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I.

Ministério

As palavras ministro e ministério correspondem ao grego diácono (servidor),


diaconia (serviço).
Ministério (do latim ministerium) significa “oficio próprio dos servos”,
“função servil”, “serviço”.
É um termo que deve ser reservado para aqueles serviços ou funções eclesiais
mais importantes, exercidos de modo mais instável e reconhecidos oficialmente como
tais:
 através de uma ordenação – ministérios ordenados:
- bispo, presbítero e diácono – cuja ordenação é de caráter permanente e
definitiva, ou seja, para a vida toda..

 através de uma instituição – ministérios instituídos (não-ordenados), cuja


instituição e mandato são de caráter temporário, ou seja, determinado e não
permanente (Cân. 230 § 2 e § 3):
- Leitores (relacionados à Palavra de Deus);
- Ministros da Palavra (também relacionados à Palavra de Deus);
- Acólitos (ligados ao serviço da Eucaristia e à promoção da caridade);
- Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (também ligados ao
Serviço da Eucaristia);
- Ministros do Batismo;
- Ministros da Assistência ao Matrimônio;
- Ministros das Exéquias;

Os demais serviços e outras funções eclesiais não devem ser chamados de


ministérios, porque não necessitam de uma ordenação, instituição ou designação para
testemunharem a fé no mundo.
Assim, todo ministério eclesial é um serviço prestado à comunidade, mas nem
todo serviço exercido na comunidade constitui, necessariamente, um ministério.
Portanto, evangelizar, catequizar, testemunhar, cantar, dirigir, coordenar... não
são ministérios, mas maneiras diferentes de assumir e exercer o Ministério da Igreja,
na busca de gerar a vida nova do Reino no meio do povo e dentro da comunidade.

È bom lembrar que até o Concílio Vaticano II (1962-1965), bispos, padres e


diáconos, concentravam, na prática, todo ministério de Cristo na Igreja. Os leigos só
podiam pedir e receber os sacramentos.
Contudo, no começo da Igreja não era assim:

- todos os cristãos assumiam serviços e ministérios na Igreja;


- toda a Igreja era servidora e ministerial, ou seja, era unida, ativa e
participante,
- e tinha voz assídua aos ensinamentos dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à
fração do pão e às orações, a ponto de serem um só coração e uma só alma.

São Paulo manifesta esta unidade de vida e de espírito, bem como a diversidade
de funções fazendo uma comparação com o corpo, onde cada um dos membros tem
funções diferentes, mas colabora para a harmonia de todo o organismo: 1Cor 12, 27-
28).
A unidade fundamental da Igreja não impedia a diversidade de ministérios e
funções.
Procurando conservar a unidade de Espírito, a Igreja respeitava a diversidade de
carismas, segundo a graça dada a cada um.

Os fiéis eram co-responsáveis na missão: 1Pedro 4,10; Efésios 4,11-12;


Romanos 16,1-16 (até as mulheres tomam parte na missão). O apóstolo Paulo elogia
muitas delas: Febe, Priscila, Maria, Trifena, Trifosa, Perside, Júlia...)
O fiéis participam da escolha dos ministros: Atos 6,3-6; Atos1,23-26;1Cor16,2-
3.
A necessidade faz nascer novos ministérios e serviços permanentes,
temporários e provisórios (1Cor 12,4-11).

Com o CONCÍLIO VATICANO II vem a restauração:

- a função da mulher na Igreja começa a se definir mais positivamente.

- abre-se espaço para a mulher na vida ministerial da Igreja.

- os novos ministérios vão surgindo – abre-se espaço para a participação ativa


e frutuosa dos leigos.

- dentro deste espírito, aparece o diaconato permanente e as ordens menores


são reestruturadas, dando lugar aos ministérios instituídos e designados ( de
caráter determinado, temporário e provisório).

- O Concílio retoma a dimensão de serviço como vocação de todo o povo de


Deus.

- e a partir desta visão, é possível criar, novamente, espaço para outros


ministérios permanentes e temporários na Igreja.

1. 1. Como surgiram?

Todo ministério eclesial tem o seu fundamento e o seu sentido no ministério de


Cristo, Verbo de Deus feito carne, Cabeça do Corpo que é a Igreja (Ef 4,15), que
assumiu a condição de servo (Fl 2,6-7) e lavou os pés dos discípulos (Jo 13,3).
Ele que veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida (Mt20,28),
ensinou que aquele que deseja ser o maior seja o servo de todos (Mc 10, 42-44) e
enviou os seus discípulos para anunciar a Boa Nova da salvação (16, 15), como sinal
permanente do seu amor para com os homens.
Cristo, enviado do Pai, realizou sua missão profética com autoridade e confiou
aos doze a continuidade desta missão (Mt 24,14).
Os Apóstolos se tornaram, pois, ministros da Palavra (Lc 1,2) e, conduzidos pelo
Espírito Santo (Jo 1613), não cessaram de testemunhar a presença do Reino de Deus (At
2,36).
Esse ministério, para o qual a Igreja é chamada, não constitui um privilégio,
mas, acima de tudo, é um serviço a humanidade. A Igreja deve compartilhar das
alegrias e esperanças, das tristezas e angústias dos homens e das mulheres (GS 1).
Perita em humanidade e Sacramento de Comunhão, a Igreja se mostra
incansável na busca das ovelhas dispersas (Jo 10,15), de modo particular os mais
pobres e necessitados, buscando reunir todos os homens em torno de Cristo, o Bom
Pastor.

II. Hoje

Deve haver maior diversificação dos ministros e ministérios.


Não se deve concentrar tudo nas mãos de poucos.
Ao contrário, deve-se haver uma maior distribuição dos serviços e tarefas da
Igreja entre todos – para que toda a Igreja seja servidora.
Conforme os dons pessoais de cada um, somos convidados a assumir a vida de
serviço à qual fomos chamados no Batismo.

Somos chamados a ser:


Profetas (martiria): desenvolvendo o ministério da Palavra, o anúncio da fé, o
ensino da doutrina – e manifestando, por atos e palavras, o poder libertador de Deus.
Sacerdotes (koinonia, comunhão): Celebrando o Culto e os Sacramentos,
conduzindo todas as coisas a Deus, e edificando e construindo a comunidade fraterna,
cujo centro é a Eucaristia.
Pastores (diaconia, serviço): levando a pastoral e o ministério a ser um serviço
desinteressado, para edificação dos homens na justiça, no respeito e na fraternidade.

Portanto, assumir ministérios é vocação dos leigos. Isso não tira nem diminui a
missão do Bispo, do Padre, do Diácono. Todos são necessários à comunidade.
É preciso, pois, que a comunidade se coloque a escuta do Espírito, atenta a
descobrir os carismas e os dons, valorizando as pessoas que têm “qualidade” para servir.
É preciso conscientizar a cada pessoa, a respeito de suas responsabilidades para
com o serviço do Evangelho.

2. 1. Ministérios ordenados e não-ordenados

Os ministérios existentes na Igreja são todos uma participação no mesmo


ministério de Jesus Cristo (1Cor 12,28; Ef 4,7.11-13). Na Igreja encontramos em
primeiro lugar, os ministérios ordenados, isto é, aqueles que derivam do sacramento
da Ordem: exprimem e realizam uma participação no sacerdócio de Jesus Cristo que
diferencia, não só em grau, mas também em essência, da participação dada no Batismo
e na Confirmação de todos os fiéis.
O sacerdócio ministerial está, contudo, essencialmente orientado para a plena
realização do sacerdócio comum dos fiéis:

“O Senhor Jesus, com efeito, escolheu e instituiu os apóstolos, semente do povo


da nova Aliança e origem da sagrada Hierarquia, com o mandato de fazer
discípulos todas as gentes (Mt 28,19), de formar e guiar o povo sacerdotal. A
missão dos apóstolos, que o Senhor Jesus continua a conferir aos pastores
(bispos, presbíteros e diáconos) do seu povo, é um verdadeiro serviço, que a
Sagrada Escritura significativamente denomina diaconia, isto é, serviço,
ministério. Os ministros recebem de Cristo Ressuscitado o carisma do Espírito
Santo, na ininterrupta sucessão apostólica, através do sacramento da Ordem;
dele recebem a autoridade e o poder sagrado para servirem a Igreja, agindo in
persona Christis (na pessoa de Cristo Cabeça) e reuni-la no Espírito Santo por
meio do Evangelho e dos Sacramentos” (CL 22).
“Por isso, a fim de assegurar e aumentar a comunhão na Igreja, em especial no
âmbito dos diversos e complementares ministérios, os pastores devem
reconhecer que o seu ministério é radicalmente ordenado para o serviço de todo
o povo de Deus (Hb 5,1)” (CL 22).

Na exortação apostólica sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no


mundo ( Christifideles Laici –– 30/12/88) João Paulo II afirma que a missão da Igreja
no mundo se realiza não só pelos ministérios ordenados, mas também pelos fiéis
leigos, através de ofícios, funções e ministérios não-ordenados que têm o seu
fundamento sacramental no Batismo e na Confirmação, bem como, para muitos deles,
no Matrimônio.
Esses ministérios não-ordenados têm uma identidade própria dentro da
ministerialidade global da Igreja. Isso significa que não devem ser vistos como
“funções de suplência” em “situações de emergência”, por “falta de ministros
ordenados” ou por mera necessidade, mas como funções que mantêm seu sentido
próprio em comunhão com os ministérios ordenados, no contexto ministerial da
Igreja:

“Em virtude da comum dignidade batismal, o fiel leigo é co-responsável,


juntamente com os ministros ordenados e com os religiosos e as religiosas, pela
missão da Igreja... Os fiéis leigos são chamados por Deus para que aí, no
mundo secular, exercendo o seu próprio ofício, inspirados pelo espirito
evangélico, concorram para a santificação do mundo (não fugindo das
realidades e desafios, mas assumindo-os e comprometendo-se com eles) a
partir de dentro, como fermento, e desse modo, manifestem Cristo aos outros,
antes de mais nada pelo testemunho da própria vida, pela mediação de sua fé,
esperança e caridade” (CL 15-17).

III. Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística (MECE)

O MECE é chamado a ser sinal de união, comunhão e de fraternidade - sua


missão é ser elo de união entre os membros da comunidade.
A comunhão (união) é importantíssima, necessária e fundamental para o
crescimento da comunidade e o fortalecimento da vida fraterna.
Nas primeiras comunidades os cristãos eram unidos e tinham tudo em comum,
louvavam a Deus e cativavam a simpatia de todo o povo. E cada dia o Senhor lhes
ajuntava outros, que estavam no caminho da salvação (At 2,44-47).
Será que é assim que acontece em nossas comunidades?
Muitas vezes encontramos testemunhos pessoais e individuais de vida
evangélica, mas falta o testemunho comunitário.
Ser unido, estar em comunhão é diferente de ser igual, ser uniforme.
É preciso respeitar as diferenças de cada um, mas todos devem se empenhar na
busca da comunhão.
Há diversidade de dons, mas um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só
batismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e
permanece em todos.
“Sejam um como o Pai e Eu somos um...” ( Jo 17,20-23).

IV. Qualidades e requisitos para ser MECE

Para o bom desempenho desse importante ministério, exigi-se que:

- Para o bem da comunidade, o candidato seja escolhido ou indicado pela


própria comunidade e aprovado pelo Pároco. (Conf. Cân. 228, § 1) Ou seja,
escolhido pelo Pároco, entre os agentes leigos mais aceitos pela
Comunidade (embora nem tudo que se refere a comunidade deve ser tratado
por todos, é importante que a escolha e eleição dos novos MECEs tenham a
participação da comunidade).

- O candidato deve ser uma pessoa equilibrada psíquica, emocional e


espiritualmente; que tenha um bom relacionamento; que tenha espírito
cooperativo; e boa reputação cristã.

 Ou seja, deve ser uma pessoa idônea, que tenha uma boa vivência cristã,
religiosa, familiar, social e profissionalmente, de tal forma que a
recomende aos olhos da comunidade

- Pessoa que tenha espirito comunitário comprovado pela assídua


participação nas Missas e outras atividades comunitárias, pelo serviço aos
irmãos e pela promoção humana.

 o testemunho de vida é sumamente importante como critério a ser observado


na seleção dos ministros. Pois, o sinal “pessoa”, é mais contundente que as
palavras que a própria pessoa profere.
 Se de uma parte ninguém é perfeito, de outra é preciso cuidar na escolha
dos ministros.

- Se for casado, deve ter boa vivência conjugal (vivência conjugal cristã) e
contar com o apoio e o consentimento de seus familiares para estar
disponível e se dedicar ao ministério.

- Deve participar ativamente, de um modo ou de outro, da vida da


comunidade e estar de acordo com os ensinamentos da Igreja, tendo
profundo amor pela doutrina cristã e gosto pelas coisas de Deus. (Conf.
Cân. 229, §§ 1, 2 e 3)

- Ser pessoa de sólida fé em Jesus Cristo Eucarístico, ou seja, de vida


eucarística, e de profundo amor pela Eucaristia.
- Que tenha disponibilidade de participar do curso inicial de formação, e se
comprometa a continuar a sua formação nas atividades programadas em
sua Paróquia ou Diocese. (Conf. Cân. 231, § 1)

 Observações para este item:


> Antes de ser admitido no exercício de seu ministério, o candidato precisa ser
cuidadosamente instruído em tudo o que diz respeito ao Ministério
Extraordinário da Comunhão Eucarística.

> É obrigatória a participação no Curso de Formação para os Novos


Ministros, oferecido pela Diocese, bem como no encontro anual – (Retiro ou
Reciclagem) – organizado pela respectiva Região Episcopal, para os que já
estiverem recebido o Mandato.

> Da mesma forma deverão participação de todas as reuniões de formação e


organização do trabalho dos MECEs promovidas pela Paróquia.

- O MECE deve ser uma pessoa que busque conhecer e viver a Palavra de
Deus, tenha desejo e possibilidade de crescer na fé e de aperfeiçoar seus
conhecimentos, buscando uma formação suficiente para exercer o
ministério eucarístico.

- Deve ser uma pessoa com espírito de liderança que seja capaz de exercer
uma influência positiva na formação e unidade da comunidade – tendo
um bom relacionamento e profunda amizade com o padre.

- Portanto, não ser pessoa que semeie a hipocrisia, a discórdia, a fofoca ou a


divisão na comunidade.

- Ser alguém que reuna as principais qualidades de um líder: o diálogo; a


compreensão; a paciência; o carinho; a humildade; o equilíbrio; a abertura; a
grandeza de alma; a capacidade de síntese; a capacidade de acolhida; a
criatividade; a capacidade de decisão; o otimismo sadio; a capacidade de
superação dos problemas...; etc.

- Que tenha idade mínima de 21 anos, e de preferência casado ou casada.


Lembrando, é claro, que neste requisito, por razões pastorais, após prudente
juízo, o Pároco poderá proceder de outra forma.

- Que o seu SIM seja totalmente livre e consciente, sabendo que quem lhe
chama para tal ministério é Deus, o próprio Cristo.

Obs.:
 O Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística não é vitalício
(permanente, para a vida toda), e sim por tempo determinado.
 Em relação ao MANDATO, a faculdade para exercer o Ministério
Extraordinário da Comunhão Eucarística é concedida por UM ANO, sendo
possível ser revogada ou suspensa, quando houver razões válidas para tanto.
 A renovação pública do mandato (todo ano) pode ser feita pelo próprio
Pároco, em ocasiões especiais do Ano Litúrgico que julga mais adequadas,
favorecendo a participação da Comunidade.

2. 4. O que fazem os MECEs?


- A tarefa específica do MECE consiste em distribuir a Sagrada Comunhão
Eucarística nas Missas onde houver grande número de comungantes, bem
como em levar a Sagrada Eucaristia às pessoas impossibilitadas de
participar da Santa Missa (doentes e idosos...) em virtude de enfermidades e
outras situações ou circunstâncias previstas pelo Código do Direto
Canônico (Conf. Cânons 230, §§ 2 e 3; 918; e 911, § 2)

- Também deverá distribuir a Comunhão a si e aos outros fiéis nos cultos por
ele presididos - a saber, dentro das Celebrações da Palavra. ( Conf.
Cânons 759;. 766; 767; 774)

 Lembrando que a possibilidade dada aqui aos leigos é de uma verdadeira


pregação, ou seja, do anúncio oficial da Palavra de Deus. Mas a homilia, no
sentido estrito (pronunciada durante a ação propriamente litúrgica, porque
própria da liturgia) continua reservada ao padre e ao diácono.

- Poderá, também com a devida autorização do Pároco, expor e repor o


Santíssimo Sacramento nas adorações, vigílias e horas santas,
( de preferência no cibório ou âmbula) não lhe sendo permitido dar a
Bênção do Santíssimo, que é própria do bispo, padre ou diácono (Cân. 943).

- Cuidar dos enfermos e dos idosos (nas casas, asilos, instituições de saúde,
etc. ), visitando, confortando, levando a Palavra de Deus e preparando-os
para receber a Sagrada Comunhão (e demais sacramentos se ainda não
tiverem recebido) e para aceitar santamente o momento da morte. (Conf.
Cân. 771)

 É importante também, notificar à comunidade o nome dos doentes e,


partilhar a alegria quando estes recuperam a saúde.

- Fazer as orações junto aos agonizantes, levando-lhes o Viático (se em


condições – “consciência” – para tal), sem dar a Unção dos Enfermos, a
qual é reservada unicamente ao bispo e ao padre.

- Dar bênçãos facultativas também aos leigos – especialmente aos doentes e


aos idosos – segundo o novo Ritual de Bênçãos próprio para ministros
leigos.(Conf. Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 79; e Cân. 1168)

 o Ritual de Bênçãos para ministros leigos também deverá ser objeto de uso e
instrumento de trabalho de todos os MECEs.

- É responsável, também, pelas orações nos velórios e encomendações dos


mortos - celebração das exéquias – na ausência do Padre e do diácono.
(Conf. Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 79; e Cân. 1168)

 Também, muito importante, é ter disposição para rezar com as famílias no


cemitério e acompanhá-las com orações em suas casas durante
especialmente nos seis primeiros dias que precedem a santa missa de sétimo
dia.
- Também poderá administrar o Sacramento do Batismo (em risco de morte)
na ausência ou falta do Padre, do diácono ou do Ministro Extraordinário do
Batismo. (Conf. Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 79; e Cân. 1168)

 conduzindo é claro, em caso de recuperação da saúde, a criança ou a pessoa


para confirmar e registrar canonicamente o sacramento na Igreja.

- Por fim, é responsável pela formação eucarística da comunidade.

 Daí, a necessidade de conhecer e interessar-se pelas pessoas e pela


comunidade, sua história, suas necessidades e seus problemas.

Obs.:
 Ao administrar a Sagrada Eucaristia, o MECE deve apresentar-se interna e
externamente de modo condizente com a dignidade do Ministério que exerce.
Seu TRAJE (ÓPA) deve ser próprio, a fim de ser sinal do Ministério
Extraordinário da Comunhão Eucarística tanto dentro como fora da
Missa. Seguirá o modelo padronizado pela Diocese ou pela Paróquia.
Fica excluso o uso da túnica como veste própria do Ministro. Deve-se evitar
a clericalização.

V. Questões práticas para os MECEs dentro da Santa Missa

- Lembrando, os MECEs tocam o que há de mais precioso na Igreja: o


Santíssimo Corpo Sacramental de Cristo. Conscientes de que, na Hóstia
Consagrada, temos a presença sacramental e permanente do Corpo de Cristo,
prestam-lhe reverência e adoração que só são devidas a Deus.

- Todos os MECEs devem saber que este ministério é um serviço e não uma
honra, recompensa ou privilégio – e que para exercê-lo é preciso ter saúde.

- Que seu modo digno de atuar neste ministério torna-se uma verdadeira
catequese, um testemunho de fé para todas as pessoas que participam da Ceia
do Senhor.

5. 1. Antes da Celebração:

- Evitar chegar em cima da hora.

- Tudo deve ser combinado e preparado antes do início da Celebração, para


que tudo corra bem e não haja recadinhos e conversinhas durante a
Celebração.
- Os MECEs previamente escalados, precisam combinar com antecedência
quem distribuirá a Santa Comunhão e como se dará tal distribuição.

- Verificar se as luzes e as velas estão devidamente acesas; abrir portas e


janelas para garantir a ventilação; e verificar se o sistema de som está “OK”,
isto é, regulado e funcionando adequadamente.
- Verificar se há assentos suficientes para todos (os MECEs), e se sobre eles
estão os folhetos da Missa e do canto. Pois todos deverão entrar com as
mãos livres.

5. 2. Da sacristia ao Altar:

- Se paramentar com antecedência e não ficar esperando o Padre se


paramentar.

- Momentos de recolhimento (silêncio) e oração, antes de entrar para a


Celebração: sentir-se convocado para servir a comunidade, com humildade e
alegria.

- Organizar a procissão de entrada e não ficar esperando o Padre pedir que


se preparem para a procissão de entrada. Tenhamos o discernimento, a
maturidade e a responsabilidade neste momento. Do contrário podemos
deixar o padre irritado, nervoso e se desconcentrado espiritual e
psicologicamente.

- Não havendo coroinhas nem acólitos, 2 MECEs devem estar devidamente


designado a auxiliar o Padre no serviço do Altar.

- Durante a procissão de entrada, ao chegar diante do Altar, no caso de haver o


Santíssimo centralizado, faz-se a genuflexão. Caso contrário (se houver
capela do Santíssimo), presta-se reverência – inclinação ou vênia – ao Altar
e à Cruz.

- Logo em seguida a reverência, os MECEs vão diretamente para seus


devidos lugares. O Padre é o último a prestar reverência.

- Quando o Padre subir o presbitério e for dar o “Ósculo Santo” o beijo santo
no Altar, todos os MECEs devem prestar reverência, ou seja, fazer
simultaneamente a vênia com ele.

- Se, na procissão de entrada, alguém estiver indo à frente com a Cruz, este
alguém não presta reverência nem apresenta a Cruz para o povo. Ao
contrário, sem parar, passa direto e coloca-a em seu devido lugar.

- Durante a Celebração, evitar ficar passando de um lado para o outro.

- Onde houver capela do Santíssimo, os MECEs sentam-se ao lado da capela


do Santíssimo.

- Da mesma forma, os leitores e os salmistas deverão sentar-se do lado da


Mesa da Palavra, nos primeiros bancos. Isso para, também, não ficarem
movimentando de um lado para outro. E tirando a atenção ou concentração
dos fiéis.
5. 3. Oração da Coleta:

- Depois do convite do Presidente: “Oremos” - recolher-se em silêncio,


procurando colocar as suas intenções e das pessoas que pediram orações
(lembrando, no silêncio do coração, os enfermos e os idosos por você
visitados e acompanhados).

5. 4. Durante a Liturgia da Palavra:

- Procurar ouvir com atenção a Leituras e o Santo Evangelho (se possível sem
folheto). A Palavra é para ser ouvida. Assim, a atenção na escuta daquele
que a proclama é fundamental. Os MECEs devem ser exemplo de escuta e
acolhimento da Palavra de Deus.

- Durante a homilia, ninguém deve abandonar a Igreja, nem conversar ou


combinar nada com o companheiro(a). Toda movimentação e ruído
prejudicam o recolhimento e a participação da assembléia – e deixa o Padre
irritado.

5. 5. Preparação da Mesa Eucarística:

- Na preparação da Mesa Eucarística a primeira coisa a ser feita é abrir o


Corporal. É preferível que se substitua os corporais pequenos por um
corporal grande.

- Dispor de maneira artística as Âmbulas. Elas deverão estar diante dos olhos
do Presidente e não ao lado – fazer o mesmo com “os Cálices”, se houver
comunhão nas duas espécies.

- Cuidar para que as Âmbulas e os Cálices não sejam colocados fora do


Corporal – o pão e o vinho só serão consagrados se estiverem sobre o
Corporal.

- Uma gota de água deve ser misturada ao vinho (somente uma gotinha, não
mais que isso) – para lembrar a participação de toda a assembléia no mistério
de Cristo.

5. 6. Distribuição da Sagrada Comunhão Eucarística:

- O Rito da Comunhão Eucarística começa com a oração do Pai Nosso, da


qual todos os MECEs deverão participar.

- O MECE deve participar da celebração toda (completa) e não apenas do


momento da distribuição da Eucaristia.

- Se caso estiver escalado e chegar atrasado seja delicado, não precisa


imediatamente se juntar aos outros, em seus lugares, espere um pouco mais e
no momento apropriado do rito da comunhão entre discretamente em cena
se unindo aos outros.
- O MECE esteja devidamente vestido, por sobre a roupa, com – a ÓPA ou
JALECO, segundo o costume ou normas da Diocese e da Paróquia.

- Durante o Cordeiro de Deus (e não durante o Abraço da Paz), os MECEs


purificam as mãos. É importante que os MECEs participem do Abraço da
Paz e que o gesto da purificação das mãos seja visto pela assembléia.

- Para a distribuição, a Comunhão deve vir do Altar e não do Tabernáculo ou


Sacrário. Deve-se providenciar um número suficiente de Âmbulas para que
todos os fiéis comunguem, com Hóstias consagradas na própria Missa que
se celebra, buscando fazer com que a sobra seja a mínima possível. O
Sacrário não deve se tornar depósito do Corpo do Senhor. (Cân. 939)

- Os fiéis devem ser incentivados a comungar nas mãos, dando-lhes uma


adequada catequese: Eucaristia é alimento... A Comunhão nas mãos é
sempre a mais digna. Ela revela a condição do cristão adulto na fé e segue o
costume mais antigo da Igreja. A mão esquerda apoiada na mão direita se
torna o trono do Senhor.

- Em caso de Comunhão sob as duas espécies ( que manifesta de modo mais


perfeito o sinal do Banquete Eucarístico): providenciar um corporal grande,
a ser segurado por dois coroinhas (ou por duas outras pessoas de acordo
com a orientação do Pároco). Isto para evitar que o Santíssimo Corpo e o
Preciosíssimo Sangue do Senhor caia sobre o pavimento.

- Os fiéis devem ser orientados a tomarem o máximo cuidado no caso deles


mesmos fazerem a imersão do Santíssimo Corpo no Preciosíssimo Sangue do
Senhor, evitando que um ou ambos se espalhem.

- Os MECEs entregam a Hóstia Consagrada ao fiel, depositando-a na mão do


mesmo e dizendo “O Corpo e Sangue de Cristo” . Este por sua vez
responde “Amém”, toma-o na mão e imerge-o no preciosíssimo Sangue do
Senhor.

Obs.:
 Por causa da dificuldade e riscos, é preferível que o próprio MECE faça a
imersão e administre a comunhão ao fiel.

- Os MECEs devem garantir que o fiel comungue em sua frente. Por isso,
nunca permitir que ele saia com a Hóstia Consagrada na mão, comungue
andando, coloque-a no bolço ou leve-a para consumir no banco ou em casa.

- Se acabarem as Hóstias Consagradas durante a distribuição, evitar pegar


do outro MECE. Não é bom correr riscos.... Para isso, divida bem e
adequadamente, com antecedência, as partículas de acordo com o número de
Âmbulas e de fiéis. Durante a refeição não é hora de ficar tirando a comida
do prato do outro – é feio e é falta de educação.
- Tomar cuidado para nunca misturar Hóstias Consagradas com partículas
não-consagradas. E jamais usar Âmbulas não-purificadas para colocar
partículas não-consagradas.

- Quando se está com o Santíssimo Sacramento nas mãos, o MECE nunca se


faz reverência ao Altar, ao Tabernáculo, à Cruz ou ao Presidente da
Celebração.

- Nunca se deve portar, levar ou tomar coisas ou objetos nas mãos quando se
está transportando o Santíssimo Sacramento. Ele sempre terá absoluta
precedência.

- Quem dá a Comunhão não deve se preocupar com as abluções (serviços) do


Presidente. Essa tarefa é do coroinha, acólito ou outro MECE.

Obs.:
 Quando, ao distribuir a comunhão, cair alguma partícula no chão, o MECE
deve conduzi-la ao Altar, colocando-a sobre o Corporal - ou levá-la
diretamente ao purificatório, que geralmente fica na Capela do Santíssimo).
Em último caso, o MECE deve consultar o Pároco que lhe dará a necessária
orientação.

5. 7. Ao Abraço da Paz:

- É preferível que os MECEs participem do abraço da paz. Contudo, é


aconselhável que permaneçam em seus próprios lugares e somente
cumprimente aqueles que estiverem ao seu lado e discretamente saiam para
purificar as mãos na Credência – durante o Cordeiro.

- Após a Comunhão Eucarística: levar as Âmbulas imediatamente para a


capela do Santíssimo (para o altar de purificação), onde serão purificadas e
as partículas consagradas que sobrarem depositadas no Sacrário.(Conf.
IGMR, nn.237 e 238)

Obs.:
 Para serem purificadas, as Âmbulas vazias devem ser dispostas sobre o
Corporal aberto (no altar de purificação) e nunca fora dele e devidamente
purificadas
 Não havendo altar de purificação nem credência, as âmbulas devem ser
purificadas no próprio Altar Principal.
 Lembrando que antes e depois da purificação das âmbulas é preciso
purificar os dedos.
 A purificação das Âmbulas deve ser feita em profundo silêncio.
 A água da purificação deverá ser tomada ou lançada na pia ou piscina
batismal, nunca em qualquer lugar e de qualquer jeito.
 Lembrando que depois de usadas e antes de serem purificadas, as âmbulas
devem ser mantidas sobre o corporal e nunca fora dele.
- Uma vez colocada a Âmbula dentro do Sacrário, antes de fechar a porta à
chave, prestar reverência (fazer a Genuflexão) ao Santíssimo Sacramento e
em seguida sair silenciosamente.

- Os MECEs, em silêncio, se dirigem aos seus lugares, sempre percorrendo o


caminho mais curto.

5. 8. Procissão de Saída:

A saída também deve ser bem ordenada e não tumultuada. É sempre mantida a
mesma ordem de entrada. Atenção! Atentos para não atrasarem a procissão de
saída.

VI. Distribuição da Eucaristia fora da Santa Missa (Conf. Cân. 918)

- O MECE deve, antes de levar a Eucaristia a um doente, fazer-lhe uma visita


para saber se o mesmo tem as devidas disposições para recebê-la. Se o
doente for membro ativo da comunidade, esta visita pode ser dispensada.
Quando necessário, entrar em contato com o Padre e providenciar
primeiramente sua Confissão.

- O Ministro extraordinário da Comunhão Eucarística deverá obter a


permissão do Pároco para distribuir a comunhão a cada enfermo ou pessoa
impossibilitada de participar da Missa, que a solicitar.
- Quem leva a Eucaristia aos doentes deve levar, com a Eucaristia, muita
alegria e muito carinho. Dos gestos às palavras, tudo deve transmitir amor.
(Conf. Cân. 1171)

- Para levar a Sarada Comunhão aos enfermos, deve usar traje digno,
conforme orientação acima. Muito cuidado com a profanação do sagrado.

- As Hóstias serão levadas na “teca”, guardada em “bolsa” apropriada


(chamada bolsa do viático).

- Durante o trajeto conservar uma atitude de respeito e oração e evitar


encontros e conversas fúteis e inconvenientes. Ao encontrar outras pessoas,
trata-las com simplicidade e espírito fraterno, sem prolongar o papo.

- A não ser no caso de atendimento aos doentes em “estado grave”, a entrega


da eucaristia deve ser precedida da leitura de pelo menos um texto breve da
Palavra de Deus (ver rito próprio).

- A celebração da entrega da Eucaristia ao doente deve ser breve tendo em


vista a situação ou estado em que ele mesmo se encontra.

- Durante a cerimônia, a teca deve ser colocada sobre o Corporal. Deve-se


ter a presença de um crucifixo, uma velinha acesa, um sangüíneo e um
recipiente com água para a purificação dos dedos e da teca.

- As espécies consagradas ao MECE para a comunhão fora da missa são de


sua inteira responsabilidade, não lhe sendo permitido conservá-las em casa
(Conf. Cân. 935), nem confiá-las à outra pessoa não autorizada.

- Ao distribuir a Sagrada Comunhão, se a partícula vier a cair no chão, seja


recolhida com reverência e guardada no corporal para depois se conduzida
ao purificatório. (Conf. IGMR, n. 239)

- Se o enfermo não puder comungar a partícula inteira, o MECE deverá


fracioná-la e, (se necessário, somente se necessário, em casos especiais),
servi-la numa colher com água.

- A teca, sempre que usada, deverá ser imediatamente purificada.. Vigiar


para que os pequenos fragmentos do Corpo do Senhor não se percam. A
água usada para purifica-la deverá ser imediatamente consumida pelo
MECE. Para enxugá-la, deve ser usado o sangüíneo.

- A água em que o MECE purificar os dedos (após a distribuição da Sagrada


Comunhão) deverá ser jogada ao pé de uma planta. (Para evitar o
indesejável, evitar jogá-la em qualquer lugar).

- O sangüíneo e o corporal deverão ser lavados somente pelos MECEs ou


outra pessoa devidamente orientada e autorizada para tal, tendo o cuidado
para que ambos sejam mantidos por alguns minutos em água limpa para que
os fragmentos e os resíduos do Corpo e Sangue do Senhor possam ser
devidamente descaracterizados. Esta primeira água seja cuidadosamente
consumida conforme a orientação acima. Em seguida lavar as peças
normalmente (preferencialmente com água e sabão neutro).

- Sobre o jejum eucarístico: “Quem vai receber a Santíssima Eucaristia


abstenha-se de qualquer comida ou bebida, excetuando-se somente água ou
remédio, no espaço de ao menos uma hora antes da Sagrada Comunhão”. As
“pessoas idosas e os doentes, bem como as que cuidam delas, podem receber
a Santíssima Eucaristia mesmo que tenham tomado alguma coisa na hora que
a antecede” (Cân. 919, § 3).

- Sobre a Comunhão duas vezes no mesmo dia: “Quem já recebeu a


Santíssima Eucaristia pode recebê-la novamente no mesmo dia, somente
dentro da celebração eucarística em que participa (Conf. Cân. 917), salva
prescrição do (Cân. 921, §§ 1, 2 e 3): mesmo que já tenha comungado neste
dia, recomenda-se vivamente que comunguem de novo aqueles que vierem a
ficar em perigo de morte. Persistindo o perigo de morte, recomenda-se que
seja administrada a eles a sagrada comunhão mais vezes em dias diferentes.

- Se sobrarem muitas partículas das que foram levadas para os doentes, o


MECE deverá devolvê-las a Igreja. Cuidar para que sejam em quantidade
rigorosamente necessária.

- Cessando a impossibilidade da participação do doente na comunhão dentro


da Missa com o povo, o MECE deverá comunicar ao Pároco e suspender a
Comunhão ao doente.

- A Comunhão fora da Missa é somente para quem não pode ir à Missa por
razão de saúde ou ancianidade, especialmente os doentes acamados e os
idosos incapacitados de caminhar e outros casos que analisados tenha
justificação grave.

VII. Respeito e reverência para com a Eucaristia:

Ao abrir e fechar o Sacrário; ao transportar o Santíssimo; e ao fazer a


purificação de âmbulas e cálices

- cuidar atentamente para que o pão e o vinho destinados à Eucaristia sejam


conservados em perfeito estado: o vinho não esteja azedo nem a hóstia
estragada
- diante do Santíssimo Corpo e Preciosíssimo Sangue do Senhor, conservar
sempre o respeito, a atenção, a concentração, o espírito de oração e
adoração
 ajoelhar-se diante do Santíssimo Sacramento durante sua Exposição e a
Consagração é fundamental e indispensável (exceto para os que por motivo
justo não puderem)
- antes de abrir o sacrário para retirar o Santíssimo, não esquecer da
purificação dos dedos ou das mãos
- após a abertura do Sacrário, antes de retirar Santíssimo, não esquecer de
fazer a genuflexão
- ao transportar o Santíssimo, conduzi-lo sempre em procissão (a menos que
não dê ou não convenha), conservando-o sempre na altura do peito e
mantendo a concentração
- ao chegar ao altar, colocá-lo carinhosamente sobre o corporal e nunca fora
dele
- em seguida afasta-se calma e discretamente numa postura de oração e
adoração
- ao receber a Eucaristia, olhar com firmeza para o sacerdote respondendo
“Amém”
 não se faz o sinal da crua após a comunhão eucarística
- ao administrar a Comunhão aos fiéis, cuidar para que nada lhe tire a
concentração, lembrando que a âmbula deverá ser mantida sempre na altura
do seu peito e ao alcance dos seus olhos
- para evitar qualquer transtorno ou movimento indesejado no momento da
distribuição da Eucaristia, cuidar para que as Hóstias Consagradas sejam
bem distribuídas entre as âmbula já no altar
- ao distribuir a Eucaristia tomar consciência dos gestos essenciais e fazê-los
com muita calma e tranqüilidade: olhar para o Corpo do Senhor; tomá-lo
calmamente na mão; olhar para os olhos do fiel; e dizer: “O Corpo de
Cristo” – ao que ele responderá: “Amém”
- durante a distribuição se alguma partícula vir a cair no chão, tomá-la com
delicadeza e cuidado e conduzi-la para o purificatório
- acabando a comunhão, as Hóstias Consagradas que sobrarem devem ser
imediatamente conduzidas ao Tabernáculo onde serão depositadas
- os MECEs em profundo silêncio e espírito de oração fazem a purificação das
âmbulas e do cálice no altar de purificação
- todos purificam as mãos na credência e retornam discreta e silenciosamente
para seus devidos lugares

Obs.:
- nunca se deve misturar Partículas Consagradas com partículas não
consagradas, nem usar âmbulas contaminadas com o Santíssimo Corpo do
Senhor para por hóstias não consagradas
- para hóstias não consagradas usar sempre âmbulas purificadas
- nunca se deve passar com o Santíssimo diante do altar e fazer a vênia ou
genuflexão

VIII. Espiritualidade dos MECEs

Por Espiritualidade se entende o modo de ser, pensar, viver e agir como


cristão.
A espiritualidade própria do Ministro Extraordinário está vinculada ao serviço
da Eucaristia
O Ministro leva o Pão Eucarístico aos irmãos e compromete-se com sua vida,
de modo especial com os mais pobres, os enfermos, os idosos.

Como fermento de fraternidade:


- cultivará o espírito comunitário;
- o dom de si mesmo;
- a vivência eucarística,
- procurando ser luz e fermento do Evangelho na família e na sociedade
- anunciará o Reino de Deus
- e denunciará o que se opõe a vida de fé e de fraternidade.

Faz parte também da espiritualidade do Ministro Extraordinário:


- sua constante formação no conhecimento da fé,
- no estudo da Liturgia
- e nos métodos de trabalho.

E, finalmente, ele é ministro, isto é, servidor.


Portanto, não é chefe, e muito menos dominador. Ele se inspira sempre no
programa de Jesus: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir...”
(Mt 20,28).
Para uma adequada espiritualidade, o ministro da Eucaristia precisa ter uma
clara consciência de sua condição laical, isto é, é um leigo, ao qual foi confiado um
serviço extraordinário.
Puebla (789) recorda, citando a “Evangelii Nuntiandi” (73), que “é no mundo
que o leigo encontra seu campo específico de ação”:
- pelo seu testemunho de vida,
- por sua palavra oportuna
- e por sua ação concreta”.

Portanto, a espiritualidade do MECE tem como dimensões essenciais:

- não fugir das realidades temporais para buscar a Deus, mas perseverar,
presente e ativo, no meio delas, e ali encontrar o Senhor.

- Dar para sua presença e atividade, uma inspiração de fé e um sentido de


caridade cristã.

- buscar renovar sua identidade cristã:

 no contato com a Palavra de Deus,


 e na intimidade com o Senhor na Eucaristia, nos Sacramentos (Confissão
e Comunhão) e na prática da oração (conf. Puebla 796-798).

Cada Ministro deve ter uma particular inclinação para os Sacramentos e inspirar
sua espiritualidade neles: sua vida deve estar centralizada na Eucaristia dominical.

O leigo que recebeu o Ministério:

- deve ser um cristão que vive quotidianamente aberto à Palavra de Deus, não
um cristão que às vezes lê a Bíblia;
- deve ser uma pessoa que vive numa profunda intimidade com o Senhor : na
Eucaristia, pelos Sacramentos e através da oração;
- não uma pessoa que de vez enquanto participa da Eucaristia e celebra os
sacramentos e que algumas vezes reza.

A vida cristã e a vocação para os serviços cristãos não podem sobreviver apenas com
a boa vontade de cada um, mas devem ser sustentadas:
- pela Oração,
- pelos Sacramentos
- e pela Palavra de Deus.

 É diante disso que não se pode perder de vista cinco elementos


extremamente importantes a respeito da vocação:

- presteza em percebe-la;
- decisão para abraçá-la;
- grande vigilância em guardá-la;
- força para colocá-la em prática;
- e paciência para mantê-la.

IX. Posições do corpo

As posições comuns do corpo, que todos os fiéis participantes da celebração


devem observar, é um sinal de unidade da assembléia (IGMR, 20).

Ficar de pé:
- é a posição que se toma para acolher as pessoas, saudá-las ou cumprimentá-
las
- é uma atitude que exprime atenção e prontidão: estamos prontos para
caminhar em direção a Deus e aos irmãos
- é a postura de Cristo Ressuscitado, a disposição de assumir o Plano de
Deus.

Os fiéis permanecem de pé:


- do canto de entrada até a oração “coleta”;
- durante a aclamação e a proclamação do Evangelho;
- na profissão de fé e na oração da comunidade;
- da oração sobre as ofertas até o momento da distribuição da Santa
Comunhão.

Sentar-se:
- é a atitude não só de quem ensina, mas também de quem põe-se a escutar
(bem a vontade)
- é a atitude de quem ouve, medita e põe-se a falar com Deus

Sentar-se é uma atitude própria para:


- ouvir os comentários,
- ouvir as leituras e o salmo responsorial, ( exceto o Evangelho)
- ouvir a homilia,
- participar da apresentação das ofertas,
- participar da distribuição da eucaristia (quem já comungou e quem não irá
comungar permanece sentado num clima de oração e meditação)
- observar silêncio sagrado após a comunhão
- interiorizar, meditar e falar com Deus,
- e para ouvir os avisos

Assim se fazia nas assembléias apostólicas (1Cor 14,30; At 20,9). O Evangelho


nos mostra Maria, irmã de Marta, aos pés de Cristo (Lc 10,39) e o próprio Jesus
menino sentado entre os doutores (Lc 2,46).

“Inclinar-se”, “ajoelhar-se” e “prostrar-se”:


- são posições que expressam reverência, adoração, humildade, e pequenez
diante de Deus.
- Além de expressarem o reconhecimento dos próprios erros (penitência),
expressam o ato de profunda adoração a Deus e a atitude de quem reza
individualmente

 (ao entrar na igreja as pessoas geralmente se ajoelham e rezam em silêncio).

Os fiéis se ajoelham:
- durante a consagração, a não ser que exista algum motivo que justifique ou
não o permitam (IGMR, 21).

 Lembrando que a “prostração” é um gesto realizado somente na liturgia da


Sexta-feira Santa e nas ordenações de bispos, padres e diáconos, e profissões
religiosas.

Caminhar:
- lembra nossa situação de peregrinos que marcham em busca da casa do Pai.

 A vida cristã é um processo de conversão. Vivemos no provisório, enquanto


esperamos a vinda definitiva de Cristo.

Na Celebração destacam-se três procissões: a de entrada, a das ofertas e a da


comunhão. Valoriza-se também, principalmente nas celebrações mais solenes, a
procissão do Evangelho (entronização do Evangeliário).

9. 1. Alguns gestos particulares

“Genuflexão”:
- ato de dobrar os joelhos que exprime nossa fé na presença do Cristo
Ressuscitado;
- um sinal de adoração e respeito (IGMR, 233).

 este gesto deve ser realizado somente diante do Santíssimo.

“Vênia ou Inclinação”:
- gesto que expressa nossa reverência e nosso respeito.
 Este gesto é realizado diante da Cruz, do Altar e do Sacerdote que preside a
ação litúrgica na pessoa de Cristo.

“Incensação”:
- mais freqüente nos ritos orientais, é símbolo das preces que os fiéis elevam
até Deus.
- tem também, o sentido de honra prestada e de oferta (IGMR, 51).

“Ósculo - Beijo”:
- na liturgia, é sinal de respeito para com o Evangelho e o Altar (IGMR, 27,
95, 125).
- constitui, também, um sinal de amor fraterno, de reconciliação e de paz (Rm
1,16; 1Cor 16,20; 2Cor 13,12).

“Elevar as mãos”:
- constitui um gesto de oração bem conhecido dos autores bíblicos.
- é uma atitude de súplica, de oferta de si mesmo, de pedido de proteção.
- lembra, também, Cristo crucificado.

“Mãos juntas”:
- é o recolhimento para encontrar Deus dentro de si.

“Sinal da Cruz”:
- é uma criação propriamente cristã.
- O livro de Ezequiel (9,4) descrevia os justos como marcados, na fronte, com
o TAU, última letra do alfabeto hebraico, feita em forma de Cruz. Os
cristãos viram nesse TAU a lembrança da Cruz de Cristo e com respeito o
traçavam sobre si mesmos, desde os tempos apostólicos, provavelmente.
- Desde o início do século III, o sinal-da-cruz é mencionado como um sinal de
consagração do cristão ao Cristo, sinal com que é marcado por ocasião do
Batismo e que, freqüentemente, é convidado a traçar sobre si mesmo.
- Antigamente, era traçado com o polegar (sobre a fronte, sobre os lábios e no
peito), assim como fazemos antes da proclamação do Evangelho e no Rito
do Batismo.
- O grande sinal da cruz sobre o corpo todo, acompanhado da invocação
trinitária, é mais recente (séc. VIII), mas se tornou muito mais comum.
- Nós, cristãos, costumamos iniciar e encerrar nossas orações com o sinal-da-
cruz (IGMR, 28, 86).
- Por este gesto, professamos nossa fé no poder vitorioso da Paixão do Senhor
Ressuscitado.

9. 2. O silêncio

Toda celebração deve comportar momentos de silêncio (IGMR 23, SC 30) – que
é uma atitude de fé e reverência diante de Deus; que leva a pessoa a penetrar mais
profundamente o mistério que se celebra; um meio pelo qual se ressoa no mais íntimo
dos participantes a Palavra de Deus; e os leva a reconhecer suas potencialidades e seus
limites, confortando-os e alimentando-lhes a esperança.
Deus se faz ouvir no silencio (1Rs 19,11-13; Ap 8,1; Si 130,2).
É no silêncio que louvamos e rezamos a Deus no mais intimo do nosso coração.
Por isso, recomenda-se um silêncio mais prolongado depois da comunhão para
permitir uma ação de graças e uma oração interiorizada.

X. Livros e Objetos sacros usados nas celebrações

Missal: é um livro grande usado pelo presbítero para celebração eucarística.


Nele estão contidas todas as orações para as mais diferentes celebrações
eucarísticas durante o Ano Litúrgico. O Missal não contém leituras (a não ser
por uma rara exceção)

Lecionários: são livros próprios para as leituras, que contém as leituras para as
celebrações eucarísticas. Os principais lecionários são:

- Lecionário dominical, anos A, B e C (que compreende as leituras para as


missas dos domingos e algumas solenidades e festas);

 Obs.: Toda missa dominical apresenta três leituras, mais o salmo


responsorial: a primeira leitura, do AT (salvo no tempo pascal, em que se lê
Atos dos Apóstolos); a segunda leitura, das Cartas dos Apóstolos ou do
Apocalipse; a terceira, do Evangelho. Para que haja uma leitura mais
variada e abundante da Sagrada escritura, a Igreja propõe, para os domingos
e festas, um ciclo de três anos: A, B,C. Ao ANO A correspondem as leituras
de São Mateus; ao ANO B, as leituras de São Marcos, mais o capitulo sexto
de São João; ao ANO C, as leituras de São Lucas. O Evangelho de São
João é geralmente proclamado nos tempos especiais (Advento, Quaresma,
Tempo Pascal) e nas grandes festas.

- Lecionário Semanal ou Ferial (que contém as leituras para os dias de


semana de todo o Ano Litúrgico. A primeira leitura e o salmo responsorial
de cada dia estão classificados por ano ímpar e ano par. O Evangelho é o
mesmo para os dois anos);

- Lecionário Santoral (que contém as leituras para as solenidades e festas dos


santos. Estão também aí incluídas as leituras para uso na administração dos
diversos sacramentos e para diversas circunstâncias).

Cálice: é uma espécie de taça, em geral feito de metal dourado ou prateado. Os


cálices de vidro, embora tenham sido permitidos no passado, não são mais, dada
sua fragilidade. O material que cobre inteiramente o cálice deve ser não-
absorvível (como, por exemplo, a madeira). Sua finalidade é receber o vinho no
ofertório e contê-lo para ser consagrado. Normalmente, o cálice é bento pelo
Bispo ou pelo Presbítero.

Sanguinho: é uma toalhinha semelhante a um lenço branco, dobrado somente


num sentido (vertical). É colocado sobre o cálice, ficando suas pontas caídas
para os dois lados. É usado para purificar os dedos, a patena, o cálice e os
cibórios, bem como os lábios após a Sagrada Comunhão.

Patena: é como um pratinho que vai sobre o cálice e serve para receber a hóstia
grande (as vezes também as pequenas, se forem poucos os comungantes) para a
consagração. Esta patena acompanha o estilo do cálice, do qual é um
complemento e é menor que as outras usadas (pelos coroinhas) para acompanhar
a comunhão dos fiéis.

Hóstia Grande: é a hóstia que o presbítero consagra para si, maior que a dos
fiéis. É grande para que possa ser vista por todos. Tanto esta hóstia grande
como as pequenas (partículas) são feitas de trigo puro, sem fermento (pão
ázimo). Pode, também, ser usado um pão maior, com formato de pão comum,
desde que seja de trigo puro e sem fermento.

Pão: destinado à Eucaristia, o pão significa: união, alimento e vida. Como o


alimento se torna “um” com o homem, Deus quer unir os homens e comunhão.
Nas sociedades antigas o pão simbolizava a amizade entre as famílias. Para o
povo judeu o pão sempre expressou a bênção de Deus. Alimentar a vida, a
comunhão, é este o conteúdo da realidade simbólica do pão eucarístico.

Vinho: lembra a generosidade de Deus. Servido nas festas significa alegria e


felicidade. Aproxima as pessoas, os amigos e familiares. Feito de muitas uvas
exprime união, fusão dos corações. Na Ceia de Jesus ele se torna “o sangue da
nova e eterna aliança”. Jesus é a vinha nova, cujo sangue sela a Aliança
definitiva, sinal de alegria para toda a humanidade redimida.
Pala: é uma peça quadrada (de papelão ou plástico) revestida de linho branco,
que é usada para cobrir o cálice com vinho, desde a preparação das ofertas até a
comunhão.

Corporal: é uma espécie de toalha quadrada, que vai estendida no centro do


Altar. É dobrada em três partes, nos dois sentidos (vertical e horizontal).
Chama-se corporal porque sobre ela se coloca o Corpo e o Sangue de Cristo. É
sobre ela, portanto, que se coloca a hóstia grande, o cálice com vinho e os
cibórios com as hóstias pequenas. É também sobre ele que se coloca o Cibório
(após a Sagrada Comunhão) e o Ostensório (para adoração do Santíssimo).

Cibório ou Âmbula: É semelhante ao cálice, mas fechado com uma tampa justa.
Nele são colocadas as hóstias pequenas (partículas) para a consagração, que em
seguida serão distribuídas aos fieis. É também nele que serão conservadas as
Hóstias consagradas no sacrário. É de metal (dourado, prateado ou niquelado)
como o cálice.

Conopeu: pano ou véu que cobre o cibório ou âmbula com Hóstias consagradas.

Teca: é um pequeno recipiente de metal dourado por dentro, no qual se guardam


as Hóstias consagradas a serem levadas pelos Ministros Extraordinários da
Comunhão Eucarística aos doentes e idosos, nas casas ou nos hospitais. Ela é
conduzida na “bolsa do viático”. Uma teca de tamanho maior fica no sacrário e
guarda a Hóstia Grande destinada para as bênçãos do Santíssimo, ou para as
procissões.

Bolsa do Viático: é uma bolsa de tamanho pequeno, quase sempre de pano, em


que é colocada a teca em que são levadas as Hóstias consagradas aos doentes e
idosos.
Manustérgio: é uma toalhinha branca, semelhante ao sanguinho, que serve para
enxugar os dedos e as mãos do presbítero, no momento da purificação das mãos,
após a preparação das ofertas. Também pode ser substituído por uma pequena
toalha.

Galhetas: são vasos, geralmente de vidro ou porcelana, que serve para conter o
vinho e a água usados na celebração da Missa: o vinho a ser consagrado e a água
para ser misturada ao vinho e, após a Sagrada Comunhão, usada para a
purificação do cálice. Durante a Missa devem ficar na credência (pequena mesa
ao lado do altar) e não sobre o Altar.

Credência: mesinha que fica ao lado do Altar, onde fica depositado o material
(objetos) litúrgico para a celebração da Missa (como o vinho, a água e os
cibórios para a consagração).
Sinetas: surgiram na Idade Média para chamar a atenção dos fiéis e convidá-los
à oração. Por esse motivo as sinetas eram tocadas no momento da Consagração,
no Santo e no Cordeiro de Deus, uma vez que a Missa era em lati e os fiéis não
compreendiam praticamente nada da celebração. Ainda hoje, em muitos lugares
se conserva o toque das sinetas no momento da consagração.

Lavabo: ato de lavar as mãos. Na missa o lavabo se dá logo após a


apresentação das ofertas. Além disso, o lavabo ou ablução ocorre quando há
necessidade de se lavar as mãos: por ocasião do Lava-pés, imposição das cinzas,
unção das mãos do neo-sacerdote...

Ostensório ou Custódia: é uma peça artística dourada, contendo no centro uma


abertura circular, na qual se coloca e se conserva a Hóstia Grande Consagrada
para se expor o Santíssimo à adoração dos fiéis, ou para levá-lo nas procissões.
A Hóstia Grande permanece firme dentro do ostensório através de uma peça de
metal em forma de meia-lua que, por isso, se chama “Luneta”.

Sacrário ou Tabernáculo: é uma peça grande, semelhante a um cofre ou caixa


de metal ou de madeira ou mármore, que serve para guardar as hóstias
consagradas destinadas à adoração, à comunhão dos doentes e idosos e às
bênçãos do Santíssimo. Como a Sagrada Eucaristia não deve ser guardada em
qualquer lugar, que haja um único sacrário em cada igreja, bem seguro e
inviolável. De preferência cada igreja deveria Ter uma capela do Santíssimo.

Lamparina ou Lâmpada do Sacrário: é uma pequena lâmpada vermelha que


permanece sempre acesa para indicar a presença do Santíssimo Sacramento.

Altar: é a mesa do Sacrifício Eucarístico. Lembra-nos a Cruz de Cristo sobre a


qual Jesus deu sua vida pela nossa salvação. O Altar simboliza o próprio Cristo.
Por este motivo, o presidente da celebração e os demais ministros ordenados
beijam o Altar, no começo e no final das celebrações. O Altar deve estar
revestido com uma toalha branca (ou de acordo com o tempo e as regras
litúrgicas). As velas acesas e as flores, não devem ficar sobre o Altar, mas junto
a ele ou nas proximidades.
Velas: Junto ao Altar, são colocadas uma ou três velas para a celebração da santa
Missa (simbolizando a unidade ou a Trindade). As velas designam a verdade e a
sabedoria de Deus iluminando os homens. São símbolo da presença de Deus e
da fidelidade do povo de Deus à Aliança do Sinai. Representam o próprio Cristo,
“luz para iluminar as nações”. Significam a nossa fé recebida de Cristo, luz do
mundo. E como Cristo é a luz que ilumina todos os povos, também nós,
cristãos, devemos ser luzes. São sinal de alegria e de festa, expressando a fé, a
devoção e a vigilância da comunidade. Simbolizam a vida nova da ressurreição.
Somente a fé nos faz penetrar no mistério mais profundo da nossa redenção, que
celebramos na Missa.

Círio Pascal: representa o Cristo ressuscitado, vencedor das trevas da morte, sol
que não tem ocaso, luz que ilumina o mundo. É solenemente aceso no início da
Vigília Pascal, a partir do fogo novo; é incensado e apresentado com o canto ‘A
luz de Cristo...’, repetido três vezes (em seguida é colocado ao lado do Altar);
canta-se diante dele o Exulte! (louvor, precônio pascal); será aceso durante todo
o tempo pascal, até Pentecostes; é aceso ainda nos batizados e exéquias; e muitas
comunidades acendem-no também aos domingos do tempo comum.

Fogo: no AT é usado para significar a ação de Deus. Ele apareceu a Moisés na


sarça ardente; por uma coluna de fogo guia o povo na saída do Egito. No NT o
fogo aparece como purificação pelo julgamento. João Batista afirma que virá
alguém que há de batizar no Espírito Santo e no fogo (Mt 3,11). A fusão do
Espírito Santo em Pentecostes é descrita pela imagem de línguas de fogo (At
2,3). O fogo novo na Vigília Pascal significa Cristo. Invocando o Espírito Santo
rezamos: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei
neles o fogo do vosso amor”.

Crucifixo: nas proximidades do Altar deve haver um crucifixo. Ele pode ser
feito de metal, de madeira ou de outro tipo de material. A imagem de Cristo
esteja voltada para a assembléia. O Crucifixo nos lembra que a Santa Missa é a
atualização do Sacrifício de Cristo na Cruz. Lembra, também, o acontecimento
maior da nossa fé, o Mistério Pascal. O mistério da Cruz e o da Última Ceia são
inseparáveis.

Túnica ou Alva: é uma veste litúrgica, longa até os pés, comum aos ministros
ordenados e nos seminaristas, cingida à cintura pelo cíngulo, a não ser que o seu
feitio a dispense. É conveniente que a Túnica seja de cor branca ou, ao menos,
clara. Os ministros ordenados, quando presidem uma celebração devem usar a
Túnica ou a Alva, além da Estola. A Alva é semelhante a Túnica, diferenciando-
se apenas pela necessidade do “amito” (pano branco com o qual se cobre a gola
da camisa, se necessário).

Cíngulo: é o cordão branco ou das outras cores litúrgicas com a qual se prende a
túnica ou a alva na cintura.

Estola: paramento litúrgica em forma de uma tira comprida, símbolo do poder


sacerdotal, usada por cima da túnica ou da alva. É usada pelo presbítero, em
torno ao pescoço pendendo diante do peito (no sentido vertical). O diácono usa
a Estola a tiracolo (sentido diagonal) sobre o ombro esquerdo, prendendo-a ao
lado direito. É usada nas celebrações dos sacramentos e sacramentais, assim
como para celebrar as bênçãos. A cor varia de acordo com o tempo litúrgico.

Casula: espécie de manto que o presbítero usa sobre a túnica ou a alva para a
celebração da Santa Missa. A cor varia conforme o tempo litúrgico.

Dalmática: veste própria do diácono. É semelhante à casula usada pelo


presbítero, na celebração da Santa Missa. Deve ser usada sobre a túnica ou a
alva.

Capa Pluvial ou Capa Magna: é um manto comprido e semicircular, nas cores


litúrgicas, que cobre os ombros do presbítero ou diácono, nas bênçãos do
Santíssimo, nas procissões eucarísticas, na administração da Confirmação, na
celebração do Matrimônio, na celebração solene da Liturgia das Horas e na
aspersão do povo com água benta (asperge).

Véu Umeral: é o manto retangular que os presbíteros ou os diáconos colocam


sobre os ombros, nas procissões para transportar o Santíssimo, ou na hora da
bênção do Santíssimo, usando suas extremidades para segurar a Âmbula ou o
Ostensório. Sua cor é branco ou dourada.

Jaleco: é o paletó usado pelo Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística


nas celebrações. Sua cor é branco.

Pálio: cobertura com franjas, carregada apoiada em varas, que cobre o presbítero
ou o diácono que leva a Âmbula ou o Ostensório com a Hóstia consagrada.

Turíbulo: é um vaso onde se queima incenso nos templos. Pode ser de metal
com três correntes entre as quais se movimenta por uma Quarta corrente a tampa
(para cima e para baixo – abrindo e fechando) ou de cerâmica.

Naveta: é o recipiente usado para transportar o incenso usado nas celebrações.


Acompanha o turíbulo

VII. Cores litúrgicas

O Branco: simboliza a vitória, a paz , a pureza e a alegria. É usado nos ofícios


e missas do tempo Pascal e do Natal; nas festas e memórias do Senhor, exceto as da
Paixão; nas festas e memória da Bem-Aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos
Santos não-mártires, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São João
Evangelista, Cátedra de são Pedro e Conversão de são Paulo.

O Vermelho: simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado no


Domingo da Paixão (= Domingo de Ramos) e na Sexta-feira Santa; no Domingo de
Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos e
Evangelistas e nas celebrações dos santos mártires.

O Verde: é a cor da esperança. É usado nos ofícios e missas do Tempo


Comum.
O Rosa: simboliza a alegria. Pode ser usado no III Domingo do Advento
(preferencialmente durante todo o tempo do Advento para diferenciá-lo da Quaresma) e
no IV Domingo da Quaresma.

O Roxo: simboliza a penitência. É usado nos primeiro, segundo e quarto


domingos do Advento e na Quaresma. Pode também ser usado nos ofícios e missas
pelos mortos.

O Preto: é símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos.

 Obs.: Quanto ao tempo do Advento, hoje há uma tendência a usar o “violeta”


ou o “rosa”, em vez do roxo, para diferenciá-lo do tempo quaresmal
(penitência) e acentuar a dimensão de “alegre expectativa da vinda do
Senhor”. Nas missas pelos defuntos usa-se o roxo ou o preto. Mas tem-se
usado também o branco, para se dar ênfase não somente à dor e à morte mas
especialmente à ressurreição.

X. A Celebração Eucarística

A função do ministro extraordinário da comunhão está intimamente relacionada


com a celebração Eucarística.
A celebração da Missa como ação de Cristo e do povo de Deus,
hierarquicamente ordenado, é o centro de toda vida cristã, fonte e ápice de toda a vida
da Igreja, tanto para a Igreja Universal como local, e, também, para cada um dos fiéis
– os demais sacramentos, assim como todos os demais ministérios eclesiásticos e tarefas
apostólicas, se ligam à Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam – pois ela contem todo
bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa.
Nos primeiros séculos não encontramos a palavra “Missa” para designar a
celebração da Eucaristia. A palavra usada era, então, “fração do pão”. O termo
“Missa” era inicialmente usado para designar os Ofícios e demais Orações,
freqüentemente, com o sentido de “reenvio”. Terminados os Ofícios e as Orações, os
fiéis eram reenviados para suas casas com o compromisso de testemunharem, em seus
ambientes, a vida cristã ali celebrada.
Santo Ambrósio (339-397) emprega a palavra “Missa” no sentido de celebração
litúrgica, embora não tenha sido o primeiro a fazê-lo. Apenas no século V o termo
assumiu definitivamente o sentido de Celebração Eucarística, por influência dos
monges. O “reenvio” se referia, inicialmente, à saída dos catecúmenos, após a liturgia
da Palavra; posteriormente, foi aplicado para a despedida de toda a assembléia, ao final
da celebração. A partir de então, a palavra “Missa” se tornou sinônimo de “celebração
eucarística”.
A Eucaristia é nossa Páscoa, a passagem da morte para a vida, a vitória do
amor sobre ódio, o pecado e a morte. Jesus Cristo, o Cordeiro imolado, tirou o pecado
do mundo – morrendo destruiu a morte, ressuscitando deu-nos vida nova.
Este é o mistério que se realiza na Eucaristia. Celebrá-la é realizar a ação de
graças, o louvor, o agradecimento por tudo o que o Senhor tem feito em nosso favor: a
Criação, a Redenção, o Pentecostes e a santificação de toda a vida. É celebrar o novo
nascimento, o primeiro dia de uma nova criatura refeita totalmente por Deus. É
antecipar a vinda do Reino – participando da vida do ressuscitado e ressuscitando com
ele; participando da refeição comunitária, símbolo e expressão daquilo que deve ser a
comunidade cristã: comunidade de oração, amor, partilha, fraternidade, comunhão,
serviço, testemunho e compromisso com o Reino.
A Eucaristia é o Memorial do Sacrifício de Cristo, que inclui toda sua vida: sua
Renúncia, sua Encarnação, sua Obediência, sua Paixão, sua Humilhação na cruz, sua
Morte, sua Ressurreição, sua Ascensão, seu Pentecostes e seu Ministério “a direita do
trono de Deus”.
Ela é a atualização do Sacrifício de Cristo que deixa de ser um evento passado e
torna-se, pela ação do Espírito Santo, uma realidade presente. Não se trata de uma
repetição ou representação do sacrifício de Cristo, pois este é completo e irrepetível.
Trata-se, ao contrário, da lembrança, memória e atualização do Dom total de Jesus,
instituído na Última Ceia e consumado na cruz.
Daí porque a Última Ceia do Senhor é tornada para nós o elemento referencial,
preponderante, originante, fundante da Eucaristia como sacramento primordial da
Igreja.
Na Eucaristia atualizamos o Mistério Pascal do Senhor (passagem de Cristo
pelo sofrimento e morte até sua ressurreição e glorificação) e do seu povo (as lutas, as
dores, as angústias e a morte do nosso povo, assim como suas conquistas, alegrias e
esperanças em vista de uma sociedade fundada na justiça e na fraternidade). É o
compromisso de Jesus com os pobres, lembrado e vivido para sempre. É a renovação
da caminhada. É força em nosso caminhar. É a festa da comunhão da Igreja... É um
questionamento aos que já repartem e aos que não querem repartir o pão.
Por isso, ela nunca é plena onde uns têm tudo e outros nada têm.
Não é plena se além de repartirmos o Pão da Vida não repartirmos o trabalho, a
terra, o pão de cada dia, o salário, os bens...
A Eucaristia nos deve fazer sensíveis á fome dos irmãos.
Se não nos interessamos por isso, é porque a Eucaristia ainda não se tornou o
centro de nossa vida.
A verdadeira religião é procurar o direito, socorrer o oprimido, fazer justiça ao
órfão, defender a viúva (Tg1,27).

Basta vermos o texto de 1Cor 11, 17-34; 10, 21:

Aqui, o Corpo de Cristo é apresentado como o novo povo libertado pela morte e
ressurreição de Jesus.
Quando na Missa a gente diz: “Isto é meu corpo”, a fé nos diz que ali está o
Cristo vivo, mas é também a presença viva de toda a humanidade, formando em Cristo
um corpo santo.
Naquele pão, naquela hóstia, está a humanidade inteira resgatada pelo corpo
entregue e pelo sangue derramado de Jesus no sacrifício da cruz. Toda vida (dores e
alegrias) de todos os homens e mulheres ali está.
O Ministro diz: “O Corpo de Cristo”. Você não está apenas diante de Cristo.
Você está para comungar a humanidade inteira enxertada no Cristo-Cabeça, formando
esse corpo.
Você diz: “Amém”, isto é, “eu me comprometo”. Você está para comungar o
irmão, porque vai comungar o Corpo de Cristo.
Na Hóstia Consagrada você comunga até mesmo o irmão que você não consegue
“engolir”. Até mesmo o irmão que lhe oprime.
E quantas vezes recebemos devotamente o Corpo de Cristo, mas vivemos
oprimindo e machucando membros desse Corpo?
Quem age assim, mente. Não comunga a vida do irmão que também faz parte
desse Corpo. Por isso, comunga sua própria condenação.
Os cristãos das primeiras comunidades tinham o costume de reproduzir
fielmente a Ceia do Senhor. Começavam comendo alimentos, trazidos especialmente,
pelos de mais posses. Em seguida celebravam a Eucaristia.
Todos traziam alimentos para serem repartidos fraternalmente. Mas, com o
tempo, começaram a surgir abusos e separações: as chamadas “panelinhas”. Grupos
que se isolavam e agiam sozinhos. Levavam comida em abundância e já não esperavam
pelos outros. Não esperavam e não queriam repartir com os mais pobres. E enquanto
uns passavam fome outros se embriagavam.
Paulo condena tal procedimento. A Eucaristia é uma mentira, onde uns nada
tem, e outros se embriagam em noitadas, em bares, restaurantes, churrascarias,
pizzarias, mansões...
“Só tem lugar nesta mesa, para quem ama e pede perdão. Só comunga nesta
Ceia, quem comunga a vida do irmão”... E quem não comunga a vida do irmão e retém
tudo para si, quem não reparte a terra, os dons, os bens, e participa do banquete,
comunga a própria condenação.

Se olhemos e observemos, também, o texto de Jo 6, 47-51.53-56

Ele nos mostra que o Pão, na Eucaristia, é o Corpo de Cristo. E quem não
comunga este Pão-Corpo de Cristo é covarde e acomodado e não quer se comprometer
nem assumir o compromisso libertador.
Quem come deste Pão (Corpo de Cristo) vive eternamente. Quem não come
morre. E se come indignamente se condena.
Jesus chama a todos os homens e mulheres a participarem da Ceia, a comungar o
seu Corpo, a comungar na vida do irmão. Mas nem todos se fazem dignos do convite.
Há os que comungam o pão da condenação.

O Evangelho também nos coloca estes problemas... Lc 14, 15-24:

No grande banquete (Eucaristia) muitos são convidados, mas há os que recusam.


Por isso nem todos provarão do Banquete. Há os que estão fora porque se recusam a
partilhar, a fazer a festa...
Muitos são os chamados, poucos os escolhidos (Mt 22, 1-14).
Eles mesmos se excomungam recusando o convite (18-20). Outros são
excomungados pela própria comunidade, que recebe do próprio Senhor autoridade para
fazê-lo (Mt 18, 15-18: a correção fraterna).
Judas não pode participar, pois ele mesmo se excomungou (Lc 22, 21-23). As
virgens imprudentes também se excomungam (Mt 25, 1-13).

Portanto, como podemos ver, Eucaristia é a Ceia do Senhor, o Banquete que


reúne ao redor da mesa do Pai, todos os seus filhos e filhas, irmãos de Jesus.
É o Banquete Sacrificial pelo qual os cristãos participam do Santo Sacrifício
que atualiza o único e justo sacrifício de Cristo Salvador, o qual atualiza e supera todos
os sacrifícios da antiga aliança.
O alimento que a Eucaristia dá, vem para tirar a fome e a sede de Deus.
Quem participa da Eucaristia deve compreender que, a felicidade não está em
acumular bens terrenos, mas procurar o que é justo, santo e agradável a Deus...
O Corpo e o Sangue de Jesus, nos pede o compromisso e nos convoca à missão:
lutar para que todos sejam irmãos, e para que no mundo não haja divisão, injustiça,
opressão, indiferença nem preconceito. Pois Jesus não se torna presente simplesmente
para que O possamos adorar na Hóstia Consagrada, mas para que a gente assuma sua
identidade e continue sua missão, fazendo o que Ele fez.
Quem não está disposto a partilha o que tem, não está disposto a ser irmão.
Quem não está disposto a ir contra a injustiça e renunciar ao pecado – não quer se
converter – é melhor não se aproximar da Eucaristia. Pois participar da Eucaristia é
participar do Banquete da Nova Aliança, é ser o novo povo de Deus libertado no
Sacrifício Libertador de Jesus.
São maravilhosos os efeitos e frutos da Sagrada Comunhão Eucarística, pois,
dessa íntima e física união com o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de nosso Senhor
Jesus Cristo sacramentado: quando bem preparados para receber a Sagrada Eucaristia,
crescemos na vida espiritual, temos aumentada em si a graça santificante, somos
preservados do mal, das tentações do demônio e dos pecados, e progredimos no
caminho do amor a Deus e ao próximo, consolidando a caminhada no bem, na
santificação e na salvação própria e dos irmãos e irmãs.

10. 1. Partes da Missa

10.1.1. Comentário inicial

É comum, em nossas celebrações, a existência de um comentário inicial, que tem


por finalidade situar a celebração e a assembléia, dando uma síntese do acontecimento
que se está celebrando. O comentário introduz a assembléia no sentido da celebração.
Deve ser simples, curto, claro, objetivo e sintético. Aliás, mesmo vale para todos os
demais comentários que venham a acontecer durante a celebração.
Quanto mais a comunidade é esclarecida e participa consciente e frutuosamente
da
celebração, tanto menos há necessidade de comentários (cf. CNBB, 43, nn. 237-245).

10.1.2. Canto inicial ou de entrada

Reunido o povo, enquanto o presbítero entra com os coroinhas, acólitos e demais


ministros, se entoa o canto de entrada. Há quatro finalidades para este canto: abrir a
celebração, promover a união da assembléia, introduzir no sentido do tempo litúrgico
ou festa e acompanhar a procissão do presidente da celebração e dos demais ministros
(IGMR, 25).
É melhor que o texto do canto fale explicitamente em união dos participantes,
em disposições pessoais, em preparação para ouvir a Palavra de Deus e em participar do
Mistério da Salvação que se atualiza na Missa. Liturgicamente são melhores as letras
que nos põem em contato direto com a festa celebrada, ou com o tempo litúrgico; os
textos que servem para qualquer Missa e qualquer tempo que, pelo menos, acentue o
aspecto de abertura, união da assembléia e disposição para uma participação consciente
e frutuosa na Palavra e na Eucaristia.
10.1.3. Ato penitencial

Após a saudação, o presbítero ou outro ministro convida a assembléia para o


ato penitencial, um convite para cada um olhar para dentro de si mesmo e avaliar os
vários aspectos do seu compromisso cristão.
Só Deus é santo. Todos nós somos pecadores, temos nossos limites, nossas
falhas.
O ato penitencial é o desenvolvimento das antigas orações ao pé do altar e pode
ser celebrado de vários modos (cf. CNBB, 43, nn. 246-255). O Missal Romano
apresenta três modelos. Estas fórmulas servem de modelo; a partir delas, outras podem
ser criadas, de acordo com o tipo de celebração, as circunstâncias de tempo litúrgico, de
lugar e de situações concretas (aspersão com água benta; um gesto simbólico realizado
em silêncio, como na celebração da Paixão, na Sexta-feira santa; um canto penitencial;
uma procissão penitencial; etc...).
O ato penitencial revela a força reconciliadora de Deus, fruto primeiro da
Eucaristia.
Pode, também, ser inserido em outro momento da celebração, conforme parecer
mais oportuno ( após a liturgia da palavra, por exemplo). O presbítero conclui o ato
penitencial com absolvição que, no entanto, não tem valor sacramental, como ocorre por
ocasião da Confissão.

10.1.4. “Kyrie eleison” (Senhor, tende piedade de nós)

Depois do ato penitencial, inicia-se o “Kyrie eleison”, a não ser que já tenha sido
rezado, ou cantado, no próprio ato penitencial. Não é como alguns possam pensar, um
texto dirigido à Santíssima Trindade; “Kyrie, Christe” são invocações dirigidas
somente a Cristo. Os fiéis aclamam o Cristo Senhor e imploram a sua misericórdia. É,
normalmente, executado por todos, participando dele o povo e o coral ou equipe de
canto (IGMR, 30; cf. tb. CNBB, 43, n. 256).

10.1.5. Glória a Deus nas alturas

O Glória é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congrega pelo


Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cristo Cordeiro. É cantado ou pela
assembléia dos fiéis que pode alternar com o coral, ou pelo próprio coral. Se não for
cantado, o que seria o ideal, deve ser recitado por todos, juntos ou alternadamente. É
cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas
solenidades e festas e ainda em celebrações especiais e mais solenes (IGMR , 31; cf. tb.
CNBB, 43, n. 257).
Se o “Kyrie eleison” tem característica cristológica, como vimos, o Glória, no
entanto, é um hino trinitário: por cristo e no Espírito Santo se glorifica o Pai. Inicia
com uma expressão bíblica (Lc 2,14), continuando com expressões de louvor e
enumeração de vários títulos bíblicos referentes ao Pai e a Cristo, terminando com um
final majestoso dirigido ao Espírito Santo.

10.1.6. Oração da coleta

Após o Glória, o presidente da celebração convida o povo a rezar; todos se


conservam em silêncio, por alguns instantes, tomando consciência de que estão na
presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos. Depois o presidente diz
a oração própria do dia que se costuma chamar de “oração coleta”.
Ela exprime o sentido da celebração, ou da festa do dia e dirige, pelas palavras
do presidente da celebração, uma súplica a Deus Pai por Cristo, no Espírito Santo. O
povo une-se à suplica, dando o seu assentimento pela aclamação “Amém” (cf. CNBB,
43, nn. 258-261).
Na Missa diz-se uma única oração da coleta (IGMR, 32).

10.1.2. Liturgia da Palavra

10.1.2.1. Introdução

Há uma função própria da sagrada Escritura na liturgia.


Através da assembléia à qual se dirige, a Palavra atinge cada indivíduo,
provocando uma resposta ao convite de salvação.
É na Igreja que a liturgia dá à Palavra sua atualidade viva e faz de sua
proclamação uma intervenção atual de Deus na história da Igreja, do mundo e na
história particular de cada um.
A Palavra, no diálogo entre Deus e os homens, torna-se atual e dinâmica. A
Igreja não se contenta com reler as palavras da Bíblia, mas proclama uma Palavra que
é vida: Cristo. Proclama o AT à luz do Evangelho.
Cristo é a Palavra de Deus, por excelência. Por este motivo, ao terminar a
proclamação das leituras e do Evangelho, se diz: “Palavra do senhor” e “Palavra da
Salvação”. Estas aclamações se referem a Cristo (por isto se diz no singular e não no
plural).
A escuta da Palavra de Deus faz nascer a fé.
A escuta da Palavra de Deus é indispensável por ser encontro direto com o
senhor (SC 7,33).
A Palavra de Deus é eficaz: não só anuncia e promete a salvação, mas a realiza.
Na liturgia, ela que é anúncio e promessa de salvação, se torna salvação em ato. Deus
diz, Deus faz. Promete e realiza. Em Cristo, o anúncio e a promessa de salvação se
tornam a própria salvação. Por isso, o fiel deve dispor-se, numa atitude de oração e de
espera, e deixar a Palavra agir nele.
A relação entre Palavra e liturgia é profunda. Ambas são inseparáveis.
Por este motivo, a Igreja não permite que se substitua, pura e simplesmente, na
liturgia, a proclamação da Palavra de Deus pela leitura de outro texto qualquer, não-
bíblico, ainda que cheio de significado. O que se pode fazer, se for oportuno, é
acrescentar outro texto não-bíblico, no momento mais adequado para isso (após a
homilia para introduzir a Oração dos fiéis, ou após a santa Comunhão), a fim de
atualizar melhor para a comunidade a mensagem bíblica.

10.1.2.2. Organização das leituras

O atual lecionário dominical está dividido em três ciclos: A, B e C, dedicados,


respectivamente, aos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. O evangelho de João foi
reservado para a Quaresma e o Tempo Pascal.
Durante as semanas do Tempo Comum se retornou ao uso primitivo da leitura
continua, ou semicontínua da Bíblia.
Aos domingos, se optou pelo esquema de duas leituras (Antigo e Novo
Testamento) mais o Evangelho. Durante a semana se instituiu o ano par e o ano ímpar.
Procurou-se, também, evitar todo concordismo artificial e, ao mesmo tempo, oferecer,
em três anos, uma visão bastante completa do conjunto da Bíblia, em relação aos
acontecimentos da história da salvação. Nos domingos da Quaresma e nas solenidades,
elaborou-se um esquema tal, que as leituras e o Evangelho abordem o mesmo tema.
Nos domingos do Tempo Comum, a harmonização é feita entre a primeira leitura e o
Evangelho.

10.1.2.3. O ato da leitura

Durante a proclamação da Palavra, o ambão, como que, desaparece, dando lugar


ao livro que contem as Sagras Escrituras. É importante ressaltar a necessidade de se
proclamar a Palavra de Deus, usando a própria Bíblia, ou o Lecionário. Empobrece, por
demais, a proclamação da Palavra, quando se usa para esse fim um simples folheto
descartável. O respeito pela Palavra de Deus abrange todos estes aspectos que, à
primeira vista, podem parecer secundários.
Igualmente importante é a arte de proclamar a Palavra de Deus, como também a
acústica do ambiente. Quanto à proclamação, além da busca do aperfeiçoamento
técnico, aquele que proclama não pode fazer com perfeição sem haver previamente
meditado e rezado o texto. Não se trata de emocionar a assembléia, mas sim, de
proclamar a Palavra de Deus com a máxima perfeição para que todos a ouça e a
compreenda e, que ela, carregada de efeitos transformadores, transforme e renove todos
os que a querem acolher.

10.1.2.4. Salmo responsorial

O salmo responsorial ou canto de meditação não deve ser deixado de lado ou


reduzido, por motivos de pressa.
Também não deve ser substituído por outro canto qualquer.
Ele retoma o tema da primeira leitura e, por isso, é especialmente escolhido (cf.
CNBB, Animação da vida litúrgica no Brasil, doc. 43 n. 274). Forma, pois, parte
integrante da liturgia da Palavra, como aprofundamento do tema da primeira leitura e
como resposta à proposta de deus – uma espécie de “oração” da leitura.
O ideal seria se o cantor e a assembléia se intercalassem na execução do canto; o
cantor poderia cantar as estrofes, por exemplo, enquanto a assembléia responderia com
o refrão.

10.1.2.5. Aclamação ao Evangelho

A “aclamação ao evangelho” busca, a partir de um versículo do Evangelho do


dia acompanhado do “Aleluia”, preparar a assembléia para o momento mais importante
da liturgia da Palavra: o Evangelho. A “aclamação” se entoa, enquanto se procede à
procissão com o livro sagrado em direção ao ambão, onde irá acontecer a proclamação.
A proclamação do evangelho pode ser acompanhada pela incensação da Bíblia,
ou do Lecionário. Se tiver presente o diácono, cabe a ele a proclamação. Após pedir a
bênção ao presidente da celebração, o diácono se dirige ao ambão. Somente o diácono
pede a bênção. Se um presbítero for encarregado da proclamação, mesmo que o
presidente seja bispo, não pede a bênção.
A “aclamação” tem cunho festivo, ao contrário do salmo responsorial que tem
característica de meditação e de reflexão.

10.1.2.6. Proclamação do Evangelho

A proclamação do Evangelho constitui o ponto alto da liturgia da Palavra. Por


isso, são importantes tanto o modo de proclamar e o lugar de onde se anuncia, como o
beijo à Bíblia, ou ao Lecionário e a incensação são sinais de respeito e de veneração a
Cristo, Palavra eterna do Pai.

10.1.2.7. A homilia

No contexto da celebração, a pregação tem sua função própria: explicitar para a


fé dos presentes o significado dos vários elementos litúrgicos, para que o encontro
dialogal com deus se torne verdadeiramente consciente para todos e para cada um.
A pregação da Palavra é normalmente em primeiro lugar um ofício do presidente
da celebração. Os leigos poderão participar deste ofício, de vários modos e de acordo
com as circunstâncias, desde que o presidente da celebração se responsabilize pela
coordenação, a fim de manter a unidade, objetividade e a autenticidade da mensagem
transmitida.
De suma importância, na homilia, é o testemunho de vida do pregador. Os fiéis
desejam sentir no pregador alguém que leve a sério, na própria vida, aquilo que anuncia
e propõe como modelo de vida cristã.
Evite-se reduzir a homilia a um sermão moralista, ou a um “fervorinho”
paternalista. A exortação cristã é um convite à graça, à vida nova em Cristo.
Aquele que prega não anuncia a si mesmo, nem suas idéias; anuncia Jesus
Cristo e seu evangelho. É um servidor da mensagem que propõe à assembléia. Não
fala em nome próprio, mas em nome de Cristo. É aquele que busca formar discípulos
de Cristo (cf. EN, 42).
Evidentemente, a pregação homilética pode ser desenvolvida de várias formas: a
homilia do presidente; a homilia participada; a pregação da homilia em grupos; os
comentários. É importante estar atento às funções do presidente pregador, à pregação e
ao desenvolvimento da homilia, à atualização do tema explicitado e à sua adequação à
realidade da assembléia.
Não confundir pregação com avisos.

10.1.2.8. Profissão de fé

O nosso “Creio em deus Pai” nasceu em uma profissão de fé que se fazia por
ocasião do Batismo. O Concílio de Nicéia (325) o Concílio de Calcedônia (451) e o
Concílio de Constantinopla (381) elaboraram uma formula de profissão de fé que temos
até hoje. Foi introduzida na Missa, no Oriente, como uma atitude contra os hereges no
início do século VI; na Igreja de Roma, somente foi introduzido no século XI.
O “Símbolo”, ou “Profissão de fé” na celebração da Missa tem por objetivo
levar o povo a dar seu assentimento e resposta à Palavra de Deus ouvida nas leituras e
na homilia, bem como recordar-lhe a regra de fé, antes de iniciar a celebração da
Eucaristia.
O “Símbolo” deve ser recitado pelo sacerdote e pelo povo, aos domingos e nas
solenidades; pode-se, também, recita-lo em celebrações especiais de caráter mais
solene. Quando cantado deve ser executado por todo o povo, de preferência, seja por
inteiro, seja alternadamente (IGMR, 43-44).
Temos duas versões do “Creio”: uma mais simples, chamada “Símbolo
Apostólico” e outra mais completa denominada “Símbolo Niceno-Constantinoolitano”,
porque foi, na sua quase totalidade, elaborado pelos concílios de Nicéia e de
Constantinopla.
Infelizmente quase sempre, nossos folhetos dominicais apresentam o “Símbolo
dos Apóstolos”, fazendo com que o povo, aos poucos, não saiba mais recitar o
“Símbolo” completo.

10.1.2.9. Oração dos fiéis

Na “Oração Universal”, ou “Oração dos Fiéis”, exercendo sua função sacerdotal,


o povo suplica por todos os homens.
Convém que, normalmente, se faça esta oração nas Missas de tal sorte que se
reze pela santa Igreja (que também é pecadora), pelos governantes, pelos que sofrem
necessidades, por todos os homens e pela salvação de todo o mundo.
Em celebrações especiais (matrimônio, confirmação, exéquias, etc), pode-se
referir mais especificamente àquelas circunstâncias.
Esta oração e muito rica em significado. Constitui, como que, um retorno às
realidades do mundo. Depois de haver sido alimentada pela Palavra de Deus, nas
leituras e na homilia, a assembléia ergue a Deus a sua súplica. Com a “Oração
Universal”, os fiéis retornam às realidades concretas do dia-a-dia em que vivem e
pedem a Deus pelas necessidades de todos os homens. É a oração de intercessão do
povo sacerdotal.
A assembléia litúrgica local, sinal e presença da Igreja Universal, deve tornar
seu os pensamentos, desejos e oração de toda a Igreja. Esta oração comum de
intercessão constitui uma dimensão do exercício do sacerdócio batismal dos fiéis.
O texto das intenções deve ser cuidadosamente preparado. Que as intenções
sejam simples, curtas, objetivas e compreensíveis. Não se transforme a prece em
arrazoado filosófico, ou num pequeno sermão.
Cabe ao diácono, onde houver, presidir esta oração. Por falta de diácono, o
presidente da celebração convida os fiéis à oração e encerra as intenções com uma
oração final (IGMR, 45-47).
Por fim, a prece dos fiéis deve estar animada por um sopro missionário, ou seja,
contem um estímulo ao engajamento nas tarefas concretas de construção do mundo e da
Igreja, através de uma oração positiva.

10.1.3. Liturgia Eucarística

4.7.3. 1. Preparação das ofertas

No início da Liturgia Eucarística, são levadas ao Altar as oferendas que se


converterão no Corpo e no Sangue de Cristo.
É louvável que os fiéis tragam o pão e o vinho, que o sacerdote ou o diácono os
recebam em lugar conveniente e os disponham sobre o Altar, proferindo as fórmulas
estabelecidas. Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos
fiéis para os pobres, ou para a Igreja; serão colocados em lugar conveniente, fora da
mesa eucarística (IMGR, 49).
Dentre os gestos realizados pelo presbítero estão a mistura de água no vinho, a
oferta do pão e do vinho e a purificação das mãos.
A mistura de um pouco de água no vinho tem origem mito antiga. No início, era
necessário, dado que o vinho era muito suculento e forte; havia, pois, a necessidade de
colocar água. Mais tarde, o gesto se tornou simbólico: a união da natureza divina com a
natureza humana que ocorreu com a encarnação do Filho de Deus.
O gesto da oferta do pão e do vinho significa a oferta de nossa vida, de nossa
caminhada, nossa dor, nossa alegria e nossa esperança, nós mesmos. A “purificação
das mãos” que, no início era necessidade, dado que se recebiam nas mãos a oferta do
povo, agora se reduz a símbolo de purificação espiritual.
O “canto do ofertório” acompanha a procissão das ofertas e se prolonga pelo
menos até que os dons tenham sido colocados sobre o Altar. Podem-se incensar as
ofertas colocadas sobre o Altar, o presbítero e o povo. Encerrando a preparação das
ofertas, o presbítero reza a “oração sobre as ofertas” (cf. CNBB, doc. 43, nn. 289-297).

10.1.3.2. Oração Eucarística

A Oração Eucarística constitui o ápice e o centro de toda a celebração. É uma


prece de ação de graças e santificação. Entramos, aqui, no Milagre da Consagração e no
Mistério da Redenção, porque a Missa é, ao mesmo tempo, a Ceia e o Sacrifício de
Jesus. Na redenção nós somos readquiridos por Cristo, para o Pai, pelo preço de seu
sangue.
O presbítero convida o povo a elevar os corações ao Senhor e o associa à prece
que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda a comunidade. O sentido desta
oração é que toda a assembléia se una a Cristo na proclamação das maravilhas de Deus
(IGMR 54-55; cf. CNBB, doc. 43,nn. 298-306).
A Oração Eucarística se compõe dos seguintes elementos: prefácio, santo,
epiclese, narração da instituição, anamnese, oblação, intercessões e doxologia final.

10.1.3.3. Prefácio

Constitui uma ação de graças, um hino de gratidão a Deus, em que o presbítero


de braços estendidos, em nome de todo o povo, glorifica a Deus e lhe rende graças por
toda a obra da salvação, ou por algum de seus aspectos, de acordo com o dia, as diversas
festas ou o tempos litúrgicos (do Advento, do Natal, da Epifania, da Quaresma, da
Paixão, da Páscoa, da Ascensão do Senhor, de Pentecostes, da Santíssima Trindade, de
Nossa Senhora, dos Apóstolos, dos Santos, dos Mártires, dos Pastores, dos Mortos,
etc...e diversos Prefácios Comuns).
É uma espécie de “abrir cortinas” diante do sobrenatural. Por isso o presbítero
nos convida a elevarmos os nossos corações ( = nossa vida, com todos os nossos
sentimentos e nosso amor) ao nível das coisas de Deus.

10.1.3.4. Santo

Constitui numa aclamação feita por toda a assembléia. É uma explosão de


louvor e ação de graças de todo o povo em resposta e em união ao louvor iniciado pelo
presbítero no prefácio. Geralmente é cantado, pelo menos aos domingos e dias festivos.
Mas pode também ser recitado. Durante este hino de louvor o presbítero permanece de
mãos unidas.
Essa fórmula de louvor é tirada do profeta Isaías (6,3), o qual tem uma visão:
Serafins, no Templo, aclamavam em alta voz: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos
exércitos! Toda a terra está cheia de sua glória!”.

10.1.3.5. Epiclese

É uma invocação solene ao Espírito Santo, a fim de que assuma e transforme as


oferendas de pão e vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. O gesto que acompanha esta
invocação é a imposição das mãos ( = invocação do poder divino), traçando em seguida
o sinal da cruz sobre o pão e o vinho.

10.1.3.6. A Narração da instituição e Consagração

Lembra o momento em que Jesus institui a Sagrada Eucaristia, na Última Ceia


(elemento fundante).
As palavras do presbítero não são suas, mas de Cristo: “Isto é meu Corpo, isto é
meu Sangue”. Assim creram os Apóstolos que viveram com Jesus; assim creram os
cristãos fiéis a Palavra do Senhor, desde o dia da primeira Ceia, como escreve São
Paulo aos fiéis de Corinto (cf. Cor 11, 23-34).

10.1.3.7. Anamnese ou memorial

Lembra que a Igreja, por ordem de Cristo transmitida através dos Apóstolos, faz
a memória do acontecimento central de nossa salvação, o Mistério Pascal.

10.1.3.8. A Oblação

Que constitui o próprio cristo imolado e glorificado, é o verdadeiro ofertório da


Igreja ao Pai. Toda a assembléia se une a Cristo, o qual oferece ao Pai o seu sacrifício,
oferecido uma só vez para sempre, no altar da Cruz e agora atualizado pela Igreja
reunida.

10.1.3.9. As Intercessões

Pela Igreja, pelo Papa e pelo Bispo, pelos mortos, por nós e pelos santos
exprimem que a eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste
como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os membros, vivos e mortos.

10.1.3.10. A Doxologia final

Fórmula de louvor que geralmente se usa em honra da Santíssima Trindade.


Exprime a glorificação de Deus (encerrando de forma solene a Oração Eucarística,
dando glória ao Pai, na unidade do Espírito santo, por meio de Jesus Cristo). O povo a
confirma pela aclamação do AMÉM.
Infelizmente, a resposta do povo se torna muito morta e pobre. O “Amém”
deveria ser cantado e acompanhado de “aleluias”, de modo a ser repetido várias vezes.
Com esta glorificação, a Igreja está lembrando que todo o Sacrifício da Missa é
obra de Jesus. Ele é o autor da Redenção ( = “resgate” daquilo que havia perdido).
Lembra que Jesus é a fonte da graça, o centro da nossa fé e o autor da nossa salvação. E
que precisa ser também o centro da nossa vida. Sem Ele não há salvação. Pois Ele é o
princípio e o fim, e sem Ele não chegamos à casa do Pai (“Eu sou o caminho, a verdade
e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim”).
A doxologia (Por Cristo, com Cristo e em Cristo...) deve, em si ser proferida
pelo presbítero, cabendo ao povo a aclamação do “Amém”. Por motivos pastorais, no
entanto, freqüentemente, todo o povo é convidado a dizê-la junto com o presbítero.
Teologicamente não é correto e, talvez, pastoralmente, não seja o mais indicado, desde
que se valorize o “Amém”.

É preferível que as Orações Eucarísticas (também conhecidas por ANÁFORAS)


sejam dialogadas para não se tornarem uma proclamação monótona e cansativa.
Também podem ser cantadas.

Na Liturgia, o “Glória ao Pai...” e o “Glória a Deus nas alturas”, também


recebem o nome de doxologia.

10.1.3.11. Comunhão Eucarística

Sendo a Celebração Eucarística a Ceia Pascal, é muito recomendável que os fiéis


recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do
cálice, sempre que possível, para que, também através dos sinais, a comunhão se
manifeste como participação do sacrifício celebrado.
Terminada a distribuição da comunhão, o presbítero e os fiéis guardem um
momento de silêncio, podendo a assembléia entoar ainda um canto de louvor ou ação
de graças (IGMR, 56; CNBB, doc. 43, nn. 308-326).
O PAI NOSSO, sobretudo quando cantado, é especialmente apto para estimular
o sentimento de fraterna solidariedade cristã.
O ABRAÇO DA PAZ constitui um momento de confraternização alegre em
Cristo. É momento privilegiado para ressaltar o compromisso da comunicação da paz
a todos indistintamente. Paz recebida como Dom.
Seria conveniente realizar o rito da paz de modos diferentes, usando a
criatividade, de acordo com as circunstâncias.
O gesto da saudação pode ser realizado em outro momento da celebração (no
início da celebração, após o rito penitencial, após a homilia, antes da apresentação das
ofertas, etc.
(CNBB, doc. 43, nn. 311-313).
A FRAÇÃO DO PÃO, ou gesto de partir o pão realizado por Cristo na Última
Ceia, deu o nome à Ação eucarística no tempo dos Apóstolos. Este rito possui não só
uma razão prática (quebrar a hóstia grande do presbítero, ou os pães, caso se usem pães
ázimos), mas significa que nós, embora sejamos muitos, pela participação no único Pão
da Vida, que é Cristo, nos tornamos um único corpo.
Durante a fração do pão se diz ou canta-se o CORDEIRO DE DEUS, texto que
surgiu exatamente para acompanhar este gesto. Numa Celebração da Palavra, onde não
há missa, portanto, não se diz o Cordeiro de Deus (CNBB, doc. 43, nn 315-316, 98). O
presbítero coloca um pedacinho da hóstia no cálice, significando a união do Corpo e do
Sangue de cristo. E reza, em voz baixa, uma oração em preparação pessoal para a
comunhão.
A ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO ou ORAÇÃO PRESIDENCIAL, na
qual se imploram os frutos do mistério celebrado, aparecerá facilmente como conclusão
desse momento de interiorização. Constitui propriamente a conclusão do rito da
comunhão e de toda a Missa (CNBB, DOC. 43, n. 326). Pode ser precedida de um
momento de silêncio.
Terminada a Oração depois da comunhão, podem ser feitas, se necessário,
breves comunicações, avisos ou homenagens. É também o momento indicado para uma
exortação ou mensagem final.
Segue-se o CANTO FINAL, ou, ao menos, uma estrofe dele, a BÊNÇÃO e a
despedida.

XI. Celebração Dominical da Palavra de Deus

Podemos de muitas maneiras sentir e experimentar a presença de Deus em nossa


vida e naquilo que nos rodeia.
Assim, toda a Criação, a harmonia da natureza nos levam a sentir a grandeza de
Deus que tudo fez e continua a sustentar pelos séculos.
Em nós mesmos e no irmão percebemos o Senhor Deus, nosso Pai, do qual
somos feitos imagem e semelhança, ainda mais quando em reunião, tendo presente a
promessa de Jesus: “Onde dois ou mais se reunirem em meu Nome, eu estarei no meio
deles” (Mt 18,20). Mas nós, os batizados, membros da família dos filhos de Deus,
experimentamos a presença Dele de forma muito particular e especial na assembléia
litúrgica, que expressa a própria realidade da Igreja: Povo de Deus em direção ao
Pai, pela força do Espirito Santo, na fidelidade à Palavra recebida, e sob a orientação
dos pastores, continuadores da missão de Jesus Cristo.
Isto, na celebração litúrgica, ocorre através de palavras (especialmente da
Sagrada Escritura), gestos, sinais e símbolos, que deverão ser cuidadosamente
preparados e bem realizados.

11.1. Necessidade de Culto

Pelo Batismo, formamos o Corpo de Cristo, participando de seu sacerdócio, isto


é, somos um reino de sacerdotes chamados a oferecer sacrifícios, ou seja, a prestar
culto a Deus.
Oferecer sacrifício e prestar culto a Deus é:
- ter coração devotado a Ele, capaz de santificar todos os ambientes e pessoas
onde vivemos e com quem convivemos;
- celebrar em comunidade nossa caminhada para louvar o Senhor de nossas
vidas, independente de ser ou não Celebração Eucarística, que é uma
modalidade de culto, ainda que privilegiada, e não a única.
- realizar o encontro fraterno da comunidade, para reviver e iluminar a
caminhada com a Palavra do Senhor e, desta forma, louvá-lo e bendizê-lo.

11.2. Santificação do Domingo

O Domingo como dia semanal de celebração da comunidade é um dos poucos


elementos que, seguramente, tem origem na época dos apóstolos (At 20,7; 1Cor 16,2;
Ap 1,10), sendo também uma atividade própria do Cristianismo, não provindo nem do
paganismo nem do judaísmo. Isto se deve aos primeiros cristãos, que quiseram ressaltar
a Ressurreição do Senhor, ocorrida no primeiro dia da semana, isto é, no Domingo, em
atenção aos fatos ocorridos entre os discípulos e o Senhor Ressuscitado (Mt 28,6; Lc
24,34; 24,3-32; Jo 20, 19-29; At 2,1-4).
Assim, podemos destacar o Domingo como:

- o dia do Sol, Dia do Senhor, isto é, o primeiro dia da semana;

- o dia de festejar jubilosamente a fé em Jesus Cristo nosso Senhor, que


ressurgiu vitorioso do sepulcro numa manhã de Domingo;

 no século II organiza-se o Domingo, a Eucaristia e a memória da


Ressurreição;

- o dia do primeiro mandamento – dia do Senhor – em relação ao qual todos os


demais afazeres se tornam relativos e menos importante;

- o dia da Igreja – dia da Assembléia se reunir, isto é, da comunidade


reunida – dia da Celebração da Palavra e da Celebração Eucarística.

- o dia do repouso, ou seja, dia de contemplar o nosso existir, o que está


acontecendo no nosso trabalho e na nossa vida, recuperando o gosto e o
sentido do que estamos fazendo. É a maneira de tomarmos consciência de
que não somos prisioneiros de nosso sucesso pessoal, somos muito mais que
meros profissionais, uma vez que o repouso nos abre a perspectiva da
vocação transcendental, despertando a nossa dignidade humana e evitando
nossa instrumentalização pela ideologia capitalista.

Não podemos nos contentar em apenas celebrar passivamente o memorial da


Ressurreição do Senhor e render-lhe graças, isto é, prestar-lhe culto; é preciso também
que nos comprometamos e busquemos atualizar este revolucionário acontecimento, de
modo a torná-lo presente em nossas comunidades, para que nos beneficiemos de sua
vitória sobre a morte e as dificuldades, encontrando nele as forças necessárias para
nossa caminhada do dia-a-dia.
Como o Dia da Igreja, podemos sentir o Domingo como expressão do direito e
dever que temos de viver em comunidade (cf Hb 10,25), onde ela mesma seja edificada
e solidificada, levando-nos ao renovado compromisso de membros ativos e corajosos
agentes transformadores da realidade, pelo eficaz anúncio da Boa Nova, como enviados
do Senhor no dia de Pentecostes.

A Celebração Eucarística, (sobretudo no Domingo), é o centro da vida e do


culto dos cristãos a Deus. Por isso, é importante enfatizar este ponto: não devemos
abrir mão da nossa Missa dominical, da nossa confraternização de Domingo, ao
redor do Altar de Deus. É evidente que se não for possível participar da Missa no
Domingo, deve-se fazê-lo em dia de semana. Mas não podemos deixar de escolher e
aproveitar o Domingo para nos integrarmos nas grandes e festivas assembléias dos
filhos de Deus, reunidos ao redor do Banquete Eucarístico para a grande Ceia da
partilha e da fraternidade
.
É importante nos lembrar de que se por algum motivo (falta do padre), não for
possível participar da Santa Missa, se poderá participar de uma Celebração da Palavra
de Deus e da recepção do santo sacramento da Eucaristia, isto, tanto para o Domingo
como para os dias de semana.
11.3. Celebração do Culto Dominical presidido por leigos

Sob o título “Celebrações na ausência do presbítero”, a CNBB aborda o tema


das celebrações dominicais da Palavra de Deus (CNBB, doc. 43, nn. 93-102).
No Brasil, a maioria do povo fiel não pode contar com a Missa dominical. O
povo de Deus se alimenta da Palavra, na qual Cristo se faz verdadeiramente presente
(SC,7). Tais celebrações unem espontaneamente a Palavra de Deus à vida dos fiéis.
No entanto, não se deve confundir tais celebrações com a Missa. Missa é Missa.
Celebração da Palavra, mesmo com a distribuição da comunhão, não deve levar o povo
a pensar que se trata do Sacrifício da Missa.

A Celebração da Palavra tem como principais valores:

- a união dos fiéis para manifestar a Igreja;

- a proclamação e atualização da Palavra transformadora;

- preces, hinos, cantos de louvor e agradecimento que são a resposta orante


dos fiéis;
- a saudação da paz, as ofertas de bens (quando houver) que expressam a
solidariedade eclesial e o compromisso de transformar o mundo.

Ela é composta pelas seguintes partes:

- Ritos iniciais;
- Liturgia da Palavra;
- Ação de graças;
- Comunhão Eucarística;
- e Rito final.

Cristo está presente em cada elemento da Celebração:

- nos irmãos reunidos, que rezam e cantam juntos;


- no ministro, que age em sua pessoa;
- na comunhão de graça, que anima a comunidade;
- na Eucaristia, na qual Ele é quem fala.

Diálogo de Deus com seu povo

A liturgia lembra constantemente a palavra que revela Deus. Deste modo, a


palavra lembra e realiza, pois, o contínuo diálogo de Deus com seu povo reunido. O
Senhor ora interpela, ora ensina, ora exorta, ora “diz e faz”. A assembléia, por sua vez,
escuta, responde, medita, suplica, dá graças, até identificar-se com a Palavra.

O anúncio da Palavra com manifestação do Espírito

O autêntico anúncio da Palavra de Deus somente pode acontecer no poder do


Espírito ( 1Cor 16,10). É ele quem rejuvenesce na Igreja a Palavra.
Santo Agostinho nos diz que o som de nossas palavras atinge os ouvidos, mas o
verdadeiro mestre está lá dentro. Não podemos acreditar poder aprender alguma coisa
de um som. Nós podemos exortar com o ruído da voz, mas se dentro não está aquele
que ensina, inútil se torna o nosso ruído. A prova disso é esta: o povo todo ouve a
homilia do padre, mas quantos não sairão da igreja sem nada terem aprendido? Da parte
do padre, falou a todos, mas aqueles, dentro dos quais não fala aquela unção, aqueles
que o Espírito Santo não instrui interiormente, vão embora sem nada terem aprendido.
11.4. A Palavra de Deus e a Liturgia

A Palavra de Deus é recebida pela Igreja e por meio dela Deus comunica sua
Palavra permanentemente a nós e por nós. Por ela a Palavra torna-se presente e eficaz.
Na Igreja e com a Igreja Deus perpetua, em meio aos homens, o seu diálogo de
salvação. Para que isso aconteça, a pregação deve esforçar-se por suscitar a fé em ato, a
vida. O evangelho deve ser a fonte da pregação. É preciso ter bem claro o sentido da
história da salvação e o sentido da Igreja. É preciso deixar-se converter pela Palavra, a
fim de anunciá-la com autoridade.
A Palavra é tanto mais eficaz, quanto mais Cristo estiver presente no ato de sua
proclamação, e quanto mais a Igreja estiver empenhada na obra da salvação.
Cada um desses elementos chega à sua plenitude somente na celebração
litúrgica, principalmente na Eucaristia, suporte de toda economia sacramental. É na
assembléia dos fiéis reunidos em torno do altar que a presença de Cristo chega à sua
máxima intensidade. Nela a Palavra é ligada ao rito, que é “ação de Cristo”, e
reencontra sua força original de proclamação que salva.

11.5. A acolhida da Palavra

A escuta da Palavra é indispensável para ser encontro direto com o Senhor,


realmente presente em sua Palavra proclamada (SC 7 e 33). É preciso, portanto,
efetivar um clima de escuta da Palavra, numa atitude de oração e de espera.
A transformação gerada pela Palavra é proporcional às disposições. O amor
de Deus toma a iniciativa, mas não força. É a fé que acolhe o Dom oferecido.
Na Liturgia é Deus quem fala, e é a nós que Ele se dirige, hoje. Quem fala não é
Isaías, o profeta, evangelista, ..., mas o próprio Deus.

Portanto,
- a Palavra é revelação; a ela se adere com fé (2Tm 3,15);
- é promessa; a ela se adere com esperança;
- é regra de vida; a ela se adere com amor (Dt 6, 6ss);
- é Dom no qual Deus se oferece livremente; acolhendo-O, entra-se em
comunhão com Ele.

Por isso, convém acolher a Palavra “com a alegria do Espírito” (Ts 1,6) e
“com docilidade” (Tg 1,21). É preciso acolhê-la de modo a nos deixar modelar por
ela, nos abandonar à sua força divina. Somente assim ela produzirá seus felizes efeitos.

Santo Efrém nos diz que “dos campos vem a bênção da messe, da vinha frutos
saborosos e da Sagrada Escritura ensinamento vivificante. O campo e a vinha só dão
frutos num tempo restrito, determinado; mas as Sagradas Escrituras nos oferecem
ensinamentos vivificantes toda vez que são lidas. Campos e vinhas cansam e dão
colheita duas vezes por ano, mas das Sagradas Escrituras podem-se colher uvas todo
dia, sem que venham a faltar as uvas da esperança. Aproximemo-nos deste campo e
saboreemos os produtos de seus sulcos, que prodigalizam a vida; colhemos dele espigas
de vida, isto é, as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

11.6. Orientações gerais para os dirigentes do Culto Dominical

- A distribuição da Eucaristia deve ser sempre precedida da celebração da


Palavra de Deus.

- O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão deve fazer parte da Equipe


de Liturgia da sua comunidade, o que não quer dizer que deva,
obrigatoriamente, dirigir as celebrações. Essa tarefa (de dirigir as
celebrações) pode ser deixada a cargo de alguém mais capaz ou melhor
preparado para executá-la. Nesse caso, o Ministro fará a sua parte, no rito da
Comunhão.

- Para a celebração do Culto Dominical, o Ministro poderá usar um dos vários


folhetos litúrgicos à disposição. Observando com cuidado e zelo suas
orientações.

- Para a celebração do Culto Dominical, o Altar deve estar preparado com


toalha, crucifixo, corporal (aberto sobre a mesa), velas acesas e flores (se
possível fora do Altar), recipiente com água (para purificação dos dedos) e
uma pequena toalha para enxugar as mãos. A água e a toalha para o lavabo
podem ficar numa mesinha ao lado (credência) ou próximo do sacrário.

- A boa apresentação do Altar motiva o povo para o Culto. Porém, não


enfeitar demais.

11.7. Orientações específicas para os dirigentes do Culto Dominical

- Antes de falarmos de Deus, devemos falar com Deus.

- Presidir o Culto, não como um favor, mas como dever de cristão, com a
alegria de quem serve.

- O dirigente do Culto deve manter certa autoridade, mas sem nunca abusar
dela.

- Dirigir o culto ou ser ministro não é para nossa vaidade, engrandecimento,


promoção ou status.

- Combinar tudo com a equipe de liturgia, antes da celebração.

- Ser responsável – não faltar à celebração do Culto e ser pontual em chegar e


em começar.

- Anunciar o número dos cantos com voz forte e dar tempo para achá-los. Não
cantar o que o povo não sabe ou não tem a letra na mão. Não basta só a
equipe de liturgia e canto saber, a assembléia toda deve participar.
- O Ministro ou a Equipe de Liturgia deve distribuir bem as funções e cuidar
para que as leituras sejam bem preparadas.

- A equipe de liturgia deve se renovar: não ficar anos e anos com os mesmos
membros. Convidar homens e mulheres, jovens e crianças para
participarem. Deve cuidar para que as leituras sejam bem ensaiadas, levando
o leitor a fazê-las com voz clara, observando a pontuação e com muito
entusiasmo.

- A equipe de liturgia deve ser formada por pessoas de fé e de vida exemplar,


que levam a sério a celebração.

- Cuidar para os violões não sejam afinados na igreja, antes das celebrações.

- Procurar criar um ambiente de oração e recolhimento antes das celebrações.

- Trabalhar e valorizar os momentos de silêncio nas celebrações. Dar tempo


para o povo encontrar-se com Deus, no silêncio.

- A equipe de liturgia deve cativar o povo para participar bem das celebrações.
Para isso, fazer uma boa acolhida às pessoas e procurar animar com alegria
os fiéis.

- Não deve esmorecer diante de certas críticas que podem surgir. Se for
verdade corrija-se. Se for mentira leia Eclesiástico 2,1 ou Lucas 6, 27-49.

- Um padre irresponsável é uma dor de cabeça para o Bispo, mas um cristão


leigo que não assume é uma dor de cabeça para o padre.

- Não espere resultados imediatos, nem elogios ou agradecimentos, pois são


poucos e, mesmo assim, nem sempre são sinceros. O importante é semear,
ser instrumento nas mãos de Deus.

- O culto esteja intimamente ligado à Missa que se celebra na Matriz, de tal


forma que não se omitam as intenções por toda a diocese, pelas vocações
sacerdotais, religiosas e diaconais, pelo bispo e pelo pároco.
X. Pastoral da Saúde

Certamente, a pastoral dos doentes constitui um ministério particular e sumamente


importante na comunidade. Dado, porém, que nem sempre se dispõe de agentes de
pastoral especificamente liberado para este serviço, na prática, constatamos que os
ministros extraordinários da sagrada comunhão estão, por toda parte, preenchendo tais
funções.

10. 1. Crise de relacionamento

O homem é um ser com os outros e para os outros. É um ser dialogal,


interpelado pela presença dos outros. Um ser capaz de assumir responsabilidades
perante os outros, realizando-se em comunhão com eles. Este “ser social” é uma
essência do ser humano, criado a imagem de Deus Pessoa e Comunhão.
Forçado pela doença a viver na inatividade, afastado de seus compromissos,
entregues aos cuidados dos outros, encerrado dentro de um ambiente restrito de um
quarto e preso a um leito, o doente faz a experiência profunda da solidão e da
dependência, que rompe os laços naturais de seu relacionamento.
A doença, pois, em maior ou menor grau, gera uma crise de comunicação com
os outros. O doente não se sente compreendido em sua situação, em suas angústias e
incertezas.

10. 2. A experiência da finitude


A enfermidade põe em evidência a fragilidade e a precariedade da vida humana,
levando o homem a compreender-se como um ser finito e limitado. A doença evoca a
morte e o ponto final de um processo de dissolução biológica que é inevitável.
Afastado de suas atividades e de seus compromissos familiares e sociais, o
doente sente profundamente esta finitude e seus limites humanos. É preciso que o
enfermo integre esta realidade no contexto mais amplo de vida que a fé lhe propõe.

10. 3. Aspectos teológicos

Deus cria o homem para a vida:


O Dom da vida implica para o homem a responsabilidade de viver,
reconhecendo e querendo a vida. A doença, por sua vez, ao menos virtualmente,
pertence à realidade humana, cujas energias psíquicas e físicas vão se enfraquecendo no
decorrer do tempo.

10.3. 1. A doença e o desígnio de Deus

Deus não criou o homem para a morte, mas destinou-o para a vida e vida em
abundância (Jo 10,10). O homem é, pois, chamado a preservar a vida e a saúde. A
doença contradiz, diminui e torna difícil o querer viver. Os males humanos, a doença e
a dor contrariam a intenção profunda de Deus que criou o homem para a felicidade. A
doença pertence à condição pecadora da humanidade. Por disposição divina, o homem
deve lutar ardorosamente contra a doença e procurar a saúde, para que possa
desempenhar a sua função na sociedade e na Igreja.
Todo fatalismo, pois, que vier a omitir o cuidado indispensável à saúde, sob a
alegação de que a doença é vontade de Deus, será contrário ao mandamento divino,
além de prejudicar a recuperação das forças perdidas. Na medida, porém, em que as
doenças e a morte, em última análise, são inevitáveis e na medida em que perdurarem,
apesar de todo o nosso esforço em evitá-las e combatê-las, nós devemos aceitá-las e
assumi-las, à luz da fé e da esperança cristã, que nos abrem horizontes mais amplos que
ultrapassam a simples constatação de nossa razão. Esta certeza nos vem de cristo
Ressuscitado.

10. 3. 2. Presença sacramental da Igreja

Os sacramentos são “palavra e dom” com os quais a Igreja se faz presente junto
ao doente, a fim de lhe transmitir o anúncio pascal da vida nova em Cristo.
A Comunhão Eucarística deve ser assegurada tão freqüentemente quanto o
doente dela sentir necessidade. A vida eucarística na dimensão cristológica e eclesial,
levará o doente a entender o fundamento batismal da existência cristã e,
consequentemente, sua perspectiva pascal, como participação na morte e ressurreição de
Cristo.
A Unção dos Enfermos constitui sacramento da existência cristã provada pela
doença. Nessa situação, a Igreja anuncia que Deus ama o doente e, ao mesmo tempo,
que deseja seu pleno restabelecimento físico e espiritual.
O Dom de Deus em Jesus Cristo, a resposta positiva do doente à Palavra e ao
Espírito de Cristo, e a participação ativa da comunidade orante concorrerão para dar
mais vida e suscitar mais confiança, numa situação de angústia.
A Unção dos enfermos confere ao doente a energia capaz de neutralizar as forças
destruidoras da enfermidade, levando o doente a fazer uma oferta de si mesmo, em
união com Cristo.
Os efeitos revitalizantes do sacramento não serão, normalmente, reconhecíveis a
nível clínico, mas serão percebidos pelo enfermo e pelos seus familiares, através de uma
serena aceitação da realidade, de uma reação positiva contra o mal físico e contra o
egoísmo.

10. 3. 3. A renovação da prática sacramental

A Unção dos Enfermos não pode aparecer como um sacramento desnecessário.


É preciso apresentar as razões práticas da sua celebração, não como preparação
para a morte, mas como sacramento dos enfermos, que busca a identificação com
Cristo Sofredor – que celebra o mistério da dor no mistério pascal de Cristo. Por isso
é o sacramento da santificação da dor e do sofrimento.
A Unção não é, também, especificamente ordenado ao perdão dos pecados,
mas ao conforto espiritual na dor e à união com Cristo sofredor. Igualmente se evita
atribuir um efeito curativo à Unção, como se fosse rivalizar com a medicina. Ainda que
venha a ocorrer uma cura, após a celebração da Unção, isto se deve certamente, a um
dom de Deus, como toda cura, mas não deve ser atribuída, necessariamente, ao
sacramento.
A fim de que a celebração do sacramento seja frutuosa, é necessário que o
pedido da Unção seja fruto da fé e não de outras motivações, por vezes até
supersticiosas.
Evite-se esperar a certeza ou a proximidade da morte para falar neste
sacramento. Se há perigo de morte (doença grave ou séria, com risco de morte),
deve-se pedir o sacramento da penitência e o viático. Portanto, já é oportuno recebê-lo
quando o fiel começa a correr risco de morte pela doença ou velhice
Aos doentes em estado de coma não convém dar a Unção, embora o Ritual o
permita (“A Sagrada Unção pode ser dada aos doentes privados dos sentidos ou uso da
razão, desde que se possa crer que provavelmente a pediria, se estivesse em pleno gozo
de suas faculdades”). Não se pode fundamentar o dom do sacramento sob a existência
hipotética de certa consciência do enfermo, a nós inteiramente imperceptível.
Poderá ser dada a todas a s pessoas idosas (embora não sejam doentes), cujas
forças se encontram sensivelmente debilitadas, mesmo que não se trate de grave
enfermidade.
Também às crianças gravemente enfermas pode ser conferida, desde que
tenham atingido uso da razão e formação religiosa suficiente para entender que recebem
o sacramento e poderem encontrar seu conforto.
Por fim, poderá ser dada antes de uma cirurgia, sempre que uma doença grave
seja a causa da intervenção.
Concluindo, este sacramento pode ser administrado quantas vezes for
necessário. Ele não é o sacramento dos mortos, mas dos vivos; é o sacramento da
salvação integral e não só da saúde do corpo, nem só da alma. É o sacramento da fé e
não algo mágico. O sacramento da solidariedade humana, esperança e saúde e não do
desespero e do fim.
10. 3. 4. A comunidade eclesial e os doentes

A comunidade eclesial deve tomar consciência de sua responsabilidade e de seu


empenho em relação aos doentes, como uma exigência do anúncio do Evangelho,
principalmente numa época em que a ideologia da produção reduz o doente a um
elemento improdutivo, inútil e, por conseguinte, marginalizado.
O afeto para com os enfermos está no centro da pregação evangélica.
Ao lado dos abandonados e marginalizados pela sociedade de consumo estão: os
doentes, deficientes físicos, pobres, famintos, emigrados, refugiados, prisioneiros,
desempregados, crianças abandonadas, analfabetos, pessoas sozinhas e idosas.
Contudo, porém, os doentes também são enviados como trabalhadores da vinha. O
valor do sofrimento nasce da íntima união com Cristo sofredor. O homem que sofre é
caminho da Igreja, por ser, antes de tudo, o caminho do próprio Cristo (cf. Christifideles
Laici, 53).

10. 4. Aspectos pastorais

10. 4. 1. Evangelizar o cristão enfermo

Em nossos dias, a Igreja é chamada a refletir sobre sua missão em relação à


doença e à saúde – a valorizar a oração fraterna que conforta e cura. Sua missão
principal é evangelizar o doente, anunciando-lhe o Mistério Pascal de Cristo.
Não se pode permanecer passivo perante o sofrimento. É preciso transformar a
exemplo de Cristo, todo o acontecimento, ainda que doloroso, numa oferta. É este o
sentido cristão da Cruz, que a Igreja deve anunciar também aos enfermos.
A resignação e aceitação cristã na dor não se confundem com o passivismo ou
conformismo de um destino cego, fatalista. Aceitar o sofrimento não significa,
simplesmente, acomodar-se à dor, mas dado que ela faz parte da vida humana, enquanto
busca ativamente a saúde como um dom de Deus, o cristão une seu sofrimento ao Cristo
sofredor, numa oferta de amor, num gesto de redenção. O cristão não aceita o
sofrimento pelo sofrimento, mas por Cristo.
A aceitação da dor não pode produzir revolta nem conformismo, mas deve
transformar-se em oblação consciente e cheia de amor.

10. 4. 2. Catequese e pastoral

A evangelização é uma missão de toda a Igreja e nela o tema do sofrimento e da


morte são fundamentais para a compreensão do Mistério Pascal.
A ressurreição implica uma passagem através da morte e constitui um momento
doloroso.
Por isso, a fé que não leva em conta a realidade do sofrimento e da morte trai a
Deus, recaindo numa forma de “messianismo humano” de confrontos e de
interrogações: “estou perdendo a fé, porque Deus não me ajuda; porque Deus me
castiga; porque Deus não responde às minhas orações...”.
Portanto, a evangelização não é uma catequese reservada aos hospitais e aos
doentes, apenas, mas deve ser uma reflexão dirigida, antes de tudo, a todos que gozam
de saúde. Daí que é de suma importância que as comunidades tomem consciência de
tais assuntos.

10. 4. 3. O respeito ao enfermo


Para a Igreja, a doença diminui a dignidade da pessoa humana. “Servir aos
doentes é servir ao próprio Cristo, em seus membros” (Mt 25, 36-40).

10. 4. 4. Pastoral da saúde domiciliar

No setor domiciliar da pastoral da saúde, presta serviços incalculáveis uma


equipe de leigos que se sintam vocacionados para este ministério. Estes ministros
leigos descobrem onde há doentes, indicam-nos à equipe de promoção humana da
comunidade (quando necessário), visitam os enfermos e os preparam e dispõem para os
sacramentos, e servem de ligação entre o doente e o presbítero.
Alguns deles como MECEs, podem levar a comunhão aos que desejarem,
mesmo diariamente, como de fato convém.
Requer-se dos agentes que tenham os dotes humanos naturais e sobrenaturais
necessários, sobretudo uma grande caridade e paciência, além da capacidade e
desempenho, que têm um valor próprio e inestimável.

10. 4. 6. Visita aos doentes

Para desempenhar bem esta missão (visitar os doentes) são necessários alguns
conselhos ou requisitos fundamentais (normas práticas):

- em relação aos doentes distinguimos “os comuns” e “os especiais”.


“Comuns” são aqueles que normalmente devem ser assistidos, mas que não
têm comportamento significativo para a pastoral ministerial. “Especiais” são
aqueles que precisam ser visitados com freqüência, porque têm grande
sentido apostólico. Exemplo: um doente participante da comunidade
paroquial.

- quanto ao horário da visita, descobrir o momento mais oportuno de fazê-lo,


levando em consideração as condições do doente, os costumes da família e o
tipo de ambiente onde se encontra o doente

- no trabalho hospitalar, ao entrar ou sair, informe a portaria. Esta maneira


de agir traz segurança e em caso de necessidade facilitará sua localização.

- A visita aos doentes convém que seja breve, atenciosa e impregnada de


otimismo. A visita feita de mau-humor não traz bons resultados. No dia em
que o MECE está de mau-humor é melhor adiar a visita.

- caso não estiver bem consigo mesmo (cansado, angustiado, triste,


descontrolado emocionalmente por algum problema ou por ter perdido
alguém) não insista em visitar os doentes.

- Em vista disso, é bom que o MECE exercite ser otimista e alegre, mesmo no
momento da dor.
- ter facilidade de comunicação com as pessoas, capacidade de diálogo em
situações de sofrimento e conflito, e capacidade de acolher os sofrimentos,
as esperanças e alegrias dos outros.

- ter equilíbrio psicológico, ou seja, ter o controle emocional, sem o qual


pode-se causar mais sofrimento que bem-estar ao doente (não se deixar
impressionar pela enfermidade).

- não recordar com o doente os momentos difíceis de sofrimento, a fim de não


provocar uma regressão no seu estado de saúde.

- ter simplicidade e delicadeza e não esquecer de que a dor aumenta a


sensibilidade.

- não manifestar jamais sentimentos de piedade, pena, dó ou provocar


lamentações doentias.

- Não discutir assuntos religiosos com os doentes, familiares ou profissionais


da saúde, principalmente de outras religiões. Não deixe, porém, de prestar
os esclarecimentos necessários. Nos casos mais difíceis, procure orientação
junto ao pároco.

- ter consciência de que o maior auxílio que se pode dar ao doente é ajudá-lo a
encontrar-se a si mesmo.

- mais do que oferecer uma ajuda material, embora isso possa ser importante, é
preciso dar-se ao doente, isto é, dar total atenção ao doente, interessar-se
por ele, acolhendo-o e ouvindo-o com carinho.

- Portanto, é importante que o MECE se cuide para não ser um “visitador-


reporter”, que só faz perguntas para matar a curiosidade pessoal.

- pode acontecer que o sofrimento una mais o doente a Deus que a própria
alegria; neste caso vale mais o seu próprio testemunho do que suas palavras.

- atenção! Para atender um doente é preciso por-se no lugar dele, mas com o
cuidado de assumir as suas dores... em si mesmo (dinâmica da empatia).

- quando o enfermo lhe confiar algum problema, interessar-se por ele. Quando
ele, espontaneamente, contar a própria história, não interferir com perguntas
indiscretas, mas, simplesmente, escutá-lo.

- neste momento não ter pressa.. Se o doente perceber que o ministro está
aflito, olhando para o relógio, ele certamente não vai falar tudo o que
gostaria. Ele precisa sentir-se livre e a pessoa mais importante naquele
momento.

- contudo, ter a sensibilidade de perceber quando o doente está cansado e


necessitado de repouso. E cuidar para não ser chato e demorado na visita.
- não minimizar o sofrimento do doente ou sua doença contando “casinhos
semelhantes” acontecidos com outras pessoas. Para o doente seu sofrimento
é único e o maior do mundo, e sua doença é sempre especial.

- dizer que Deus ama o doente é muito bonito e também verdadeiro. Mas
neste momento, no entanto, não é tanto o amor de Deus que o doente deseja
provar, mas o amor de quem o visita.

- portanto, amar o doente não só por amor a Deus, mas também por amor a ele
próprio.

- não esquecer que o doente é um radar de alta sensibilidade. Por isso, ele
percebe imediatamente se estamos visitando-o por amor ou não.

- Deus não se ausenta da vida de ninguém. Ele é fiel e permanece com os seus
filhos e filhas. Esta presença será melhor percebida a partir da nossa atitude
fraterna para com o doente.

- quando o doente lhe solicitar algo que é de competência de outros


profissionais, explique gentilmente que você não pode interferir no trabalho.
Simplesmente dirija-se a estes profissionais e comunique a necessidade.

- procure despertar nos doentes a vida de fé, a adesão a Cristo e a frutuosa


participação nos sacramentos, principalmente Confissão, Eucaristia e
Unção dos Enfermos. Evite qualquer tipo de imposição, não os ofereça se o
doente não estiver adequadamente preparado. Caso o doente queira
participar da vida sacramental, informe o pároco.

- Encontrando um doente em caso de inconsciência, informe-se com os


familiares sobre a sua fé e, conforme o caso, providencie a presença do
pároco.

10. 4. 7. A Reconciliação , a Eucaristia e o Viático

O sacramento da Penitência há de ser revalorizado e administrado sempre que as


condições do doente o permitem. Se o doente precisar recorrer ao sacramento da
reconciliação, deve fazê-lo antes, ou, pelo menos, no início da celebração da Unção.
A participação da Eucaristia deve ser propiciada o máximo possível, dada a
importância que reveste este momento crítico da vida.
Aos moribundos devidamente preparados a Igreja oferece, na passagem desta
vida para o banquete na casa do Pai, na eternidade, a Eucaristia sob a forma de viático,
ou seja, alimento para a última jornada, para a última caminhada, segundo a palavra do
Senhor: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, possui a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54-55).
O Viático é a participação real no mistério eucarístico, memorial da morte e
ressurreição do Senhor, de sua passagem deste mundo para o Pai. Neste momento, mais
do que nunca, a liturgia terrena é antegozo da liturgia celeste, da união definitiva com
Deus em Cristo e por Cristo
Se for possível, o viático seja recebido na própria Missa (na igreja ou na casa...).
10. 4. 8. A presença solidária é o melhor presente

Na realidade da saúde existem frases prontas que, proferidas com aparente


objetivo de ajudar, na verdade mais do que ir ao encontro da pessoa que sofre, quem as
profere está se confortando. Mais do que aliviar as dores do outro, busca resolver o
desconforto pessoal.
Entre as muitas, aqui estão 10 expressões mais comuns que é bom evitar usá-
las:

“É vontade de Deus” (Deus sabe o que faz). É muito fácil dizer isso. A frase
corta qualquer possibilidade de comunicação. Talvez, diante do sofrimento, sentimo-
nos impotentes, então culpamos a Deus... Este é o caminho certo para levar as pessoas
a ficarem com raiva de Deus. Seria mais honesto reconhecer que não compreendemos
o porquê de certos sofrimentos.

“Deus dá somente o que podemos suportar.” Como podemos dizer com certeza
que esta é a forma de Deus agir? Não é fácil saber o que deus quer de nós em situação
de sofrimento.

“Deus prova aqueles que ama.” Essa expressão facilmente reflete a imagem de
um Deus violento e sadomasoquista, que se alegra com o sofrimento de seus filhos.

“Existe uma razão para tudo” , “Deus escreve certo por linhas tortas”. Essas
duas expressões podem trazer à tona idéias de pré-destinação, bem como soluções e
explicações para o sofrimento na base da aceitação passiva, isto é, resignação a um
destino já traçado de que não podemos escapar. Isto pode levar a pessoa a se revoltar e
se posicionar ofensivamente. Pode existir uma razão, mas com que certeza podemos
afirmar categoricamente que é assim?

“Coragem, você tem de ser forte.” Essa expressão na verdade quer comunicar
otimismo, mas pode levar a uma negação dos sentimentos que a pessoa tem. Se a
pessoa tem fé, então é lógico esperar que não sinta dor, revolta ou insegurança. Trata-
se aqui da negação da humanidade, ou seja, nega-se os sentimentos, as emoções e a
própria humanidade de Jesus. É bom lembrar que a fé ajuda a viver e conviver, mas
não elimina o sofrimento.

“Jesus cura, aleluia.” Sim, Jesus curou muitos doentes e restitui a saúde a
muitos, como nos é relatado nos Evangelhos. Mas não é sabedoria negar a realidade da
doença. Milagres existem sim, mas não somos nós que temos o poder de realizá-los. É
com Deus este assunto. Muitas vezes essa expressão é utilizada como forma de
proteger do sofrimento do outro e não estar com a pessoa na Sexta-feira da Paixão
(dores, sofrimentos, medos e inseguranças). Pula-se logo para o Domingo da
Ressurreição (saúde, festa, alegria, etc...). Nega-se assim uma parte do mistério pascal
que é feito da Sexta-feira Santa e se fica somente no Domingo da Ressurreição. Só
quem está com a pessoa no dia do sofrimento descobre a verdadeira alegria da
Ressurreição.

“Você não morre até que chegue a hora”, “finalmente descansou. Graças a
Deus, foi melhor para ele.” “Deus o levou.” É verdade que são expressões que
suavizam a dureza cruel de uma realidade profunda da vida, a morte, mas podem
provocar sentimentos fortes, tais como: um Deus que rouba pessoas queridas.
“Com o tempo passa, não se preocupe.” Na verdade, não é o tempo que cura as
feridas pela perda de alguém querido. O que na verdade nos ajuda e é fator de cura
interior é o que fazemos, como empregamos o nosso tempo disponível. Nessa
perspectiva é o remédio... o tratamento... a fé... o amor... a reconciliação... o
envolvimento em atividades voluntárias. Tudo isso cura.

“Onde existe vida existe esperança.” Essa expressão é positiva em si mesma,


mas conforme o uso pode justificar um tratamento continuado, o uso de meios
extraordinários para manter a vida, os quais, por vezes, mais que acrescentar vida,
prolongam sofrimentos inúteis. O fato é que onde existe vida, existem também
freqüentemente o desespero, a revolta, a tristeza, a dor e a desesperança. O otimismo
exagerado pode comprometer a realidade dos fatos e negar os sentimentos das pessoas,
exigindo a todo custo a cura. A esperança faz com que até mesmo o momento da morte
se transforme numa realidade de vida nova.

“É preciso sofrer muito para ganhar o céu.” Jesus não veio até nós para nos
ensinar a sofrer, mas como amar e viver a fraternidade. O sofrimento é uma realidade
que está aí e não pode ser negada. Se faz presente em infinitas situações. E em sua
grande maioria é o próprio ser humano que causa. Além disso é um mistério
(sofrimento dos inocentes), difícil de entendê-lo e muito mais de explicá-lo. Trata-se de
um encontro difícil com a nossa imperfeição humana. Na verdade o sofrimento não está
aí para ser explicado mas para ser eliminado. Não podemos nos conformar
passivamente que o mundo é “um vale de lágrimas”, mas caminhar para a terra
prometida da alegria, da esperança e da saúde.

A esta altura podemos nos perguntar: o que dizer, então? É difícil saber
exatamente. Não existe uma fórmula mágica, infalível, para resolver o problema. Mais
fácil é tomar consciência do que não se deve dizer. Geralmente o que você não gostaria
de ouvir, que lhe causaria sofrimentos adicionais, não diga ao outro, pois tem o mesmo
efeito.

Cada situação é completamente diferente da outra. Cada pessoa é inteiramente


original. Não podemos dizer ou ler a mesma coisa para todos, como se todos
estivessem sentindo a mesma coisa e passando pela mesma situação. A criatividade do
amor nos faz ver o que é mais importante e apropriado em cada circunstância.
O mais importante não é saber o que dizer, mas simplesmente ser presença
viva do amor de Deus. O silêncio é também uma forma de comunicação e respeito.
Acontece que não sabemos mais valorizar o silêncio. Na hora do sofrimento,
dificilmente lembramos o que as pessoas dizem, mas lembramos quem esteve ou não
presente. Daí o estar presente ser fundamental.
Ainda é bom lembrar que o doente não é somente objeto de nossa ação pastoral
(nós é que sabemos o que é bom para ele, que orações ele precisa fazer, textos para ler,
etc...), mas ele é sujeito e também nos evangeliza. Quantos testemunhos de fé, amor,
esperança e aceitação dos limites encontramos neste trabalho (“vamos confortar e
saímos confortados”).

10. 4. 9. Visita aos Idosos

No AT, a velhice é apresentada de um modo muito positivo. É considerada


como uma bênção de Deus. Quanto mais uma pessoa é adiantada em anos, mais
plenitude de vida possui (Gn 25,7; Dt 34,1). A vida longa é considerada um prêmio (Ex
20,12; Dt 4,40), fonte de virtude (Pr 3,1-2; 4,10; 9,10ss), de prudência (Sb 4,7ss) e de
rica experiência de Deus (Eclo 25,56). O Eclesiastes apresenta uma excelente descrição
de velhice (Ecl 12,1ss).
Por tudo isso o idoso deve ser tratado com muito carinho e respeito.
É necessário envolver o idoso com estima e respeito, escutar suas palavras de
sabedoria, apreciar seu trabalho.
As visitas aos idosos devem ser feitas em clima de profunda amizade.
É no respeito para com a velhice que se manifesta, de modo particular, nossa
capacidade de amar. A comunhão das idades é um sinal vivo da comunidade que todos
formaremos junto à Santíssima Trindade.
Para compreender o sentido da velhice é preciso compreender o sentido da vida
humana como um processo ascendente em busca da plenitude.
Em Cristo, todas as experiências de vida se tornam amor, até mesmo as
fraquezas, os pecados e a morte.
A velhice é o caminho para a plena maturidade. À luz da fé, a vida não cessa
jamais de crescer até o florescimento da ressurreição, que constitui o verdadeiro
nascimento.
Em outras palavras quero dizer que:

- é preciso tomarmos consciência de que começamos a envelhecer a partir do


momento em que nascemos.

- é preciso que valorizemos o idoso não por aquilo que ele produz, mas por
aquilo que ele é.

- a velhice é uma fase da vida, uma vocação.

- é preciso levarmos em consideração que a perda gradual dos parentes, da


saúde , das funções sociais e do lar marca profundamente a vida dos idosos.

- é preciso convencer os idosos que depender dos outros não é feio.

- é preciso ajudar a criar uma imagem positiva do idoso.


- apresentar-lhe ou resgatar-lhe o sentido da vida.

- ensinar-lhe a aproveitar bem o tempo e o lazer.

- pensar em alternativas de descontração e moradias para eles.

- mas de preferência, procurar conservar o idoso na própria família.

INDICE

I. Ministério......................................................................................... 3
1. 1. Como surgiram?..................................................................... 5
1. 2. Hoje........................................................................................ 5
II. Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística................ 6
2.1. O que faz o MECE?.............................................................. 6
2.2. Qualidades para ser MECE?.................................................. 7
2.3. Espiritualidade do MECE..................................................... 8
2.4. Ministros ordenados e não-ordenados................................... 9

III. A Celebração Eucarística.............................................................. 10


3.1. Orações e partes próprias do presbítero............................... 13
3.2. Posições do corpo................................................................ 13
3.3. Alguns gestos particulares................................................... 13
3.4. Silêncio e aclamações.......................................................... 14

IV. Partes da Missa.............................................................................. 14


4.1. Comentário inicial.............................................................. 14
4.2. Canto inicial ou de entrada................................................ 15
4.3. Ato penitencial.................................................................... 15
4.4. Kyrie eleison (Senhor, tende piedade de nós)..................... 15
4.5. Glória.................................................................................. 16
4.6. Oração da coleta................................................................. 16
4.7. Liturgia da Palavra.............................................................. 16
4.7.1. Introdução............................................................... 16
4.7.2. Organização das leituras......................................... 17
4.7.3. O ato da leitura......................................................... 17
4.7.4. Salmo responsorial....................................................18
4.7.5. Aclamação ao Evangelho......................................... 18
4.7.6. Proclamação do Evangelho..................................... 18
4.7.7. A homilia................................................................ 18
4.8. A profissão de fé................................................................. 19
4.9. Oração dos fiéis................................................................... 20
4.10. Liturgia Eucarística............................................................. 21
4.10.1. Preparação das ofertas....................................... 21
4.10.2. Oração Eucarística............................................ 21
4.10.3. Prefácio............................................................. 21
4.10.4. Santo................................................................. 22
4.10.5. Epiclese............................................................. 22
4.10.6. A narração da instituição e consagração........... 22
4.10.7. Anamnese ou memorial.................................... 22
4.10.8. A oblação........................................................... 22
4.10.9. As intercessões.................................................. 23
4.10.10. A doxologia
final.............................................. 23
4.10.11. Comunhão
eucarística....................................... 23

V. Objetos usados nas celebrações................................................... 25

VI. Ano Litúrgico................................................................................. 30

VII. Cores Litúrgicas............................................................................ 32


VIII. Celebração dominical da Palavra de Deus................................. 32
8.1. Necessidade de culto......................................................... 33
8.2. Santificação do Domingo.................................................. 33

IX. Celebração do Culto Dominical presidido por leigos............... 34


9.1. A Palavra de Deus e a Liturgia.......................................... 35
9.2. A acolhida da Palavra........................................................ 35
9.3. Orientações gerais para os dirigentes do CD..................... 36
9.4. Orientações específicas para os dirigentes do CD............. 36

X. Pastoral da Saúde......................................................................... 37
10.1. Crise de relacionamento.................................................... 38
10.2. A experiência da finitude................................................... 38
10.3. Aspectos teológicos........................................................... 38
10.3.1. A doença e o desígnio de Deus........................ 38
10.3.2. Presença sacramental da Igreja......................... 39
10.3.3. A renovação da prática sacramental................ 39
10.3.4. A comunidade eclesial e os doentes................. 40
10.4. Aspectos pastorais............................................................. 40
10.4.1. Evangelizar o cristão enfermo......................... 40
10.4.2. Catequese e pastoral.......................................... 41
10.4.3. O respeito ao enfermo....................................... 41
10.4.4. Pastoral da saúde domiciliar............................. 41
10.4.5. Distribuição da Eucaristia aos enfermos.......... 41
10.4.6. Visita aos doentes............................................. 43
10.4.7. A Reconciliação, a Eucaristia e o Viático........ 45
10.4.8. A presença solidária é o melhor presente......... 45

XI. Pastoral do idoso........................................................................... 47

BIBLIOGRAFIA..................................................................................... 49

BIBLIOGRAFIA

GOEDERT, Valter M. Orientações para Ministros Extraordinários da


Comunhão. São Paulo: Paulinas. 1991.

BRUNETTI, Aury A. Curso de preparação de Ministros Extraordinário da


Eucaristia. São Paulo: Ave Maria. 1991.

PESSINI, Leocir. Ministério da vida. Aparecida: Santuário. 1990.

LUBEL, Pe. Cristovam. Manual do Ministro Extraordinário da Sagrada


Comunhão. São Paulo: Loyola. 1994.
CAMPOS, Pe. José F. Liturgia a serviço do povo e para o povo de Deus. São
Paulo: Paulinas. 1987.

BUYST, Ione. Símbolos na Liturgia. São Paulo: Paulinas. 1998.

DUARTE, Pe. Luiz M. Liturgia: conheça mais para celebrar melhor. São
Paulo: Paulus. 1996.

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. São Paulo: Loyola. 1983.

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