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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
COLEGIADO – ENGENHARIA CIVIL

JANERSON RIOS DE MENEZES OLIVEIRA

SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO


POTÁVEIS EM ÁREA DE VIVÊNCIA E APOIO DE CANTEIRO DE OBRAS: UM
ESTUDO DE CASO EM
E UMA OBRA
A NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA-BA
SANTANA

FEIRA DE SANTANA
2012
JANERSON RIOS DE MENEZES OLIVEIRA

SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO


POTÁVEIS EM ÁREA DE VIVÊNCIA E APOIO DE CANTEIRO DE OBRAS: UM
ESTUDO DE CASO EM UMA OBRA NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA-BA

Trabalho de Conclusão de Curso de


Engenharia Civil da Universidade estadual
de Feira de Santana, como requisito parcial
à obtenção de título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Msc. Diogenes Oliveira


Senna

FEIRA DE SANTANA
2012
JANERSON RIOS DE MENEZES OLIVEIRA

SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA FINS NÃO


POTÁVEIS EM ÁREA DE VIVÊNCIA E APOIO DE CANTEIRO DE OBRAS: UM
ESTUDO DE CASO EM UMA OBRA NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA-BA

Esta monografia foi julgada e aprovada


como parte dos requisitos para a obtenção
parcial do título de Bacharel em Engenharia
Civil pela Universidade Estadual de Feira de
Santana.

Feira de Santana, ___ de ________________ de 2012

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Orientador - Prof. Msc. Diogenes Oliveira Senna
Mestre pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana

________________________________________
Msc. Luís Cláudio Alves Borja
Mestre pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana

________________________________________
Engº. Mateus Souza Rios
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Ivanete e José Carlos, pelo incentivo a educação e


perseverança ensinando-me a lutar sempre pelos meus objetivos.
Aos meus irmãos Jhoyne e Natália pela presença e ensinamentos de vida.
A minha noiva Samilly, por estar ao meu lado nos momento difíceis e pelo
apoio e confiança depositados.
A dona Lecinda e Vicente pelas orações, apoio e ensinamentos.
Aos meus amigos e colegas de curso por estarem sempre presentes e a
disposição nessa jornada.
Ao professor Diogenes pela orientação e ensinamentos nesse trabalho.
A meu primo Matheus Rios, por me ensinar a dar os primeiros passos na
profissão com paciência e confiança.
Aos demais professores que contribuíram para realização desta conquista.
“O homem fraco espera pela oportunidade;
O homem comum agarra-a quando ela vem;
O grande cria-a como ele a quer”

Adolf Tárnero
RESUMO

OLIVEIRA, J. R. M. Sistema de Aproveitamento de águas pluviais para fins não


potáveis em áreas de vivência e apoio de uma obra na cidade de Feira de
Santana. Feira de Santana, 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Feira de Santana.

A exigência de desenvolver produtos sustentáveis não está atrelada apenas ao


produto final, mas também ao processo construtivo. Canteiros de obras possuem
uma característica peculiar, correspondem a locais que predominam utilização de
água para fins não potáveis. Por este motivo, faz-se necessário o estudo de
soluções alternativas para o abastecimento, a exemplo do aproveitamento de água
pluvial. Este presente trabalho teve como objetivo propor um sistema de
aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis em áreas de vivência e apoio
de uma obra na cidade de Feira de Santana, visando utilizar os recursos (água) de
forma racional e sob uma perspectiva sustentável. A partir disto as empresas podem
utilizar do modelo de sistema adotado no trabalho para implantação em seus
canteiros de forma prática e econômica. O estudo baseou-se em atendimento as
normas de engenharia desde a implantação do canteiro ideal para atendimento das
necessidades básicas dos colaboradores, bem como os requisitos de projeto e
manejo das águas pluviais. No orçamento sintético englobaram-se materiais, mão-
de-obra e equipamentos necessários a execução do sistema constituindo-se o custo
de implantação. Os resultados apontam que a implantação do sistema traz
benefícios indiretos a obra, sendo que Feira de Santana possui índices
pluviométricos consideráveis para aplicação do sistema. É perceptível que investir
na educação e boas práticas em seus processos construtivos é uma alternativa que
pode ser utilizada pelas empresas para maximizar o aproveitamento dos recursos e
evitar o desperdício na obra.

Palavras chaves: Aproveitamento de água pluvial, canteiro de obras, Feira de


Santana- Ba.
ABSTRACT

OLIVEIRA, J.R.M. System Utilization of Rainwater paragraph fins not potable in


living areas and Support a Work in the City of Feira de Santana. Feira de
Santana, 2012. Completion of course work (graduate in Civil Engineering) - State
University of Feira de Santana.

The requirement to develop sustainable products is not linked only to the final
product, but also the construction process. Construction sites have a peculiar
characteristic, corresponding to sites that predominate use of water for non potable.
For this reason, it is necessary to study for alternative supplies, such as the use of
rainwater. This present work aimed to propose a system to use rainwater for non
potable areas of experience and support of a project in the city of Feira de Santana,
in order to use the resources (water) in a rational manner and in a sustainable
perspective. From this, businesses can use the model system adopted in the work to
implement in their beds in a practical and economical. The study was based on
service engineering rules since deploying patch ideal for meeting the basic needs of
employees, as well as the design requirements and management of stormwater. The
budget is encompassed synthetic materials, manpower and equipment necessary for
implementation of the system constituting the cost of deployment. The results show
that the deployment of the indirect benefits the work, and Feira de Santana has
considerable rainfall for implementing the system. It is noticeable that investing in
education and best practices in their construction processes is a systemic alternative
that can be used by companies to maximize the utilization of resources and avoid
waste in the work.

Keywords: Utilization of Rainwater, Construction Side, Feira de Santana - Ba


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição de água no planeta. ....................................................................... 18


Figura 2: Ciclo Hidrológico. ................................................................................................. 19
Figura 3: Aproveitamento de água pluvial para uso potável. ........................................ 26
Figura 4: Cálculo da área do telhado para superfícies inclinadas. ............................... 32
Figura 5: Tipos de Calhas ................................................................................................... 33
Figura 6: Efeito turbilhão em calhas com saída em aresta viva. .................................. 35
Figura 7: Calha com funil de saída ................................................................................... 36
Figura 8: Curva de distribuição de recursos tipo beta com desvio à esquerda ........ 40
Figura 9: Histograma de mão-de-obra através da curva beta de nivelamento de
recursos. .................................................................................................................................. 41
Figura 10: Layout do Vestiário e Sanitário. ...................................................................... 44
Figura 11: Layout do Refeitório. ......................................................................................... 46
Figura 12: Planta baixa pavimento térreo da área de apoio da obra. .......................... 48
Figura 13: Planta baixa pavimento superior da área de apoio da obra. ...................... 49
Figura 14: Perda de Carga localizada em tubulações de PVC rígido.......................... 78
LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1: Padrão de potabilidade das águas destinadas ao consumo humano. ....... 21


Tabela 2: Coeficiente de Rugosidade de Manning.......................................................... 34
Tabela 3: Capacidades de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n =
0,011 e lâmina de água igual a metade do diâmetro (Vazão em L/min.). .................... 34
Tabela 4: Capacidade do condutor horizontal para tubulações em PVC. ................... 37
Tabela 5: Cálculo das vazões afluentes das áreas de apoio e vivência do projeto. .. 50
Tabela 6: Seções das calhas semicirculares de projeto. ............................................... 51
Tabela 7: Tabela de Dimensionamento dos Condutores Verticais............................... 52
Tabela 8: Condutores horizontais do projeto.................................................................... 53
Tabela 9: Tabela de dimensionamento do reservatório de água pluvial pelo método
de Rippl ................................................................................................................................... 55
Tabela 10: Composição unitária condutor vertical de 100mm....................................... 56
Tabela 11: Composição unitária da calha de 125 mm de seção. ................................. 57
Tabela 12: Composição unitária da calha de 170 mm de seção ................................. 58
Tabela 13: Composição unitária do condutor vertical de 88 mm. ................................. 59
Tabela 14: Composição unitária do conjunto motor bomba ¼ CV. ............................. 59
Tabela 15: Composição unitária da caixa de passagem. ............................................... 60
Tabela 16: Composição unitária da caixa d'água em fibra de vidro. ............................ 61
Tabela 17: Composição unitária do condutor horizontal de 150 mm. .......................... 62
Tabela 18: Composição unitária do condutor horizontal de 100mm. ........................... 62
Tabela 19: Composição unitária da caixa de inspeção .................................................. 63
Tabela 20: Composição unitária do condutor horizontal de 200mm. ........................... 64
Tabela 21: Freqüência de Manutenção de Equipamentos ............................................. 64
Tabela 22: Resumo das composições unitárias de serviços. ........................................ 65
Tabela 23: Rendimento Hidráulico de Bombas centrífugas. .......................................... 79
Tabela 24: Rendimento mecânico de bombas centrífugas ............................................ 79
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANA – Agência Nacional de Águas
ASA – Articulação do Semi-árido Brasileiro
BA – Bahia
CEHOP – Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas
EMBASA - Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
P1MC – Programa 1 Milhão de Cisternas
ORSE – Orçamento de Obras de Sergipe
ONU – Organização das Nações Unidas
WWF – World Wide Found for Nature
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 14
1.2.1 Objetivos Gerais .................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................... 14
1.3 METODOLOGIA .......................................................................................... 15
1.3.1 Estrutura da Monografia ..................................................................... 15
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 17
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO ............................................................................ 17
2.2 DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO PLANETA ................................................... 17
2.3 CICLO HIDROLÓGICO ................................................................................ 18
2.4 DISPONIBILIDADE DA ÁGUA ..................................................................... 19
2.5 QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL .............................................................. 21
2.6 O DESPERDÍCIO DE ÁGUA POTÁVEL ...................................................... 22
2.7 ÁGUA PLUVIAL PARA USO POTÁVEL ...................................................... 24
2.8 APROVEITAMENTO PARA FINS NÃO POTÁVEIS .................................... 26
2.9 SUSTENTABILIDADE .................................................................................. 27
2.10 MARKETING VERDE................................................................................... 28
2.11 INSTALAÇÕES DE ÁGUAS PLUVIAIS PREDIAIS ...................................... 29
2.12 DIMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DE ÁGUAS PLUVIAIS .......... 30
2.12.1 Equação da Chuva ............................................................................... 30
2.12.2 Cálculo da Vazão de Projeto ............................................................... 31
2.12.3 Dimensionamento das Calhas ............................................................ 32
2.12.4 Dimensionamento dos Condutores Verticais ................................... 34
2.12.5 Dimensionamento dos Condutores Horizontais ............................... 36
2.12.6 Dimensionamento dos Reservatórios ............................................... 37
3. MÉTODOS DE PESQUISA ................................................................................ 38
3.1 NATUREZA DE PESQUISA ......................................................................... 38
3.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ........................................................... 39
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA ................................................................... 39
3.4 ESTIMATIVA DE MÃO-DE-OBRA ............................................................... 39
3.5 DIMENSIONAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS .................................... 42
3.5.1 Áreas de Vivência e Apoio .................................................................. 42
3.5.2 Instalações Sanitárias e Vestiário ...................................................... 42
3.5.3 Refeitório .............................................................................................. 45
3.5.4 Áreas de Apoio .................................................................................... 46
4. DISCUSSÕES E ANÁLISES DOS RESULTADOS ........................................... 50
4.1 CÁLCULO DA INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA ....................................... 50
4.2 VAZÕES DE PROJETO ............................................................................... 50
4.3 CALHAS ....................................................................................................... 51
4.4 CONDUTORES VERTICAIS ........................................................................ 52
4.5 CONDUTORES HORIZONTAIS .................................................................. 53
4.6 RESERVATÓRIO DE ÁGUAS PLUVIAIS .................................................... 54
4.7 CUSTO DE IMPLANTAÇÃO ........................................................................ 56
4.7.1 Custo de Equipamentos e Instalações .............................................. 56
4.7.2 Custo de Manutenção ......................................................................... 64
4.7.3 Custo Total ........................................................................................... 65
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 66
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................... 67
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68
APENDICE 1 ............................................................................................................. 74
APENDICE 2 ............................................................................................................. 75
APÊNDICE 3 ............................................................................................................. 76
12

1. INTRODUÇÃO

O aproveitamento de águas pluviais representa um avanço significativo das


políticas de respeito ao meio ambiente. Contribui, sobretudo, para uma construção
sustentável devido aos alertas de escassez de água, maior controle de enchentes,
maior valorização e economia da água, etc.
De acordo com a ONU em 2002, 97,3% da água no mundo é de mares e
oceanos, 2,34% são águas em forma de gelo ou localizadas nos lençóis freáticos
profundos e 0,36% são de águas de rios, lagos e pântanos. Essa pequena fração,
0,36%, que é apropriada para o consumo, esta distribuída desigualmente pelo
mundo.
O progresso das civilizações está intrinsecamente ligado a disponibilidade de
água. Assim, o aumento acelerado do consumo mundial de água, sobretudo após a
revolução industrial é responsável por situações críticas de abastecimento em
diversas regiões mundiais. Novas considerações a respeito do manejo de água em
regiões áridas e semi-áridas para minimizar escassez vêm sendo propostos e
aplicados com sucesso.
Outro agravante que atinge os recursos hídricos é a crescente contaminação
dos mesmos por despejos domésticos, industriais, alem do mau uso e ocupação do
solo, da urbanização desenfreada e a falta de políticas públicas.
A utilização de água pluvial torna-se um aliado do meio ambiente, haja vista
que com o seu emprego reduzirá o consumo de água de corpos hídricos, incentivará
a medida de controle de entrada dos sistemas de drenagem reduzindo os picos de
vazões de escoamento, um dos principais responsáveis pelas enchentes. Alem de
diminuir o custo, já que o sistema convencional de abastecimento estará sendo
substituído, em partes, pela medida de reservação na fonte.
O Aproveitamento de águas de chuva é bastante utilizado em zonas rurais
onde é evidente a escassez de água. Este sistema de reaproveitamento, antigo,
propõe a captação de águas de chuva a partir de áreas de intercepção e posterior
reservação. Fato observado no Brasil a partir do programa de formação e
mobilização social para a convivência com o semi-árido: Um milhão de cisternas
13

rurais (P1MC), em que se utiliza da técnica de reaproveitamento de águas e chuva


para abastecimento de água no semi-árido mineiro.
Este trabalho visa propor um sistema de captação de águas pluviais a uma
obra na cidade de Feira de Santana, enfocando as vantagens econômicas e
ambientais.
É importante ressaltar também que captar água de chuva significa não só
economia nas contas, mas combate aos ciclos de escassez e de enchentes de
cidades. Ao se armazenar água de chuva, boa parte deixa de escoar para os
encanamentos pluviais, diminuindo o impacto das enchentes.

1.1 JUSTIFICATIVA

Feira de Santana é uma cidade em expansão, sobretudo no ramo de


construções imobiliárias.
Em determinados períodos do ano a cidade de Feira de Santana possui
índices pluviométricos altos, desta maneira pode-se elaborar um sistema de
captação de águas de chuva de acordo a NBR 10884 (ABNT, 1989) visando garantir
níveis legais de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e
economia dentro do canteiro de obras. E posteriormente avaliar com critérios
técnicos a viabilidade do projeto, a contribuição para o meio ambiente e para o
canteiro de obras estudado.
Portanto, a água para atender determinados fins poderá ser aproveitada das
chuvas contribuindo para redução do consumo de água fornecida pela
concessionária local o que implica na redução de custos e em uma construção mais
sustentável.
O trinômio da engenharia: custo, prazo e qualidade, não é suficiente, é
necessário que se construa com uma perpectiva sustentável. Esta não deverá estar
presente apenas no produto final, obra concluída, mas também fazer parte do
processo construtivo o que chama-se de construção sustentável.
14

A escolha por este tema se justifica em avaliar o sistema de aproveitamento


de águas pluviais em um determinado canteiro de obras, haja vista que a água
utilizada para determinados fins como: lavagens de prato, banhagem de operários,
descargas, lavagens em geral não exigem os mesmos padrões de potabilidade da
água para consumo humano. Enfocando com critérios técnicos a viabilidade do
projeto, a contribuição para o meio ambiente e para o canteiro de obras estudado.

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivos Gerais

Elaborar um sistema de aproveitamento de águas pluviais nas áreas de


vivência e apoio de um determinado layout de canteiro de obra na cidade de Feira
de Santana.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Elaborar o layout da obra estudada de acordo a NR 18 - Condições e


Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (MTE, 2008);
• Elaborar o sistema de aproveitamento de água pluvial de acordo a NBR
10884 - Instalações Prediais de Águas Pluviais (ABNT, 1989);
• Realizar o orçamento do projeto.
15

1.3 METODOLOGIA

O trabalho apresenta características teóricas e experimentais. Na parte


teórica será feita uma revisão bibliográfica sobre o aproveitamento de águas pluviais,
dando maior enfoque ao aproveitamento em residências. Será realizada a partir
desta revisão uma avaliação técnica da implantação do sistema de aproveitamento
de águas pluviais no canteiro desenvolvido como protótipo, abordando a análise de
custo de implantação, e sustentabilidade das construções. Torna-se imprescindível o
estudo da NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção (MTE, 2008) e da NBR 10884 - Instalações Prediais de Águas Pluviais
(ABNT, 2005) para elaboração do layout do canteiro de obras e para o projeto de
captação de águas pluviais, respectivamente.
O perfil da obra adotado como modelo é baseado na NBR 12721 (ABNT,
2005), a qual avalia custos de construção para incorporação imobiliária e outras
disposições para condomínios edilícios.
Para a análise teórica dos índices pluviométricos será utilizado os dados da
estação climatológica da Universidade Estadual de Feira de Santana, para que
sejam dimensionados todos os equipamentos necessários ao projeto.
Sua parte experimental consiste em elaborar o projeto de aproveitamento de
águas pluviais no programa Auto CAD com base nas observações feitas nos estudos
teóricos para melhor compreensão dos resultados
Serão elaboradas planilhas para descrever os materiais a serem utilizados no
projeto, bem como para realizar o orçamento do mesmo.

1.3.1 Estrutura da Monografia

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro consiste em uma


introdução da monografia, na qual são apresentadas a introdução do tema a sua
justificativa, objetivos, metodologia e estrutura da monografia.
16

O capítulo 2 é uma revisão bibliográfica, em que consiste no embasamento


teórico para melhor compreensão do tema discorrido na monografia.
O capítulo 3 aborda os métodos utilizados, dando enfoque ao estudo de caso
no canteiro de obras proposto, bem como a estimativa de mão-de-obra e
dimensionamento das áreas de apoio e vigência de acordo as normas pertinentes.
O capítulo 4 relata as discussões sobre os dimensionamentos dos
dispositivos de captação de águas pluviais prediais enfocando a análise de
resultados
O capítulo 5 traz as conclusões e considerações finais sobre o assunto.
17

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO

Os registros históricos apontam que as águas de chuva são utilizadas pela


humanidade a milhares de anos. Cisternas escavadas são datadas em até 3.000
a.C. A fortaleza de Masada, por exemplo, localizada em Israel, possui dez
reservatórios escavados na rocha com capacidade de armazenamento de até 40
(quarenta) milhões de litros de água (TOMAZ, 2003 citado por LIMA e MACHADO,
2008).
A civilização maia que abrangeu territórios de cinco países como: México,
Honduras, Belize, Guatemala e El Salvador, com existência datada em 2600 a.C e
declínio em 400 d.C, encontravam meios para captação das águas de chuva com
cisternas, reservatórios, açudes e canais destinados aos campos agrícolas. Os
astecas, a qual a existência data do século IX até o século XVI, em que o declínio
deveu-se a invasão espanhola aproveitavam a água de chuva assim como a
civilização maia para fins agrícolas (GOMES, 2011).

2.2 DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO PLANETA

Pesquisas realizadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2002


revelaram a distribuição de água potável no planeta Terra. Sendo que 97% da água
no mundo são de mares e oceanos, 2% são águas em forma de gelo ou localizadas
nos lençóis freáticos profundos e os demais 1,0% correspondem à água doce
acessível de águas de rios, lagos e pântanos. Dessa pequena fração, 0,36%, que é
apropriada para o consumo, esta distribuída desigualmente pelo mundo.
18

Figura 1: Distribuição de água no planeta. Fonte: (CERQUEIRA, 2010)

2.3 CICLO HIDROLÓGICO

É o fenômeno global que ocorre na superfície terrestre através da circulação


da água de maneira fechada entre a superfície terrestre e a atmosfera, realizado
principalmente pela atuação da energia solar associada à ação da gravidade e à
rotação do globo terrestre (TUCCI, 1993 citado por JAQUES, 2005).
O conceito de ciclo hidrológico, que ocorre na Hidrosfera, corresponde ao
movimento e à troca de água nos seus diferentes estados físicos entre os oceanos,
os calotes de gelo, as águas superficiais, as águas subterrâneas e a atmosfera
(CARVALHO E SILVA, 2006).
Este movimento permanente deve-se ação do Sol, que fornece a energia para
que água evapore saindo da superfície terrestre para a atmosfera, além da ação da
gravidade, fazendo com que a água antes condensada caia através das
precipitações assim, uma vez na superfície, circule através das bacias hidrográficas,
talvegues reunindo-se em rios até atingir os oceanos, a qual se denomina
escoamento superficial ou infiltrem nos solos e nas rochas, através dos seus poros,
fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo) (CARVALHO E SILVA, 2006).
Vale ressaltar que nem toda a água precipitada alcança a superfície terrestre,
haja vista que uma parte, na sua queda, pode ser interceptada pela vegetação e
volta a evaporar-se.
A água que se infiltra no solo, por sua vez é sujeita a evaporação direta para
a atmosfera e é absorvida pela vegetação, que através da transpiração, retorna à
19

atmosfera. Este processo chamado é chamado de evapotranspiração. (CARVALHO


E SILVA, 2006).
A água que infiltra no solo é a principal responsável pela recarga dos
aqüíferos ou lençóis de água subterrânea.
A quantidade de água e a velocidade com que ela circula nas diferentes fases
do ciclo hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a
cobertura vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia.
(CARVALHO E SILVA, 2006).

Figura 2: Ciclo Hidrológico. Fonte: (FARIA, 2007)

2.4 DISPONIBILIDADE DA ÁGUA

Apesar de a água parecer abundante para algumas regiões do planeta, em


outras a quantidade é praticamente inexistente. A maior parte da água doce
existente no mundo está localizada em apenas 10 países, entre eles o Brasil, além
disso, deve-se levar em consideração que a é distribuída de maneira irregular,
situação piorada quando são levados em conta os fatores climáticos (ORSI e
SARUBO, 2011).
20

Em alguns lugares há muita chuva e as enchentes causam grandes


problemas, enquanto em outros a seca é grande.
De acordo a Kitamura (2004) no início do século passado, era pouco, menos
de 2 bilhões de habitantes, hoje já passa de 6 bilhões e em 2025 haverá 8,3 bilhões
de pessoas no mundo. Enquanto a população se multiplica, a quantidade de água
continua a mesma. O maior problema é que o consumo de água está cada vez
maior. Nos últimos 100 anos, enquanto a população mundial triplicava, o uso da
água doce multiplicava-se por seis (KITAMURA, 2004).
O principal responsável por esse aumento foi à agricultura irrigada, que
revolucionou a produção agrícola, mas criou uma nova dificuldade, porque sozinha
utilizava 70% da água doce disponível (OLIVEIRA, 2002 citado por KITAMURA,
2004).
De acordo a Nogueira (1999), apesar de o Brasil possuir uma das maiores
reservas mundiais de água doce o problema também é perceptível, São Paulo, por
exemplo, o estado mais desenvolvido do país, enfrenta grande dificuldade devido às
aglomerações como a da região metropolitana. O caso do Nordeste já é clássico,
além do semi-árido, a região recebe chuva de maneira irregular, sofrendo pela falta
de água por uma combinação de três fatores:
• As chuvas concentram-se em um período muito curto;
• O solo rochoso não permite que a água alimente os lençóis subterrâneos;
• A forte insolação transforma em vapor 90% da água trazida pelas chuvas.
Os efeitos da falta de água fresca e boa são claros quando se fala em saúde.
Mais de 5 milhões de pessoas morrem por ano devido a doenças relacionadas à má
qualidade da água e a condições ruins de higiene e saneamento. Os dados são da
Organização Mundial de Saúde, cujos especialistas calculam que a metade da
população dos países em desenvolvimento é afetada por moléstias originadas na
mesma fonte, como a diarréia, malária e esquistossomose (OLIVEIRA, 2002).
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a diarréia mata 50.000 crianças
por ano, em sua maioria antes de completar 1 ano de idade. Além disso, a falta de
água de qualidade e de serviços de saneamento (apenas 16% dos esgotos
sanitários são tratados no país) é responsável por 65% das internações hospitalares
(OLIVEIRA, 2002).
21

2.5 QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL

Devido à crescente poluição dos mananciais de água de abastecimento se


tornou necessário definir os padrões de água para consumo. Levando-se em conta
diversos parâmetros que quando presentes na água interferem diretamente na
saúde humana.
Água de mananciais presentes em zonas rurais ou próximas dos locais de
irrigação, por exemplo, está susceptível a ação de fertilizantes, já que quando da
ação de chuvas são carregados até os corpos receptores (rios), que geralmente
correspondem à água de abastecimento destes locais. Já nos centros urbanos os
despejos líquidos provenientes de indústrias, esgotos domésticos também afetam
diretamente os mananciais de abastecimento.
Neste sentido definiu-se a partir da Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde
como padrão de aceitação de água para consumo humano:

Tabela 1: Padrão de potabilidade das águas destinadas ao consumo humano. Adaptada da


Portaria 518/2004.

PARÂMETRO UNIDADE VMP (1)

Alumínio mg/L 0,2


Amônia (como H3) mg/L 1,5
Cloreto mg/L 250
Cor Aparente uH(2) 15
Dureza mg/L 500
Etilbenzeno mg/L 0,2
Ferro mg/L 0,3
Manganês mg/L 0,1
Monoclorobenzeno mg/L 0,12
Odor ***** Não objetável (3)
Gosto ***** Não objetável (3)
Sódio mg/L 200
Sólidos dissolvidos totais mg/L 1.000
Sulfato mg/L 250
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,05
Surfactantes mg/L L 0,5
Tolueno mg/L 0,17
Turbidez UT (4) 5
Zinco mg/L 5
Xileno mg/L 0,3
NOTAS: 1 Valor máximo permitido; 2. Unidade Hazen (mg Pt-Co/L); 3. critério de referência; 4. Unidade de turbidez.
22

2.6 O DESPERDÍCIO DE ÁGUA POTÁVEL

A água doce, indispensável para manutenção da vida no planeta, é hoje o


mais ameaçado recurso, tanto devido à escassez como também a qualidade. As
intensas e crescentes agressões impostas ao meio ambiente vêm comprometendo
cada vez mais a qualidade e quantidade dos recursos hídricos disponíveis. Ao
mesmo tempo, os recursos hídricos vêm sendo desperdiçados de diferentes formas
em todo o mundo, sobretudo nos grandes centros urbanos. A água é um bem
natural finito que está se tornando cada vez mais caro e escasso (MARINOSKY,
2007).
O desconhecimento, a falta de orientação e sensibilização das pessoas
quanto à quantidade de água perdida pelo mau uso dos aparelhos e equipamentos
hidráulicos, bem como vazamentos nas instalações, são alguns dos fatores
responsáveis pelo desperdício de água, principalmente quanto ao desperdício em
suas próprias residências (MARINOSKY, 2007).
Além disso, os problemas de vazamentos no sistema público são
responsáveis por grande parcela de desperdício de água. (COGERH, 2007).
Nos sistemas de abastecimento de água podem ocorrer perdas físicas ou
não–físicas. As perdas físicas são aquelas que estão relacionadas à água que não
chega ao consumidor, devido a vazamentos nas redes de distribuição e nas ligações
com as residências ou ramais prediais. Existem também as perdas não–físicas ou
comerciais, que são os erros na medição de hidrômetros, fraudes, ligações
clandestinas ou falhas no próprio cadastro (SABESP, 2007).
O índice de perdas da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo,
empresa que opera em 366 municípios em todo o Estado de São Paulo, atualmente
está em 33%; sendo 15% físicas e 18% comerciais. Este índice representa nove mil
litros de água perdidos em um único segundo. Porém, estes valores estão próximos
da medição feita por países de Primeiro Mundo, como o Canadá, que perde 14% de
água, a Inglaterra 17,3% do total produzido. Em Tóquio, o índice é de apenas 8,4%,
pois as tubulações são feitas de aço inoxidável em função de problemas com
terremotos (SABESP, 2007 citado por MARINOSKY, 2007).
23

Os vazamentos podem ser classificados em visíveis e não-visíveis, sendo os


visíveis aqueles detectados a olho nu e ocultos os que precisam de testes para
serem identificados. Os vazamentos visíveis ocorrem nas torneiras de jardim,
tanque, pia de cozinha, bóia da caixa d’água, duchas e chuveiros. Já os vazamentos
não-visíveis ocorrem em tubulações enterradas ou embutidas em pisos e paredes,
ou também em reservatórios enterrados (GONÇALVES, 2000).
A detecção e correção de vazamentos de água em residências é
responsabilidade dos usuários. Nas instalações prediais, a detecção de vazamentos
deve ser analisada desde a entrada da água no cavalete até os produtos instalados,
pois pequenos vazamentos podem significar grande desperdício (ANA, 2005).
Existem testes simples que facilitam a verificação da existência de
vazamentos em residências. Os vazamentos nas válvulas ou nas caixas de
descarga podem ser detectados com os seguintes testes (GONÇALVES, 2000):
• Teste da cinza do cigarro: Jogar cinza de cigarro no vaso sanitário. O normal
é a cinza ficar depositada no fundo da mesma. Em caso contrário, é sinal de
vazamento na válvula ou na caixa de descarga;
• Teste para hidrômetros: Para checar se há vazamento entre o hidrômetro e
a caixa d'água, abre-se o registro do hidrômetro fechando a bóia da caixa até
interromper o fluxo de água. O hidrômetro deve ficar parado provando a ausência de
vazamento.
• Teste para caixas d'água: Para verificar se há vazamento entre a caixa e a
instalação interna do imóvel fecha-se a bóia marcando o nível da água na caixa.
Todas as torneiras e chuveiros são fechados e não utilizados por uma hora. Após
isso o nível de água na caixa deve estar inalterado. Caso contrário, há vazamento.
• Teste para canos: Ao fechar o registro do cavalete de entrada da água na
casa, abre-se uma torneira alimentada diretamente pela rede de água - por exemplo,
a do jardim ou a do tanque; e espera-se até escoamento completo. Coloca-se um
copo cheio d'água na boca da torneira; se houver sucção da água do copo pela
torneira, é sinal que existe vazamento no cano.
24

2.7 ÁGUA PLUVIAL PARA USO POTÁVEL

Devido à crescente preocupação com a escassez de água, sobretudo nos


núcleos urbanos torna-se necessário optar por alternativas capazes de reverter o
atual estado de uso desenfreado da água. Entre essas alternativas estão as
“alternativas de gerenciamento da demanda” as quais englobam ações, medidas,
práticas ou incentivo que contribuam para o uso eficiente da água para a sociedade,
sem prejudicar os atributos de higiene e conforto dos sistemas originais (SILVA,
1999 citado por MACHADO e CORDEIRO, 2012).
O gerenciamento da demanda representa uma nova abordagem a tradicional
prática da expansão contínua da oferta que busca o atendimento às demandas
apenas através da construção de açudes, poços, barragens e transposição de
vazões, práticas que em muitas regiões têm se mostrado não sustentáveis nos
aspectos financeiros, sócio – econômico e ambiental (SILVA, 1999 citado por
MACHADO e CORDEIRO, 2012)
A captação da água de chuva se enquadra nas ações de gerenciamento da
demanda, juntamente com o reuso da água residencial e industrial, controle de
vazamentos na rede pública, etc. (SILVA, 1999 citado por MACHADO e CORDEIRO,
2012).
Ao longo dos séculos, e de forma independente em várias regiões de
diferentes continentes, foram desenvolvidas técnicas para aproveitamento de água
de chuva e vazões em cursos d’água intermitentes, principalmente em regiões áridas
e semi-áridas, onde a quantidade de precipitação é limitada e ocorre somente
durante alguns meses do ano. Embora de potencial limitado, essas técnicas podem
ter um efeito local significativo, representando, em muitas regiões, praticamente a
única opção disponível de água para atender o abastecimento doméstico, por
exemplo. (SILVA, 1999 citado por MACHADO e CORDEIRO, 2012).
Segundo a Universidade Livre do Meio Ambiente (UNILIVRE), o manejo e
aproveitamento da água pluvial para uso doméstico, industrial e agrícola estão
sendo bastante utilizadas, sendo visto por especialistas como um meio simples e
eficaz para se atenuar o grave problema ambiental da crescente escassez de água
para consumo. (SILVA, 1999 citado por MACHADO e CORDEIRO, 2012).
25

A captação de água de chuva baseia-se na coleta da precipitação em áreas


de intercepção (solo, telhados, rodovias), e seu encaminhamento para áreas
menores para uso imediato ou armazenamento em reservatórios ou solo. (SILVA,
1999 citado por MACHADO e CORDEIRO, 2012).
A quantidade de água coletada depende da área efetiva de coleta, do volume
do reservatório e da quantidade e distribuição temporal de chuva. Trata-se de uma
medida convencional de drenagem de águas pluviais promovendo a reserva de
água.
O controle nos telhados, em que a água é obtida com a adoção de um
sistema de calhas e condutores com a capacidade de armazenamento, que é
controlado mediante válvulas especiais é o dispositivo de drenagem mais utilizado
para a captação de águas provenientes de chuva.
No Brasil algumas experiências têm se desenvolvido, sobretudo nas áreas
rurais do semi-árido nordestino. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), há experiências bem sucedidas de construção de cisternas
para abastecimento humano em municípios do semi-árido. (SILVA, 1999 citado por
MACHADO e CORDEIRO, 2012).
No interior de Minas Gerais existe um programa de formação e mobilização
social para a convivência com o semi-árido: Um milhão de Cisternas Rurais, que
propõe construir cisternas de placa para coletar água de chuva como forma de
viabilizar o acesso á água para a população rural do semi-árido brasileiro.
A escassez de água para o consumo humano ainda é um drama social,
principalmente, durante as secas. Nesses períodos, a necessidade diária de se
buscar água para o consumo doméstico obriga principalmente as mulheres e
crianças, a longas caminhadas (ASA, 2003).
Uma cisterna, nas dimensões hoje construídas pelas organizações sociais e
propostas por esse Projeto, possui a capacidade de armazenar 16.000 litros de
água, o suficiente para o consumo doméstico (beber e cozinhar) de uma família de 5
pessoas durante um ano (ASA, 2003).
A figura a seguir mostra uma casa na zona rural que utiliza do recurso de
controle nos telhados de águas pluviais para abastecimento local:
26

Figura 3: Aproveitamento de água pluvial para uso potável. Fonte: (BRITO, 2009).

2.8 APROVEITAMENTO PARA FINS NÃO POTÁVEIS

A captação das águas pluviais para aproveitamento em usos não potáveis


pode ser realizada por empreendimentos: residenciais, comerciais, industriais e
rurais.
As águas de chuva são vistas pela legislação brasileira hoje como esgoto,
pois ela usualmente vai dos telhados, e dos pisos para as bocas de lobo aonde,
como “solvente universal”, carrega todo tipo de impurezas, dissolvidas, suspensas,
ou simplesmente arrastadas mecanicamente, para um córrego que vai acabar dando
num rio que por sua vez vai acabar suprindo uma captação para tratamento de água
potável (FARESIN, 2008).
Porém o reaproveitamento pode ser feito em alguns casos antes que a água
atinja a rede de esgotos, por exemplo, nas residências a água do banho ou a água
da chuva armazenada, poderia ser utilizada sem qualquer tratamento, para uso não
potável como descarga do vaso sanitário ou para lavagem de quintal (GRANDO,
ZOLETT e JABUR, 2012).
No sistema convencional a reutilização de águas pluviais consiste na
captação direta dos telhados por meio de calhas, levando-a para um filtro para
27

retirada de impurezas maiores como galhos e folhas, e em seguida armazená-la em


uma cisterna (JAQUES, 2005).
Hoje mais de 20% das casas na Alemanha, além do setor empresarial possui
a sua cisterna de água filtrada para utilizações como descarga do banheiro, lavagem
de pisos e carros, irrigação de jardins e lavagem de roupas. E nas indústrias e
estabelecimentos comerciais para: resfriamento de telhados e máquinas;
climatização interna; lavanderia industrial; reposição de evaporação de piscinas em
hotéis; lava-jatos de caminhões e ônibus; limpeza industrial (SICKERMANN, 2000
citado por MACHADO e CORDEIRO, 2012).
São exemplos de usos residenciais das águas pluviais:
• Descarga do vaso sanitário;
• Lavagem de pisos e de veículos automotores;
• Irrigação de jardins;
• Lavagem de roupas
Já para usos industriais e comerciais, temos:
• Resfriar equipamentos e máquinas;
• Para serviços de limpeza;
• Descargas nos sanitários;
• Reservatório contra incêndios;
• Irrigação das áreas verdes;
• Áreas de contenção diminuindo/evitando alagamentos;
• Lavagem roupas - hotel e lavanderias;
• Lavagem veículos e outros;
Vale ressaltar, que em zonas rurais além do aproveitamento para fins
domésticos, residenciais estas águas são utilizadas para irrigação agrícola.

2.9 SUSTENTABILIDADE

A sustentabilidade é um ideal sistemático que consiste na ação e na busca do


equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação do ecossistema. São
28

alguns de seus princípios: utilização de fontes energéticas que sejam renováveis, em


detrimento das não renováveis (ABREU, 2010).
De acordo a WWF Brasil, o desenvolvimento sustentável é aquele capaz de
prover as necessidades da geração atual, além de garantir a capacidade de atender
as necessidades das futuras gerações.
Um exemplo desse conceito é a medida e o investimento que vem sido
adotado no Brasil com relação ao biocombustível, apesar de não substituir o
petróleo, ao menos visa reduzir seus usos (ABREU, 2010).
. A proposta de aproveitamento de águas pluviais, por exemplo, contribui
significativamente para a utilização moderada da água.
Algumas indústrias já estão inserindo a política de sustentabilidade ambiental
em seus setores, como algumas brasileiras de cosméticos, que objetivam a extração
cem por cento renováveis de seus produtos. O replantio de áreas degradadas, assim
como a elaboração de projetos que visem áreas áridas e com acentuada urgência
de tratamento são mais exemplos que já vêm sido tomados (ABREU, 2010).
Pode-se afirmar que as medidas estatais apóiam perceptivelmente a
sustentabilidade ambiental. Sendo necessário não apenas um investimento em
tecnologias que viabilizem a extração e o desenvolvimento sustentável, mas também
conta com atitudes sistemáticas em diversos órgãos sociais e políticos. Como por
exemplo, a propaganda, a educação e a lei (ABREU, 2010).
A população deve questionar o seu modo de vida, que leva em consideração
prioritariamente o consumo exacerbado. O planeta deve renovar seus recursos de
modo a equilibrar a demanda constante, pois caso contrário a vida no planeta
poderá acabar de forma dramática. A principal forma de garantir a sustentabilidade
ambiental é através do processo de conscientização (NUNES, 2008).

2.10 MARKETING VERDE

O termo marketing verde, ecológico ou ambiental, surgiu nos anos setenta,


quando a AMA (American Marketing Association) realizou um Workshop com a
intenção de discutir o impacto do marketing sobre o meio ambiente. Após esse
29

evento o Marketing Ecológico foi assim definido: “O estudo dos aspectos positivos e
negativos das atividades de Marketing em relação à poluição, ao esgotamento de
energia e ao esgotamento dos recursos não renováveis (TEIXEIRA, 2008).
Em um estudo de viabilidade econômica o marketing verde é considerado um
benefício indireto para o projeto, ou seja, não pode ser mensurado diretamente, mas
pode-se tratar de um retorno que a empresa pode vir a ter com o marketing através
da divulgação de atitudes sustentáveis.
De acordo a Sousa (2010) um dos grandes diferenciais do marketing verde é
que ele pode beneficiar vários grupos: empresa, sociedade e meio ambiente. Trata-
se de uma reação em cadeia.

2.11 INSTALAÇÕES DE ÁGUAS PLUVIAIS PREDIAIS

A instalação de drenagem de água pluvial corresponde aos dispositivos e


serviços empregados com intuito de captar e permitir o escoamento rápido e seguro
das águas de chuva dividindo-se basicamente em três partes: calhas, tubos de
queda e rede coletora (MELO e NETTO, 1988)
De acordo a NBR 10844 - Instalações prediais de águas pluviais
(ABNT,1989), as instalações de drenagem de águas pluviais devem ser projetadas
de modo a atender as exigências que seguem:
• Possuir estanqueidade;
• Permitir a limpeza e a desobstrução de qualquer ponto no interior da
instalação;
• Absorver esforços provenientes de variações térmicas que venham a
ocorrer;
• Ser resistentes a intempéries;
• Não provocar ruídos excessivos;
• Resistir às pressões, a qual possa estar sujeita;
• Possuir fixação de forma que assegure resistência e durabilidade.
30

2.12 DIMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DE ÁGUAS PLUVIAIS


2.12.1 Equação da Chuva

Para o cálculo da precipitação será utilizada a equação 1:

716 × TR
0 , 241
mm/hora Equação 1
imáx. =
(tc + 11)0,761
TR = Tempo de retorno em anos;
tc = tempo de concentração em minutos;
imáx = precipitação máxima.

2.12.1.1 Cálculo do Tempo de Retorno

“Número médio de anos em que, para a mesma duração de precipitação, uma


determinada intensidade pluviométrica é igualada ou ultrapassada apenas uma vez”
NBR 10844 (ABNT, 1989).
Segundo a NBR 10844 o período de retorno a ser adotado deve levar em
conta características da área drenada obedecendo o que segue:
• T = 1 ano, para áreas pavimentadas, onde empossamento possam ser
tolerados (NBR 10844);
• T = 5 anos, para coberturas e/ou terraços (NBR 10844);
• T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empossamento ou
extravasamento não podem ser tolerados (NBR 10844).
Tendo em vista as recomendações da norma expostas acima o tempo de
retorno adotado para o projeto foi de 5 (cinco) anos, pois se trata de uma cobertura
convencional.
31

2.12.1.2 Cálculo do Tempo de Concentração

O tempo de concentração consiste no tempo necessário para que toda a


bacia drenada contribua em um ponto de saída. Ele é composto por duas parcelas
correspondendo ao tempo inicial e ao tempo de percurso:
A NBR 10844 determina que para instalações prediais de águas pluviais
possa ser considerado um tempo de concentração de 5 minutos. O que equivale a
chuvas rápidas e intensas.

2.12.2 Cálculo da Vazão de Projeto

A vazão de projeto é a vazão de referência para dimensionamento de


condutores e calhas NBR 10844 - Instalações prediais de águas pluviais (ABNT,
1989).
Para o cálculo da vazão afluente ou de projeto será utilizado o método
racional.
Este método é um dos mais conhecidos e antigos métodos para cálculo das
vazões de pico em um ponto de saída, alem disso é usualmente utilizada para
bacias pequenas, pois nesses casos podem-se assumir distribuições uniformes da
precipitação no tempo e espaço.
A duração da precipitação geralmente ultrapassa o tempo de concentração
calculado, além do predomínio de escoamento superficial, em que os efeitos de
armazenamento são desprezíveis (NOVAES, 2004). O método racional é dado pela
equação 2:

Qaf . = C × i × A Equação 2

Q = Vazão afluente (m3/s);


C = Coeficiente de deflúvio;
i = Intensidade Pluviométrica (mm/hora);
32

A = Área de Contribuição (m2).

A NBR 10844 simplifica a equação racional através da consideração que o


coeficiente de deflúvio deverá ser tomado igual a um para instalações prediais. Esta
consideração leva em conta que toda a água drenada na bacia de projeto está
sendo captada por superfícies impermeáveis, em que não é admissível infiltrações,
qualquer tipo de permeabilidade.
A simplicação é conforme a equação 3:

i× A
Qaf . = Equação 3
60

Q = Vazão afluente (L/min.);


C = Coeficiente de deflúvio;
i = Intensidade Pluviométrica (mm/h);
A = Área de Contribuição (m2).
A NBR 10844 recomenda que o cálculo da área do telhado se proceda de
acordo à figura 4 para telhado de duas águas:

Figura 4: Cálculo da área do telhado para superfícies inclinadas. Fonte: (TOPTELHA, 2011)

2.12.3 Dimensionamento das Calhas

Calhas são canais que tem como função recolher as águas presentes nas
coberturas e conduzí-las a um ponto de destino NBR 10844 - Instalações prediais
de águas pluviais (ABNT, 1989).
33

São alguns tipos de calhas:

Figura 5: Tipos de Calhas (BOHN, 2011).

Para o telhado do projeto será utilizada a calha semicircular de beiral em


PVC. Este tipo de dispositivo é resistente a corrosão e a maresia, com simples
instalação (simples encaixe), além de fácil manutenção dispensando pintura
bastando lavar com água e sabão e não vazam, pois são dotados de anéis de
borracha garantindo estanqueidade (TIGRE, 2010).
É previsto nos bocais de saída das calhas grelhas hemisféricas, afim de
interceptar gravetos e outros materiais grosseiro que possam vir a contrariar a
funcionalidade do sistema
O dimensionamento do telhado será feito a partir da equação de Manning-
Strickler, equação 4:

1
S 2
Qcapaz = K × × RH 3 × i 2 Equação 4
n
Qcapaz = Vazão de suporte da calha, L/min.
S = Área da Seção molhada, em m2;
n = Coeficiente de rugosidade de manning;
RH = Raio Hidráulico, em m;
i = Declividade da calha, em m;
K = 60.000 (Constante).

O raio hidráulico é a razão entre a área molhada da seção da calha e o


perímetro molhado obtido em metros.
34

O coeficiente de rugosidade de manning é determinado em função do tipo de


material utilizado nas calhas, conforme tabela 2:

Tabela 2: Coeficiente de Rugosidade de Manning. Adaptada da NBR 10844 (ABNT, 1989)

Material n

Plástico, fibrocimento, aço, metais não-ferrosos 0,011


Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012
Cerâmica, concreto não-alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não-revestida 0,015

Como definido anteriormente, a calha será em PVC e do tipo semicircular,


logo o coeficiente de rugosidade a ser utilizado para cálculo da mesma será 0, 011
(onze milésimos).
Para este tipo de material e através da equação 4 a NBR 10844 fornece a
tabela da capacidade das calhas semicirculares, como evidenciado na tabela 3. Vale
ressaltar que para esse cálculo a lâmina de água foi considerada como sendo a
metade do diâmetro interno da calha semicircular, a qual terá influências diretas
sobre o raio hidráulico e conseqüentemente sobre a vazão que o dispositivo de
drenagem suportará quando submetido a chuvas intensas.

Tabela 3: Capacidades de calhas semicirculares com coeficientes de rugosidade n = 0,011 e lâmina


de água igual a metade do diâmetro (Vazão em L/min.). Adaptada da NBR 10844 (ABNT, 1989)
Diâmetro
Declividades
Interno
(mm) 0,50% 1,00% 2,00%
100 130 183 256
125 236 333 466
150 384 541 757
200 829 1167 1634

2.12.4 Dimensionamento dos Condutores Verticais

Os condutores verticais têm a função de captar as águas de chuva


provenientes das calhas e drená-las para os condutores horizontais.
35

A NBR 10844 recomenda que a seção mínima de um condutor vertical


circular é de 70 mm.
Para o cálculo do condutor vertical deve-se levar em consideração o tipo de
saída ou tomada de água da calha. Estas podem ser em aresta, canto vivo ou saída
com funil.
As calhas com saída de em aresta viva criam certas dificuldades para a
entrada de água no condutor vertical, pois o regime de escoamento de água na
calha, conhecido como regime em canal, transforma-se em outra forma de
escoamento, anelar, em que existe aderência entre as paredes da tubulação
(GNNIPER, 2011).
Segundo Gnniper quando a entrada é estrangulada devido a aresta viva, a
água carrega consigo ar que consequentemente ocupa espaço no interior do
condutor vertical.
Quando o escoamento se torna ainda mais expressivo existe a formação de
um vórtice hidráulico, também chamado de turbilhão. Aspirando ainda mais ar para o
interior limitando a capacidade de escoamento líquido. Isto ocorre porque o
estrangulamento faz com que o ar no interior do tubo adquira maior pressão em
relação ao ar atmosférico (GNNIPER, 2011), figura 6:

Figura 6: Efeito turbilhão em calhas com saída em aresta viva (GNNIPER, 2011).

Já a calha com funil de saída apresenta algumas vantagens em relação as


calhas de aresta viva.
Esta disposição atua como vertedor radial reduzindo o efeito do canto vivo,
pois aumenta ao fundo da calha o diâmetro de saída, evitando o efeito de
estrangulamentos. Desvinculando parcialmente o escoamento horizontal do vertical
(GNNIPER, 2011). Conforme figura 7:
36

Figura 7: Calha com funil de saída (GNNIPER, 2011).

Para efeito de dimensionamento dos condutores verticais a NBR 10844 adota


a utilização de dois ábacos, em que é levado em consideração o tipo de calha
adotada no projeto, aresta viva ou com funil de saída.
Os valores a serem determinados deverão seguir os seguintes parâmetros:
• Q = Vazão de projeto, em L/min;
• H = altura da lâmina de água na calha, em mm;
• L = comprimento do condutor vertical, em m.

O ábaco de referência de cálculo é verificado na figura 3, disponível na NBR


10844 (ABNT, 1989).

2.12.5 Dimensionamento dos Condutores Horizontais

Para NBR 10844 as tubulações horizontais têm o papel de recolher e conduzir


as águas pluviais até locais permitidos pelos dispositivos legais.
São algumas recomendações da norma NBR 10844 - Instalações Prediais de
Águas Pluviais:
• Desejavelmente possuir declividade uniforme, com valor mínimo de 0,5%;
• Dimensionamento para condutores horizontais para escoamento com
lâmina de água de altura igual a 2/3 do diâmetro interno do tubo (D);
• Inspeções quando houver conexões com outras tubulações, mudança de
declividade, mudança de direção e ainda a cada trecho de 20 (vinte)
metros nos percursos retilíneos;
37

• Serem dotadas de caixas de areia sempre que houver conexões com


outras tubulações, mudança de declividade, mudança de direção a cada
20 (vinte) metros nos percursos retilíneos;
• Ligação com condutor vertical através de curva de raio longo ou caixa de
areia.
Para dimensionamento dos condutores horizontais a NBR 10844 baseia-se na
tabela 4:

Tabela 4: Capacidade do condutor horizontal para tubulações em PVC. Adaptada da


NBR 10844 - Instalações prediais de águas pluviais (ABNT, 1989)

DIÂMETRO n=0,011
INTERNO (mm) 0,50% 1% 2% 4%
50 32 45 64 90
75 95 33 188 267
100 204 287 405 575
125 370 521 735 1040
150 602 847 1190 1690
200 1300 1820 2570 3650
250 2350 3310 4660 6620
300 3820 5380 7590 10800
Nota: Vazões calculadas por Manning-Stricler, com H = 2/3 D.

2.12.6 Dimensionamento dos Reservatórios


2.12.6.1 Método de RippI

Para dimensionamento dos reservatórios será aplicado inicialmente o método


de Rippl, sendo que o resultado será analisado e avaliado se aplicável, conforme
equação 5:
St= Dt – Qt Equação 5

St = volume de água de chuva armazenada no reservatório no tempo t (m3);


38

Dt = demanda de água de chuva no tempo t (m3), sendo nesta pesquisa o volume


da demanda constante, portanto na apresentação dos resultados é adotada a
nomenclatura D;
Qt = volume de água de chuva aproveitável no tempo t (m³), conforme a Equação 5,
em que foi incluída a divisão por 1.000 para ajustar a unidade de volume.

Neste método, o volume de água que escoa pela superfície de captação é


subtraído da demanda de água pluvial em um mesmo intervalo de tempo. Sendo a
máxima diferença acumulada positiva o volume do reservatório para 100% de
confiança (GHISI, 2012).

2.12.6.2 Método Prático Inglês

Método utilizado para estimar-se a quantidade de água a ser reservada, em


que leva em consideração os parâmetros adotados na equação 6:

VR = 0,05 x Panual x A Equação 6

VR= volume do reservatório de água de chuva (litros);


Panual = precipitação da chuva média anual (mm); e
A = área de captação (m2).

3. MÉTODOS DE PESQUISA
3.1 NATUREZA DE PESQUISA

Este trabalho consiste em um estudo de caso visando propor um sistema de


captação e aproveitamento de águas para usos não potáveis na cidade de Feira de
Santana/BA estimando o custo de implantação em um canteiro de obras proposto e
os benefícios trazidos por essa implantação.
39

3.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

O estudo preliminar baseado em uma revisão bibliográfica orientou todo o


trabalho, tornando possível a assimilação do maior número de informações possíveis
e assim a familiarização com o tema proposto, dando suporte à pesquisa de campo
(estudo de caso) bem como no desenvolvimento da discussão e das análises dos
resultados. As referências mais importantes e indispensáveis estão relatadas no
presente trabalho.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA

O projeto de aproveitamento de águas pluviais será realizado para um


canteiro de obras de uma obra com as seguintes características:
• Prazo da obra: 12 meses;
• Projeto - Padrão: Residência padrão baixo (R1-B), definido pela NBR
12721 - Avaliação de Custos de Construção para incorporação imobiliária
e outras disposições para condomínios edilícios (ABNT, 2005);
• Número de Unidades Habitacionais: 240 Unidades, baseado em obras
locais de estrutura semelhante.
• Área da Unidade Habitacional = 58,64 m² NBR 12721(ABNT, 2005);
• Área Total Construída = 14076 m²;
• Área destinada à implantação do barracão: 990m2 (22 x 45)m.

3.4 ESTIMATIVA DE MÃO-DE-OBRA

A estimativa de mão-de-obra é realizada através de aplicação de técnicas de


gerenciamento. Para esta análise geral torna-se necessário o conhecimento das
produtividades de mão-de-obra em função da área construída do empreendimento.
40

De acordo a Souza ( 2012), a faixa de produtividade de mão-de-obra em


função da área construída no Brasil é de 30 a 80 Hh/m² (Homens-hora por metro
quadrado).
A produtividade média, por sua vez é de aproximadamente 45Hh/ m².
Comparativamente, nos Estados Unidados verifica-se uma média de 9Hh/m²
(SOUZA, 2012).
Estes números são reflexos de tecnologias aplicadas nos processos
coonstrutivos, a introdução de materiais pré-moldados economicamente viáveis, a
maior mecanização, as subempreitas especializadas, a redução da interferências
entre as diversas fases do processo e o planejamento dos recursos (SOUZA, 2012).
A NBR 12721 define os lotes de serviços para construir cada padrão
residencial e comercial. No caso da residência tipo padrão baixo (R1-B), por
exemplo, a quantidade de mão-de-obra necessária para cada metro quadrado
construído é de aproximadamente 37,25 Hh (Homens-hora).
Assim, baseados no prazo da obra, na produtividade e da área total
construída, podemos estimar a quantidade de mão-de-obra ao decorrer da obra.
O método utilizado para realizar o histograma de mão-de-obra é de
nivelamento de recursos através da curva de distribuição do tipo beta com desvio a
esquerda, conforme a figura 8.

Figura 8: Curva de distribuição de recursos tipo beta com desvio à esquerda (CORDEIRO, 2012).
.
Assim, procede-se com o histograma de mão-de-obra da figura 9:
41

M.O (Operários). x Tempo

Jan.

350 Fev.
300 300 300 300 300 300
300 Mar.
235
250 Abr.
170 180
200 Mai.
150 100 Jun.
100 60
35 Jul.
50
Ago.
0
Set.
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Out.
Nov.
Dez.

Figura 9: Histograma de mão-de-obra


obra através da curva beta de nivelamento de recursos.

Observa-se
se em vermelho, o período em que a obra encontra-se
encontra na fase de
mobilização. Havendo um acréscimo gradual de mão-de-obra
mão obra no decorrer dos
meses de execução.
Em amarelo, por sua vez encontra-se
encont se o período de tempo de pico da obra.
Neste momento a mão-de
de-obra permanece praticamente constante no canteiro.
No histograma os meses preenchidos na cor preto corresponde ao período,
em que há desmobilização da obra reduzindo drasticamente a quantidade
quantidad de mão-
de-obra do canteiro.
Considerou-se que o sistema de aproveitamento de águas pluviais no canteiro
da obra em questão irá funcionar apenas no período compreendido entre os meses
de fevereiro e novembro. Haja vista, que em janeiro as áreas de vivência
vivênci e apoio
estarão sendo construídas,
construídas, enquanto que em dezembro estarã
estarão sendo
desmobilizadas.
42

3.5 DIMENSIONAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS


3.5.1 Áreas de Vivência e Apoio

Para NR 18 – Condições e Meio Ambiente e Trabalho na Construção (MTE,


2008), as áreas de vivências correspondem aos locais destinados às instalações
sanitárias, vestiário, alojamento, refeitórios com cozinha, ambulatórios, área de lazer
e lavanderia. Ou seja, locais destinados ao atendimento das necessidades básicas
dos trabalhadores.
Segundo Saurin e Formoso (2006) as áreas de apoio correspondem
basicamente ao almoxarifado e escritório, ou seja, locais que desempenham funções
de apoio a produção e estão ocupadas por trabalhadores de forma integral durante
expediente de trabalho. Diferentemente das áreas de vivências, em que a ocupação
se dá de forma mais acentuada em determinados horários.

3.5.2 Instalações Sanitárias e Vestiário

Segundo a NR 18 a instalação sanitária deverá ser constituída de lavatório,


vaso sanitário e mictório, na proporção 1 (um) conjunto para cada grupo de 20 (vinte
trabalhadores) ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 (uma) unidade
para grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.
Para que atenda aos requisitos recomendados pela NR 18 o sanitário deverá
ser construído com as seguintes características:
• Os fechamentos laterais serão em madeirite OSB em locais secos;
• Nos locais úmidos serão utilizados placas de zinco para fechamento;
• Possuir piso de concreto impermeabilizado e lavável;
• Não possuir ligações diretas com os locais destinados as refeições;
• Pé direito de 3,0 metros;
• A cobertura, por sua vez, será em telhas de fibrocimento protegendo o
ambiente das possíveis intempéries;
43

• Os lavatórios serão do tipo calha com espaçamento mínimo entre as


torneiras de 0,60m (sessenta centímetros) e com altura de 0,90m
(noventa centímetros) revestidos de cimentado devidamente
impermeabilizado. Além de dispositivo de coleta de papéis usados;
• Os locais destinados ao sanitário possuirão área de 1,20 m2 provida de
porta com trinco atendendo ao mínimo exigido pela norma. Os mesmos
possuirão divisórias com altura de 2,10m (dois metros e dez centímetros);
• Previsão de uso de bacia turca e recipiente com tampa;
• Os mictórios foram previstos do tipo calha coletivo sendo que cada
segmento de 0,60m (sessenta centímetros) corresponde a um mictório
tipo cuba, possuindo revestimento interno liso cimentado, impermeável e
lavável. Com altura de 0,50 m (cinqüenta centímetros) do piso;
• Os locais destinados aos chuveiros possuirão área equivalente de 0,80m2
(oitenta centímetros quadrados) e com altura de 2,10m (dois metros e dez
centímetros) do piso. Havendo suporte para sabonete e cabide para
toalha;
Já o vestiário segue as seguintes recomendações da NR 18:
• Fechamentos laterais com madeirite tipo OSB;
• Possuir piso de concreto impermeabilizado e lavável;
• Pé direito de 3,00 metros;
• A cobertura, por sua vez, será em telhas de fibrocimento protegendo o
ambiente das possíveis intempéries;
• Área de ventilação de 10% (dez por cento) da área do piso;
• Armários individuais dotados de fechadura;
• Bancos de 0,30m (trinta centímetros) de largura em número suficiente a
atender aos usuários;

Para que a obra em questão atenda estas condições o vestiário e o sanitário


foi dimensionado com área de 217,60 m2, conforme figura 10:
44

Figura 10: Layout do Vestiário e Sanitário.


45

3.5.3 Refeitório

Considerando a inexistência de norma que estabeleça um critério para


dimensionamento de refeitório na construção civil, sugere-se o uso do parâmetro 0,8
m /pessoa. Este valor tem por base a experiência de diferentes empresas,
2

considerando que os refeitórios dimensionados através dele demonstraram possuir


área suficiente para abrigar todos os funcionários previstos, não se detectando
reclamações (SAURIN e FORMOSO, 2006)
O dimensionamento do refeitório segue as seguintes recomendações da NR
18:
• Fechamento lateral com madeirite OSB até altura de 1,70m e cercado até
o pé direito de 3,00m com tela verde de maneira a permitir ventilação e
iluminação natural;
• Dimensionado para atender a quantidade de funcionários da obra com
logística;
• Utilização de piso de concreto lavável;
• Independente das instalações sanitárias;
• Local exclusivo para aquecimento de refeições dotado de equipamento
seguro;
• Cobertura em telha de fibrocimento protegendo o local das Intempéries;
É recomendado que em canteiros de obras existam locais destinados ao lazer
do funcionário durante o período de descanso dos funcionários em Feira de Santana
verifica-se que as empresas utilizam dos refeitórios para este fim.
“Em canteiros restritos a opção mais viável é a utilização do próprio refeitório
como área de lazer, status que pode ser caracterizado pela colocação de uma
televisão ou jogos, tais como pingue-pongue e damas” (SAURIN e FORMOSO,
2006).
O layout abaixo foi dimensionado de forma a atender as condições exigidas
pela norma NR 18, conforme a figura 11.
46

Figura 11: Layout do Refeitório.

3.5.4 Áreas de Apoio

As áreas de apoio a produção: almoxarifado, escritório da obra, ambulatório,


entre outros, foram dimensionados de acordo a dados fornecidos por empresa local
na cidade de Feira de Santana e que possui larga experiência nesse perfil de obra.
Para o almoxarifado deve-se considerar o material a ser estocado, que
dependerá diretamente do padrão da obra e da experiência da empresa. Segundo
Saurin e Formoso (2006) para seis obras de porte semelhante com prédios de seis a
nove pavimentos com áreas construídas de aproximadamente 1600m2 notou-se que
47

a área útil do almoxarifado para situação mais desfavorável foi de aproximadamente


27 m2.
O almoxarifado abriga funções, tais como armazenamento e controle de
materiais e ferramentas, portanto o ideal é que o mesmo esteja situado próximo ao
escritório, ponto de descarga e elevadores de carga da obra (SAURIN e
FORMOSO, 2006).
Já o escritório da obra busca proporcionar um ambiente de trabalho isolado
para engenheiros, mestre de obras, estagiários e técnicos para desempenho das
atividades ligadas a documentação, leitura de projetos, análise do cronograma,
licenças da prefeitura, entre outros. Outra função do escritório é o arquivo de
documentação técnica (SAURIN e FORMOSO, 2006).
Vale ressaltar, que para obras acima de 50 funcionários deverá ser prevista
ambulatório (MTE, 2008).
Para atendimento dos requisitos acima citados, segue nas figuras 12 e 13
planta baixa dos pavimentos térreo e superior da área de apoio da obra,
respectivamente:
Assim, com a determinação as áreas de apoio e vivência do canteiro de
obras, o layout geral da obra é realizado conforme apêndice 2.
48

Figura 12: Planta baixa pavimento térreo da área de apoio da obra.


49

Figura 13: Planta baixa pavimento superior da área de apoio da obra.


50

4. DISCUSSÕES E ANÁLISES DOS RESULTADOS


4.1 CÁLCULO DA INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA

Resumindo-se para o cálculo da precipitação máxima na bacia em questão, e


de acordo ao exposto nos itens anteriores será adotado um tempo de retorno de
cinco anos, alem de um tempo de concentração de 5,0 minutos. Logo, substituindo-
se estes valores na equação 1, temos:

716 × 5 0, 241
imáx. = ≅ 128mm / hora
(5 + 11)0,761

A precipitação calculada acima será útil para definir-se as vazões de projeto,


as quais estarão submetido os dispositivos de drenagem.

4.2 VAZÕES DE PROJETO

Os cálculos, a partir da Equação 3, das vazões afluentes atuantes no projeto


em questão seguem na tabela 5:

Tabela 5: Cálculo das vazões afluentes das áreas de apoio e vivência do projeto.

i A Qaf.
LOCAL (mm/hora) m2 (L/min.)
Telhado Área de Apoio (Pavimento Térreo) 143* 305
Telhado Sanitário - Vestiário 262,19 559
128
Telhado Refeitório 198,45 423
Telhado Área de Apoio (Pavimento Superior) 65 139
*Incluído área vertical adjacente ao telhado (sala técnica), em que ocorrerá escoamento.
51

4.3 CALHAS

A escolha da seção da calha a ser adotada em projeto levou-se em


consideração as dimensões comerciais existentes. As disposições das calhas
podem ser conferidas no Apêndice 1.
As calhas de projeto são dadas pela tabela 6:

Tabela 6: Seções das calhas semicirculares de projeto.

Nomenclatura
Qafluente Seção inclinação Qcapaz øcomercial
L/min (mm) (%) L/min mm
CA 1 305 125 1 333 125
CA 2 138,7 100 1 183 125
CA 3 559,3 150 2 757 170
CA 4 211,7 125 0,5 236 125
CA 5 211,7 125 0,5 236 125

São algumas observações de projeto:


• Calha 1 (CA 1) = calha destinada a escoar apenas o telhado do
pavimento térreo da área de apoio da obra;
• Calha 2 (CA 2) = calha destinada a escoar o telhado do pavimento
superior da área de apoio;
• Calha 3 (CA 3) = drenagem do telhado dos sanitários e vestiário;
• Calha 4 (CA 4) = Como o telhado do refeitório será de duas águas este
dispositivo drenará um dos lados do telhado;
• Calha 5 (CA 5) = drenagem do outro lado do telhado do refeitório.
Para escolha das seções foram levados em conta aspectos econômicos
(seção diretamente proporcional ao custo), de execução (facilidade em executar e
durabilidade do sistema) e de projeto (capacidade dos dispositivos de acordo as
vazões solicitantes).
52

4.4 CONDUTORES VERTICAIS

Para o aproveitamento das águas de chuva dentro do canteiro de obras será


adotado calhas com saída em aresta viva. Este tipo de dispositivo de drenagem é
mais usual e possui ampla utilização do mercado da construção. Além disso, o custo
da mesma é inferior ao da calha com funil de saída.
Assim os cálculos dos condutores verticais seguem a partir da tabela 7:

Tabela 7: Tabela de Dimensionamento dos Condutores Verticais.

Nomenclatura
Qafluente H L D øcomercial
L/min (mm) (m) mm mm
CV 1 305 62,5 3 70 88
CV 2 138,7 62,5 6 70 88
CV 3 559,3 80 3 70 100
CV 4 211,7 62,5 3 70 88
CV 5 211,7 62,5 3 70 88

O dimensionamento dos condutores verticais levou em conta a adoção de


diâmetros comerciais. Para calhas fornecidas com seção igual a 125 mm o condutor
vertical do bocal da calha é de 88 mm, enquanto que para calhas com seção de 170
mm o condutor vertical da saída do bocal é de 100 mm.
A disposição das tubulações pode ser conferida no Apêndice 1:
• Condutor Vertical 1 (CV 1) = capta as águas pluviais provenientes da
calha 01 (CA1)
• Condutor Vertical 2 (CV 2)= capta as águas pluviais provenientes da
calha 02 (CA 2)
• Condutor Vertical 3 (CV 3)= capta as águas pluviais provenientes da
calha 03 (CA 3)
• Condutor Vertical 4 (CV 4) = capta as águas pluviais provenientes da
calha 04 (CA 4)
• Condutor Vertical 5 (CV 5)= capta as águas pluviais provenientes da
calha 05 (CA 5).
53

4.5 CONDUTORES HORIZONTAIS

Nas saídas dos condutores horizontais serão previstas grelhas que


interceptem gravetos e outros materiais que venham a reduzir a eficiência do
sistema.
Foi adotada como critério de dimensionamento a inclinação das tubulações
em detrimento da capacidade de carga de vazões dos condutores, pois inclinações
elevadas aumentariam o nível da caixa de inspeção em relação ao reservatório
inferior.
Assim procede-se com os cálculos de capacidade de suporte e seção dos
condutores horizontais a partir da tabela 8:

Tabela 8: Condutores horizontais do projeto.


i øcomercial
Nomenclatura Qafluente D Qcapaz
L/min mm (%) L/min mm
CH 1 305 150 0,5 602 150
CH 2 443,8 150 0,5 602 150
CH 3 559,3 150 0,5 601 150
CH 4 211,7 100 1 287 100
CH 5 211,7 100 1 287 100
CH 6 1732 200 1 1820 200

A escolha dos diâmetros dos condutores horizontais levou-se em conta


prioritariamente as inclinações de condução, haja vista que as tubulações percorrem
distâncias consideráveis.
A disposição da tubulação pode ser conferida no apêndice 1:
• Condutor Horizontal 1 (CH 1) = capta as águas pluviais provenientes do
condutor vertical 1 (CV1);
• Condutor Horizontal 2 (CH 2)= capta as águas pluviais provenientes do
condutor vertical 2 (CV2) e do condutor horizontal 1 (CH1);
• Condutor Horizontal 3 (CH 3)= capta as águas pluviais provenientes do
condutor vertical 3 (CV3);
• Condutor Horizontal 4 (CH 4) = capta as águas pluviais provenientes do
condutor vertical 4 (CV4);
54

• Condutor Horizontal 5 (CH 5) = capta as águas pluviais provenientes do


condutor 05 (CV 5).
• Condutor Horizontal 6 (CH 6) = interliga a caixa de inspeção e o
reservatório inferior.

4.6 RESERVATÓRIO DE ÁGUAS PLUVIAIS

A princípio o projeto será calculado pelo método de RippI, conforme o


disposto na equação 5. A partir daí será realizado uma análise da aplicabilidade do
método no canteiro de obras, verificando a necessidade de recalcular-se o volume
de água de chuva a ser reservado por outros métodos sugeridos pela bibliografia.
Para análise de consumo per capita no canteiro de obras analisou-se a
recomendação da NR 24 (MTE, 1993), consumo de 60 litros/pessoa, que
correspondem a utilizações para fins potáveis e não potáveis de instalações
sanitárias. Para o projeto em questão deverá ser considerado apenas a parcela de
água utilizada para fins não potáveis, assim deverá ser descontado a parcela de
água utilizada para banhos dos operários.
De acordo a Oliveira (2009) o consumo médio de água nos chuveiros para
operários é de 43 (L/operário/dia), considerando uma vazão média de 9 (l/min).
Assim, para dimensionamento do reservatório pelo método de Rippi será
considerado um consumo de água diário de 17 (L/operário/dia), conforme tabela 9.
As médias mensais de precipitação na cidade de Feira de Santana presentes
na planilha que segue foram extraídas da estação climatológica da UEFS
(Universidade Estadual de Feira de Santana).
Observa-se na tabela 9 que o método de Rippl apesar de ser bastante
utilizado e aplicado nos trabalhos de aproveitamento de águas pluviais, não
apresenta resultados aplicáveis a obra em questão por se tratar de um volume
extremamente elevado (aproximadamente 440m³). A obra não possui espaço físico
suficiente para instalar esses equipamentos, assim como os custos de aplicação do
método apresentariam, de uma forma geral, resultados inviáveis.
55

Tabela 9: Tabela de dimensionamento do reservatório de água pluvial pelo método de


Rippl

VOLUME
CHUVA DEMAND COLUNA DIFERENÇA
ÁREA DE DE
MÉDIA A 3- ACUMULADA
MESES CAPTAÇ CHUVA OBS.:
MENSA MENSAL COLUNA DOS
ÃO (M²) MENSAL
L (mm) (M³) 5 (M³) VALORES
(M³)
POSITIVOS
DA COLUNA 6
COLUN COLUNA COLUNA COLUNA COLUNA COLUNA
COLUNA 1 A2 3 4 5 6 COLUNA 7 8
Janeiro 58,80 13,09 668,64 39,32 -26,23 0,00 E
Fevereiro 58,90 37,40 668,64 39,38 -1,98 0,00 E
Março 85,00 63,58 668,64 56,83 6,75 6,75 S
Abril 92,00 87,89 668,64 61,51 26,38 33,12 S
Maio 101,70 112,20 668,64 68,00 44,20 77,32 S
Junho 88,30 112,20 668,64 59,04 53,16 130,48 S
Julho 88,90 112,20 668,64 59,44 52,76 183,24 S
Agosto 54,20 112,20 668,64 36,24 75,96 259,20 S
Setembro 41,30 112,20 668,64 27,61 84,59 343,78 S
Outubro 39,10 112,20 668,64 26,14 86,06 429,84 S
Novembro 86,50 67,32 668,64 57,84 9,48 439,32 S
Dezembro 75,00 22,44 668,64 50,15 -27,71 411,61 D
Consumo (l/pessoa/dia) E = Água extravasando,D = Nível da água descendo e S = Nível de
= 17 Água subindo

Com o limitador de espaço físico no canteiro de obras é necessário que o


reservatório seja recalculado pelo método, em que apresente volumes de reservação
menores.
De acordo a Bezerra et al. (2010) o método prático inglês apresenta volume
de reservação menor quando comparado com os outros métodos recomendados
pela NBR 15527/2007.
De acordo a Novaes (2004) a precipitação média anual na cidade de Feira de
Santana é de 863mm. A área de captação já calculada anteriormente para o projeto
é de 668,64m². Assim, de acordo a equação 6 o volume de água a ser reservado
será de aproximadamente 30m³.
Será previsto uma ponto de alimentação de água da concessionária local no
reservatório superior, pois deve-se prever os períodos sem chuva, em que os
reservatórios inferiores podem estar sem disponibilidade de água para distribuição.
56

4.7 CUSTO DE IMPLANTAÇÃO

O cálculo dos custos de implantação levou-se em conta a tabela de


composições de serviços do ORSE (Orçamento de obras de Sergipe) atualizada
com preços locais de alguns dos insumos.
Serviços como escavação, a qual o sistema possa necessitar não foram
contabilizados, pois tratam-se de serviços off-line, ou seja, que poderão ser
realizados em momentos que o equipamento estiver ocioso.
As tubulações e conexões que distribuem a água do reservatório para os
pontos de consumo não foram considerados, haja vista que tratam-se de serviços
que não agregam valor ao sistema. Ou seja, essas tubulações e conexões
independe da criação do sistema de aproveitamento de águas pluviais, pois não
gera custos adicionais, já são previstas em orçamento.
Os custos com a mão-de-obra foram atualizados para valores praticados por
empresas locais.

4.7.1 Custo de Equipamentos e Instalações

Tabela 10: Composição unitária condutor vertical de 100mm. Adaptada do ORSE (CEHOP, 2012).
Condutor pvc soldável p/calha pluvial, d= UNIDADE QUANTIDADE
100mm m 3
Valor Custo/m Custo Total
Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)
Encanador Hidráulico h 0,500 6,53 3,26 9,79
Servente h 0,500 4,81 2,41 7,22
Adesivo PVC un 0,025 26,69 0,67 2,00
Condutor circ. pvc
soldável p/calha pluvial, un 1,05 10,94 11,49 34,47
d= 100mm
Abraçadeira em ferro
un 0,50 11,51 5,76 17,27
Galvanizado DN 100mm
R$
SUBTOTAL 1
70,75
57

Tabela 11: Composição unitária da calha de 125 mm de seção. Adaptada do ORSE (CEHOP, 2012).

Calha Pluvial de beiral, Ø 125mm, semicircular de UNIDADE QUANTIDADE


pvc rígido, linha Aquapluv, Tigre ou similar,
exclusive condutores m 53,4

Valor Custo/m Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Carpinteiro h 0,44 6,53 2,87 153,38

Servente h 0,44 4,81 2,12 113,04

Suporte pvc p/calha pluvial (linha


un 1,55 3,95 6,12 326,94
Aquapluv, Tigre ou similar)
Bocal para calha pluvial de PVC
(125x88mm), Linha Aquapluv, un 0,33 22,90 7,56 403,54
Tigre ou similar
Cabeceira direita Aquapluv beiral
un 0,11 6,80 0,75 39,94
ou similar - 125mm
Cabeceira esquerda Aquapluv
un 0,11 6,75 0,74 39,65
beiral ou similar - 125mm
Emenda Aquapluv beiral ou
un 0,22 13,70 3,01 160,95
similar - 125mm

Parafuso com bucha 6 un 3,00 0,17 0,51 27,23


Vedação de borracha, para calha
de 125mm, linha Aquapluv beiral un 0,44 0,60 0,26 14,10
ou similar
Calha (perfil) pluvial em pvc ø
125mm, branca, Linha Aquapluv m 1,00 18,22 18,22 972,77
ou similar
SUBTOTAL 2 R$ 2.251,55
58

Tabela 12: Composição unitária da calha de 170 mm de seção Adaptada do ORSE (CEHOP, 2012)

Calha Pluvial de beiral, Ø 170mm, semicircular de UNIDADE QUANTIDADE


pvc rígido, linha pluvial, Amanco, exclusIve
condutores m 26,6

Valor Custo/m Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Carpinteiro h 0,44 6,53 2,87 76,40

Servente h 0,44 4,81 2,12 56,31

Suporte pvc p/calha pluvial (linha


un 1,55 3,80 5,89 156,67
Pluvial Amanco)
Bocal para calha pluvial de PVC
(170x100mm), Linha Pluvial un 0,33 21,39 7,06 187,76
Amanco
Cabeceira direita Pluvial Amanco
un 0,11 6,01 0,66 17,59
ou similar - 170mm
Cabeceira esquerda Pluvial
un 0,11 6,01 0,66 17,59
Amanco - 170mm
Emenda Pluvial Amanco -
un 0,22 11,88 2,61 69,52
170mm

Parafuso com bucha 6 un 3,00 0,17 0,51 13,57


Vedação de borracha, para calha
de 170mm, linha Pluvial un 0,44 1,10 0,48 12,82
Amanco.
Calha (perfil) pluvial em pvc ø
170mm, branca, Linha Pluvial m 1,00 15,00 15,00 399,00
Amanco.
SUBTOTAL 3 R$ 1.007,22
59

Tabela 13: Composição unitária do condutor vertical de 88 mm. Adaptada do ORSE (CEHOP, 2012)

Condutor PVC soldável p/calha pluvial, d= UNIDADE QUANTIDADE


88mm
m 15

Valor Custo/m Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Encanador Hidráulico h 0,500 6,53 3,26 48,96

Servente h 0,500 4,81 2,41 36,08

Adesivo PVC un 0,025 26,69 0,67 10,01

Condutor circ. pvc soldável un 1,05 12,74 13,38 200,66


p/calha pluvial, d= 88mm
Abraçadeira em ferro un 0,50 11,51 5,76 86,33
Galvanizado DN 100mm
R$
SUBTOTAL 4
382,03

Tabela 14: Composição unitária do conjunto motor bomba ¼ CV. Adaptada do ORSE (CEHOP,
2012).

Conjunto moto-bomba com motor de 1/4 cv, UNIDADE QUANTIDADE


monofásico, bomba centrífuga, sucção=1/2",
recalque=1/2", pr. máx. 15 mca, alt. sucção 8 mca, UND. 1
inclusive chave de partida direta

Valor Custo/UND. Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Eletricista h 2 6,53 7,68 7,68


Servente h 2 4,81 5,66 5,66
Chave magnética p/motor 3cv-
un 1 79.30 79,3 79,3
220v
Conjunto moto-bomba
schneider bc-98 ou similar,
un 1 444.48 444,48 444,48
motor 1/4 cv, monofásico, hm =
2 a 15 m, q = 1,5 a 4,4 m3/h
R$
SUBTOTAL 5
537,12
60

Tabela 15: Composição unitária da caixa de passagem. Adaptada do ORSE (CEHOP, 2012)

Caixa de passagem em alvenaria de tijolos UNIDADE QUANTIDADE


maciços esp. = 0,12m, dim. int. = 0,30 x 0,30 x
0,50m UND. 5

Valor Custo/m Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Forma plana para fundações, em


compensado resinado 12mm, 03 58,45
usos m2 0,306 38,21 11,69
Concreto simples fabricado na
obra, fck=15 mpa, lançado e 55,40
adensado m3 0,038 291,6 11,08
Aço CA - 60 Ø 4,2 a 9,5mm,
inclusive corte, dobragem,
montagem e colocacao de 24,00
ferragens nas formas, para
superestruturas e fundações kg 0,77 6,24 4,8
Alvenaria de tijolo cerâmico
maciço (4x9x17), esp = 0,09m
(singela), com argamassa traço 168,90
t5 - 1:2:8 (cimento / cal / areia) c/
junta de 2,0cm m2 0,8 42,23 33,78
Escavação manual de vala ou
cava em material de 1ª
16,95
categoria, profundidade até
1,50m m3 0,156 21,73 3,39
Chapisco em parede com
argamassa traço t1 - 1:3 9,50
(cimento / areia) m2 0,6 3,16 1,9
Reboco especial de parede 2cm
com argamassa traço t3 - 1:3 49,15
cimento / areia / vedacit m2 0,6 16,38 9,83
R$
SUBTOTAL 6
382,35
61

Tabela 16: Composição unitária da caixa d'água em fibra de vidro. Adaptada do ORSE (CEHOP,
2012)

Caixa d´água em fibra de vidro - instalada, sem UNIDADE QUANTIDADE


estrutura de suporte cap. 5.000 litros
UND. 6

Valor Custo/UND. Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Encanador hidráulico h 4 6,53 15,36 92,16


Servente h 4 4,81 11,32 67,92
Adaptador pvc rígido
roscável c/ flanges e anel, p/
caixa d'água d= 3/4" un 1 6.45 6,45 38,7
Adaptador pvc rígido
roscável c/ flanges e anel, p/
caixa d'água d= 1" un 2 9.58 19,16 114,96
Adaptador pvc rígido
roscável c/ flanges e anel, p/
caixa d'água d= 1 1/2" un 1 13.21 13,21 79,26
Caixa fibra vidro 5.000 litros -
Fortlev-Torres (ou similar) un 1 1,032.87 1032,9 6197,22
Fita veda rosca 18mm m 6.7 0.09 0,6 3,6
Joelho 90° pvc rigido
roscavel d=1 " un 2 1.50 3 18
Luva pvc rigido roscavel d=
3/4" un 2 0.75 1,5 9
Luva pvc rigido roscavel d=1
" un 2 1.18 2,36 14,16
Registro gaveta bruto, c/
volante, d = 25mm (1") un 1 31.95 31,95 191,7
Torneira de boia p/caixa
d'agua em pvc d = 3/4" un 1 4.61 4,61 27,66
Tubo pvc rigido roscavel d= 1
" m 1.6 5.01 8,02 48,12
Tubo pvc rigido roscavel d= 1
1/2" m 2.4 8.39 20,14 120,84
Concreto simples usinado
fck=18 mpa, bombeado,
lançado e adensado m3 0.12 305.51 36,66 219,96
SUBTOTAL 7 R$ 7.243,26
62

Tabela 17: Composição unitária do condutor horizontal de 150 mm. Adaptada do ORSE (CEHOP,
2012)
Tubo PVC rígido c/ anel borracha, série normal, UNIDADE QUANTIDADE
para esgoto predial, d=150mm. UND. 20,12

Valor Custo/UND. Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Encanador hidráulico h 0,56 6,53 3,66 73,55


Servente h 0,56 4,81 2,69 54,21
Anel borracha p/ tubo pvc 11,63
sanitário predial, d= 150mm un 0,17 3,40 0,58
Pasta lubrificante p/ pvc JEI kg 0,03 23,10 0,76 15,34
Tubo pvc rigido branco p/esgoto 248,73
predial d= 150mm m 1,01 12,24 12,36
R$
SUBTOTAL 8
403,46

Tabela 18: Composição unitária do condutor horizontal de 100mm. Adaptada do ORSE (CEHOP,
2012)
Tubo PVC rígido c/ anel borracha, série normal, UNIDADE QUANTIDADE
para esgoto predial, d=100mm. UND. 14,06

Valor Custo/UND. Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Encanador hidráulico h 0,56 6,53 3,66 51,40


Servente h 0,56 4,81 2,69 37,88
Anel borracha p/ tubo pvc 2,51
sanitário predial, d= 100mm un 0,17 1,05 0,18
Pasta lubrificante p/ pvc JEI kg 0,03 23,10 0,76 10,72
Tubo pvc rigido branco p/esgoto 101,53
predial d= 100mm m 1,01 7,15 7,22
R$
SUBTOTAL 9
204,04
63

Tabela 19: Composição unitária da caixa de inspeção. Adaptada do ORSE (CEHOP, 2012)
Caixa de Inspeção (60 x 60 x 60)cm UNIDADE QUANTIDADE
UND. 1

Valor Custo/UND. Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Reaterro manual de valas, com


compactação utilizando sêpo,
m3 1,15 21,73 24,99 24,99
sem controle do grau de
compactação
Forma plana para fundações,
em compensado resinado m2 1,17 45,3 53,00 53,00
12mm, 02 usos
Concreto simples fabricado na
obra, fck 13,5 mpa, lançado e m3 0,081 250,5 20,29 20,29
adensado
Concreto simples fabricado na
obra, fck=15 mpa, lançado e m3 0,081 265,4 21,49 21,49
adensado
Aço CA - 50 Ø 6,3 a 12,5mm,
inclusive corte, dobragem,
montagem e colocacao de kg 1,73 5,85 10,12 10,12
ferragens nas formas, para
superestruturas e fundações
Alvenaria de tijolo cerâmico
maciço (4x9x17), esp = 0,09m
(singela), com argamassa traço m2 1,8 44,79 80,62 80,62
t5 - 1:2:8 (cimento / cal / areia)
c/ junta de 2,0cm
Reboco ou emboço externo, de
parede, com argamassa traço t5 m2 1,71 15,24 26,06 26,06
- 1:2:8 (cimento / cal / areia),
espessura 2,0 cm
Escavação manual de vala ou
cava em material de 1ª
m3 1,8 21,73 39,11 39,11
categoria, profundidade até
1,50m
Chapisco em parede com
argamassa traço t1 - 1:3 m2 1,71 3,24 5,54 5,54
(cimento / areia)
R$
SUBTOTAL 10
281,23
64

Tabela 20: Composição unitária do condutor horizontal de 200mm. Adaptada do ORSE (CEHOP,
2012)
Tubo PVC rígido c/ anel borracha, série normal, UNIDADE QUANTIDADE
para esgoto predial, d=200mm. UND. 1,7

Valor Custo/UND. Custo Total


Descrição UND Consumo
Unitário (R$) (R$)

Encanador hidráulico h 0,56 6,53 3,66 6,21


Servente h 0,56 4,81 2,69 4,58
Anel borracha p/ tubo pvc 2,06
sanitário predial, d= 200mm un 0,17 7,13 1,21
Pasta lubrificante p/ pvc JEI kg 0,03 23,10 0,76 1,30
Tubo pvc rigido branco p/esgoto 56,66
predial d= 200mm m 1,01 33,00 33,33
R$
SUBTOTAL 11
70,81

4.7.2 Custo de Manutenção

De acordo a NBR 15527 (Água de Chuva - Aproveitamento de coberturas em


áreas urbanas para fins não potáveis - Requisitos, 2007) deve-se realizar a
manutenção no sistema de acordo a tabela 21:

Tabela 21: Freqüência de Manutenção de Equipamentos. Adaptada da NBR 15527 Água de Chuva -
Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis - Requisitos (ABNT, 2007).

COMPONENTE FREQUÊNCIA DE MANUTENÇÃO


Dispositivo de descarte de detritos Limpeza trimestral
Dispositivo de descarte do escoamento inicial Limpeza mensal
Calhas, Condutores verticais e horizontais Semestral
Dispositivo de desinfecção Mensal
Bombas Mensal
Reservatórios Limpeza e desinfecção anual

Baseado na tabela do ORSE será considerado uma verba de R$ 500,00 para


manutenção dos equipamentos do sistema de aproveitamento de águas pluviais.
65

4.7.3 Custo Total

Somando-se os custos de implantação do sistema e o custo de manutenção


adotado verifica-se que o sistema de aproveitamento de águas pluviais custará para
obra R$13.333,82, conforme resumo da tabela 22:

Tabela 22: Resumo das composições unitárias de serviços.

DISPOSITIVO CUSTO (R$)

CONDUTORES VERTICAIS 452,78

CALHAS 3.258,77

CAIXA DE PASSAGEM E INSPEÇÃO 663,58

RESERVATÓRIOS EM FIBRA DE VIDRO 7.243,26

CONJUNTO MOTO-BOMBA 537,12

TUBULAÇÕES HORIZONTAIS 678,31

MANUTENÇÃO DO SISTEMA 500,00

TOTAL 13.333,82
66

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A preocupação com a utilização racional dos recursos naturais visando


garantir o atendimento das necessidades das gerações futuras vem sendo adotada
como critério na confecção de novos produtos e equipamentos.
Porém, esta visão não deve ser entendida e atrelada apenas ao produto final,
já desenvolvido, mas sim ao processo construtivo. É necessário aproveitar os
recursos disponíveis ao máximo, sem desperdícios, com a geração de menos
resíduos e reciclagem dos mesmos.
Em canteiro de obras a utilização de água corresponde em sua maior parte a
fins não potáveis. Assim, reaproveitar água de chuva é uma forma das empresas
economizarem com o fornecimento de água por concessionárias locais contribuindo
com o meio ambiente.
Sobretudo, devido ao fato de o sistema de aproveitamento de águas pluviais
permitirem a adoção de materiais reaproveitáveis o que dilui o custo de implantação
do sistema de acordo ao número de utilizações. Quanto maior o prazo das obras,
maior será a parcela de água reaproveitada.
Em linhas gerais o custo da implantação em função da área total construída é
de R$ 0,95/m² o que representa um acréscimo de custo relativamente baixo.
Feira de Santana apresenta índices pluviométricos consideráveis e bem
distribuídos ao longo do ano tornando o sistema apto para ser implantado na cidade.
Obras com acesso restrito as concessionárias de água locais são também
ideais para aproveitar-se água de chuva em seus canteiros.
Observa-se que as áreas destinadas a apoio e vivência nos canteiros de
obras são suficientes para aproveitar as águas provenientes da chuva, necessitando
apenas de um projeto específico que leve em consideração aspectos técnicos e
econômicos.
O presente trabalho serve como um modelo de implantação do sistema de
aproveitamento de águas pluviais em um canteiro de obras na cidade de Feira de
Santana de forma prática e econômica.
67

O sistema de aproveitamento de águas pluviais poderá ser incluído no


sistema de qualidade da empresa, juntamente ao aproveitamento e manejo de
resíduos sólidos.
A adoção de boas práticas representa um ideal que quando adotado pelas
empresas pode contribuir com educação e incentivo ao melhor aproveitamento de
recursos pelos seus colaboradores. Não há como incentivar e adotar os princípios de
racionalização de recursos sem que o fator mão-de-obra esteja direcionado aos
objetivos da empresa.
Além disso, existe uma possibilidade de retorno para empresa através do
marketing verde. Divulgar as boas práticas para a sociedade é uma forma de
mostrar que a empresa é parceira do meio ambiente, bem como seus produtos.
Observa-se também que existe uma incompatibilidade entre as normas de
aproveitamento de águas pluviais e os produtos oferecidos pelas empresas. As
principais divergências são dimensionais, sendo as dimensões comerciais
incompatíveis com o que é solicitado em norma. Calhas em PVC, por exemplo,
possuem dimensões limitadas, isso gera custos adicionais aos consumidores, haja
vista que seções recomendadas são substituídas por seções comerciais.
Assim, verifica-se que aproveitar água pluvial no canteiro de obras é de
extrema importância, haja vista que como conseqüência é obtida uma reação em
cadeia beneficiando a empresa indiretamente, os funcionários através da adoção de
boas práticas e o meio ambiente através de uma perspectiva sustentável.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir dos resultados que foram obtidos neste trabalho e de todos os


conhecimentos que foram adquiridos ao longo de sua realização, podem-se fazer
algumas sugestões para o desenvolvimento de estudos futuros:
• Estimular as empresas a realizarem o projeto em seus canteiros
analisando a viabilidade econômica do mesmo;
• Estudar a possibilidade de reaproveitar a água pluvial para
confeccionar concreto;
68

REFERÊNCIAS

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74

APENDICE 1
75

APENDICE 2
76

APÊNDICE 3

DIMENSIONAMENTO DO CONJUNTO MOTOR-BOMBA


Cálculo do Diâmetro de Sucção e Recalque
.

A tubulação de recalque será calculada a partir da equação 7 de


Forschheimmer:

D R = 1,3 × Q × 4 X ; Equação 7

Dr = Diâmetro do recalque em – m;
Q = Vazão de recalque – m³/s;
X = h/24 horas;
h = número de horas de funcionamento da bomba, por dia.

Assim, para um consumo de 17l/pessoa/dia, considerando pelo histograma de


mão-de-obra da figura 4 300 pessoas na obra, e para 3 horas de funcionamento da
bomba por dia, temos que o Dr será de 16,80 mm, que corresponde a um diâmetro
comercial de 20 mm.
O diâmetro da sucção deverá ser de 25 mm conforme recomendações da
norma NBR 5626 (Instalações prediais de água fria, 1996)
O diâmetro do extravasor será imediatamente superior ao de recalque, logo
será de 25 mm.

Cálculo do Conjunto Motor – Bomba

Para elevar a água dos reservatórios inferiores para os superiores deverá ser
utilizado um conjunto motor-bomba. Para o cálculo da potência considera-se a
equação 8:
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Q × Hman
P= Equação 8
75 × R

P = Potência da bomba em C.V.;


Hman = altura manométrica – m;
R = Rendimento da moto-bomba;
Q = vazão de recalque em l/s.

Altura Manométrica

Altura em metros de coluna de água que deve ser vencida pelo conjunto
motor-bomba. Calculada a partir da equação 9:
Hman = Hg + Hf Equação 9

Hg = Altura geométrica – m;
Hf = Altura equivalente as perdas de carga localizadas e distribuídas – m.

São feitas as considerações, de acordo a figura 14, para cálculo do


comprimento equivalente:
• Comprimento Equivalente (Conexões)
o Válvula de retenção 20 mm = 2,7m;
o Registro de gaveta 20 mm = 0,2m;
o Joelho 90º 20 mm (2 UND) = 1,2 x 2 = 2,4m;
• Comprimento Real
o L = 7 metros.
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Figura 14: Perda de Carga localizada em tubulações de PVC rígido (UFLA, 2009).

A altura geométrica total é de 12,3 metros.


As perdas de carga distribuídas foram calculadas de acordo a NBR 5626
(Instalações Prediais de Águas Pluviais), para tubos e conexões em material
plástico, conforme equação
uação 10:

J = 8,69 x 106 x Q 1,75 x d - 4,75 Equação 10

J = perda de carga unitária, em quilopascal por metro;


Q = vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo;
D = diâmetro interno
rno do tubo, em milímetros.

A vazão de recalque é de 0,47L/s, considerando-se


considerando se um consumo de
17L/pessoa/dia e 3 horas de funcionamento da bomba.
79

A perda de carga calculada será de aproximadamente 0,15 mca/m. O que


equivale a uma perda total de 1, 995 m.
Assim, a altura manométrica total será de aproximadamente 14,3m.

Rendimento e Potência da Bomba

O rendimento da bomba é a relação entre a potência fornecida pela bomba ao


líquido (potência útil) e a cedida à bomba pelo eixo girante do motor (potência
motriz). A perda de energia cedida no interior da bomba é conseqüência das perdas
hidráulicas diversas, da recirculação e dos vazamentos (FILHO, 2009).
A relação entre a energia aproveitada pelo fluido para seu escoamento fora
da bomba e a energia cedida ao eixo da bomba é denominada rendimento hidráulico
da bomba. Os rendimentos médios são dados na tabela 23:

Tabela 23: Rendimento Hidráulico de Bombas centrífugas. Fonte: (FILHO, 2009)

Q (L/S) 5 7,5 10 15 20 25 30 40 50 100 200


ηB 0,52 0,61 0,66 0,68 0,71 0,75 0,8 0,84 0,85 0,87 0,88

Será adotado um rendimento hidráulico de 52%. Assim a potência inicial da


bomba de acordo a equação 08 será de aproximadamente 0,17CV.
Porém devemos considerar o rendimento mecânico, relação entre a energia
cedida pelo eixo do motor ao da bomba e a energia fornecida inicialmente ao motor.
Conforme tabela 24.

Tabela 24: Rendimento mecânico de bombas centrífugas. Fonte (FILHO, 2009)

CV 1 2 3 5 6 7,5 10 15 20 30 40 60 80 100
ηM 72 75 77 81 82 83 84 85 86 87 88 89 89 90

Assim recalculando-se a potência levando-se em consideração um


rendimento mecânico de 72% temos uma potência total de 0,12CV. Considerando-
se potência de ¼ CV devido a fins comerciais.

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