Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
INSTITUTO DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
Ob
CURSO DE GEOLOGIA
r ap
ar
aC
on
su
Monografia de graduação
lta
Abril 2007
1 - MARINHO, CÉLIA APARECIDA SILVA
Trabalho de Graduação
ap
Monografia
I
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha família, principalmente aos meus pais Manoel e
Laurentina pela educação recebida na formação de meu caráter pessoal e profissional,
e mesmo distante sempre estiveram me ajudando, apoiando e incentivando; a minha
avó Antônia (in memorium); ao meu namorado Alessandro por me apoiar e estar
sempre do meu lado nos momentos mais difíceis; as moradoras do F5 – 508.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
II
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por tudo que tens feito em minha vida, permitindo a
realização desse momento tão importante, e por ter colocado em meu caminho
pessoas tão boas e amigas que muito contribuíram comigo. Este trabalho somente foi
possível graças à colaboração dessas pessoas e entidades às quais registro aqui a
Ob
monografia.
ap
Ao não só professor, mas também amigo Euzébio José Gil, um dos maiores
responsáveis pela inteira realização deste trabalho e pelas inúmeras vezes que, com
paciência e sabedoria me ensinou a entender o que representam exatamente as
on
anos de graduação ao prof. Sérgio Valente pelo incentivo à pesquisa e por toda ajuda
recebida, ao prof. José Miguel na Geologia de Engenharia, à profa. Soraya Gardel por
ter contribuído para minha formação acadêmica e profissional.
lta
Aos funcionários da Rural, especialmente ao José Carlos, Liliane, Sr. Ely pela
confecção das lâminas delgadas.
Aos colegas e amigos da Rural que, solidários, sempre manifestaram apoio
incondicional aos meus pedidos quando solicitados, especialmente Aline, Carla,
Rodrigo e a todos meus colegas de turma.
Enfim aos demais colegas e a todos os que direta ou indiretamente colaboraram para
que este trabalho se tornasse possível.
III
Índice de Figuras
Figuras Página
05 - Ortognaisse milonítico.............................................................................................28
06 - Ortognaisse milonítico com hornblenda..................................................................28
07 - Ortognaisse milonítico com porfiroclasto de plagioclásio........................................29
r
IV
Índice de Quadros
Quadro Página
01 – Quantitativo de sondagens.....................................................................................75
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
V
Sumário
Índice Página
1. Introdução.................................................................................................................01
2. Objetivos do estudo.................................................................................................02
3. Metodologia adotada ...............................................................................................03
Ob
4. Localização e acessos.............................................................................................04
5. Arranjo geral das estruturas hidráulicas................................................................05
6. Principais características do empreendimento AHE-Simplício Queda Única....07
r
6.2 AHE-Simplício................................................................................................08
7. Revisão bibliográfica................................................................................................09
8. Geomorfologia regional...........................................................................................10
8.1 Serra dos Órgãos...........................................................................................10
ar
VI
11.1.3 Complexo Paraíba do Sul..............................................................26
11.1.4 Granitóide Serra da Boa Vista........................................................26
11.1.5 Granitóide Sapucaia.......................................................................27
11.2 Coleta de amostras e descrição de lâminas petrográficas .........................27
12. Geologia estrutural da área do aproveitamento..................................................29
12.1 Estruturas de origem dúctil..........................................................................31
12.2 Estruturas de origem rúptil...........................................................................31
12.3 Falha de Areia..............................................................................................31
Ob
16.2 Areia.............................................................................................................79
16.3 Materiais rochosos.......................................................................................79
aC
18. Conclusões.............................................................................................................83
19. Referências bibliográficas...................................................................................86
lta
VIII
1. Introdução
No período de 1995 a 1996 foram realizados estudos de viabilidade para este arranjo
r
com aproveitamento único, denominado AHE Simplício - Queda Única, que se mostrou
ap
atraente.
reservatório na elevação 251,50m, com obras de Interligação constituída por uma série
de canais, túneis, diques e reservatórios, localizados ao longo da margem esquerda do
rio Paraíba do Sul. Prevê-se uma casa de força com geração de 28 MW no pé da
lta
1
2. Objetivos do estudo
2
3. Metodologia adotada
Para a realização deste trabalho inicialmente foi feita consulta bibliográfica das
publicações de geologia com ênfase nos aspectos estruturais, litoestratigráficos e
geotécnicos. Adicionalmente foi consultado o relatório de viabilidade (Engevix, 2000) e
o relatório do projeto básico (Engevix 2006) nos quais consolida todos os estudos
anteriores. Nestes relatórios constam volumes de texto e desenhos de onde foram
Ob
extraídas partes substanciais desta monografia como por exemplo o mapa geológico, o
arranjo das estruturas hidráulicas e as seções geológico-geotécnicas.
Valeriano (2006), foi complementado até a Barragem de Anta pelo autor com base em
ap
3
4. Localização e acessos
708 710
r ap
7564
ar
aC
7562
on
N
su
0 10 20 30km
4
5. Arranjo geral das estruturas hidráulicas
Canal 2 faz a ligação do Túnel 1 com o reservatório de Tocaia, com 750m de extensão.
5
Figura 02 - Arranjo geral das estruturas hidráulicas
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
6
Principais características do AHE Simplício – Queda Única
Propósito............................................................................................Geração de Energia
Ano de conclusão previsto..........................................................................................2010
Descarga máxima do Vertedouro.........................................................................8.500 m3
on
7
6.2. AHE Simplício – Queda Única
Canais...............................................................................................................................8
Diques...............................................................................................................................7
Túneis...............................................................................................................................3
Potência instalada..............................................................................................305,7 MW
Número de unidades........................................................................................................3
Ob
Enrocamento compactado............................................................................1.846.168 m3
Aterro compactado........................................................................................3.343.065 m3
Concreto convencional.....................................................................................230.350 m3
ar
Concreto projetado............................................................................................13.249 m 3
Enrocamento.................................................................................................1.846.168 m3
aC
on
su
lta
8
7. Revisão bibliográfica
Estudos de Dehler et al., (2006) propõem que a geometria das zonas de cisalhamento
r
9
8. Geomorfologia regional
A área inclui grandes variações altimétricas em que setores topográficos mais baixos
r
Todas as unidades são marcadas por forte controle estrutural que se reflete
aC
10
Esse conjunto é caracterizado por extensas lineações de vales estruturais e cristas
serranas, maciços graníticos e granitóides de topos aguçados, morros com desníveis
altimétricos acentuados e alvéolos intermontanos, onde se acumulam os depósitos
colúvio-aluvionares.
Essas feições refletem áreas com forte influência estrutural, onde os trechos retilíneos
dos principais cursos d'água evidenciam o controle exercido por falhas e fraturas.
Ob
planícies e terraços fluviais que se desenvolvem ao longo dos córregos e dos rios
existentes.
lta
Os traços estruturais são menos realçados nessa unidade do que nas outras. A
dissecação chega a um grau que situa essa unidade em nível altimétrico inferior a uma
parte do Alinhamento de Cristas do Paraíba do Sul. O principal traço estrutural dessa
unidade é o trecho retilíneo do vale do rio do Aventureiro, adaptado a uma falha ou
grande diáclase.
11
8.3 Alinhamento de Cristas do Paraíba do Sul
O vale do rio Paraíba do Sul é um vale tectônico, um "gráben" limitado pelas escarpas
elevadas da Serra da Mantiqueira a noroeste e da Serra do Mar a sul-sudeste. O
sistema de falhas que compõe essa estruturação (Lineamento Além Paraíba) tem
direção geral nordeste e condiciona praticamente todo o relevo e a rede de drenagem
com padrão retilíneo e sub-paralela. Na confluência de alguns rios, podem ocorrer
planícies aluviais que são utilizadas para agropecuária.
Ob
O vale médio do rio apresenta morros nivelados entre os quais sobressaem-se alguns
alinhados e de grande expressão. A área imediatamente próxima ao rio Paraíba do Sul
apresenta relevo com dissecação homogênea, fina, com morros alongados paralelos
r
matacões na base.
12
9. Geomorfologia da área do aproveitamento
A elevada umidade da área propicia intensa alteração nas rochas a partir das fraturas e
fissuras, formando mantos de intemperismo bastante desenvolvidos, onde observam-
r
córregos Estaca, Louriçal, Areias, Tocaia e Antonina e do próprio rio Paraíba do Sul a
montante da cidade de Anta. Todos os trechos são influenciados por linhas de falhas
e/ou fraturas.
on
Nos sopés das encostas ocorrem depósitos de material coluvionar grosseiro, onde a
vegetação natural é, em geral, mantida devido à dificuldade de aproveitamento dos
solos com alto índice de pedregosidade. Os ravinamentos, muitas vezes profundos,
ocorrem em áreas de formações superficiais silto-areno argilosas submetidas a
desmatamentos e cortes de estrada, decorrendo de ações antrópicas e desequilíbrios
naturais entre processos pedogenéticos e morfogenéticos.
13
10. Geologia regional
A Faixa Ribeira (vide síntese recente em Heilbron et al., 2004) se estende na direção
Ob
ENE ao longo da porçao atlântica dos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Foi resultado de sucessivas colisões de terrenos acrescionários contra a margem sul
do paleocontinente São Francisco, no contexto da aglutinação do supercontinente
Gondwana. Tiveram destaque na conformação da Faixa Ribeira no estado do Rio de
r
Janeiro, a colisão do Arco Rio Negro em cerca 580 Ma, e a colisão do Terreno Cabo
ap
Frio em cerca 520 Ma, durante o Cambriano. Cada um destes episódios colisionais
acarretou intensa deformação e metamorfismo regional de alto grau associado à
expressiva granitogênese.
ar
publicação são encontradas as diversas denominações que tem sido usadas pelos
diversos pesquisadores para as unidades geológicas dessa região e encontra-se
também uma proposta para sua sintetização.
on
14
compreensão dos processos tectônicos que afetaram a área e do posicionamento
litoestratigráfico dos conjuntos litológicos constituintes da faixa móvel.
Diante das incertezas ainda reinantes sobre uma definição mais clara da complexa
geologia da região, conclui-se que, para os objetivos deste trabalho, é preferível
enquadrar a província rochosa do aproveitamento no termo genérico de Complexo
Paraíba do Sul (Ebert 1967), de idade mais nova que o Complexo Charnockítico
arqueano (Série Juiz de Fora, de Ebert 1955,1956), que pode ocorrer como “ilhas” na
Ob
estudo, entre as cidades de Carmo e Além Paraíba, na porção norte, (a leste de Juiz de
Fora) e em faixas alongadas, na direção NE-SW, próximas à cidade de Paraíba do Sul.
aC
apresenta formas irregulares. Estas rochas estão geralmente dispostas como faixas
estreitas e muito compridas, condicionadas às grandes zonas de cisalhamento do norte
fluminense.
ar
Esse fator dificulta a determinação dos limites de ocorrência e das idades das rochas.
As rochas metassedimentares perfazem aproximadamente 75% das ocorrências do
volume dessa sequência. Elas são caracterizadas por gnaisses granatíferos, quartzitos,
mármores, dolomitos e rochas calcissilicáticas. As rochas ortoderivadas, comumente
encontradas na área em estudo, são compostas por granitóides, tonalitos, anfibolitos,
migmatitos máficos e, de modo mais escasso, granulitos.
16
Devido à migmatização e a cataclase de rochas intermediárias, os gnaisses derivados
podem ser erroneamente identificados como rochas metassedimentares. Em Além
Paraíba por exemplo, há no encontro das rodovias BR-116 e RJ-393, ocorrência de um
gnaisse derivado de um corpo tonalítico que não se diferencia dos metassedimentos do
Complexo Paraíba do Sul. Ainda dentro do Complexo podem ser encontrados gnaisses
subfacoidais, derivados em parte da gnaissificação de rochas ortoderivadas
intermediárias.
Ob
anfibolíticos.
ap
associados à fase de migmatização que podem passar para um granito sem foliação
perceptível, de composição granodiorítica a quartzodiorítica.
r
cidade de Mar de Espanha, e numa faixa de direção NE-SW da cidade de Três Rios.
São constituídas por hornblenda gnaisses, anfibolitos e sillimanita-granada-biotita-
lta
Os quartzitos são raros, possuem granulação fina a média, cor clara, com intercalações
de micaxistos e granada-biotita-sillimanita-xisto, variando até quartzitos micáceos.
r
migmatizados.
aC
megaestrutura das mais importantes do sudeste brasileiro. Ela faz parte do sistema
maior de zonas de cisalhamento, que se estendem do centro-norte do Espírito Santo e
sudeste de Minas Gerais para o sul deste estado, e para o Rio de Janeiro, São Paulo e
Paraná, onde são cobertas por sedimentos fanerozóicos da sinéclise do último estado.
ar
Essa faixa milonítica é dividida em uma zona principal de deformação, que na região de
Três Rios teria uma largura aproximada de 3km formada basicamente por
blastomilonitos. Esta zona é ladeada por duas zonas de transição aos blocos
adjacentes, onde blastomilonitos e outras rochas cataclásticas coexistem com
estruturas anteriores.
20
Estudos anteriores demonstram que a deformação intensa nessa zona foi propiciada
mais por recristalização dinâmica em condições de alta temperatura do que pelo
fenômeno de cataclase. Como consequência formaram-se as rochas blastomiloníticas
de aspecto gnáissico, de granulação média e por vezes grosseira.
Outra característica essencial da área é o fraturamento intenso das rochas. Além das
falhas transcorrentes relacionadas ao Lineamento de Além Paraíba, outras falhas
su
normais são reconhecidas. A maior parte delas está ligada à tectônica do Mesozóico e
início do Terciário, de caráter compressivo (direção SE-NW), com movimentos em
lta
21
10.2.1 Fotolineamentos/juntas
A área do aproveitamento apresenta notável estruturação linear (Sistema 1)
direcionada para nordeste, representando a zona de cisalhamento gerada sob regime
dúctil.
Sistema 2: Subhorizontal;
Sistema 3: N30º-45ºW.
Estes três lineamentos exercem forte controle sobre a morfologia da área, refletindo o
alinhamento de cristas e a retilinearidade de diversos cursos d’água.
micáceos.
ap
23
11. Geologia local
Este tópico está fundamentado nos trabalhos Valeriano (2006). A geologia do entorno
do AHE Simplício é constituída por um substrato cristalino de gnaisses, migmatitos e
rochas granitóides de idades pressiluriana, intrudidos por diques de diabásio do
Cretáceo Superior, recobertos parcialmente por depósitos superficiais. Esta cobertura
cenozóica é representada por sedimentos aluvionares, colúvios e solos residuais.
Ob
de satélite.
Simplício, e outros menores da margem norte do Rio Paraíba do Sul, também seguem
a mesma estruturação, resulta que a seqüência de canais e túneis previstos no projeto
seguem a mesma direção preferencial N60°E.
su
24
Figura 04 - Mapa geológico do local das obras.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
25
11.1.2 Complexo Juiz de Fora
É representado na área por ortognaisses granulíticos bandados predominantemente
com forte textura milonítica. Predomina um ortognaisse félsico milonítico,
comercialmente referidos como “pedra madeira”, contendo proporções variáveis de
anfibolito, na forma de camadas centimétricas, lentes e boudins, conferindo ao conjunto
um aspecto listrado preto-branco.
Segundo Heilbron et al. (2004), os protólitos do Complexo Juiz de Fora são granitóides
Ob
calcio-alcalinos de arco magmático com idades entre 2.0 e 2.15 Ga. Esta unidade
aflora formando uma faixa que se estende desde a área da Barragem de Anta até o
entorno da Casa de Força de Simplício, geralmente formando maciços resistentes à
r
erosão.
ap
Esta unidade granitóide, aqui denominada informalmente, forma uma faixa na parte
setentrional do projeto formando cristas e maciços resistentes à erosão, no qual está
prevista a implantação do Túnel 3. A litologia mais típica desta unidade é um granito
leuco a mesocrático homogêneo, de granulação fina a média, que apresenta forte
foliação dada pela biotita, mas que não apresenta textura milonítica. Algumas
variedades contêm veios aplíticos conferindo à rocha um aspecto levemente bandado.
Provavelmente trata-se de um granito sin-tectônico gerado e colocado durante o
cisalhamento dúctil da ZCAP.
26
11.1.5 Granitóide Sapucaia
Esta unidade, referida aqui informalmente, foi observada em afloramentos na parte sul
da área, próximo à Fazenda Retiro. Trata-se de um biotita gnaisse de granulação
média a grossa, fortemente foliado, porém não milonítico.
região do Dique Sul, próximo a Casa de Força de Simplício. Foram selecionadas duas
destas amostras para confecção de lâmina delgada. No campo estas rochas
apresentam foliação com direção N60ºE, tem cor cinza aspecto maciço, compacto,
textura imposta pela orientação preferencial e estiramento dos minerais caracterizando
ar
em torno de 3%. Como minerais acessórios aparecem titanita, rutilo, zircão, apatita e
opacos constituindo 3% da amostra. Todos os grãos encontram-se orientados segundo
lta
27
Ob
r
ap
Kf
aC
Qt
on
Pl
Hb
su
Bt
lta
0 1 2cm
28
Ob
Pl
r
ap
Bt
ar
Qt
Mc
aC
0 1 2cm
29
12. Geologia estrutural da área do aproveitamento
30
O terceiro sistema, menos freqüente, orienta-se segundo N30º-45ºW, subvertical,
aproximadamente perpendicular à foliação. Esse sistema persiste em subsuperfície.
Localmente tem-se fraturas com direção N-S. Notadamente no vale do córrego Areia,
área do dique de Louriçal 1, ocorre uma falha NS que produziu rejeito significativo nas
faixas litógicas. Os sistemas de fraturas (diáclases e falhas) reconhecidos condicionam
sistematicamente os cursos dos rios e os alinhamentos de vales e cristas.
Ob
de direção N60°E, ora com mergulhos altos para NW, ora para SE.
ap
31
12.4.1 De âmbito geral
A orientação geral ENE, do traçado do projeto AHE-Simplício, deve-se à orientação da
Zona de Cisalhamento Além Paraíba, expressiva zona milonítica que condiciona todo o
traçado local do Rio Paraíba do Sul e de seus afluentes mais expressivos:
32
13. Características dos solos transportados, residuais e da transição solo-
rocha nos 25km entre a Barragem de Anta e Casa de Força de Simplício
que nestes casos foi denominado solo colúvio-aluvionar. São materiais normalmente
saturados e com resistência variável à penetração – Nspt (Números de golpes para
penetração de 30cm finais do amostrador padrão), entre 3 e 20, porém,
ar
com exceção das zonas de baixada e alguns topos de morros. Possui características
muito semelhantes às do solo residual maduro, sendo que freqüentemente a
diferenciação entre estes dois tipos é difícil. Tem-se a presença de linhas de seixos
entre o solo coluvionar e residual.
33
amarelada. Em alguns locais são heterogêneos, apresentando blocos e fragmentos
rochosos imersos na matriz terrosa.
caso dos outros solos, sua espessura é variável, mas normalmente inferior a 5m. Os
ap
cm/s. Este horizonte deverá fornecer uma grande parcela dos solos de empréstimo a
serem utilizados nas obras de terra. Ao contrário do solo residual jovem e transição
aC
A resistência Nspt neste horizonte é muito variável, não se observando faixas com
valores predominantes. Os valores maiores, 16 a 30 golpes, provavelmente são
on
causados pelo alto ressecamento do solo nos pontos onde os ensaios foram efetuados.
Sua resistência média é alta, com valores Nspt na faixa de 20-25 golpes. Valores
inferiores a 10 golpes, entretanto, são freqüentes e ocorrem em bolsões caulínicos ou
34
muito micáceos, assim como em alguns trechos mais superficiais deste horizonte. A
permeabilidade média se enquadra na faixa de 10-5 a 10-4 cm/s.
decomposta.
aC
partes baixas.
35
14. Características geológico-geotécnicas das fundações, escavações e
tratamentos
36
Figura 09 - Mapa geológico com arranjo das estruturas.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
37
14.1 Barragem de Anta
No local da barragem, o vale do rio Paraíba do Sul tem a forma aproximada de “U” com
ombreiras relativamente íngremes – em torno de 30º, e um fundo de vale aplainado
com aproximadamente 250m de largura (Figura 10).
Ob
Eixo da Barragem
r ap
ar
aC
on
vale destaca-se um patamar rochoso que aflora durante a estiagem. As ombreiras são
capeadas por solos coluvionares e residuais que apresentam pequenos
voçorocamentos localizados.
lta
38
no leito do rio, tornando-se mais profunda na ombreira direita que na esquerda. A
espessura média do horizonte de rocha medianamente e/ou muito decomposta é
pequena. Situa-se em torno de 3m nas ombreiras e praticamente inexiste no leito do
rio. Espessuras maiores ocorrem em áreas localizadas nas ombreiras, podem atingir
até 10m e são condicionadas por estruturas geológicas e variações composicionais da
rocha (Figura 11).
O grau de fraturamento, de modo geral, é mais acentuado nos cinco primeiros metros
do maciço rochoso, com exceção das proximidades do dique de diabásio, onde o
ar
As porções do maciço com condutividade hidráulica média a alta estão restritas aos
primeiros 5m, com exceção da região influenciada pela intrusão do dique de diabásio,
onde a densidade de descontinuidades abertas é maior. Mesmo assim, a quantidade
on
Tratamentos eventuais utilizando concreto projetado com ou sem fibras, tela metálica,
ancoragens e drenagens rasas e ou profundas podem ser necessárias em zonas mais
alteradas, mais fraturadas e para fixação de blocos instáveis.
Ob
Os taludes em rocha, nas ombreiras, serão constituídos principalmente pela rocha que
ficará exposta após a remoção da camada superficial de solo e de transição solo-rocha.
Esses taludes terão inclinação 1V:1H.
ar
aC
on
su
lta
40
Figura 11 - Seção geológico-geotécnica da Barragem de Anta vista de
jusante.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
41
14.2 Canal 1
O Canal 1 se desenvolve sobre rochas granulíticas e solos derivados.
O vale, neste trecho, tem largura variável com pontos em que se apresenta
estrangulado.
A espessura média estimada para o solo nas encostas é cerca de 10m e nelas ocorrem
r
ocorrem afloramentos rochosos, sendo que um deles situado no lado esquerdo e com
maiores dimensões poderá, se necessário, ser utilizado como pedreira. A jusante deste
afloramento, após a mudança na direção do talvegue, outros estrangulamentos
reduzem a seção do vale. Na seção intermediária, caracteriza-se por encostas
ar
No lado esquerdo, tanto no solo coluvionar quanto no solo residual maduro e nos dois
on
No lado esquerdo os valores Nspt inferiores a 5 golpes só ocorrem nos primeiros 5m,
onde se encontram solo coluvionar e solo residual maduro. No lado direito é comum a
ocorrência de valores Nspt inferiores a 5 golpes, principalmente no horizonte de solo
residual jovem que é rico em bolsões caulínicos e micáceos, aos quais, provavelmente
se relacionam os baixos valores Nspt. No entanto, estes pontos são esparsos e não
têm continuidade. Nas proximidades do fundo do vale, no lado esquerdo, ocorrem
42
afloramentos rochosos esparsos. Além disso, na linha do talvegue ocorrem solos
aluvionares e coluvionares saturados, cuja espessura média situa-se entre 2 e 3m.
Ob
r ap
ar
aC
14.3 Túnel 1
A diretriz do Túnel 1 se desenvolve sobre rochas granulíticas e o emboque montante
on
do túnel se faz diretamente na rocha sã, onde extensos afloramentos rochosos são
observados na superfície. Na área do emboque jusante ocorrem, também, grandes
afloramentos rochosos. Na superfície, ao longo do eixo do túnel, ocorrem duas selas
su
topográficas onde, na segunda sela (sentido do fluxo), aflora rocha sã em meio a solo
colúvio-aluvionar saturado.
lta
43
Figura 13 - Seção geológico-geotécnica do Túnel 1.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
44
14.4 Canal 2
O Canal 2 será apoiados em rochas granulíticas e solos derivados. Junto ao
desemboque do Túnel 1 o canal com aproximadamente 300m de comprimento será
escavado em rocha com cobertura de tálus, incluindo blocos de até 3m de diâmetro.
Neste local, o maciço rochoso no lado direito é subaflorante e de boa qualidade, sendo
constituído por rocha sã pouco fraturada. No lado esquerdo existem solo e transição
solo rocha com aproximadamente 10m de espessura total, capeando rocha de boa
qualidade e no lado direito são observados afloramentos rochosos em meio à pequena
Ob
cobertura de solo.
45
A condutividade hidráulica do maciço é geralmente baixa, com exceção dos horizontes
em torno de 5m e 16m de profundidade, onde é média a alta. Os horizontes com
permeabilidades elevadas estão claramente relacionados às zonas com fraturamento
intenso e podem estar associados às juntas de alívio abertas, que ocorrem com
freqüência na porção superior do maciço.
Até 16m de profundidade o maciço apresenta perdas d’água unitárias elevadas, sendo
pouco permeável a partir daí. A alta condutividade está, normalmente, associada de
aC
modo claro aos trechos com fraturamento elevado e estaria associada às juntas de
alívio abertas, que ocorrem com frequência na porção superior do maciço rochoso
local.
on
46
14.6 Canal 3
No local do Canal 3 afloram rochas granulíticas e o vale tem forma assimétrica. A
encosta direita é mais íngreme que a esquerda e a espessura média do solo mais a
transição solo-rocha chega, aproximadamente, a 8m. Os valores Nspt são superiores a
10 mesmo nos horizontes superiores.
5m. O trecho do vale, na região adjacente ao emboque do Túnel 2, tem solo e transição
solo-rocha com espessura aproximada entre 5 e 10m. Sotoposto a este horizonte
ocorre um estrato de rocha medianamente a muito alterada, com espessura de
aproximadamente 10m. Abaixo deste estrato a rocha é sã e pouco a medianamente
ar
fraturada.
aC
14.7 Túnel 2
A diretriz do túnel 2 está inserida no domínio das rochas granulíticas e o emboque
montante, posicionado em maciço rochoso de boa qualidade. A cobertura do túnel, em
rocha pouco alterada a sã e pouco a medianamente fraturada tem aproximadamente
on
15m na área dos emboques. A cobertura adotada como critério de projeto para o túnel
é equivalente a um diâmetro igual a 14,4m, a exceção de pequeno trecho de sela
topográfica onde a cobertura poderá ficar reduzida a 10m.
su
tálus no lado direito, cujos blocos alcançam até 3m de diâmetro. O maciço rochoso, de
boa qualidade, é constituído por rocha sã a pouco alterada e pouco a medianamente
fraturada. O horizonte de solo mais a transição solo-rocha têm, aproximadamente, 7m
de espessura nas adjacências deste emboque.
14.8 Canal 4
O Canal 4 será escavado em rocha granulítica. O maciço rochoso é de boa qualidade,
sendo constituído por rocha sã, pouco a medianamente fraturada. O solo superficial
Ob
juntamente com a transição solo-rocha tem entre 5 e 10m de espessura total e nele
ocorrem diversos afloramentos rochosos. Os valores Nspt obtidos situam-se entre 5 e
50, independentemente do tipo de solo.
r ap
Quanto à permeabilidade dos solos os resultados dos ensaios nas sondagens variaram
entre muito baixa e muito alta.
ar
14.9 Túnel 2A
A diretriz do túnel 2A foi implantada no domínio das rochas granulíticas e o emboque
montante do túnel está posicionado em maciço rochoso de boa qualidade, sendo que a
aC
do rio Areia .
48
14.10 Canal 4 - Parte 2
O Canal 4 foi dividido em duas partes distintas. A Parte 2 situa-se no desemboque do
Túnel 2A, será escavada em rocha granulítica cuja cobertura de solo tem
aproximadamente 6m. O maciço rochoso é constituído por rocha muito alterada e muito
fraturada nos primeiros 3m, seguidos por 7m de rocha pouco a medianamente alterada
e pouco a medianamente fraturada. Porém, a rocha encontra-se milonitizada e tem
RQD baixo.
Ob
10-6 cm/s.
49
A ombreira esquerda tem espessura média de solo e transição solo-rocha com
aproximadamente 1,5m. Trata-se de encosta bastante inclinada, onde a rocha
granulítica apresenta-se pouco alterada a sã . O fraturamento é intenso nos primeiros 4
a 5m e diminui com a profundidade, da mesma forma que a permeabilidade identificada
em nível baixo a médio.
Esta ombreira encontra-se na zona da falha do rio Areia e, portanto, a rocha exibe
características de milonitização e cataclasamento.
Ob
O vale tem largura aproximada de 50m no local do dique, onde aflora rocha granulítica
com características de milonitização e cataclasamento devidos à falha geológica
r
50
No solo residual jovem são comuns as ocorrências de bolsões caulínicos e ou
micáceos, descontínuos e com baixa resistência Nspt. A base dos escorregamentos
situa-se na porção superior desse solo.
A encosta direita apresenta três grandes voçorocas e vários outros locais com
processos erosivos incipientes, além de rastejamento dos horizontes superficiais. Toda
a massa de solo tem características de escorregamento semelhantes àquelas descritas
para a encosta esquerda. A espessura média estimada para o horizonte de solo e
Ob
transição solo-rocha no lado direito é 15m, atingindo até 30m nos pontos mais altos.
Valores Nspt baixos, inferiores a 10, ocorrem até 8m de profundidade, inclusive no solo
residual jovem. Este solo, como na encosta esquerda, é muito caulínico e micáceo.
r ap
15.14 Canal 5
O eixo do Canal 5 foi implantado em um vale desenvolvido sobre paragnáisses do
Complexo Paraíba do Sul, nos quais são comuns grandes espessuras de solo (Figura
14).
ar
aC
on
su
lta
51
O trecho com cerca de 700 m apresenta espessuras de solo e transição solo-rocha até
40m e valores Nspt normalmente superiores a 10.
O fundo do vale, nas porções inicial e final do canal, apresenta acúmulo de solo
r
Na parte intermediária e final deste canal tem-se passagens de cerca de 200m com
intervenções mais amplas do taludes, com as mesmas características do trecho
anterior.
ar
aC
O córrego Ouro Fino, afluente do rio Paraíba do Sul pela margem esquerda, mantém
com este uma condição de paralelismo, excetuando-se os últimos 500 m, quando o
lta
O sítio do dique Estaca 2 situa-se no trecho terminal do vale do córrego Ouro Fino. No
local previsto para o dique, a calha do córrego cruza uma série de soleiras rochosas,
configurando uma sequência de pequenos degraus. Estas soleiras estão alinhadas
com a foliação do substrato rochoso gnáissico local, cuja direção geral é N70°E e o
mergulho das camadas varia entre 60° e 80° no rumo noroeste. Desta maneira, o eixo
do dique Estaca 2 fica posicionado praticamente paralelo à foliação, o que constitui
52
aspecto favorável no que diz respeito às condições de percolação d’água pela
fundação do dique.
A ombreira direita é retilínea e possui declividade acentuada, em torno de 35º para todo
o intervalo de cotas de interesse. Ao longo dela, o extenso e alto corte acima do piso
da estrada evidencia inúmeros sinais de instabilidade, como cicatrizes de
escorregamento, sulcos de ravinamento e ressurgências localizadas de água.
Pequenos cones aluviais, no piso da estrada e em patamares mais baixos, próximos ao
Ob
fundo do vale, atestam o efeito de arraste pelas águas pluviais durante a ocorrência de
enxurradas.
r
córrego, onde foi implantado o eixo do dique. Possui forte declividade em sua porção
inferior, com cerca de 55º nos primeiros 20m de desnível, a seguir, a ombreira se torna
mais suave, com inclinação em torno de 20º. Blocos de rocha, configurando pequenas
massas de tálus, se acumulam junto ao sopé da encosta.
ar
residual maduro, com espessura que alcança e supera a dezena de metros, seguido
por outro horizonte de solo residual jovem, com espessura semelhante. Os dois
horizontes se espessam a medidas que a topografia se eleva.
on
esquerda, os valores Nspt variam entre 7 e 23; e na sondagem SP-11, aberta na meia
encosta direita, atingem valores Nspt entre 15 e 33. Esta discrepância de resultados
lta
Os resultados dos ensaios de perda d’água sob pressão, feitos no interior do maciço
rochoso (SR-09 e SR-11), revelaram valores de permeabilidade baixos, na casa de 10 -4
53
a 10-5 cm/s. Nessas duas sondagens, o nível do lençol freático era bastante profundo,
situando-se pouco acima do topo da rocha, no interior do horizonte de solo residual
jovem.
14.16 Canal 6
O canal de aproximação ao Túnel 3 está projetado em uma encosta com declividade
acentuada, onde ocorrem esparsos afloramentos rochosos, entremeados a acúmulos
de blocos e massas de solo colúvio-residuais contendo blocos. O canal tem 20m de
Ob
largura basal e se estende por cerca de 100m com piso na El. 235m,
aproximadamente. Este canal apoia-se sobre rochas paragnáissicas e seus solos
residuais, junto à transição para as rochas ortognáissicas (Figura15).
r ap
ar
aC
on
su
lta
14.17 Túnel 3
ar
O Túnel 3 será escavado em uma dorsal topográfica que recebe o nome de Serra da
Boa Vista e segue o alinhamento dominante em todo o vale do rio Paraíba do Sul, onde
aC
O eixo do túnel forma um ângulo de 60º entre o eixo do túnel e a direção da foliação
(N70°E). Logo após o emboque o eixo do túnel se curva rumo ao leste, buscando uma
lta
55
Emboque
Ob
Emboque
r ap
ar
Ocorrem, entretanto, algumas selas topográficas. A primeira situada entre 600 e 700m
após o emboque, na elevação 285m. Duas outras selas de menor expressão se
encontram mais próximas ao desemboque (Figura 17), nas elevações 327m e 333m.
56
alcançou a profundidade de 21m. De início, a sondagem atravessou um depósito de
solo aluvionar, com espessura de 1,2m, coincidente com um pequeno reservatório
natural, para em seguida entrar no maciço rochoso são, até a profundidade final de
21m. Assegura-se, assim, a boa qualidade do material de cobertura neste ponto
(Figuras 18 e 19).
satisfatórias de estabilidade. Por outro lado, este mesmo padrão poderá favorecer o
alongamento da seção no sentido vertical.
r ap
ar
Desemboque
aC
on
su
lta
58
Figura 18 - Seções geológico-geotécnica do emboque de montante do
Túnel 3.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
59
Figura 19 - Seção geológico-geotécnica do emboque de jusante do
Túnel 3.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
60
14.18 Canal 7
O canal de desemboque do Túnel 3 está projetado na extremidade oeste de um
pequeno vale onde se encontra o córrego do Simplício. O vale se desenvolve sobre
rochas paragnáissicas, segundo o já referido alinhamento regional N70°E.
são. O maciço rochoso é constituído por gnaisse são, com foliação mergulhando 70º a
75º para norte, com poucas descontinuidades. Ensaios de perda d’água sob pressão
aC
No leito do córrego são visíveis afloramentos de rocha gnáissica pouco alterada, com o
lta
mesmo alinhamento do eixo e mergulho em torno de 70º a 75º norte, o que constitui
um aspecto favorável para o barramento.
Em seu ponto de inflexão para sudeste, o córrego apresenta uma soleira rochosa que
configura uma seção de controle e que ocasionou a formação de uma pequena planície
a montante, com largura de algumas dezenas de metros e extensão de algumas
centenas. Nesta planície foram observados solos colúvio-aluvionares. Nessa área há
possibilidade de ocorrência de solos aluvionares típicos, encobertos por colúvios.
61
Nas encostas as observações de superfície, consubstanciadas por uma série de
investigações, confirmam a existência de solos colúvio-residuais configurando espesso
manto de intemperismo.
Já no horizonte de solo residual jovem, os valores Nspt são semelhantes nas duas
ap
ombreiras, embora todos se situem acima de 15. Estas discrepâncias devem ser
atribuídas à herança que os solos receberam a partir da constituição petrográfica e
mineralógica do substrato rochoso. Isso mostra que a homogeneidade exibida pela
análise visual-táctil dos solos em amostras, e mesmo em paredes de poços, não
ar
barramento.
14.20 Canal 8
r
O Canal 8 será escavado em uma sela topográfica que atinge a altitude 275m.
ap
investigação em subsuperfície.
aC
chegando a 47m. O topo rochoso foi alcançado nas altitudes 243,5m, 248,2m, e
250,2m. Observa-se, assim, que o topo rochoso acompanha as mudanças na
lta
63
O horizonte superficial colúvio-residual foi investigado por meio de poços de inspeção,
os quais mostraram perfil de solo colúvio-residual padrão com solo residual maduro,
argilo-siltoso, marrom-avermelhado, alcançando 4m de profundidade, seguido por solo
residual jovem, silto-argiloso, com foliação incipiente.
devendo ser protegidas contra o arraste de partículas. Embora o nível estático da água
no canal (sem fluxo) ocorra na elevação 260m, as paredes deverão ser protegidas até
a elevação 263m.
on
Na ombreira direita pode ser observada nos cortes da estrada, a espessa cobertura de
solos coluvionares e residuais. Em alguns pontos percebe-se a presença de rocha “in
situ” fortemente intemperizada, com atitude subvertical da foliação. O ribeirão exibe
afloramentos rochosos em seu leito, ladeados por delgados depósitos de solo arenoso.
As investigações revelaram dois aspectos de particular interesse, relacionados com a
natureza do perfil de intemperismo: a passagem entre o solo coluvionar e o residual
maduro é de difícil identificação, uma vez que os dois tipos de solo apresentam
64
características visuais semelhantes e inexiste discordância na transição entre um e
outro; o processo de rastejo afeta intensamente a faixa superficial do maciço
intemperizado, e as medidas de mergulho das camadas, originariamente sub-verticais,
sofrem desvios acentuados, sempre rumo ao lado livre da encosta.
A foliação local medida no solo residual jovem, no interior de um dos poços tem
mergulho de aproximadamente 350 para o interior da ombreira esquerda e os solos
coluvionar e residual maduro com espessura em torno de 8,5m, passam em seguida
Ob
para solo residual jovem, silto-argilo-arenoso, marrom escuro e amarelado, com valores
crescentes de resistência Nspt no sentido da profundidade.
r
A maioria das sondagens executadas não encontrou o nível d’água, mesmo tendo
ap
chegado ao impenetrável. Somente uma sondagem mista (SM-2) acusou nível d’água
já no trecho em rocha, aos 27m de profundidade.
O Dique Sul conterá as águas que fluirão em direção ao Canal de Adução, impedindo
que vertam para o vale do rio Paraíba do Sul. Essa estrutura será apoiada em rochas
Granulítica (Figura 20).
65
Ob
r ap
ar
a partir do horizonte de solo residual jovem, mergulha cerca de 40º para o interior da
encosta.
su
Uma sondagem rotativa (SR-7, com 20m) foi feita no talvegue do pequeno vale e
encontrou o substrato rochoso a pouco mais de 4m de profundidade, após atravessar
solos colúvio-residuais. Inclinada 30º no azimute 150º (rumo a sudeste),
66
perpendicularmente à direção da foliação, a sondagem mostrou que a rocha apresenta
boas condições geomecânicas em toda a extensão. Os quatro ensaios de perda d’água
sob pressão revelaram vazões nulas e também não foi registrada a presença de nível
d’água no interior do furo.
O canal será aberto escavando uma extensa vala ao longo de uma dorsal topográfica
onde, por observações de superfície e pelos resultados de sondagens, haverá
presença de espesso capeamento de solos intemperizados. Não ocorrem afloramentos
su
variáveis entre 30º e 64º para noroeste, isto é, para o interior da encosta. Os blocos
estão imersos em uma massa de solo coluvionar, avermelhado e exibem níveis de
intemperização diversos, mais acentuados nos blocos de posição superior. Essa
r
estrutura revela origem associada à movimentação dos blocos, a partir de sua posição
ap
Entende-se que o horizonte de blocos de rocha sofreu ação de rastejo que atingiu,
generalizadamente, as camadas superficiais de todas as encostas da região. Sob efeito
ar
No poço aberto no lado direito do eixo do canal (7m de profundidade), foi detectada a
presença de solo colúvio/residual maduro até 4m de profundidade, consistindo em
argila siltosa homogênea, marrom avermelhada, seguido por silte argiloso, marrom
claro a amarelado do horizonte de solo residual jovem.
on
68
14.24 Tomada d’Água
A posição da Tomada d’Água resulta de um compromisso entre o encurtamento
máximo dos Túneis Forçados e o comprimento do Canal de Adução, resguardados os
critérios de submergência da entrada da Tomada d’Água e de cobertura mínima de
rocha para os túneis. Esta condição foi perseguida através do adequado conhecimento
das condições geológicas locais.
A área foi investigada por várias sondagens feitas ao longo da dorsal, que revelou
Ob
O topo da rocha compatível com a fundação das estruturas se situa próximo à elevação
258m, pouco abaixo do nível d’água do canal-reservatório. A estrutura será apoiada em
rochas granulíticas.
ar
As sondagens revelaram, ainda, que o nível freático se situa próximo ao topo da rocha
sã, mas ocorrem pontos de perda d’água de circulação durante a perfuração e,
aC
seção circular, com diâmetro interno de 6m. O comprimento de cada túnel é de,
aproximadamente, 340m (Figura 21). O primeiro trecho junto à tomada d’água, com
lta
cerca de 45m de extensão, é vertical e será escavado em rocha sã. O segundo trecho
com cerca de 294m será subhorizontal e terá 50 a 80m de cobertura em rocha
predominantemente sã.
Em planta, o eixo do túnel se posiciona ao longo de uma pequena dorsal que percorre
a encosta. Ao longo desta dorsal foram realizadas sondagens rotativas com o propósito
de investigar as condições de implantação do túnel e subsidiar o projeto das
escavações para a Casa de Força.
69
As informações trazidas pelas sondagens mostram um maciço rochoso com
características geomecânicas variáveis, desde rocha sã a extremamente alterada, o
que revela a atuação intensa do intemperismo, favorecida provavelmente pelo
desconfinamento da dorsal em três vertentes.
Não foi registrada presença do nível d’água em toda a extensão dos furos. Parte dos
ensaios de perda d’água acusou vazões médias a altas com registro de casos de
vazões totais, já outros ensaios resultaram estanques, o que mostra que o maciço tem
Ob
Esta área que margeia o ribeirão do Peixe constitui uma região de convergência da
rede de fluxo d’água subterrânea, que se instala ao longo da dorsal que abriga os
Túneis de Adução. Da mesma forma que em outros locais (diques Estaca e Antonina),
on
A escavação dos Túneis Forçados deverá ser feita em duas frentes. O trecho vertical a
lta
partir da área da Tomada d’Água e o trecho inclinado a partir da Casa de Força, uma
vez que a escavação desta tenha sido completada.
70
Área dos Condutos
Ob
Forçados
r ap
ar
A Casa de Força está situada no limite norte de uma área topográfica em forma de
su
De modo geral, as três paredes de escavação que delimitam a área da casa de força,
r
72
Figura 23 - Seção geológico-geotécnica da Casa de Força de Simplício.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
73
14.27 Canal de Fuga
O Canal de Fuga, com extensão próxima de 700m, acompanha o vale do ribeirão do
Peixe até as vizinhanças da forte inflexão que o vale sofre para oeste, quando este rio
passa a correr paralelamente ao rio Paraíba do Sul, embora em sentido contrário. A
inflexão é motivada pela presença de uma pequena dorsal alinhada no sentido leste-
oeste. O Canal de Fuga rompe esta dorsal e deságua diretamente no rio Paraíba do
Sul, em frente à ilha do Hildefonso.
Ob
O Canal de Fuga da UHE Simplício possui largura de base igual a 40m, necessária
para dar vazão a cerca de 400 m3/s, quando a espessura do tirante pode atingir mais
de 16m.
r ap
Para execução do canal, serão necessários extensos cortes em rocha e solo que
poderão alcançar 20m de altura.
ar
aC
on
su
lta
74
15. Quantitativo das investigações realizadas
MEDIDOR
SOND. SOND. POÇO SOND.
DE NIVEL
QUANTIDADE MISTA ROTATIVA INSPEÇÃO PERCUSSÃO
D’ÁGUA
Ob
43 84 15 111 134
Perfurados
Total 1127,1 2357,6 103,8 1551,3
ap
Sondagem
2.280m
Geofísica
ar
Foram instalados 134 medidores de nível d’água localizados nos emboques dos túneis
e nos taludes marginais dos canais visando monitorar o nível d’água durante, no
aC
O padrão adotado para as descrições dos testemunhos de solos e rochas obtidos nas
sondagens mecânicas e a análise dos resultados dos ensaios de campo encontram-se
na (Figura 27).
76
Figura 27 - Descrição de Log de sondagem.
Ob
r ap
ar
aC
on
su
lta
77
16. Materiais naturais de construção
De maneira geral, foram objeto de estudo, nas diversas áreas de empréstimo, três
horizontes de materiais terrosos, a saber: solo coluvionar, solo residual maduro e solo
ar
residual jovem. A distinção entre solo coluvionar e solo residual maduro é geralmente
dificil, não somente em amostras de sondagens a percussão e/ou furos a trado, como
também em cortes de estradas e em poços de inspeção. Isto reflete a semelhança
aC
78
Ob
r ap
16.2 Areia
A areia prevista para ser utilizada como filtro/dreno nos diques e como agregado para
ar
concreto nas diversas obras do empreendimento, deverá ser obtida em jazidas naturais
localizadas no leito do rio Paraíba do Sul. Este material pode ser classificado como
aC
linha d’água.
Parte das áreas de implantação dos reservatórios constituem áreas de encostas que
su
80
reservatórios, das flutuações dos níveis d’água, do embate das ondas, de abalos
provocados por sismos naturais ou induzidos e, finalmente, de intensas precipitações
pluviométricas que podem se abater sobre a área.
17.3 Sismicidade
ar
A região onde será implantado o aproveitamento corresponde a uma das áreas onde
ocorre uma das maiores concentrações de registros de abalos em território nacional.
aC
diversas
A análise de cerca de 412 sismos registrados desde 1767, dentro do raio de 320km a
partir do empreendimento, não permite caracterizar com precisão suas possíveis
tendências, em face da sua dispersão. Por outro lado, a densidade de falhas e/ou
lineamentos estruturais aí existentes é tal que a correlação entre epicentro e estruturas
geológicas dá-se quase de forma imediata.
81
Embora a coincidência com a presença das estruturas por si só não seja suficiente
para configurar a correlação estrutura x epicentro do abalo, não deixa de constituir um
aspecto relevante o fato de alguns destes epicentros se situarem nas bordas de
compartimentos geomorfológicos, balizados por falhas geológicas e gerados
tectonicamente no Terciário, e que originaram as bacias de Taubaté e de Resende.
O sismo instrumentado de maior valor ocorrido na região, corresponde à magnitude 4,8
e intensidade máxima entre V e VI (MM).
Ob
82
18. Conclusões
de Anta, os cortes, túneis, diques, todas as obras que compõem este arranjo,
ap
Os perfis elaborados a partir dos logs das sondagens indicam solos espessos e
lta
83
As investigações através de sondagens mecânicas e ensaios de campo
caracterizaram adequadamente os maciços de solo e rocha, permitindo seguras
definições das estruturas hidráulicas quanto à linha de fundação, adoção de
inclinação dos taludes de escavação e tratamentos adequados.
dos diques.
escavação dos canais e dos emboques dos túneis, para se ter, evidentemente,
os tratamentos adequados.
A sismicidade teve seu estudo bastante desenvolvido, tendo sido adotado para o
projeto valores de aceleração superiores à média das barragens brasileiras.
lta
84
quando se deverá ter os cortes em solo e rocha expostos, facilitando
grandemente entender o contexto geológico-geotécnico com maior
profundidade.
85
19. Referências bibliográficas
ALMEIDA, F.F.M. de; HASUI, Y. & CARNEIRO, C.D.R., 1975. O Lineamento de Além
Paraíba. Na. Acad. Bras. Ciênc., 47(3/4).
BARBOSA, A.L.M. & GROSSI SAD, J.H., 1980. Folhas Anta, Duas Barras, Teresópolis
e Nova Friburgo, Relatório Final, GEOSOL/DRM.
Ob
BARBOSA, A.L.M. & GROSSI SAD, J.H., 1981. Reinterpretação das “séries” Juiz de
Fora e Paraíba, em Minas Gerais e Rio de Janeir. Simpósio de Geologia de Minas
Gerais, ll, In: Anais do ..., SBG/MG, boletim nº3:1-15.
r ap
CAMPANHA, G.A C. 1981. O Lineamento de Além Paraíba na área de Três Rios (RJ).
Revista Brasieira de Geociências 11(3): 159-171.
ar
CAMPANHA, G.A C. & FERRARI, A.L. 1984. Lineamento de Além Paraíba um exemplo
de zonal de cisalhamento. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33, Rio de
Janeiro. Anais ... SBG, 12:5425-5432.
aC
CAMPOS, N.M.C. & FIGUEIREDO M.C.H. 1995. The Rio Doce Orogeny, Southesatern
Brazil J. Sou Am. Ear. Sci., 8:143-162.
on
DEHLER, N. M., HELOISA, R. M., DEHLER, R.S., MCREATH, I., NUMMER, A.R.
lta
2006. Kinematics and geometry of structures in the southern limb of the Paraíba do Sul
divergent structural fan, SE Brazil: A true transtensional shear An. Acad. Bras.
Ciênc. vol.78 no.2 Rio de Janeiro June 2006.
EBERT, H., 1955. Pesquisas Geológicas na parte Sudeste do Estado de Minas Gerais.
DNPM/MME-Divisão de Geologia e Mineralogia, Relatório Anual do Diretor: 62-81.
86
EBERT, H., 1967. A estrutura pré-Cambriana do sudoeste de Minas Gerais e áreas
adjacentes. Boletim Paranaense de Geociências, 26:4-42.
Queda Única .
(MG) – Barra do Piraí (RJ. Setor Central da Faixa Ribeira. Tese de Doutorado, Instituto
ap
MATOS, G.M.M., FERRARI, P.G.& CAVALCANTE, J.C., 1980. Projeto faixa calcária
Cordeiro-Cantagalo: Relatório final, vol.1. MME-DNPM-CPRM/SUREG/BH.620p.
87
OLIVEIRA, M.A.F., 1983. As faixas granulíticas da faixa Paraíba do Sul. Revista
Brasileira de Geociências, 13 (2): 84-92.
88
lta
su
on
aC
ar
89
rap
Ob