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Efeito do aditivo compensador de retração (SCA) no cimento Portland

de alta resistência inicial


Effect of shrinkage compensating admixture (SCA) on high early strength cement

Antônio Acacio de Melo Neto (1); Maria Alba Cincotto (2), Wellington Longuini Repette (3)

(1) M.Sc, Departamento de Engenharia de Construção Civil e Urbana, USP


(2) Professora Doutora, Departamento de Engenharia de Construção Civil e Urbana, USP
(3) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil, UFSC

Av. Prof. Almeida Prado 83, 05508-900 São Paulo, São Paulo, Brasil

Resumo
Este trabalho tem como objetivo estudar o efeito do aditivo compensador de retração (SCA) no
desenvolvimento da retração por secagem e na retração autógena em argamassas confeccionadas com
cimento Portland de alta resistência inicial (ARI). Os corpos-de-prova foram preparados com três relações
água/aglomerante: 0,40; 0,48; 0,56 e com três teores de aditivo compensador de retração: 5%, 10% e 15%
em relação à massa de cimento. Foram realizados ensaios de resistência à compressão a 1, 3, 7 e 28 dias.
Os ensaios de retração por secagem e a retração autógena foram realizados com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 11,
14, 21 e 28 dias. No ensaio de retração autógena, os corpos-de-prova foram selados com filme plástico e
fita adesiva. De acordo com os resultados, houve uma redução da resistência à compressão com uma
tendência à proporcionalidade entre esta redução e teor de substituição do cimento pelo aditivo SCA. Com
relação à retração por secagem: o aumento da relação água/aglomerante incorreu no aumento da retração
por secagem e em qualquer relação água/aglomerante ocorreu a redução da retração com a utilização do
aditivo compensador. Com relação à retração autógena: o aumento da relação água/aglomerante incorreu
na diminuição da retração autógena e o aumento do teor de SCA resultou na redução em sua totalidade da
retração autógena.
Palavra-Chave: Retração autógena; Cimento ARI, Aditivo compensador de retração (SCA)

Abstract
The purpose of this work is study the effect of Shrinkage Compensating Admixture (SCA) in the development
of drying and autogenous shrinkage in mortars made with High Early Strength Cement Portland (HESC). The
specimens were prepared with three water/binder: 0,40; 0,48; 0,56 and with three SCA amount: 5%, 10%
and 15% by cement mass. The compressive strength was testing at 1, 3, 7 and 28 days. The drying and
autogenous shrinkage were testing at 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 11, 14, 21 and 28 days. To avoid moisture
evaporation during the autogenous shrinkage test, all prisms were wrapped with two layers: first a layer of
plastic sheet and second an outer layer of aluminum foil, and finally sealed with aluminum tape. The
compressive strength decreases with the increase of SCA amount. However, there is a tendency to
proportionality among this reduction and the amount substitution of cement for SCA. The drying shrinkage
increases with the increase of water/binder and in all water/binder testing occurred the reduction of drying
shrinkage with the use of SCA. The autogenous shrinkage decreases with an increase of water/binder and
the increase of SCA amount resulting in a total reduction of autogenous shrinkage.
Keywords: Autogenous shrinkage; High early strength Cement (HESC); Shrinkage compensating admixture

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1 Introdução

A retração em misturas cimentícias pode ser amenizada através de ajustes na dosagem,


utilização de armaduras, aplicação de uma cura eficiente, minimização da relação
água/cimento, entre outros métodos. Os aditivos são mais uma contribuição no controle
da retração, basicamente existe dois tipos: os redutores de retração e os compensadores
de retração. Ainda há uma certa confusão com respeito à denominação dos aditivos;
adotaram-se as seguintes denominações: SRA (shrinkage reducing admixture) que age
reduzindo a retração, e SCA (shrinkage compensating admixture) que age gerando uma
expansão de modo a compensar a retração.

A primeira tentativa de prevenir a retração do concreto foi o desenvolvimento de estudos


sobre cimentos expansivos e aditivos expansores, realizados quase que totalmente em
países estrangeiros. O principal responsável pela expansão induzida é a formação da
etringita, uma espécie química normalmente considerada inconveniente, por causar danos
muitas vezes irreversíveis quando formada após o endurecimento do concreto. Deve-se
atentar para o fato de que, no caso dos concretos expansivos, a formação da etringita não
é um efeito deletério e sim desejado, e que não irá ocorrer em pontos isolados de uma
peça de concreto, o que acontece se ocorrer de maneira retardada e sem que ela seja
prevista. A distribuição uniforme e intencional da etringita faz com que o seu efeito deixe
de ser negativo, conferindo ao material uma característica desejada. A retração e a
expansão de um concreto normal e de um concreto expansivo pode ser visto na Figura 1.
Expansão

Concreto com retração compensada

Idade (dias)
1 7 14 28 56 90 180 360
Retração

Concreto normal

Úmido Seco

Figura 1 - Retração e expansão de um concreto normal e de um concreto expansivo

Quando se adiciona ao concreto algum constituinte com o intuito de provocar uma


expansão, podemos chamar o concreto produzido de concreto expansivo e o elemento
propiciador da expansão, de aditivo expansor. NAGATAKI; GOMI (1998) citam a definição
japonesa para aditivos expansores: “são aqueles aditivos que misturados com cimento e
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água, produzem etringita (3CaO-3Al2O3.CaSO4..32H2O) ou hidróxido de cálcio (Ca(OH)2)
e, em conseqüência a essa reação de hidratação, provocam a expansão do concreto”. A
expansão pode ser provocada pelo aditivo incorporado já no cimento ou adicionado no
momento da produção do concreto. A vantagem do uso de aditivos expansores
diretamente na produção do concreto é a de se poder dosar a quantidade de aditivo que
venha a resultar na expansão desejada.

A formação da etringita em concretos com aditivos expansores à base de sulfoaluminato


de cálcio se dá nas primeiras idades e esta expansão deve ser restringida por tensões
contrárias à tensão gerada pela retração, para que seja evitada a formação de fissuras. O
uso dos concretos expansivos praticamente não existe no Brasil, porém no E.U.A, Japão
e Europa os concretos com aditivos expansores têm sido usados para os mais variados
fins, como pavimentos, lajes pré-fabricadas, lajes quimicamente protendidas, pontes,
reservatórios, etc.

LEES et al. (1996) definem os concretos expansivos em duas classes, de acordo com a
magnitude da expansão e a sua aplicação:

- Concreto com retração compensada - a restrição da expansão causada pelo cimento,


induz uma tensão de compressão compensando a tensão de tração gerada pela retração
por secagem.

- Concreto quimicamente protendido - a tensão de compressão induzida pelo cimento,


em grande parte, resulta numa tensão residual de compressão significativa, depois que a
retração por secagem tenha ocorrido.

Os concretos expansivos desenvolvidos no Japão, diferentemente dos desenvolvidos na


América e na Europa, com cimento expansivo, foram preparados com aditivos
expansores, o que possibilitou um melhor controle da porcentagem de expansão
(NAGATAKI; GOMI, 1998). Os cimentos expansivos existentes no mercado mundial são
classificados de acordo com os seus aditivos expansores e seu mecanismo de expansão.
As normas da ACI nos Estados Unidos incluem três tipos de cimentos expansivos:

- Tipo K: Cimento Portland misturado com “hauyne” anidra (não hidratada) (3CaO-Al2O3-
3CaSO4), anidrita (CaSO4) e cal virgem (CaO). A estequiometria da reação que resulta na
formação da espécie química expansiva é dada na equação:
C A S + 8 CS + 6 CH + H → 3 C A S H
4 3 6 3 32

- Tipo M: Cimento Portland misturado com cimento aluminoso e anidrita (CaSO4) em


proporção adequada. Estequiometria da reação: CA + 3 CS + 2 CH + H → C AS H
6 3 32

- Tipo S: Cimento Portland comum misturado com uma quantidade grande de aluminato
tricálcico (C3A) e anidrita (CaSO4). Estequiometria da reação: C A + 3 CS + H → C AS H
3 6 3 32

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De acordo com pesquisa bibliográfica realizada, constatou-se que dentre estes três tipos
de cimento expansivo, apenas o Tipo K está disponível no mercado usual, isto no Estados
Unidos.

Os cimentos expansivos têm o inconveniente de sofrer perda rápida de consistência e ter


tempo de pega rápido, devido à grande necessidade de água para a formação de etringita
durante as primeiras horas de hidratação (TAYLOR, 1996). A cura também é outro
aspecto fundamental para o desenvolvimento da expansão (FOLLIARD; BERKE, 1997).
É consensual nos trabalhos levantados para elaboração desta proposta de pesquisa que
os cimentos expansivos são menos eficientes na produção da expansão, sendo preferível
o uso de aditivos compensadores de retração no concreto.

Dentre a grande maioria dos aditivos expansores comercialmente existentes, os dois tipos
principais são à base de sulfoaluminato de cálcio e à base de cal virgem, sendo os
aditivos à base de sulfoaluminatos de cálcio os mais usados. REPETTE; MAILVAGANAM.
(1999) exemplificam e explicam alguns dos principais tipos de aditivos expansores
comercialmente disponíveis, à base de: sulfoaluminato de cálcio, Hauyne, cimento
aluminoso e cimento aluminoso pré-hidratado. Um novo tipo de aditivo compensador, à
base de aluminatos de cálcio hidratados, foi desenvolvido recentemente e apresentou
resultados mais adequados à compensação da retração de materiais à base de cimento
portland do que seus predecessores (REPETTE et al., 1999; REPETTE; MAILVAGANAM,
2000).

A pouca popularidade dos aditivos expansores se deve principalmente ao rigoroso


controle de qualidade necessário para que ele atenda às necessidades para as quais ele
foi projetado, seu custo mais elevado e a pouca divulgação do produto. KUPERMAN
(1989) enfatiza a necessidade de diminuir o custo dos concretos expansivos por meio de
diversas fontes de suprimentos de matérias primas, citando várias fontes de alumina,
sulfato e outros materiais adicionados testados (cal, pozolana, cinza volante, escória de
alto forno, calcário). Esse autor cita em seu trabalho que concretos feitos com cimentos
expansivos eram 20% mais caros do que os concretos feitos com o cimento Portland
comum. Um outro fator limitante ao uso dos aditivos expansores é a dificuldade em
controlar o momento e a magnitude da expansão gerada, para que a expansão gerada
atue de maneira eficaz no controle da retração (FOLLIARD; BERKE, 1997).

O objetivo deste trabalho é analisar o efeito do aditivo SCA na retração livre, por secagem
e autógena, do cimento portland de alta resistência inicial.

2 Programa experimental

2.1 Materiais e preparo das argamassas


As argamassas foram preparadas em laboratório (T=24ºC) com a proporção em massa
igual a 1:2 (aglomerante: areia) com três relações água/aglomerante: 0,40; 0,48 e 0,56.
Neste estudo foi considerado que o aglomerante corresponde à soma da massa de
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cimento mais a do aditivo SCA. Foram utilizados três teores de aditivo SCA: 5%, 10% e
15%, sendo o resumo das argamassas confeccionadas e a simbologia adotada
apresentado na Tabela 1. Para a confecção de todas as argamassas, empregou-se a
Areia Normal Brasileira em quatro frações iguais medidas em massa, retidas nas
seguintes peneiras: 2.4-1.2 mm, 1.2-0.6 mm, 0.6-0.3 mm e 0.3 mm-0.15 mm.

Tabela 1 – Composição dos cimentos utilizados e a simbologia adotada


Relação água/aglomerante Teor SCA (%) Simbologia
0 ARIA0
5 ARIA5
0,40
10 ARIA10
15 ARIA15
Cimento Portland de alta 0 ARIB0
resistência inicial 5 ARIB5
0,48
10 ARIB10
15 ARIB15
0 ARIC0
5 ARIC5
0,56
10 ARIC10
15 ARIC15

Tabela 2 – Características do cimento portland de alta resistência inicial (ARI)


Composição Química Características Físicas Área específica
Determinação Teor (%) Determinação Teor (%) Resistência à Compressão 461,8 m2/kg
Perda ao fogo 2,92 CaO 64,44 1 dia – 29,2 MPa Início de Pega
SiO2 19,45 MgO 0,62 3 dias – 42,6 MPa 138 minutos
Al2O3 4,86 SO3 2,94 7 dias – 46,9 MPa Fim de Pega
Fe2O3 3,12 K2O 0,70 28 dias – 56,1 MPa 200 minutos

Tabela 3 – Composição química do aditivo compensador de retração (SCA) determinada por fluorescência
quantitativa de raios-X. Resultados em óxidos.
Determinação Teor em massa (%) Determinação Teor em massa (%)
CaO 53,10 Fe2O3 0,46
SO3 27,70 TiO2 0,12
AL2O3 11,00 P2O5 0,05
MgO 1,37 Na2O 0,05
SiO2 0,95 PF 5,10

As características do cimento utilizado estão resumidas na Tabela 2. Foi utilizado o aditivo


compensador de retração (SCA) “Denka CSA 20” produzido pela Denka e representado
no Brasil pela E-Hay Internacional Imp. e Exp. Ltda. Segundo NAGATAKI; GOMI (1998),
este tipo de aditivo é composto de sulfoaluminato de cálcio anidro, sulfato de cálcio e
oxido de cálcio. Para sua caracterização foram retiradas amostras e enviadas para a
determinação de difração de raios-X (Figura 2) e fluorescência quantitativa de raios-X
(Tabela 3) no Laboratório de Caracterização Tecnológica (LCT) do Departamento de
Minas e Petróleo da USP

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Counts
۞ = Sulfoaluminato de Cálcio
Ө
Ө = Sulfato de Cálcio
• = Óxido de Cálcio
1600 ♣ = Carbonato de Cálcio
☼ = Silicato de Cálcio
۞

900
۞ Ө
Ө •
۞ ۞
۞
400 ӨӨ
Ө ۞
Ө •
۞
۞ • ۞
Ө
Ө Ө
100 Ө ۞Ө Ө ♣ Ө
Ө ☼
۞
Ө
• •
☼ Ө
۞

0
10 20 30 40 50 60
Position [°2Theta]
Figura 2 - Difratograma do aditivo compensador de retração (SCA)

2.2 Métodos de ensaio

O ensaio de resistência à compressão foi realizado em cubos de argamassa (4 x 4 cm),


sendo utilizada a prensa hidráulica fabricada pela Shimadzu-modelo UH-200A com célula
de carga de 200 kN. De acordo com a BS EN 196, foi aplicada uma velocidade de
carregamento igual a 2400 N/s. Foram ensaiados 6 corpos-de-prova para cada tipo de
argamassa e para cada de idade de ensaio. Os corpos-de-prova foram desmoldados após
24 horas e em seguida submetidos à cura úmida (T=24ºC, U.R.=100%) até a idade do
ensaio. As idades de ensaio para a resistência à compressão foram 1, 3, 7, e 28 dias.

Foi realizado o ensaio de retração por secagem e retração autógena em corpos-de-prova


prismáticos (25x25x285 mm) com idades de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 11, 14, 21 e 28 dias com
o objetivo de caracterizar o seu comportamento no estado livre. Foram moldados 8
corpos-de-prova de 25x25x285 mm para cada mistura, sendo 4 corpos-de-prova para
retração por secagem e 4 corpos-de-prova para retração autógena. A deformação
decorrente da variação de temperatura foi descontada dos valores obtidos no ensaio da
retração por secagem e retração autógena.

O ensaio de retração foi realizado de acordo com o procedimento da norma ASTM C 490
(1997). A leitura da variação dimensional dos corpos-de-prova foi realizada em câmara
seca (T=24ºC, U.R.=50%) logo após a desmoldagem. A variação de massa foi medida em
balança de precisão de 0,01g antes de realizar a leitura da retração. Para o ensaio de
retração autógena foi utilizado papel alumínio revestido com uma fita plástica para a
vedação dos corpos-de-prova prismáticos (25x25x285 mm), sendo esta garantida através
do controle da pesagem da massa em balança com precisão de 0,01g antes de realizar a
leitura da retração. A perda de massa ocorreu, mas pode ser considerada não
significativa, pois alcançou no máximo 0,2% aos 28 dias em uma das misturas, enquanto
sem vedação atingiu 11% aos 28 dias.
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3 Resultados e discussão
3.1 Resistência à compressão
O comportamento da resistência à compressão das misturas estudadas está apresentado
na Figura 3. De modo geral, o comportamento da resistência à compressão foi condizente
com já relatado na literatura, com a diminuição da mesma com o aumento da relação
água aglomerante, no entanto, ressalta-se que este comportamento foi independente da
idade e do teor de SCA aplicado.

ARIA (0,40) ARIB (0,48) ARIC (0,56) ARIA (0,40) ARIB (0,48) ARIC (0,56)
90 Resist. à compressão (MPa) 90
Resist. à compressão (MPa)

80 1 dia 80 3 dias
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 5 10 15 0 5 10 15
Teor de SCA (%) Teor de SCA (%)

ARIA (0,40) ARIB (0,48) ARIC (0,56) ARIA (0,40) ARIB (0,48) ARIC (0,56)
90 90
Resist. à compressão (MPa)

Resist. à compressão (MPa)

80 7 dias 80 28 dias
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 5 10 15 0 5 10 15
Teor de SCA (%) Teor de SCA (%)
Figura 3 – Efeito da relação água/aglomerante na resistência à compressão com 1, 3, 7 e 28 dias.

Na Figura 4 é analisada a influência do teor de SCA em cada uma das relações


água/aglomerante utilizadas. Inicialmente, observa-se que ocorre a redução da resistência
à compressão com a utilização do aditivo compensador de retração (SCA) em todas as
misturas estudadas. Em resultados ainda em análise do comportamento da porosidade
das misturas estudadas neste trabalho, adianta-se que a utilização do aditivo
compensador de retração (SCA) altera a distribuição da porosidade, passando a ter maior
volume de macroporos na porosidade total. Esta alteração da distribuição dos poros
influencia no comportamento mecânico das misturas que utilizam este tipo de aditivo.
Outra análise importante é quando tomamos como referência a resistência à compressão
aos 28 dias de cada mistura estudada e calculamos em percentagem a redução (ou não)

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da resistência à compressão. Observa-se uma tendência à proporcionalidade entre a
redução da resistência à compressão e teor de substituição do cimento pelo aditivo SCA.

0% 5%SCA 10%SCA 15%SCA


80
+ 2,9%
Resist. à compressão (MPa)

70 - 8,1%
60 - 14,0%
50
40
30

20
10
ARIA (0,40)
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(a)

0% 5%SCA 10%SCA 15%SCA


80
Resist. à compressão (MPa)

70
+ 1,6%
60 - 5,1%
50 - 13,6%

40
30

20
ARIB (0,48)
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(b)

0% 5%SCA 10%SCA 15%SCA


80
Resis. à compressão (MPa)

70
60
- 3,7%
50
- 8,0%
40 - 13,5%
30
20 ARIC (0,56)
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(c)
Figura 4 – Efeito do teor de aditivo SCA na resistência à compressão na misturas com relação
água/aglomerante iguais a 0,40 (ARIA) (a), 0,48 (ARIB) (b) e 0,56 (ARIC) (c).

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3.2 Retração por secagem
O comportamento da retração por secagem e da variação de massa das misturas sem a
utilização do aditivo SCA está apresentado na Figura 5. Com o aumento da relação
água/aglomerante ocorreu o aumento da retração por secagem. Isto pode ser explicado
pelo o efeito do aumento da tensão capilar em razão da maior quantidade de água
disponível para ser perdida para o ambiente com o aumento da relação
água/aglomerante. Este fato é confirmado na Figura 5 (b), onde ocorreu o aumento da
perda de água para ambiente com o aumento da relação água/aglomerante.

ARIA0 RetSec ARIB0 RetSec ARIC0 RetSec


1800
)

0,56
-6

1600
Ret. secagem mm/mm ( 10

1400 0,48
1200
0,40

1000
800
600
400
200
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(a)
ARIA0 RetSec ARIB0 RetSec ARIC0 RetSec
8

7 0,56
Variação de Massa %

5 0,48
4
0,40
3

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(b)
Figura 5 – Retração por secagem e variação de massa das misturas estudadas.

Na Figura 6 é apresentado o efeito do teor de SCA na retração por secagem, assim como
o percentual de redução da retração com a utilização do mesmo. Observa-se que a
utilização do aditivo compensador (SCA) não obteve êxito para provocar uma expansão
significativa de modo a compensar totalmente a retração por secagem, no entanto em
qualquer das relações água/aglomerante testadas ele proporcionou a redução da retração
por secagem. Outro fator importante é que o percentual de redução da retração por
secagem com a utilização do SCA foi superior ao percentual de substituição do cimento
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pelo aditivo. Exemplificando, na mistura ARIB foi utilizado 15% de SCA (substituindo 15%
de cimento Portland ARI) o que proporcionou a redução da retração por secagem em
torno de 31,6%. É claro que existem outros fatores que podem contribuir para esta
redução, como a diminuição da resistência e aumento da porosidade.

0% SCA 5% SCA 10% SCA 15% SCA


1600
Ret. secagem mm/mm ( 10 - 6 )

1400
1200 - 9,2%

1000 - 23,6%
- 31,7%
800
600
400
ARIA a/c = 0,40
200
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(a)
0% SCA 5% SCA 10% SCA 15% SCA
1600
-6
)

1400
- 18,4%
Ret. secagem mm/mm ( 10

1200 - 24,0%
1000 - 31,6%
800

600

400 ARIB a/c = 0,48


200

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(b)
0% SCA 5% SCA 10% SCA 15% SCA
1800
-6
)

1600 - 12,8%
Ret. secagem mm/mm ( 10

1400 - 22,3%
1200 - 27,5%
1000
800
600
400 ARIC a/c = 0,56
200
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(c)
Figura 6 – Efeito do teor de aditivo SCA na retração por secagem na misturas com relação
água/aglomerante iguais a 0,40 (ARIA) (a), 0,48 (ARIB) (b) e 0,56 (ARIC) (c).

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3.3 Retração autógena
O comportamento da retração autógena das misturas sem a utilização do aditivo SCA
está apresentado na Figura 7. Antes de analisar os resultados da retração autógena é
necessária uma breve definição da mesma. Segundo MELO NETO (2002), a retração
autógena é definida como a mudança de volume sob temperatura constante, e sem perda
de umidade da mistura cimentícia para o meio ambiente, é causada pela redução da
umidade relativa no interior dos poros em decorrência da evolução da hidratação do
cimento (POWERS, 1968). Neste tipo de retração, ocorre o consumo da água dos
capilares em razão das reações de hidratação resultando na retração do material. Este
mecanismo também é conhecido como auto-secagem. TAZAWA et al. (2000) sugere que
o resultado macroscópico da retração autógena é soma da retração química mais o efeito
físico da auto-secagem, que seria a retração por depressão capilar.

Analisando os resultados obtidos, conclui-se que o aumento da relação água/aglomerante


incorreu na diminuição da retração autógena. Isto pode ser explicado pelo aumento da
porosidade com o aumento da relação água/aglomerante, que diminui a parcela da
retração autógena referente ao efeito físico da auto-secagem.

ARIA0 RetAut ARIB0 RetAut ARIC0 RetAut


450
)

0,40
-6

400
0,48
Ret. autógena mm/mm ( 10

350
300
250 0,56
200
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)

Figura 7 – Retração autógena das misturas estudadas.

Na Figura 8 é apresentado o efeito do teor de SCA na retração autógena, assim como o


percentual de redução da retração com a utilização do mesmo. Observa-se que a
utilização do aditivo compensador (SCA) obteve êxito para provocar uma expansão
significativa de modo a compensar totalmente a retração autógena, especificamente no
caso da mistura com maior relação água/aglomerante (ARIC). Pode-se afirmar também
que em qualquer das relações água/aglomerante testadas ele proporcionou a redução da
retração autógena. Assim como na retração por secagem, o percentual de redução da
retração autógena com a utilização do SCA foi superior ao percentual de substituição do
cimento pelo aditivo. Também fica evidente a importância da disponibilidade de água para
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o melhor desempenho do aditivo compensador (SCA), corroborado pelos resultados
obtidos, no qual o aumento da relação água/aglomerante proporcionou a compensação
em sua totalidade da retração autógena.

0% SCA 5% SCA 10% SCA 15% SCA


500
)

+ 4,4%
-6

400
Ret. autógena mm/mm ( 10

-18,7%
300
- 31,2%
200

100

-100
ARIA a/c = 0,40
-200
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(a)
0% SCA 5% SCA 10% SCA 15% SCA
500
-6
)

400
Ret. autógena mm/mm ( 10

300
- 31,7%

200 - 45,1%
100
0
-100
- 92,4%

-200
-300 ARIB a/c = 0,48
-400
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(b)
0% SCA 5% SCA 10% SCA 15% SCA
300
)
-6

200
Ret. autógena mm/mm ( 10

- 32,5%
- 32,5%
100

0
- 105,3%
-100

-200
ARIC a/c = 0,56
-300
0 5 10 15 20 25 30 35
Idade (dias)
(c)
Figura 8 – Efeito do teor de aditivo SCA na retração autógena na misturas com relação água/aglomerante
iguais a 0,40 (ARIA) (a), 0,48 (ARIB) (b) e 0,56 (ARIC) (c).

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4 Conclusões
- Com relação à resistência à compressão, pode-se afirmar que a utilização do aditivo
compensador de retração (SCA) incorreu na redução da mesma. No entanto, uma das
possíveis causas desta redução provavelmente se deve a substituição de parte do
cimento pelo próprio aditivo. O aumento da relação água/aglomerante provocou a redução
da resistência à compressão;

- A retração por secagem aumentou com o aumento da relação água/aglomerante, em


virtude da maior perda de água para o ambiente. O aditivo SCA reduziu a retração por
secagem em qualquer das relações água/aglomerante testadas, ressaltando que a
redução foi superior ao percentual de substituição do cimento pelo aditivo;

- O aditivo SCA não obteve êxito em compensar em sua totalidade a retração por
secagem. Isto evidencia a importância da água para o bom desempenho deste tipo de
aditivo;

- A retração autógena diminuiu com o aumento da relação água/aglomerante, em virtude


da redução do efeito físico da auto-secagem. O aditivo SCA reduziu de forma mais
eficiente à retração autógena em qualquer das relações água/aglomerante testadas do
que a retração por secagem, ressaltando que a redução foi bem superior ao percentual de
substituição do cimento pelo aditivo;

- A utilização do aditivo SCA com uma relação água/aglomerante mais alta e na condição
autógena obteve êxito em compensar em sua totalidade a retração autógena. Isto
comprova a dependência deste tipo de aditivo com a disponibilidade de água.

5 Referências
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FOR THE NEXT MILLENNIUM, 1999, Sheffield. Proceedings. 1999. v. 1. pp.233-242.
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