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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto de Filosofia e Ciências Sociais


Departamento de Filosofia

História da Filosofia Antiga II

Prof. Daniel Nascimento

Aula 2: Aristóteles sobre o movimento que é próprio aos animais no livro VIII da Física

22/08/2018
Categorias
Da Interpretação
Lógica
(o instrumento das Analíticos Primeiros

ciências) Analíticos Posteriores
Tópicos
Elencos Sofísticos

Pensamento Pensamento Pensamento


Prático Teórico Produtivo

Política oikonomike Ética Artes Artes úteis


miméticas

Política
Poética Retórica

Ética a
Eudemo
Ética a
Nicomaco


Ciências Naturais Matemática Metafísica
Filosofia Primeira
Teologia

História dos Animais Da Sensação e do sensível


Das Partes dos Animais Da Memória e da Reminiscência
Da Locomoção dos Animais Do Sono e da Vigília
Do Movimento dos Animais Dos Sonhos
Parva Naturalia Da Adivinhação pelo Sonho
Da Geração dos Animais Da Longevidade e Brevidade da Vida
De Anima Da Juventude e da Velhice
Física Da Vida e da Morte
Da Respiração

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1. A ordem metodológica dos escritos zoológicos de Aristóteles

Os tratados zoológicos de Aristóteles


1. Historia Animalium (História dos Animais, HA)
2. De Partibus Animalium (Das partes dos animais, PA)
3. De Generatione Animalium (Da Geração dos animais, GA)
4. De Motu Animalium (Sobre o movimento dos animais, MA)
5. De Incessu Animalium (Sobre a progressão dos animais, IA)
6. Parva Naturalia (PN)
6a. De Sensu et Sensibilibus (Sobre os sentidos e seus objetos, SS)
6b. De Memoria et Reminiscentia (Sobre a memória e a reminisciencia, Mem.)
6c. De Somno et Vigilia (Sobre o sono e o despertar, Somn.)
6d. De Insomniis (Sobre os sonhos, Insomn.)
6e. De Divinatione per Somnum (Da divinação nos sonhos, Div.)
6f. De Longitudine et Brevitate Vitae (Sobre alongevidade e a brevidade da vida, Long. Vit.)
6g. De Juventute et Senectute, De Vita et Morte, De Respiratione (Sobre a juventude e a
velhice, Sobre a vida e a morte, Sobre a respiração, Juv.; Resp.)
7. De Anima (Sobre a alma, DA)

A ordem da investigação científica segundo Aristóteles


As coisas acerca do que investigamos são iguais em número às que compreendemos. Nós
investigamos acerca de quatro coisas: o fato, a causa, se algo é, o que algo é. (APo. II 1, 89b23–
25).
Quando nós conhecemos o fato nós investigamos acerca da causa (p. ex., sabendo que ocorre
um eclipse ou que a terra se move, nós investigamos a razão pela qual o eclipse ocorre e a terra
se move. (APo. II 1, 89b29–31).
Tendo descoberto que é, nós então investigamos o que é (p. ex. o que é um deus? Ou o que é
um homem?). (APo. II 1, 89b34–35).

2. A primeira aparição da tese sobre o movimento que é próprio aos animais em Física VIII 2

Por vezes acontece que não haja movimento em nós [entes animados], e que de nosso repouso
nós sejamos postos em movimento, e às vezes o princípio do movimento surge em nós e de
nós, sem que nada de outro nos mova de fora. Não vemos nada parecido no caso dos seres

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inanimados, pois eles sempre são movidos por algo outro que reside fora deles. Dos animais,
nós dizemos que eles movem a si mesmos. (Física VIII 2, 252b16-23).

2. Os diferentes tipos de mudança e movimento em Física V 1 e a definição da natureza em


Física II 1

Segundo o que nos é dito em Física V 1-2, existem três tipos de mudança – o movimento, o
perecimento e a geração, e o movimento, por sua vez, também pode ser de três tipos conforme
ele se dê acontecer em relação à qualidade (alteração), à quantidade (crescimento ou
diminuição) ou ao lugar (locomoção).

Entre os entes, uns são por natureza, outros são por outras causas; por natureza são os animais
e suas partes, bem como as plantas e os corpos simples, isto é, terra, fogo, ar e água (de fato,
dizemos que essas e tais coisas são por natureza), e todos eles se manifestam diferentes em
comparação com os que não se constituem por natureza, pois cada um deles tem em si mesmo
um princípio de movimento e repouso — uns, de movimento local, outros, de crescimento e de
definhamento, outros, de alteração; por outro lado, cama e veste, bem como qualquer outro
gênero desse tipo, na medida em que encontram suas respectivas designações, isto é, enquanto
resultam da técnica, não têm nenhum impulso inato para a mudança, mas, enquanto lhes sucede
ser de pedra, de terra ou misturados, eles o têm, por esses elementos, e nessa exata medida —
pois a natureza é certo princípio ou causa pela qual aquilo em que primeiramente se encontra
se move ou repousa em si mesmo e não por concomitância; digo “não por concomitância”
porque alguém, sendo médico, poderia tornar-se causa de sua própria saúde, mas não é por ser
curável que ele tem a arte medicinal, mas apenas sucede que o mesmo homem é
concomitantemente médico e quem está sendo curado; por isso, às vezes eles estão separados
um do outro. Semelhantemente para as coisas que são produzidas: nenhuma delas tem em si
mesma o princípio da produção, mas algumas o têm em outras coisas e de fora (por exemplo,
casa e todos os outros manufaturados), ao passo que outras (todas aquelas que poderiam vir a
ser por concomitância causa para si mesmas) o têm, de fato, em si mesmas, mas não conforme
àquilo que são por si mesmas. (Física, II 1, 192b8-32).

Tudo o que sofre mudança muda (1) incidentalmente, por exemplo quando dizemos que o
musical anda, pois é musical por acidente aquilo que anda. Ou dizemos ainda que algo mudou
absolutamente quando algo dele mudou, por exemplo quando falamos (2) em relação às partes

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(o corpo é sanado quando os olhos ou o tórax, que são partes do corpo, o são). Há ainda a
mudança que não é incidental e nem de alguma coisa outra que a algo pertence, mas sim um
movimento que tem início na coisa ela mesma. Este é o movimento (3) por si mesmo, e o que
é assim movido é algo diferentes em cada variedade de movimento. Por exemplo, a alteração,
e na esfera da alteração o sanar e o esquentar. E as mesmas distinções se aplicam no caso
daquilo que move: uma coisa pode mover outra (1) incidentalmente, (2) em relação a uma parte
(quando algo dela move) ou (3) por si mesmo, por exemplo quando o médico cura e a mão
golpeia. (Física V 1, 254a20-34).

3. A reformulação da tese sobre o movimento que é próprio aos animais em Física VIII 2 e VII
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Pensa-se, portanto, que nós estamos em repouso e em seguida caminhamos sem que nada de
fora nos mova. Isso, no entanto, é falso: [i] algo sempre se move no animal de acordo com sua
natureza. E [ii] a causa desse movimento não é o animal ele mesmo, mas talvez o que o
circunda. [iii] Nós não dizemos que eles movem a si mesmos de todas as formas, mas sim em
relação ao lugar. [iv] Nada impede, e provavelmente é necessário, que muitos movimentos
sejam gerados no corpo pelo que lhe circunda, que alguns deles movam o pensamento e o
desejo, e que este último mova o animal inteiro, como ocorre, por exemplo, nos sonhos. [v]
Mesmo sem movimento perceptivo, quando há algum movimento os animais despertam
novamente. (Física, VIII 2, 253a09-21).

Nós vemos claramente que existem coisas que se movem a si mesmas, como por exemplo os
entes animados e o gênero dos animais, e por causa disso pensamos que pode ser possível que
o movimento seja gerado sem que antes tenha existido de qualquer forma, pois nós vemos isso
acontecer com eles (estarem imóveis em determinado momento, e moverem-se novamente, tal
como parece). Devemos notar que [i] eles movem a si mesmos com um movimento, e não o
fazem de forma soberana. Pois [ii] a causa não reside neles mesmos, mas sim em outros
movimentos naturais dos animais que não são executados por eles mesmos, tais como por
exemplo o crescimento, a destruição, e a respiração, que são movimentos que ocorrem nos
animais que estão em repouso e que não estão se movendo por si mesmos. [iii] A causa é o que
circunda e muitas das coisas que lhes entram, tais como a nutrição. [iv] Pois enquanto digerem
eles dormem, enquanto está sendo distribuída eles acordam e se movem, residindo o primeiro
princípio fora deles, e por isso eles não estão sempre movendo continuamente a si mesmos.

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Pois o movente é outro, e ele é movido e alterado em relação a cada auto-movente. Em todos
os casos o primeiro movente move, e a causa que faz com que algo se mova move-se por si
mesma, ainda que apenas incidentalmente. Pois o corpo sofre uma alteração em relação ao
lugar, dado que o que está no corpo move a si mesmo deslocando-se. (Física, VIII.6, 259b1-
20)

4. Aristóteles sobre o lugar e a locomoção

Benjamin Morison, On location: Aristotle’s concept of place 2002: De acordo com o que nos
é dito por Aristóteles no livro IV da Física, y é o lugar de x se e somente se y circunscreve x
de modo que as extremidades de y e de x coincidam. (Morison 2002, 79 and 133-174).

Obviamente, nem tudo que é alterado ou gerado muda de lugar; mas o que cresce e o que
diminui muda, embora não da mesma forma que aquilo que move a si mesmo. Pois aquilo que
move a si mesmo muda seu lugar como um todo, enquanto que o que cresce é como o metal
que é trabalhado: ele permanece em repouso, mas suas partes mudam de lugar, embora não da
maneira como as partes de uma esfera mudam de lugar. Pois estas mudam de lugar dentro do
mesmo espaço, enquanto que o todo permanece no mesmo lugar. As partes daquilo que cresce,
no entanto, ocupam cada vez mais espaço, e as partes daquilo que diminui ocupam cada vez
menos. De modo que, obviamente, existem diferenças entre as maneira como a mudança ocorre
nas coisas que são geradas, se alteram e crescem, e não apenas na forma como tais mudanças
acontecem. (Gen. Corr., I 5, 320a16-26).

5. Movimento incidental (κατὰ συµβεβηκός), movimento por si mesmo (καθ’αὑτὸ) e


movimento em virtude das partes (κατὰ µέρη) em Física V 1

Tudo o que sofre mudança muda (1) incidentalmente, por exemplo quando dizemos que o
musical anda, pois é musical por acidente aquilo que anda. Ou dizemos ainda que algo mudou
absolutamente quando algo dele mudou, por exemplo quando falamos (2) em relação às partes
(o corpo é sanado quando os olhos ou o tórax, que são partes do corpo, o são). Há ainda a
mudança que não é incidental e nem de alguma coisa outra que a algo pertence, mas sim um
movimento que tem início na coisa ela mesma. Este é o movimento (3) por si mesmo, e o que
é assim movido é algo diferentes em cada variedade de movimento. Por exemplo, a alteração,
e na esfera da alteração o sanar e o esquentar. E as mesmas distinções se aplicam no caso

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daquilo que move: uma coisa pode mover outra (1) incidentalmente, (2) em virtude das partes
(quando algo dela move) ou (3) em si mesma, por exemplo quando o médico cura e a mão
golpeia. (Física V 1, 254ª20-34).

6. Os diferentes tipos de locomoção animal no De Anima e no De motu animalium

O que é aquilo que move o animal a mudar de lugar? No que concerne o crescimento e a
destruição que pertencem a todos, pensamos que é aquilo que a todos pertencem, a geração e a
nutrição. Nós trataremos mais tarde da respiração e da expiração, e do sono e da vigília, pois
eles trazem muitas aporias. Mas sobre o movimento de locomoção, devemos investigar o que
move o animal a deslocar-se. (DA III 9, 432b8-14).

De que forma os animais são movidos a mudar de lugar de forma voluntária, e por que razões,
nós já explicamos. Mas eles também são movidos de forma involuntária em suas partes, e de
maneira ainda mais comum [eles são movidos] de forma não voluntária. Por involuntários eu
entendo os movimentos tais como o do coração e do sexo, pois estes são comumente movidos
quando algo aparece, mas sem que o movimento siga o pensamento, e por não voluntários, os
movimentos tais como o sono, o despertar, a respiração e todos os outros deste tipo. Pois nem
a fantasia e nem o desejo são soberanos sobre eles: como é necessário que o os animais sofram
alterações naturais, e como dentre as partes alteradas algumas crescem e outras definham, de
modo que ao mesmo tempo movem e sofrem as mudanças que se sucedem naturalmente
(aquecimentos e resfriamentos, cuja causa pode ser externa ou interna e natural). E os
movimentos sem pensamento das partes mencionadas são gerados quando essas alterações
ocorrem. (MA 11, 703b2-18).

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