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DQ-FCT-UNL

QUÍMICA II
RESUMOS DE QUÍMICA ORGÂNICA
CAPÍTULO II
JOÃO PAULO NORONHA

2012
Química II.2012

Capítulo 2 - COMPOSTOS DE CARBONO REPRESENTATIVOS:


GRUPOS FUNCIONAIS, FORÇAS INTERMOLECULARES, E
ESPECTROSCOPIA DE INFRAVERMELHO (IV)
Estrutura é tudo

1. A estrutura tridimensional de uma molécula orgânica e os grupos funcionais que contém


determinam a sua função biológica.
2. Crixivan, um medicamento produzido pela Merck & Cª. (1ª empresa farmacêutica do mundo, 1
bilião dólares gastos em pesquisa por ano), é amplamente utilizado na luta contra a SIDA (síndroma de
imunodeficiência adquirida).

1) O Crixivan inibe uma enzima chamada protease do VIH (vírus da imunodeficiência humana).
2) Utilizando computadores e um processo de concepção racional química, os químicos
chegaram a uma estrutura básica que usaram como ponto de partida (composto de chumbo).
3) Muitos compostos baseados neste composto de chumbo foram em seguida sintetizados, até
que foi encontrado um composto com potência óptima como droga.
4) O Crixivan interage de um modo altamente específico com a estrutura tridimensional da
protease do VIH.
5) Um requisito crítico para esta interacção é o grupo hidroxilo (OH) próximo do centro do
Crixivan. Este grupo de hidroxilo do Crixivan imita o verdadeiro intermediário químico que se
forma quando a protease do VIH executa a sua tarefa no vírus da SIDA.
6) Por ter uma maior afinidade para a enzima do que o seu reagente natural, o Crixivan liga-se à
protease do VIH (inibidor suicida).
7) Os químicos da Merck modificaram as estruturas para aumentar a sua solubilidade em água
através da introdução de uma cadeia lateral.

2.1 LIGAÇÕES CARBONO-CARBONO COVALENTES


1. O carbono forma ligações covalentes fortes com outros átomos de carbono, hidrogénio, oxigénio,
enxofre e azoto.
1) Fornece a versatilidade necessária da estrutura que torna possível o vasto número de
diferentes moléculas necessárias para os organismos vivos complexos.

2 Doutor João Paulo Noronha, FCT-UNL.2012


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2. Grupos funcionais:

2.2 HIDROCARBONETOS: ALCANOS, ALCENOS, ALCINOS, E COMPOSTOS


AROMÁTICOS REPRESENTATIVOS

1. Compostos saturados: compostos contêm o número máximo de átomos de H.


2. Compostos insaturados:

2.2A ALCANOS
1. As principais fontes de alcanos são o gás natural e petróleo.
2. O metano é um componente importante na atmosfera de Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.
3. Os Metanogénos, podem ser os mais antigos organismos da Terra, produzem metano a partir de
dióxido de carbono e hidrogénio. Eles só podem sobreviver em ambiente anaeróbico (isto é, livre de
oxigénio) e foram encontrados em fossas oceânicas, em lama, em esgotos, e nos estômagos de
ruminantes (vacas).

2.2B ALCENOS
1. Eteno (etileno): Os EUA produzem 30 biliões de libras a cada ano.

1) O eteno é produzido naturalmente por frutos tais como tomates e bananas como uma
hormona vegetal para o processo de amadurecimento destes frutos.
2) O eteno é usado como material de partida para a síntese de muitos compostos industriais,
incluindo o etanol, o óxido de etileno, etanal (acetaldeído) e polietileno (PE).

2. Propeno (propileno): Os EUA produzem 15 biliões de libras a cada ano.


1) O propeno é usado como material de partida para a síntese de acetona, cumeno
(isopropilbenzeno), e polipropileno (PP).
3. Alcenos que ocorrem naturalmente:

-pineno (um componente da terebentina) Uma feromona de alarme do pulgão (afídeo)

2.2C ALCINOS
1. Etino (acetileno):
1) O etino foi sintetizado em 1862 por Friedrich Wöhler através da reação do carboneto de
cálcio e água.
2) O etino foi queimado em lâmpadas de carboneto (nos capacetes de mineiros).
3) O etino é utilizado em maçaricos de soldadura porque queima a uma temperatura elevada.

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2. Alcinos que ocorrem naturalmente:


1) Capilin, um agente antifúngico.
2) Dactylyne, um produto natural marinho que é um inibidor do metabolismo do pentobarbital.

Capilin Dactylyne

3. Alcinos sintéticos:
1) O etinil-estradiol, com as suas propriedades estrogénicas tem encontrado utilização em
contraceptivos orais.

O etinil-estradiol (17-etinil-1,3,5(10)-estratrieno-3,17-diol)

2.2D BENZENO: UM HIDROCARBONETO AROMÁTICO REPRESENTATIVO


1. O benzeno pode ser escrito como um anel de seis membros com alternância de ligações simples e
duplas (estrutura de Kekulé).

Estrutura de Kekulé Representação de Ligação-linha


2. As ligações C-C de benzeno são todas do mesmo tamanho (1,39 Å).
3. Teoria de Ressonância (ligação de valência):

Duas estruturas contributoras de Kekulé A representação do híbrido de ressonância

1) As ligações não são alternância de ligações simples e duplas, são um híbrido de ressonância
 todas as ligações C-C são o mesmo.

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4. Teoria orbital molecular (OM):


1) Deslocalização:

2.3 LIGAÇÕES COVALENTES POLARES


1. Eletronegatividade é a capacidade de um elemento para atrair os eletrões que são partilhados numa
ligação covalente.
1) Quando dois átomos de diferente eletronegatividade formam uma ligação covalente, os
eletrões não são compartilhados igualmente entre eles.
2) O átomo de cloro puxa os eletrões da ligação mais próximo dele e se torna um pouco mais
rico em eletrões  carrega uma carga parcial negativa ( -).
3) O átomo de hidrogénio torna-se um pouco eletrodeficiente  carrega uma carga parcial
positiva ( +).

2. Dipolo:

+ 

Um dipolo

Momento dipolar = carga (em esu) x distância (em cm)


 = e x d (Debye, 1 x 10-18 esu cm) esu – electrostatic units

1) As cargas são tipicamente da ordem de 10 -10 esu, a distância 10-8 cm.

Figura 2.1 (a) Um modelo de pau-e-bola para o cloreto de hidrogénio. (b) Um mapa de potencial
eletrostático calculado para o cloreto de hidrogénio mostrando regiões de carga relativamente mais
negativa a vermelho e carga mais positiva a azul. A carga negativa está claramente localizada perto do
cloro, resultando num forte momento dipolar para a molécula.

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2) A direção da polaridade de uma ligação polar é simbolizado por uma grandeza vetorial:

(parte positiva) (parte negativa)  H Cl

3) O comprimento da seta pode ser usado para indicar a magnitude do momento dipolar.

2.4 AS MOLÉCULAS POLARES E APOLARES

1. A polaridade (momento dipolar) de uma molécula é a soma vetorial do momento dipolar de cada
ligação polar individual.

Tabela 2.1 Momentos dipolares de algumas moléculas simples


Fórmula  (D) Fórmula  (D)
H2 0 CH4 0
Cl2 0 CH3Cl 1,87
HF 1,91 CH2Cl2 1,55
HCl 1,08 CHCl3 1,02
HBr 0,80 CCl4 0
HI 0,42 NH3 1,47
BF3 0 NF3 0,24
CO2 0 H 2O 1,85

Figura 2.2 Distribuição de carga no tetracloreto de carbono.

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Figura 2.3 A orientação tetraédrica dos momentos de Figura 2.4 O momento dipolar do clorometano
ligação iguais faz com os efeitos sejam anulados. surge principalmente a partir da ligação carbono-
cloro altamente polar.

2. Pares não-compartilhados (pares solitários) de eletrões fazem grandes contribuições para o


momento dipolar. (Os momentos O-H e N-H são também apreciáveis.)

Figura 2.5 Momentos de ligação e os momentos dipolares resultantes da água e amoníaco.

2.4A MOMENTOS DIPOLARES EM ALCENOS

1. Alcenos cis-trans têm diferentes propriedades físicas: p.f., p.e., solubilidade, etc.
1) O isómero cis- tem geralmente maior momento dipolar e, portanto, maior ponto de ebulição.

Tabela 2.2 Propriedades físicas de alguns isómeros cis-trans


Composto Ponto de Fusão (°C) Ponto de ebulição (°C) Momento Dipolar (D)

cis-1,2-Dicloroeteno -80 60 1,90


trans-1,2-Dicloroeteno -50 48 0
cis-1,2-Dibromoeteno -53 112,5 1,35
trans-1,2-Dibromoeteno -6 108 0

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2.5 GRUPOS FUNCIONAIS

2.5A GRUPOS ALQUILO E O SÍMBOLO R

Alcano Grupo alquilo Abreviatura

CH4 CH3–
Me–
Metano Grupo metilo

CH3CH3 CH3CH2– ou C2H5–


Et–
Etano Grupo etilo

CH3CH2CH3 CH3CH2CH2–
Pr–
Propano Grupo propilo

CH3CH2CH3 ou i-Pr–
Propano
Grupo isopropilo

Todos estes grupos alquilo podem ser designados por R.

2.5B FENILO E GRUPOS BENZILO

1. Grupo fenilo:

ou C6H5- ou  - ou Ph-

ou Ar- (se estiverem presentes substituintes no anel)

2. Grupo benzilo:

ou C6H5CH2- ou -Bn

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2.6 OS HALOGENETOS DE ALQUILO OU HALOALCANOS


2.6A HALOALCANO
1. Haletos de alquilo primários (1 °), secundários (2 º) ou terciários (3 °):

2. Átomos de carbono primário (1 °), secundário (2 °), ou terciário (3 °):

2.7 ÁLCOOIS
1. Grupo hidroxilo

2. Os álcoois podem estruturalmente ser vistos em duas formas: (1) como derivados de hidroxilo de
alcanos e (2) como derivados de alquilo de água.

3. Álcool primário (1 °), secundário (2 º) ou terciário (3 °):

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2.8 ÉTERES
1. Os éteres podem ser pensados como derivados dialquilo de água.

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2.9 AMINAS
1. As aminas podem ser pensadas como derivados de alquilo de amoníaco.

2. Aminas primárias (1 ª), secundárias (2 ª) ou terciárias (3 ª):

2.10 ALDEÍDOS E CETONAS


2.10A GRUPO CARBONILO

Aldeído

Cetona

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1. Exemplos de aldeídos e cetonas:

Aldeídos:

Cetonas:

2. Os aldeídos e cetonas têm um arranjo planar trigonal dos grupos em torno do átomo de carbono
carbonílico. O átomo de carbono possui hibridação sp2.

2.11 ÁCIDOS CARBOXÍLICOS, AMIDAS E ÉSTERES

2.11A ÁCIDOS CARBOXÍLICOS

Um ácido carboxílico O grupo carboxilo

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2.11B AMIDAS
1. Amidas possuem fórmulas RCONH2, RCONHR', ou RCONR'R":

2.11C ÉSTERES
1. Os ésteres possuem fórmula geral RCO2R '(ou RCOOR'):

Fórmula geral para um éster

Um éster específico chamado acetato de etilo

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(reação de esterificação)

2.12 NITRILOS
1. O carbono e o azoto de um nitrilo são sp hibridados.

1) Na nomenclatura sistemática IUPAC, nitrilos acíclicos são nomeados pela adição do sufixo
nitrilo ao nome do hidrocarboneto correspondente.

2) Os nitrilos cíclicos são nomeados pela adição do sufixo carbonitrilo ao nome do sistema de
anel ao qual o grupo -CN está ligado.

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2.13 RESUMO DAS FAMÍLIAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS MAIS IMPORTANTES


Tabela 2.3 Famílias importantes de compostos orgânicos

Exemplo nome
Família Nome comum Fórmula geral Grupo funcional
específico IUPAC
Ligação C–H e
Alcano CH3CH3 Etano Etano RH
C–C
RCH=CH2
RCH=CHR
Alceno CH2=CH2 Eteno Etileno C C
R2C=CHR
R2C=CR2
HC≡CR
Alcino HC CH Etino Acetileno C C
RC≡CR

Aromático Benzeno Benzeno ArH Anel Aromático

Haloalcano CH3CH2Cl Cloroetano Cloreto de etilo RX C X

Álcool CH3CH2OH Etanol Álcool etílico ROH C OH

Éter CH3OCH3 Metoxi-metano Éter Dimetílico ROR C O C

RNH2
Amina CH3NH2 Metanamina Metilamina R2NH C N
R3N
O O O
Aldeído Etanal Acetaldeído
CH3CH RCH C H
O O O
Cetona Propanona Acetona C C C
CH3CCH3 RCR'

Ácido O O O
Ácido etanóico Ácido acético
Carboxílico CH3COH RCOH C OH

O O O
Etanoato de Acetato de
Éster C O C
CH3COCH3 metilo metilo RCOR'

O CH3CONH2 O
Amida Etanamida Acetamida CH3CONHR’
CH3CNH2 CH3CONR’R” C N

Nitrilo H3CC N Etanonitrilo Acetonitrilo RCN C N

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2.14 PROPRIEDADES FÍSICAS E ESTRUTURA MOLECULAR


1. As propriedades físicas são importantes para a identificação de compostos conhecidos.
2. O isolamento adequado de um novo composto obtido numa síntese depende das estimativas
razoavelmente precisas das propriedades físicas do seu ponto de fusão, ponto de ebulição e
solubilidades.

Tabela 2.4 Propriedades físicas de compostos representativos


Composto Estrutura p.f. (°C) p.e. (°C) (1 atm)
Metano CH4 -182,6 -162
Etano CH3CH3 -183 -88,2
Eteno CH2=CH2 -169 -102
Etino -82 -84 subla
Clorometano CH3Cl -97 -23,7
Cloroetano CH3CH2Cl -138,7 13,1
Etanol CH3CH2OH -115 78,5
Acetaldeído CH3CHO -121 20
Ácido acético CH3CO2H 16,6 118
Acetato de sódio CH3CO2Na 324 deca
Etilamina CH3CH2NH2 -80 17
Éter dietílico (CH3CH2)2O -116 34,6
Acetato de etilo CH3CO2CH2CH3 -84 77
a
Nesta tabela uma dec = decompõe-se e subl = sublima.

Um instrumento usado para medir o ponto de fusão. Um aparelho de microdestilação.

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2.14A FORÇAS IÃO-IÃO


1. As fortes forças eletrostáticas dos compostos iónicos dão-lhes elevados pontos de fusão.
2. Os pontos de ebulição dos compostos iónicos são mais elevados, tão elevados que a maioria dos
compostos iónicos orgânicos se decompõe antes de entrar em ebulição.

Figura 2.6 A fusão do acetato de sódio.

2.14B FORÇAS DIPOLO-DIPOLO


1. Atrações dipolo-dipolo entre as moléculas de um composto polar:

Figura 2.7 Modelos de potencial eletrostático para moléculas de acetona que mostram como as
moléculas de acetona podem alinhar de acordo com atrações das suas regiões parcialmente positivas e
regiões parcialmente negativas (interações dipolo-dipolo).

2.14C PONTES DE HIDROGÉNIO


1. Pontes de hidrogénio: as fortes atrações dipolo-dipolo entre os átomos de hidrogénio ligados a
átomos de pequenos, fortemente eletronegativos (O, N ou F) e pares de electrões não-ligantes em
outros átomos eletronegativos.
1) A energia de dissociação da ligação é de cerca de 4-38 kJ mol-1 (0,96-9,08 kcal mol-1).
2) H-ligação é mais fraca que uma ligação covalente comum; muito mais forte do que as
interações dipolo-dipolo.

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Uma ponte de hidrogénio (indicado por tracejado vermelho)

Z é um elemento fortemente eletronegativo, normalmente oxigénio, azoto, ou flúor.

2. As pontes de hidrogénio fazem com que o ponto de ebulição do etanol (78,5 °C) seja muito mais
elevado do que o do éter dimetílico (-24,9 °C).
3. Um fator (para além da polaridade e pontes de hidrogénio) que afecta o ponto de fusão de muitos
compostos orgânicos é a compactação e a rigidez das suas moléculas individuais.

terc-Butanol Butanol Isobutanol sec-Butanol


(p.f. 25 °C) (p.f. –90 °C) (p.f. –108 °C) (p.f. –114 °C)

2.14D FORÇAS DE VAN DER WAALS


1. Forças de van der Waals (ou forças de London ou forças de dispersão):

1) As forças intermoleculares de atração entre as moléculas são responsáveis pela formação de


um líquido e um sólido de uma substância, não iónica não polar.
2) A distribuição média de carga numa molécula não polar ao longo de um período de tempo é
uniforme.
3) Em qualquer momento, porque os eletrões se movem, os eletrões e, portanto, a carga pode
não estar uniformemente distribuída  irá ocorrer um pequeno dipolo temporário.
4) Numa molécula este dipolo temporário pode induzir dipolos opostos (atraem-se) nas
moléculas vizinhas.

Figura 2.8 Dipolos temporários e dipolos induzidos em moléculas não-polares resultantes de


uma distribuição não uniforme de eletrões num dado instante.

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5) Estes dipolos temporários mudam constantemente, mas o resultado global da sua existência
é produzir forças atrativas entre moléculas não-polares.

2. Polarizabilidade:

1) A capacidade dos eletrões para responder às mudanças do campo elétrico.


2) Determina a magnitude das forças de van der Waals.
3) A polarizabilidade relativa depende de como fracamente ou firmemente são mantidos os
eletrões.
4) A polarizabilidade aumenta na ordem F <Cl <Br <I.
5) Os átomos com pares de eletrões não compartilhados são geralmente mais polarizáveis do
que os com apenas pares ligantes.
6) Com excepção das moléculas onde são possíveis fortes pontes de hidrogénio, as forças de
van der Waals são muito mais importantes do que as interações dipolo-dipolo.

3. O ponto de ebulição de um líquido é a temperatura à qual a pressão de vapor do líquido é igual à


pressão da atmosfera sobre ele.

1) Os pontos de ebulição dos líquidos são dependentes da pressão.


2) O p.e. normal para um dado líquido é o seu p.e. a 1 atm (760 torr).
3) As atrações intermoleculares de van der Waals aumentam com o aumento do tamanho da
molécula porque as áreas superficiais das moléculas mais pesadas são geralmente muito
maiores.
4) Por exemplo: o p.e. do metano (-162 °C), etano (-88,2 °C), e decano (174 °C) torna-se
superior, à medida que as moléculas aumentam.

Tabela 2.5 Energias atratoras em compostos covalentes simples

Energias atratoras (kJ mol–1)


Momento van der Ponto de fusão Ponto de
Molécula Dipolo-Dipolo
dipolar (D) Waals (°C) ebulição (°C)
H2O 1,85 36a 88 0 100
a
NH3 1,47 14 15 –78 –33
a
HCl 1,08 3 17 –115 –85
HBr 0,80 0,8 22 –88 –67
HI 0,42 0,03 28 –51 –35
a
Estas atrações dipolo-dipolo são chamados de pontes de hidrogénio.

4. Os fluorocarbonetos têm pontos de ebulição extraordinariamente baixos quando comparados com


os hidrocarbonetos com o mesmo peso molecular.

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1) O 1,1,1,2,2,3,3,4,4,5,5,5-Dodecafluoropentano (C5F12, mm 288,03, p.e. 28,85 °C) tem um p.e.


ligeiramente inferior ao pentano (C5H12, mm 72,15, p.e. 36,07 °C).
2) O átomo de flúor tem muito baixa polarizabilidade, originando forças de van der Waals muito
fracas.
3) O Teflon possui propriedades autolubrificantes que são utilizadas no fabrico de frigideiras
"antiaderentes" e rolamentos leves.

2.14E SOLUBILIDADES
1. Solubilidade
1) A energia necessária para superar as energias de rede e as atrações intermoleculares ou
interiónicas para a dissolução de um sólido num líquido vem da formação de novas atrações
entre o soluto e o solvente.
2) A dissolução de uma substância iónica: hidratação ou solvatação dos iões.
3) As moléculas de água, em virtude da sua grande polaridade e da sua forma muito pequena
e compacta, pode rodear de forma muito eficaz os iões individuais à medida que estes são
libertados a partir da superfície do cristal.
4) Como a água é altamente polar e é capaz de formar fortes pontes de H, também são
grandes as forças atrativas ião-dipolo.

Figura 2.9 A dissolução de um sólido iónico em água, mostrando a hidratação dos iões positivos e
negativos pelas moléculas de água muito polares. Os iões ficam rodeados por moléculas de água em
todas as três dimensões, não apenas nas duas mostradas aqui.

2. "Igual dissolve igual" - “Like dissolves like”

1) Os compostos polares e iónicos tendem a dissolver-se em solventes polares.


2) Os líquidos polares são geralmente miscíveis uns com os outros.
3) Os sólidos não polares são geralmente solúveis em solventes não polares.
4) Os sólidos não polares são insolúveis em solventes polares.

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5) Os líquidos não polares são geralmente mutualmente miscíveis.


6) Os líquidos não polares e líquidos polares não se misturam (imiscíveis).

3. Metanol (etanol e propanol) e água são miscíveis em todas as proporções.

1) Um álcool de cadeia carbonada longa é muito menos solúvel em água.


2) A longa cadeia carbonada do decanol é hidrofóbica (hidro, água, fobia, medo ou evitar -
"evita água".
3) O grupo OH é hidrofílico (fílico, gosta ou procura - "procura água".

2.14F ORIENTAÇÕES PARA A SOLUBILIDADE EM ÁGUA


1. Solúvel em água: pelo menos 3 g do composto orgânico dissolve-se em 100 mL de água.

1) Compostos contendo um grupo hidrofílico: 1-3 carbonos são solúveis em água; 4-5 carbonos
estão no limite; 6 carbonos ou mais são insolúveis.

2.14G FORÇAS INTERMOLECULARES EM BIOQUÍMICA

Pontes de hidrogénio (linhas tracejadas a vermelho) na estrutura em


-hélice de proteínas.

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2.15 RESUMO DAS FORÇAS ELÉTRICAS ATRATIVAS

Tabela 2.6 Forças Elétricas Atrativas


Força Elétrica Força Relativa Tipo Exemplo

Catião-anião
Muito forte Fluoreto de lítio rede cristalina
(num cristal)
H–H (435 kJ mol–1)
Ligações Forte (140-523 Pares de eletrões
CH3–CH3 (370 kJ mol–1)
covalentes kJ mol–1) compartilhados
I–I (150 kJ mol–1)

+

Ião-dipolo Moderada +   + Na+ em água (ver Fig. 2.9)

+
+ H
+
 O H  R
Dipolo-dipolo Moderada a  O
+ R
(incluindo pontes fraca (4-38 kJ Z H
de hidrogénio) mol–1) e
+  + 
H3C Cl H3C Cl

Interações entre moléculas de


van der Waals Variável Dipolo transiente
metano

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2.16 ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO: UM MÉTODO INSTRUMENTAL


PARA DETEÇÃO DE GRUPOS FUNCIONAIS

2.16A Um espectrómetro de Infravermelho:

Figura 2.10 Diagrama de um espectrómetro infravermelho de feixe duplo. [De Skoog DA; Holler
FJ; Kieman AT, Principles of instrumental analysis, 5ª ed, Saunders: New York, 1998, p 398].

1. FONTE DE RADIAÇÃO:
2. ÁREA DE AMOSTRAGEM:
3. FOTÓMETRO:
4. MONOCROMADOR:
5. DETETOR (TERMOPAR):

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Os campos elétricos e magnéticos oscilantes de um feixe de luz ordinária num plano. As ondas aqui
representados ocorrem em todos os planos possíveis na luz ordinária.

2.16B: Teoria
1. Número de onda (  ):
1 c (cm/sec)
 (cm–1) =  (Hz) =  c (cm) =
 (cm)  (cm)

1 1
cm–1 = x 10,000 e  = x 10,000
( ) (cm-1 )

* Os números de onda (  ) são frequentemente chamados de "frequências".

2. OS MODOS DE VIBRAÇÃO E FLEXÃO (bending):


Graus de liberdade:

Moléculas Não-lineares: 3N–6 Graus de liberdade vibracionais


Moléculas lineares: 3N–5 (vibrações fundamentais)

* As vibrações fundamentais envolvem a não alteração no centro de gravidade da molécula.

3. "Vibração da ligação":

Uma vibração de alongamento

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4. "Alongamento":

Alongamento simétrico Alongamento assimétrico

5. "Flexão":

Flexão simétrica Flexão assimétrica


6. H2O: 3 modos vibracionais fundamentais 3N - 3 - 3 = 3

Alongamento simétrico Alongamento assimétrico Em tesoura


(s OH) (as OH) (s HOH)
3652 cm–1 (2.74 m) 3756 cm–1 (2.66 m) 1596 cm–1 (6.27 m)

Alongamento acoplado

7. CO2: 4 modos vibracionais fundamentais 3N - 3 - 2 = 4

Alongamento simétrico Alongamento assimétrico


(s CO) (as CO)
1340 cm–1 (7.46 m) 2350 cm–1 (4.26 m)

Alongamento acoplado normal C=O 1715 cm–1

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Química II.2012

Em tesoura (flexão) Em tesoura (flexão)


(s CO) (s CO)
666 cm–1 (15.0 m) 666 cm–1 (15.0 m)

componentes resolvidos do movimento de flexão

e indicam movimento perpendicular em relação ao plano da página

8. AX2:
Vibrações de Alongamento

Alongamento simétrico Alongamento assimétrico


(s CH2) (as CH2)
Vibrações de flexão

Flexão no plano ou em tesoura (scissoring) Flexão fora do plano ou adanando (wagging)


(s CH2) ( CH2)

Flexão no plano ou balançando (rocking) Flexão fora do plano ou torcendo (twisting)


(s CH2) ( CH2)

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Química II.2012

9. O número de vibrações fundamentais observadas no IV será influenciada:

(1) Overtones
(2) A combinação de tons  aumenta o número de bandas
(3) Cai fora da região 2,5-15 m
Fraco demais para ser observado
Dois picos que estão muito próximos  reduzir o número de bandas
Banda degenerada
A falta de alteração de dipolo

10. Cálculo das frequências de alongamento aproximadas:

1 K K
 =   (cm–1) = 4.12
2c  

 = frequência em cm–1 c = velocidade da luz = 3 x 1010 cm/s

m1m2 
= massas dos átomos em gramas ou
m1  m2 

M 1M 2 M 1M 2
massas dos átomos em uma = onde M1 e M2 são pesos atómicos
( M 1  M 2 )(6.02 x 10 )23
M1  M 2

K = 5 x 105 dynes/cm (simples)


K = constante de força em dynes/cm = 10 x 105 dynes/cm (dupla)
= 15 x 105 dynes/cm (tripla)

(1) Ligação C=C:

K MCMC (12)(12)
 = 4.12 K = 10 x 105 dynes/cm = = =6
 MC  MC 12  12

10 x 105
 = 4.12 = 1682 cm–1 (calculado)  = 1650 cm–1 (experimental)
6

(2)
Ligação C–H Ligação C–D

K K
 = 4.12  = 4.12
 
K= 5 x 105 dynes/cm K= 5 x 105 dynes/cm

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MCM H (12)(1) MCM D (12)(2)


= = = 0.923 = = = 1.71
MC  M H 12  1 MC  M D 12  2

5 x 105 5 x 105
 = 4.12 = 3032 cm–1 (calculado);  = 4.12 = 2228 cm–1 (calculado);
0.923 1.71
 = 3000 cm–1 (experimental)  = 2206 cm (experimental)
–1

(3)
C C C C C C
2150 cm–1 1650 cm–1 1200 cm–1

C H C C C O C Cl C Br C I
3000 cm–1 1200 cm–1 1100 cm–1 800 cm–1 550 cm–1 ~500 cm–1

(4) A hibridação afecta a força da constante K:

sp sp2 sp3
C H C H C H
3300 cm–1 3100 cm–1 2900 cm–1

(5) K aumenta da esquerda para a direita através da tabela periódica:

C-H: 3040 cm-1 F-H: 4138 cm-1

(6) Os movimentos de flexão são mais fáceis do que os movimentos de alongamento:

C-H alongamento: ~ 3000 cm-1 C-H de flexão: ~ de 1340 cm-1

2.16C INTERAÇÕES ACOPLADAS:

1. CO2: simétricas 1340 cm-1 assimétricas 2350 cm-1 normais 1715 cm-1
2.
Alongamento simétrico Alongamento assimétrico

H H

C H C H
Metilo
H H
~ 2872 cm –1
~ 2962 cm–1

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O O O O
Anidrido C C C C
O O
~ 1760 cm–1 ~ 1800 cm–1

H H
N C
Amina
H H
–1
~ 3300 cm ~3400 cm–1

O O
N N
Nitro
O O
–1
~ 1350 cm ~ 1550 cm–1

As vibrações assimétricas de alongamento ocorrem a maior frequência do que as simétricas.

3.

H CH2 OH : C O 1034 cm
1
C C O
H3C CH2 OH : C O 1053 cm
1

2.16D HIDROCARBONETOS:

1. Alcanos:

Figura 2.11 O espectro de IV do octano.

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Química II.2012

2. Compostos aromáticos:

Figura 2.12 O espectro de IV do metilbenzeno (tolueno).

3. Alcinos:

Figura 2.13 O espectro de IV do hex-1-ino.

4. Alcenos:

Figura 2.14 O espectro de IV de 1-hexeno.


30 Doutor João Paulo Noronha, FCT-UNL.2012
Química II.2012

2.16E OUTROS GRUPOS FUNCIONAIS

1. Forma e intensidade dos picos de IV:

Figura 2.15 O espectro de IV do ciclo-hexanol.

2. Ácidos:

Figura 2.16 O espectro de infravermelho do ácido propanóico.

31 Doutor João Paulo Noronha, FCT-UNL.2012


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COMO ABORDAR A ANÁLISE DE UM ESPECTRO

1. Está presente um grupo carbonilo?


O grupo C = O dá origem a uma forte absorção na região 1820-1660 cm-1 (5,5-6,1 ). O pico é
muitas vezes o mais forte do espectro e de largura média. Não o pode perder.

2. Se C = O está presente, verifique os seguintes tipos (se ausente, vá para 3).

ÁCIDOS também está presente OH?


- Absorção larga perto de 3400-2400 cm-1 (geralmente sobrepõe-se C-H)

AMIDAS também está presente NH?


- Absorção média perto de 3500 cm-1 (2,85 )
Às vezes, um pico duplo, com duas metades equivalentes.

ÉSTERES também está presente C-O?


- Absorção de forte intensidade perto de 1300-1000 cm-1 (7,7-10 )

ANIDRIDOS tem duas absorções C = O perto de 1810 e 1760 cm-1 (5,5 e 5,7 )

ALDEÍDOS também está presente CH de aldeído?


- Duas absorções fracas perto de 2850 e 2750 cm-1 (3,50 e 3,65 ) sobre o lado direito das
absorções CH

CETONAS As 5 opções anteriores foram eliminadas

3. Se C = O está ausente

ÁLCOOIS Verificar OH

FENÓIS - absorção larga próxima de 3400-2400 cm-1 (2,8-3,0 )


- Confirma ao encontrar C-O próximo 1300-1000 cm-1 (7,7-10 )

AMINAS Verificar NH
- Absorção(s) média perto de 3500 cm-1 (2,85 )

ÉTERES Verificar C-O (e ausência de OH) perto de 1300-1000 cm-1 (7,7-10 )

4. Ligações Duplas e / ou Anéis Aromáticos


- C = C é uma absorção fraca perto 1650 cm-1 (6,1 )
- Absorções médias a fortes na região de 1650-1450 cm-1 (6-7 ) muitas vezes implica um anel
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aromático
- Confirmar o anterior, consultando a região CH; CH aromático e vinílico ocorre para a esquerda
de 3000 cm-1 (3,33 ) (CH alifático ocorre para a direita deste valor)

5. Ligações Triplas
- C ≡ N é uma absorção média afiada perto 2250 cm-1 (4,5 )
- C ≡ C é uma absorção fraca e afiada perto de 2150 cm-1 (4,65 )
Verificar também se o CH acetilénico perto de 3300 cm-1 (3,0 )

6. Grupos Nitro
- Duas absorções fortes em 1600 - 1500 cm-1 (6,25-6,67 ) e 1390-1300 cm-1 (7,2-7,7 )

7. Hidrocarbonetos
- Nenhuma das opções acima são encontrados
- Absorções principais são CH na região perto de 3000 cm-1 (3,33 )
- Espectro muito simples, apenas outras absorções perto 1450 cm-1 (6,90 ) e 1375 cm-1 (7,27 )

Nota: Ao descrever as mudanças de absorção de picos ou as suas posições relativas, usamos os termos
"para a esquerda" e "para a direita." Isso foi feito para economizar espaço, utilizando os dois microns e
centímetros recíprocos. O significado é claro uma vez que todos os espectros são convencionalmente
apresentados da esquerda para a direita a partir de 4000 cm -1-600 cm-1 ou a partir de 2,5  a 16 .
"Para a direita" evita dizer cada vez que "a frequência mais baixa (cm -1) ou comprimento de onda ()",
que é confuso, uma vez cm-1 e  têm uma relação inversa, quando um sobe, o outro desce.

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