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INEDI – Cursos Profissionalizantes

Técnico em Transações Imobiliárias

Noções de
Direito e Legislação
MÓDULO 05

BRASÍLIA – 2009
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
SDS – Ed. Boulevard Center, Salas 405/410 – Brasília - DF
Telefax: (0XX61) 3321-6614

CURSO DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – TTI

COORDENAÇÃO NACIONAL
André Luiz Bravim – Diretor Administrativo
Antônio Armando Cavalcante Soares – Diretor Secretário
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Maria Alzira Dalla Bernardina Corassa – Pedagoga
COORDENAÇÃO DIDÁTICA COM ADAPTAÇÃO PARA EAD
Neuma Melo da Cruz Santos – Bacharel em Ciências da Educação
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
José de Oliveira Rodrigues – Extensão em Didática
Josélio Lopes da Silva – Bacharel em Letras
EQUIPE DE APOIO TÉCNICO: INEDI/DF
André Luiz Bravim
Rogério Ferreira Coêlho
Robson dos Santos Souza
Francisco de Assis de Souza Martins

PRODUÇÃO EDITORIAL
Luiz Góes
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
Alessandro dos Santos
IMPRESSÃO GRÁFICA
Gráfica e Editora Equipe Ltda

_____________________, Direito e Legislação, módulo V, INEDI,


Curso de Formação de Técnicos em Transações Imobiliárias, 4
Unidades. Brasília. Disponível em: www.inedidf.com.br. 2009.

Conteúdo: Unidade I: direito natural; direito de família – Unidade II:


direito das obrigações – Unidade III: direito das coisas; Unidade IV:
legislação sobre mercado imobiliário – Exercícios

347.46:677
C954m
Caro Aluno

O início de qualquer curso é uma oportunidade repleta de expectativas. Mas um


curso a distância, além disso, impõe ao aluno um comportamento diferente, ensejando
mudanças no seu hábito de estudo e na sua rotina diária, porque estará envolvido com
uma metodologia de ensino moderna e diferenciada, proporcionando absorção de
conhecimentos e preparação para um mercado de trabalho competitivo e dinâmico

O curso Técnico em Transações Imobiliárias ora iniciado está dividido em nove


módulos. Este módulo 05 traz para você a básica disciplina Direito e Legislação que,
dividida em quatro grandes unidades de estudo, apresenta, dentre outros itens essenciais,
os conceitos fundamentais do direito, o direito natural, de família, contratos, noções de
direito comercial, dos bens e obrigações e ainda toda a legislação sobre a profisão de
corretor de imóveis no Brasil, sua regulamentação e as principais leis sobre o mercado
imobiliário nacional, além de exercícios de fixação, testes para avaliar seu aprendizado e
lista de vocabulário técnico que, com certeza, será indispensável no seu desempenho
profissional.Trata-se, como você pode perceber, de uma completa, embora sintética,
habilitação no âmbito desse conhecimento tão decisivo para o futuro profissional do
mercado imobiliário.

Se o ensino a distância garante maior flexibilidade na rotina de estudos também é


verdade que exige do aluno mais responsabilidade. Nós, do INEDI, proporcionamos
as condições didáticas necessárias para que você obtenha êxito em seus estudos, mas o
sucesso completo e definitivo depende do seu esforço pessoal. Colocamos à sua
disposição, além dos módulos impressos, um completo site (www.inedidf.com.br) com
salas de aula virtuais, fórum com alunos, tutores e professores, biblioteca virtual e salas
para debates específicos e orientação de estudos.

Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares de Direito e Legislação, como também
a melhor abordagem do consumidor, além do conhecimento dos instrumentos básicos
para que o futuro profissional possa atingir os seus objetivos no mercado de imóveis.
Enfim, ao concluir seus estudos neste módulo você terá vencido uma importante etapa
para atuar com destaque nesse seguimento da economia nacional.

Boa sorte!
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................07

UNIDADE I
LEI DE INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL (LICC) ................................................11

1. DAS PESSOAS .........................................................................................................12


1.1 – Das pessoas naturais ......................................................................................12
1.2 – Das pessoas jurídicas .....................................................................................14
1.3 – Do domicílio ................................................................................................15

2. DOS BENS................................................................................................................16
2.1 – Dos bens considerados em si mesmos ............................................................16
2.2 – Dos bens reciprocamente considerados .........................................................17
2.3 – Dos bens públicos .........................................................................................17
2.4 – Das benfeitorias ............................................................................................19

3. DOS FATOS JURÍDICOS .........................................................................................19


3.1 – Fatos, atos e negócios jurídicos ......................................................................19
3.2 – Da representação ..........................................................................................21
3.3 – Da condição do termo e do encargo ..............................................................21
3.4 – Dos defeitos do negócio jurídico ...................................................................21
3.5 – Da Invalidade do Negócio Jurídico ................................................................24
3.6 – Dos Atos Ilícitos ...........................................................................................24
3.7 – Da Prescrição e da Decadência ......................................................................25

UNIDADE II
4. DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES .........................................................................29
4.1 – Das modalidades de obrigações .....................................................................29
4.2 – Da transmissão das obrigações ......................................................................31
4.3 – Do adimplemento e extinção das obrigações .................................................32
4.4 – Do inadimplemento das obrigações ...............................................................37
4.5 – Dos contratos em geral .................................................................................40
4.6 – Das várias espécies de contrato ......................................................................44
4.7 – Dos atos unilaterais .......................................................................................56

UNIDADE III
5. DIREITO DAS COISAS ............................................................................................61
5.1 – Da posse .......................................................................................................61
5.2 – Dos direitos reais ..........................................................................................63
5.3 – Da propriedade .............................................................................................63
5.4 – Do Condomínio Geral ..................................................................................67
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

5.5 – Do Condomínio Edilício ...............................................................................68


5.6 – Da Propriedade Resolúvel .............................................................................68
5.7 – Direitos reais de Gozo ou Fruição .................................................................69
5.8 – Da Superfície ................................................................................................69
5.9 – Dos Servidões ...............................................................................................69
5.10 – Do Usufruto ...............................................................................................69
5.11 – Do Uso .......................................................................................................71
5.12 – Da Habitação ..............................................................................................71
5.13 – Do Direito do Promitente Comprador ........................................................71
5.14 – Direitos Reais de Garantia sobre coisas Alheias ............................................71
5.15 – Da Anticrese ...............................................................................................73

UNIDADE IV
6. LEI Nº 4.591/64 - Lei do Condomínio em edificações e das incorporações
imobiliárias................................................................................................................77

7. LEI Nº 6.766/79 - Lei do parcelamento do solo urbano .............................................79

8. LEI Nº 8.078/90 – Lei de proteção do consumidor ...................................................81

9. LEI Nº 8.245/91 – Lei de locações dos imóveis urbanos ............................................86

10. LEI Nº 6.015/73 – Lei dos Registros Públicos .........................................................90

11. LEI Nº 6.530/78 E SEU INSTRUMENTO REGULAMENTADOR,


O DECRETO 81.871/78 .............................................................................................92

12. RESOLUÇÃO-COFECI Nº 146/82 – Institui o Código de Processo Disciplinar .....95

13. RESOLUÇÃO-COFECI Nº 326/92 – Institui o código de Ética Profissional ...........96

TESTE SEU CONHECIMENTO .................................................................................99


GLOSSÁRIO .............................................................................................................119
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................131
GABARITO........ ..........................................................................................................132

6• INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO

INTRODUÇÃO

A vida do cidadão é regida pela Constituição Brasileira e por leis que


dela decorrem. A Constituição encontra-se no ápice do ordenamento jurídico,
é a LEI MAIOR. Todas as normas devem se adequar a ela, sob pena de
serem inconstitucionais e, consequentemente, ficarem “fora” do mundo
jurídico.

Cada Lei decorrente da Constituição trata, em regra, da conceituação


básica de uma área de interesse e/ou das diretrizes específicas que se objetiva
regular.

Essas normas estabelecem os direitos e os deveres do cidadão em todos


os campos de atividade - profissionais, socioculturais, políticos e econômicos;
além de fundamentar e delimitar a Atividade Estatal.

Legislação é um conjunto de leis que regulam um assunto em particular.

Algumas atividades profissionais possuem um conjunto de leis que a


regulam, ou seja, possuem legislação própria.

A atividade profissional na área de Transação Imobiliária, do Corretor


de imóveis tem a sua legislação própria. Os profissionais dessa área possuem
prerrogativas legais que precisam ser conhecidas e vivenciadas. Para eles, são
estabelecidos deveres e direitos.

A disciplina Direito e Legislação, neste curso, significa estudo das


Prerrogativas e Normas legais relativas ao Técnico em Transação Imobiliária.

Assim, no presente trabalho, vamos tratar do Direito e da Legislação


referente a esse profissional. Vamos destacar, sobretudo, o Código Civil
Brasileiro e as leis complementares que regulam a matéria de forma específica
e relacionadas à área de transação imobiliária.

Código Civil é o conjunto de disposições e de regulamentos legais,


referentes ao direito civil, à vida do cidadão, sendo o grande tratado de Direito
Privado.

O Código Civil é o próprio cotidiano do indivíduo. Ele trata das


situações que são mais afetas ao dia-a-dia do cidadão. O que está disposto
no Código Civil diz respeito à vida da pessoa, de seus bens e de sua família,
bem como regula as relações dos indivíduos em sociedade: obrigações
contratuais, responsabilidades, entre outros.

INEDI - Cursos Profissionalizantes •7


O atual Código Civil Brasileiro foi aprovado pela Lei n° 10.406, de 10
de janeiro de 2002 que passou a vigorar 1 ano depois. Esse novo Código
revogou o anterior que era de 1916 e, revogou, também, a primeira parte do
Código Comercial que tratava, basicamente, das sociedades comerciais.

Além dessas revogações, o novo Código Civil revogou toda ou partes


de outras leis quando dispôs do assunto tratado nessas. Este tipo de revogação,
denomina-se “Revogação Tácita”, pois a lei posterior não dispôs de forma
expressa que a anterior seria retirada do mundo jurídico, mas por tratarem
do mesmo tema, a mais nova prevalece.

Revogar uma lei, portanto, é abolir toda ou parte dela que contenha
disposições contrárias ao que foi disposto pela nova. Quando a lei é revogada
no seu todo ocorre a “AB-ROGAÇÃO”; apenas em parte ocorre a
“DERROGAÇÃO”.
Unidade
I

Ø Reconhecer características básicas de uma lei;


Ø Conceituar os termos pessoa natural ou física, pessoa jurídica,
domicílio, Bens, fato jurídico;
Ø Reconhecer características dos principais tipos de pessoa jurídica;
Ø Estabelecer diferenças existentes entre os diversos tipos de BEM e
entre os fatos jurídicos;
Ø Identificar as exigências legais necessárias ao desempenho da
profissão;
Ø Reconhecer a importância das informações estudadas para o
exercício da profissão;
Ø Refletir sobre a responsabilidade legal do profissional da área.
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL


Em 1942, foi promulgado o Decreto-Lei O intervalo de tempo que vai da data da
Nº 4.657, conhecido como Lei de Introdução publicação da lei até a data de sua entrada em
ao Código Civil Brasileiro. Essa Lei estabelece vigor denomina-se vacatio legis. Durante esse
dispositivos importantes que não foram der- período ela não produz efeito, valendo a lei
rogados pelo novo Código Civil. anterior. Tal medida objetiva a concessão de
O tema central da Lei de Introdução do prazo para que todos se adaptem à nova lei.
Código Civil é a própria lei, na medida em que O novo Código Civil, por exemplo, pas-
versa a respeito: sou a vigorar após um período de vacatio legis.
Esse período foi de 1(um) ano.
• da sua vigência; Via de regra, a lei vigora por tempo in-
• da sua revogação; determinado, até que uma outra lei posterior a
• da impossibilidade de alegar-se o seu modifique ou revogue. Mas, a lei nova deve ter
desconhecimento; hierarquia (grau de poder) igual ou superior à
• da aplicação da mesma; da lei modificada ou revogada.
• de suas lacunas; Há casos em que a lei é de vigência tem-
• da sua interpretação; e porária, principalmente para atender situações
• sua eficácia no tempo e no espaço. extremas, mas passageira.
Se a lei estiver em vigor, ninguém pode es-
Cabe ressaltar que a Lei de Introdução cusar-se de cumpri-la, alegando que não a conhece.
ao Código Civil, na sua parte final, regula o A lei não é capaz de prever todas as situ-
chamado Direito Internacional Privado, o qual ações jurídicas e, sendo omissa, deve, então, o
regula as relações entre pessoas jurídicas inter- juiz decidir o caso de acordo com a analogia
nacionais privadas, não sendo, portanto, obje- (semelhança entre coisas ou fatos), com os
to de análise do presente trabalho. costumes e com os princípios gerais de direito.
Feita tal consideração, passamos a con- A aplicação da lei ao caso concreto deve
ceituar e analisar os principais tópicos tratados sempre atender aos fins sociais a que ela se di-
na Lei de Introdução do Código Civil. rige e às exigências do bem comum.
Toda Lei, depois de aprovada na Câma- Uma vez em vigor, a lei tem efeito ime-
ra dos Deputados e no Senado Federal, e san- diato e geral, mas deve respeitar o ato jurídico
cionada pelo Presidente da República, é apre- perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
sentada ao povo, para que este conheça o seu Ato jurídico perfeito é o já consumado se-
conteúdo. Essa apresentação é feita no Diário gundo a lei vigente, ao tempo em que se efetuou.
Oficial da União. Direito adquirido é aquele que o seu titu-
A publicação no Diário Oficial é o ato lar pode exercer, pessoalmente ou por tercei-
de tornar a lei pública e, portanto, de conheci- ros, ou aquele cujo começo do exercício tenha
mento geral. termo pré-fixo, ou condição preestabelecida
A lei, para ser imperativa, ou seja, para inalterável, a arbítrio de outrem.
ser obrigatória a todos, deve estar em vigor. A Chama-se coisa julgada a decisão judici-
maioria delas costuma indicar a data a partir al que não cabe mais recurso.
da qual entrará em vigor. Todavia, se uma lei Essas informações são de ordem geral
nada dispuser a respeito, ela entrará em vigor para todas as leis brasileiras. A partir de agora,
45 dias após a publicação oficial, no território você vai conhecer alguns dispositivos do Có-
nacional, e em 3 meses nos países estrangeiros digo Civil, aqueles que guardam estreita rela-
onde se admite a legislação pátria. ção com o Técnico em Transação Imobiliária.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

1. DAS PESSOAS civil, os menores de dezesseis anos, os que, por


enfermidade ou deficiência mental, não demons-
Pela legislação brasileira todo indivíduo tram o necessário discernimento para a prática
é capaz de direitos e obrigações na ordem ci- desses atos, e os que, mesmo por causa transitó-
vil. O reconhecimento da pessoa como tal é ria, não puderem exprimir sua vontade.
dada por sua personalidade jurídica. A perso- A determinação da capacidade da pes-
nalidade civil começa com o nascimento, mas soa é de suma importância para a validade de
a lei protege, também, o nascituro desde a sua um negócio jurídico, pois ele é NULO quando
concepção. celebrado por pessoa absolutamente incapaz.
E sendo nulo não gera nenhum efeito.
1.1 – DAS PESSOAS NATURAIS No exercício de diretos e deveres, os
absolutamente incapazes são REPRESENTA-
Toda pessoa é capaz de direitos e deve- DOS pelo pai, tutor ou curador, que pratica
res na vida civil, ou seja, tem personalidade que ato jurídico em nome ou pela pessoa, absolu-
a autoriza a ser titular de deveres e direitos nas tamente incapaz.
relações jurídicas entre os homens. A persona- São RELATIVAMENTE INCAPAZES
lidade civil da pessoa começa do nascimento a certos atos ou à maneira de os exercer, os
com vida e termina com a morte. A respiração maiores de dezesseis e menores de dezoito
é considerada como sendo a prova mais eficaz anos; os ébrios habituais; os viciados em tóxi-
do nascimento com vida. cos e os que, por deficiência mental tenham o
Todavia, desde a concepção, a lei põe a discernimento reduzido; os excepcionais, sem
salvo os direitos do nascituro; ser já concebi- desenvolvimento mental completo; os pródi-
do, mas que está por nascer. Nesse sentido, o gos, ou seja, o dissipador de seus bens.
nascituro pode herdar, receber doações e lega- O negócio jurídico celebrado por pes-
dos, ser adotado, figurar como sujeito ativo e soa relativamente incapaz é ANULÁVEL.
passivo de diretos e obrigações, desde que ve- A lei permite aos relativamente incapa-
nha a nascer. zes a prática de atos jurídicos, mas condiciona
A CAPACIDADE CIVIL é a aptidão da essa prática à ASSISTÊNCIA do pai, tutor ou
pessoa para ser titular, ou seja, exercer direitos curador, ou seja, de uma pessoa plenamente
e assumir obrigações na ordem civil. Apesar capaz, que se posta ao lado do relativamente
de toda pessoa ser titular de diretos e deveres, incapaz, auxiliando-o na prática do ato jurídi-
necessariamente, não significa que ela possa co e integrando-lhe a capacidade.
exercê-los plenamente. Há casos em que a lei A menoridade cessa aos dezoito anos
protege determinados grupos de pessoas, con- completos, quando a pessoa fica habilitada à
siderando a idade, saúde e o desenvolvimento prática de todos os atos da vida civil. Todavia, a
mental, impedindo-os de exercer pessoalmen- incapacidade pode ser cessada, para os meno-
te seus direitos. A esse grupo de pessoas dá-se res, pela EMANCIPAÇÃO concedida pelos
a denominação de incapazes. pais, pelo casamento, pelo exercício de empre-
Assim, a INCAPACIDADE pode ser go público efetivo, pela colação de grau em cur-
entendida como a vedação imposta pela lei so de ensino superior, pelo estabelecimento ci-
para a prática pessoal de direitos e obrigações, vil ou comercial, ou pela existência de relação
não obstante a pessoa seja titular desses direi- de emprego no qual, o menor, com dezesseis
tos e deveres. A incapacidade pode ser absolu- anos completos tenha economia própria.
ta ou relativa. Uma vez ocorrida a emancipação ela se
São ABSOLUTAMENTE INCAPAZES, torna irrevogável e definitiva. Quem se eman-
para exercer, pessoalmente, os atos da sua vida cipou pelo exercício do comércio e depois fa-
12 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

liu, quem se casou e depois ficou viúvo ou se d) Em nosso dia-a-dia muito se fala em ter
divorciou não retorna à condição de incapaz. direito sobre isso ou aquilo. Mas, para o direi-
A existência da pessoa natural termina to, o que significa “direito adquirido”?
com a morte. Pode-se, também presumir a ________________________________________
morte e assim declará-la, sem decretação de
ausência, depois de esgotadas as buscas e ave- e) No estudo do direito natural, quando tem
riguações, nos casos em que é extremamente início a “personalidade civil”?
provável a morte de quem estava em perigo ________________________________________
de vida, se o desaparecido em campanha ou
feito prisioneiro não for encontrado até dois f) O corretor de imóveis muitas vezes é con-
anos após o término da guerra. tratado para vender imóveis que fazem parte
A morte presumida tem como conseqü- de inventários. Por isso é necessário saber: o
ência a abertura da sucessão definitiva quanto que é “nascituro” e o que a lei diz a seu respei-
aos bens e a dissolução da sociedade conjugal. to?
A observação de informações como es- ________________________________________
sas são muito importantes no estabelecimento
de uma transação imobiliária, principalmente g) O que vem a ser “capacidade civil”, como
no que tange a cobrança de impostos, suces- definição dada pelo direito natural?
sões de bens e realização de negócios, lembran- ________________________________________
do sempre, neste último caso, de se averiguar a
idade e o desenvolvimento mental da pessoa h) Uma pessoa definida por lei como “relati-
com a qual será realizado qualquer contrato. vamente incapaz” pode praticar negócios jurí-
A pessoa natural é, também, conhecida dicos? Se praticar, o ato jurídico será válido?
como pessoa física. ________________________________________

i) Veja o que é emancipação e como pode se


dar, e transcreva nas linhas a seguir:
________________________________________

j) Estamos habituados a falar em “pessoa físi-


a) Existem leis de vários tipos no nosso orde- ca” e “pessoa jurídica”. Mas qual o sinônimo
namento jurídico. Consulte o texto e defina o de pessoa física?
que é uma lei imperativa: ________________________________________
________________________________________
__________________________________

b) Depois de publicada no Diário Oficial, em


quanto tempo a lei entrará em vigor, se nada
estiver disposto a respeito?
________________________________________
________________________________________

c) Para aumentar seu vocabulário, o que signi-


fica “vacacio legis” ?
________________________________________
________________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

1.1.1. Dos Direitos da Personalidade os bens do ausente direito dependente de sua


morte e os credores de obrigações vencidas e
Toda pessoa tem direitos relativos à sua não pagas.
personalidade. Dez anos depois da abertura da suces-
Os direitos da personalidade são a inti- são provisória poderão os interessados reque-
midade, a vida privada, a honra e a imagem rer a sucessão definitiva. Pode-se requerer a
das pessoas, o nome e o pseudônimo. Eles são sucessão definitiva, também, provando-se que
intransmissíveis e irrenunciáveis, não poden- o ausente conta oitenta anos de idade e que as
do o seu exercício sofrer limitação voluntá- últimas notícias dele remontam a cinco anos.
ria. Isto significa que o titular de direitos de
personalidade não pode, exceto em casos es- 1.2 – DAS PESSOAS JURÍDICAS
pecíficos previstos em lei, transmitir esses di-
retos a outrem, não pode renunciar ou deles Pessoa jurídica é a entidade constituída
dispor voluntariamente. de indivíduos ou de bens com vida, direitos,
Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a obrigações e patrimônio próprios.
lesão, a direito da personalidade, e reclamar As pessoas jurídicas são de direito pú-
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções blico, interno ou externo, e de direito privado.
previstas em lei. São pessoas jurídicas de direito públi-
Toda pessoa tem direito ao nome, nele co interno: a União; os Estados; o Distrito fe-
compreendidos o prenome e o sobrenome. O deral e os Territórios; os Municípios, as autar-
nome da pessoa não pode ser empregado por quias e as demais entidades de caráter público
outrem em publicações ou representações que criadas por Lei.
a exponham ao desprezo público, ainda quan- São pessoas jurídicas de direito públi-
do não haja intenção difamatória, nem se pode co externo os Estados estrangeiros e todas as
usar o nome alheio em propaganda comercial. pessoas que forem regidas pelo direito inter-
nacional público.
1.1.2. Da Ausência São pessoas jurídicas de direito privado
as associações, as sociedades, e as fundações.
A ausência ocorre quando uma pessoa A existência legal das pessoas jurídicas
desaparece do seu domicílio e dela não se tem de direito privado começa com a inscrição do
mais notícia ou não tenha deixado represen- ato constitutivo no respectivo registro.
tante ou procurador. Ao ausente será nomea- Aplica-se às pessoas jurídicas, no que
do curador, que procederá a arrecadação dos couber, a proteção dos direitos da persona-
bens. lidade.
Tal fato pode gerar providências a serem
observadas pelo corretor durante uma transa- 1.2.1. Das associações e das sociedades
ção imobiliária.
Os interessados poderão requerer a de- As associações são constituídas pela
claração de ausência e a abertura da sucessão união de pessoas que se organizem para fins
provisória depois de decorrido um ano da ar- não econômicos, exercendo via de regra, ativi-
recadação dos bens do ausente, ou três anos se dades culturais, religiosas ou beneficentes.
ele deixou representante ou procurador. As sociedades são constituídas pela união
São considerados interessados na decla- de pessoas que se organizam visando fins eco-
ração de ausência: o cônjuge não separado ju- nômicos, ou seja, visando o lucro. São exem-
dicialmente, os herdeiros presumidos, legíti- plos a sociedade civil, a sociedade limitada, a
mos ou testamentários, os que tiverem sobre sociedade anônima de economia mista.
14 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

1.2.2. Das Fundações 1.3.2. Domicílio da pessoa jurídica

Fundação é a pessoa jurídica composta O domicílio das pessoas jurídicas é o lu-


pela organização de um patrimônio, destaca- gar onde funcionarem as respectivas diretori-
do pelo seu instituidor para fins religiosos, as e administrações ou onde elegerem domi-
morais, culturais ou de assistência. A funda- cílio especial no seu estatuto ou atos constitu-
ção possui apenas patrimônio gerido por cu- tivos. Tendo a pessoa jurídica diversos esta-
radores e não tem proprietário, nem titular, belecimentos em lugares diferentes, cada um
nem sócios. deles será considerado domicílio para os atos
As fundações são veladas pelo Ministé- nele praticados.
rio Público da unidade da federação onde es-
tão situadas.

1.3 – O DOMICÍLIO

Na área jurídica, domicílio é o local onde


se considera que uma pessoa reside ou esteja a) Para apreender o conceito, escreva abaixo
estabelecida, para os efeitos legais; é onde ela quais são os direitos da “personalidade”:
se encontra para cumprir determinados atos. _____________________________________
O domicílio pode ser classificado como _____________________________________
voluntário, legal e de eleição.
Voluntário é o domicílio estabelecido b) Veja no texto estudado o que é “ausência
por critério exclusivo do indivíduo, sem qual- declarada” e como procede o juiz em relação
quer interferência exceto sua manifestação de aos bens da pessoa declarada ausente:
vontade. _____________________________________
Legal ou necessário é o domicílio fixa- _____________________________________
do por lei para determinadas pessoas (exem-
plo: filhos menores – domicílio dos pais; fun- c) Uma pessoa pode simplesmente desaparecer,
cionário público – local da lotação,). deixando sem notícias a esposa, filhos, pais etc..
Domicílio de eleição é o especificado, Essa ausência causa problemas diversos. Quem
de comum acordo, pelas partes contratantes. pode ser interessado na “declaração de ausência”?
_____________________________________
1.3.1. Domicílio da pessoa natural _____________________________________

O domicílio da pessoa natural ou pessoa d) Depois de quantos anos da abertura da suces-


física é o lugar onde ela estabelece a sua resi- são provisória pode ser requerida a definitiva?
dência com ânimo definitivo. Todavia, se a pes- _____________________________________
soa tiver diversas residências, vivendo nelas al- _____________________________________
ternadamente, qualquer delas poderá ser con-
siderada seu domicílio. e) Para o direito o que é uma “pessoa jurídi-
O domicílio também pode ser o lo- ca”? Você verá que é bem diferente do que pen-
cal de trabalho ou o lugar onde a pessoa samos a respeito.
mantém o centro de suas ocupações, ou, _____________________________________
ainda, o lugar onde for encontrada, se não _____________________________________
tiver residência fixa ou centro de ocupa- f) Existem empresas estatais, autarquias
ções habituais. etc.. Para aumentar seu conhecimento, re-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 15
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

lacione abaixo as principais características 2. DOS BENS


das fundações:
_____________________________________ Bens são as coisas de quantidades
_____________________________________ limitadas e com utilidade, econômica ou
jurídica, para a pessoa e que nela provo-
g) O local onde moramos tem significado es- ca o desejo de possuí-las. Estão, portan-
pecial para o direito. Qual a definição de “do- to, fora da categoria de bens: terrenos em
micílio da pessoa natural”? marte, o ar atmosférico, a água do mar,
_____________________________________ entre outros.
_____________________________________ Conforme as suas características, os bens
têm diversas classificações, a saber:
h) Para o Direito, o local de trabalho pode ser
declarado como domicílio? 2.1 – DOS BENS CONSIDERADOS EM
_____________________________________ SI MESMOS
_____________________________________
2.1.1. Dos Bens Imóveis
i) Como o Direito define o domicílio da pes-
soa jurídica”? São bens imóveis o solo e tudo quanto
_____________________________________ se lhe incorporar natural ou artificialmente.
_____________________________________ Também são considerados imóveis, para
efeitos legais, os direitos reais sobre imó-
veis e as ações que os asseguram e o direito
à sucessão aberta.
Não perdem o caráter de imóveis as
edificações que, separadas do solo, mas con-
servando a sua unidade, forem removidas
para outro local, e os materiais provisoria-
mente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.

2.1.2. Dos Bens Móveis

São móveis os bens suscetíveis de movi-


mento próprio, ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social. Também são considerados
móveis, para efeitos legais, as energias que te-
nham valor econômico, os direitos reais sobre
objetos móveis e as ações correspondentes, e
os direitos pessoais de caráter patrimonial e
respectivas ações.
Os materiais destinados a alguma cons-
trução, enquanto não forem empregados, con-
servam sua qualidade de móveis; readquirem
essa qualidade os provenientes da demolição
de algum prédio.
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

2.1.3. Dos Bens Fungíveis e Consumíveis 2.3 – DOS BENS PÚBLICOS

São fungíveis os móveis que podem substi- São públicos os bens do domínio nacional
tuir-se por outros da mesma espécie, qualidade e pertencentes às pessoas jurídicas de direito
quantidade. Infungíveis são os que não podem ser público interno.
substituídos, valendo pela sua individualidade. Todos os outros bens são particulares,
São consumíveis os bens móveis cujo seja qual for a pessoa a que pertencerem.
uso importa destruição imediata da própria
substância, sendo também considerados tais os São bens públicos:
destinados à alienação. Inconsumíveis, são os
bens móveis de natureza durável. I - os de uso comum do povo, tais como
rios, mares, estradas, ruas e praças;
2.1.4. Dos Bens Divisíveis II - os de uso especial, tais como edifícios
ou terrenos destinados a serviço ou es-
Bens divisíveis são os que se podem fraci- tabelecimento da administração fede-
onar sem alteração na sua substância, diminui- ral, estadual, territorial ou municipal,
ção considerável de valor, ou prejuízo do uso inclusive os de suas autarquias;
a que se destinam. É exemplo a gleba de lote III - e os dominais ou dominicais, que cons-
rural, a barra de ouro. Indivisíveis são os bens tituem o patrimônio das pessoas jurí-
que não admitem divisão. dicas de direito público, como objeto
de direito pessoal, ou real, de cada uma
2.1.5. Dos Bens Singulares e Coletivos dessas entidades.

São singulares os bens que, embora reu- Os bens públicos de uso comum do
nidos, se consideram de per si, independente- povo e os de uso especial são inalienáveis, en-
mente dos demais. São coletivos os bens sin- quanto conservarem a sua qualificação. Os bens
gulares que, pertinentes à mesma pessoa, te- públicos dominicais podem ser alienados des-
nham destinação comunitária. de que observadas as exigências da lei.
Em qualquer hipótese os bens públicos
2.2 – DOS BENS RECIPROCAMENTE não estão sujeitos a usucapião.
CONSIDERADOS

Principal é o bem que existe sobre si, abs-


trata ou concretamente. Acessório é o bem cuja
existência supõe a do principal.
São pertenças os bens que, não constituin-
do partes integrantes, se destinam, de modo a) Existem bens móveis e imóveis. Após ter
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformo- consultado a matéria, escreva a definição jurí-
seamento de outro. dica de “bens”:
Os negócios jurídicos que dizem respei- ______________________________________
to ao bem principal não abrangem as perten- ______________________________________
ças, salvo se o contrário resultar da lei, da ma-
nifestação de vontade, ou das circunstâncias do b) Esse é o objeto da sua futura profissão: o
caso. Apesar de ainda não separados do bem que são “bens imóveis” ?
principal, os frutos e produtos podem ser ob- ______________________________________
jeto de negócio jurídico. ______________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

c) E os “bens móveis”? Como o direito os


define?
______________________________________
______________________________________

d) Uma das características mais comuns aos


bens é a fungibilidade: o que vem a ser “bens
fungíveis”?
______________________________________
______________________________________

e) Outra definição importante: o que são “bens


consumíveis”?
______________________________________
______________________________________
______________________________________

f) É bom que você saiba: consulte a teoria e


escreva abaixo a definição de “bens principais”,
“bens acessórios” e “pertença”:
______________________________________
______________________________________

g) Claro que existem bens particulares e públi-


cos: o que são bens públicos “de uso comum
do povo” ?
______________________________________
______________________________________
______________________________________

h) Consulte um pouco mais a teoria e diga abai-


xo o que são bens públicos “de uso especial”:
______________________________________
______________________________________
______________________________________

i) Bens públicos “dominicais”? Quais são eles?


______________________________________
______________________________________
______________________________________

j) Pense antes de responder: é possível reque-


rer “usucapião” de um bem público?
______________________________________
______________________________________
______________________________________
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

2.4 – DAS BENFEITORIAS A validade do negócio jurídico requer


agente capaz; objeto lícito, possível, determi-
Na área jurídica, benfeitoria significa nado ou determinável, e forma prescrita ou não
obra, modificação ou conserto útil, realizado defesa (proibida) em lei.
em propriedade alheia – móvel ou imóvel – e A realização de negócio jurídico tem
que reverterá em benefício do proprietário. como pressuposto uma declaração de vonta-
As benfeitorias podem ser voluntárias, úteis de. Aquele que a emite deve ter capacidade, ou
ou necessárias. seja, estar consciente da declaração de vontade
São voluptuárias as benfeitorias dispensá- e das suas conseqüências. Quando existe inca-
veis, que se prestam ao mero deleite ou recreio, pacidade absoluta ou relativa, o agente deve
que não aumentam o uso habitual do bem, ain- ser representando ou suprido.
da que o tornem mais agradável ou sejam de A qualidade e o requisito do que é lícito,
elevado valor. ou seja a liceidade do objeto visa garantir a obe-
São úteis as benfeitorias que aumentam ou diência dos negócios ao ordenamento jurídico
facilitam o uso do bem. na medida em que não permite negócios jurídi-
São necessárias as benfeitorias indispensá- cos que vão de encontro à lei, a moral ou aos
veis, que têm por fim conservar o bem ou evi- bons costumes. Ressalte-se que a impossibilida-
tar que se deteriore. de inicial do objeto não invalida o negócio jurí-
Não se consideram benfeitorias os me- dico se for relativa, ou se cessar antes de realiza-
lhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao da a condição a que ele estiver subordinado.
bem sem a intervenção do proprietário, pos- Por fim, na realização do negócio jurídi-
suidor ou detentor. co é imprescindível a obediência à forma, ou
No processo de transação imobiliária, seja, o meio pelo qual ele se exterioriza. A
esses conceitos são muito importantes e muito regra geral é de que a validade da declaração
utilizados. de vontade dependerá de forma especial so-
mente quando a lei expressamente a exigir, sen-
3. FATOS JURÍDICOS do livre a forma nos demais casos. No negó-
cio jurídico celebrado com a cláusula de não
3.1 – FATOS, ATOS E NEGÓCIOS valer sem instrumento público, a sua ausência
JURÍDICOS o invalida.
A manifestação de vontade, mesmo que
Fato jurídico é o acontecimento que pro- o autor haja feito a reserva mental de não que-
duz conseqüências jurídicas. O fato jurídico rer o que manifestou, tem validade, exceto se o
pode decorrer da natureza, como os efeitos de destinatário da manifestação tinha conhecimen-
uma ventania, ou de uma ação humana, crian- to do desejo do declarante.
do, transferindo, modificando, ou extinguindo O silêncio importa anuência, quando as
direitos e obrigações. circunstâncias ou os usos o autorizarem e quan-
É importante diferenciar ato jurídico de do não for necessária a declaração de vontade
negócio jurídico. expressa.
O ato jurídico é o acontecimento que Nas declarações de vontade se atenderá
tem seus limites estabelecidos pela lei, tanto na mais à intenção nelas consubstanciada do que
forma, nos termos quanto nos efeitos. ao sentido literal da linguagem. Os negócios
O negócio jurídico é o ato lícito que fa- jurídicos devem ser interpretados conforme a
culta às partes de estabelecerem a fixação dos boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
termos e dos efeitos, de acordo com seus inte- Os negócios jurídicos benéficos e a re-
resses particulares. núncia interpretam-se estritamente.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

a) Por lei, as benfeitorias voluptuárias são re-


embolsadas ao inquilino (locatário) pelo pro-
prietário (locador)?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

b) Esses conhecimentos são importantes nos


contratos de locação: que são “benfeitorias
úteis”?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

c) O inquilino pode realizar “benfeitorias ne-


cessárias” no imóvel locado e pedir reembol-
so integral ao proprietário depois?
_____________________________________
_____________________________________

d) Atenção: os conceitos a seguir são a base de


quase tudo no direito: qual a diferença entre
“fato jurídico” e “negócio jurídico”?
_____________________________________
_____________________________________

e) O corretor de imóveis é, por definição, in-


termediário de negócios jurídicos: quais os re-
quisitos para validade de um negócio jurídico”?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________

f) Obediência a prazos fazem parte da vida


do corretor de imóveis. Existe uma situação
muito especial nos contratos de locação, na
qual o silêncio da parte significa concordân-
cia. Qual é ela?
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
20 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

3.2 – DA REPRESENTAÇÃO de um evento futuro e incerto. Enquanto este


não ocorrer, não se terá adquirido o direito.
Os poderes de representação são confe-
ridos pela lei ou pelo interessado. A manifesta- 3.3.2. Do Termo
ção de vontade do representante, nos limites
de seus poderes, produz efeitos em relação ao Termo é a definição do momento, do dia
representado. em que começam ou terminam os efeitos do
O representante é obrigado a provar às negócio jurídico. O termo inicial suspende o
pessoas, com quem tratar em nome do repre- exercício, mas não a aquisição do direito.
sentado, a sua qualidade e a extensão de seus Para estabelecimento do termo, salvo
poderes, sob pena de, não o fazendo, respon- disposição legal ou convencional em contrá-
der pelos atos que a estes excederem. rio, computam-se os prazos, excluído o dia do
É anulável o negócio concluído pelo re- começo, e incluído o do vencimento. Se o dia
presentante em conflito de interesses com o do vencimento cair em feriado, considerar-se-
representado, se tal fato era ou devia ser do á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
conhecimento de quem com aquele tratou. Meado é considerado, em qualquer mês, o seu
Realizado o negócio, o prazo de decadência décimo quinto dia. Os prazos de meses e anos
para pleitear sua anulação é de cento e oitenta expiram no dia de igual número do de início,
dias, a contar da conclusão do negócio ou da ou no imediato, se faltar exata correspondên-
cessação da incapacidade. cia. Os prazos fixados por hora contar-se-ão
minuto a minuto.
3.3 – DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO Estabelecido um negócio jurídico entre
ENCARGO vivos, sem fixação de prazo, ele é exeqüível
desde logo, exceto se a execução tiver de ser
3.3.1. Da condição feita em lugar diverso ou depender de tempo.

Considera-se condição a cláusula que su- 3.3.3. Do Encargo


bordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto. Deriva exclusivamente da von- O encargo é cláusula acessória que im-
tade das partes. põe uma obrigação ao beneficiário do ato jurí-
São lícitas todas as condições não contrári- dico. Não suspende a aquisição nem o exercí-
as à lei, à ordem pública ou aos bons costumes. cio do direito, salvo quando expressamente
São proibidas as condições que privarem imposto no negócio jurídico, pelo disponente,
o negócio jurídico de todo efeito e o sujeitar como condição suspensiva.
ao puro arbítrio de uma das partes. O encargo ilícito ou impossível será con-
Invalidam os negócios jurídicos, que lhes siderado não escrito, liberando o ato negocial
são subordinados, as condições impossíveis de qualquer restrição. Todavia, se constituir o
(quando suspensivas); as ilícitas, as de fazer coi- motivo determinante da liberalidade será in-
sa ilícita e as condições incompreensíveis ou validado o negócio jurídico.
contraditórias.
A condição impossível é aquela em que 3.4 – DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO
o acontecimento necessário para a eficácia do JURÍDICO
ato jurídico é inatingível, inalcançável ou legal-
mente proibida. O negócio jurídico tem como fundamen-
Condições suspensivas são aquelas em to a livre e consciente manifestação de vontade
que a aquisição do direito fica na dependência com vistas a atingir os fins pretendidos. Se ela
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não é consciente ou o querer não se manifestou 3.4.2. Do Dolo


livremente o negócio jurídico pode ser anula-
do porque defeituoso. Dolo é o artifício ou expediente usado
O negócio jurídico é passível de anu- para enganar alguém. Os negócios jurídicos são
lação nos casos de erro ou ignorância, dolo, anuláveis quando o dolo for a sua causa. Dife-
coação, estado de perigo e lesão. Há, tam- rencia o dolo do erro porque a vontade neste é
bém, manifestação de vontade que o agente enganada espontaneamente, enquanto que na-
quis e estava consciente, mas a expressou quele ela é provocada.
em desacordo com as disposições legais ou O dolo é acidental quando, a seu despei-
da boa-fé, como no caso da fraude contra to, o negócio seria realizado, embora por ou-
credores. tro modo. Ele só obriga à satisfação das per-
das e danos.
3.4.1. Do Erro ou Ignorância Nos negócios jurídicos bilaterais, o silên-
cio intencional de uma das partes a respeito de
Erro é a falsa noção sobre alguma coisa, fato ou qualidade que a outra parte haja igno-
enquanto a ignorância é o desconhecimento acer- rado, constitui omissão dolosa, provando-se
ca de algo. Ambos viciam o consentimento do que sem ela o negócio não se teria celebrado.
declarante, que teria se manifestado de outra Se ambas as partes procederem com dolo, ne-
maneira se conhecesse a realidade. nhuma pode alegá-lo para anular o negócio ou
ATENÇÃO: São anuláveis os negócios jurídi- reclamar indenização.
cos, quando as declarações de vontade emana-
rem de erro substancial que poderia ser perce- 3.4.3. Da Coação
bido por pessoa de diligência normal, em face
das circunstâncias do negócio. Coação é a violência física ou moral que
Erro substancial ou essencial é aquele que impede alguém de dispor livremente de sua von-
recai sobre a natureza do negócio, sobre o tade. A coação, para viciar a declaração da von-
objeto principal da declaração ou sobre al- tade, há de ser tal que incuta ao paciente funda-
guma das qualidades a ele essenciais. Da mes- do temor de dano iminente e considerável à sua
ma forma, erro substancial é aquele que re- pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Não se
cai sobre a identidade ou sobre a qualidade considera coação a ameaça do exercício normal
essencial da pessoa a quem se refira a decla- de um direito, nem o simples temor reverencial.
ração de vontade, desde que tenha influído
nesta, de modo relevante. Ainda, erro subs- 3.4.4. Do Estado de Perigo
tancial é aquele que ocorre quando for o
motivo único ou principal do negócio jurí- Ocorre o estado de perigo quando al-
dico, sendo de direito e não implicando re- guém, premido da necessidade de salvar-se, ou
cusa à aplicação da lei. a pessoa de sua família, de grave dano conheci-
O ato jurídico somente é anulado por do pela outra parte, assume obrigação excessi-
erro substancial ou essencial. Não acarre- vamente onerosa.
ta nulidade o erro acidental ou secundário.
O erro de indicação da pessoa ou da coi- 3.4.5. Da Lesão
sa, denominado erro acidental, a que se refe-
rir a declaração de vontade, não viciará o ne- Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob
gócio quando, por seu contexto e pelas cir- premente necessidade ou por inexperiência, se
cunstâncias, se puder identificar a coisa ou obriga a prestação manifestamente despropor-
pessoa cogitada. cional ao valor da prestação oposta.
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

3.4.6. Da Fraude Contra Credores jurídico pode ser anulado por vício:
______________________________________
Pratica fraude contra credores o deve- ______________________________________
dor insolvente ou na iminência de o ser, que
onera ou aliena seus bens, desfalcando seu pa- f) Negócios imobiliários podem ter muitos
trimônio em detrimento dos credores. Nesse “vícios”: qual a diferença entre negócio jurídi-
caso, os credores poderão anular os negócios co nulo e anulável?
de transmissão gratuita de bens ou remissão ______________________________________
de dívida. Serão igualmente anuláveis os con- ______________________________________
tratos onerosos do devedor insolvente, quan-
do a insolvência for notória, ou houver moti- g) Para o direito, qual a diferença entre “dolo”
vo para ser conhecida do outro contratante. e “culpa”?
______________________________________
______________________________________

h) Uma das condições de licitude dos contra-


tos bilaterais é a concordância de ambas as
partes: dê um exemplo de “coação moral” ?
a) Para o Direito como se chama o principal ______________________________________
instrumento jurídico que oficializa a “represen- ______________________________________
tação”?
______________________________________ i) Fraudar um negócio jurídico é crime: veja
______________________________________ o que é “fraude contra credores” e escreva
abaixo:
b) Alguns contratos, até mesmo escrituras de ____________________________________________________________________________
imóveis, trazem cláusulas especiais. O que é uma ______________________________________
“cláusula de condição” num negócio jurídico?
______________________________________
______________________________________

c) Para aumentar seu cabedal de conhecimen-


tos, consulte a teoria e defina o que é “termo”
em direito:
______________________________________
______________________________________

d) Um bom corretor de imóveis deve estar


preparado para redigir cláusulas especiais
nos negócios jurídicos que intermediar: dê
um exemplo de uma “cláusula acessória de
encargo”:
______________________________________
______________________________________

e) Volte ao texto e, após consultar o assunto,


escreva abaixo em quais situações um negócio
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3.5 – DA INVALIDADE DO NEGÓCIO Quando a lei dispuser que determinado ato é


JURÍDICO anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-
A desobediência quanto a forma prescri- se a anulação, será este de dois anos, a contar
ta em lei acarreta uma sanção que impede o da data da conclusão do ato.
negócio jurídico de produzir efeitos. Essa san- Anulado o negócio jurídico, restituir-se-
ção é denominada nulidade, que pode ser ab- ão as partes ao estado em que antes dele se
soluta ou relativa. achavam e, não sendo possível restituí-las, se-
A nulidade absoluta caracteriza-se pela rão indenizadas com o equivalente.
falta de algum elemento substancial do negó- A invalidade do instrumento não in-
cio jurídico, como, por exemplo, quando for duz a invalidade do negócio jurídico sem-
celebrado por pessoa absolutamente incapaz, pre que este puder provar-se por outro
quando for ilícito, impossível ou indeterminá- meio. Respeitada a intenção das partes, a
vel o seu objeto, quando o motivo determi- invalidade parcial de um negócio jurídico
nante das partes for ilícito. não o prejudicará na parte válida, se esta
Da mesma forma, nulo é o negócio ju- for separável. A invalidade da obrigação
rídico quando não se reveste da forma pres- principal implica a das obrigações acessó-
crita em lei, tiver por objetivo fraudar lei im- rias, mas a destas não induz a da obrigação
perativa, e quando a lei taxativamente o de- principal.
clarar nulo ou proibir-lhe a prática, sem co-
minar sanção. 3.6 – DOS ATOS ILÍCITOS
Também é nulo o negócio jurídico si-
mulado, mas subsistirá o que se dissimulou, Denomina-se ilícito o ato condena-
se válido for na substância e na forma. A si- do pela lei e/ou pela moral. É um ato,
mulação ocorre nos casos de declaração, uma causa ou um procedimento proibi-
confissão, condição ou cláusula não verda- do, ilegal.
deira, ao se antedatar ou pós-datar escritos Em Direito existe ato ilícito e negócio
particulares, ou, ainda, quando aparentarem ilícito. A distinção entre ato ilícito e negócio
conferir ou transmitir direitos a pessoas di- ilícito observa-se, sobretudo, quanto aos seus
versas daquelas às quais realmente se confe- efeitos. O primeiro é punido com a ineficácia,
rem ou transmitem. enquanto o segundo gera a obrigação de repa-
A nulidade relativa caracteriza-se pela in- rar o dano.
capacidade relativa do agente ou por vício re- A pessoa que, por ação ou omissão vo-
sultante de manifestação de vontade. A nulida- luntária, negligência ou imprudência, vio-
de relativa só pode ser levantada pelo interes- lar direito e causar dano a outrem, ainda que
sado direto. Pode ser convalidada com a ocor- exclusivamente moral, comete ato ilícito.
rência da prescrição, pela correção do vício, Também comete ato ilícito, o titular de
pela revogação da exigência legal ou pela rati- um direito que, ao exercê-lo, excede os limites
ficação. impostos pelo seu fim econômico ou social,
A nulidade absoluta, por ser matéria pela boa-fé ou pelos bons costumes.
de ordem pública, pode ser levantada a Não são considerados atos ilícitos
qualquer tempo, por qualquer pessoa. Não aqueles praticados em legítima defesa ou no
admite convalidação ou ratificação e não exercício regular de direito ou a promoção
se sujeita a prescrição. da deterioração ou a destruição da coisa
O prazo decadencial para anulação do alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
negócio jurídico decorrente e vício de vontade perigo iminente, observados as circunstân-
é de quatro anos, contados conforme o vício. cias e o limites.
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade I

3.7 – DA PRESCRIÇÃO E DA Prescrevem em cinco anos:


DECADÊNCIA
• a pretensão de cobrança de dívidas lí-
Em Português a palavra prescrição tem quidas constantes de instrumento pú-
sentido diferentes. Ela é entendida como recei- blico ou particular;
ta médica ou como ato de dar ordem anteci- • a pretensão dos profissionais liberais,
pada para que se faça algo. Mas, juridicamente, contado o prazo da conclusão dos ser-
ela tem outro sentido bem diferente. viços, da cessação dos respectivos con-
Na área jurídica, Prescrição significa esgota- tratos ou mandato;
mento de prazo concedido por lei; perda de ação • a pretensão do vencedor para haver do
atribuída a um direito que fica desprotegido, em vencido o que despendeu em juízo.
função do não uso dela durante aquele prazo.
O titular de direitos deve, portanto, exer- 3.7.2 – Da Decadência
cê-los no tempo e na forma estabelecida pela
lei ou estabelecida particularmente, sob pena Decadência e a extinção do direito em
de caducidade, de decadência e, por conseqü- decorrência da inércia do seu titular, que deixa
ência, o perecimento do direito ou da possibi- escoar o prazo legal ou convencionado, para o
lidade de cobrá-lo. seu exercício. Enquanto a prescrição extingue a
pretensão, na decadência, o titular perde o pró-
3.7.1. Da Prescrição prio direito e extingue-se não só a pretensão, mas
o próprio direito pelo não exercício do mesmo.
A prescrição é a extinção de uma ação O titular inerte perde a possibilidade de ajuizar
ajuizável em decorrência da inércia do seu titu- ação para fazer valer um direito.
lar, durante certo lapso de tempo. A prescri-
ção extingue a pretensão e por conseqüência a
possibilidade de se exigir um direito.
A prescrição ocorre em dez anos, quan-
do a lei não lhe haja fixado prazo menor. Espe-
cificamente, afeta o direito imobiliário.
a) Da teoria à prática: pense um pouco e cite
Prescrevem em três anos: um exemplo de “nulidade absoluta” num ne-
gócio imobiliário:
• a pretensão relativa a aluguéis de pré- ______________________________________
dios urbanos ou rústicos; ______________________________________
• a pretensão para receber prestações
vencidas de rendas temporárias ou vi- Existem cláusulas principais e acessórias nos
talícias; contratos: a invalidade de uma cláusula aces-
• a pretensão para haver juros, dividen- sória invalida a obrigação principal?
dos ou quaisquer prestações acessórias; ______________________________________
• a pretensão de ressarcimento de enri- ______________________________________
quecimento sem causa, a pretensão de
reparação civil; c) Sua apostila relaciona e define o que vem a
• a pretensão do beneficiário contra o se- ser ato ilícito. Cite um exemplo de um “ato ilí-
gurador, e a do terceiro prejudicado, cito” num negócio imobiliário:
no caso de seguro de responsabilidade ______________________________________
civil obrigatório. ______________________________________
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

Unidade
II

Ø Conceituar os termos Obrigação, Mora, Arras,


Contrato, Distrato, Preempção, Evicção, Doação, Locação,
Retrovenda, Fiança;
Ø Identificar características das principais modalidades de obrigação;
dos tipos de contrato, de pagamento, de compra e venda, de
doação, de empréstimo;
Ø Estabelecer relação entre a matéria aprendida com a profissão
do Corretor;
Ø Reconhecer a importância das informações estudadas para o
exercício da profissão de Corretor;
Ø Refletir sobre a responsabilidade legal do profissional da área.

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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

4. DO DIREITO DAS certa não está obrigado a receber outra, ainda


OBRIGAÇÕES que mais valiosa.
As obrigações de dar e de restituir se re-
As pessoas, quase sempre, devem dar, solvem conforme averiguação da existência de
fazer ou não devem fazer alguma coisa de or- culpa do devedor.
dem moral ou econômica em benefício de ou- Nas obrigações de dar coisa certa, se a
trem. coisa se perder por culpa do devedor, respon-
Esse dar, fazer ou não fazer determina- derá este pelo equivalente e mais perdas e da-
da coisa, torna-se obrigação. Mas, algumas obri- nos. Se deteriorada, poderá o credor exigir o
gações possuem vínculo de direito. Assim, equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que
muitas dessas obrigações são expressas em um se acha, com direito a reclamar indenização das
escrito, pelo qual a pessoa se obriga a satisfazer perdas e danos.
uma dívida, a cumprir um contrato. Nas obrigações de dar coisa certa, se a
Na área de Direito, “Obrigação é a rela- coisa se perder, sem culpa do devedor, antes
ção jurídica, de caráter transitório, estabelecida da tradição, ou pendente a condição suspensi-
entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa va, fica resolvida a obrigação para ambas as
prestação pessoal econômica, positiva ou negati- partes. Se deteriorada a coisa, poderá o credor
va, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo- resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abati-
lhe o adimplemento através do seu patrimônio” do de seu preço o valor que perdeu.
(Washington de Barros Monteiro). Apenas para ilustrar: tradição é a en-
A prestação ou contraprestação pessoal trega da coisa feita pelo devedor ao cre-
deve ser possível, licita, determinada ou deter- dor, e obrigação resolvida é a obrigação
minável, e traduzível em dinheiro. finda, extinta.
Se a obrigação for de restituir coisa cer-
4.1 – DAS MODALIDADES DAS ta, e esta, sem culpa do devedor, se perder an-
OBRIGAÇÕES tes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a
obrigação se resolverá, ressalvados os seus di-
As obrigações dividem-se em obrigações reitos até o dia da perda. Se a coisa se perder
de dar ou restituir, obrigações de fazer, ou de por culpa do devedor, responderá, este, pelo
não fazer. equivalente, mais perdas e danos.
Se a coisa restituível se deteriorar sem
4.1.1. Das Obrigações de Dar culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual
se ache, sem direito a indenização; se a perda
Essas obrigações relacionam-se a obri- resultar de culpa do devedor, responderá, este,
gatoriedade de entregar alguma coisa, que po- pelo equivalente e mais perdas e danos.
derá ser certa, determinada e específica ou in- Na área de transição imobiliária esta
certa, indeterminada ou genérica. obrigação é muito comum, sobretudo na defi-
Via de regra as obrigações incertas tra- nição das características do imóvel alugado.
tam sobre coisas fungíveis, e as obrigações cer-
tas sobre coisas infungíveis. 4.1.1.2. Das Obrigações de Dar Coisa
Incerta
4.1.1.1. Das Obrigações de Dar Coisa Certa A coisa incerta será indicada, ao menos,
A obrigação de dar coisa certa abrange pelo gênero e pela quantidade. Nas coisas de-
os acessórios dela, mesmo que não menciona- terminadas pelo gênero e pela quantidade, a
dos, salvo se o contrário resultar do título ou escolha pertence ao devedor, se o contrário não
das circunstâncias do caso. O credor de coisa resultar do título da obrigação; mas não pode-
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

rá dar a coisa pior, nem será obrigado a pres- 4.1.4. Das Obrigações Alternativas
tar a melhor.
Antes da escolha, não poderá o devedor Obrigação alternativa é aquela que tem
alegar perda ou deterioração da coisa, ainda por objeto duas ou várias prestações que são
que por força maior ou caso fortuito. devidas de tal maneira que o devedor se libere
inteiramente executando uma “só dentre elas”
4.1.2. Das Obrigações de Fazer (Planiol).
Nas obrigações alternativas, a escolha
A obrigação de fazer relaciona-se com o cabe ao devedor, se outra coisa não se estipu-
encargo de prestar um serviço, um ato positi- lou, mas ele não pode obrigar o credor a rece-
vo, material ou imaterial, em benefício do cre- ber parte em uma prestação e parte em outra.
dor ou terceiro. Bem exemplifica a obrigação Quando a obrigação for de prestações perió-
de fazer o encargo aceito pelo pedreiro para dicas, a faculdade de opção poderá ser exerci-
construir um muro. da em cada período.
O devedor que recusar a prestação a ele Se uma das duas prestações não puder
só imposta, ou só por ele exeqüível incorrerá ser objeto de obrigação ou se tornada inexe-
na obrigação de indenizar perdas e danos. qüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Se a prestação do fato tornar-se impos- Se, por culpa do devedor, não se puder
sível sem culpa do devedor, resolver-se-á a cumprir nenhuma das prestações, não compe-
obrigação; se por culpa dele, responderá por tindo ao credor a escolha, ficará aquele obriga-
perdas e danos. do a pagar o valor da que por último se impos-
Se o fato puder ser executado por tercei- sibilitou, mais as perdas e danos que o caso
ro, será livre ao credor mandá-lo executar as determinar.
custas do devedor, havendo recusa ou mora Quando a escolha couber ao credor e uma
deste, sem prejuízo da indenização cabível. Em das prestações tornar-se impossível por culpa
caso de urgência, pode o credor, independente- do devedor, o credor terá direito de exigir a
mente de autorização judicial, executar ou man- prestação subsistente ou o valor da outra, com
dar executar o fato, sendo depois ressarcido. perdas e danos; se, por culpa do devedor, am-
bas as prestações se tornarem inexeqüíveis, po-
4.1.3. Das Obrigações de Não Fazer derá o credor reclamar o valor de qualquer das
duas, além da indenização por perdas e danos.
A obrigação de não fazer relaciona-se Se todas as prestações se tornarem im-
com o encargo de abster-se obrigatoriamente possíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á
de um fato que poderia praticar, de tolerar, a obrigação.
consentir ou não impedir.
Extingue-se a obrigação de não fazer, 4.1.5. Das Obrigações Divisíveis e
desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne Indivisíveis
impossível abster-se do ato, que se obrigou a
não praticar. Obrigação divisível é aquela cuja presta-
Se aquele que se obrigou a abster-se de ção o devedor pode cumprir a obrigação por
praticar o ato o fizer, o credor pode exigir seu partes. Havendo mais de um devedor ou mais
desfazimento, sob pena de o próprio credor o de um credor em obrigação divisível, esta pre-
desfazer a custa do devedor, que responderá sume-se dividida em tantas obrigações, iguais
também por perdas e danos. Em caso de urgên- e distintas, quantos os credores ou devedores.
cia, poderá o credor desfazer ou mandar desfa- A obrigação é indivisível quando a
zer, sem prejuízo do ressarcimento devido. prestação tem por objeto uma coisa ou um
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

fato não suscetíveis de divisão. Se, havendo aproveitam aos outros devedores, senão até à
dois ou mais devedores, a prestação não for concorrência da quantia paga ou relevada.
divisível, cada um será obrigado pela dívida A cláusula, condição ou obrigação adici-
toda. O devedor, que paga a dívida, sub- onal, qualquer que seja ela, estipulada entre um
roga-se no direito do credor em relação aos dos devedores solidários e o credor, não po-
outros coobrigados. derá agravar a posição dos outros sem con-
Perde a qualidade de indivisível a obri- sentimento destes.
gação que se resolver em perdas e danos. Impossibilitando-se a prestação por cul-
pa de um dos devedores solidários, subsiste para
4.1.6. Das Obrigações Solidárias todos o encargo de pagar o equivalente; mas
pelas perdas e danos só responde o culpado.
Há solidariedade quando na mesma obri- Todos os devedores respondem pelos
gação concorre mais de um credor, ou mais de juros da mora, ainda que a ação tenha sido pro-
um devedor, cada um com direito, ou obriga- posta somente contra um; mas o culpado res-
do, à dívida toda. A solidariedade não se presu- ponde aos outros pela obrigação acrescida.
me, resulta da lei ou da vontade das partes. O credor pode renunciar à solidarieda-
A obrigação solidária pode ser pura e de em favor de um, de alguns ou de todos os
simples para um dos co-credores ou co-deve- devedores. Se o credor exonerar da solidarie-
dores, e condicional, ou a prazo, ou pagável dade um ou mais devedores, subsistirá a dos
em lugar diferente, para o outro. demais.

4.1.6.1. Da Solidariedade Ativa 4.2 – DA TRANSMISSÃO DAS


Cada um dos credores solidários tem OBRIGAÇÕES
direito a exigir do devedor o cumprimento da
prestação por inteiro. 4.2.1. Da Cessão de Crédito
Enquanto alguns dos credores solidári-
os não demandarem o devedor comum, a qual- Na cessão de crédito, o credor (cedente)
quer daqueles poderá este pagar. O pagamen- pode transferir a terceiro (cessionário) o direi-
to feito a um dos credores solidários extingue to que possui em relação ao devedor (cedido),
a dívida até o montante do que foi pago. se a isso não se opuser à natureza da obriga-
Convertendo-se a prestação em perdas e ção, a lei, ou a convenção com o devedor. A
danos, subsiste, para todos os efeitos, a solida- cláusula proibitiva da cessão não poderá ser
riedade. oposta ao cessionário de boa-fé, se não cons-
O credor que tiver remitido a dívida ou tar do instrumento da obrigação.
recebido o pagamento responderá aos outros A cessão do crédito não tem eficácia
pela parte que lhes caiba. em relação ao devedor, senão quando a este
notificada.
4.1.6.2. Da Solidariedade Passiva Salvo estipulação em contrário, o cedente
O credor tem direito a exigir e receber não responde pela solvência do devedor. O ce-
de um ou de alguns dos devedores, parcialmen- dente, responsável ao cessionário pela solvência
te ou totalmente, a dívida comum; se o paga- do devedor, não responde por mais do que da-
mento tiver sido parcial, todos os demais de- quele recebeu, com os respectivos juros; mas tem
vedores continuam obrigados solidariamente de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o
pelo resto. cessionário houver feito com a cobrança.
O pagamento parcial feito por um dos O crédito, uma vez penhorado, não pode
devedores e a remissão por ele obtida não mais ser transferido pelo credor que tiver co-
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nhecimento da penhora; mas o devedor que o Só terá eficácia o pagamento que impor-
pagar, não tendo notificação dela, fica exone- tar transmissão da propriedade, quando esse
rado, subsistindo somente contra o credor os for feito por quem possa alienar o objeto em
direitos de terceiro. que ele consistiu. Se se der em pagamento coi-
sa fungível, não se poderá mais reclamar do
4.2.2. Da Assunção de Dívida credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu,
ainda que o solvente não tivesse o direito de
É facultado a terceiro assumir a obriga- aliená-la.
ção do devedor, com o consentimento expres-
so do credor, ficando exonerado o devedor 4.3.1.2. Daqueles a quem se deve Pagar
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assun- O pagamento deve ser feito ao credor
ção, era insolvente e o credor o ignorava. Qual- ou a quem de direito o represente, sob pena de
quer das partes pode assinar prazo ao credor só valer depois de por ele ratificado, ou tanto
para que consinta na assunção da dívida, inter- quanto reverter em seu proveito. O pagamen-
pretando-se o seu silêncio como recusa. to feito de boa-fé ao credor putativo (suposto
Salvo assentimento expresso do devedor como legítimo) é válido, ainda provado depois
primitivo, consideram-se extintas, a partir da que não era credor.
assunção da dívida, as garantias especiais por Não tem validade o pagamento, ciente-
ele originariamente dadas ao credor. mente, feito ao credor incapaz de quitar, se o
Se a substituição do devedor vier a ser devedor não provar que em benefício dele efe-
anulada, restaura-se o débito, com todas as suas tivamente reverteu.
garantias, salvo as garantias prestadas por ter-
ceiros, exceto se este conhecia o vício que in- 4.3.1.3. Do Objeto do Pagamento e Sua
quinava (corrompia, infamava) a obrigação. Prova
O credor não é obrigado a receber pres-
4.3 – DO ADIMPLEMENTO E tação diversa da que lhe é devida, ainda que
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES mais valiosa. Ainda que a obrigação tenha por
objeto prestação divisível, não pode o credor
O ato de cumprir a obrigação é denomi- ser obrigado a receber, nem o devedor a pa-
nado adimplemento. A obrigação pode ser gar, por partes, se assim não se ajustou.
extinta com o pagamento, com a dação em As dívidas em dinheiro deverão ser
pagamento, com a novação, a compensação, a pagas no vencimento, em moeda corrente
transação, confusão e a remissão de dívidas. e pelo valor nominal. É lícito convencio-
nar o aumento progressivo de prestações
4.3.1. Do Pagamento sucessivas.
Quando, por motivos imprevisíveis, so-
O pagamento é o cumprimento dado a brevier desproporção manifesta entre o valor
uma obrigação, em dinheiro ou coisa. da prestação devida e o do momento de sua
execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da
4.3.1.1. De quem deve Pagar parte, de modo que assegure, quanto possível,
Qualquer interessado na extinção da dí- o valor real da prestação.
vida pode pagá-la, usando, se o credor se opu- São nulas as convenções de pagamento
ser, dos meios conducentes à exoneração do em ouro ou em moeda estrangeira, bem como
devedor. Igual direito cabe ao terceiro não in- para compensar a diferença entre o valor desta
teressado, se o fizer em nome e à conta do de- e o da moeda nacional, excetuados os casos
vedor, salvo oposição deste. previstos na legislação especial.
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

O devedor que paga tem direito a quita- Ao credor assistirá o direito de cobrar a
ção regular e pode reter o pagamento, enquan- dívida antes de vencido o prazo estipulado no
to não lhe seja dada. A quitação designará o contrato ou definido no Código Civil, nos se-
valor e a espécie da dívida quitada, o nome do guintes casos:
devedor, ou quem por este pagou, o tempo e
o lugar do pagamento, com a assinatura do cre- • desde que no caso de falência do deve-
dor, ou do seu representante. dor, ou de concurso de credores;
Quando o pagamento for em quotas pe- • se os bens hipotecados ou empenha-
riódicas, a quitação da última estabelece, até dos forem penhorados em execução
prova em contrário, a presunção de estarem por outro credor;
solvidas as anteriores. • se cessarem ou se tornarem insuficien-
Se o pagamento se houver de fazer por tes as garantias do débito e o devedor
medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das se negar a reforçá-las.
partes, que aceitaram os do lugar da execução.
4.3.2. Pagamento em Consignação
4.3.1.4. Do Lugar do Pagamento
Efetuar-se-á o pagamento no domicílio A palavra consignar tem diversos senti-
do devedor, salvo se as partes convenciona- dos. Dentre esses, consignar significa registro
rem diversamente, ou se o contrário resultar por escrito; assinalar, fazer notar; benzer-se com
da lei, da natureza da obrigação ou das circuns- o sinal da cruz; confiar algo aos cuidados de
tâncias. Designados dois ou mais lugares, cabe outrem; entregar mercadoria em depósito; en-
ao credor escolher entre eles. tregar algo ao controle de outrem.
Dívida quérable - que deve ser reclama- Consignação é o ato ou efeito de consig-
da, paga no domicílio do devedor. Dívida nar em qualquer um dos sentidos.
portable ou portável, que deve paga no domi- Na área jurídica, Consignação significa a
cílio do credor. Sendo o contrato omisso pre- entrega ou depósito judicial em mãos de um
valecerá o domicílio do devedor como lugar terceiro ou num estabelecimento ou caixa pú-
do pagamento. blica, que o devedor faz da quantia em di-
Se o pagamento consistir na tradição de nheiro ou da coisa que constitui o objeto da
um imóvel, ou em prestações relativas a imó- obrigação, seja porque o credor se recusa a
vel, far-se-á no lugar onde situado o bem. receber, seja por outros motivos determina-
Ocorrendo motivo grave para que se não dos em lei
efetue o pagamento no lugar determinado, po- Pode o devedor efetuar o depósito judi-
derá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo cial ou em estabelecimento bancário da coisa
para o credor. O pagamento reiteradamente fei- devida, sendo o ato considerado pagamento,
to em outro local faz presumir renúncia do cre- extinguindo-se a obrigação.
dor, relativamente ao previsto no contrato.
O pagamento pode ser feito em consig-
4.3.1.5. Do Tempo do Pagamento nação nos seguintes casos:
Salvo disposição legal em contrário, não
tendo sido ajustada época para o pagamento, • se o credor não puder ou recusar, sem
pode o credor exigi-lo imediatamente. justa causa, receber o pagamento dar
As obrigações condicionais cumprem-se quitação na devida forma;
na data do implemento da condição, cabendo • se o credor não for ou não mandar re-
ao credor a prova de que o devedor teve ciên- ceber a coisa no lugar, no tempo e con-
cia deste. dição devidos;
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• se o credor for incapaz de receber; for em que terceiro efetiva o pagamento para não
desconhecido, declarado ausente, ou re- ser privado de direito sobre imóvel, em que ter-
sidir em lugar incerto ou de acesso pe- ceiro interessado paga a dívida pela qual era ou
rigoso ou difícil; podia ser obrigado, no todo ou em parte.
• se ocorrer dúvida sobre quem deva le- A sub-rogação convencional decorre de
gitimamente receber o objeto do pa- estipulação de vontades entre o credor e ter-
gamento; ceiro ou entre o devedor e terceiro.
• se pender litígio sobre o objeto do pa-
gamento. 4.3.4 – Da imputação do Pagamento

Para que a consignação tenha força de Imputar o pagamento significa indicar o


pagamento é imprescindível a observância dos que se está pagando. Ocorre quando a pessoa
requisitos do pagamento, ou seja, feita obser- obrigada por dois ou mais débitos da mesma
vando a identidade do credor, a prestação deve natureza, a um só credor, indica a qual deles
ser integral e efetuada na época acordada, ou oferece pagamento, se todos forem líquidos e
se feita com atraso, acompanhada dos encar- vencidos.
gos da mora. Por fim, deve ocorrer no lugar São requisitos a dualidade ou pluralida-
estipulado para o pagamento. de de dívidas, a identidade do credor e deve-
Enquanto o credor não declarar que acei- dor, débitos de natureza igual e suficiência de
ta o depósito, ou não o impugnar, poderá o pagamento para qualquer das dívidas.
devedor requerer o levantamento, pagando as
respectivas despesas, e subsistindo a obrigação 4.3.5. Da dação em Pagamento
para todas as conseqüências de direito.
Dação em pagamento é o ato de pa-
4.3.3. Do Pagamento com Sub-Rogação gar com algum bem uma dívida em di-
nheiro. É a entrega pelo mutuário de imó-
Sub-rogar tem o significado de trocar, vel hipotecado ao agente financeiro, ou
substituir, colocar uma coisa ou pessoa no lu- de devedor a credor, correspondente ao
gar de outra. que deveria ser pago em moeda.
A sub-rogação deve ser declarada expres- O credor de coisa certa não pode ser
samente no contrato, não se presumindo. Ocor- obrigado a receber outra coisa, ainda que mais
re quando o credor recebe o pagamento de valiosa. Mas, o credor pode consentir em rece-
terceiro e lhe transfere todos os seus direitos. ber prestação diversa da que lhe é devida.
Ela transfere ao novo credor todos os direitos, A coisa dada em pagamento, mesmo que
ações, privilégios e garantias do primitivo, em diversa do estipulado, pode extinguir a obri-
relação à dívida, contra o devedor principal e gação desde que o credor concorde com a
os fiadores. substituição.
Ela pode ser pessoal ou real. Determinado o preço da coisa dada em
Na sub-rogação pessoal a dívida é paga pagamento, as relações entre as partes regular-
por um co-devedor ou terceiro interessado. se-ão pelas normas do contrato de compra e
Na sub-rogação real substitui-se a coisa venda.
devida. Se for título de crédito, a coisa dada
A sub-rogação também pode ser legal ou em pagamento, a transferência importará em
convencional. A sub-rogação legal resulta de uma cessão.
definição jurídica e se manifesta nos casos em Se o credor for evicto da coisa recebida
que o credor paga a dívida do devedor comum; em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, Juridicamente, a compensação é uma


ressalvados os direitos de terceiros. modalidade de extinção de obrigação recí-
Credor evicto é aquele que perdeu um proca. Se duas pessoas forem, ao mesmo
bem, em conseqüência de reivindicação tempo, credores e devedores uma da outra,
feita pelo verdadeiro dono. as duas obrigações extinguem-se, até onde
se compensarem. A compensação efetua-se
4.3.6. Da Novação entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas
fungíveis.
Novação é a renovação de contrato ou A diferença de causa nas dívidas não im-
obrigação judicial. É a substituição de uma pede a compensação, exceto se provier de es-
obrigação por outra. É a extinção de uma dívi- bulho, furto ou roubo, se uma se originar de
da anterior por uma nova que é criada. comodato, depósito ou alimentos, ou se uma
A novação ocorre pela substituição do for de coisa não suscetível de penhora.
sujeito ativo ou do sujeito passivo ou do obje- As partes podem, de comum acordo,
to da obrigação, surgindo uma nova relação estipular a exclusão da compensação, ou, ain-
jurídica, que extingue e substitui a anterior. da, no caso de renúncia prévia de uma delas.
A novação por substituição do devedor
pode ser efetuada independentemente de con- 4.3.8. Da Confusão
sentimento deste. Se o novo devedor for insol-
vente, não tem o credor direito de ação regres- Em determinados negócios pode ocorrer
siva contra o primeiro, salvo se este obteve por o fato de uma mesma pessoa ser identificada
má-fé a substituição. como credor e como devedor. A esse fato, dá-
A novação extingue os acessórios e garan- se o nome de confusão. Ex. Quando o proprie-
tias da dívida, sempre que não houver estipula- tário de um bem dominante passa a deter a pro-
ção em contrário. Não aproveitará, contudo, ao priedade de um bem financiado pelo primeiro.
credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anti- Se na mesma pessoa se confundir as
crese, se os bens dados em garantia pertence- qualidades de credor e devedor a obrigação
rem a terceiro que não foi parte na novação. será extinta. A confusão pode verificar-se a
Anticrese é um tipo de contrato em respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
que o devedor entrega um imóvel, transfe- Cessando a confusão logo se restabelece,
rindo-lhe o direito de auferir os frutos e ren- com todos os seus acessórios, a obrigação
dimentos para compensar uma dívida. É uma anterior.
consignação de rendimento.
A novação feita sem o consentimento do 4.3.9. Da Remissão das Dívidas
fiador o exonera com o devedor principal.
Não podem ser objeto de novação obri- Remissão é o ato de remir, de perdoar,
gações nulas ou extintas, exceto as obrigações de relaxar, de pôr a caminho de novo.
simplesmente anuláveis. Juridicamente, remissão é o ato pelo qual
o credor dispensa graciosamente o devedor de
4.3.7. Da Compensação pagar a dívida. É um ato de liberalidade do
credor, e bilateral, pois depende da concordân-
Compensar significa estabelecer ou res- cia do devedor. A remissão pode ser total ou
tabelecer o equilíbrio; conter algo opondo-lhe parcial, e pode produzir os mesmos efeitos que
efeitos contrários; contrabalançar um mal, um a transação.
prejuízo. A remissão da dívida extingue a obriga-
Compensação é o ato de compensar. ção, mas não pode prejudicar terceiro.
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i) Nas negociações imobiliárias, especialmente


nas locações, é bastante comum repactuar uma
dívida. Para o direito o que significa “novação”
de uma obrigação?
___________________________________
a) Obrigação, em direito, tem um significado ___________________________________
bastante diferente do que conhecemos vulgar-
mente. Pesquise e relacione as modalidades de j) Ainda sobre obrigações, qual a definição ju-
“obrigação”: rídica de “compensação”?
___________________________________ ___________________________________
___________________________________ ___________________________________

b) A pesquisa pode ser no dicionário ou na k) Não se envolva em confusões e responda: o


apostila: o que significa “adimplemento de uma que significa “confusão” para o direito?
obrigação” ? ___________________________________
___________________________________ ___________________________________
___________________________________
l) Fique por dentro da teoria e defina o que
c) Depois de assumidas, como podem ser ex- significa “remissão” de uma dívida:
tintas as obrigações? ___________________________________
___________________________________ ___________________________________

d) Para o direito em geral, em quais situações o


credor poderá cobrar uma dívida antes de ven-
cido o prazo?
___________________________________
___________________________________

e) Melhore o seu cabedal de conhecimentos


respondendo: qual o significado jurídico de
“consignação”?
___________________________________

f) Em quais casos o pagamento de uma dívida


poderá ser feito “em consignação” ?
___________________________________
___________________________________

g) Dê uma olhada em sua apostila e responda


abaixo o que é “pagamento com sub-rogação”?
___________________________________
___________________________________

h) Essa informação é importante para o corretor


de imóveis: o que é “dação em pagamento”?
___________________________________
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

4.4 – DO INADIMPLEMENTO DAS se paga a mais em uma dívida pelo não cumpri-
OBRIGAÇÕES mento do prazo estipulado. No campo jurídi-
co, mora é retardamento do devedor ou do cre-
Inadimplir significa descumprir uma dor no cumprimento de uma ação judicial.
obrigação assumida. Essa inexecução gera uma A mora consiste na inexecução total ou
série de conseqüências jurídicas, conforme a parcial de uma obrigação, mas sua execução,
obrigação. Pelo inadimplemento das obriga- ainda que tardia ou deficiente pode ser apro-
ções respondem todos os bens do devedor. veitada pelo credor.
O inadimplemento pode ser relativo ou Considera-se em mora o devedor que
absoluto. não efetuar o pagamento e o credor que não
Relativo, também denominado mora, quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma
ocorre quando a obrigação não foi cumprida que a lei ou a convenção estabelecer.
no tempo, lugar e formas estipuladas, mas sua O devedor responde pelos prejuízos a
execução ainda pode ser aproveitada pelo cre- que sua mora der causa, mais juros, atualização
dor. dos valores monetários segundo índices ofici-
A inadimplência é considerada absoluta ais regularmente estabelecidos, e honorários de
quando a obrigação não foi cumprida e sua advogado. Se a prestação, devido à mora, se
execução fora do tempo, lugar e formas esti- tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e
puladas não mais se aproveita ao credor. Nes- exigir a satisfação das perdas e danos.
se casso ocorre o inadimplemento. Não havendo fato ou omissão imputá-
Não cumprida a obrigação, responde o vel ao devedor, não incorre este em mora.
devedor por perdas e danos, mais juros e atua- No prazo estipulado, o inadimplemento
lização monetária segundo índices oficiais re- da obrigação positiva e líquida, constitui de
gularmente estabelecidos, e honorários de ad- pleno direito em mora o devedor. Não haven-
vogado. do prazo estipulado, a mora se constitui medi-
Nas obrigações negativas, de não fazer, o ante interpelação judicial ou extrajudicial.
devedor é havido por inadimplente desde o dia Nas obrigações provenientes de ato ilí-
em que executou o ato de que se devia abster. cito, considera-se o devedor em mora, desde
Nos contratos benéficos, responde por que o praticou. Nas obrigações negativas, con-
simples culpa o contratante, a quem o contrato sidera-se o devedor em mora a partir do dia
aproveite, e por dolo aquele a quem não favo- em que se executou o ato, se dele havia a obri-
reça. Nos contratos onerosos, responde cada gação de se abster. Nos contratos que versam
uma das partes por culpa, salvo as exceções sobre imóveis a interpelação cartorária ou ju-
previstas em lei. dicial, constitui o devedor em mora.
O devedor não responde pelos prejuízos O devedor em mora responde pela im-
resultantes de caso fortuito ou força maior, se possibilidade da prestação, mesmo sendo essa
expressamente não se houver por eles respon- impossibilidade resultante de caso fortuito ou
sabilizado. O caso fortuito ou de força maior de força maior, se estes ocorrerem durante o
se caracteriza pela inevitabilidade do aconteci- atraso, salvo se provar isenção de culpa, ou que
mento, do fato, e pela ausência de culpa na pro- o dano sobreviria ainda quando a obrigação
dução do evento. fosse oportunamente desempenhada.
A mora do credor faz cessar para o de-
4.4.1. Da Mora vedor a responsabilidade de conservação da
coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas
Mora é uma delonga, uma demora do tem- empregadas em conservá-la, e sujeita-o a rece-
po. Em Economia, mora significa a quantia que bê-la pela estimação mais favorável ao deve-
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dor, se o seu valor oscilar entre o dia estabele- Ainda que se não alegue prejuízo, é
cido para o pagamento e o da sua efetivação. obrigado o devedor aos juros da mora que
Purga-se a mora, por parte do devedor, se contarão assim às dívidas em dinheiro,
oferecendo este a prestação mais a importân- como às prestações de outra natureza, uma
cia dos prejuízos decorrentes do dia da oferta, vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário
e por parte do credor, oferecendo-se este a re- por sentença judicial, arbitramento, ou acor-
ceber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos do entre as partes.
da mora até a mesma data.
Esses conceitos são muito utilizados em 4.4.4. Da Cláusula Penal
transação imobiliária.
A cláusula penal, ou multa convencional,
4.4.2. Das Perdas e Danos é uma convenção estipulada pelas partes na qual
estas se obrigam a pagar uma determinada
Aquele que causar prejuízo a alguém, pelo multa no caso de violação de algum dispositi-
descumprimento culposo de um contrato ou vo contratual. Trata-se de uma obrigação aces-
pela prática de ato ilícito deve reparar as perdas sória, que tem por objetivo garantir o cumpri-
e danos. Salvo as exceções expressamente pre- mento da obrigação principal e também fixar
vistas em lei, as perdas e danos devidos ao cre- previamente o valor das perdas e danos em caso
dor abrangem, além do que ele efetivamente de descumprimento do pactuado. Por ser obri-
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. gação acessória, sendo nula ou anulada a obri-
gação principal, também o são as disposições
4.4.3. Dos Juros Legais contidas na cláusula penal.
Incorre de pleno direito o devedor na
Juro é a quantia que remunera um credor cláusula penal, desde que, culposamente, deixe
pelo uso de seu dinheiro durante determinado de cumprir a obrigação ou se constitua em
tempo; uma porcentagem sobre o qual foi mora.
emprestado. É a soma cobrada por quem em- A cláusula penal pode ser estipulada con-
presta o seu dinheiro a outrem. Juro significa, juntamente com a obrigação, ou em ato poste-
também, a renda ou rendimento de um capi- rior. Também pode referir-se à inexecução
tal, de uma importância investida. completa da obrigação, à de alguma cláusula
No dizer de Sílvio Rodrigues, “juro é o especial ou simplesmente à mora.
preço do uso do capital”, ou seja, juro signifi- O valor da cominação imposta na cláu-
ca rendimento de capital. sula penal não pode exceder o da obrigação
Distinguem-se os juros em compensatório e principal, sendo a penalidade reduzida eqüita-
moratório. tivamente se a obrigação principal tiver sido
Juro compensatório é a remuneração do cumprida em parte, ou se o montante da pena-
capital empregado. lidade for manifestamente excessivo, tendo-se
Juro moratório é a indenização pelo preju- em vista a natureza e a finalidade do negócio.
ízo resultante da mora culposa na execução de Para exigir a pena convencional, não é
uma obrigação. necessário que o credor alegue prejuízo.
Quando os juros moratórios não forem Ainda que o prejuízo exceda ao previsto
convencionados ou o forem sem taxa estipula- na cláusula penal, não pode o credor exigir in-
da ou quando provierem de determinação da denização suplementar se assim não foi con-
lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vencionado. Se o tiver sido, a pena vale como
vigor para a mora do pagamento de impostos mínimo da indenização, competindo ao credor
devidos à Fazenda Nacional. provar o prejuízo excedente.
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

4.4.5. Das Arras ou Sinal


(arts. 417 a 420 do novo CC)

Arras são os recursos pagos por um


dos contratantes para garantir o cumpri- a) Quitar compromissos e pagar obrigações
mento de um contrato, comumente, conhe- são atividades comuns das empresas imobiliá-
cido por sinal. rias: o que significa “inadimplir” ?
É um termo muito comum na área ______________________________________
de transação imobiliária. Por sua impor- ______________________________________
tância, o Código Civil trata do assunto no
Capítulo VI. b) Pesquise em sua apostila e defina o que é
Um contrato preliminar pode ser “mora”. Defina, também, o que significa “pur-
garantido pelas arras ou sinal, que torna gar uma mora”:
presumido o acordo final e obrigatório o ______________________________________
contrato. ______________________________________
Se, por ocasião da conclusão do contra-
to, uma parte der à outra, a título de arras, di- c) Nosso Código de Defesa do Consumidor es-
nheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, tabeleceu algumas regras que protegem o inquili-
em caso de execução, ser restituídas ou com- no nos contratos de locação: o que é “juro com-
putadas na prestação devida, se do mesmo gê- pensatório”, muito usado pelas imobiliárias?
nero da principal. ______________________________________
Se a parte que deu as arras não execu- ______________________________________
tar o contrato, poderá a outra tê-lo por des-
feito, retendo-as. Se inexecução for de quem d) E o juro “moratório”, o que vem a ser?
recebeu as arras, poderá quem as deu haver ______________________________________
o contrato por desfeito, e exigir sua devolu-
ção mais o equivalente, com atualização e) Veja os artigos 417 a 420 do novo Código
monetária segundo índices oficiais regular- Civil, e defina o que quer dizer “arras”: O que
mente estabelecidos, juros e honorários de significa “lei de arras” numa promessa de com-
advogado. pra e venda?
A parte inocente pode pedir indeni- ______________________________________
zação suplementar, se provar maior preju- ______________________________________
ízo, valendo as arras como taxa mínima.
Pode, também, a parte inocente exigir a
execução do contrato, com as perdas e da-
nos, valendo as arras como o mínimo da
indenização.
Se no contrato for estipulado o di-
reito de arrependimento para qualquer
das partes, as arras ou sinal terão fun-
ção unicamente indenizatória. Neste
caso, quem as deu perdê-las-á em bene-
fício da outra parte; e quem as recebeu
terá devolve-as em dobro. Em ambos os
casos não haverá direito a indenização
suplementar.
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4.5 – DOS CONTRATOS EM GERAL As partes podem estipular contratos atí-


picos, desde que observe as normas fixadas
Contrato é a uma convenção estabeleci- pela lei. A lei veda a contratação de herança de
da entre duas ou mais pessoas, com o objetivo pessoa viva.
de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir
entre elas uma relação jurídica patrimonial. 4.5.1 – Da Formação dos Contratos
A validade do contrato depende da capa-
cidade jurídica das partes, do objeto lícito, pos- A proposta de contrato obriga o propo-
sível, determinado ou determinável, bem como nente, se o contrário não resultar dos termos
de forma prescrita ou não proibida pela lei. dela, da natureza do negócio, ou das circuns-
São princípios básicos que informam os tâncias do caso.
contratos: Deixa de ser obrigatória a proposta feita
para pessoa presente, sem estabelecimento de
• a autonomia de vontades; prazo, e não aceita imediatamente. A pessoa
• a supremacia da ordem pública; que contrata por telefone ou por meio de co-
• a força vinculante do contrato. municação semelhante é considerada presente.
Também, deixa de ser obrigatória a proposta
A autonomia de vontades faculta às par- feita para pessoa ausente, sem o estabelecimen-
tes a liberdade para estipular ou não estipular to de prazo, se tiver decorrido tempo suficien-
o que lhes convenha ou de escolher com quem te para chegar a resposta ao conhecimento do
contratar. proponente.
A supremacia da ordem pública torna a Da mesma forma, deixa de ser obrigató-
autonomia da vontade relativa, uma vez que ria a proposta feita para pessoa ausente, com
ela está sujeita às normas legais imperativas e estabelecimento de prazo, se não tiver sido ex-
aos princípios da moral e dos bons costumes. pedida a resposta dentro do prazo estipulado.
Nesse sentido, a liberdade de contratar será Por fim, deixa de ser obrigatória a proposta
exercida em razão e nos limites da função soci- se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao
al do contrato, além de que é obrigatório aos conhecimento da outra parte a retratação do
contratantes guardar, tanto na execução quan- proponente.
to a conclusão do contrato, os princípios de A oferta ao público equivale a proposta
probidade e boa-fé. quando encerra os requisitos essenciais ao con-
A força vinculante do contrato, também trato, salvo se o contrário resultar das circuns-
denominada “pacta sunt servanda”, significa que tâncias ou dos usos. Pode revogar-se a oferta
o contrato faz lei entre as partes. Uma vez esti- pela mesma via de sua divulgação, desde que
puladas as condições, observada a livre e cons- ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
ciente manifestação de vontade e a supremacia Se a aceitação, por circunstância impre-
da ordem pública, as disposições expressas no vista, chegar tarde ao conhecimento do pro-
contrato são de cumprimento obrigatório pe- ponente, este deverá comunicar imediatamen-
las partes. te ao aceitante, sob pena de responder por per-
As cláusulas ambíguas ou contraditórias, das e danos. A aceitação fora do prazo, com
eventualmente, constantes do contrato de ade- adições, restrições, ou modificações, importa-
são devem ser interpretadas de modo mais fa- rá nova proposta.
vorável ao aderente. Da mesma forma, nos Se o negócio for daqueles em que não seja
contratos de adesão, são nulas as cláusulas que costume a aceitação expressa, ou o proponen-
estipulem a renúncia antecipada do aderente a te a tiver dispensado, o contrato será conside-
direito resultante da natureza do negócio. rado concluído caso não chegue à recusa. Con-
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sidera-se inexistente a aceitação, se antes dela Verificado o vício redibitório, pode o


ou com ela chegar ao proponente a retratação adquirente optar pelo abatimento no preço ou
do aceitante. por rejeitar a coisa.
Os contratos entre ausentes tornam-se per- Se o alienante conhecia o vício ou defei-
feitos desde que a aceitação seja expedida. Toda- to da coisa, restituirá o que recebeu com per-
via, são exceções a essa regra os casos em aceita- das e danos. Se o não conhecia, tão-somente
ção é considera inexistente, se o proponente se restituirá o valor recebido, mais as despesas do
houver comprometido a esperar resposta, ou se contrato. A responsabilidade do alienante sub-
a aceitação não chegar no prazo convencionado. siste ainda que a coisa pereça em poder do ali-
Reputar-se-á celebrado o contrato no enatário, desde que o perecimento se dê por
lugar em que foi proposto. vício oculto já existente ao tempo da tradição.
O prazo de decadência do direito de
4.5.2. Da Estipulação em Favor de Terceiro obter a redibição ou abatimento no preço é de
trinta dias para móveis, contados da entrega
Estipular significa, contratar, estabelecer efetiva, e de um ano para imóveis. Na impossi-
condições, cláusulas e obrigações recíprocas. bilidade de ser o defeito oculto conhecido no
A estipulação pode ser feita em favor de prazo legal, a decadência correrá a partir do
terceiro, que não participa do estipulado. O momento em que dele tiver ciência até o máxi-
seguro de vida é um clássico exemplo de esti- mo de cento e oitenta dias se móveis, e um ano
pulação em favor de terceiro, na medida em se imóveis.
que o segurado estabelece com a seguradora Os prazos não correm na constância de
algum benefício em favor de do beneficiário, cláusula de garantia, mas o adquirente deve
que não participa diretamente do contrato. denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias
O beneficiário pode exigir o cumprimento seguintes ao seu descobrimento, sob pena de
do estipulado, observado as condições e normas decadência.
do contrato, mas também pode ser substituído
pelo estipulante, independente de anuência. 4.5.5. Da Evicção

4.5.3. Da Promessa de Fato de Terceiro Evicção é o ato de destituir, de desapos-


sar, judicialmente, alguém de uma proprieda-
Pode alguém firmar compromisso para que de. É a perda de um bem pelo adquirente, em
terceiro pratique determinado ato. Aquele que ti- conseqüência de reivindicação feita pelo ver-
ver prometido fato de terceiro responderá por dadeiro dono.
perdas e danos, quando este o não executar. A evicção é fato que causa ao adquirente
a perda total ou parcial da coisa adquirida, por
4.5.4. Dos Vícios Redibitórios decisão judicial, em favor de terceiro, este re-
conhecido como verdadeiro dono.
Redibir significa devolver (uma merca- Nos contratos onerosos, o alienante res-
doria com defeito), enjeitar; anular a venda de ponde pela evicção. Subsiste esta garantia ain-
algo que possui defeitos ocultos descobertos da que a aquisição se tenha realizado em hasta
pelo adquirente. Redibitório é o que pode pública. Contrato oneroso é aquele em que
motivar a anulação de uma venda. ambas as partes têm obrigações patrimoniais,
Vícios Redibitórios são os defeitos ocul- com vantagens recíprocas.
tos presente na coisa, de tal modo grave que a As partes podem, por cláusula expressa,
tornam imprópria ao uso a que se destina ou reforçar, diminuir ou excluir a responsabilida-
lhe diminuam o valor. de pela evicção. Todavia, não obstante a cláu-
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sula que exclui a garantia contra a evicção, se O mesmo entendimento é aplicado às


esta se der, tem direito o evicto a receber o coisas existentes, mas expostas a risco.
preço que pagou pela coisa evicta, se não sou-
be do risco da evicção, ou, dele informado, não 4.5.7. Do Contrato Preliminar
o assumiu.
O evicto, salvo estipulação em contrário, O contrato preliminar é a declaração de
tem direito à restituição integral do preço ou vontade de ambas as partes, ou de uma delas,
das quantias que pagou, à indenização dos fru- no sentido de prometerem firmar posterior-
tos que tiver sido obrigado a restituir; à indeni- mente um contrato definitivo.
zação pelas despesas dos contratos e pelos pre- Esta modalidade de contrato, exceto
juízos que diretamente resultarem da evicção, quanto à forma, deve conter todos os requisi-
e às custas judiciais e aos honorários do advo- tos essenciais ao contrato a ser celebrado. De-
gado por ele constituído. verá ser levado ao registro competente.
Se parcial, mas considerável, for a evic- Uma vez concluído o contrato preliminar,
ção, poderá o evicto optar entre a rescisão e nele não constando cláusula de arrependimen-
do contrato e a restituição da parte do pre- to, qualquer das partes terá o direito de exigir a
ço correspondente ao desfalque sofrido. Se celebração do definitivo, fixando prazo à outra
não for considerável, caberá somente direi- para que o efetive. Esgotado o prazo ao contra-
to a indenização. to preliminar é conferido caráter definitivo, sal-
Não pode o adquirente demandar pela vo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
evicção, se sabia que a coisa era alheia ou Se o estipulante não der execução ao con-
litigiosa. trato preliminar, poderá a outra parte considerá-
lo desfeito, e pedir perdas e danos. Se a promessa
4.5.6. Dos Contratos Aleatórios de contrato for unilateral, o credor, sob pena de
ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no
Aleatório é o que depende de circunstân- prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que
cias, de eventos futuros, do acaso, do fortuito; lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.
que depende de ocorrências imprevisíveis.
O contrato aleatório é aquele em que 4.5.8. Do Contrato com Pessoa a Declarar
há dependência direta a eventos futuros ou
incertos, sendo que as partes assumem o Ao concluir um contrato, pode uma das
risco de uma contra prestação despropor- partes reservar-se a faculdade de indicar a pes-
cional ou mesmo de nada receber. soa que deve adquirir os direitos e assumir as
Quem vendeu coisa pendente de fato fu- obrigações dele decorrentes. Essa indicação
turo sem se responsabilizar pelos resultados deve ser comunicada à outra parte no prazo
recebe o preço integral, desde que de sua parte de cinco dias da conclusão do contrato, se ou-
não tenha havido dolo ou culpa. tro prazo não tiver sido estipulado.
Quem prometeu a entrega de coisa futu- A pessoa adquire os direitos e assume as
ra de quantidade indeterminada, sem se respon- obrigações decorrentes do contrato, a partir
sabilizar pelos resultados recebe o preço inte- do momento em que este foi celebrado.
gral ainda que a coisa venha a existir em quanti-
dade inferior à esperada, desde que alguma 4.5.9. Da Extinção do Contrato
quantidade venha a existir e que de sua parte
não tiver concorrido culpa. Mas, se da coisa São modalidades de extinção do contra-
nada vier a existir, alienação não haverá, e o to o seu cumprimento e a rescisão, termo este
alienante restituirá o preço recebido. entendido em sentido amplo.
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A rescisão pode ocorrer pelo distrato, tos bilaterais e consiste na proibição aos contra-
pela denúncia unilateral, por força de cláusula tantes, antes de cumprida a sua obrigação, exigir
resolutiva expressa ou tácita, ou pelo inadim- o implemento da obrigação do outro.
plemento. Da mesma forma, se sobrevier a uma das
partes contratantes a diminuição em seu patri-
4.5.9.1. Do Distrato mônio, capaz de comprometer ou tornar du-
Distrato é o ato ou efeito de desfazer, de vidosa a prestação pela qual se obrigou, pode
distratar, de anular um acordo. a outra se recusar à prestação que lhe incumbe,
Juridicamente, trata-se de outro acordo, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou
entre as partes, para rescindir,, extinguir o víncu- dê garantia bastante de satisfazê-la.
lo estabelecido no contrato, em acordo anterior.
O distrato faz-se pela mesma forma exi- 4.5.9.4. Da Resolução por Onerosidade Ex-
gida para o contrato. cessiva
A rescisão (ou em sentido estrito a resili- Se a prestação de uma das partes se tor-
ção) unilateral pode ocorrer mediante denúncia nar excessivamente onerosa, com extrema van-
notificada à outra parte, desde que a lei expressa tagem para a outra, em virtude de acontecimen-
ou implicitamente o permita. Se, porém, dada a tos extraordinários e imprevisíveis, poderá o
natureza do contrato, uma das partes houver feito devedor pedir a resolução do contrato de exe-
investimentos consideráveis para a sua execução, cução continuada ou diferida. A resolução po-
a denúncia unilateral só produzirá efeito depois derá ser evitada, oferecendo-se o réu a modifi-
de transcorrido prazo compatível com a natu- car eqüitativamente as condições do contrato.
reza e o vulto dos investimentos. Se no contrato as obrigações couberem
a apenas uma das partes, poderá ela pleitear
4.5.9.2. Da Cláusula Resolutiva que a sua prestação seja reduzida ou alterada
Cláusula resolutiva é a disposição expres- no modo de executá-la, a fim de evitar a one-
sa ou tácita que implica na revogação do negó- rosidade excessiva.
cio jurídico pelo inadimplemento da obriga-
ção por uma das partes.
A cláusula é expressa quando está regis-
trada, consignada, manifestada de modo a não
admitir objeção.
A cláusula é tácita quando não está for-
malmente expressa, não está traduzida por pa- a) Muitos contratos fazem parte da vida dos
lavras, mas pode estar implícita ou subentendi- corretores de imóveis. Portanto, responda:
da em um acordo. quais são os princípios básicos para validade
A cláusula resolutiva expressa opera de ple- dos contratos?
no direito; a tácita depende de interpelação judi- _______________________________________________
cial. A parte lesada pelo inadimplemento pode _______________________________________________
pedir a resolução do contrato, se não preferir exi- _______________________________________________
gir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos
casos, indenização por perdas e danos. b) Essa pode ser encontrada no texto da apos-
tila: qual o significado da expressão latina “pac-
4.5.9.3. Da Exceção de Contrato não ta sunt servanda” ? Trata-se de um princípio usa-
Cumprido do nos contratos.
A exceção de contrato não cumprido, ou _______________________________________________
exceptio non adimpleti contractus, ocorre nos contra- _______________________________________________
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c) Veja em sua apostila e escreva abaixo: o que 4.6 – DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE
é um “contrato de adesão”? CONTRATO
_______________________________________________
_______________________________________________ 4.6.1. Da Compra e Venda

d) Pelas normas vigentes no ordenamento ju- É o contrato pelo qual um dos contra-
rídico brasileiro, o que é necessário para que tantes se obriga a transferir o domínio de certa
um contrato entre ausentes se torne perfeito? coisa e o outro se obriga a pagar-lhe certo pre-
_______________________________________________ ço em dinheiro.
_______________________________________________ O contrato de compra e venda possui três
elementos essenciais: acordo de vontades, a coisa
e) Essa é questão comum nos exames de profi- e o preço (consensus, res et pretium).
ciência: o que são “vícios redibitórios”?
_______________________________________________ • A declaração de vontade vem a ser o con-
_______________________________________________ sentimento que vem a recair sobre a coi-
sa e o preço.
f) Pesquise: o que é e qual a conseqüência jurí- • A coisa é o objeto da compra e venda,
dica da “evicção”? podendo ser qualquer coisa comerci-
_______________________________________________ alizável.
_______________________________________________ • O preço deve ser em dinheiro ou em coi-
sas representativas de dinheiro.
g) Para saber mais, defina abaixo o que é dis-
trato: A compra e venda pode ter por objeto
_______________________________________________ coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efei-
_______________________________________________ to o contrato se esta não vier a existir, salvo se
a intenção das partes era de concluir contrato
aleatório.
Se a venda se realizar à vista de amostras,
protótipos ou modelos, entender-se-á que o
vendedor assegurará ter na coisa as qualidades
que a elas correspondem. Prevalece a amostra,
o protótipo ou o modelo, se houver contradi-
ção ou diferença com a maneira pela qual se
descreveu a coisa no contrato.
O preço pode ser fixado ao arbítrio de
terceiro, à taxa do mercado ou bolsa, em certo
e determinado dia e lugar, ou em função de
índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de
objetiva determinação.
Convencionada a venda sem fixação de
preço ou de critérios para a sua determinação,
se não houver tabelamento oficial, entende-se
que as partes se sujeitaram ao preço corrente
nas vendas habituais do vendedor. Na falta de
acordo, por ter havido diversidade de preço,
prevalecerá o termo médio.
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A fixação do preço não pode ser dei- • pelos tutores, curadores, testamenteiros
xada ao arbítrio exclusivo de uma das par- e administradores, os bens confiados à
tes componentes do contrato de compra e sua guarda ou administração;
venda, sob pena de tornar-se nulo o con- • pelos servidores públicos, em geral, os
trato. bens ou direitos da pessoa jurídica a
As despesas de escritura e registro fi- que servirem, ou que estejam sob sua
cam a cargo do comprador, assim como administração direta ou indireta;
as despesas da tradição, exceto se as partes • pelos juízes e outros serventuários ou
estipularem em contrário. auxiliares da justiça, os bens ou direitos
O vendedor não é obrigado a entregar a em litigância no juízo onde servirem ou
coisa antes de receber o preço, exceto no caso que se estender a sua autoridade;
de venda a crédito. • pelos leiloeiros e seus prepostos, os
Na área de transação comercial, Tra- bens de cuja venda estejam encarre-
dição é o ato de entregar, de transferir algo gados.
a outra pessoa. É o meio pelo qual se trans-
fere a propriedade da coisa móvel ao ad- Se, na venda de um imóvel, se estipular o
quirente, em decorrência do cumprimento preço por medida de extensão, ou se determi-
a um contrato. Via de regra a transferência nar a respectiva área, ocorrerá a venda ad men-
do bem é efetiva ou real, mas também po- suram. Se a extensão não corresponder às di-
derá ser simbólica ou fictícia. Até o momen- mensões dadas, o comprador terá o direito de
to da tradição, os riscos da coisa correm por exigir o complemento da área, e, não sendo
conta do vendedor, e os do preço por con- isso possível, o de reclamar a resolução do con-
ta do comprador. trato ou abatimento proporcional ao preço.
A tradição da coisa vendida, na falta Decai do direito de propor as ações em
de estipulação expressa, dar-se-á no lugar relação a venda ad mensuram o vendedor ou o
onde ela se encontrava, ao tempo da ven- comprador que não o fizer no prazo de um
da. Não obstante o prazo ajustado para o ano, a contar do registro do título.
pagamento, se antes da tradição o compra- A venda ad corpus é aquela em que o imó-
dor cair em insolvência, poderá o vendedor vel é vendido como coisa certa e discriminada,
sobrestar na entrega da coisa, até que o com- tendo sido apenas enunciativa, a referência, às
prador lhe dê caução de pagar no tempo suas dimensões. Nesse caso não haverá com-
ajustado. plemento de área, nem devolução de excesso,
É anulável a venda de ascendente a des- ainda que não conste, de modo expresso, ter
cendente, salvo se os outros descendentes e sido ter sido a venda ad corpus.
o cônjuge do alienante expressamente hou- O vendedor, salvo convenção em con-
verem consentido. Em ambos os casos dis- trário, responde por todos os débitos que gra-
pensa-se o consentimento do cônjuge se o vem a coisa até o momento da tradição. Nas
regime de bens for o da separação obrigató- coisas vendidas conjuntamente, o defeito ocul-
ria. Os cônjuges podem contratar a compra to de uma não autoriza a rejeição de todas.
e venda com relação a bens excluídos da co- O condômino em coisa indivisível não pode
munhão. vender a sua parte a estranhos, se outro condômi-
A lei veda em alguns casos, sob pena no a quiser. Nesse caso, o condômino não infor-
de nulidade, a realização do contrato de mado da venda poderá haver para si a parte ven-
compra e venda, mesmo que a venda se dê dida a estranhos, desde que deposite o preço pago
em hasta pública. Nesse sentido não podem e requeira a coisa vendida no prazo máximo de
ser comprados: cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
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Os Contratos de Compra e Venda po- Não havendo prazo estipulado para a de-
dem ser gravados com cláusulas especiais, es- claração do comprador, o vendedor terá direi-
tabelecendo direitos e deveres específicos, tais to de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente,
como cláusula de retrovenda, de venda a con- para que o faça em prazo improrrogável.
tento e da sujeita à prova, da preempção ou
preferência, da venda com reserva de domí- 4.6.1.3. Da Preempção ou Preferência
nio, e da venda sobre documentos. Preempção significa precedência na com-
pra. Juridicamente, significa que existe uma clá-
4.6.1.1. Da Retrovenda usula contratual que garante ao primitivo ven-
A expressão “retro”, colocada junto de dedor a preferência para readquirir o objeto
outra palavra, como prefixo, significa o que vendido, caso este seja posto à venda. É uma
retrocede; voltar atrás no tempo; não levar preferência de compra garantida ao antigo pro-
adiante um intento, um acordo. prietário
Retrovenda é um pacto feito entre as A Cláusula impõe ao comprador a obri-
partes, pelo qual o vendedor se assegura o di- gação de oferecer ao vendedor a coisa que
reito de resgatar ou recobrar a coisa vendida, aquele vai vender, ou dar em pagamento, para
dentro do prazo estipulado, pagando o que que este use de seu direito de prelação (prefe-
recebeu ou outro que se tenha acertado. No rência) na compra. O direito de preferência não
caso, o vendedor não precisa levar adiante o se pode ceder nem passa aos herdeiros.
compromisso de venda, pela falta de cumpri- O prazo para exercer o direito de prefe-
mento das obrigações do comprador. rência não poderá exceder a cento e oitenta dias,
O Código Civil (Subseção de Retroven- se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
da) estabelece que o vendedor de coisa imóvel Aquele que exerce a preferência está, sob pena
pode reservar-se o direito de recobrá-la no de a perder, obrigado a pagar, em condições
prazo máximo de decadência de três anos, res- iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
tituindo o preço recebido e reembolsando as O vendedor pode também exercer o seu
despesas do comprador, inclusive as que, du- direito de prelação (de escolha, de preferên-
rante o período de resgate, se efetuaram com a cia), intimando o comprador, quando lhe cons-
sua autorização escrita, ou para a realização de tar que este vai vender a coisa.
benfeitorias necessárias. Salvo estipulação das partes fixando pra-
zo diverso, o direito de preempção caducará
4.6.1.2. Da Venda a Contento e da Sujeita a em três dias se não exercida em relação à coisa
Prova móvel, e em sessenta dias subseqüentes à data
A venda a contento é a cláusula que de- em que o comprador tiver notificado o vende-
termina que a venda somente se aperfeiçoa após dor, se imóvel.
o adquirente manifestar seu agrado. Assim, Se o comprador alienar a coisa sem ter
entende-se que a venda é feita sob condição comunicado previamente ao vendedor o pre-
suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido en- ço e as vantagens que por ela lhe oferecem res-
tregue. Da mesma forma, a venda sujeita a pro- ponderá por perdas e danos. O adquirente se
va presume-se feita sob a condição suspensiva tiver procedido de má-fé, responderá solidari-
de que a coisa tenha as qualidades asseguradas amente.
pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se
destina. Em ambos os casos, as obrigações do 4.6.1.4. Da Venda com Reserva de
comprador, que recebeu, sob condição suspen- Domínio
siva, a coisa comprada, são as de mero como- Quando uma pessoa vende uma coisa
datário, enquanto não manifeste aceitá-la. móvel, pode reservar para si a propriedade,
46 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
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até que o preço esteja integralmente pago. Tal Aplicam-se à troca as disposições referen-
decisão deve ser uma cláusula inserta (introdu- tes à compra e venda, com exceção de que cada
zida) no contrato de compra e venda. A cláu- um dos contratantes pagará por metade as des-
sula de reserva de domínio será estipulada por pesas com o instrumento da troca, salvo se esti-
escrito e depende de registro no domicílio do pularem ao contrário. Da mesma forma, é anu-
comprador para valer contra terceiros. lável a troca de valores desiguais entre ascen-
Não pode ser objeto de venda com re- dentes e descendentes, sem consentimento dos
serva de domínio a coisa que não pode ser ca- outros descendentes e do cônjuge do alienante.
racterizada perfeitamente, de modo a diferen-
ciá-la de outras congêneres. Na dúvida, deci- 4.6.3. Do Contrato Estimatório
de-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Segundo o entendimento doutrinário, é Contrato Estimatório e uma modalida-
considerada cláusula suspensiva, na medida em de de acordo em que o proprietário, denomi-
que suspende a transferência da propriedade nado consignante, entrega bens móveis a ou-
da coisa alienada. A transferência de proprie- trem, denominado consignatário, que fica au-
dade ao comprador dá-se no momento em que torizado a vendê-los, pagando àquele o preço
o preço esteja integralmente pago. ajustado, salvo se preferir, no prazo estabeleci-
O vendedor somente poderá executar a do, restituir-lhe a coisa consignada.
cláusula de reserva de domínio após constituir Se o consignatário não puder restituir a
o comprador em mora, mediante protesto do coisa em sua integridade, ou a restituição tor-
título ou interpelação judicial. Verificada a nar-se impossível, ainda que por fato a ele não
mora do comprador, poderá o vendedor mo- imputável, mesmo assim não se exonera da
ver contra ele a competente ação de cobrança obrigação de pagar o preço ao consignante.
das prestações vencidas e vincendas e o mais A coisa consignada não pode ser objeto
que lhe for devido; ou poderá recuperar a pos- de penhora ou seqüestro pelos credores do
se da coisa vendida. consignatário, enquanto não pago integralmen-
te o preço. O consignante não pode dispor da
4.6.1.5. Da Venda Sobre Documentos coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser
Na venda sobre documentos, a tradição comunicada a restituição.
da coisa é substituída pela entrega do seu título
representativo e dos outros documentos exi-
gidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pe-
los usos. Estando a documentação em ordem,
não pode o comprador recusar o pagamento,
a pretexto de defeito de qualidade ou do esta-
do da coisa vendida, salvo se o defeito já hou- a) O contrato de compra e venda passará a ser
ver sido comprovado. documento constante em suas futuras negocia-
Salvo estipulação em contrário, o paga- ções. Estude e responda quais são os três elemen-
mento deve ser efetuado na data e no lugar da tos essenciais nos contratos de compra e venda:
entrega dos documentos. _______________________________________
_______________________________________
4.6.2. Da Troca ou Permuta
b) Depois de fechada a venda, vamos ao Car-
“Troca é o contrato pelo qual as partes tório: por lei, a quem cabe pagar as despesas
se obrigam a dar uma coisa por outra, que não de escrituração e registro na compra e venda?
seja dinheiro” (Clovis Beviláqua). _______________________________________
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 47
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

c) Dê uma olhada em sua apostila e responda:


o que significa o instituto jurídico chamado
“tradição”?
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________

d) Nem tudo pode ser vendido ou compra-


do: em quais casos a lei proíbe a realização de
contrato de compra e venda?
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_______________________________________
_______________________________________

e) A primeira vista não parece, mas o corretor


de imóveis lida muito com isso: o que é “ven-
da ad mensuram”?
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_______________________________________
_______________________________________

f) Continue sua pesquisa e escreva abaixo o que


vem a ser “venda ad corpus”:
_______________________________________
_______________________________________

g) A Terracap usa esse instituto jurídico em


todos os seus contratos de compra e venda: o
que significa a “cláusula de retrovenda”?
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_______________________________________

h) Outro instituto jurídico que o corretor ne-


cessita conhecer muito bem: o que vem a ser
“cláusula de preempção ou preferência”?
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_______________________________________
_______________________________________

i) Posse, propriedade e domínio você deve


estar craque: então responda o que significa
a “cláusula de reserva de domínio” num
contrato?
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_______________________________________
_______________________________________
48 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

4.6.4. Da Doação cargo. Pode, também, a revogação ser auto-


mática, no caso de doação resolúvel.
A doação é uma modalidade de contra- A doação onerosa pode ser revogada por
to em que uma pessoa, por liberalidade, trans- inexecução do encargo, se o donatário incor-
fere bens ou vantagens do seu patrimônio para rer em mora. Não havendo prazo para o cum-
o patrimônio de outra pessoa, que os aceita. primento, o doador poderá notificar judicial-
Aquele que doa é denominado doador, e quem mente o donatário, assinando-lhe prazo razoá-
aceita donatário. vel para que cumpra a obrigação assumida.
A manifestação da aceitação pelo dona-
tário é condição indispensável ao aperfeiçoa- 4.6.5. Da Locação de Coisas
mento do negócio.
A doação é pura quando traduz simples Locação é o ato de locar, de alugar uma
liberalidade, mero benefício movido pelo al- coisa. Juridicamente, é um contrato pelo qual
truísmo do doador. Remuneratória, quando uma das partes cede à outra o uso e gozo de
objetiva retribuir serviços ou favores presta- bem móvel ou imóvel ou se compromete a
dos por qualquer motivo não cobrados pelo lhe fornecer serviço, por prazo certo ou inde-
donatário. Com encargo, ou modal quando se terminado, mediante pagamento de certa
impõe ao donatário uma contraprestação que quantia.
ele deve cumprir e que resulta em vantagem ao Locador é uma pessoa física ou jurídi-
doador ou a outrem. Condicional, quando sua ca que cede a outrem (o locatário) o uso e gozo
eficácia depende de acontecimento futuro e de bem móvel ou imóvel, mediante um con-
incerto. trato de locação. O locador é detentor da le-
A doação de ascendentes a descenden- gitimidade para ceder a alguém (ao locatário),
tes, ou de um cônjuge a outro, importa adian- a título oneroso, um bem de sua propriedade
tamento do que lhes cabe por herança. ou sob sua proteção e/ou administração pa-
O doador pode estipular que os bens trimonial.
doados voltem ao seu patrimônio, se sobrevi- Podem, assim, ser locadores:
ver ao donatário. Não prevalece cláusula de
reversão em favor de terceiro. • proprietário, propriamente dito;
São restrições à liberdade de doar a dis- • tutor;
posição torna nula a doação de todos os bens • usufrutuário;
do doador, sem reserva ou renda suficiente • espólio, etc.
para a sua subsistência, e o excesso da doação
que atingir o quinhão da legítima dos herdei- Em todas essas condições, o locador
ros. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúm- deve, necessariamente, ter a legitimidade para
plice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou figurar no polo ativo da locação.
por seus herdeiros necessários, até dois anos Por locatário entende-se a pessoa que
depois de dissolvida a sociedade conjugal. recebe do locador um bem ou um serviço,
Salvo declaração em contrário, a doação mediante um contrato de locação, obrigando-
em comum a mais de uma pessoa entende-se se a pagar por isso o preço ajustado. O locatá-
distribuída entre elas por igual. Se os donatári- rio é também chamado de inquilino, de arren-
os, em tal caso, forem marido e mulher, subsis- datário.
tirá na totalidade a doação para o cônjuge so- Como o locador, o locatário deve, igual-
brevivo. mente, ser capaz para assumir compromissos
A doação pode ser revogada por ingra- e responder pelo seu cumprimento ou pelas
tidão do donatário, ou por inexecução do en- conseqüências pela inadimplência.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 49
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

O locador é obrigado a entregar ao lo- Comodante é a pessoa que dá algo em


catário a coisa alugada em condições de servir comodato. Comodatário é a pessoa que rece-
ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse esta- be algo em comodato.
do, pelo tempo do contrato, salvo cláusula ex- O comodatário é obrigado a conservar,
pressa em contrário. Da mesma forma, garan- como se sua própria fora, a coisa emprestada,
tir ao locatário, durante o tempo do contrato, não podendo usá-la senão de acordo com o
o uso pacífico da coisa. contrato ou a natureza dela, sob pena de res-
O locatário é obrigado a servir-se da ponder por perdas e danos. O comodatário
coisa alugada conforme estipulado ou presu- constituído em mora, além de por ela respon-
mido; dispensar a ela o mesmo cuidado como der, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa
se sua fosse; a pagar pontualmente o aluguel que for arbitrado pelo comodante.
nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, se- O comodatário não poderá jamais reco-
gundo o costume do lugar; e restituir a coisa, brar do comodante as despesas feitas com o
finda a locação, no estado em que a recebeu, uso e gozo da coisa emprestada.
salvas as deteriorações naturais ao uso regular.
Havendo prazo estipulado à duração do 4.6.7.2. Do Mútuo
contrato, antes do vencimento não poderá o O mútuo é um contrato em que uma das
locador reaver a coisa alugada, senão ressar- partes empresta coisas fungíveis à outra parte.
cindo ao locatário as perdas e danos resultan- Mutuário é o recebedor do empréstimo
tes, nem o locatário devolvê-la ao locador, se- no contrato mútuo.
não pagando, proporcionalmente, a multa pre- Mutuador ou mutuante é o que ou quem
vista no contrato. O locatário gozará do direi- mutua, que ou quem empresta algo no contra-
to de retenção, enquanto não for ressarcido. to de mútuo.
No empréstimo mútuo há transferência
4.6.6 . Do Empréstimo do domínio da coisa emprestada ao mutuário,
por cuja conta correm todos os riscos dela,
Juridicamente, empréstimo é o ato de se desde a tradição. O mutuário é obrigado a res-
colocar, temporariamente, coisas fungíveis ou tituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa
não fungíveis à disposição de alguém, sob de- do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Esse
terminadas condições. tipo de empréstimo pode ser oneroso ou gra-
Uma coisa é considerada fungível quan- tuito.
do ela se gasta, quando se consome com o uso. O empréstimo é oneroso quando envol-
Ela é passível de ser substituída por outra coi- ve ou está sujeito a ônus, a encargos. Ele pro-
sa da mesma espécie, qualidade, quantidade ou duz reciprocidade e vantagens e de obrigações
valor. Ex. dinheiro, combustível para as partes envolvidas.
Uma coisa é não fungível ou infungível O empréstimo mútuo, usualmente, refe-
quando com o uso conserva-se ela mesma. Ex. re-se a empréstimo de dinheiro.
casa, carro, terreno Destinando-se o mútuo a fins econô-
O empréstimo ocorre nas seguintes con- micos, presumem-se devidos juros, observa-
dições; em comodato e mútuo. dos que, se eles não forem convencionados,
ou o forem sem taxa estipulada, ou quando
4.6.6.1. Do Comodato provierem de determinação da lei, serão fi-
O comodato é o empréstimo gratuito de xados segundo a taxa que estiver em vigor
coisas não fungíveis e que deve ser restituída para a mora do pagamento de impostos de-
no tempo convencionado pelas partes. Perfaz- vidos à Fazenda Nacional, permitida a capi-
se com a tradição do objeto. talização anual.
50 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade II

4.6.8. Da Prestação de Serviço dias seguintes ao aparecimento do vício ou


defeito.
A palavra prestação tem diversos senti- Sem anuência de seu autor, não pode o
dos. Quase todos utilizados pelo corretor de proprietário da obra introduzir modificações
imóveis. no projeto por ele aprovado, ainda que a exe-
No presente trabalho, prestação significa cução seja confiada a terceiros, a não ser que,
o ato de prestar algo a alguém, de propiciar por motivos supervenientes ou razões de or-
algo a quem precisa. É realizar uma ação, um dem técnica, fique comprovada a inconveniên-
serviço para alguém. cia ou a excessiva onerosidade de execução do
Existem muitas modalidades de presta- projeto em sua forma originária. Essa proibi-
ção de serviço, todas elas regulamentadas, por ção não abrange alterações de pouca monta,
diferentes leis. ressalvada sempre a unidade estética da obra
Algumas modalidades de prestação de projetada.
serviço estão sujeitas às leis trabalhistas ou à Não se extingue o contrato de empreita-
determinada lei especial. Mas, existe uma mo- da pela morte de qualquer das partes, salvo se
dalidade de prestação de serviço que se refere, ajustado em consideração às qualidades pes-
exclusivamente, às empresas prestadoras de soais do empreiteiro.
serviços e aos trabalhadores autônomos.
Nesses casos não existe a caracterização 4.6.9. Do Depósito
de relação sujeita às leis trabalhistas. Da mes-
ma forma, não se aplica às categorias profissi- A palavra depósito tem diversos signifi-
onais com regulamentação própria, como os cados - estabelecimento comercial, local de
corretores de imóveis, quando autônomos. despejos; conjunto de resíduos material acu-
Esses casos são regidos pelo Código Ci- mulado; o objeto ou a quantia entregue a um
vil Brasileiro, Capítulo VII, de grande impor- depositante. Significa, também, o ato ou efeito
tância para os profissionais da área de transa- de depositar. Esses dois últimos tipos de de-
ção imobiliária. pósito pode ser objeto de contrato e, nesse
Pelo Código Civil, toda espécie de ser- caso, é previsto no Código Civil que estabele-
viço ou trabalho lícito, material ou imaterial, ce a forma como deve ser conduzido.
pode ser contratada mediante retribuição. O Denomina-se depositante ou depositador
pagamento ocorrerá depois de prestado o ser- aquele que deposita e depositário aquele que
viço, salvo se, por convenção ou costume, não recebe a guarda de um depósito.
houver de ser adiantada. O contrato de depósito pode ser voluntário
A obrigação de fornecer os materiais não ou necessário. Qualquer que seja a modalida-
se presume, mas resulta da lei ou da vontade de, o depositário que não o restituir quando
das partes. O contrato para elaboração de um exigido será compelido a fazê-lo mediante pri-
projeto não implica a obrigação de executá-lo são não excedente a um ano, e ressarcir os pre-
ou de fiscalizar-lhe a execução. juízos.
Nos contratos de empreitada de edifíci-
os ou outras construções consideráveis, o em- 4.6.9.1. Do Depósito Voluntário
preiteiro de materiais e execução responderá, Contrato em que uma parte, o depositá-
durante o prazo irredutível de cinco anos, pela rio, recebe um objeto móvel, para guardar, até
solidez e segurança do trabalho, assim em ra- que o depositante o reclame. O contrato de
zão dos materiais, como do solo. Decairá des- depósito é gratuito, exceto se houver conven-
se direito o dono da obra que não propuser a ção em contrário, se resultante de atividade
ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta negocial ou se o depositário o praticar por pro-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 51
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

fissão. O depósito voluntário provar-se-á por dade para mandar, a pessoa que confere pode-
escrito. res a outrem para praticar atos em seu nome.
O depositário é obrigado a guardar e O mandatário é também conhecido
conservar a coisa depositada como se sua fos- como outorgado e o mandante como outor-
se, bem como devolvê-la quando o exigir o gante ou outorgador.
depositante. Se o depósito se entregou fecha- Em alguns casos o mandato é objeto de
do, colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo contrato, por meio do qual alguém recebe de
estado se manterá. outrem poderes para, em seu nome, praticar
Salvo disposição em contrário, a restitui- atos ou administrar interesses. A procuração é
ção da coisa deve dar-se no lugar em que tiver o instrumento do mandato.
de ser guardada. As despesas de restituição O mandato pode ser expresso ou tácito,
correm por conta do depositante. verbal ou escrito.
O depositário não poderá, sem licença Todas as pessoas capazes são aptas para
expressa do depositante, servir-se da coisa de- dar procuração mediante instrumento parti-
positada, nem a dar em depósito a outrem, sob cular, que valerá desde indicado o lugar onde
pena de responder por perdas e danos. foi passada, a qualificação do outorgante e do
O depositante é obrigado a reembolsar outorgado, a data e o objetivo da outorga com
as despesas feitas pelo depositário, na guarda a designação e a extensão dos poderes confe-
da coisa, a indenizar os prejuízos que do depó- ridos, bem como a assinatura do outorgante.
sito provierem e pagar a gratificação eventual- O terceiro com quem o mandatário tratar po-
mente estipulada no contrato. derá exigir que a procuração traga a firma re-
conhecida.
4.6.9.2. Do Depósito Necessário Mesmo que o mandato seja outorgado
Depósito necessário é aquele que indepen- através de mandato por instrumento público,
de da vontade das partes, mas por obrigação le- o substabelecimento pode ser feito mediante
gal ou por ocasião de alguma calamidade, como instrumento particular. Substabelecimento é o
o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. ato pelo qual o mandatário transfere a outrem,
As bagagens dos viajantes ou hóspedes o substabelecido, os poderes que lhe foram
nas hospedarias onde estiverem são equipara- conferidos pelo mandante.
das ao depósito necessário. Nesse caso, os hos- Para os atos que exijam escritura públi-
pedeiros responderão como depositários, as- ca, como a compra e venda de imóveis, o man-
sim como pelos furtos e roubos que perpetra- dato deve ser outorgado por intermédio de es-
rem as pessoas empregadas ou admitidas nos critura pública. Portanto, a outorga do manda-
seus estabelecimentos. to está sujeita à forma exigida por lei para o ato
a ser praticado. Não se admite mandato verbal
4.6.10 . Do Mandato quando o ato deva ser celebrado por escrito.
A aceitação do mandato pode ser tácita, e
Mandato significa aquilo de que se está resulta do começo de execução. O mandato pode
encarregado de fazer; incumbência dada por ser especial a um ou mais negócios determinada-
outrem; missão; delegação de poder conferida mente, ou geral a todos os do mandante.
a alguém para representação oficial, para pra- O mandato pode ser para negócios (ad
ticar atos ou administrar interesses. negotia), ou com finalidade judicial (ad judicia).
Mandatário é aquele que recebe manda- Via de regra só confere poderes de adminis-
to ou procuração para agir em nome de outro. tração. Para alienar, hipotecar, transigir, ou pra-
É também o executor de atos autorizados pelo ticar outros quaisquer atos que exorbitem da
mandante. Mandante é aquele que tem autori- administração ordinária, depende a procura-
52 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

ção de poderes especiais e expressos. O poder ficando o mandatário dispensado de prestar


de transigir não importa o de firmar compro- contas, e podendo transferir para si os bens
misso. móveis ou imóveis objeto do mandato, obe-
decidas as formalidades legais.
4.6.10.1. Das Obrigações do Mandatário Para revogar o mandato deve o mandan-
O mandatário é obrigado a aplicar toda te notificar da revogação o mandatário ou pro-
sua diligência habitual na execução do man- curador e ainda comunicar o fato a todos os
dato, e a indenizar qualquer prejuízo causado eventuais interessados, seja por meio de notifi-
por culpa sua ou daquele a quem substabele- cações diretas ou publicação em jornal. Não
cer, sem autorização, poderes que devia exer- tomadas essas providências continuarão váli-
cer pessoalmente. dos os atos ajustados entre o procurador de-
mitido e terceiros de boa-fé, que não sabiam
4.6.10.2. Das Obrigações do Mandante da revogação.
O mandante é obrigado a satisfazer to- É irrevogável o mandato que conte-
das as obrigações contraídas pelo mandatá- nha poderes de cumprimento ou confirma-
rio, na conformidade do mandato conferi- ção de negócios encetados, aos quais se ache
do, e adiantar a importância das despesas ne- vinculado.
cessárias à execução dele, quando o manda- A nomeação comunicada de um outro
tário lho pedir. mandatário para o mesmo negócio revoga o
É obrigado ao mandante a pagar ao man- mandato anterior.
datário a remuneração ajustada e as despesas A renúncia do mandato será comunica-
da execução do mandato, ainda que o negócio da ao mandante, que, se for prejudicado pela
não surta o esperado sem culpa do mandatá- sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a
rio. Da mesma forma é obrigado o mandante fim de prover à substituição do procurador,
a ressarcir ao mandatário as perdas que este será indenizado pelo mandatário, salvo se este
sofrer com a execução do mandato, sempre que provar que não podia continuar no mandato
não resultem de culpa sua ou de excesso de sem prejuízo considerável, e que não lhe era
poderes. dado substabelecer.

4.6.10.3. Da Extinção do Mandato


São modalidades de extinção do man-
dato a revogação ou a renúncia; a morte ou
interdição de uma das partes; sobrevindo es-
tado que inabilite o mandante a conferir os
poderes, ou o mandatário para os exercer; e a) Quase todos os Contratos são bilaterais,
pelo término do prazo ou pela conclusão do onerosos, comutativos etc. Mas esse é diferen-
negócio. Quando o mandato contiver a clá- te: qual a principal característica dos contratos
usula de irrevogabilidade e o mandante o re- de doação?
vogar, pagará perdas e danos. Se a cláusula _____________________________________
de irrevogabilidade for condição de um ne- _____________________________________
gócio bilateral, ou tiver sido estipulada no _____________________________________
exclusivo interesse do mandatário, a revoga-
ção do mandato será ineficaz. b) Estude um pouquinho e responda: em quais
O mandato com a cláusula “em causa casos a doação pode ser revogada?
própria”, não poderá ser revogado e nem se _____________________________________
extinguirá pela morte de qualquer das partes, _____________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

c) Pela lei nº 8.245/91 (Lei do Inquilinato), 4.6.11. Da Comissão


quem pode ser “locador”?
_____________________________________ A palavra comissão tem diversos signifi-
cados, popularmente conhecidos. Comissão
d) Essa carece pesquisar:; defina o que é “direi- pode significar: - a gratificação que se dá ao
to de retenção” nos contratos de locação: comissionado por serviço prestado; - percen-
_____________________________________ tagem ou prêmios que representantes comer-
ciais, corretores, vendedores cobram sobre o
e) Essa modalidade de contrato tem uma valor do negócio realizado ou serviço presta-
característica especial: o que é “contrato de do; - gratificação por cargo ou emprego; - con-
comodato”? junto de pessoas incumbidas de realizar uma
_____________________________________ tarefa; - ato de cometer, de entregar, de dar ou
delegar algo a alguém, de incumbir alguém de
f) Procuração é o documento que o mandatá- realizar algo.
rio recebe para agir em nome de outro, deno- Comitente é a pessoa que incumbe al-
minado mandante. E o corretor de imóveis, guém de executar determinado ato, mediante
como se denomina o documento que o autori- pagamento.
za a vender ou alugar um imóvel? Comissário ou comissionado é a pessoa
_____________________________________ que exerce uma comissão, delegado.
No presente trabalho, recebe o nome de
g) Uma procuração ou autorização de venda Comissão, a modalidade de contrato em que o
pode ser revogada por quem a outorgou: pes- comissário passa a comprar ou vender bens, em
quise e responda: quais as formas legais para seu próprio nome, mas por conta de um comi-
extinção do mandato? tente, e de acordo com as instruções deste.
_____________________________________ O comissário fica diretamente obrigado
para com as pessoas com quem contratar, sem
que estas tenham ação contra o comitente, nem
este contra elas, salvo se o comissário ceder seus
direitos a qualquer das partes.
O leiloeiro é um exemplo típico de ocor-
rência de comissão, desde que ausente o pro-
prietário da coisa leiloada.
No desempenho das suas incumbências
o comissário é obrigado a agir com cuidado e
diligência, não só para evitar qualquer prejuízo
ao comitente, mas ainda para lhe proporcio-
nar o lucro que razoavelmente se podia espe-
rar do negócio, respondendo por qualquer pre-
juízo que, por ação ou omissão, ocasionar ao
comitente, salvo motivo de força maior.
O comissário não responde pela insol-
vência das pessoas com quem tratar, exceto em
caso de culpa e se ele assumir o ônus através da
cláusula del credere. Nesse caso responderá o
comissário solidariamente com as pessoas com
que houver tratado em nome do comitente.
54 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

Cláusula del credere é aquela em que “o no contrato de mediação, mesmo que este não
comissário assume a responsabilidade pela sol- se efetive em virtude de arrependimento das
vência daqueles com quem vier a contratar no partes.
interesse e por conta do comitente” (Maria Iniciado e concluído o negócio direta-
Helena Diniz). mente entre as partes, nenhuma remuneração
será devida ao corretor. Todavia, se for ajusta-
4.6.12. Da Corretagem da a corretagem com exclusividade, através de
(Arts. 722 a 729 do novo Código Civil) documento escrito, terá o corretor direito à
remuneração integral, ainda que realizado o
Corretagem é o oficio, a função do Corretor. negócio sem a sua mediação, salvo se compro-
vada sua inércia ou ociosidade.
Corretor é aquele que age como interme- Se, por não haver prazo determinado, o
diário em negócios particulares, que se envol- dono do negócio dispensar o corretor, e o ne-
ve na compra e venda de bens ou ações na bol- gócio se realizar posteriormente, como fruto
sa de valores. da sua mediação, a corretagem lhe será devida.
O exercício de corretagem é objeto de Da mesma forma se procederá se o negócio se
um contrato específico. realizar após a decorrência do prazo contratu-
Pelo contrato de corretagem, uma pes- al, mas por efeito dos trabalhos do corretor.
soa se obriga a obter para a segunda um ou Para resguardar seus direitos é recomendável
mais negócios, conforme as instruções recebi- ao Corretor notificar o dono do negócio, dis-
das. A atividade do corretor é voltada para o criminado as pessoas com quem tratou com
público, não para pessoas determinadas. vistas à intermediação.
Define-se o contrato de corretagem pelo Se o negócio se concluir com a interme-
liame obrigacional: não pode haver ligação de- diação de mais de um corretor, a remuneração
corrente de mandato, de prestação de serviços será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste
ou por qualquer relação de dependência. em contrário.
O corretor é obrigado a executar a me-
diação com a diligência e prudência que o ne- 4.6.13. Da Fiança
gócio requer, prestando ao cliente, espontane-
amente, todas as informações sobre o anda- A fiança é o contrato por meio do qual
mento dos negócios. Deve, também, sob pena uma pessoa garante satisfazer ao credor uma
de responder por perdas e danos, prestar ao obrigação assumida pelo devedor, caso este
cliente todos os esclarecimentos que estiverem não a cumpra.
ao seu alcance, acerca da segurança ou risco do A fiança é uma modalidade de contrato
negócio, das alterações de valores e do mais que só tem validade, se escrito. Seu estabeleci-
que possa influir nos resultados da incumbên- mento independe da vontade do devedor e não
cia. (Ver art. 723 do Código Civil) vale além da obrigação afiançada
A remuneração do corretor, se não esti- A fiança prestada pelo cônjuge sem o
ver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, consentimento do outro tornará anulável o ato
será arbitrada segundo a natureza do negócio praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-
e os usos locais. lhe a anulação, até dois anos depois de termi-
O contrato de corretagem tem como nada a sociedade conjugal.
objetivo a disponibilização dos meios necessá- O credor não pode ser obrigado a acei-
rios para realização do negócio. Nesse sentido, tar fiador indicado se este não for pessoa idô-
a remuneração é devida ao corretor uma vez nea, domiciliada no município onde tenha de
que tenha ele conseguido o resultado previsto prestar a fiança, e não possua bens suficientes
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

para cumprir a obrigação. Sobrevindo a insol- as que podem contratar, exceto para solução
vência ou incapacidade do fiador poderá o cre- de questões de estado, de direito pessoal de
dor exigir que seja substituído. família e de outras que não tenham caráter es-
O fiador que pagar integralmente a dívi- tritamente patrimonial.
da fica sub-rogado nos direitos do credor, res- Admite-se nos contratos a cláusula com-
pondendo este também por todas as perdas e promissória, para resolver divergências medi-
danos que o fiador pagar, e pelos que sofrer ante juízo arbitral, na forma estabelecida na Lei
em razão da fiança. 9.307/1996, que regula a arbitragem.
Na fiança por tempo indeterminado A Cláusula é compromissória quando
pode o fiador exonerar-se da fiança que tiver expressa compromisso assumido.
assinado, sempre que lhe convier, ficando obri-
gado por todos os efeitos da fiança, durante 4.7 – DOS ATOS UNILATERAIS
sessenta dias após a notificação do credor.
Um ato é unilateral quando só uma das
4.6.14. Da Transação partes se obriga para com a outra.

“TRANSAÇÃO é um acordo em que 4.7.1. Da Promessa de Recompensa


duas ou mais pessoas ajustam cláusulas e con-
dições, mediante concessões recíprocas para Aquele que, por anúncios públicos, se
evitar litígio ou por fim a litígio, em curso”. comprometer a recompensar, ou gratificar, a
Portanto, transação significa um ajuste no quem preencha certa condição, ou desempe-
qual as pessoas realizam um negociação ou nhe certo serviço, contrai obrigação de cum-
contrato; acordo, um convenção. É um ne- prir o prometido. Aquele que fizer o serviço,
gócio ou ato comercial, uma operação de ou satisfizer a condição estabelecida poderá
compra e venda. exigir a recompensa estipulada.
É lícito aos interessados prevenirem ou A promessa de recompensa pode ser re-
terminarem o litígio mediante concessões mú- vogada utilizando-se da mesma publicidade,
tuas. Podem ser objeto de transação os direi- desde que seja feita antes de prestado o servi-
tos patrimoniais de caráter privado. ço ou preenchida a condição.
Quando a lei exigir, ou quando recair
sobre direitos contestados em juízo, a transa- 4.7.2. Do Pagamento Indevido
ção deverá ser feita por escritura pública, per-
mitido o instrumento particular nos demais O pagamento indevido é aquele efetuado
casos. sem qualquer vínculo obrigacional que o justifi-
A transação deve ser interpretada restri- que. Aquele que recebeu o que lhe não era devi-
tivamente e por ela não se transmitem, apenas do ou recebeu dívida condicional antes de cum-
se declaram ou reconhecem direitos. prida a condição fica obrigado a restituir.
Sendo nula qualquer das cláusulas da tran- Quem voluntariamente pagou o indevi-
sação, nula será esta. Só se anula a transação do incumbe a prova de tê-lo feito por erro.
nos casos de dolo, coação, ou erro essencial
quanto à pessoa ou coisa controversa. 4.7.3. Do Enriquecimento Sem Causa

4.6.15. Do Compromisso ou Arbitragem O enriquecimento sem causa é o acrésci-


mo patrimonial de alguém, em prejuízo de
É admitido compromisso, judicial ou outrem, sem justa razão, ou de modo ilícito. É
extrajudicial, para resolver litígios entre pesso- o locupletamento à custa alheia.
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

Aquele que, sem justa causa, se enrique-


cer à custa de outrem, será obrigado a restituir
o indevidamente auferido, feita a atualização
dos valores monetários.

a) Lembrando que o corretor de imóveis, como


profissional autônomo, recebe honorários, veja
acima e escreva abaixo o que vem a ser um
contrato de comissão:
_______________________________________

b) Para saber mais: quais os artigos do Código


Civil que tratam da corretagem ?
_______________________________________

c) O Corretor de imóveis pode se especializar


em muitas funções atinentes à profissão. Mas,
pense um pouco e defina: qual a função básica
do corretor de imóveis?
_______________________________________

d) Em quais casos de intermediação o corre-


tor de imóveis poderá receber os honorários,
mesmo que o negócio não se concretize?
_______________________________________

e) O contrato de fiança, uma das garantias na


locação, deve obrigatoriamente ter a assinatu-
ra do cônjuge, também conhecido como outor-
ga uxória?
_______________________________________

f) Atuando como corretor de imóveis você deve-


rá saber muito bem o que vem a ser Juízo Arbi-
tral. Então, pesquise e responda o que é uma “clá-
usula compromissória” nos contratos de locação:
_______________________________________

g) Outro instituto jurídico: o que significa “en-


riquecimento sem causa “?
_______________________________________
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 57
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

58 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

Unidade
III

Ø Conceituar os termos Obrigação, Mora, Arras,


Contrato, Distrato, Preempção, Evicção, Doação, Locação,
Retrovenda, Fiança;
Ø Identificar características das principais modalidades de obrigação;
dos tipos de contrato, de pagamento, de compra e venda, de
doação, de empréstimo;
Ø Estabelecer relação entre a matéria aprendida com a profissão
do Corretor;
Ø Reconhecer a importância das informações estudadas para o
exercício da profissão de Corretor;
Ø Refletir sobre a responsabilidade legal do profissional da área.

INEDI - Cursos Profissionalizantes • 59


TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

60 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

5. DIREITO DAS COISAS 5.1.1. Da Posse e sua Classificação

“COISA”, no presente trabalho, signi- Interessa informar a classificação da pos-


fica tudo aquilo que é suscetível de apropri- se quanto à extensão da garantia possessória,
ação ou alienação, ou seja que pode ser ad- quanto aos vícios objetivos, quanto à subjetivi-
quirido ou vendido em uma transação co- dade, quanto aos efeitos, ou quanto à idade.
mercial. Quanto à extensão da garantia posses-
O Código Civil, no seu Livro III, trata, sória a posse pode ser direta ou indireta. Dire-
especificamente do Direito das Coisas. Essa é ta quando exercida diretamente pelo possui-
uma área que sempre oferece demandas, por dor sobre a coisa; indireta quando o proprie-
parte de vendedores e compradores. tário a conserva por ficção legal, mas o exercí-
O direito das coisas apresenta-se como cio da posse direta é conferido a outrem, em
um vínculo entre a pessoa e a coisa. virtude de contrato ou direito real limitado.
É um direito absoluto e oponível erga om- Quanto aos vícios objetivos a posse pode
nes (contra todos), ou seja, o titular do direito ser justa ou injusta.
real tem o poder de reivindicar a coisa onde quer Justa é a posse que não for violenta, clan-
que se encontre ou de quem quer a detenha. destina ou precária. Injusta é a que for violen-
De acordo com entendimento teórico- ta, clandestina ou precária. Posse violenta é
doutrinário tradicional, os direitos reais são aquela adquirida com o uso da força física ou
aqueles, estabelecidos em lei, não se admitindo violência moral. Posse clandestina é aquela
interpretação extensiva. adquirida às escondidas daquele que tem inte-
Nesse sentido são diretos reais a proprie- resse em conhecê-la. Posse precária é aquela
dade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, cedida em caráter provisório e adquirida com
a habitação, o direito do promitente comprador abuso de confiança por parte de quem recebeu
do imóvel, o penhor, a hipoteca e a anticrese. a coisa com o dever de restituí-la.
Não se deve confundir direito real com Quanto à subjetividade a posse pode ser
direito sobre a coisa, pois este é bem mais am- de boa-fé ou de má-fé. De boa-fé é aquela em
plo que o primeiro, pois além de englobar os que o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo
diretos reais, abrange a posse e as obrigações que impede a aquisição da coisa; de má-fé é aque-
mistas ou propter rem. la em que o possuidor conhece o vício, ou o
Enquanto no direito das coisas existe um obstáculo que impede a aquisição da coisa.
vínculo direto entre uma pessoa e uma coisa Quanto aos efeitos a posse pode ser ad
que deve ser respeitado por todos, no direito interdicta ou ad usocapionem:
das obrigações o vínculo é estabelecido entre
pessoas determinadas, excluindo terceiros es- • ad interdicta é aquela que pode ser am-
tranhos à relação. parada pelos interditos possessória, nos
casos de esbulho, turbação ou ameaça;
5.1 – DA POSSE
• ad usocapionem é aquela capaz de dar ori-
Posse é o ato de se apossar de alguma gem à usucapião da coisa.
coisa. Ter posse é ter domínio de fato sobre
alguma coisa. ´´É o estado de quem possui al- Quanto à idade a posse pode ser nova
guma coisa”. ou velha. Nova é aquela que data de menos de
Posse é o exercício de fato, pleno ou não, ano e dia; velha a que data de mais de ano e dia.
de algum dos poderes inerentes à proprieda- A posse nova admite a concessão de liminar
de, em nome próprio e com autonomia. nas ações possessórias, a velha não.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 61
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

A posse de boa-fé só perde este caráter Quando mais de uma pessoa se disser
no caso e desde o momento em que as circuns- possuidora, manter-se-á provisoriamente a que
tâncias façam presumir que o possuidor não tiver a coisa, se não estiver manifesto que a ob-
ignora que possui indevidamente. Salvo prova teve de alguma das outras por modo vicioso.
em contrário, entende-se manter a posse o
mesmo caráter com que foi adquirida. 5.1.4. Da Perda da Posse

5.1.2. Da Aquisição da Posse Perde-se a posse quando o possuidor


deixa, embora contra a própria vontade, de ter
Adquire-se a posse desde o momento em de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
que se torna possível o exercício, em nome pró- poderes inerentes à propriedade. São exem-
prio, de qualquer dos poderes inerentes à pro- plos o abandono, a tradição, a perda ou des-
priedade. A posse pode ser adquirida pela pró- truição da coisa.
pria pessoa que a pretende ou por seu repre-
sentante, por terceiro sem mandato, dependen-
do neste caso de ratificação. A posse do imó-
vel faz presumir, até prova contrária, a das coi-
sas móveis que nele estiverem.
A posse transmite-se aos herdeiros ou
legatários do possuidor com os mesmos ca- a) Estar ou não estar na posse de um bem: o
racteres. O sucessor universal continua de di- que é ter posse de uma coisa?
reito a posse do seu antecessor; e ao sucessor ______________________________________________
singular é facultado unir sua posse à do ante- ______________________________________________
cessor, para os efeitos legais.
São atos que não induzem e nem autori- b) A posse tem várias classificações: defina
zam a aquisição da posse os de mera permis- posse justa:
são ou tolerância, os violentos, ou clandesti- ______________________________________________
nos, senão depois de cessar a violência ou a ______________________________________________
clandestinidade.
c) Esse tipo de posse acontece com freqüência:
5.1.3. Dos Efeitos da Posse o que vem a ser posse precária?
______________________________________________
A posse pode ser perturbada pela turba- ______________________________________________
ção, pelo esbulho ou pela ameaça de agressão
iminente. O esbulho é a perda da posse, injus- d) Quanto à subjetividade, como pode ser de-
tamente, por emprego de violência, clandestini- fendida a posse?
dade ou abuso de confiança. A turbação é a ten- ______________________________________________
tativa de esbulho, embaraçando o exercício da ______________________________________________
posse, sem, contudo, acarretar sua perda.
O possuidor turbado, ou esbulhado, pode- e) E quanto aos efeitos, como pode ser a posse?
rá manter-se ou restituir-se por sua própria força, ______________________________________________
contanto que o faça logo; os atos de defesa não ______________________________________________
podem ir além do indispensável à manutenção, ou
restituição da posse. Da mesma forma, o turbado f) Essa é fácil, mas é melhor pesquisar: o que é
pode utilizar-se da ação de manutenção de posse, “posse velha”?
e o esbulhado a ação de reintegração de posse. ______________________________________________
62 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

g) Pela lei, quais os atos que não induzem nem 5.2 – DOS DIREITOS REAIS
autorizam a posse?
______________________________________________ São diretos reais sobre as coisas:

h) Como o direito define o que vem a ser “tur- • a propriedade - direito de usar, gozar
bação da posse”? e dispor de um bem,
______________________________________________ • a superfície
• as servidões,
i) E o “esbulho da posse”? Veja a definição na • o usufruto,
apostila e a reescreva abaixo: • o uso,
______________________________________________ • a habitação,
• o direito do promitente comprador do
j) Existe mais de uma maneira de se perder a imóvel,
posse de um bem: como pode se dar a perda • o penhor,
da posse? • a hipoteca
______________________________________________ • a anticrese.

Os direitos reais sobre coisas móveis,


quando constituídos, ou transmitidos por atos
entre vivos, só se adquirem com a tradição, ou
seja, conforme o costume.
Os direitos reais sobre imóveis constitu-
ídos ou transmitidos por atos entre vivos, só
se adquirem com o registro no Cartório de
Registro de Imóveis dos referidos títulos.

5.3 – DA PROPRIEDADE

O proprietário tem a faculdade de usar,


gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la
do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha. O direito de propriedade
deve ser exercido em consonância com as suas
finalidades econômicas e sociais e de modo que
sejam preservados a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio
histórico e artístico, bem como evitada a po-
luição do ar e das águas.
São proibidos os atos que não trazem ao
proprietário qualquer comodidade ou utilida-
de, e sejam animados pela intenção de prejudi-
car outrem. O proprietário pode ser privado
da coisa, nos casos de desapropriação, por ne-
cessidade ou utilidade pública ou interesse so-
cial, bem como no de requisição, em caso de
perigo público iminente.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 63
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

A propriedade do solo abrange a do es- Não podem ser usucapidos os bens pú-
paço aéreo e subsolo correspondentes, em al- blicos e as coisas fora do comércio.
tura e profundidade úteis ao seu exercício, não São várias as possibilidades de se adqui-
podendo o proprietário opor-se a atividades rir a usucapião conforme as características do
que sejam realizadas, por terceiros, a uma altu- imóvel e da posse.
ra ou profundidade tais, que não tenha ele inte- Adquire a propriedade, independente-
resse legítimo em impedi-las. As jazidas, minas mente de título e boa-fé, aquele que, sem opo-
e demais recursos minerais, os potenciais de sição ou interrupção, possuir como seu um
energia hidráulica, os monumentos arqueoló- imóvel por quinze anos. Se o morador houver
gicos e outros bens referidos por leis especiais estabelecido no imóvel sua moradia habitual,
pertencem à União, constituindo propriedade ou nele realizado obras ou serviços de caráter
distinta da do solo. produtivo, o prazo é reduzido a dez anos.
A propriedade presume-se plena e exclu- Adquire a propriedade aquele que, não
siva até prova em contrário. Plena é a proprie- sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
dade em que todos os direitos elementares possuir como sua, por cinco anos ininterrup-
(usar, gozar, dispor e reaver) estão reunidos tos, sem oposição, área de terra em zona rural
no proprietário. Limitada quando um desses não superior a cinqüenta hectares, tornando-a
elementos é entregue a um outro titular. produtiva por seu trabalho ou de sua família e
Os frutos e mais produtos da coisa per- fazendo dela sua moradia.
tencem, ainda quando separados, ao seu pro- Adquire a propriedade aquele que, não
prietário, salvo se, por preceito jurídico espe- sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,
cial, couberem a outrem. possuir como sua, por cinco anos ininterrup-
tamente e sem oposição, área urbana de até
5.3.1. Da Aquisição da Propriedade Imóvel duzentos e cinqüenta metros quadrados, utili-
zando-a para sua moradia ou de sua família.
Adquire-se a propriedade imóvel: Adquire também a propriedade do imó-
vel aquele que, contínua e sem contestação, com
• pelo usucapião; justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Re-
• pela transcrição do título de transferên- duz-se o prazo a cinco anos se o imóvel houver
cia no registro de imóvel; sido adquirido, onerosamente, com base no re-
• pela acessão; gistro constante do respectivo cartório, cancela-
• pelo direito hereditário. da posteriormente, desde que os possuidores nele
tiverem estabelecido a sua moradia ou realizado
A aquisição pode ser originária ou deri- investimentos de interesse social e econômico.
vada. Originária quando o indivíduo faz seu O possuidor pode, para o fim de conta-
o bem sem que alguém tenha lhe transmitido; gem de prazo, acrescentar à sua posse a dos seus
derivada quando houver transmissão de do- antecessores, desde que todas sejam contínuas,
mínio, por ato causa mortis ou inter vivos. pacíficas. O justo título e a boa-fé são exigidos
nos casos de usucapião após dez anos da posse.
5.3.1.1. Da aquisição pelo Usucapião
A aquisição da propriedade por Usucapião 5.3.1.2. Da aquisição pelo Registro do Título
é decorrente do exercício de posse mansa e pacífi- Somente se transfere a propriedade por
ca, com ânimo de dono, por determinado tempo ato entre vivos mediante o registro do título
fixado pela lei. A aquisição por usucapião é decla- translativo no Registro de Imóveis; enquanto
rada por sentença, a qual servirá de título para o não se registrar o título translativo, o alienante
registro no Cartório de Registro de Imóveis. continua a ser havido como dono do imóvel.
64 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

Até a decretação da invalidade do regis- 5.3.1.3.4. Do Álveo Abandonado


tro e o respectivo cancelamento, o adquirente Álveo é o leito do rio. O álveo abando-
continua a ser havido como dono do imóvel. nado de corrente pertence aos proprietários
O registro é eficaz desde o momento em ribeirinhos das duas margens, sem que tenham
que se apresentar o título ao oficial do registro indenização os donos dos terrenos por onde
e este o prenotar no protocolo. as águas abrirem novo curso, entendendo-se
que os prédios marginais se estendem até o
5.3.1.3. Da Aquisição por Acessão meio do álveo.
A acessão é o acréscimo a um imóvel,
seja decorrente da atividade humana ou por 5.3.1.3.5. Das Construções e Plantações
causas naturais. Ocorre de forma natural por Toda construção ou plantação existente
formação de ilhas, por aluvião, por avulsão em um terreno presume-se feita pelo proprie-
(deslocamento violento de certa porção de ter- tário e à sua custa, até que se prove o contrário.
ra que se destaca de uma propriedade para se Ocorrendo plantação ou construção em
juntar ou acrescer a outra) ou por abandono terreno próprio, mas com sementes, plantas ou
de álveo (leito de rio cuja corrente foi desvia- materiais alheios, o dono do terreno adquire a
da); e por causas artificiais por plantações ou propriedade destes; mas fica obrigado a pa-
construções. gar-lhes o valor, além de responder por per-
das e danos, se agiu de má-fé.
5.3.1.3.1. Das ilhas Ocorrendo plantação ou construção em
As ilhas que se formarem em correntes terreno alheio, mas com sementes, plantas e
comuns ou particulares pertencem aos pro- construções próprias, estas são perdidas em
prietários ribeirinhos fronteiros. A denomi- proveito do proprietário do térreo, mas se o
nação rios particulares significa rios não plantador ou construtor agiu de boa-fé terá
navegáveis. Sendo o rio navegável as ilhas for- direto à indenização. Se a construção ou a plan-
madas são da pessoa de direto público em que tação exceder consideravelmente o valor do
tais correntes pertencem. terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edi-
ficou, adquirirá a propriedade do solo, medi-
5.3.1.3.2. Da Aluvião ante pagamento da indenização fixada judicial-
Aluvião é a denominação dos acrésci- mente, se não houver acordo.
mos formados, sucessiva e imperceptivelmen-
te, por depósitos e aterros naturais ao longo
das margens das correntes, ou pelo desvio das
águas destas. O acréscimo por aluvião perten-
ce aos donos dos terrenos marginais, sem in-
denização.
a) Nossa Constituição Federal estabelece o cha-
5.3.1.3.3. Da Avulsão mado “direito de propriedade”. Veja no texto
Avulsão e a denominação que se dá ao e defina abaixo: quais são os direitos reais so-
fato de uma porção de terra se destacar de bre a propriedade?
um prédio e se juntar a outro, por força natu- ___________________________________________
ral violenta. Nesse caso, o dono do imóvel ___________________________________________
acrescido adquirirá a propriedade do acrésci-
mo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem b) Para acumular mais conhecimentos, relacio-
indenização, se, em um ano, ninguém houver ne também os direitos reais sobre as coisas:
reclamado. ___________________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

c) A pergunta a seguir é tida como certa nos


exames de proficiência: como se adquire os
direitos reais sobre as coisas?
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

d) Veja na apostila e escreva abaixo: quais as


faculdades do proprietário sobre as coisas?
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

e) Pode-se adquirir a propriedade de muitas


maneiras, segundo normas legais: quais as for-
mas de aquisição da propriedade?
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

f) Todos os corretores de imóveis necessitam


saber o que é usucapião. Pesquise e escreva essa
definição abaixo:
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

g) Outra forma de aquisição da propriedade é


por acessão. Como a lei a define?
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

h) O que é aquisição da propriedade por


“avulsão”?
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

i) Por “abandono do álveo”, embora pouco


conhecida, essa é mais uma forma de aquisição
da propriedade. Dê uma olhada em sua apos-
tila e transcreva o que é.
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

5.3.2. Da Perda da Propriedade 5.3.3.5. Das Águas


O dono ou o possuidor do prédio infe-
Perde-se a propriedade imóvel por alie- rior é obrigado a receber as águas que correm
nação (venda), pela renúncia, por abandono, naturalmente do superior, não podendo reali-
por perecimento da coisa, e pela desapropria- zar obras que embaracem o seu fluxo.
ção. Outras causas também consideradas pela O proprietário de nascente, ou do solo
lei causam a perda da propriedade, tais como onde caem águas pluviais, satisfeitas as necessi-
o usucapião, a acessão etc. dades de seu consumo, não pode impedir, ou
desviar o curso natural das águas remanescen-
5.3.3. Dos Direitos de Vizinhança tes pelos prédios inferiores.

5.3.3.1. Do Uso Anormal da Propriedade 5.3.3.6. Dos Limites entre Prédios e do


O proprietário ou o possuidor de um pré- Direito de Tapagem
dio tem o direito de fazer cessar as interferênci- O proprietário tem direito a cercar,
as prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde murar, valar ou tapar o seu prédio, urbano
dos que o habitam, provocadas pela utilização ou rural, e pode constranger o seu confi-
de propriedade vizinha, podendo exigir do dono nante a proceder com ele à demarcação en-
do prédio vizinho a demolição, ou a reparação tre os dois prédios, a aviventar rumos apa-
deste, quando ameace ruína, bem como que lhe gados e a renovar marcos destruídos ou
preste caução pelo dano iminente. arruinados, repartindo-se proporcional-
mente as despesas.
5.3.3.2. Das Árvores Limítrofes
A árvore, cujo tronco estiver na linha 5.3.3.7. Do Direito de Construir
divisória, presume-se pertencer em comum aos O proprietário pode levantar em seu ter-
donos dos prédios confinantes. As raízes e os reno as construções que lhe aprouver, salvo o
ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema direito dos vizinhos e os regulamentos civis e
do prédio, poderão ser cortados, até a divisa, administrativos.
pelo proprietário do terreno invadido. Os fru- O proprietário construirá de maneira
tos caídos de árvore do terreno vizinho per- que o seu prédio não despeje águas, direta-
tencem ao dono do solo onde caíram, se este mente, sobre o prédio vizinho e não poderá
for de propriedade particular. abrir janelas, ou fazer terraço ou varanda, a
menos de metro e meio do terreno vizinho.
5.3.3.3. Da Passagem Forçada São proibidas construções capazes de
O dono do prédio que não tiver acesso a poluir ou inutilizar a água do poço ou nascente
via pública, nascente ou porto, pode, mediante alheia. Não é permitido fazer escavações ou
pagamento de indenização cabal, constranger quaisquer obras que tirem ao poço ou à nas-
o vizinho a lhe dar passagem. cente de outrem a água indispensável às suas
necessidades normais.
5.3.3.4. Da Passagem de Cabos e
Tubulações 5.4 – DO CONDOMÍNIO GERAL
O proprietário é obrigado a tolerar a
passagem, através de seu imóvel, de cabos, tu- Há condomínio quando a mesma coisa
bulações e outros condutos subterrâneos de pertence a mais de uma pessoa, cada qual com
serviços de utilidade pública, desde que rece- sua parte ideal. Via de regra o novo Código
ba indenização suficiente para atender, tam- Civil revogou as disposições da Lei 4.591 em
bém, à desvalorização da área remanescente. referência ao condomínio.
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5.4.1. Do Condomínio Voluntário dio, o telhado, a rede geral de distribuição de


água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e
Cada condômino pode usar da coisa con- refrigeração centrais, e as demais partes comuns,
forme sua destinação, sobre ela exercer todos inclusive o acesso ao logradouro público.
os direitos compatíveis com a indivisão, rei- Os condôminos têm o direito de usar,
vindicá-la de terceiro, defender a sua posse e fruir e livremente dispor das suas unidades, usar
alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la, mas das partes comuns, conforme a sua destinação,
nenhum condômino pode alterar a destinação sem excluir a utilização pelos demais compos-
da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo suidores, e votar nas deliberações da assem-
dela a estranhos, sem o consenso dos outros. bléia e delas participar, estando quite.
O condômino é obrigado, na proporção São deveres do condômino contribuir
de sua parte, a concorrer para as despesas de para as despesas do condomínio, na propor-
conservação ou divisão da coisa, e a suportar ção de suas frações ideais, abster-se de realizar
os ônus a que estiver sujeita. obras que comprometam a segurança da edifi-
A todo tempo será lícito ao condômino cação ou a forma e a cor da fachada, das par-
exigir a divisão da coisa comum. Podem os con- tes e esquadrias externas, não utilizar a sua par-
dôminos estipular que fique indivisa a coisa te de maneira prejudicial ao sossego, salubri-
comum por prazo não maior de cinco anos, dade e segurança dos possuidores, ou aos bons
suscetível de prorrogação ulterior. costumes.
O condômino que não pagar a sua con-
5.4.2. Do Condomínio Necessário tribuição ficará sujeito aos juros moratórios
convencionados ou, não sendo previstos, os
Ocorre essa modalidade de condomí- de um por cento ao mês e multa de até dois
nio quando há meação de paredes, cercas, por cento sobre o débito.
muros e valas. O proprietário que tiver di- O adquirente de unidade responde pe-
reito a estremar um imóvel com paredes, los débitos do alienante, em relação ao condo-
cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igual- mínio, inclusive multas e juros moratórios.
mente a adquirir meação na parede, muro, A administração do condomínio cabe ao
valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe síndico, que poderá não ser condômino, elei-
metade do que atualmente valer a obra e o to em assembléia para mandato não superior
terreno por ela ocupado. a dois anos, o qual poderá renovar-se.
Compete ao síndico, dentre outros, re-
5.5 – DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO presentar, ativa e passivamente, o condomínio,
cumprir e fazer cumprir a convenção, o regi-
O Condomínio edilício é instituído em mento interno e as determinações da assem-
edificações e tem como características partes bléia, zelar pela conservação e a guarda das
que são propriedade exclusiva, e partes que são partes comuns, cobrar dos condôminos as suas
propriedade comum dos condôminos. As par- contribuições, bem como impor e cobrar as
tes suscetíveis de utilização independente, tais multas devidas, prestar contas à assembléia,
como apartamentos, escritórios, salas, lojas, so- anualmente e quando exigidas, realizar o segu-
brelojas ou abrigos para veículos, sujeitam-se a ro da edificação etc.
propriedade exclusiva, podendo ser alienadas
e gravadas livremente por seus proprietários. 5.6 – DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL
São de utilização em comum pelos con-
dôminos, e não podem ser alienados separada- Propriedade resolúvel é aquela de ca-
mente, ou divididos, o solo, a estrutura do pré- ráter transitório, não permanente, que pode
68 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

ser cancelada sobrevindo determinada con- 5.9 – DAS SERVIDÕES


dição legal ou convencional, a condição re-
solutiva ou termo final. Ocorrendo a con- A servidão é o proveito ou facilidade
dição ou advindo o termo diz que a pro- prestada por um prédio - o serviente - em fa-
priedade foi resolvida. Nesse caso, são tam- vor de outro – o dominante.
bém resolvidos os direitos reais concedidos A servidão proporciona utilidade para
na sua pendência, e o proprietário, em cujo o prédio dominante e grava o prédio servien-
favor se opera a resolução, pode reivindi- te, que pertence a outro dono. É constituída
car a coisa do poder de quem a possua ou mediante declaração expressa dos proprietári-
detenha. São exemplos o pacto de retroven- os, ou por testamento, e subseqüente registro
da, a venda a contento, a propriedade fidu- no Cartório de Registro de Imóveis.
ciária etc. O exercício da servidão é restrito às ne-
cessidades do prédio dominante, de modo a
5.7 – DIREITOS REAIS DE GOZO OU evitar agravar o encargo ao prédio serviente.
FRUIÇÃO SOBRE COISAS ALHEIAS Constituída para certo fim, a servidão não se
pode ampliar a outro.
Os direitos reais são previstos e limita-
dos por lei, e não se admitem a criação de no- 5.10 – DO USUFRUTO
vas espécies por ato de vontade das partes. Essa
modalidade de direito transfere o domínio do O usufruto é um direito conferido a
imóvel ao adquirente, para que este possa go- uma pessoa que o autoriza a usar coisa
zar e fruir do bem, conforme o tipo de direito alheia, móvel ou imóvel, e auferir para si os
real pactuado. frutos por ela produzidos. Cabe ao usufru-
Os direitos reais sobre coisas alheias tuário a posse, o uso, a administração e os
comentados serão os que tratam da superfície, frutos da coisa; e ao proprietário (conhe-
das servidões, do usufruto, do uso, da habita- cido como nu-proprietário) o direito abs-
ção, do direito do promitente comprador, do trato à propriedade.
penhor, da hipoteca e da anticrese. O usufruto pode recair em um ou mais
bens, em um patrimônio inteiro, ou parte des-
5.8 – DA SUPERFÍCIE te, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os
frutos e utilidades. O usufruto de imóveis será
O proprietário pode conceder a outrem constituído mediante registro no Cartório de
o direito de construir ou de plantar em seu ter- Registro de Imóveis.
reno, por tempo determinado, mediante escri- Não se pode transferir o usufruto por
tura pública devidamente registrada no Cartó- alienação; mas o seu exercício pode ceder-se
rio de Registro de Imóveis. O direito de super- por título gratuito ou oneroso.
fície não autoriza obra no subsolo, salvo se for O usufrutuário pode usufruir em pessoa,
inerente ao objeto da concessão. ou mediante arrendamento, o prédio, mas não
O direito de superfície pode transferir- lhe mudar a destinação econômica, sem expres-
se a terceiros e, por morte do superficiário, aos sa autorização do proprietário.
seus herdeiros. O usufrutuário, antes de assumir o usu-
Extinta a concessão, o proprietário pas- fruto, inventariará, à sua custa, os bens que
sará a ter a propriedade plena sobre o terreno, receber, determinando o estado em que se
construção ou plantação, independentemente acham, e dará caução, fidejussória ou real,
de indenização, se as partes não houverem esti- se lha exigir o dono, de velar-lhes pela con-
pulado o contrário. servação, e entregá-los findo o usufruto. To-
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davia o usufrutuário não é obrigado a pa- e escreva abaixo que é condomínio necessário:
gar as deteriorações resultantes do exercí- _________________________________________
cio regular do usufruto. _________________________________________
É atribuição do usufrutuário pagar as
despesas ordinárias de conservação dos bens e) Qual a definição do Código Civil, art. 1.331,
no estado em que os recebeu, bem como as sobre condomínio edilício?
prestações e os tributos devidos pela posse ou _________________________________________
rendimento da coisa usufruída. _________________________________________
Extingue-se o usufruto pela morte do usu-
frutuário, pelo termo de sua duração, pela ces- f) Muitos são os direitos e os deveres dos con-
sação da causa que o originou, pela destruição dôminos. Relacione abaixo apenas três dessas
da coisa, pela consolidação (quando a mesma obrigações:
pessoa passa a ser o usufrutuário e o proprietá- _________________________________________
rio), pelo usucapião, por culpa do usufrutuário, _________________________________________
quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os
bens, pela renúncia, pelo não uso, ou não frui- g) Mais novidades no Código Civil: veja nos
ção, da coisa em que o usufruto recai etc. Os artigos 1.369 e seguintes o que vem a ser “di-
demais casos de extinção do usufruto estão pre- reito de superfície”, e registre abaixo.
sentes no art. 1410 do Código Civil. _________________________________________
_________________________________________

h) Quais são os direitos do usufrutuário, pre-


vistos no art. 1.394 do Código Civil?
_________________________________________
_________________________________________
a) Assim como se pode adquirir a propriedade
de várias formas, também se pode perdê-la. i) Aumente os seus conhecimentos e responda:
Quais são as formas de perda da propriedade? o que é “nú-proprietário”?
_________________________________________ _________________________________________
_________________________________________ _________________________________________

b) Essa pergunta é básica: qual a principal forma


de perda da propriedade? Pense um pouco e pes-
quise, pois pode haver confusão a esse respeito.
_________________________________________
_________________________________________

c) Nas relações condominiais e no direito de


vizinhança, como é chamada a obrigação do
vizinho de repartir despesas com a construção
de muro comum aos dois prédios?
_________________________________________
_________________________________________

d) O Código Civil traz, a partir do art. 1.314,


44 artigos sobre condomínios. Veja o art. 1.327
70 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

5.11 – DO USO (CC, ART. 1417) renda de um bem aplicado exclusivamente à


sua satisfação” (Sílvio Rodrigues). São eles o
O uso é uma espécie de usufruto restri- penhor, a hipoteca e a anticrese.
to, que atribui ao seu titular apenas o uso de
coisa alheia, sem direito à administração e aos 5.14.1. Disposições gerais sobre o penhor,
frutos, salvo daquilo que seja necessário ao con- hipoteca e a anticrese.
sumo pessoal e da família, compreendidas a de
seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas Nas dívidas garantidas por penhor, anti-
de seu serviço doméstico. crese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica
São aplicáveis ao uso, no que não for con- sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da
trário à sua natureza, as disposições relativas obrigação. Só aquele que pode alienar poderá
ao usufruto. empenhar, hipotecar ou dar em anticrese. Só
os bens que se podem alienar serão dados em
5.12 – DA HABITAÇÃO (CC, ART. 1414) penhor, anticrese ou hipoteca.
A coisa comum a dois ou mais proprie-
O direito real temporário de habitar gra- tários não pode ser dada em garantia real, na
tuitamente casa alheia. O titular deste direito sua totalidade, sem o consentimento de todos;
não a pode alugar, nem emprestar, mas sim- mas cada um pode individualmente dar em
plesmente ocupá-la com sua família. garantia real a parte que tiver.
São aplicáveis à habitação, no que não for O pagamento de uma ou mais prestações
contrário à sua natureza, as disposições relati- da dívida não importa exoneração correspon-
vas ao usufruto. dente da garantia, ainda que esta compreenda
vários bens, salvo disposição expressa no títu-
5.13 – DO DIREITO DO PROMITENTE lo ou na quitação.
COMPRADOR (CC, ART. 1417) O credor hipotecário e o pignoratício
têm o direito de excutir (executar judicialmen-
Mediante promessa de compra e venda, te) a coisa hipotecada ou empenhada e prefe-
em que se não pactuou arrependimento, cele- rir, no pagamento, a outros credores, observa-
brada por instrumento público ou particular e da, quanto à hipoteca, a prioridade no regis-
registrada no Cartório de Registro de Imóveis, tro. Excetuam-se dessa regra as dívidas traba-
adquire o promitente comprador direito real à lhistas, previdenciárias, fiscais, que têm prefe-
aquisição do imóvel. rência.
O promitente comprador, titular de di- O credor anticrético tem direito a reter
reito real, pode exigir do promitente vende- em seu poder o bem, enquanto a dívida não
dor ou de terceiros, a quem os direitos deste for paga; extingue-se esse direito decorridos
forem cedidos, a outorga da escritura definiti- quinze anos da data de sua constituição.
va de compra e venda, conforme o disposto A dívida será considerada vencida se o
no instrumento preliminar; e, se houver recu- bem dado em garantia se perecer, deteriorar
sa, requerer a adjudicação do imóvel. ou depreciar e o devedor, intimado, não o re-
forçar ou substituir, se o devedor cair em in-
5.14 – DIREITOS REAIS DE GARANTIA solvência ou falir, se as prestações não forem
SOBRE COISAS ALHEIAS pontualmente pagas, se desapropriar o bem
dado em garantia.
“Direito real de garantia é aquele que É nula a cláusula que autoriza o credor
confere ao seu titular a prerrogativa de obter o pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar
pagamento de uma dívida com o valor ou a com o objeto da garantia, se a dívida não for
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paga no vencimento, mas vencida a dívida, ressarcir ao dono a perda ou deterioração de


poderá o devedor dar a coisa em pagamento que for culpado, à defesa da posse da coisa
da dívida. empenhada e a comunicação ao dono dela, das
Quando, excutido o penhor, ou executa- circunstâncias que tornarem necessário o exer-
da a hipoteca, o produto não bastar para paga- cício de ação possessória, a restituí-la, com os
mento da dívida e despesas judiciais, continua- respectivos frutos e acessões, uma vez paga a
rá o devedor obrigado pessoalmente pelo res- dívida.
tante. Extingue-se o penhor com a extinção da
obrigação; com o perecimento da coisa; renun-
5.14.1.1. Do Penhor (CC, art 1431 e ss) ciando o credor; confundindo-se na mesma
Penhor significa a entrega, o empenho de pessoa as qualidades de credor e de dono da
coisa móvel ou imóvel como garantia de obri- coisa; dando-se a adjudicação judicial, a remis-
gação assumida. são ou a venda da coisa empenhada, feita pelo
Constitui-se o penhor pela transferência credor ou por ele autorizada.
efetiva da posse que, em garantia do débito ao
credor ou a quem o represente, faz o devedor, 5.14.1.2. Da Hipoteca (CC, art. 1473 e ss)
ou alguém por ele, de uma coisa móvel, susce- Hipoteca é o ato ou efeito de hipotecar,
tível de alienação. de oferecer um bem, geralmente um imóvel,
como garantia na tomada de um empréstimo
O credor pignoratício tem direito: pecuniário (relativo a dinheiro).
“Hipoteca é o direto real que o devedor
• à posse da coisa empenhada; à reten- confere ao credor, sobre um bem imóvel de
ção dela em caso de indenização de des- sua propriedade ou a outrem, para que o mes-
pesas justificadas; mo responda, preferentemente ao credor, pelo
• ao ressarcimento do prejuízo que hou- resgate da dívida” (Sílvio Rodrigues).
ver sofrido por vício da coisa empe- Podem ser objeto de hipoteca os imóveis
nhada; e os acessórios dos imóveis conjuntamente com
• a promover a execução judicial, ou a eles, o domínio direto, o domínio útil, as estra-
venda amigável, se autorizado expres- das de ferro, os recursos naturais a que se refere
samente pelo contrato ou pelo deve- o art. 1.230 do Código Civil, independentemen-
dor; te do solo onde se acham, os navios, e as aero-
• a apropriar-se dos frutos da coisa em- naves. Em nosso caso discorremos somente so-
penhada que se encontra em seu poder; bre a hipoteca que grava bens imóveis.
• a promover a venda antecipada sem- É nula a cláusula que proíbe ao proprie-
pre que haja receio fundado de que a tário alienar imóvel hipotecado, mas poderá
coisa empenhada se perca ou deterio- convencionar-se que vencerá o crédito hipote-
re, mas o dono da coisa empenhada cário, se o imóvel for alienado.
pode impedir a venda antecipada, subs- O dono do imóvel hipotecado pode
tituindo-a, ou oferecendo outra garan- constituir outra hipoteca sobre ele, mediante
tia real idônea. novo título, em favor do mesmo ou de outro
credor. Salvo o caso de insolvência do deve-
O credor não pode ser constrangido a dor, o credor da segunda hipoteca, embora
devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, vencida, não poderá executar o imóvel antes
antes de ser integralmente pago. de vencida a primeira.
O credor pignoratício é obrigado à cus- As hipotecas serão registradas no cartó-
tódia da coisa, na qualidade de depositário, a rio do lugar do imóvel, ou no de cada um deles,
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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade III

se o título se referir a mais de um. Compete aos O imóvel hipotecado pode ser dado em
interessados, exibido o título, requerer o regis- anticrese, sendo a recíproca verdadeira.
tro da hipoteca. Os registros e averbações se- O credor anticrético pode administrar os
guirão a ordem em que forem requeridas, sendo bens dados em anticrese e fruir seus frutos e
que o número de ordem determina a priorida- utilidades, mas deverá apresentar anualmente
de, e esta a preferência entre as hipotecas. balanço, exato e fiel, de sua administração.
Ambas as partes podem prorrogar a hi- O adquirente dos bens dados em anticre-
poteca, até perfazer vinte anos, da data do con- se poderá remi-los, antes do vencimento da
trato. dívida, pagando a sua totalidade à data do pe-
A lei confere hipoteca, chamada nesse dido de remição e imitir-se-á, se for o caso, na
caso de hipoteca legal: sua posse.
Até aqui você recebeu informações refe-
• às pessoas de direito público interno rentes ao Código Civil. É importante que você
sobre os imóveis pertencentes aos en- adquira o seu exemplar para que possa consul-
carregados da cobrança, sua guarda ou tá-lo, sempre que necessário.
administração; Com certeza, você vai precisar dele.
• aos filhos, sobre os imóveis do pai ou
da mãe que passar a outras núpcias, an-
tes de fazer o inventário do casal ante-
rior;
• ao ofendido, ou aos seus herdeiros, so-
bre os imóveis do delinqüente, para sa-
tisfação do dano causado pelo delito e a) Nas relações contratuais bilaterais, especial-
pagamento das despesas judiciais; mente nos de compra e venda, o que vem a ser
• ao co-herdeiro, para garantia do seu o “promitente comprador”? Confirme seus
quinhão ou torna da partilha, sobre o conhecimentos no art. 1.417 do Código Civil.
imóvel adjudicado (submetido a ato ___________________________________________
judicial que dá a alguém a posse de de- ___________________________________________
terminado bem) ao herdeiro reponen- ___________________________________________
te (o que repõe);
• ao credor sobre o imóvel arrematado, b) Veja no art. 1.431 do Código Civil ou na sua
para garantia do pagamento do restan- apostila a correta definição de penhor. Para
te do preço da arrematação. fixar esse conhecimento, transcreva essa defi-
nição com suas palavras.
A hipoteca extingue-se pela extinção da ___________________________________________
obrigação principal, pelo perecimento da coi- ___________________________________________
sa, pela resolução da propriedade, pela renún- ___________________________________________
cia do credor, pela remição, e pela arremata-
ção ou adjudicação. c) A hipoteca, prevista no art. 1.473 do Códi-
go Civil, é instituto jurídico muito utilizado
5.15 – DA ANTICRESE (CC, ART. 1506) como garantia de financiamento imobiliário e
devidamente registrado nas escrituras. Qual a
Na anticrese o devedor entrega ao cre- correta definição de hipoteca?
dor a posse do imóvel, cedendo-lhe o direito ___________________________________________
de auferir os frutos e rendimentos desse imó- ___________________________________________
vel, até o montante da dívida a ser paga. ___________________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

d) Definida no art. 1.506 do Código Civil, a


anticrese, embora pouco conhecida, pode ser
de muita utilidade nos contratos imobiliários.
Pesquise e registre abaixo o que vem a ser a
anticrese.
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

Unidade
IV

Ø Reconhecer o objetivo de cada Lei analisada;


Ø Identificar as exigências legais necessárias ao desempenho
da profissão;
Ø Identificar o papel dos Conselhos de Classe da área;
Ø Reconhecer a importância das informações estudadas para o
exercício da profissão;
Ø Refletir sobre a responsabilidade legal do profissional da área.

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DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

6. LEI Nº 4.591, DE 16 DE vado, no cartório competente de Registro de


DEZEMBRO DE 1964 Imóveis, os documentos comprovando a pro-
Dispõe sobre o condomínio em edificações priedade do terreno; a inexistência de débitos
e as incorporações imobiliárias. de impostos, protesto de títulos; ações cíveis e
criminais e de ônus reais relativos ao imóvel,
6.1 – DO CONDOMÍNIO aos alienantes e ao incorporador; os projetos
de construção devidamente aprovados pelas
Condomínio é a posse ou direito simul- autoridades competentes.
tâneo por duas ou mais pessoas, sobre um ob- O número do registro da incorporação,
jeto, ainda em estado de indivisão. É a co-pro- bem como a indicação do cartório competen-
priedade. te, constará, obrigatoriamente, dos anúncios,
Em um prédio de apartamentos, o con- impressos, publicações, propostas, contratos,
junto das dependências de uso comum (cor- preliminares ou definitivos, referentes à incor-
redores, escadas, elevadores, a rede geral de poração, salvo dos anúncios “classificados”.
distribuição de serviços, entrada) pertencem à Quando o incorporador contratar a entre-
totalidade dos proprietários dos apartamentos ga da unidade a prazo e preços certos, determi-
do prédio. nados ou determináveis, deverá informar obri-
Existem vários tipos de Condomínio. O gatoriamente aos adquirentes, por escrito, no mí-
que se refere a edificação chama-se condomí- nimo de seis em seis meses, o estado da obra.
nio edílicio. O incorporador responde civilmente pela
A Lei n.º 4.591/64 dispõe sobre o con- execução da incorporação, devendo indenizar
domínio em edificações (edilício) e as incor- os adquirentes ou compromissários, dos pre-
porações imobiliárias. Mas, a parte referente a juízos que a estes advierem do fato de não se
condomínio edilício foi derrogada pelo Códi- concluir a edificação ou de se retardar injustifi-
go Civil, isto é, essa parte foi alterada pelo cadamente a conclusão das obras.
novo Código Civil. É vedado ao incorporador alterar o pro-
Assim, No presente trabalho, só serão jeto, especialmente no que se refere à unidade
destacados os dispositivos relativos a incorpo- do adquirente e às partes comuns, modificar as
rações imobiliárias. especificações, ou desviar-se do plano da cons-
trução, salvo autorização unânime dos interes-
6.2 – DAS INCORPORAÇÕES sados ou exigência legal;
Após a concessão do “habite-se” pela
Incorporação imobiliária é a atividade autoridade administrativa, o incorporador
exercida com o intuito de promover e realizar deverá requerer a averbação da construção
a construção, para alienação total ou parcial, das edificações, para efeito de individuali-
de edificações ou conjunto de edificações com- zação e discriminação das unidades, res-
postas de unidades autônomas. pondendo perante os adquirentes pelas per-
Incorporador é a pessoa física ou jurídica, das e danos que resultem da demora no
que embora não efetuando a construção, com- cumprimento dessa obrigação.
promisse ou efetive a venda de frações ideais de
terreno objetivando a vinculação de tais frações a 6.2.1. Da Construção de Edificação em
unidades autônomas, ou que meramente aceite Condomínio
propostas para efetivação de tais transações, co-
ordenando e levando a termo a incorporação. A construção de imóveis, objeto de in-
O incorporador somente poderá nego- corporação, poderá ser contratada sob o regi-
ciar sobre unidades autônomas após ter arqui- me de empreitada ou de administração.
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Poderá ser designada, no contrato de da obra e a data em que se iniciará efetivamen-


construção ou eleita em assembléia, uma Co- te a obra.
missão de Representantes, composta de no Em toda publicidade ou propaganda es-
mínimo três membros escolhidos entre os con- crita destinada a promover a venda de incor-
tratantes, para representá-los junto ao constru- poração com construção pelo regime de ad-
tor ou ao incorporador, em tudo que interes- ministração em que conste preço, serão discri-
sar ao bom andamento da obra. minados explicitamente o preço da fração ide-
Cada contratante da construção só será al de terreno e o montante do orçamento atua-
imitido na posse de sua unidade se estiver em lizado do custo da construção, com a indica-
dia com as obrigações assumidas, exercendo o ção do mês a que se refere o dito orçamento,
construtor, o incorporador ou o condomínio o dispensada essa exigência nos anúncios “classi-
direito de retenção sobre a respectiva unidade. ficados” dos jornais.

6.2.1.1. Da Construção por Empreitada 6.2.2 . Das Infrações


Nas incorporações em que a construção
seja feita pelo regime de empreitada, esta po- Pode-se estipular no contrato que a falta
derá ser a preço fixo, ou a preço reajustável de pagamento, por parte do adquirente ou con-
por índices previamente determinados. Na tratante, de três prestações do preço da cons-
empreitada a preço fixo, o preço da constru- trução, depois de prévia notificação com o
ção será irreajustável, independentemente das prazo de dez dias para purgação da mora, im-
variações que sofrer o custo efetivo das obras plique na rescisão do contrato, e que, na falta
e qualquer que sejam suas causas. Na empreita- de pagamento, pelo débito respondem os di-
da a preço reajustável, o preço fixado no con- reitos à respectiva fração ideal de terreno e à
trato será reajustado na forma e nas épocas nele parte construída adicionada.
expressamente previstas, em função da varia- Não purgada a mora o prazo de dez dias
ção dos índices adotados, também previstos poderá ser promovida, em leilão público, a
obrigatoriamente no contrato. venda da quota de terreno.
Em toda a publicidade ou propaganda O contrato poderá dispor que o valor das
escrita, destinada a promover a venda de in- prestações pagas com atraso seja corrigível em
corporação com construção pelo regime de função da variação do índice geral de preços
empreitada reajustável, em que conste preço, que reflita as oscilações do poder aquisitivo da
serão discriminados explicitamente o preço da moeda nacional.
fração ideal do terreno e o preço da constru- É crime contra a economia popular
ção, com indicação expressa da reajustabilida- promover incorporação, fazendo, em propos-
de, dispensada essa exigência nos anúncios ta, contratos, prospectos ou comunicação ao
“classificados” dos jornais. público, afirmação falsa sobre a construção do
condomínio, alienação das frações ideais do
6.2.1.2. Da Construção por Administração terreno ou sobre a construção das edificações,
Nas incorporações em que a construção punível com pena de reclusão de um a quatro
for contratada pelo regime de administração, anos e multa.
também chamado “a preço de custo”, será de Na mesma pena incorre também o cor-
responsabilidade dos proprietários ou adqui- retor de imóveis, o incorporador, o constru-
rentes o pagamento do custo integral de obra. tor, os diretores ou gerentes de empresa incor-
No regime de construção por adminis- poradora, corretora ou construtora que, em
tração, será obrigatório constar do respectivo contrato, publicidade ou comunicação ao pú-
contrato o montante do orçamento do custo blico fizerem afirmação falsa sobre a constitui-
78 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

ção do condomínio, alienação das frações ide- Somente será admitido o parcelamento
ais ou sobre a construção das edificações, ou do solo para fins urbanos em zonas urbanas,
que usar, ainda que a título de empréstimo, em de expansão urbana ou de urbanização especí-
proveito próprio ou de terceiros, bens ou ha- fica, assim definidas pelo plano diretor ou apro-
veres destinados a incorporação contratada por vadas por lei municipal.
administração, sem prévia autorização dos in- É proibido o parcelamento do solo ur-
teressados. bano, enquanto não solucionados os proble-
mas, em terrenos alagadiços e sujeitos a inun-
7. LEI No 6.766, DE 19 DE dações, que tenham sido aterrados com mate-
DEZEMBRO DE 1979 rial nocivo à saúde pública, com declividade
Dispõe sobre o Parcelamento do Solo igual ou superior a trinta por cento Também
Urbano e dá outras Providências não será permitido o parcelamento do solo em
terrenos onde as condições geológicas não
O parcelamento do solo urbano poderá aconselham a edificação ou em áreas de pre-
ser feito mediante loteamento ou desmembra- servação ecológica.
mento. A lei municipal definirá os prazos para
Considera-se loteamento a subdivisão de que um projeto de parcelamento apresentado
gleba em lotes destinados a edificação, com seja aprovado ou rejeitado e para que as obras
abertura de novas vias de circulação, de logra- executadas sejam aceitas ou recusadas. Trans-
douros públicos ou prolongamento, modifica- corridos os prazos sem a manifestação do Po-
ção ou ampliação das vias existentes. der Público, o projeto será considerado rejei-
Considera-se desmembramento a subdi- tado ou as obras recusadas, assegurada a inde-
visão de gleba em lotes destinados a edifica- nização por eventuais danos derivados da
ção, com aproveitamento do sistema viário omissão. Nos Municípios cuja legislação for
existente, desde que não implique na abertura omissa, os prazos serão de noventa dias para a
de novas vias e logradouros públicos, nem no aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a
prolongamento, modificação ou ampliação dos aceitação ou recusa fundamentada das obras
já existentes. de urbanização.
Considera-se lote o terreno servido de in- Aprovado o projeto de loteamento ou
fra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos de desmembramento, o loteador deverá sub-
índices urbanísticos definidos pelo plano dire- metê-lo ao Registro Imobiliário dentro de
tor ou lei municipal para a zona em que se situe. 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de ca-
Consideram-se infra-estrutura básica os ducidade da aprovação. Juntamente com o
equipamentos urbanos de escoamento das pedido deverá apresentar os documentos de
águas pluviais, iluminação pública, redes de es- comprovação da propriedade do terreno; de
goto sanitário e abastecimento de água potá- inexistência de débitos de impostos, protesto
vel, e de energia elétrica pública e domiciliar e de títulos, ações cíveis e criminais e de ônus reais
as vias de circulação pavimentadas ou não. relativos ao imóvel e aos alienantes; cópia do
Nas zonas habitacionais declaradas por ato de aprovação do loteamento e comprovan-
lei como de interesse social (ZHIS), a infra-es- te do termo de verificação da execução das
trutura básica dos parcelamentos situados con- obras exigidas; exemplar do contrato-padrão
sistirá, no mínimo, de vias de circulação, esco- de promessa de venda, ou de cessão ou de pro-
amento das águas pluviais, rede para o abaste- messa de cessão.
cimento de água potável, e soluções para o es- No Registro de Imóveis far-se-á o regis-
gotamento sanitário e para a energia elétrica tro do loteamento, com uma indicação para
domiciliar. cada lote, a averbação das alterações, a abertu-
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

ra de ruas e praças e as áreas destinadas a espa- mento em separado, declarando-se o núme-


ços livres ou a equipamentos urbanos. ro do registro do loteamento, o valor da ces-
O processo de loteamento e os contra- são e a qualificação do cessionário, para o
tos depositados em cartório poderão ser exa- devido registro. A cessão independe da anu-
minados por qualquer pessoa, a qualquer tem- ência do loteador, mas, em relação a este, seus
po, independentemente do pagamento de efeitos só se produzem depois de cientifica-
custas ou emolumentos, ainda que a título de do, por escrito, pelas partes ou quando regis-
busca. trada a cessão.
São irretratáveis os compromissos de Vencida e não paga a prestação, o con-
compra e venda, cessões e promessas de ces- trato será considerado rescindido trinta dias
são, os que atribuam direito a adjudicação com- depois de constituído em mora o devedor.
pulsória e, estando registrados, confiram direi- Nesse caso, a requerimento do credor, o deve-
to real oponível a terceiros. dor-adquirente será intimado a satisfazer as
Os compromissos de compra e ven- prestações vencidas e as que se vencerem até a
da, as cessões e as promessas de cessão data do pagamento, os juros convencionados
valerão como título para o registro da pro- e as custas de intimação. Purgada a mora, con-
priedade do lote adquirido, quando acom- valescerá o contrato.
panhados da respectiva prova de quitação. Permanecendo a inadimplência, de posse
Se aquele que se obrigou a concluir con- da certidão de não haver sido feito o pagamen-
trato de promessa de venda ou de cessão não to em cartório, o vendedor requererá ao oficial
cumprir a obrigação, o credor poderá notifi- do registro o cancelamento da averbação.
car o devedor para outorga do contrato ou Em qualquer caso de rescisão por
oferecimento de impugnação no prazo de 15 inadimplemento do adquirente, as benfeitori-
(quinze) dias, sob pena de proceder-se ao re- as necessárias ou úteis por ele levadas a efeito
gistro do pré-contrato, passando as relações no imóvel deverão ser indenizadas, sendo de
entre as partes a serem regidas pelo contrato- nenhum efeito qualquer disposição contratual
padrão. Nesse caso, terão o mesmo valor de em contrário. Não serão indenizadas as benfei-
pré-contrato a promessa de cessão, a proposta torias feitas em desconformidade com o con-
de compra, a reserva de lote ou qualquer ou- trato ou com a lei.
tro instrumento, do qual conste a manifestação Ocorrendo o cancelamento do regis-
da vontade das partes, a indicação do lote, o tro por inadimplemento do contrato e ten-
preço e modo de pagamento, e a promessa de do havido o pagamento de mais de um ter-
contratar. ço do preço ajustado, o oficial do registro
Aquele que adquirir a propriedade lo- de imóveis mencionará este fato no ato do
teada mediante ato inter vivos, ou por suces- cancelamento e a quantia paga; somente será
são causa mortis, sucederá o transmitente em efetuado novo registro relativo ao mesmo
todos os seus direitos e obrigações, ficando lote, se for comprovada a restituição do
obrigado a respeitar os compromissos de valor pago pelo vendedor ao titular do re-
compra e venda ou as promessas de cessão, gistro cancelado, ou mediante depósito em
em todas as suas cláusulas, sendo nula qual- dinheiro à sua disposição junto ao Registro
quer disposição em contrário, ressalvo o di- de Imóveis.
reito do herdeiro ou legatário de renunciar à É proibido vender ou prometer vender
herança ou ao legado. parcela de loteamento ou desmembramento
O contrato particular pode ser transfe- não registrado. Verificado que o loteamento ou
rido por simples trespasse, lançado no verso desmembramento não está registrado, deverá
das vias em poder das partes, ou por instru- o adquirente do lote notificar o loteador para
80 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

suprir a falta, suspendendo o pagamento, ao 8. LEI Nº 8.078, DE 11 DE


loteador, das prestações restantes, mas efetu- SETEMBRO DE 1990
ando o depósito delas junto ao Registro de Dispõe sobre a proteção do consumidor
Imóveis competente. Regularizado o loteamen-
to pelo loteador, este poderá levantar as pres- 8.1 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS
tações depositadas em cartório.
Será nula de pleno direito a cláusula de Consumidor é a pessoa que adquire
rescisão de contrato por inadimplemento do mercadorias, riquezas e serviços para uso pró-
adquirente, quando o loteamento não estiver prio ou de sua família. Portanto, Consumidor
regularmente inscrito. é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
Constitui crime contra a Administra- utiliza produto ou serviço como destinatário
ção Pública dar início, ou efetuar loteamen- final.
to ou desmembramento do solo para fins Destinatário final é aquele que adquire
urbanos sem autorização do órgão público um produto ou serviço para utilizar em uso
competente, em desacordo com as disposi- próprio, que não revende o produto para ou-
ções legais ou sem a observância das deter- trem, nem o aplica na produção de outros
minações constantes do ato administrativo produtos.
de licença. Da mesma forma, constitui cri- Equipara-se a consumidor a coletivida-
me fazer, ou veicular em proposta, contra- de de pessoas que haja intervindo nas relações
to, prospecto ou comunicação ao público de consumo, ainda que indetermináveis. Esta
ou a interessados, afirmação falsa sobre a última definição é uma exação jurídica deno-
legalidade de loteamento ou desmembra- minada consumidor por equiparação.
mento do solo para fins urbanos, ou ocul- Fornecedor é toda pessoa física ou jurí-
tar fraudulentamente fato a ele relativo. Em dica que desenvolvem atividade de produção,
ambos os casos a pena é de reclusão, de montagem, criação, construção, transforma-
um a quatro anos, e multa. ção, importação, exportação, distribuição ou
A pena será aumentada de um a cinco comercialização de produtos ou prestação de
anos, e multa, se o crime é cometido por meio serviços.
de venda, promessa de venda ou reserva de Produto é qualquer bem, móvel ou imó-
lote não registrado no Registro de Imóveis vel, material ou imaterial.
competente ou com inexistência de título legí- Serviço é qualquer atividade fornecida no
timo de propriedade do imóvel loteado ou mercado de consumo, mediante remuneração,
desmembrado. inclusive as de natureza bancária, financeira, de
Quem, de qualquer modo, concorrer para a crédito e securitária, salvo as decorrentes das
prática das condutas acima citadas incidirá nas relações de caráter trabalhista.
penas cominadas, considerados em especial os O Código do Consumidor estabelece
atos praticados na qualidade de mandatário de normas visando a proteção e defesa do con-
loteador, diretor ou gerente de sociedade. sumidor, da ordem pública e do interesse
Aquele que registrar loteamento ou des- social.
membramento não aprovado pelos órgãos É de vital importância o conhecimento
competentes, registrar o compromisso de com- de alguns conceitos e regras que regem o direi-
pra e venda, a cessão ou promessa de cessão to do consumidor, pois o Corretor de Imó-
de direitos, ou efetuar registro de contrato de veis é um fornecedor de serviços com caracte-
venda de loteamento ou desmembramento não rísticas bem particulares uma vez que fornece
registrado será apenado com detenção de um seus serviços profissionais tanto ao vendedor
a dois anos, e multa. quanto ao comprador.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 81
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

8.2 – DA RESPONSABILIDADE PELO les decorrentes da disparidade com as indica-


FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO ções constantes da oferta ou mensagem pu-
blicitária.
Não raro ocorre de o produto ou servi- Ocorrendo o vício e não sendo ele sa-
ço causar danos às pessoas. Neste caso o fabri- nado no prazo máximo de trinta dias, pode o
cante, o produtor, o construtor, e o importa- consumidor exigir, alternativamente e à sua es-
dor respondem de modo objetivo. colha a substituição do produto por outro da
A responsabilidade objetiva independe mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
da averiguação da culpa e só é excluída se pro- a restituição imediata da quantia paga, mone-
vada a inexistência do defeito, que não foi co- tariamente atualizada, sem prejuízo de eventu-
locado o produto no mercado ou que a culpa ais perdas e danos; ou o abatimento propor-
é exclusiva do consumidor ou de terceiro. cional do preço. O prazo de trinta dias pode
Considera-se o produto defeituoso quan- ser reduzido a sete dias ou dilatado até 180
do não oferece a segurança que dele legitima- dias, desde que as partes assim estipulem.
mente se espera. Não é considerado defeituo- O fornecedor de serviços responde pe-
so pelo fato de outro de melhor qualidade ter los vícios de qualidade que os tornem impró-
sido colocado no mercado. prios ao consumo ou lhes diminuam o valor,
O fornecedor de serviços responde, in- assim como por aqueles decorrentes da dispa-
dependentemente da existência de culpa, pela ridade com as indicações constantes da oferta
reparação dos danos causados aos consumido- ou mensagem publicitária, podendo o consu-
res por defeitos relativos à prestação dos ser- midor exigir, alternativamente e à sua escolha:
viços, bem como por informações insuficien-
tes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. • a reexecução dos serviços, sem custo
O serviço é defeituoso quando não fornece a adicional e quando cabível;
segurança que o consumidor dele pode espe- • a restituição imediata da quantia paga,
rar. O serviço não é considerado defeituoso monetariamente atualizada, sem prejuí-
pela adoção de novas técnicas. zo de eventuais perdas e danos,
O fornecedor de serviços só não será • o abatimento proporcional do preço.
responsabilizado quando provar que, tendo
prestado o serviço, o defeito inexiste ou que o A reexecução dos serviços poderá ser
defeito decorre de culpa exclusiva do consu- confiada a terceiros devidamente capacitados,
midor ou de terceiro. por conta e risco do fornecedor.
Os profissionais liberais são exceção A ignorância do fornecedor sobre os
à regra da responsabilidade objetiva, vez vícios de qualidade por inadequação dos pro-
que sua responsabilidade pessoal deve ser dutos e serviços não o exime de responsabi-
apurada mediante a verificação de culpa. lidade.

8.3 – DA RESPONSABILIDADE POR 8.4 – DA DECADÊNCIA E DA


VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO PRESCRIÇÃO

Os fornecedores de produtos de con- O direito de reclamar pelos vícios apa-


sumo duráveis ou não duráveis respondem so- rentes ou de fácil constatação caduca em trinta
lidariamente pelos vícios de qualidade ou dias, tratando-se de fornecimento de serviço e
quantidade que os tornem impróprios ou ina- de produtos não duráveis, noventa dias, tratan-
dequados ao consumo a que se destinam ou do-se de fornecimento de serviço e de produ-
lhes diminuam o valor, assim como por aque- tos duráveis.
82 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

A reclamação comprovadamente formu- superstição, se aproveite da deficiência de julga-


lada pelo consumidor perante o fornecedor de mento e experiência da criança, desrespeita va-
produtos e serviços até a resposta negativa lores ambientais, ou que seja capaz de induzir o
correspondente, transmitida de forma inequí- consumidor a se comportar de forma prejudi-
voca, obsta a decadência do direto de recla- cial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
mar dos vícios aparentes. A publicidade é enganosa por omissão
No caso de vício oculto, o prazo deca- quando deixar de informar sobre dado essen-
dencial inicia-se no momento em que ficar evi- cial do produto ou serviço.
denciado o defeito. O ônus da prova da veracidade e corre-
Prescreve em cinco anos a pretensão à ção da informação ou comunicação publicitá-
reparação pelos danos causados por fato do ria cabe a quem as patrocina.
produto ou do serviço, iniciando-se a conta-
gem do prazo a partir do conhecimento do 8.5.3. Das Práticas Abusivas
dano e de sua autoria.
É vedado ao fornecedor de produtos ou
8.5 – DAS PRÁTICAS COMERCIAIS serviços, dentre outras práticas consideradas
abusivas:
8.5.1. Da Oferta
• praticar a venda casada, ou seja, condici-
Toda informação ou publicidade ofere- onar o fornecimento de produto ou de
cendo ou apresentando produtos ou serviços serviço ao fornecimento de outro pro-
obriga o fornecedor que a fizer ou dela se utili- duto ou serviço;
zar a integrar o contrato que vier a ser celebra- • limitar quantitativamente sem justa causa,
do. A oferta e apresentação de produtos ou ou recusar atendimento às demandas dos
serviços devem assegurar informações corre- consumidores, na exata medida de suas
tas, claras, sobre as características, qualidades, disponibilidades de estoque e, ainda, de
quantidade, composição, preço, garantia, pra- conformidade com os usos e costumes;
zos de validade e origem, bem como sobre os • enviar ou entregar ao consumidor qual-
riscos que apresentam à saúde e segurança dos quer produto ou serviço sem solicitação
consumidores. prévia;
• prevalecer-se da fraqueza ou ignorância
8.5.2. Da Publicidade do consumidor para impingir-lhe seus
produtos ou serviços. Os serviços pres-
A publicidade deve ser veiculada de tal tados e os produtos remetidos ou entre-
forma que o consumidor, fácil e imediatamen- gues ao consumidor sem a sua solicita-
te, a identifique como tal, sendo proibida toda ção, equiparam-se às amostras grátis, ine-
publicidade enganosa ou abusiva. xistindo obrigação de pagamento;
É enganosa qualquer modalidade de in- • repassar informação depreciativa, refe-
formação ou comunicação de caráter publi- rente a ato praticado pelo consumidor
citário, capaz de induzir em erro o consumi- no exercício de seus direitos;
dor a respeito da natureza, características, qua- • colocar no mercado de consumo qual-
lidade, quantidade, propriedades, origem, quer produto ou serviço em desacordo
preço e quaisquer outros dados sobre produ- com as normas técnicas convencionadas;
tos e serviços. • recusar a venda de bens ou a prestação de
É abusiva a publicidade discriminatória, serviços, diretamente a quem se disponha
a que incite à violência, explore o medo ou a a adquiri-los mediante pronto pagamento;
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 83
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

• elevar sem justa causa o preço de produ- se forem redigidos de modo a dificultar a com-
tos ou serviços; preensão de seu sentido e alcance. As cláusulas
• deixar de estipular prazo para o cumpri- contratuais serão interpretadas de maneira mais
mento de sua obrigação ou deixar a fixa- favorável ao consumidor.
ção de seu termo inicial a seu exclusivo As declarações de vontade constantes de
critério; escritos particulares, recibos e pré-contratos
• aplicar fórmula ou índice de reajuste di- relativos às relações de consumo vinculam o
verso do legal ou contratualmente esta- fornecedor.
belecido. O consumidor pode desistir do contra-
to, no prazo de sete dias a contar de sua assina-
O fornecedor de serviço será obrigado a tura ou do ato de recebimento do produto ou
entregar ao consumidor orçamento prévio dis- serviço, sempre que a contratação de forneci-
criminando o valor da mão-de-obra, dos mate- mento de produtos e serviços ocorrer fora do
riais e equipamentos a serem empregados, as estabelecimento comercial, especialmente por
condições de pagamento, bem como as datas telefone ou a domicílio. Se o consumidor exer-
de início e término dos serviços. Salvo estipula- citar o direito de arrependimento, os valores
ção em contrário, o valor orçado terá validade eventualmente pagos, a qualquer título, duran-
pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi- te o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
mento pelo consumidor. Uma vez aprovado imediato, monetariamente atualizados.
pelo consumidor, o orçamento obriga os con- A garantia contratual é complementar à
traentes e somente pode ser alterado mediante legal e será conferida mediante termo escrito.
livre negociação das partes. O consumidor não
responde por quaisquer ônus ou acréscimos de- 8.6.1. Das Cláusulas Abusivas
correntes da contratação de serviços de tercei-
ros não previstos no orçamento prévio. São nulas de pleno direito, entre outras,
as cláusulas contratuais relativas ao fornecimen-
8.5.4. Da Cobrança de Dívidas to de produtos e serviços que:

Na cobrança de débitos, o consumidor • impossibilitem, exonerem, atenuem ou


inadimplente não será exposto a ridículo, nem transfiram a responsabilidade do forne-
será submetido a qualquer tipo de constran- cedor por vícios de qualquer natureza dos
gimento ou ameaça. O consumidor cobrado produtos e serviços;
em quantia indevida tem direito à repetição • subtraiam ao consumidor a opção de re-
do indébito, por valor igual ao dobro do que embolso da quantia já paga;
pagou em excesso, acrescido de correção • estabeleçam inversão do ônus da prova
monetária e juros legais, salvo hipótese de em prejuízo do consumidor;
engano justificável. • determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
8.6 – DA PROTEÇÃO CONTRATUAL • deixem ao fornecedor a opção de con-
cluir ou não o contrato, embora obrigan-
O Conselho de Defesa do Consumidor do o consumidor;
(CDC) protege o consumidor antes, quando e • autorizem o fornecedor a modificar uni-
após a elaboração do contrato. lateralmente o conteúdo ou a qualidade
Os contratos não obrigarão o consumi- do contrato, após sua celebração;
dor, se não lhe foi dada a oportunidade de to- • possibilitem a renúncia do direito de in-
mar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou denização por benfeitorias necessárias.
84 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

A nulidade de uma cláusula contratual creva, resumidamente, o que vem a ser a in-
abusiva não invalida o contrato, exceto quan- corporação imobiliária.
do de sua ausência, apesar dos esforços de in- ________________________________________
tegração, decorrer ônus excessivo a qualquer ________________________________________
das partes.
As multas de mora decorrentes do b) Outra questão certa de provas e avaliações:
inadimplemento de obrigações no seu termo quem pode ser incorporador?
não poderão ser superiores a dois por cento ________________________________________
do valor da prestação. ________________________________________
É assegurado ao consumidor a liquida-
ção antecipada do débito, total ou parcialmen- c) O anúncio de incorporação, de loteamentos
te, mediante redução proporcional dos juros e e de condomínios para venda somente pode
demais acréscimos. ser feito mediante quais providências do em-
Nos contratos de compra e venda de presário?
móveis ou imóveis mediante pagamento em ________________________________________
prestações, bem como nas alienações fiduciári- ________________________________________
as em garantia, consideram-se nulas de pleno
direito às cláusulas que estabeleçam a perda d) Para lotear uma gleba o empresário deverá
total das prestações pagas em benefício do cre- obedecer disposições de que lei?
dor que, em razão do inadimplemento, pleite- ________________________________________
ar a resolução do contrato e a retomada do ________________________________________
produto alienado.

8.6.2. Dos Contratos de Adesão

Contrato de adesão é aquele cujas cláu-


sulas foram unilateralmente colocadas pelo for-
necedor de produtos ou serviços, sem que o
consumidor possa discutir ou modificar subs-
tancialmente seu conteúdo. As cláusulas que
implicarem limitação de direito do consumi-
dor deverão ser redigidas com destaque, per-
mitindo sua imediata e fácil compreensão.

a) A “incorporação imobiliária”, regulada


pela Lei nº 4.591, de 16/12/1964 e modifi-
cações posteriores, é de grande importân-
cia para os corretores de imóveis, havendo
algumas empresas que se especializam nes-
sa atividade. Pesquise em sua apostila e es-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 85
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

9 - LEI No 8.245, DE 18 DE registro da venda ou do compromisso, pre-


OUTUBRO DE 1991 sumindo - se, após esse prazo, a concordân-
Dispõe sobre as locações dos imóveis cia na manutenção da locação.
urbanos e os procedimentos a elas A locação também poderá ser desfei-
pertinentes. ta por mútuo acordo; em decorrência da
prática de infração legal ou contratual; em
9.1 – DA LOCAÇÃO EM GERAL decorrência da falta de pagamento do alu-
guel e demais encargos; ou para a realiza-
A locação de imóvel urbano regula - se ção de reparações urgentes determinadas
pelo disposto nesta lei. A locação pode ser pelo Poder Público.
residencial e não residencial. São reguladas É livre a convenção do aluguel, mas não
pelo Código Civil ou leis especiais os imó- pode ser estipulado em moeda estrangeira, nem
veis públicos, as garagens autônomas, os es- vinculado à variação cambial ou ao salário mí-
paços destinados à publicidade, os “apart- nimo. Só pode ser cobrado adiantadamente em
hotéis”, hotéis. caso de locação por temporada, ou se não foi
As partes podem ajustar um contrato dada garantia.
de locação por qualquer prazo, dependen- O aluguel está sujeito aos reajustes por
do de autorização conjugal, se igual ou su- vontade das partes, mas não havendo acor-
perior a dez anos. Ausente a vênia conjugal, do pode ocorrer reajuste judicial, a cada
o cônjuge não estará obrigado a observar três anos.
o prazo excedente.
Durante o prazo estipulado para a dura- O locador é obrigado:
ção do contrato, não poderá o locador reaver
o imóvel alugado, mas o locatário poderá de- • a entregar ao locatário o imóvel aluga-
volvê-lo, pagando a multa pactuada ou judici- do em estado de servir ao uso a que se
almente estipulada. destina;
A ação do locador para reaver o imóvel • a garantir o uso pacífico do imóvel lo-
é a de despejo. cado, responder pelos vícios ou defei-
O locatário poderá denunciar a locação tos anteriores à locação;
por prazo indeterminado mediante aviso por • fornecer ao locatário descrição minu-
escrito ao locador, com antecedência mínima ciosa do estado do imóvel quando de
de trinta dias. sua entrega;
Se o imóvel for alienado durante a lo- • fornecer ao locatário recibo discri-
cação, o adquirente poderá denunciar o minado dos pagamentos, pagar as
contrato, com o prazo de noventa dias para taxas de administração imobiliária e
a desocupação, salvo se a locação for por de intermediações, inclusiva as des-
tempo determinado e o contrato contiver pesas necessárias à aferição da ido-
cláusula de vigência em caso de alienação neidade do pretendente ou de seu
e estiver averbado junto à matrícula do fiador;
imóvel. • pagar os impostos, taxas e o de seguro,
Idêntico direito terá o promissário salvo disposição expressa em contrá-
comprador e o promissário cessionário, em rio no contrato;
caráter irrevogável, com imissão na posse do • pagar as despesas extraordinárias de
imóvel e título registrado junto à matrícula condomínio, sendo estas as despesas
do mesmo. A denúncia deverá ser exercita- que não se refiram aos gastos rotinei-
da no prazo de noventa dias contados do ros de manutenção do edifício.
86 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

O locatário é obrigado a: O locatário preterido no seu direito de


preferência poderá reclamar do alienante as
• pagar pontualmente o aluguel e os en- perdas e danos ou, depositando o preço e de-
cargos da locação; mais despesas do ato de transferência, haver
• servir - se do imóvel para o uso con- para si o imóvel locado. O prazo para tal é de
vencionado ou presumido e tratá-lo seis meses, a contar do registro do ato no car-
com o mesmo cuidado como se fosse tório de imóveis, desde que o contrato de lo-
seu; cação esteja averbado pelo menos trinta dias
• restituir o imóvel no estado em que o antes da alienação do imóvel.
recebeu, salvo as deteriorações decor- Havendo condomínio no imóvel, a pre-
rentes do seu uso normal; ferência do condômino terá prioridade sobre
• não modificar a forma interna ou ex- a do locatário.
terna do imóvel sem o consentimento O locador pode exigir do locatário, como
prévio e por escrito do locador; garantia, a prestação de caução, fiança, ou segu-
• pagar as despesas de telefone e de con- ro de fiança locatícia, sendo vedada mais de uma
sumo de força, luz e gás, água e esgoto; modalidade de garantia num mesmo contrato
• permitir a vistoria do imóvel pelo lo- de locação. Salvo disposição contratual em con-
cador, cumprir integralmente a conven- trário, qualquer das garantias da locação se es-
ção de condomínio e os regulamentos tende até a efetiva devolução do imóvel.
internos; Não estando a locação garantida por
• pagar o prêmio do seguro de fiança; qualquer das modalidades, o locador poderá
• pagar as despesas ordinárias de condo- exigir do locatário o pagamento do aluguel e
mínio, sendo estas as despesas necessá- encargos até o sexto dia útil do mês vincendo.
rias à sua administração. Constitui contravenção penal exigir o
pagamento de quantia ou valor além do alu-
Convencionado que cabe ao locatário guel e encargos permitidos, exigir mais de uma
a responsabilidade pelo pagamento dos tri- modalidade de garantia num mesmo contrato
butos, encargos e despesas ordinárias de con- de locação, e cobrar antecipadamente o aluguel,
domínio, o locador poderá cobrar tais ver- salvo os casos de locação para temporada ou
bas juntamente com o aluguel do mês a que locação sem garantia.
se refiram.
No caso de venda, promessa de venda, 9.2 – DA LOCAÇÃO RESIDENCIAL
cessão ou promessa de cessão de direitos ou
dação em pagamento, o locatário tem prefe- Nas locações ajustadas por escrito e por
rência para adquirir o imóvel locado, em igual- prazo igual ou superior a trinta meses, a reso-
dade de condições com terceiros. Nesse caso lução do contrato ocorrerá findo o prazo esti-
deve o locador cientificar o locatário através pulado, independentemente de notificação ou
de notificação judicial, extrajudicial ou outro aviso. Findo o prazo ajustado, se o locatário
meio de ciência inequívoca. continuar na posse do imóvel alugado por mais
O direito de preferência do locatário de trinta dias sem oposição do locador, presu-
deverá ser exercido de maneira inequívoca no mir - se - á prorrogada a locação por prazo
prazo de trinta dias. Não se aplica o direito indeterminado, mantidas as demais cláusulas e
de preferência nos casos de perda da propri- condições do contrato. Ocorrendo a prorro-
edade ou venda por decisão judicial, permu- gação, o locador poderá denunciar o contrato
ta, doação, integralização de capital, cisão, a qualquer tempo, concedido o prazo de trinta
fusão e incorporação. dias para desocupação.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 87
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Quando ajustada verbalmente ou por não mais sendo exigível o pagamento anteci-
escrito e como prazo inferior a trinta meses, pado do aluguel e dos encargos.
findo o prazo estabelecido, a locação prorro-
ga - se automaticamente, por prazo indetermi- 9.4 – DA LOCAÇÃO NÃO
nado. Nesse caso, somente pode ser retomado RESIDENCIAL
o imóvel:
Na locação comercial, o locatário terá
• nos casos de mútuo acordo das partes; direito à renovação do contrato, caso tenha
• decorrentes da prática de infração le- sido ele celebrado por escrito e com prazo
gal ou contratual, determinado. Nesse caso o prazo mínimo do
• decorrentes da falta de pagamento do contrato a renovar ou a soma dos prazos inin-
aluguel e demais encargos; terruptos dos contratos escritos deve ser de
• para a realização de reparações urgen- cinco anos, e esteja o locatário explorando seu
tes determinadas pelo Poder Público; comércio, no mesmo ramo, pelo prazo míni-
• decorrentes de extinção do contrato de mo e ininterrupto de três anos.
trabalho, Ação renovatória é a modalidade da ação
• se a ocupação do imóvel pelo locatá- destinada a fazer valer o direto de renovação
rio estiver relacionada com o seu em- do contrato locatício, e deve ser proposta no
prego; interregno de um ano, no máximo, até seis
• se for pedido para uso próprio, de seu meses, no mínimo, anteriores à data da finali-
cônjuge ou companheiro, ou para uso zação do prazo do contrato em vigor.
residencial de ascendente ou descenden- O locador não estará obrigado a reno-
te que não disponha, assim como seu var o contrato se:
cônjuge ou companheiro, de imóvel re-
sidencial próprio; • por determinação do Poder Público, ti-
• se a vigência ininterrupta da locação ul- ver que realizar no imóvel, obras que im-
trapassar cinco anos. portarem na sua radical transformação;
• o imóvel vier a ser utilizado por ele pró-
9.3 – DA LOCAÇÃO PARA TEMPORADA prio ou para transferência de fundo de
comércio existente há mais de um ano,
Locação para temporada é aquela con- sendo detentor da maioria do capital o
tratada por prazo não superior a noventa dias locador, seu cônjuge, ascendente ou
destinada à residência temporária do locatário, descendente. Nesse caso o imóvel não
para prática de lazer, realização de cursos, tra- poderá ser destinado ao uso do mes-
tamento de saúde, etc. mo ramo do locatário, salvo se a loca-
O locador poderá receber de uma só vez ção também envolvia o fundo de co-
e antecipadamente os aluguéis e encargos, bem mércio, com as instalações e pertences.
como exigir do locatário, como garantia, a
prestação de caução, fiança, ou seguro de fian- Nas locações de imóveis utilizados por
ça locatícia, sendo vedada mais de uma moda- hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, bem como
lidade de garantia num mesmo contrato de lo- de estabelecimento de saúde e de ensino autorizados, o
cação. contrato somente poderá ser rescindido nos
Findo o prazo ajustado, se o locatário casos de mútuo acordo; em decorrência da
permanecer no imóvel sem oposição do loca- prática de infração legal ou contratual; em de-
dor por mais de trinta dias, presumir-se-á pror- corrência da falta de pagamento do aluguel e
rogada a locação por tempo indeterminado, demais encargos; para a realização de repara-
88 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

ções urgentes determinadas pelo Poder Públi- o aluguel adiantado?


co; o proprietário pedir o imóvel para demoli- _________________________________________
ção, edificação, licenciada ou reforma que ve- _________________________________________
nha a resultar em aumento mínimo de cinqüen-
ta por cento da área útil. d) Qual a ação judicial correta para reaver o
Quando o locatário for pessoa jurídica e imóvel ocupado por locatário inadimplente?
o imóvel se destinar ao uso de seus titulares, di- _________________________________________
retores, sócios, gerentes, executivos ou empre- _________________________________________
gados considerar-se-á a locação como sendo não
residencial, de forma que as disposições que se- e) Existem três tipos de garantia locatícia, e a
rão aplicadas são da locação comercial. Lei nº 8.245/91 proíbe a exigência de mais de
Nos demais casos de locação não resi- uma nos contratos de locação. Qual a penali-
dencial, o contrato por prazo determinado dade prevista para o corretor de imóveis que
cessa, de pleno direito, findo o prazo estipula- exigir mais de um tipo de garantia nos contra-
do, independentemente de notificação ou avi- tos de locação?
so. Findo o prazo estipulado, se o locatário _________________________________________
permanecer no imóvel por mais de trinta dias _________________________________________
sem oposição do locador, presumir - se - á pror-
rogada a locação nas condições ajustadas, mas f) Imóvel alugado pode ser vendido. Mas o que
sem prazo determinado. é “direito de preferência” para o locatário?
O contrato de locação por prazo inde- _________________________________________
terminado pode ser denunciado por escrito, _________________________________________
pelo locador, concedidos ao locatário trinta
dias para a desocupação. g) Contratos de aluguel podem ter prazo defi-
nido ou indefinido. Qual a principal caracterís-
tica do imóvel locado com prazo igual ou su-
perior a 30 meses?
_________________________________________
_________________________________________

a) Quem adquirir um imóvel locado tem qual h) Pesquise na sua apostila e defina: para que
prazo para pedir a desocupação do imóvel? serve a Ação Renovatória de Aluguel?
Qual o prazo que o locatário tem para desocu- _________________________________________
par o imóvel? Essas questões estão tratadas na _________________________________________
Lei do Inquilinato.
_________________________________________
_________________________________________

b) Todo corretor de imóveis deve saber isto:


o que significa “denunciar” um contrato de
locação?
_________________________________________
_________________________________________

c) Cobrar aluguel adiantado é proibido por lei.


Em qual situação especial é permitido cobrar
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

10. LEI Nº 6.015, DE 31 DE causarem, por culpa ou dolo, aos interessados


DEZEMBRO DE 1973 no registro.
Dispõe sobre os registros públicos, e dá
outras providências 10.2 – DA PUBLICIDADE

10.1 – DAS ATRIBUIÇÕES Os oficiais e os encarregados das reparti-


ções em que se façam os registros são obriga-
Os registros públicos objetivam confe- dos a lavrar certidão do que lhes for requerido e
rir autenticidade, segurança, publicidade e efi- a fornecer às partes as informações solicitadas.
cácia aos atos jurídicos. Qualquer pessoa pode requerer certidão
São modalidades de registro público: do registro sem informar ao oficial ou ao fun-
cionário o motivo ou interesse do pedido. No
• registro civil de pessoas naturais, caso de recusa ou retardamento na expedição
• o registro civil de pessoas jurídicas, da certidão, o interessado poderá reclamar à
• o registro de títulos e documentos, autoridade competente, que aplicará, se for o
• o registro de imóveis. caso, a pena disciplinar cabível.

Com esse intuito existem os cartórios de 10.3 – DO REGISTRO CIVIL DAS


registro: PESSOAS NATURAIS

• de nascimentos, casamentos e óbitos, a Serão registrados no registro civil de pes-


quem cabe registrar os atos relaciona- soas naturais, os nascimentos, os casamentos,
dos às pessoas naturais; os óbitos, as emancipações, as interdições, as
• de registro de títulos e documentos, a sentenças declaratórias de ausência, as opções
quem cabe registrar os atos relaciona- de nacionalidade, e as sentenças que deferirem
dos às pessoas jurídicas e ao registro a legitimação adotiva.
de títulos e documentos; o Serão averbados, à margem do registro
• de registro de imóveis, a quem cabe re- as sentenças que decidirem a nulidade ou anu-
gistrar os atos relacionados aos imóveis. lação do casamento, a separação, divórcio ou
o restabelecimento da sociedade conjugal, os
O serviço cartorial começará e termina- atos judiciais ou extrajudiciais de reconheci-
rá às mesmas horas em todos os dias úteis, mas mento de filhos ilegítimos, as escrituras de ado-
o de registro civil de pessoas naturais funcio- ção e os atos que a dissolverem, e as alterações
nará todos os dias, sem exceção. ou abreviaturas de nomes.
É nulo o registro lavrado fora das horas Não serão cobrados emolumentos pelo
regulamentares ou em dias em que não houver registro civil de nascimento e pelo assento de
expediente, sendo civil e criminalmente respon- óbito, bem como pela primeira certidão respec-
sável o oficial que der causa à nulidade. tiva. Os reconhecidamente pobres estão isentos
Os Oficiais do Registro terão direito, a tí- de pagamento de emolumentos pelas demais cer-
tulo de remuneração, aos emolumentos fixados tidões extraídas pelo cartório de registro civil.
nos Regimentos de Custas, os quais serão pa-
gos, pelo interessado que os requerer, no ato de 10.4 – DO REGISTRO CIVIL DE
requerimento ou no da apresentação do título. PESSOAS JURÍDICAS
Os oficiais são civilmente responsáveis
por todos os prejuízos que, pessoalmente, ou No registro civil de pessoas jurídicas se-
pelos prepostos ou substitutos que indicarem, rão inscritos os contratos, os atos constituti-
90 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

vos, os estatutos ou compromissos das socie- vel pelos danos decorrentes da anulação do
dades civis, religiosas, pias, morais, científicas registro, ou da averbação, por vício intrínseco
ou literárias, bem como o das fundações e das ou extrínseco do documento, título ou papel,
associações de utilidade pública, as socieda- mas, tão-somente, pelos erros ou vícios no pro-
des civis que revestirem as formas estabeleci- cesso de registro.
das nas leis comerciais, salvo as anônimas, e O oficial será obrigado, quando o apre-
os atos constitutivos e os estatutos dos parti- sentante o requerer, a notificar do registro ou
dos políticos. da averbação os demais interessados que figu-
A existência legal das pessoas jurídicas rarem no título, documento, o papel apresen-
só começa com o registro de seus atos consti- tado, e a quaisquer terceiros que lhes sejam in-
tutivos. dicados, podendo requisitar dos oficiais de re-
gistro em outros Municípios, as notificações
10.5 – DO REGISTRO DE TÍTULOS E necessárias. Por esse processo, também, pode-
DOCUMENTOS rão ser feitos avisos, denúncias e notificações,
quando não for exigida a intervenção judicial.
No Registro de Títulos e Documentos O serviço das notificações e demais diligências
será feita a transcrição dos instrumentos par- poderá ser realizado por escreventes designa-
ticulares, para a prova das obrigações con- dos pelo oficial e autorizados pelo Juiz com-
vencionais de qualquer valor ou, facultativa- petente.
mente, de quaisquer documentos, para sua
conservação. 10.6 – DO REGISTRO DE IMÓVEIS
Para surtir efeitos em relação a terceiros
estão sujeitos a registro no Registro de Títulos No Registro de Imóveis serão feitos o
e Documentos, entre outros, os contratos de registro e a averbação dos títulos ou atos cons-
locação de prédios os contratos de compra e titutivos, declaratórios, translativos e extintos
venda em prestações, com reserva de domínio de direitos reais sobre imóveis reconhecidos
ou não, os de alienação ou de promessas de em lei, inter vivos ou causa mortis, quer para
venda referentes a bens móveis e os de aliena- sua constituição, transferência e extinção, quer
ção fiduciária, as quitações, recibos e contratos para sua validade em relação a terceiros, quer
de compra e venda de automóveis, bem como para a sua disponibilidade.
o penhor destes, os instrumentos de cessão de Nesse sentido serão feitos os registros:
direitos e de créditos, de sub-rogação e de da-
ção em pagamento. • da instituição de bem de família, das hi-
O registro integral dos documentos con- potecas, dos contratos de locação de
sistirá na trasladação dos mesmos, com a mes- prédios, das penhoras, arrestos e seqües-
ma ortografia e pontuação, com referência às tros de imóveis, dos contratos de com-
entrelinhas ou quaisquer acréscimos, alterações, promisso de compra e venda de cessão,
defeitos ou vícios que tiver o original apresen- das incorporações, instituições e conven-
tado, e, bem assim, com menção precisa aos ções de condomínio;
seus característicos exteriores e às formalida- • dos contratos de promessa de venda,
des legais. cessão ou promessa de cessão de unida-
O oficial deverá recusar registro a título des autônomas condominiais, dos lote-
e a documento que não se revistam das forma- amentos urbanos e rurais, da compra e
lidades legais. venda pura e da condicional, da aliena-
O oficial, salvo quando agir de má-fé, ção fiduciária em garantia de coisa imó-
devidamente comprovada, não será responsá- vel etc.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 91
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

• das averbações de extinção dos ônus e 11. LEI Nº 6.530, DE 12 DE MAIO


direitos reais, das cláusulas de inaliena- DE 1978 E SEU INSTRUMENTO.
bilidade, impenhorabilidade e incomu- REGULAMENTADOR, O
nicabilidade impostas a imóveis, do DECRETO Nº 81.871, DE 29 DE
contrato de locação, para os fins de JUNHO DE 1978.
exercício de direito de preferência, da
notificação para parcelamento, edifica- A Lei n.° 6530/78 e o seu instrumento
ção ou utilização compulsórios de imó- regulamentador, o Decreto 81.871/78, regu-
vel urbano etc. lamentam a profissão de Corretor de Imóveis
e disciplinam o funcionamento de seus órgãos
Via de regra todos os atos de registro ou de fiscalização.
averbação previstos no art. 167 da Lei de Re- O exercício da profissão de Corretor de
gistros Públicos são obrigatórios e deverão ser Imóveis será permitido ao possuidor de título
efetuados no território da situação do imóvel. de Técnico em Transações Imobiliárias ou àquele
O registro e a averbação poderão ser inscrito nos termos da Lei nº 4.116/62, desde
provocados por qualquer pessoa, incumbindo- que requeira a revalidação da sua inscrição.
lhe as despesas respectivas. Ao Corretor de Imóveis compete ex-
Em todas as escrituras e em todos os clusivamente exercer a intermediação na com-
atos relativos a imóveis, bem como nas car- pra, venda, permuta e locação de imóveis.
tas de sentença e formais de partilha, o tabe- Pode, ainda, mas não de modo exclusivo, opi-
lião ou escrivão deve fazer referência à ma- nar quanto à comercialização imobiliária.
trícula ou ao registro anterior, seu número e As pessoas jurídicas também poderão
cartório. exercer o que compete ao Corretor de Imó-
Deverá constar obrigatoriamente nas veis, mas o atendimento ao público interessa-
escrituras e nos autos judiciais a indicação do na compra, venda, permuta ou locação de
com precisão, os característicos, as confron- imóvel, somente poderá ser feito por Corre-
tações e as localizações dos imóveis, men- tor de Imóveis inscrito no Conselho Regional
cionando os nomes dos confrontantes e, ain- da jurisdição. As pessoas jurídicas deverão ter
da, quando se tratar só de terreno, se esse como sócio gerente ou diretor um Corretor
fica do lado par ou do lado ímpar do lo- de Imóveis, individualmente inscrito
gradouro, em que quadra e a que distância O exercício simultâneo, temporário ou
métrica da edificação ou da esquina mais definitivo da profissão em área de jurisdição
próxima, exigindo dos interessados a certi- diversa da do Conselho Regional onde foi efe-
dão do registro imobiliário. tuada a inscrição originária do Corretor de
Nenhum registro poderá ser feito Imóveis ou da pessoa jurídica, fica condiciona-
sem que o imóvel a que se referir esteja ma- do à inscrição e averbação profissional nos
triculado. Conselhos Regionais que jurisdicionam as áre-
O registro, enquanto não cancelado, pro- as em que exercerem as atividades.
duz todos os efeitos legais ainda que, por ou- Ao Corretor de Imóveis inscrito será for-
tra maneira, se prove que o título está desfeito, necida Carteira de Identidade Profissional, à
anulado, extinto ou rescindido. pessoa jurídica será fornecido Certificado de
A instituição do bem de família far-se-á Inscrição.
por escritura pública, declarando o institui- O pagamento da anuidade ao Conselho
dor que determinado prédio se destina a do- Regional constitui condição para o exercício
micílio de sua família e ficará isento de execu- da profissão de Corretor de Imóveis e da pes-
ção por dívida. soa jurídica. Deverá a anuidade ser paga até o
92 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

último dia útil do primeiro trimestre de cada A extinção ou perda de mandato de mem-
ano, salvo a primeira, que será devida no ato bro do COFECI e dos CRECI ocorrerá por
da inscrição do Corretor de Imóveis ou da renúncia, por superveniência de causa de que
pessoa jurídica. resulte o cancelamento da inscrição, por con-
O número da inscrição do Corretor de denação a pena superior a dois anos, em virtu-
Imóveis ou da pessoa jurídica constará obriga- de de sentença transitada em julgado, por des-
toriamente de toda propaganda, bem como de tituição de cargo, função ou emprego, mencio-
qualquer impresso relativo à atividade profis- nada à prática de ato de improbidade na admi-
sional. Somente poderá anunciar publicamen- nistração pública ou privada, em virtude de
te o Corretor de Imóveis, pessoa física ou jurí- sentença transitada em julgado, e por ausência,
dica, que tiver contrato escrito de mediação ou sem motivo justificado, a três sessões consecu-
autorização escrita para alienação do imóvel tivas ou seis intercaladas em cada ano.
anunciado. Compete ao Conselho Federal eleger sua
O Conselho Federal (COFECI) e os Con- diretoria; elaborar e alterar seu regimento; ela-
selhos Regionais (CRECI) são autarquias, do- borar o regimento padrão dos Conselhos Regi-
tadas de personalidade jurídica de direito pú- onais e homologá-lo; aprovar o relatório anual,
blico, com autonomia administrativa, operaci- o balanço e as contas de sua diretoria, bem como
onal e financeira. Tem por objetivo a disciplina a previsão orçamentária para o exercício seguinte;
e a fiscalização do exercício da profissão de criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-re-
Corretor de Imóveis, bem como representar, giões; baixar normas de ética profissional; ela-
em juízo ou fora dele, os legítimos interesses borar contrato padrão para os serviços de cor-
da categoria profissional. O COFECI tem retagem de imóveis; fixar as multas, anuidades e
como sede e foro a Capital da República e ju- emolumentos devidos aos Conselhos Regionais;
risdição em todo o território nacional, e cada decidir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos
CRECI tem sede e foro na Capital do Estado Regionais; julgar os recursos das decisões dos
da sua jurisdição. Conselhos; aprovar o relatório anual, o balanço
O COFECI é composto por dois repre- e as contas dos Conselhos Regionais; fiscalizar
sentantes, efetivos e suplentes, de cada Conse- irregularidades e intervir temporariamente nos
lho Regional, eleitos dentre os seus membros. Conselhos Regionais; destituir diretor de Con-
O CRECI é composto por vinte e sete mem- selho Regional, por ato de improbidade no exer-
bros efetivos e igual número de suplentes. cício de suas funções; e baixar resoluções e deli-
O mandato dos membros do COFECI e do berar sobre os casos omissos.
CRECI é de 3 (três) anos, permitida a recon- Compete aos Conselhos Regionais ele-
dução. Somente poderão ser membros do ger sua diretoria; aprovar o relatório anual, o
Conselho Regional os Corretores de Imóveis balanço e as contas de sua diretoria, bem como
com inscrição principal na jurisdição há mais a previsão orçamentária para o exercício se-
de dois anos e que não tenham sido condena- guinte; propor a criação de sub-regiões; homo-
dos por infração disciplinar. logar tabelas de preços de serviços de correta-
Os Conselhos Federal e Regionais serão gem; decidir sobre os pedidos de inscrição de
administrados por uma diretoria, eleita dentre Corretor de Imóveis e de pessoas jurídicas;
os seus membros, composta de um presiden- organizar e manter o registro profissional das
te, dois vice-presidentes, dois secretários e pessoas físicas e jurídicas inscritas; expedir car-
dois tesoureiros. Junto aos Conselhos Fede- teiras profissionais e certificados de inscrição;
ral e Regionais funcionará um Conselho Fiscal, impor as sanções às infrações ético-disciplina-
composto de três membros, efetivos e suplen- res previstas em lei; baixar resoluções, no âm-
tes, eleitos dentre os seus membros. bito de sua competência.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 93
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

São receitas de cada CRECI as anuidades, advertência verbal; censura; multa; suspen-
emolumentos e multas, a renda patrimonial, as são da inscrição, até noventa dias; e cancela-
contribuições voluntárias, e as subvenções e mento da inscrição, com apreensão da car-
dotações orçamentárias. São receitas do COFE- teira profissional.
CI 25% das anuidades e emolumentos arreca- Na determinação da sanção aplicável,
dados pelos Conselhos Regionais, além da ren- orientar-se-á o Conselho pelas circunstân-
da patrimonial, as contribuições voluntárias, e cias de cada caso, de modo a considerar
as subvenções e dotações orçamentárias. leve ou grave a falta. A reincidência na
Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurí- mesma falta determinará a agravação da pe-
dica é vedado transgredir normas de ética pro- nalidade.
fissional fixadas no Código de Ética: A multa poderá ser acumulada com
outra penalidade e, na hipótese de reinci-
• prejudicar, por dolo ou culpa, os inte- dência, aplicar-se-á em dobro. A pena de
resses que lhe forem confiados; suspensão será anotada na Carteira de
• exercer a profissão quando impedido Identidade Profissional do Corretor de
de fazê-lo ou por qualquer meio; Imóveis ou responsável pela pessoa jurídi-
• auxiliar ou facilitar o exercício da pro- ca e se este não a apresentar para que seja
fissão aos não inscritos ou impedidos; consignada a penalidade, o Conselho Re-
• anunciar publicamente proposta de gional poderá convertê-la em cancelamen-
transação a que não esteja autorizado to da inscrição.
através de documento escrito; As penas de advertência, censura ou mul-
• fazer anúncio ou impresso relativo à ati- ta serão comunicadas pelo Conselho Regional
vidade de profissional sem mencionar em ofício reservado, não se fazendo constar
o número de inscrição; dos assentamentos do profissional punido, se-
• anunciar imóvel loteado ou em condo- não em caso de reincidência.
mínio sem mencionar o número de re- Da imposição de qualquer penalida-
gistro do loteamento ou da incorpora- de caberá recurso, com efeito suspensivo,
ção no Registro de Imóveis; ao COFECI. O recurso apresentado pelo
• violar o sigilo profissional; negar aos apenado é denominado voluntário e de-
interessados a prestação de contas ou verá ser interposto no prazo de trinta dias
recibo de quantias ou documentos; a contar da ciência da decisão. Ex officio é
• violar obrigação legal concernente ao o recurso interposto obrigatoriamente
exercício da profissão; praticar, no pelo Presidente do CRECI nos casos de
exercício da atividade profissional, penalidade de suspensão da inscrição, até
ato que a lei defina como crime ou con- 90 (noventa) dias, ou cancelamento da ins-
travenção; crição, com apreensão da carteira profis-
• deixar de pagar contribuição ao CRE- sional.
CI; promover, ou facilitar, a tercei- As instâncias recorridas poderão re-
ros transações ilícitas ou que por qual- considerar suas próprias decisões, mas será
quer forma prejudiquem interesses de o COFECI a última e definitiva instância nos
terceiros; assuntos relacionados com a profissão e seu
• recusar a apresentação de Carteira de exercício.
Identidade Profissional, quando couber A suspensão por falta de pagamento de
anuidades, emolumentos ou multas só cessará
As sanções disciplinares aplicáveis aos com a satisfação da dívida, podendo ser can-
Corretores de Imóveis e pessoas jurídicas são celada a inscrição.
94 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

12. RESOLUÇÃO-COFECI rão em domingos, sábados, feriados e dias de


Nº 146/82 ponto facultativo, mas não começarão nem ter-
Aprova o Código de Processo Disciplinar minarão nesses dias e, nesta última hipótese,
serão prorrogados até o primeiro dia útil sub-
12.1 – DA JURISDIÇÃO seqüente. Excetua-se dessa regra o prazo para
apresentação do instrumento de intermediação
Os Conselhos Regionais de Corretores imobiliária, que é imediato.
de Imóveis (CRECI), nos limites territoriais da
respectiva região, têm jurisdição administrati- 12.2.1. Do Auto de Infração
va visando a apuração e punição de infração às O auto de infração será lavrado pelo
leis, regulamentos e normas disciplinadoras do CRECI contra pessoas físicas ou jurídicas que
exercício da profissão de Corretores de Imó- transgridam normas disciplinares. O agente de
veis. Se em primeira instância a jurisdição é exer- fiscalização lavrará o auto de infração conten-
cida pelo CRECI, em grau de recurso o é pelo do a qualificação completa do autuado, a data,
Conselho Federal de Corretores de Imóveis hora e local da lavratura, o local da ocorrência
(COFECI). da infração, dispositivo legal infringido e a des-
crição circunstanciada dos fatos e elementos
12.2 – DO PROCESSO DISCIPLINAR caracterizadores da infração.
O Auto de Infração será lavrado sempre
O processo disciplinar decorrente da no estabelecimento do infrator, ainda que a in-
prática de infração à Lei n° 6.530/78, ao De- fração tenha sido cometida em outro local.
creto n° 81.871/78 e às Resoluções baixadas Estabelecimento do infrator é o escritório do
pelo COFECI, pode ser originado pela lavra- Corretor de Imóveis ou a sede da matriz ou da
tura do Auto de Infração ou pelo recebimento filial da pessoa jurídica. Excluem-se do concei-
do Termo de Representação. Na persecução to de estabelecimento o stand ou posto de ven-
administrativo disciplinar deve-se assegurar as da em locais de construção, de incorporação
garantias constitucionais da ampla defesa e do ou de loteamento.
contraditório, levando em conta os princípios A apresentação do contrato de interme-
da reconsideração de decisões e da dualidade diação imobiliária deve ser imediata à solici-
de instâncias. tação pelo agente fiscal, mas qualquer outro
A punibilidade decorrente de ilícito apu- documento pode ser apresentado obrigatori-
rado em processo disciplinar prescreve em cin- amente no prazo de cinco dias na sede do
co anos contados da data de verificação de sua CRECI. Os instrumentos de contrato de in-
ocorrência. A lavratura do auto de infração ou termediação imobiliária deverão ser arquiva-
do termo de representação interrompe o pra- dos no escritório do Corretor de Imóveis
zo prescricional. contratado, durante um ano, contado do ven-
Será arquivado, ex officio ou a requerimen- cimento do prazo de vigência, à disposição
to do autuado ou do representado, todo pro- da Fiscalização.
cesso disciplinar paralisado há mais de 03 (três) Lavrado o auto de infração e cientifica-
anos, pendente de despacho ou julgamento, com do o infrator, terá este o prazo improrrogá-
responsabilização do membro ou servidor do vel de 15 dias para a apresentação de defesa
CRECI que der causa ao arquivamento. escrita, acompanhada ou não de documentos.
Os prazos previstos no Código de Pro- Esgotado o prazo de quinze dias e sen-
cesso Disciplinar serão computados excluindo- do considerado procedente o auto de infração
se o dia do começo e incluindo-se o do venci- será o processo administrativo à Comissão de
mento, serão contínuos e não se interrompe- Ética e Fiscalização Profissional (CEFISP) que
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 95
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

o instruirá e o julgará aplicando, conforme as 12.3 – DOS RECURSOS


circunstâncias particulares do caso, uma pena-
lidade. Independente de a penalidade ter sido
decorrente e auto de infração ou de represen-
12.2.2. Da Representação tação, os recursos disponíveis, seus prazos e a
O processo administrativo de represen- forma de seu processamento são idênticos.
tação iniciar-se-á pelo recebimento de denún- O autuado poderá, no prazo de trinta
cia, comunicação de membro ou servidor do dias, contados da data de cientificação da de-
COFECI ou do CRECI, ou ofício de autori- cisão tomada pela CEFISP ou pela Sessão Ple-
dade pública, da ocorrência de infrações éti- nária, interpor recurso cujo efeito será suspen-
co-disciplinares perpetrada por Corretor de sivo. Interposto o recurso, poderá ser-lhe atri-
Imóveis. buído efeito de pedido de reconsideração ou
A peça preliminar poderá ser apresen- encaminhado ao COFECI. No primeiro caso
tada por qualquer pessoa e deverá conter a o processo administrativo será submetido à
qualificação e assinatura do denunciante, além revisão da Sessão Plenária do CRECI e se jul-
de narrar, fundamentadamente, os fatos e cir- gado improcedente deverá ser encaminhado ao
cunstâncias tidas como caracterizadores da in- COFECI para apreciação do recurso.
fração. Nesse caso será transformada em re- Interposto ou não o recurso volun-
presentação, a qual se iniciará mediante a la- tário, o Presidente do CRECI recorrerá
vratura de termo próprio. Se a peça prelimi- ex officio ao COFECI, no caso de impo-
nar descrever fato caracterizador de infração sição das penalidades de suspensão ou
cometida por pessoa não inscrita no CRECI, cancelamento da inscrição.
não será instaurada a representação, mas a re-
ferida peça preliminar será remetida à autori- 13. RESOLUÇÃO-COFECI
dade policial. Nº 326/92
Lavrado o termo de representação e ci- Institui o Código de Ética Profissional
entificado o representado, terá este o prazo
improrrogável de 15 dias para a apresenta- Código é uma compilação, um conjunto
ção de defesa escrita, acompanhada ou não de de leis, normas, regulamentos, idéias e de sig-
documentos, requerimentos de diligência e nos, de símbolos para cifrar ou representar algo.
quaisquer provas admitidas em direito. Ética é o conjunto de regras e preceitos
Esgotado o prazo de quinze dias será o de ordem valorativa e moral de um indivíduo,
processo administrativo remetido Comissão de um grupo profissional, de uma sociedade.
de Ética e Fiscalização Profissional (CEFISP), Muitas profissões possuem a definição
que o instruirá e o julgará indicando, confor- da ética que deve nortear as pessoas que atuam
me as circunstâncias particulares do caso, uma na área. Essa definição é estabelecida pelo ór-
penalidade. gão competente que fiscaliza a profissão, ge-
Após o processo administrativo será re- ralmente um Conselho.
latado e proferido voto em Sessão Plenária. A profissão do corretor possui o seu
A sistemática da apuração de infração Código de Ética. Ele contém regras obrigató-
em caso de representação difere do auto de rias para todos os Corretores de Imóveis e tem
infração. Neste a CEFISP instrui e julga o por objetivo fixar a forma pela qual eles de-
processo administrativo, naquele a Comissão vem conduzir-se quando no exercício profissi-
instrui e indica a penalidade, que pode ser onal. Nesse sentido, o Código anuncia que os
aceita ou não pelos Conselheiros reunidos em deveres do Corretor de Imóveis compreen-
Sessão Plenária. dem, além da defesa do interesse que lhe é con-
96 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO – Unidade IV

fiado, o zelo pelo prestígio de sua classe e o • restituir ao cliente os papéis de que
aperfeiçoamento da técnica das transações imo- não mais necessite;
biliárias. • dar recibo das quantias que o cliente lhe
Quando no exercício da profissão, em pague ou entregue a qualquer título;
relação à classe profissional, cabe ao Corretor • contratar, por escrito e previamente,
de Imóveis: a prestação dos serviços profissionais;
• receber comissões ou compensações
• não praticar nem permitir a prática de pelo mesmo serviço prestado somente
atos que comprometam a dignidade de uma única parte, exceto se houver
profissional; consentimento de todos os interessa-
• defender os direitos e prerrogativas dos, ou for praxe usual na jurisdição.
profissionais e a reputação da classe;
• zelar pela existência, fins e prestígio dos Ao Corretor de Imóveis é terminante-
Conselhos Federal e Regionais, contri- mente proibido:
buindo sempre que solicitado;
• auxiliar na fiscalização do exercício pro- • aceitar tarefas para as quais não este-
fissional, comunicando, com discrição e ja preparado ou que não se ajustem
fundamentadamente, aos órgãos compe- às disposições legais; manter socieda-
tentes, as infrações de que tiver ciência; de profissional fora das normas e pre-
• relacionar-se com os colegas dentro dos ceitos estabelecidos em lei;
princípios de consideração, respeito e • promover a intermediação com co-
solidariedade visando a harmonia da brança de “over-price” (sobrepreço);
classe; colocar-se a par da legislação vi- e locupletar-se a custa do cliente;
gente e procurar difundi-la. • receber comissões em desacordo
com a Tabela de honorários vigente;
Em relação aos clientes, cabe ao Corre- • angariar serviços com prejuízo mo-
tor de Imóveis: ral ou material, ou desprestígio para
outro profissional ou para a classe;
• inteirar-se de todas as circunstâncias do • desviar cliente de outro Corretor de
negócio, antes de oferecê-lo e ao fazê- Imóveis;
lo apresentar dados rigorosamente cer- • deixar de atender ou cumprir às no-
tos, nunca omitindo detalhes que o tificações ou determinações regulares
depreciem, informando o cliente dos emanados do Conselho Profissional;
riscos e demais circunstâncias que pos- • acumpliciar-se com os que exercem ile-
sam comprometer o negócio; galmente atividades de transações imo-
• recusar transação que saiba ilegal, in- biliárias. Da mesma forma, é defesa a
justa ou imoral; promoção de transações imobiliárias
• comunicar, imediatamente, ao clien- contra disposição literal da lei;
te o recebimento de valores ou do- • o abandono dos negócios confiados
cumentos a ele destinado; a seus cuidados, sem motivo justo e
• prestar contas pormenorizadas ao cli- prévia ciência do cliente;
ente, quando este as solicite ou logo • aceitar incumbência de transação que
que concluído o negócio; esteja entregue a outro Corretor de
• orientar tecnicamente o negócio, re- Imóveis, sem dar-lhe prévio conheci-
servando ao cliente a decisão do que mento, por escrito ou, ainda, sem com
lhe interessar pessoalmente; ele contratar;
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 97
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

• anunciar capciosamente; ______________________________________


• reter negócio quando não tiver pro- ______________________________________
babilidade de realizá-lo;
• utilizar sua posição para obtenção de d) O voto para eleição dos 27 Conselheiros
vantagens pessoais; Efetivos e 27 Suplentes ocorre de três em três
• receber sinal nos negócios que lhe fo- anos e é obrigatório. Qual a penalidade impos-
rem confiados caso não esteja expres- ta ao corretor de imóveis que não votar nem
samente autorizado para tanto. justificar a ausência nas eleições dos Creci´s?
______________________________________
O Corretor de Imóveis responde civil e ______________________________________
penalmente por atos profissionais danosos ao
cliente, a que tenha dado causa por imperícia, e) Verifique no art. 11 da Lei nº 6.530/78, com a
imprudência, negligência ou infrações éticas. nova redação dada pela Lei nº 10.795/2003,
A apuração das faltas cometidas contra como é a composição do Cofeci e registre abaixo.
o Código de Ética, bem como a aplicação da ______________________________________
correspondente penalidade é de competência ______________________________________
do CRECI, em cuja jurisdição se encontrar ins-
crito o Corretor de Imóveis. f) Sua pesquisa pode ser completa: como é a
composição dos Creci’s?
______________________________________
______________________________________

g) O mandato dos Conselheiros do sistema


Cofeci/Creci´s, sem remuneração de qualquer
a) O imóvel é conhecido como “bem de raiz”. natureza, tem a duração de quantos anos?
E o que vem a ser “averbação” de um fato ju- ______________________________________
rídico na matrícula de um imóvel? ______________________________________
______________________________________
______________________________________ h) Em relação aos seus colegas de profissão,
cite três transgressões éticas graves possíveis
b) Volte ao texto de sua apostila e escreva abai- de serem cometidas pelo corretor de imóveis:
xo: o que é um “bem-de-família”? ______________________________________
______________________________________ ______________________________________
______________________________________
i) Quais as penalidades possíveis de serem im-
c) A Lei 8.009/90 dispõe sobre a impenhora- postas aos corretores de imóveis em caso de
bilidade do bem-de-família. A lei 8.245/91, no transgressão ética?
art. 82, diz que o bem-de-família pode ser dado ______________________________________
em garantia nos contratos de locação. Recen- ______________________________________
temente, o Ministro do STF, Carlos Veloso,
decidiu que ele não pode ser penhorado em j) Veja na Lei 6.530/78, no Decreto nº 81.871/
nenhuma situação. Essa é uma questão polêmi- 78 e na Resolução-Cofeci nº 326/92 (Código
ca: o bem-de-família pode ou não pode ser dado de Ética) e cite três comportamentos terminan-
em garantia nos contratos de locação? Tire essa temente proibidos ao Corretor de Imóveis:
dúvida com o seu professor, e registre a res- ______________________________________
posta obtida. ______________________________________
98 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO

10. ( ) Os bens públicos estão sujeitos a usu-


capião.

11. ( ) É anulável o negócio jurídico por


vício resultante de erro, dolo, coação, estado
de perigo, lesão ou fraude contra credores.
I - Leia as afirmativas apresentadas a seguir.
Observe que algumas são verdadeiras, outras 12. ( ) A prescrição ocorre em dez anos,
são falsas. Identifique-as, colocando, nos pa- quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
rênteses que estão na frente dos números, a
letra “V” nas afirmativas verdadeiras e “F” 13. ( ) Obrigação é o vínculo pessoal de
nas falsas. direito existente entre pessoas, tendo por ob-
jeto uma prestação ou contraprestação de con-
1. ( ) O intervalo de tempo compreendi- teúdo econômico determinada ou especifica.
do entre a data da publicação da lei e sua entra-
da em vigor denomina-se vacatio legis. 14. ( ) Pródigo é aquele que esbanja a sua
fortuna.
2. ( ) A personalidade civil do homem,
começa aos 21 anos. 15. ( ) O devedor não responde perante o fi-
ador por todas as perdas e danos que este pagar.
3. ( ) O domicílio da pessoa natural é o
lugar onde ela estabelece a sua residência com 16. ( ) Quem paga tem direito à quitação
ânimo definitivo. regular. A quitação regular deve designar o va-
lor e a espécie da dívida quitada, o nome do
4. ( ) São considerados absolutamente in- devedor, ou quem por este pagou, o tempo e
capazes de exercer pessoalmente atos da vida o lugar do pagamento, com a assinatura do cre-
civil os menores de 16 anos. dor, ou do seu representante.

5. ( ) Capacidade civil é a aptidão da pes- 17. ( ) Se duas pessoas forem ao mesmo


soa para exercer direitos e assumir obrigações. tempo credor e devedor uma da outra, as
duas obrigações extinguem-se, até onde se
6. ( ) Os bens públicos de uso comum do compensarem.
povo e os de uso especial, enquanto conserva-
rem sua qualificação, são alienáveis. 18. ( ) São direitos reais a propriedade, a
novação, a superfície, o direito do promitente
7. ( ) São bens móveis tudo o que o pro- comprador do imóvel e a hipoteca.
prietário mantiver intencionalmente emprega-
do em sua exploração industrial, aformosea- 19. ( ) O Contrato de locação residencial se
mento ou comodidade. desfaz, dentro outro motivos, por mútuo acor-
do, por infração legal ou contratual, por não
8. ( ) Fato jurídico é o acontecimento apto pagamento do aluguel.
a produzir conseqüências jurídicas.
20. ( ) Serão igualmente anuláveis os con-
9. ( ) Quando as circunstâncias ou os usos o tratos onerosos do devedor insolvente, quan-
autorizarem, e não for necessária a declaração de do a insolvência for notória, ou houver moti-
vontade expressa, o silêncio importa anuência. vo para ser conhecida do outro contratante.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 99
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

21. ( ) Considera-se em mora o devedor dencial para Marco Antônio, e este a lhe pagar
que efetua o pagamento, mas o credor que não R$ 100.000,00. Essa modalidade de contrato
recebe no tempo, lugar ou forma que a lei ou a denomina-se locação imobiliária.
convenção estabelecer.
32. ( ) O contrato de compra e venda não
22. ( ) Em se tratando de efeitos das obri- é passível de nulidade mesmo quando deixa a
gações, não havendo prazo assinalado, a mora taxação do preço ao arbítrio exclusivo de uma
se constitui a partir da notificação, interpela- das partes.
ção ou protesto.
33. ( ) Na compra e venda, as despesas da
23. ( ) Aquele que causar prejuízo a alguém escritura ficarão a cargo do comprador, e as
responde por perdas e danos. A reparação, ou da tradição a cargo do vendedor, salvo cláusu-
indenização abrange, além do prejuízo imedi- la em contrário.
ato, o que o prejudicado deixou de lucrar. So-
bre a reparação incidem atualização monetá- 34. ( ) Retrovenda é o pacto adjeto à com-
ria, juros oficiais e honorários advocatícios. pra e venda em que o vendedor de coisa imó-
vel pode reservar-se o direito de recobrá-la no
24. ( ) Arras são os recursos pagos por um prazo máximo de decadência de dez anos, res-
dos contratantes para garantir o cumprimento de tituindo o preço recebido e reembolsado as
um contrato, comumente, conhecido por sinal. despesas do comprador.

25. ( ) Contrato bilateral é aquele em que 35. ( ) A cláusula inserida no contrato de


há constituição de obrigações recíprocas. venda de coisa móvel que permite ao vende-
dor reservar para si a propriedade, até que o
26. ( ) Contrato preliminar devidamente as- preço esteja integralmente pago, designa-se
sinado em que as partes não comparecem na data reserva de domínio
agendada para assinatura do contrato definitivo
resulta em anulação da relação jurídica. 36. ( ) Na permuta, salvo disposição em
contrário, cada um dos contratantes pagará
27. ( ) A locação pode ter por objeto ape- por metade as despesas com o instrumento
nas coisas imóveis da troca;

28. ( ) O defeito oculto da coisa, que a tor- 37. ( ) Considera-se doação o contrato em
ne imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe que uma pessoa, por liberalidade, transfere do
diminua o valor, é chamado vício redibitório. seu patrimônio bens ou vantagens para o de
outra. O doador pode fixar prazo ao donatá-
29. ( ) Evicção é a estipulação em favor de rio, para declarar se aceita ou não a liberalida-
terceiro no qual se convenciona certa vantagem de. Desde que o donatário, ciente do prazo,
patrimonial a favor de terceiro alheio à forma- não faça, dentro dele, a declaração, entender-
ção do vínculo contratual. se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a
encargo. A doação far-se-á por escritura pú-
30. ( ) O distrato faz-se pela mesma forma blica ou instrumento particular.
exigida para o contrato.
38. ( ) A modalidade de contrato em que
31. ( ) Júlio César firmou contrato se obri- uma das partes se obriga a ceder à outra, por
gando a transferir o domínio de imóvel resi- tempo determinado ou não, o uso e gozo de
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DIREITO E LEGISLAÇÃO

coisa não fungível, mediante certa retribuição, obrigação assumida pelo devedor, caso este
é denominada permuta. não a cumpra, é denominada corretagem.

39. ( ) Se o comodato não tiver prazo con- 47. ( ) O corretor é obrigado a executar a
vencional pode o comodante, quando desejar, mediação com a diligência e prudência que o
suspender o uso e gozo da coisa emprestada, negócio requer, prestando ao cliente, esponta-
porque o comodatário não poderá jamais re- neamente, todas as informações sobre o anda-
cobrar do comodante as despesas feitas com o mento dos negócios.
uso e gozo da coisa emprestada.
48. ( ) Marco Antônio tem um litígio com
40. ( ) O mútuo é uma modalidade de em- Júlio César acerca de uma dívida. Aquele en-
préstimo de coisas fungíveis na qual o mutuá- tende que a dívida é de R$ 10.000,00, ao passo
rio é obrigado a restituir ao mutuante o que que o devedor entende que é só de R$ 5.000,00.
dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qua- Após discussão entre eles, firmaram acordo
lidade e quantidade. colocando fim à questão mediante o pagamen-
to ao credor do valor de R$ 7.500,00. Esta
41. ( ) Toda a espécie de serviço ou traba- modalidade de contrato é conhecida como
lho lícito, material ou imaterial, pode ser con- novação.
tratada mediante retribuição.
49. ( ) É anulável a troca de valores desi-
42. ( ) Na venda ad mensuram, se o compra- guais entre ascendentes e descendentes, sem
dor constatar que o imóvel não corresponde consentimento dos outros descendentes e do
às dimensões da escritura pode exigir o com- cônjuge do alienante.
plemento da área.
50. ( ) Usucapião é a forma de aquisição de
43. ( ) A modalidade de contrato pelo qual propriedade imóvel que o ocorre quando al-
uma pessoa passa a comprar ou vender bens, guém detém a posse de uma coisa com ânimo
em seu próprio nome, mas por conta de ou- de dono, por determinado tempo, ininterrup-
trem, e de acordo com as instruções deste é tamente, e sem oposição:
denominada evicção.
51. ( ) Adquire-se a propriedade imóvel
44. ( ) Todas as pessoas capazes são aptas somente pela transcrição do título de transfe-
para dar procuração mediante instrumento rência no Cartório de Registro de Imóvel e pelo
particular, que valerá desde que tenha a assina- direito hereditário:
tura do outorgante.
52. ( ) O proprietário tem o direito de usar,
45. ( ) A modalidade de contrato em que gozar e dispor da coisa, por isso tem o direito
uma pessoa não ligada a outra em virtude de de reavê-la do poder de quem quer que injusta-
mandato, de prestação de serviços ou por qual- mente a possua ou detenha.
quer relação de dependência, obriga-se a obter
para a segunda um ou mais negócios, confor- 53. ( ) O condômino é obrigado, na pro-
me as instruções recebidas, é denominada cor- porção de sua parte, a concorrer para as des-
retagem. pesas de conservação da coisa.

46. ( ) A modalidade de contrato no qual 54. ( ) Sob pena de responder por perdas e
uma pessoa garante satisfazer ao credor uma danos, o corretor deve prestar ao cliente todos
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 101
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

os esclarecimentos que estiverem ao seu alcan- 62. ( ) São modalidades de parcelamento


ce, acerca da segurança ou risco do negócio, do solo urbano loteamento e a incorporação.
das alterações de valores e do mais que possa
influir nos resultados da incumbência. 63. ( ) Em caso de vício do serviço presta-
do pelo Corretor de Imóveis, a reexecução dos
55. ( ) Usufruto ocorre quando o proprie- serviços não pode ser confiada a terceiros.
tário concede, mediante ato inter vivos, a posse,
uso, administração e percepção de frutos de um 64. ( ) A preempção ou preferência é o pac-
imóvel, conservando a sua propriedade. to adjeto à compra e venda em que o comprador
de coisa, no caso de pretender vendê-la ou dá-la
56. ( ) O instrumento particular deve con- em pagamento, fica com a obrigação de oferecê-
ter a indicação do lugar onde foi passado, a la a quem lha vendeu, para que este use do seu
qualificação do outorgante e do outorgado, a direito de prelação em igualdade de condições.
data e o objetivo da outorga com a designação
e a extensão dos poderes conferidos. 65. ( ) No caso de venda do imóvel, o lo-
catário terá preferência para adquiri-lo, desde
57. ( ) Nas dívidas garantidas por penhor, que conste expressamente do contrato cláusu-
anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia la específica nesse sentido.
não fica sujeito, por vínculo real, ao cumpri-
mento da obrigação. 66. ( ) Um contrato de locação pode ser
desfeito por mútuo acordo, por infração legal
58. ( ) Um imóvel e seus acessórios podem ou contratual, pela inadimplência do aluguel e,
ser, conjuntamente, objeto de hipoteca e o também em caso de reparações urgentes de-
dono dos mesmos pode constituir outra hipo- terminadas pelo poder público.
teca sobre eles.
67. ( ) A hipoteca, o penhor e a aliena-
59. ( ) A convenção, mediante a qual o cre- ção fiduciária são garantias reais que podem
dor, possuindo um imóvel do devedor, perce- ser transcritas ou averbadas no registro de
be os seus frutos para conseguir a soma de di- imóveis.
nheiro emprestada, imputando na dívida e até
o seu resgate, as importâncias que for receben- 68. ( ) O registro deixa de ser eficaz no
do, denomina-se servidão predial. momento em que se apresenta o título ao ofici-
al do registro e este o prenota no protocolo.
60. ( ) Marco Antônio, devedor, entregou
ao credor Júlio César, como garantia do cum- 69. ( ) A Lei n° 6530/78 criou o Conselho
primento da obrigação assumida, um bem Federal e os Conselhos Regionais de Correto-
móvel. Houve entre as partes um negócio jurí- res de Imóveis e lhes atribuiu a função de disci-
dico chamado penhor. plinar e fiscalizar o exercício da profissão de
Corretor de Imóveis.
61. ( ) O corretor ou o gerente de empresa
corretora que usar, ainda que a título de em- 70. ( ) De acordo com a Lei n.° 6530/78
préstimo, em proveito próprio ou de tercei- são atribuições exclusivas do Corretor de Imó-
ros, bens ou haveres destinados a incorpora- veis exercer a intermediação imobiliária.
ção contratada por administração, sem prévia
autorização dos interessados, cometerá crime 71. ( ) A multa, a censura, a suspensão da
contra a economia popular. inscrição e o cancelamento da inscrição são
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DIREITO E LEGISLAÇÃO

modalidades de incentivos disciplinares apli- 2) A personalidade civil do homem, começa:


cáveis pelos Conselhos Regionais. a) do nascimento com vida.
b) aos 14 anos.
72. ( ) O exercício da profissão de Corre- c) aos 16 anos.
tor de Imóveis, em todo território nacional, é d) aos 18 anos.
permitido a qualquer pessoa no gozo de seus e) aos 21 anos
direitos civis.
3) - Considere os seguintes enunciados
73. ( ) O Corretor de Imóveis foi julgado I – O domicílio da pessoa natural é o lugar
pelo Conselho Regional e imposta a condena- onde ela estabelece a sua residência com
ção de suspensão por noventa dias. A conde- ânimo definitivo.
nação foi mantida pelo Conselho Federal. Em II – Capacidade civil é a aptidão da pessoa
relação aos efeitos da condenação pode-se afir- para exercer direitos e assumir obriga-
mar que no período de noventa dias o corre- ções.
tor de imóveis somente poderá anunciar pro- III – Pródigo é aquele que esbanja a sua for-
posta de transação imobiliária, mas para finali- tuna.
zar o negócio dependerá de autorização do
Conselho Regional. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
a) somente os enunciados I e II estão cor-
74. ( ) O auto de infração será lavrado pelo retos.
Agente de Fiscalização do Conselho Regional b) somente os enunciados I e III estão cor-
de Corretores de Imóveis contra pessoa física retos.
ou jurídica que transgridam normas ético-dis- c) somente os enunciados II e III estão cor-
ciplinares. A contar da data de recebimento retos.
da segunda via do auto de infração, o infrator d) todos estão incorretos
terá o prazo improrrogável de quinze dias para e) todos estão corretos.
apresentar defesa escrita, acompanhada ou não
de documentação. Em qualquer fase do pro- 4) São considerados absolutamente incapazes
cesso administrativo disciplinar deve ser ob- de exercer pessoalmente atos da vida civil os
servado a ampla defesa e o contraditório. menores de:
a) 14 anos.
75. ( ) O Código de Ética Profissional tem b) 16 anos.
por objetivo fixar a forma pelo qual deve se c) 18 anos.
conduzir o Corretor de Imóveis, quando no d) 21 anos.
exercício da profissão. e) não há incapacidade absoluta no código
civil em vigor.
II - Marque a alternativa correta.
5) Assinale a alternativa que complete a frase:
1) O intervalo de tempo compreendido entre ______________são considerados relativa-
a data da publicação da lei e sua entrada em mente incapazes de exercer pessoalmente atos
vigor denomina-se: da vida civil:
a) termo strictu. a) os maiores de dezoito anos e menores
b) termo lato. de 21 anos.
c) período jacente. b) os menores de 16 anos.
d) vacatio legis. c) os maiores de 14 anos.
e) prazo legis. d) os deficientes mentais.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

e) os maiores dezesseis anos e menores de II – A validade da declaração de vontade não


dezoito anos. dependerá de forma especial, senão
quando a lei expressamente a exigir.
6) Considere os seguintes enunciados III – A validade do negócio jurídico requer
I – Os bens públicos de uso comum do somente a capacidade do agente.
povo e os de uso especial, enquanto con-
servarem sua qualificação, são alienáveis. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
II – Os bens públicos estão sujeitos a usuca- a) somente os enunciados I e II estão cor-
pião. retos.
III – São públicos os bens pertencentes às b) somente os enunciados I e III estão cor-
pessoas jurídicas de direto privado. retos.
c) somente os enunciados II e III estão cor-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: retos.
a) somente os enunciados I e II estão cor- d) todos estão corretos.
retos. e) todos estão incorretos.
b) somente os enunciados I e III estão cor-
retos. 9) Considere os seguintes enunciados:
c) somente os enunciados II e III estão cor- I – A manifestação de vontade subsiste ain-
retos. da que o seu autor haja feito a reserva
d) todos estão corretos. mental de não querer o que manifestou,
e) todos estão incorretos. salvo se dela o destinatário tinha conhe-
cimento.
7) Assinale a alternativa correta: II – Quando as circunstâncias ou os usos o
I – Consideram-se bens imóveis o solo e autorizarem, e não for necessária a de-
tudo quanto se lhe incorporar natural ou claração de vontade expressa, o silêncio
artificialmente. importa anuência.
II – São bens imóveis os direitos de obriga- III – Não dispondo a lei em contrário, a es-
ções e as ações respectivas. critura pública é essencial à validade dos
III – São bens móveis tudo o que o proprie- negócios jurídicos que visem à consti-
tário mantiver intencionalmente empre- tuição, transferência, modificação ou re-
gado em sua exploração industrial, afor- núncia de direitos reais sobre imóveis de
moseamento ou comodidade. valor superior a trinta vezes o maior sa-
lário mínimo vigente no País.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
a) todos os enunciados estão corretos. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
b) somente os enunciados I e II estão cor- a) todos os enunciados estão corretos.
retos. b) todos os enunciados estão errados.
c) somente os enunciados I e III estão cor- c) estão corretos nos enunciados I e II.
retos. d) estão corretos os enunciados I e III.
d) somente os enunciados II e III estão cor- e) estão corretos os enunciados II e III.
retos.
e) somente o enunciado I está correto. 10) Considere os seguintes enunciados:
I – É anulável os negócios jurídicos, quan-
8) Considere os seguintes enunciados do as declarações de vontade emanarem
I – Fato jurídico é o acontecimento apto a de erro substancial que poderia ser per-
produzir conseqüências jurídicas. cebido por pessoa de diligência normal,
104 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO

em face das circunstâncias do negócio. lativa a aluguéis de prédios urbanos ou


O erro é substancial quando concerne à rústicos.
identidade ou à qualidade essencial da III – Prescreve em cinco anos a pretensão do
pessoa a quem se refira a declaração de recebimento de honorários profissionais
vontade, desde que tenha influído nesta de corretor de imóveis, contado o pra-
de modo relevante. zo da conclusão dos serviços.
II – É o negócio jurídico anulável por dolo,
quando este for a sua causa. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
III – A coação, para viciar a declaração da a) todos os enunciados estão corretos.
vontade, há de ser tal que incuta ao paci- b) todos os enunciados estão errados.
ente fundado temor de dano iminente e c) estão corretos nos enunciados I e II.
considerável à sua pessoa, à sua família, d) estão corretos os enunciados I e III.
ou aos seus bens. e) estão corretos os enunciados II e III.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: 13) Considere os seguintes enunciados:
a) todos os enunciados estão corretos. I – Obrigação é o vínculo pessoal de direi-
b) todos os enunciados estão errados. to existente entre pessoas, tendo por
c) estão corretos nos enunciados I e II. objeto uma prestação ou contrapresta-
d) estão corretos os enunciados I e III. ção de conteúdo econômico.
e) estão corretos os enunciados II e III. II – Essa ou contraprestação deve ser possí-
vel, licita, determinada ou determinável,
11) Considere os seguintes enunciados: e ainda traduzível em dinheiro.
I – É anulável o negócio jurídico por vício III – Na obrigação de dar ou restituir, a coisa
resultante de erro, dolo, coação, esta- a ser entregue deverá sempre ser certa,
do de perigo, lesão ou fraude contra determinada ou especifica.
credores.
II – O negócio anulável não pode ser confir- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
mado pelas partes, salvo direito de ter- a) todos os enunciados estão corretos.
ceiro. b) todos os enunciados estão errados.
III – É de quatro anos o prazo de decadência c) estão corretos os enunciados I e II.
para pleitear-se a anulação do negócio d) estão corretos os enunciados I e III.
jurídico, contado no caso de coação, do e) estão corretos os enunciados II e III.
dia em que ela cessar.
14) Considere os seguintes enunciados:
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: I – A obrigação de fazer está relacionada à
a) todos os enunciados estão corretos. obrigação de prestar um serviço, como,
b) todos os enunciados estão errados. por exemplo, fazer uma pintura em um
c) estão corretos nos enunciados I e II. apartamento.
d) estão corretos os enunciados I e III. II – A obrigação de não fazer está relaciona-
e) estão corretos os enunciados II e III. da a uma abstenção obrigatória, ou a uma
obrigação de consentir ou não impedir.
12) Considere os seguintes enunciados: III – O pagamento feito a um dos credores
I – A prescrição ocorre em dez anos, quan- solidários extingue a dívida até o mon-
do a lei não lhe haja fixado prazo me- tante do que foi pago.
nor.
II – Prescreve em três anos a pretensão re- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

a) todos os enunciados estão corretos. d) a quitação regular consiste tão somente


b) todos os enunciados estão incorretos. em devolver o título ao devedor.
c) somente o enunciado I está correto. e) a quitação regular deve indicar apenas o
d) somente o enunciado II está correto. objeto da dívida e o valor pago.
e) somente o enunciado III está correto.
17) Considere as seguintes proposições:
15) Considere os seguintes enunciados: I – Se duas pessoas forem ao mesmo tem-
I – O fiador demandado pelo pagamento po credor e devedor uma da outra, as
da dívida tem direito a exigir, até a con- duas obrigações extinguem-se, até onde
testação da lide, que sejam primeiro exe- se compensarem.
cutados os bens do devedor, desde que II – O usucapião é modalidade de aquisição
nomeie bens do devedor, sitos no mes- do domínio do bem imóvel ou móvel,
mo município, livres e desembargados, nunca da servidão, do uso.
quantos bastem para solver o débito. III – Em dação em pagamento o credor não
II – O fiador que pagar integralmente a dívi- pode consentir em receber prestação
da fica sub-rogado nos direitos do cre- diverso do que lhe é devida.
dor.
III – O devedor não responde perante o fia- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
dor por todas as perdas e danos que este a) todos os enunciados estão corretos.
pagar. b) somente o enunciado I está correto.
c) somente o enunciado II está correto.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: d) somente o enunciado III está correto.
a) todos os enunciados estão corretos. e) nenhum enunciado está correto.
b) todos os enunciados estão errados.
c) estão corretos os enunciados I e II. 18) São direitos reais, exceto:
d) estão corretos os enunciados I e III. a) a propriedade.
e) estão corretos os enunciados II e III. b) a novação.
c) a superfície.
16) Que paga tem direito à quitação regular. d) o direito do promitente comprador do
Escolha dentre as alternativas abaixo as melhor imóvel.
que define “quitação regular”: e) a hipoteca.
a) a quitação regular deve designar a
espécie da dívida quitada, o nome do 19) Considere as seguintes proposições:
devedor, ou quem por este pagou, I – A compensação é um modo de extin-
com a assinatura do credor, ou do seu ção de obrigação, até onde se equivale-
representante. rem, entre pessoas que são, ao mesmo
b) a quitação regular deve designar o valor tempo, devedora e credora uma da ou-
e a espécie da dívida quitada, o nome do tra, por dívidas líquidas, vencidas.
devedor, ou quem por este pagou, o tem- II – Em relação à responsabilidade pelos
po e o lugar do pagamento, com a assina- acidentes de consumo, o produtor res-
tura do credor, ou do seu representante. ponde pelos danos causados aos consu-
c) a quitação regular deve designar tão so- midores independentemente de culpa,
mente a espécie da dívida quitada, o tem- salvo caso fortuito e força maior.
po e o lugar do pagamento, com a assi- III – O Contrato de locação residencial se
natura do credor, ou do seu represen- desfaz, dentro outro motivos, por mú-
tante com a expressão “recebida”. tuo acordo, por infração legal ou con-
106 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO

tratual, por não pagamento do aluguel. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
a) somente os enunciados I e II estão cor-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: retos.
a) todos os enunciados estão corretos. b) somente os enunciados I e III estão cor-
b) somente o enunciado I está correto. retos.
c) somente o enunciado II está correto. c) somente os enunciados II e III estão cor-
d) somente o enunciado III está correto. retos.
e) nenhum enunciado está correto. d) todos estão corretos.
e) todos estão incorretos.
20) Considere os seguintes enunciados:
I – Os negócios de transmissão gratuita de 22) Em se tratando de efeitos das obrigações,
bens ou remissão de dívida, se os prati- considere os seguintes enunciados:
car o devedor já insolvente, ou por eles I – A mora do credor pode resultar obri-
reduzido à insolvência, ainda quando o gação deste em ressarcir as despesas com
ignore, poderão ser anulados pelos cre- a conservação da coisa.
dores quirografários, como lesivos dos II – Se a mora do devedor resultar em ino-
seus direitos. cuidade ao credor, este pode recusar a
II – Serão igualmente anuláveis os contratos prestação e exigir a satisfação por per-
onerosos do devedor insolvente, quan- das e danos.
do a insolvência for notória, ou houver III – Não havendo prazo assinalado, a mora
motivo para ser conhecida do outro con- se constitui a partir da notificação, inter-
tratante. pelação ou protesto.
III – Anulados os negócios fraudulentos, a
vantagem resultante reverterá em pro- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
veito do acervo sobre que se tenha de a) somente os enunciados I e II estão cor-
efetuar o concurso de credores. retos.
b) somente os enunciados I e III estão cor-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: retos.
a) todos os enunciados estão corretos. c) somente os enunciados II e III estão cor-
b) todos os enunciados estão errados. retos.
c) estão corretos nos enunciados I e II. d) todos estão corretos.
d) estão corretos os enunciados I e III. e) todos estão incorretos
e) estão corretos os enunciados II e III.
23) Considere os seguintes enunciados:
21) Considere os seguintes enunciados: I – Aquele que causar prejuízo a alguém res-
I – Considera-se em mora o devedor que não ponde por perdas e danos.
efetuar o pagamento e o credor que não II – A reparação, ou indenização abrange,
quiser recebe-lo no tempo, lugar ou for- além do prejuízo imediato, o que o pre-
ma que a lei ou a convenção estabelecer. judicado deixou de lucrar.
II – A cláusula penal é um pacto secundário, III – Sobre a reparação incidem atualização
razão pela qual a nulidade da obrigação monetária, juros oficiais e honorários
importa a da cláusula penal. advocatícios.
III – Havendo inexecução de uma obrigação,
o devedor responde por ela, mas só res- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
ponderá pelas perdas e danos se a tanto a) todos os enunciados estão corretos.
tiver se obrigado. b) todos os enunciados estão errados.
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c) estão corretos os enunciados I e II. agenda para assinatura do contrato definitivo


d) estão corretos os enunciados I e III. resulta em:
e) estão corretos os enunciados II e III. a) anulação da relação jurídica.
b) suspensão dos efeitos do contrato.
24) Considere os seguintes enunciados: c) rescisão do contrato.
I – Arras vêm a ser a entrega de dinheiro d) conversão em contrato definitivo.
ou outra coisa infungível, dada por um e) alteração de cláusulas contratuais.
dos contratantes ao outro, para não con-
cluir o contrato ou eximir-se da evicção; 27) Considere os seguintes enunciados:
II – Na obrigação de fazer, o credor é obri- I - A locação pode ter por objeto tanto
gado a aceitar de terceiro a prestação, coisas moveis quanto imóveis
mesmo que tenha sido convencionado II - A locação predial é contrato bilateral,
que o devedor a faça pessoalmente; enquanto que o mutuo é contrato unila-
III – As hipotecas valem contra terceiros, in- teral.
dependentemente, de estarem inscritas III - No contrato de honorários para inter-
no cartório de registro de imóveis. mediação imobiliária, o Corretor de
Imóveis é o locador, ao passo que o cli-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: ente é o locatário.
a) somente os enunciados I e II estão cor-
retos. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
b) somente os enunciados I e III estão cor- a) somente os enunciados I e II estão cor-
retos. retos.
c) somente os enunciados II e III estão cor- b) somente os enunciados I e III estão cor-
retos. retos.
d) todos estão corretos. c) somente os enunciados II e III estão cor-
e) todos estão incorretos. retos.
d) todos estão corretos.
25) Considere os seguintes enunciados: e) todos estão incorretos.
I – O solo é bem imóvel.
II – Contrato bilateral é aquele em que há 28) O defeito oculto da coisa, que a torne im-
constituição de obrigações recíprocas. própria ao uso a que é destinada, ou lhe dimi-
III – Hipoteca é direito real sobre imóvel, em nua o valor, é chamado:
virtude do qual este, continuando na a) preliminar.
posse do devedor, assegura, ao credor, b) adesivo.
o pagamento da dívida, pela preferên- c) evicto.
cia alcançada da execução. d) distrato.
e) vício redibitório.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
a) todos os enunciados estão corretos. 29) Considere os seguintes enunciados:
b) todos os enunciados estão errados. I – O prazo de decadência do direito redi-
c) estão corretos nos enunciados I e II. bitório é de trinta dias para móveis, e de
d) estão corretos os enunciados I e III. um ano para imóveis, contados da en-
e) estão corretos os enunciados II e III. trega efetiva.
II – Evicção é a estipulação em favor de ter-
26) Contrato preliminar devidamente assina- ceiro no qual se convenciona certa vanta-
do em que as partes não comparecem na data gem patrimonial a favor de terceiro alheio
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à formação do vínculo contratual. xa a taxação do preço ao arbítrio exclu-


III – Quando o vício, por sua natureza, só sivo de uma das partes.
puder ser conhecido mais tarde, o pra- II – Nas coisas vendidas conjuntamente, o
zo contar-se-á do momento em que dele defeito oculto de uma autoriza a rejei-
tiver ciência, até o prazo máximo de 180 ção de todas as outras.
dias, se bens móveis, e de um ano, para III – Na compra e venda, as despesas da es-
os bens imóveis. critura ficarão a cargo do comprador, e
as da tradição a cargo do vendedor, sal-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: vo cláusula em contrário.
a) todos os enunciados estão corretos.
b) todos os enunciados estão errados. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
c) estão corretos os enunciados I e II. a) todos os enunciados estão corretos.
d) estão corretos os enunciados I e III. b) somente o enunciado I está correto.
e) estão corretos os enunciados II e III. c) somente o enunciado II está correto.
d) somente o enunciado III está correto.
30) Considere os seguintes enunciados: e) nenhum enunciado está correto.
I – O distrato faz-se pela mesma forma exi-
gida para o contrato. 33) Considere os seguintes enunciados:
II – A cláusula resolutiva expressa opera de I – A tradição da coisa vendida, na falta de
pleno direito. estipulação expressa, dar-se-á no lugar
III – Nos contratos bilaterais, nenhum dos onde ela se encontrava, ao tempo da
contratantes, antes de cumprida a sua venda.
obrigação, pode exigir o implemento da II – Não sendo a venda a crédito, o vende-
do outro. dor não é obrigado a entregar a coisa
antes de receber o preço.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: III – Até o momento da tradição, os riscos
a) todos os enunciados estão corretos. da coisa correm por conta do vendedor,
b) todos os enunciados estão incorretos. e os do preço por conta do comprador.
c) somente o enunciado I está correto.
d) somente o enunciado II está correto. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
e) somente o enunciado III está correto. a) todos os enunciados estão corretos.
b) todos os enunciados estão incorretos.
31) Júlio César firmou contrato se obrigan- c) somente o enunciado I está correto.
do a transferir o domínio de imóvel residen- d) somente o enunciado II está correto.
cial para Marco Antônio, e este a lhe pagar e) somente o enunciado III está correto.
R$ 100.000,00. Essa modalidade de contra-
to denomina-se: 34) Considere os seguintes enunciados:
a) permuta. I – Na venda ad mensuram, se o comprador
b) compra e venda. constatar que o imóvel não correspon-
c) arrendamento mercantil. de às dimensões da escritura pode exi-
d) locação imobiliária. gir o complemento da área.
e) evicção. II – A preempção ou preferência é o pacto
adjeto à compra e venda em que o com-
32) Considere as seguintes proposições: prador de coisa, no caso de pretender
I – O contrato de compra e venda não é vendê-la ou dá-la em pagamento, fica
passível de nulidade mesmo quando dei- com a obrigação de oferecê-la a quem
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lha vendeu, para que este use do seu di- a) todos os enunciados estão corretos.
reito de prelação em igualdade de con- b) todos os enunciados estão incorretos.
dições. c) somente o enunciado I está correto.
III – Retrovenda é o pacto adjeto à compra e d) somente o enunciado II está correto.
venda em que o vendedor de coisa imó- e) somente o enunciado III está correto.
vel pode reservar-se o direito de reco-
brá-la no prazo máximo de decadência 37) Considere os seguintes enunciados:
de dez anos, restituindo o preço recebi- I – Considera-se doação o contrato em que
do e reembolsado as despesas do com- uma pessoa, por liberalidade, transfere
prador. do seu patrimônio bens ou vantagens
para o de outra.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: II – O doador pode fixar prazo ao donatá-
a) somente os enunciados I e II estão cor- rio, para declarar se aceita ou não a libe-
retos. ralidade. Desde que o donatário, ciente
b) somente os enunciados I e III estão cor- do prazo, não faça, dentro dele, a decla-
retos. ração, entender-se-á que aceitou, se a
c) somente os enunciados II e III estão cor- doação não for sujeita a encargo.
retos. III – A doação far-se-á por escritura pública
d) todos estão corretos. ou instrumento particular.
e) todos estão incorretos.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
35) A cláusula inserida no contrato de venda a) todos os enunciados estão corretos.
de coisa móvel que permite ao vendedor re- b) todos os enunciados estão incorretos.
servar para si a propriedade, até que o preço c) somente o enunciado I está correto.
esteja integralmente pago, designa-se: d) somente o enunciado II está correto.
a) retrovenda. e) somente o enunciado III está correto.
b) perempção.
c) reserva de domínio 38) A modalidade de contrato em que uma das
d) pacto comissório. partes se obriga a ceder à outra, por tempo de-
e) consignação terminado ou não, o uso e gozo de coisa não fun-
gível, mediante certa retribuição, é denominada:
36) Considere os seguintes enunciados: a) preempção.
I – Na permuta, salvo disposição em con- b) permuta.
trário, cada um dos contratantes pagará c) locação de coisas.
por metade as despesas com o instru- d) cláusula resolutória.
mento da troca; e) retrovenda.
II – É anulável a troca de valores desiguais
entre ascendentes e descendentes, sem 39) Considere os seguintes enunciados:
consentimento dos outros descendentes I – O comodato é uma modalidade de em-
e do cônjuge do alienante. préstimo gratuito de coisas não fungí-
III – A cláusula de reserva de domínio será veis que se perfaz com a tradição do
estipulada por escrito e depende de re- objeto.
gistro no domicílio do comprador para II – Se o comodato não tiver prazo conven-
valer contra terceiros. cional pode o comodante, quando de-
sejar, suspender o uso e gozo da coisa
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: emprestada.
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III – O comodatário não poderá jamais re- quatro anos, dar-se-á por findo o con-
cobrar do comodante as despesas feitas trato, ainda que não concluída a obra.
com o uso e gozo da coisa emprestada.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: a) todos os enunciados estão corretos.
a) todos os enunciados estão corretos. b) todos os enunciados estão errados.
b) todos os enunciados estão errados. c) estão corretos os enunciados I e II.
c) estão corretos os enunciados I e II. d) estão corretos os enunciados I e III.
d) estão corretos os enunciados I e III. e) estão corretos os enunciados II e III.
e) estão corretos os enunciados II e III.
42) Considere os seguintes enunciados:
40) Considere os seguintes enunciados: I – Pelo contrato de depósito recebe o de-
I – O mútuo é uma modalidade de emprés- positário um objeto móvel, para guar-
timo de coisas fungíveis na qual o mutu- dar, até que o depositante o reclame.
ário é obrigado a restituir ao mutuante II – O contrato de depósito é gratuito, exce-
o que dele recebeu em coisa do mesmo to se houver convenção em contrário,
gênero, qualidade e quantidade. se resultante de atividade negocial ou se
II – O mútuo transfere o domínio da coisa o depositário o praticar por profissão.
emprestada ao mutuário, por cuja conta III – O depositário é obrigado a ter na guar-
correm todos os riscos dela desde a tra- da e conservação da coisa depositada o
dição. cuidado e diligência que costuma com o
III – Não se tendo convencionado expressa- que lhe pertence, bem como a restituí-
mente, o prazo do mútuo será de míni- la, com todos os frutos e acrescidos,
mo trinta dias, se for de dinheiro; quando o exija o depositante.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
a) todos os enunciados estão corretos. a) todos os enunciados estão corretos.
b) todos os enunciados estão errados. b) todos os enunciados estão incorretos.
c) estão corretos os enunciados I e II. c) somente o enunciado I está correto.
d) estão corretos os enunciados I e III. d) somente o enunciado II está correto.
e) estão corretos os enunciados II e III. e) somente o enunciado III está correto.

41) Considere os seguintes enunciados: 43) Considere os seguintes enunciados:


I – Toda a espécie de serviço ou trabalho I – Todas as pessoas capazes são aptas para
lícito, material ou imaterial, pode ser dar procuração mediante instrumento
contratada mediante retribuição. particular, que valerá desde que tenha a
II – A retribuição pagar-se-á depois de pres- assinatura do outorgante.
tado o serviço, se, por convenção, ou II – O instrumento particular deve conter a
costume, não houver de ser adiantada, indicação do lugar onde foi passado, a
ou paga em prestações. qualificação do outorgante e do outor-
III – A prestação de serviço não se poderá gado, a data e o objetivo da outorga com
convencionar por mais de quatro anos, a designação e a extensão dos poderes
embora o contrato tenha por causa o conferidos.
pagamento de dívida de quem o presta, III – O terceiro com quem o mandatário tra-
ou se destine à execução de certa e de- tar poderá exigir que a procuração tra-
terminada obra. Neste caso, decorridos ga a firma reconhecida.
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Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: ou risco do negócio, das alterações de
a) todos os enunciados estão corretos. valores e do mais que possa influir nos
b) todos os enunciados estão incorretos. resultados da incumbência.
c) somente o enunciado I está correto.
d) somente o enunciado II está correto. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
e) somente o enunciado III está correto. a) todos os enunciados estão corretos.
b) todos os enunciados estão errados.
44) A modalidade de contrato pelo qual uma c) estão corretos os enunciados I e II.
pessoa passa a comprar ou vender bens, em seu d) estão corretos os enunciados I e III.
próprio nome, mas por conta de outrem, e de e) estão corretos os enunciados II e III.
acordo com as instruções deste é denominada:
a) evicção. 47) A modalidade de contrato no qual uma
b) comissão. pessoa garante satisfazer ao credor uma obri-
c) novação. gação assumida pelo devedor, caso este não a
d) empreitada cumpra, é denominada:
e) corretagem. a) novação
b) fiança.
45) A modalidade de contrato em que uma c) retrovenda.
pessoa não ligada a outra em virtude de man- d) transação.
dato, de prestação de serviços ou por qualquer e) corretagem.
relação de dependência, obriga-se a obter para
a segunda um ou mais negócios, conforme as 48) Marco Antônio tem um litígio com Júlio
instruções recebidas, é denominada: César acerca de uma dívida. Aquele entende
a) evicção. que a dívida é de R$ 10.000,00, ao passo que o
b) comissão. devedor entende que é só de R$ 5.000,00.
c) novação. Após discussão entre eles, firmaram acordo co-
d) empreitada locando fim à questão mediante o pagamento
e) corretagem. ao credor do valor de R$ 7.500,00. Esta mo-
dalidade de contrato é conhecida como:
46) Considere os seguintes enunciados: a) novação.
I – Pelo contrato de corretagem, uma pes- b) corretagem.
soa, não ligada a outra em virtude de c) transação.
mandato, de prestação de serviços ou d) fiança
por qualquer relação de dependência, e) retrovenda.
obriga-se a obter para a segunda um ou
mais negócios, conforme as instruções 49) Aquele que defende pessoalmente a sua
recebidas. posse, diante de ato de turbação ou esbulho,
II – O corretor é obrigado a executar a me- está utilizando:
diação com a diligência e prudência que a) da manutenção da posse.
o negócio requer, prestando ao cliente, b) do interdito possessório.
espontaneamente, todas as informações c) do esforço imediato.
sobre o andamento dos negócios. d) da reintegração de posse.
III – Sob pena de responder por perdas e e) da imissão de posse.
danos, deve o corretor prestar ao clien-
te todos os esclarecimentos que estive- 50) Forma de aquisição de propriedade imó-
rem ao seu alcance, acerca da segurança vel que o ocorre quando alguém detém a pos-
112 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
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se de uma coisa com ânimo de dono, por de- c) somente os enunciados I e III estão cor-
terminado tempo, ininterruptamente, e sem retos.
oposição: d) somente os enunciados II e III estão cor-
a) acessão. retos.
b) usucapião. e) nenhum enunciado está correto.
c) herança jacente.
d) registro de título. 53) Considere as seguintes proposições, em
e) comoriência. relação ao condomínio:
I – Cada unidade autônoma corresponde
51) Adquire-se a propriedade imóvel: a uma fração ideal no condomínio so-
a) pela transcrição do título de transferên- bre o terreno e as partes comuns do
cia no Registro de Imóvel, pela acessão, edifício.
pelo usucapião e pelo direito hereditário. II – As partes suscetíveis de utilização inde-
b) somente pela transcrição do título de pendente, tais como apartamentos, es-
transferência no Cartório de Registro de critórios, podem ser alienadas livremente
Imóvel e pelo direito hereditário. por seus proprietários.
c) pela transcrição do título de transferên- III – O condômino é obrigado, na propor-
cia no Cartório de Registro de Imóvel, ção de sua parte, a concorrer para as
pela tradição, pelo usucapião e pelo di- despesas de conservação da coisa.
reito hereditário;
d) pela transcrição do título de transferên- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
cia no Cartório de Registro de Imóvel, a) todos os enunciados estão corretos.
pela confusão, pelo usucapião e pelo di- b) somente o enunciado I está correto.
reito hereditário. c) somente o enunciado II está correto.
e) pela transcrição do título de transferên- d) somente o enunciado III está correto.
cia no Cartório de Registro de Imóvel, e) nenhum enunciado está correto.
pela evicção e pela compensação.
54) Propriedade resolúvel é a de caráter não
52) Considere as seguintes proposições: permanente, que pode ser cancelada pelo ad-
I – O proprietário tem o direito de usar, go- vento de determinada condição legal ou con-
zar e dispor da coisa, mas não tem o di- vencional. São cláusulas ou condições que tor-
reito de reavê-la do poder de quem quer nam a propriedade resolúvel, exceto:
que injustamente a possua ou detenha. a) o pacto de retrovenda.
II – Avulsão é o arrancamento de um bloco b) a doação de cláusula de reversão.
considerável de terra por força das c) a propriedade fiduciária.
águas, e o seu conseqüente arremesso de d) o usucapião.
encontro a terras de outrem. e) a venda a contento.
III – O álveo ou leito abandonado do rio,
público ou particular, pertence ao aos 55) Considere os seguintes enunciados:
proprietários ribeirinhos das duas mar- I – Usufruto ocorre quando o proprietário
gens, com divisa no meio. Júlio César concede, mediante ato inter
vivos, a posse, uso, administração e per-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: cepção de frutos de um imóvel a Cleó-
a) todos os enunciados estão corretos. patra, conservando a sua propriedade.
b) somente os enunciados I e II estão cor- II – O usufruto de imóveis, quando não re-
retos. sulte de usucapião, constituir-se-á medi-
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ante registro no Cartório de Registro de ticrese ou hipoteca, o bem dado em ga-


Imóveis. rantia fica sujeito, por vínculo real, ao
III – O usufrutuário que não quiser ou não cumprimento da obrigação.
puder dar caução suficiente perderá o II – Só aquele que pode alienar poderá em-
direito de administrar o usufruto, se as- penhar, hipotecar ou dar em anticrese;
sim exigir o dono do imóvel. só os bens que se podem alienar pode-
rão ser dados em penhor, anticrese ou
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: hipoteca.
a) somente os enunciados I e II estão cor- III – É nula a cláusula que autoriza o credor
retos. pignoratício, anticrético ou hipotecário
b) somente os enunciados I e III estão cor- a ficar com o objeto da garantia, se a
retos. dívida não for paga no vencimento.
c) somente os enunciados II e III estão cor-
retos. Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
d) todos estão corretos. a) todos os enunciados estão corretos.
e) todos estão incorretos. b) todos os enunciados estão errados.
c) estão corretos nos enunciados I e II.
56) Considere os seguintes enunciados: d) estão corretos os enunciados I e III.
I – Mediante promessa de compra e venda, e) estão corretos os enunciados II e III.
em que se não pactuou arrependimento,
celebrada por instrumento público ou 58) Considere os seguintes enunciados:
particular, e registrada no Cartório de I – Podem ser objeto de hipoteca os imó-
Registro de Imóveis, adquire o promi- veis e os acessórios dos imóveis conjun-
tente comprador direito real à aquisição tamente com eles.
do imóvel. II – É nula a cláusula que proíbe ao proprie-
II – O promitente comprador, titular de di- tário alienar imóvel hipotecado, mas
reito real, pode exigir do promitente pode convencionar-se que vencerá o cré-
vendedor, ou de terceiros, a quem os dito hipotecário, se o imóvel for aliena-
direitos deste forem cedidos, a outorga do.
da escritura definitiva de compra e ven- III – O dono do imóvel hipotecado não pode
da, conforme o disposto no instrumen- constituir outra hipoteca sobre ele.
to preliminar.
III – Se houver recusa da outorga da escritu- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
ra definitiva de compra e venda, o pro- a) todos os enunciados estão corretos.
mitente comprador pode requerer ao b) todos os enunciados estão errados.
juiz a adjudicação do imóvel. c) estão corretos nos enunciados I e II.
d) estão corretos os enunciados I e III.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: e) estão corretos os enunciados II e III.
a) todos os enunciados estão corretos.
b) todos os enunciados estão errados. 59) A convenção, mediante a qual o credor,
c) estão corretos nos enunciados I e II. possuindo um imóvel do devedor, percebe os
d) estão corretos os enunciados I e III. seus frutos para conseguir a soma de dinheiro
e) estão corretos os enunciados II e III. emprestada, imputando na dívida e até o seu
resgate, as importâncias que for recebendo,
57) Considere os seguintes enunciados: denomina-se:
I – Nas dívidas garantidas por penhor, an- a) sub-hipoteca.
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b) penhor de direitos. 62) São modalidades de parcelamento do solo


c) caução de título de crédito. urbano:
d) servidão predial. a) loteamento e usucapião.
e) anticrese. b) loteamento de desmembramento.
c) loteamento e incorporação.
60) Marco Antônio, devedor, entregou ao cre- d) incorporação e desmembramento.
dor Júlio César, como garantia do cumprimento e) incorporação e evicção.
da obrigação assumida, um bem móvel. Houve
entre as partes um negócio jurídico chamado: 63) Considere os seguintes enunciados:
a) garantia fiduciária. I – São nulas de pleno direito, entre outras,
b) penhor. as cláusulas contratuais relativas ao for-
c) hipoteca. necimento de produtos ou serviços, que
d) anticrese. transfiram responsabilidade a terceiros.
e) novação. II – Em caso de vício do serviço prestado pelo
Corretor de Imóveis, a reexecução dos ser-
61) Considere os seguintes enunciados: viços poderá ser confiada a terceiros.
I – Nenhuma incorporação poderá ser pro- III – Vendi meu terreno declarando na escri-
posta à venda sem a indicação expressa tura que o imóvel estava sendo pleitea-
do incorporador, devendo também seu do por terceiro, que me notificara dizen-
nome permanecer indicado ostensiva- do ser dono e ter melhor direito que o
mente no local da construção. meu. Nesse caso a confissão do vício em
II – Em toda a publicidade ou propaganda escritura pública é motivo de nulidade
escrita, destinada a promover a venda do contrato.
de incorporação com construção pelo
regime de empreitada reajustável, em que Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
conste preço, serão discriminados expli- a) somente os enunciados I e II estão cor-
citamente o preço da fração ideal do ter- retos.
reno e o preço da construção, com indi- b) somente os enunciados I e III estão cor-
cação expressa da reajustabilidade. Esta retos.
exigência será dispensada nos anúncios c) somente os enunciados II e III estão cor-
“classificados” dos jornais. retos.
III – O corretor ou o gerente de empresa cor- d) todos estão corretos.
retora que usar, ainda que a título de e) todos estão incorretos.
empréstimo, em proveito próprio ou de
terceiros, bens ou haveres destinados a 64) Considere os seguintes enunciados:
incorporação contratada por adminis- I – O consumidor cobrado em quantia in-
tração, sem prévia autorização dos inte- devida tem direito ao dobro do que pa-
ressados, cometerá crime contra a eco- gou em excesso, a titulo de repetição de
nomia popular. indébito.
II – O consumidor pode desistir do contra-
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: to, no prazo de sete dias a contar de sua
a) todos os enunciados estão corretos. assinatura, sempre que a contratação de
b) todos os enunciados estão errados. fornecimento de produtos e serviços
c) estão corretos os enunciados I e II. ocorrer por telefone.
d) estão corretos os enunciados I e III. III – O fornecedor de produtos e serviços
e) estão corretos os enunciados II e III. pode em contrato inserir cláusula esta-
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belecendo a inversão do ônus da prova b) todos os enunciados estão errados.


em seu prejuízo. c) estão corretos os enunciados I e II.
d) estão corretos os enunciados I e III.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: e) estão corretos os enunciados II e III.
a) somente o enunciados I está correto.
b) somente o enunciado II está correto. 67) Considere os seguintes enunciados:
c) somente o enunciados III está correto. I – O sistema comum de registro de imó-
d) todos estão corretos. veis produz o efeito de presunção juris
e) todos estão incorretos et de jure da existência da propriedade
e dos direitos reais sobre o imóvel, res-
65) Considere as seguintes proposições acerca salvados os direitos de terceiro, que ad-
da locação: quire o bem de raiz por confiar na vera-
I – O locatário somente poderá exercer di- cidade do registro.
reito de retenção por benfeitorias se es- II – O registro imobiliário terá eficácia con-
tas houverem sido autorizadas pelo lo- servatória de documento.
cador. III – A hipoteca, o penhor e a alienação fiduci-
II – Caso não haja acordo a respeito, caberá ária são garantias reais que podem ser trans-
ação revisional de aluguel após três anos critas ou averbadas no registro de imóveis.
de vigência do contrato.
III – No caso de venda do imóvel, o locatá- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
rio terá preferência para adquiri-lo, des- a) somente os enunciados I e II estão cor-
de que conste expressamente do contra- retos.
to cláusula específica nesse sentido. b) somente os enunciados I e III estão cor-
retos.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: c) somente os enunciados II e III estão cor-
a) todos os enunciados estão corretos. retos.
b) somente o enunciado I está correto. d) todos estão corretos.
c) somente o enunciado II está correto. e) todos estão incorretos.
d) somente o enunciado III está correto.
e) nenhum enunciado está correto. 68) Considere os seguintes enunciados:
I – Transfere-se entre vivos a propriedade
66) Considere os seguintes enunciados, acerca mediante o registro do título translativo
da Lei de Locações: no Registro de Imóveis.
I – Pode o contrato de locação ser desfeito II – Enquanto não se registrar o título trans-
por mútuo acordo, por infração legal ou lativo, o alienante continua a ser havido
contratual, pela inadimplência do aluguel como dono do imóvel.
e encargos. III – O registro é eficaz desde o momento em
II – Também pode o contrato de locação ser que se apresentar o título ao oficial do
desfeito em caso de reparações urgen- registro, e este o prenotar no protocolo.
tes determinadas pelo poder público.
III – Despejo é o nome da ação do locador Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
para reaver, podendo ser cumulada com a) todos os enunciados estão corretos.
a cobrança de aluguéis. b) todos os enunciados estão errados.
c) estão corretos nos enunciados I e II.
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: d) estão corretos os enunciados I e III.
a) todos os enunciados estão corretos. e) estão corretos os enunciados II e III.
116 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
DIREITO E LEGISLAÇÃO

69) A Lei n° 6530/78 criou o Conselho Federal a) ao possuidor de título de Técnico em


e os Conselhos Regionais de Corretores de Imó- Transações Imobiliárias.
veis e lhes atribuiu, em relação ao exercício da b) a qualquer pessoa no gozo de seus direi-
profissão (art. 5°), a função de: tos civis.
a) avaliar e disciplinar. c) ao possuidor de diploma de conclusão
b) cadastrar e penalizar. do 2° Grau.
c) prestar contas e penalizar. d) ao possuidor de título de Técnico em
d) disciplinar e assistir juridicamente. Transações Imobiliárias, inscrito no Con-
e) disciplinar e fiscalizar. selho Regional da jurisdição.
e) ao possuidor de diploma ma conclusão
70) De acordo com a Lei n.° 6530/78 são atri- do 3° Grau.
buições exclusivas do Corretor de Imóveis:
a) exercer a intermediação imobiliária. 73) O Corretor de Imóveis foi julgado pelo
b) vender consórcios imobiliários. Conselho Regional e imposta a condenação de
c) emitir laudo de avaliação judicial. suspensão por noventa dias. A condenação foi
d) nenhuma das anteriores. mantida pelo Conselho Federal. Em relação
e) todas as respostas anteriores. aos efeitos da condenação não se pode afirmar:
a) que no período de noventa dias o Cor-
71) Considere os seguintes enunciados: retor de Imóveis não poderá exercer as
I – O Corretor de Imóveis não pode negar atividades típicas da profissão.
a prestação de contas ou recibo de quan- b) se o Corretor de Imóveis exercer a pro-
tia ou documento que lhe tenham sido fissão no período de suspensão está co-
entregues a qualquer título. metendo outra infração disciplinar e
II – Deixar de pagar contribuição ao Con- poderá ser novamente condenado.
selho Regional é uma infração discipli- c) pena de suspensão deverá ser anotada
nar que pode ser aplicada àquele corre- na Carteira de Identidade do Corretor
tor de imóveis que não paga o tributo de Imóveis.
chamado anuidade. d) se o Corretor de Imóveis reincidir na
III – A multa, a censura, a suspensão da ins- mesma infração não será primário e a
crição por até noventa dias e o cancela- penalidade poderá ser agravada, obser-
mento da inscrição são modalidades de vadas as circunstâncias do caso.
sanções disciplinares aplicáveis pelos e) no período de noventa dias o corretor
Conselhos Regionais. de imóveis poderá somente anunciar
proposta de transação imobiliária, mas
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: para finalizar o negócio dependerá de
a) todos estão corretos. autorização do Conselho Regional.
b) somente os enunciados I e II estão cor-
retos. 74) Considere os seguintes enunciados:
c) somente os enunciados I e III estão cor- I – O auto de infração será lavrado pelo
retos. Agente de Fiscalização do Conselho
d) somente os enunciados II e III estão corretos. Regional de Corretores de Imóveis con-
e) todos estão incorretos. tra pessoa física ou jurídica que transgri-
dam normas ético-disciplinares.
72) O exercício da profissão de Corretor de II – A contar da data de recebimento da se-
Imóveis, em todo território nacional, somente gunda via do auto de infração, o infra-
será permitida: tor terá o prazo improrrogável de quin-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 117
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

ze dias para apresentar defesa escrita, II – O Corretor de Imóveis deve se relacio-


acompanhada ou não de documentação. nar com seus colegas de profissão den-
III – Em qualquer fase do processo adminis- tro dos princípios da consideração res-
trativo disciplinar deve ser observado a peito e solidariedade.
ampla defesa e o contraditório. III – Não é obrigatória a observância das re-
gras de conduta presentes no Código de
Em análise aos enunciados pode-se afirmar que: Ética, mas apenas um indicativo de
a) somente os enunciados I e II estão cor- como deve ser o profissional ideal.
retos.
b) somente os enunciados I e III estão cor- Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:
retos. a) somente os enunciados I e II estão cor-
c) somente os enunciados II e III estão cor- retos.
retos. b) somente os enunciados I e III estão cor-
d) todos estão incorretos. retos.
e) todos estão corretos. c) somente os enunciados II e III estão cor-
retos.
75) Considere os seguintes enunciados, em re- d) todos estão incorretos.
lação ao Código de Ética Profissional: e) todos estão corretos.
I – O Código de Ética Profissional tem por
objetivo fixar a forma pelo qual deve se
conduzir o Corretor de Imóveis, quan-
do no exercício da profissão.

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DIREITO E LEGISLAÇÃO

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Ab-rogação da lei: significa revogação total de uma lei por outra.

Absolutamente incapaz: situação do indivíduo proibido, por lei, de exercer


pessoalmente todos os atos da vida civil. Art. 3o do CC. São absolutamente
incapazes os menores de 16 anos, os que, por enfermidade ou doença mental
não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil, e os que, mesmo
por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Ação revisional de aluguel de imóvel: tem o objetivo de proceder ao reajuste


do aluguel quando não há acordo entre o locador e o locatário. Pode ser movida
por qualquer das partes. Ver art. 68 a 70 da Lei nº 8.245/91.

Ad Corpus: expressão latina que qualifica a venda que se faz por corpo, i.é, por
um único preço. Ex: venda de apartamentos, casas etc.

Ad Mensuram: expressão latina que qualifica a venda em que o preço é estipulado


por unidades ou partes, sem se considerar o todo. É a venda por medida ou à conta.
Ex: venda de fazendas: o preço é estipulado por alqueire, por equitare etc.

Ad Valorem: expressão latina que significa pelo valor.

Aforamento: também designado enfiteuse, é o contrato pelo qual o proprietário


transfere o domínio útil e perpétuo de um imóvel, mediante o pagamento de
um foro anual, certo e invariável. Este instituto jurídico foi abolido pelo novo
CC, no art. 2.038.

Águas interiores: águas marítimas, fluviais e lacustres que integram o território


de um Estado.

Águas pluviais: aquelas acumuladas pela chuva. Podem passar a pertencer


àquele que as represar em terrenos de sua propriedade.

Alienação fiduciária: negócio jurídico pelo qual uma das partes chamada
fiduciário, adquire, em confiança, a propriedade de um bem móvel, obrigando-se
a devolvê-lo quando satisfeita a obrigação. A Lei 9.514/97, art. 22, passou a
permitir a alienação fiduciária para bens imóveis.

Alqueire: unidade de medida agrária que varia de região para região. Em Minas
Gerais o alqueire vale 48.400 m²; em São Paulo, 24.200 m², e no norte do
Brasil 27.225 m².

Aluguel: do latim elocariu. Preço de alugar. Aluguer.

Aluvião: modo de aquisição originária de propriedade imóvel, derivada da formação


de acréscimos de depósitos natural de terras, ou pelo desvio das águas do rio.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

GLOSSÁRIO

Alvará: ordem emanada de autoridade competente em favor de alguém,


certificando, autorizando ou determinando atos e direitos. Na construção civil
é a autorização para início de obra.

Álveo: superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e
ordinariamente enxuto.

Anticrese: contrato pelo qual o devedor – conservando ou não a posse de um


imóvel – atribui ao credor (anticresista), a título de garantia da dívida, os frutos
e rendimentos oriundos do imóvel.

Aqüestos: bens adquiridos por qualquer dos cônjuges, na vigência da sociedade,


e que passam a integrar a comunhão.

Arbitragem: processo decisório de conflito de interesses em que os litigantes


escolhem, de comum acordo, um árbitro mediador, comprometendo-se a acatar
o parecer deste. Mediante cláusula compromissória este tipo de solução de
demandas vem sendo muito utilizado nos contratos de locação e de compra e
venda de imóveis.

Arras: do grego arrabon. Garantia ou sinal dado por um dos contratantes que
firma a presunção de acordo final e torna obrigatória a convenção. Ver arts. 417
a 420 do CC.

Arrendamento: contrato pelo qual o arrendador dá em locação um imóvel ao


arrendatário. Mais utilizado para imóveis rurais, embora não haja diferença
essencial entre arrendamento e locação.

Astreinte: penalidade imposta ao devedor, consistente numa prestação periódica,


que vai sendo acrescida enquanto o montante total do débito não é pago.

Aval: garantia do pagamento do título de crédito, de natureza pessoal, dada por terceiro.

Avulsão: modo de aquisição originária da propriedade imóvel, que ocorre


quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destaca de um prédio
e se junta a outro.

Bem-de-família: proteção, instituída mediante escritura pública, contra eventual


execução de bens, relativamente ao imóvel em que reside a família. (Ver Lei nº
6.015/73, art. 260). A Lei 8.009/90, art. 3o, III, permite que o bem-de-família
seja dado em garantia nos contratos de locação, podendo, por este dispositivo
legal, ser penhorado. No mesmo sentido dispõe a Lei nº 8.245/91, art. 82). No
entanto, a jurisprudência do STF está firmada no sentido de que o bem-de-família
é impenhorável, fazendo-o com lastro no direito constitucional de moradia. Assim,
os artigos citados das leis 8.009/90 e 8.245/91, são insconstitucionais.

120 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Benefício de ordem: também chamado de benefício de excussão, consiste na prerrogativa


legal conferida ao fiador demandado de exigir, até a contestação da lide, que sejam
executados inicialmente os bens do devedor principal. Ver art. 827 do CC.

Benfeitorias: obras ou despesas realizadas em um bem imóvel (ou móvel), com


o intuito de mantê-lo conservado, melhorado ou embelezado. Podem ser
classificadas como benfeitorias úteis, necessárias ou voluptuárias.

Bens fungíveis: aqueles móveis que podem ser substituídos por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.

Bens imóveis: aqueles que não podem ser transportados sem que ocorra a sua
destruição ou inutilização. Podem ser:
• imóveis por natureza: o solo, com a sua superfície.
• imóveis por acessão física ou artificial: edifícios.
• imóveis por acessão intelectual: as sementes lançadas ao solo.
• imóveis assim considerados para efeitos legais: direitos reais sobre imóveis, penhor
agrícola e as ações que os asseguram, as apólices da dívida pública, o
direito à sucessão aberta, os navios e os aviões.

Bens infungíveis: aqueles que são insubstituíveis por outros. As obras de arte,
o direito autoral etc.

Bens públicos: aqueles que integram o domínio nacional, pertencentes à União,


aos Estados, Aos Municípios e ao Distrito Federal. São assim classificados:
• bens de uso comum do povo: mares, rios, estradas, ruas e praças.
• bens de uso especial: terrenos e edificações em uso para o serviço público.
• bens dominicais: constituídos pelo patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal ou real dessas entidades.

Casa: Determina a CF no art. 5o, XI: “A casa é asilo inviolável do indivíduo,


ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.”

Caso fortuito: acontecimento de ordem natural gerador de efeitos jurídicos, como


as erupções vulcânicas, queda de raios, estiagem, avalanches, o aluvião etc.

Caução: garantia do adimplemento da obrigação, que consiste no depósito em


dinheiro ou na apresentação de bens suficientes em juízo (caução real) ou
nomeação de fiador idôneo (caução fidejussória). Caução na locação de imóvel
prevista no art. 37, I, da Lei nº 8.245/91.

Cessão: contrato oneroso ou gratuito, pelo qual o cedente transfere, ao


cessionário, créditos ou direitos.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Cláusula compromissória: também denominada pactum de compromittendo, é a


cláusula que obriga os contratantes, em caso de litígio, a se submeterem à
composição desta mediante arbitragem. Muito utilizada nos contratos de locação.

Cláusula leonina: cláusula contratual que atribui, a uma das partes, vantagens
injustificadamente maiores do que aquelas conferidas à outra parte.

Comodato: do latim commodatum, significando empréstimo gratuito de bem


infungível, que se perfaz com a tradição deste. Não admite a devolução de bem
diverso daquele objeto do acordo. (CC, arts. 579 a 585).

Comoriência: conceito jurídico de morte simultânea de duas ou mais pessoas,


quando não é possível definir qual delas faleceu primeiro.

Compáscuo: terreno em que pastam animais de vários donos.

Compra e venda: contrato em que um dos contratantes, denominado vendedor


ou alienante, se obriga a transferir a propriedade de um bem móvel ou imóvel,
corpóreo ou incorpóreo, ao outro contratante, denominado comprador ou
adquirente, mediante o pagamento de preço certo em dinheiro ou valor fiduciário
correspondente. Ver art. 481 do CC.

Compromisso arbitral: convenção pela qual os interessados submetem seu litígio à


arbitragem judicial ou extrajudicial de uma ou mais pessoas. Ver cláusula compromissória.

Compromisso de compra e venda (ou contrato ou promessa de compra e venda):


contrato preliminar que objetiva a celebração posterior de um contrato definitivo, que
vem a ser de compra e venda, quase sempre de bem imóvel. Ver arts. 462 a 466 do CC.

Concordata: benefício que a lei confere ao devedor comerciante de boa-fé,


consistente na prorrogação dos prazos de pagamento ou na redução do montante
devido, a fim de evitar a decretação de sua falência.

Condição resolutiva: condição que enseja a extinção do contrato, tão logo


verificado determinado fato, em regra estabelecido por uma das partes, como a
quitação de prestações.

Condomínio: direito exercido simultaneamente, por várias pessoas, sobre um


mesmo objeto, incidindo referido direito num quinhão ideal.

Condomínio edilício: denominação adotada pelo CC (arts. 1.331 e seguintes)


para o condomínio em edifício de apartamentos.

Consumidor: toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou


serviço como destinatário final. (Lei nº 8.078/90, art. 2o – Código do Consumidor)

122 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Contrato: acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre objeto lícito e
possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Pode
ser aberto, acessório, a titulo oneroso ou não, bilateral ou unilateral (doações),
consensual, comutativo etc.

Contrato de corretagem: pelo contrato de corretagem uma pessoa denominada


corretor, não vinculada por mandato (procuração), prestação de serviços ou
qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para o outro contratante,
seu cliente, denominado dono do negócio ou comitente, um ou mais negócios,
conforme as instruções que receber. (ver CC, arts. 722 a 729).

Contrato de locação de imóvel: contrato bilateral, oneroso, comutativo,


firmado entre o locador e o locatário, tendo como objeto imóvel residencial,
não residencial ou rural, com obediência aos ditames da lei do inquilinato (Lei
8.245/91) e do Código do Consumidor.

Dação em pagamento: um dos modos de extinção das obrigações, consistente


no pagamento de dívida mediante a entrega de objeto diferente do
convencionado, devendo operar-se com o consentimento do credor.

Denúncia vazia: denúncia imotivada da locação de imóvel, promovida pelo


locador ou pelo locatário. Ver artigos 6o e 57 da Lei do Inquilinato – Lei nº
8.245/91.

Derrogação da lei: revogação parcial de uma lei. A ab-rogação é a revogação


total da lei.

Desapropriação: uma das formas de expropriação(CF, art. 5o, XXIV),


consistente no desapossamento coercitivo de um bem móvel ou imóvel, pelo
Poder Público, com fundamento na necessidade pública, na utilidade pública
ou, ainda, no interesse social, e mediante a justa e prévia indenização em dinheiro.

Despejo de imóvel: desocupação judicial de imóvel locado, em favor do


proprietário. Ver Lei do Inquilinato (8.245/91), arts. 59 e seguintes.

Dever de urbanidade (ética profissional): dever imposto ao profissional,


consistente em tratar bem o público, os colegas de profissão, as autoridades e
os funcionários públicos em geral, com respeito, discrição e independência,
exigindo igual tratamento e zelando pelas prerrogativas a que tem direito, de
modo a tornar-se merecedor de respeito, contribuindo com isso para o prestígio
de sua classe.

Direito de recobro (mesmo que retrovenda): direito do vendedor de recobrar


o imóvel vendido, desde que restitua o preço pago, mas as despesas e melhorias
realizadas pelo adquirente.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Direito de tapagem: direito de vizinhança fundado no princípio da utilização


da propriedade, consistente em poder cercar, murar, valar ou tapar prédio urbano
ou rural.

Direitos de vizinhança: decorrentes das limitações jurídicas à fruição de


imóveis vizinhos pelos respectivos proprietários. Washington Barros Monteiro
observa: “Os direitos de vizinhança constituem limitações impostas pela boa
convivência social, que se inspira na lealdade e na boa-fé. A propriedade deve
ser usada de tal maneira que torne possível a coexistência social. Se assim não
se procedesse, se os proprietários pudessem invocar uns contra os outros seu
pretenso direito absoluto e ilimitado, não poderiam praticar qualquer direito
pois as propriedades se aniquilariam no entrechoque de suas várias faculdades”.

Distrato: dissolução de um contrato motivado por rescisão, resilição ou resolução.

Doação: contrato gratuito (benéfico) pelo qual uma das partes (doador) se
compromete a transferir, gratuitamente, um bem de sua propriedade para o
patrimônio de outra. É um tipo de contrato unilateral. A doação pode ser pura
ou incondicional, condicional, modal, remuneratória, com cláusula de reversão,
a título singular e inoficiosa. Vale lembrar que a doação pode ser revogada em
caso de ingratidão do donatário. Ver arts. 538 a 563 do CC.

Domicílio: local onde a pessoa natural ou jurídica exerce sua atividade habitual, enquanto
residência é o local onde a pessoa natural mora, com intenção de ali permanecer.

Edil: do latim aedes, casa, prédio; daí edificium, combinando com ficium, de facere.
É também sinônimo de vereador.

Empreitada: contrato que denomina a “locação de serviço em que o locador


se obriga a fazer ou mandar fazer certa obra, mediante retribuição determinada
ou proporcional ao trabalho executado.”

Endosso: assinatura do endossante aposta no verso em branco do título, que tem


por efeito transferir a propriedade deste, remanescente o endossante como um
coobrigado solidário no cumprimento da obrigação.

Enfiteuse: também denominado aforamento, é um contrato bilateral e oneroso,


no qual, por ato inter vivos ou por disposição de última vontade, o proprietário
do imóvel confere, perpetuamente, a outrem o domínio útil deste, mediante o
pagamento de uma pensão anual, invariável, denominada foro.

Escritura: documento que comprova a celebração de um negócio jurídico.

Espólio: Conjunto de bens que integra o patrimônio deixado pelo de cujus, e que
serão compartilhados, no inventário, entre os herdeiros ou legatários.

124 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Estelionato: crime capitulado no art. 171 do CP, praticado contra o patrimônio


alheio, que tem como características o engodo, a astúcia e a picardia.

Ética profissional: como cidadão e profissional, deve o homem conduzir-se


éticamente nos seus contatos com seu semelhante. Os corretores de imóveis
estão obrigados a obedecer o Código de Ética Profissional, estabelecido par a
classe com a Resolução-Cofeci nº 326/92.

Evicção: perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em
conseqüência de decisão judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor.
Ver arts. 447 a 456 do CC.

Fato jurídico: todo acontecimento, natural ou humano, capaz de produzir,


modificar ou extinguir direitos.

Fiança locatícia: contrato acessório em que o fiador garante o cumprimento da


obrigação principal pelo afiançado, se este não cumpri-la. A fiança é estabelecida
entre o credor e o fiador, independentemente da vontade do afiançado, de modo
que o fiador será quem o credor quiser. Ver arts. 819 a 827 do CC, e art. 37 da
Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91).

Fraude contra credores: defeito nos negócios jurídicos, consistente na


diminuição dolosa do patrimônio do devedor, promovida por este, no intuito de
prejudicar seus credores.

Função social da propriedade: expressão que denomina o princípio pelo qual


o interesse público deve ter preferência sobre a propriedade privada, embora
sem eliminá-la. Daí resultam os institutos da desapropriação.

Fundo de comércio: fundo de comércio é a expressão adotada pelo art. 1.412


do CC, designando o complexo de bens corpóreos e incorpóreos, organizado
para o exercício empresarial.

Garantias locatícias: garantias que a lei confere ao locador de imóveis em face da


eventualidade do inadimplemento do contrato pelo inquilino. São três as modalidades
definidas no art. 37 da Lei nº 8.245/91: a caução, a fiança e o seguro fiança locatícia.

Geminados: diz-se de imóveis contíguos, em parede-e-meia. Jamais use a


expressão germinados, no caso de imóveis contíguos.

Habite-se: autorização concedida pela autoridade administrativa para que o


imóvel edificado de acordo com os requisitos legais possa ser ocupado para os
fins a que se destina.

Hasta pública: é a venda judicial de imóveis, por leiloeiro.


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Hectare: unidade de medida agrária correspondente a 100 ares. Cada are, por
sua vez, vale 100m². Assim, um hectare vale 10.000m².

Herdeiro: pessoa a quem se defere a sucessão de bens deixados pelo autor da


herança. Podem ser herdeiros legítimos, aqueles que a lei inclui na sucessão
legítima (CC, art. 1829) e, por devolução (CC art. 1.844) o Município, o Distrito
Federal e a União. Herdeiro necessário, legitimário ou forçado, qual seja, o
descendente ou ascendente do autor da herança. Herdeiro universal, aquele
que, legítimo ou necessário, é o único sucessor. Herdeiro porcionário, aquele
que, com outro herdeiro, divide o quinhão hereditário.

Hipoteca: direito real de garantia que incide sobre imóvel.

Imóvel rural: prédio rústico de área contínua qualquer que seja a sua
localização, destinado à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agroindustrial, quer mediante planos públicos de valorização, quer mediante
iniciativa privada (art. 1º I, da Lei nº 4.504/64 – Estatuto da Terra).

Incorporador imobiliário: pessoa natural ou jurídica, empresária ou não, que,


embora não levantando a construção, comprometa-se ou efetive a venda de
frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades
autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime
condominial, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-
se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições,
das obras concluídas. (Lei 4.591/64, arts. 29 e 32 a 47)

Inquilino: pessoa que mora em imóvel cedido por locação. Locatário.

Latifúndio: vasta extensão de terra concentrada nas mãos de um só proprietário.


É definido no art. 4o da Lei nº 4.504/64.

Legado: parte da herança deixada pelo testador àquele que não seja herdeiro,
denominado legatário.

Legítima: parte da herança que cabe a cada herdeiro, e que não pode ser disposta
pelo testador.

Letra de câmbio: título de crédito formal, consistente numa ordem escrita de


pagamento, de um emitente ou sacador, a outrem, chamado aceitante ou sacado,
para que pague a um terceiro, denominado tomador, determinada importância
em local e data determinados.

Locação: contrato bilateral, consensual, oneroso e comutativo, em que uma


das partes, denominada Locador, se compromete a ceder à outra, denominada
Locatário, o uso e gozo de bem móvel ou imóvel não fungível.

126 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Locação não residencial: denominação dada pela Lei nº 8.245/91 (Lei do


Inquilinato), à locação comercial, industrial, abrangendo, ainda, locação de
prédios públicos, galpões etc.

Locação para temporada: locação de imóvel destinado à residência temporária


do inquilino, por prazo não superior a 90 dias. Ver art. 48 da Lei do Inquilinato.

Locador: denominação que se dá àquele que loca, aluga o bem ao locatário.


Em se tratando de imóvel o locador é chamado por muitos de senhorio.

Luvas: importância que o inquilino paga ao locador, independentemente do


aluguel, para conseguir um contrato de locação comercial. O art. 45 da Lei nº
8.245/91 permite a cobrança de luvas nos contratos iniciais.

Mediação: atividade que consiste em aproximar as partes potencialmente


contratantes, orientando-as para a concretização do negócio, mediante comissão
(honorários, no caso dos corretores de imóveis) a ser paga por um ou por ambos
os interessados.

Multipropriedade imobiliária: também chamada time-sharing: trata-se de um


sistema original de condomínio de bem imóvel, em que cada condômino tem o
direito de utilizá-lo, com exclusividade, durante um certo período do ano
previamente estabelecido com os demais condôminos.

Mútuo: espécie de contrato de empréstimo em que o mutuante transfere ao


mutuário o domínio de bem fungível, tendo este a obrigação de restituir bem do
mesmo gênero, qualidade e quantidade. O objeto mais comum deste contrato é
o dinheiro.

Nascituro: ser humano já concebido e que se encontra, ainda, no ventre


materno.

Nome empresarial: firma ou denominação da pessoa natural ou jurídica no


exercício de suas atividades empresariais. O Código Civil trata deste assunto
nos arts. 1.155 a 1.168.

Nota Promissória: título de crédito formal, consistente numa promessa de


pagamento a ser efetuado pelo emitente, ao beneficiário ou à ordem deste, em
data e local determinados.

Notário: denominação dada ao Tabelião de notas, aquele encarregado da


elaboração de escrituras públicas.

Notificação premonitória: notificação que faz o locador ao inquilino para denunciar


o contrato de locação em vigor. Ver art. 46 da Lei nº 8.245/91 – Lei do Inquilinato.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Novação: um dos modos de extinção das obrigações, que consiste na formação


de uma nova obrigação, em substituição à anterior, que se extingue.

Nunciação de obra nova: tipo de ação judicial especial, de caráter preventivo,


para impedir que construção ou obra congênere venha a causar danos ao
proprietário possuidor de imóvel, a condômino de condomínio edilício ou ao
Município.

Nu-proprietário: denominação ao proprietário de um bem que o cede em


usufruto a outrem.

Ocupação: forma originária de aquisição de propriedade, que consiste na


apropriação de coisa sem dono.

Ônus real: gravame incidente sobre bens móveis ou imóveis, em face de direitos
reais sobre coisas alheias.

Outorga uxória: autorização dada pela mulher ao marido, para a prática de


determinados atos, sem a qual estes não teriam validade, haja vista o disposto
nos artigos 107, 220, 1.647, 1.648 e 1.650, todos do CC.

Pacto compromissório: também denominado contrato preliminar, é a convenção


pela qual as partes se comprometem a celebrar contrato futuro. A promessa de
compra e venda é um exemplo.

Pacto de melhor comprador: cláusula do contrato de compra e venda pela


qual o vendedor, dentro de um prazo estipulado, pode desfazer o negócio se
aparecer um novo comprador que ofereça melhores condições.

Penhor: direito real sobre coisa alheia, consistente na entrega de um bem móvel,
suscetível de alienação, efetuada pelo devedor ou terceiro, ao credor, para
garantia de um débito.

Penhora de bens: apreensão judicial de bens do devedor, destinada a garantir


o pagamento da dívida.

Pessoa natural: ser humano dotado de direitos e obrigações determinados pela lei.

Posse: de acordo com o art. 1.196 do CC, considera-se possuidor todo aquele que
tem de fato o exercício, pleno ou não, de alguns dos poderes inerentes à propriedade.

Preempção: também denominado referência ou prelação, é a cláusula especial


do contrato de compra e venda de bem móvel ou imóvel, que garante ao
vendedor o direito de readquirí-lo junto ao comprador, desde que sustente
igualdade de condições perante um terceiro interessado na compra.

128 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


DIREITO E LEGISLAÇÃO

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Procurador: pessoa que, no contrato de mandato, recebe poderes do mandante


para atuar em nome deste, praticando atos ou administrando interesses. Pode
ser pública ou particular.

Pródigo: aquele que dilapida seus bens de forma compulsiva. È o esbanjador,


o perdulário inconseqüente, que leva à ruína seu patrimônio, muitas vezes
prejudicando a família.

Redibição: rejeição de um bem com vício oculto, adquirido ou recebido a título


de doação onerosa. A redibição se formaliza mediante ação redibitória.

Relativamente incapaz: situação do indivíduo que, embora possa praticar,


pessoalmente, sem qualquer restrição, certos atos da vida civil, para a maioria
destes deverá estar assistido por alguém escolhido em função do parentesco, de
relação de ordem civil ou por decisão judicial.

Remição de dívida: resgate, pagamento de dívida.

Remissão: renúncia, libertação, perdão de dívida concedido pelo credor ao


devedor.

Renúncia: uma das formas de perda de propriedade, a par da alienação (a principal


forma de perda da propriedade), do perecimento da coisa e da desapropriação.

Retrovenda: cláusula especial de contrato de compra e venda, pela qual o


vendedor tem o direito de resgatar o bem alienado (vendido), dentro de
determinado prazo, pagando o preço recebido e mais as despesas realizadas
pelo comprador.

Semovente: expressão que denomina os animais, especialmente aqueles úteis


aos homens.

Sublocação de imóveis: ato de alugar a um terceiro uma parte da coisa locada.

Superfície (direito de): direito real de uso de bem alheio, consistente na cessão
de imóvel, pelo proprietário, a um superficiário, gratuita ou onerosamente, para que
este construa ou plante no terreno. È regulado pelos arts. 1.369 a 1.377 do CC.

Tapume: cerca de arame ou madeira, sebe viva, vala, enfim, qualquer estrutura
que sirva de demarcação de terrenos contíguos, e para impedir a entrada de
pessoas ou animais. Ver art. 1.297 do CC.

Terras devolutas: são bens de natureza dominial, vale dizer, integral o patrimônio
de pessoas jurídicas de direito público. São terras vagas, não aproveitadas, que
podem ser alienadas ou cedidas a particulares. Ver art. 20 da CF.
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

GL OSSÁRIO
GLOSSÁRIO

Terrenos de marinha: faixa de terra banhada pelas águas marinhas, lacustres


ou fluviais, numa largura de 33 m, contados da preamar média terra adentro.
Esses terrenos integram o patrimônio da União.

Tombamento: ato pelo qual o Poder Público visa a preservação de bem de


valor histórico, cultural, artístico, científico ou paisagístico, e que consiste na
sua inscrição como Patrimônio Nacional.

Tradição: entrega real ou ficta de um bem, mediante a qual se transmite a


propriedade ou a posse. A tradição de um bem imóvel se perfaz com o registro
da escritura pública no Cartório do Registro de Imóveis daquela região específica.

Transação: convenção pela qual as partes (transigentes) extinguem obrigações


litigiosas mediante concessões mútuas.

Transcrição: ato pelo qual o oficial competente lnça, em livro próprio, o registro
dos títulos translativos de propriedade, por ato inter vivos.

Turbação da posse: ato que, injustamente praticado, impede o normal exercício


da posse pelo legítimo possuidor. Ver arts. 926 e 927 do CPC.

Usucapião: modo originário de aquisição da propriedade, autorizada pela posse


mansa e pacífica, de um bem, no período fixado por lei. Ver arts. 1.260 a 1.262
do CC. CF, arts. 183 e 191, CPC, arts. 941 a 945.

Usufruto: direito real sobre bem alheio atribuído a alguém para que possa fruir
das utilidades e frutos de um bem de propriedade alheia, sem alteração de sua
substância, enquanto temporariamente destacado da mesma propriedade.

Vacatio Legis: período em que a lei nova, embora publicada oficialmente, fica
com sua vigência suspensa.

Venda a contento: cláusula especial do contrato de compra e venda pela qual


o comprador pode desfazer o negócio se a coisa recebida não for do seu agrado,
tendo as obrigações de mero comodatário, enquanto estiver em seu poder, sob
condição suspensiva, e não manifestar a aceitação.

Venda ad corpus: venda de bem imóvel que leva em conta apenas sua especificação
por características e confrontações, sem determinação de área. Ver CC, art. 500.

Venda ad mensuram: espécie de venda de imóvel que exige a especificação da


párea alienada, sendo esta determinada. Ver CC, art. 500.

Vício redibitório: defeito oculto que torna o bem alienado impróprio para o
uso a que se destina, ou causa diminuição do seu valor. Ver CC, art. 2.164.

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DIREITO E LEGISLAÇÃO

BIBLIOGRAFIA

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Janeiro: Forense, 1996.

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2000.

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2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993.

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CENEVIVA, Walter. Lei de registros públicos. 13. ed. São Paulo: Sarai-
va:1999

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

GABARIT
GABARITOO

EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II

1-V 39-F 1-D 39-D


2-F 40-V 2-A 40-A
3-V 41-V 3-E 41-A
4-V 42-V 4-B 42-A
5-V 43-F 5-E 43-A
6-F 44-V 6-E 44-B
7-F 45-V 7-E 45-E
8-V 46-F 8-A 46-A
9-V 47-V 9-A 47-B
10-F 48-F 10-A 48-C
11-V 49-V 11-C 49-C
12-V 50-V 12-A 50-B
13-V 51-F 13-C 51-A
14-V 52-V 14-A 52-D
15-F 53-V 15-C 53-A
16-V 54-V 16-B 54-D
17-V 55-V 17-B 55-D
18-F 56-V 18-B 56-A
19-V 57-F 19-A 57-A
20-V 58-F 20-A 58-C
21-F 59-F 21-A 59-E
22-F 60-V 22-A 60-B
23-V 61-V 23-A 61-A
24-V 62-F 24-E 62-B
25-V 63-F 25-A 63-A
26-F 64-V 26-D 64-D
27-V 65-F 27-D 65-C
28-V 66-V 28-E 66-A
29-F 67-V 29-D 67-B
30-V 68-F 30-A 68-A
31-F 69-V 31-B 69-E
32-F 70-V 32-D 70-A
33-V 71-F 33-A 71-A
34-F 72-F 34-A 72-D
35-V 73-V 35-C 73-E
36-V 74-V 36-A 74-E
37-V 75-V 37-A 75-A
38-F 38-C

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