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Metafísica e epistemologia de Kant

Capa da obra Crítica da Razão Pura, 1781.

Metafísica e epistemologia de Kant

O livro mais lido e mais influente de Kant é a Crítica da Razão Pura (1781). De acordo
com o próprio autor, a obra, também conhecida como "primeira crítica", é resultado da leitura
de David Hume e do seu despertar do "sono dogmático", a saber: Kant se perguntou como são
possíveis juízos sintéticos a priori? Para responder a essa pergunta, Kant escreveu esse livro
portentoso, de mais de 800 páginas.

Na primeira crítica, Kant vai mostrar que tempo e espaço são formas fundamentais de
percepção (formas da sensibilidade) que existem como ferramentas da mente, mas que só
podem ser usadas na experiência.

Tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem extensão no
[5]
espaço. A mente humana não pode produzir tal ideia. Nada pode ser percebido exceto
através destas formas, e os limites da física são os limites da estrutura fundamental da mente.
Assim, já vemos que não podemos conhecer fora do espaço e do tempo.
Mas além das formas da sensibilidade, Kant vai nos dizer que há também o
entendimento, que seria uma faculdade da razão. O entendimento nos fornece as categorias
com as quais podemos operar as sínteses do diverso da experiência.
Assim, como são possíveis juízos sintéticos a priori? São possíveis porque há uma
faculdade da razão - o entendimento - que nos fornece categorias a priori - como causa e
efeito - que nos permitem emitir juízos sobre o mundo.
Contudo, diz Kant, as categorias são próprias do conhecimento da experiência. Elas
não podem ser empregadas fora do campo da experiência. Daí porque, na filosofia crítica de
Kant, não nos é possível conhecer "a coisa em si", ou aquilo que não está no
campo fenomenológico da experiência.
Na perspectiva de Kant, há, por isso, o conhecimento a priori de algumas coisas, uma
vez que a mente tem que ter estas categorias, de forma a poder compreender a massa
sussurrante de experiência crua, não interpretada que se apresenta às nossas consciências. Em
segundo lugar, ela remove o mundo real (a que Kant chamou o mundo numenal ou númeno)
da arena da percepção humana.
Kant denominou a filosofia crítica de "idealismo transcendental". Apesar da
interpretação exata desta frase ser contenciosa, uma maneira de a compreender é através da
comparação de Kant, no segundo prefácio à "Crítica da Razão Pura", da filosofia crítica com
a revolução copernicana na astronomia.

“Até aqui, foi assumido que todo o nosso conhecimento deve conformar-se aos
objectos. Mas todas as nossas tentativas de estender o nosso conhecimento de objectos
pelo estabelecer de qualquer coisa a priori a seu respeito, por meios de conceitos,
acabaram, nesta suposição, por falhar. Temos, pois, por tentativas, que ver se temos ou
não mais sucesso nas tarefas da metafísica, se supusermos que os objectos devem
corresponder ao nosso conhecimento”.
Tal como Nicolau Copérnico revolucionou a astronomia ao mudar o ponto de vista, a
filosofia crítica de Kant pergunta quais as condições a priori para que o nosso conhecimento
do mundo se possa concretizar.
O idealismo transcendental descreve este método de procurar as condições da
possibilidade do nosso conhecimento do mundo. Mas esse idealismo transcendental de Kant
deverá ser distinguido de sistemas idealistas, como os de Berkeley. Enquanto Kant acha que
os fenómenos dependem das condições da sensibilidade, espaço e tempo, esta tese não é
equivalente à dependência-mental no sentido do idealismo de Berkeley.
Para Berkeley, uma coisa é um objecto apenas se puder ser percepcionada. Para Kant,
a percepção não é o critério da existência dos objectos. Antes, as condições de sensibilidade -
espaço e tempo - oferecem as "condições epistémicas", para usar a frase de Henry Allison,
requeridas para que conheçamos objectos no mundo dos fenómenos. Kant tinha querido
discutir os sistemas metafísicos, mas descobriu "o escândalo da filosofia": não se pode definir
os termos corretos para um sistema metafísico até que se defina o campo, e não se pode
definir o campo até que se tenha definido o limite do campo da física - física, no sentido de
discussão do mundo perceptível.
Kant afirma, em síntese, que não somos capazes de conhecer inteiramente os objetos
reais visto que o nosso conhecimento sobre os objetos reais é apenas fruto do que somos
capazes de pensar sobre eles.
Filosofia moral

“Immanuel Kant desenvolveu a filosofia moral em três obras: “Fundamentação da Metafísica


dos Costumes” (1785), ‘Crítica da Razão Prática” (1788) e "Crítica do Julgamento" (1790).
Nesta área, Kant é provavelmente mais bem conhecido pela teoria sobre uma
obrigação moral única e geral, que explica todas as outras obrigações morais que temos:
o imperativo categórico.

“Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação
universa”.

O imperativo categórico, em termos gerais, é uma obrigação incondicional, ou uma


obrigação que temos independentemente da nossa vontade ou desejos (em contraste com
o imperativo hipotético).
As nossas obrigações morais podem ser resultantes do imperativo categórico. O
imperativo categórico pode ser formulado em três formas, que ele acreditava serem mais ou
menos equivalentes (apesar de opinião contrária de muitos comentadores):
§ A primeira formulação (a fórmula da lei universal) diz: "Age somente em
concordância com aquela máxima através da qual tu possas ao mesmo tempo querer que ela
venha a se tornar uma lei universal".
§ A segunda fórmula (a fórmula da humanidade) diz: "Age por forma a que uses a
humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim,
nunca meramente como meio".

§ A terceira fórmula (a fórmula da autonomia) é uma síntese das duas prévias. Diz que
deveremos agir por forma a que possamos pensar de nós próprios como leis universais
legislativas através das nossas máximas. Podemos pensar em nós como tais legisladores
autônomos apenas se seguirmos as nossas próprias leis.

A geografia em Kant
Além de seu trabalho filosófico, Kant também foi professor
de física, antropologia, geografia, lógica, metafísica e outras disciplinas. A contribuição de
Kant à geografia deu-se tanto por seu trabalho como professor geógrafo, quanto também por
suas reflexões sobre o papel da geografia no estudo dos fenômenos naturais, dentro de seu
sistema filosófico sobre o conhecimento humano.
O curso de Geografia Física, ministrado por Kant, era ofertado no período inicial dos
cursos universitários e tinha como proposta apresentar aos alunos um “sumário da natureza”,
ou seja, um quadro geral do saber humano mostrando ser possível conhecer o mundo de uma
maneira integrada e sistemática. Esse quadro geral, além de propiciar ao aluno uma base de
conhecimentos empíricos, necessários para os raciocínios e pesquisas científicos posteriores
de seu curso, também consistiria em um primeiro contato com o que seria uma propedêutica
do conhecimento científico do mundo. [11]
Kant nunca publicou um livro específico sobre o seu curso de geografia. Porém, ao
fim de sua vida, permitiu que um antigo aluno publicasse uma obra contendo as notas de sua
disciplina. Essa publicação autorizada condensa muito do conhecimento geográfico existente
na época de Kant e torna-se um dos livros referenciais na história do pensamento geográfico.
[12]

Kant identificava a geografia em cinco partes, a saber: Geografia Matemática (forma,


dimensão, e movimento da Terra), Geografia Moral (os costumes e o caráter do homem em
relação ao meio ambiente), Política, Mercantil (comercial), e Teológica (a distribuição das
religiões). [13]
Em sua obra filosófica, cumpre destacar duas grandes contribuições à geografia: a
classificação da geografia como ciência dentro do esquema do conhecimento humano e as
obras kantianas que tratam sobre o tema da observação e do estudo dos fenômenos
naturais. [14]
Kant nos apresenta duas definições da geografia. Na primeira, nos define a geografia
como a ciência da diferenciação da crosta terrestre. Na segunda, seria a ciência responsável
[13]
pela descrição das coisas em termos de espaço. Essa segunda definição será de grande
relevância para classificação científica da geografia dentro do sistema kantiano, devido à
importância da intuição de espaço na teoria do conhecimento de sua obra “Crítica da Razão
Pura”. Enquanto a história seria a responsável pela descrição temporal dos fenômenos, cabe à
geografia a descrição dos dados em sua organização espacial. [15] Essa organização confere um
status de especificidade ao método geográfico (descrição espacial), que lhe assegura um lugar
no rol das ciências.
Kant também classificou as ciências quanto ao seu objeto, dividindo-as em ciências
específicas (de um só objeto) e ciências de síntese, sendo que estas últimas seriam
responsáveis por aglutinar e integrar os conhecimentos das demais ciências. À geografia cabe
[11]
o título de ciência de síntese dos fenômenos naturais, enquanto à antropologia cabe o de
síntese dos conhecimentos sobre a estrutura humana. Nesse tocante, cabe ressaltar que os
fenômenos naturais, objeto da geografia, abarcavam todos os fenômenos perceptíveis,
inclusive a observação da sociedade humana sobre o espaço.

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