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- Zona limpa: composta por todos os demais componentes do - Aspectos a serem focalizados referente ao ambiente cirúrgico:
agrupamento cirúrgico;
- Iluminação: é o problema mais difícil e provavelmente o mais
- Componentes do ambiente cirúrgico: importante do sistema de iluminação de um hospital. Utilização da
luz artificial. O campo operatório é iluminado através de um foco
- Vestiários: deverá estar à disposição uniforme próprio do ambiente
multidirecional a fim de eliminar a presença de sombras.
cirúrgico, de cor diferente dos usados nas demais áreas do hospital.
- Ventilação: importância no fornecimento de ar em condições
- Sala de Recepção dos Pacientes: aquela na qual os pacientes que
adequadas, remoção do acúmulo de gases anestésicos, controle de
serão operados são recebidos e permanecem na mesma até o
temperatura e umidade do ambiente, e principalmente a prevenção
momento em que serão conduzidos para sala de operação. Deve
da contaminação aérea da ferida operatória. Deve abranger três
permitir a avaliação pré-operatória.
aspectos fundamentais: 1) prover o ambiente de aeração com
- Corredores: constituem um local de grande disseminação de condições adequadas; 2) remover as partículas potencialmente
infecção. Pode haver dois tipos: “Limpo”, onde o material limpo contaminantes liberadas no interior das salas de operações; 3)
chega e o “Periférico ou contaminado”, onde o material impedir a entrada no ambiente cirúrgico de partículas
contaminado sai. Tem que possuir um mínimo de 2,5 / 4 metros de potencialmente concomitantes, oriundas de áreas adjacentes ao
centro cirúrgico. O fluxo da ventilação é laminar, de cima para baixo
largura.
– esse fluxo joga as micropartículas para o chão, evitando a
contaminação aérea.
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- Eletricidade: é fundamental para o bom funcionamento de um - Antissepsia: processo de destruição de microrganismos em
ambiente cirúrgico. Esse deve dispor de uma fonte geradora determinado objeto, ambiente ao campo operatório, utilizando-se
própria, permanente e independente de energia elétrica. antissépticos. Sinônimo de desinfecção.
- Piso: material resistente, não poroso, de fácil visualização de - Esterilização: procedimento utilizado para a destruição de todas
sujeiras, de fácil limpeza, livre de ralos e frestas, pouco sonoro e as formas de vida microbiana, isto é, bactérias, fungos, vírus e
fundamentalmente bom condutor de eletricidade estática para evitar esporos do arsenal médico-cirúrgico. Pode ser obtida por diferentes
faíscas. processos, como físico, o físico-químico ou o químico.
- Paredes: devem ser de superfície lisa, uniforme, com cantos - Antisséptico: agente químico que mata os microrganismos
arredondados para facilitar limpeza e evitar o acúmulo de poeira. patogênicos ou inibe o seu crescimento, quando em contato com
eles, que pode ser empregado seguramente na pele e nas
- Forros: deve ser de material não poroso para impedir a retenção mucosas.
de bactérias. Deve ser de fácil limpeza e dotado de pequena
condutibilidade. - Antissepsia:
- Portas: deverão ser todas de correr, dotadas de visores de vidro - A tricotomia, ou seja, a raspagem dos pêlos, deve ser sempre
para facilitar a visão entre os dois ambientes e diminuir o número feita no dia da intervenção e, segundo alguns autores, no
de aberturas desnecessárias das portas. próprio centro cirúrgico.
- Esterilização:
- Úmido
Material cirúrgico, montagem de mesa, preparo do - As tesouras curvas são instrumentos de diérese amplamente
campo operatório usados, principalmente nas dissecções. Em razão da ação
contundente, ao lado da obviamente cortante, são mais
- O instrumental cirúrgico pode ser classificado segundo suas traumáticas que o bisturi, motivo pelo qual devem ser evitadas
funções e os atos fundamentais da cirurgia em diérese, hemostasia, em tecidos delicados. São amplamente utilizadas para a
síntese, preensão, auxiliares e especiais. divulsão, ao penetrarem com as lâminas fechadas em algumas
estruturas anatômicas, como o músculo, por exemplo,
- Diérese - usado para cortar: seguindo-se a abertura das mesmas, o que permite o
afastamento tecidual.
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- Crile – serve para preensão de vasos médios mais profundos.
Possui ranhuras horizontais em toda a extensão da lâmina de
preensão.
Tesoura angulada
Tesoura Mayo
Tesoura Potts
- OBS: Nunca se pratica incisão primária na pele com tesoura. - Pinça de halsted (mosquito):
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- É utilizado na interrupção do trânsito intestinal, o que o
classifica como instrumental de coproestase. Além disso, tem a
capacidade de fazer uma leve hemostasia no meso.
- Preensão de tecidos
- Síntese:
resistentes (pele, aponeurose,
- A síntese geralmente é o tempo final da cirurgia e consiste na fáscias).
aproximação dos tecidos seccionados ou ressecados no decorrer
- Possuem um dente de rato na
da cirurgia, com o intuito de favorecer a cicatrização dos tecidos de
ponta.
maneira estética, além de evitar as herniações de vísceras e
minimizar as infecções pós-operatórias. - Pinça anatômica:
- Na síntese, usam-se porta-agulhas, agulhas diversas, fios, - Preensão de tecidos delicados.
grampos metálicos e grampeadores mecânicos.
- Suas bordas são achatadas e
- Porta agulhas arredondadas.
- Cabeça ovalada
- Pinça de Duval
- Tem a característica da ponta com dente-de- - Possui garras na parte curva, dando mais aderência aos
rato e ranhuras horizontais em toda a extensão tecidos. Usado somente em planos musculares.
da lamina de preensão.
- Pinça de Pozzi:
- Pinça de antissepsia de
Cheron: - Gosset:
- Farabeuf:
- Apresenta-se em formato de
“C” característico, sendo - Afastador de Finochietto
utilizado no afastamento de
pele, tecido celular - Utilizado em cirurgias torácicas,
subcutâneo e músculos possuindo uma manivela para
superficiais. possibilitar o afastamento da forte
musculatura intercostal.
- Langenbeck:
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- Afastador de Deaver: tesoura curva (Metzembaum), 2 tesouras curvas comuns e 1
tesoura reta.
- Por apresentar sua extremidade distal
em formato de semilua, análoga ao 2. Preensão: pinças de preensão que serão utilizadas com
desenho de contorno dos pulmões, é maior frequência no ato cirúrgico – 3 pinças anatômicas de
amplamente utilizado em cirurgias tamanhos diversos e 3 pinças dentes-de-rato, também de
torácicas, podendo também ser tamanhos diversos.
utilizado em cirurgias abdominais.
3. Hemostasia: ficam montados, sobre uma compressa
- Válvula supra-púbica: enrolada, os instrumentos de hemostasia, seguidos dos
instrumentos de preensão menos utilizados, - pinças
- Afasta gordura pré-peritonial supra púbica e hemostáticas (das curvas para as retas, das menores para as
bexiga. maiores), pinças mixter de tamanhos diferentes, pinças Allis,
pinças Duval, etc.
- Muito utilizada em cesarianas.
4. Auxiliares: São colocadas as compressas, dobradas ao meio,
- Instrumentos especiais:
e gaze.
- São aqueles que possuem indicação precisa e muito restrita
5. Síntese: porta agulhas, agulhas, fios cirúrgicos, além dos
quanto ao seu uso.
afastadores de Farabeuf.
- Afastadores vaginal, espéculo anal, afastador craniano,
6. Especial: por estar mais longe do instrumentador, funciona
fibroscópio, bisturi de argônio e raios laser.
como se fosse um almoxarifado, ficando nelas os instrumentos
- Videolaparoscopia – é utilizada outra mesa cirúrgica, com outros que talvez nem sejam usados durante o procedimento cirúrgico
materiais. – seringas, cateteres e os afastadores, tipo valva de Doyen,
afastador de Gosset, afastador de Finochietto, na dependência
Distribuição dos instrumentos na mesa da cirurgia a ser realizada.
Operações Fundamentais: Diérese, Hemostasia e - Diérese: procedimento cirúrgico que consiste na interrupção da
Síntese continuidade dos tecidos.
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- Hemostasia: é o conjunto de manobras que visam prevenir e/ou OBS. O bisturi sempre entra de forma perpendicular, continua em
estancar a hemorragia. posição oblíqua, tangenciando o plano subjacente, e termina
perpendicular, para que a borda da ferida fique no mesmo tamanho
- Síntese: é a união cirúrgica dos tecidos. inicial e final.
Diérese
- Dilatação: processo pelo qual se obtém o aumento do diâmetro de - A hemostasia pode ser feita por meio de 7 técnicas básicas:
canais e orifícios naturais, e também de trajetos fistulosos. Ex:
- Compressão: consiste na compressão do local de
Stent, dilatação uretral com instrumento específico para dilatação
hemorragia até que a coagulação se complete.
de estenose de próstata (Benique), dilatação de ostomia (vela de
Hegar). - Pinçamento: se empregam pinças hemostáticas e consiste
no pinçamento das extremidades do vaso seccionado.
- Serração: diérese feita com o emprego de serras. Ex. Serra de
Gigli (movida a força humana – serração de ossos). - Eletrocoagulação: feita por meio do bisturi elétrico.
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- O método deve ser empregado de forma definitiva apenas - Não suturar em plano único espessura maior que 1 cm. Ex.
para pequenos vasos da superfície da pele. Duração para Paciente obeso com grande tecido subcutâneo, sutura somente da
pequenos vasos: 5 min. pele e a aponeurose. Nesse caso, você deixa um espaço vazio no
espaço subcutâneo.
- Nunca deve ser empregado em locais de difícil retorno
cirúrgico, como cavidades. - Não deixar espaço vazio (morto)
- Pode ser empregado como técnica transitória em situações de - Não apertar excessivamente os nós ou torcê-los (Corre o risco de
emergência. cruzar).
- É admissível nas chamadas hemorragias em lençol, situação Tipos de incisões e de feridas/Suturas, fios, nós
em que não se consegue visualizar os inúmeros pontos de cirúrgicos
sangramento em áreas de deslocamento tecidual.
- Incisões:
- Pinçamento:
- Objetivo – cicatriz imperceptível
- Pinçar quantidades mínimas do tecido, não fazê-lo as cegas.
- Fatores que interferem – técnica cirúrgica, idade do paciente, tipo
- Em alguns casos, transfixar o tecido junto à ponta da pinça. de pele, região do corpo.
- Empregar voltagens mais baixas para não queimar o tecido - Manuseio delicado dos tecidos (incisão perpendicular)
subjacente.
- Desbridamento de tecidos desvitalizados (porque os tecidos
- Usar somente para vasos de pequeno calibre. necróticos não tem uma boa circulação, e por isso os fatores
cicatrizantes não chegarão ao local).
- Não empregar o método em tecidos ou estruturas delicadas
(tecido nervoso, as mucosas e as paredes vasculares). - Adequada hemostasia
- Prudência ao usá-lo em cavidades. - Sutura sem demasiada tensão (deslocamento das bordas),
evitando espaço morto (porque é propício a criação do seroma –
Síntese
acúmulo de líquido linfático no espaço interplano – subcutâneo).
- Classificação:
- Maior atividade inflamatória local – maior deposição de colágeno
- Pode ser feita por pelo menos 5 métodos, na dependência do
- Idade do paciente:
tecido em questão:
- 1-3m – cicatrizes finas
- Aproximação das bordas com ataduras e fitas adesivas:
utilizadas para manter unidas as bordas de pequenas feridas - Crianças maiores – maior elasticidade, cicatrizes hipertróficas e
traumáticas ou cirúrgicas, de bordas regulares. eritematosas.
- Usar material adequado para o tecido ou órgão - Sítios favoráveis – pálpebras, regiões palmar e plantar, mucosas.
Para minimizar a cicatriz, as incisões devem ser paralelas às linhas
- Usar menor quantidade possível de corpo estranho, desde que de tensão da pele.
respeitada a segurança do procedimento.
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- Maturação – 30 dias – 50%; remodelação até 2 anos. A partir do
14º dia, já está nessa fase, com diminuição da força tênsil (por isso,
depois do 14º dia já não tem sentido manter o fio de sutura).
- Cicatrização:
- Curativo 24 horas
- Sutura:
- Princípios fundamentais
- Conforme as fibras musculares se contraem, elas
reaproximam as margens da ferida, se forem perpendiculares - Usar material adequado para tecido ou órgão
ao músculo subjacente. Se, entre, a cicatriz for paralela ao
músculo subjacente, então a contração desse músculo tenderá - Usar menor quantidade possível de corpo estranho
a causar abertura das margens da ferida e ocasionará mais
- Não permitir que as bordas da ferida fiquem sob tensão
tensão e formação de cicatriz.
- Não suturar em plano único espessura maior que 1 cm
- Incisões elípticas para ressecção de nevos cutâneos – deve
possuir margens livres. Deve possuir a dimensão de 2 para 1. - Não deixar espaço vazio (morto)
Garantir a margem profunda.
- Não apertar excessivamente os nós ou torcê-los
- Feridas:
- Objetivos da sutura:
- Limpas – eletivas, na qual foi preparado o campo cirúrgico, foi feito
a anti-sepsia. - Favorecer a evolução da ferida cirúrgica pela imobilização dos
tecidos.
- Contaminadas – geralmente são as feridas traumáticas ou feridas
de vísceras que transportam substâncias contaminadas (intestino, - Reduzir os espaços anatômicos
PE).
- Criar condições para estabilização do coágulo
- Corto-incisas – é a praticada na cirurgia
- Impedir a entrada de microorganismos nos tecidos mais profundos
- Corto-contusas - traumáticas
- Auxiliar a hemostasia
- Lacero-contusas – traumáticas
- Manter a funcionalidade e também a estética
- Perfurantes – traumático (tiro) ou ferida de agulhas
- Escolha do fio de sutura mais apropriado:
- Perfuro-contusas – comuns em acidentes de trabalho
- Deve basear-se em critérios objetivos, como biocompatibilidade,
- Superficiais força tênsil, elasticidade, sitio anatômico a ser suturado, tensão a
qual será submetida a sutura, idade do paciente e grau de
- Profundas contaminação da ferida.
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2. A perda de resistência do fio deve ser compensada pelo ganho - Monofilamentares: os fios são menos maleáveis, tendo maior
de resistência da cicatriz. memória e menor coeficiente de fricção, o que dificulta o
manuseio e reduz a segurança dos nós. No entanto,
3. As alterações biológicas provocadas no processo de cicatrização determinam menor lesão durante a sua passagem pelos
pelo fio de sutura devem ser conhecidas. tecidos.
- Resistencia tênsil do fio x Velocidade de cicatrização do tecido: - Multifilamentares: podem ser trançados ou enrolados.
Apresentam como inconveniente o fato de propiciarem maior
adesividade bacteriana. A retirada dos pontos também é mais
trabalhosa.
- Elas ainda podem ser retas, curvas (1/4 de circulo, 3/8 de circulo, - Células permanentes – normalmente só se reproduzem na vida
½ de circulo) ou semi-retas, no que diz respeito a sua forma. embrionária. Ex: neurônios, células do miocárdio.
- Tipo de ponto: simples, donatti, em 8, em X. - Uma ferida é definida como a presença de solução de
continuidade em um tecido que, anteriormente, encontrava-se
- Simples: é o ponto ideal para aproximação correta das bordas íntegro, podendo ser causada por ações diagnosticas, terapêuticas
de uma ferida. Para se evitar a tensão na linha de sutura, deve- ou acidentais. Essa solução de continuidade pode ocorrer com
se apoiar o ponto a uma distância da borda aproximadamente maior ou menor dano tecidual, e provoca, no organismo, a tentativa
igual à espessura da pele. de reparar esse defeito, criando, assim, um novo tecido que
funciona como elo de ligação entre as duas bordas afastadas;
- Ponto Donatti: permite a aproximação uniforme das bordas,
reconstitui-se, desse modo, a integridade orgânica da forma mais
mesmo que tenha ocorrido uma incisão incorreta, como
fisiológica. Esse novo tecido é a cicatriz.
biselamento, por exemplo, ou que as bordas sejam irregulares,
como nas feridas traumáticas. - Classificação:
- Continuidade da sutura – continua e com pontos separados - Superficial: limitada a epiderme.
- A sutura contínua é utilizada quando temos grandes extensões - Com perda parcial: atinge epiderme e parte profunda da
a sutura e pretendemos ganhar tempo. derme.
- Sutura contínua intradérmica: é empregada para pele muito - Perda total: destruição da epiderme, derme e tecido
delgada ou como segundo plano em pele mais espessa. subcutâneo.
Consiste em uma sutura continua, em grega, com apoio na
derme. - Aguda: processo reparador ordenado e tempestivo. Tem como
objetivo restaurar a integridade funcional.
- Número de planos – único, dois planos, total
- Crônica: não avançam para a integridade funcional
- Aproximação das bordas – afrontamento, eversão, inversão das
bordas. - Param na fase inflamatória – várias etiologias
- Sutura de aproximação de bordas – por mordida de cachorro, - Não evoluem para o fechamento
por exemplo.
- Cicatrização:
OBS. A ferida deve ser suturada até 6 horas do seu aparecimento
- Processo dinâmico e complexo que resulta na restauração da
anatomia e na função da área lesionada.
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- Consiste no esforço dos tecidos para restaurar a função e as recrutamento de neutrófilos, macrófagos e linfócitos que,
estruturas normais após o trauma. junto com as plaquetas, coordenam a cicatrização da ferida
e influenciam a atividade dos fibroblastos por secretar
- É formada por uma série complexa de interações entre fatores de crescimento, além de aumentarem o fluxo de
mediadores bioquímicos, células sanguíneas, células da matriz sangue na área lesada.
extracelular e células parenquimatosas.
- Elementos celulares, como os neutrófilos e os monócitos,
- Fases da cicatrização: são os responsáveis pelo desbridamento da superfície da
ferida, por meio da fagocitose de partículas antigênicas e de
- 1ª fase – injúria ou lesão:
corpos estranhos. Nas primeiras 24-48 horas após a lesão,
- A lesão representa o primeiro sinal para ativar a cascata há grande afluxo de neutrófilo para a ferida, seguindo-se de
de eventos da cicatrização. aporte maior de macrófagos durante os três dias seguintes.
- A histamina também facilita a migração das células - O suprimento sanguíneo é responsável pela nutrição do
inflamatórias para a área lesada e estimula a formação do tecido, além de permitir o aporte de novo suprimento de
coágulo de fibrina, por meio da agregação de plaquetas à macrófagos e fibroblastos.
malha de fibrina, que tem como função isolar a área lesada
- Além disso, um fator de crescimento produzido pelas
do meio externo.
células endoteliais faz com que ocorra a fibrinólise,
- 2ª fase – formação do coágulo: impedindo o aumento excessivo da malha de fibrina, o que
poderia prejudicar a migração de macrófagos e fibroblastos
- Na sequência da reparação tecidual após a lesão, os para a ferida.
vasos rompidos nas duas superfícies se retraem e formam
um tampão em suas extremidades, com o intuito de - 5ª fase – fibroplastia:
interromper o fluxo de sangue para fora do organismo. Esse
- Corresponde ao início da formação da cicatriz e envolve a
tampão recebe o nome de coágulo e é formado por uma
migração dos fibroblastos, a deposição de matriz
malha de fibrina onde se aderem plaquetas.
extracelular e a síntese do colágeno.
- As plaquetas presentes no coagulo são ativadas pela
- Após ocorrer a exsudação vascular, a ferida é preenchida
trombina, secretada pelas células endoteliais, e se
por liquido seroso, gordurosa de neutrófilos e fibrina,
desgranulam, secretando diversas cininas e outros
produtos esses que são rapidamente substituídos pela
mediadores da inflamação. As cininas, assim como os
matriz extracelular, ou substancia fundamental amorfa, que
leucotrienos e prostaglandinas, tem a função de promover
é a principal responsável pela restauração da continuidade
vasoconstrição e ativar outros mediadores bioquímicos
do tecido lesado.
importantes nas fases seguintes de cicatrização.
- A matriz é constituída de várias proteínas, como fibrina,
- Os macrófagos, atraídos pelos peptídeos presentes na
colágeno, proteoglicanos (ácido hialurônico, condroitina) e
malha de fibrina, estimulam a migração de fibroblastos para
glicoproteínas (fibronectina, laminina), além de água e
a ferida e liberam cininas responsáveis pela neoformação
eletrólitos.
vascular.
- A composição bioquímica dessa matriz pode afetar
- 3ª fase – cicatrização:
profundamente a ação de fatores de crescimento, além de
- Perdura por três dias, e é quando ocorre a migração das ter influência direta sobre a função celular, pois o grau de
células responsáveis pelo controle do reparo cicatricial para adesão das células e moléculas proteicas à matriz pode
a ferida, sendo essencial para que se processe todo o determinar tanto o fenótipo quanto a expressão de
restante do processo de cicatrização. receptores de superfície dos fibroblastos.
- Essa fase inicia-se a partir de sinalizadores bioquímicos e - Durante o processo reparativo normal, os fibroblastos
celulares nas fases de injuria e formação do coágulo. Há secretam os precursores necessários a síntese de
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polissacarídeos e colágeno. Essas proteínas fornecem as lesada, que evita a perda de líquidos, limita a entrada de
necessidades básicas para reparação das superfícies, microrganismos e restabelece o padrão de fluxos sanguíneos e
sendo dependentes da presença de níveis adequados de linfáticos.
substratos como lisina, prolina e vitamina C.
OBS. Regeneração: é a restauração perfeita da arquitetura do
- O colágeno é uma proteína composta de glicina, prolina, tecido preexistente; ausência de formação de cicatriz na maioria
hidroxiprolina, lisina e hidroxilisina. das vezes.
- Na sua síntese, a lisina e a prolina são as primeiras a - Todas as feridas passam pelas mesmas etapas do processo de
serem incorporadas na cadeia de colágeno. Após essa reparo.
incorporação, elas são hidroxiladas. Essa hidroxilação
depende de vários elementos, como a vitamina C, A e E, o - Tipos de cicatrização:
ferro reduzido, o zinco e o oxigênio.
- Por primeira intenção – ocorre de forma mais organizada e rápida,
- O colágeno é o material responsável pela sustentação e quando imobilizada por meio de suturas, colas, pontes de
forca tênsil de uma cicatriz. esparadrapo, grampos e outros artifícios.
- Diabetes mellitus: a acidose, que ocorre na diabetes (e também - Queloide – cicatriz que cresce além dos limites da ferida;
na sepse, na insuficiência renal), altera a função das células raramente regride com o tempo; mais prevalente (pele escura,
responsáveis pela síntese dos mediadores bioquímicos da predisposição genética, acima das clavículas, face, MMSS); não há
cicatrização, além de inibir a síntese de colágeno pelos fibroblastos como preveni-la.
e de reduzir a capacidade microbicida de neutrófilos e macrófagos,
Curativos
favorecendo a infecção de feridas.
- Características de um curativo ideal:
- Radiação ionizante: a maioria dos pacientes que sofreu irradiação
em determinado território do organismo desenvolve uma reação - Manter a umidade no leito da ferida
inflamatória local e, tardiamente, diminuição do fluxo sanguíneo,
com redução da neoangiogênese. - Manter a temperatura em torno de 37 ºC no leito da ferida
- Idade avançada: há relatos de que a tensão e a perfusão de - Absorver o excesso de exsudato, mantendo uma umidade ideal
oxigênio tecidual diminuem com a idade, provocando efeito adverso
sobre a acumulação de hidroxiprolina. Além disso, com o - Prevenir a infecção, devendo ser impermeável a bactérias
envelhecimento, o colágeno sofre alterações qualitativas e
- Permitir sua remoção sem causar traumas no tecido neoformado
quantitativas. O conteúdo de colágeno na derme diminui e as fibras
de colágeno envelhecidas apresentam arquitetura e organização - Não deixar resíduos no leito da ferida
distorcidas.
- Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida
- Drogas exógenas:
- Proteger quanto a traumas mecânicos
- Quimioterápicos: drogas habitualmente usadas no pré e pós-
operatório das cirurgias oncológicas sobre o tubo digestivo, são - Curativos para feridas:
agentes que interferem com a cicatrização das alças intestinais,
sendo causa relativamente frequente de formação de fistulas - Dois conceitos críticos na escolha apropriada dos curativos são
nesses pacientes. O mecanismo pela qual esses agentes oclusão e absorção. A colocação de um curativo oclusivo sobre a
atuam na cicatrização parece ser a inibição da formação do ferida proporciona um pH levemente ácido e baixa tensão de
tecido de granulação e da migração de macrófagos e oxigênio na superfície da ferida. O gradiente de oxigênio exagerado
fibroblastos para a área lesada. é um bom ambiente para a proliferação de fibroblastos e formação
de tecido de granulação. Um curativo relativamente oclusivo é uma
- Glicocorticoides: a cortisona tem efeito maléfico sobre a boa escolha para muitas feridas; entretanto, outras opções
cicatrização por reduzir a resposta inflamatória no início da poderiam ser benéficas em feridas que têm quantidade significativa
cicatrização e por inibir a síntese dos fatores de crescimento de exsudato ou em feridas com altas contagens bacterianas.
pelos macrófagos da ferida. A inibição da liberação de histamina
e a redução da migração celular e da neoangiogênese estão - Os curativos de feridas podem ser categorizados em quatro
entre as etapas de cicatrização prejudicadas pelos classes: não aderentes; curativos absortivos; curativos oclusivos; e
corticosteroides. cremes, pomadas e soluções.
- Doxorrubicina (Adriamicina): É um potente inibidor da - Os curativos não aderentes em geral são de gaze suplementada
cicatrização, particularmente se administrada no pré-operatório. com uma substância para aumentar suas propriedades oclusivas ou
propriedades antibacterianas.
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- A classe absortiva é usada principalmente para feridas que - Não há necessidade de internação hospitalar, a não ser que
produzem uma quantidade significativa de exsudato. O exsudato ocorra alguma complicação importante. Toda via, o paciente
acumula-se e pode contribuir para a maceração da ferida, reduzindo deve permanecer na sala de recuperação anestésica por
sua cicatrização, se não for removido do leito da ferida. A gaze é o algumas poucas horas, até que tenha condições de retornar ao
mais antigo deste tipo de curativo e é muito absorvente, mas perde domicilio.
sua efetividade quando saturada. Materiais mais novos como os
curativos de espuma tem propriedades absorventes para remover - Ex. Curetagem uterina, amputações de colo, hernioplastia
grandes quantidades de exsudato e tem propriedades não inguinal.
aderentes para impedir o rompimento de tecido de granulação
- Nível III:
recém-formado na remoção.
- Exige cuidados especiais após a operação – requer a
- A classe dos curativos oclusivos proporciona retenção de
hospitalização do paciente por dois dias, em média, havendo
umidade, proteção mecânica e uma barreira a bactérias. Pode ser
necessidade de um pré-operatório mais cuidadoso que os
dividida em curativos biológicos e não biológicos.
níveis I e II.
- A classe final de curativos de feridas consiste em cremes, loções
- Exemplo. tireoidectomia total, histerectomia abdominal
e soluções. Esta é uma categoria ampla que se estende dos
materiais tradicionais, como pasta de óxido de zinco, a preparações - Nível IV:
contendo fatores de crescimento.
- Estão os procedimentos mais complexos, havendo
Pré, per e pós-operatório necessidade de pessoal especializado e sala cirúrgica com
sofisticados equipamentos de monitorização, além de cirurgião,
- Toda cirurgia representa uma agressão física e psíquica para o
auxiliares e instrumentador.
paciente. A intensidade dessa agressão está relacionada com a
complexidade e duração do procedimento cirúrgico e, se os - A internação hospitalar é em média de 5 dias e o paciente
pacientes não forem preparados adequadamente antes da necessita, algumas vezes, permanecer em centro de
operação, complicações diversas, e até óbito, poderão ocorrer tratamento intensivo.
antes, no momento da cirurgia ou após.
- As complicações cirúrgicas, incluindo o óbito, constituem uma
- Por isso, há necessidade de se fazer um pré-operatório cuidadoso, realidade bem palpável nesse nível.
o qual consiste basicamente em anamnese e exame físico bem
feitos, além de exames laboratoriais e de imagem, o que permite - Ex. Cirurgia cardíaca, transplante, neurocirurgia, gastrectomia
diagnosticar e tratar ou controlar doenças secundarias associadas,
diminuindo, assim, os índices de morbidade e mortalidade no per- - Cirurgia Ambulatorial:
e pós-operatório.
- Não necessita de hospitalização após o procedimento.
- Classificação de Velez-Gil e Gonzales de níveis de cirurgia:
OBS. Pode ter ou não anestesia, pode ser ou não de urgência, pode
- Classificação em quatro níveis, de acordo com cinco variáveis: ser feita ou não no hospital.
pessoal envolvido, técnica de anestesia, material e equipamentos
- Compreende cirurgias de nível I e II.
necessários, condição da sala de cirurgia e necessidade ou não de
hospitalização. - Não significa que todos os procedimentos são realizados em
ambulatório.
- Nível I:
- O fato de ser chamada de ambulatorial não pode trazer a
- Não necessita de pessoal especializado, apenas o cirurgião.
impressão de que se trata de um procedimento desprovido de
- Anestesia local feita pelo próprio cirurgião. complicações ou de menor importância.
- Deslocamento do nível hospitalar; - Material cirúrgico básico – pinças anatômicas, Farabeuf, pinças
hemostáticas
- Melhor recuperação no domicílio;
- Anestesia local:
- Deslocamento cultural – criação de home-care – devolução do
paciente ao seu ambiente. - Infiltração
- Biópsias de pele, linfonodos, mucosas e punções; - Bloqueios regionais – depende do conhecimento da área de
inervação de cada nervo a ser bloqueado
- Exéreses das lesões de pele e mucosas – cisto sebáceos,
lipomas, nevus; Preparo pré-operatório
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- Dieta e jejum: o jejum, no pré-operatório, tem como principal - Posicionamento do paciente na mesa cirúrgica – deve facilitar
objetivo dificultar a aspiração para os pulmões, principalmente o o acesso à estrutura a ser operada e evitar situações de risco.
direito, de conteúdo gástrico, o que leva à chamada pneumonia por
aspiração, situação muito grave e causa de morbidade e - Tricotomia: os dados da literatura demonstram que esse hábito
mortalidade elevada. Em cirurgias de nível I, mesmo sabendo-se secular não determina queda nos índices de infecção pós-
que a probabilidade de convulsão, vômitos e aspiração do conteúdo operatória. Pelo contrário, na maioria das vezes, seu emprego
gástrico para o pulmão é rara, recomenda-se um jejum de três a está associado a elevação na incidência de infecção da ferida
quatro horas. Nos procedimentos de nível II, o jejum deve ser de 6 cirúrgica. Nesse contexto, a tricotomia deve ser realizada
a 8 horas, e nos procedimentos de nível III e IV, de oito a doze somente quando necessário, imediatamente antes da cirurgia,
horas. de preferência numa sala de preparação adjacente. Deve ser
utilizada o tricótomo elétrico, ao invés do tricótomo por lâmina,
- Medicação pré-anestésica: importante para crianças – mas na pois esse segundo método, quase sempre, leva à danos na
cirurgia ambulatorial da policlínica, não se opera crianças. superfície da pele, que facilitam o acesso da flora natural da
pele para o campo cirúrgico. Ressalva para cílios e
- Anamnese: descrição da doença de forma objetiva, presença de sobrancelhas, que não devem ser tricotomizados.
comorbidades (diabetes, discrasias sanguíneas), reações alérgicas
ou hipersensibilidade a mediações (principalmente anestésicos), - Colocação do gorro, máscaras e propés.
uso de medicações – atenção aos anti-coagulantes e
imunossupressores. - Lavagem cirúrgica de mãos.
- Preparo psicológico do paciente: orientação sobre o procedimento - Paramentação: colocação do avental e da luva estéril.
cirúrgico a ser realizado; tranquilização sobre o andamento do
- Preparo habitual de antissepsia da área a ser operada – mais
procedimento.
utilizado é a base de iodo.
- Exames necessários: Os exames pré-operatórios devem
- Não usar solução com sabão em mucosas.
fundamentar-se na doença de base do paciente e nos achados
clínicos de uma anamnese e um exame físico feitos com rigor.
- Conceitos:
- A imensa maioria dos pacientes de nível I não necessita de - Antissepsia – diminuir a concentração de bactérias na superfície a
ser operada.
exames laboratoriais.
- Esterilização – remove todas as formas vivas, incluindo esporos.
- Em nível II, considerar o risco cirúrgico com hemograma, - Desinfecção – se relaciona muito mais as superfícies, ambientes –
limpeza do ambiente.
glicemia, função renal e ECG.
- Antissepsia:
- Soluções com iodo, em sabão e alcoólica
- Raio X de tórax: procedimento cirúrgico intratorácico; idade
- Sabão – bom para usar na pele. Nas mucosas, causa maior
superior a 60 anos ou 65; história de doença cardiovascular;
irritação.
história de doença pulmonar; fumantes de muitos cigarros por - Alcoólico – tem poder bactericida maior, mas tem menor efeito
dia ou com mais de 50 anos de idade; história anterior de residual.
doença maligna.
- Hemograma: idade inferior a 6 meses; mulheres em qualquer - Manipulação cuidadosa e adequada de tecidos;
idade; homens acima de 60 anos; procedimentos com previsão
de perda sanguínea intensa; doença cardiovascular; doença - Uso de drenos;
pulmonar; tabagismo; doença renal; doenças malignas;
- Técnica asséptica – diminui a contaminação da ferida.
obesidade mórbida; e uso de anticoagulantes.
- Curativos:
- Nitrogênio ureico sanguíneo (BUN), a creatinina e a glicemia
devem ser avaliados em todos os pacientes acima 60 anos. - Proteger a ferida contra trauma mecânico.
Preparo per-operatório - Com 24 horas – a ferida não tem força tênsil nenhuma –
importância do curativo, que isola do meio externo.
- O per-operatório é o período compreendido entre o início e o
termino da intervenção cirúrgica. - Auxilia na hemostasia.
- Preparo do cirurgião e do paciente: - Protege a ferida contra infecção.
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- Limita os movimentos em torno da ferida. - Tópica
- Infiltração
- Promove um ambiente mais úmido na superfície da ferida. - Bloqueio de campo
- Bloqueios regionais
- Absorve secreção.
- Bloqueio endovenoso
- Previne ou diminui espaço morto. - Bloqueios centrais
- Raquianestesia
- Da conforto psicológico ao paciente. - Anestesia peridural
- Curativo ideal: - Inclui não só a perda de todos os tipos de sensação, como também
a abolição da consciência.
- Manter a ferida limpa
- Deve haver uma seleção criteriosa do paciente e do procedimento
- Remover o excesso de exsudação a ser realizado, para realização da anestesia geral em nível
ambulatorial.
- Permitir a troca gasosa
- Depende do porte da cirurgia e das condições clínicas do paciente.
- Fornecer isolamento térmico
Pós-operatório
- Anestesia local sem qualquer outra medicação anestésica – alta - Em relação aos pacientes:
após o procedimento.
- Pacientes ASA I e II – classificação de acordo com a sociedade
- Para a alta, o paciente deve estar lúcido, acordado, em condição americana de anestesia.
de ingerir alimentos e analgésicos.
- Esses pacientes são candidatos a anestesia geral em nível
- Após a cirurgia: ambulatorial.
- Descrever o procedimento no prontuário do paciente - Pacientes em extremos de idade devem ter procedimento
realizado em caráter de internação hospitalar.
- Orientações pós-operatório – busca de resultado da anatomia
patológica, retirada de ponto, uso de analgésicos e ATB. - Em relação ao procedimento:
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- Eles são bases fracas que exercem seus efeitos na atividade mais hidrofóbicos ligam-se mais firmemente ao sítio alvo,
elétrica do sistema nervoso, por intermédio da inibição da aumentando a potência do fármaco.
propagação de impulsos nervosos periféricos.
OBS. A potência do fármaco também está relacionada às
- Os anestésicos locais podem ser classificados em AL com ligação propriedades vasodilatadoras do anestésico ou à redistribuição
éster ou AL com ligação amida. tecidual.
- Os anestésicos tópicos do tipo éster são metabolizados por - Ionização: a forma eletricamente não carregada de um
colinesterases e outras esterases inespecíficas do plasma, anestésico é a responsável pela difusão do mesmo através das
enquanto que os anestésicos do tipo amida são metabolizados bainhas nervosas e da membrana neuronal. O início do
primariamente no fígado, via enzimas microssomais. Por isso, em bloqueio é determinado pelo pKa de cada anestésico,
geral, o tempo de ação dos anestésicos derivados do éster é menor. individualmente. Entende-se por pKa o valor de pH no qual as
formas ionizadas e não-ionizadas estão presentes em
- Química dos anestésicos locais: quantidades iguais. Anestésicos com maior pKa, como a
procaína e a tetracaína, possuem tempo de latência mais longo,
- Todos os anestésicos locais possuem três domínios
enquanto anestésicos com menor pKa, como a lidocaína, a
estruturais: um grupo aromático, um grupo amina e uma ligação
mepivacaína, a prilocaína e a etidocaína apresentam início de
éster ou amida unindo esses dois grupos.
ação mais rápido.
- A estrutura do grupo aromático influencia a hidrofobicidade do
- Afinidade proteica: AL que possuem maior afinidade proteica
fármaco, a natureza do grupo amina influencia a velocidade de
se ligam mais fortemente aos receptores proteicos do canal de
início e a potência do fármaco, e a estrutura do grupo amida ou
sódio, apresentando bloqueio de condução de maior duração.
éster influencia a duração de ação e os efeitos colaterais do
Maior afinidade = Maior duração de bloqueio
fármaco. - Concentração: podem produzir maior ou menor bloqueio de
fibras sensitivas ou motoras, dependendo da concentração.
- Irritação mínima
- Bloqueio reversível
- Boa difusibilidade Alta lipossolubilidade. Ex: Tetracaína
- Baixa toxicidade sistêmica
- Eficácia
- Início rápido de ação Menor pKa = Início mais rápido de ação
- Propriedades físico-químicas: - Duração de ação adequada
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- Técnica regional utilizada: tempo nos bloqueios de nervos periféricos, como no do plexo
braquial. Apresentação de 0,5%.
- De acordo com a quantidade de anestésico utilizada;
- Prilocaína: esse agente provoca menos vasodilatação que a
- Infiltração local e raquianestesia tem uma menor duração se lidocaína e, por isso, pode ser usada sem adrenalina. Ela é a menos
comparadas com o bloqueio do plexo braquial e peridural pela toxica dos anestésicos locais do grupo das aminoamidas. Em
maior quantidade de anestésico depositada no local. misturas com lidocaína, em creme, propicia a anestesia tópica para
punção venosa e procedimentos superficiais. Duração de cerca de
- Condições clínicas do paciente:
1 hora.
- Insuficiência hepática – maior duração do anestésico local;
- Tipos de anestesia local:
- Hipotensão e choque – não tem perfusão – duração
- Anestesia tópica
anestésica maior;
- Procedimentos em mucosas.
- Uso de bicarbonato:
- Colocação do anestésico diretamente na superfície mucosa a
- Aumenta o pH da solução anestésica;
ser anestesia.
- Maior fração em forma não iônica – menor latência.
- Spray, cremes ou pomadas, embebidos em algodão
- Toxicidade:
- Utilização
- Sistêmica
- Lidocaína spray – alta absorção pelas mucosas –
- Podem atingir outras membranas excitáveis – coração e monitorização do paciente.
sistema nervoso central;
- Utilizada em procedimentos otorrinolaringológicos, passagem
- Toxicidade dependendo da concentração e da velocidade com de sonda vesical, sonda nasoentérica, anestesia para biópsias
que se elevam os níveis séricos; em cavidade oral e mucosa anal ou genital, precedendo
algumas vezes a própria anestesia total.
- Toxicidade depende da potência – bupivacaína é quatro vezes
mais tóxica que a lidocaína no SNC e 70x no SCV. - Anestesia por infiltração:
- Sinais clínicos das intoxicações: zumbido, formigamento de lábios - A aplicação extravascular de anestésico na pele e tela
e língua, distúrbios visuais, abalos musculares, convulsões, subcutânea promove a difusão do mesmo em direção às
depressão respiratória, parada cardiovascular. terminações nervosas, bloqueando o impulso nervoso aferente.
- Tratamento da intoxicação: - Associação com vasoconstritor: não pode ser feito em regiões
anatômicas dotadas de circulação arterial terminal, como
- Medidas de suporte dedos, orelhas, nariz e genitais em razão do alto risco de
necrose isquêmica.
- Oxigenação, ventilação, correção da acidose
- Realização do botão anestésico no local, com cerca de 0,5 ml
- Não há antídoto específico de anestésico.
- Lidocaína: foi a primeira droga aminoamida a ser introduzida na - É realizada na drenagem de abscessos, em biópsias de pele,
prática clínica e continua sendo a mais versátil e mais na exérese de pequenas lesões de pele e nevus e em pequenas
frequentemente usada, em consequência de sua potência, início suturas, por exemplo.
rápido de anestesia, duração moderada da ação e atividade
anestésica tópica. Há soluções desse anestésico para infiltração, - Anestesia por bloqueio de campo:
bloqueios de nervos periféricos e anestesia epidural. É usada como
pomada, geleia, gel e aerossóis em vários procedimentos para - Anestesia delimitada a área de ressecção
anestesia tópica.
- Realização de dois botões anestésicos
- Bupivacaína: foi o primeiro anestésico local que combinou as
- Não deforma o local que irá ser operado por meio de uma
propriedades de início de ação aceitável, duração longa, bloqueio
infiltração local
intenso de condução e separação significativa entre anestesia
sensitiva e bloqueio motor. A duração média de anestesia cirúrgica - Bloqueios regionais:
com bupivacaína varia de três a dez horas. Sua ação dura mais
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- Objetivo de bloquear o nervo responsável pela inervação do - Bloqueio do pênis:
local a ser operado.
- Infiltração circular em sua base
- Deposição do anestésico junto ao nervo ou ao tronco nervoso.
- Não utilizar vasoconstritor
- Ex. Bloqueio de plexo braquial, bloqueio de nervos periféricos
do membro superior – cotovelo e punho, bloqueio de dedos, - Pode-se anestesiar por infiltração do corpo cavernoso
bloqueio de nervos periféricos de membro inferior – pé, bloqueio
- Bloqueio de Bier:
de face – nervos supra-orbitário, supratroclear, infra-orbitário,
nasociliar, mentoniano, plexo cervical, pavilhão auricular, - Injeção de AL no sistema venoso distal a um torniquete
bloqueio de pênis. insuflado produz anestesia por difusão direta do anestésico dos
vasos para o nervo próximo.
- Bloqueio do plexo braquial:
- Raquianestesia:
- Inervação somática do membro superior.
- Anestésico é colocado diretamente no espaço subaracnóide.
- Originários de C5 a T1, com contribuições frequentes de C4 e
T2. - Complicações – meningite química, lesão vascular
- Três troncos nervosos - Peridural:
- Tronco superior – raiz de C5 e C6 - Anestésico é administrado no espaço extradural sacral ou
lombar, havendo difusão através da dura-máter.
- Tronco médio – raiz de C7
- É uma via de início lento (15 a 30 min) e exige grandes doses
- Tronco inferior – raízes de C8 a T1.
de AL, o que pode levar a concentrações plasmáticas elevadas.
- As raízes e os troncos do plexo braquial ficam contidos entre
- Complicações: punção de meninges acidentais.
os músculos escalenos anterior e médio, e são revestidos pela
fáscia que envolve esses músculos, ou seja, a fáscia
Na prática de um generalista...
escalênica.
- Anestesia tópica
- A fáscia escalênica é invaginada pelo feixe neurovascular - Infiltração
- Bloqueio de campo
quando passa sobre o primeiro arco costal e atrás da clavícula,
- Alguns bloqueios regionais como mão, dedos e face
formando o espaço perivascular axilar como um prolongamento - Toxicidade e dose e risco dos anestésicos locais
lateral do espaço perivascular subclávio.
- Bloqueios de face: