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O ABDOME
Ernest Gardner
---
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Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
Introdução
O tronco compreende o tórax, o abdome, a pelve e o dorso. O abdome
(propriamente dito) localiza-se entre o tórax e a pelve. A cavidade abdominal
(propriamente dita) está separada da cavidade torácica, superiormente, pelo dia
fragma, e da cavidade pelvina, inferiormente e posteriormente, por um plano
arbitrário que passa através das linhas terminais da pelve óssea (Fig. 40.1, Cap.
40). Uma parte considerável da cavidade abdominal está coberta pela caixa torá
cica óssea.
O abdome, segundo alguns autores, inclui a pelve e a cavidade abdominal,
inclusive a cavidade pelvina. A cavidade pelvina projeta-se em direção posterior
com relação à cavidade abdominal, àproximadamente em ângulo reto.
A cavidade abdominal contém a maior parte dos órgãos do sistema digestivo
(estômago, intestino, fígado, pâncreas); parte do sistema urogenital (rins, urete
res); baço, glândulas supra-renais, e partes dos plexos autônomos. Ela também
contém o peritoneu, que é a principal membra�a serosa do sistema digestivo.
Muitos órgãos abdominais podem localizar-se, parcial ou temporariamente, na
pelve, e os órgãos pelvinos podem, às vezes, apresentar uma posição abdominal.
A parede abdominal consiste, anteriormente, do músculo reto abdominal,
dos músculos piramidais e das aponeuroses dos três músculos (oblíquo externo,
oblíquo interno e transverso). As partes laterais são formadas por estes três
músculos, e, em parte, pelo músculo ílicó, e pelos ossos do quadril. Posterior
mente, a parede abdominal é formada pelos corpos e, entre estes, pelos discos
das cinco vértebras lombares, pilares do diafragma, músculos psoas maior e me
nor, lateralmente, e, ainda mais lateralmente, pelo quadrado lombar, e, em
parte, pelos músculos ílicos e ossos do quadril (Fig. 39.2, Cap. 39). A maior
parte da parede abdominal está disposta em camadas.* Essas camadas, que
apresentam importância cirúrgica, t são, do exterior para o interior: (1) pele; (2)
tela subcutânea; (3) músculos e fáscias, ou ossos; (4) tecido extraperitoneal e; (5)
peritoneu. A parede abdominal pode ser o local de alguns defeitos congênitos,
tais como as hérnias ventrais (Cap. 33).
A parede abdominal acomoda-se bem às expansões impostas pela gravidez
ou pelo depósito continuado de gordura, e sabe-se que se expande enormemente
devido a tumores abdominais ou pelvinos de crescimento lento, ou a partir de
obesidade excessiva. Os músculos atrofiam-se, porém a pele se desenvolve, e os
nervos e vasos sanguíneos esticam-se. Linhas avermelhadas, conhecidas como
estrias gravídicas, são às vezes observadas na pele do abdome durante a gravi
dez. Após o parto, estas estrias gradualmente se transformam em linhas finas,
esbranquiçadas, semelhantes a cicatriz: as linhas albicantes. Estas linhas podem
também ocorrer em homens e na pele da coxa tanto de homens quanto de mulhe
res.
*C. E. Tobin, J. A. Benjamin, and J. C. Wells, Surg. Gynec. Obstet. 83:575, 1946. M. A. Haynes,
Amer. J. Anat., 87:119, 1950.
tV. L. Rees and F. A. Coller, Arch. Surg., Chicago, 47:136, 1943. E. W. Lampe, Surg, Clin. N.
Amer., 32:545, 1952.
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Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
33 PAREDES
.ABDOMINAIS
PAREDE ANTEROLATERAL DO ABDOME
MÚSCULOS las inferiores. Essas projeções musculares se
inter.djgitmn c:Om-a_s ctó _s_�r�é\t_iI iillJeE�<?r.�com
Os músculos em cada lado são anterior as do_ grande _ci_Qrnal, sendo que freqüente
mente dois: o reto do abdome e o piramidal; e mente se fundem com os músculos intercos
anterolateralmente são três: oblíquo eKterno, tais externos. Estas projecões se misturam,_ e
oblíquo interno e o transverso. Cada um des _ .§Uas fibras correm em direção inferior_ e me
tes três músculos anterolaterais está colocado diaimente. As fibras da parte mais inferior e
entre finas camadas de fáscias. Uma quanti posterior do músculo descendem vertical
dade variável de tela subcutânea se localiza mente até o lado externo da crista ílica. Na
entre a pele e o oblíquo externo, e uma quan lini\a espinoumbilical (que vai da espinha ílica
tidade variável de tecido extraperitoneal entre ântero-superior ao umbigo), as fibras do res-
a fáscia transversal e o peritoneu.
A tela subcutânea contém gordura, so
bretudo na parte superficial. Sua parte mais
profunda tende a ser mais colágena e, por
esta razão, mais membranácea, especial
mente na região inguinal (Fig. 33.9, Cap. 33).
Esta parte superficial é contínua com uma
tela similar na coxa e com a camada gordu
rosa superficial da fáscia perineal superficial
(Cap. 47). A parte membranácea mais pro
funda está presa ao longo do ligamento ingui
nal e à fáscia lata por cerca de 1,5 cm abaixo
do ligamento inguinal, e funde-se à linha alba
no plano mediano. Ela se prolonga da sínfise
da pube até o dorso do pênis como ligamento
fundiforme. Ela se continua com o músculo
dartos do escroto e com a camada mem
branácea da fáscia perineal superficial.
Quando a uretra se rompe abaixo do dia
>-·
fragma urogenital, a urina pode difundir-se
através da parte anterior do períneo, e é
então possível infiltrar a tela subcutânea e
espalhar-se sobre a parede abdominal ante
rior. A sua passagem para a coxa está limi
tada pela inserção da parte membranácea da
tela subcutânea à fáscia lata.
A Jáscia da r-arede abdorninal_ é uma_ ca
Illfüla fimLde__ _u�yestiment_o _g9 __Qblíquo ex
terno. Ela se continua mediaimente sobre a
ãpo-0eurose�<l0- Üblíqu0 exter-ni _até_--aJTnha
alba. Inferiormente, no ânulo inguinal super
ficial, ela se funde com a fáscia sobre a super
fície profunda do oblíquo externo e se pro
longa até o funículo espermático como fáscia
espermática externa (Cap. 33). Fig. 33.1 Oblíquos externo e interno. As fibras de um oblí
Oblíquo externo (Figs. 33.1 e 33.2). O quo externo são aproximadamente paralelas às fibras do
mais superficial dos_ três músculos anterolate-=- obliquo interno oposto. O diagrama inferior mostra a linha
de tração do oblíquo externo esquerdo e do oblíquo interno
xais. Tem origem por uma série de fitas car direito. Atuando em conjunto, estes músculos flexionam e
nosas nas superfícies externas das oito coste- giram o tronco.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
344 ANATOMIA
Oblíquo interno (Figs. 33.1 e 33.2). Este
músculo tem origem na fáscia toracolombar
(assim, indiretamente, nos processos espi
nhosos e transversos das vértebras lombares)
por fibras musculares, a partir da linha inter
média da crista ílica e a partir da fáscia ílica.
As fibras musculares irradiam-se (1) em
direção supéfiõf. é mediãlmente pàr-i-as frês .
costelas-·mais "inferiores, onde se continuam
Oblíquo
exierno _..,..��
com os três músculos intercostais mais irife
Oblíquo fiores; (2) em -direção superior e ·mediâTmente
interno à aponeurose inserida acima da borda costal
e, inferiormente, dirigida em horizontal para a
bainha do reto; e (3) em direção inferior para
a pube. A relação do oblíquo interno com o
canal inguinal será descrita posteriormente
(Cap. 33).
A parte do oblíquo interno que se origina da crista
ílica � amiúde mais espessa que_ o resto do músculo, po
dendo ser dividida em partes posterior e anterio_r. 2 A
parte posterior tem sido denominada como oblíquo in
terno acessório.
Inervação. Q-�- dois ou três nervos tora'."
coabdominais mais inferiores e o nervo sub
·costãl. Os ramos dos nervos í}io-hipogástrico
e ilioinguinal podem estar presentes, porém
não ·se sabe se eles contêm fibras motorás.
Transverso do abdÕme -°(Fig: :ú:3).- Este
Fig. 33.2 Superior esquerda, oblíquo interno; superior di músculo tem origem na fáscia ílica, borda in
reita, oblíquo externo. As figuras inferiores mostram que o terna da crista ílica e fáscia toracolombar, e
oblíquo externo e o oblíquo interno de um lado atuam em da superfície interna das seis cartilagens cos
conjunto na inclinação do tronco para este lado.
tais inferiores, onde as fibras se interdigitam
e, freqüentemente, se fundem com o dia
fragma. As fibras musculares correm mais ou
tante do músculo dão origem a uma aponeu menos horizontalmente�- éinborâ"as-mais infe
rose fina, porém forte, que se continua com a riores se inclin.em êm-cÜreção" inferior e cor
aponeurose do músculo do lado oposto na al ram paralelas às do oblíquo interno. As fibras
tura da linha alba. A borda inferior da apo- musculares' terminam__numa _a�oneurose_qu.e
_n�urose esteJ.!4.e-se_ çºJ!iº·-ligamento_!i;i,gºi11af da contribui para_a_ bainha dos retos._ As fibras
_ esp_inha Hica ântero-superior___ao _tubérculo pú- musculares mais superiores passam por trás
bicQ (Cap. 33). Medialmente, a aponeurose do reto antes de dar origem à aponeurose,
funde-se com aquela do oblíquo interno sub que então se estende até o processo xifóide.
jacente. Na parte superior do .abdome, esta A disposição da parte mais inferior da apo
fusão ocorre próximo à borda lateral do reto. neurose é descrita mais adiante (Cap. 33).
Próximo à pube, todavia, a linha de fusão A fáscia na superfície interna do músculo
encontra-se próxima à linha alba.. A este ní transverso serve como um ep.imísio e forma
vel, entretanto, a aponeurose do oblíquo ex uma camada bem distinta, que é denominada
terno contribui muito pouco à camada ante fáscia transversal. 3 A fáscia transversal é
rior da bainha do reto. uma parte da fáscia de revestimento interno
A borda posterior do músculo oblíquo da parede abdominal e, como tal, continua-se
externo está comumente livre e forma um ân com a fáscia transversal do outro lado, por
gulo com a borda lateral do grande dorsal. trás do músculo reto abdominal e da bainha
Este ângulo se converte no trfgano lombar do reto. Ela se continua com a fáscia ílica,
através da crista ílica, que dá inserção a estes com a fáscia diafragmática, com a fáscia pel
dois músculos, anterior e posterior, respecti vina pàrietal, com a fáscia toracolombar na
vamente (Fig. 13.2, Cap. 13)._ O assoalho do borda do músculo quadrado lombar e camada
Jrígono_ lombai: .é_ f.pqnado pelo oblíquo in anterior da bainha femoral. Alguns autores,
terno.1
· todavia, consideram a fáscia transversal
Inervqççjp. _Nervos._ toracoabdominais e como parte do tecido conectivo extraperito
nervo subcostal. neal. 4
�. '
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
346 ANATOMIA
Reto do abdome
Oblíquo externo
,,., , ,, , ,,,,,.. Bainha do reto,
,.,, , · ·' ,, ,»,ma 7' camada anterior Oblíquo interno
�
Reto do abdome
Piramidal
Piramidal D
A
Fig. 33.4 Os músculos da parede abdominal. A, o reto do abdome. As setas indicam os níveis do diagrama B a D, que
mostram uma disposição comum da bainha do reto como é observada em secção horizontal. A fáscia transversal não está
demonstrada separadamente da aponeurose do transverso.
-º neInervação.
�-quo _Os nervos toracoabdominais do reto forma uma borda crescente, a linha
rvo subcostal. Como no caso do oblí: arqueàda (ou linha semicircular). O nível de
interno, a questão de uma inervação mo ocorrência da linha arqueada é variável, e a
tora possível pelos nervos ílio-hipogástrico e alteração no trajeto da aponeurose do trans
ilioingUinal ainda não está estabelecida. verso pode ser abrupta ou gradual. No último
Reto do abdome (Figs. 33.4 e 33.5). É um caso, as linhas secundárias podem ocorrer.
músculo longo, fino, relativamente largo, que Abaixo do nível da linh::i arqueada, a fáscia
se prende na região anterior do processo xi transversal separa o reto do tecido conectivo
fóide e à quinta e sétima cartilagens costais, extraperitoneal.
acima, e, abaixo, na crista púbica e sínfise Iniciando-se
c imediatamente abaixo do
da pube. Três _ou n1ais intersecções tendíneas níveT toprócesso -xifóidê, a aponeurose do
atravessam o músculo anteriormente e 'ôhlíquõ1n'têrno·divide-se em uma camada.an
fundem-se com a camada anterior da bainha. terior. e outra posterior. A "cãrr1àda- án-ter1or
A borda medial da parte superior de cada reto passa anteriormente ao refô' atê'"a linha albct, 5
está ligada à linha alba. ; quê e uma rafe tendínea espessa, d-e fibras en�
Inervação. l{�Q'.9 toi;:açQªb.clominal e trelaçadas, e que se estende do processo xi
oex_yo_ ,SlJhcostal. fóide à sínfise da pube. A· camada anter:iQr
Linha alba e bainha do reto ( Figs. 33.4 e funde-se com a aponeurose do obliquo ex-
33.5). _t\_ªt1QTI�t1JQ�_e__ çl_9-_músculQ oblíquo ex- -� terno suprajacente. A. camadà post_�ifor'pª§§C!
_ter:no,_Rassa anteJ(or:mente aQ reto abdominal. atrás do reto, em direção à linha alba J e
A bain@_QQ__J�j:o é formada ·P!"incip3.Tíné��!- � _funde-se _com. a ª1J0neurose do. transverso·. A
.P� ap5>neuroses do_oblíguo interno e do divisão da aponeurose_Ao oblíquo interno-�@
transverso. As duas aponeuroses reúnem-se camadas anterior e posterior está ausente na
·na borda Tàteral do reto, ao longo de uma parte mais inferior do abdome, onde a .11po
linha curva denominada linha semilunar. neurose cte todos os três músculos an
Pª-§tiª
Desde a altura do processo xifóide, em dire teriormente ao reto em direção à linha alba.
ção inferior por uma distância variável, o
--
··-··· ---A Tormaçãõ da báfoha"dc, refo
está su-
músculo transverso abdomin<1Lml.ssa por trás jeita a uma variação considerável com relação
ds, ceto._ Abaixo, todavia, a aponeurose do aos níveis de divisão e suas disposições, 6 e
transverso localiza-se por sobre o reto. O li também com relação ao papel da participação
Á
mite inferior da parte que se localiza abaixo do oblíquo interno, que pode determinar a
contribuição da aponeurose do oblíquo in
terno à camada posterior da bainha do reto.
Em resumo, de acordo com a descrição
clássica, a bainha do reto consiste de uma
! camada anterior e uma posterior. Acima do
' nível da .linha arqueada, a camada anterior é
' formada pela aponeurose do oblíquo interno
juntamente com a aponeurose do oblíquo ex-
• terno, mediaimente a sua fusão com a in
terna. Abaixo da linha arqueada, a camada
anterior está formada pela aponeurose do
oblíquo interno e do transverso, juntamente
com a do oblíquo externo próximo à linha
alba. Ao nível do processo xifóide, a camada
posterior está formada pelo transverso abdo
minal e sua aponeurose. Abaixo deste nível,
até a linha arqueada, ela está formada pelas
aponeuroses do oblíquo interno e do trans
verso. As camadas anterior e posterior
fundem-se no plano mediano com aquelas do
lado oposto para formar a linha alba.
Piramidal. A parte mais inferior da parede anterior
�,
da bainha divide-se e engloba o músculo piramidal, que
se estende em direção superior desde o corpo da pube
até a linha alba. Tem. pouca importância e amiúde se en
contra ausente, sendo inervado pelo nervo subcostal.
Espinha ílica
ântero-superior
Fig. 33.6 Canal inguinal e camadas do escroto (v. também Figs. 43.2, Cap. 43). O diagrama combina dois planos. Um é o
plano do ligamento inguinal (Fig. superior à direita); a outra é um plano sagital do escroto. A separação das camadas do
canal e do funículo está exagerada. O músculo cremaster e a fáscia cremastérica estão demonstrados com uma continuação
direta do oblíquo interno, sendo também demonstradasfundindo-se com afáscia transversal. Observe que afáscia transversal
prolonga-se ao longo do dueto deferente comofáscia espermática interna, e que estaforma a maior parte da parede posterior
do canal inguinal.
2.Q...11:.Q_Jngyjncll;_ � borda medial deste é for- que o masculino, e as hérnias muito menos
mada pela borda lateral do reto do abdome, .. freqüentes. _.Q_ _c.�_naT-dá.pã.ssag·em ao -liga�
e a borda inferior ou base pelo ligamento pec- "nienfô""reélondo do utêrõ", aos· và"sos -que o
tíneo e pube. 0 trígono é suprajacente à fü,:_ompánha.me-ªo·�t:1ffv9Jl[9-lti_gyjp�J." 0 liga
fossa inguinal medial e à parte lateral da fossa mento redondo termina como cordões fibro
supravesical. Às vezes, a bexiga encontra-se sos na tela subcutânea dos lábios maiores.
bem próxima à terminação medial do canal A principal proteção do canal inguinal é
inguinal. O canal inguinal está presente antes muscular. Os músculos aumentam a pressão
do nascimento, porém é menor e muito intra-abdominal e tendem a forçar o conteúdo
menos oblíquo do que no adulto, 10 sendo que abdominal para o interior do canal, ao mesmo
o ânulo superficial se localiza quase que dire- tempo que tendem a estreitar o canal e a fechar
tamente anterior ao ânulo profundo. os seus anéis. Por exemplo, durante a contra-
_Q__canal inguinal_feminino_ é_mai� __ estr�Hº __ç_ão dos músculos abdominais, as fibras do
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
PAREDES ABDOMINAIS 347
tronco para este lado (flexão lateral). Eles de 3 a 5 cm de comprimento, através da parede
também auxiliam na manutenção do equilí abdominal (Figs. 33.6 a 33.9). Nos homens,
brio quando nos inclinamos para o lado encontra-se ocupado pelo funículo espermático
oposto ou ficamos de pé numa só perna. Na e, nas mulheres, pelo ligamento redondo do
posição ereta, há uma quantidade moderada útero; ele contém o nervo ilioinguinal. O canal
de atividade nos oblíquos. 'é uma área potencialmente fraca nos homens,
Todos os músculos abdominais contro e as hérnias inguinais são comuns. Provavel
lam a hiperextensão do tronco e auxiliam na mente, muito se tem escrito e pouco se tem
fixação da caixa torácica óssea durante mo concordad o sobre isso, e mais confusão
vimentos dos membros superiores. existe com relação ao canal inguinal e sua ci
rurgia do que em qualquer outra região do
Canal inguinal corpo. Três razões importantes são: (1) as
variações não têm sido adequadamente con
O canal inguinal é uma passagem oblíqua, sideradas; (2) os termos não têm sido defini
·------ � -- - dos com precisão, e seu uso varia de autor
··- . .
..
--- �!
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
Nervo cutâneo
lateral da coxa
Oblíquo
Oblíquo
externo ,-- interno
Fáscia
ílica
Ligamento inguinal
1
B
A
Aponeurose do transverso
'!
Fáscia ílica
,11--_......,.........,.___ l liopsoas
Transverso do abdome
ri/---- Fáscia ílica
Veia femoral---�
e D
Fig. 33.8 Diagramas do canal inguinal e do ligamento inguinal vistos anteriormente, e progressivamente de fora para
dentro, camada por camada. Nenhuma distinção foi feita entre músculo e aponeurose. A, o oblíquo externo, com o ânulo
inguinal superficial e o funículo espermático sobre o ligamento lacunar e pilar inferior. B, o oblíquo interno, originando-se
da fáscia ílica, estendendo-se mediaimente a pube. Ele apresentou uma abertura oblíqua para o funículo espermático. C,
parte do transverso abdominal é mostrada originando-se da fáscia ílica, estendendo-se mediaimente, e arqueando-se sobre o
funículo espermático na pube. A fáscia transversal atrás do transverso estende-se em direção inferior à fáscia ílica. D, as
bordas seccionadas do iliopsoas e do pectíneo. A fáscia ílica divide-se em torno dos vasos.
(ligamento reflexo), às vezes bem definida, estende-se da . re�g'>e� __umbilical. e inguinal. As da_ regi.ão
inserção púbica do pilar lateral, em direção superior e umbilical são classificadas com as hérnias
medial, por trás do pilar superior e reúne-se à aponeu - venti- - iis�i5 Elas são freqüentemente-congên.i
rose do oblíquo externo oposto. e
. tás resultam de um fechamento incompleto
As fáscias_ sobre ambas as superfícies do oblíquo ex da parede abdominal. As hérnias ventrais
J_em_o f.unç!em-se__!}_O__ânuÍosuperficial e ·formam uma também podem ocorrer através de defeitos na
_\2ru.nha 12ara o funículo e�perrr:1-�tJ.��-�f.ásdi��sp-emÍêífica ... linha alba, onde também são denominadas
___ externa. Entre os pilares, as aponeuroses freqüentemente
formam feixes de fibras intercrurais de tamanho e dispo
hérnias medianas, ou ao longo da linha semi
sição variáveis. Faixas de fibras podem estar dispostas lunar, onde são também denominadas hérnias
sobre a superfície externa da parte mais inferior da apo laterais. As hér!!i_ª-�.QQ.Q.�111 ocon::_1;;_r _ª1ra_'{.�-�-qQ
neurose do oblíquo externo (Fig. 33.8A). âJ?.ulo fen:ioral ( Cap. 21). e, Q'-:ª§jQI}_�l��I)t�,.
no trígono lombar ou através do forame obtu-
Hérnias raão."· - - . .
As hérnias inguinais são de duas espécies:
___ A_ maior parte das hérnias14 _Qc_or_ce_rn)s . indireta, ou oblíqua, e direta.
- llllii;\.�
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
Oblíquo interno
Fáscia ílica
Psoas maior
Fáscia
transversal
Aponeurose
._.i,.,:;.;"'I+- do oblíquo
interno
11-1!141++1+--Aponeurose
do transverso
Aponeurose
1+,>"'I+-- do oblíquo
externo
Camada
membranácea da
tela
subcutânea
Cremaster
A
Bainha femoral
B
Reto do ---t
abdome Aponeurose do
1-H...+---H- transverso e
oblíquo interno
Aponeurose
1-1"1-+-11'-- do oblíquo
externo
e
Fig. 33.9 Desenhos de secções sagitais através do canal inguinal. A, imediatamente medial à espinha ílica ântero-superior.
B, uma expansão da fáscia ílica contribui para a bainha femoral e continua-se com o ligamento inguinal, fáscia transversal e
camada membranácea da tela subcutânea. C, através do ânulo · inguinal superficial. Observe que o ligamento lacunar
estende-se em direção posterior e superior, D, através do corpo da pube. Observe que a aponeurose do oblíquo externo
funde-se com a bainha do reto acima, porém está separada abaixo.
---�--- . ··-- . -· _- .
� .. ..
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
352 ANATOMIA
rn•• ·,n;;.r;.��
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
PAREDES ABDOMINAIS 353
borda _ lateral_ do trígono inguinal. A artéria, baixo, para os linfonódios inguinais superfi
-·-então: -- perfura a fáscia transversa( ascende . ciais e, do umbigo para cima, para os linfonó
entre__ o_r eto e a parede post erior de sua dios axilar es. Alguns linfáticos u terinos
_ bainha,_por trás do r:eto, num cOmpartimento acompanham o ligamento redondo e drenam
formado pela parede posterior dé:! bainha do para os linfonódios - inguinais.
re to. 16 Vasculariza o reto, os músculos adja
centes e a pele, e_ an::tstomosa-se __com ramos NERVOS
da artéria epigástrica superior. As anastomo-
- ses-e-ntre-·ai artériàs-epigást":ricas superior e in- A pare de abdominal encontra-se iner-
ferior fornecem uma circulação colateral entre vada pelos n ervos toracoabdominais e pelos
as artérias subclávia e ílica externa. Dois . nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal (Figs.
ramos têm orig em próximo ao ânulo· pro- 33.11 e 33.12).
_ fundo� __um,_ a artériado cremaster, qU e pe-
· Nervos toracoabdominais. Estes nervos,
do sétjm9. aoJ_L ºjntercostais (Cap. 27), dei
netra no canal inguinal, vascul�ri?:it o_s:r:�PJ.as-
xam os espaços intercOstais e cµrig_em-se, in
ter e s e anastomosa com a artéria tdticular ; o
·,;c1ma·
outro_,--o púbico, que descende até aferior e anteriorm e nt e . entre os músculos
parte posterior da pubé e se anastomo�fa corri
"trans"verso e Õblíquo-interno, inervando estes
_rpúsculos é··o-Obiíqüo-exterrio. Penetram ria
o ramo púbico da obtur:atói:_ia _(Çap. 41).
b.ainha do_retoi onde se çamificam.em-direç.ão
Artéria circunflexa profunda do ílio (Fig.
_fll1terior para inervar o r eto e a pele supraja
41.1, Cap. 41). _Esta se origina da ílica ex-
_t erna, praticamente no mesmo nível que a cente. Uma incisão vertical ao longo da linha
s emilunar determinará a desnervação do reto,
epigástrica inferior. Dirige-se lateralmente, a
princípio por trás do ligamento inguinal e, e uma através da parte média do reto irá des
nervar sua metade medial, O nervo subcostal,
após, ao longo da crista ílica, finalmente J?er-
furando O transverso e ramificando-se entre .cJ.1!e__ ª2_res enta UIIl traj eto similar·, também
este músculo e o oblíquo interno. Antes de oinerva_ o _piramidal. Os ramos cutâneos late
rais destes n ervos já foram descritos (Cap.
vaso atingir a espinha ílica ânt ero-superior,
um ramo ascendente perfura o transverso, 27).
vascula r iza-o e - ao oblíquo int e rno, e Nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal. _De-
. ªnastomosa-se com a artéria musculofrênica. ri vados__principalrn_ e nJ�. d_ o_ .I?d.m�ir�. n_ervo
lombar (Cap. 38), eles apresentam sobretudo
distribuição cutânea. O nervo ilioinguinal pe
Drenagem linfática netra no canal inguinal __ e acompanha o fun1-
cul9 _ espermático (ou ligamenfo-- redondo do
Os vasos linfáticos da pele, assim como útero)._at(o.escroto (ou rasro·maforf··
as veias superficiais, drenam em duas dire Distribuição cutânea. - Cada nervo tora
çõ e s: aproximadam e nt e do umbigo pa r a coabdominal inerva uma faixa de pele através
lntercostafinterno--�·
1 ntercostal externo �--Nervo toracoabdominal
Oblíquo externo Pleura
Ramo cutâneo
lateral
· l-
Diafragma
Membrana
intercostal
----Peritoneu
..-----Transverso do abdome
�i.t:t tij
· ·l
- Cartilagem costal
Transverso do
abdome
externa
>.---Oblíquo interno
e
B
A
Fig. 33.11 Diagramas das camadas musculares da parede abdominal e o trajeto dos nervos toracoabdominais. A linha b
indica o plano do diagrama B, e a linha c indica o plano do diagrama C. Note que em B o diagrama e o transverso
apresentam uma junção tendínea. Os ramos musculares do nervo foram omitidos. Em C, a parte do oblíquo interno, imedia
tamente adjacente e presa à cartilagem costal, continua-se com um intercostal interno deste espaço. Os nervos foram omiti
dos.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
354 ANATOMIA
de seus ramos cutâneos lateral e anterior. A cluindo hérnias ventrais. Um exemplo é a onfalocele,
superposição de nervos adjacentes é tal que a que é uma protrusão do intestino através de um grande
secção de um único nervo resulta apenas num defeito no umbigo).
decréscimo da sensação em sua área de iner-
vação.
Ramo cutâneo lateral
UMBIGO
�- -- --- - __ J_' .. _ _ --, _
_ .. --- -- -. .,
....
,____
Quadrado
lombar
r
Ílico
r '\Psoas
"-- maior
'---
-,.___
.._
'--
Esôfago
-'-,-
Trigono
vertebrocostal
'--
Pilar
direito
Quadrado
lombar
Psoas
maior
Fig. 33.13 Músculos da parede abdominal posterior. A, a fáscia toracolombar, mostrando-se na parte direita da figura a
sua divisão para envolver o quadrado lombar (v. Fig. 49.10). B, psoas maior, ílico e quadrado lombar. C, relações do
diafragma com os músculos da parede abdominal posterior. Um trígono vertebrocostal está demonstrado a cada lado.
- }
,.;,,.__Al_________,;____.....,;___________�----------------;.;;..;.,..�-----------:w.-.:.:.S
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
356 ANATOMIA
A fáscia transversal continua-se com a vértebras lombares. Está colocado entre as camadas an
camada anterior da fáscia toracolombar, ante terior e média da fáscia toracolombar (Fig. 49.10, Cap.
riormente ao quadrado lombar (Fig. 49.10, 49).
Cap. 49). Através dessa camada ela se conti Inervação e ação. O nervo subcostal e plexo lom
bar. Ele provavelmente flexiona o tronco lateralmente,
nua medialmente com a fáscia do psoas e, acreditando-se que fixe a última costela e, por esta razão,
abaixo, com a fáscia do ílico. A fáscia do auxilie o diafragma (Cap. 27). Quando ambos os múscu
psoas, também denominada bainha do psoas, los se contraem, eles provavelmente fixam o tronco.
insere-se lateralmente aos processos trans
versos das vértebras lombares e, medial
mente, aos corpos das vértebras lombares. REFERÊNCIAS
Abaixo, na fossa ílica, ela se continua com a 1. G. W. Cooper, Anat. Rec., 114:1, 1952.
fáscia ílica. A bainha do psoas forma um re 2. H. B. Howell, Surgery, 6:653, 1939. K. S. Chouke, Anat.
vestimento frouxo, e as infecções neste mús Rec., 61:341, 1935.
culo (por exemplo, um abscesso tuberculoso 3. C. B. McVay and B. J. Anson, Anat. Rec., 77:213, 1940. J.
D. Rives and D. D. Baker, Ann. Surg., 11.5:745, 1942.
a partir de um corpo vertebral infel:tado) 4. D. Browne, Lancet, 1 :460, 1933. Y. Appajee, Ind. J. Surg.,
podem descender, através do músculo, para a 7:11.3, 1945.
coxa. 5. H. Hadziselimo\'ié: and V. Tornié, Anat. Anz., 129:421,
1971.
Afáscia flica cobre o ílico. Acima, ela se 6. C. B. :\1c:Vay and B. J. Anson, Anat. Rec., 77:213, 1940. A.
prende à crista ílica, juntamente com a fáscia ., Ruiz Liard, ,'.VI. Latarjet, and F. Crestanello, C. R. Ass.
Anat., . 5.5:.532, 1970.
transversal. Abaixo, ela contribui para a 7. W. F. Floyd and P. H. S. Silver, J. Anat., Lond., 84:132,
bainha femoral (Fig. 33.9B, Cap. 33) e para o 1950. O. Machado de Sousa and J. Furlani, Acta anat.,
ligamento inguinal (Cap. 33), continuando-se 88:281, 1974.
com a coxa. O transverso e o oblíquo interno 8. H. F. Lunn, Ann. R. Coll. Surg. Eng!., 2:285, 1948.
9. vV. J. Lytle, Brit. J. Surg., 32:441, 1945; Ann. R. Coll. Surg.
originam-se, em parte, desta fáscia (Fig. 33.4, Eng!., 9:24,5, 1951.
Cap. 33). 10. H. Curl and R. G. Tromly, J. Anat., Lond., 78:148, 1944. S.
B. Chandler, Anat. Rec., 107:93, 1950.
11. D. H. Patey, Brit. J. Surg., 36:264, 1949.
Psoas menor. É um musculo pequeno, que, quando 12. J. H. Clark and E. I. Hashimoto, Surg. Gynec. Obstet.,
presente, se origina dos corpos da 12.ª VT e primeira 82:480, 1946.
VL. Insere-se na linha arqueada, alcançando a eminência 13. R. E. Condon, Ann. Surg., 173:1, 1971. J. F. Doyle, J.
Anat., Lond., 108:297, 1971.
iliopectínea, e apresenta uma inserção inconstante adi 14. L. M. Zimmerman and B. J. Anson, Anatomy and Surgery
cional à fáscia ílica e ao ligamento pectíneo. Ele se loca of Hemia, Williams & Wilkins, Baltimore, 2nd ed.,
j 1
liza sobre a superfície anterior do músculo psoas maior e 1967.
está inervado pelo plexo lombar. Provavelmente, auxilia 15. G. M. Wyburn, J. Anat., Lond., 71:201, 1937, 72:365, 1938,
o psoas maior em sua ação sobre a coluna vertebral. 73:289, 19.39; Brit. J. Surg., 40:553, 19.53.
16. R. Orda, Ac.:ta anat., 83:382, 1972.
Quadrado lombar. É um músculo grosseiramente 17. T. S. Cullen, The Umbilicus and Its Diseases, S'aunders,
quadrilátero que se prende, inferiormente, à parte poste Philadelphia, 1916. H. L. Trimingham and J. A. Mc
rior da borda interna da crista ílica, acima da costela, e, Donald, Smg. Gynec. Obstet., 80:152, 1945. See also
mediaimente, às pontas dos processos transversos das Wyburn, cited in reference 15.
�I
r l
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
34 VÍSCERAS
ABDOMINAIS E
PERITONEU
VÍSCERAS ABDOMINAIS
i As principais vísceras do abdome 1ão: estô- As vísceras conservadas são duras, imóveis e
mago, intestinos, o fígado e sistema biliar, o de coloração não natural. As impressões pro
pâncreas, o baço, as glândulas supra-renais e os duzidas sobre um órgão por órgãos adjacentes
. rins e ureteres. O est9mago e o intestino estão podem ser fixas no local pela conservação, po
totalmente presos à._ Ii�retj_e.= ç:_Qfl?_Qàlfpqr: �in - dendo resultar em superfícies, margens e ou
l mesentério formªdo pelq p�rito_neu, enquanto tros acidentes que não se manifestam durante a
-. _qu_e_-ª�Jr_ês glâllitµ,!�s pares, rins, supra-n�nais e. vida.
_g_ç,J)�ª_s (de_Qrigem abdominal antes qo nasci- Os estudos radiológicos têm dado uma in-
i:n.en.to},,.��tâ9 tocalizé!_das retroperitoneal� formação mais apurada e valiosa acerca da po-
-me11-te. O fígado e o pâncreas estão associados sição e mobilidade das vísceras em indivíduos
com o canal alimentar. A relação geral das vivos. _Tai _�..�êtudqs_ de.m9nsJra11LgtJ�,..Ilª-llªio:r:_
vísceras abdominais está mostrada nas Figs. _parte, as vísceras são bastante u móveis, tão mó-
34.1 a 34.3. , veis que não aprese!]tam ma posiçª-o f!l(i:-_''As
As posições das vísceras abdominais va- · vísceras abdominais normais não apresentam
riam de indivíduo para indivíduo e dependem formas fixas, nem posições fixas, e toda descri
da gravidade, postura, respiração e estado de ção que as envolve deve ser qualificada por uma_
enchimento (se são ocas). Após a morte, os descrição das posições que existiam no momento
diafragmas pelvino e torácico relaxam-se, e as da observação. Além disso, as alterações pro
vísceras abdominais deslocam-se para cima fundas podem ser determinadas não somente por
(portanto, modificando as posições dos órgãos forças mecânicas, mas também por influências
torácicos); as vísceras pelvinas aprofundam- mentais." 1
se. Estas alterações são mimetizadas durante a Os estudos radiológicos de mais de 1.000
vida no decorrer de uma anestesia prÓfunda. estudantes em posição ereta,2 com o uso do
plano supraqistal como um ponto de referên
i cia, as seguintes posições foram encontradas e
a b são as normais: a parte mais inferior da curva
Esôfago tura maior do estômago encontra-se 15 cm
Fígado abaixo do plano supracristal; o piloro freqüen
temente abaixo do plano transpilórico; o cólon
transverso mergulhado na pelve verdadeira; a
margem inferior do fígado abaixo do plano su
pracristal. Os órgãos tendem a baixar na posi
ção ereta e a se elevar na posição de decúbito, e
se elevar ou se abaixar de acordo com os mo
'-
i vimentos diafragmáticos. Alguns órgãos
podem movimentar-se para cima e para baixo,
até 17 cm entre as posições de pé e supina.
Outros podem nem se mover. Os órgãos de
.maio_r_mobilidaçie_são aqueles presOs por me-··
.
7
_s_entéri9_�, enquanto que os retroperitoneais são
Apêndice./ \ relativamente menos móveis. Maiores detalhes
liio--··· •• : serão dados nos capítulos concernentes aos ór
gãos específicos.
Durante o exame físico do abdome (Cap.
Fig. 34.1 O fi.gado e as partes do canal alimentar. As linhas
39), umas poucas vísceras podem ser acessí
a e b indicam os planos de secção nas Figs. 34.2; as linhas veis à palpação. As seguintes estrutlJ,[.C;t_S_.:,pQ:- _
e, d e e os planos de secção na Fig. 34.3. dem às ve._ z_��. _ser _palp-ªd_as e_rp jn.diyíduos
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
358 ANATOMIA
Omento
r---menor
Lobo caudado
...=.,..,......------Fígado-:---�-----niiw.�r-h',P. Bolsa omental
Compartimento
supramesocólico Forame
epiplóico
Primeira parte do Pâncreas
Rim
duodeno
Omento Terceira parte do
maior duodeno
Compartimento Cólon
inframesocólico transverso
Intestino delgado
A B
Fig. 34.2 A e B, diagramas de secção sagita/ em planos a e b da Fig. 34.1, respectivamente, demonstrados a partir da
esquerda. A separação das várias camadas peritoneais e órgãos está aumentada. O mesocólon transverso e o omento maior
encontram-se detalhados na Fig. 34.6.
Ligamento
tal ciforme Bexiga
Flexura cólica
esquerda
Baço
Bolsa omental
Cólon Cólon
descendente ascendente
Fig. 34.3 Diagramas de secções horiwntais nos planos e, d e e da Fig. 34.1, demonstrados a partir de cima.
normais: vértebras lombares, pólo inferior do outro lado, depende principalmente de técnicas
rimdfreito: às vezes à fígi:ido_, o_çasiona1me.o_te_o__ especiais, tais como as que envolvem radiogra
- báço e - as · pulsações da aorta abdominaJ. O fia. Os principais métodos de estudo radiográ
corpo do útero pode ser palpado bimanual fico das vísceras abdominais estão descritos no
mente. O exame das vísceras abdominais, por Cap. 39.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
VÍSCERAS ABDOMINAIS E PERITONEU 359
PERITONEU
-, Q _peri1ofl�t1_ 3 é l!ITIª.m�mbrana serosª-ot. .füa_. intraperitoneal. Este método é freqüentemente utilizado na
'·
e deslizante que forma a parede _abdominal, anestesia de animais.
onde é conhecida como peritáneuparietcJÍ e se /nervação. O peritoneu_parietal { inervado pelos Q_er�
vos da parede corporal adjacente:.ª parte_ subdJ.�fr�gmá
reflete da p;trede_ para os_ váriQ�_órgãos, cujª§-. tic-a: pelos nervos frênicos: e O restante _pelos ne!:_VOS_ ��!_'a
superfícies ela reveste em ext�nsão variável.. O coabdominal e subcostal e pelos1·ãmos do plex�lombossa
�ritoneu que cobre estes órgãq_s é denominade>_ .. êral. · ·
. perj_to!]eu visceral: Ele forma uma parte inte As fibras nos nervos para o peritoneu são sensitivas e
grante da camada mais externa ou serosa de vasomotoras. A mâior parte ·do i:i'tfriton-êú pariétal é muito
muitos órgãos. O tecido conectivo extraperito sensíveractor.4 o estímulo doloroso para as regiões ante
neal externo ao peritoneu parietal é conduzido, riores e lateral é grosseiramente localizado no ponto esti
7 juntamente com as reflexões do peritoneu, para mulado. Por outro lado. o estímulo doloroso à parte central
--,'
os órgãos e se tornam parte da cama�a serosa. do peritoneu diafragmático é referido no ombro (Cap. 31 ).
O estímulo doloroso à parte periférica do peritoneu dia
Algumas das vísceras abdominais, por fragmútico é percebido no espaço intercostal. As raízes do
; exemplo, os rins, se localizam na_pa[e<:t�-ª9: mesentério contêm fibras dolorosas sensíveis ao estira
domi.nal posterior.e são çob�rtas pelo peritoneu_ mento.
_somenk_nªs. ,�t,-tª� (açe_s. anteriores. Tais 9rgão_s_ O peritoneu visceral. assim como a pleura visceral do
s_ão.denominados retroperitoneais na sua p o_ sj-_ jJericárdio. é insensível.
_ ção. Outros órgãos,_ C_()f!!�-�__!!19-ioi:__p-art�.. .92
jntestino., são quase que completamente _r�v�-� Terminologia. Alguns termos, freqüente
tidos por peritoneu. Encontram-se_J,resos à pa mente arbitrários, são usados em conexões
r.ede_do_corp.o_p_or_um .mesentério. com o peritoneu. Uma reflexão de_peütoneu.
A disposição do peritoneu é tal que se q'J._� ljgª_ º intestino à pared� abdornirtflLé fre:
forma um saco de dupla camada, comparável qüentemente denominada de acordo com a
neste aspecto ao pericárdio e à pleura. A cavi 12.itrte dq_ç_a n_C!_L_c9_ _m __qµ�---�.stá presa. P.Qr
dade peritoneal encontra-se normalmente va exempJq_,_em�bo _ r<:1.� r�fl�xão do jejm:19,e ílio sejª_
zia, exceto quanto à presença de uma fina ca denominada 'fue.sentéri0, ,a...do_,CQ.lrin, trans
mada de líquido que mantém as superfícies verso é denominada_ro_es.o_cóLon..._transYerso.
úmidas. Os órgãos estão colocados tão inti Aigµmas re.tlexões_..dQ_peritone.u .entre órgãos
mamente próximos que a cavidade normal .QU .entre a pa_rede_ ab.d.ominaL e os órgãos são ..
mente apresenta espaço potencial de espessura ..den_om . inadas ligamentos (ligamento gastro
, capilar. A cavidade peritoneal no homem é um hepático, ligamento falciforme) 9u pregas (por
saco completamente fechado. Na mulher, as exemplo, prega retrouterina, prega umbilical
tubas uterinas abrem-se em seu interior. Estas lateral). O termo prega é freqüentemente apli
tubas também se abrem no interior do útero, e, cado a uma reflexão peritoneal com a borda
1 por esta razão, a cavidade peritoneal comunica livre. A mai()r parte dos ligamentos contém
7 se diretamente com o exterior do corpo. O ar vasos sanguíneos, e a maioria das pregas é
injetado na cavidade uterina normalmente oriunda de vasos sanguíneos subjacentes,
entra nas tubas uterinas e alcança a cavidade porém nenhuma delas fornece muita resistên
peritoneal (Cap. 44). Este procedimento é cia. Finalmente, uma lâmina ou reflexão larga
usado como um teste para permeabilidade das
tubas uterinas.
de__peritônio .é denominada �omenfo. otermo
grego para omento é epip/0011, sendo que dele
._s_e_deri.va o adjetiv9 e_pjplóico .
•As..d.uas .maisjmportantes funç.ões ..do perit.Qn.eu.con-
1 J;jst�ro em diminuir o.atrito -�ppouesisN1J�ia.à.ü11�ççq�� Disposicão geral do peritoneu
y f!!a_fur1_ç_ão menos in:iP...Q!:lante_t_o_�-���-�E_a_IEe_ n_t�
_ <:!_e �
·· · ·· especialmente
gordura, · ·· ;-· ···· no------ · ·--··-··
omento maior. O peritoneu
·· ·for- . . ,
nece uma superfície bastante deslizante, perm1tmdo o hvre A contmu1dade
. das v1sceras e da pento-
movimento das vísceras abdominais. o peritoneu exsuda neu panetal em adultos esta demonstrada em
líquido e células em resposta a uma injúria ou infecção e secções horizo�tais e sagitais �as F!g�. 34.2 e
tende a confiná-la ou localizá-la. O omento maior tende a 34 .3, que tambem mostram a d1spos1çao de ai
mover-se para o local da irritação (o mecanismo do movi- guns mesentérios e ligamentos e as subdivisões
mento é obscuro) para se tornar aderente a esta e assim da cavidade peritoneal. As inserções do peri
aumentar a irrigação sanguínea local. Ele pode deste modo toneu estão demonstradas nas fios. 34.4 e 34.5.
ajudar a preve�ir a diss�minaç�o da infecção.
.
A superfície do penton�u � m�i�o grande • pro:avel-
Uma incisão feita através da parede ab-
. . dominai anterior e do. peritoneu parietal pe-.
mente igual a da pele. e um hqu1do mJetado no mtenor da . ,
netra na, �avidade pertt_?neal. � parte
. .
d·a cavt
cavidade peritoneal é absorvido muito rapidamente. AI-
guns anestésicos, tais como soluções de compostos de dade enta? penetra.da e denom11:iada o gra.nde
barbitúricos, podem ser administrados através de injeção saco (cavidade pentoneal propnamente dita),
'i
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
360 ANATOMIA
em contraste com o pequeno saco (bolsa omen A prega superior é o /igamentojú/c(fórme, que
tal) que é um recesso complicado, cuja comu co"ntem na sua borda livre o ligamento redondo
nicação com o grande saco se processa através dÕ fígado (a veia- umbilical obliterada). Ele·
do forame epiplóico. A disposição do perito também contêm uma parte do denominado
neu, os limites do grande e pequeno sacos e as corpo gorduroso abdominal anterior. 5 As Qre-
inserções e conteúdo dos mesentérios, liga __gas inferiores são: (ll!?.r(gfUJ!JJjJiU�:cUmedic11w.
mentos, pregas e omentos são mais bem apren (contêm o úraco), que se estende da bexiga até
didos através de um estudo repetitivo e por o umbigo; (2) as dtJa� pre_g11J !_ll!1b.fliçais me- .
exploração com os dedos. çfjais ,. cada uma delas contendo uma artéria
Grande saco (cavidade peritoneal). Ela_se. umbilical obliterada que se estende da face la
estende desde o_ diafragma_até o_ assoalho pel teral da bexiga ao umbigo, e; (3) as duas pregas
vinQi iillª-P-ªI-�9-� anterior �Q_n.1�fl}_g!:!ª!!:9_P��g�s t(mbi/icais laterais, (pregas das ariérías epigás-·
que convergem no umbigo, e duas dispostas tricas), que se estendem desde o ânulo inguinal
mais lateralmente. Das seis pregas, uma delas profundo, a cada lado, até a linha arqueada
se coloca acima do umbigo; as outras, abaho. (Fig. 33.7, Cap. 33).
Mesocólon
transverso
-..----;.-Cólon
descendente
Cólon
ascendente
Raiz do mesentério
°
Fig.· 34.4 A inserção dd peritoneu à parede abdominal posterior, observada anteriormente. R, localização do espaço subfrê
nico direito; L, espaço subfrênico esquerdo; LH loja hepatorrenal ou espaço sub-hepático direito. O local do forame epiplóico
pode-ser identificado entre a veia cava inferior e a porção cortada do omento menor. Observe o recesso superior (X), da bolsa
omental.e os ramos do tronco celíaco. Uma imagem em espelho está demonstrada na Fig. 34.5. Baseado em O'Rahilly. 7 -
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
Lobo caudado
Veia cava inferior
Estômago
Área nua do fígado
Ligamento gastrolienal
Vesícula
biliar
Cólon
Omento
maior
Cólon
sigmóide
Cécum
Mesocólon sigmóide
".;;-�
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
VISCERAS ABDOMINAIS E PERITONEU 363
Pequeno saco (ou bolsa omental). A bolsa Veia cava inferior
omental é um espaço grande, irregular, que se
localiza principalmente atrás do estômago e o
do omento menor (Figs. 34.2 e 34.3). Sua pa
rede anterior é formada pelo peritoneu, que
(1) forma a camada posterior do omento me ,. Ligamento gastrolienal
nor, (2) cobre a superfície posterior do estô
'
� Recesso
mago e 1 ou 2 cm da primeira parte do duo lienal
deno e (3) forma a camada posterior das duas
camadas anteriores do omento maior. A pa """''� Ligamento
lieno-renal
Prega iliocecal
Recesso
duodenal
superior Mesentério
Recesso
paraduodenal
Recesso
duodenal ilio
inferior
Prega
iliopélvica
A B Apêndice
Fig. 34.8 Diagramas de algumas das pregas, fossas e recessos em torno (A) do duodeno e (B) do cécum. Baseado em uma
dissecção.
.. -;.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
364 ANATOMIA
tenha pensado q·ue uma parte do intestino pudesse se hepatorrenal, também conhecido como espaço sub
transformar numa destas fossas ou recessos (hérnia hepático, está delineado por uma reflexão peritoneal, o
intra-abdominal ou retroperitoneal), elas são amiúde tão ligamento hepatorrenal, entre o rim direito e a superfície -
rasas- que as hérnias para o seu interior são infreqüentes, visceral do fígado. 12
a menos que haja mal desenvolvimento do peritoneu ou
das vísceras.9 Desenvolvimento do canal alimentar e peritoneu
A mais comum destas estruturas menores e freqüen
temente sem importância ocorre em associação com o Cedo, no período embrionário, o endoderma intra
duodeno, o cécum e o cólon sigmóide. Nove tipos dife embrionário, com o seu mesoderma associado, consiste
rentes de fossa e diversas pregas têm sido descritos com de três partes: intestino anterior, intestino posterior e,
relação ao duodeno. 10 Duas pequenas pregas, as pregas entre eles, o intestino médio, que se comunica ventral
duodenais superior e inferior, encontram-se amiúde pre mente com o saco vitelino definitivo. A Fig. 34.9 ilustra
sentes e se estendem para a esquerda, a partir da terceira algumas características do desenvolvimento subse
parte do duodeno. A prega superior está formada pela qüente, as quais ajudam na explicação da disposição do
veia mesentérica inferior e pelo ramo ascendente da arté adulto.
ria cólica esquerda. O recesso duodenal superior situ�-se O estômago está preso à parede abdominal posterior
atrás da prega superior, e o recesso duodenal inferior por uma porção do mesentério dorsal comum conhecida
atrás da inrerior. A veia mesentérica inferior e um ramo como mesogástrio dorsal e, à parede abdominal anterior,
da artéria cólica esquerda podem formar uma prega pa- pelo mesogástrio 1·entral. O fígado e pâncreas
. raduodenal, atrás da qual fica o recesso paraduodenal desenvolvem-se na junção do intestino anterior com o
(uma extensão do recesso duodenal superior). O recesso médio. ® fígado cresce no interior do mesogástrio ven
retroduodenal encontra-se ocasionalmente atrás da tral. O pâncreas desenvolve-se a partir de um brota
quarta porção do duodeno. É raro o recesso mesentérico mento ventral, no mesogástrio ventral, juntamente com o
parietal localizar-se abaixo da terceira porção do duo fígado, e um brotamento dorsal que cresce no interior do
deno. A prega anterior a este contém a artéria mesenté- mesogástrio dorsal juntamente com o baço. A parte do
rica superior. duodeno cefálico à entrada do dueto biliar encontra-se
Três recessos podem ocorrer próximo ao ceco. O presa à parede abdominal anterior através do mesogás
recesso iliocecal superior está formado pela prega vascu trio ventral.
lar do cécum, que contém os vasos cecais anteriores, e O intestino médio apresenta um alongamento rápido
estende-se do mesentério à junção iliocecal. O recesso durante o desenvolvimento e forma a parte caudal do
ilioceca/ inferior está formado pela prega iliocecal, que duodeno (distal à entrada do dueto biliar), o jejuno e o
se estende da parte terminal do ílio à base do apêndice. ílio e o intestino grosso até o terço esquerdo do cólon
O recesso retrocecal localiza-se atrás do cécum e pode transverso. O restante do intestino grosso e a porção
atingir, posteriormente, o cólon ascendente. As pregas proximal do canal anal são derivados do intestino poste
cecais podem conectar o cécum à parede abdominal, a rior. O cécum e o apêndice desenvolvem-se como proje
cada lado do recesso. ções a partir da primeira porção do intestino grosso. O
O recesso intersigmóide, o recesso do mesocólon intestino grosso, inicialmente, fecha-se como um ponto
pelvino, está presente em fetos e na maioria das crianças, cego; porém, durante o terceiro mês de vida intra
porém pode não ser encontrado no adulto. Localiza-se uterina, a membrana anal entre o intestino posterior en
atrás do ápice do mesocólon, anteriormente ao ureter es dodérmico e a fenda anal ectodérmica (protacdeumJ de
querdo, na bifurcação da artéria ílica comum esquerda. saparece.
Espaços subfrênicos (subd:afragmático) e sub Durante o curso do desenvolvimento, o baço cresce
hepáiico.11 Esses espaços são de importância clínica, par para a esquerda de tal maneira que são formados os li
ticularmente em infecções, nos quais podem ocorrer abs gamentos gastrolienais e lieno-renais (Fig. 34.90). A
cessos em um dos dois. Os espaços mais importantes parte do mesogástrio ventral entre o estômago e o fígado
nesse aspecto estão localizados no lado direito. torna-se o omento menor, enquanto que, entre o fígado e
O Quadro 34.1 relaciona os espaços clinicamente a parede abdominal anterior, torna-se o ligamento falci
importantes e os seus limites. Os dois espaços subfrêni forme, cuja borda livre contém o ligamento redondo (veia
cos estão separados pelo ligamento falciforme. O recesso umbilical obliterada).
ANTERIOR
Mesogástrico dorsal
Parede corporal
Mesogástrico
dorsal
Cavidade
peritoneal
POSTERIOR
Peritoneu
A
B e
j_
.,Ligamento falciforme---:fii5':""7'i
Figado--e,�+.
Omento menor-..:::,;;::-.......;"""'.&t.--
1-li����t----P Estômago-.;;.----;,;--
6:;.;,.;,.,,,.---Pâncreas ou--'êr:--=:-i!Sl;I,
baço
Estômago
E
Ligamento gastrolienal....;;;;;--.,.,-,'
Mesocólon Baço
Ligamento lieno-renal
D
Linha de fusão
G
Bolsa omental
Fig. 34.9 Os princípios do canal alimentar baseados em desenvolvimento. B e E são secções no plano mediano. As setas
indicam os níveis e secções mostrados em A, C, D e F. D, todavia, representa um estádio um tanto mais avançado que o nível
nela indicado. A alteração na posição do estômago e baço está demonstrada em G. A camada esquerda (agora posterior) do
mesogástrio dorsal fundir-se-á com o peritoneu na parede corporal posterior. As duas camadas peritoneais fundidas desapa
recem, deixando um curto ligamento lieno-renal.
A parte do mesogástrio dorsal entre o estômago e como o divertículo do ílio ( diFerticu/11111 ilei). Durante o
pâncreas e o baço cresce de tal maneira que se forma o desenvolvimento. o mesentério se alonga e o intestino
omento maior. Este, posteriormente, se prende ao cólon médio forma uma alça que. precocemente, no segundo
transverso; suas duas camadas posteriores fundem-se mês, se hernia através do umbigo e para o interior do
com o mesocólon transverso do embrião e formam o funículo umbilical. O intestino herniado retorna ao ab
mesocólon transverso do adulto. Como resultado desta dome durante o terceiro mês. Durante esta retirada. ele
fusão, o pâncreas e o duodeno tornam-se retroperito desenvolve uma rotação que resulta no estabelecimento
neais. de distribuição e relações características do intestino no
· Rotação do intestino (Fig. 34. 10). A ampla comunica adulto. Um desenvolvimento inicial defeituoso pode re
ção entre o intestino médio e o saco vitelino definitivo sultar numa retenção de uma alça do intestino médio no
torna-se reduzida, ao término do primeiro mês de vida funículo umbilical. A interferência com estádios poste
intra-uterina, a uma estreita passagem (dueto vitelointes riores pode resultar numa não-rotação, má rotação ou
tinal) que se torna obliterada. Ocasionalmente, uma por numa hérnia interna. Se o cécum não descende, ele per
ção do dueto pode persistir por um período pós-natal manece em sua posição sub-hepática original.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
366 ANATOMIA
Borda cortada do
omento menor
Veia cava inferior
Omento ----'c="'cH-_,,_,......,
maior
A B
Fig. 34.10 Representação esquemática das inserções mesentéricas e da rotação do intestino. A, período fetal inicial. Observe
que o cruzamento do cólon é ventral ao duodeno. O intestino delgado, sendo reduzido, pode entrar na cavidade abdominal
através do ânulo umbilical. B, e geralmente mais tarde, no período fetal, o intestino está completamente reduzido. O eixo de
rotação do intestino é a artéria mesentérica superior. C, a fixação dos mesentérios no adulto. Observe que cada segunda
parte do canal gastrintestinal apresenta um mesentério.
35 ESOFAGO,
A
ESTOMAGO
A
- ' E INTESTINOS
7
O esôfago, estômago e intestinos consti Estes capilares, por sua vez, drenam em
i tuem o canal alimentar e são derivados do in veias que formam as veias hepáticas.
l testino anterior, médio e posterior. A porção A submucosa dá a resistência ao canal
--....
1 ··do intestino anterior abaixo do diafragiba está alimentar. A princi�Lfu_I?Sªº ci '1_ c_a mada
vascularizada pelo tronco celíaco. O intestino ID!!�_cµ1'1r é mov�r o conteúdo. A camada
médio está vascularizado pela artéria mesen muscular pode, às vezes, confinar os conteú
térica superior, e o posterior pela mesentérica dos a uma região do canal. A maior parte do
inferior. A entrada do dueto biliar no duo ca�al alimentar apresenta uma camada serosa
deno marca a-}Ünção do intestino anterior- e mais externa, que é escorregadia e permite
- médio.
or A junção do 1ntesÜno medio e poste mobilidade. Algumas partes do canal, toda
ri õcorre na parte esquerda do cólon trans via, apresentam uma camada fibrosa externa
i verso. que tende a fixar o órgão à parede abdominal
O esôfago ou "goela" é um tubo que e, por esta razão, tende também a limitar a
conduz a comida, enquanto que o estômago, mobilidade; outras partes apresentam uma
intestinos e glândulas associadas estão rela camada serosa em uma face do órgão, e uma
cionados com a digestão da comida e a excre camada fibrosa em outra parte.
ção do material não digerido. O canal alimentar está caracterizado por
'· Os produtos da digestão passam através um mecanismo esfinctérico a cada área jun
do epitélio da mucosa gástrica e intestinal cional, por exemplo, faringoesofá__gico, gas
para os capilares sangüíneos e linfáticos. Os troesofágico, pilórico e ilocólico. E provável
7
capilares do canal gastrintestinal drenam para que a principal função dos esfíncteres, que
-�
as veias que vão formar ;:t veia porta. A veia estão sob controle neural e hormonal, seja
7 porta, então, desdobra-se em um grupo se evitar a regurgitação de conteúdos do lúmen
cundário de capilares (sinusóides) no fígado. de uma porção do canal para outra.
·'
'
,
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
368 ANATOMIA
ter parece estar sob controle hormonal.2 O anastomoses do sistema porta (Cap. 38), têm lugar atra
mecanismo de fechamento entre o esôfago e vés de plexos venosos na lâmina própria, na submucosa
estômago inclui pregas mucosas que se reú e na superfície externa da região juncional. 4
nem quando o esfíncter se contrai. 3 A junção gastroesofágica é inervada pelos nervos
esplãncnfcoÇ(dcqJlexo· celíaco através do plexo gástrico.
Um ponto de referência adicional da jun esquerdo e outros plexos adjacentes) e pelos troncos va
ção gastroesofágica é fornecido pelas fibras gais.; As fibras autônomas estão distribuídas principal
em "alça" do estômago. Estas fibras muscu mente aos músculos lisos. Algumas fibras sensitivas
lares formam um gancho em torno do lado também se encontram presentes e talvez estejam relacio
esquerdo da junção e descem em direção à nadas com a dor. A estimulação dolorosa da parte infe
curvatura menor do estômago. Elas podem rior do esôfago (por exemplo, por refluxos de conteúdos
ser reconhecidas., como uma incisura em seres de ácido gástrico) pode determinar uma dor ("em quei
vivos durante o exame radiológico com bário. mação") que é percebida profundamente sob o esterno e
no epigástrio. Dores similares podem originar-se no es
tômago.
Inervação e irrigação. A irrigação do esôfago está Hérnia (hiatal) esofágica. Este termo é aplicado para
descrita no Cap. 28. As anastomoses entre as vêias eso vários tipos de hérnias diafragmáticas através das abertu
fágicas e a veia gástrica esquerda. que são importantes · ras esofágicas no diafragma (Cap. 27).
ESTÔMAGO
O estômago (do grego gaster, ventre; o rico. Uma destacada veia, a veia pré-pilórica,
adjetivo gástrico é do latim gastricus) apre-_ encontra-se amiúde presente anteriormente à
�s�nta uma llilrte _ç_�J_ç!j_ç_ª·'-llmfµ_n_cl.9., um corpo junção piloro duodenal, sendo que a transição
_ e uma pa_rte pjl_óric;;:1, (Fig. 35 .1 A); duas curva da parte pilórica muscular espessa para uma
turas, a maior e a menor; duas paredes, a an parede fina duodenal é em geral bastante
terior e a ·posterior; e duas aberturas, a cár abrupta. O esfíncter pilórico pode estar con
dica e a pilórica. genitamente espessado, uma condição conhe
A�ª_yidade do esôfago junta-se com a do cida como estenose pilórica hipertrófica con
�stômago -M-abêrtürà ca,:dica. na ]un-ção ·êlas gênita, e requer intervenção cirúrgica muito
curvaturas menor e ni"áfor.- À porção imedia precocemente, na infância.7
tamente adjacente à do estômago é a parte As curvaturas maior e menor se esten
cárdica. Ela se disting_ue_somente pelªs�fâ:n� dem do cárdia à abertura pilórica. A curva
_dulas_c_árdicas _na sua ..mucosa. Não há linha tura maior fica à esquerda, tende a ser con
externa de demarcação entre a parte cárdica e vexa e é muito mais longa. A curvatura
o fundo ou o corpo. menor fica à direita, é mais curta e tende a
O fundo é a parte do estômago acima do ser côncava. A curvatura __menor _freqµente
nível de entrada do esôfago. Ele freqüente me�t� exibe UII_li1 incisurj'l_ ,__ª it1fisurq __ g_[lgu__l_ar
mente contém ar deglutido (em média, cerca no seu ponto mais baixo. A incisura é quase
de 50 mi), sendo por esta razão visível em ra sempre evidenciada em radiografias com o es
diografias simples desta região. A mucosa do. tômago cheio de bário e tiradas na posição
_fuoçlQ tem uma estrutura similar à do corpo, ereta. O estômago apresenta paredes ante-
.Ambas c:ont�m glândulas gástricas_ propria
.meQ!e dit�s. O corpo do estômago é a porção Fundo
entre o fundo e a parte pilórica. Não há linha
externa de demarcação entre o corpo e o Glândulas cárdicas
fundo, superiormente, ou entre o corpo e a Glândulas
gástricas
parte pilórica, inferiormente. A linha de de propriamente ditas-t----
marcação entre o corpo da parte pilórica pode
ser localizada corretamente apenas por méto
dos especiais em que se distinguem as suas
mucosas.(; A localização aproximada da linha
é mostrada na Fig. 35. l.
Âfl_arte pilórica___do estôm_ªg9__ç _Cl_p_orção _ Canal Antro maior Glândulas pilóricas
_revesJida _p.eJa_myç_o_sa _qu_e _c:o_ntém_ glânqulas lpilórico pilórico I
1
_pjlóricas. LJJlrte __ proximal _é_denoplinada Parte
pilórica A B
antro l2il<k(çQ.� a parte distal,_canal pilórico.
A abertura pilôrica (também denom-inada pi Fig. 35.1 A, as partes do estômago, numa visão anterior.
/oro), entre a primeira parte do duodeno e o A descrição do estômago está baseada em radiografias. B,
estômago, é circundada pelo e�fíncter pi/ô- a localização das glândulas.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINOS 369
rior e posterior, porém as direções para as pâncreas, uma parte do rim esquerdo e o me
quais elas estão dispostas variam de acordo · socólon transverso. A superfície posterior
com a posição e grau de enchimento do estô- está coberta por peritoneu, exceto por uma
mago. pequena área "nua" próximo à abertura cár-
0 estômago é um órgão bastante disten- dica, onde o estômago se encontra em con
sível, apresentando uma capacidade de I a 2 tato direto com o pilar .esquerdo do dia
litros ou mais, e não apresenta forma estável. fragma. Exceto na área "nua", a superfície
Quando vazio, assemelha-se comumente à posterior do estômago está separada pela
letra J. O estômago pode, todavia, ser cilín- bolsa omental das estruturas mencionadas. O
drico ou grosseiramente crescente, e a sua baço também se relaciona com o estômago,
forma é .com facilidade variada por alterações freqüentemente na parte superior da curva
na postura (Fig. 35.2). tura maior ou na parte adjacente de qualquer
Relações. O estômago é um órgão _móvel, das duas superfícies (freqüentemente a poste
facilmente deslocável, e não apresenta uma rior).
posição fixâ.. Qtiando o indivíduo est� em-ae.=--· As relações fornecidas podem não se
'cúbito e o estômago se encontra vazio, são as aplicar em outras posições ou condições fisio
seguintes as relações mais comuns e impor- lógicas do estômago. Os seguintes pontos ge
tantes: anteriormente, o diafragma, o fígado e rais aplicam-se na maior parte de condições.
a parede abdominal anterior e, às vezes, o l' ., O óstio cárdico é a parte mais fixa do es-
cólon transverso. Toda a superfície anterior �ômago. Ele pode estar marcado na superfície
está coberta com peritoneu, e uma parte da na altura da borda costal esquerda, cerca de
cavidade peritoneal interpõe-se entre o estô- meio caminho entre a articulação xifesternal e
mago e as estruturas mencionadas. Poste- o plano transpilórico, uns poucos centímetros
riormente, de cima para baixo, estão o dia- para a esquerda do plano mediano. O fundo
fragma, a glândula supra-renal esquerda, o junta-se na curvatura da cúpula diafragmática
esquerda, e se move com ela. O ar, no fundo,
determina uma nota timpânica à percussão. A
parte pilórica é bastante móvel. Na posição de
decúbito, com o estômago vazio, ela está pró
xima do plano transpilórico ou praticamente
nele, uns poucos centímetros para a esquerda
do plano mediano. Na posição ereta, ou com o
estômago cheio, ela pode estar em qualquer
ponto entre o plano transpilórico e supracris
tal, ou em qualquer lado do plano mediano. A
curvatura maior se aprofunda ainda mais infe
riormente, com o estômago podendo penetrar
VAZIO, EM POSIÇÃO
MODERADAMENTE CHEIO, na pelve.
ERETA
ÊM POSIÇÃO ERETA Relações peritoneais. A_ arte do Qm�ntQ . __
menor entre o fígado_e__ o_ estôma_go _é conhe
_cida como ligamento gastrq-hepéfliç_q. As
duas camadas do omento menor se separam
na curvatura menor do estômago, cobrem as
superfícies anterior e posterior, com exceção
-l
da área "nua", como foi observado acima, e
se encontram na curvatura maior. As duas
.....
1
camadas continuam-se para a esquerda,
CHEIO, EM DECÚBITO
LATERAL ESQUERDO
desde a parte superior da curvatura maior,
como ligamentos gastrofrênicos e gastrolie
nal, e continuam em direção inferior, a partir
da parte inferior da curvatura maior, como as
CHEIO, EM POSIÇÃO duas camadas anteriores do omento maior
SUPINA (Fig. 34.6B). A cobertura peritoneal da super
fície anterior do estômago continua-se em di
reção superior, por uma distância curta,
CHEIO, EM DECÚBITO sobre a face anterior do esôfago.
LATERAL DIREITO A maior parte sobre o conhecimento da
Fig. 35.2 Desenho do contorno da fonna do estômago sob
forma, posição e movimentos do estômago do
condições diferentes, observado em uma visão anterior. Ba ser vivo tem sido obtida de estudos radiológi
seado em Barclay. cos, freqüentemente após a ingestão de bário
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
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Fig. 35.3 Estômago e intestit10 delgado. A, estômago após a it1gestão de bário; posição prona. Note o bulbo duodenal, a característica peniforme do bário no
intestino delgado, a 12. ª costela, no lado direito do corpo, e a parte pilórica do estômago ao nível da quarta VL. 8, intestino delgado 25 minutos após a ingestão
de bário. Observe o bulbo duodenal, a característica peniforme do bário no jejuno e o ílio na parte inferior da fotografia.
L
1
L
.L..
.L
J.
J_
J__
..l
...l
J_
.l
.J.
' Fig. 35.4 Estômago. A, o estômago após a ingestão de bário; posição ereta. Parte do bári_o passou através dos duetos colédoco e
cístico e é observada na parte inferior da vesícula biliar. (Atente para o nível líquido, tanto no estômago quanto na vesícula biliar).
...J..
A parle inferior do estômago desta m"{,llher estende-se consideravelmente abaixo do plano supracristal, e o fundo da vesícula biliar
está ao nível da quarta VL. A sombra no canto superior esquerdo é produzida pelo seio direito. B, estômago após a ingestão de
bário. Observe a posição horiwntal do estômago (estômago "em chifre de novilha"). O bulbo duodenal e as porções do jejuno são
· visíveis. C, o estômago revestido por bário. Observe as pregas da mucosa do estômago e a característica penijorme do intestino
delgado. A, corlesia de A. J. Chilko, MD., Nova York.
,.l
J.
j
,-.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
372 ANATOMIA
(Figs. 35.3 e 35.4). Detalhes posteriores da Os movimentos peristálticos são responsáveis pelo
anatomia radiológica são fornecidos no Cap. _esvaziamento do conteúdo gástrico para o duodeno.
39. Estes movimentos são ondas contráteis anulares que têm
início na altura da parte média do estômago e se deslo
Estrutura e função. O estômago apresenta uma mu cam lenta, porém maciamente, em direção ao piloro.
·e
cosa que contém &_lândulas pilóricas, gástricas cá�<iit��� Ocorrem cerca de três ondas por minuto, cada uma delas
A sua forte camada muscular está disposta principal com aproximadamente 20 segundos de duração. Os mo
mente numa camada circular, _interna, e numa longitudi vimentos peristálticos são raramente vigorosos, a menos
nal, externa. A mucosa do estômago vaziÔ-pocleapresen-- - que esteja present.e uma obstrução. O esfíncter pilórico é
tar pregas denominadas rugas ou pregas gástricas. Estas uma parte integral deste mecanismo. Ele se contrai,
pregas, que não são permanentes, apresentam um centro quando uma onda peristáltica o atinge, e se relaxa du
submucoso. A mucosa do estômago de um ser vivo pode rante os intervalos. Assim, como o esfíncter esofágico
ser examinada por meio de instrumentos tubulares, com inferior, ele está sob controle neural e hormonal. Sua
iluminação elétrica, que passam em direção inferior atra principal função parece s�r evitar o refluxo de materi;l
vés do esôfago. Este método é denominado gastroscopia. _ do duodeno para o estômago. Pouca ou �enhuma ativi
A digestão enzimática é a principal função �o estô- dade peristáltica ocorre no fundo e no corpo. O estô
...Jl1ªgQ_, _A entrada de comida não apresenta uma via defi mago, portanto, não atua como um moinho, exceto, tal
nida, exceto que os líquidos tendem a pegar o caminho vez, em uma ligeira extensão no canal pilórico, onde-,o
mais próximo de acordo com a gravidade, isto é, ao quimo tende a mover-se para trás e para a frente, antes
longo da curvatura menor (canal gástrico). A metade su de se esvaziar no duodeno.
perior do estômago é menor que um saco receptor que se irrigação sanguínea (Fig. 35.5). 8 As artérias que irri:__
relaxa enquanto se enche de comida. _ _ gq111 o �stôr11_::_i_go têm origem, direta ou indiretamente, do
Apesar da secreção de ácido gástrico, os alimentos _tronco cel_íaco (Cap. 38). Ãs_ii..tiri.as_ são ��gástrica direit�
sólidos ou semi-sólidos permanecem neste estado, no es .�...$.S uer9cl.L�.J��s_tric� epiplóica direita e esquerda, as
tômago, por um período longo de tempo, às vezes por ,gªst�icas curtas e, freqüentemente, a frênica inferior es
algumas horas ou mais. O suco gástrico converte o ali _guerda. As artérias gástricas direita e esquerda atingem a
mento, na superfície da massa alimentar, em uma mistura __Cllí.Y..atfila_meD9LdQ_e_s1ÔÍnâgo_, enquanto31ue _as _artérias
líquida e macia denominada quimo. Uma vez o quimo _gás1I:ic:_as curtas e os ramos das artérias gastroepiplóicas
· -tol--ma-do, ele é_, �ntão, esvãziaé!O--rapidamente pará 'o �- .12a,.s_sa_ m pela curvatura maior. Há comumente cinco ou
duodeno, isto é, há algum mecanismo através do qual os seis artérias gástricas curtas. Elas se originam de uma
líquidos são evacuados do estômago e os sólidos são re divisão da artéria lienal, a partir do principal tronco da
tidos. lienal ou de um ramo lü;nal acessório.
Fig. 35.5 Diagramas da irrigação do estômago. (A), duo do duodeno foram retirados em B. A irrigação pancreática
deno; (B), pâncreas e baço. O estômago e a primeira parte está baseada em Woodburne e Olsen.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINOS 373
Por veias e dueto torácico
J_
J-.
'
--'-
!
PELVE
..
Fig. 35.6 Diagrama da drenagem linfática do estômago, pâncreas e baço. Cada ponto representa um ou mais linfonódios. As
setas brancas indicam as três principais direções de disseminação.
As anastomoses das artérias que irrigam o estômago pelve, por vasos linfáticos retroperitoneais: (3) para
com aquelas que irrigam os órgãos abdominais externos qualquer outra parte do corpo, tanto diretamente, por
fornecem uma via de circulação colateral. 9 No interior ·veias, quanto indiretãmente, através-êfo · êlUcio torácico.
das paredes do estômago, as anastomoses entre as arté Õ-ducto torácico pode-ser compostÕdevário-sir"õncos no
rias gástricas e esofágicas ocorrem constantemente, pescoço, e um ou mais destes troncos podem entrar no
porém as anastomoses entre as artérias gástricas e duo linfonódio cervical. Há exemplos nos quais o câncer de
denais são escassas, pelo menos nas paredes da junção estômago apresenta a metástase para um linfonódio
piloroduodenal ("linha sem sangue"). acima da clavícula esquerda.
As veias dQ �st.Qmago acompanham as artérias mas. Inervação (Fig. 35.7). O estômago está inervado pelo
não terminam num tronco único antes de entrar na veia plexo celíaco através de plexos ao longo das arténas ·do
pÕ�� E!i�-;�-_és�azi;m iãnt�- i:i? - ve1ã"·i,_orta �<:>121.� _em. est:QmagQ, por J1hrãs simpáticas no nervo frênico és
· uma de suas tributárias, de uma maneira extremamente _querdo e p_or. raIT)g_�_ gástricos do trons'_q_v�gl!) ( Cap. 38). 11
variável. A veia pré-plÍórica, que indica a junção entre o _ Simpáticas pré-ganglionares alcançam o
_As fibras
piloro e o duodeno, reúne-se com a veia gástrica direita. _gânglio_ celíaco, ou qualquer" outro, ãtravés dÕs-iiêrvos
As anastomoses entre a veia gástrica esquerda e as veias ��PlªQcnicos. As fibras pós-gangÚonâres· s·ãÕ, assim,- dis
esofágicas são importantes anastomoses do sistema porta tribuídas aos vasos sanguíneos e à musculatura gástrica.
(Cap. 38). As fibras· para�simpáticas pré-ganglionares originam-se
Drenagem linfática. 10 Os plexos linfáticos que dre na medula obloriga, descem no nervo vago e alcançam o
nam o estômago comunicam-se com plexos similares do estômago através dos ramos gástricos diretos dos troncos
esôfago e duodeno e esvaziam-se em vasos linfáticos que vagais ou, indiretamente, através do plexo celíaco.
' drenam, finalmente, para o dueto torácico. Os linfonó As fibras sensitivas dos nervos do estômago são de
-1
dios regionais localizam-se ao longo das artérias adjacen tipç,s variáveis. As mais importantes encontram-se rela
tes e são denominados de acordo com elas. Todavia, cionadas com reflexos, tais como reflexos de ativação de
nomes adicionais e alternativos são freqüentemente usa secreção gástrica. Estas fibras sensitivas ascendem no
J dos (Fig. 35.6), .A.dr_enagem_��_!!guJnea e_li_nfática do es- vago. Se as fibras dolorosas estão presentes, esta é uma
_j _tôm,agQ_�_taJ que 4m_ câocer p9c!e focihne11te___s_e c!ifundir: questão em aberto. A sensação de fome, diz-se estar as
(1) para o fígado, através da·veia porta ou por uma_reves: sociada com contrações gástricas, porém esta associação
�I '>ão do fluxo_ dos vasos linfáticos do figado; (2) pa�a � não está clara.
�i
INTESTINOS
INTESTINO DELGADO
_o
tério; e de duas porções longas e enroladas, o
Ie}ünõ_e ílio, qu_é_ estao-pre·sas-à i,aréde ab�
A principal parte da digestão ocorre no in · dominai posterior através do mesentério. A
testino delgado, que se estende do-piloro até a ·palavra grega enteron significa intestino· e é
junção iliocólica, onde se reúne com o intestino usada para se referir ao intestino (enterite é a
grosso. Ojntestino delgado consiste do duo- inflamação do intestino) e de suas inserções
_denQ,_ que é uniâ. í,Jirç_ão--cllrta--e·-cui-v-ãgue, peritoneais (mesentério). O intestino delgado
ern sue! maior pa.rJe__, nffi..q_ m�re.§.í;_ntª um m�§_en_- é um órgão indispensável. A comida é com-
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
374 ANATOMIA
dades circulares, que determinam um aspecto
peniforme ao contorno do conteúdo de bário
(Fig. 35.4). Todavia, o bulbo duodenal é rela
tivamente liso (Cap. 39).
-- , ....
/
�,,,,. --
-- Estrutura e atividade musculares (Fig. 35.8) ..A super
fície da mucosa é bastante aumentada pelas miríades de
I 0ÍÜsidades microscópicas e por pregas circulares. As
I
I pregas circulares são pregas-permanentes da.mucosa e da
I submucosa, que estão presentes através de todo o intes
I
I tino delgado, exceto pelos primeiros poucos centímetros
1 iniciais do duodeno. Os folículos linfáticos ocorrem atra
1
'
1 vés de todo o intestino delgado, e grandes aglomerados
de tecidos linfáticos, denominados folículos linfáticos
Nervo vago
agregados, ocorrem no ílio, principalmente na sua parte
·>--...
/.
inferior. O _revestimento muscular é dispJ)sto .en1_ um�
. camada circular, interna, e outra longitudinal, externa.
I
/ _o__quimo. que_entra no duo_den.o_ d.esJoc.a-se imedia-
I 1a_mente para o jejuno. ,Relativamente, pouca peristalse
,
I
I ocorre no duodeno, exceto se este estiver muito cheio. A
1
primeira parte do duodeno é bastante quieta, porém o
1
1
restante mostra uma atividade rápida, irregular, que su
gere uma ação de moer e agjtar, produzida por contração
da camada muscular da mucosa.
A peristalse ocorre no jejuno e ílio, porém n�o é p_o-.
tente, exceto. em_ caso de_ obstrução. Ela é freqüente
mente local, isto é, restrita a uma alça, e pode ser bem
menos importante que os movimentos musculares da
mucosa na propulsão e no revolver do conteúdo intesti
nal. Os movimentos intestinais são difíceis de estudar e
analisar, no homem, e aqueles observados em cirurgias
não são necessariamente normais: os achados em ani
mais experimentais não são necessariamente aplicáveis
ao homem.
A parte terminal do ílio é inerte comparada com o
resto do intestino delgado. 13 A entrada de comida no es
tômago tende a determinar o esvaziamento do ílio para o
cécum (reflexo gastrileai). 14 Um mecanismo esfinctérico
na junção iliocecal., assim como outros esfíncteres gas
trintestinais, estão·. sob controle neural e hormonal. O
canal alimentar é ativo durante o nascimento. O estô
mago de uma criança amiúde contém relativamente mais
Fig. 35.7 Componentes funcionais da inervação do estô ar deglutido do que o de um adulto, e ela deve, por esta
mago. Com o propósito de simplificar, cada componente está razão, ser forçaqa a eructar. O estômago de uma criança
mostrado como uma única fibra. As 'fibras autônomas são também leva mais tempo para se esvaziar do que o de um
demonstradas como linhas contínuas e, as sensitivas, como adulto.
linhas interrompidas.
Duodeno
pletamente digerida no seu interior, cujo r�--. _Q__ duodeno, que é deri.vi:id.Q_�dpjnJ��JiJ:io
Y�_§_tim@.to �--a..�-��9º.P.ªE�- ��sorç_�o_;_ �pre-. ant erior e médio, é assim chamado porque se
. senta µm� gran.cJ_e A�a <:!e �!:!_perfíci� p_a.t�-�b estima que ele apresenta 12 dedos de com
sorção e um grande supriment� sangui.f!�º-· primento. �ua Jormª .J�vªris\yel,__p...9r_�_JI1_ ç9-.
O intestino delgado retirado numa autóp _mumente se assem�Jha _q _um e_, t;m cuja con
sia é de cerca de 7 m de comprimento, porém cavidade alberga a cabeça do pâncreas.
varia entre 5 e 8 m. 12 (O comprimento do in _,A.presenta uma parte superior (primeira), des
testino delgado e grosso em conjunto, após a _cendente (segund<!l, h Q_ riZQ!ll�l Ql,l jnferior
morte, é de 9 metros.) O comprimento do in (terceira) e ascendente (quarta). O duodeno
testino delgado está correlacionado com a es estende-se do piloro à flexura duodenojeju
tatura e, por esta razão, é ligeiramente menor nal, apresentando 25 a 30 cm de compri
(em cerca de 1 metro) nas mulheres. mento.
· O intestino delgado apresenta um as 1. A primeira parte do duodeno, que re
pecto radiográfico característico após a inges cebe o quimo ácido do estômago, dirige-se
tão de bário, devido as suas pregas e vilosi- para a direita e para trás, da região anterior
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINOS 375
.Dueto
Fig. 35.8 Diagramas esquemáticos das camadas do intestino delgado e intestino grosso. O diagrama do intestino delgado
apresenta glândulas submucosas e a abertura de um dueto (colédoco ou pancreático), embora apareçam somente no duodeno. As
células ganglionares da submucosa e do plexo mioentérico estão espalhadas, ao invés de se apresentarem em grupo como aqui
demonstradas.
da coluna vertebral para o lado direito da co culares ou ovancos direitos e os vasos me
luna vertebral e veia cava inferior. O início da sentéricos :inferiores. Ela está cruzada ante
: primeira parte do duodeno é denominada parte riorment.e pelos vasos mesentéricos superio
livre, 15 porque ela não está presa à parede ab res e pela raiz .do mesentério.
dominal posterior. É muito móvel e segue todos 4. A quarta parte ascende do lado es
. os desvios de posição da parte pilórica do es- querdo da aorta e, então volta-se anterior
. tômago. A parte livre é denominada bulbo mente como flexura duodenojejunal. O nível
duodenal em radiologia e não apresenta pregas da flexura é quase tão alto quanto a primeira
circulares. parte do duodeno. Em geral não há distinção
Anteriormente estão o fígado e a vesícula entre a terceira e quarta partes; as duas for
biliar; atrás, o dueto biliar, a veia porta e o mam uma parte inferior que ascende obli
pâncreas. A vesícula biliar está tão intima quamente para a flexura.
mente relacionada ao duodeno que, após a O músculo liso e as fibras elásticas, que
morte, este é freqüentemente corado pela bile formam uma fita triangular que ascende do
que escapa através da parede da vesícula bi dorso do duodeno (de todas as partes, exceto
liar. a primeira) para o pilar direito do diafragma,
2. A segunda parte desce anteriormente constituem o músculo suspensor do duo
aos vasos renais direitos e numa extensão va deno. 16 Se o músculo é curto e preso somente
riável do rim direito. Anteriormente estão o à flexura duodenojejunal, ele pode angular a
fígado e a vesícula biliar, o cólon transverso e flexura e apresentar uma barreira para uma
o intestino delgado. entubação bem sucedida. 17
3. A terceira parte corre para a es Posição e relações peritoneais (Fig. 35.9).
querda, cruza o músculo psoas maior direito, Exceto por sua parte livre, o duodeno está re
a veia cava inferior, a aorta e o músculo lativamente fixo; não obstante, ele mostra al
psoas maior esquerdo. Outras relações poste guma variação na posição. A. primeira parte
riores incluem o ureter direito, os vasos testi- mó!��- �sh� !��q�entemente ao nível_!!?_ se_g_11�_�a
. ,-,·
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
376 ANATOMIA
_yL (variando desde a 12.ª VT até a terceira abrem separadamente no duodeno, no óstio
VL); in vivo, · porém, este nível descende ·com ··
a da papila. Cada dueto em geral adquire um
-idade. 18 revestimento esfinctérico muscular; o que
A primeira parte do duodeno está presa circunda a terminação inferior do colédoco é
ao fígado pela parte hepatoduodenal do conhecido como esfíncter do colédoco (Cap.
omento menor. .Q üicio d_a primeira parte _do 36). 2º O esfíncter em torno do dueto pancre
duodeno, a parte livre ou móvel, está coberta ático é algumas vezes muito pouco desenvol
pelo peritoneu- anterioúnente. é po.steriõi- vido. Quando os dois duetos formam uma
mente. O restante do auoaeno Fretroperifo- ampola, um esfíncter da ampola hepatopan
-neal -e-seu contorno posterior está fixo- â- pa- creática pode também estar presente. As
-rede· abdômig�l_._pos.terior e aos órgão.� a..dJ��- variações em extensão e espessura dos vários
centes. esfíncteres são comuns. 21 A presença de uma
,--· - - Dzú:to· colédoco e dueto pancreático. A ampola hepatopancreática pode, sob certas
· parte descendente do duodeno recebe o dueto condições predispor um refluxo da bile para o
colédoco, o dueto pancreático e o duct01 pan dueto pancreático.
creático acessório. O colédoco e o dueto pan O dueto pancre�ti_ç_p aÇ?�S.Qrjo � s_ vazia-se
creático freqüentemente se esvaziam juntos na papila menor do duodeno, que está situada
na papila maior do duodeno, uma pequena na face ântero-medial da parte descendente
projeção mamilar no interior da face posterior do dµodeno, cerca de 2cm mais alta que a pa
e medial (concavidade) da segunda parte do pila maior. Ela se encontra amiúde ausente.
duodeno, cerca de 7 cm do piloro. 19 O dueto
...c o_ lédoco freqüentemente se entrelaç·a com o Anomalias. As anomalias são relativamente inco
. dueto pancreático_. � ... �m__ Jl}ªi§ da _metade .dos muns, e as suas origens são incertas.22 Elas incluem atre
casos, os dois se unem para formar uma am sias (descontinuidade do lúmen) e estenose (completa ou
pola hepatopancreática, que se abre no duo incompleta).
Irrigação sanguínea, drenagem linfática e inervação. A
: 1 deno, na superfície da papila maior do duo
. ,1
entrada do dueto colédoco no duodeno é uma indicação
deno (Fig. 36.6, Cap. 36). A membrana mu grosseira do fato de o tronco celíaco irrigar a porção in
ll cosa da ampola torna-se contínua com aquela __frç1diafragmática do intÚtino· a -nterior, e a artériâ mesen
do duodeno no óstio da papila. Em outros ca .. térica superior irrigar o intestino médio..Os ramos do
;\I
"I '1
sos, os dois duetos se reúnem, porém se tronco celíaco originam-se das artérias gástricas direita e
''
'. !
:
gastroduodenal e da artéria mesentérica superior através
das artérias pancreaticoduodenais inferiores (Fig. 35.5).
1
:1
'1 A principal irrigação é a partir de duas arcadas formadas
!1 p_eJái_i.rférias pancreaiicoduodenais superiÓr e .. inferior
'!
1)
(Fig. 35.5). Uma pequena irrigação, principalmente para
.! a primeira parte do duodeno, é derivada dos ramos su
praduodenais e retroduodenais da artéria gastroduodenal
(Cap. 38). As veias qo duodeno tendem a seguir as arté
rias, porém são mais variáveis.
As artérias chegam ao duodeno através de sua con
cavidade. Por isso, uma incisão ao lado da borda direita
da segunda parte do duodeno mobilizará o duodeno e ca
beça do pâncreas sem determinar perigo para sua irriga
; ' ção.
i.
A Os vasos linfáticos drenam para os troncos coletores
'
. 1
1
1 anterior e posterior e para os linfonódios que se locali
• 1
Raiz do mesentério 1 zam anterior e posteriormente ao pâncreas. Enfim, dre
nam para o dueto torácico.
i'
Pâncreas---,õi.cil'c!::-1,, O duodeno está inervado por fibras autônomas e
sensitivas derivadas dos plexos celíaco e mesentérico su
--rerior. A inervação ê similar àquela do resto do intestino
: : delgado (Fig. 35.12).
! .
Jejuno e ílio
Artéria mesentérica superior B
Da parte novelada do intestino delgado,
Fig. 35.9 A, diagrama esquemático das relações peritoneais o jejuno constitui cerca dos dois quintos pro
'i
: 1
do duodeno e pâncreas, numa visão anterior. Note a continui
dade do mesoduodeno (da primeira parte do duodeno) com o
mesocólon transverso. B, secção sagital no plano indicado pela
ximais, cabendo ao ílio cerca dos três quintos
distais.
seta em A. Observe a veia renal esquerda, o processo uncinato
Em contraste com o ílio, o jeju·no está, de
do pâncreas e o duodeno no ângulo entre a artéria mesentérica uma forma característica, freqüentemente va
superior e a aorta. zio, apresentando-se mais vascularizado (mais
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINOS 377
vermelho no vivo), com paredes mais espessas, desde a entrada do dueto colédoco no duodeno. e tam
sendo que seu mesentério mostra áreas trans . bém o intestino grosso até próximo à tlexura cólica es
lucentes entre os vasos devido à ausência de querda.
gordura. Porém, estas diferenças "típicas" l.J!!l. número v"!riável de artérias jej11nais e iliais (não
__ )Tiais gue_seis ou sete_grandes artérias) origina-se da con
ocorrem entre a parte superior do jejlino e a vexidade (lado esquerdo) da artéria mesentérica superior.
parte inferior do ílio. Freqüentemente, é difícil Estes ramos descem pelo mesentério. ramificando-se de
de se distinguir entre o jejuno e o ílio durante tal modo que formam uma série de arcadas ( Fig. 35. l 1 )2;;
uma cirurgia. As artérias retas da arcada mais periférica dirigem-se di
retamente para o intestino. sem se anastomosarem. Aí se
Ocasionalmente, um remanescente do dueto onfa dividem e dão ramos para um dos lados ou para ambos.
lomesentérico ou vitelointestinal do embrião persiste e. As arcadas estão. provavelmente. relacionadas com a
no adulto, pode formar o divertic11/11m ilei com alguns mobilidade. pois um grande movimento pode ocorrer
centímetros de comprimento. 23 No embrião, o dueto está sem interferir com a circulação. As arcadas apresentam
preso ao ápice da alça do intestino médio. Por isso, no se, assim. em menor número nas partes menos móveis.
adulto, um divertículo ileal ocorre a uma distância variá- superiores, do jejuno. 26 No interior da parede do intes
vel do ceco. :;
tino, os vasos formam uma rede anastomótica de peque
Relações . .í)_jej�no e ílro est�o presos à nos vasos. As anastomoses. embora relativamente po
bres na borda -antimesentérica. 27 são suficientes para nu
p_ar_e_d,e___ �ab_d_Q.mipªI __ postesiQJ _pcdº _ mes�_ntério. trir vários centímetros de intestino.
Eles são muito mais longos que a raiz do me ., As veias acompanham as artérias (assim como os
sentério e estão dispostos em novelos ou al vasos linfáticos e plexos nervosos. e drenam. através da
ças. Estas alças ocupam a maior parte da ca veia mesentérica superior. na veia porta.
vidade abdominal e parte da cavidade pel- Drenagem linfática. A drenagem da mucosa é para os
. vina. O jejuno e o ílio são muito mais móveis vasos linfáticos que acompanham os vasos sanguíneos
do que qualquer outra parte do canal alimen mesentéricos. Após uma refeição gordurosa, os linfáticos
tar, e qualquer alça pode ocupar qualquer po mesentéricos contêm uma considerável quantidade de
sição na cavidade abdominal._A_ raiz_d_Q_me gordura emulsificada; o aspecto cremoso da· linfa é de
sentério dispõe-se em direção inferior e para nominado quilo.
_a __ dir.eita (Fig. ·34_{ Cãp.- 3-4),-·e- as - alças-da
parte superior do jejuno tendem a ficar no
quadrante superior esquerdo, enquanto que a
parte terminal do ílio no quadrante inferior di
reito. A terminação superior esquerda de
qualquer alça intestinal é a terminação gás
trica ou proximal.
Mesentério. _O mesentério, em forma de
leque,_conecta o_jejuno e__ o ílio à parede ab
Artéria
gq_111inal posterior. Sua borda presa à.. parede mesentér superior
abdominal é a raiz do mesentério. A raiz apre T
senta 15 cm de comprimento e dirige-se obli
quamente para baixo e para a direita, desde a
flexura duodenojejunal ao nível da juntura sa
croilíaca direita. Medido desde a raiz do in
testino, o mesentério pode apresentar 20 cm
ou mais de largura na sua parte central. O
mesentério consiste de duas camadas de peri
toneu, uma direita e outra esquerda, que pas
sam anteriormente ao intestino (v. Fig. 34.3,
Cap. 34). Estas duas camadas também con
têm entre si os ramos dos vasos mesentéricos
superior, nervos, linfonódios e vasos, além de
uma quantidade variável de gordura.
· Na parede abdominal posterior, a parte
inferior da camada direita do mesentério
passa imediatamente sobre o cólon ascen
dente; a parte superior torna-se contínua com
a camada inferior do mesocólon transverso.
A camada esquerda do mesentério passa para
· a esquerda, sobre o cólon descendente.
Irrigação (Fig. 35.10). 24 A artéria mesentérica supe-
d.or in:iga !> jnte.stino mé�io, i�to é, o iritestin? delgado, Fig. 35.10 Diagrama da irrigação do jejuno, ílio e cólon.
r
INTESTINO GROSSO
Gânglio
O intestino g rosso consiste de cécum, celíaco e
mesentérico
apêndice, cólon28 que apresenta partes ascen superíor
dente, transversa, descendente e sigmóide, reto
e canal anal.
Bolhas de ar e gás são freqüentemente
observadas no intestino grosso em radiogra lntestíno delgado
fias simples, especialmente no cécum, cólon
ascendente e parte distal do cólon trans Fig. 35.12 Componentes funcionais da inervação do intes
verso. 29 O bário dado pela boca ou por enema tino delgado. Com o propósito de simplificar, cada compo
nente é demonstrado como uma única fibra. Fibras autôno
pode ser utilizado para delimitar o intestino mas são demonstradas com.o linhas contínuas, enquanto que
grosso (Fig. 35.13). fibras sensitivas como linhas interrompidas.
1
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINOS 379
O intestino grosso é caracterizado pela sua capaci são bastante diferentes daqueles do intestino delgado.
dade. distensibilidade. pela extensão de tempo que ele · Além disso, eles são tão infreqüentes que não são visí
retém seu conteúdo e pela disposição especial de sua veis quandó estudados pelos métodos radiográficos sim
musculatura. Ele possui uma mobilidade considerável. ples. Quando a comida penetra no estômago, aumenta a
especialmente o cólon transverso e sigmóide. Estas pro atividade no cólon. A parte terminal do ílio começa a
priedades estão diretamente relacionadas às principais encher-se cerca de meia a cinco horas após a administra
Juncõ__e._s_.do__intestino grosso�que sã_o a formação, o traiis-· ção de bário por via oral. O ílio esvazia-se no cécum por
porte e a evacuação de fezes.ª 1 Estas funções necessitam uma espécie de movimento de espremedura que ocorre a
·_de �Õbilidade. abso�çãÕ d�,_águae· secreçii.o de m.uco. ... intervalos de três a 15 minutos, tendo cada um a duração
Mohilidade.'12 Os movimentos do intestino grosso de 1 O a 20 segundos. À medida que o material entra no
Fig. 35.13 Intestino grosso demonstrado por um enema de bário. Observe os diferentes níveis no cólon transverso. A, note o
apêndice vermiforme; B, note o ílio e o padrão do cólon. C, uma visão oblíqua do cólon e do reto. D, cólon e reto demonstrados por
um enema duplo de contraste. A, cortesia de Maurice C. Howard, M.D., Omaha, Nebraska. C, de Radiografia e Fotografia
Médica; cortesia de Robert A. Powers, M.D., Palo Alto, California. D, de Radiografia e Fotografia Médica; cortesia de
Eugene E. Ahern, M.D., Minneapolis, Minnesota.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
380 ANATOMIA
cécum. este se relaxa e baixa. desaparecendo os seus
haustros. O cécum e o cólon ascendente e transverso
enchem-se lentamente. sobretudo por um processo pas
sivo que pode levar várias horas. À medida que o cólon
transverso se enche. ele assume uma posição mais infe
rior.
A atividade muscular do cólon consiste de "movi
mentos de massa". vigorosos e rápidos. associados com
a formação de haustros. Estes movimentos de massa
ocorrem principalmente no cólon transverso, porém Mesocólon
transverso
também no cólon descendente e sigmóide. em intervalo
de duas a três vezes ao dia. Eles movem o conteúdo do
cólon para o cólon sigmóide. Q_c_onteúdo intestinal é co:.
mumente .mantido no cólon .sigmóide até que se inicie 9
proces_�o da çl�f�cªção.
Ahsorçâo ele âiua. O material na parte terminaJ do
ílio apresenta cerca de 90 por cerito de água, a maior
· parte da qual é absorvida do cécum e cólon ascendente.
Secreçâo ele muco. O muco, que é secretado profu
samente em resposta a injúria ou irritação, é uma subs
.... Om_ento
tância protetora extremamente importante. Ele protege a maior
membrana mucosa de injúria direta, dilui os irritantes e
interfere ou evita a absorção de muitas substâncias.
Irrigação (Figs. 35. 10 e 35.14).:i:i_..9 intestino ��osso é,
irrigado pelas artérias mesentéricas superior e infei:i9r.
Fig. 35.15 Diagrama da irrigação arterial intrínseca do có
lon.
com a artéria mesentérica infÚior distribuída à porção do
intestino posterior (da parte esquerda do cólon trans
verso até as regiões distais). Os ramos das artérias me que partem de regiões retroperitoneais do intestino e se
sentéricas formam uma artéria marginal longa que, em conectam com as veias da parede do corpo (Cap. 38).
muitos casos. se estende desde o cécum até o cólon sig · Drenagem linfática. A drenagem linfática é similar
móide. Ela é comparável a uma série de arcadas primá àquela do intestino delgado. Os vasos na parede correm
rias. Arcadas secundárias variáveis originam-se dela, es principalmente no ângulo reto aos eixos longos do intes
pecialmente onde o cólon é mais móvel. Os vasos retos tino. e formam plexos que drenam inicialmente para lin
que se originam da artéria marginal ou arcadas irrigam as fonódios próximos ao intestino. Estes linfonódios regio
paredes do intestino ( Fig. 35.15). As artérias que nutrem nais estão nomeados de acordo com suas posições: ilio
a artéria marginal são a iliocólica, a cólica direita, media cólico, cólico direito, médio e esquerdo e mesentérico in
e esquerda e a sigmóide (Cap. 38). ferior. Eles drenam para vasos que acompanham os
As veias que acompanham as artér_i_'.is _drei_:ia!!l _p�r�_a_ vasos sanguíneos. -�_t!_oplasias d9. -�§Jg_n. __ p.9dem
veia-porta através das 'veias mesentéricas inferior � supe- disseminar-se_para ó fígado__, através da veia porta e pelos
1:ior. Há também muitas veiàs retroperitoneáis pequenas Jinfáticos, e para outras partes do corpo pelas veias e
vasos linfáticos.
Inervação (Fig. 35.16). Fibras autônomas e. sensitivas
chegam ao intestino grosso através de continuações
n
dos
:pl�xos celíaco, mesent��,c:� 3Úpê'riór 'e'"íêseríféric_o __infe
rior, que acompanham as ar;éria� c9lifas_. A inervação
.12a1:âssi.mp�tJçâ"ii;i:ã-ã�parté. distal do cólon, todavia. é
derivada dos nervos esplâncnicos pelvinos por meio de
nervos hipogásiri'cos' e de pÍexos hipogástricos -inferiores
(Cap. 41)/34 através de ramos que inervam o cólon sig
móide e que se estendem superiormente até a parte
média do cólon descendente, algumas vezes até a tlexura
esquerda. As fibras para percepção de dor no cólon são
ativadas por distensão e penetram na medula por meio
dos nervos esplâncnicos. O controle reflexo da defeca
ção está descrito mais adiante (Cap. 45).
Cécum e apêndice
Cécum. É a parte do intestino grosso que
se localiza ao nível ou abaixo do ponto no
qual o ílio se reúne ao in!�stin? �rosso. O
cécum localiza-se na fossa 1hca_ chre1ta e pode
afc-anç-a r o espaço pelvino, especialmente
Fig. 35.14 Um padrão comum da artéria mesentérica infe
rior vista em perspectiva lateral. O cólon descendente e szg quando o indivíduo está de pé. Está, com_:1-
móide foram jogados para frente. mente envolvido por peritoneu, porem nao
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINOS 381
Cólon
Cólon ascendente. O cólon ascendente
estende-se. em direção superior, na fossa ílica
direita e sobre a parede abdominal posterior
até a.fle.rnrn cálico direito, que se localiza an
Fig. 35.17 Superior, relações comuns do cécum e apêndice. teriormente ao rim direito. Exceto na porção
Vm apêndice livre pode chegar até a abertura superior da pelve _f!lªis inf�riQr,___ Q cólon ascendente é coberto
ou ser retrocecal. Inferior,posições das tênias, que se encon com peritoneu apenas anterior e lateralmente,
tram na base do apêndice.
estando posteriormente relacionado com a
· parede abdominal. Um mesocólon ascen
dente é algumas vezes observado. Freqüen
_O_apêndicenão apresenta um mesentério temente, em indivíduo vivo. a flacidez dos te
�erdadeiro, porém há comumente uma prega cidos é tal que o cólon ascendente está bem
p_eritoneal, clenominada mesentério do apên distante da parede abdominal posterior e
dice. vermiforme (mesoapêndice), a qual con pode, de fato, tocar a parede abdominal ante
tém a artéria apendiculor, que é um ramo da rior. Algumas vezes o peritoneu difunde-se
artéria iliocólica. O apêndice amiúde recebe diretamente através da parte anterior do
ramos adicionais das artérias cecais _::!, A cólon ascendente sem aprofundar-se lateral
prega é freqüentemente curta, de tal forma mente. As "fitas" ou "membranas", pericó-
!
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINOS 383
licas, assim formadas, reduzem acentuada _ ITlóif}e à parede pelvina. Sua linha de inserção
mente a mobilidade normal do cólon. -pode formar um V invertido, cujo ápice se lo
Cólon transverso. O cólon transverso, que caliza anteriormente ao ureter esquerdo e à
é.. deri.vado _tanto do intestino médio quanto do- divisão das artérias ílicas comuns esquerdas.
.. posterior, estende-se para a esquerda, a partir Um recesso intersigmóide (Cap. 34) pode
da flexura cólica direita. A parte direita está estar presente no seu ápice.
relacionada posteriormente com o duodeno e
pâncreas, porém o restante apresenta rela REFERÊNCIAS
ções extremamente variáveis. A jlexura có
lica esquerda é freqüentemente mais alta, 1. G. S. Mti"!Ier Botha, The Gastro-oesoplwgeal .f1111ction,
Churchill, London, 1962. G. W. Friedlancl et ai.,
mais aguda e menos móvel que a direita, e Thorax, 21 :487, 1966. B. S. Wolf, P. Heitrnann, anel B.
�1 ambas as flexuras freqüentemente apresen R. Cohen, Amer. J. Roentgenol., 103:251, 1968. F. F.
tam um considerável componente ântero-pos Zhoralske anel G. W. Friedlancl, Calif. west. I\lecl.,
112:33, 1870. The last eontains a list of tlw 1n.rn�· ana
terior. 4ª Uma dobra de peritoneu, o liga tomical terms anel synonyms applircl to the distal
; mento ji-enicocólico, pode prender a.; flexura esophagus anel gastroesophageal junetion.
ao diafragma. O mesocólon transverso é de um 2. R. H. Salter, Lancet, 1:347, 1874.
3. A. H. James, TIIC' Phusio/ogu of Gastric Digestio1J, Arnold,
comprimento tal que a maior parte do cólon London, 1957. G. S. Muller Botim, Brit. J. Surg., 4.5:569,
transverso se dispõe inferiormente, freqüente 1958.
mente abaixo do nível das cristas ílicas, e 4._ C. A. F. de Car\'alho, Aeta anal., 64: l:l5, HJ66.
5. G. A. G. l\'litchell, Brit. J. Surg., 26::33:3, 1938.
'--.
1
mesmo em direção à pelve menor. 6. E. Landhoe-Christensen, Acta path. microhiol. scand., 54
Mesocólon transverso .. Esta é uma prega (Suppl.):671, 1944.
J,1Igª-<ie p�ritoneu que passa em direção ante 7. C. A. Nafo, Arch. Snrg., Chicago, .54:5,5,5, 1847.
8. H. 1. El-Eishi, S. F. Ayouh, anel I\1. Ahcl-el-Khakk, Aeta
'---, r_ior desde o pâncreas, e)Jvolvendo a maior
parte do cólon transverso. A su_a_ camàda su
! anat., H6:56.5, 1974.
9. T. E. Barlow, F. H.· Bentley, anel D. N. Walder, Smg.
perior está aderente ou fundida com o omento Gynec: Ohstet., .93:657, 19,51.
10. J. H. Grny, J. Anat., Loncl., 71:492, 19.'37. I. Donini, Aeta
maior (v. Figs. 34.5 e 34.6, Cap. 34). Suas anat., 23:289, ]9.5,5.
7 cama'das mais inferiores cobrem a parte mais 11. G. A. G. Mitchell, J. Anat:, Lond., 7.5:50, 1940.
inferior do pâncreas, e as terceira e quarta 12. B. 1vl. L. Unclerhill, Brit. med. J., 2: [243, 19.55.
13. A. E. Barclay, Radiology, .J,:3: 170, l 9:39.
partes do duodeno continuam-se com a ca 14. A. F. Hertz, J. Physiol., 47:,54, 19]:3.
mada direita do mesentério. Os vasos sanguí 15. H. Ü).!;ilvie, Lancet, J:1077, 1952.
neos, nervos e vasos linfáticos do cólon 16. J. C. Halcy anel J. H. Perry, Arner. J. Surg., 77:.590, 1949.
M. Argi•me et ai., C. H.. Ass. Anat ., .5.5:76, 1970. L. Cos
transverso estão contidos entre as camadas tacnrta, Acta anat., H2::34, 1972.
de mesocólon. 17. I\1. O . Cantor, Surgery, 26:67.'3, 1941).
Cólon descendente._ O cólon descendente, 18. S. t\1. Friedman, Arner. J.. Anat., 79:147, ID46.
19. V. J. Darclinski, J. Anat., Loncl., 69:469, [9:3,5.
_que_::trniúcl_e JJ�o apresenta r11eso�ólon, des 20. E. A. Boyden, Snrg. Gynec. Ohstet., W-Hi4 l, 19.57. 1.
cende aproximadamente até a abertura supe Singh, J. anat. Soe. 1ndia, 6:1, 1957.
rior da pelve, onde se inicia o cólon sigmóide. 21. J. A. Stcrling, Snrg. Gynec. Ohstet., !JH:420, 1954. I.
Singh, J. anat. Soe. India, .5:54, ]9.5(i.
Cólon sigmóide (pelvino). _O cólon sig 22. H. B. Lynn a1id E. E. Espinas, Arch. Surg., Chicago,
móide, que passa a ser reto anteriormente ao 79:357, 1959. T. V. Santulli and W. A. Blanc, Ann. Surg.,
__sãcro _, distingue-se pelo mesocólon sig,náide, J-54:9,'39, 1961. E. A. Boyclen, J. G. Cope, anel A. H. Bill,
Anat. Hec., J-57:218, 1967.
cuja linha de inserção é variável. O cólon 2:3. L. \1. Howell, Amcr. ]. Dis. Child., 71:365, 1946. St·e also
sigmóide por si próprio forma uma alça, cuja IL H. Cnrd, Arch. Surg., Chicago, 32:506, 19.'36.
forma e posição dependem muito do grau de 24. J. \'. Basmajian, Surg. Cyncc. Ohstd., ]/)] :58,5, l955. .J.
Sonneland, B. .J. Anson, anel L. E. Reatem, Surg. Gynec.
enchimento. Quando o cólon sigmóide está Ohstet., ]()6::385, 19.58.
cheio, ele está relaxado e, por esta razão, 2.5. R. J. Noer, Amer. J. Anat., 73:29:3, 19-!:l. H. Sarrazin anel J.
torna-se mais longo e pode atingir o epigás B. Levy, C. R. Ass. Anat., S.J: 150:3, ID69.
26. J. A. Ross, Eclinh. rned. J., -57:.572, 19.S0; Brit. J. Surg.,
trio44 ou localizar-se na pelve. Quando vazio -39:330, 1952. T. E. Barlow, Brit. J. Surg., 43:473, 1956.
e curto, ele, amiúde, corre inicialmente para 27. F. S. A. Doran, J. Anat., Leme!., H4:28:3, 1950.
frente e para a direita; depois, então, para 28. See Brit. mecl. J., J :708, 1946, for a hrid cliscussion of the
history of the tl'rminology of tht· parts of the colem.
trás e para a direita. Nos etíopes, o cólon 2(). C. F. DeGaris, Ann. Snrg., Il-'3:,540, 1�)41.
sigmóide freqüentemente apresenta uma alça 30. P. E. Linehack, Anwr. J. Anat., 36::3.'57, HJ25. G. F. Hamil
suprapelvina ascendente, de acordo com o ton, J. Anat., Loncl., H/J:2:30, l94fi.
:31. T. L. Harcly, Lancet, J:519, 194.5.
seu estado de enchimento. 4� Um vólvulo .'32. A. F. Hertz anel A. Newton, J. Physiol., 47:57, l(:)1:3. A. F.
desta alça é a causa mais comum de obstru Hurst, Lancet, 1:148,3, 19:35. A. Oppenheimer, Amer. J.
ção intestinal aguda nesta população. H.oentgenol., 4-5:177, 1941. A. E. Barclay, The Digestiue
Tract, Camhriclge University Press, Lonclon, 2nd ecl.,
_Ajyução retossigmóiçle recebe ramos da 19-36.
ªr téria retal superior assim com"o dis
·- artfrias 33. f. C. Goligher, Brit. T. Surg., 37:J.57, 1949. J. A. Stewarcl
· aml F. \V. Hankin," Arch. Snrg., Chicago, ·26:84:3, 193:3.
sigmóides. A. F. Castro anel R. S. Smith, Surg. Gynec. Ohstet.,
---- -Mesác:<5lon sigmóide (pelve). É uma
�i�
94:223, 1952. J. A. Hoss, Edinh. mecl. J., .57:.572, 1950. J.
prega de peritoneu que prende o cólon__ G. Brockis anel D. B. l\1offat, J. Anat., Loncl., 92:52,
·-·---'· .
•
1
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
384 ANATOMIA
19,58. J. D. Griffiths, Brit. med. J., 1:323, 1961. 139:293, 1973.
34. R. T. Woodburne, Anat. Rec., 124:61, 1956. 4J.. C. F. DeGaris, Ann. Surg., 113:540, 1941. H. Maisel, Anat.
35. R. E. Buirge, Anat. Rec., 86:37,3, 1943. Rec., 136:38.5, 1960.
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37. W. C. O. Hall, J. Anat., Lond., 83:6,5, 1949. Roentgenol., 9.9:5,5, 1967.
.38. J. J. Saave, Ada anat., 23:327, 19.5.5. 44. A. Oppenheimer anel G. W. Saleeby, Surg. Gynec. Ob
. 9. ·�,i: A. Shah and M. Shah, Anat. Rec., 9.5:4.57, 1946.
3 stet., 69:83, 1939.
40. K. Buscharcl and A. Kjadclgaar<l, Acta diir. scand., 4,5. F. B. Lisowski, Ethiop. med. J., 7:105, 1969.
.;
..
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
36
,,,.
FIGADO,
VIAS
,.._
BILIARES,
PANCREASE
1
.BAÇO
1
Os sistemas de duetos do fígado e do médio, isto é, na região em que tem início o
pâncreas são derivados do canal alimentar. duodeno. Todos os vertebrados apresentam
Eles têm origem no embrião como brotamen um fígado e um pâncreas, cujas· secreções
: tos na junção entre o intestino anterior e o exócrinas são esvaziadas no intestino.
FÍGADO
,- O fígado (do gr. hepar, fígado; daí o adje sura até a borda inferior do ramo esquerdo da
tivo hepático) é um órgão grande, mole e veia porta, na borda hepática. A fissura con:
'
r avermelhado. Trata-se da maior glândula do tém o lig9mento redondo, que é_um remanes
corpo, uma importante glândula exócrina, cuja cente o�a.9Q º-ª-Y�llUlIJJQilic.al esquerda�_
1 secreção é denominada bile. A maior parte dos A fissura para o ligamento venoso estende-se
produtos das células hepáticas é descarregada desde a porta do fígado até a cava inferior.
í 1 diretamente na corrente sanguínea, sendo estes Esta fissura profunda contém o ligamgnto Y_f',
1 í produtos amiúde considerados como a sua se noso, o remanescente fibroso dQ..,ducto v�
i ereção endócrina. noso.
l Em sua maior parte, o fígado está sob a _Q_fi�çlo .noçle. ser dividido em lobos di
cobertura da caixa óssea torácica, coberto reito. e esguerd<z.J que estão marcados na su
pelo diafragma. Sua posição no ser vivo pode perfície diafragmática pela inserção do liga
ser demonstrada pela ingestão de isótopos ra mento falciforme e, na superfície vi�ceral,
dioativos (Fig. 36.1). 1 No nascimento, ele é pela fissura para o ligamento venoso, poste
relativamente grande e ocupa cerca de dois riormente, e pela fissura para o ligamento re
quintos do abdome. No adulto, seu peso dondo, anteriormente. Todavia, o fígado é,
varia de 1000 a 3000 g. O fígado apresenta de fato, um órgão bilateral, consistindo das
dyas .S.l..lt2ecfícies, a_<li-ªf.ragmáH&lL�.JLX:.isc�L. metades direita e. esquerda, que estão clara
f A superfí.cie diafrqgm_âtiça do_f.íg_a..Q..Q__é_ mente divididas. O plano de divisão é, algu
lisa, com uma forma que se amolda ao dia mas vezes, denominado "plano principal ou
fragma. Esta superfície apresenta as faces an fissura limitante principal'', que se estende
terior, posterior, superior e direita, que, algu em direção anterior desde a vesícula biliar e
r
'
mas vezes, são designadas separadamente veia cava inferior, um tanto à direita do liga
como superfícies. A superfície diafragmática mento falciforme e plano mediano. As meta-
'r está separada anteriormente da superfície vis ...des._tli_r.eita....e._e.sqµyda reçt�b§J11_iJ�SJ?��-t�ya�
y ceral por uma borda inferior aguda, que é inter ™1��Qâ.Iª-111Q..s_girç�t!g� e esquerdo da veia
rompida por uma incisura profunda para o li P.Qf1sl,e da artériaJ2_�_Qgiç_�_-I2f.QP.Dª e dão C)_[Í
'r
gamento redondo. Esta incisura está sobre o gem ªº-�
dugos hepáticos direi_to_yesquerdo.
r. plano mediano. As duas metades apresentam quase o mesmo
1 A suQe1f[cie visceral ou inferior do fí peso, e há uma pequena sobreposição da dis
gado, que é algo achatada, está voltada para tribuição intra-hepática de vasos e duetos.
1 baixo, para trás e para a esquerda, e<wse- ___ Dentro de cada metade, os ramos primá
1 sentá os lobos fll:!J.!iÍrado e caudado (Fig. rios são suficientemente consistentes, de tal
36.2). Estes se destacãin': pela forma em H, forma que quatro segmentos portas podem
do grupo de fissuras e sulcos. A barra do H é ser descritos (Fig. 36.3). 2 O padrão de ramifi
a porta do fígado, isto é, o hilo do·fígado, e cação secundária é tal que podem ser esboça
contém o dueto hepático e os ramos da veia dos segmentos adicionais. Por exemplo, um
porta e da·· artéria hepática própria. Afiss!!!!-.!... plano horizontal a cada metade divide os
7 _para o ligamento redondo estende-se da inc1- segmentos em partes superior e inferior,
1
Fig. 36.1 Cintigrafia do figado. O scaning radioisotópico do figado depende (1) da fagocitose de partículas pelas células
estreladas do sistema reticuloendotelial e (2) da excreção pelas células hepáticas no sistema biliar. Esta visão anterior mostra
a aparência normal do figado. Áreas de densidades menores são freqüentemente observadas próximas das veias hepáticas, a
porta do figado, a fossa para a vesícula biliar e a incisura para o ligamento redondo. A área mais escura à direita da
fotografia é produzida pelo baço. De F. H. DeLand e N. H. Wagner, Atlas of Nuclear Medicine, Volume 3, Reticuloendot-
helial System, Liver, Spleen and Thyroid, Saunders, Filadélfia, 1972; cortesia dos autores.
constituindo oito segmentos hepáticos mente quando o corpo está na posição de de
(porta). Se o lobo caudado é designado sepa cúbito.
radamente, ocorrem nove segmentos. Toda A superfície convexa diafragmática está
via, as variações na ramificação secundária em contato com o diafragma e a parede ab
são tais, que ainda não se tem um acordo dominal antelior, sendo em grande parte se
geral sobre a terminologia. Além disso, as parada deles pelo peritoneu. Uma grande
veias hepáticas são intersegmentares em po parte da porção posterior da superfície dia
sição, drenando segmentos adjacentes, e a ci fragmática encontra-se sem peritoneu e em
rurgia segmentar deve levar isto em conta.:; contato direto com o diafragma. Esta parte
.llifi,r��s Q,9§,Segll}entos .. b[OTT.C2P!-1Lrno constitui.. �UJE�B.='1fJil�.2.lí8=<Mi� ela está limi
0
·�
i-
j-
A Veia cava inferior B
1- Lobo caudado
Veia cava inferior
1
:-
l-
!-
l- ...._-+--+---Veia porta
Ligamento triangular direito
! --....,...,�-Dueto cistico
i-
Dueto
'--- ;,-t--hepático comum
e
,_
Fig. 36.2 Diagramas do figado e de suas relações peritoneais. As áreas pontilhadas representam as superficies que não estão
.cobertas com peritoneu. A, visão superior. B, visão anterior. C, o diafragma visto anteriormente, mostrando a posição da
,_
'
área nua do figado. D, a superfície visceral do figado, observada posteriormente.
'
,_
i_
·�
1 omento menor; (2) a parte pilórica do estô duoqÊn9.: A. inserção do orriento menor ao fí
mago e a primeira parte do duodeno à direita gado tem a forma de um L, observado poste
,_
1
dafossa para a vesícula biliar; e (3) a flexura riormente. O ramo horizontal do L corres
cólica direita e rim direito. ponde às bordas da porta do fígado; o ramo
Relações peritoneais. No embrião, o es vertical, ao assoalho da fissura para o liga
boço hepático em desenvolvimento cresce no mento venoso. Na terminação superior da úl
interior do mesogástrio ventral e septo trans tima fissura, a lâmina esquerda ou anterior do
1
1-
Poste- Posterior
direito
ANTERIOR INFERIOR
i,,
j! Fig. 36.3 Superfícies anterior e inferior do fígado, mostrando a representação simplificada dos segmentos portais.
'I
!:
11
,,
_li
rio divergem em direção à esquerda e envolvem nação da borda inferior é muito menor, e a
a área triangular nua. A lâmina superior do vesícula biliar encontra-se na borda costal. Em
ligamento coronário continua-se à esquerda amb@s os tipos de indivíduos, o fígado altera
com a lâmina direita do ligamento falciforme; a sua posição durante qualquer alteração postu
lâmina inferior continua-se com a lâmina di ral que afete o diafragma.
reita do omento menor. As lâminas esquerdas
do ligamento falciforme e do omento menor O estudo de tecido hepático obtido por biópsia através
reúnem-se e formam o ligamento triangular de uma punção com agulha é de valor considerável no
esquerdo. diagnóstico e tratamento de doenças hepáticas. .A,.Rllnçãp.,
_
o JigÇ[tn e.11 tQ fn{çifqt:m f__.SQ,!}.�Ç !�JLf!S.�2..
ao diafragma e �de .abslqrriinal anforios.
__trans10.ráci.ca..no.iígad.o_é..feita.atra.Jl.és..do.s.éti.rno...oita�0-ou ....
nono e.s_p_.aç_o.sJn.t�u:..ru.tais.�entre as linhas anterior e axilar
média, um interespaço abaixo do limite superior de maci
As duas lâminas deste ligamento em forma de cez hepática, enquanto o paciente mantém a sua respiração
foice envolvem o ligamento redondo, algumas em total expiração.
veias parumbilicais e uma porção do coxim O fígado é opaco aos raio X, sendo grandemente
gorduroso. A borda livre do ligamento falei responsável pelo delineamento do diafragma observado
forme reúne-se na borda inferior do fígado, na nas radiografias. Suas bordas e superfícies freqüente
altura da incisura para o ligamento redondo, mente não podem ser observadas muito distintamente.
do qual a fissura para o ligamento redondo se Estrutura. O fígàdo apresenta uma estrut_ura uni
continua até a superfície visceral. As duas forme, consistindo de lâminas de células anastomóticas
lâminas de ligamento falciforme estão algo que estão interpostas por sinusóides. As células hepáti
separadas na superfície diafragmática e refle cas secretam em minúsculos canalículos biliares, que se
unem para formar dúctulos, que, por sua vez, se juntam
tidas sobre o diafragma, deixando uma es para formar duetos intra-hepáticos. Finalmente, os duc- .
treita faixa sem peritoneu. A lâmina esquerda tos hepáticos direito e esquerdo deixam o fígado. As cé
continua-se com o ligamento triangular es lulas hepáticas são irrigadas por ramos de veia porta e da
querdo; à direita, com a lâmina superior do artéria hepática que acompanham o sistema de duetos e
ligamento coronário. que, finalmente, se esvaziam nos sinusóides. Assim, as
· Anatomia de superflcie. O fígado, em sua células hepáticas são banhadas por uma mistura de san
maior parte, está sob cobertura da caixa óssea gue venoso, do canal alimentar, e sangue arterial, da ar
torácica, coberto pelo diafragma. No lado di téria hepática. Os sinusóides são drenados por veias que
reito, ele se estende acima do nível da borda se esvaziam na veia cava inferior através das veias hepá
ticas.
inferior do pulmão, e uma macicez é, por esta O fígado está coberto por uma capa fibrosa, fina,
razão, encontrada quando se percute em dire que se localiza profundamente ao peritoneu. Septos in
ção inferior sobre o pulmão (Cap. 32). Na in completos e finos projetam-se para o interior do fígado.
fância e adolescência, o fígado estende-se ligei Além disso, camadas de tecido conectivo penetram no
ramente abaixo da borda costal. 4 fígado, com vasos sanguíneos e duetos que constituem a
Nos indivíduos magros com o tórax es cápsula perivascular fibrosa. Devido à disposição do te
treito, o fígado localiza-se, principal ou intei cido conectivo das células hepáticas, a superfície do fígado
ramente, à direita do plano mediano. 5 Sua é mosqueada e, a superfície de corte ou de ruptura, granu
borda inferior desloca-se agudamente para lar. O figad<;>....§-ª.MI!LPro . (tJ�là,.m e_n.te�,. guaJNQ.J.;2.!:!1Qi.Q9, ,çle�"'
baixo e para a esquerda, e o seu ângulo .infe vido sobretudo ao fato c:le suas veias não ·ª1m:se.1.Ui!t�}JL
válvulas e permaneç_ere!Tl_-ª.\2.ertas guando rompida�.
rior direito pode atingir a crista ílica, ou até Função. f"Lbjkseg_eta,da peLo fíg_adQ é_armazenada
mesmo se situar abaixo dela. Em indivíduos gor na vesícuJLbJJJ-ª.L.,�.. -�XRtfü;li:\..QP_c:i.u.op.en.o,, quando ali
dos com tórax largo, o fígado estende-se muito chega a comida. Os sais biliares na bile auxiliam na di
mais para a esquerda do plano mediano. A incli- gestão e absorção da gordura e retornam para o fígado,
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
FIGADO, VIAS BILIARES, PÂNCREAS_ E BAÇO 389
através do sistema porta, para a re-excreção. O fígado
_..Jª-..mbérn•.ª12resenta p�myortante na síntese clePJAte�.:- ·
Veia cava inferior - --
...Jlfl�-1. no metabolismo intermediário, nos mecanismoso de
·�
·,
mam uma rede subperitoneal, através da qual os vasos de qual�[__re�j!�_d1p1ada _pelo _siste111a port::i.
alcançam os linfonódios torácicos internos. Alguns acom- r lnervaçélo. Em grande número, fibras nerv,osas shs:-,
panham o ligamento redondo até o umbigo. A outra princi- ! gam às vias biliares e fígado através de um plexo hepático
pai via para os vasos linfáticos é ao longo dos vasos sanguí-. j muito extenso.· Este plexo se estende desde o plexo ce
neos do omento menor para os linfonódios celíacos, e daí ! líaco, recebendo ramos adicionais do tronco vagai anterior.
para o dueto torácico. Este plexo apresenta fibras vasomotoras, fibras para
___ü_iígado_ _é__yma_ c�giffi,Q_.<;9IDl!.DJ. ç!_e_ !Jle!.�gt�!-.9.!:1� \ músculos lisos. e fibras sensitivas para dor, particular
_pQ_d_e_ sei:. a.tingida_.a_partir çl,_o Jó.rax.,, do -�ejo, ( Cap. 27Loµ - : mente nas vias biliares ( Cap. 36).
1
VIAS BILIARES
As..Yias.. .hiliar.e.s...extr.a..:.he.pátic.as são a ve colecistectomia e colelitíase.
s ícu Ia hili.ac_e..il xáriQs-du.c,t_o.s....( Fig. 3 6. 5) . A Os ducto2 �ico2 direito"e -��que1:çLo
palavra grega cholos significa bile, e a combi emergem das _metades_ corre�p9n�dentesd� fí
nação de chole é usada em muitos termos que gado e se unem...J2s!ra form;u: o. duc;q J:i�pajico_
se relacionam com as vias biliares, tais como ..f�<?fl11:1!1:1· Jest� recebe o _ductQ. ç:(�!!f9-e1 .. <:l�.lli!r1ix..
...Artéria hepática
....•·•·•·•
Papila•
menor
A do duodeno Papila maior do duodeno B
Fig. 36.5 A, vias biliares. B, um dos tipos de estrutura do pedículo hepático. O dueto hepático comum, o dueto cístico e o
figa.do formam o trígono cisto-hepático, na proximidade do qual se encontram as principais estruturas de importância na
colecistectomia.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
FÍGADO, VIAS BILIARES, PÂNCREAS E BAÇO 391
reção posterior e inferior; (em indivíduos vi os vasos sanguíneos e o dueto. A veia cava
vos, o dueto usualmente corre em direção su ·inferior localiza-se posteriormente às estrutu
perior e para a esquerda,.jJ,LtitqJJç\q,-:;§,t�Sf?.Dl,Jl"' ras do omento menor. separada dos duetos pela
ductQ .h�pático... CQWJLLTI. para� ÍOJ!!H�l..LJ2..,91LC!Q veia porta, atrás da primeira parte do duodeno,
..Ç,olédocQ!.. O dueto cístico pode ser bastante e pelo forame epiplóico mais acima. O dueto
longo e pode descer até o duodeno antes de se colédoco é mais acessível à exposição cirúrgica
juntar com o dueto hepático comum. Por outro durante o seu trajeto pelo omento menor.
lado, o dueto cístico pode ser muito curto,�a�, P(lrte íntrod11odeno/ do dueto eo/édoeo. 12
_primeira parte é freqüentemente um�Jl Como o dueto colédoco passa através da pa
sifã_o...; rede duodenal, ele se torna constrito, sua pa
rede se espessa e seu lume se estreita..,J)J.1�
Duetos hepáticos e dueto eolédoeo .rao..J;!;.._S};.l_l._t!JÜ�Jç,"_ª,t,c,<;1,.YJ)i.�5ÜLl2lJreg,�,JÜ1-Qçl�n,al,
o dueto colédoco está intimamente associado
Duetos hepáticos. Os duetos hepcítícos dí- Ç,QPJ�Q
rei to e esquerdo deixam as metades Korres- J'mente estão unidos por tecido conectivo,
º��fl�J?�â.��iiJ1Iç'õ�·E1es,,· he üenie-:-' q
espe
pondentes do fígado e se unem para formar o 1 cialmente na parte final do trajeto, e amiúde se
dueto hepático comum. Este corre em dire- j esvaziam num canal comum, comumente de
ção inferior e para a direita, indo reunir-se : no minado ampola hepatopancreática, que,
com o dueto cístico para formar o dueto co/é- ', po.r sua vez, se esvazia no duodeno, no ápice da
doco. �U-.du.ct.u�MP..áti.c..Q_J;�.�qµ,�:ru;i_é cqmu:: : papila maior do duodeno. Estas relações são
_m.e.nte..JlliJ.isJm:ga.. e reúne-se com o direito em L_mostradas na Fig. 36.6.
ângulo agudo. A variação mais freqüente é a Uma camada circular de músculo liso
junção de dois duetos hepáticos a um nível ocorre em torno da parte intraduodenal do
mais inferior _Q�d!.ic.t.o...cís.tú;..Q�q�ntemente dueto colédoco. Ela é mais espessa no final
' _ç_.9rLe...,.p�a,._raltlQ__..ê-,..Q�QJ..I_ÇtQ....�ffi.f.,QQJlLil! do dueto colédoco, sendo denominada..e.sflnc.
'
1�s.J��
/
'"''�/r----i�c.� ·�
deste. O ramo gastroduodenal da artéria he tv/..-;--Oucto colédoco
J--".::---Parede do duodeno
pática comum desce juntamente com o dueto, Dueto pancreático acessório
e a artéria ·hepática própria ascende à es UI/JI)
'-- �-
- Papila maior do duodeno
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Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
e..,
u:,
N
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o
3:
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Fig. 36.7 Vesícula biliar. A, um colecistograma que demonstra os ,Luctos hepáticos direito, esquerdo e comum, dueto cístico,
l
a vesícula biliar (o fundo ao nível da segunda VL nesta pessoa) e o dueto colédoco. Compare a Fig. 36.5 B, em que a posiçãiJ
da vesícula biliar é mostrada por c'álculos biliares radiopacos. Observe o aspecto multifacetado dos cálculos. O fundo ao nível
da porção superior da quarta VL nesta pessoa. A, cort. de John Pepe, M. D., Brooklin, New York.
( ( ( ( ( '� ( \ \ ( ( " ( \ ( ( \ ( {
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
FÍGADO, VIAS BILIARES, PÃNCREAS E BAÇO 393
diluída. Algumas substâncias radiopacas, comumente posteriormente na região da escápula direita sendo às ve
compostos de iodo orgânico dados por via oral ou injeta . zes, do tipo cardíaco de distribuição.
dos por via venosa, são excretadas na bile. Devido à
concentração da bile na vesícula biliar, as vias biliares Pedículo hepático
podem, desta maneira, ser visualizadas radiografica
mente (Fig. 36.7). .A.s....e..stru.turas que�entramlJ o. fí�do atra;
r �constituintes_dji bile _podem_precipitar_e_formar vé
LJ.l{Lhilo __hepátiço__c.onstituem ..o._pedículo,
:..cálc. u. los.�biliares (colelitíase). As variedades comuns con-
1
- •. • • • -,-� ..... :.� ·� •...:....�,..._,_
- têm quantidades variáveis de c olesterol. Em outros, os
�iç.o (Fig. 36.5). Aqui, e em todo o inte
pigmentos biliares de cálcio são os constituintes predo rior do omento menor, elas apresentam mui
minantes. Os cálculos biliares são comuns e, freqüente tas variações, algumas de importância cirúr
mente, passam para o interior do dueto colédoco. Podem gica, pois um padrão "típico" raramente
passar para o duodeno ou obstruir o dueto, sobretudo no existe. 15
ponto de seu estreitamento. A dor da distensão e es
pasmo do trato biliar é forte, especialmente em presença Artérias. A artéria hepática comum pode originar-se
de uma obstrução. 1 .. .da artéria gástrica esquerda, da aorta ou, ocasional
·'mente, da artéria mesentérica superior. A artéria hepá
Irrigação sanguínea drenagem linfática e inervação tica direita pode originar-se separadamente da artéria
mesentérica superior e, a esquerda, da artéria gástrica
A. ..::ir.t�J�_ci�JLc�a.jrxigJt .•<L.:t�siçuli\..�biliar. fil��-2,!} esquerda. A artéria hepática direita pode passar, ante
_gin_a_da.�rtéria llepát[c é\�dir.eüa e pode ser dupla ou aber riõrmente ou posteriormente, ao dueto colédoco ou hepá
rante. As veias da vesícula biliar em sua maior parte en tico e com freqüência está intimamente relacionada com
tram no fígado e dão origem a capilares. Ocasionalmente, o dueto cístico. Encontra-se amiúde uma artéria hepática
uma ou duas veias da superfície serosa reúnem-se na veia acessória que representa a 01igem extra-hepática de uma
porta. artéria segmentar. 16 A artéria hepática direita costuma
(k çLuctos .hepáticos_ e_ c_qlé,dgf2, s�sjg,[gado.�.. prin- c orrer paralela ao dueto cístico por uma distância apre
_cipa Imeote por pequenos..Ill.1IlQS..Jll.Ú].Jplo.s....das_ar.tédas ciável antes de dar origem à artéria cística, e pode ser
císticas, sup.raduodenal. ... e. pancr.eatic.o.duo.denaLpó. . s.tero inadvertidamente ligada quando o dueto é ligado.17 A ar
�QL.: 3 Uma ou duas pequenas veias. que se comuni téria cística, que freqüentemente se localiza no trígono
cam com aquelas do pâncreas e duodeno, ascendem pró cisto-hepático (Fig. 36.5), é algumas vezes dupla.
ximo aos duetos colédoco e hepático e esvaziam-se no Duetos. A extensão dos -duetos hepático e cístico e o
fígado. Além disso, um plexo venoso está presente na ângulo através do qual eles se reúnem variam muito; em
parte supraduodenal do dueto colédoco. 14 Este plexo alguns, os duetos cístico e hepático comum reúnem-se
drena o dueto e ascende para o fígado. tão inferiormente, que o dueto colédoco se forma atrás
Os vasos linfáticos da vesícula bÍliar e das vias bilia do duodeno. Os duetos hepáticos acessórios ocorrem,
res anastomosam-se, acima, com aqueles do fígado e, geralmente, na metade direita do fígado, porém sua inci
abaixo, com aqueles do pâncreas. dência é incerta. Estes duetos acessórios são duetos
A inervação ocorre atrnvés ÊQ.Plexo h!;páticQ.:,_.As segmentares com um trajeto extra-hepático. Duetos he
fibras_parª percep_tio dJ! Aocorigiqária das_\/ias biliares páticos acessórios podem também se juntar diretamente
..aka.uçlli!UUJ1_edula...espi11hal_ a... t.raY�s.clos ner_ yo_s. e..�Pl�nc na vesícula biliar. No global, maiores variações congêni
..nic.o.s .... A dor por distensão ou espasmo pode ser cru- tas são raras. As mais importantes são a estenose ou a
ciante. Ela é freqüentemente percebida no quadrante su atresia congênita,. a duplicação do dueto colédoco e uma
perior direito ou no epigástrio e, com freqüência, referida abertura anormal (no piloro).
PÂNCREAS
! O pâncreas*, uma glândula exócrina e en- duodeno, situa-se inicialmente atrás da ca
i dócrina, é um órgão mole e carnoso com muito beça do pâncreas; porém, antes de entrar no
: pouco tecido conectivo. O pâncreas é constituído duodeno, ele é amiúde envolvido pelo pân
ide uma cabeça, um corpo e uma cauda. A junção creas. As arcadas pancreaticoduodenais têm
1.,da cabeça com o corpo é conhecida por colo..A___ localização anterior e, também, posterior à
xe,fa_mtsentixjc� �tip�riqr_ t�rwJm�.-�.fil}U!!ê:9.. cabeça e estão praticamente envolvidas nela.
..m.m1t_y_ejª litR&l.PªrnJqrn,JJtr JtY�fa_p9_rtª-ªtr.á_s O...pr..aces.sa__uncit111d.o_é !lJlliLPJ:QLo»ga_çãg__ çla
.do colo .. _p.ar.te.Jnfe.r.io.L J-�-�sQµe,r,ga ···ºª-"'·fª!?_eç_ a; ele se
A cabeça localiza-se no interior da cur projeta em direção superior e para a es
vatura do duodeno e é coberta, anterior querda, atrás dos vasos mesentéricos supe
mente, pela parte pilórica do estômago e pela riores (Fig. 35.9, Cap. 35). A veia mesenté
;, primeira parte do duodeno. O dueto colé rica superior, que está à direita da artéria,
, doco, que desce atrás da primeira parte do passa através da incisura pancreática for
mada por este processo.
*O pâncreas e o timo de animais são conhecidos, se O corpo e a cauda do pâncreas
gundo o inglês, como sweethreads, quando preparados estendem-se para a esquerda, cruzando a co
�------------------------------�
como alimento . luna vertebral. A cauda projeta-se no liga-
..
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
394 ANATOMIA
mento lieno-renal, no po nto em que ele entra ção ....c.om�o-"du.c.to" c. o lé.d.o�o-, ..com.oAual se es
em co ntato com o baço . O corpo localiza-se .iaz.ia_D.ª-...s�unqa_parte do duo deno.., na papjla
imediatamente abaixo do tro nco celíaco e - maio r d_Q.. J::\U�Qde,110. }l!!l_Jjuçto pa!J:_ÇJ:g.áti..c..o
acima da flexura duo deno jejunal; apresen acessório co stuma estar presenJ�. Ele drena
tando uma forma um tanto prismática, três uma parte da cabeça, corre em direção supe
superfícies: anterior, p o sterior, inferior; e três rior, anteriormente ao dueto pancreático , ao
bordas: superior, anterior e inferior. O tuher qual se encontra freqüentemente co nectado , e
omental é uma pequena projeção da borda esvai;ia-se__ no duods:nQ,na-11apila=.meno.r. do
superior que está em co ntato com a superfície duode_QJL_f..Çap. 35). Ele é, com freqüência,
p o sterior do omento menor. · patente. 19
Relações. As estruturas principais ante
1
riores ao pâncreas são o estômago e, algumas Anomalias. As anomalias mais comuns são tecido s
vezes, o cólo n transverso . As relações p o ste pancreáticos ; acessórios ou aberrantes, que podem apa
! '
1
rio res importantes são : (1) . a veia cava infe- recer no estômago ou no duodeno (ou no jejuno, ílio, ve
li
11
i ·ª·
. rior, ao rJa os. va§� .9sçen�js e ioll;lctá1� ;l}íJs sícula biliar, ou baço).2º O tecido pancreático acessório
1!
___qa _cabeçat (2) as veias mesentéricas superior pode incluir células insulares. O pâncreas pode, também,
l
0�-
'I
e p o rta, atrás d o c o lo ; (3) o diafragma, a ser dividi d o ou anular. Um pâncreas anular pode constri
1.'- glândula supra-renal esquerda, o rim es tar ou obstruir o duod eno.
�strutura e função. _Q_p_ã�.a.s....é...tanto...uma�glflndub
J,1
1
l'!l;iii
1 corpo e cauda do pâncreas, sendo algumas compreendem células glandulares de secreção enzimá
vezes parcialmente envo lvida por este. A tor tica, as quais são descarregadas nos sistemas de dueto s
tuosa artéria lienal está localizada acima da e, a seguir, no duodeno.
veia na região da borda superior. A cauda é ..á...p.ur.ç.ão....e.nMc.r.i!lv:la."glâp.d\!1ª,i�fP!llPQ�Ja(!e pe
l'1i mais móvel que o resto do pâncreas e, p or .q.uen..o.s._gn.1.pos,,,, .c..!;lu,_�re;;,,,"ª-..Li.UwJ.ft�•.M..l.lC.re.i\içJg;_, que
i 1 esta razão , mais variável nas suas relações. ..e.s.tão..dis,p�o.sJas . a. tcq,Y.é �de.J.Q.d.Q...Q.p.fulç.r:ea�. Cada iIhoJª. é __
ii
li Relações peritoneais. �A s:aJJdª__ dq oân: ricam.s:nkir.d_gad.a_ po_r C..fülllª-re.s_,__09,.i.11te.rL<K.@§.,ill-Jais as
__creas �,sJíS,,D.J'_Qlyj_ga=pgr . perüo 9eu,; . o_"pyn çruila.u!.e.s..c;,ªLr:..e_gª'n.,o...b,9cniô,nio. i.ns11Jina.
Irrigação sanguínea21 e drenagem linfática. O pâtt..
i:1 çr��_,__J?,,or .9ut_rg__Jado , é retr:og�rjto n.eal. As ...ci:eas .. e.stá.irrigado. ps!,las..act.é.ria.s..•p.afl.C[,t::_.;iJ;iç.QJÍJ.!.Q.QS:11ªL�..e _
duas lâminas d o mes o cól o n transvers o __p.w:..r. am.qs.,p.=uv:tflii1...H&-11�l (Fig. 35.5, Cap. 35). As arté
iil .·
c
projetam-se para a frente do pâncreas (Fig. rias pancreaticoduo denais ântero-supe rior e ântero
li 35.9, Cap. 35). A lâmina superior co ntinua-se inferior formam uma arca da anteriormente à cabeça do
liil inserção d o meso cólo n transverso , o pân cabeça do pâncreas. Ambas as arcadas irrigam o pân
creas está co berto , anteriormente, pelo peri creas e o duodeno . ..Q__pân.c.i;.e.a,s...també.m,_rece.b.e .. urn. -nú
to neu que forma a parede po sterior da bolsa ramos
o mental (Figs. 34.2 e 34.6, Cap. 34). A parte
me.r..o.�de xam9.�, ª ,pªcfü.,d,ç1_ ª-ft�.r.ia. .J,i�rt<lU Cap. 38). .Est�s ...
incluem as artéri�Q.ª1J&�n...doç��l,_pauc.r,eátiq1
inkci.o.c., Pílt!Q:;eátjca,.magna e a..,p.ancr;,eáJ,i,:;a_,,,ç_ª1JdJll., Oca
1,ri!. inferior do meso cólo n transverso cobre a su sionalmente, há um shunt arterial através da parte ante
perfície inferior do corpo do pâncreas e a su rior da cabeça d o pâncreas, entre as artérias gastroduo
perfície anterior da cabeça, de o nde ela passa denais e mesentérica superior.22 As veia s , um tanto mais
anterio r à terceira e quarta partes do duo deno variáveis, acompanham as artéria s. Os vasos linfáticos
e co ntinua com a lâmina direita do mesenté- que drenam o pâncreas estendem-se por tod os o s linfo
1 __ rm,_ nód ios adjacentes : lienal, mesentérico, gástrico, hepático
e celíaco.
Duetos pancreáticos. (Fig. 36.6)._0�
1:"
18
BAÇO
O baço2:: (L. lien; gr. splen; daí o s adjeti- ..s.ua.d.ren.a.ge,m_ye.o . ..,Y.ai...�P-é!.Ç,;L,Q_.,,Si�terna
. Q,sa
vo s /ien(/ I e esp Iênieo) é"µ m. -Ófgª-.Q...Y-q�IJ.lcJr -.po .rta.,. E Le... é.J.1m., órgão.Ji_Qfát,iç_ Q�9.JJ� Ji.lJ.nt.,S an:-.
mole, que se lo caliza co ntra o diafragma e a _gue., r.�m-9.ye_ferrn__çlaJ1�.1J1Q&LQQ!D..ª-, pi;.o dt1.z.
nona e to.ª costelas, so bre o lado esquerdo . _linfócitos .e... .a.o.tico. . rpos, e-armazeoa ...e.Jibera
_Emb_QI.a..Jl._baÇ.Q.JJ,ã,Q.....s_eja_,u,i:n.,,.Ó..rgâo...digestiY,Q,."· Sªngu_e_,c.om,... W:Ua._ alta ,ç_qnç_entraç.ão . �de , CO r- -
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
FIGAOO, VIAS BILIARES, PÂNCREAS E BAÇO 395
p_ús.c.u.Lus. A retirada do baço não determina A polpa vermelha está composta de seios venosos. man
ne nhuma incapacidad e apar e nte . O baço tidos unidos por uma rede de fibras reticulares e revesti
apresenta supe,fícies diafragmáticas e visce dos por células que incluem aquelas do sistema reticulo
rais, bordas superior e inferior, e extremida endotelial. O sangue das artérias que entram no baço
des anterior e posterior (freqüentemente de eventualmente pelas veias lienais.
atingem os seios, os quais são drenados
nominadas extremidades medial e lateral). A
_b__Qcda...s.up..eriQL.JLciJJlilfrndé:'!,; as incisuras re Irrigação sanguínea 2H e drenagem linfática. D baço '·
presentam os remanescentes da lobulação fe eáJá irrigado pela artéri_aJienaL_qu�. f1:eqüentemente, se ...
ru:igina .d.o.tr.o.n.c.u_ç.elíacP.e ,apr�senJç1,UJJLtr,üeJo,J.ostuoso
tal. As superfícies e margens do baço são rdfi, .. QrQxiµ1Q,_�__ QQ[Q,/:l_. _!iJ,!p_ç:1io_c�<:lg"c::Q_u:19�,9º
mais notáveis nos cadáveres fixados. O baço -,R.fl.PUU,:�qq� .pâncreas. (v. Fig. 35.5). Durante o seu trnj�J,Q.,$.@jü _ �.i:i:.��
de um ser vivo é facilmente moldado pelas es _gem a.[am.QS pancreátirnS,J'aI"!)OS_g_�striCQ\ Çll[tOS e à ar
truturas adjacentes. téria gastroep(plójca e�qJJ..�illL. Ela então se divide em
Um tecido lienal acess ório pode ocorrer dois ou três ramos terminais, que se dividem posterior
em qualquer porção da cavidade abdo!llinal, mente antes de penetrar no baço, muitos deles através da
mas principalmente na cauda do pâncre"as. 24 superfície visceral. A extremidade da artéria pancreática .
Relações. A superfície diafragmática está inferior pode também irrigar o baço.
Alguns troncos venosos que deixam o baço, espe
relacionada. com a parte costal do diafragma.
cialmente a partir do hilo, se reúnem para formar a veia
A superfície visceral apresenta as superfícies lienal. Esta veia corre para a direita, atrás do corpo do
gástricas, renais e cólica. A supe,fície gás pânct-eas, e reúne-se a veia mesentérica superior, atrás
trica está relacionada com o estômago. JJ.m.a do colo do pâncreas, para formar a veia porta. Ela, fre
...Jonga fis sura,o. hilQ,...J2res�!l�x� na part�_l!_!fe. qüentemente, recebe à veia mesentérica inferior e, algu
dor...do.. baço,.,e.stá.pe rfurada 110r:.Yª.\iO§,.s:.,11tr mas vezes, a veia gástrica esquerda. A veia lienal e a
vos. _A supe,fície renal da parte inferior da veia porta podem ser demonstradas através de injeção
s uperfície visceral está relacionada com o rim percutânea de material radiopaco no baço. 27 O material
es querdo e, algumas vezes, com a glândula entra no sangue e, a seguir para o sistema porta.
Os linfócitos formados no baço entram na corrente
supra-renal esquerda. A supe,fície có/ic{l, na sanguínea. Os vasos linfáticos estão presentes apenas na
extremidade anterior, está relacionada com a cápsula e nas grandes trabéculas. Eles drenam para os
flexura cólica es querda. A cauda do pâncreas linfonódios adjacentes.
pode chegar até o baço, entre a superfície có Inervação. llma.d.e.ns.a-1:.e..c!ic:_d,.eJ.i.bm. C.QDJi!1l!íi:S.e__ çl9
lica e o hilo. plexo celíaco ao longo,..da_a.ct.é.r.ia.Jie.naL A maior parte
Relações peritone{lis. O baço está cir são fibras simpáticas pós-ganglionares para os músculos
..c.undadQ....to.talmeute._p_or_p..e..ritqneJ!, �.1(CttQ .no lisos da cápsula, trabéculas e para os vasos lienais na
. hilo, Uma reflexão peritoneal pode partir do polpa.
pólo inf e rior do om e nto maior; e la pode
REFERÊNCIAS
romper-se, durante a retração cirúrgica do es
tômago para a direita, resultando em sangra
mento.25 O baço desenvolve-se no mesogás 1. F. H. DeLand anel H. N. Wagner, Atlas of .Vucl<'ar Medi
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396 ANATOMIA
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Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
37 RINS� URETERES
E GLÂNDULAS
SUPRA-RENAIS
i l O rim (do latim ren, do grego nephros; localizam na parede posterior do abdome a
daí os adjetivos renal e néfrico) e os ureteres cada lado da coluna vertebral. _Qs rins man
são partes do sistema urogenital, e as glându ...têJ1Lo..hala11ço_ iônico_çlo..._§anp;ue.,1 ·�·-;; pércÍâ-de
las supra-renais são partes do sistema1 endó ambos é fatal. A.Ls11pra;Leria�são. glândulas
c rino. Estas três estruturas, porém, se encon en.d.fu:rinas d:!.. -�l,1ª.§-. se.c recões são necessárias
T
..
RINS
Os rins são um par de órgãos de c olora- e intestino delgado. Às vezes o baço apre
ção marrom-avermelhada, com a forma de senta-se tão intimamente relacionado ao rim
um grão de feijão cobertos por uma cápsula esquerdo que o seu peso causa uma protrusão
'r
fibromusc ular, fina, brilhante, que se descola sobre a borda lateral.2 Isto pode estar evi
T facilmente em um rim normal, o mesmo não dente em radiografias.
o correndo em um rim doente. Cada um apre- As relações posteriores importantes são:
senta uma supe,ffcie anterior e posterior, o diafragma, o psoas maior e o quadrado
bordas medial e lateral e pólos superior e in- lombar, e ramos do plexo lombar, juntamente
feriar. Aborda lateral_j_ç.o_n,Y.ex� rn¼dial, com a 12.ª costela e a borda lateral do eretor
chanfrada..na.altura..do_bi.lo. o qual conduz ª9. da espinha. O pólo inferior do riin pode estar
seio renal,.�_O.s._11.rin.c.i.p_ais vasQS. .,,,r,�nª,i§_�Jltr.ª1TL próximo ao trígono lombar (e um absc esso
-no...hilo_..e._dele,, .s.aern,._e__Q.s.-Yreteres deixam Q trena} pode emergir neste ponto). O diafragma
.Jiilo. ; geralmente separa o pulmão e a pleura da
�- Os rins estão localizados paralelamente a parte superior do rim. No trígoilo vertebrocos-
1 coluna vertebral, sobre o músculo psoas maior, tal (Cap. 27), o pólo superior do rim pode estar
: e num plano oblíquo, entre o coronal e o sagi- separado' da pleura somente por uma camada
tal.· Seus�eixos longos estão deslocados para a de tecido conectivo.
,. frente e lateralmente, assim c omo inferior- Relações peritoneais. Ambos os rins
mente, em conformidade com o eixo longo do _retr.Q}l_eritoneais. A parte da superfície ante
§·ªº"-�-
psoas maior. Os rins apresentam cerc a de 11 rior do rim direito relacionada com o fígado e
a 13 cm de comprimento, s.en.d!L_Q._J���q!l,�!,9Q. o intestino delgado encontra-se coberta por
unu20Jtco mais longo e _maiocque. o_ direito.. 1 peritoneu. O resto da superfície anterior não
Os contornos renais podem ser visíveis em apresenta peritoneu. A parte da superfície an
radiografias simples (Fig. 39.2B, Cap. 39). Os terior do rim esquerdo em contato com o es
cálic es, a pelve e o ureter podem ser deline- tômago, baço e o intestino delgado está co-
ados por pielografia intravenosa (Fig. 37.1). berta com peritoneu.
Relações. As principais relações do rim As relações importantes dos rins com os
são· as que seguem. grandes vasos são mostradas na Fig. 37.2.
. Acima,.-Q�P.Ól.Q....§.!!!2mQ_i:..-,y1).f_Q.QJG!::.,��� -çp- r· Anatomia de superftcie. 3 Na posição erecta,
b._er_m_p.�1ª�glân,g!)lª-�·1,1.,nrn�.P'!L, que se apre- :os rins estendem-se do nível da primeira VL à
senta envolvida pela fásc ia renal juntamente )quarta VL. O rim direito pode estar ligeira
c om o rim. mente mais baixo que o esquerdo, provavel-
Anteriorrnente.,...Q.ÜOJ.AÍL�it9 :i:d�ç�qg� -se · mente devido ao fígado. Seu pólo inferior às
_c_om__n__figado., segunda parte do duode!l,O, vezes é palpável. Qs._níy_eis_ d..e--ªsIDbQâ.....Q.,S,.Jlll.§"'
c ólon ascendente ou flexura c ólic a direita e _alte.r.aw-s� durante..a ..respiracáQ.,�c om altera
com o intestino delgado. O rim esquerdo está .çõ.es_de_postura•. Na posição de dec úbito, os
relac ionado com o estômago, pâncreas, cólon rins situam-se ao nível da 12.ª VT até a ter
descendente ou tlexura cólica esquerda, baço ceira VL. A quantidade de movimento de
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
'%'''
-- ___.....,,.,._ ·····•·· . ---
Fig. 37.1 Pielograma intravenoso. Observe os cálices, alguns dos quais vistos de lado e outros com terminações, e a pelve -.
renal, que diferem em forma e nível. Cortesia de Sir Thomas Lodge, The Royal Hospital, Sheffield, England.
1-
r
i
,_
1
l
r-
r
1
r
r
r
-
l
1
Fig. 37.3 Secção coronal do rim. Cortesia do Professor C. Yokochi e lgaku Shoin, Ltda, Tokyo.
r
r
--
r JI
Veia subcostal
Glomérulo
L
Glomérulo
Córtex justamedular
Cauda
eqüina
�
Medula
-
1
y
----·-�· �
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
RINS, URETERES E GLÂNDULAS SUPRA-RENAIS 401
e interrnesentérico quy acompanham a. artéria renal,. as o rim é vascularizada por vasos pares múlti
plos, dos quais uns poucos freqüentemente
.ª .
sim como de ramos diretos dos nervos esplâncnicos to
_1_:ftci_<:_os e lornbé��s_,__1· Ás fibrás para a sensibilidade do- permanecem. O .mais supe.riQL.{ artérjçtJrê-_
i� lorosa. principalmente a partir da pelve renal e da parte nic.a.infe.riox,__qJJe..ir.riga. .o_diafragma._e___a_glân-
superior do ureter, penetram na medula espinhal atra
vés dos nervos esplâncnicos.
....d.u.la._sup..r:a::.ren.a.L Outros irrigam a glândula
r- Malformações e variações. Os distúrbios do desenvol supra-renal. e um terceiro, o mais inferior, ir
vimento são responsáveis por urna va1iedade de anoma riga o rim. Além disso, uma outra artéria ir
lias e anormalidades renais. Entre estas estão: _o . .rimpQ- riga a gônada. As variações na persistência dos
_li_çís.tic.o., ,.0 üm.e111 fecr<1dp1J1. ;i lob�il9-ção do rim adulto. vasos mesonéfricos, com relação tanto ao
OSflJ1S anorrm\!mente bjlÍX0S,ÇpIJheciçlos__ também corno nível quanto ao número, são responsáveis por
rins ectópic9$. por exemplo. o rim pelvino (devido a urna muitas das variações arteriais.
falta de migração superior): ..d!ip.li..c.açáo ..renal e .. Y.ariaç�o As artérias seg_mentares doJimJreqµen-_
,� na_rªrnificação_dosJJr.e1eres=Foi demonstrado que indi -��n.1tUêtrU)Jigen1-ria ..é\t:Jiris1.. 1:eQªl__p.rg_ im.fsl..
víduos com variações renais são muito mais suscetíveis a ao_hilÇL OLIJ10 pr§PTio hilo, porém freqüente
r-
i
doenças renais.15 A ausência congénita de um rim é in
mente uma ou mais artérias segmentares
comum. A ausência de ambos "é incompatível com a vida.
podem originar-se antes de a artéria renal al
cançar o hilo, ou podem originar-se da aorta
Pedículo renal ou da artéria supra-renal inferior. ..A.ir.ciga.ção
su�ra:i:e.naLe_a.im<tLes.tã..QjQ.1im;:1me11te__ rela.�
,- ....Q_,u.1:.e1.e.r . . e•.os....Yasas_,q.u.e_entrarn...on_hil.o e io nadas.,. _de___t<.iLfo_rmª--qlJL.ª-�ªL�.L!i\L.S.�IJ. RXi.:._
renal co.osti.tu.em,.o�,,p,ed.í.çuJo..,.,r,e.,nal. As varia r.e.na.L inkri.Qcçm11,1Jm.ept� .s.s:.. Q[igiim"ga_.,r�nq!
ções nessas regiões são comuns e freqüente e., __ Qor outro lado�... J.regüentemente_i\A__u_f!.l
J-
1
mente importantes. rn rfill1...Q.,çaps1.d.a1:__p.ara .. o _rim.,. um ramo do qual
__As_princip..ais.. rela&,_õ�-�ntro do 12ec\Lç1!J.o pode originar-se uma artéria acessória. As ar
.. s.ã.o._as...se.guin1e.s..:.....a ..Y.e.uu:e.naLe..s. tá....ant.�.rLQC� .o térias gonadais também estão intimamente re
1-
ureterpost�riou�.,. as artérias, dispostas como lacionadas ao pedículo renal e variam nas
mostra a Fig. 37.4. Um rim retirado do corpo suas relacões com este. Uma das veias gona
pode freqüentemente ser identificado como dais, freqüentemente a esquerda, pode
direito ou esquerdo colocando-se de uma ma enrolar-se em torno da veia renal, isto é, pas
r--
1 neira que o ureter fique posterior e apontando sar sobre a veia renal e por trás dela, e então
em direção inferior e mediaimente. Uma se dirigir para a frente, sobre ela, e finalmente
parte da pelve renal localiza-se por fora do em direção inferior, anteriormente a ela.
seio renal e, desta maneira, constitui uma à.mba.s -45._, veias.Jenm�,te�ngen:i_a
parte do pedículo. localizar-se anteriormente às artérias; a. es
oN
Duodeno-·····: Diafragma
Pâncreas i
Duodeno
i.. Cólon
ascendente
1-
!
Gordura pararrenal
Gordura ....
.. Fígado
perirrenal j
..
Nervo subcostal,.. Q ••••••••Fáscia
Nervo renal
ílio-hipogásfrico"".
···-Duodeno
Nervo ilioinguinal�.··
. . Quadrado•••
lombar
Fáscia : Cólon
renal : • ·······ascendente
Cólon
descendente Fáscia i
A transversal···
Tecido extraperitoneal
,•••••••••• Fáscia
ílica
B
1-�-
", GLÂNDULAS SUPRAmRENAIS
.E_s_tªs_gfün_qµJª��pares são pequenas gliln veias, acoQ112,s1nha <Uii'té1iª. A...Y..cia..re.rutLdü:.�.ita (às vezes
du.la.s_end.ó.kriRa_s._d_e__çJ�I.c..a.,.-d�__ .3__ =,i._6_.gniw.as dupl a) .p.e.o.e.tr..aJJ.a._yejcu;.a,vJ:Lill(eiior, e_a çu1:ta..,.yeia. es
_çada umª·· Alguns dos hormônios produzidos .qu.erda.....e.n.tl:E�.D.ª-...Y�i. a 1:en.ct, l, freqüentemente como um
comum junto com a veia frênica inferior esquerda.
pela supra-renal são essenciais à v ida. Cada tronco Somente uns poucos vasos linfáticos encontram-se
supra-renal se localiza na face superomedial presentes no córtex, porém existem muitos na medula.
da parte anterior do rim correspondente (Figs. Eles acompanham as veias para os linfonódios adjacentes.
37.2 e 37.4). A supra-renal direita pl"ojeta-se Inervação. As glândulas supra-renais estão inervadas
i. um tanto posteriormente à v eia ca v a inferior. p.e.lo.... plexo._celí..aç_"a��-�,n.eu.us.• � plâné.11ié.6'sj.91:ácfros .,é.
1
'� Cada uma é circundada pela fáscia renal, à Jq_rnbar�s. As fibras são sobretudo fibras simpáticas pré
\ qual está firmemente aderida. As glândulas ganglionares que vão diretamente às células da medula.
1�
[
podem ser demonstradas radiograficamente -. Desenvolvimento e variações. Devido ao desenvolvi
pela injeção de oxigênio ou ar na gordura pe mento do córtex fetal ou provisório, as supra-renais são
rirrenal. As camadas da fáscia renal fundem extremamente grandes no nascimento. apresentando
se acima das glândulas supra-renais, que se cerca de um terço do tamanho dos rins. Após o nasci
encontram presas à fáscia. Esta fáscia, por mento, o córtex fetal degenera-se e o tamanho absoluto
da glândula decresce. As glândulas não readquirem o seu
sua v ez, está presa ao diafragma. tamanho durante o nascimento até a puberdade.
Na__maioria.dos_aoim.ais,...as...glâpdulas são O tecido supra-renal acessório está comumente pre
.denJ)filÍnada�ndµlasadr�llllis ,.,�.fle=vi g.o>.ª9 sente no abdome e pelve. O córtex desenvolve-se em as
fato de"es.tarem pró.x.i.mas.....a.o...rlrrL porém não sociação com a crista urogenital. O tecido cortical aces
necessariamente acima deles. Daí adrenalina sório pode, por esta razão, estar presente nas vizinhanças
(epinefrina) e adrenalectomia. do rim ou em qualquer ponto ao longo do caminho de des
A glândula direita é algo piramidal. Sua cida das gônadas, tendo sido encontrado na pelve e no
base repousa sobre o rim. Posteriormente, ela escroto: Tecido medular ou cromafim acessório constitui
se encosta no diafragma; anteriormente, está também um achado comum.
em contato com a área nua do fígado, veia Sistema cromafim
r- cava inferior e com o peritoneu. A supra
,_ renal esquerda é mais achatada e tem mais ou As células que se derivam do neuroectoderma e que
menos a forma de meia-lua. Ela se relaciona se coram com sais de cromo pode·m ocorrer em qualquer
posteriormente com o diafragma; anterior local em que existam células ganglionares simpáticas. Elas
mente, está coberta acima pelo peritoneu da são mais comuns na cavidade abdominal, freqüentemente
bolsa omental e, abaixo, pelo pâncreas. A ar próximas aos gânglios simpáticos ao longo da aorta.
téria lienal é uma importante relação anterior. Estes parng[ing/ios ou corpos parnórticos, juntamente
com a medula adrenal, constituem o sistema cromafim.
_C.a<!a_glânQ.l!L•LRQ§.fil!i u111_!ü!.2j1!,2,,_qµal emer:; A maior parte dos paragânglios secretam norepinefrina.
,_ Z�ID ªLY.e�§.!!QI.ª.:-J:..�!l�is. Muitos dos corpos paraórticos alcançam o seu ta
manho máximo durante a vida fetal. 2; Dois deles são
Estrutura e função. C.aç\a,glâ1'].clulª--S.1JP,G:!":J�'lª-Lçom�. muito constantes em posição (próximo à origem da arté
preende doi�cQmJ?.QJJÊntes endócrinos3lifece.!ili!L Ç\� ria mesentérica superior) e apresentam cerca de l cm de
__ J,c,x
. e a 111e,,.<J.uh,l. Toda a glândula está circundada por uma comprimento. 28 Eles continuam a aumentar depois do
1 cápsula de tela conectiva. D_c.&��::!:..�!lli�.z nascimento, mas rapidamente após decrescem conside
hormâoias e.st.er.óide�.fl.TIPQJ'Jll!ltS:. ,§..!lí!.filAcI;Jl!l�t!E�,a ravelmente em tamanho.
Janç.o...ele.tr.oH.tLco...e. -110.,111.eta.QQJitlll!Ld.$..P,�j_n,��-�..ill:�2.i
drntp. A...medµla,pro�dµz"eqinefrina e norepi11yfrina, cujos REFERÊNCIAS
_efe.ito.s��ÃQ...�tm�11te c�imil ªi:es -.�q4_ele_s_ re...s.lJlJa,n,��� ,9c;t
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qüentemente se originam da renal, e uma artéria supra New York, 19-51.
renal média proveniente da aorta pode alcançar a glân 5. W. B. Stirling, Aortogrnph y , Livingstone, Edinl,urgh,
dula. 25 O número e tipos de disposição das artérias 1957.
supra-renais são tão variáveis que podem ser diferentes 6. H. Fine anel E. N. Keen, J. Anat., Loml., l(J(J:/'l81, 1966.
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Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
404 ANATOMIA
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Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
8 VASOS SANGUINEOS,
DRENAGEM
,
LINFATICAE
NERVOS
VASOS
i
SANGUÍNEOS
As artérias que irrigam a parede antero .MJ.Litas..sr.té1ia.�..S,JJJ2fç\:J:ÇJ.1fiLs_.s.!lJJ�ÜQfe :,__J.�!12.. QJig_em 1±, pa��
lateral do abdome são descritas em outros lo -�F.ed�.;ada. artéria frênic�JQ.feriQ!"..\lnP.e .S,,eJ.!.JlcllTI9 JJOst_e-
cais (Caps. 21, 33) . .As.=outras.. artérias para o -U.QI, A artéria frênica inferior esquerda pode dar um
ramo para o estômago, e ambos podem dar uma artéria
a.b.dome. se.01:igina-m--da.aorta--abdominal. aê'essória para o rim.
Artérias lombares. Há_p.eq..lJ.�D.i,l_\U\rJtܪ§_ se_g111entares
AORTA ABDOMINAL q111:"'.se...0J:i.gi_o11.m•.Qfl•.P..l!C�.J?.9j1�!ior. da aÓrta. sâ? Ç()ITIU:
rne11te.!J.!li!JL<:Uil!.-9J1f.2•.PJ.l.J:.�S,2 e cada par pode originar-se
_A_JiQ.rta abdominal tem início no hiato como um tronco comum, sobretudo no caso das artérias
__aó_rtico_do"diafr:agma,. à altura do nível da 12.ª lombares inferiores. A artéria sacra) mediana pode
�T · Apresenta um trajeto descendente, ante originar-se de uma ou de outra das cinco artérias lomba
no_r aos corpos vertebrais _e,__à__e.squerda. da res.
veia cava inferior. Ela se desvia ligeiramente As artérias lombares passam entre o músculo psoas
para a esquerda, durante o seu trajeto des maior e os corpos vertebrais e dividem-se em ramos ven
cendente, e termina mais ou menos ao nível trais menores e dorsais maiores. Os ramos ventrais irri
gam os músculos e nervos adjacentes, em particular o
da quarta VL, djyjdindQ-se m1s....artéri_ª_s. ili_ç_as
plexo lombar, e anastomosam-se com as artérias segmen
�-D:s....dii:eita_e e.squ�x.da. As relações ante tares acima e abaixo. Cada ramo dorsal passa em direção
n?res importantes são, de cima para baixo, o posterior, juntamente com o ramo dorsal do nervo lom
panc1�eas, as veias lienal e renal esquerda, a bar correspondente, e irriga as estruturas do dorso. Dá
t�rce1ra parte do duodeno e as alcas do intes origem a um ramo espinhal que penetra no canal verte
tmo ?elgado. O plexo celíaco eº os gânglios bral (Cap. 50). O ramo dorsal da quinta VL pode ser
localizam-se anteriormente à parte superior substituído pelo ramo lombar da artéria iliolombar.
da aort�. Em um nível pouco mais abaixo, a
part� int e rmesentérica do plexo aórtico Artérias ílicas comuns. As artérias ílicas
localiza-se anteriormente. comuns direita e esquerda são os ramos ter-
f" A aorta abdominal pode ser comprimida
por uma pressão em direção posterior a partir
da parede abdominal anterior, ao nível da
quarta VL, especialmente em criancas ., e adul- Par parietal
tos magros.
., Os_ ramos parietàis e viscerais da aorta
O Par visceral
'Artéria
Ramos parietais Artéria
supra-renal
frênica inferior
-'- Artéria lombar
, __..As. attéüas_frê_n_i_c_ns__ioJe.ciQce�, .loml:>axes.
média
Artéria ;I ff,
-� ihcas comuns são pares; a sacra! mediana é
renal i [{
urw,ai: ..
Artéria
gonadal ·1 [
J lt
. s
Artérias Jrênicas il1feriores. As_,-u:térias..tttni.fál�,ill.Íf·
.nor.e. .. dJreila .. e_lé!�,qu_ e, n.hL.QJjginam -se do tronco celíaco
Q.l,!.a�e�t�o.J1:�,güentef!1.ente _q1,rnmg=C>_fazem <la "�2Eta: apre�
mesentérica
inferior 1Á' Artéria sacra!
�� mediana
sentam, amiúde. um tronco comum. Cada artéria cruza o B e D
pilar do diafragma correspondente. dividindo-se em Fig. 38.1 A, represelltação esquemática horizontaldos tipos
ramos que irrigam o diafragma e que se anastomosam de ramos da aorta. B, ramos viscerais ímpares. C, ramos
com as artéri,ts pericar<licofrênica e musculofrênica. viscerais pares. D, ramos parietais pares e ímpares.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII :-
406 ANATOMIA
mi�ais da aorta. Cada uma delas se. dirige in Artérias supra-renais médias. São pequenos vasos
fenormente e lateralmente, terminando ao pares que têm origem ligeiramente acima do nível das ar
nível do disco lombossacral e dividindo-se em térias renais. É possível estarem ausentes ou serem múl
artérias ílicas externa·e interna. A artéria ílica tiplas, irrigarem uma parte considerável das glândulas
supra-renais ou, sobretudo, a gordura perirrenal.
comum direita é freqüentemente um pouco
mais longa, devido ao fato de a aorta estar à
Artérias renais. Originam-se aproxima
esquerda do plano mediano na sua bifurca
ção.
O ureter cruza anteriormente tanto na bi
damente
r.
a
e naLçlir_ e
à altura da segunda VL. A artéria
jtaJ,.freg_üentem�pte .nwt�
.. P- ª . §. �ª--P-9r.Jrn�-- 4 ª veia
�ªi?S-ª
cava
_que
infe-
furcação da ílica comum quanto na parte su _�SQ!J_ c rdª-., · ---------··. ····-:·"· · ·· ;
perior da ílica externa. A artéria esquerda ---. rior -'... Cada uma··;·dá-. orig
· ---�------- .. f_IIl.a.µJP,�LQU_fil.�!§ _ai:_te-
apresenta anteriormente o ápice do mesocó !1ª-L�JJl?.,fjl...:reqat�-..tll�J,lQ[�.�-' um ramo para o
lon si�móide e os vasos retais superiores e, ureter: ramos pai:a .ª _gordura e parede corpo
postenormente, os corpos da quarta e quinta ral adJacentes, d1v1dmdo-se, então, a seguir,
VL e o músculo psoas maior. A artéria íÍica em seus dois ramos primários (Cap. 37).
co�um direita está separada das quarta e
qum�a \_'."L e ps<?as maior direito pelas À;_rtérias gonadais (testicular ou ováricas).
termmaçoes supenores das veias ílicas co As gonadas desenvolvem-se na crista urooe
muns e início da veia cava inferior. n � tal, iaróx � mo ao rim, e recebem a sua irriia
O plexo aórtico continua-se ao longo dos çao a :p� rt1r da �o�ta abdominal (Fig. 38.2).
4
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CI)
Fig. 38.4 Dois linfangiogramas normais (anterior e oblíquo) mostrando os linfo11ódios lombares inferiores e os vasos. As setas indicam o vaso por bypass
lombar inferior direito. Cortesia de G. M. Stevens, M. D., Palo Alto Medical Clinic, Palo Alto, Califórnia. .....
....
.i:,.
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
412 ANATOMIA
pelve, assim como em outros locais, a impor em direção inferior e as comprime, aumenta a
tância cHmca-do plexo· vertebrar êfeve-se:�ao pressão intra-abdominal. Este aumento na
papel da possibilidade de disseminação de cé- pressão força o sangue em direção superior
lulas tumora(s e infecção.. (válvulas na pelve e nos membros inferiores
Os mesm·os mecanismos que produzem evitam o fluxo em direção inferior), desta
um fluxo de sangue entre o plexo vertebral e · maneira auxiliando o retorno venoso. Ao
o sistema ázigos atuam no abdome e pelve, mesmo tempo, o sangue tende a fluir para o
mas com tempos diferentes. O retorno san plexo vertebral. Assim, durante a inspiração,
guíneo dos membros inferiores, pelve e ab o retorno venoso aumenta, o fluxo sanguíneo
dome depende de seu fluxo sob diferentes vai para cima, nos plexos vertebrais, a partir
pressões entre os capilares e o lado venoso do abdome, e para fora dos plexos vertebrais.
do coração, e também da ação muito impor no tórax.
tante de compressão dos músculos, combi As alterações inversas ocorrem durante
nada com a disposição das válvulas. O fluxo a expiração. Está claro que, independente da
sanouíneo, além disso, é auxiliado pela reipi -0.ireção do fluxo nos principais canais veno
raçã9. Durante a inspiração, a pressão intra sos sistêmicos, que permanece constante, a di-
torácica diminui, e a diferença de pressão reção do fluxo no plexo vertebral pode va
entre os capilares e o coração torna-se muito riar de acordo com a fase da respiração. O
grande. Durante esta fase, o sangue passa do fluxo «J.o sangue do abdome e pelve no plexo
plexo vertebral para o sistema ázigos. A vertebral está acentuado por qualquer aumen
mesma excursão inspiratória, devido ao mo to na pressão intra-abdominal devido a tosse
vimento diafragmático que leva as vísceras °' ou espirro.
DRENAGEM LINFÁTICA2 :l
Os vasos linfáticos da parede abdominal ( crossover linfático lombar).
anterolateral estão discutidos no Cap. 33. Os Outros linfonódios abdominais são mais
vasos linfáticos lombares ascendem dos lin regionais que centrais e encontram-se espa-
fonódios ílicos (Fig. 41.6, Cap. 41) como duas 1 hados ao longo dos vasos, drenando os
ou três cadeias agrupadas em torno da aorta. vários órgãos.
Cada uma delas consiste de vários vasos que A extremidade inferior do dueto torácico
são mais ou menos paralelos, sendo que cada localiza-se atrás e ao lado direito da aorta ad
um cobre as bordas direita e esquerda dos jacente à coluna vertebral e ao pilar direito do
corpos vertebrais. (Se presentes três cadeias, diafragma. O dueto torácico (Cap. 31) co
a média fica próxima ao plano mediano.) Há meça de uma ;maneira altamente variável,
freqüentemente um vaso em alça à direita da tanto como uma dilatação alongada e ovóide,
terceira ou quarta VL (Fig. 38.4). Este é o a cisterna do quil_o, ou como uma dilatação
vaso de bypass lombar inferior direito; isto irregular, ou ainda como plexo de vasos.
corresponde a um hiato na cadeia de linfonó Vários duetos coletores convergem em dire
dios. A cadeia linfática ascendente reúne-se ção à cisterna do quilo ou plexo, e estes in
ao dueto torácico. cluem o tronco intestinal a partir de linfonó
Existem duas ou três cadeias de linfonó dios anteríores à aorta, um par de troncos
dios lombares (aórticos) ( Fig. 38.5), dispostas lombares dos linfonódios mais laterais e um
tanto em coluna como de modo esparso. As par de troncos intercostais dependentes a par
colunas direita e esquerda estão sobre os pro tir de linfonódios nos espaços intercostais in
cessos transversos. (Se houver três colunas, a feriores. O número de troncos varia, e tron
média localiza-se sobre a aorta, e os linfonó cos além destes já enumerados podem estar
dios também se localizam p0r trás da aorta, presentes. O dueto torácico passa em dire
nas regiões lombares superiores e torácica in ção superior através do hiato aórtico, no
ferior.) Os linfonódios são variáveis em ta diafragma, e ascende no tórax até a raiz
manho e em número (10 a 54). As conexões do pescoço, onde se desemboca no sistema
entre os lados direito e esquerdo são comuns venoso.
NERVOS
Os nervos do _éJb_d�o1.ne __são.. os .. nervos to- _,_!:>ir:npit_ico_J�.. 5.\:.Wi.TéWJO_s_, os pJexo.s. au tônomo_s
raco-�tbdominais, ne_ryo fr�nico.. � nervo vago_,. � .Q... P!e0o lo_mbar, ps nervos toracoabdomi-
9��- ·ne vos·
r es.pÍâncnicos torácicos,, .o tronco. na is já foram descritos ( C ap. 27).
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
VASOS SANGUÍNEOS, DRENAGEM LINFÁTICA E NERVOS 413
___
: '---, - --·--- - - -----------
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
414 ANATOMIA
continuam em direção à pelve, anteriormente
ao sacro.
Os troncos simpáticos são raramente si
métricos, e os gânglios lombares são irregula
res no tamanho, posição e número (usual
mente, de três a cinco). 25 Eles podem ser de
dois a seis gânglios e, às vezes, um tronco
simpático é uma massa meramente alongada e
ganglionada. A variabilidade no número dos Nervo
esplâncnico maior
gânglios lombares parece ser devido ao fato
de que, com o desenvolvimento dos gânglios,
cada um se separa em duas partes. Estas duas
partes mais tarde se recombinam e formam i-
1
um tronco segmentado. A irregula1idade na
recombinação conduz às variações coniu
mente presentes no adulto.
A identificação de um nível adequado de
um gânglio específico é muito difícil.
. Contando-se a partir do mais alto gânglio
· lombar, observa-se que não depende disto.
Por exemplo, o primeiro gânglio- lombar,
quando presente, localiza-se entre os pilares
do diafragma e a coluna vertebral. 26 Ele é di
fícil de se alcançar e muitas vezes passa des
percebido. Os gânglios são melhor identifica
dos através de seus ramos comunicantes.
�-- -
,�
1 contínuos, mas suas part�s_seguintes3âQ de-. Nervo vagai
nominadas de acordo .. com as.arJérias. com .
_qµ�_.iç_ _�·n_çgot.Íirn.ass, o ciados.... 1
1 /
Plexos celíaco e mesentérico superior. O 1 I
''
I
plexo celíaco localiza-se. anteriormente e ao 1 I
lado da aorta, na origem do tronco celíaco e I
1� das- artérias mesentéricas superior e renal. I I
I I
Contém os gânglios celíacos pares, o gânglio
!� mesentérico superior (ou gânglios) e muitas
massas ganglionares pequenas, sem denomi
.. /
I
/'
1� I
'\'
nação; seus componentes funcionais são mos I
'� I
!
trados na Fig. 38.7. Os gânglios celíacos de
forma irregular localizam-se ao nível da ori
gem do tronco celíaco, cada um no pilar cor
respondente do diafragma. O gânglio direito
1� localiza-se atrás da veia cava inferior e da ca
beça do pâncreas e, o esquerdo, acima do
corpo do pâncreas, atrás da bolsa omental.
Os gânglios aórtico-renais, que estão às
1�- vezes parcialmente fundidos com os gânglios
celíacos, localizam-se próximo à origem das
artérias renais. 28
: \. ---
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
416 ANATOMIA
T12
L1
1-
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Subcostal
L2
Ílio-hipogástrico
L3
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Co 1
Fig. 38.8 Esquema simplificado dos plexos lombossacral e coccígico. (0 plexo lombossacral está baseado parcialmente em
Seddon. 31) V. o Quadro 13.1 (Cap. 13) para uma demonstração da distribuição dos ramos para os músculos.
..,...
Plexo mesentérico inferior. Consiste de combinam, como ocorre nos troncos do plexo y
JJma_e.xtensão_dQ...J2LeÃ0-1;Ló.r.ti.c.o.-aÕ:_Lung(L ,da braquial, foi desc1ita, porém é difícil de se
_artéria m�sentérica inferior Um ou mais gân demonstrar.) No interior do músculo, os T
glios mesentéricos inferiores estão presentes ramos estão conectados com o tronco 1
próximo ao início da artéria. O plex2 simpático lombar através de ramos comuni
continua-se ao longo dos ramos da.,artéria�.-�e cantes. Desde o segundo nervo espinhal até o
y
1
j_§_t_Q .fQIJIJJ:t_Q_ p_/exo retal su_p_grigr, que leva fi i quarto são usualmente ( em cerca de três quar T
bras simpáticas para o reto e conduz fibras : tos dos casos) descritos como formadores do
aferentes deste local. T
.plexo lombar propriamente dito. Todavia, a
parte inferior do quarto nervo lombar e toda a
Plexo lombar do quinto nervo entram no plexo sacral ( o
tronco combinado é conhecido como tronco
Os ramos dorsais dos _I}J:I.�QS_ �?pinha,is .. lombossacral), e os dois plexos são comumente
lombares, fornecedores de uma parte - dos conhecidos como plexo lombossacral. b,..§�im, _o
nervos que inervam o dorso, vêm descritos quarto nervJLlombar apresenta.um ramo_ ven
posteriormente (Cap. 49). Os ramos ventrais' tral comum a ambos os plexos. Finalmente,
entramJ}O mú cuJ-0�s maior.,_.9ndy seJeú -
··o·s - ramos... dô--p rimeCró nervo Iô-mbar também
nemd�maneira variável para formar_o ple_Z(o_ são comumente descritos com o plexo lom
.J.ombac.{Figs. 38.8 e 38.9). ( Uma divisão em bar.
segmentos ante1ior e posterior, que então se Como no caso do plexo braquial, a pré e
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
VASOS SANGUÍNEOS, DRENAGEM LINFATICA E NERVOS 417
tjª
lateral do músculo psoas maior. pesce entre 7. H. I. El-Eishi, S. F. Ayoub, and M. Abd-el-Khalek, Acta
p ps_oas -� o ílico e e_nt_ ra na coxa por tr�s -�<? anat., 86:565, 1974.
_ ligamento inguinal. �-�l.9��� JJ_içat I:ª.JB-2�-- 8. R. E. Borton, Guy's Hosp. Rep., 101:108, 1952. H. Ogil
vie, Laneet, 1:1077, 1952.
para o ílico. O r1ervo _p_a_ra o_pectíneo e �quele 9. R. Sarrazin anel J.-B. Levy, C. R. Ass. Anat., 53:1503, 1969.
pa.ra. .a artéria femoral fam.bé.m___ podem _ . See also referenee 3.
10. G. I-f. Williams anel E. J. Klop, Univ. Mich. med. Buli.,
originar-se na fossa ílica ou atrás do liga- 23:53, 1957.
m�nto_ infil.linal. . · · · - · · · · ··· 11. A. M. Vare and U. V. Karanclikar, J. anat. Soe. India, 21 :74,
O nervo femoral inerva o quadríceps da 1972.
12. S. Sunderlanel, Aust. N. Z. J. Surg., 11:253, 1942. T. C.
coxa, o pectíneo, e sartório, a pele da região Goligher, Brit. J. Surg., 41 :3/Jl, 1954. J. V. Basmajian,
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Nervo genitofemoral. Origina-se fre@en 15. J, A. Evans anel vV. D. O'Sullivan, Med. Raeliogr. Photogr.,
t�!P�.!1!�- ª_p-ªrtir...sL�J=f__ou de l,,.,L�i e, ocasio 31 :98, 1955.
nalmente, d e L3. Desce anteriormente ao 16. C. Gillot et ai.,]. int. Coll. Surg., 41 :339, 1964.
psoas e_d jvid �..:.�. em ramo..i._genital e femoral. 17. B. E. Douglass, A. H. Baggenstoss, and W. H. Hollin
shead, Surg. Gynec. Obstet., 91 :562, 1950. C. W. A.
O, ramo�·genital
·- =-·-·---entra no .canal inguin�i
.... --- àtra-
_y_es do anuIo profun do, .merva --·----·o -·
Falconer anel E. Griffiths, Brit. J. Surg., 37:334, 1950. R.
cremaster e S. Gilfillan, Arch. Surg., Chicago, 61:449, 1950. L. J. A.
_s�_ç_9nJinua_par:a. !nervar.. Q_�sê-iõt0 < ou lábios DiDio, Anat. Ree., 141:141, 1961. P. Barry, A. Repolt,
and J.-M. Aufüsier, C. R. Ass. Anat., 53:510, 1968.
maiores) �__<l__ P!lrte adjacente d-a coxa. O ramo 18. H. Butler, Thorax, 6:276, 1951.
·�
- i!iiiill
-'-.
lliifs,:âij
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
39 ANATOMIA DE
SUPERFÍCIE,
EXAME FÍSICO
E ANATOMIA
RADIOLÓGICA
•••••(••••••
Região
inguinal ...... ••••
-
Região � ----1
hipogástrica'
A B e
D E F
Fig. 39.1 Topografia abdominal. A, divisão em quadrantes. B, divisão em nove regiões por dois planos verticais e dois
horizontais. C, divisão em nove regiões usando-se um plano subcostal em vez de um transpilórico. D, zona umbilical estreita
num homem de 75 anos, à esquerda; zona alargada numa criança de três anos, à direita. E, um homem de 58 anos com um
plano subcostal a nível mais inferior que o transtubercular; não estlUJ presentes as regiões umbilicais ou lombares. F, sistema
de regiões baseado na divislUJ da linha alba em terço. B a F, de Brown e Smith. 1
EXAME FÍSICO
· O método clássico de exame físico com paciente devem estar confortáveis; este úl
preende inspeção, palpação, percussão e aus timo de preferência num colchão ou numa
culta. mesa de exame. As mãos do examinador
Inspeção. Os movimentos respiratórios devem estar quentes, e as palmas das mãos
podem ser mais bem observados com luz tan devem ser usadas. A tensão da musculatura
gencial. Os músculos, especialmente o reto abdominal dificulta um exame adequado. O
do abdome com suas intersecções tendíneas, examinador deve estar relaxado, mandando o
podem ser observados em indivíduos magros paciente flexionar os joelhos para cima, com
e musculosos. O nível dos testes relativos respirações profundas ou através de distra
para cada um deve ser observado (Cap. 43). ções. Na palpação profunda, as seguintes es
Palpação. Tanto o examinador quanto o truturas podem às vezes ser identificadas em
'
,•
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
422 ANATOMIA
indivíduos normais: aorta abdominal, vérte rede abdominal anterior. O ânulo inguinal su
bras lombares, pólo inferior do rim direito, às perricial pode ser identificado e examinado
vezes o fígado e, ocasionalmente, o baço. Para com o indivíduo ereto. O escroto é invagi
se palpar mais profundamente, deixa-se que a nado com o dedo mínimo, que empurra em
mão siga a parede abdominal para dentro, du direção superior, ao longo do funículo esper
rante a expiração profunda, e que vá empu mático, até que se encontre o tubérculo pú
rando mais profundamente durante expira bico; então, força-se para trás. O ânulo nor
ções sucessivas. O fígado e o baço podem ser malmente admite a ponta do dedo mínimo, ou
mais facilmente palpáveis em crianças e lac mesmo do índex. Quando o indivíduo tosse, o
tentes. 3 impulso da hérnia pode ser percebido pelo
Estimulando-se a pele com uma ponta dedo.
aguda, pode-se induzir uma contração reflexa Percussão. (V. também o Cap. 32). Um
da musculatura abdominal. Qualquer movi som timpânico é obtido sobre o canal alimen
mento do umbigo deve ser observado. Os re tar, sobretudo sobre o fundo do estômago,
flexos abdominais superriciais normalmente quando se observa durante a percussão para
variam de intensidade na resposta, podendo baixo, sobre o pulmão esquerdo. Obtém-se
estar diminuídos ou ausentes sobretudo em uma macicez sobre o fígado, baço e vesícula
indivíduos obesos. O reflexo' cremastérico é cheia. A macicez sobre o fígado é encontrada
também um reflexo superficial. Consiste percutiní;io-se em direção inferior sobre o
numa elevação reflexa dos testículos .após um pulmão direito.
estímulo de se esfregar a parte interna da re Ausculta. Usa-se para se ouvirem os sons
gião superior da coxa. O reflexo está melhor do intestino. Também se emprega durante a
desenvolvido em crianças. gravidez para se ouvirem os batimentos car
O corpo do útero pode ser palpado bi díacos fetais através das paredes abdominais
manualmente (Cap. 44) quando o índex é co e uterinas. A freqüência cardíaca fetal é cerca
locado na vagina e, a mão oposta, sobre a pa- de duas vezes a freqüência do pulso materno.
ANATOMIA RADIOLÓGICA
Os principais métodos de estudo incluem está normalmente presente como ocorre no
a fluoroscopia e a radiografia, suplementados adulto. As bolhas de ar ou gás, é comum es
pelo uso de meio contrastado. O meio con tarem visíveis no intestino grosso do adulto e
trastado inclui o gás (ar e oxigênio), suspen assemelham-se a áreas translucentes, amiúde
são de bário e vários compostos orgânicos de em meio a sombras produzidas por material
iodo. fecal.
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.Fig. 39.2 Abdome. A, radiografia panorâmica de abdome, com ênfase nas vértebras lombares. Observe a·J2.ª costela, corpos e processos transversos e
espinhosos das vértebras (o processo espinhoso da quarta. VL) e gás no intestino grosso, particularmente no cólon descendente. B, panorâmica de abdome com
ênfase nos tecidos moles. Observe os rins, músculo psoas maior e bexiga. As 17. as costelas são muito menores do que no paciente em A. Observe os processos
transversos das vétebras lombares, a articulação sacroílica, sacro e cóccix.
�
e.)
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
424 ANATOMIA
Estômago e duodeno (v. Figs. 35.3 e 35.4, qual, após a evacuação de enema de bário, o
Cap. 35). Quando o bário penetra na parte ar -é injetado através do canal anal para de
cárdica do estômago, ele tende a formar uma terminar a distensão intestinal, e a mucosa
massa triangular abaixo do ar, no fundo. O ainda retém uma fina camada de bário.
material, então, desce numa corrente estreita Quando o enema de bário é adminis
(canalização) para o interior da parte pilórica trado, alguma quantidade de bário penetra na
do estômago. Por pressão sobre a parede ab parte terminal do ílio. Uma valva efetiva não
dominal anterior, o bário pode-se propagar parece estar presente na'junção iliocólica.
como uma camada sobre a mucosa do estô
mago. As pregas gástricas são, então, deline Fígado e vias biliares
adas ou acentuadas. A posição e forma do es
tômago podem, também, estar bastante alte Fígado. O fígado é opaco aos raios X e
radas por tais pressões, e podem ser observa bastante responsável pelo contorno do dia
das alterações com mudanças de posturas ou fragma, como observado em radiografias
com variação das emoções. A peristalse tam simples. Suas bordas e superfícies não po
bém pode ser observada durante a fluorosco dem, amiúde, ser observadas distintamente.
pia. As ondas peristálticas podem ser eviden Todavia, certos isótopos radioativos são con- -'
tes em radiografias como 'incisuras na parte . centrados pelo fígado, podendo facilmente ser
inferior do corpo do estômago ou na parte pi deteqados através de um scanning (Fig. 36.1,
lórica. Cap. 36). Um outro método radiológico é a
Pregas, similares às pregas gástricas, venografia porta, na qual o meio de contraste
podem ser demonstradas no início da pri é injetado no baço, tanto diretamente, du
meira parte do duodeno. Esta parte do duo rante uma cirurgia, como percutaneamente.
deno, todavia, apresenta pregas circulares O contraste entra na veia lienal e, então, na
pouco desenvolvidas, ou mesmo não apfe veia porta. O fígado torna-se visível através
senta estas pregas. Sabe-se que o bulbo dllo da delineação de ramos intra-hepáticos qa
denal, quando cheio com bário, apresenta um veia porta. A forma e posição do fígado
esboço liso, semelhante ao do estômago. podem ser facilmente determinadas, e as
Exceto no início da primeira parte do posições dos segmentos hepáticos também
duodeno, o intestino delgado apresenta uma podem ser observadas.
aparência característica após a ingestão de Vias biliares. Alguns compostos orgâni
bário, devido às pregas circulares e às vilosi cos iodados, quando dados por via oral ou
dades, que dão uma aparência peniforme ou por via intravenosa, chegam ao fígado. Eles
flocular à camada de bário. O material co entram na bile e, se a vesícula estiver funcio
meça a entrar no duodeno poucos minutos nando normalmente, mantêm a vesícula biliar
após ter atingido o estômago; este é freqüen fortemente radiopaca quando a bile se torna
temente esvaziado dentro de seis horas ou mais concentrada. Este método, conhecido
menos. O bulbo duodenal geralmente se como coleCÍstografia oral ou intravenosa (v.
enche e se esvazia bem depressa. a Fig. 36.7, Cap. 36), é um teste da função da
Jejuno e ílio. A junção duodenojejunal ou vesícula biliar. O contraste pode também ser
a primeira parte do jejuno pode ser freqüen injetado no dueto colédoco, tanto direta ·-,
temente identificada. Por outro lado, não se mente, durante a cirurgia, como através de
tem uma distinção muito cl,ara entre o jejuno um tubo previamente colocado no dueto du
e o ílio, exceto com relação à parte terminal rante a cirurgia (colangiografia operatória e
do ílio que, freqüentemente, se apresenta pós-operatória). Estes métodos constituem
mais homogênea do que com a aparência pe testes de permeabilidade das vias biliares.
niforme. Esta parte do ílio pode também ser Digno de nota especial é a variabilidade
facilmente identificada se parte do material de posição da vesícula biliar, a forma em S do
tiver entrado no ceco e no cólon ascendente. cólon e do dueto cístico, o número e a dispo
ln'testino grosso. O intestino grosso pode sição dos duetos e do trajeto curvo do dueto
ser demonstradt) através do bário tomado por colédoco. O esvaziamento da vesícula biliar
via oral ou administrado por um enema (v. pode ser visualizado durante a fluoroscopia,
Fig. 35.13, Cap. 35). O melhor enchimento se for administrada uma dieta gordurosa. -·,
do intestino grosso é obtido por um enema de
bário. Independente do local de administra Rins, ureteres e
ção, o intestino grosso apresenta-se com um bexiga
. revestimento liso, identificado pelos haustros
característicos. O contorno e os haustros O constraste administrado durante a an
podem estar acentuados pelo método de giografia pode ser momentaneamente concen
duplo contraste (Fig. 35.13 D, Cap. 35), no trado nos rins, podendo acentuar as suas
Vinícius Vieira - MEDUEAXXXII
ANATOMIA DE SUPERFÍCIE, EXAME FÍSICO E ANATOMIA RADIOLÓGICA 425