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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


26ª Câmara de Direito Privado
Apelação nº 1035722-85.2017.8.26.0001

Registro: 2018.0000969343

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº


1035722-85.2017.8.26.0001, da Comarca de São Paulo, em que é apelante MAURICIO
MADEIRA DA SILVA (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado LUAN FERNANDO DE
CARLO ARAÚJO E NUNES.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 26ª Câmara de Direito Privado


do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao
recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores FELIPE FERREIRA


(Presidente sem voto), BONILHA FILHO E RENATO SARTORELLI.

São Paulo, 7 de dezembro de 2018.

Antonio Nascimento
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
26ª Câmara de Direito Privado
Apelação nº 1035722-85.2017.8.26.0001

4ª Vara Cível do Foro Regional de Santana – São Paulo/SP


Apelante: MAURÍCIO MADEIRA DA SILVA
Apelado: LUAN FERNANDO DE CARLO ARAÚJO E NUNES
Magistrado: Dr. ADEVANIR CARLOS MOREIRA DA SILVEIRA

VOTO Nº 23.340

APELAÇÃO LOCAÇÃO EXECUÇÃO POR TÍTULO


EXTRAJUDICIAL. Título executivo inábil a instrumentalizar a
pretensão do exequente, quanto ao pedido de reparação de danos e
cobrança de multa contratual. Lei processual que é clara ao
estabelecer em que consiste o crédito previsto no CPC, art. 784,
inc. VIII: “o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de
aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como
taxas e despesas de condomínio”. Elementos constantes dos autos
que não permitem aferir o valor gasto com a reforma do imóvel e
se eventuais danos já existiam anteriormente à locação. Justiça
gratuita. Manutenção do deferimento. RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos à execução


opostos por Luan Fernando de Carlo Araújo e Nunes, nos autos da ação
contra si intentada por Maurício Madeira da Silva, em cujos lindes foi prolatada a
r. sentença de fls. 93/96, que julgou procedente a defesa do executado, para o
fim de reconhecer o excesso de execução e excluir da condenação a parcela
relativa à reparação no imóvel, de R$ 18.497,72, e da multa compensatória, de
R$ 3.193,27, reduzindo, ainda, os honorários advocatícios devidos pelo
embargante para 10% sobre o valor do crédito. Em razão da sucumbência, o
embargado foi condenado a arcar com as custas e despesas do processo, além
dos honorários advocatícios da parte adversa, estes arbitrados em 10% sobre o
valor da importância expurgada.

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Irresignado, o embargado interpôs, a


fls. 99, recurso de apelação, vindo a arrazoá-lo a fls. 100/104. Argumenta com o
princípio pacta sunt servanda, para afirmar que o locatário firmou contrato ciente de
que deveria restituir o imóvel nas mesmas condições em que recebeu. Entende,
por isso, que deve responder pelos valores despendidos com a reforma do
imóvel, os quais, segundo alega, fazem parte do título executivo judicial. Por fim,
impugna a gratuidade concedida ao embargante.

O recurso é tempestivo e preenche os


requisitos legais para sua admissibilidade. Contrarrazões a fls. 108/113.

É o relatório.

Cuidam os autos originários de ação de


execução por título extrajudicial, oriunda de contrato de locação de bem imóvel,
impugnada pelo executado via os presentes embargos. Assevera o embargante,
no essencial, a iliquidez do título executivo que aparelha a pretensão do
exequente-embargado. Diz que há excesso de cobrança, eis que se fazia
necessária a propositura da demanda de conhecimento.

E assiste razão ao embargante. A


preliminar de iliquidez do título quanto ao pedido reparatório e de inclusão da
multa contratual merece, de fato, acolhimento.

O contrato colacionado aos autos a


fls. 19/25 é título executivo extrajudicial, nos termos do art. 784, inc. VIII, do CPC,

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que diz o ser “o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel,


bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio”.

Sem embargo, o crédito buscado pelo


exequente, voltado à reparação pelos prejuízos causados ao imóvel pelo
locatário, não se enquadra nas hipóteses descritas pelo legislador. O que está se
exigindo no processo de execução são despesas com a reforma, não ficando
evidenciadas a certeza, liquidez, tampouco a exigibilidade do que está sendo
cobrado a título de multa contratual, por eventual inadimplemento, a fim de
autorizar o locador a se utilizar da via executiva.

Evidentemente, a despeito de constar do


contrato a obrigação do locatário à devolução do imóvel no mesmo estado em
que recebido do locador, como sói ocorrer nesta espécie de contrato, é certo que
eventual pedido de reparação não dispensa a adoção do procedimento
adequado, qual seja, o processo de conhecimento.

A teor do disposto no art. 803, I, do CPC,


é nula a execução, se: “o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação
certa líquida e exigível”. Assim, é mesmo de se reconhecer a inexigibilidade da
cobrança de referidas verbas por meio desta via executiva.

Confira-se, nessa direção, o seguinte


julgado deste E. Sodalício:

“Agravo de Instrumento. Embargos à execução de título extrajudicial.


Ausência dos requisitos previstos no art. 783, do CPC. Inexistência de
certeza, liquidez, e exigibilidade da dívida exequenda. Elementos constantes
dos autos que não permitem aferir o valor gasto com a reforma do imóvel e se
eventuais danos já existiam anteriormente à locação. Nulidade decretada.
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Apelação nº 1035722-85.2017.8.26.0001

Inteligência do art. 803, I, do CPC. Execução extinta, com fundamento no


art. 485, IV e VI, do CPC. RECURSO PROVIDO.”1

Igualmente, não é caso de indeferimento


da gratuidade judiciária, a qual, como é cediço, ostenta a presunção de
veracidade por parte daquele que a almeja, sendo, portanto, ônus da parte
adversa a prova em sentido contrário. E isso, de fato, não há nos autos.

Por fim, é caso de aplicação do art. 85, §


11, do CPC, de modo a majorar a verba honorária sucumbencial para 12% sobre
o proveito econômico obtido pelo executado.

Postas estas premissas, nega-se


provimento ao recurso.

Antonio (Benedito do) Nascimento


RELATOR

1TJSP 34ª Câmara de Direito Privado Agravo de Instrumento nº 2056846-76.2018.8.26.0000


Rel. Des. L.G. Costa Wagner J. 18/09/2018.
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