEBIMENTOS PAGAMENTOS

Saldo inicial 150,00 F.S.Externos 110,oo

Clientes 20,00 Fornecedores 100,00

Depósitos à ordem 60,00 Impostos 10,00

Saldo final 10,00

230,00 230,00
Exercício 8
A sociedade ALISTAR, Lda comercializa produtos derivados de leite no continente e
ilhas. No início de Janeiro do ano 2013, o saldo da conta 12-Depósitos à ordem (300
euros) estavam repartidos do seguinte modo:

121- Banco ABX (200,00 euros)

122- Banco ZWS ( 100,00 euros)

Durante o mês de Janeiro, a empresa realizou o seguinte movimento com os


bancos:

Dias:

2- Cheque nº 23976 sobre o Banco do Norte para reforço de caixa : 30,00 euros

7- Depósito no Banco do Norte (Guia de depósito nº 34812) : 70,00 euros

18 – Cheque nº 70800 s/ o Banco do Sul para pagamento ao fornecedor P. Alves:


20,00 euros

23 – Desconto bancário da letra nº 23 efectuado no Banco do Sul. V.N: 60,00 E.B:


3,00 euros

25- Aviso de lançamento nº 248 do Banco do Norte referente a juros de depósito a


prazo: 20,00 euros

RESPOSTA

121-Banco ABX (Em euros)

Data Saldos

Janeiro 2013 Descrição Débito Crédito Devedor Credor

1 Saldo 200,00 200,00

2 Cheque nº 23976 para reforço de caixa 30,00 170,00

7 Depósito (Guia de depósito nº 34812) 70,00 240,00

25 Av.de lanç. nº 248 referente a juros 20,00 260,00


122-Banco ZWS (Em euros)

Data Descrição Saldos

2013 Débito Crédito Devedor Credor


Janeiro

1 Saldo 100,00 100,00

18 Cheque nº 70800 p/pagam. a P. Alves 20,00 80,00

23 Desconto bancário da letra nº 23 57,00 137,00

12-Depósitos à ordem (Em euros)

1 Saldo 300,00 31 Movimento do mês 50 ,00

31 Movimento do mês 14,00 Saldo final 397,00

447,00 447,00

Setembro

1 Saldo 397,00

Razão auxiliar dos Depósitos à ordem


(Em euros)

Saldos

Contas Débito Crédito Devedor Credor

121 Banco ABX 290,00 30,00 260,00

122 Banco ZWS 157,00 20,00 137,00

12 Depósitos à ordem 447,00 50,00 397,00


O sistema de controlo interno estabelece que:

 Deve haver separação de funções


 A entidade deve obrigar-se através de duas assinaturas
 Devem ser elaboradas reconciliações periódicas
 Se na data do balanço, existem cheques de montante elevado e, ainda, não
entregues aos beneficiários, deve anular-se a contabilização desses cheques.

Exercício 9
A sociedade Night, Lda possuía em 31 de Maio de 2012 um saldo de 19405 Euros
na conta 121- Depósitos à ordem – Banco Sulista.Contudo o extracto bancário
indicava um saldo de 5114,2 Euros

Informações complementares em Euros:

1- Estavam por registar juros no montante de 249,00 euros. Retenção de


IRC de 20%.
2- A renovação do cartão de crédito, ainda não tinha sido registada pela
empresa:125,00 euros
3- Estava por registar a amortização do empréstimo bancário: 9976,00
euros
4- O cheque nº 23456 registado na contabilidade da empresa não
constava no extracto bancário: 1287. O mesmo acontecendo com um
depósito efectuado pela empresa em 15 de Maio de N: 2933
5- Está por contabilizar o recâmbio bancário da letra de valor nominal de
2494,00 euros.
Encargos bancários : 249,00 euros.

Pretende-se a reconciliação dos saldos com a conta depósitos à ordem


em cada uma das entidades

Resposta

Contabilidade da empresa: (Em Euros)

Saldo em 31 de Maio de N 19405


Juros 199,2

Renovação do cartão (-) 125

Amortização do empréstimo (-) 9976

Recâmbio bancário da letra (-) 2743

Saldo final 6760.2

Contabilidade do banco: (Em Euros)

Saldo em 31 de Maio de N 5114,2

Cheque (-) 1287

Depósito 2933

Saldo final 6760.2

8.2 Contas a receber e a pagar

Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes,


fornecedores, pessoal, Estado e outros entes públicos, financiadores,
sócios/acionistas, bem como outras operações com terceiros que não tenham
cabimento nas contas anteriores ou noutras classes específicas. Incluem-se, ainda,
nesta classe, os diferimentos (para permitir o registo dos gastos e dos rendimentos
nos períodos a que respeitam) e as provisões. Ás contas desta classe aplica-se o
ponto 17 da NCM.”Este capítulo aplica -se aos ativos e passivos financeiros
decorrentes de relacionamentos contratuais de aquisição e venda de bens e serviços e
de outros direitos e obrigações relacionados com a atividade económica da entidade,
designadamente clientes, fornecedores, financiamentos concedidos e obtidos,
participações de capital, locações, seguros e outras contas e receber e a pagar
relativas à sua atividade corrente, de financiamento e de investimento. Este capítulo
não se aplica a direitos e obrigações de natureza fiscal e parafiscal e a outros direitos
e obrigações em que o Estado ou entes públicos intervêm no uso de poderes de
autoridade”.

As contas que integram esta classe, são considerados ativos e passivos financeiros e
possibilitam a análise de determinados temas, como, operações com moeda
estrangeira, operações de factoring, reconhecimento de perdas por imparidade,
gastos e rendimentos a reconhecer, empréstimos bancários e titularização de dividas

Conforme a Portaria nº 107/2011 de 14 de Março, a classe 2 é constituída pelas


seguintes contas:

 21 Clientes
 22 Fornecedores
 23 Pessoal
 24 Estado e outros entes públicos
 25 Financiamentos obtidos
 26 Accionistas/sócios
 27 Outras contas a receber e a pagar
 28 Diferimentos
 29 Provisões

21-Clientes

O montante a apresentar pela conta clientes enquadra-se no conceito de ativo


financeiro e regista a débito e a crédito a movimentação com as diversas contas de
clientes

21 Clientes
211 Clientes c/c
... ...
212 Clientes - Títulos a receber
... ...
218 Adiantamentos de clientes
219 Perdas por imparidade acumuladas

Conforme o ponto 17.3 da NCM uma entidade deve mensurar os ativos financeiros
ao custo. Ativos financeiros relativos a contas a receber e a participações de capital
são mensurados ao custo de aquisição, sujeito a correções subsequentes derivadas
de eventuais imparidades.Assim as dívidas de clientes devem ser mensuradas ao
custo menos as perdas por imparidade.Inicialmente a quantia a reconhecer figura no
documento comprovativo da transação, por exemplo, a fatura.Posteriormente,temos
que considerar as eventuais imparidades.

A NCM, no ponto 17.6 refere como a entidade pode determinar como um ativo
financeiro está ou não com imparidade.Deve comparar a quantia escriturada, com a
quantia recuperável e reconhecer (ou reverter o reconhecimento de) a diferença
como uma perda por imparidade.

A justificação da imparidade de um ativo financeira está relacionada com as


dificuldades financeiras ou com a quebra contratual do devedor ou do emitente, ou
quando a cotação oficial de determinados ativos financeiros é inferior ao custo de
aquisição.

Exercício 1

A empresa ELECTRILAR,Lda vendeu mercadorias à empresa Columbar,Lda, tal co se


especifica na fatura. A empresa está a conceder descontos de 2% para pagamentos até 30
dias.A empresa Columbolar pagou ao fim de 25 dias.

Proceda ao registo contabilístico da fatura na empresa ELECTRILAR,Lda


Resposta
O registo contabilístico será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Venda de mercadorias 711 54 077,50
2433 12 437,80
211 66 515,30
Pagamento com desc.pp 111 65 185,00
682 1 330,30
211 66 515,30

O desconto de 1672,50 euros é de natureza comercial. O desconto concedido na


fatura é deduzido do valor tributável da operação e de acordo com o art.º 16º do
CIVA Não é considerado para calcular o IVA.O rédito a reconhecer é de 54077,50
euros.O desconto comercial (1672,50 euros )é reconhecido como uma redução ao
rédito da venda, o mesmo já não acontece om o desconto financeiro de 1330,30
euros

A ELECTRILAR,Lda deve reconhecer o rédito quando estiver satisfeitas as condições


referidas no ponto 12.4 da NCM:

 A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens


significativos da propriedade dos bens;
 A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau
geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos bens vendidos;
 A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
 Seja provável que os benefícios económicos associados com a transação
fluam para a entidade; e
 Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação possam ser
fiavelmente mensurados.

Segundo a NCM,o rédito deve ser mensurado pela quantia da contraprestação


acordada e deduzida dos descontos comerciais e de quantidade concedidos pela
entidade.

As dividas dos clientes expressas na fatura podem ser tituladas,isto é podem ser
objeto de uma letra.Este titulo dá ao credor uma garantia adicional e permite que ao
ser descontada no banco, possibilite à entidade credora a liquidez dos título antes do
vencimento.

A titularização da dívida corresponde ao saque da letra, originando um


reconhecimento a débito da conta 212 e por contrapartida credita-se a conta 211.

Exercício 2
Em 31 de outubro de 2012 a empresa ROKY, sedeada em Lisboa, vendeu
componentes electronicas a um cliente de Bragança, por 10 000,00 euros.IVA à taxa
de 23%.O cliente aceitou uma letra com vencimento a 31 de Dezembro de 2012.A
letra foi descontada no dia 15 de Dezembro no Banco Lisboa.

 Taxa de juro: 3%
 Comissão de cobrança: 0,3%
 Imposto de selo: 4%

A letra foi paga pelo cliente no dia do vencimento.

Pede-se a contabilização das operações de acordo com a NCM

Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
2012
Venda de mercadorias 2111 12 300,00
711 10 000,00
2433 2 300,00
Saque da letra 2121 2111 12 300,00
Desconto da letra 6914 15,17
6981 12,30
6812 1,10
281 57,13
121 12214,30
2511 12 300,00
Jan-2013
Gastos 6914 30,33
6981 24,60
6812 2,20
281 57,13

Desreconhecimento 2511 2122 12 300,00

12300,00 x3% x 45
Juros=
365

= 45,50 euros

Comissão de cobrança= 12 300,00x0,3%

= 36,90 euros

Imposto de selo= 4%x(45,50 +36,90)

= 3,30 euros

No final de 2012, a empresa ROCKY tem um ativo financeiro e um passivo financeiro


de 12300,00 euros.

Os encargos a suportar em 2012 corresponde a 15 dias:

(Em euros)

Gastos Total 2012 2013


Juros 45,50 15,17 30,33
Comissão de cobrança 36,90 12,30 24,60
Imposto de selo 3,30 1,10 2,20
85,70 28,57 57,13
Exercício 3

Em Novembro de 2012, a empresa ALGEL, Lda descontou uma letra no Banco BIS,
no valor de 4000,00 euros,(saque nº18 s/ C.Martins ) a 60 dias. Na data de
vencimento da letra (22 de Dezembro de 2012), o cliente não liquidou a dívida no
banco. A letra foi devolvida. As despesas de recâmbio: 15,00 euros.

A letra foi sujeita a desconto bancário:

 Taxa de desconto: 10%


 Comissão de cobrança:0,5%
 Imposto de selo: 6%
 Portes: 12,00 euros

Pede-se
Qual o valor recebido pela empresa?

O movimento contabilístico

Resposta

Encargos bancários:

Juro= 4000,00 x 0,1x 62/365

=68,00 euros
Comissão de cobrança = 4000,00 x 0,5%

=20,00 euros

Imposto de selo = 6%( 68,00 + 20,00 )

= 5,28 euros
Portes = 12,00

Valor recebido pela empresa(PLD):

PLD = Valor nominal- Encargos bancários

= 4 000,00 – 105,28

= 3 894,72 euros

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Letra descontada 2122 2121 4 000,00
Desconto bancário 121 3 894,72
6914 68,00
6981 20,00
6812 5,28
2511 4000,00

Recâmbio da letra 217 121 4015,00


Desreconhecimento 2511 2122 4 000,00

O desconto bancário de uma letra representa a concessão de um financiamento.A


letra descontada é um ativo financeiro e a responsabilidade para com o banco é um
passivo financeiro.Este ativo e passivo financeiros são desreconhecido na data de
vencimento da letra,u seja, quando a empresa pagar ao banco(Pontos 17.4 e 17.5 da
NCM). Neste caso não aconteceu porque houve um recâmbio da letra.Há um
desreconhecimento do passivo financeiro debitando a conta 2511 e creditando a
conta 2122.Haverá desreconhecimento do ativo quando a dívida for paga.
Exercício 4
No final de Dezembro de 2011, a Microentidade KOI, tinha um saldo de
8600,00euros na conta de clientes e 600,00 euros de imparidades acumuladas. Foi
reavaliada a situação do cliente e passou haver possibilidade de pagamento da
dívida.

Como abordar fiscalmente esta reversão de imparidade?

Resposta
Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reversão perda de 219 76211 600,00
imparidade

Esta reversão é reconhecida nos resultados da empresa. O artigo 35º do CIRC refere:
“ As perdas por imparidade e outras correções de valor referidas nos números anteriores que
não devam subsistir, por deixarem de se verificar as condições objetivas que as
determinaram, consideram-se componentes positivas do lucro tributável do respetivo período
de tributação”.

Exercício 5

A empresa Lima reconheceu, no final de 2012, uma perda de imparidade no


montante da dívida do cliente ROSCY, no valor de 12500,00 euros e que já venceu
há 8 meses.No inicio de 2013, o cliente pagou 1 500,00 euros.
Pede-se a contabilização das operações
Resposta

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Em 2012
Cobrança duvidosa 217 211 12 500,00
Imparidade 6511 219 12 500,00
Em 2013
Cobrança 11 217 1 500,00
Reversões de perdas 219 76211 1 500,00

Segundo os pontos 17.1 e 17.3 da NCM,as dividas dos clientes são consideradas
ativos financeiros e devem ser mensuradas ao custo de aquisição.Estas dívidas estão
sujeitas a correções subsequentes derivadas de possíveis imparidades.
De acordo com o ponto 17.6 da NCM,a entidade deve reverter proporcionalmente a
perda por imparidade.

Há a considerar efeitos fiscais da verificação das perdas de imparidade.Segundo o


art.36º do CIRC
Artigo 36.º
Perdas por imparidade em créditos

2 — O montante anual acumulado da perda por imparidade de créditos referidos na alínea c) do


número anterior não pode ser superior às seguintes percentagens dos créditos em mora:

a) 25% para créditos em mora há mais de 6 meses e até 12 meses;


b) 50% para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;
c) 75% para créditos em mora há mais de 18 meses e até 24 meses;
d) 100% para créditos em mora há mais de 24 meses.

A perda de imparidade da dívida do cliente não pode ser superior a 25%.o


valor em excesso deve ser acrescido no campo 718 quadro 07 da declaração
modelo 22 referente ao exercício de 2012.

Valor a acrescer : 12500,00 – 12 500,00 x25% = 9 375,00 euros

Perda pr imparidade aceite fiscalmente em 2012 é de 3 125,00 euros

Na declaração Modelo 22, referente a 2013 o valor da perda por imparidade


aceite para efeitos fiscais é de: 11 000,00 x 75% = 8 250,00 euros
A perda por imparidade a deduzir em 2013 no campo 762 do quadro 07
será:
8250,00 +1 500,00 – 3125,00 = 6 625,00 euros

Exercício 6

A empresa SOL,lda, uma microentidade, cedeu uma dívida do cliente Jorge


Pedro(30 000,00 euros) a uma sociedade de factoring. Esta operação de
factoring com recurso foi realizada nas seguintes condições:

 Comissão de cobrança: 0,25%


 Taxa de juro: 3%
 Imposto de selo sobre a comissão de cobrança e juros: 4%
 Imposto de selo sobre o crédito concedido :0,4%

A sociedade de factoring adiantou 60% e o restante é entregue a 30 dias.

Proceder ao reconhecimento do financiamento e dos gastos.

Resposta

Juro =18000,00 x 3%x1/12


= 45,00 euros

I.Selo = 45,00 x 4%
= 1,80 euros
Comissão de cobrança= 30 000,00 x0,25%
= 75,00 euros
I.Selo = 75,00 x 4%
= 3,00 euros

I.Selo sobre o crédito= 18 000,00 x 0,4%


= 7,20 euros

Total dos encargos: 132,00 euros

Depósitos: 12000,00 – 132,00 =11868,00 euros


Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Transferência da dívida do 214 211 30 000,00
cliente
Adiantamento de 60% 121 2514 18 000,00
Recebimento dos 40% 121 11 868,00
Juros de financiamento 6911 46,80
Outros gastos 6981 85,20
2514 12 000,00
Regularização do 2514 214 30 000,00
financiamento

Nota: 214- Clientes em factoring

2514- Instituições de crédito e sociedades financeiras-Factoring

No contrato de factoring com recurso a sociedade de factoring(fator) não assume a


totalidade do risco de incobrabilidade do valor em dívida. Permite ao fator exigir da
entidade aderente o valor em dívida.

Nesta operação não há desreconhecimento da dívida do cliente , mas há um


reconhecimento obtido do fator.A dívida do cliente continua a existir e deve ser
reconhecida na conta 214.

Exercício 7

A empresa LUA,lda, em Maio de 2012 cedeu uma dívida do cliente


A.Moura (30 000,00 euros) a uma sociedade de factoring. Esta operação de
factoring sem recurso foi realizada nas seguintes condições:

 Comissão de cobrança: 90 euros


 Juro 52,00 euros
 Imposto de selo : 5,68 euros

Proceder ao reconhecimento do financiamento e dos gastos.


Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Recebimento 121 29 840,32
Juros de financiamento 6911 54,08
Outros gastos 6981 105,60
211 30 000,00

No contrato de factoring sem recurso a sociedade de factoring(factor) assume a


totalidade do risco de incobrabilidade do valor em dívida. Os gastos financeiros são
superiores em relação ao factoring com recurso

Exercício 8

A empresa LINASPORT vende artigos de desporto. Em Outubro de 2012 recebe uma


encomenda para a venda de 2300 fatos de treino para um cliente inglês. A fatura foi
passada em 12 de Outubro.Cada fato de treino era vendido por 80 libras.

Taxas de câmbio a certo (ótica do banco):

 Em 12 de Outubro : 1 Euro valia 0,87654 libras esterlinas


 Em 31 de Dezembro de 2012: 1 Euro valia 0,86423 libras esterlinas

a)Esta dívida mantem-se no final do ano 2012

b) O cliente inglês pagou a fatura em 15 de Novembro quando a taxa de câmbio era


0,89789

Resposta

a)

Venda: 2300x80 libras=184000 libras

184000/0,87654=209 916,30 euros

Reconhecimento da diferença cambial :


184000/0,86423=212 906,30

Como a divida do cliente inglês se mantem no final de 2012 , devemos que


reconhecer nas demonstrações financeiras as respetivas diferenças cambiais.

Diferença de câmbio favorável : 212906,30 – 209 916,30 =2990,00 euros

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Venda de fatos de treino 211 711 209 916,30
Diferenças de câmbio favorável 211 7887 2 990,00

De acordo com o ponto 15.4 da NCM, as transações em moeda estrangeira devem


ser registadas, no momento do reconhecimento em euros pela aplicação da taxa de
câmbio.No final do ano a empresa possuía um ativo financeiro no balanço resultante
de uma faturação em moeda estrangeira.O ponto 15.3 da NCM refere que à data do
balanço,exceto se a taxa de câmbio for fixa, os valores monetários em moeda
estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa do fecho.Esta atualização
cambial tem carater obrigatório, em termos fiscais, tal como está expresso no art.º
20º,nº1, c) e no ar.tº 23,nº1, c)

À A respetiva diferença tem que ser contabilizada, de acordo com o ponto 15.4 da
NCM: “ As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do
relato de itens monetários de uma empresa a taxas diferentes das que foram
inicialmente registadas durante o período, ou relatadas em demonstrações
financeiras anteriores, devem ser reconhecidas nos resultados do período em que
ocorram”.

b)

Reconhecimento da diferença cambial :

184000/ 0,89789 = 204 924,90

Como a divida do cliente inglês se mantem no final de 2012 , devemos que


reconhecer nas demonstrações financeiras as respetivas diferenças cambiais.

Diferença de câmbio desfavorável : 204 924,90 – 209 916,30 =4 991,40 euros


Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Cobrança da dívida 121 204 924,90
6887 4 991,40
211 209 916,40

Na data de liquidação da dívida é necessário calcular e contabilizar as diferenças de


câmbio se as houver.

Exercício 9
Em Novembro de 2012,a empresa LINASPORT vende artigos de desporto a um
cliente residente em Cabo Verde no montante de 11650 USD. Pagamento a 60 dias

Taxa de câmbio com cotação ao certo:

Compra(Bid) Venda(Offer)

24 de Nov.2012 1,367 1,398


31 de Dez.2012 1,284 1,347
24 de Fev..2012 1,387 1,412

Proceda à contabilização da venda e do pagamento

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Venda a países terceiros 211 711 8381,29
Atualização em 31 de Dez. 211 7861 267,56
Cobrança da dívida 121 8250,71
6887 398,14
211 8648,85

Reconhecimento e mensuração da venda em 24 de Novembro:


11650
Venda em euros: = 8381,29 euros
1,398

11650
Saldo no balanço: = 8648,85 euros
1,347

Diferença de câmbio favorável: 8648,85-8381,29= 267,56 euros

11650
Cobrança: = 8250,71 euros
1,412

Diferença de câmbio desfavorável: 8250,71 -8648,85= -398,14 euros

22-Fornecedores

Regista os movimentos com os vendedores de de serviços e


bens(mercadorias,matérias primas,matérias subsidiárias e de consumo, com exceção
dos destinados aos investimentos da entidade. Aplica-se o ponto 17 da NCM dos
ativos e passivos financeiros.
Pode ser reconhecido um ativo financeiro, as operações com adiantamento a
fornecedores, cujo preço não se encontra previamente fixado

Conforme o ponto 17.3 da NCM uma entidade deve mensurar os passivos financeiros
ao custo.

Exercício 1
Consideremos a fatura 65 emitida pela Empresa ELETRIFICAR

Proceda ao registo contabilístico da fatura na empresa Columbar, Lda

Resposta
O registo contabilístico será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Compra de mercadorias 312 54 077,50
2432 12 437,80
221 66 515,30
Pagamento 221 66 515,30
782 1 330,30
111 65 185,00

De acordo com a NCM, os saldos dos fornecedores e de outras contas a pagar,


devem ser reconhecidos ao custo

O desconto de 1672,50 euros é de natureza comercial. O desconto obtido na fatura é


deduzido do valor tributável da operação e de acordo com o art.º 16º do CIVA não é
considerado para calcular o IVA a suportar. O total das compras a reconhecer é de
54077,50 euros.O desconto comercial (1672,50 euros )é reconhecido como uma
redução aoà compra, o mesmo já não acontece om o desconto financeiro de 1330,30
euros, que será considerado como rendimento no momento da liquidação.

Exercício 2

Qual o enquadramento fiscal de um desconto comercial obtido fora da fatura, no


montante de 8500,00 euros(Nota de crédito nº 64)?Qual o procedimento a seguir
se uma fatura não foi registada?

Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Desconto comercial obtido 221 8 500,00
fora da fatura
318 1 955,00
2434 10 455,00

Os descontos e abatimentos não são incluídos no valor tributável para apurar o IVA,
se figurarem na fatura. Se forem incluídos na nota de crédito, significa que o IVA da
compra que consta na fatura vai ser deduzido. De acordo com o art.º78º do CIVA, o
IVA do desconto tem que ser regularizado e a favor do Estado.
No caso de faturas inexatas já registadas, o art.º 78º do CIVA refere que: “…a
retificação é obrigatória quando houver imposto liquidado a menos, podendo ser efetuada
sem qualquer penalidade até ao final do período seguinte àquele a que respeita a fatura a
retificar, e é facultativa, quando houver imposto liquidado a mais, mas apenas pode ser
efetuada no prazo de dois anos”.

Exercício 3
A empresa RAI, uma microentidade, procedeu à devolução de 30 equipamentos de
refrigeração que foram adquiridos por 402,00 euros cada.

Qual o enquadramento fiscal desta operação?

Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Devolução 221 14 833,80
317 12 060,00
2434 2773,80

O IVA referente à devolução tem que ser regularizado no âmbito do art.º 78º do
CIVA, até ao final do período de imposto seguinte àquele em que se verificarem as
circunstâncias que determinaram a anulação da liquidação ou a redução do seu valor
tributável. Por sua vez o art.º 29º do CIVA refere que: “Deve ainda ser emitida fatura ou
documento equivalente quando o valor tributável de uma operação ou o imposto
correspondente sejam alterados por qualquer motivo, incluindo inexatidão”

O valor do IVA, 2 773,80 euros é incluído no campo 41 da Declaração periódica.

Exercício 4
A empresa RAI adiantou a um fornecedor um montante de 12300 euros por uma
encomenda de vídeos, sem se saber o valor final. Um mês depois foi recebida a
encomenda e a fatura nº 76, o valor de 16500 euros.
Qual o enquadramento fiscal desta operação?
Resposta

Contabilisticamente seria:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Adiantamento a 228 12 300,00
fornecedores(sem preço
fixado)
2432 2 829,00
11 15 129,00
Aquisição 312 16 500,00
2432 3 795,00
221 20 295,00
Desreconhecimento do 221 15 129,00
adiantamento
228 12 300,00
2434 2 829,00

A empresa pode deduzir o IVA do adiantamento. De acordo com o art.º 8 do CIVA,


o imposto é exigível no momento do recebimento parcial. O fornecedor liquida o
IVA e o comprador tem direito à sua dedução (art.º22º do CIVA), se houver emissão
de fatura ou documento equivalente. Com o desreconhecimento do adiantamento
deve proceder-se à regularização do IVA.

Exercício 5

Em Junho de 2012, a empresa RAI adiantou a um fornecedor italiano, a quantia de


15 500 euros(sem preço fixado).No final de 2012,a mercadoria ainda não tinha sido
entregue. O fornecedor italiano estava num processo de insolvência.

Qual o enquadramento fiscal desta operação?

Resposta
No final do ano, ou seja, à data do relato, a empresa RAI, avalia a imparidade em
todos os ativos financeiros, mensurados ao custo menos as perdas por imparidade
(capitulo 17 da NCM).

Contabilisticamente seria:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Adiantamento a 228 111 15 500,00
fornecedores (sem preço
fixado)
Reconhecimento da perda 6512 229 15 500,00
por imparidade

No que diz respeito ao IVA, no caso de um adiantamento a um fornecedor


comunitário, o imposto não é exigível de acordo com o art.º 13º do RITI:”1- Nas
aquisições intracomunitárias de bens, o imposto torna-se exigível: a) No 15.º dia do
mês seguinte àquele em que o imposto é devido; b) Na data da emissão da fatura ou
documento equivalente, se tiverem sido emitidos antes do prazo previsto na alínea a).
2-O disposto na alínea b) do número anterior não é aplicável quando a fatura ou
documento equivalente respeitarem a pagamentos parciais que precedam o
momento em que os bens são colocados à disposição do adquirente.

Exercício 6
A empresa LIMPA compra artigos de higiene .Em Novembro de 2012 compra 1000
caixas de sacos térmicos a um cliente inglês. Cada caixa foi adquirida por 10
libras.

Taxas de câmbio(ótica do banco):

 Em Novembro : 1 Euro valia 0,88822 libras esterlinas


 Em 31 DE Dezembro de 2012: 1 Euro valia 0,87212 libras esterlinas

Esta dívida mantem-se no final do ano 2012

Resposta

a)

Compra: 1000x10 libras= 10 000 libras

10 000/0,88822 =11 250,85 euros

Reconhecimento da diferença cambial :

10000/ 0,87212= 11 466,30

Como a divida ao Fornecedor inglês se mantem no final de 2012 , devemos que


reconhecer nas demonstrações financeiras as respetivas diferenças cambiais.

Diferença de câmbio desfavorável : 11 466,30-11 250,85 = 215,45 euros

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Compra de sacos térmicos 312 11 250,85
2432 2587,70
2433 2587,70
221 11250,85
Diferenças de câmbio favorável 6887 221 215,45

No momento da aquisição há que reconhecer o IVA.Esta aquisição deu origem ao


reverse charge tal como está referido no art.º3º do RITI.Esta compra é tributável com
base no principio de tributação no destino, à mesma taxa aplicável para a operação
com base no CIVA(art.º 3º,8º e 18º do RITI e artº 1º e 18º do CIVA.

Artigo 3.º
Conceito de aquisição intracomunitária de bens

Considera-se, em geral, aquisição intracomunitária a obtenção do poder de dispor, por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade, de um bem móvel corpóreo cuja expedição ou transporte para território nacional,
pelo vendedor, pelo adquirente ou por conta destes, com destino ao adquirente, tenha tido início noutro Estado
membro.

Artigo 8.º
Localização das aquisições intracomunitárias de bens

1 - São tributáveis as aquisições intracomunitárias de bens quando o lugar de chegada da expedição ou transporte com
destino ao adquirente se situe no território nacional.

2 - Não obstante o disposto no número anterior, são tributáveis as aquisições intracomunitárias de bens cujo lugar de
chegada da expedição ou transporte se situe noutro Estado membro, desde que o adquirente seja um sujeito passivo dos
referidos no n.º 1 do artigo 2.º, agindo como tal, que tenha utilizado o respectivo número de identificação para efectuar a
aquisição e não prove que esta foi sujeita a imposto nesse outro Estado membro.

3 - Para efeitos do disposto no número anterior, considera-se que a aquisição intracomunitária foi sujeita a imposto no
Estado membro de chegada da expedição ou transporte dos bens, desde que se verifiquem, simultaneamente, as seguintes
condições:

a) O sujeito passivo tenha adquirido os bens para proceder à sua transmissão subsequente nesse Estado membro e inclua
essa operação na declaração recapitulativa a que se refere o n.º 1 do artigo 30.º; (Redacção dada pelo artigo 4.º do Decreto-
Lei n.º 186/2009, de 12/08, em vigor a partir de 01/01/2010)

b) O adquirente dos bens transmitidos nesse Estado membro seja um sujeito passivo aí registado para efeitos do imposto
sobre o valor acrescentado;

c) O adquirente seja expressamente designado, na factura emitida pelo sujeito passivo, como devedor do imposto pela
transmissão dos bens efectuada nesse Estado membro.

Taxas

Artigo 18.º
Taxas

1 - As taxas do imposto aplicáveis às aquisições intracomunitárias de bens são as previstas no artigo 18.º do Código do IVA
para as transmissões dos mesmos bens.

2 - As taxas aplicáveis são as que vigoram para as transmissões desses bens no momento em que o imposto se torne
exigível, de acordo com o estabelecido no artigo 13.º

No final do ano no momento do encerramento das contas e na apresentação da


Informação Empresarial Simplificada, devem ser verificadas as transações que
ocorreram, de modo a identificar as compras em moeda estrangeira. Se existe saldo
credor na conta de fornecedores a empresa LIMPA deverá reconhecer e mensurar as
diferenças cambiais.

A titularização de dívidas,aceite de uma letra sobre um montante em dívida, permite


ao sacador realizar em dinheiro esse montante antes do vencimento da letra,
originando um débito na conta 221 e um crédito na conta 222.

Exercício 7

A empresa columbolar,Lda aceitou uma letra pelo valor em dívida.No dia do


vencimento, liquidou parte da dívida(16 515,30 euros) e pediu reforma pelo
restante. Suportou encargos no valor de 12 300,00 euros

Proceder à contabilização das operações

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Aceite de uma letra 221 222 66 515,30


Reforma do aceite 222 221 66 515,30
Liquidação de parte da dívida 221 121 16 515,30
Encargos com a reforma da 6911 221 12 300,00
letra
Pagamento dos encargos 221 121 12 300,00

Aceite de uma nova letra 222 221 50 000,00


Exercício 8
A empresa NEM,Lda aceitante de uma letra de 20 000,00 euros, pediu a
substituição, na data do vencimento por outra com vencimento a 60 dias.

Consideremos a inclusão dos encargos de desconto da nova letra:

o Amortização de 50%
o Taxa de juro de 8%
o Comissão de cobrança: 1%
o Imposto de selo: 4%
o Portes: 10,00 euros

Qual o valor da nova letra?

Proceder ao registo contabilístico

Resposta

Hipótese do Desconto bancário

C´ = 20 0000,00 + C´(62x0,08 + 0,01)x(1+0,04) + 4,00

360

C´- 0,02472888 x C´= 20 000,00 + 10,00

C´ = 20 517,22 euros

Registo contabilístico

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Anulação do aceite 222 221 20 000,00
Encargos 6981 221 517,22
Novo aceite 221 222 20 517,22
23-Pessoal

Engloba as operações relativas ao pessoal e as que se reportam aos órgãos sociais e


que são contabilizadas nas diversas subcontas da conta 23-Pessoal.

Subcontas:
231 Remunerações a pagar
2311 Aos órgãos sociais
2312 Ao pessoal
232 Adiantamentos
2321 Aos órgãos sociais
2322 Ao pessoal
... ...
238 Outras operações
2381 Com os órgãos sociais
2382 Com o pessoal
239 Perdas por imparidade acumuladas

As operações a registar nas diversas subcontas estão prescritas no ponto 18-


Benefícios dos empregados da NCM.Os benefícios dos empregados são os seguintes:

 Benefícios de curto prazo, tais como salários, ordenados e contribuições para


a segurança social, licença anual paga e licença por doença paga,
participação nos lucros e gratificações (se pagáveis dentro de doze meses a
contar do final do período) e benefícios não monetários (tais como cuidados
médicos, alojamento, automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados)
relativos aos empregados; e
 Benefícios de cessação de emprego.
Estes benefícios aplicam-se nos casos em que, conforme a legislação laboral
e acordos entre entidade patronal e trabalhadores, a cessão da relação
laboral, poderá dar origem ao direito a uma compensação a pagar ao
empregado. Deverão ser pagos pela entidade sempre que exista decisão de
cessar o emprego antes da data normal da reforma, e o empregado aceite a
saída voluntária em troca desses benefícios. Nos benefícios de cessação de
emprego surgem em situações de despedimento com indemnização a pagar.

De acordo com o ponto 18.3 da NCM, uma entidade deve reconhecer:


 Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de
benefícios de empregados a serem pagos no futuro. Montantes a registar nas
subcontas da conta 23- Pessoal ou 2722, os montantes a pagar aos
empregados
por retribuição do seu serviço prestado, cujo pagamento irá ocorrer no futuro;
 Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico proveniente do
serviço proporcionado por um empregado em troca dos benefícios do
empregado a registar na conta 63.Gastos com o pessoal.

Os gastos com pessoal incluem:


_ salários
_ ordenados
_ subsídio de alimentação e outros subsídios
_ prémios de produtividade e outros prémios
_ comissões pagas aos funcionários
_ pagamento de trabalho complementar
_ ajudas de custo
_ contribuições para a segurança social

Montantes a registar nas diversas subcontas da conta 63. Gastos com o pessoal.
Os ordenados constituem a principal componente dos gastos com o pessoal e a
principal retribuição do trabalho. Não se consideram retribuição: ajudas de custo,
abonos de viagem, despesas de transporte, abonos de instalação, gratificações,
prémio dos bons resultados obtidos pela empresa, as prestações decorrentes de
factos relacionados com o desempenho ou mérito profissionais, bem como a
assiduidade do trabalhador e a participação nos lucros da empresa

63 Gastos com o pessoal


631 Remunerações dos órgãos sociais
632 Remunerações do pessoal
633 Benefícios pós-emprego
6331 Prémios para pensões
6332 Outros benefícios

634 Indemnizações
635 Encargos sobre remunerações
636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais
637 Gastos de acção social
638 Outros gastos com o pessoal

As empresas podem remunerar os empregados mesmo quando estes não se


encontram no exercício das suas funções por ausência, tais como:
 Férias;
 Doença e incapacidade a curto prazo;
 Maternidade ou paternidade;
 Serviço dos tribunais;
 Serviço militar.
Consideremos os três tipos de benefícios:

1. Benefícios a curto prazo-Quando um empregado tenha prestado serviço a


uma entidade durante um período contabilístico, a entidade deve reconhecer
a quantia nominal de benefícios a curto prazo que espera ser paga em troca
desse serviço, incluindo a retribuição relativa aos direitos adquiridos
referentes a férias:
 Como um gasto, salvo se outro capítulo da presente Norma exigir ou
permitir a inclusão dos benefícios no custo de um ativo.
 Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer
quantia já paga. Se a quantia já paga exceder a quantia nominal dos
benefícios, uma entidade deve reconhecer esse excesso como um ativo
(gasto pré -pago) na extensão de que o pré -pagamento conduzirá, por
exemplo, a uma redução em futuros pagamentos ou a uma restituição
de dinheiro.
2. Participação nos lucros e gratificações-Uma entidade deve reconhecer o
custo esperado dos pagamentos de participação nos lucros e gratificações
quando, e só quando a entidade tenha uma obrigação de fazer tais
pagamentos em consequência de acontecimentos passados e possa ser feita
uma estimativa fiável da obrigação.
Uma obrigação por participação nos lucros e gratificações resulta do serviço dos
empregados e não de uma transação com os proprietários da entidade. Por
conseguinte, uma entidade reconhece o custo por essa participação nos lucros e
gratificações não como uma distribuição do lucro líquido mas como um gasto.
3. Os benefícios de cessação de emprego-Uma entidade deve reconhecer
benefícios de cessação de emprego como um passivo e um gasto quando, e
somente quando está comprometida de forma demonstrável a uma cessação
de emprego quando, e somente quando, a entidade tem um plano formal
pormenorizado para a cessação e não exista possibilidade realista de retirada.

O registo dos benefícios com o pessoal implica a movimentação das seguintes


contas:

23 Pessoal
231 Remunerações a pagar
2311 Aos órgãos sociais
2312 Ao pessoal
232 Adiantamentos
2321 Aos órgãos sociais
2322 Ao pessoal
……
237 Cauções
2371 Dos órgãos sociais
2372 Do pessoal
238 Outras operações
2381 Com os órgãos sociais
2382 Com o pessoal
239 Perdas por imparidade acumuladas

Na conta 23 – Pessoal, deverão ser reconhecidos todos os activos e passivos


relacionados com as remunerações.

24 Estado e outros entes públicos


…..
242 Retenção de impostos sobre rendimento
…..
245 Contribuições para a Segurança Social

27 Outras contas a receber e a pagar


… ...
272 Devedores e credores por acréscimos (periodização económica)
… ...
2722 Credores por acréscimos de gastos
……
273 Benefícios pós-emprego

28 Diferimentos
281 Gastos a reconhecer

63 Gastos com o pessoal

27 Outras contas a receber e a pagar


272 Devedores e credores por acréscimos (periodização económica)
2722 Credores por acréscimos de gastos
27221 Pessoal
272211 Encargos com férias
272212 Gratificações a pagar

Exercício 1
A empresa HELP, Lda., dedica-se à produção e comercialização de roupa para
criança. Tem a sua sede em Sintra e tem o nº de contribuinte fiscal 500 876 134.
NISS: 133 654 111. Senha da segurança social directa: Anaogigante

O mapa de pessoal em Janeiro de 2012, é o seguinte:

Nome Categoria Venc./ Sub. Refeição/ Taxa de


Profissional Mês dia trabalho IRS
(euros) euros
1-Alexandre Lemos Secretária 550,00 5,00 13%
2-Carlos Lopes Aprendiz 400,00 4,00 13%
3-Simão Lima Costureira 560,00 5,00 13%
4-Carlos Valente Costureira 700,00 5.00 13%
5-Carlos Pinto Informático 2 500,00 8,00 13%
6-David Algarvio Gerente 3500,00 20%

NOTA:A taxa de IRS figura na tabela de retenção mensal. Para facilitar consideremos uma
taxa de 4,5% para todos os trabalhadores

Pretende-se:

O Processamento de salários no final do mês.

Resposta

O movimento contabilístico desenrola-se em três fases:

O movimento desta conta insere-se no seguinte esquema normalizado:

1.ª Fase - Pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações,


dentro do mês a que respeitem: débito, das despectivas subcontas de 63 - Gastos
com o pessoal, por crédito de 231, pelos quantias líquidas apuradas no
processamento e normalmente das contas 24 - Estado e outros entes públicos (nas
respetivas subcontas), 232 - Adiantamentos e 278 - Outros devedores e credores,
relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos descontos
efetuados (parte do pessoal);
2.ª fase - Pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal),
dentro do mês a que respeitem: débito da respetiva rubrica em 635 - Gastos com o
pessoal - Encargos sobre remunerações, por crédito das subcontas de 24 - Estado e
outros entes públicos a que respeitem as contribuições patronais;
3.ª fase - Pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades: debitam-se as contas
231, 24 e 278, por contrapartida das contas da classe 1.

Trabalhadores

Nome Venc./ Mês Sub. Dias Vencimento Valor sujeito IRS S.Social S.Social
Refeição bruto a IRS e SS Trabalhador (Empresa)

1-Alexandra 550,00 5,00 22 660,00 550,00 71,50 60,50 130,63


Lemos
2-Carlos Lopes 400,00 4,00 22 488,00 400,00 52,00 44,00 95,00
3-Simão Lima 560,00 5,00 22 670,00 560,00 72,80 61,60 133,00
4-Carlos Valente 700,00 5,12 22 812,64 700,00 91,00 77,00 166,25
5-Carlos Pinto 2.500,00 8,92 22 2696,24 2503,80 325,49 275,42 594,65
4710,00 5326,88 4713,80 612,79 518,52 1119,53

 Carlos Pinto recebe mais 2,45 euros (8,92-5,12 ) por dia de


subsidio de refeição do que o limite legal de isenção de IRS e S.
Social.
 Valor a tributar: 3,80 x 22 dias = 83,60 euros
 Assim, esta diferença está sujeita a tributação de IRS e S. Social

Gerente

Total
Nome Venc./ Vencimento IRS S.Social
Mês Bruto Gerente
6-David Gerente 3 500,00 700,00 710,50
Algarvio

S. Social do gerente = 9,3 %x 3 500,00

=325,50 euros

Encargos com a S. Social: 20,3% x 3 500,00 = 710,50 euros

Valor Liquido Pagar = Valor Bruto – IRS – S.Social

= 3 500,00 – 700,00-710,50

= 2089,50 euros

O registo contabilístico será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Processamento(pessoal)
Ordenados 632 4710,00
Subsídio de refeição 63 616,88
2421 612,79
2451 518,52
2312 4195,57
Encargos sociais 635 2451 1119,53

Processamento (órgãos sociais)


Ordenados 631 3500,00
2421 700,00
2451 710,50
2311 2089,50

Encargos sociais 635 2451 743,75

Nas contas 242 e 245 são reconhecidos os montantes retidos, respetivamente, a


titulo de retenções na fonte de IRS e as contribuições para a segurança social

Os gastos com o pessoal (remunerações a pagar e contribuições para a segurança


social)são aceites fiscalmente de acordo com o art. 23º do CIRC.As remunerações
com o pessoal ficam sujeitas a retenção na fonte de acordo com o art.99º e art. 2º
do CIRS e Decreto lei 42/91, de 22 de Janeiro.

O subsídio de refeição para 2012 passa a ser considerado rendimento do trabalho


dependente caso exceda 5,12 euros ou 6,83 euros em caso de vales de refeição. Estes
limites são inferiores aos estabelecidos para 2011 o que agrava a carga fiscal dos
trabalhadores e aumenta o contributo para a segurança social por parte da empresa
e por parte do empregado. Neste sentido a atribuição de vales de refeição tem au
mentado na tentativa de reduzir os encargos fiscais e sociais. Na ótica da empresa
todos os encargos com remunerações do trabalho dependente, incluindo as senhas
de refeição são aceites fiscalmente. As senhas de refeição apenas serão consideradas
como rendimentos do trabalho dependente se excederem 6,83 euros em 2012. Esse
excedente fica sujeito a IRS e a segurança social. Situação a figurar no recibo de
ordenado.

O trabalhador, neste caso o Carlos Pinto, deverá declarar em Março de 2013, este
rendimento na declaração de rendimentos modelo 22. A empresa deve igualmente
este excedente no modelo 10 a entregar até ao dia 28 de Fevereiro de 2013.

Se não forem identificados os beneficiários que recebem as senhas, implica que os


montantes respetivos sejam considerados como despesas não documentadas e
sujeitos a tributação autónoma.

Exercício 2
A empresa ELP, Lda, apurou um lucro de 80 000,00 euros em 2012 e pensa atribuir,
em 2013, uma gratificação(20% dos lucros) aos seus sócios gerentes e empregados
segundo a razão direta dos anos de serviço.Taxa média de retenção de IRS:20%
Ordenados Anos de
(Em euros) serviço
Sócios gerentes
Pedro Carvalho 2.380,00 12
Luís Claro 2.100,00 12
Empregados
Fausto Pires 870,00 8
Ana Pinto 945,00 5
Pedro Rebelo 560,00 7
O sócios tem uma participação de 50%
Proceder à contabilização das operações

Resposta

Contabilização em 31 de Dezembro de 2012:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Dezembro de 2012
Gratificação aos sócios 63104 8 727,27
Gratificação ao pessal 63204 7 272,73
2722 16 000,00
Março de 2013-A.Geral
2722 16 000,00
2381 8 727,27
2382 7 272,73
Transferencia 2381 2311 8 727,27
2382 2312 7 272,73

Pagamento das remunerações e 2311 13 207,28


gratificações
2421 2 641,46

2451 1 228,28

121
2312 9 647,72

2421 1 929,54

2451 212,25
121
Encargos sociais por conta da empresa 6351 2451 2 681,08
6352 2451 2 291,33

Lucro a distribuir: 16000,00 euros

16000,00 PC LC FP AP PR
    
44 12 12 8 5 7

Gratificações Remuneração Total IRS SEG.Social Segurança


mensal social da
empresa
Pedro Carvalho
4.363,64 2.380,00 6.743,64 1.348,73 627,16 1.368,96
Luís Claro 2.100,00 6.463,64
4.363,64 1.292,73 601,12 1.312,12

8.727,28 4.480,00 13.207,28 2.641,46 1.228,28 2.681,08


Fausto Pires 870,00 3.779,09 755,82

2.909,09 83,14 897,53


Ana Pinto 945,00 2.763,18
1.818,18 552,64 60,79 656,26
Pedro Rebelo
2.545,45 560,00 3.105,45 621,09 68,32 737,54

7.272,72 2.375,00 9.647,72 1.929,54 212,25 2.291,33

Em termos fiscais as gratificações relativas à participação nos lucros são gastos do


periodo de 2012, como se especifica no art.º 23º, nº1,d). Há, contudo determinadas
restrições referidas no art.º45º do CIRC.”Não são dedutíveis para efeitos da
determinação do lucro tributável, os gastos relativos à participação nos lucros por
membros de órgãos sociais, quando os beneficiários sejam titulares, directa ou
indirectamente, de partes representativas de, pelo menos, 1% do capital social, na
parte em que exceda o dobro da remuneração mensal auferida no período de
tributação a que respeita o resultado em que participam”.

Há que averiguar se essas gratificações não ultrapassam o limite legal.


Qual o ajustamento a efectuar na Mod. 22 da empresa A?

2380,00 x14
 Sócio Pedro Carvalho: x 2  5 553,33 euros
12
2100,00 x14
 Sócio Luis Claro: x 2  4 900,00 euros
12
Deste modo, o valor que excede aqueles montantes deverá ser acrescido no campo
735 do quadro 07 da declaração Modelo 22. Neste caso não se verifica.

Exercício 3
A empresa ELP, Lda, em 12 de Maio de 2012 adiantou a Carlos Martins 400,00
euros a descontar no próprio mês. A remuneração mensal do empregado era de
2100,00 euros. Taxa de IRS: 10%

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Adiantamento a Lino Ventura 2322 121 400,00
Processamento de ordenados 632 2 100,00
2421 210,00
2451 231,00
2312 1 659,00
Encargos sobre remunerações 635 2451 498,75
Anulação do adiantamento 2312 2322 400,00
Pagamento 2312 121 1 259,00

O montante da segurança social(498,75 +231,00) era pago entre o dia 10 e 20


de Junho e o IRS de 210,00 euros era pago até ao dia 20 de Junho

Exercício 4
A empresa ALTEX,Lda constituiu no inicio do ano de 2013, um seguro de
doença a favor dos seus sócios gerentes.O prémio anual de seguro é de
1250,00 euros. Taxa média de retenção na fonte, com base na remuneração
dos sócios é de 20%.

Proceder à contabilização da operação


Resposta

A contabilização será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Atribuição do seguro 638 1562,50
2421 250,00
121 1250,00

De acordo com o ponto 18 da NCM , a constituição do seguro de doença é


um beneficio a curto prazo e um gasto do ano de 2013.Segundo o art.º 2 e
art.º 43 do CIRS, este seguro considera-se um rendimento do trabalho
dependente.

Exercício 5
A empresa ENUX,Lda, em 31 de Dezembro de 2012 apurou os montantes do
subsídio de férias e de Natal a imputar ao ano de 2013 e referente a:

 Pedro Castelo (gerente): 2 500,00 euros mensais


 Lino Ventura: 900,00 euros mensais
 Jorge Simas : 900,00 euros mensais

Como proceder à sua contabilização?

Resposta

Contabilização em Dezembro de 2012 :

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Imputação dos Subsídios 631 5 000,00
632 3 600,00
635 1 870,00
2722 10 470,00

Segurança social: 2 x 2 500,00 x 20,30% + 2x 2x900,00 x 23,75% =1 870,00 euros


Com base no ponto 18.4 da NCM, a empresa ENUX, Lda reconhece o gasto
com os órgãos sociais e pessoal do período relativo a férias e subsídios de
férias e o acréscimos de gastos em 2011.Em 2012(Julho e Dezembro) efetuará
o pagamento. Taxa de IRS: 20%

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Processamento 2722 5 000,00
2311 3 535,00
2451 465,00
2421 1 000,00
2722 3 600,00
2312 2 484,00
2451 396,00
2421 720,00
Pagamento dos ordenados 2311 121 3 535,00
2312 121 2 484,00
Segurança Social por conta da 2722 245 1 870,00
empresa

Exercício 6
Em Fevereiro de 2012, a empresa AFER, pagou uma indemnização de 28 000,00
euros, ao empregado Carlos Rosas por cessação de trabalho.

Como proceder à sua contabilização?

Resposta
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Indemnização a pagar 634 2312 28000,00
Pagamento 2312 121 28 000,00

Exercício 7
Em Fevereiro de 2012, a empresa LUII, atribuiu ao diretor uma habitação em
Cascais. A renda atinge um valor mensal de 800,00 euros.IRS retido à taxa de
16,5%. Taxa de retenção de IRS do empregado: 10%.

Como proceder à sua contabilização?


Resposta

A atribuição do benefício monetário anterior origina vários lançamentos.

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Processamento da renda 63209 800,00
2424 132,00
278 668,00
Pagamento da renda 278 121 668,00

Encargos 63209 168,00


6351 190,00
2421 80,00
2451 88,00
2451 190,00

Contribuições para a segurança social: 800,00x23,75%=190,00 euros


Retenção de IRS: 10%x800,00 = 80,00 euros
Segurança social do empregado: 11%x800,00 = 88,00 euros
Encargos: 80,00+88,00=168,00 euros

Exercício 8

Uma entidade constituiu um seguro de saúde no montante de 4 200,00 euros


para a generalidade dos funcionários, e com as mesmas condições para todos os
empregados, ou seja isentos de IRS (não é um seguro de acidentes de trabalho e
doenças profissionais).
Constituiu igualmente um seguro de saúde para os sócios gerentes no valor de
1500,00 euros.Retenção de IRS: 10%
Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reconhecimento de um gasto 63209 278 4 200,00
Pagamento 278 121 4 200,00
Reconhecimento de um gasto 63109 278 1 500,00
IRS 63109 2421 150,00
Pagamento do seguro 278 121 1 500,00

Segundo o art.º 2 do CIRS e art.º 43 do CIRC, este seguro considera-se um


rendimento do trabalho dependente.

Exercício 9

O gerente Carlos Ribeiro recebeu da empresa KIA,Lda ajudas de custo no montante


de 50,00 euros por dia, referente a 10 dias de atividade durante o mês de Julho de
2012.Utilizou, igualmente, a viatura própria. O mapa apresentado refere que
percorreu 800 Km.

O empregado recebeu da empresa ajudas de custo no montante de 40,00 euros


por dia, referente a 20 dias de atividade durante o mês de Julho de 2012.

Ana Silva utilizou viatura própria para as suas deslocações. O mapa apresentado
refere que percorreu 2000 Km.

Qual o tratamento contabilístico e fiscal para as referidas operações?

Resposta

As contas sugeridas para as ajudas de custo são:

6318-Ajudas de custo-Gerência
63182-Não faturadas a clientes
631821-Com mapa próprio –Tributação Autónoma
631821-Com mapa próprio –Tributação Autónoma
631822-Sem mapa próprio –Tributação Autónoma e não Gasto
63224-Ajudas de custo-Pessoal
632242-Não faturadas a clientes
6322421-Com mapa próprio –Tributação Autónoma
6322422-Sem mapa próprio –Tributação Autónoma e não Gasto

As contas sugeridas para os encargos com compensação em viatura própria são:


62511-Gerência
625113- Utilização de viatura própria
6251132-Não faturadas a clientes
62511321 -Com mapa próprio –Tributação Autónoma
62511322- Sem mapa próprio –Tributação Autónoma e não Gasto

62511-Pessoal
625123- Utilização de viatura própria
6251232-Não faturadas a clientes
62512321 -Com mapa próprio –Tributação Autónoma
62512322- Sem mapa próprio –Tributação Autónoma e não Gasto

Qual o tratamento fiscal das das despesas com ajudas de custo e com
compensação por deslocação em viatura própria do trabalhador?
1)Faturadas a clientes
São dedutíveis para efeito de determinação do lucro tributável a apurar na
declaração Modelo 22(Quadros 07 e 09).
2) Não faturadas a clientes e tributadas em IRS.
São dedutíveis para efeito de determinação do lucro tributável a apurar na
declaração Modelo 22(Quadros 07 e 09).

2) Não faturadas a clientes e não tributadas em IRS.


2.1- Há boletim itinerário são dedutíveis para efeitos de determinação do
lucro tributável a apurar na declaração Modelo 22(Quadros 07 e 09).
São tributados autonomamente, à taxa de 10%, os encargos dedutíveis
relativos a despesas com ajudas de custo e com compensação pela
deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade
patronal, não faturadas a clientes, escrituradas a qualquer título, exceto na
parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo
beneficiário..., bem como os encargos não dedutíveis nos termos da alínea f)
do n.º 1 do artigo 42.º suportados pelos sujeitos passivos que apresentem
prejuízo fiscal no exercício a que os mesmos respeitam
2.2- Não há boletim itinerário são dedutíveis para efeitos de determinação
do lucro tributável a apurar
Não são dedutíveis para efeito de determinação do lucro tributável, mesmo
quando contabilizados como custos ou perdas do exercício, as despesas com
ajudas de custo e com compensação pela deslocação em viatura própria do
trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturadas a clientes,
escrituradas a qualquer título, sempre que a entidade patronal não possua,
por cada pagamento efetuado, um mapa através do qual seja possível
efetuar o controlo das deslocações a que se referem aquelas despesas.

Para que as despesas com ajudas de custo e com compensação pela deslocação em
viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturadas a
clientes sejam consideradas dedutíveis, terá de se dispor de um mapa, o qual deverá
conter:
_ o nome do beneficiário,
_ o local e a data da deslocação, tempo e objetivo de permanência,
_ bem como o montante diário que lhe foi atribuído, de modo a aferir se o mesmo
excede os limites legais de sujeição a IRS.

Quando a ajuda de custo abrange a hora de almoço, não deve ser pago o subsídio de
refeição relativo a este dia.

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Ajudas de custo do gerente 631821 500,00


Encargos com compensação 62511321 288,00
111 788,00
Ajudas de custo do pessoal 6322421 111 800,00
Encargos com compensação 62512321 111 720,00

Exercício 10
Carla de Sousa iniciou a sua atividade de protésica na clinica dentária 3DDD, em
outubro de 2012.O seu ordenado atinge o montante de 800,00 euros.
Um dos sócios da empresa quer saber o nº dias de férias que a Carla tem direito
referente ao ano de 2012 e qual o montante dos subsídios de férias e de natal que a
empregada tem direito.
Resposta
No primeiro ano do contrato de trabalho, ou seja, no ano em que é admitido,
trabalhador tem direito a 2 dias de férias por cada mês completo de trabalho, até um
limite de 20 dias (n.º 1 do art.º 239 do CT). Assim sendo, na tabela ao lado, vemos
como funciona o direito a férias no ano de admissão .

Meses Dias de férias


Janeiro 20
Fevereiro 20
Março 20
Abril 18
Maio 16
Junho 14
Julho 12
Agosto 10
Setembro 8
Outubro 6
Novembro 4
Dezembro 2

O trabalhador só poderá gozar férias após 6 meses completos de trabalho


efectivo (sem baixas e faltas). Se o trabalhador foi admitido em outubro de
2012 tem direito a 6 dias de férias nesse ano, mas só as poderá gozar a partir de
Março de 2013.

Nos anos seguintes ao ano da admissão, os 22 dias de férias que o trabalhador


tem direito, podem ser acrescidos, consoante a sua assiduidade (n.º 3 do art.º
238 do CT):

Anos: 2013 e seguintes Dias


Trabalhador com mais 3 dias de faltas 22
Trabalhador com 3 dias de faltas justificadas 23
Trabalhador com 2 dias de faltas justificadas 24
Trabalhador com 2 dias de faltas justificadas 25
Trabalhador sem faltas 25
A Carla trabalhou 3 meses em 2012. Tem direito a 2 dias por cada mês
trabalho.Logo tem direito a 6 dias de férias.

800,00
O valor do subsídio de férias será: x6  218,20 euros
22

É este o valor que a Carla tem a receber de subsidio de férias em 2013.

Por sua vez o subsídio de Natal é igual ao salario a dividir por 12 meses e a
multiplicar por nº meses trabalhados em 2012.Ou seja:

800,00
O valor do subsídio de Natal a receber em 2013 será: x3  200,00 euros
12

24-Estado e outros entes públicos

Nesta conta registam-se as relações com o Estado, autarquias locais e outros entes
públicos que tenham características de impostos e taxas.

241 - Imposto sobre o rendimento


Inclui todos os impostos baseados em lucros tributáveis incluindo as tributações
autónomas, que sejam devidos em qualquer jurisdição fiscal.Esta conta é debitada
pelos pagamentos efetuados e pelas retenções na fonte a que alguns dos
rendimentos da entidade estiverem sujeitos.
No fim do período será calculada, com base na matéria coletável estimada, a quantia
do respetivo imposto, a qual se registará a crédito desta conta por débito de 8121 -
Imposto estimado para o período.
Os impostos sobre o rendimento são referidos no ponto 16 da NCM:

 O método adotado no tratamento contabilístico dos impostos sobre o rendimento


para as microentidades é o método do imposto a pagar. Nos impostos sobre o
rendimento inclui-se todos os impostos baseados em lucros tributáveis,
considerando as tributações autónomas.Nas microentidades não se apuram os
impostos diferidos,porque só é aplicável o método do imposto a pagar.
 Os impostos sobre o rendimento para períodos correntes e anteriores devem, na
medida em que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos.
 Se a quantia já paga com respeito a períodos correntes e anteriores exceder a
quantia devida para esses períodos, o excesso deve ser reconhecido como um ativo.
 Os passivos(ativos) por impostos sobre o rendimento dos períodos correntes e
anteriores devem ser mensurados pelo montante que se espera que seja pago, de
acordo com as taxas e leis fiscais em vigor à data do balanço.
 As quantias de impostos sobre o rendimento relacionadas com as transações
correntes ou outros acontecimentos geradores de imposto no período devem ser
contabilizadas como um gasto a afetar os resultados do período.O gasto de impostos
sobre o rendimento deve ser apresentadons demonstração de resultados.

A conta 241 é desdobrada em:

2411- Pagamentos por conta

24111- Pagamentos normais por conta

24112- Pagamento especial por conta

2412- Retenções na fonte efetuadas por terceiros

24121-Sobre rendimentos de capitais

24122-Sobre rendimentos prediais

24123-Remuneração de órgãos estatutários, pessoas colectivas

24129- Sobre outros rendimentos

2413-Imposto estimado

2414-Imposto liquidado

2415-Apuramento

2416- Imposto a pagar

2417- Imposto a recuperar

A conta 241 concentra os saldos devedores das contas 2411, 2412 e 2417(caso haja
reporte do crédito sobre o Estado) e o saldo credor da conta 2414.

2411- Pagamentos por conta


A conta 2411 é debitada pelos pagamentos por conta de imposto e pelo pagamento
especial por conta , tal como é referido no artigo 82ºe 83º do CIRC.
2412- Retenções na fonte efetuados por terceiros
Regista a débito os montantes de IRC retidos por terceiros e que dizem respeito a
rendimentos auferidos pela empresa.

2413- Imposto estimado


Esta conta credita-se pelo montante previsível do imposto sobre o rendimento do
exercício económico e a pagar no exercício seguinte. Em contrapartida, debita-se a
conta 8121- Imposto estimado para o período. A movimentação da conta 2413 é
efetuada no exercício económico corrente

2414- Imposto liquidado


Regista a crédito o montante devido ao Estado. Por contrapartida, a conta 2413-
Imposto estimado será debitada. A movimentação da conta 2414 é efetuada no
exercício económico seguinte à tributação.

2415- Apuramento
Esta conta concentra os saldos devedores das contas 2411, 2412 e 2417(caso haja
reporte do crédito sobre o Estado) e o saldo credor da conta 2414.

As contas anteriores e as contas 2416- Imposto a pagar e 2417- Imposto a recuperar


movimentam-se do seguinte modo:

242 - Retenção de impostos sobre rendimentos


Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte
relativamente a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS, podendo ser
subdividida de acordo com a natureza dos rendimentos.

As subcontas a considerar são:

2421-Trabalho dependente

2422- Trabalho independente

2423 - Capitais

2424 - Prediais.

....................................

2429 - Outros rendimentos.

243 - Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)


Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do
Imposto sobre o Valor Acrescentado.

2431- IVA – Suportado


Esta conta é de uso facultativo e é debitada pelo IVA suportado em todas as
aquisições de existências, imobilizado e de outros bens e serviços. Credita-se por
contrapartida das respetivas subcontas de 2432 e ou, quanto às parcelas de imposto
não dedutível, por contrapartida das contas inerentes às respetivas aquisições ou da
conta 6312, quando for caso disso.

2432- IVA – Dedutível


Se não houver utilização prévia da conta 2431, esta conta movimenta-se do seguinte
modo:

 Debita-se pelo valor do IVA – Dedutível relativo às


aquisições
 Credita-se pelo valor transferido para débito da conta
2435-IVA-Apuramento

2433- IVA – Liquidado


Esta conta é creditada pelo IVA Liquidado nas faturas ou documentos equivalentes
emitidos pela empresa através da conta 2431 ou 2432.

No caso de contabilização das operações sem discriminação de imposto, esta conta é


creditada por contrapartida das contas, onde tiverem sido lançadas os respetivos
rendimentos, nomeadamente das contas 716 ou 726, aquando cálculo do IVA. É
debitada, pelo saldo transferido e respeitante ao período de imposto, por crédito da
conta 2435.

A conta 2433 também se credita pelo IVA que seja custo para a empresa e em
contrapartida credita-se a conta 6812.

2434- IVA – Regularizações


Regista as correções de imposto apuradas nos termos do CIVA e suscetíveis de serem
efetuadas nas respetivas declarações periódicas distribuindo-se pelas subcontas :

24341- Mensais ou trimestrais a favor do sujeito Passivo


Estas regularizações são decorrentes de erros ou omissões no apuramento do
imposto tais como devolução e abatimento em vendas, créditos incobráveis, etc.

24342- Mensais ou trimestrais a favor do Estado


Estas regularizações são decorrentes de erros ou omissões no apuramento do
imposto tais como devolução e abatimento em compras.
2435- IVA- Apuramento
Esta conta destina-se a centralizar o IVA registado nas contas 2432, 2433, 2434 e
2437 por forma que o saldo correspondente ao imposto a pagar ou em crédito em
referência um determinado período de imposto

Após os lançamentos anteriores, o saldo da conta 2435 transfere-se para:

o Crédito de 2436, no caso de ser credor


o Débito de 2437, no caso de ser devedor

2436- IVA – A pagar


Esta conta credita-se pelo montante do imposto a pagar, por transferência do saldo
credor de 2435. Pode ainda ser movimentada por contrapartida de outras contas:

A conta 2436 é dividida em subcontas, de modo a distinguir o imposto a pagar por


apuramento pela empresa(24361), por liquidações oficiosas(24362), e a registar as
diferenças entre os valores apurados e as liquidações oficiosas(24363).

A conta 24363- IVA a pagar- Diferenças entre os valores apurados e as liquidações


oficiosas credita-se pela diferença entre o valor apurado pela empresa e o liquidado
oficiosamente, quando o imposto apurado for superior ao que foi liquidado
oficiosamente. É debitada quando ocorrer a situação inversa.

2437- IVA – A recuperar


Destina-se a receber por transferência da 2435, o saldo devedor desta última conta,
referente a um determinado período de imposto, representando tal valor o montante
de crédito sobre o Estado no período em referência. Aquando da remessa da
declaração, e se for efectuado qualquer pedido de reembolso, será creditada, na
parte correspondente a tal pedido, por contrapartida de 2438. O excedente ou a
totalidade do saldo inicial, se não houver reembolsos pedidos, será de novo
transferido, com a referência ao período seguinte, para débito de 2435.

2438- IVA- Reembolsos pedidos


Destina-se a contabilizar os créditos de imposto relativamente aos quais foi exercido o
período de reembolso. É debitada, quando da solicitação de tal pedido por
contrapartida de 2437. É creditada, quando da decisão da administração fiscal sobre o
pedido de reembolso.

Se o pedido de reembolso for deferido, a empresa aguarda o respectivo pagamento.


No caso de ser indeferido deve anular-se o lançamento inicial.

2439- IVA- Liquidações oficiosas


Debita-se pelas liquidações oficiosas, por crédito de 2436. Se a liquidação ficar sem
efeito, proceder-se-á à anulação do lançamento. Caso venha a verificar-se o seu
pagamento mediante movimentação da conta 2436, promover-se-á posteriormente a
sua regularização pela forma já referida na parte final dos comentários À mesma ou,
quando não se tratar de omissão de apuramento contabilístico do imposto a pagar,
por débito de 698.

Segundo os artigos 82º e 83º do CIVA, os serviços da Administração Fiscal procederão,


em substituição do contribuinte em falta, à liquidação do imposto nos seguintes
casos:

o Retificação da declaração do contribuinte devido a figurar nesse


impresso, imposto liquidado inferior ao real e/ou dedução superior
ao real
o Falta de apresentação da declaração periódica de imposto. Em caso
dessa falta, os serviços fiscais liquidarão o imposto que presumem
devido e notificam o contribuinte para o pagar no prazo de 60 dias.
Essa declaração ficará sem efeito se nesse prazo o contribuinte
apresentar a declaração em falta e pagar. Paga igualmente juros
compensatórios.

Exercício 1
A empresa LUA, Lda, em Maio de 2012 pagou a renda do escritório no valor de
1 000,00 euros a Jorge Mota .IRS:16,5%.

Pede-se a contabilização da operação e o respetivo enquadramento fiscal

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reconhecimento do gasto 6261 1000,00
2424 165,00
221 835,00
221 121 835,00
2424 121 165,00
Entrega do modelo de retenção via declarações eletrónicas.

A empresa LUA deve reter o IRS na fonte de acordo com o art.98º do CIRS, à taxa
prevista no art.º 101º do CIRS.

Artigo 101 .º
Retenção sobre rendimentos de outras categorias

1 - As entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada são obrigadas a reter o
imposto, mediante a aplicação, aos rendimentos ilíquidos de que sejam devedoras e sem prejuízo do
disposto nos números seguintes, das Seguintes taxas:

a) 16,5 %, tratando-se de rendimentos da categoria B referidos na alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º,


de rendimentos das categorias E e F ou de incrementos patrimoniais previstos nas alíneas b) e
c) do n.º 1 do
b) artigo 9.º; (Redacção da Lei n.º 12-A/2010 - 30/06)

b) 21,5 %, tratando-se de rendimentos decorrentes das actividades profissionais especificamente


previstas na tabela a que se refere o artigo 151.º; (Redacção da Lei n.º 12-A/2010 - 30/06)

c) 11,5 %, tratando-se de rendimentos da categoria B referidos na alínea b) do n.º 1 e nas alíneas g) e i)


do n.º 2 do artigo 3.º, não compreendidos na alínea anterior. (Redacção da Lei n.º 12-A/2010 - 30/06)
d) 20 %, tratando-se de rendimentos da categoria B auferidos em actividades de elevado valor
acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico, definidas em portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, por residentes não habituais em território português. (Aditada pela
Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro)

O valor retido deve ser entregue atá ao dia 20 do mês seguinte. O art.º 128 do CIRC
refere que é aplicável nestes casos o disposto nos art. 119º e 120º do CIRC

Exercício 2
A empresa PIA,Lda registou, em Outubro de 2012, as seguintes operações:

1- Trabalho dependente

Ordenado: 1000,00 euros. Segurança social: 11% / 23,75%

IRS: 170,00 euros

2- Rendimentos empresariais e profissionais

Honorários: 500,00 euros IRS: 21,5%. IVA: 23%

3- Rendimento de capitais

Juros de suprimentos : 600,00 euros IRS a 25%

4- Rendimentos prediais

Renda: 300 . IRS a 16,5%

5- Rendimentos sujeitos à taxa liberatória

Juro de empréstimo de obrigações: 100,00 euros

IRS à taxa liberatória de 25%

6- Retenção do IRC referente a rendimentos prediais

Renda: 500,00 euros IRC a 16,5%

7-Pagamento especial por conta: 500,00 euros

8- Distribuição de lucros aos sócios: 1000,00 euros

Resposta
Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Processamento de ordenados 632 1000,00
2421 170,00
245 110,00
2312 720,00
Encargos da empresa 635 245 237,50
Honorários 6224 500,00
2422 107,50
24323 115,00
121 507,50
Juros de suprimentos pagos 6918 600,00
aos sócios 2423 150,00
12 450,00
Rendas 6261 300,00
2424 49,50
111 250,50
Rendimentos à taxa 6911 100,00
liberatória
2423 25,00
121 75,00
Rendas (IRC) 6261 500,00
2424 82,50
111 417,50
Pagamento especial por conta 24112 121 500,00
Distribuição de lucros aos 561 100,00
sócios
264 75
2423 25

Exercício 3

Entrega do modelo de retenção via declarações electrónicas. A taxa de


retenção do trabalho dependente é de 15%
Proceda ao registo contabilistico em Janeiro e Fevereiro de 2012.

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Janeiro de 2013
Pagamento da renda 6261 272,72
2424 45,00
121 317,72

Processamento dos ordenados 632 1251,00


2421 187,61
2451 137,61
2312 925,78
Encargos sociais 635 2451 297,11
Pagamento dos ordenados 2312 121 925,78

Honorários 6224 1088,93


2422 234,12
121 854,81
Imposto de selo 6812 121 22,30
Fevereiro de 2013
Pagamento da segurança social 2451 121 434,72
Pagamento de IRS retido 2421 187,61
2422 234,12
2424 45,00
121 466,77

A Contabilidade da empresa, deve possibilitar o cálculo do IVA, o preenchimento


das declarações mensal ou trimestral e anual e, deve estar organizada, de modo a
que haja uma concordância entre a relevação contabilística e o conteúdo das
declarações.

Exercício 4

A empresa procedeu em Julho de 2012 ao pagamento da primeira


prestação do pagamento por conta no valor de 4800,00
euros(art.105º do CIRC).

Como proceder à sua contabilização?

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Prestação do P.Conta 241 121 4 800,00

Este pagamento por conta de IRC é devido por todas as entidades que exercem,a
titulo principal, atividade de natureza comercial, industrial u agrícola e pelas
entidades não residentes com estabelecimento estável em território português e que
é calculado de acordo co artigo 105º
Artigo 105.º
Cálculo dos pagamentos por conta

1 — Os pagamentos por conta são calculados com base no imposto liquidado nos termos do n.º 1 do
artigo 90.º relativamente ao período de tributação imediatamente anterior àquele em que se devam
efectuar esses pagamentos, líquido da dedução a que se refere a alínea d) do n.º 2 do mesmo artigo.
2 — Os pagamentos por conta dos sujeitos passivos cujo volume de negócios do período de tributação
imediatamente anterior àquele em que se devam efetuar esses pagamentos seja igual ou inferior a €
498.797,90 correspondem a 70% do montante do imposto referido no número anterior, repartido por
três montantes iguais, arredondados, por excesso, para euros.
3 — Os pagamentos por conta dos sujeitos passivos cujo volume de negócios do período de tributação
imediatamente anterior àquele em que se devam efetuar esses pagamentos seja superior a €
498.797,90 correspondem a 90% do montante do imposto referido no n.º 1, repartido por três
montantes iguais, arredondados, por excesso, para euros.
……………………………………………………………………………………..

Após calculo do imposto, a conta 241 é debitada pelos pagamentos efetuados. Em


Maio, no momento de apurar o imposto a pagar ou a recuperar a figurar no modelo
22, a conta 241 é creditada por débito da conta 8121-Imposto estimado para o
período.

Como as microentidades seguem o método do imposto a pagar,não se deve


apresentar o montante dos pagamentos por conta(por ex: 1200,00 euros) no ativo e
a estimativa do imposto(2200,00 euros) no passivo.Neste caso pode-se fazer a
compensação, inclui-se 1000,00 euros na conta 24-Estado e outros entes públicos no
passivo corrente.

Exercício 5

A empresa LUXOR procedeu em março de 2012 ao pagamento da primeira


prestação do pagamento especial por conta no valor de 510,00 euros.
Em maio de 2012, a empresa ao preencher a declaração Modelo 22 apurou os
seguintes valores:

 Lucro tributável : 50 000,00 euros


 Dois pagamentos especiais por conta no valor de 510,00 euros cada e três
pagamentos por conta no valor de 520,00 euros

Suponhamos que a empresa procedeu ao apuramento do PEC para 2013 com


base nos dados de 2012:

 Vendas 150 000,00 euros

Como proceder à contabilização do PEC em 2012?


Como se apura o montante a pagar de IRC?
Qual o montante do PEC a entregar em 2013?
Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
1ª Prestação do PEC 241 121 510,00

Os sujeitos passivos de IRC residentes sujeitos ao regime normal, estão sujeitos ao


pagamento especial por conta, a partir do 3º ano de atividade. Não abrange as
entidades enquadradas no regime simplificado;

As entidades isentas de IRC ficam dispensadas de efetuar o pagamento do


Pagamento Especial por Conta, ainda que a isenção não inclua rendimentos que
sejam sujeitos a tributação por retenção na fonte com carácter definitivo. O lucro
tributável e o respetivo cálculo do IRC a pagar do exercício de 2012 só se poderá
efetuar após o fim do ano.As empresas já têm de adiantar ao Estado o PEC em 2012,
ou seja, as empresas adiantam o IRC a pagar durante 2012,ano a que o imposto se
refere

O IRC paga-se através :


 dos pagamentos por conta,
 do pagamento especial por conta
 e das retenções na fonte
Os montantes anteriores correspondem a adiantamentos do imposto. Em Maio de
2012 a entidade entrega a declaração de rendimentos modelo 22. Preenhe os
quadros 07,09 e 10 e declara o imposto a pagar, deduzindo os adiantamentos
anteriores

A empresa LUXOR que apurou um lucro fiscal de 50.000,00 referente a 2011 irá
aplicar uma taxa de 12,5% aos primeiros 12.500,00 de matéria coletável e 25% ao
excedente, ao preencher a declaração modelo 22 em maio de 2012:
Valor do imposto a pagar:
12 500,00 x 12,5% + (50 000,00 – 12 500,00)x25%= 10 937,50 euros.
Se a LUXOR adiantou em 2011, 1 540,00 euros de imposto devido a final. Neste
caso, teria de pagar os restantes 9397,50 euros até ao último dia de Maio do
exercício seguinte a que os rendimentos digam respeito.

O PEC é dedutível à coleta do próprio exercício e dos 4 exercícios seguintes. A parte


que não puder ser deduzida por insuficiência de coleta , pode ser reembolsada após
pedido da empresa.

Como determinar o pagamento especial por conta para 2013?


PEC= 1% volume negócios exercício anterior – pagamentos por conta ano anterior

Limites:
 Mínimo : 1.000,00 euros
 Máximo: 1.000,00 + 20% do excedente com o limite de 70.000,00 euros

O seu montante é igual a 1% do volume de negócios relativo ao exercício anterior,


com o limite mínimo de 1000,00 euros e, quando superior, será igual a este limite
acrescido de 20% da parte excedente, com o limite máximo de 70000,00 euros.
Se 1% do Volume de Negócios do ano anterior for inferior a 1.000,00 euros, então
usa-se este mesmo valor no cálculo:

(1% x VN) = 1.000,00 euros

Se 1% do Volume de Negócios se situar entre 1000,00 euros e 70.000,00 euros.Ou


seja:

(1% x VN) = 1000,00 + 20% x [(1% x VN) - 1.000,00]

PEC =1000,00 + 20%x[(1% x 150 000,00)-1000,00]

= 1100,00 euros

Ao montante apurado deduzir-se-ão os pagamentos por conta efetuados no


exercício anterior:

PEC = 1100,00 +520,00

= 1620,00 euros

Os pagamentos especiais por conta só podem ser deduzidos até à concorrência da


coleta do IRC e reportam durante 4 exercícios, pal como se especifica no art. 93º do
CIRC:

Artigo 93.º
Pagamento especial por conta

1 — A dedução a que se refere a alínea c) do n.º 2 do artigo 90.º é efectuada ao montante apurado na
declaração a que se refere o artigo 120.º do próprio período de tributação a que respeita ou, se
insuficiente, até ao quarto período de tributação seguinte, depois de efectuadas as deduções referidas
nas alíneas a) e b) do n.º 2 e com observância do n.º 7, ambos do artigo 90.º
2 — Em caso de cessação de actividade no próprio período de tributação ou até ao terceiro período de
tributação posterior àquele a que o pagamento especial por conta respeita, a parte que não possa ter
sido deduzida nos termos do número anterior, quando existir, é reembolsada mediante requerimento
do sujeito passivo, dirigido ao chefe do serviço de finanças da área da sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável em que estiver centralizada a contabilidade, apresentado nos 90 dias
seguintes ao da cessação da actividade.
3 — Os sujeitos passivos podem ainda, sem prejuízo do disposto no n.º 1, ser reembolsados da parte
que não foi deduzida ao abrigo do mesmo preceito desde que preenchidos os seguintes
requisitos:(Redacção dada pela Lei n.º 3-B/2010-28/04)

a) Não se afastem, em relação ao período de tributação a que diz respeito o pagamento especial por
conta a reembolsar, em mais de 10%, para menos, da média dos rácios de rentabilidade das empresas
do sector de actividade em que se inserem, a publicar em portaria do Ministro das Finanças;
b) A situação que deu origem ao reembolso seja considerada justificada por acção de inspecção feita a
pedido do sujeito passivo formulado nos 90 dias seguintes ao termo do prazo de apresentação da
declaração periódica relativa ao mesmo período de tributação.

Se no final do ano os pagamentos especiais por conta excederem o valor da coleta,o


excedente deve ser apresentado no ativo.Esta situação é diferente da verificada nos
pagamentos por conta.

Exercício 6
A empresa ALGER,Lda obteve em 2011, um lucro tributável de 12 000,00 euros.A
empresa SALU,Lda tem duas sucursais no Norte do País e obteve um lucro
tributável de 60 000,00 euros. A massa salarial atingiu o montante de 45 000,00
euros e 38.000,00 euros

O que é a derrama e como se apura?

Resposta
A Derrama é um imposto autárquico definido anualmente pelos municípios, tendo
como limite máximo o montante de 1,5% do lucro tributável das empresas sujeitas e
não isentas de IRC. Ao IRC devido pode acrescer a Derrama, a qual é receita
municipal.

Derrama da empresa ALGER: 12 000,00 euros x 1,5% = 180 000,00 euros

As Entidades que, cumulativamente,


a) Tenham matéria coletável no exercício superior a 50.000,00 euros;
b) Tenham estabelecimentos estáveis ou representações locais em mais de um
município (artigo 14.º da Lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro).
Estão obrigadas a apresentar o Anexo A da Modelo 22. Sendo neste caso a taxa,
definida por uma média entre a massa salarial e a taxa respetiva a cada
estabelecimento estável da sociedade.
A empresa Salu,Lda , está obrigada a apresentar o anexo A da Derrama da
declaração modelo 22.
Derrama da empresa SALU ,Lda :

 45 000,00 x 1,5% = 675,00 euros


 38 000,00 x 1,3% = 494,00 euros

O montante leva em causa a massa salarial e a taxa da derrama.

A taxa média é calculada pelo quociente entre ( 675,00+ 494,00) / (45 000,00 + 38
000,00) = 1,4.

A derrama será : 60 000,00 x 1,4% = 840,00 euros


Exercício 7

A empresa JUNK,Lda procedeu em Maio de 2013 ao preenchimento da declaração


modelo 22 referente aos rendimentos de 2012.

Quadro 10 da declaração Modelo 22


Total do imposto estimado= Imposto liquidado: 12 000,00 euros

Imposto a pagar: 12 000,00 -1 200,00-4 800,00= 6000,00 euros

Resposta
Com base no quadro 10 do Modelo 22 vamos proceder ao registo contabilístico

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Estimativa no ano anterior 8121 2413 12 000,00
Imposto liquidado 2413 2414 12 000,00
Imposto liquidado 2414 2415 12 000,00
Pagamentos por conta 2415 2411 4800,00
Retenções 2415 2412 1200,00
IRC a pagar 2415 2416 6000,00
Pagamento de IRC 2416 121 6000,00

Segundo o ponto 16 da NCM, a contabilização dos impostos sobre o rendimento é


feita com base no método do imposto a pagar.O imposto sobre o rendimento inclui a
coleta do IRC, a derrama e as tributações autónomas.O imposto calculado é
apresentado na demonstração dos resultados como um gasto e no balanço é
apresentado deduzido dos pagamentos por conta,dos pagamentos especiais por
conta e das retenções na fonte efetuadas por terceiros.

Na demonstração dos resultados apresenta-se o gasto do imposto o valor de


12000,00 euros No balanço apresenta-se o valor do imposto a pagar no passivo
corrente o valor de 6 000,00 euros. De seguida procede-se ao pagamento do IRC no
final de Maio de 2013 depois da entrega da declaração modelo 22.

Exercício 8
Os sócios da sociedade LINASSPORT,Lda recolheu os seguintes dados para
preencher a declaração Modelo22 relativa aos rendimentos de 2012:

 Quadro 07 Euros
o Resultados antes dos impostos 22 300,00
o Acréscimos 6300,00
o Deduções 1 300,00
 Quadro 09
o Lucro tributável 14 700,00
 Quadro 10
o Pagamentos por conta de IRC 1 400,60
o Pagamento especial por conta 1 100,80
o Retenções na fonte 135,70
o Tributações autónomas(art.º88 do CIRC) 239,60

Proceder à contabilização do apuramento do IRC a pagar em 2013 referente aos


rendimentos de 2012.Taxa de derrama 1,5%.

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Imposto estimado 8121 2413 7 074,10
Imposto liquidado 2413 2414 7 074,10
Imposto liquidado 2414 2415 7 074,10
Pagamentos por conta 2415 2411 1 400,60
Pagamento especial por conta 2415 2411 1 100,80
Retenções 2412 2415 135,70
IRC a pagar 2415 2416 4437,00
Pagamento de IRC 2416 121 4437,00

Lucro tributável: 22 300,00 + 6 300,00 – 1 300,00 = 27 300,00 euros

Coleta do IRC: 27 300,00 x 25% = 6 825,00 euros

Derrama: 27 300,00 x 1,5% = 409,50 euros

IRC estimado : 6 825,00+409,50+239,60=7 074,10 euros

Na demonstração dos resultados apresenta-se o gasto do imposto o valor de


7074,10 euros No balanço apresenta-se o valor do imposto a pagar no passivo
corrente o valor de 4 437,00 euros. De seguida procede-se ao pagamento do IRC no
final de Maio de 2013 depois da entrega da declaração modelo 22.
Exercício 9
Os sócios da sociedade LINASSPORT,Lda recolheu os seguintes dados na
declaração Modelo22

 2012 Euros
o Resultados antes dos impostos -4300,00

o Prejuízo tributável -5 300,00

o Tributações autónomas(art.º88 do CIRC) 230,00

 2013
o Resultados antes dos impostos 3 450,00
o Lucro tributável 3 300,00
o Tributações autónomas(art.º88 do CIRC) 400,00
 2014
o Resultados antes dos impostos 4 500,00

o Lucro tributável 5 000,00


o Pagamento especial por conta 1000,00
o Tributações autónomas(art.º88 do CIRC) 530,00

Txa de derrama: 1,5%

Proceder à contabilização do imposto sobre o rendimento

Resposta

A contabilização seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
2012
Imposto estimado 8121 2413 230,00
Imposto liquidado 2413 2414 230,00
Imposto liquidado 2414 2415 230,00
Imposto a pagar 2415 2416 230,00
2013
Imposto estimado 8121 2413 449,50
Imposto liquidado 2413 2414 449,50
Imposto liquidado 2414 2415 449,50
Imposto a pagar 2415 2416 449,50
2014
Imposto estimado 8121 2413 1355,00
Imposto liquidado 2413 2414 1355,00
Imposto liquidado 2414 2415 1355,00
PEC 2415 2411 1000,00
Imposto a pagar 2415 2416 355,00

Em 2012 a empresa teve um prejuízo, o IRC estimado é de 230,00 euros e que se


refere às tributações autónomas.Em 2013 a empresa teve um lucro tributável de
3300,00 euros, mas pode deduzir esse valor porque teve um prejuízo em 2012 de
5300,00 euros.Conforme o que está previsto no art.52ºdo CIRC pode deduzir o
restante 2000,00 euros nos anos seguintes.

O imposto estimado em 2013 será: 400,00 + 3 300,00 x1,5%= 449,50 euros

Em 2014 tem um lucro tributável de 5000,00 euros e pode deduzir os 2000,00 euros
anteriores.

O imposto estimado em 2014 será:

(5 000,00 -2000,00)x 25% +530,00 + 5000,00 x1,5%= 1355,00 euros

O imposto estimado é apresentado na demonstração dos resultados pelo montante de


1355,00 euros.Se houver remanescente do pagamento especial por conta apresenta-
se no ativo corrente do balanço.

25-Financiamentos obtidos
Esta conta regista os financiamentos obtidos de instituições dec crédito,de
sociedades financeiras ou de outros financiadores.
Subcontas:
251 Instituições de crédito e sociedades financeiras
2511 Empréstimos bancários
2512 Descobertos bancários
2513 Locações financeiras
... ...
... ...
258 Outros financiadores

A conta 251 inclui os empréstimos obtidos das instituições de crédito,os saldos


credores das contas de depósitos à ordem na data do balanço e os montantes por
locações financeiras.
Estes financiamentos são tratados no ponto 17 da NCM que se aplica aos ativos e
passivos financeiros decorrentes de relacionamentos contratuais de aquisição e
venda de bens e serviços e de outros direitos e obrigações relacionados com a
atividade económica da entidade, designadamente clientes, fornecedores,
financiamentos concedidos e obtidos, participações de capital, locações, seguros e
outras contas e receber e a pagar relativas à sua atividade corrente, de
financiamento e de investimento. Neste caso estamos perante um passivo financeiro
que deve mensurado ao custo, entendido como a quantia nominal dos direitos e
obrigações contratuais envolvidos.

Por sua vez, uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro ou parte
apenas quando a obrigação estabelecida no contrato seja liquidada, cancelada ou
expire.

Os custos dos empréstimos obtidos incluem:


 Juros de descobertos bancários;
 Juros de empréstimos obtidos a curto e longo prazo;
 Amortização de custos acessórios incorridos em ligação com a obtenção de
empréstimos;
 Encargos financeiros com respeito a locações financeiras;
 Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda
estrangeira até ao ponto em que sejam vistos como um ajustamento do custo
dos juros.
 Despesas com a amortização de descontos.

A NCM obriga a reconhecer os custos de empréstimos obtidos devem como gastos


do período em que sejam incorridos, independentemente de se encontrarem
relacionados com a aquisição ou construção de ativos que se qualifiquem para
capitalização como se refere na NCRF 10. Um ativo que se qualifica é aquele que leva
um determinado tempo para ficar pronto para uso ou para venda.

Exercício 1

Em 01/01/2012, a empresa Almedina,Lda contraiu um empréstimo bancário de


6000,00 euros titulado por livrança.

Condições do empréstimo:

Taxa de juro de 5,5%


Juros pagos antecipadamente
O valor nominal é igual ao valor do financiamento
Vencimento a 60 dias
Selagem da livrança de 0,5%
Imposto selo sobre os juros de 4%
Resposta

Selagem da letra

Selagem = 6000,00 x 0,005

= 30,00 euros

Cálculo dos juros

J = 6000,00 x 0,055 x 62/360

= 56,84 euros

Imposto de selo sobre os juros

Is = 56,84 x 0,04

=2,28 euros

Valor recebido

V= 6000,00 -30,00 –56,84- 2,28

= 5 910,88 euros

Proceder ao registo contabilistico

Resposta

Registo contabilístico:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Empréstimo 121 5 910,88
6812 32,28
6911 56,84
2511 6 000,00
Pagamento no final do prazo 2511 121 6 000,00

Exercício 2
Em 01/08/2012, a empresa Almery,Lda contraiu um financiamento bancário num
banco inglês por um prazo de 2 anos.

Condições:

1.Valor nominal : 60 000,00 GBP


2-Prestações postecipadas constantes
3.Taxa fixa de juro nominal SEMESTRAL : 1,08%
4.Pagamentos semestrais

Cotação do euro ao certo (EUR/GBP):

 31 de Agosto de 2012: 0,7234


 31 de Dezembro de 2012: 0,7436
 1 de Fevereiro de 2013: 0,781

Para comprar um euro,em 31 de Agosto de 2012,são necessários 0,7234 libras.

Pede-se a contabilização das operações

Resposta

Este Exercício especifica os efeitos de alterações em taxas de câmbio,tema tratado na


NCRF 23.Efeitos que se verificam na contabilização de transacções e nos saldos em
moedas estrangeiras.
De acordo com a NCRF 23, na data de cada balanço deve ser utilizada, para efeitos de
conversão, a taxa de câmbio em vigor na data do balanço no que se refere aos
elementos monetários. As diferenças de câmbio devem ser reconhecidas
directamente no resultado líquido do período.A NCRF 23 vem requerer que as
diferenças de câmbio respeitantes a elementos monetários são reconhecidas como
rendimentos ou gastos do período em que ocorram.

De acordo com o ponto 15 da NCM:

 uma transação em moeda estrangeira(Financiamento banário,por exemplo)


deve ser contabilizada, no momento do reconhecimento em euros, pela
aplicação da taxa de câmbio entre moeda estrangeira à data da transação.
o Cotação ao certo: Quantia em moeda estrangeira/taxa de câmbio
o Cotação ao incerto: Quantia em moeda estrangeiraxtaxa de câmbio

 À data de cada balanço, os itens monetários em moeda estrangeira devem ser


transpostos pelo uso da taxa de fecho;
 As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários devem
ser reconhecidas nos resultados do período em que ocorram.
 Quando a transação é liquidada num período contabilístico subsequente
àquele em que ocorreu, a diferença de câmbio reconhecida em cada período
até à data de liquidação é determinada pela alteração nas taxas de câmbio
durante cada período.

Vejamos os efeitos que surgem neste financiamento bancário:

60000
 Valor do financiamento em euros: =82 941,66 euros
0,7234
 O valor atual em rendas postecipadas :
-4
60 000 = Prestaçãox [1-(1+0,0123) ]/0,0108

 Prestação:15407,17 libras

Data Dívida inicial Juro Amortização Dívida final


Ago-12 £ 60.000,00 £ 60.000,00
Fev-13 £ 60.000,00 £ 648,00 £ 14.759,18 £ 45.240,82
Ago-13 £ 45.240,82 £ 488,60 £ 14.918,57 £ 30.322,25
Fev-14 £ 30.322,25 £ 327,48 £ 15.079,69 £ 15.242,56
Ago-14 £ 15.242,56 £ 164,62 £ 15.242,56 -£ 0,00
Registo contabilístico:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
1 de Agosto 2012
Empréstimo 121 2511 82 941,66
31 de Dez 2012
Diferencas cambiais 2511 793 2 253,12
Juros de 2012 6911 2722 580,96
Fev 2013
Pagamento 2511 19 848,26
2722 580,96
6911 248,74
793 950,47
121 19 727,49

1)Dezembro de 2012:

60000
Valor do financiamento em euros: =80 688,54 euros
0,7436

14759,18
Amortização atualizada: = 19 848,27 euros
0,7436

Diferenças cambiais : 82 941,66-80 688,54=2253,12 euros

Juros de 2012 a pagar em 2013:648x4/6= 432 libras


Juros em euros: 432/0,7436=580,96 euros

2)Fevereiro de 2013:
15407,17
Prestação : =19727,49 euros
0,781

14759,18
Amortização atualizada: = 18897,80 euros
0,781

Diferenças cambiais : 19848,27 -18897,80=950,47 euros


648,00
Juros semestrais : =829,70 euros
0,781
Exercício 3

A empresa obteve um empréstimo bancário de 430 000,00 euros para fazer face ao
projeto de qualidade, à taxa de 3,5% .Imposto de selo sobre os juros é de 4%. O
empréstimo é amortizado utilizando o método de prestação constante ou método
francês

Elaborar o quadro de amortização e proceder ao registo contabilístico

Resposta (Em euros)


Ano Divida inicial Amortização Juro Dívida final I.Selo

2012 430.000,00 102.017,99 15.050,00 327.982,01 602,00


2013 327.982,01 105.588,62 11.479,37 222.393,39 459,17
2014 222.393,39 109.284,22 7.783,77 113.109,17 311,35
2015 113.109,17 113.109,17 3.958,82 - 0,00 158,35

Prestação: 117.067,99 euros

O imposto de selo(4%) recai sobre o valor dos juros. O total dos dois valores é
debitado na conta 6911-Juros de financiamento obtidos

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reconhecimento do 121 2511 430 000,00
empréstimo
Prestação em 2012 6911 15 652,00
2511 102 017,99
121 117 067,99

O empréstimo é reconhecido de acordo com o que está estipulado no ponto 17 da


NCM e enquadra-se no passivo financeiro. Segundo a NCM, uma entidade deve
mensurar os passivos financeiros ao custo e os juros e o imposto de selo são
considerados gastos do período.

Exercício 4

A empresa LUXL,Lda, contraiu, em Setembro de 2012, um financiamento bancário


nas seguintes condições:

 Valor; 100 000,00 euros


 4 pagamentos anuais pstecipados
 Taxa de juro anual 3%
 Encargos: Comissão de negociação de 2% e Imposto de selo de 3%

Proceder à contabilização do financiamento obtido

Resposta

De acordo com o ponto 17 da NCM, o financiamento obtido é um passivo financeiro


que deve ser reconhecido e deve ser mensurado pelo seu custo e que corresponde
ao valor do empréstimo bancário de 100 000,00 euros.

Quadro de evolução da dívida

Amortização: 25 000,00 euros (Em euros)

Anos Divida inicial Juro Prestação Divida final

Setembro 12 100.000,00 100.000,00


Setembro 13 100.000,00 3.000,00 28.000,00 75.000,00
Setembro 14 75.000,00 2.250,00 27.250,00 50.000,00
Setembro 15 50.000,00 1.500,00 26.500,00 25.000,00
Setembro 16 25.000,00 750,00 25.750,00

Contabilisticamente teremos:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
2012
Reconhecimento -Setembro 121 95 000,00
6812 3 000,00
6981 2 000,00
2511 100 000,00

Juros de financiamento-Dez 6911 2722 750,00


2013
Pagamento da prestação-Set
6911 2 250,00
2722 750,00
2511 25000,00
121 28 000,00
Periodização dos juros 6911 2722 562,50

Encargos:

Comissão de negociação: 2%x100 000,00 =2 000,00 euros

Imposto de selo : 3%x100 000,00 =3 000,00 euros

Nos termos do ponto 3.6 da NCM, os encargos iniciais(5 000,00 euros) são
reconhecidos como gastos.

Do total dos juros a pagar em Setembro de 2013, três meses são referentes a 2012,
pelo que há que há que proceder há periodização económica dos juros a reconhecer
em 31 de dezembro de 2012.

Juros de 2012 : 3000,00x 3/12 =750,00 euros

Juros de 2013 : 2 250,00x3/12 = 562,50 euros

Exercício 5
Em Julho de 2012, a empresa obteve um empréstimo bancário de 45 000,00 euros
para fazer face ao projeto de qualidade, à taxa de 5% .Imposto de selo sobre os
juros é de 4%.

Elaborar o quadro de amortização e proceder ao registo contabilístico

Resposta

Prestação: 12.690,53 euros

Ano Divida inicial Amortização Juro Dívida final

Março2013 45.000,00 10.440,53 2.250,00 34.559,47


Março2014 34.559,47 10.962,56 1.727,97 23.596,91
Março2015 23.596,91 11.510,69 1.179,85 12.086,22
Março2016 12.086,22 12.086,22 604,31 0,00

Contabilisticamente teremos:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Empréstimo 121 2511 45 000,00
Juros de 2012 6911 2722 1 125,00
Março de 2013- 1ªPrestação 6911 1 125,00
2722 1 125,00
2511 10 440,53
121 12 690,53

Trata-se de um empréstimo com juros a pagar no período seguinte. Juros referentes


a 6 meses. Aplica-se a periodização económica de acordo com o regime do
acréscimo. Este regime refere que os efeitos das transações são reconhecidos
quando eles ocorram e não quando são recebidos ou pagos. Neste caso os juros de
1125,00 euros são relatados como gastos nas demonstrações fi

Exercício 6
A Exercício coloca-se relativamente a uma entidade que iniciou a sua atividade há
cerca de seis anos, com um investimento inicial que rondou os 100 mil euros. A
empresa não garantiu financiamento próprio junto da banca, tendo os sócios que
realizar empréstimos pessoais de cerca de 60 mil euros. Financiamento que o
técnico à data não reconheceu na contabilidade.

Mais tarde a empresa contraiu um financiamento próprio, para liquidar os


financiamentos pessoais. Esta situação levou a que o técnico registasse este valor
como atribuído aos sócios, tendo neste momento um saldo que ronda os 60 mil
euros na conta de sócios.

Haverá alguma forma de resolver esta situação, sem prejudicar os sócios a nível
pessoal?

Resposta

A Exercício colocada será referente a empréstimos efetuados pelos sócios à


sociedade e posterior reembolso.
De acordo com as definições previstas no Apêndice I da Norma Contabilística e de
Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE), os suprimentos serão
considerados como passivos financeiros, pois resultam de uma obrigação contratual
de efetuar pagamentos em dinheiro a outra entidade (neste caso aos sócios).
Esta definição poderá ser aplicada nos termos da Norma Contabilística para
Microentidades (NCM), conforme a remissão prevista no parágrafo 2.2 dessa norma.
Nos termos do parágrafo 17.3 da NCM, os passivos financeiros (suprimentos) deverão
ser mensurados ao custo, pelo que esse passivo financeiro deverá ser mantido pelo
respetivo valor nominal até à data do vencimento.
Os juros decorridos não poderão ser refletidos no valor do passivo financeiro. Tal
procedimento apenas está previsto para a aplicação da mensuração pelo custo
amortizado.
Desta forma, os juros decorridos deverão ser reconhecidos como gastos no período a
que dizem respeito (não influenciando a quantia escriturada do passivo financeiro),
pela aplicação do pressuposto do regime do acréscimo.
Os sócios terão efetuado pagamentos ou entregas de montantes à sociedade, na
forma de suprimentos, para esta suprir as suas necessidades de tesouraria ou para
fazer face a investimentos.
De acordo com o referido na Exercício, estes suprimentos não terão sido
contabilizados nas demonstrações financeiras da sociedade.
Ora tal procedimento não parece ser possível, pois se os sócios efetuaram entradas
de dinheiro nas contas bancárias da sociedade ou se a sociedade efetuou
investimentos ou incorreu noutros encargos operacionais, tendo sido os sócios a
efetuar o respetivo pagamento, estas operações terão que ter sido de alguma forma
refletidas nessas demonstrações financeiras.
Se os sócios efetuaram entradas de dinheiro nas contas bancárias da sociedade, o
registo contabilístico teria sido:
- Débito da conta 12 - "Depósitos à ordem” por contrapartida a crédito da conta 2532
- "Financiamentos obtidos - Participantes de capital - Outros participantes -
Suprimentos e outros mútuos”, pelo valor recebido.
Se os sócios efetuaram pagamentos das suas contas pessoais, para a aquisição de
investimentos ou outros encargos operacionais da sociedade, devido a insuficiências
de tesouraria da sociedade, os registos terão sido:
Pela aquisição de investimentos:
- Débito da conta 4x - "Investimentos - «conta de acordo com a respetiva natureza»”
por contrapartida a crédito da conta 271 - "Fornecedores de investimento”, pelo
custo de aquisição.
Pelo pagamento desses investimentos efetuados diretamente pelos sócios, forma de
suprimentos:
- Débito da conta 271 - "Fornecedores de investimento” por contrapartida a crédito
da conta 2532 - "Financiamentos obtidos - Participantes de capital Outros
participantes - Suprimentos e outros mútuos”, pelo valor pago
Pela aquisição de outros bens ou serviços da atividade operacional:
- Débito da conta 3x/6x - "«conta de acordo com a respetiva natureza»” por
contrapartida a crédito da conta 22 - "Fornecedores”, pelo custo de aquisição.
Pelo pagamento desses investimentos efetuados diretamente pelos sócios, forma de
suprimentos:
- Débito da conta 22 - "Fornecedores” por contrapartida a crédito da conta 2532 -
"Financiamentos obtidos - Participantes de capital Outros participantes -
Suprimentos e outros mútuos”, pelo valor pago.
Se não foram efetuados registos contabilísticos similares a estes nas demonstrações
financeiras da entidade, então deverá estar-se perante a existência de erros, que
deverão ser objeto de correção nos termos do parágrafo 6.8 da NCM.
Atendendo às operações e valores mencionados, estes erros deverão ser
considerados como erros materiais, sendo que se influenciarem resultados de
períodos anteriores, deverão ser objeto de correção pela conta 56 - "Resultados
transitados”.
O objetivo da referida correção de erros deverá ser colocar todas as rubricas das
demonstrações financeiras como se não tivessem existido esses erros. Desta forma,
se não foram efetuados os referidos registos, deverá proceder-se à referida correção.
Com essas correções, no momento em que a sociedade efetuar o reembolso dos
suprimentos aos sócios, o registo poderá ser:
- Débito da conta 2532 - "Financiamentos obtidos - Participantes de capital Outros
participantes - Suprimentos e outros mútuos” por contrapartida a crédito da conta 12
- "Depósitos à ordem”, pelo valor do reembolso.
Não é referido na Exercício se esses suprimentos dos sócios serão remunerados, ou
não.
Se tal acontecer, os juros pagos pela sociedade aos sócios serão considerados como
gastos do período em que forem incorridos.
Em termos fiscais, os juros suportados pela sociedade relativos a suprimentos
efetuados pelos sócios à sociedade poderão ser aceites como gastos fiscais, desde
que cumpram as condições da alínea j) do n.º 1 do artigo 45.º do Código do IRC
e Portaria n.º 184/2002, de 6 de fevereiro, nomeadamente no que se refere à taxa a
aplicar (incluindo as regras de preços de transferência se aplicável).
O tratamento mencionado em cima deverá ser efetuado nos termos referidos,
independentemente das consequências fiscais ou outras que se verificarem para os
sócios ou para a sociedade.
27- Outras contas a receber e a pagar

Nesta conta registam-se os movimentos referentes a contas a receber e a pagar não


enquadradas nas outras contas da classe 2. A conta 271 engloba montantes
considerados passivos financeiros, de acordo com o ponto 17 da NCM. Esta norma
refere que a entidade deve mensurar os passivos financeiros ao custo. Uma entidade
deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de um passivo financeiro)
apenas quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação estabelecida no contrato
seja liquidada, cancelada ou expire.

Exercício 1
Em Junho de 2012 a empresa ENUX,Lda encomendou uma máquina de
empacotamento de produtos sem preço fixado. Procedeu a um adiantamento de 25
000,00 euros. Em Julho de 2012, recebeu a referida máquina e a fatura da aquisição
no montante de 75 000,00 euros

Qual o tratamento contabilístico e fiscal a realizar com esta operação?

Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Adiantamento 2713 25 000,00
2432112 5 750,00
121 30 750,00
Reconhecimento da aquisição 433
75 000,00
432212 17 250,00
2711 92 250,00
Anulação 2711 30750,00
2434 5 750,00
2713 25 000,00

Nota: Se a aquisição fosse com preço fixado a conta a movimentar seria


a 455 e não 2713.

A empresa pode deduzir o IVA, o art.8º do CIVA refere que o imposto é exigível
no momento do recebimento parcial.O comprador tem direito à dedução, de
acordo com o art.º 22 do CIVA, desde que tenha na sua posse a fatura ou
documento equivalente. Na altura do desreconhecimento do adiantamento há
que retificar o IVA.

28- Diferimentos

Esta conta compreende os gastos e os rendimentos que devam ser


reconhecidos nos períodos seguintes.Os diferimentos estão relacionados
com o principio de que os gastos e os rendimentos devem ser reconhecidos
quando incorrem e não quando os repetivos montantes são pagos ou
recebidos.Assim sendo, os diferimentos são registados na contabilidade e
relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se
relacionam.

Exercício 1

A empresa ENUX, Lda , registou entre outras as seguintes operações:

1- Em Janeiro do ano 2013 será paga a despesa de eletricidade no valor de 106,00


euros com IVA incluído à taxa de 6%) e relativa a Dezembro de 2012.

2- Há registar juros semestrais de obrigações no valor de 300,00 a vencer em


28/2/2013
3- A empresa emitiu em 8/12/2012 uma fatura no valor de 600,00 euros, relativa a
um fornecimento de mercadorias a efetuar no ano 2013.(IVA à taxa de 23%)

4-Em 1/12/2012 foi descontada uma letra de 5000,00 euros a vencer em Março do
ano 2013. Encargos bancários: 60,00 euros

5- Foram recebidos antecipadamente juros semestrais de obrigações no valor de


400,00 euros referente ao prazo 1/10/2012 a 31/3/2013

6- Pagamento do seguro no valor de 400,00 euros referente ao prazo 1/12/2012 a


31/5/2013 e já registado como gasto: 300,00 euros

7- Os encargos com férias a processar no ano 2013, relativos ao direito a férias do


ano de 2012 atinge , na empresa 10 000,00 euros. IRS : 1500,00 euros. Segurança
Social por conta da empresa: 23,75% e por conta do empregado: 11%.

Resposta

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
1-Consumo de eletricidade referente a Dez.2012 6241 2722 106,00
2-Juros de obrigações referentes a 2012 2721 7981 200,00
3-Vendas a efetuar no ano 2013 211 738,00
2433112 138,00
282 600,00
4-Desconto bancário 121 440,00
281 45,00
2126 500,00
6988 15,00
5-Juros recebidos em 2012 e referentes a 2013 7812 282 200,00
6-Montante do seguro referente a 2013 281 6263 30,00
7-Encargos de férias a processar em 2013 632 10 000,00
635 2 375,00
2722 12 375,00

Os serviços adquiridos ou juros a pagar devem ser reconhecidos como gastos do


período até ao montante que diga respeito ao exercício económico em causa. A
empresa deve reconhecer esses gastos em 2012 e diferir a parte referente a 2013, a
reconhecer na conta 281-Diferimentos-Gastos a reconhecer. Em 2013, os referidos
montantes devem ser considerados gastos e registados nas respetivas contas 62, 63
ou 69.

Os juros de obrigações referentes a 2012 e a receber em 2013 devem ser


considerados como rendimento de 2012, a contabilizar na conta 7981 a crédito e na
conta 2721 a débito. Quando a entidade receber os juros das obrigações em 2013, a
conta 2721 será creditada em 200,00 euros. 0 montante de 12375,00 euros
registado a crédito da conta 2722 será retificado em 2013 com o pagamento das
férias.

29- Provisões

Esta conta regista as responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida e


que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa,mas incerta quanto ao
seu valor ou data de ocorrência.Apesar da sua natureza incerta não afeta a
importância do balanço como fonte de informações.

Há critérios definidos no ponto 13 da NCM, para reconhecimento de provisões.Só


devem ser reconhecidas provisões quando cumulativamente:

 Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como


resultado de um acontecimento passado;
 Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos será necessário para liquidar a obrigação; e
 Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

A utilização de uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos
aos quais a provisão foi originalmente reconhecida. Segundo a NCM, não devem ser
reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras, uma vez que estas não
satisfazem a definição de passivo nem os critérios gerais de reconhecimento
estabelecidos.

Em termos de mensuração, a NCM especifica que a quantia reconhecida como uma


provisão deve ser o montante estimado que uma entidade racionalmente pagaria
para liquidar a obrigação à data do balanço ou para a transferir para uma terceira
parte nesse momento.
Á data de cada balanço as provisões devem ser revistas e ajustadas para refletir a
melhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário um exfluxo
de recursos que incorporem benefícios económicos futuro para liquidar a obrigação,
a provisão deve ser revertida.

Exercício 1
A empresa ENUX, Lda em Novembro de 2012 registou entre outras as
seguintes situações:

1- A empresa dá uma garantia de 1 ano, correspondente a 5% das


vendas(100 000,00 euros). Em 2013 não houve necessidade de
utilizar a provisão constituída.
2- A empresa tem a probabilidade de ter que pagar um valor adicional
de IVA: 3200,00 euros
3- Devido ao despedimento de 3 empregados, é provável que a
empresa possa pagar uma indemnização de 12 000,00 euros.Em 2013
o tribunal fixou a indemnização em 10 000,00 euros
4- A empresa procedeu ao desconto de uma letra sacada sobre Carlos
Camilo com vencimento a 18 de Março de 2013, de valor nominal
8 500,00 euros. Verificou-se que Carlos Camilo se encontra em má
situação financeira.A ENUX decidiu criar uma provisão com o intuito
de fazer face ao possível incumprimento.

Qual o enquadramento contabilístico e fiscal a seguir?

Resposta
Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
1-Constituição da provisão em 2012 672 292 5 000,00
Reversão da provisão em 2013 292 7632 5 000,00

2- Constituição da provisão em 2012 671 291 3 200,00


3-Constituição da provisão em 2012 673 293 12 000,00
Desreconhecimento da provisão em 2013 293 12 000,00
121 10 000,00
7633 2 000,00
4-Envio de letras a desconto 216 212 8 500,00
4-Constituição da provisão em 2012 678 298 8 500,00

O reconhecimento, o uso e o reforço estão especificados no ponto 13 da


NCM.

Por outro lado,o art.39º do CIRC considera que apenas são fiscalmente dedutíveis
algumas provisões.
Artigo 39.º
Provisões fiscalmente dedutíveis

1 — Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes provisões:

a) As que se destinem a fazer face a obrigações e encargos derivados de processos judiciais em curso
por factos que determinariam a inclusão daqueles entre os gastos do período de tributação;(Retificado
pela Dec.Retificação n.º 67-A/2009 - 11/09)
b) As que se destinem a fazer face a encargos com garantias a clientes previstas em contratos de
venda e de prestação de serviços; (Retificado pela Dec.Retificação n.º 67-A/2009 - 11/09)

4 — As provisões a que se referem as alíneas a) a c) do n.º 1 que não devam subsistir por não se
terem verificado os eventos a que se reportam e as que forem utilizadas para fins diversos dos
expressamente previstos neste artigo consideram-se rendimentos do respetivo período de tributação.

5 — O montante anual da provisão para garantias a clientes a que refere a alínea b) do n.º 1 é
determinado pela aplicação às vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas no
período de tributação de uma percentagem que não pode ser superior à que resulta da proporção
entre a soma dos encargos derivados de garantias a clientes efetivamente suportados nos últimos três
períodos de tributação e a soma das vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas nos
mesmos períodos.

São dedutíveis para efeitos fiscais as provisões que se destinem a fazer face a
obrigações e encargos derivados de processos judiciais em curso que se destinem a
fazer face a encargos com garantias a clientes. A provisão para impostos não é aceite
fiscalmente como gasto.

Se numa determinada provisão,o montante da provisão fiscalmente admissível for


inferior à provisão constituída, o respetivo excedente deve ser acrescido no campo
721 do quadro 07 da declaração modelo 22 do IRC.

8.3 Inventários
São reconhecidos como inventários, os ativos:
 Detidos para venda no decurso da atividade empresarial;
 Que entram no processo de produção para essa venda;
 Na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no processo de
produção ou na prestação de serviços.
 Os ativos biológicos consumíveis e os produtos agrícolas são reconhecidos
como inventários(ponto 11.2 da NCM).

Consideram-se como ativos biológicos consumíveis:


•O gado destinado à produção de carne(Borregos para engorda..)
• Gado detido para venda
• Peixe em aquacultura
• Milho e trigo para a fabricação do pão
 Eucaliptos a utilizar na produção de papel

O produto agrícola é o bem que resulta dos ativos biológicos da entidade, como
está expresso no quadro:

Por sua vez, os equipamentos biológicos incluem os animais e plantas vivos que
reúnem os requisitos de reconhecimento como investimento e não se enquadrem na
atividade agrícola.Ex: o cavalo do toureiro, o cavalo de corrida e as arvores do jardim
da sede da entidade.
Os equipamentos biológicos são ativos fixos tangíveis.

Segundo a NCM, os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável
líquido, dos dois o mais baixo. O valor realizável líquido corresponde à quantia líquida
que a entidade espera realizar com a venda do inventário no decurso da
atividade.Este valor justifica-se porque o custo dos inventários pode não ser
recuperável se esses inventários estiverem danificados, se se tornarem total ou
parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiverem diminuído. A prática
de reduzir o custo dos inventários para o valor realizável líquido é consistente com o
ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores
àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda ou uso. A melhor mensuração
disponível do valor realizável líquido pode ser, conforme aplicável face à natureza dos
inventários, o custo de reposição ou o preço de venda deduzido dos necessários
custos previsíveis de acabamento ou de venda.
Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do ativo, como por
exemplo, inventários usados como um componente de ativos fixos tangíveis de
construção própria. Os inventários imputados desta forma a um outro ativo, são
reconhecidos como um gasto durante a vida útil desse ativo.

Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável líquido.
As quantias escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em matéria
de mensuração se estabelece na NCM, pelo que serão corrigidas de quaisquer
ajustamentos a que haja lugar.

Quando as circunstâncias que anteriormente resultavam em ajustamento ao valor


dos inventários deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um
aumento no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias
económicas, a quantia do ajustamento é revertida (i.e. a reversão é limitada à
quantia do ajustamento original) de modo a que a nova quantia escriturada seja o
valor mais baixo do custo e do valor realizável líquido revisto. Isto ocorre, por
exemplo, quando um item de inventários que é escriturado pelo valor realizável
líquido, porque o seu preço de venda desceu, está ainda detido num período
posterior e o seu preço de venda aumentou.
O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conversão
em aquisições em moeda estrangeira e outros custos incorridos para colocar os
inventários no seu local e na sua condição atuais.

Exemplos de custos de inventários:


 O preço de compra;
 Os direitos de importação e outros impostos que não sejam recuperáveis ;
 Os custos de transporte, manuseamento e outros custos diretamente
atribuíveis à aquisição de bens acabados, materiais e de serviços.
 Os descontos comerciais, abatimentos e outros a deduzir.

Segundo o ponto 11.6 da NCM, o custo dos inventários de produtos acabados e de


subprodutos será obtido pelo custo de produção(custo das matérias primas, custo de
mão de obra direta e gastos gerais de fabrico) ou pelo preço de venda deduzido da
margem normal de lucro.

Os inventários são reconhecidos como gasto quando forem vendidos. A quantia


escriturada desses inventários deve ser reconhecida como um gasto do período na
conta 6.1, em que o respetivo rédito seja reconhecido na conta 71.

A NCM refere ainda que:


 os inventários podem ser movimentados em sistema de inventário
intermitente ou permanente, podendo ser utilizado, como forma de custeio
das saídas, o custo médio ponderado ou o FIFO.
 Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do ativo, como por
exemplo, inventários usados como um componente de ativos fixos tangíveis
de construção própria. Os inventários imputados desta forma a um outro
ativo, são reconhecidos como um gasto durante a vida útil desse ativo.

Subcontas de inventários:

3 Inventários (*)
31 Compras
311 Mercadorias
312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
... ...
317 Devoluções de compras
318 Descontos e abatimentos em compras
32 Mercadorias
... ...
325 Mercadorias em trânsito
326 Mercadorias em poder de terceiros
... ...
329 Perdas por imparidade acumuladas
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
331 Matérias-primas

332 Matérias subsidiárias


333 Embalagens
334 Materiais diversos
335 Matérias em trânsito
... ...
339 Perdas por imparidade acumuladas
34 Produtos acabados e intermédios
... ...
346 Produtos em poder de terceiros
... ...
349 Perdas por imparidade acumuladas
35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
351 Subprodutos
352 Desperdícios, resíduos e refugos
... ...
359 Perdas por imparidade acumuladas
36 Produtos e trabalhos em curso
... ...
38 Reclassificação e regularização de inventários
... ...
382 Mercadorias
383 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
384 Produtos acabados e intermédios
385 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
386 Produtos e trabalhos em curso
39 Adiantamentos por conta de compras (*)

Exemplo : Inventário
A empresa de concentrado de tomate, CONSOL, em 31 de dezembro de 2012,
inventariou as seguintes rubricas:

*Tomate para compota: 12 560,00 euros


* Compotas de tomate: 52890,00 euros
* Casca do tomate para fabricação de rações: 800,00 euros
*Rações: 2100,00 euros
* Refugos : 450,00 euros
* Óleos e materiais acessórios: 543,00 euros
* Tomate adquirido para venda: 3 456,00 euros

Inventário da empresa CONSOL,Lda, em 31 de Dezembro de 2012

32.Mercadorias

Tomate adquirido para venda 3 456,00

33.Matérias primas,subsidiárias e de consumo

Tomate para compota 12 560,00

Óleos e materiais acessórios 543,00

34.Produtos acabados e intermédios

Compotas de tomate 52 890,00

35. Subprodutos,desperdícios e refugos

Refugos 4 50,00

Total 69 899.00

Passemos ao estudo das diversas contas

31.Compras

Lança-se nesta conta o custo das aquisições de matérias primas e de bens


aprovisionáveis destinados a consumo ou venda. São lançadas nesta conta, por
contrapartida da conta 228, as compras cujas faturas não tenham chegado à
empresa até essa data ou não tenham sido conferidas. Esta conta inclui, ainda as
despesas adicionais de compras (transportes,seguros,IVA não dedutível).

Abrange as seguintes subcontas:

311- Mercadorias

312-Matérias primas, subsidiárias e de consumo

313-Activos biológicos

315- Despesas de compra

317- Devolução de compras

318- Abatimentos em compras

32-Mercadorias

Respeita aos bens adquiridos pela empresa com destino a venda desde que não sejam
objeto de trabalho posterior de natureza industrial. Movimenta-se de acordo com o
inventário utilizado: Inventário periódico ou inventário permanente.

Em inventário permanente:

 é possível, apurar a qualquer momento o valor das existências em armazém, o


custo das mercadorias vendidas e consumidas e o resultado das vendas.
 Dá-nos a conhecer a margem bruta obtida em cada venda, pois para cada
venda regista-se o gasto (61 -CMVMC) e o rédito (71 -Vendas);
 A conta 31- Compras é transitória e o seu saldo é transferido durante o ano
para a conta 32 ou 33. Estas contas movimentam-se no início e durante o ano.
 O saldo final da conta de Mercadorias corresponde ao valor das mercadorias
em armazém, avaliadas ao preço de custo permanentemente actualizado;

EF = EI + Compras +Regularização de existências – CMVC

MBV = Vendas – CMVMC


As contas 31 e 382 são transitórias e o seu saldo é transferido periodicamente para a
conta 32 ou 36.

Em Inventário Periódico

 Só é possível determinar o resultado obtido nas vendas após a inventariação


física das existências em armazém, no final do período;
 O saldo da conta Compras não é transferido para mercadorias aquando da
compra mas apenas no final do exercício económico.As contas 31 e 38 são
transitórias e o seu saldo é transferido no final do ano para a conta 32 ou 36.
Estas contas movimentam-se no início e no final do ano;
 Quando se efectua uma venda apenas se regista o rédito da venda, mas não
o seu gasto (CMVMC);
 Quando há lugar a regularização de inventários, o registo do seu valor não
implica a movimentação da conta mercadorias;
 A conta de mercadorias não é movimentada durante o exercício económico,
pelo que o seu saldo representa o valor das existências iniciais

Como apurar o CMVMC?

O CMVMC é determinado no final do período, extra contabilisticamente, após a


determinação do valor da existência final, para o que se deverá fazer a contagem
física.

EF = EI + Compras +(-) Regularização de inventários - CMVMC

EF e CMVMC são duas variáveis. Procede-se extracontabilisticamente à contagem


das existências em armazém no final do ano, de modo a poder determinar o
CMVMC

CMVMC = EI + Compras +(-) Regularização de existências - EF

MBV = Vendas - CMVMC

A conta 32-Mercadorias credita-se no final do exercício pelo CMV e debita-se a


conta 61-CMVMC. A conta 71- Vendas é acumulativa e o seu saldo é o resultado da
soma algébrica dos saldos das seguintes subcontas:

 711- Vendas de mercadorias


 717 - Devolução de vendas
 718- Descontos e abatimentos e vendas.
38-Reclassificação e regularização de inventários
Esta conta serve de contrapartida ao registo de quebras, sobras, saídas e entradas
por ofertas, bem como quaisquer outras variações nas contas de inventários não
derivadas de compras, vendas ou consumos. Esta conta não surge no balanço, visto
servir para regularizar o saldo das contas 32, 33, 34, 35, 36 e 37. É uma conta
transitória e portanto deve estar saldada. O momento em que é saldada varia em
função do sistema de inventário utilizado

Onde se destacam as subcontas :

382-Mercadorias

383-Matérias primas, subsidiárias e de consumo

384-Produtos acabados e intermédios

385-Subprodutos,desperdícios,resíduos e refugos

386-Produtos e trabalhos em curso

387-Activos biológicos

382- Mercadorias
Esta conta destina-se a servir de contrapartida ao registo de quebras, sobras, saídas
e entradas por ofertas, bem como quaisquer outras variações nas contas de
existências não derivadas de compras, vendas ou consumo.

Esta conta é transitória e portanto deve estar saldada. O momento em que é


saldada varia com o sistema de inventário utilizado como se irá ver a seguir.

Movimenta-se do seguinte modo:

Debita-se:

Pelas sobras de existências, por crédito da conta 7842- Ganhos em


inventários-Sobras
 Pelo recebimento de ofertas de artigos que sejam existências, por
crédito da conta 7843
Credita-se:
 Pelas quebras por crédito da conta 6842- Perdas em inventários-
Quebras
 Pela oferta a clientes de existências próprias, por débito da conta
6884- Ofertas e amostras de inventários

39 - Adiantamentos por conta de compras


Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja
previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para
a conta 221 - Fornecedores c/c.

Exercício 1
A Quinta do freixial, colheu durante o ano de 2012, maçã, pêssego e pêra no valor
de 25 400,00 euros.Tem igualmente 300 vacas para o talho, avaliadas em 90 000,00
euros.Foram adquiridas por 43 000,00 euros.A margem de lucro das vendas é de
25%

Proceder à contabilização das operações

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Compra de matérias primas 312 212 43 000,00
Pagamento 212 121 43 000,00
Transferência 33 3129 43 000,00
Custo 612 33 43 000,00
Inventariação das vacas 34 731 67 500,00
Inventariação dos frutos 34 731 25 400,00

O custo dos inventários de produtos acabados é obtido pelo preço de venda


deduzido da margem normal de lucro(ponto 11.6 da NCM).

Mensuração das vacas : 90 000,00 -90 000x25%= 67 500,00 euros

Exercício 2
A empresa comercializa tetos falsos, móveis,janelas de alumínios e diversos
acessórios para a construção.Em Novembro realizou as seguintes operações:
 Comprou tetos falsos a um fornecedor de Mirandela no montante de 16 543,50
euros, com IVA incluído à taxa normal(Fatura nº 589);
 Pagamento das despesas de transporte referente à compra anterior, no montante de
4000,00 acrescido de IVA(fatura recibo 54);
 Descontos e abatimentos em compras no montante de 543,50 euros(Nota de crédito
nº 42)
 Adquiriu móveis de cozinha na Coreia do Sul pelo montante de 124 000,00
euros.Nesta operação há a considerar os seguintes encargos:
o Honorários do Despachante Oficial(com IVA incluído à taxa de 23%):
396,00 euros
o IVA: 28 520,00 euros
o Direitos aduaneiros: 7 300,00 euros

Proceder à contabilização das operações


Resposta
As operações anteriores originariam o seguinte movimento contabilístico:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição de tetos falsos 311 13 450,00
2432112 3 093,50
2211001 16 543,50

Despesas de transporte
Descontos e abatimentos 2211001 318 543,50
Pagamento 2211001 121 16 000,00
Despesas de transporte 315 4 000,00
2432112 920,00
121 4 920,00

Importação 311 2211002 124 000,00


2211002 121 124 000,00
Honorários 311 322,00
2432123 74,00
121 396,00
311 7 300,00
2432123 28 520,00
121 35 820,00

Nos termos do ponto 11.4 da NCM, o custo dos inventários deve incluir, além do
custo de aquisição,todos os custos para colocar os inventários no local de trabalho e
segundo as condições exigidas.Por sua vez, os descontos comerciais e abatimentos
são deduzidos.

Exercício 3
Em 11 de Março de 2012, a empresa BASTA, Lda adquiriu a um fornecedor
de Londres as seguintes mercadorias:

 3 aparelhos de rádio JKH a 120,00 GBP cada


 5 aparelhos de televisão Bruni a 325 GBP cada

Prazo de pagamento: 30 dias


Câmbio em 11 de Março de 2012: Compra(0,85674) e venda (0,84987)

Câmbio em 11 de Abril de 2012: Compra(0,85123) e venda (0,83587)

Qual o tratamento contabilístico e fiscal a seguir?

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Compra de mercadorias 311 2 335,64
2432 537,20
2433 537,20
221 2 335,64
Transferência da compra 321 311 2 335,64
Pagamento ao fornecedor 221 2 335,64
6887 39,13
121 2 374,77

Compra de mercadorias: 3x120/0,84987 =423,59 euros


5x 325/0,84987 =1 912,05 euros

Valor a pagar : 3x120/ 0,83587 = 430,69 euros


5x 325/ 0,83587 = 1 944,08 euros
Diferenças de câmbio : (423,59+ 1912,05) – (430,69 +1 944,08)= -39,13
Verifica-se uma diferença de câmbio desfavorável

O ponto 11.5 da NCM especifica a avaliação das aquisições intracomunitárias.Esta


compra está definida no art.3º do RITI, sendo tributável com base no principio da
tributação no destino à mesma taxa das operações referidas no CIVA.
Exercício 4
A empresa INFOR, Lda de Arganil, adquiriu em 5 de Janeiro de 2012 a um
fornecedor de Dallas - EUA, 800 componentes para computador ao preço unitário
de 5 USD. Pagamento a 30 dias.

Câmbio em 5 de Janeiro de 2012: Compra( 1,43786) e venda (1,42965)

Câmbio em 5 de Fevereiro de 2012: Compra(1,4165) e venda (1,40657)

Despesas com desalfandegamento dos produtos:

 Direitos aduaneiros: 520,00 euros, IVA a 23%


 Serviço do despachante: 435,65 euros, IVA a 23%

Proceda à contabilização das operações

Resposta

A compra da INFOR a um fornecedor de Dallas enquadra-se, em sede de IVA, e diz


respeito a uma importação sujeita a tributação de acordo com o art. 1º e 17º do
CIVA.

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Compras 311 2211.01 2 797,88
Despesas na alfândega 311 955,65
2432 863,31
2211.02 1 818,96
Transferência das compras 321 311 3 753,53
Pagamento ao despachante 2211.02 121 1 818,96
Pagamento a fornecedor 2211.01 2 797,88
6887 45,92
121 2 843,80
De acordo com o ponto 11.5 da NCM, apuremos o custo da compra:

Compra: 800 x 5 /1,42965 =2 797,88 euros

1 euro vale 1,42965 USD e 1 USD vale 0,6995 euros (1/1,42965)

IVA liquidado na alfândega : 2 797,88 x 23% = 643,51 euros

Despesas na alfandega: 520,00+435,65 = 955,65 euros

IVA das Despesas na alfandega : 23% x 955,65 = 219,80 euros

Pagamento ao fornecedor: 800 x 5 /1,40657=2 843,80 euros

1 euro vale 1,40657 USD e 1 USD vale 0,71 euros (1/1,42965)

Diferença de câmbio favorável:( 2 843,80-2 797,88)=45,92 euros

Exercício 5
A empresa INFOR, Lda de Arganil, adquiriu em Janeiro de 2012, 800 computadores
ao preço unitário de 2100,00 euros (Fatura nº653).Encontram-se em trânsito
segundo o incoterm FOR Coimbra (Free on rail). A responsabilidade do fornecedor
termina em Coimbra. Despesas de transporte até Coimbra: 826,50 euros. Despesas
de transporte Coimbra Arganil: 420,00 euros, acrescido de IVA a 23%.As
mercadorias entraram em armazém em Março de 2012.
Como proceder à contabilização desta operação?

Resposta

A contabilização das mercadorias em transito seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Jan 2012-reconhecimento do 311 1 680 000,00
preço de compra
2432 386 400,00
221
Despesas de transporte 311 121 420,00

Transferência 325 311 1 680 420,00


Transferência 321 325 1 680 420,00
Exercício 6
A Sociedade ROVIL, Lda comercializa copos de barro do tipo1. No início de Fevereiro do
ano 2010 possuía uma existência em armazém de 400 kg a 120$/kg.

Durante o mês de Fevereiro teve o seguinte movimento:

DIAS:

5- Compra a prazo de 300 kg a 150/kg. Desconto de revenda de 10%+2%.


Despesas de compra: 1500 euros

9- Compra a prazo de 200 kg a 160 euros/kg, com um desconto de revenda


de 10%

10- Despesas de compra, referentes ao dia 9 e já pagas: 200 euros

15-Venda a prazo de 800 kg a 220 euros/kg, com um desconto de 10%

26-Compra a prazo de 300 kg a 170 euros/kg, com um desconto de revenda


de 10%

28- Venda a prazo de 200 kg a 220 euros/kg

Pede-se a elaboração da ficha de armazém segundos os critérios FIFO

Contabilização de algumas operações

Resposta
FIFO

(Em euros)

Data Operações Entradas Saídas Existências

Fev-20 10 Q P V Q P V Q P V

1 Saldo 400 120,00 48000,00

5 Compra a prazo 300 137,30 41190,00 400 120,00 48000,00

300 137,30 41190,00

9 Compra a prazo 200 144,00 28800,00 400 120,00 48000,00

300 137,30 41190,00

200 144,00 28800,00

10 Despesas de compra 200,00 400 120,00 48000,00

300 137,30 41190,00

200 145,00 29000,00

15 Venda 400 120,00

300 137,30 103690,00 100 145,00 14500,00

100 145,00

25 Compras a prazo 300 153,00 45900,00 100 145,00 14500,00

28 Vendas a prazo 100 145,00 300 153 45900

100 153,00 29800,00 200 153 30600

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Compra a prazo 311 41 190,00


2432112 9 473,10
221 50663,70
Despesas de compras 315 200,00
2432112 46,00
111 246,00
Venda
711 158 400,00
2433112 36 432,00
211 194 832,00
CMV 612 321 103 690,00

Os inventários podem ser movimentados em sistema de inventário


intermitente ou permanente,podendo ser utilizado,como forma de
custeio das saídas,o custo médio ponderado, o custo específico ou o
FIFO(Ponto 11.10 fa NCM).

Exercício 7
A sociedade ALJIL, Lda brinquedos de madeira. No início de Abril do ano 2000 possuía
uma existência em armazém de 3000 kg a 100 euros/kg.

Durante o mês de Abril teve o seguinte movimento:

DIAS

5- Venda a prazo de 1000 unidades a 150 euros/1

8- Compra a pronto, de 500 unidades a 130 euros/1

Despesas de compra referentes ao dia 10: 3500 euros

10-Compra a prazo de 1000 unidades a 121 euros/1

20-despesas de compra referentes ao dia 10: 3500 euros

26- Venda a prazo de 700 unidades a 180 euros/1

Pede-se a elaboração da ficha de armazém ao custo médio.

Resposta
Custo médio (Em euros)

Data Operações Entradas Saídas Existênci


Abril 2010 Q P V Q P V Q P

1 Saldo 3000 100,00

5 Vendas a prazo 1000 100,00 100000,00 2000 100,00

8 Compra a pronto 500 142,00 71000,00 2500 108,40

10 Compras a prazo 1000 121,00 121000,00 3500 112,00

20 Despesas de 3500,00 3500 113,00


compra

25 Vendas a prazo 700 113,00 79100,00 2800 113,00

Exercício 8
A empresa INFORD,Lda fornecedora de componentes eletrónicas, possuía
no inicio de Julho de 2012 os seguintes inventários:

 Lote 1: 80 unidades de CHIP324 a 87,00 euros a unidade


 Lote 2: 100 unidades de CHIP324 a 85,00 euros a unidade

Durante o mês de Agosto vendeu:

 Lote 1: 50 unidades de CHIP324 a 95,00 euros a unidade


 Lote 2: 30 unidades de CHIP324 a 100,00 euros a unidade

Proceder à contabilização

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Venda de mercadorias 211 7 928,25
711 7 750,00
2433 178,25
Custo de venda 611 6900,00
3211 4350,00
3212 2550,00

Custo das vendas:

 50 x 87,00 = 4 350,00 euros


 30 x 85,00 =2 550,00 euros

Vendas:

 50 x 95,00 = 4 750,00 euros


 30 x100,00 =3 000,00 euros

A saída dos inventários tem que ser reconhecida como um gasto do custo
do inventário ou como um gasto a incorporar noutras contas do ativo.
Neste caso recorremos ao ponto 11.10 da NCM.

Exercício 9
A empresa APPE que se dedica `comercialização de máquinas usadas de
empacotamento de produtos, adquiriu em Março de 2012 as seguintes:

Euros

 Máquina 123TY 8 700,00


 Máquina ABC5 16 500,00

No final de 2012 o Valor realizável líquido era o seguinte:

Euros

 Máquina 123TY 5 700,00


 Máquina ABC5 13 500,00

Em 2013 a máquina está valorizada no mercado em 16200,00 euros

Proceder à contabilização das operações referidas

Resposta
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição de máquinas 311 121 25 200,00
Transferência 321 311 25 200,00
Perdas por imparidade em inventários 652 329 6 000,00

Reversão da perda por imparidade 329 7622 3 000,00

Perda por imparidade da máquina ABC5: 16 500,00 – 13 500,00= 3 000,00


euros

Exercício 10

A empresa LAC que se dedica à comercialização de artigos de desporto,


apresentava no final de 2011, entre outros, os seguintes inventários:

A)
 400 fatos de treino a 83,00 euros cada
 O valor realizável líquido é de 78,00 euros

No ano seguinte os fatos de treino foram vendidos ao preço de 78,00 euros


B)

 400 canas de pesca a 59,00 euros cada


 O valor realizável líquido é de 56,00 euros
 Estas mercadorias não foram vendidas em 2012
 O novo teste de imparidade em 2012 estimou o VRL de 62 euros

Como contabilizar as operações?

Resposta
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
2012-Perdas por imparidade 652 329 2 000,00
652 329 1 200,00
2013- Venda dos fatos de treino 211 38 376,00
711 31 200,00
2433 7 176,00
Custo das mercadorias vendidas 611 31 200,00
329 2 000,00
321 33 200,00
Reversão da perda por 329 7622 1 200,00
imparidade

 Fatos de treino
Perda por imparidade = Quantia escriturada – Valor realizável líquido
= 400x83,00 – 400x78,00
= 33 200,00 – 31 200,00
= 2 000,00 euros
 Canas de pesca
Perda por imparidade = Quantia escriturada – Valor realizável líquido
= 400x59,00 – 400x56,00
= 1200,00 euros

Venda de fatos de treino: 31 200,00 euros


Reversão de perdas por imparidade em 31 de Dezembro de
2012(ponto 11.8 da NCM):

400 x (62,00 -56,00) = 2 400,00 euros

Perda por imparidade em 31 de Dezembro de 2011


400 x (59,00 -56,00) = 1 200,00 euros

Reversão a registar é 1200,00 euros(1200,00 < 2 400,00)

O ponto 11.3 da NCM refere que os inventários devem ser mensurados


pelo custo ou valor realizável liquido, dos dois o mais baixo. Então vem:

Ao custo: 400 x 59,00 = 23 600,00 euros


Ao VRL : 400 X 62,00 euros= 24 800,00 euros

A reversão será : 24 800,00 – 23 600,00 = 1200,00 euros

Este valor contribui positivamente para a formação do lucro tributável.


Exercício 11
Em Março de 2012, a empresa BETA, Lda enviou à consignação 2300
unidades de componentes eletrónicos ao cliente ELETRO de Setúbal. As
mercadorias estavam avaliadas ao custo unitário de 9,00 euros. Um mês
depois o cliente devolveu 300 unidades. Faturação ao cliente ao preço de
venda de 12,00 euros.

Proceda à contabilização das operações

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Mercadorias à consignação 326 321 20 700,00
Vendas de mercadorias 211 29520,00
711 24 000,00
2433 5 520,00
Custo das mercadorias 611 326 18 000,00
vendidas
Devolução de mercadorias 321 326 2 700,00

As mercadorias em poder de terceiros são consideradas propriedade da


empresa e são reconhecidas na classe 3-Inventários.As mercadorias foram
colocadas à consignação para serem vendidas.

Exercício 12
A empresa QUIMI,Lda de Famalicão produz na sua unidade fabril 3 produtos A,B e
C. Na sua produção consome a matéria prima M1. Durante o mês de Maio de 2012
apurou os seguintes gastos:
(Em euros)
Matéria prima M1 Unidades Custo unitário
2,50
Produto A 500 1.250,00
Produto B 800 2.000,00
Produto C 1000 2.500,00
Consumo de M1 5.750,00

(Em euros)

Horas Custo da hora Total


MOD 25,00
Produto A 500 12.500,00
Produto B 800 20.000,00
Produto C 700 17.500,00
2000 50.000,00

Gastos gerais de fabrico (Em euros)

M0I 6.000,00

Amortizações 10.000,00

Conservação 4.500,00

Seguros da fabrica 3.400,00

Consumo de gás 2.348,00

26.248,00

Imputação dos gastos gerais de fabrico na razão direta dos gastos de maão de obra e de consumo
de matérias primas.

Produção:
 Produto A: 400 u.n
 Produto B: 500 u.n
 Produto C: 1200 u.n

Resposta

Imputação dos Gastos Gerais de Fabrico:

26248,00
Coeficiente de imputação =
5750,00  50000,00

= 0,47

Gastos gerais a imputar ao produto A: 0,47x13750,00= 6473,72 euros


Produto A Produto B Produto C
400 un. 500 un. 1200 un.
Matérias primas 1.250,00 2.000,00 2.500,00
MOD 12.500,00 20.000,00 17.500,00
13.750,00 22.000,00 20.000,00
Gastos gerais de fabrico 6.473,72 10.357,96 9.416,32
Custo total 20.223,72 32.357,96 29.416,32
Custo unitário 50,56 64,72 24,51

A contabilização da produção própria será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reconhecimento dos produtos acabados
ao custo de produção
Produto A 3411 7311 20 223,72
Produto B 3412 7312 32 357,96
Produto C 3412 7312 29 416,32

O custo de produção foi calculado de acordo com os pontos 11.4 e 11.6 da


NCM.

Exercício 13
A empresa MOVILAR fabrica móveis para o mercado externo.Durante o ano
de 2012 recolheu as seguintes informações:
(em euros)
Gastos Móvel ASFE Móvel FGA XZA

25 unidades 30 unidades 10 unidades

Mão de obra direta 3.200,00 4.100,00 1.200,00


Consumo de matérias primas 1.125,00 1.350,00 450,00
Outros gastos variáveis 525,00 630,00 210,00
Custos fixos 6 500,00

Os custos fixos são imputados aos produtos na razão direta da mão de obra .
Os móveis ASFE e FGA estão concluídos e XZA está por concluir.O móvel
ASFE foi utilizado na construção da sede da empresa

Proceder à contabilização das operações

Resposta
(em euros)
Imputação Móvel ASFE Móvel FGA XZA

25 unidades 30 unidades 10 unidades

Mão de obra direta 3.200,00 4.100,00 1.200,00


Custos fixos 2.447,06 3.135,29 917,65

(em euros)
Gastos Móvel ASFE Móvel FGA XZA
25 unidades 30 unidades 10 unidades
Custos variáveis 4.850,00 € 6.080,00 € 1.860,00 €
Custos fixos 2.447,06 € 3.135,29 € 917,65 €
Custo total 7.297,06 € 9.215,29 € 2.777,65 €
Custo unitário 291,88 € 307,18 € 277,76 €

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reconhecimento dos produtos
acabados ao custo de produção
ASFE 3411 7311 7.297,06
FGA 3412 7312 9.215,29
XZA 36 733 2.777,65

Utilização do móvel ASFE 384 3411 7.297,06


453 384 7.297,06

A utilização do móvel ASFE foi contabilizada com base no ponto NCM 11.

Exercício 14
A empresa LAM, Lda de Penafiel produz na sua unidade fabril 3 produtos A,B e C
como se especifica no esquema:

É um processo de produção conjunta, com a produção de um subproduto S com


uma produção de 100 unidades. O preço de venda do subproduto é de 15,00 euros.
Produção:
 Produto A: 5000 unidades
 Produto B: 4200 unidades
 Produto C: 800 unidades
A empresa definiu como critério para a repartição dos custos conjuntos o valor de
venda relativo, no ponto de separação. A valorização do subproduto realiza-se com
base no critério do lucro de venda.

Pretende-se a Contabilização da produção dos produtos A,B e C

Resposta
Uma empresa labora em produção conjunta quando a fabricação de um produto
obriga necessariamente à fabricação de dois ou mais produtos. A repartição dos
custos conjuntos (NCRF 18) realiza-se de acordo com três critérios: Custo unitário
médio, média ponderada, preço de venda relativo e montante da produção. Este
último é o critério utilizado nesta aplicação. Por sua vez os subprodutos são
valorizados de acordo os seguintes critérios: Custo nulo e lucro nulo. Este último é o
critério utilizado.

Custos conjuntos no ponto de separação(Departamento 2):


 Semi produto X 8 000,00 euros
 MOD 2 300,00 euros
 GGF 5 400,00 euros
Total 15 700,00 euros

A total dos custos conjuntos subtraímos o valor de venda de S.Os gastos a


distribuir pelos produtos A,B e C será:
 Custo à saída do departamento 2 15 700,00 euros
 Venda do subproduto 1 500,00 euros
Custos a repartir 14 200,00 euros

Repartição dos custos conjuntos

O custo total dos produtos será:

A contabilização da produção própria será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reconhecimento dos produtos acabados
ao custo de produção
Produto A 3411 7311 7 100,00
Produto B 3412 7312 5 964,00
Produto C 3412 7312 1 786,00

O ponto 11.6 da NCM, específica que o custo dos inventários de produtos


acabados e de subprodutos é apurado pelo custo de produção ou preço de
venda deduzido da margem de lucro

Exercício 15

Em março dev 2012, a empresa VINICOLA,Lda, fez uma requisição interna de 300
garrafas de vinho do Porto para utilizar numa receção a clientes.
No final de 2011, registou-se uma quebra de 400 garrafas de licor a 40,00 euros e
um furto de 800 garrafas ao preço de custo de 43,00 euros. Indenização de 60%
Proceder ao registo contabilístico das operações

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Furto 6841 42312,00


2434 7912,00
382 34400,00
Saída de mercadorias 382 321 42312,00
Indemnização a receber 278 6841 25387,20

Quebras 6842 382 5200,00


382 321 5200,00
Autoconsumo 6233 3200,00
2432 736,00
382 3200,00
2433 736,00
382 321 3200,00
Exercício 16
A empresa HIGIECASCAIS,Lda comercializa produtos de higiene.No exercício da sua
atividade é normal conceder ofertas ao úblico e a empresas clientes.

Qual é o tratamento fiscal das ofertas?

Resposta
De acordo com o art.º3º,nº3, f) do CIVA, a empresa que oferece produtos a clientes
por exemplo,não é obrigada emitir fatura.Para efeitos de IVA,a oferta não é
considerada uma transmissão.Se o IVA foi deduzido no momento da aquisição do
bem oferecido,tem que ser regularizado com base num documento interno(aviso de
lançamento), por exemplo. A fatura só deve ser emitida para bens vendidos

De acordo com o art.3º nº7 do CIVA, não estão abrangidas pelo conceito de
transmissões de bens e, por esse facto, estão excluídas da tributação em IVA, quando
relativamente a esses bens ou aos elementos que os constituem tenha havido
dedução total ou parcial do imposto, e aqueles bens, visem, sob a forma de amostra,
apresentar ou promover bens produzidos ou comercializados pelo próprio sujeito
passivo, assim como as ofertas de valor unitário igual ou inferior a 50,00 euros e cujo
valor global não exceda cinco por mil do volume de negócios do sujeito passivo no
ano civil anterior, em conformidade com os usos comerciais

No âmbito do IRC(art.23º do CIRC), o Fisco trata a oferta do seguinte modo:

De modo a permitir a identificação do destinatário da oferta e comprovar a


indispensabilidade do custo para a realização dos proveitos de acordo com o que está
estabelecido no art.23º do CIRC, a fatura de compra ou o documento interno justificativo
do lançamento relativo à oferta,deverá conter a identificação da pessoa singular ou
coletiva a quem irá ser atribuída a oferta.

Exercício 17
A empresa CESTNORTE, sedeada em Mirandela vende cestos de verfa pela
INTERNET.
Qual o tratamento fiscal da Venda à distância?

Resposta
No comércio através da Internet pdemos considerar dois casos:

 Transmissão de bens através do território nacional para fora da União


Europeia e transmissão de bens expedidos ou transportados para fora
da União Europeia pelo vendedor ou por um terceiro por conta
deste.Estas transmissões estão isentas de imposto(Art.14º, 1) a) do
CIVA) independentemente da qualidade do tipo de adquirente

 As transmissões de bens através do território nacional para outro


Estado da União Europeia estão isentas de imposto, quando o
adquirente seja uma pessoa singular ou coletiva registada para efeitos
de IVA em outro Estado membro,que tenha utilizado o respetivo nº de
identificação e se encontre abrangido por um regime de tributação das
aquisições intracomunitárias de bens.

Neste comércio devemos distinguir as transmissões que são feitas para


particulares e para sujeitos passivos cujo NIF não conste no VIES e sujeitos
passivos registados no VIES. O Sistema de Intercâmbio de Informações sobre
o IVA (VIES) é um meio electrónico de transmissão de informações relativas ao
registo do IVA (= validade dos números de IVA) das empresas registadas na
UE. Além disso, as informações relativas às entregas intra-comunitárias
(isentas) são igualmente transmitidas através do sistema VIES entre as
administrações dos Estados-Membros.Podemos confirmar se o NIF de um
sujeito passivo da União Europeia consta do VIES no site
http://ec.europa.eu/taxation_customs/vies/.

Na primeira situação,a transmissão efetua-se com IVA incluído à taxa legal


em vigor em território nacional, exceto os casos de venda a particulares
previstas no art.10º do RITI. A outra situação refere-se a uma transmissão
intracomunitária.A fatura é emitida sem IVA referindo o art.14º a) do RITI.A
contabilização da operação é semelhante às referentes no território nacional,
apenas terão que ser criadas contas próprias nas contas 71 e 2433,

As transmissões de bens com sujeitos passivos não registados no VIES ou a


particulares sedeados noutro Estado membro serão regra geral, tributados em
território nacional, pelo fornecedor dos bens(art.6º n~1 do CIVA. Contudo
segundo, o art.10º do RITI, a transmissão de bens poderá não estar sujeita a
IVA em Portugal, mas no Estado membro de destino.

O regime de vendas à distância aplica-se quando:

 O adquirente seja um particular domiciliado noutro Estado


membro ou um sujeito passivo não registado no VIES;
 Os bens sejam expedidos ou transportados pelo fornecedor,ou
por um terceiro, mas por sua conta
 O valor global das vendas para um Estado membro tenha
ultrapassado o montante fixado para esse Estado.

Neste caso a tributação far-se-à no Estado membro de destino.O


fornecedor deve efetuar o registo nesse Estado para que possa
entregar o IVA.A taxa de IVA a considerar será a que vigorar no país
de destino.O fornecedor dos bens poderá optar pela tributação no
Estado membro de destino mesmo que não tenha ultrapassado o
montante fixado.Tem que permanecer neste regime por um período
mínimo de dois anos.

Exercício 18
A empresa TYU,Lda enviou a seguinte declaração de IVA referente ao
1ºTrimestre de 2012:
Proceder ao registo contabilístico das operações realizadas no 1º trimestre

Resposta

1-

Vendas a 20% :20500 euros

IVA: 4100 euros

2-

Compras de imobilizado: 345,60:0,2=1728 euros

Fornecimentos externos: 3112,32:0,20= 15561,60 euros

Compras a 5% : 120,50:0,05 = 2410 euros

Compras a 12% : 230:0,12 = 1916,66 euros

Compras a 20% : 630:0,20 = 3150euros

Devolução de compras: 134,60:0,2 = 673 euros

Devolução de vendas:45,30 : 0,2= 226,50 euros


Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Vendas 711 20500
2432112 4100
211103 24600
Compras imobilizado 433 1728
2432212 345,60
2711 2073,60
Compras de mercadorias 311111 2410
2432111 120,50
221103 2530,50
Compras de mercadorias 311112 3150
2432112 630
221103 3780
Compras de mercadorias 311113 1916,67
2432113 230
221103 2146,67

Fornecimentos e serviços 62… 15561,60


externos
2432312 3112,32
121 18673,92
Devolução de vendas 717112 226,50
24341 45,30
211103 271,80
Devolução de compras 317112 673
24342 134,60
221103 807,60

Apuramento do IVA do 1º Trimestre

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
IVA liquidado 2433112 2435 4100
IVA dedutível 2435 2432212 345,60
IVA dedutível 2435 2432111 120,50
IVA dedutível 2435 2432113 230
IVA dedutível 2435 2432112 630
IVA dedutível 2435 2432312 3112,32
IVA regularizações 2435 24341 45,30
IVA regularizações 24342 2435 134,60
IVA a recuperar 2435 2437 249,12
A nova declaração periódica do IVA entrou em vigor em 1 de janeiro de 2012 e já
inclui a regra de inversão do sujeito passivo e as regras de localização das prestações
de serviços.

Vejamos algumas alterações:

 Os montantes das aquisições intracomunitárias de bens no Quadro 06, são


separados em com imposto liquidado pelo sujeito passivo e sem imposto
liquidado (desdobrando o anterior campo 10 em novos campos 12, 14 e 15,
fazendo coincidir o valor do imposto declarado no campo 13 com a base
tributável no campo 12);
 Criação de dois campos, com os números 16 e 17, para evidenciar as bases
tributáveis e o seu correspondente imposto, referentes a prestações de
serviços efetuadas por entidades residentes noutros Estados-membros, cujo
imposto é liquidado pelo declarante, à semelhança do que sucede com as
aquisições intracomunitárias de bens;
 Criação do Quadro 06A, cujo objectivo é retirar das bases tributáveis
mencionadas no Quadro 06, aquelas que não fazem parte do volume de
negócios do sujeito passivo, mas em que este tem a obrigação legal de
liquidar o imposto (Inversão do sujeito passivo);
 O campo 10 é de preenchimento automático e corresponde à soma dos
valores inscritos nos campos 12, 14 e 15.
 O campo 11 é de preenchimento automático ecorresponde ao valor inscrito
no campo 13.
 No campo 12 deve ser inscrito o montante total das aquisições
intracomunitárias de bens e operações assimiladas, cujo imposto foi
liquidado e é mencionado no campo 13.
 No campo 13 deve ser inscrito o montante total do imposto liquidado nas
aquisições intracomunitárias de bens (compras de bens a fornecedores
sedeados em outros Estados membros) e operações assimiladas.
 No campo 14 deve ser inscrito o montante total das aquisições
intracomunitárias de bens referidas no nº 7 do artigo 15.º do CIVA e no artigo
15.º do RITI, que, por se encontrarem abrangidas pelas referidas normas não
são objeto de liquidação de imposto.
 No campo 15 deve ser inscrito o montante total das aquisições
intracomunitárias de bens sujeitas aos impostos a que se referem os nºs 3, 4
e 5 do art. 22º do RITI(imposto sobre veículos ou impostos especiais de
consumo), cujo IVA é pago junto das entidades competentes para a
cobrança dos mesmos.
No campo 16 deve ser inscrito o montante total das prestações de serviços
efectuadas por entidades residentes noutros Estados membros, consideradas
localizadas no território nacional, em que, na qualidade de adquirente, liquidou o
imposto e é mencionado no campo 17.

No campo 17 deve ser inscrito o montante total do imposto liquidado nas


prestações de serviços efectuadas por entidades residentes noutros Estados
membros, consideradas localizadas no território nacional.

Exercício 19

Balancete de Verificação referente a 31 de Março de 2012, relativo às contas do IVA


O valor a crédito da conta 24361, 1099,72 euros diz respeito ao IVA a pagar e referente ao 4º
trimestre de 2009.

Proceder ao preenchimento da declaração periódica do IVA

Resposta

A Declaração periódica do IVA referente ao 1º trimestre de 2010 seria preenchida do


seguinte modo:
O valor 92,77 euros vai ser adicionado ao campo 22
Exercício 20
A empresa FASER encerrou a sua atividade em Dezembro de 2011.De acordo com a
Declaração periódica do 3ºTrimestre apresentava um montante a recuperar de 361,37
euros.
Como proceder ao reembolso do IVA?

Resposta

A empresa terá que enviar a declaração periódica do IVA e optar pelo reembolso. Terá
que elaborar uma listagem de fornecedores
Exercício 21
Dados referentes ao ano anterior:

 Vendas de bens tributados em IVA: 1 500 euros


 Vendas de bens isentos sem direito a dedução: 700
euros
 Ganhos em operações financeiras: 200 euros
 Vendas de bens isentos com direito a dedução: 200
euros
 Vendas de imobilizado corpóreo : 200 euros
Resposta

No cálculo do pro rata excluem-se as transmissões de bens do Activo


imobilizado e as operações financeiras

Pro rata provisório = (1500 + 200 )x 100 / 2 400

= 70,8%

Este será o pro rata utilizado no corrente ano.


Dados referentes ao ano corrente:

 Vendas de bens tributados em IVA: 1 700


 Vendas de bens isentos sem direito a dedução: 800
 Compras tributados em IVA: 1 200
 Compras de bens isentos : 450

O IVA suportado foi de: 1200 x 20% = 240

Logo a dedução a efectuar durante o corrente ano será :


70,8% x 240 = 169,92 euros

O restante: 240-169,92=70,08 euros,

O pro rata definitivo será:

= 1700 x 100 / 2 500

= 68%

O IVA que deveria ter sido deduzido no corrente ano deveria ser: 68% x 240 =
163,20 euros

Pelo que a diferença : 169,92 – 163,20 = 6,72 euros será regularizada a favor do
Estado.

No final do corrente ano, aquando da declaração, haveria que acrescentar de


IVA liquidado o montante de 6,72 euros

No diário seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Compra 312 1650,00
2431112 240,00
22110001 1890,00
IVA dedutível 2432112 2431112 169,92
IVA não dedutível 312114 2431112 70,08
Diferença 312/6888 24343 6,72

A diferença será registada em 6888 quando se mostrar difícil a imputação


específica.

Exercício 22
A empresa OLIVEXP,Lda de Ermesinde comercializa artigos elétricos.Em 15 de
Outubro de 2012 satisfez duas encomendas de dois clientes, um com atividade em
Itália e o outro com atividade na Colômbia.

Qual o tratamento fiscal destas operações, no âmbito do IVA?

Resposta

Na venda de bens para um país membro, a OLIVEXP,Lda deverá liquidar IVA à taxa
efetiva do bem, conforme tributação no país de origem dos bens(art.6º, nº1 do
CIVA).No preenchimento da declaração periódica de IVA, a base tributável deverá ser
mencionada nos campos 1,5 ou 3 do quadro 06 e o IVA liquidado nos campos 2,6 ou
4 conforme a taxa aplicável aos bens.

Se os clientes(entidades ou particulares) estiverem sedeados fora da União Europeia,


a transmissão de bens será considerada como muma exportação,estando isenta de
IVA em Portugal(art.14º do CIVA.O montante das exportações será incluído no
campo 8 do quadro 06 da declaração periódica de IVA.
8.4 Investimentos
Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanênciae que não se
destinem a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da
entidade, quer sejam de sua propriedade,quer estejam em regime de locação
financeira.

Subcontas;

41 Investimentos financeiros
... ...
414 Investimentos noutras empresas
4141 Participações de capital
4142 Empréstimos concedidos
... ...
419 Perdas por imparidade acumuladas

43 Ativos fixos tangíveis


431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
435 Equipamento administrativo
436 Equipamentos biológicos
437 Outros ativos fixos tangíveis
438 Depreciações acumuladas
... ...
44 Activos intangíveis
441 ...
442 Projectos de desenvolvimento
443 Programas de computador
444 Propriedade industrial
... ...
446 Outros activos intangíveis
... ...
448 Amortizações acumuladas
... ...
45 Investimentos em curso
451 Investimentos financeiros em curso
... ...
453 Activos fixos tangíveis em curso
454 Activos intangíveis em curso
455 Adiantamentos por conta de investimentos
... ...

43.Ativos fixos tangíveis

O ponto 7 da NCM, especifica o tratamento contabilistico de todos os ativos fixos


tangíveis,no que diz respeito ao recinhecimento e mensuração.O SNC trata este
assunto nas NCRF 7, NCRF 8, NCRF 16, NCRF 17.
O custo de ativos fixos tangíveis só poderá ser reconhecido como ativo se satisfizer
cumulativamente os seguintes pressupostos:

 Cumpram os critérios de reconhecimento referidos no capitulo 3 da NCM:

a) Sejam renovados frequentemente;


b) Representem, bem a bem, uma quantia imaterial para a entidade;
c) Tenham uma vida útil não superior a três anos.

 Esteja de acordo com a definição de ativo fixo tangível expressa na NCRF 7


”Bens que sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou
serviços,para arrendamento, ou para fins administrativos e se espera que
seja usado durante mais que um período contabilístico”.

As propriedades de investimento(terrenos e edificios) e os ativos biológicos de


produção(Ex:vacas leiteiras),são reconhecidos como ativos fixos tangíveis. Os animais
(Ex: cavalos de corrida) ou plantas(Ex: àvores do jardim da empresa) vivos que
pertençam à entidade e que não se enquadrem na atividade agrícola,os respetivos
montantes são contabilizados na conta 436.Equipamentos biológicos.

Um elemento do ativo fixo tangível é,inicialmente mensurado pelo custo de aquisição


ou produção e subsequentemente pelo custo deduzido da depreciação
acumulada(Ponto 7.8 da NCM).

Exemplo:

Uma entidade adquiriu, em 2013, uma máquina industrial, suportando os seguintes


custos:
*Preço de compra : 12 300,00 euros
*Direitos de importação e impostos de compra não reembolsáveis: 1 200,00 euros
*Descontos e abatimentos: 200,00 euros
* Custos atribuíveis necessários para o funcionamento(Instalação…): 3700,00 euros

Custo da máquina industrial: 17 000,00 euros


Passados uns anos a depreciação atingiu o montante de 7 000,00 euros, logo a
máquina é mensurada por 10 000,00 euros.

Nos termos do ponto 7.14 da NCM, o montante das depreciações é calculado


segundo o método das quotas constantes(ou da linha reta). No calculo do seu valor
considera-se a vida útil e o valor residual.Estes elementos devem ser revistos, no final
do período económico.

Depreciação periódica = (Valor do AFT-Valor residual)/Nº de períodos da vida útil


Em certos casos, a entidade pode proceder a depreciação de um ativo fixo tangível
por componentes, quando o espetivo custo é significativo em relação ao total, tal
como iremos nos casos práticos a resolver.

A depreciação de um ativo começa quando este esteja disponível para uso e cessa na
data em que o ativo for desreconhecido.A depreciação é um gasto e conduz à
diminuição do resultado, a menos que seja, escriturado no valor de outro ativo.

A quantia escriturada de um item do ativo fixo tangível deve ser desreconhecida:


a) No momento da alienação; ou
b) Quando não se espere futuros benefícios económicos do seu uso
ou alienação.

O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do ativo fixo


tangível deve ser incluído nos resultados quando o item for desreconhecido.
Na alienação de um ativo fixo tangível uma entidade deve aplicar os critérios
referidos no capítulo 12 para reconhecimento do rédito. Os ganhos não devem ser
classificados como rédito, sendo expressos pelo seu valor líquido(Valor de venda-
valor atual do bem). O valor atual do bem é determinado pela diferença ente o valor
inicial e as depreciações acumuladas.

cada parte de um item do ativo fixo tangível com um custo que seja significativo em
relação ao custo total do item deve ser depreciada separadamente.

Exercício 1
A sociedade BUTI ,Lda adquiriu, em Janeiro de 2012, dois equipamentos industriais
para a sua unidade produtiva em Leiria:

 Equipamento A78Y: 3 000,00 euros

Há a registar ainda os seguintes encargos:

 Instalação e montagem para o equipamento A78Y: 100,00


euros
 Custo de transporte: 500,00 euros
 Gastos de manutenção do equipamento A78Y:180,00 euros por
3 anos
 Consumo de matérias primas da própria empresa: 300,00
euros
O preço de venda é de 350,00 euros
Pretende-se a contabilização da operação
Resposta

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Custo de aquisição 433 3 600,00
2432 828,00
2711 4 428,00
Custo das matérias primas 433 300,00
383 300,00
383 300,00
2432 69,00
2434 69,00
331 300,00
Gastos de manutenção 281 180,00
2432 41,40
221 221,40
Pagamento 221 121 221,40

Reconhecimento do gasto em 2012 6226 281 60,00

O IVA dedutível anteriormente relacionado com as matérias primas passa a


ser do ativo fixo tangível. Não há gastos do período com o consumo de
matérias primas mas uma reclassificação entre contas do ativo. O custo
atribuível deve ser o custo de inventário.

Exercício 2
A sociedade ALLA ,Lda adquiriu, em Julho de 2012, uma máquina para a sua
unidade produtiva em Abrantes por 750 000,00 euros. Há a registar ainda os
seguintes encargos:

 Instalação e montagem: 2300,00 euros


 Custo de transporte: 500,00 euros
 Formação do pessoal: 8200,00 euros

Aos quais acresce IVA à taxa normal.


Pretende-se a contabilização da operação

Resposta

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Custo de aquisição 433 752 800,00
2432 173 144,00
2711 925944,00
Custo de formação ao pessoal 638 8 200,00
2432 1 866,00
221 10 086,00
Pagamento da máquina 2711 121 925 944,00
Pagamento da formação 221 121 10 086,00

Custo de aquisição(ponto 7.7 da NCM): 750 000,00 + 2 300,00 +500,00 =752 800,00
euros
Os custos de formação profissional não foram imputados ao custo de aquisição. Se
este custo fosse atribuível ao ativo fixo adquirido, o valor de 8200,00 euros seria
registado a débito da conta 2433 e não na conta 638. Se esses gastos forem
indispensáveis para colocar o ativo em condições para funcionar, vão acrescer ao
custo de aquisição. São gastos atribuíveis

Exercício 3
A Clínica dentária 3DENTES, adquiriu, no inicio de 2012, o equipamento XLZ por
14 600,00 euros.

Verifica-se que :
 A taxa máxima de depreciação ,fiscalmente permitida,é de 12,5%
 A vida útil esperada é de 8 anos
 Não tem valor residual

Outros custos iniciais:


*Direitos de importação e impostos de compra não reembolsáveis: 1 000,00 euros
*Descontos e abatimentos: 100,00 euros
* Custos de Instalação : 500,00 euros

O equipamento XLZ vai substituir outro(XKH,adquirido por 12 500,00 euros) cuja


vida útil terminava no próximo ano.Inicialmente foi estimada uma vida útil de 5
anos.Vai ser abatido com a utilização do novo equipamento.
Adquiriu ainda pinças médicas e aparelhos de sensibilidade à temperatura e à
humidade por 1500,00 euros.A duração destes acessórios não chega a um ano.
Pretende-se a elaboração da quadro de depreciação segundo métoda em linha
reta.Contabilização em 2012 e em 2013.

Nota: Os valores anteriores já incluem IVA, visto que a atividade médica está
isenta de IVA(art. 9º do CIVA).O respetivo IVA não pode ser deduzido.
Resposta

Quadro de depreciação

Contabilisticamente seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição da máquina 433 271 16 000,00

Aquisição de ferramentas 623 121 1 500,00


Depreciação em 2012(XLZ) 6423 4383 2 000,00
Depreciação em 2012(XHK) 6423 4383 3125,00
Abate de XHK 4383 433 12 500,00

Depreciação em 2013(XLZ) 6423 4383 2 000,00

O equipamento XKH sofreu uma redução na sua vida útil, pelo que a depreciação no
quarto ano tem que ser aumentada

Depreciação inicial: 2500,00 euros


Depreciação no 4º ano: 3125,00 euros
Nos termos dos pontos 7.12 e 7.15, não se deve depreciar no próximo ano um
equipamento que saiu do processo produtivo, logo a depreciação de 2012 deve ser
aumentada para que tenha um valor nulo.
As pinças e os aparelhos são considerados ferramentas de desgaste rápido, sendo
reconhecidos de imediato como gastos do período.

Exercício 4
A microentidade HOITO, Lda, dedicada à pratica do Karaté investiu, em Abril de
2012, 20 000,00 no jardim da sede. Os encargos estão relacionados com o
alargamento do jardim, com a limpeza do terreno e plantação e com a aquisição de
arvores e arbustos.Gastos de manutenção por três anos, no valor de 250,00 euros

Pretende-se o reconhecimento contabilístico do melhoramento do jardim

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Custo de aquisição 436 20 000,00
2432 4 600,00
2711 24 600,00
Pagamento 2711 121 24 600,00
121
Gastos de manutenção 281 250,00
2432 57,50
221 307,50
Pagamento 221 121 307,50

Reconhecimento do gasto em 2012 6226 281 62,50

250,00
Gasto em 2012 : x9 meses = 62,50 euros
36

O ponto 7.2 da NCM refere que os ativos biológicos de produção, são


reconhecidos como ativos fixos tangíveis. Os animais ou plantas vivos detidos
pela entidade e que não se enquadrem na atividade agrícola integram a
subcategoria de equipamentos biológicos.
Exercício 5

A Empresa LIMA,Lda comprou uma máquina industrial de 10 000 ,00 euros. A


compra é feita com pagamento a 90 dias mediante o saque de uma letra com os
seguintes encargos:

Taxa de desconto: 10%

Comissão de cobrança: 0,1%

Imposto de selo: 6%

Qual foi o valor pago pela empresa LIMA,Lda?

Resposta

O valor nominal da letra tem que atingir um montante tal, que lhe deduzirmos os
encargos de um possível descontos tem que ser igual a 10 000,00 euros

10000,00 = Vn - Vn x 0,1x 92 - 0,001 x VN + 0,06 x(Vn x 0,1x 92 + 0,001 x VN)

365 365

10000,00 = Vn -(Vn ( 0,1x 92 + 0,001 )(1+0,06)]


365

Vn = 10286,00 euros

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Aquisição da máquina industrial 433 2711 10 000,00


Saque de uma letra 2711 10 000,00
68 286,00
2712 10286,00

Exercício 6
Uma viatura ligeira de passageiros foi adquirida por um sujeito passivo de IRC em
Janeiro de 2012, por 40.000,00, admitindo-se que vai ser depreciada pelo método
das quotas constantes, à taxa de 25%.Admita-se, ainda, que em Dezembro de 2012,
a viatura é alienada por 20.000,00.

Proceder ao tratamento fiscal da aalienação

Resposta
Em 2012
Depreciação contabilística: 40.000,00 x 25% = 10 000,00
Depreciação fiscal: 30.000,00 x 25% = 7.500,00 (acresce 2.500,00 no campo 719)

As viaturas ligeiras de passageiros ou mistas adquiridas no período de tributação de


2012, o montante fiscalmente depreciável é de 30.000,00.
A depreciação de 2500,00 está sujeita a tributação autónoma de 10% e a registar no
campo 365 do quadro 10 do modelo 22

Em 2013
Valor de realização: 20.000,00 euros
Menos -valia contabilística
20.000,00 – (40.000,00 – 10.000,00) = 10 000,00

Menos-valia fiscal [se não houvesse a restrição prevista no art.º 45.º, n.º 1, alínea l)]
20.000,00 – (40.000,00 – 10 000,00) = -10 000,00 euros

Menos-valia fiscal dedutível


30.000,00 / 40.000,00 x 2.500,00 = 1875,00 euros
Parcela da menos-valia a acrescer autonomamente: 625,00 euros

Correções no Quadro 07
 Campo 736 – Acréscimo de 2.500,00 euros (menos-valia contabilística)
 Campo 752 – Acréscimo de 625,00,00 euros (parcela da menos-valia que
não é dedutível)
 Campo 769 – Dedução de 2.500,00 euros (menos –valia fiscal)

Segundo o ponto 7.18 da NCM O ganho ou perda decorrente do


desreconhecimento de um item do ativo fixo tangível deve ser determinado
como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se os houver, e a
quantia escriturada do item.
Exercício 7
A empresa ALFA,Lda alienou, em Dezembro de 2012, uma máquina usada por
4000,00 euros.IVA à taxa normal.Foi adquirida por 12000,00 euros e até ao
momento tinha sido depreciada em 9000,00 euros.O coeficiente desvalorização da
moeda é de 1,03.
Proceder ao tratamento contabilístico e fiscal da alienação

Resposta

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Alienação 278 4 920,00
2433 920,00
7871 4 000,00
Valor recebido 121 278 4 920,00
Valor de aquisição 7871 433 12 000,00
Depreciações acumuladas 4383 7871 9 000,00

Mais valia contabilística: 4000,00 –(12 000,00 – 9000,00) = 1 000,00 euros

Mais valia fiscal: 4000,00 –(12 000,00 – 9000,00)x1,03= 910,00 euros

Correções no Quadro 07
 Campo 742 – Acréscimo de 910,00 euros (mais-valia fiscal)
 Campo 767 – Dedução de 1000,00 euros ( mais –valia contabilistica)

Exercício 8

A empresa ALFA,Lda adquiriu no inicio do ano de 2008 uma viatura por 150 000,00
euros. Vida útil de 4 anos. No final de 2012, a administração decidiu que a viatura
poderia ser utilizada por mais um ano.
Como reconhecer contabilisticamente a situação?

Resposta

Quadro de depreciação
(Em Euros)

Anos Quota anual Depreciações Valor contabilistico


acumuladas
2009 37.500,00 37.500,00 112.500,00
2010 37.500,00 75.000,00 75.000,00
2011 37.500,00 112.500,00 37.500,00
2012 37.500,00 150.000,00 -

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Depreciação da viatura em 2012 6424 438 37 500,00
Depreciação da viatura em 2013 6424 438 18 750,00

Depreciações acumuladas no inicio do 4ºano: 112 500,00 euros


Quantia escriturada da viatura à data da alteração da estimativa:
150 000,00 -112 500,00 =18 750,00 euros

Exercício 9
A empresa ALBA, Lda possuía nos seus ativos um equipamento de empacotamento
no valor de 13 500,00 euros, adquirido em 2009.Em 2012 sofreu um sinistro. O
equipamento ficou inutilizado. A companhia de seguros participa com 60%,após
dedução de uma franquia de 120,00 euros

Pretende-se o reconhecimento contabilístico do sinistro.

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Perda derivada do sinistro 6872 435 13 500,00
438 6872 9 000,00
Responsabilidade da Seguradora 278 6872 2 550,00
Recebimento 121 278 2 550,00

13500,00
Depreciação anual: =4 500,00 euros
3
Valor contabilístico: 13 500,00 -9 000,00 =4500,00 euros

Depreciação acumulada : 9 000,00 euros


Valor a receber da seguradora: 60% x 4500,00 -150,00=2 550,00 euros

Sobre este assunto o ponto 7.16 refere que o ganho ou perda decorrente do
desreconhecimento de um item do ativo fixo tangível deve ser incluído nos
resultados quando o item for desreconhecido. Os ganhos não devem ser classificados
como rédito.
Esta indemnização não é abrangida pelas normas de incidência do IVA.

Se o equipamento de empacotamento fosse abatido seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Abate no final de 2012 6873 433 13.500,00
438 6873 13 500,00

Exercício 10

A empresa CAOCOR, Lda, tem cães que participam em corridas.Foram adquiridos


em Janeiro de 2013 mais 10 cães, por 1200,00 euros para participarem num evento
em Paris.Vida útil estimada: 4 anos

Proceder ao tratamento contabilístico

Resposta

A contabilização será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição 436 271 1 200,00
Pagamento 271 121 1 200,00

Depreciação anual-Dez.2013 6426 4386 300,00

De acordo a NCRF 17,a atividade desenvolvida por esta entidade não é considerada
atividade agrícola.Com base no ponto 7.2 da NCM, os câes de corrida constituem
equipamento biológico(ativos fixos tangíveis) e são contabilizados a débto da conta
436.
A depreciação dos cães inicia-se em Janeiro de 2013.Nos termos do ponto 7.12 da
NCM. É nesse momento que os cães estão disponíveis para serem utilizados.

Exercício 11
A empresa SALOS, Lda alugou uma viatura ligeira para que o seu diretor comercial
possa realizar em condições um estudo de mercado. Paga uma renda de 35 euros
por dia à empresa de aluguer, durante os 48 dias de utilização. No fim do prazo a
viatura é devolvida.

Pede-se o reconhecimento contabilístico da locação operacional

Resposta

Trata-se de uma locação operacional regulamentada no ponto 9.8 da NCM:”Os


pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos como um gasto
numa base linear durante o prazo da locação”.
Como o IVA suportado não é dedutível vai aumentar o custo de utilização da
viatura.

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Custo de utilização da viatura 62611 1680,00
IVA não dedutível 62612 386,40
221 2066,40
Pagamento da renda 221 121 2066,40
De acordo com o art.21º do CIVA, o IVA suportado não é dedutível.

Artigo 21.º
Exclusões do direito à dedução

1 - Exclui-se, todavia, do direito à dedução o imposto contido nas seguintes despesas:

a) Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação, à utilização, à


transformação e reparação de viaturas de turismo, de barcos de recreio, helicópteros, aviões,
motos e motociclos. É considerado viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com
inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado
unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola,
comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais
de nove lugares, com inclusão do condutor;

De acordo com o art. 88º do CIRC, o custo de utilização da viatura sem IVA (1680,00
euros) está sujeito a uma taxa de tributação autónoma de 10%.

Exercício 12
A empresa CABRI,Lda dedica-se à ciação de cabritos para abate.Em 2013
adquiriu uma exploração por 270 000,00 euros, sem sujeição de IVA, nos
termos do art.3º do CIVA. Nessa exploração,250 000,00 dizem respeito ao
valor dos cabritos.O edificio e o terreno totalizam o valor de 20 000,00
euros, dos quais 25% diz respeito ao terreno.
Vida útil do edifício : 30 anos
Vida útil dos cabritos: 4 anos

Proceder ao tratamento contabilístico

Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição de cabritos 433 2711 250 000,00
Edificio e terreno 431 5 000,00
432 15 000,00
2711 20 000,00
Pagamento 2711 121 20 000,00

Depreciação 6423 4383 62 500,00

De acordo como ponto 7.2 da NCM, as propriedades de investimento tratadas


no SNC são reconhecidos como ativos fixos tangíveis

Exercício 13

A empresa ENUX adquiriu em Março de 2012 uma viatura ligeira a uma


sociedade de locação financeira. A proposta da locadora inclui as seguintes
condições:

Valor da viatura: 35 000,00 euros


Prestações postecipadas e constantes,1ª prestação em Março de 2012
Taxa de juro efetiva mensal de : 0,5123%
Prestações mensais referentes a 3 anos
Vida útil: 4 anos

Qual o tratamento contabilístico e fiscal?


Como contabilizar as depreciações?

Resposta
Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Reconhecimento da aquisição da
viatura em leasing 434 2513 43 050,00

Pagamento da 1ª Prestação 2513 1 092,00


69111 179,31
69122 41,24
121 1 312,55
Depreciação 642 438 12 300,00

Notas:
 Custo de aquisição de viaturas: 35000,00 x1,23= 43050,00 euros
Inclui o IVA não dedutível
 Com o pagamento da prestação a conta 2513 é creditada com o valor
da amortização mais o IVA.
 Os juros sem IVA estão sujeitos a tributação autónoma à taxa de 10%.
A conta a debitar 69111-Juros sem IVA-TA-10%.
 O montante do IVA não dedutível será debitado na conta 69122-IVA
não dedutível
Como o IVA suportado não é dedutível, o custo de aquisição da viatura incorpora
este valor conforme o que é referido no ponto 7.7 da NCM :”O custo de um item do
ativo fixo tangível compreende: a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de
importação e os impostos de compra não reembolsáveis, após dedução dos descontos
e abatimentos; b) Quaisquer custos diretamente atribuíveis para desenvolver e ou
colocar o ativo na localização e condição necessárias para o mesmo ser capaz de
funcionar da forma pretendida.
De acordo com o ponto nº3 do art.7º do CIVA, nas locações financeiras, o IVA é
devido e exigível aquando do pagamento de cada prestação.Como se trata de uma
viatura ligeira de passageiros, o art.21º do CIVA, exclui o direito à dedução.

Artigo 21.º
Exclusões do direito à dedução

1 - Exclui-se, todavia, do direito à dedução o imposto contido nas seguintes despesas:

a) Despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação, à utilização, à


transformação e reparação de viaturas de turismo, de barcos de recreio, helicópteros, aviões,
motos e motociclos. É considerado viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com
inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado
unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola,
comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais
de nove lugares, com inclusão do condutor;

Por sua vez o ponto 1 h) do art.45 do CIRC, os encargos suportados com as viaturas
ligeiras de passageiros ou mistas não são aceites para efeitos fiscais parte das
depreciações dessas viaturas

Artigo 45.º
Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais

1 — Não são dedutíveis para efeitos da determinação do lucro tributável os seguintes


encargos, mesmo quando contabilizados como gastos do período de tributação:

h) Os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na


parte correspondente ao valor das depreciações dessas viaturas que, nos termos das alíneas
c) e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não sejam aceites como gastos;

As depreciações dessas viaturas não são aceites como gastos fiscais que excedam os
limites previstos no ponto nº1 c) e e) do art.34 do CIRC

Artigo 34.º
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais

1 — Não são aceites como gastos:

c) As depreciações e amortizações que excedam os limites estabelecidos nos artigos


anteriores;
e) As depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo os veículos
elétricos, na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação
excedente ao montante a definir por portaria do membro do Governo responsável pela área
das finanças, bem como dos barcos de recreio e aviões de turismo e todos os gastos com
estes relacionados, desde que tais bens não estejam afetos à exploração do serviço público
de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito
passivo

O reconhecimento contabilístico das depreciações da viatura ligeira em


regime de locação financeira e seguindo o método da linha reta será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Depreciação da viatura 642 438 7 291,67

Depreciação em 2012: (35000,00/4)x10/12=7291,67 euros

A mensuração subsequente dos ativos fixos tangíveis adquiridos em regime de


locação financeira segue o que está estipulado no ponto 9.7 da NCM.”Uma locação
financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao ativo depreciável assim
como a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A política de depreciação
para os ativos locados depreciáveis deve ser consistente com a dos ativos
depreciáveis que sejam possuídos e a depreciação reconhecida deve ser calculada
nas bases estabelecidas nos capítulos 7 e 8 da NCM. Se não houver certeza razoável
de que o locatário obtenha a propriedade no fim do prazo da locação, o ativo deve
ser totalmente depreciado durante o prazo da locação ou da sua vida útil, o que for
mais curto.

Exercício 14
A empresa SALOS, Lda adquiriu a um fornecedor holandês um equipamento
industrial de exploração por 80 000,00 euros, constituído pelos seguintes módulos:

M1: 40 000,00 euros com 4 anos de vida útil


M2: 25 000,00 euros com 5 anos de vida útil
M3: 15 000,00 euros com 5 anos de vida útil

Pede-se o reconhecimento contabilístico da aquisição do equipamento

Resposta
Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição do equipamento 433 80 000,00
2432222 18 400,00
2433222 18 400,00
2711 80 000,00
Pagamento 2711 121 80 000,00
Depreciação 6423 4383 18 000,00

A depreciação do equipamento pode ser contabilizado como um todo, mas o


seu valor deve ser determinada por componentes.Dever-se-à considerar o
que está referido no ponto 7.9 da NCM.Uma componente com peso
significativo em relação ao custo total deve ser depreciada separadamente.

Exercício 15
A empresa SABOIA adquiriu em laneiro de 2012, uma máquina industrial por
130 000,00 euros. Vida útil:8 anos.Adquiriu um motor adicional por 40
000,00 mil euros e peças por 15 000,00 euros. A máquina está sujeita a
substituição periódica de algumas peças e do motor(5 em 5 anos).Em 2012
foram utilizadas 40% das peças adquiridas.

Proceder ao reconhecimento da aquisição da máquina, consumo de peças e


depreciação da máquina.
Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição da máquina 433 130 000,00
2432212 29 900,00
2711 159 900,00

Aquisição do motor 433 40 000,00


2432212 9 200,00
2711 49 200,00

Aquisição de peças 312 15 000,00


2432212 3 450,00
2711 18 450,00
Pagamento 2711 121 227 550,00
Transferencia das peças 334 312 15 000,00

Depreciação 6423 4383 19 250,00


Consumo de peças 383 334 6 000,00
6226 383 6 000,00

Depreciação da máquina: (130 000,00 -40 000,00):5 = 11250,00 euros


Motor : 40 000,00 :5 = 80 000,00 euros
Total = 19 250,00 euros

Segundo o ponto 7.12 da NCM,o motor de substituição adquirido, apenas será


depreciado quando estiver em uso, ou seja quando substituir o motor
integrado na máquina.As peças adquiridas não constituem ativos fixos
tangíveis pelo que são contabilizados em inventários sendo imputados como
gastos do período na fase dec manutenção da máquina(ponto 7.3 da NCM).
44.Ativos fixos intangíveis

De acordo com o Aviso nº15654/2009, de 7 de Setembro, o ativo intangível


corresponde a um ativo não monetário identificavel sem existência física.
Segundo o ponto 8.2 da NCM,um ativo intangível deve ser reconhecido se, e apenas
se, for identificável, e cumprir as condições de reconhecimento definidas no
capitulo 3 acima, desde que se trate de um ativo não monetário e sem substância
física, que se espera que seja usado durante mais do que um período.
Por outro lado, um ativo intangível deve ser mensurado pelo seu custo. Este custo
é dfeterminado tendo por base os ativos fixos tangíveis.

Exercício 1
A empresa LINDER,Lda adquiriu a uma empresa italiana, uma patente, por
15 000,00 euros para fabricar um detergente para automóvel. Vida ´«útil de
4 anos.Adquiriu,ainda uma marca por 20 000,00 euros.

Registou os seguintes encargos com a marca:

o Deslocações: 1350,00 euros


o Honorários de advogados: 2500,00
o Registo da marca : 650,00 euros

A marca tem uma vida útil indefenida pelo que não deve estar sujeita a
amortizações
Proceder à contabilização das aquisições e das amortização

Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Marca adquirida 444 121 22 200,00
Aquisição da patente 444 2711 15 000,00
Pagamento 2711 121 15 000,00
Amortização 643 4484 3 750,00

Segundo o ponto 8.2 e 8.3 da NCM, a aquisição da marca deve ser


reconhecida por um ativo fixo intangível.Por sua vez e com base no ponto 8.4
da NCM, marca deve ser mensurada pelo seu custo.A NCM refere no seu
ponto 8.18, que a vida útil da marca deve ser revisto periodicamente.
Se a empresa registasse uma marca desenvolvida internamente, o montante
apurado seria considerado como um gasto(conta 622) e não um ativo fixo
intangível.

Tratando-se de um ativo intangível de vida finita, é aplicado o método da linha


reta como método de amortização da patente adquirida.

Exercício 2
A empresa LINDER,Lda iniciou em janeiro de 2012, uma fase de pesquisa
para fabricar um novo produto.

Em Fevereiro de 2013, o processo de pesquisa terminou e inicia-se a fase de


desenvolvimento.
Outros dados:

o Gastos suportados na fase de pesquisa: 2800,00 euros


o Pessoal : 1800,00 euros
o Publicidade: 1000,00 euros
o Gastos suportados(incorridos internamente) na fase de
desenvolvimento: 1100,00 euros

Proceder à contabilização dos gastos suportados

Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Gastos em 2012 63 1800,00
622 1000,00
121 2 000,00
Gastos em 2013 442 742 1100,00

Na fase de pesquisa(ano de 2012) os encargos suportados não devem ser


reconhecidos como ativos intangíveis porque ainda não existem ativos
segundo os pontos 85 e 8.6 da NCM.São considerados como gastos.
Com a fase de desenvolvimento já estão reunidos os critérios que definem um
ativo fixo intagivel, logo os encargos suportados são contabilizados na conta
442.
Exercício 3
A empresa LINDER,Lda adquiriu a uma empresa italiana, uma patente, por
15 000,00 euros para fabricar um detergente para automóvel. Vida útil de
4 anos.Adquiriu igualmente uma marca por 20 000,00 euros. Vida útil
indefinida.Suportou encargos:
 Honorario de advogados: 1200,00 euros
 Deslocações : 1000,00 euros

Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Marca adquirida 444 121 22 200,00
Aquisição da patente 444 2711 15 000,00
Pagamento 2711 121 15 000,00
Amortização 643 4484 3 750,00

A marca adquirida no exterior deve ser reconhecida como um ativo intangível


e deve ser mensurada ao preço de custo(Ponto 8 da NCM).

Como tem vida útil indefinida não está sujeita a amortizações.A vida útil deve
ser revista periodicamente.
Se a marca fosse desenvolvida internamente não era considerada ativo fixo
intangível. Deve ser reconhecida como um gasto.

8.5 Capital,Reservas e Resultados transitados


A classe 5 compreende os fundos aplicados pelos sócios ou proprietários e os
resultados não distribuídos(reservas e resultados transitados).A classe 5 não
se identifica com os capitais próprios,visto não englobar os resultados
apurados no exercício económico em curso.Tal montante é apuradop na
conta 81.Resultado liquido do periodo.

Subcontas:
51 Capital (*)
52 Quotas) próprias (*)
521 Valor nominal
522 Descontos e prémios
... ...
53 Outros instrumentos de capital próprio (*)
... ...
54 Prémios de emissão
... ...
55 Reservas
551 Reservas legais
552 Outras reservas
... ...
56 Resultados transitados
... ...
58 Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis (*)
581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais
... ...
589 Outros
59 Outras variações no capital próprio
... ...
593 Subsídios (*)
594 Doações
... ...
599 Outras

Temas a tratar nesta classe:

 Constituição de sociedades
 Aquisição de quotas próprias
 Aumento de capital
 Redução de capital
 Aplicação de resultados
 Aquisição de quotas próprias

Exercício 1
Por escritura pública constituiu-se, em Janeiro de 2000, a sociedade Berta,Lda.
Com um capital de 5000,00 euros subscrito por dois sócios: Jorge Brígido --- 2
500,00 euros e Mário Falcão—2 500,00 euros.

O sócio Jorge Brígido entregou 2 500,00 euros em dinheiro e o sócio Mário


Falcão entregou uma máquina de 1500,00 euros e mercadorias no valor de
1000,00 euros.

Qual o tratamento contabilístico desta operação?


Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Subscrição do capital 2621 2 500,00
2622 2 500,00

Realização do capital subscrito 121 2621 2 500,00


(Jorge Brigido)
Realização do capital subscrito 433 1 500,00
(Mário Falcão)
32 1 000,00
2622 2 500,00

Exercício 2
Em 31 de Dezembro de 2011, a empresa SOLMER possuía a seguinte
composição no capital próprio(Valores em euros):

 Capital 80 000,00
 Resultados transitados 12 500,00
 Reservas legais 4 000,00
 Reservas livres 10 000,00
 Resultado liquido - 9 800,00

A conta 253.Financiamentos obtidos-Participantes de capital possuía um


saldo de 25 000,00 euros e referente a suprimentos
Em Assembleia geral realizada pela sociedade em Março de 2012, os sócios
decidiram aumentar o capital com a incorporação das reservas livres e a
transformação de suprimentos em participações de capital.
Proceder ao tratamento contabilístico e fiscal do aumento de capital

Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Subscrição do capital 262 51 35 000,00
Realização do capital
Incorporação de reservas 552 262 10 000,00
Transformação de suprimentos 253 262 25 000,00

O aumento de capital pode ser realizado através de entradas em dinheiro, pela


transformação de suprimentos ou de dívidas em capital e através da incorporação de
reservas.

O artigo 243.º do Código das Sociedades Comerciais define contrato de suprimento


como:

"1 - Considera-se contrato de suprimento o contrato pelo qual o sócio empresta à


sociedade dinheiro ou outra coisa fungível, ficando aquela obrigada a restituir outro
tanto do mesmo género e qualidade, ou pelo qual o sócio convenciona com a
sociedade o diferimento do vencimento de créditos seus sobre ela, desde que, em
qualquer dos casos, o crédito fique tendo caráter de permanência.”

A cláusula contratual criadora da obrigação dos suprimentos, apenas abrange a


situação em que o sócio empresta à sociedade dinheiro ou outra coisa fungível).Para
que possa ser efetuado o aumento de capital, é necessário um relatório de um
Revisor Oficial de Contas.Este relatório determina o valor a atribuir ao aumento de
capital, uma vez que se trata de um aumento de capital em espécie.
O aumento de capital por incorporação de reservas está regulamentado no art. 91º
do CSC

Artigo 91.º
(Aumento por incorporação de reservas)
1 - A sociedade pode aumentar o seu capital por incorporação de reservas disponíveis para o efeito.
2 - Este aumento de capital só pode ser realizado depois de aprovadas as contas do exercício anterior
à deliberação, mas, se já tiverem decorrido mais de seis meses sobre essa aprovação, a existência de
reservas a incorporar só pode ser aprovada por um balanço especial, organizado e aprovado nos
termos prescritos para o balanço anual.
3 - O capital da sociedade não pode ser aumentado por incorporação de reservas enquanto não
estiverem vencidas todas as prestações do capital, inicial ou aumentado.
4 - A deliberação deve mencionar expressamente:
a) A modalidade do aumento do capital;
b) O montante do aumento do capital;
c) As reservas que serão incorporadas no capital.

O aumento de capital por incorporação de reservas é uma variação patrimonial


positiva. Montante a incluir no campo 703 do quadro 7 da declaração modelo
22.Segundo o art.º 21º do CIRC, o seu montante não afeta o lucro tributável
O capital social deve ser reconhecido como uma componente do capital próprio no
momento da sua emissão.

Exercício 3
Os sócios da sociedade AGRESTE Lda, deliberaram em Assembleia Geral ,realizada
em 20 de março de 2012 a distribuição de resultados pelos sócios em 10% .
Resultados líquidos de 2011: 45 000,00 euros.Constituição de reservas legais em
4000,00 euros
Retenção de IRS: 25%
Pede-se a contabilização da operação e o respetivo enquadramento fiscal

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Transferência de resultados 818 56 45 000,00
Reservas legais 56 551 4 000,00
Resultados atribuídos 56 264 4 500,00
Disponibilidade 264 265 4 500,00
Pagamento 265 4 500,00
2423 1 125,00
121 3 375,00

264-Resultados atribuídos 265-Lucros disponíveis

O Enquadramento fiscal desta operação é abrangida pelos seguintes artigos do


CIRS: 5º, 7º e 71º.

No que respeita à origem, as reservas podem ser classificadas em:

 Reservas de lucros
 Reservas de capital

As reservas de lucros constituem-se com base nos lucros. São resultados não
distribuídos mas aplicados. Dão maior consistência ao capital próprio. As reservas de
capital constituem-se por doacções e por alguns subsídios obtidos pela empresa.

As reservas podem classificar-se em:


- Obrigatórias- Constituídas por força da lei, de contratos ou dos estatutos- legais,
contratuais ou estatutárias.
- Facultativas – constituídas por deliberação da Assembleia Geral visando
determinado objectivo( Reservas especiais) ou nenhum em particular(Reservas
livres).

Na conta 551 contabiliza-se, com base nos lucros,as reservas requeridas por lei.

Esta conta é creditada:

 Pela aplicação de resultados por contrapartida da conta 81-Resultado líquido


do período.

Esta conta é debitada:

 Pela incorporação no capital social, por crédito da conta 51-Capital


 Pela utilização para compensação do prejuízo do exercício, por crédito da
conta 81-Resultado líquido do período; e
 Pela utilização para compensação de prejuízos de exercícios anteriores,por
crédito da conta 56-Resultados transitados

Na conta 552-Outras reservas contabiliza-se, com base nos lucros, as reservas


estatutárias, contratuais, livres, para estabilização de dividendos e outras.

Exercício 4
O Balanço da sociedade Electra, S.A apresentava em 31-12-2012 entre outros os
seguintes saldos(Em euros):

Capital: 16 000,00

Reserva legal: 2 900,00

Reserva livre: 1 100,00

R. Liquido: 1 000,00

Em 31/03/2013 os sócios deliberaram em Assembleia Geral a seguinte aplicação


de resultados:
Reserva legal: 5% (limite de 20% de capital)

Reserva livre: 35%

Sócios: 40%

Pessoal: 20% (retenção de IRS)

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Transferência 81 56 1000,00
Aplicação 56 1000,00
551 50,00
552 350,00
2382 160,00
264 320,00
2421 40,00
2423 80,00

Exercício 5
Em Julho de 2012 a sociedade BIRRE,possuía um capital próprio de 20 000,00
euros assim distribuído:

 Capital 20 000,00
 Reservas 10 000,00
 Resultados transitados 10 000,00
40 000,00

Com a saída do sócio José Pereira que detinha uma quota de 4 000,00 euros, a
Assembleia Geral dos sócios decidiu proceder a uma redução de capital

Proceder ao tratamento contabilístico e fiscal da operação

Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Redução do capital da sociedade 51 4 000,00
551 2 000,00
56 2 000,00
268x1 8 000,00
Montante a restituir ao sócio 268x1 121 8 000,00

A participação do sócio José Pereira é de 20%.O montante a restituir ao sócio será: 4


000,00 + 2 000,00 +2 000,00 = 8 000,00 euros

O capital próprio é afetado em 20% em todas as suas componentes.

A redução do capital por saída de um sócio é referida no art.94º do CSC e respeita o


conteúdo do Decreto Lei nº8/2007 de 17 de Janeiro. Este decreto lei para além de
criar a Informação Empresarial Simplificada (IES) e proceder à alteração do Código
das Sociedades Comerciais, do Código de Registo Comercial altera o regime jurídico
da redução do capital social de entidades comerciais, eliminando a intervenção
judicial obrigatória e promovendo a simplificação global do regime. De acordo, com
este decreto a redução do capital não pode ser deliberada se a situação liquida da
sociedade não ficar a exceder o novo capital em,pelo menos,20%.

Nesta empresa o novo capital passa a ser 16 000,00 euros

 Capital 16 000,00
 Reservas 8 000,00
 Resultados transitados 8 000,00
32 000,00

O capital próprio da sociedade(32000,00 euros) excede o novo capital (16 000,00


euros) em 50%.
Exercício 6
A empresa SORES adquiriu em janeiro de 2013 quotas próprias por 30
000,00 euros e acima do par, correspondente a 40% do capital (40 000,00).
Em Abril de 2013 alienou as quotas por 35 000,00 euros.

Proceder à contabilização

Resposta

Contabilisticamente será:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Aquisição 521 16 000,00
522 14 000,00
121 30 000,00
Indisponibilidade da reserva 552 551 30 000,00
Alienação das quotas 121 35 000,00
521 16 000,00
522 19 000,00
Anulação da reserva indisponível 551 552 30 000,00
Regularização do prémio 522 599 5000,00

Valor nominal das quotas: 16 000,00 euros

Regularização dos descontos e prémios

 Prémio recebido: 19 000,00 euros


 Prémio pago: 14 000,00 euros
 Diferença de prémios : 5 000,00 euros

A conta 521 «Valor nominal» é debitada pelo valor das quotas próprias adquiridas.
Ainda na fase de aquisição, a conta 522 «Descontos e prémios» é movimentada pela
diferença entre o custo de aquisição e o valor nominal.

É permitido às sociedades por quotas adquirir e vender quotas próprias.A aquisição


de quotas próprias representa uma redução do capital da sociedade.O montante que
apresenta deve ser apresentado no balanço,como dedução ao capital.

Quando se proceder à venda das quotas próprias, para além de se efectuar o


respectivo crédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o
preço de venda e o valor nominal.
Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por contrapartida da conta
599-Outras variações no capital no próprio, de forma a manter os descontos e
prémios correspondentes às quotas próprias em carteira.

Exercício 7
Os sócios da empresa SORES efetuaram prestações suplementares para suprir
dificuldades financeiras.

Proceder à contabilização com base nas decisões tomadas pela Assembleia geral

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Depósito efectuado pelos sócios


referente a prestações
suplementares
P.Sousa 122 531 3 000,00
A.Caeiro 122 532 2 600,00
F.Pessoa 122 533 2 000,00
A.Pinto 122 534 3 000,00

A conta 5.3 é utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer


outros instrumentos financeiros que não se enquadrem na definição de passivo
financeiro.

As prestações suplementares referem-se às entradas em dinheiro que vão reforçar


o capital social. Só devem ser incluídos nesta conta, os instrumentos que não se
enquadrem na definição de passivo financeiro. Caso contrario esses montantes
financeiros serão classificados e apresentados no balanço como passivo e nas contas
26-Financiamentos obtidos ou 26-Financiamentos obtidos e/ou Accionistas/sócios e
não como capital próprio.

Exercício 8
Foi atribuída à empresa KUVERT,Lda um subsídio para a aquisição de uma
máquina de empacotamento de produtos que suportava a sua aquisição em 40%.
Março de 2012
 Valor da máquina: 25000,00 euros
 Custos de instalação e montagem: 2600,00 euros
 Vida útil: 8 anos

Qual o tratamento contabilístico e fiscal desta operação incuindo a depreciação da


máquina?

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Março : 433 27 600,00
Aquisição da máquina
2432 6 348,00
2711 33 948,00
Recebimento do subsídio 121 593 11 040,00
Pagamento 2711 121 33 948,00
Dezembro
Depreciação da máquina 642 438 2 875,00
Imputação do subsídio 593 7878 1 150,00

Subsídio= 40%x27 600,0 = 11040,00 euros

Imputação do subsídio = 2 875,00 x40% =1 150,00 euros

O ponto 14.7 da NCM refere:”Os subsídios do Governo não reembolsáveis


relacionados com ativos fixos tangíveis e intangíveis, incluindo os subsídios não
monetários, devem ser apresentados no balanço como componente do capital
próprio, e imputados como rendimentos do exercício na proporção das amortizações
efetuadas em cada período”.

O reconhecimento inicial dos subsídios só podem ser reconhecidos após de haver


uma certeza de que a entidade cumprirá as condições estabelecidas e os subsídios
serão recebidos.

Os subsídios ao investimento, variação patrimonial positiva, são imputados ao lucro


tributável de forma faseada como está previsto no art. 22º do CIRC.

No que se refere aos subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com


activos fixos tangíveis e activos intangíveis e em conformidade com a IAS 20 e a NCRF
22 – Contabilização dos subsídios do Governo e divulgação de apoios do Governo ,
eles são inicialmente reconhecidos nos capitais próprios, gerando uma variação
patrimonial positiva não excecionada no art.º 21.º. Porém, esta variação patrimonial
positiva não requer, só por si, qualquer correção no Quadro 07, uma vez que a
tributação é efetuada de forma faseada, em conformidade com o disposto no art.º
22.º do CIRC. Assim:
Quando o subsídio respeitar a ativos depreciáveis ou amortizáveis, o tratamento
fiscal não diverge (substancialmente) do contabilístico, uma vez que o art.º 22.º, n.º
1, alínea a) estipula que o subsídio concorre para a formação do lucro tributável na
mesma proporção da depreciação ou amortização calculada sobre o custo de
aquisição ou de produção, sem prejuízo, porém, do limite mínimo previsto no n.º 2
do mesmo artigo.
Assim, este campo 702 destina-se, também, à inscrição da quota parte
Deste tipo de subsídios, nos termos previstos no referido preceito fiscal. Não devem
ser incluídas neste campo, mas sim no campo 703, as variações patrimoniais positivas
fiscalmente relevantes que resultem da aplicação pela primeira vez dos novos
normativos contabilísticos

Correção no Quadro 07:


Em 2010 (e nos nove períodos de tributação seguintes)
Þ Campo 702 – Acréscimo de 1 380,00 euros ( 11.040,00/8 anos)

Exercício 9
Uma empresa agrícola recebeu em Julho de 2011, um incentivo de 120 mil euros
para fazer face aos gastos da sua atividade. Está obrigada a manter a actividade e
as obrigações necessárias ao exercício da mesma durante vários anos a contar da
data de celebração do contrato que foi negociado e aprovado no inicio do ano. Em
Junho de 2011 recebeu o subsídio.

Como contabilizar este incentivo? Como caracterizá-lo em termos fiscais?


Resposta
A resposta está condicionada ao modelo adoptado. Se a empresa adoptar o geral do
SNC, recorre à NCRF 22-- Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de
Apoios do Governo. A NCRF 22 especifica um tratamento semelhante para as
pequenas entidades que optem pela aplicação da NCRF-PE.

O incentivo em causa, enquadra-se no âmbito dos subsídios não reembolsáveis,


uma vez que:

 existe um acordo individualizado da sua concessão a favor da entidade,

 cumpriram-se as condições estabelecidas para a sua concessão e,

 presume-se, não existirem dúvidas de que o subsídio será recebido.

É preciso saber se é um subsídio relacionado com ativos ou com rendimentos, uma


vez que o tratamento contabilístico a adoptar depende desta classificação.

Trata-se de um subsídio ao rendimento uma vez que não tem como objectivo
primordial adquirir activos a longo prazo e tem por objetivo apoiar a actividade
agrícola, compensando essencialmente os gastos de exploração durante os primeiros
anos de actividade,

A NCRF 22 refere qual o tratamento contabilístico dos subsídios relacionados com


rendimentos.

Deste modo temos:

 Um subsídio à exploração deve ser reconhecido no período em que a entidade se


qualificar para o receber;
 Reconhecer a parte relacionada com os gastos já incorridos (período e períodos
anteriores) como rendimentos do período na conta 75
 Registar a parte dos gastos ainda não incorridos em rendimentos a reconhecer
(conta 282).

Operação Conta a Debitar Conta a (Em euros)


creditar

Reconhecimento 278-Outras contas a 282-Diferimentos- 120 000,00


da dívida do receber e a pagar… Rendimentos a
Estado reconhecer

Recebimento do 121-Depósitos à 278-Outras contas 120000,00


subsídio a receber e a
ordem pagar…
Reconhecimento 282-Diferimentos- 75-Subsídios à 60000,00
do subsídio Rendimentos a exploração -
relativo a 2011 reconhecer Subsídios do
Estado

(120000/3)= 60000 euros

Como fazer esta imputação nos vários anos que o subsídio obriga?

A imputação, poderá ser feita de forma linear, ou em função do nível de actividade.


Assim, os subsídios à exploração são tributados nos períodos em que são
reconhecidos em rendimentos respeitando a periodização económica .

Exercício 10

A empresa BIRRE recebeu(doação) uma máquina industrial avaliado 70 000,00 que era
propriedade de um dos sócios.Como contabilizar esta operação?

Resposta

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Doação da máquina 433 594 70 000,00

Há que reconhecer e mensurar a máquina nesta fase inicial como ativo fixo
tangível.Embora não se utilize o critério do justo valor nas microentidades, pode ser
útil para mensurar a máquina industrial doada.

A doação é considerada uma variação patrimonial positiva a incluir no campo 702 do


quadro 07 do modelo 22.No campo 702 devem figurar as variações patrimoniais
positivas que não se encontrem refletidas nas várias rubricas que compõem o
resultado líquido do período e que não se encontrem excecionadas no art.º 21.º. do
CIRC. De aordo com o n.º 2 do art.º 21.º, a quantia a inscrever neste campo é o valor
de aquisição fiscalmente considerado, o qual corresponde ao valor de mercado, não
podendo ser inferior ao que resultar da aplicação das regras de determinação do
valor tributável previstas no Código do Imposto do Selo.
8.6 Gastos

Segundo o Sistema de Normalização Contabilística,a componente negativa dos


resultados é denominada por Gastos e perdas e a componente positiva por
Rendimentos e ganhos(Proveitos e ganhos no POC). Esta alteração terminológica é
justificada na estrutura conceptual no IASB(International Accounting Standards
Board):

 A formação ou mensuração do lucro faz-se recorrendo a componentes


positivas(Rendimentos e ganhos)e a componentes negativas(Gastos e
perdas).
 Os rendimentos significam os aumentos nos benefícios económicos durante
o período contabilísticos forma de influxos ou aumentos de activos ou
diminuições de passivos,que resultem em aumentos no capital próprio,que
não sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no capital
próprio.Os aumentos de capital não podem ser considerados como
rendimentos.
 Os gastos são as diminuições nos benefícios económicos durante o período
contabilísticos forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na
incorrência de passivos ,que resultem em diminuições do capital
próprio,que não sejam as relacionadas com distribuições aos participantes
no capital próprio.As distribuições de lucros não poderão ser considerados
como gastos
 No ponto 80 da estrutura conceptual refere-se que os gastos estão
associados a factos relacionados com a actividade normal,de natureza
operacional e financeira
 No ponto 80 da estrutura conceptual refere-se que as perdas respeitam a
factos mais ocasionais ou acidentais(inundações,incêndios....);

Como exemplos de perdas temos as que resultam de desastres como os incêndios e


as inundações, bem como as que resultam da alienação de activos não correntes.

.
Os gastos e perdas distribuem-se pelas seguintes contas:

61 – Custo mercadorias vendidas e das matérias consumidas

Esta conta regista o preço de custo das mercadorias vendidas e das matérias
consumidas. A conta 613 recolhe as aquisições de activos biológicos efectuadas
durante o ano, transferidas da conta 313-Activos biológicos.

O movimento desta conta está dependente do tipo que inventário que a empresa
utiliza:inventário permanente ou inventário periódico.

62 – Fornecimentos e serviços externos

Esta conta regista os gastos com bens de consumo imediato e com serviços
prestados por terceiros. É debitada pelo reconhecimento dos gastos, sendo
reconhecidos quando incorridos, estejam ou não facturados ou pagos.

Em contrapartida movimentam-se as contas:

 12-depósitos à ordem, se a compra de fornecimentos e se o serviço são


pagos a pronto
 221-Fornecedores, se existe factura e o pagamento é diferido
 281-Gastos a reconhecer, se a factura foi emitida antecipadamente
 2722-Credores por acréscimos de gastos, se a contabilização se baseia na
estimativa de gastos incorridos e ainda não facturados

Esta conta 62 é desdobrada em várias subcontas:

Subconta Compreensão
621-Subcontratos Gastos com a subcontratação:
empacotamento dos produtos…
622-Serviços especializados
6221-Trabalhos especializados Gastos com serviços de contabilidade, estudos
e pareceres, advogados, análises laboratoriais.

6222-Publicidade e propaganda Anúncios, brindes, amostras, calendários

6223-Vigilância e segurança Compra de material e serviços de vigilância e


segurança

6224-Honorários Remunerações a trabalhadores


independentes: advogados, TOC, ROC,
engenheiros..

6225-Comissões Pagas a terceiros. Se for ao pessoal é na conta


632
6226 Conservação e reparação Gastos com material e serviços de
conservação de máquinas e viaturas….….

Subconta Subconta
623-Materiais 625-Deslocações,estadas e transportes
6231- Ferramentas e utensílios… 6251- Deslocações e estadas
6232- Livros e documentação técnica 6252- Transportes de pessoal
6233- Material de escritório 6253- Transportes de mercadorias
6234- Artigos para oferta

624-Energia e fluidos
6241-Electricidade
6242-Combustiveis
6243-Água

Subconta Compreensão
626-Serviços diversos
6261-Rendas e alugueres Gastos com locações operacionais, renda do
escritório
6262-Comunicação Gastos com telefones, faxes, correio e internet
6263-Seguros Todos os seguros, excepto aqueles
relacionados com o pessoal a registar na
63,relativos a inventários a registar na 31 e a
investimentos a registar na 42/43
6264-Royalties Gastos com royalties devidos a terceiros:
licenças, Know how, processos de fabrico,
marcas, patentes…..
6265-Contencioso e notariado Gastos com registos de documentos e
processos judiciais

6266- Despesas de representação Despesas suportadas com recepções,


refeições, viagens e passeios oferecidos a
clientes, a fornecedores e outras entidades.
6267-Limpeza,higiene e conforto Compra de artigos de limpeza e higiene e os
serviços de limpeza e de decoração.

6.3 Gastos com o pessoal

Nesta conta registam-se as remunerações ao pessoal e órgãos sociais,bem como os


encargos da entidade sobre as remunerações.

Os gastos com pessoal incluem:


_ salários
_ ordenados
_ subsídio de alimentação e outros subsídios
_ prémios de produtividade e outros prémios
_ comissões pagas aos funcionários
_ pagamento de trabalho complementar
_ ajudas de custo
_ contribuições para a segurança social

Montantes a registar nas diversas subcontas da conta 63. Gastos com o pessoal.
Os ordenados constituem a principal componente dos gastos com o pessoal e a
principal retribuição do trabalho. Não se consideram retribuição: ajudas de custo,
abonos de viagem, despesas de transporte, abonos de instalação, gratificações,
prémio dos bons resultados obtidos pela empresa, as prestações decorrentes de
factos relacionados com o desempenho ou mérito profissionais, bem como a
assiduidade do trabalhador e a participação nos lucros da empresa

Subcontas:
631 Remunerações dos órgãos sociais
632 Remunerações do pessoal
633 Benefícios pós-emprego
6331 Prémios para pensões
6332 Outros benefícios

634 Indemnizações
635 Encargos sobre remunerações
636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais
637 Gastos de acção social
638 Outros gastos com o pessoal

As empresas podem remunerar os empregados mesmo quando estes não se


encontram no exercício das suas funções por ausência, tais como:
 Férias;
 Doença e incapacidade a curto prazo;
 Maternidade ou paternidade;
 Serviço dos tribunais;
 Serviço militar.

6.4 Gastos de depreciação e de amortização

Nesta conta registam-se as depreciações dos activos fixos tangíveis, as


amortizações dos activos intangíveis e as depreciações das propriedades de
investimento quando se adopta o modelo de custo na sua mensuração.

6.5 Perdas por imparidade

Nesta conta registam-se as perdas por imparidades de activos e referentes a


dívidas a receber, em inventários, em activos fixos tangíveis e outros.

6.7 Provisões do período

Inclui os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza esteja


definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa,mas
incerta quanto ao seu valor ou data de ocorrência.

6.8 Outros gastos e perdas

Subconta Compreensão
681- Impostos Regista os gastos com impostos e taxas, com
excepção dos impostos sobre lucros(812).

Impostos sobre o rendimento(IRC e IRS) e


6811-Impostos directos sobre o património(IMI e IMT)

6812-Impostos indirectos O IVA e o imposto de selo


6813-Taxas Taxas a pagar a entidades que incidem sobre
serviços de saúde, vendas e consumos.
682- Descontos de pp concedidos Descontos financeiros concedidos aos clientes
na factura ou fora da factura
683- Dívidas incobráveis Dividas por pagar e que anteriormente não foi
considerada uma perda por imparidade.
684-Perdas em inventários Perdas em inventário(sinistros e quebras)e
que não foram consideradas, anteriormente
como perdas de imparidade.
Regista gastos e perdas em activos fixos
tangíveis, activos intangíveis e activos não
687- Gastos e perdas nos correntes para venda derivados de alienações,
investimentos não financeiros sinistros e abates.

688-Outros Gastos e perdas relacionados com correcções


relativas a períodos anteriores, donativos,
quotizações, ofertas e amostras de inventários
e insuficiência de estimativa de impostos

6.9 Gastos e perdas de financiamento

Nesta conta registam-se os gastos com financiamento obtido.

Subcontas:

691-Juros suportados

692- Diferenças de câmbio desfavoráveis

698-Outros gastos e perdas de financiamento

Exercício 1

Durante o mês de Outubro de 2012,a empresa BIRRE efetuou as seguintes operações:

 Adquiriu 7 canetas PARLER e 2 tinteiros para a impressora no montante de 65,50


euros.IVA à taxa normal(Fatura- recibo nº 65)
 Pagamento de honorários a um técnico (Cheque nº 123765): 1218,00 euros.IVA:
23%. IRS retenção:21,5%
 Fatura recibo relativa a 63,00 euros de gasolina e 125,00 euros de gasóleo para
uma viatura comercial.IVA: 23%
 Pagamento de serviços de higiene no montante de 150,00 euros e acresce IVA à
taxa normal
 Adquiriu 5 canetas PARLER para oferecer a clientes no montante 600,00
euros.IVA: 23%

Proceder à contabilização das operações

Resposta

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Material de escritório 6233 65,50
2432312 15,00
121 80,00
Honorários 6224 1200,00
2432312 276,00
2422 258,00
121 1218,00
Aquisição de combustíveis 6242 216,87
2332312 14,40
121 231,27
Serviços de higiene 6267 150,00
2332312 34,50
121 184,50

Aquisição de artigos para oferta 6234 121 738,00

Combustíveis : 63,00x1,23+ 125,00 + 125,00x0,23x50%=216,87

IVA dedutível : 125,00x0,23x50%=14,40 euros

Honorários(Cheque) : H + Hx23% - Hx21,5% = 1218,00 euros

Honorários(serviço) :1200,00 euros


Exercício 2
A empresa RODA, com base na listagem de ativos fixos,procede no final do
ano de 2012, ao registo das depreciações.

Proceder à contabilização

Resposta

A contabilização será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Depreciações de ativos tangíveis


Fornos 642 438 15 150,00
Aparelhos de ar condicionado 642 438 2 927,38
Computadores 642 438 77 992,20
Guindastes 642 438 62 500,00
Veiculos ligeiros 642 438 18000,00
Programa de computador 643 448 4133,54
Exercício 3
Em resultado de uma inudação nas suas instalações, a empresa KUVERT,Lda
registou as seguintes bens danificados:

Sem seguro
 inventários avaliados ao custo de aquisição: 75 300,00 euros
 Viatura ligeira adquirida por 40 000,00 euros e depreciada em 20 000,00
euros

Com seguro

 inventários avaliados ao custo de aquisição: 25 000,00 euros .Indemnização


recebida de 30 000,00 euros
 Viatura que após o sinistro foi reparada pelos empregados da empresa.A
aquisição de peças adquiridas no valor de 75 000,00 euros, foram debitadas à
companhia de seguros

Proceder à contabilização das perdas provocadas pelo sinistro,

Resposta

A contabilização será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Sem seguro
Perdas em inventários-sinistros 6841 382 75 300,00
Regularização de inventários 382 321 75 300,00
Perdas em ativos fixos tangíveis 438 20 000,00
6872 20 000,00
433 40 000,00
Com seguro
Ganhos em Inventários 7841 382 25 000,00
Regularização de inventários 382 321 25 000,00
Indemnização a receber 278 7641 30 000,00
Reparações 6226 75 000,00
2432312 17 250,00
121 92 250,00
Despesas a suportar pela C.Seguros 278 6226 75 000,00
No registo da perda da viatura ligeira não há regularização do IVA porque não houve
dedução de IVA no momento da sua aquisição. Na falta de evidencia da ocorrência,A
empresa podia ser obrigada à regularização do IVA na perda das mercadorias.O valor
respetivo seria creditado na conta 2434-IVA-Regularizações a favor do Estado e
debitado na conta 6812- Impostos indiretos.

As indemnizações pagas pelo lesante no cumprimento de uma obrigação resultante


da responsabilidade civil extracontratual não configuram, por si só, uma
contraprestação pelos danos sofridos pelo lesado. Do facto resulta que, se tais
indemnizações forem satisfeitas pelas companhias de seguros ao lesado, por força de
uma transferência dessa responsabilidade civil do segurado, não serão abrangidas
pelas normas de incidência do IVA.

Como a reparação da viatura sinistrada, foi efectuada pelo beneficiário da


indemnização, é auto-consumo interno, pelo que se o sujeito passivo deduziu o
imposto nos bens afectos à reparação, terá agora que liquidar quando utilizar esses
bens na reparação dos bens referidos no n.º 1 do artigo 21.º do CIVA. Caso a
reparação seja efectuada por outra entidade, está-se na presença de uma prestação
de serviços em que o prestador do serviço deverá liquidar imposto pelo valor da
reparação.

A empresa beneficiária da indemnização KUVERT que efectuou a reparação debitar


à companhia de seguros o valor da reparação, tal facto não se consubstancia nem
numa transmissão de bens nem numa prestação de serviços.

As indemnizações são consideradas rendimentos para efeitos fiscais, sendo


relevantes para o cálculo dos ganhos/perdas relativos a sinistros com inventários ou
imobilizados e, consequentemente, para o apuramento do resultado contabilístico e
fiscal.

Exercício 4
A empresa ELETROLAR,Lda ,que comercializa eletrodomésticos, procedeu no final
do ano a uma listagem dos inventários:
Saldo da conta 329: 600,00 euros referente aos congeladores MIA

Proceder à contabilização

Resposta:

A contabilização seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Perdas por imparidade 652 329 360,00


(Ar condicionado 12TY)
Perdas por imparidade 652 329 300,00
(Máquinas de lavar)
Reversão de imparidades 329 7622 600,00
(Congeladores MIA)

O valor realizável líquido do Ar condicionado é inferior ao valor de aquisição, pelo


que foi constituída uma imparidade de 360,00 euros, nos termos do ponto 11.7 da
NCM. Nos congeladores MIA verifica-se que com a nova avaliação o valor realizável
liquido é superior ao valor de aquisição.Segundo o ponto 11.8 da NCM, a perda por
imparidade deve ser revertida.
Sobre os ajustamentos em inventários o CIRC especifica o seguinte:

Artigo 28.º
Ajustamentos em inventários

1 — São dedutíveis no apuramento do lucro tributável os ajustamentos em inventários reconhecidos no


período de tributação até ao limite da diferença entre o custo de aquisição ou de produção dos
inventários e o respectivo valor realizável líquido referido à data do balanço, quando este for inferior
àquele.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, entende-se por valor realizável líquido o preço de
venda estimado no decurso normal da actividade do sujeito passivo nos termos do n.º 4 do artigo
26.º, deduzido dos custos necessários de acabamento e venda.
3 - A reversão, parcial ou total, dos ajustamentos previstos no n.º 1 concorre para a formação do lucro
tributável. (Rectificado pela Dec.Rectificação n.º 67-A/2009 - 11/09)

Exercício 5
A empresa ELETROLAR,Lda , foi oficialmente informada da insolvência da empresa
LIMA, sobre a qual possuía um crédito de 31450,00 euros. A empresa não tinha
reconhecido qualquer perda de imparidade.

Elaborou uma listagem de dividas a receber e da antiguidade dos saldos:

A dívida da SARUA está coberta pelo seguro em 80%. O montante não coberto pelo
sdeguro que será objeto de reconhecimento das perdas por imparidade
corresponde a 20%

Proceder ao tratamento contabilístico e fiscal

Resposta

A contabilização seria:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Dívidas incobráveis 683 211001 32 450,00


Perdas por imparidade 6511 219 1530,00
Perdas por imparidade 6511 219 5495,00
(6075,00-580,00)

A dívida em mora relativa à Junta de Freguesia do Cercal, por ser um ente público,
não pode ser reconhecida de perda por imparidade

São aceites fiscalmente as perdas por imparidade que tiverem por finalidade
cobrir os créditos de cobrança duvidosa, nos termos dos artigos 35º e 36º do CIRC.

8.7 Rendimentos

São aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma


de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições
dos participantes no capital próprio.

Os rendimentos integram :

 o rédito – Rendimentos obtidos em consequência da actividade


corrente da entidade: vendas, prestações de serviços e uso por outros
de ativos da entidade que produzam juros,royalties e dividendos.
 os ganhos - Rendimentos obtidos na actividade acessória e
complementar da entidade: venda de activos fixos tangíveis,subsídios
recebidos e donativos recebidos.

Os rendimento distribuem-se pelas seguintes subcontas:


Subconta Compreensão
71–Vendas

711- Mercadorias Registam -se nestas contas as vendas


712- Produtos acabados e intermédios

713-Subprodutos,desperdícios,resíduos e
refugos

714-Activos biológicos Nesta conta são incluídas as vendas de activos


biológicos(animais vivos e plantas)

716-IVA das vendas com imposto incluído Estas contas evidenciam o IVA incluído nas
facturas de vendas e prestação de
serviços,sem a discriminação do referido
imposto.
726- IVA dos serviços com imposto incluído

717-Devolução de vendas Regista as devoluções de vendas efectuadas


por clientes

718-Descontos e abatimentos em vendas Regista os descontos comerciais obtidos dos


fornecedores
72-Prestações de serviços Regista os trabalhos e serviços prestados aos
clientes

73-Variações nos inventários da produção Esta conta evidencia a variação entre o saldo
inicial e o saldo final de inventários relacionados
com a produção da entidade. Tem saldo devedor
quando há uma diminuição de inventários e saldo
credor quando há um aumento de inventários.No
sistema de inventário permanente convém
dividir as contas divisionárias em rubricas de
Produção e de Custo das vendas.ASs referidas
contas são movimentadas por contrapartida das
respetivas contas da classe 3.

74-Trabalhos para a própria entidade Esta conta regista os trabalhos efectuados pela
própria entidade, aplicando meios próprios ou
adquiridos
75- Subsídios à exploração Esta conta regista os subsídios relacionados com
o rendimento,conforme o eswtabelecido na
NCM.

76- Reversões Nesta conta registam-se as reversões de gastos


reconhecidos por depreciações e amortizações,
por perdas de imparidade e por provisões.

78-Outros rendimentos e ganhos


781-Rendimentos suplementares Rendimentos não relacionados com o objeto
principal da actividade da entidade: aluguer de
equipamento, estudos, royalties, receitas de
cantinas, postos médicos…

782-Descontos de pp obtidos Descontos financeiros obtidos


783-Recuperação de dívidas a receber Regista o recebimento de dívidas consideradas
incobráveis

784-Ganhos em inventários Regista os ganhos em inventários provenientes


de sobras e sinistros

786-Rendimentos e ganhos nos restantes


ativos financeiros

7861-Diferenças de câmbio
favorávei(atividade de investimento)

Nesta conta são reconhecidos os ganhos em


787-Rendimentos e ganhos em activos fixos tangíveis, activos intangíveis e
investimentos não financeiros propriedades de investimento derivados de
alienações, sinistros e rendas.

788-Outros Ganhos relacionados com as correcções relativas


a períodos anteriores, excesso de estimativa de
7887-Diferenças de câmbio favoráveis impostos, restituição de impostos e imputação
(atividade operacional) de subsídios para investimentos.

79-Juros,dividendos e outros rendimentos Registam-se os rendimentos de depósitos e de


outras aplicações financeiras.
similares

791.Juros obtidos

792.Dividendos obtidos

793.Diferenças de câmbio favoráveis(Para


a atividade de financiamento)

71.Vendas

Nesta conta contabilizam-se as vendas de bens, as devoluções e os descontos e


abatimentos em vendas.As vendas incluídas nas faturas,devem ser deduzidas do IVA
e de outros impostos e incidências nelas incluídos.

As contas 711 a 714 são de natureza credora, enquanto as contas 716 a 718 são de
natureza devedora.

Vendas líquidas = 711 a 714 – 716 a


718

No processo de contabilização do rédito é importante determinar quando deve ser


reconhecido.O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando
tiverem sido satisfeitas as seguintes condições, tal como é referido no ponto 12 da
NCM:

 A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens


significativos da propriedade dos bens;
 A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau
geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos bens vendidos;
 A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
 Seja provável que os benefícios económicos associados com a transação fluam
para a entidade; e
 Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação possam ser
fiavelmente mensurados.
Vejamos alguns exemplos de reconhecimento dos bens

Exemplo 1:

A empresa Pronto a Vestir enviou vestuário à cobrança, em 01/01/2013.O respetivo


valor foi pago em 18/01/2013.
Data de reconhecimento do rédito: 18/01/2013.

Exemplo 2:

A empresa KLYR, vendeu em 30/02/2013 material de escritório.A entrega está


prevista para 12/3/2013.Há uma aceitação por parte do comprador de todas as
condições do contrato.
Data de reconhecimento do rédito: 30/02/2013.

Exemplo 3:

A empresa Pronto a Vestir encomendou ,em 05/01/2013, 3 computadores ANDY à


empresa INFOLAR.Procedeu ao pagamento de 30%.A entrega foi efetuada em
06/03/2013

Data de reconhecimento do rédito: 06/03/2013 .

Exemplo 4:
A empresa AGRESTE vendeu uma máquina industrial em 15/01/2013.A instalação foi
concluída em 22/02/2013.Foi realizada a inspeção e foi passada a certificação em
01/03/2013.

Data de reconhecimento do rédito: 01/03/2013.

Tendo em conta que o processo de instalação é complexo e ainda por cima é


necessário uma inspeção o rédito não pode ser reconhecido imediatamente.
Se se tratasse da aquisição de uma televisão que necessitá-se de configuração, o
rédito
Era reconhecido no ato da compra.

Exemplo 5:

Em 12/01/2013, a AGRESTE,vendeu mercadorias, à consignação à empresa


LUISG.Esta vendeu as referidas mercadorias a terceiros em 21/02/2013

Data de reconhecimento do rédito: 21/02/2013.

Exemplo 6:

A empresa AGRESTE vendeu em 05/01/2013 uma máquina industrial com a condição


que esta pode ser devolvida até 26/01/2013, se não for eficiente.

Data de reconhecimento do rédito: 26/01/2013.

Exemplo 7:

Na compra de equipamento, 13/02/2013, o comprador adiantou uma quantia ao


vendedor.A fatura foi emitida em 12/03/2013

Data de reconhecimento do rédito: 12/03/2013. (Ponto 12.4 da NCM)

Exemplo 8:
Em 02/01/2012, a empresa INFOR iniciou a instalação de um programa de
contabilidade e respetica instalação. O dia 27/02/2013, corresponde à fase de
acabamento da prestação de serviços.

Data de reconhecimento do rédito: 27/02/2013.

Exemplo 9:

Juros respeitantes aum empréstimo obtido em outubro de 2012 a pagar em março


de 2013

Data de reconhecimento do rédito: O crédito de juros deve ser reconhecido


utilizando o regime do acréscimo.Com base no ponto 12.8 NCM,calcula-se a parcela
de juros proporcional ao ano de 2012.

Exercício 1

A empresa de distribuição ALIDIS, está a promover a venda de bens


alimentares. No dia 7 de Dezembro vendeu 200 embalagens de Iogurtes(
Leve 8 e pague 6), ao preço de venda de 4,00 euros a embalagem.IVA à taxa
normal. O preço de custo da embalagem é de 1,80 euros.

Proceder ao reconhecimento do rédito

Resposta

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Reconhecimento da venda 711 600,00


2433112 138,00
211 738,00
CMV 612 321 360,00

Estamos em presença de um desconto de quantidade, nos termos do ponto


12.2 da NCM.O rédito deve ser mensurado pela quantia da prestação.

6
Preço de venda unitário com o desconto : 4x = 3,00 euros
8

Na realidade o preço de venda não é 4,00 euros mas 3,00 euros

Montante das vendas: 200 x3,00 = 600,00 euros

Reconhecimento dos gastos de inventário: 200 x1,80 = 360,00 euros

Exercício 2
A empresa ANCLINIC está a promover a venda de equipamento de análises
clinicas que adquire e fabrica.Em Dezembro vendeu 300 máquinas de
análise ao sangue, na condição do cliente devolver se não fosse eficiente, ao
preço de venda de 250,00 euros .IVA à taxa normal. O preço de aquisição da
máquina é de 150,00 euros.
Em Dezembro vendeu ainda 120 máquinas que fabrica ao preço de 108,24
euros(com IVA incluído). O custo de produção unitário é de 65,40 euros.No
processo produtivo resultou um subproduto,mensurado pelo preço de
venda deduzido da margem normal de lucro.O valor reconhecido é de
230,00 euros.O referido subproduto foi vendido por 450,00 euros

Proceder ao reconhecimento do rédito

Resposta

A contabilização seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Venda de mercadorias 711 75 000,00
2433112 17 250,00
211 92 250,00
CMV 611 321 45 000,00
Constituição da provisão 672 292 3 750,00

Venda de produtos acabados 712 10 560,00


2433212 2428,80
211 12988,80
Saída de produtos do armazém 731 341 7848,00

Venda dos subprodutos 713 450,00


2433212 103,50
211 553,50
Saída de subprodutos do armazém 732 351 230,00

O rédito deve ser reconhecido no momento da venda e deve-se considerar


uma estimativa das devoluções que possam acontecer.Neste momento a
estimativa é de 5%.Daí a necessidade de criar uma provisão.

Vendas de mercadorias: 300 x250,00 = 75 000,00 euros

Reconhecimento dos gastos de inventário: 300 x150,00 = 45 000,00 euros

Provisão : 75000,00 x 5%= 3 750,00 euros

Vendas de produtos acabados: 120 x 88,00 = 10 560,00 euros

Reconhecimento dos gastos de inventário: 120 x65,40 = 7 848,00 euros

Vendas de subprodutos: 450,00 euros

Reconhecimento dos gastos de inventário: 230,00 euros

A conta 73.Variações nos inventários de produção movimenta-se conforme o


sistema de inventário a utilizar: Inventário permanente e inventário periódico
ou intermitente.No Exercício foi utilizado o sistema de inventário
intermitente.
Em termos fiscais, as vendas estão sujeitas a IVA, de acordo com o art.1º,nº1,
a) do CIVA. O valor tributável corresponde ao valor da contraprestação obtida
ou a obter do adquirente, de acordo com art. 16º, nº 1 do CIVA.
72.Prestações de serviços

Esta conta englobaos trabalhos e serviços prestados que se enquadram na atividade da


empresa
O rédito proveniente da prestação de serviços deve ser reconhecido quando tiverem
sido satisfeitas as seguintes condições, tal como é referido na mesma norma:

 A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;


 Seja provável que os benefícios económicos associados à transação
fluam para a entidade;
 A fase de acabamento da transação à data do balanço possa ser
fiavelmente mensurada; e
 Os custos incorridos com a transação e os custos para concluir a
transação possam ser fiavelmente mensurados.

A NCM refere,ainda que ,quando o desfecho da transação que envolva a prestação


de serviços não possa ser estimado com fiabilidade, o rédito somente deve ser
reconhecido na medida em que sejam recuperáveis os gastos reconhecidos.

A contabilização é feita com base em faturas emitidas e em documentação externa


como é o caso de comissões.

Exercício 3
No inicio de Dezembro de 2012. a empresa MAQCLINIC,Lda vendeu uma máquina
de serviços clínicos à clinica da Praça de Inglaterra em Carcavelos,por 25 000,00
euros.O contrato de manutenção atinge o montante de 1 000,00 euros por um
período de 4 anos. O contrato começar a vigorar em janeiro de 2013.IVA à taxa
normal.
Como reconhecer o rédito?

Resposta

Contabilisticamente será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Ano de 2012
Venda da máquina 711 25 000,00
2433112 5 750,00
2111003 30 750,00
Contrato de manutenção 282 1000,00
2433112 230,00
211 1230,00
Cobrança 121 121 31 980,00
Ano de 2013
Prestação de serviços 282 721 250,00
Ano de 2014
Prestação de serviços 282 721 250,00
Ano de 2015
Prestação de serviços 282 721 250,00
Ano de 2016
Prestação de serviços 282 721 250,00

Há um reconhecimento imediato do valor da venda da máquina, enquanto que o


reconhecimento da prestação de serviços é diferida no montante de 1000,00 euros.
No momento da venda da máquina só há possibilidade de reconhecer o rédito da
venda, tal como se especifica no ponto 12.4 da NCM: “O rédito proveniente da venda
de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as condições
seguintes:

a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e


vantagens significativos da propriedade dos bens;
b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com
grau geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos
bens vendidos;
c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a
transação fluam para a entidade; e
e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação
possam ser fiavelmente mensurados”.

No que diz respeito à prestação de serviços, o respetivo rédito deve ser diferido e
reconhecido com referencia à fase de acabamento tal como se especifica no ponto
12.5 e 12.6 da NCM: “Quando o desfecho de uma transação que envolva a prestação
de serviços possa ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a transação deve
ser reconhecido com referência à fase de acabamento da transação à data do
balanço. O desfecho de uma transação pode ser fiavelmente estimado quando todas
as condições seguintes forem satisfeitas:
a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;
b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transação fluam para a
entidade;
c) A fase de acabamento da transação à data do balanço possa ser fiavelmente
mensurada; e
d) Os custos incorridos com a transação e os custos para concluir a transação possam
ser fiavelmente mensurados.

Quando o desfecho da transação que envolva a prestação de serviços não possa ser
estimado com fiabilidade, o rédito somente deve ser reconhecido na medida em que
sejam recuperáveis os gastos reconhecidos.”

Exercício 4
No inicio de Agosto de 2012. a empresa MAQCLINIC, Lda assinou um contrato de
manutenção por 1 ano com a Clinica Oriente e atinge o montante de 90 000,00
euros por um período de 4 anos. O contrato começar a vigorar no ato da assinatura
do contrato. IVA à taxa normal.Em Dezembro a MAQCLINIC recebeu 16 000,00
euros do valor acordado.

Outros dados:
 Custos totais previstos com o serviço a prestar: 12 000,00 euros
 Custos suportados em 2012: 3 000,00 euros

Como reconhecer o rédito?

Resposta

A contabilização será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Dez-2012
40% dos serviços contratados 721 16 000,00
2433112 3 680,00
211 19 680,00
Cobrança 121 211 19 680,00
Rédito ainda não reconhecido 2721 721 6 500,00
Agosto-2013
60% dos serviços contratados 721 74 000,00
2433112 17 020,00
211 91 020,00
Reconhecimento do rédito do 721 2721 6 500,00
periodo

Cobrança 121 211 91020,00


Rédito da prestação de serviços em 2012 em função da percentagem de
acabamento(Ponto 12.5 da NCM):

(Custos incorridos em 2011/Custos totais estimados)x Valor do serviço a


prestar

3000,00
x90000,00 =22 500,00 euros
12000,00

Rédito já reconhecido anteriormente: 16 000,00 euros


Valor a reconhecer como rédito : 22 500,00 – 16 000,00 =6 500,00 euros

Exercício 5
A empresa industrial LINGOTES,Lda, de Setúbal , procede regularmente ao
controlo das variações de produção.
Em Novembro de 2012 registou os gastos relativamente à produção de
lâminas de ferro de 5cm e apurou um custo unitário de 7,70 euros na
produção de 1000 unidades.
Em dezembro vendeu 400 lâminas a 10,00 euros a unidade , sujeito a IVA à
taxa normal.

Proceder ao tratamento contabilístico

Resposta

A contabilização será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Custo de produção 341 731 7 700,00


Venda de produtos acabados 731 341 3 080,00
Venda de produtos acabados 211 4 920,00
712 4 000,00
2433112 920,00

Venda de produtos acabados


 Preço de custo: 400 x 7,70 = 3 080,00 euros
 Preço de venda: 400 x 10,00 = 4 000,00 euros

Exercício 6
A empresa ESCFOR, com sede em Peniche, realiza cursos de formação profissional
para licenciados à procura do 1º emprego. Iniciou o curso de Gestão Financeira
em 1 de Outubro de 2012.O fim do curso está previsto para 31 de Março de 2013.
O custo do curso está orçamentado em 30 000,00 euros. O Estado vai participar
com 55% e entregará o montante em março de 2013..Os alunos vão suportar o
restante.
Para a realização do curso o pessoal da Escola construiu uma sala de aula.Em 2012
registou os seguintes gastos:

 Gastos com o pessoal: 12 500,00 euros


 Imputação da depreciação de ativo fixo tangível : 1 500,00 euros
 Consumo de materiais adquiridos pela escola que eram destinados para uso
interno : 1 250,70 euros

Proceder à contabilização do subsídio

Resposta

A contabilização será:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Subsídio a receber 278 282 16 500,00


Imputação do subsídio a 2012 282 751 2 750,00
Recebimento do subsídio em 2013 121 278 16 500,00
Imputação do subsídio a 2013 282 751 2 750,00

Gastos afetos à construção 453 741 14 000,00


Inventários incorporados 453 382 1 250,70
Desreconhecimento de 382 1 250,70
2434 287,66
2434 287,66
331 1 250,70

Imputação do subsídio: 16 500,00/6 = 2 750,00 euros

O reconhecimento do subsídio à exploração está de acordo com o ponto


14.1 da NCM.

Juros, royalties e dividendos

O rédito proveniente do uso por outros de ativos da entidade que produzam juros,
royalties e dividendos deve ser reconhecido nas bases estabelecidas no Ponto 12.8
da NCM, quando Seja provável que os benefícios económicos associados com a
transação fluam para a entidade e a quantia do rédito possa ser e mensurada com
fiabilidade.

O rédito é reconhecido de acordo com o tipo de rendimento.Deste modo temos:


 Os juros devem ser reconhecidos com base no regime de acréscimo;
 Os royalties devem ser reconhecidos com base no regime de acréscimo e
de acordo com a substância do acordo relevante
 Os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o
direito do acionista receber o pagamento.
O rédito, segundo a NCM, deve ser mensurado pela contraprestação da quantia
acordada, enquanto que na NCRF-PE deve ser mensurada pelo justo valor da
retribuição recebida ou a receber.

Exercício 7
A empresa TETOFAL comercializa tetos falsos, móveis,janelas de alumínios e
diversos acessórios para a construção. Em 01/10/2012 constituiu um depósito a
prazo de 65 000,00 euros com vencimento em 30/04/2013
Como reconhecer o juro a receber?

Resposta

A contabilização seria:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Rédito em 2012 2721 7911 901,00
Recebimento dos juros em Abril 2013 121 1557,33
2412 519,11
7911 1 175,44
2721 901,00

De acordo com o ponto 12.8 da NCM, o rédito de juros deve ser reconhecido
utilizxando o regime do acréscimo, para reconhecer o rédito referente a 2012.

65000,00 x5,5% x92


Periodização económica dos juros: = 901,00 euros
365

65000,00 x5,5% x 212


Juros a receber em Abril de 2013: = 2076,44 euros
365

Juros referentes a 2013: 2076,44-901,00 = 1 175,44 euros

Retenção de IRC: 2076,44 x 25%= 519,11 euros

Exercício 8
A empresa EDIT,Lda, no desenrolar da sua atividade literária, adquiriu, em Janeiro
de 2013, por 12500,00 euros, os direitos de uma obra cientifica sobre a vida das
aves no Oceano Pacífico, durante um prazo de 5 anos.
Em Março de 2013 vendeu a uma entidade sedeada no Porto o direito de
publicação de uma edição por 6400,00 euros.

Como reconhecer os royalties a receber?

Resposta

A contabilização seria:
Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Ativo intangível 446 121 12 500,00
Royalties 278 6816,00
241 1 056,00
2433 1 472,00
7814 6 400,00

Retenção de IRC:6 400,00 x 16,5%=1 056,00 euros

O rédito referente aos royalties deve ser reconhecido pelo regime do


acréscimo, na conta 7814. O reconhecimento do valor a contabilizar foi
efetuado com base no ponto 12.8 da NCM.

Exercício 9
A empresa 3DENTES adquiriu no final de junho de 2012, 1100 ações da GEP0 por
25 000,00 euros.A Assembleia geral da GEPO, reunida no último dia de março de
2013, decidiu distribuir dividendos pelos accionistas no valor de 43 cêntimos oir
ações.O pagamento dos dividendos foi efetuado em 31/05/2013.

Proceder ao tratamento contabilístico e fiscal da distribuição de dividendos.

Resposta

O registo contabilistico seria:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Atribuição de dividendos 278 792 473,00

Recebimentos dos dividendos 121 591,25


2412 118,25
278 473,00

Nos termos do ponto 12.8 da NCM, o rédito relativo aos dividendos deve ser
reconhecido, quando a Assembleia geral da GREPO decidir estabelecer o direito do
acionista a receber o respetivo montante, embora o recebimento só se realize em
Maio.Os dividendos ficam disponíveis e sujeitos a retenção de IRS e IRC, à taxa de
25%, de acordo com a natureza dos acionistas(art.71º, do CIRS E o art. 94º do CIRC)
Capitulo IX. Trabalho Fim de Exercício

Sumário:
9.1 Apuramento dos resultados
9.2 Demonstrações financeiras

9.1- Apuramento dos resultados


O balancete de verificação de 31/12/N, expressa os valores contabilísticos das
contas, que pode não coincidir com o valor real, pelo menos em algumas delas.
Então, é necessário proceder a inventário, calcular provisões, amortizações e
depreciações, perdas por imparidade e rectificar algumas contas, de modo a apurar
os resultados, elaborar o balanço, a demonstração dos resultados e demais peças
contabilísticas e extra-contabilísticas. A este conjunto de operações que são
efectuadas depois de elaborado o último balancete de verificação do exercício até
ao encerramento da escrita, dá-se o nome de Trabalho de Fim de Exercício.

Com base nas contas finais da empresa há que:

 Entregar a declaração Modelo 22 e a Informação Empresarial Simplificada


 Organizar o Dossier fiscal
 Proceder a uma análise económica e financeira da empresa

Quando há diferenças entre os valores reais do inventário e os valores


contabilísticos do balancete procede-se a lançamentos de rectificação.

Estes lançamentos têm por finalidade rectificar os saldos contabilísticos das contas,
tendo por base o balancete de verificação do final do exercício, e ainda o
inventário a realizar nesta data, de modo a obter a concordância entre os valores
contabilístico e real das contas.

Após efectuados os lançamentos no Diário e no Razão, elabora-se o Balancete


rectificado onde as contas apresentam já saldos reais. Uma vez obtida a
concordância entre os valores contabilístico e real das contas após os lançamentos
de rectificação, é conveniente elaborar um novo balancete: Balancete rectificado.

Após a elaboração do balancete de rectificação e com base nele, podemos


proceder ao apuramento dos resultados, transferindo para as contas principais os
saldos das contas subsidiárias, com vista a determinar os resultados líquidos.

Os modelos de demonstrações financeiras a elaborar pelas microentidades foram


publicados na Portaria nº 104/2011 de 14 de Março. O tipo de demonstrações
financeiras varia com o regime contabilístico a adotar como nse pode comprovar no
quadro seguinte:
Sistema geral NCRF- Pequenas entidade Microentidades

Um balanço; Um balanço reduzido; Um balanço reduzido;

Uma demonstração dos Uma demonstração dos Uma demonstração dos


resultados; resultados reduzida; resultados reduzida;

Uma demonstração das


alterações no capital
próprio;

Uma demonstração dos


fluxos de caixa;

Um anexo em que se Um anexo em que se


divulguem as bases de divulguem as bases de
Um anexo com 16 notas
preparação e políticas preparação e políticas
previamente estabelecidas
contabilísticas adoptadas e contabilísticas adoptadas
por portaria
outras divulgações exigidas e outras divulgações
pelas NCRF. exigidas pelas NCRF.

As demonstrações financeiras devem constituir uma verdeira fonte de informação


para os stakolders da empresa, pelo quando se elaboram devemos incluir entre
outros os seguintes elementos:
 O nome da entidade,a natureza jurídica e o NIPC
 A data
 A moeda utilizada
Exercício 1
Consideremos o balancete de verificação da sociedade LEVAY, Lda, elaborado em
31/12/2012

Saldo
Cód. Contas Débito Crédito D C
11 Caixa 391000,00 327000,00 64000,00
12/13 Depósitos à ordem/Prazo 1520000,00 466000,00 1054000,00
21 Clientes 1086500,00 621000,00 465500,00
22 Fornecedores 200000,00 900000,00 700000,00
24 Estado e O. E. Públicos 45000,00 45000,00
25 Financiamentos obtidos 300000,00 300000,00
27 O. Contas a receber e a pagar 66000,00 127000,00 61000,00
31 Compras 310000,00 310000,00
32 Mercadorias 1140000,00 395000,00 745000,00
43 Activo fixo tangível 1000000,00 1000000,00
51 Capital 2045000,00 2045000,00
61 C.M.V.M.C 396000,00 31000,00 365000,00
62 F.Serviços externos 82000,00 82000,00
63 Gastos com o Pessoal 100000,00 100000,00
68 Outros gastos e perdas 10000,00 10000,00
69 G.Perdas de financiamento 72000,00 72000,00
71 Vendas 50000,00 835500,00 785500,00
72 Prestações de serviços 5000,00 5000,00
78 Rendimentos suplementares 15000,00 15000,00
79 Juros e O.R.Similares 1000,00 1000,00
6423500,00 6423500,00 3957500,00 3957500,00

Informações fornecidas pelo inventário anual no final do exercício:

 Os activos fixos tangíveis estão sujeitas taxas de depreciação


o Material de carga e transporte(500 000,00 euros)—10%
o Equipamento administrativo e mobiliário diverso(200 000,00 euros)—
10%
o Máquina AXY (300 000,00 euros)-5%
 Facturas emitidas e provável recebimento relativas a serviços que só irão ser
prestados nos exercícios seguintes, pelo que não podem ser reconhecidos
como rendimento deste exercício: 5000,00 euros
 A empresa adquiriu a crédito, em Janeiro de 2012, uma máquina AXY para a
produção por 300 000,00 euros. Valor estimado para o desmantelamento:
800,00 euros
 Os juros pagos antecipadamente (1800,00 euros) relativos ao empréstimo
obtido, referem-se ao período de 1/1/2012 a 31/12/2013.
 O fornecedor Peneda da Silva instaurou um processo judicial sobre a
empresa.Estima-se um pagamento de uma indemnização de 1200,00
euros.Não houve indemnização.A provisão foi anulada
 Prevê-se uma garantia a clientes de 150,00 euros.
 A empresa SORES ,tem um processo em tribunal contra a LEVAY com custos
prováveis de 5 775,17euros.
 Foi paga e contabilizada em Dezembro de 2012 a renda de Janeiro do ano
2013 no valor de 200,00 euros.
 Foi pago e contabilizado o prémio de seguro contra incêndio no valor de 480
euros relativo ao período de 1/12/2012 a 30/11/2013
 Está por pagar a água de Dezembro do ano 2012 no valor de 300,00 euros e a
luz no valor de 800,00 euros.

Proceder ao apuramento dos resultados e à elaboração das demonstrações


financeiras
RESPOSTA

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Material de carga 6424 438 50 000,00


Equipamento administrativo 6425 438 20 000,00
Equipamento básico 6423 438 15 000,00
Prestação de serviços 72 282 5 000,00
Constituição da provisão 433 298 800,00
Juros de empréstimos 281 6911 1650,00
Constituição da provisão 673 293 1200,00
Pagamento 293 1000,00
Anulação da provisão 293 7633 1200,00
Reforço da provisão 672 292 150,00
Compra de materiais 6238 121 600,00
Constituição da provisão 673 293 5775,17
Renda de Janeiro de 2013 281 6261 200,00
Seguro referente a 2013 281 6263 440,00
Electricidade de 2012 6241 2722 800,00
Água de 2012 6242 2722 300,00

Uma vez obtida a concordância entre os valores contabilístico e real das contas
após os lançamentos de rectificação, é conveniente elaborar um novo balancete:
Balancete rectificado.
Consideremos o balancete de retificação da sociedade LEVAY, Lda, elaborado em
31/12/2012

Saldo
Cód. Contas Débito Crédito D C
11 Caixa 391000,00 327600,00 63 400,00
12/13 Depósitos à ordem/Prazo 1520000,00 466000,00 1054000,00
21 Clientes 1086500,00 621000,00 465500,00
22 Fornecedores 200000,00 900000,00 700000,00
24 Estado e O. E. Públicos 45000,00 45000,00
25 Financiamentos obtidos 300000,00 300000,00
27 O. Contas a receber e a pagar 66000,00 128100,00 62100,00
28 Diferimentos 2290,00 5000,00 2290,00 5000,00
29 Provisões 1200,00 7925,17 6725,17
31 Compras 310000,00 310000,00
32 Mercadorias 1140000,00 395000,00 745000,00
43 Activo fixo tangível 1000800,00 85000,00 915800,00
51 Capital 2045000,00 2045000,00
61 C.M.V.M.C 396000,00 31000,00 365000,00
62 F.Serviços externos 83700,00 640,00 83060,00
63 Gastos com o Pessoal 100000,00 100000,00
64 Depreciações 85000,00 85000,00
67 Provisões do exercicio 7125,17 7125,17
68 Outros gastos e perdas 10000,00 10000,00
69 G.Perdas de financiamento 72000,00 1650,00 70350,00
71 Vendas 50000,00 835500,00 785500,00
72 Prestações de serviços 5000,00 5000,00 0,00
76 Reversões 1200,00 1200,00
78 Rendimentos suplementares 15000,00 15000,00
79 Juros e O.R.Similares 1000,00 1000,00
6526615,17 6526615,17 3966525,17 3966525,17
Após a elaboração do balancete de rectificação e com base nele, podemos
proceder ao apuramento dos resultados, transferindo para as contas principais os
saldos das contas subsidiárias, com vista a determinar os resultados líquidos.

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)

Transferencia de gastos 811 720 535,17


61 365000
62 83060
63 100000
64 85000
67 7125,17
68 10000,00
69 70350,00

Transferencia de Rendimentos 811 802 700,00


71 785 500,00
76 1200,00
78 15000,00
79 1000,00
Imposto estimado 8121 2413 21 508,68
818 8121 21 508,68
Resultado do periodo 811 818 82 164,83

Resultado antes de impostos: 802 700,00 -720 535,17= 82 164,83 euros

Imposto estimado: 82 164,83 x 26,5%(inclui derrama)=21 508,68 euros

Resultado Líquido : 82 164,83 – 21 508,68 = 60 656,15 euros


9.2- Demonstrações financeiras

 Balanço
De acordo com o capitulo 4 da NCM, uma entidade deve apresentar ativos correntes
e não correntes, e passivos correntes e não correntes, como classificações separadas
na face do balanço.Os ativos e os passivos devem ser classificados de acordo com os
critérios referidos na NCM, como já foi referido anteriormente.
Nos ativos não correntes incluem-se os ativos tangíveis,intangíveis e financeiros de
natureza relacionada com o longo prazo e que ultrapassam o ciclo operacional da
empresa, cuja duração não ultrapassa um ano.Contudo pode acontecer que o ciclo
operacional ultrapasse um ano, nomeadamente em inventários(empresas de
construção) e dívidas comerciais a receber. O ciclo operacional nas empresas
industriais,inicia-se com a aquisição de matérias primas, prossegue com a fabricação
e venda dos produtos e prolonga-se até ao recebimento das dívidas dos clientes.
Neste caso, estes elementos patrimoniais são registados no Ativo corrente.

Os passivos correntes inclui, os passivos financeiros a liquidar nos próximos 12


meses e outros que ultrapassem este prazo,como é o caso de dividas a fornecedores
a pagar em ano e meio.
Na elaboração do balanço a entidade segue as rubricas incluídas no modelo,mas
pode acrescentar outras nas linhas em branco, se se traduzir numa informação
relevante para analisar a situação financeira da empresa.

Balanço da Sociedade LEVAY,Lda em 31/12/2012 (Em Euros)

Rubricas Notas Datas

2012 2011

Activo
Activo não corrente

Activos fixos tangíveis 915800,00


Activo corrente

Inventários 745 000,00

Clientes 465 500,00

Diferimentos 2290,00

Caixa e depósitos bancários 1117 400,00

Total do Activo 3245990,00

Capital próprio e Passivo

Capital próprio

Capital realizado 2045000,00

Resultado líquido do período 60 656,15

Total do Capital próprio

2105656,15

Passivo
Passivo não corrente

Provisões 6 725,17

Financiamentos obtidos 300 000,00

Passivo corrente

Fornecedores 700000,00

Outras contas a pagar 62100,00

Estado e outros entes públicos 66508,68

Diferimentos 5 000,00
1145333,90

Total do Passivo

Total do Capital próprio e Passivo 324 5990,00

 Demonstração dos resultados

Demonstração dos resultados da Sociedade LEVAY,Lda em 31/12/2012


(Em Euros)

Notas 2010

Rendimentos e Gastos
Vendas 785 500,00

Reversões 1200,00

Rendimentos suplementares 15 000,00

C.M.V.M.C 365 000,00

F.Serviços externos 83 060,00

Gastos com o Pessoal 100 000,00

Provisões do período 7 125,17

Outros gastos e perdas 10 000,00

Resultados antes de depreciações,

gastos de financiamento e impostos 236 514,83

Gastos de depreciação 85 000,00

Resultado operacional 151514,83


Juros e O.R.Similares 1000,00

G.Perdas de financiamento 70 350,00

Resultado antes de impostos 80164,83

IRC estimado 21508,68

Resultado líquido do período 60 656,15

 Anexo

1 — Caracterização da entidade:

1.1 — Designação: LEVAY,Lda


1.2 — Sede: Rua do Passarinho, lote 18-Penedo do Murtal 2775-072 -Parede
1.3 — Natureza da actividade: Comercialização de componentes de voo para os aviões e aeronaves
1.4 — CAE (código e designação):

1.5 — Número médio de empregados durante o ano: 4 (Quatro)

2 — Referencial contabilístico
O referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras é o instituído pelo Decreto –Lei n.º
36 -A/2011, de 9 de Março.Foi adotada a NCM pela primeira vez em 2010. No ano de 2011, ao preencher a
declaração modelo 22,optou-se pelo regime de NCM.

3 — Principais políticas contabilísticas

31-Bases de mensuradas usadas na preparação das demonstrações financeiras

311- Ativos fixos tangíveis

Os ativos fixos tangíveis foram mensurados ao custo de aquisição deduzido das depreciações acumuladas e que
estão inscritas no Mapa modelo 32- Depreciações e Amortizações, integrado no dossier fiscal.As quotas de
depreciação são calculadas quando o elemento do ativo fixo tangível estiver disponivel para uso ,pelo método da
linha reta, levando em conta a taxa de depreciação e os anos de vida útil
o Material de carga e transporte(500 000,00 euros)—10% e vida útil de 10 anos
o Equipamento administrativo e mobiliário diverso(200 000,00 euros)—10% e vida útil de 10
anos
o Máquina AXY (300 000,00 euros)-5% - e vida útil de 20 anos

312- Ativos fixos intangíveis


Não há ativos fixos intangíveis na empresa

313- Locações
Não há ativos fixos tangíveis na empresa adquiridos em tregime de locação financeira

314-Inventários
As componentes de voo para os aviões e aeronaves foram valorizadas ao custo ou ao valor realizável liquido, dos
dois o mais baixo.
315 – Custo dos empréstimos obtidos
O financiamento obtido foi registado no passivo não corrente do balanço pelo valor nominal e os gastos associados
foram reconhecidos na conta respetiva na demonstração de resultados de acordo com o regime do acréscimo

316 – Ativos e passivos financeiros


O financiamento obtido foi registado no passivo não corrente do balanço pelo valor nominal e os gastos associados
3161-Dívidas de terceiros
Estas dívidas foram registadas no balanço no ativo corrente pelo valor nominal deduzidas das perdas de
imparidades na conta 219 Perdas por imparidades acumuladas, de modo a evidenciar o valor recuperável. Estas
perdas são contabilizadas à medida em que se verifica que parte ou total das dívidas de terceiros não serão
recebidas.O desreconhecimento das dívidas dos clientes tem ocorrido normalmente ao fim de 60 dias.Verifica-se
que há algumas em mora.Este ano não foram registadas perdas por imparidade.

3162-Dívidas a terceiros
Estas dívidas estão reconhecidas no passivo corrente ao custo.O Desreconhecimento verifica-se normalmente ao
fim de 60 dias quando se procede à liquidação das dívidas.

3163- Letras descontadas não vencidas


Em 2011, as letras descontadas e ainda não vencidas no montante de 12 500,00 euros, estão registadas no passivo
não corrente na conta financiamentos obtidos.

3164- Empréstimos
O financiamento obtido foi registado no passivo não corrente do balanço pelo valor nominal.O Desreconhecimento
da dívida tem sido realizado com os pagamentos trimestrais que estão a ser efetuados.O Desreconhecimento
completo ocorre com o pagmento da última prestação, o que irá acontecer vem Outubro de 2015.

3165- Caixa e bancos


Esta rubrica engloba o dinheiro em caixa, depósitos à ordem e depósitos a prazo e são reconhecidos no ativo
corrente

317 – Provisões
A análise às obrigações da empresa pode dar origem ou não ao reconhecimento de uma provisão.Foram
constituídas, reforçadas e anuladas provisões para processos judiciais em curso e para garantias

318 – Regime do acréscimo


Os gastos e os rendimentos foram registados, seguindo o regime do acréscimo,no período a que dizem respeito,
independentemente do seu pagamento ou recebimento.

31.9 – Rédito
Os rendimentos relativos a vendas e a prestações de serviços foi reconhecido pelo valor líquido do IVA,
abatimento e descontos.No caso da prestação de serviços, o reconhecimento do rédito realiza-se com base no grau
de acabamento do serviço.

31.10 – Imposto sobre o rendimento

A empresa em 2012 ficou sujeita a uma taxa de IRC a 25% e a uma taxa de derrama de 1,5%.Acresce ainda a
tributação autónoma sobre os encargos, e às taxas previstas no artigo 88º do CIRC, tal como se pode comprovar no
comprovativo de entrega da declaração modelo 22 entregue em Maio de 2013. Refira-se esta e outras declarações
fiscais estão sujeitas a revisão e correção por parte da Administração fiscal durante 4 anos

31.11 – Beneficios dos empregados

A empresa em 2012 incluiu nesta rubrica os ordenados, subsídio de refeição, ajudas de custo, subsídio de Natal,
subsídio de férias, os seguros de acidentes de trabalho e as contribuições para a segurança social.

4 — Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas


contabilísticas e erros:

Não há nada a assinalar sobre este aspeto


5 — Activos fixos tangíveis:

Estes ativos foram sujeitos a taxas de depreciação dentro da sua vida útil e que já foram referidas anteriormente

As depreciações do exercício atingiram o montante de 85 000,00 euros assim distribuídos:

 Material de carga e transporte : 50 000,00 euros


 Equipamento administrativo e mobiliário diverso : 20 000,00 euros
 Máquina AXY : 15 000,00 euros
Como 2012 corresponde ao primeiro ano da empresa não há depreciações acumuladas a deduzir.
Não houve abates ou alienações de ativos fixos tangíveis.

6 — Inventários:
Utilizou o critério FIFO como formula de custeio. Não foram reconhecidas imparidades em inventários.Não há
qualquer quantia de reversão de ajustamento que implique redução de inventários

7 — Rédito:

Foram analisados em pormenor os montantes das vendas e da prestação de serviços.

8— Capital próprio:
A empresa tinha um montante de capital próprio de 2 045 000,00 euros que corresponde ao capital social

9 — Divulgações exigidas por outros diplomas legais:


...
10 — Outras informações:
Exercício 2
A empresa industrial LINGOTES,Lda, de Setúbal , pretende elaborar a
Demostração resultados por natureza e a demonstração de resultados por
funções referente a 2012. Para o feito recolheu os seguintes elementos (em
euros):

Inventários iniciais
1. Matérias primas 14 000,00
2. Matérias subsidiárias 1 200,00
3. Produtos em vias de fabrico 8 200,00
4. Produtos acabados
(1500 ton de lingotes a 12,00 euros/ton)

Inventários finais
1. Matérias primas 10 000,00
2. Matérias subsidiárias 3 000,00
3. Produtos em vias de fabrico 5 000,00
4. Produtos acabados
(1 100 ton de lingotes ao custo médio)

Compras
1. Matérias primas 8 000,00
2. Matérias subsidiárias 3100,00
3. Produtos em vias de fabrico 8 200,00
4. Máquina XC(vida útil:4 anos) 28000,00

Fornecimentos e serviços externos

1. Consumo de energia na fábrica(7 000,00 ), no escritório(1130,00) e no


departamento comercial( 521,00 )
2. Consumo de água na fábrica(800,00 ), no escritório(430,00) e no
departamento comercial( 221,00 )
3. Publicidade: 250,00
4. Aluguer de equipamento de escritório: 1 800,00
5. Seguro na fábrica(300,00 ), no escritório(130,00) e no departamento
comercial( 120,00 )
6. Honorários de advogados: 120,00
7. Juros: 128,00
8. Despesas de conservação na unidade fabril: 560,00
9. Serviço prestado pela sociedade Industrial de Aveiro que completam o ciclo
produtivo dos lingotes: 2450,00

Gastos com o pessoal

1. Salários da mão de obra direta 43 000,00


2. Ordenados dos trabalhadores da fábrica 15 000,00
3. Remuneração do Conselho de administração 3900,00
4. Ordenados do pessoal de escritório 4 300,00
5. Ordenados dos vendedores 3100,00
6. Subsídios de férias e de Natal da MOD 8 000,00
7. Subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores da fábrica 3 000,00
8. Subsídios de férias e de Natal do pessoal administrativo 1 100,00
9. Subsídios de férias e de Natal dos vendedores 150,00
10. Encargos sociais com a MOD 8 000,00
11. Encargos sociais com trabalhadores da fábrica 3 000,00
12. Encargos sociais com o pessoal administrativo 800,00
13. Encargos sociais com os vendedores 700,00
14. Seguros de acidentes de trabalho da MOD 980,00

Juros
1. Empréstimo 1200,00

Amortizações
1. Edificio e equipamento fabril 11 000,00
2. Mobiliário de escritório 1 300,00
3. Equipamento do departamento comercial 480,00

Ajustamentos
1. Imparidades de Inventários 650,00
2. Imparidades de dívidas a receber 700,00
Vendas
1. 8 000 ton a 20,00 euros a ton

Outros rendimentos
1. Dividendos de ações 10 000,00

Resposta
Gastos da empresa LINGOTES Unidade Fabril Gastos comerciais Gastos G.Financeiros
em 2012 administrativos

Matérias primas 12.000,00 €

Matérias subsidiárias 1.300,00 €

Fornecimentos e serviços
externos
Consumo de energia na fábrica 7.000,00 €

Consumo de energia , no escritório 1.130,00 €

Consumo de energia no departamento 521,00 €


comercial
Consumo de água na fábrica 80,00 €

Consumo de água , no escritório 430,00 €

Consumo de água no departamento 221,00 €


comercial
Publicidade: 250,00 €

Aluguer de equipamento de escritório 1.800,00 €

Seguro na fábrica 950,00 €

Seguro no escritório 130,00 €

Seguro no departamento comercial 120,00 €

Honorários de advogados 120,00 €

Despesas de conservação na unidade 560,00 €


fabril
Serviço prestado pela sociedade 2.450,00 €
Industrial
Gastos com o pessoal
Salários da mão de obra direta 43.000,00 €

Ordenados dos trabalhadores da fábrica 15.000,00 €

Remuneração do Conselho de 3.900,00 €


administração
Ordenados do pessoal de escritório 4.300,00 €

Ordenados dos vendedores 3.100,00 €

Subsídios de férias e de Natal da MOD 8.000,00 €

Subsídios de férias e de Natal dos 3.000,00 €


trabalhadores
Subsídios de férias e de Natal do 1.100,00 €
pessoal administrativo
Subsídios de férias e de Natal dos 150,00 €
vendedores
Encargos sociais com a MOD 8.000,00 €

Encargos sociais com trabalhadores da 3.000,00 €


fábrica
Encargos sociais com o pessoal 800,00 €
administrativo
Encargos sociais com os vendedores 700,00 €

Seguros de acidentes de trabalho da 980,00 €


MOD
Juros 1.200,00 €

Amortizações
Edificio e equipamento fabril 11.000,00 €

Mobiliário de escritório 1.300,00 €

Equipamento do departamento 480,00 €


comercial
Ajustamentos

Imparidades de dívidas a receber 700,00 €

117040,00€ 5 542,00€ 1 5710,00€ 1 200,00€

Consumo de matérias primas = 14 000,00 +8 000,00 -10 000,00


= 12000,00 euros
Consumo de matérias subsidiários = 1 200,00 +3 100,00 -3 000,00
= 1 300,00 euros

Produção = 8200,00 + 117 040,00 – 5 000,00

= 120 240,00 euros

 Quantidade produzida:

1100 = 1500 +Produção -8000

Produção = 7600

 Lotes

EI: 1500 unid. a 12,00 euros

Produção: 7600 com o valor de 120 240,00 euros

Custo unitário médio: 15,19 euros

Custo Industrial dos Produtos Vendidos(CIPV) = 8000 X15,19

= 121 529,67 euros

Variação dos inventários de produção = 1100 x15,19 -1500 x 12,00 + 5000,00 -8 200,00

= - 4 491,00 euros
Contabilização de algumas operações:

Operação Conta a
Debitar Creditar (Em euros)
Compra de matéria prima 3121 8 000,00
2432 1 840,00
221 9 840,00
Compra de matéria subsidiária 3122 3 100,00
2432 713,00
221 3 813,00
Transferência 331 3121 8 000,00
332 3122 3 100,00
Consumo de matérias primas 612 331 12 000,00
Consumo de matérias 612 332 1 300,00
subsidiárias
Produção de lingotes 341 731 120 240,00

Venda de lingotes 712 160 000,00


2433 36 800,00
211 196 800,00
Custo das vendas 731 341 121 529,67

LINGOTES, LDA 2012


Demonstração de resultados por naturezas (Em euros)

Rendimentos e Gastos
Vendas e serviços prestados 160 000,00
Variação dos inventários da produção -4 491,00
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas 13300,00
Fornecimentos e serviços externos 15 832,00
Gastos com o pessoal 95 030,00
Imparidade de dívidas a receber 700,00
Outros rendimentos 10 000,00
Resultados antes de depreciações,gastos de 40647,00
financiamentos e impostos(EBITDA)
Depreciações 12 780,00
Resultados operacional (antes de gastos de 27 867,00
financiamentos e impostos)(EBIT)
Custo liquído de financiamento 1200,00
Resultados antes de impostos(EBT) 26 667,00
Imposto sobre o rendimento 7065,00
Resultado líquido do período 19 602,00
LINGOTES, LDA 2012 (Em euros)
Demonstração de resultados por funções
Rendimentos e Gastos
Vendas e serviços prestados 160 000,00
Custo das vendas e dos serviços prestados 121 529,67
Resultado Bruto 38 470,33
Outros rendimentos e ganhos 10 000,00
Gastos de distribuição 5 542,00
Gastos administrativos 15710,00
Resultado operacional 27218,33
Gastos de financiamento 1200,00
Resultado antes de impostos 26 018,33
Imposto sobre o rendimento 7065,00
Resultado líquido do período 18953.33

CAPITULO X - DOSSIER FISCAL

Com a entrada em vigor do Sistema de Normalização Contabilística (SNC) a Legislação


fiscal teve que ser alterada, dada a necessidade de alinhar o Código do Imposto sobre
o Rendimento de Pessoas Coletivas – CIRC (e legislação complementar) – ao
ordenamento contabilístico de base. Assim, foi publicado o Decreto-Lei n.º 159/2009,
de 13 de julho, e definido um novo regime regulamentar das depreciações e
amortizações (Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de setembro) tendo-se
preceituado novas regras para o apuramento do lucro tributável, nomeadamente ao
nível da determinação de mais-valias e menos-valias fiscais, estabelecendo novos
critérios quanto à aceitabilidade de gastos respeitantes a provisões, perdas por
imparidade e ajustamentos em inventários, e redefinidas as regras de determinação
fiscal das depreciações e amortizações.

Em linha com essas alterações, foi publicada a Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de


fevereiro a qual, além de definir os elementos que devem integrar o processo de
documentação fiscal , aprovou os novos mapas de modelo oficial (mapas modelos 30,
31 e 32) e revogou a Portaria n.º 359/2000, de 20 de junho.

O Dossier Fiscal deve incluir para a maioria das entidades, os seguintes


documentos:

Documentos IRC IRS


Relatório de gestão,parecer do Conselho fiscal e documento de X
certificação legal de contas quando legalmente exigidos
Lista e documentos comprovativos dos créditos incobráveis X X
Mapa modelo 30 X X
Mapa modelo 31 X X
Mapa modelo 32 X X
Mapa modelo 33 X X
Mapa do apuramento do lucro tributável por regimes de X X
tributação
Mapa de controlo das correções fiscais decorrentes de diferenças X X
temporais de imputação entre a contabilidade e a fiscalidade
Outros documentos, nomeadamente,nos termos dos artigos nºs X X
38º,49º,63º,64º,66º,67º,78º e 120º do CIRC, artigo 78º do CIVA,
artigo 5º do Decreto lei nº 159/2009,de 13 de Julho e artigo 10º do
DR nº25º/2009, de 14 de setembro

Deixaram de ser necessários a ata da reunião ou assembleia de aprovação das


contas
o Anexo ao Balanço e à Demonstração de resultados, os balancetes sintéticos e
analíticos antes e após o apuramento dos resultados do exercício, os documentos
comprovativos das retenções efetuadas a residentes e os documentos acerca das
condições estabelecidaspara os pagamentos efetuados a não residentes.A dispensa
de integração dos referidos documentos deve-se ao facto dos dados neles incluído
podem ser obtidos em outras fontes,nomeadamente na Informação Empresarial
Simplificada.

A Portaria n.º 92-A/2011, aprovou os novos mapas de modelo oficial :

Mapas Objetivos Quadro 07-Modelo 22


Modelo 30-Mapa de Provisões, Visa controlar a constituição, Deve evidenciar:
Perdas Por Imparidade Em manutenção,reforço,utilização  Os valores a acrescer
Créditos E Ajustamentos Em e reversão de provisões, no campo 718
Inventários perdas por imparidade em  Os valores a acrescer
créditos e ajustamentos de no campo 721
inventário.De acordo com os  Os valores a deduzir no
artigos 28º,35º a 37º.39º e 40º campo 762
do CIRC  Os valores a deduzirr
Justificar o apuramento do no campo 764
lucro tributável, a apurar na
Declaração Modelo 22.

Modelo 31- Mapa de Mais Valias e Evidenciar o apuramento das Deve evidenciar:
Menos Valias mais valias e menos valias  Os valores a acrescer
fiscais com base no art. 46º do no campo 736
CIRC.  Os valores a acrescer
Apurar as mais valias e menos no campo 739
valias contabilisticas  Os valores a acrescer
no campo 740
 Os valores a deduzir no
campo 767
 Os valores a deduzir no
campo 769

Modelo 32 – Mapa de Demonstrar os gastos Deve evidenciar:


Depreciações e Amortizações contabilizados em ativos  Os valores a acrescer
depreciáveis no campo 719
(Artigos 29º a 34º do CIRC)  Os valores a deduzir no
campo 763

Foram incluídos 2 novos mapas que não eram mencionados na Portaria n.º
359/2000, de 20 de junho

 Mapa dos Ajustamentos de transição


Mapa onde constem os ajustamentosde transição contabilísticos, decorrentes da
adoção, pela primeira vez, das normasinternacionais de contabilidade, que sejam fi
scalmente relevantes.

 Mapa das Diferenças de Imputação Temporal

Trata-se de um o mapa de controlo das correções fiscais decorrentes de


diferenças temporais de imputação entre a contabilidade e a fi scalidade. Este
mapa deve ser apresentado para evidenciar todos os factos ocorridos, ou ainda a
ocorrer, cujo momento em que são considerados para efeitos fiscais diferem da
data em que são relevantes para efeitos contabilísticos, conduzindo a um
desfasamento temporal na consideração desses acontecimentos no apuramento
do lucro tributável. É disso exemplo, designadamente, a imputação ao período de
tributação do rédito relativo a vendas e a prestação de serviços que se encontra
defi nida no n.º 5 do artigo 18.º do CIRC.

De acordo com o preâmbulo desta portaria, a qual segue o disposto no artigo 129.º
doCódigo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS) e no artigo
130.ºdo CIRC, os sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Singulares(IRS) que possuam ou sejam obrigados a possuir contabilidade organizada,
bem como os sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas
(IRC), exceto os isentos ao abrigo do artigo 9.º do CIRC, são obrigados a constituir e a
manter um processo de documentação fiscal.
Este dossier deve ser constituído até à data limite de entrega da Informação
Empresarial Simplificada/Declaração Anual (IES/DA), elaborado para cada período de
tributação e mantido em boa ordem, durante o prazo de 10 anos.

O referido dossier fiscal deve estar centralizado em estabelecimento ou instalação


situadaem território português (por regra, no domicílio ou sede do sujeito passivo),
ou nas instalaçõesdo representante fi scal, quando o sujeito passivo não tenha a sua
sede ou direção efetivaem território português e não possua estabelecimento estável
aí situado.

A empresa LEVAY,Lda na elaboração do dossier fiscal procedeu ao preenchimento


dos mapas modelo 30 e modelo 31

Os activos fixos tangíveis estão sujeitas taxas de depreciação


 Material de carga e transporte(500 000,00 euros)—10%
 Equipamento administrativo e mobiliário diverso(200 000,00 euros)—
10%
 Máquina AXY (300 000,00 euros)-5%

Exercício 1
No preenchimento do modelo 30-Mapa de provisões,perdas por imparidade e em
créditos e ajustamentos em inventários, a empresa LEVAY levou em conta os
seguintes elementos:
1. A empresa adquiriu a crédito, em Janeiro de 2012, uma máquina AXY
para a produção por 300 000,00 euros. Valor estimado para o
desmantelamento: 800,00 euros
2. O fornecedor Peneda da Silva instaurou um processo judicial sobre a
empresa.Estima-se um pagamento de uma indemnização de 1200,00
euros.Não houve indemnização.A provisão foi anulada
3. Prevê-se uma garantia a clientes de 150,00 euros.
4. A empresa SORES,tem um processo em tribunal contra a empresa LEVAY
com custos provável de 5775,17euros.
Pretende-se o preenchimento do Mapa modelo 30
Resposta

FIGURA

MODELO 30 DAS FINANÇAS A ENTREGAR NA 1ª revisão

O mapa modelo 30 visa controlar o valor contabilizado das provisões, perdas por
imparidade em créditos e ajustamentos em inventários e deve observar o disposto
nos artigos 28.º, 35.º a 37.º, 39.º e 40.º do CIRC.Substitui o mapa modelo 30 que se
encontrava em vigor nos termos da Portaria nº 359/2000, de 20 de Junho.

Neste mapa os gastos devem ser discriminados em:

I - Perdas por imparidade em créditos e ajustamentos em inventários


II - Provisões ou perdas por imparidade fiscalmente não dedutíveis
III - Provisões fiscalmente dedutíveis

O mapa modelo 30, pede informações adicionais sobre os:

1 Créditos considerados como de cobrança duvidosa resultantes da actividade


normal, evidenciando a determinação do limite legal da perda por imparidade e o
montante a acrescer no campo 718 do Quadro 07 da Declaração Modelo 22.
2 .Ajustamentos em inventários de modo a determinar o seu limite legal de acordo
com o disposto no artigo 28.º do CIRC, explicitando o respectivo cálculo bem
como o montante a acrescer no 718 do Quadro 07 da Declaração Modelo 22.
3 As provisões não dedutíveis ou para além dos limites legais acrescidas no campo
721 do Quadro 07 da Declaração Modelo 22.
4 A reversão de ajustamentos em inventários tributados e de perdas por
imparidade tributadas a deduzir no campo 762 do Quadro 07 da Declaração
Modelo 22.
5 A reversão de provisões tributados a deduzir no campo 764 do Quadro 07 da
Declaração Modelo 22.

Exercício 2
No preenchimento do modelo 32- Mapa de depreciações e amortizações, a
empresa LEVAY levou em conta os seguintes elementos:
Os activos fixos tangíveis estão sujeitas taxas de depreciação
 Material de carga e transporte(500 000,00 euros)—10%
 Equipamento administrativo e mobiliário diverso(200 000,00
euros)—10%
 Máquina AXY (300 000,00 euros)-5%

Pretende-se o preenchimento do Mapa modelo 32

Resposta

FIGURA

MODELO 32 DAS FINANÇAS A ENTREGAR NA 1ª revisão

O mapa modelo 32 destina-se à determinação dos limites legais e controlo das


depreciações de activos fixos tangíveis e das amortizações de activos intangíveis.
O preenchimento deste mapa deve observar o disposto nos artigos 29.º a 34.º do
CIRC, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30 de Novembro, e o regime das
depreciações e amortizações, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de
14 de Setembro.Este modelo substitui os anteriores mapas modelo 32.1 e 32.2, que
se encontravam em vigor nos termos da Portaria nº 359/2000, de 20 de junho.
O mapa pode ser preenchido por grupos homogéneos (considera-se como tal o
conjunto de bens da mesma espécie e cuja depreciação/amortização, praticada por
idêntico regime,se deva iniciar no mesmo período) ou elemento a elemento, mas
devem utilizar-se mapas separados para cada um dos seguintes grupos de activos não
correntes (assinalando com "X" o respectivo grupo):

(i) Activos fixos tangíveis


(ii) Activos intangíveis

No preenchimento do mapa devem ser observadas as seguintes recomendações:


a) Os elementos que se encontrem totalmente depreciados/amortizados não
necessitam de constar do mapa, podendo, todavia, ser mencionados, globalmente e,
em primeiro lugar;
b) Os edifícios devem ser discriminados elemento a elemento, com
separação, em linhas sucessivas, do valor da construção e do valor do terreno;
c) Os elementos de reduzido valor que sejam depreciados contabilisticamente num
só período, de acordo com o disposto no artigo 19.º do DR 25/2009, devem ser
evidenciados pelo seu valor global em linha própria e com a designação "Elementos
de reduzido valor";
d) Os valores das grandes reparações e beneficiações não devem ser englobados nos
valores de aquisição dos elementos a que respeitam, devendo figurar em linha
diferente a seguir ao(s) bem(ns) a que sereportam;
e) Os bens adquiridos em estado de uso devem ser incluídos em últimolugar, sob o
título, na coluna (2), de "Bens adquiridos em estado de uso", preferencialmente
desenvolvidos por grupos homogéneos.

O mapa modelo 32 deve ter informação necessária que justifique os


ajustamentos ao resultado líquido a efetuar no quadro 07 da Declaração
Modelo 22. Deve evidenciar os montantes a acrescer no campo 719 e a
adeduzir no campo 763.

Exercício 3
No preenchimento do modelo 32- Mapa de depreciações e amortizações a
empresa LIMTEX levou em conta os seguintes elementos:
 A empresa adquiriu em 2012 uma viatura ligeira por 45000,00 euros
 Vida útil de 4 anos
 Taxa de depreciação de 25%

Pretende-se o preenchimento do Mapa modelo 31 de 2012 a 2016

Resposta

FIGURA
MODELO 32 DAS FINANÇAS A ENTREGAR NA 1ª revisão

Exercício 4
No preenchimento do modelo 31- Mapa de mais valias e menos valias, a empresa
LIMSOM levou em conta os seguintes elementos:
 Em 2013 a empresa alienou um terreno por 112 000,00 que foi adquirido no
inicio de 2010 por 80000,00 euros;
 Em 2011, o valor patrimonial tributário passou a ser de 98000,00 euros
 Coeficiente de desvalorização da moeda é de 1
 Em 2013 a empresa alienou por 12000,00 euros uma aparelhagem de
reparação de som (Código 2205) que foi adquirido no inicio de 2010 por 15
000,00 euros.Taxa de depreciação de 20%
 Perda de imparidade registada em 2011 no valor de 500,00 euros.De inicio
não foi aceite fiscalmente com base no art.º 38 do CIRC.

Pretende-se o preenchimento do Mapa modelo 31

Resposta

FIGURA

MODELO 31 DAS FINANÇAS A ENTREGAR NA 1ª revisão


O mapa modelo 31 destina-se à determinação das mais-valias e menos-valias fiscais,
nos termos definidos no artigo 46.º do CIRC, geradas pela transmissão onerosa de
activos intangíveis e activos fixos tangíveis
São igualmente apuradas as correspondentes mais-valias e menos-valias
contabilísticas, as quais deverão ser expurgadas do resultado líquido do período para
determinação do lucro tributável, de modo que este seja influenciado,
exclusivamente, pelas mais-valias ou menos-valias fiscais.
Este modelo substitui o anterior mapa modelo 31 que se encontravam em vigor nos
termos da Portaria nº 359/2000, de 20 de junho.

O mapa modelo 31 deve ter informação necessária que justifique os ajustamentos ao


resultado líquido a efetuar no quadro 07 da Declaração Modelo 22. Deve evidenciar
os montantes a acrescer no campo 736, os montantes a deduzir no campo 767, a
diferença negativa entre as mais valias e as menos valias fiscais a deduzir no campo
769 e, ainda, 50% da diferença positiva entre as mais valias e as menos valias fiscais
em caso de reinvestimento, a acrescer no campo 740.

ANEXOS

ANEXO1: IRS / SS: Remunerações, subsídios e abonos para 2012


IRS Segurança Social

Descrição Tributação Isenção Tributação Isenção

Vencimentos, subsídios de
X - X -
férias e Natal, comissões
até
Orgãos sociais X - -
12*IAS (1)

até 5% da até 5% da
Abono para falhas - remuneração - remuneração
mensal mensal

Directores até € 69,19/dia até € 69,19/dia


Ajudas custo
- -
país
Outros até € 50,20/dia até € 50,20/dia

Directores até € 133,66/dia até € 133,66/dia


Ajudas custo
- -
estrangeiro
Outros até € 119,13/dia até € 119,13/dia

Carro próprio - pagamento


- até € 0,36/Km - até € 0,36/Km
de km's

Carro de serviço - aquisição


X (3) - X (3) -
/ utilização particular

Despesas de viagem não


X - X -
conexas com a actividade

Empréstimos concedidos
(<= € 134.675,43) e
pela Empresa - à habitação X - -
(tx>= 65%*Tx.BCE )
própria

Empréstimos concedidos
por outra entidade – juros
são suportados pela X - X -
empresa (na totalidade ou
em parte)

Empréstimos concedidos taxa juro > = taxa


X (4) - -
pela Empresa - outros referência

Gratificações
extraordinárias/gratificações X - X (5) -
de balanço

Horas extraordinárias /
X - X -
gratificações regulares

Isenção de horário de
X - X -
trabalho / diuturnidades
até (Rem. até (Rem.
Pagamento cessação
- regular*14/12)*anos - regular*14/12)*anos
contrato de trabalho
trabalho (6) trabalho (6)

Pensão reforma, complem.


X - - X
Empresa / Seg. Social

Pré-reformas X - X -

Seguros de reforma X - - X

Planos de compra de acções X - - X (7)

Subsídio de refeição - até € 5,12/dia - até € 5,12/dia

Subsídio de refeição em
- até € 6,83/dia - até € 6,83/dia
vales de refeição

Subsídio de renda X - X -

Subsídio da Empresa
X - - X
(doença, educação...)

Subsídio doença, Segurança


- X - X
Social

(1) Indexante de Apoio Social (IAS) para 2012: €419,22


(2) Algumas componentes remuneratórias que não eram sujeitas a contribuições para a Segurança
Social antes da entrada em vigor do Código Contributivo serão sujeitas a contribuições de forma
gradual:
- 33% do valor no ano de 2011;
- 66% do valor no ano de 2012;
- 100% do valor a partir do ano de 2013.
(3) O benefício decorrente da utilização pessoal apenas está sujeito a tributação quando exista
acordo escrito. Para efeitos de sujeição a contribuições para a Segurança Social são exigidas
condições adicionais.
(4) A taxa de referência ainda não foi fixada.
(5) Os montantes atribuídos aos trabalhadores a título de participação nos lucros das empresas
estão sujeitos a contribuições para a Segurança Social. Contudo esta sujeição só entrará em vigor
quando for regulamentada, o que não deverá ocorrer antes de 2014.
(6) Tratando-se de gestor, administrador, gerente de pessoa colectiva, gerente público ou
representante de estabelecimento estável de entidade não residente, os montantes recebidos pela
cessação do vínculo laboral são sujeitos a tributação na sua totalidade. Relativamente à Segurança
Social, não constituem base de incidência a compensação por cessação do contrato de trabalho no
caso de despedimento colectivo; por extinção do posto de trabalho, por inadaptação; por não
concessão de aviso prévio; por caducidade; por Resposta por parte do trabalhador; por cessação
antes de findo o prazo convencional do contrato de trabalho a prazo.
(7) Desde que os benefícios do plano de acções não seja pago em dinheiro.

Fonte: PWC

ANEXO2: Segurança Social: Incidência e exclusões

Pessoas abrangidas

As contribuições para a segurança social incidem sobre as remunerações (em regra efectivas,
em alguns casos, convencionadas) dos

- Trabalhadores por conta de outrem


- Membros dos órgãos sociais
- Trabalhadores independentes/empresários

Prestações excluídas

1 Ajudas de custo até aos limites previstos para efeitos de IRS

2 Complemento de pensões

3 Complementos de subsídios de doença

4 Despesas de transporte (1)

5 Distribuição de lucros (2)

6 Indemnização pela não concessão de férias ou de dias de folga

7 Compensação pela cessação do contrato de trabalho (3)

8 Subsídios de alimentação até aos limites previstos para efeitos de IRS e valor das
refeições tomadas nos refeitórios das entidades empregadoras

9 Subsídios para assistência médica e medicamentos a trabalhador e seus familiares

10 Subsídios para compensação de encargos familiares (4)

11 Descontos concedidos aos trabalhadores na aquisição de acções da própria entidade


empregadora

(1) Caso se traduzam na utilização de meios de transporte disponibilizado pela entidade


patronal e não excedam o valor de passe social ou, na inexistência deste, o que resultaria da
utilização de transportes colectivos, desde que quer a disponibilização daquele, quer a
atribuição destas tenha carácter geral;
(2) Desde que ao trabalhador esteja assegurada pelo contrato uma remuneração certa,
variável ou mista adequada ao seu trabalho;
(3) A exclusão de tributação aplica-se nas seguintes situações:
- Por força de declaração judicial da ilicitude do despedimento;
- Por despedimento colectivo, por extinção do posto de trabalho, por inadaptação, por não
concessão de aviso prévio, por caducidade e por Resposta por parte do trabalhador;
- Por cessação antes de findo o prazo convencional do contrato de trabalho a prazo.
(4) Nomeadamente encargos relativos à frequência de creches, jardins-de-infância,
estabelecimentos de educação, lares de idosos e outros serviços ou estabelecimentos de
apoio social.

ANEXO3: IVA: Incidência e Taxas

O IVA incide sobre as vendas de bens e as prestações de serviços.

Percorre todo o circuito económico da produção ao consumidor final. Nesse circuito,


cada sujeito passivo entrega ao Estado a diferença entre o IVA que liquida nas vendas
e prestações de serviços efectuadas e o IVA suportado nas aquisições de bens e
serviços que efectuar e que possa deduzir.

Continente Açores Madeira

Taxa normal 23% 16% 22%

Taxa reduzida

• Inclui alguns alimentos e outros bens essenciais – ex.

• Cereais

• Carne e peixe fresco

• Frutas frescas, legumes 6% 4% 5%

• Leite e pão

• Bebidas e iogurtes de soja

• Sumos e néctares de frutos ou de produtos hortícolas


• Medicamentos, fraldas e alguns dispositivos médicos

• Livros em suporte físico

• Prestações de serviços relacionadas com a limpeza das vias


públicas, bem como a recolha, armazenamento, transporte,
valorização e eliminação de resíduos.

• Alojamento hoteleiro

• água não engarrafada

• Empreitadas de construção, reconstrução, beneficiação ou


conservação de imóveis realizadas no âmbito de regimes
especiais de apoio financeiro ou fiscal à reabilitação de
edifícios ou ao abrigo de programas apoiados
financeiramente pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação
Urbana, I.P.

Taxa intermédia

• Inclui gasóleo colorido e marcado;

• Entradas em espectáculos de canto, dança, música, teatro,


cinema, tauromaquia e circo;

• Alguns produtos para alimentação humana, tais como


conservas de carne e peixe; 13% 9% 12%

• Vinho;

• Águas da nascente, minerais, medicinais e de mesa, assim


como águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico.
Exceptuam-se as águas de sabor.

ANEXO4: IRC: Taxas: Retenção na fonte


Rendimento Taxa (%)
Residentes Não
(1) residentes
(2)
Remunerações dos órgãos estatutários 21,5 21,5
Comissões - 15
Prestação de serviços (3) - 15
Aluguer de equipamento agrícola, industrial, comercial ou N/A 15
científico
Assistência técnica N/A 15
Dividendos 25 (4) 25 (5)
Juros de depósitos 25 25
Juros de suprimentos 25 25
Juros de títulos de dívida 25 25 (6)
Rendimentos de capitais pagos ou colocados à disposição de - 30
entidades residentes em paraísos fiscais
Rendimentos de capitais pagos ou colocados à disposição em 30 (1) 30
contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta
de terceiros não identificados
Rendimentos de operações de reporte 25 25
Resgate de seguros de vida (7) 25 25
Royalties 16,5 (8) (9) 15
Rendimentos de unidades de participação em fundos de capital 10 -
de risco (10)
Rendimentos de unidades de participação em fundos de 10 -
investimento imobiliário em recursos florestais (10)
Outros rendimentos de capitais 25 25
Rendimentos prediais 16,5 (9) 15
Incrementos mais-valias de partes sociais 25 25 (11)
patrimoniais: mais-valias de imóveis 25 25

(1) Pagamento por conta do imposto devido a final.


(2) Retenção a taxa liberatória.
(3) Exceptuam-se os serviços de transportes, de comunicação e financeiros.
(4) Dispensa de retenção na fonte se a participação directa não for inferior a 10% e for detida,
ininterruptamente, durante o ano anterior à data da colocação dos lucros à disposição.
(5) Isenção de retenção na fonte ao abrigo da Directiva 2011/96/UE, de 30 de Novembro (anterior
Directiva 90/435/CEE, de 23 de Julho), desde que a participação directa não seja inferior a 10% e seja
detida ininterruptamente durante 1 ano, no caso de entidades residentes na União Europeia ou no
Espaço Económico Europeu (neste último caso, desde que vinculado a cooperação administrativa no
domínio da fiscalidade, equivalente à estabelecida no âmbito da EU); exigência de participação directa
de mínima de 25% há pelo menos 2 anos, no caso de entidades residentes na Suíça. Limitação da taxa
ao abrigo da Convenção para Evitar a Dupla Tributação aplicável.
(6) Possibilidade de isenção ao abrigo do Decreto-Lei 193/2005, de 7 de Novembro, que aprova o
Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida.
(7) Possibilidade de exclusão de tributação de parte do valor do resgate consoante os anos de vigência
do contrato.
(8) Redução da taxa para 5% até 30/06/2013 e isenção de retenção na fonte a partir de 01/07/2013, ao
abrigo da Directiva 2003/49/CE, de 3 de Junho. Limitação da taxa ao abrigo da Convenção para Evitar a
Dupla Tributação aplicável.
(9) Rendimentos devidos por entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada.
(10) Retenção de 10% se o titular dos rendimentos (i) for residente em paraíso fiscal ou (ii) for detida,
directa ou indirectamente, em mais de 25%, por entidades residentes.
(11) Possibilidade de isenção pelo artigo 27.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (mais-valias realizadas
por não residentes).
ANEXO4: IRC: Taxas: Tributação autónoma

Determinados encargos de sujeitos passivos de IRC são objecto de tributação autónoma, às


taxas subsequentemente indicadas.

Tributação autónoma (1)

Descrição 2012 2011

10% / 10% /
Encargos com viaturas ligeiras de passageiros ou mistas (2) (3)
20% 20%

Despesas de representação (4) 10% 10%

50% / 50% /
Despesas não documentadas (5)
70% 70%

Pagamentos a entidades residentes em regime fiscal claramente mais 35% / 35% /


favorável (6) 55% 55%

Ajudas de custo e deslocações em viatura própria não facturadas a


5% 5%
clientes

Gastos ou encargos relativos a indemnizações decorrentes da cessação


35% 35%
de funções de gestor, administrador e gerente (7)

Gastos ou encargos relativos a bónus e outras remunerações variáveis


35% 35%
pagas a gestores, administradores e gerentes (8)

Lucros distribuídos a sujeitos passivos que beneficiam de isenção total ou


25% 20%
parcial de IRC (9)

(1)As taxas de tributação autónoma são elevadas em 10% quanto aos sujeitos passivos que
apresentem prejuízo fiscal no período de tributação a que respeitem quaisquer dos factos
tributários referidos.
(2) Depreciações, rendas ou alugueres, seguros, despesas com manutenção e conservação,
combustíveis e impostos incidentes sobre a sua posse ou utilização.
(3) Para viaturas adquiridas antes e até 31 de Dezembro de 2009, A taxa é elevada para 20%
nos casos em que as despesas respeitem a viaturas ligeiras de passageiros ou mistas cujo
custo de aquisição seja superior a:
- 40.000€, relativamente a viaturas adqu iridas entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2010;
- 30.000 € relativamente a viaturas adquiridas entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2011
(o limite é elevado para 45.000 € relativamente a viaturas eléctricas);
- 25,000 € relativamente a viaturas adquiridas a partir de 1 de Janeiro de 2012 (o limite é
elevado para 50.000 € relativamente a viaturas eléctricas).

(4) Recepções, refeições, viagens, passeios e espectáculos oferecidos no País ou no


estrangeiro a clientes ou a fornecedores ou ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades.
(5) A taxa é elevada para 70% no caso de sujeitos passivos isentos total ou parcialmente, ou
que não exerçam a título principal uma actividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola, ou que aufiram rendimentos directamente resultantes do exercício de actividade
sujeita ao imposto especial de jogo.
(6) A tributação autónoma é aplicável às importâncias pagas ou devidas a a qualquer título a
pessoas singulares ou colectivas residentes fora de território português e aí submetidas a um
regime fiscal claramente mais favorável, à taxa de 35%. A taxa é elevada para 55%, no caso
de sujeitos passivos isentos total ou parcialmente, ou que não exerçam a título principal uma
actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, ou que aufiram rendimentos
directamente resultantes do exercício de actividade sujeita ao imposto especial de jogo. A
tributação autónoma pode ser afastada em caso de prova de que as operações foram
efectivamente realizadas e não têm um carácter anormal ou um montante exagerado.
(7) São tributados os gastos ou encargos relativos a indemnizações ou quaisquer
compensações devidas, não relacionadas com a concretização de objectivos de produtividade
previamente definidos na relação contratual, e ainda os gastos relativos à parte que exceda o
valor das remunerações que seriam auferidas pelo exercício daqueles cargos até ao final do
contrato, quando se trate de rescisão de um contrato antes do termo, qualquer que seja a
modalidade de pagamento, quer este seja efectuado directamente pelo sujeito passivo, quer
haja transferência das responsabilidades inerentes para uma outra entidade.
(8) Os gastos ou encargos relativos a bónus e outras remunerações variáveis pagas a
gestores, administradores e gerentes são tributadas quando estas representem uma parcela
superior a 25% da remuneração anual e possuam valor superior a 27 500 €, salvo se o seu
pagamento estiver subordinado ao diferimento de uma parte não inferior a 50% por um
período mínimo de três anos e condicionado ao desempenho positivo da sociedade ao longo
desse período.
(9) Quando as partes de capital a que respeitam os lucros não tenham permanecido na
titularidade do mesmo sujeito passivo, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data
da sua colocação à disposição e não venham a ser mantidas durante o tempo necessário para
completar esse período.

ANEXO5-IRC: Pagamento por conta

Os pagamentos por conta são calculados com base no imposto liquidado


relativamente ao exercício imediatamente anterior àquele em que se devam efectuar
esses pagamentos, líquido de retenções na fonte.
Os pagamentos por conta são devidos pelas entidades que exerçam a título principal
actividades de natureza comercial, industrial ou agrícola e pelas entidades não
residentes com estabelecimento estável em Portugal.

(1) Volume de negócios igual ou inferior a € 498.797,90

Pagamento por Conta

= (Colecta 2011 - retenções na fonte 2011) x 70%

(2) Volume de negócios superior a € 498.797,90

Pagamento por Conta

= Colecta 2011 - retenções na fonte 2011) x 90%

Os pagamentos por conta são efectuados em Julho, Setembro e 15 de Dezembro do


próprio ano, a que respeita o lucro tributável, no caso de entidades cujo ano fiscal
corresponda ao ano civil (7º, 9º e dia 15 do 12º mês do período de tributação, no
caso de entidades com ano fiscal diferente do ano civil).

Caso o montante dos pagamentos por conta efectuado exceda o IRC que seria
devido, há lugar a reembolso pela diferença.

Os pagamentos por conta podem ser limitados a partir do 2º pagamento quando o


sujeito passivo verifique que o montante já pago é igual ou superior ao IRC que será
devido com base na matéria colectável do período de tributação em causa.

Caso se verifique, com a entrega da Declaração de Rendimentos Modelo 22, que


deixou de ser paga uma importância a título de pagamentos por conta superior a 20%
da que deveria ter sido entregue em condições normais, são devidos juros
compensatórios, calculados entre a data em que o pagamento por conta deveria ter
sido efectuado e a data da entrega da Declaração.

ANEXO 6-IRC: Pagamento especial por conta

Independentemente dos resultados apurados, os sujeitos passivos de IRC residentes sujeitos


ao regime normal, estão sujeitos a uma tributação mínima, nos termos a seguir
sumariamente referidos.

As entidades isentas de IRC ficam dispensadas de efectuar o pagamento do Pagamento


Especial por Conta (PEC), ainda que a isenção não inclua rendimentos que sejam sujeitos a
tributação por retenção na fonte com carácter definitivo.

Pagamento a efectuar em Março de cada ano (ou em 2 prestações em Março e em Outubro)


(1):

PEC = 1% volume negócios exercício anterior – pagamentos por conta ano anterior

Limites:

Mínimo 1.000 euros


Máximo 1.000 euros + 20% do excedente com o limite de 70.000,00 euros

Este pagamento é dedutível à colecta do próprio exercício e dos 4 exercícios seguintes. A


parte que não puder ser deduzida por insuficiência de colecta só será reembolsável a pedido
da empresa.

ANEXO 7-IRC: Taxas de depreciação e de amortização fiscal


Em regra as depreciações e amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes,
tendo presente o período de vida útil máximo e mínimo do bem, tendo em conta o sector em
que é utilizado e ainda as condições da sua utilização.

Podem, ainda, ser aplicados métodos de depreciação e amortização diferentes dos indicados
nos números anteriores desde que, mediante requerimento, seja obtido o reconhecimento
prévio da Direcção–Geral dos Impostos, salvo quando daí não resulte uma quota anual de
depreciação ou amortização superior prevista no artigo 30º do Código do IRC, que estabelece
as regras de determinação das quotas anuais e o período de vida útil.

Relativamente a elementos do activo sujeitos a deperecimento cujos custos unitários não


ultrapassem 1000 € (anteriormente 199,52 €), é aceite a dedução, no período de tributação
do respectivo custo de aquisição ou de produção, excepto quando façam parte integrante de
um conjunto de elementos que deva ser depreciado ou amortizado como um todo.

Não são aceites como gastos as depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas,
na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente a 40
000 € (anteriormente 29.927,87 €), bem como dos barcos de recreio e aviões de turismo e
todos os gastos com estes relacionados, desde que tais bens não estejam afectos à
exploração de serviço público de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício
da actividade normal do sujeito passivo.

A partir de 1 de Janeiro de 2012, são expressamente aceites para efeitos fiscais, as


depreciações e amortizações de activos biológicos não consumíveis.

Conforme previsto no Decreto Regulamentar nº 25/2009, de 14 de Setembro, as taxas


máximas mais usuais são as seguintes (sem diferenças relativamente ao anterior diploma):

Tipo de bens Taxa anual


quotas constantes (%)

Activo fixo tangível

Edíficios e outras construções: Edifícios industriais 5,00%

Comerciais e
2,00%
administrativos

Equipamentos Oficinas: Carpintarias 12,50%


de uso geral:
Serralharias 14,28%

Máquinas - Ligeiras 20,00%


ferramentas:
Pesadas 12,50%

Aparelhagem e
20,00%
máquinas electrónicas

Aparelhos de laboratório
14,28%
e precisão

Equipamento de
escritório 20,00%
(p.e.:fotocopiadoras)

Mobiliário 12,5%

Computadores 33,33%

Programas de
33,33%
computador

Aparelhos telemóveis 20,00%

Veículos Ligeiros e mistos 25,00%


automóveis:
Pesados de passageiros 14,28%

Pesados e reboques, de mercadorias 20,00%

Activo intangível
Projectos de desenvolvimento 33,33%

Elementos da propriedade industrial, tais como patentes, Taxa determinada em


marcas, alvarás, processos de fabrico, moldes ou outros função do período de
direitos assimilados, adquiridos a título oneroso e cuja tempo em que tiver
utilização exclusiva seja reconhecida por um período lugar a utilização
limitado de tempo exclusiva

Trespasse/Goodwill Não é amortizável,


excepto em caso de
deperecimento
efectivo, devidamente
comprovado e
autorizado pela DGCI

ANEXO 8-IRC: Mais-valias


As mais-valias e as menos-valias fiscais diferem usualmente das mais-valias e das menos-
valias contabilísticas e são quantificadas do seguinte modo:

Mais-valia = Valor de Realização – (Valor de Aquisição – Amortizações Acumuladas-


fiscal Perdas por imparidade) x coeficiente

A diferença positiva entre as mais-valias fiscais e as menos-valias fiscais realizadas mediante


a transmissão onerosa de ativos fixos tangíveis, ativos biológicos que não sejam
consumíveis e propriedades de investimento, ainda que qualquer destes ativos tenha sido
reclassificado como ativo não corrente detido para venda, é apenas considerada em 50%.

São assimiladas a transmissões onerosas as mudanças no modelo de valorização que sejam


relevantes para efeitos fiscais, nos termos do n.º 9 do artigo 18.º do Código do IRC
(aplicação do justo valor), e que decorram, designadamente, de reclassificação
contabilística ou de alterações nos pressupostos referidos na alínea a) do n.º 9 do artigo
18.º do Código do IRC (instrumentos financeiros).

São apenas dedutíveis as menos-valias fiscais realizadas – as menos-valias potenciais ou


latentes, ainda que expressas na contabilidade, não são aceites como gastos.

As mais-valias fiscais realizadas com a transmissão de ações ou partes de capital adquiridas


antes de 1 de Janeiro de 1989 não são tributáveis.

A partir de 1 de Janeiro de 2011, as menos-valias relativas a partes de capital deixam de ser


dedutíveis na parte correspondente aos lucros que tenham beneficiado do regime da
eliminação da dupla tributação nos últimos quatro anos.

A tributação poderá incidir apenas sobre metade do saldo positivo entre as mais-valias
fiscais e as menos-valias fiscais em caso de reinvestimento da totalidade do valor de
realização, nos seguintes termos (ao reinvestimento parcial, corresponderá um benefício
proporcional ao do reinvestimento efetuado):

REINVESTIMENTO DO VALOR DE REALIZAÇÃO

Ativos fixos tangíveis, ativos biológicos e Investimentos Financeiros


propriedades de investimento

Valor de realização resultante de: Valor de realização resultante de:

- Transmissão onerosa de ativos fixos - Transmissão onerosa de partes de capital


tangíveis, ativos biológicos que não sejam (incluindo remição e amortização com
consumíveis e propriedades de redução de capital) correspondentes a, pelo
investimento, detidos por um período não menos, 10% do capital social da sociedade
inferior a um ano, ainda que qualquer destes participada, detidas há pelo menos 1 ano
ativos tenha sido reclassificado como ativo
não corrente detido para venda
- Indemnizações por sinistros ocorridos
nestes elementos

Tributação de 50% da mais-valia desde que: Tributação de 50% da mais-valia desde que:

- Ocorra reinvestimento total ou parcial no - Ocorra reinvestimento total ou parcial no


exercício anterior ao da realização, no exercício anterior ao da realização, no
próprio exercício ou até ao final do 2º próprio exercício ou até ao final do 2º
exercício seguinte na aquisição, produção ou exercício seguinte em:
construção de ativos fixos tangíveis, de - participações sociais no capital de
ativos biológicos que não sejam consumíveis sociedades comerciais ou civis sob forma
ou em propriedades de investimento, afetos comercial, ou
à exploração, com exceção dos bens - aquisição, produção ou construção de
adquiridos em estado de uso a sujeito ativos fixos tangíveis, de ativos biológicos
passivo de IRS/IRC com o qual existam que não sejam consumíveis ou em
relações especiais propriedades de investimento, afetos à
exploração

- Excluídas as transmissões onerosas e


aquisições de partes de capital com:
- entidades residentes em país, território ou
região com regime de tributação claramente
mais favorável (paraísos fiscais)
- entidades com as quais existam relações
especiais (exceto quando se destinem à
realização de capital social)

ANEXO 9-IRS: Retenções na fonte


TAXAS DE IRS

Residentes Não residentes

Rendimento Taxas % Nota Taxas Nota


(1) %

Remunerações do trabalho dependente 11,50 a


A 21,5 RL
46,50

Remunerações dos orgãos estatutários 11,50 a


A 21,5 RL
46,50

Comissões B 21,5 RPC 21,5 RL

Prestação de serviços RPC


B 11,5/21,5 (2) 21,5 RL
(6)

Aluguer de equipamento (art. 5º nº 2, n)) E 16,5 RPC 21,5 RL

Royalties não auferidos pelo autor/titular originário


E 16,5 RPC 21,5 RL
/ Assistência técnica (art. 5º nº 2, m))

Dividendos RL
E 25 25 RL
(4)

Juros de depósitos RL
E 25 25 RL
(3)

Juros de suprimentos E 25 RL 25 RL

Juros de títulos de dívida RL


E 25 25 RL (5)
(3)

Rendimentos de operações de reporte RL


E 25 25 RL
(3)

Resgate de seguros de vida E 25 RL 25 RL


(3)

Royalties B 16,5 RPC 25 RL

Rendimentos de unidades de participação em


E 10 RL(3) - (10)
fundos de capital de risco

Rendimentos de unidades de participação em


fundos de investimento imobiliário em recursos E 10 RL(3) - (10)
florestais

Rendimentos de capitais pagos ou colocados à


disposição de titulares residentes em território
português devidos por entidades não residentes e
sem estabelecimento estável em Portugal, E 30 -
domiciliadas em localizações com um regime fiscal
claramente mais favorável constante da lista
aprovada por Portaria do Ministério das Finanças.

Outros rendimentos de capitais E 16,5 RPC 25 RL

Rendimentos prediais (art. 72º nº 1) RPC


F 16,5 16,5 RPC(12)
(2)

Incrementos - mais-valias de partes


G 25 (7) 25 (7) (8)
patrimoniais: sociais

- mais-valias de imóveis 11,50 a (9)


G 25 (12)
46,50 (11)

Pensões 11,50 a
H 21,5 RL
46,50

RL: Retenção liberatória


RPC: Retenção por conta do pagamento final

(1) Os rendimentos das categorias B, E, F estão sujeitos a retenção quando pagos por entidades com
contabilidade organizada.
(2) Dispensa de retenção na fonte para rendimento < €10.000.
(3) Por opção do titular podem ser englobados.
(4) Por opção do titular podem ser englobados em 50%.
(5) Poderão estar isentos (DL 193/05 de 7/11).
(6) A taxa de 21,5% aplica-se em regra às "profissões liberais"; a taxa de 11,5% aos "empresários
individuais".
(7) Foi revogada pela Lei nº 15/2010 de 26 de Julho a isenção para Mais-Valias decorrentes da venda
de acções detidas há mais de 12 meses. Os ganhos anuais até 500€ estão isentos de tributação. As
Mais-Valias na venda de partes sociais de micro e pequenas empresas não cotadas nos mercados
regulamentados ou não regulamentados da bolsa de valores são apenas considerados em 50% do seu
valor.
(8) Poderão estar isentas.
(9) Engloba apenas 50%.
(10) Retenção de 10% se for residente em paraíso fiscal.
(11) Poderão estar isentas, se houver reinvestimento do valor da realização na aquisição de
habitação própria e permanente, em determinadas condições.
(12) Possibilidade de opção pela tributação à taxa aplicada aos residentes para residentes noutro
Estado-membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu.

ANEXO 10- Norma Contabilistica para as Microentidades-NCM

Foi publicado no passado dia 14 de Março de 2011, o Aviso 6726-A, que veio aprovar
a Norma Contabilística para microentidades, norma esta que tem como objetivo
estabelecer os aspetos de reconhecimento, mensuração e divulgação, tidos como os
requisitos contabilísticos aplicáveis às microentidades tal como são definidas pelo
Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de Março, que poderão consultar aqui.

1 — Objetivo
1.1 — Esta Norma Contabilística tem como objetivo estabelecer os aspetos de
reconhecimento, mensuração e divulgação, tidos como os requisitos contabilísticos
aplicáveis às microentidades tal como são definidas pelo Decreto -Lei n.º 36 -A/2011,
de 9 de Março.

2 — Âmbito e conceitos
2.1 — Esta Norma deve ser aplicada pelas entidades que cumpram os requisitos sobre
microentidades previstos no Decreto -Lei n.º 36 -A/2011, de 9 de Março, desde que
não optem por aplicar as normas contabilísticas previstas no Decreto -Lei n.º
158/2009, de 13 de Julho.
2.2 — Esta Norma acolhe os conceitos, definições e procedimentos contabilísticos de
aceitação generalizada em Portugal, tal como enunciados no Sistema de
Normalização Contabilística, tendo como base de referência a estrutura conceptual
constante do Aviso n.º 15652/2009.
Os termos e expressões utilizados nesta norma correspondem às definições do
apêndice I do Aviso n.º 15654/2009, de 7 de Setembro, exceto se de outra forma for
especificamente estabelecido.

3 — Considerações gerais sobre reconhecimento


3.1 — Como referido no ponto 1.1, a presente norma tem como objetivo estabelecer
os aspetos de reconhecimento, mensuração e divulgação aplicáveis às
microentidades. Dada a estrutura da norma, considerou -se útil a inclusão na mesma
de um conjunto de disposições relativas a reconhecimento que nela são
recorrentemente utilizadas.
3.2 — Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dos
resultados um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios
de reconhecimento descritos na presente norma e que deva ser reconhecido no
balanço ou na demonstração dos resultados. A falha do reconhecimento de tais itens
não é retificada pela divulgação das políticas contabilísticas usadas nem por notas ou
material explicativo.
3.3 — Um ativo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios
económicos futuros fluam para a entidade e o ativo tenha um custo ou um valor que
possa ser mensurado com fiabilidade.
3.4 — Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de
recursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação
presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com
fiabilidade.
3.5 — Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha
surgido um aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um aumento
num ativo ou com uma diminuição de um passivo e que possa ser quantificado com
fiabilidade. Isto significa, com efeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocorre
simultaneamente com o reconhecimento de aumentos em ativos ou com diminuições
em passivos (por exemplo, o aumento líquido em ativos provenientes de uma venda
de bens ou de serviços ou a diminuição em passivos provenientes do perdão de uma
dívida a pagar).
3.6 — Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados quando tenha
surgido uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma
diminuição num ativo ou com um aumento de um passivo e que possam ser
mensurados com fiabilidade. O reconhecimento de gastos ocorre simultaneamente
com o reconhecimento de um aumento de passivos ou de uma diminuição de ativos
(por exemplo, o acréscimo de direitos dos empregados ou a depreciação de
equipamento).
4 — Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras
4.1 — As demonstrações financeiras devem ser identificadas claramente e
distinguidas de outra informação no mesmo documento publicado.
4.2 — A informação seguinte deve ser mostrada de forma proeminente
e repetida quando for necessário para a devida compreensão da informação
apresentada:
a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualquer
alteração nessa informação desde a data do balanço anterior;
b) A data do balanço ou o período abrangido pelas demonstrações financeiras,
conforme o que for apropriado para esse componente das demonstrações financeiras;
c) O nível de arredondamento usado na apresentação de quantias nas demonstrações
financeiras.

4.3 — As demonstrações financeiras devem ser apresentadas pelo menos


anualmente.
Balanço
Distinção corrente/não corrente
4.4 — Uma entidade deve apresentar ativos correntes e não correntes, e passivos
correntes e não correntes, como classificações separadas na face do balanço.
Ativos correntes
4.5 — Um ativo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer dos
seguintes critérios:
a) Espera -se que seja realizado, ou pretende -se que seja vendido ou consumido, no
decurso normal do ciclo operacional da entidade;
b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c) Espera -se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço;
ou
d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso para
liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os outros ativos devem ser classificados como não correntes.


4.6 — Esta Norma usa o termo não corrente para incluir ativos tangíveis, intangíveis e
financeiros cuja natureza seja de longo prazo.
4.7 — O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para
processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo
operacional normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe -se que a
sua duração seja de doze meses.

Passivos correntes
4.8 — Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer um
dos seguintes critérios:
a) Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c) Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou
d) A entidade não tenha tem um direito incondicional de diferir a liquidação do
passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Todos os outros passivos devem ser classificados como não correntes.
4.9 — Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais e alguns
acréscimos de custos relativos a empregados e outros custos operacionais, são parte
do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade. Tais itens
operacionais são classificados como passivos correntes mesmo que estejam para ser
liquidados mais de doze meses após a data do balanço. O mesmo ciclo operacional
normal aplica-se à classificação dos ativos e passivos de uma entidade. Quando o
ciclo operacional normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe -se
que a sua duração seja de doze meses.
4.10 — Uma entidade classifica os seus passivos financeiros como correntes quando a
sua liquidação estiver prevista para um período até doze meses após a data do
balanço, mesmo que:
a) O prazo original tenha sido por um período superior a doze meses;
e
b) Um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamentos, numa
base de longo prazo seja completado após a data do balanço e antes das
demonstrações financeiras serem autorizadas para emissão.
Informação a ser apresentada na face do balanço
4.11 — A informação mínima a apresentar na face do balanço consta do respetivo
modelo publicado em Portaria. Demonstração dos resultados
Resultados do período
4.12 — Todos os itens de rendimentos e de gastos reconhecidos num período devem
ser incluídos nos resultados a menos que um outro capítulo o exija de outro modo.

Informação a ser apresentada na face da demonstração dos resultados

4.13 — A informação mínima a apresentar na face da demonstração dos resultados


consta do respetivo modelo publicado em Portaria.
4.14 — Uma entidade não deve apresentar itens de rendimento e de gasto como itens
extraordinários, quer na face da demonstração dos resultados quer no anexo.
4.15 — Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear -se
numa classificação que atenda à sua natureza.

Anexo — Estrutura e divulgações


4.16 — A estrutura e as informações a apresentar no anexo constam do respetivo
modelo publicado em Portaria.
4.17 — As notas do anexo devem ser apresentadas de uma forma sistemática,
mantendo a numeração constante do modelo publicado em Portaria e identificando
como não aplicável qualquer nota que se encontre nessa situação. Cada item na face
do balanço e da demonstração dos resultados, que tenha merecido uma nota no
anexo, deve ter uma referência cruzada.
5 — Adoção pela primeira vez da NC -ME (§§ 5.1 a 5.4)
5.1 — As alterações de políticas contabilísticas decorrentes da adoção pela primeira
vez da presente norma, devem ser aplicadas prospectivamente.
5.2 — Consequentemente, no balanço de abertura relativo à primeira aplicação a
entidade deve:
a) Manter reconhecidos pela quantia escriturada todos os ativos e passivos cujo
reconhecimento continue a ser exigido por esta norma;
b) Reconhecer todos os ativos e passivos cujo reconhecimento passe a ser exigido por
esta norma, sendo a respetiva mensuração efetuada nos termos nela previstos, não
sendo contudo permitida, em caso algum, a utilização da base de mensuração do
justo valor à data da transição;
c) Desreconhecer itens como ativos ou passivos se a presente norma o não permitir; e
d) Efetuar as reclassificações pertinentes.
5.3 — Quaisquer quantias relativas a diferenças de transição devem ser reconhecidas
no capital próprio.
5.4 — Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo o referencial
contabilístico anterior, as reconciliações exigidas nos parágrafos anteriores, devem
distinguir entre a correção desses erros e as alterações às políticas contabilísticas.
6 — Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros

Seleção e aplicação de políticas contabilísticas


6.1 — A política ou políticas contabilísticas a aplicar a determinado item será a que
decorrer do capítulo que especificamente tratar da subjacente transação, outro
acontecimento ou condição.
6.2 — Na ausência de uma disposição desta Norma que se aplique especificamente a
uma transação, outro acontecimento ou condição, o órgão de gestão fará juízos de
valor no desenvolvimento e aplicação de uma política contabilística que resulte em
informação que seja:
a) Relevante para a tomada de decisões económicas por parte dos utentes;
b) Fiável, de tal modo que as demonstrações financeiras:
i) Representem com fidedignidade a posição financeira e o desempenho
financeiro da entidade;
ii) Reflitam a substância económica de transações, outros acontecimentos e
condições e não meramente a forma legal;
iii) Sejam neutras, isto é, que estejam isentas de preconceitos;
iv) Sejam prudentes; e
v) Sejam completas em todos os aspetos materiais.

6.3 — Ao fazer os juízos de valor descritos no parágrafo 6.2, o órgão de gestão deve
ponderar a aplicabilidade das seguintes fontes, por ordem indicada:
a) Os requisitos e a orientação desta Norma que tratam de assuntos semelhantes e
relacionados;
b) Os requisitos e as orientações das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro do
Sistema de Normalização Contabilística que tratam de assuntos semelhantes e
relacionados; e
c) As definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração para ativos,
passivos, rendimentos e gastos constantes da Estrutura Conceptual prevista no
Decreto -Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho.

Consistência de políticas contabilísticas


6.4 — Uma entidade deve selecionar e aplicar as suas políticas consistentemente para
transações semelhantes, outros acontecimentos e condições, a menos que
determinado capítulo desta Norma especificamente exija ou permita a categorização
de itens para os quais possam ser apropriadas diferentes políticas. Se um outro
capítulo exigir ou permitir tal categorização, uma política contabilística deve ser
selecionada e aplicada consistentemente a cada categoria.

Alterações nas políticas contabilísticas


6.5 — Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração:
a) For exigida por uma Norma ou Interpretação; ou
b) Resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem informação
fiável e mais relevante sobre os efeitos das transações, outros acontecimentos ou
condições, na posição financeira e no desempenho financeiro da entidade.
Alterações nas estimativas contabilísticas e erros
6.6 — O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja uma
alteração à qual se aplique o parágrafo 6.7, deve ser reconhecido prospectivamente
incluindo -o nos resultados do:
a) Período de alteração, se a alteração afetar apenas esse período; ou
b) Período de alteração e futuros períodos, se a alteração afetar ambas as situações.
6.7 — Até ao ponto em que uma alteração numa estimativa contabilística dá origem
a alterações em ativos e passivos, ou se relacione comum item do capital próprio, ela
deve ser reconhecida pelo ajustamento da quantia escriturada do item de capital
próprio, ativo ou passivo relacionado no período da alteração.

6.8 — A correção de um erro material de um período anterior é excluída dos


resultados do período em que o erro é detetado, sendo efetuada diretamente em
resultados transitados.
7 — Ativos fixos tangíveis
Reconhecimento
7.1 — O custo de um item de ativo fixo tangível deve ser reconhecido como ativo se, e
apenas se, cumprir as condições de reconhecimento definidas no capitulo 3 acima e
desde que se trate de um item que seja detido para uso na produção ou fornecimento
de bens ou serviços, para arrendamento a outros, ou para fins administrativos e se
espera que seja usado durante mais do que um período.
7.2 — As designadas propriedades de investimento (terrenos e edifícios), bem como
os ativos biológicos de produção, são reconhecidos como ativos fixos tangíveis. Os
animais ou plantas vivos detidos pela entidade e que não se enquadrem na atividade
agrícola integram a subcategoria de equipamentos biológicos.
7.3 — Sobressalentes e equipamentos de serviço são geralmente escriturados como
inventário e reconhecidos nos resultados quando consumidos. Porém, os
sobressalentes principais e equipamento de reserva classificam -se como ativos fixos
tangíveis quando uma entidade espera usá-los durante mais do que um período. Da
mesma forma, se os sobressalentes e os equipamentos de serviço puderem ser
utilizados em ligação com um item do ativo fixo tangível, eles são contabilizados
como ativo fixo tangível.
7.4 — Podem ser considerados no Ativo por uma só quantidade e quantia fixa, os
itens imobilizados que, no seu conjunto, satisfaçam simultaneamente as seguintes
condições:
a) Sejam renovados frequentemente;
b) Representem, bem a bem, uma quantia imaterial para a entidade;
c) Tenham uma vida útil não superior a três anos.

7.5 — Partes de alguns itens do ativo fixo tangível poderão necessitar de substituições
a intervalos regulares. Uma entidade deve reconhecer na quantia escriturada de um
item do ativo fixo tangível o custo da peça de substituição desse item quando o custo
for incorrido, se os critérios de reconhecimento forem cumpridos. A quantia
escriturada das peças que são substituídas é desreconhecida de acordo com as
disposições de desreconhecimento deste capítulo.
Mensuração
7.6 — Um item do ativo fixo tangível que seja classificado para reconhecimento como
um ativo deve ser inicialmente mensurado pelo seu custo e subsequentemente pelo
seu custo deduzido de qualquer depreciação acumulada.
7.7 — O custo de um item do ativo fixo tangível compreende:
a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os impostos de
compra não reembolsáveis, após dedução dos descontos e abatimentos;
b) Quaisquer custos diretamente atribuíveis para desenvolver e ou colocar o ativo na
localização e condição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma
pretendida.
7.8 — Exemplos de custos que não são custos de um item do ativo fixo tangível são:
a) Custos de abertura de novas instalações;
b) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo custos de
publicidade ou atividades promocionais);
c) Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova classe de
clientes (incluindo custos de formação de pessoal); e
d) Custos de administração e outros custos gerais.
Depreciação
7.9 — Atento o disposto no parágrafo 7.5, cada parte de um item do ativo fixo
tangível com um custo que seja significativo em relação ao custo total do item deve
ser depreciada separadamente.
7.10 — O gasto de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos resultados
a menos que seja incluído na quantia escriturada de um outro ativo.
Quantia depreciável e período de depreciação
7.11 — A quantia depreciável de um ativo deve ser imputada numa base sistemática
durante a sua vida útil.
7.12 — A depreciação de um ativo começa quando este esteja disponível para uso, i.e.
quando estiver na localização e condição necessárias para que seja capaz de operar
na forma pretendida. A depreciação de um ativo cessa na data em que o ativo for
desreconhecido.
7.13 — Na determinação da vida útil de um ativo uma entidade deve ponderar o uso
esperado do ativo, o desgaste normal esperado, a obsolescência técnica ou comercial
e limites legais ou semelhantes no seu uso.
Método de depreciação
7.14 — O método de depreciação é o método da linha reta.
Desreconhecimento
7.15 — A quantia escriturada de um item do ativo fixo tangível deve
ser desreconhecida:
a) No momento da alienação; ou
b) Quando não se espere futuros benefícios económicos do seu uso
ou alienação.
7.16 — O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do ativo fixo
tangível deve ser incluído nos resultados quando o item for desreconhecido. Os
ganhos não devem ser classificados como rédito.
7.17 — Aquando da data de alienação de um item do ativo fixo tangível uma
entidade deve aplicar os critérios referidos no capítulo 12 para reconhecimento do
rédito.
7.18 — O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do ativo fixo
tangível deve ser determinado como a diferença entre os proventos líquidos da
alienação, se os houver, e a quantia escriturada do item.
8 — Ativos intangíveis
8.1 — Os critérios estabelecidos no capítulo relativo a ativos fixos tangíveis, aplicam -
se aos ativos intangíveis, incluindo os de carácter ambiental, sem prejuízo dos
parágrafos seguintes.
Reconhecimento
8.2 — Um ativo intangível deve ser reconhecido se, e apenas se, for identificável, e
cumprir as condições de reconhecimento definidas no capitulo 3 acima, desde que se
trate de um ativo não monetário e sem substância física, que se espera que seja
usado durante mais do que um período.
8.3 — Um ativo satisfaz o critério da identificabilidade na definição de um ativo
intangível quando:
a) For separável, i.e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com
um contrato, ativo ou passivo relacionado;
ou
b) Resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos
sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações.

Mensuração
8.4 — Um ativo intangível deve ser mensurado pelo seu custo, o qual deve ser
determinado como preconizado para os ativos fixos tangíveis.
Ativos intangíveis gerados internamente — Seleção de política contabilística
8.5 — A criação de um ativo intangível gerado internamente, que não seja goodwill,
envolve uma fase de pesquisa e uma fase de desenvolvimento.
8.6 — Não deve ser reconhecido nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa, ou
da fase de pesquisa de um projeto interno, sendo os correspondentes dispêndios
reconhecidos como um gasto quando forem incorridos.
Dispêndios de carácter ambiental
8.7 — Os dispêndios de carácter ambiental incorridos para evitar ou reduzir danos
futuros, ou para preservar recursos, apenas podem ser qualificados para
reconhecimento como ativos, se se destinarem a servir de maneira durável a
atividade da entidade e se, além disso, estiver satisfeita uma das seguintes condições:
a) Os gastos relacionarem -se com benefícios económicos que se espera venham a
fluir para a entidade e que permitam prolongar a vida, aumentar a capacidade ou
melhorar a segurança ou eficiência de outros ativos detidos pela entidade (para além
do seu nível de eficiência determinado originalmente); ou
b) Os gastos permitirem reduzir ou evitar uma contaminação ambiental susceptível
de ocorrer em resultado das futuras atividades da entidade.
8.8 — Podem existir direitos ou outros elementos de natureza semelhante adquiridos
por motivos associados ao impacto das atividades da entidade sobre o ambiente (por
exemplo, patentes, licenças, autorização de poluição e direitos de emissão). Se
tiverem sido adquiridos a título oneroso, e, além disso, satisfizerem os critérios
necessários ao seu reconhecimento como ativo, tal como estabelecido no parágrafo
8.7., devem ser capitalizados e amortizados sistematicamente ao longo das suas
vidas económicas úteis esperadas. Caso não satisfaçam esses critérios, devem ser
imputados a resultados.
Reconhecimento como um gasto
8.9 — Os dispêndios com itens intangíveis, incluindo os dispêndios de carácter
ambiental, devem ser reconhecidos como gastos quando incorridos, a menos que
façam parte do custo de um ativo intangível que satisfaça os critérios de
reconhecimento referidos nos parágrafos anteriores.
8.10 — Os dispêndios de carácter ambiental relacionados com danos que ocorreram
num exercício anterior não podem qualificar -se como ajustamentos de exercícios
anteriores mas devem pelo contrário ser registados como gastos no exercício
corrente.
8.11 — Uma entidade reconhecerá como gasto os seguintes itens, os quais nunca
deverão ser reconhecidos como ativo:
a) As marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itens
substancialmente semelhantes gerados internamente;
b) Dispêndio com atividades de arranque, a não ser que este dispêndio esteja incluído
no custo de um item de ativo fixo tangível de acordo com o capítulo 7 — Ativos Fixos
Tangíveis. Os custos de arranque podem consistir em custos de estabelecimento tais
como os custos legais ou de secretariado incorridos no estabelecimento de uma
entidade legal, dispêndios para abrir novas instalações ou negócio ou dispêndios para
iniciar novas unidades operacionais ou lançar novos produtos ou processos;
c) Dispêndios com atividades de formação;
d) Dispêndios com atividades de publicidade e promocionais;
e) Dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma entidade no seu todo
ou em parte.
8.12 — O dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente reconhecido
como um gasto não deve ser reconhecido como parte do custo de um ativo intangível
em data posterior.
Vida útil
8.13 — Uma entidade deve avaliar se a vida útil de um ativo intangível é finita ou
indefinida e, se for finita, a duração dessa vida útil. Um ativo intangível tem uma vida
útil indefinida quando, com base numa análise de todos os fatores relevantes, não
houver limite previsível para o período durante o qual se espera que o ativo gere
influxos de caixa líquidos para a entidade.
8.14 — A vida útil de um ativo intangível que resulte de direitos contratuais ou de
outros direitos legais não deve exceder o período dos direitos contratuais ou de outros
direitos legais, mas pode ser mais curta dependendo do período durante o qual a
entidade espera usar o ativo. Se os direitos contratuais ou outros direitos legais forem
transmitidos por um prazo limitado que possa ser renovado, a vida útil do ativo
intangível deve incluir o(s) período(s) de renovação apenas se existir evidência que
suporte a renovação pela entidade sem um custo significativo.
Ativos intangíveis com vidas úteis finitas
Período de amortização e método de amortização
8.15 — A quantia depreciável de um ativo intangível com uma vida útil finita deve ser
imputada numa base sistemática durante a sua vida útil, tal como o previsto para os
ativos fixos tangíveis. A amortização deve cessar na data em que o ativo for
desreconhecido.
Valor residual
8.16 — O valor residual de um ativo intangível com uma vida útil finita deve ser
assumido como sendo zero a menos que:
a) Haja um compromisso de um terceiro de comprar o ativo no final
da sua vida útil; ou
b) Haja um mercado ativo para o ativo e:
i) O valor residual possa ser determinado com referência a esse mercado;
e
ii) Seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil. Ativos intangíveis
com vidas úteis indefinidas
8.17 — Um ativo intangível com uma vida útil indefinida não deve ser amortizado.
8.18 — A vida útil de um ativo intangível que não esteja a ser amortizado deve ser
revista a cada período para determinar se os acontecimentos e circunstâncias
continuam a apoiar uma avaliação de vida útil indefinida para esse ativo. Se não
apoiarem, a alteração na avaliação de vida útil de indefinida para finita deve ser
contabilizada como alteração numa estimativa contabilística de acordo com o
capítulo 6.
Retiradas e alienações
8.19 — Um ativo intangível deve ser desreconhecido no momento da alienação ou
quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.
9 — Locações
9.1 — Uma locação é classificada como locação financeira se ela
transferir substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade.
Uma locação é classificada como locação operacional se ela não transferir
substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade.
Classificação de locações
9.2 — A classificação de uma locação como financeira ou operacional depende da
substância da transação e não da forma do contrato.
Exemplos de situações que podem normalmente conduzir a que uma locação seja
classificada como uma locação financeira são:
a) A locação transfere a propriedade do ativo para o locatário no fim do prazo da
locação;
b) O locatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se espera que seja
suficientemente mais baixo do que a estimativa do seu valor de mercado à data em
que a opção se torne exercível tal que, no inicio da locação, seja razoavelmente certo
que a opção será exercida;
c) O prazo da locação abrange a maior parte da vida económica do ativo mesmo que
o título de propriedade não seja transferido;
d) No início da locação o valor presente dos pagamentos mínimos da locação ascende
a, pelo menos substancialmente, todo o valor de mercado do ativo locado; e,
e) Os ativos locados são de uma tal natureza especializada que apenas o locatário os
pode usar sem que sejam feitas grandes modificações.
9.3 — Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação podem
também conduzir a que uma locação seja classificada como financeira são:
a) Se o locatário puder cancelar a locação, as perdas do locador associadas ao
cancelamento são suportadas pelo locatário;
b) Os ganhos ou as perdas da flutuação no valor de mercado do residual caem no
locatário (por exemplo sob a forma de um abatimento na renda que iguale a maior
parte dos proventos das vendas no fim da locação); e
c) O locatário tem a capacidade de continuar a locação por um segundo período com
uma renda que seja substancialmente inferior à renda do mercado.
9.4 — Os exemplos e indicadores enunciados nos parágrafos 9.2. e
9.3. nem sempre são conclusivos. Se for claro com base noutras características que a
locação não transfere substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à
posse, a locação é classificada como locação operacional.

Locações nas demonstrações financeiras de locatários


Locações financeiras
Reconhecimento inicial
9.5 — No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as locações
financeiras como ativos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao valor
presente dos pagamentos mínimos da locação, cada um determinado no início da
locação. Quaisquer custos diretos iniciais do locatário, tais como de negociação e de
garantia, são adicionados à quantia reconhecida como ativo.
Mensuração subsequente
9.6 — Os pagamentos mínimos da locação devem ser repartidos entre o encargo
financeiro e a redução do passivo pendente. O encargo financeiro deve ser imputado
a cada período durante o prazo da locação.
As rendas contingentes devem ser debitadas como gastos nos períodos em que foram
incorridas.
9.7 — Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao ativo
depreciável assim como a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A
política de depreciação para os ativos locados depreciáveis deve ser consistente com
a dos ativos depreciáveis que sejam possuídos e a depreciação reconhecida deve ser
calculada nas bases estabelecidas nos capítulos 7 e 8. Se não houver certeza razoável
de que o locatário obtenha a propriedade no fim do prazo da locação, o ativo deve ser
totalmente depreciado durante o prazo da locação ou da sua vida útil, o que for mais
curto.
Locações operacionais
9.8 — Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos como um
gasto numa base linear durante o prazo da locação.
Locações operacionais nas demonstrações financeiras de locadores
9.9 — Os locadores devem apresentar os ativos sujeitos a locações operacionais nos
seus balanços de acordo com a natureza do ativo.
9.10 — O rendimento proveniente de locações operacionais deve ser reconhecido
numa base linear durante o prazo da locação.
9.11 — Os custos, incluindo a depreciação, incorridos para se obter o rendimento de
locação são reconhecidos como um gasto.
9.12 — Os custos diretos iniciais incorridos pelos locadores ao negociar e aceitar uma
locação operacional devem ser adicionados à quantia escriturada do ativo locado e
reconhecidos como um gasto durante o prazo da locação na mesma base do
rendimento da locação.
9.13 — A política de depreciação para ativos locados depreciáveis deve ser
consistente com a política de depreciação normal do locador para ativos
semelhantes, e a depreciação deve ser calculada de acordo com as disposições
referentes a ativos fixos tangíveis.
9.14 — Um locador fabricante ou negociante não reconhece qualquer lucro de venda
ao celebrar uma locação operacional porque esta não é equivalente a uma venda.

10 — Custos de empréstimos obtidos


10.1 — Os custos de empréstimos obtidos incluem:
a) Juros de descobertos bancários e de empréstimos obtidos a curto e longo prazo;
b) Amortização de custos acessórios incorridos em ligação com a obtenção de
empréstimos;
c) Encargos financeiros com respeito a locações financeiras reconhecidas de acordo
com o capítulo 9 — Locações; e
d) Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda estrangeira
até ao ponto em que sejam vistos como um ajustamento do custo dos juros.
10.2 — Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no
período em que sejam incorridos.

11 — Inventários
Reconhecimento
11.1 — São reconhecidos como inventários os ativos:
a) Detidos para venda no decurso ordinário da atividade empresarial;
b) No processo de produção para tal venda; ou
c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção
ou na prestação de serviços.
11.2 — Os ativos biológicos consumíveis e os produtos agrícolas são reconhecidos
como inventários.
Mensuração
11.3 — Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido,
dos dois o mais baixo.
Custo dos inventários
11.4 — O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de
conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua
condição atuais.
11.5 — Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de
importação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das
entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros
custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, materiais e de serviços.
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes deduzem –se na
determinação dos custos de compra.
11.6 — O custo dos inventários de produtos acabados e de subprodutos será obtido
por um dos seguintes métodos: (i) custo de produção ou
(ii) preço de venda deduzido da margem normal de lucro que a gestão demonstre ser
apropriada. O custo dos produtos e trabalhos em curso será obtido pelo mesmo
método corrigido com a percentagem estimada de acabamento.
Valor realizável líquido
11.7 — O custo dos inventários pode não ser recuperável se esses inventários
estiverem danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus
preços de venda tiverem diminuído. A prática de reduzir o custo dos inventários para
o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não
devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que previsivelmente
resultariam da sua venda ou uso. A melhor mensuração disponível do valor realizável
líquido pode ser, conforme aplicável face à natureza dos inventários, o custo de
reposição ou o preço de venda deduzido dos necessários custos previsíveis de
acabamento ou de venda.
11.8 — Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável
líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente resultavam em ajustamento ao
valor dos inventários deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de
um aumento no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias
económicas, a quantia do ajustamento é revertida (i.e. a reversão é limitada à
quantia do ajustamento original) de modo a que a nova quantia escriturada seja o
valor mais baixo do custo e do valor realizável líquido revisto. Isto ocorre, por
exemplo, quando um item de inventários que é escriturado pelo valor realizável
líquido, porque o seu preço de venda desceu, está ainda detido num período posterior
e o seu preço de venda aumentou.
Reconhecimento como gasto
11.9 — Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses
inventários deve ser reconhecida como um gasto do período em que o respetivo
rédito seja reconhecido. A quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o
valor realizável líquido e todas
as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um gasto do período em que o
ajustamento ou perda ocorra. A quantia de qualquer reversão do ajustamento de
inventários, proveniente de um aumento no valor realizável líquido, deve ser
reconhecida como uma redução na quantia de inventários reconhecida como um
gasto no período em que a reversão ocorra.
11.10 — Para os efeitos do ponto 11.9 os inventários podem ser movimentados em
sistema de inventário intermitente ou permanente, podendo ser utilizado, como
forma de custeio das saídas, o custo médio ponderado ou o FIFO, sem prejuízo da
utilização do custo individual específico para os inventários que não sejam
geralmente intermutáveis ou que sejam identificadamente produzidos para projetos
específicos.
11.11 — Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do ativo, como por
exemplo, inventários usados como um componente de ativos fixos tangíveis de
construção própria. Os inventários imputados desta forma a um outro ativo, são
reconhecidos como um gasto durante a vida útil desse ativo.
12 — Rédito
12.1 — Este capítulo respeita à contabilização do rédito proveniente da venda de
bens, prestação de serviços e uso por outros de ativos da entidade que produzam
juros, royalties e dividendos.
Mensuração do rédito
12.2 — O rédito deve ser mensurado pela quantia da contraprestação acordada a
qual, em geral, é determinada por acordo entre a entidade e o comprador ou utente
do ativo, tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e
de quantidade concedidos pela entidade.
12.3 — As quantias cobradas por conta de terceiros tais como impostos sobre vendas,
impostos sobre bens e serviços e impostos sobre o valor acrescentado são excluídos
do rédito) Num relacionamento de agência, o rédito é a quantia de comissão. As
quantias cobradas por conta domandante não são rédito.
Venda de bens
12.4 — O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem
sido satisfeitas todas as condições seguintes:
a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos
da propriedade dos bens;
b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau
geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos bens vendidos;
c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transação fluam
para a entidade; e
e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação possam ser
fiavelmente mensurados.
Prestação de serviços
12.5 — Quando o desfecho de uma transação que envolva a prestação de serviços
possa ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a transação deve ser
reconhecido com referência à fase de acabamento da transação à data do balanço. O
desfecho de uma transação pode ser fiavelmente estimado quando todas as
condições seguintes forem satisfeitas:
a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;
b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transação fluam para a
entidade;
c) A fase de acabamento da transação à data do balanço possa ser fiavelmente
mensurada; e
d) Os custos incorridos com a transação e os custos para concluir a transação possam
ser fiavelmente mensurados.
12.6 — Quando o desfecho da transação que envolva a prestação de serviços não
possa ser estimado com fiabilidade, o rédito somente deve ser reconhecido na medida
em que sejam recuperáveis os gastos reconhecidos.

Juros, royalties e dividendos


12.7 — O rédito proveniente do uso por outros de ativos da entidade que produzam
juros, royalties e dividendos deve ser reconhecido nas bases estabelecidas no
parágrafo 12.8, quando:
a) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transação fluam
para a entidade; e
b) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.
12.8 — O rédito deve ser reconhecido nas seguintes bases:
a) Os juros devem ser reconhecidos utilizando o regime de acréscimo;
b) Os royalties devem ser reconhecidos segundo o regime de acréscimo
de acordo com a substância do acordo relevante; e
c) Os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o
direito do acionista receber o pagamento.
13 — Provisões
Reconhecimento
13.1 — Só devem ser reconhecidas provisões quando cumulativamente:
a) Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado
de um acontecimento passado;
b) Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos
será necessário para liquidar a obrigação; e
c) Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.
13.2 — Presume -se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação
presente se, tendo em conta toda a evidência disponível, for mais provável do que
não que tal obrigação presente exista à data do balanço.
13.3 — O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demonstrações
financeiras e não prejudica a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade no caso de
provisões, que pela sua natureza são mais incertas do que a maior parte de outros
elementos do balanço. Uma entidade pode, normalmente, fazer uma estimativa da
obrigação que seja suficientemente fiável para usar ao reconhecer uma provisão.
13.4 — Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos quais
a provisão foi originalmente reconhecida.
13.5 — Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras, uma
vez que estas não satisfazem a definição de passivo nem os critérios gerais de
reconhecimento estabelecidos.

Mensuração
13.6 — A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a quantia estimada que
uma entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação à data do balanço ou
para a transferir para uma terceira parte nesse momento.
13.7 — As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para
refletir a melhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos futuro para liquidar a
obrigação, a provisão deve ser revertida.

14 — Contabilização dos subsídios do Governo


Reconhecimento
14.1 — Os subsídios do Governo só devem ser reconhecidos após existir segurança de
que:
a) A entidade cumprirá as condições a eles associadas; e
b) Os subsídios serão recebidos.
14.2 — A maneira pela qual um subsídio é recebido não afeta o método contabilístico
a ser adotado com respeito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é contabilizado
da mesma maneira quer ele seja recebido em dinheiro quer como redução de um
passivo para com o Governo.
14.3 — Um empréstimo perdoável do Governo (subsídio a fundo perdido) é tratado
como um subsídio do Governo quando haja segurança razoável de que a entidade
satisfará as condições de perdão do empréstimo.
14.4 — Os subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com ativos fixos
tangíveis e intangíveis devem ser inicialmente reconhecidos nos Capitais Próprios e
subsequentemente imputados numa base sistemática como rendimentos durante os
períodos necessários para balanceá -los com os gastos relacionados que se pretende
que eles compensem. Consideram -se subsídios não reembolsáveis quando exista um
acordo individualizado de concessão do subsídio a favor da entidade, se tenham
cumprido as condições estabelecidas para a sua concessão e não existam dúvidas de
que os subsídios serão recebidos.
14.5 — Os subsídios do Governo reembolsáveis são contabilizados como Passivos. No
caso de estes subsídios adquirirem a condição de não reembolsáveis, deverão passar
a ter o tratamento referido no ponto 14.4.
14.6 — Um subsídio do Governo pode tornar -se recebível por uma entidade como
compensação por gastos ou perdas incorridos num período anterior. Um tal subsídio é
reconhecido como rendimento do período em que se tornar recebível.

Apresentação de subsídios relacionados com ativos


14.7 — Os subsídios do Governo não reembolsáveis relacionados com ativos fixos
tangíveis e intangíveis, incluindo os subsídios não monetários, devem ser
apresentados no balanço como componente do capital próprio, e imputados como
rendimentos do exercício na proporção das amortizações efetuadas em cada período.
Apresentação de subsídios relacionados com rendimentos
14.8 — Os subsídios que são concedidos para assegurar uma rentabilidade mínima ou
compensar deficits de exploração de um dado exercício imputam -se como
rendimentos desse exercício, salvo se se destinarem a financiar deficits de exploração
de exercícios futuros, caso em que se
imputam aos referidos exercícios. Estes subsídios devem ser apresentados
separadamente como tal na demonstração dos resultados.
Reembolso de subsídios do Governo
14.9 — Um subsídio do Governo que se torne reembolsável deve ser contabilizado
como uma revisão de uma estimativa contabilística (ver capítulo 6 — Políticas
Contabilísticas, Alterações em Estimativas Contabilísticas e Erros). O reembolso de um
subsídio relacionado com rendimentos ou relacionado com ativos deve ser aplicado
em primeiro lugar em contrapartida de qualquer crédito diferido não amortizado
registado com respeito ao subsídio. Na medida em que o reembolso exceda tal crédito
diferido, ou quando não exista crédito diferido, o reembolso deve ser reconhecido
imediatamente como um gasto.

15 — Os efeitos de alterações em taxas de câmbio


Reconhecimento inicial
15.1 — Uma transação em moeda estrangeira é uma transação que seja denominada
ou exija liquidação numa moeda estrangeira, incluindo transações que resultem de:
a) Quando uma entidade compra ou vende bens ou serviços cujo preço seja
denominado numa moeda estrangeira;
b) Quando uma entidade pede emprestado ou empresta fundos quando as quantias a
pagar ou a receber sejam estabelecidas numa moeda estrangeira;
ou
c) Quando uma entidade por qualquer forma adquire ou aliena ativos ou incorre ou
líquida passivos, denominados numa moeda estrangeira.
15.2 — Uma transação em moeda estrangeira deve ser registada, no momento do
reconhecimento em euros, pela aplicação à quantia de moeda estrangeira da taxa de
câmbio entre moeda estrangeira à data da transação e os euros.
Relato em datas de balanço subsequentes
15.3 — À data de cada balanço, exceto se a taxa de câmbio estiver contratualmente
fixada:
a) Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa
de fecho;
b) Os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo histórico
numa moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa de câmbio à data
da transação.

Reconhecimento de diferenças de câmbio


15.4 — As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do
relato de itens monetários de uma empresa a taxas diferentes das que foram
inicialmente registadas durante o período, ou relatadas em demonstrações
financeiras anteriores, devem ser reconhecidas nos resultados do período em que
ocorram.
15.5 — Quando a transação é liquidada num período contabilístico subsequente
àquele em que ocorreu, a diferença de câmbio reconhecida em cada período até à
data de liquidação é determinada pela alteração nas taxas de câmbio durante cada
período.

16 — Impostos sobre o rendimento


16.1 — O tratamento contabilístico dos impostos sobre o rendimento é o método do
imposto a pagar.
16.2 — Para as finalidades deste capítulo, o termo “impostos sobre o rendimento”
inclui todos os impostos baseados em lucros tributáveis incluindo as tributações
autónomas, que sejam devidos em qualquer jurisdição fiscal.
Reconhecimento e mensuração
16.3 — Os impostos sobre o rendimento para períodos correntes e anteriores devem,
na medida em que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se a quantia
já paga com respeito a períodos correntes e anteriores exceder a quantia devida para
esses períodos, o excesso deve ser reconhecido como um ativo.
16.4 — Os passivos (ativos) por impostos sobre o rendimento dos períodos correntes e
anteriores devem ser mensurados pela quantia que se espera que seja paga
(recuperada de) às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais)
aprovadas à data do balanço.
16.5 — As quantias de impostos sobre o rendimento relacionadas com as transações
correntes ou outros acontecimentos geradores de imposto no período devem ser
contabilizadas como um gasto a afetar os resultados do período.
Apresentação
16.6 — O gasto de impostos sobre o rendimento deve ser apresentado na face da
demonstração dos resultados.
17 — Ativos e passivos financeiros
17.1 — Este capítulo aplica -se aos ativos e passivos financeiros decorrentes de
relacionamentos contratuais de aquisição e venda de bens e serviços e de outros
direitos e obrigações relacionados com a atividade económica da entidade,
designadamente clientes, fornecedores, financiamentos concedidos e obtidos,
participações de capital, locações, seguros e outras contas e receber e a pagar
relativas à sua atividade corrente, de financiamento e de investimento. Este capítulo
não se aplica a direitos e obrigações de natureza fiscal e parafiscal e a outros direitos
e obrigações em que o Estado ou entes públicos intervêm no uso de poderes de
autoridade.
Reconhecimento e mensuração
17.2 — Uma entidade deve reconhecer um ativo financeiro ou um passivo financeiro
apenas quando se torne uma parte de disposições contratuais geradoras de direitos e
obrigações.
17.3 — Uma entidade deve mensurar os seus ativos e passivos financeiros ao custo,
entendido como a quantia nominal dos direitos e obrigações contratuais envolvidos.
Ativos financeiros relativos a contas a receber e a participações de capital são
mensurados ao custo de aquisição, sujeito a correções subsequentes derivadas de
eventuais imparidades.
17.4 — Uma entidade deve desreconhecer um ativo financeiro (ou parte de um ativo
financeiro) apenas quando os direitos contratuais aos recebimentos resultantes do
ativo financeiro se realizam, expiram ou são transferidos para outra entidade.
17.5 — Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de um
passivo financeiro) apenas quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação
estabelecida no contrato seja liquidada, cancelada ou expire.

17.6 — Para determinar se um ativo financeiro está ou não com imparidade, uma
entidade deve rever a sua quantia escriturada, bem como determinar a sua quantia
recuperável e reconhecer (ou reverter o reconhecimento de) a diferença como uma
perda por imparidade.
17.7 — A evidência objetiva de que um ativo financeiro pode estar em imparidade é
usualmente mostrada, por exemplo, pelas dificuldades financeiras ou quebra
contratual do devedor ou do emitente, ou por cotação oficial inferior ao custo de
aquisição.
18 — Benefícios dos empregados
18.1 — Os benefícios dos empregados aos quais este capítulo se aplica são os
seguintes:
a) Benefícios de curto prazo, tais como salários, ordenados e contribuições para a
segurança social, licença anual paga e licença por doença paga, participação nos
lucros e gratificações (se pagáveis dentro de doze meses a contar do final do período)
e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, alojamento, automóveis e
bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) relativos aos empregados; e
b) Benefícios de cessação de emprego.
18.2 — Um empregado pode proporcionar serviços a uma entidade numa base de
tempo completo, de tempo parcial, permanente, acidental ou temporária. Para os fins
deste capítulo, os empregados incluem diretores e outro pessoal de gerência.
Reconhecimento e mensuração
18.3 — Em termos gerais, uma entidade deve reconhecer:
a) Um gasto quando consumir o benefício económico proveniente do
serviço proporcionado por um empregado em troca desses benefícios;
b) Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de benefícios a
pagar no futuro, ou quando ainda não tiverem sido pagos os serviços passados.
Benefícios a curto prazo
18.4 — Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um
período contabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia nominal de benefícios a
curto prazo que espera ser paga em troca desse serviço, incluindo a retribuição
relativa aos direitos adquiridos referentes a férias:
a) Como um gasto, salvo se outro capítulo da presente Norma exigir ou permitir a
inclusão dos benefícios no custo de um ativo e
b) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer quantia já paga. Se
a quantia já paga exceder a quantia nominal dos benefícios, uma entidade deve
reconhecer esse excesso como um ativo (gasto pré -pago) na extensão de que o pré -
pagamento conduzirá, por exemplo, a uma redução em futuros pagamentos ou a
uma restituição de dinheiro.
Participação nos lucros e gratificações
18.5 — Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de
participação nos lucros e gratificações quando, e só quando:
a) A entidade tenha uma obrigação de fazer tais pagamentos em consequência de
acontecimentos passados; e
b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.
18.6 — Uma obrigação por participação nos lucros e gratificações resulta do serviço
dos empregados e não de uma transação com os proprietários da entidade. Por
conseguinte, uma entidade reconhece o custo por essa participação nos lucros e
gratificações não como uma distribuição do lucro líquido mas como um gasto.
18.7 — Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma entidade
futuros benefícios económicos e são reconhecidos como
um gasto imediatamente.

10 de Março de 2011. — A Secretária -Geral do Ministério das Finanças


e da Administração Pública, Teresa Maria Caldeira Temudo
Nunes.

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