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3. a resposta (efeito) que deverá ser considerada nociva ao sistema biológico com o
qual interage.
Áreas da Toxicologia
Conceitos Básicos
o sólidos ou líquidos;
Toxicidade
Risco e segurança
Alvo
É o termo usado com freqüência para designar o sítio ou local do organismo que interage
com o agente tóxico e apresenta a resposta biológica correspondente. Pode ser referido
como uma molécula (DNA, proteína, etc.), um receptor ou um órgão (fígado, rim, cérebro,
etc.).
Destoxificação
Antídoto e antagonista
Intoxicação
Esta fase é representada pelo período em que o ser humano fica exposto à substância tóxica. É
o contato do toxicante com as superfícies externas ou internas do organismo. Nessa etapa, é de
suma importância a disponibilidade química do agente tóxico, ou seja, a concentração da
substância em condições de ser introduzida no organismo. Além da magnitude, deve-se
considerar também, a duração e a freqüência da exposição, as vias de introdução e a
suscetibilidade individual.
Dose ou concentração
Suscetibilidade individual
A variabilidade da resposta biológica em função da suscetibilidade de cada
indivíduo é um outro fator importante em Toxicologia. Existem situações
em que exposições iguais determinam respostas iguais e outras, nas quais se
observam respostas diferentes. Por exemplo, para dois trabalhadores que
desempenham funções iguais durante 30 anos e, portanto, expostos no
mesmo ambiente e nas mesmas condições, é possível que apenas um deles
desenvolva uma enfermidade determinada pela exposição aos toxicantes
presentes no ambiente de trabalho. Nenhuma pessoa é igual à outra e,
portanto, as respostas tóxicas podem variar de um indivíduo para outro.
Como são observadas respostas diferentes entre indivíduos de uma mesma
espécie, espera-se que ocorram diferenças importantes nas respostas entre
indivíduos de espécies diferentes. Essas diferenças interindividuais e
intraespecíficas devem-se a diferenças metabólicas que podem ser
determinadas pelo estado fisiológico ou pela estrutura genética do
organismo. Portanto, a suscetibilidade do organismo está mais diretamente
interligada às fases II e III da intoxicação, ou seja, aos processos
toxicocinéticos e toxicodinâmicos.
Absorção
Distribuição
Biotransformação
Excreção
A movimentação do agente tóxico no organismo, desde a sua entrada até a sua eliminação,
envolve a transposição de membranas celulares. Assim, é de suma importância o
conhecimento dos fatores que influenciam no transporte das substâncias químicas pelas
membranas, os quais podem ser agrupados em duas classes distintas.
Transporte passivo
Transportes especializados
São eles:
Solubilidade
clorpromazina = 79,7
ácido acetil salicílico = 11,7
paracetamol = 1,79
2 = log NI/I
NI/I = 102, ou seja, uma relação de 100 moléculas não ionizadas para cada
uma que se dissocia.
-4 = log NI/I
NI/I = 10-4 nesse caso, a relação é de uma molécula não ionizada para cada
10 mil que se dissocia.
A absorção pode ser definida como o processo por meio do qual o agente tóxico atravessa as
membranas celulares para alcançar a circulação sangüínea.
Vias de absorção
Uma vez no TGI, um agente tóxico poderá sofrer absorção desde a boca até o
reto, geralmente pelo processo de difusão passiva. Poucas substâncias sofrem a
absorção na mucosa oral, porque o tempo de contato é pequeno nesse local.
Estudos feitos experimentalmente, no entanto, mo stram que a cocaína, a
estricnina, a atropina e vários opióides podem sofrer absorção na mucosa
bucal. Esta absorção é dependente, principalmente, do coeficiente de partição
óleo/água (quanto maior este coeficiente mais fácil a absorção) e resulta em
níveis sangüíneos elevados, já que as substâncias não sofrerão a ação dos
sucos gastrintestinais.
Alguns fatores que interferem na absorção pelo TGI podem variar de acordo com o sexo e, no
feminino, entre as gestantes e não gestantes. Este fato é importante na avaliação da
intensidade de absorção de xenobióticos por essa via.
Via cutânea
Absorção transepidérmica
A absorção dos agentes químicos pela pele tem sua velocidade limitada pela
região córnea da epiderme, mais precisamente pelo extrato córneo contínuo. As
substâncias lipossolúveis penetram por difusão passiva através dos lipídios
existentes entre os filamentos de queratina, sendo a velocidade desta absorção
indiretamente proporcional à viscosidade e volatilidade do agente. Já as
substâncias polares, de baixo peso molecular, penetram através da superfície
externa do filamento de queratina, no extrato hidratado. A absorção
transepidérmica é o tipo de absorção cutânea mais freqüente, devido ao
elevado número de células epidérmicas existente, embora não seja uma
penetração muito fácil para os toxicantes.
Absorção transfolicular
volatilidade e viscosidade;
grau de ionização;
tamanho molecular.
tempo de exposição;
temperatura do local de trabalho: pode haver um aumento de 1,4
a 3 vezes na velocidade de penetração cutânea de agentes
químicos, para cada 10oC de aumento na temperatura.
efeito nocivo local sem ocorrer absorção cutânea. Ex.: ácidos e bases
fortes.
efeito nocivo local e sistêmico. Ex.: o arsênio, benzeno, etc.
efeito nocivo sistêmico, sem causar danos no local de absorção: por exemplo,
inseticidas carbamatos (exceção feita ao aldicarbque é um carbamato com potente
ação local).
Em geral, não se dá muita atenção para a absorção desses compostos nas vias
aéreas superiores. No entanto, muitas vezes, a substância pode ser absorvida
na mucosa nasal, evitando sua penetração até os alvéolos. A retenção parcial
ou total dos agentes no trato respiratório superior, está ligada à
hidrossolubilidade da substância. Quanto maior a sua solubilidade em água,
maior será a tendência de ser retido no local. Visto sob este ângulo, a umidade
constante das mucosas que revestem estas vias, constitui um fator favorável.
Há, no entanto, a possibilidade da ocorrência de hidrólise química, originando
compostos nocivos, tanto para as vias aéreas superiores quanto para os
alvéolos.
Nos alvéolos pulmonares duas fases estão em contato, uma gasosa formada
pelo ar alveolar e outra líquida representada pelo sangue. Essas duas fases são
separadas por uma barreira dupla: o epitélio alveolar e o endotélio capilar.
Diante de um gás ou de um vapor, o sangue pode se comportar de duas
maneiras diferentes: como um veículo inerte, ou como meio reativo. Em outras
palavras, o agente tóxico pode dissolver-se simplesmente por um processo
físico ou, ao contrário, combinar-se quimicamente com elementos do sangue.
No primeiro caso tem-se a dissolução do toxicante no sangue e no segundo
caso, a reação química.
Os fagócitos contendo as partículas podem migrar em duas direções: - até aos brônquios onde
são eliminados pelo movimento mucociliar (que é o mais comum); - até ao sistema linfático,
através da penetração pelas paredes dos alvéolos. A fagocitose pode remover até 80% das
partículas presentes nos alvéolos. A velocidade do clearence no trato pulmonar pode variar
também de acordo com a região. Na região nasofaríngea a velocidade é muito rápida. A
remoção ocorre em minutos. Na região traquebronquial a velocidade é rápida e a remoção
ocorre em minutos ou horas. Em regiões mais profundas dos brônquios esta velocidade de
remoção é moderada (cerca de horas). E na região alveolar a velocidade de clearence é lenta,
podendo levar de dias até anos para ocorrer. Ela vai depender do tipo de partícula e do
mecanismo de remoção. As partículas presentes nos alvéolos, que não foram removidas ou
absorvidas, podem ficar retidas na região, causando as chamadas pneumoconioses.
sítio de ação
um ou vários sítios de armazenamento – locais onde o composto
pode ser armazenado e que, para a maioria dos agentes tóxicos, não
corresponde ao seu sítio de ação
Ligações celulares
Tecido ósseo
Leite materno
A mulher que amamenta e se expõe a agentes tóxicos poderá passá-los para o leite com
conseqüentes prejuízos para o lactente. Por ser mais ácido que o plasma, os compostos
básicos podem se concentrar no leite. Ao contrário, a concentração de substâncias ácidas
no leite é menor que a do plasma. Não eletrólitos como etanol, por exemplo, distribuem-
se prontamente no leite e atingem concentrações similares à do plasma, independente do
pH deste líquido.
Barreira Hematoencefálica
“Barreira” Placentária
Poderia se pensar que as espécies que apresentam placenta com maior número de
camadas são mais protegidas contra agentes tóxicos durante a gestação. Entretanto, a
relação entre o número de camadas e a permeabilidade placentária não está
suficientemente estudada. Embora não totalmente efetiva na proteção do feto contra a
entrada de xenobióticos, existem alguns mecanismos de biotransformação, que podem
prevenir a passagem placentária dessas substâncias.
Assim, a toxicidade do xenobiótico depende de seu VD, mas, nem sempre o local que
contém a maior fração do toxicante é o mais lesado. Muitas vezes, esse sítio funciona
como um simples depósito. Entretanto, a redução do VD pode determinar um aumento
nas concentrações plasmáticas com risco de ocasionar intoxicação.
Redistribuição
Mecanismos de biotransformação
Sítios de biotransformação
O fígado é o maior órgão do corpo humano com diversas e vitais funções, destacando-se
entre elas, as transformações de xenobióticos e nutrientes. Por ser o sítio primário para a
biotransformação, o fígado é potencialmente vulnerável à ação tóxica de um xenobiótico
que sofre bioativação. A biotransformação é efetuada, geralmente por enzimas,
principalmente, aquelas existentes nos chamados microssomas hepáticos (pequenas
vesículas presentes no retículo endoplasmático) e na fração solúvel do citoplasma
(citosol). As mitocôndrias, núcleos e lisossomas possuem menor capacidade de
biotransformação. Assim, as reações de biotransformação são referidas, freqüentemente,
como microssômicas ou citosólicas, de acordo com as localizações subcelulares das
enzimas envolvidas.
Fases da biotransformação
Reações de fase I
1. Oxidação
2. Redução
Essa é uma reação química através da qual o substrato ganha elétrons. São
catalisadas por redutases microssômicas e citosólicas e pelas bactérias
intestinais. As reações de redução podem ocorrer através da formação de
duplas ligações nitrogênio-nitrogênio (azo-redução) em grupos nitro (NO 2).
Nesses casos, os compostos amino formados são oxidados e formam
metabólitos tóxicos. Assim, as reações de redução, freqüentemente
resultam na ativação do xenobiótico em vez de destoxificação. A natureza
dessas reações também é evidenciada pela sua denominação, como por
exemplo, azo-redução, desalogenação redutora, redução de carbonila entre
outras.
A redução pode ser efetuada enzimaticamente, envolvendo enzimas
microssômicas ou não. A enzima Cit P450 redutase, NADPH dependente,
localizada fora da membrana do REL, é responsável pela redução de uma
série de produtos.
3. Hidrólise
Reações de fase II
Um fator importante na toxicidade de um xenobiótico é a sua capacidade
de ser excretado, e parece que os rins dos vertebrados é constituído de
maneira e excretar eletrólitos mais facilmente que não eletrólitos. Assim,
quanto mais ionizado estiver um ácido orgânico no pH do meio, mais
rapidamente ele será excretado pelos rins. A ionização, por sua vez,
depende do chamado momento dipolo (ou grau de polaridade), ou seja, da
distância entre o centro geométrico de todas as cargas positivas e de todas
as cargas negativas. É claro que moléculas com momento dipolo baixo
(carga positiva perto da carga negativa) terão uma simetria maior e,
portanto, uma ionização mais difícil. Já moléculas com grandes dipolos (ou
seja, moléculas onde as cargas positivas e negativas estão distantes) terão
uma menor simetria e, conseqüentemente, maior ionização.
5. Metilação
Excreção urinária
O terceiro processo de excreção renal é a secreção tubular ativa. Existem dois processos de
secreção tubular renal, um para substâncias ácidas e outro para as básicas. Estes sistemas
estão localizados, provavelmente, no túbulo proximal. A secreção tubular tem as características
do transporte ativo, ou seja, exige um carregador químico, gasta energia, é um mecanismo
competitivo e pode ocorrer contra um gradiente de concentração. Algumas substâncias
endógenas, tais como o ácido úrico, são excretadas por este mecanismo e a presença de
xenobióticos excretados ativamente, pode interferir com a eliminação de substratos
endógenos. A Penicilina é um exemplo de xenobiótico secretado ativamente pelos túbulos. O
uso de Probenecid (fármaco excretado pelo mesmo sistema) evita que este antibiótico seja
secretado muito rapidamente do organismo. Geralmente, o que ocorre no organismo é uma
combinação dos três processos de excreção renal, para permitir uma maior eficácia na
eliminação dos xenobióticos.
Não são processos muito importantes para a Toxicologia. Os toxicantes encontrados nas fezes
correspondem à fração ingerida e não absorvida ou então ao agente tóxico que sofreu
secreção salivar, biliar ou gástrica. As partículas que penetram pelo trato pulmonar podem ser
eliminadas pela expectoração no trato gastrintestinal e, se não forem reabsorvidas, serão,
também, excretadas pelas fezes.
Esquematicamente tem-se:
É o chamado ciclo entero-
hepático, e a morfina é um
exemplo típico de xenobiótico
que apresenta esse ciclo. Ela é
conjugada com ácido glicurônico
no fígado e o glicuronídio de
morfina é secretado pela bile no
intestino. Neste local, pela ação
da enzima α-glicuronidase, a
morfina é liberada e reabsorvida.
O glicoronídio que não for lisado
será excretado pelas fezes. É
importante observa que os
agentes tóxicos que apresentam
recirculação entero-hepática, podem ter
sua ação prolongada.
Excreção pelo ar
expirado
Essa fase é caracterizada pela exteriorização dos efeitos do agente tóxico, ou seja, o
aparecimento de sinais e sintomas da intoxicação ou alterações laboratoriais causadas
pela substância química. No diagnóstico das intoxicações, deve-se lembrar que um mesmo
órgão pode ser afetado por uma grande variedade de toxicantes e que uma única
substância química pode atingir vários órgãos ou produzir diferentes efeitos relacionados a
um mesmo órgão. Nesse amplo espectro de efeitos tóxicos, distinguem-se:
Deve-se, no entanto, fazer distinção entre exposição a curto prazo (aguda) ou a longo
prazo (crônica) e os efeitos agudos e crônicos. Por exemplo, uma exposição a curto prazo
(aguda) pode determinar um efeito crônico, ou seja, a exposição a uma única dose de
triortocresilfosfato (TOCP) pode produzir, no homem, lesão persistente no SNC. Em certos
casos, como nas exposições agudas ao tálio, paraquate e derivados cumarínicos, a
intoxicação se manifesta no decorrer de alguns dias (efeito sobreagudo).
O efeito local refere-se àquele que ocorre onde acontece o primeiro contato
entre o agente tóxico e o organismo. Os xenobióticos que possuem ação
irritante direta sobre os tecidos, reagem quimicamente, no local de contato,
com componentes destes tecidos. Dependendo da intensidade da ação pode
ocorrer irritação, efeitos cáusticos ou necrosantes. Os sistemas mais
afetados são pele e mucosas do nariz, boca, olhos, garganta e trato
pulmonar. Destacam-se nesse grupo, a ação dos gases irritantes (fosgênio,
gás mostarda, NO2, cloro) e lacrimogênicos (acroleína, bromo, cloro). Outra
ação irritante de tecidos é a dermatite química. Os xenobióticos que
apresentam esta ação tóxica (substâncias vesicantes como as mostardas
nitrogenadas ou agentes queratolíticos como o fenol), lesam a pele e
facilitam a penetração subseqüente de outras substâncias químicas.
Reações idiossincrásicas
Acredita-se que, quanto maior a dose, maior e mais intensos (quanti e/ou
qualitativamente) serão os efeitos e que deve existir uma condição de
exposição que seja segura para a saúde humana, com exceção das substâncias
mutagênicas.
Mecanismos de toxicidade
Abaixo estão dois exemplos de agentes tóxicos que desencadeiam seus efeitos
por alterar a expressão gênica:
Alguns agentes tóxicos são capazes de se complexar com proteínas específicas, ativando ou
inibindo-as. Metais, complexam-se com o grupamento sulfidrila de proteínas e inibem a função
das mesmas. Os praguicidas organofosforados inibem a função da enzima acetilcolinesterase,
responsável pela degradação do neurotransmissor acetilcolina, porque se ligam e fosforilam tal
enzima.
Acredita-se que compostos muito lipofílicos, como os solventes orgânicos, possam se intercalar
na fase lipídica da membrana plasmática desestruturando-a e prejudicando seu
funcionamento.
Logicamente, a depleção de ATP, por qualquer um dos mecanismos citados acima, terá
conseqüências importantes na célula, pois interferirá com a integridade da membrana,
funcionamento de bombas iônicas, síntese protéica, enfim, todos os processos ATP-
dependentes. Se for intensa, levará à perda das funções celulares e morte celular.
Radicais livres são átomos, íons ou moléculas que têm um elétron não pareado
no orbital externo. Caracterizam-se por uma grande instabilidade e,
conseqüentemente, elevada reatividade por tenderem a acoplar o elétron não
pareado a um outro presente em estruturas próximas à sua formação (pois têm
meia-vida curta), como proteínas, lipídios, carboidratos. Eles também iniciam
reações autocatalíticas, ou seja, as moléculas com as quais eles reagem são
convertidas em radicais livres, ocorrendo lesão em cadeia.
Lesões ao DNA: radicais livres podem interagir com o DNA, modificando bases
e produzindo mutações.
Considerações finais
É importante reconhecer:
Geralmente, estamos expostos a uma mistura de substâncias químicas e não a uma substância
química isolada. Por exemplo, na água de beber podemos encontrar pequenas quantidades de
praguicidas, metais, solventes, produtos formados durante a cloração, etc. Logicamente, essas
diferentes substâncias químicas podem interferir nos efeitos umas das outras, tanto os
aumentando quanto os diminuindo. Esta interferência é chamada de interação. Apesar da
comunidade científica reconhecer a existência e a importância deste fenômeno, a
compreensão da toxicologia de misturas ainda está longe de ser atingida devido à dificuldade
de se prever quali e quantitativamente as combinações possíveis. Existem três mecanismos de
interações:
Toxicocinética
Como exemplo de uma interação toxicocinética que resulta em diminuição de efeito, podemos
citar a alcalinização da urina com bicarbonato feita em pacientes intoxicados agudamente com
barbituratos. Como o barbiturato é um ácido fraco, a elevação do pH urinário pelo bicarbonato
aumenta a fração do barbiturato na forma iônica (polar) e, portanto, aumenta a taxa de
eliminação do mesmo.
Toxicodinâmica
Ocorre quando um agente modifica o efeito do outro por ligação aos seus
receptores ou estruturas-alvo.
Químico
Envolve uma interação química direta entre os dois agentes tóxicos. O exemplo
clássico deste tipo de interação é a que ocorre entre metais e agentes
quelantes (dimercaprol, EDTA, etc). Devido à grande afinidade que os metais
têm por alguns grupos funcionais dos quelantes, quando uma pessoa intoxicada
com metais é tratada com um quelante, o metal liga-se ao agente quelante e
deixa de produzir seus efeitos tóxicos, pois o complexo metal-quelante é
desprovido de atividade tóxica.
Como visto, uma vez que uma interação tenha ocorrido, o efeito resultante
poderá ser maior ou menor. As interações do tipo adição, sinergismo e
potenciação resultam em aumento de efeito, enquanto o antagnismo resulta
em diminuição de efeito. Esses tipos de interação são discutidos a seguir.
Este aumento é deve-se à sua eficácia como inseticidas, assim como ao fato de
que estes compostos não se acumulam na natureza e são de decomposição
relativamente rápida após a aplicação. Embora ofereçam menor risco para o
meio ambiente, os inseticidas organofosforados (OF) e carbamatos (CARB) são
altamente tóxicos para animais e humanos e as intoxicações provocadas por
esses compostos têm aumentado, particularmente, nos países em
desenvolvimento.
Ação
A fisiopatologia da intoxicação
por carbamatos difere dos
organofosforados em
importantes aspectos:
1. Os carbamatos inativam a
acetilcolinesterase
temporariamente. A enzima
carbamilada é instável e a regeneração da acetilcolinesterase é relativamente
rápida quando comparada com a enzima fosforilada. Assim, os praguicidas
carbamatos são menos perigosos com relação à exposição humana do que os
organofosforados.
2. A dose necessária para provocar a morte e a dose necessária para
determinar poucos sintomas de intoxicação é substancialmente ampla para
compostos carbamatos do que com os compostos organofosforados.
Cinética
São bem absorvidos por todas as vias (oral, dérmica, respiratória, pele e
mucosas) por serem altamente lipossolúveis. A presença de solvente orgânico
(hidrocarboneto), comumente adicionado às formulações dos agrotóxicos,
intensifica a absorção. A meia-vida plasmática é relativamente curta, podendo
variar de poucos minutos a horas, dependendo do composto e da quantidade
absorvida. Os inseticidas e seus produtos de biotransformação são rapidamente
distribuídos por todos os tecidos atingindo concentrações maiores no fígado e
rins, mas não se acumulam por tempo prolongado. Os organofosforados,
diferentemente dos carbamatos, atravessam com facilidade a barreira
hematoencefálica, produzindo quadros neurológicos. A eliminação é urinária
para a maioria dos compostos nas primeiras 48h.
Dinâmica
Para que haja a transmissão sináptica é necessário que a ACh seja liberada do
neurônio terminal e difundida através da fenda sináptica, ligando-se a um
receptor pós-sináptico, transmitindo assim o impulso nervoso para um receptor
colinérgico.
Toxicidade
Organofosforados:
Carbamatos:
Manifestações clínicas
Receptores Muscarínicos
Receptores Nicotínicos
Atentar:
Organofosforados
Os sintomas em geral aparecem em 1-2h após a exposição, podendo ser retardados em 12-24h
sendo que, inicialmente, predominam as manifestações muscarínicas e nicotínicas. O
aparecimento de quadro nicotínico e do SNC indicam gravidade. Alguns pacientes intoxicados
com certos orfanofosforados podem apresentar hálito de alho.
Carbamatos
Têm ação rápida e efeitos imediatos, cessando logo após término da exposição.
As manifestações são de menor gravidade (leve a moderada), com predomínio
de efeitos muscarínicos. O diagnóstico é clínico, com início em 30 min e até 1-2
h após a exposição, com cerca de 6 h de duração. Os sintomas são
autolimitados pela reversão espontânea da colinesterase. A recuperação é
completa em 24 h. Os casos severos podem ser mais prolongados.
Complicações
Diagnóstico laboratorial
- Creatinofosfoquinase (CPK)
- Eletromiografia (nas intoxicações por OF com déficit neuromotor)
- Outros: hemograma, ionograma, gases arteriais, uréia, creatinina, ECG, Rx de
tórax
Atividade da
Gravidade Quadro clínico colinesterase
plasmática
Exposição
Sem sinais ou sintomas 50-90%
rápida
Náuseas, fadiga, mal-estar, miose, sialorréia discreta,
Intoxicação
deambulação normal, fraqueza muscular mínima, cólicas 20-50%
Leve
abdominais sem diarréia.
Salivação, lacrimejamento, miose, broncorréia,
broncoespasmo; bradicardia, vômitos, sudorese, cólicas
Intoxicação
abdominais, incontinência urinária e fecal, tremores, 10-20%
Moderada
fraqueza, não deambula, fasciculações, confusão,
letargia, ansiedade.
Agravamento do quadro moderado; insuficiência
Intoxicação
respiratória, pupilas puntiformes, arritmias, paralisias, 10% ou menos
Grave
coma, convulsões.
Diagnóstico diferencial
Tratamento
Contra-indicação
Complicações neurológicas
Nenhuma droga terapêutica específica tem provado ser útil no tratamento. O uso de atropina e
pralidoxima durante a fase aguda não previne a polineuropatia. A fraqueza muscular melhora
com exercícios ou outras formas de fisioterapia.
O piretro é um inseticida natural obtido da trituração das flores de algumas
plantas pertencentes à família Compositae, gênero Chrysanthemum
(Pyrethrum) e espécie cinerariaefolium, um dos mais antigos inseticidas
conhecidos pelo homem. Por suas vantagens, os piretros foram sintetizados
e denominados piretróides e, o ácido crisantêmico foi o primeiro dos cinco
componentes do éster natural a ser sintetizado. A síntese do ácido
crisantêmico abriu novos caminhos para a obtenção de piretróides
sintéticos, sendo a aletrina o principal piretróide sintético produzido
comercialmente.
Usos
Características
Cinética
Meio ambiente
Toxicologia
Manifestações Clínicas
Intoxicação Aguda
Pele
Causa eritema, vesículas ou bolhas com prurido intenso, edema, queimação
e parestesia.
Olhos
Podem ser irritantes locais.
Inalação
Irritação de vias aéreas, asma, reações de hipersensibilidade. Aspiração
pulmonar leva a pneumonite. Com solvente derivado de petróleo há risco
de pneumonia química.
Ingestão
Os piretróides podem determinar, além dos distúrbios alérgicos,
perturbações neurológicas caracterizadas por cefaléia, hiperexcitabilidade,
tontura, hiperreflexia, fasciculações musculares, incoordenação motora,
convulsões, paralisias e distúrbios do equilíbrio.
O butóxido de piperonila está associado com epigastralgia, náuseas,
vômitos, diarréia, depressão leve do SNC.
Contra-indicações – precauções